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8/16/2019 A Relação Do Interprete de Libras Com o Aluno Surdo
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A RELAÇÃO DO INTERPRETE DE LIBRAS COM O ALUNO SURDO
Maria Raimunda Carvalho Garcia1
Anderson Carlos Alfonso Borges2
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo entender a relaço do interprete de libras comalunos surdos! Como tamb"m entender suas dificuldades# seu papel diante de uma salade aula com alunos portadores de surde$! % atrav"s desse estudo buscar conhecimentosespec&ficos para solucionar# 'uestionamentos 'ue ainda no foram respondidos# diante daproblem(tica) entender o n&vel de dificuldade desse profissional# 'uais seus recursos paradesenvolver seu trabalho com maior aproveitamento tanto para ele# como para o aluno!
Buscando tamb"m conhecer como a escola pode contribuir com seu apoio# em parceriatamb"m com a fam&lia desse aluno! O mesmo " uma pes'uisa bibliogr(fica enlousada nosautores *uadros +2,,-.# /acerda +2,,0.# /eite +2,,-.# Coutinho# ander e ires +2,,,.#3%4%5 +2,,,.# onde se podemos observar 'ue para obter resultado " necess(rio 'uehaja uma parceria entre a dedicaço do interprete e o interesse do aluno em aprender a/&ngua dos inais# onde para haver 67ito o profissional tamb"m deve estar em constantebusca por novos conhecimentos# novos m"todos para 'ue possa atuar com respeito ededicaço!
A/A8RA9C:A8%) 5nterprete; urdo e 5ncluso!
INTRODUÇÃO
O interprete de /ibras " a'uele profissional 'ue interpreta uma comunicaço oral
para outra comunicaço oral# sendo ao contr(rio do tradutor 'ue tradu$ um te7to oral em
um te7to escrito! Como tamb"m o interprete no possui materiais de consulta e sim
apenas o 'ue a'uilo 'ue lhe " transmitido no momento# por isso se fa$ necess(rio 'ue o
interprete conhecer a fundo a l&ngua escrita# para assim dominar a linguagem oral! Ao se
tratar da /&ngua Brasileira de inais# o profissional deve dominar a l&ngua de sinais comotamb"m a /&ngua ortuguesa# sendo o objetivo principal no " apenas tradu$ir mas sim
buscar junto ao professor m"todos diferenciados de ensino para 'ue o aluno surdo seja
favorecido de uma linguagem bem elaborada e pensada eficientemente! endo 'ue nesse
processo tamb"m se fa$ necess(rio 'ue cada um conheça o seu papel dentro da sala de
1 edagoga# %speciali$anda em /5BRA!
2 Orientador# Bi
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aula# para 'ue o interprete no ocupe a funço do professor# e o professor no ocupe a
funço do professor# as aulas devem ser planejadas pelo professor# e 'uanto ao interprete
pode sugerir atividades em 'ue o aluno possa ter uma melhor compreenso do conte=do!
Assim o presente trabalho tem como objetivo conhecer o papel desse profissional e
'ual sua relaço com o aluno surdo# mediante as necessidades b(sicas de aprendi$agem
de pessoas com defici6ncia# sendo 'ue haja um olhar e uma tenço especial#
reconhecendo 'ue " preciso tomar medidas 'ue garantem a igualdade de acesso >
educaço a todos os portadores de 'ual'uer tipo de defici6ncia! endo 'uestionadas as
problem(ticas acerca do ensino aprendi$agem como) 'ual o papel do interprete? *ual
sua relaço com os alunos surdos em sala de aula# 'ual o n&vel de dificuldades dos
profissionais? *uais os recursos para desenvolver seu deve# entre outros
'uestionamentos! O trabalho " de car(ter bibliogr(fico 'ue fundamenta9se nos autores
*uadros# /eite# Coutinho# ander# ires# /acerda# o artigo organi$a9se em t
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4as discusses do Hmbito religioso# " necess(rio observar 'ue a trajet luta dos surdos em relaço ao direito de ter int"rpretes# considero 'ue estescinco dias de Congresso# do 'ual participei# com 8irg&nia BarrN 'ue sabia sinais tamb"m#
podem ser vistos como uma s&ntese desse processo! 4o primeiro dia# os profissionais 'ue
atuavam na (rea da surde$ mal podiam nos ver conversando com os surdos em l&ngua de
sinais! Ki$iam 'ue n
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Brasil e o respeito para com as pessoas 'ue utili$am esta l&ngua! Assim# no ano de 1
surgiu o primeiro curso de /ibras no Brasil# na cidade do Rio de aneiro# na "poca sem a
legali$aço da l&ngua e sem apoio das esferas governamentais! %sta fase marca o retorno
da l&ngua de sinais ao Brasil 'ue fora e7tinta durante o per&odo da concepço educacional
oralista# 'ue perdurou at" fins da d"cada de 1,! Os int"rpretes de l&ngua de sinais no
Brasil viram esses acontecimentos como um avanço muito significativo para a "poca#
por'ue se a l&ngua da comunidade surda estava sendo convencionada era sinal 'ue seria
necess(rias pessoas 'ue soubessem intermediar a comunicaço entre surdos e ouvintes!
A partir deste acontecido " 'ue surgiu o novo desafio dos int"rpretes de l&ngua de sinais
no Brasil# 'ue seria a %ducaço!
A partir de 1,# a hist
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de sinais no Brasil se deve em grande parte >s revogaçes e >s novas ideias advindas do
P55 Congresso da 3ederaço Mundial dos urdos# ocorrido na Qustria# em 1# 'ue
Revista do Kifere 9 54 21F ,# v! 2# n!-# de$@2,12 1, encaminharam para
andamentos mais urgentes de int"rpretes de l&ngua de sinais em v(rios pa&ses no mundo!
4esse processo " importante atentar 'ue a pol&tica de legali$aço do int"rprete de l&ngua
de sinais no Brasil avançou somente na primeira d"cada do s"culo PP5# mais
precisamente a partir do ano de 2,,2# com a aprovaço da /ei 1,!-0@,22 'ue
estabelece 'ue a /ibras deve ser ministrada em instituiçes p=blicas e privadas de todo o
territ aus6ncia da
formaço de um sindicato para lutar pela sa=de desse profissional junto ao 54 e >
revid6ncia ocial! or 'ue isto? Ima das principais ra$es da falta de um teto salarial
decente para esses profissionais so as cargas hor(rias muito caras e a viso de 'ue o
int"rprete de l&ngua de sinais " um profissional ocioso# isto "# 'ue esse sujeito no ficar(
sinali$ando a todo o momento em um hospital ou em um Conselho Jutelar# pois s< atuam
em situaçes muito raras! 4este sentido# se o int"rprete de l&ngua de sinais no
trabalhaD# ele pode perder sua identidade nesses espaços# passando a assumir
responsabilidades 'ue no so de sua compet6ncia# como# nas horas vagas atuar como
assistente administrativo em almo7arifados ou em secretarias destas instituiçes!%m setembro de 2,1,# houve a aprovaço da /ei nT 12! 01@1,# 'ue legali$ou a
profisso do int"rprete de /ibras no Brasil# afirmando tamb"m 'ue este indiv&duo ter( a
responsabilidade de guiar surdos9cegos em congressos e em outros eventos 'ue
necessitem de pessoas para lidar com sujeitos com defici6ncias (udio9visual9sensorial#
mostrando mais um novo desafio aos int"rpretes de /ibras# 'ue " a formaço para prestar
assist6ncia a estas pessoas! Mas# apesar de a hist
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curso a distHncia de bacharelado em /etras@/ibras pela Iniversidade 3ederal de anta
Catarina E I3C# no ano de 2,,# sendo um dos trabalhos pioneiros nesta (rea de
conhecimento na Am"rica /atina# cujo objetivo " a formaço acad6mica para int"rpretes e
pes'uisadores de l&ngua de sinais no Brasil!4estas perspectivas hist
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o 54% no Rio de aneiro# a capital do Brasil > "poca# e sendo um internato nacional# por
muitas d"cadas para ele convergiam surdos de todos os estados do Brasil# pois no havia
escolas de surdos em outros estados! Kessa maneira# " prov(vel# embora no haja
registros# 'ue os alunos# ao retornarem das f"rias em seus estados de origem# anos ap
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movimento reivindicando o reconhecimento dessa atividade profissional# como tamb"m
promove o in&cio desse trabalho em todo o Brasil!
Atualmente# a 3%4%5 possui# em seu 'uadro funcional# profissionais int"rpretescapacitados em cursos livres de curta duraço# organi$ados e promovidos por ela mesma#
em todos os estados em 'ue j( implantou sua representaço# contando# no momento#
com uma de$ena de regionais! ossui uma tabela b(sica com valores a serem cobrados
pelo trabalho de interpretaço! %ssa# " uma tabela de refer6ncia# respeitada pela
comunidade ouvinte# 'ue passou a valori$ar e a solicitar esse trabalho remunerado >
3%4%5! Jal fato muda# totalmente# o antigo cen(rio de atuaço do int"rprete# de car(ter
filantr
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partir dos 'uais fomos constitu&dos# o discurso oficial pe9se a serviço da manutenço
do status quosem a possibilidade de 'ue este seja ressignificado!
RELAÇÃO DO INTERPRETE DE LIBRAS COM O ALUNO SURDO
4esse conte7to " 'ue a e7peri6ncia com int"rpretes de l&ngua de sinais em sala
de aula começa a surgir! r(tica ainda recente em nosso pa&s# pouco conhecida e
divulgada merece atenço e refle7o buscando desvendar suas possibilidades e
limitaçes frente >s necessidades educacionais dos sujeitos surdos! 4o Brasil# com a
implantaço da pol&tica de 5ncluso# os alunos surdos t6m sido inseridos em classes de
ouvintes desde o ensino fundamental! %ssas e7peri6ncias permitem perceber a
dificuldade de acesso a l&ngua portuguesa enfrentada pelos alunos surdos# e as
dificuldades sentidas pelos professores para comunicaço com essas crianças!
Algumas poucas escolas# atentas a essa problem(tica# t6m permitido ou proposto >
inserço de um int"rprete de /&ngua de inais em sala de aula# buscando uma poss&vel
soluço para os problemas de incomunicabilidade e de desentendimento 'ue
enfrentam cotidianamente!
Jodavia# tais e7peri6ncias so pouco numerosas no Brasil como um todo# e
menores ainda so as refle7es divulgadas acerca dos limites e do alcance de tais
pr(ticas nesse n&vel de ensino! O interprete de libras na 'uesto escolar geral# h( o
funcionamento espec&fico em sala de aula! 4o espaço de classe o professor tem
autonomia e cabe a ele compreender a presença do int"rprete# 'ue por sua ve$ influi
muito para as açes 'ue se desenrolam em classe! A parceria entre professor e
int"rprete " fundamental! O int"rprete precisa poder negociar conte=dos com oprofessor# revelar suas d=vidas# as 'uestes do aprendi$ e por ve$es mediar a relaço
com o aluno para 'ue o conhecimento 'ue se almeja seja constru&do!
Ao integrar o espaço educacional o int"rprete passa a fa$er parte dele! Os
outros alunos# ouvintes# tamb"m se remetem a ele# fa$em 'uestes# relacionando9se
com ele como um educador em sala de aula! eu papel e limites de atuaço precisam
ser definidos conjuntamente com o professor para 'ue essas solicitaçes e interaçes
no gerem conflitos!
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O papel do professor# respons(vel pela classe# e coordenador do processo de
ensino@aprendi$agem da turma " claro e deve ser respeitado# todavia se o int"rprete
puder atuar como parceiro do professor# no 'ue di$ respeito > educaço da criança
surda# dividindo in'uietaçes# buscando soluçes conjuntas e trocando a partir de seu
papel de int"rprete de /&ngua de inais# 'ue " o de au7iliar a criança surda na
a'uisiço de conhecimentos escolares# aspectos da pr(tica pedags dificuldades da criança e 'ue bus'ue ativamente novos modos de mediaço
'ue favoreçam a construço de conhecimentos! Al"m disso# " fundamental 'ue o
int"rprete tenha conhecimento dos conte=dos ministrados e acesso > metodologia
eleita pelo professor para abordar as diferentes tem(ticas!
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O int"rprete precisa fa$er escolhas ativas sobre o 'ue deve interpretar de modo
a tornar os conte=dos realmente acess&veis para o aluno E uma traduço estrita nem
sempre " a melhor opço educacional! Assim# princ&pios como os de imparcialidade e
neutralidade do int"rprete no ambiente educacional precisam ser repensados e
merecem discusso!
Outro ponto importante " 'ue nem sempre o int"rprete educacional " chamado
a interpretar! :( situaçes em 'ue os interlocutores +surdos e ouvintes. buscam uma
comunicaço direta# sem mediadores e isso precisa ser respeitado E o papel do
int"rprete " estar dispon&vel tanto para o sujeito surdo como para os ouvintes# mas "
importante ter sensibilidade para perceber a necessidade de cada momento!
O int"rprete educacional tem uma tarefa importante no espaço escolar# e seu
papel e seus modos de atuaço merecem ser melhor compreendidos e refletidos! %m
sala de aula# muitas ve$es ele precisa atuar como um educador# construindo sentidos#
esclarecendo pontos# uma ve$ 'ue# se fi$er uma VinterpretaçoV no estrito sentido da
palavra# poder( apenas ter como resultado a no compreenso por parte dos alunos
surdos! 5sto por'ue o espaço educacional tem peculiaridades 'ue precisam ser
consideradas! O 'ue se objetiva " a construço de conhecimentos dos alunos e muitosrecursos podem ser utili$ados para alcançar esse fim!
Jodavia# o papel de educador@professor no pode recair sobre o int"rprete# j(
'ue seu papel principal " interpretar! O int"rprete no pode ser responsabili$ado pela
a'uisiço de conhecimentos do aluno! U preciso 'ue a atuaço do int"rprete se
constitua em parceria com o professor# propiciando 'ue cada um cumpra efetivamente
com seu papel# em uma atitude colaborativa# em 'ue cada um possa sugerir coisas ao
outro# promovendo a melhor condiço poss&vel de aprendi$agem para a criança surda!
e fa$ cada ve$ mais importante uma profunda discusso sobre a capacitaço
de int"rpretes para atuaço em sala de aula# j( 'ue este ambiente de trabalho se
constitui num espaço diferenciado 'ue re'uer formaço e suporte t"cnico# nem sempre
percebidos e desenvolvidos apenas com a pr(tica! Jal capacitaço envolve
conhecimento sobre o processo ensino@aprendi$agem# sobre a formaço de conceitos
e a construço de conhecimentos 'ue demandam formaço detalhada e espec&fica!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
%ssa pes'uisa teve um objetivo de aprendi$agem sobre a realidade do
interprete de /ibras# e pode9se notar as dificuldades enfrentadas em relaço as
tem(ticas apresentadas# e concluindo essa pes'uisa bibliogr(fica# eu pude perceber
'ue h( muito a se fa$er para 'ue todas as escolas tenham acesso ao profissional
5nterprete de /ibras# tamb"m pude perceber 'ue nas escola em 'ue trabalho h( muito
essas necessidade do mesmo# por 'ue trabalhar com alunos surdos " muito
gratificante# mas h( muitas dificuldades de interagir com eles! A falta de apoio "tamb"m um fator relevante e acaba por sobrecarregar o profissional 'ue passa a
assumir in=meras funçes al"m de educar!
O progresso total na educaço inclusiva acontecera a partir da colaboraço e
empenho de todas as faces da sociedade# 'uando no for apenas um problema de um
grupo minorit(rio em busca de melhorias# mais 'uando instituiçes# fam&lias#
profissionais da educaço e autoridades representativas unirem9se na busca de um
conhecimento mais claro sobre 'uestionamento acerca da incluso!
REFERENCIAS
COIJ54:O# K! M! K!; A4K%R# R!; 5R%# C! /! O int"rprete da /5BRA E um olhar
sobre a pr(tica do profissional! 5n) emin(rio Kesafios para o r
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*IAKRO E Ronice Muller de; O tradutor interprete de l&nguas de inais e de /&ngua
ortuguesa# rograma 4acional de Apoio > %ducaço de urdos 9 Bras&lia 2,,-!
3%4%5! 3ederaço 4acional de %ducaço de 5ntegraço de urdos! Kivulgaço e
institucionali$aço da /ibras E /&ngua Brasileira de inais# 2,,,!
3%4%5 9 3ederaço 4acional de %ducaço e 5ntegraço dos urdos# Rio de aneiro!
!m"ortância dos !ntér"retes da Linguagem de Sinais! 5mpresso do Centro Gr(fico do
enado 3ederal# Bras&lia K3# 1!
/AC%RKA E Cristina B! 3! de; O int"rprete educacional de l&ngua de sinais no ensino
fundamental) refletindo sobre limites e possibilidades refletindo sobre limites e
possibilidades ! 5n) /OK5# A C B! +et al!. /etramento e minorias! 2W ediço! Mediaço# orto
Alegres) 2,,0!