Upload
builiem
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - UCAM
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO FATOR INTEGRANTE DE COMPORTAMENTO ÉTICO NO CENÁRIO DA GESTÃO
EMPRESARIAL
João Ricardo Gonçalves Pereira
Niterói Janeiro / 2009
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO FATOR INTEGRANTE DE COMPORTAMENTO ÉTICO NO CENÁRIO DA GESTÃO
EMPRESARIAL
OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo geral
explicar como a responsabilidade social pode
ser considerada um fator integrante de
comportamento ético no cenário da gestão
empresarial.
Por
João Ricardo Gonçalves Pereira
Rio de Janeiro / 2009
AGRADECIMENTOS
A minha Orientadora Professora Diva Nereida
Marques M. Maranhão, pela paciência,
consideração e atenção durante a realização
desse trabalho;
Aos Professores do Curso, pelo apoio e
presteza em seus ensinamentos, no decorrer
de mais uma jornada;
A todos que nos deram força e me ajudaram,
apoiando e incentivando com amor, que é a
essência da vida.
DEDICATÓRIA
A Deus, que está sempre presente em minha
vida me dando forças, fé e coragem para
ultrapassar obstáculos.
EPÍGRAFE
“A participação futura no setor social será muito mais uma função de resultados que de atividades”.
(Peter Durcker)
RESUMO
Percebe-se que as organizações modernas têm buscado a melhoria de seu desempenho a cada dia mais, porém elas necessitam assim, aumentar seu entendimento e investimento em termos de responsabilidade social, como forma de se manterem competitivas. Para tal, devem ainda admitir a implementação de sistemas de gestão de desempenho como uma forma de se manterem atuantes num mercado globalizado. A grande maioria se defronta com dificuldades para incorporar a questão da responsabilidade social a seus negócios, e isso as preocupa no que se refere aos indicativos de riscos notados com a responsabilidade social a seus negócios. Esses por sua vez, decorrem não só de inclusão limitada do próprio conceito de Responsabilidade Social, mas igual dificuldade de perceber a Responsabilidade Social Empresarial como uma fonte geradora de valores, que oportunizam o crescimento empresarial. Logo, a pesquisa em foco tem como finalidade descrever um programa que utiliza a Responsabilidade Social Empresarial, contemplando as características organizacionais no decorrer do processo de sua construção mostrando suas ferramentas positivas e negativas, em questões de competitividade e potencialidade, que deve ser implementada na gestão empresarial. Enfatiza o ambiente organizacional de uma empresa privada de mineração, denominada por Vale, conhecida no Brasil e no Mundo, que atende tanto o ambiente interno quanto externo, quando implementa projetos de sustentabilidade ambiental, como é o caso do Projeto em Carajás, no Pará, uma vez que promove a integração de suas estratégias, objetivos, interesses e valores de seus funcionários e da sociedade em que ela atua.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desse estudo tomou-se como embasamento a
classificação apresentada por Vergara (2000) que divide a metodologia quanto
aos meios e aos fins. Trata-se de uma pesquisa exploratória (quanto aos fins),
bibliográfica e documental (quantos os meios).
Sendo assim, quanto aos meios, corresponde a uma pesquisa
bibliográfica, pois recorrerá ao uso de material acessível ao público em geral
como: livros, jornais e redes eletrônicas.
Quanto aos fins, é uma pesquisa descritiva e explicativa: descritiva, pois
descreverá as características de determinados fenômenos; e explicativa, pois
justificará os fatores que contribuem de alguma forma para a ocorrência de
determinados fenômenos.
Segundo Vergara (2000) a pesquisa bibliográfica consiste no estudo
sistematizado, desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, sites eletrônicos, entre outros materiais disponíveis ao público
de modo geral. Acrescenta ainda que esse tipo de pesquisa sugere
instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, porém pode
esgotar-se em si mesma.
Em se tratando de responsabilidade social e comportamento ético,
observa-se que o referencial bibliográfico existente está relacionado a outras
áreas afins como marketing empresarial e ambiental, gestão ambiental,
estratégia de marketing e ainda as tecnologias de materiais.
Ao preencher a espaço de uma referencial bibliográfico brasileiro no
campo da gestão empresarial, do comportamento ético e da responsabilidade
social empresarial, seja possível estar colaborando para maiores
esclarecimentos sobre esses assuntos.
Espera-se, desse modo, poder auxiliar outros indivíduos, tenham seu
interesse despontado para o tema, incluindo empresários, professores
universitários, órgãos públicos, organizações de classes empresariais, entre
outros que queiram ampliar seus conhecimentos sobre a questão apresentada.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 12
RESPONSABILIDADE SOCIAL: QUESTÃO COMPLEXA
NO COMPORTAMENTO EMPRESARIAL 12
CAPÍTULO II 20
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS: COMPROMISSOS DA EMPRESA
JUNTO AO SEU PÚBLICO 20
CAPÍTULO III 30
A GESTÃO EMPRESARIAL NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS 30
CAPÍTULO IV 36
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA REFLEXÃO
ÉTICA DE PRINCÍPIOS E VALORES 36
CAPÍTULO V 43
UMA NOVA DIMENSÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM
RELATO DE CASO 43
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 59
ÍNDICE 63
ANEXO 65
ATIVIDADES CULTURAIS 65
INTRODUÇÃO
O tema aqui proposto trata da responsabilidade social nas empresas e
tem por objetivo explicar como a responsabilidade social pode ser considerada
um fator integrante de comportamento ético no cenário da gestão empresarial.
Especificamente, pretende descrever o conceito responsabilidade social
direcionando o processo de gestão empresarial para o fortalecimento da
dimensão social da empresa, mostrando que tipo de procedimento deve ser
utilizado para que a responsabilidade social esteja imbuída de um investimento
ético profissional.
Entretanto, menciona algumas ocasiões que caracterizam o perfil de um
novo empreendedor social, responsável pelo desenvolvimento de seu papel na
gestão empresarial, procurando reconhecer a responsabilidade corporativa
como reflexão ética de princípios e valores que demandam a democracia
organizacional. Visa ainda traçar o perfil de uma empresa com
responsabilidade social exercida no ranking das modernas empresas
brasileiras.
Ao perceber o constante crescimento do nível do mercado e dos
consumidores, cada vez mais exigindo a sofisticação das empresas, torna-se
inevitável a aplicação de estratégias e de processos mais elaborados que
atendam as demandas sociais e empresarias do mundo globalizado.
Evidentemente, isso se confirma pelas pesquisas voltadas para o âmbito
empresarial, oferecendo informações mais otimistas com relação às empresas
que atuam em obras assistenciais, filantrópicas e no desenvolvimento de
projetos sociais e ambientais.
Cabe lembrar que ser socialmente responsável é exercer uma
responsabilidade interna e externa. Logo, uma empresa deve ter a
preocupação de apoiar entidades da comunidade na qual está inserida,
preocupando-se ainda com o bem-estar de seus funcionários, da sua família e
da ética com o consumidor. Hoje, as organizações que atuam em países em
desenvolvimento estão enfrentando grandes desafios impostos pelas
exigências dos consumidores ou pela pressão de grupos da sociedade
organizada. Por esse motivo, muitas organizações iniciaram a busca de novos
compromissos com a sociedade, além de desenvolver seu papel de produtora
de bens e serviços, elas se apresentam como implementadora do bem estar
social.
Passaram, então, a investir em ações valorizadas no mercado,
priorizando a responsabilidade social como um comportamento ético de gestão
empresarial, fator esse que vem justificar a problemática deste estudo.
Portanto, para melhor entender essas questões, o trabalho se subdivide em capítulos, antecedidos da uma introdução que abrange o tema da responsabilidade social de modo geral, dando destaque aos objetivos pretendidos com a pesquisa, oferecendo sugestões para alcançá-los. O capítulo I focaliza conceitos de responsabilidade social direcionados ao fortalecimento da dimensão social do comportamento das organizações, que se transforma num estudo complexo e polêmico, porém, ao mesmo tempo dinâmico. O capítulo II evidencia como é possível gerenciar novas tendências de padrões de conduta empresarial na busca da ética e da responsabilidade social, numa visão empreendedora, social, responsável e atuante no contexto de gestão empresarial. No capítulo III será tratada a atuação do gestor empresarial nas organizações modernas, descrevendo acerca da natureza da responsabilidade social e empresarial, abrangendo áreas que norteiam melhores negócios, e que poderão ser analisadas sob uma visão sistêmica.
O capítulo IV trata da responsabilidade corporativa como uma reflexão ética de princípios e valores que exigem a democracia organizacional, como contribuição necessária para a futura gestão de qualidade ambiental. O capítulo V faz pequeno relato sobre a Vale, uma empresa que pretende mostrar seu desempenho através de uma análise norteada para a dimensão social e de responsabilidade que vem sendo exercida no contexto de uma organização moderna e brasileira. Em suma, pretende-se definir pontos fundamentais sobre a responsabilidade social que servirão de guia para a investigação de ações que conduzirão às mudanças sociais no atual mundo globalizado. Ações estas, transformadoras que servem como fonte imprescindível, geradora de recursos em prol do desenvolvimento ético, cívico, social, econômico, cultural e político da sociedade de um modo geral.
CAPÍTULO I RESPONSABILIDADE SOCIAL: QUESTÃO COMPLEXA
NO COMPORTAMENTO EMPRESARIAL
A responsabilidade social tornou-se uma questão complexa no
comportamento empresarial quando surge associado ao conceito de
responsabilidade legal, significando um comportamento socialmente viável no
sentido ético.
Ao longo dos anos, vem transmitindo a idéia de contribuição social
voluntária e associação a uma causa específica. Trata-se de um conceito
complexo e dinâmico, com significados diferentes em contextos.
Obviamente, não cabe estabelecer aqui um manual para que as
empresas adotem práticas de gestão socialmente responsável, mas será
significativo compreender a evolução comportamental com vistas e bases
sistêmicas, nos vários setores da empresa. Este seria, talvez, um dos fatores
que contribuíram para o sucesso de muitas empresas do mundo atual.
Outro fator estaria relacionado ao comprometimento permanente dos
empresários em adotar um comportamento ético, que corrobore para o
desenvolvimento econômico, e, ainda priorize a melhoria de qualidade de vida
de seus empregados e de suas famílias, bem como da própria sociedade como
um todo.
1.1 Noções preliminares
Salienta-se que as primeiras manifestações sobre a responsabilidade
social surgiram com os trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907)
e John Clarck (1916), cujas manifestações não receberam apoio, pois foram
consideradas de cunho socialista. Entretanto, foi nos Estados Unidos (em
1953), que ocorreram evidências de discussão em maiores proporções com
Howard Bowen, em seu livro “Social Responsabilities of the Businessman”,
recebendo força e conquistando outros adeptos.
Na década de 70, aparecem associações de profissionais interessados
em estudar o tão discutido assunto com a American Accouting Association e
American Instituto of Certifica Public Accountants.
Assim, a responsabilidade social deixa de ser simples curiosidade e se
transforma em um novo campo de estudo. É muito comum ver empresários e
empresas divulgando nos meios de comunicação a participação ou o apoio a
projetos sociais, através de doações. No entanto, a questão da
responsabilidade social abrange muito mais do que simples doações
financeiras ou materiais.
A responsabilidade social empresarial trata não apenas da relação ética,
como da relação socialmente responsável da empresa em todas as suas
ações, políticas, e suas práticas, diante das suas relações, sejam elas com o
seu público interno ou externo, segundo enfatiza Grajek (1999).
No que diz respeito a esfera empresarial, considera-se uma ação
filantrópica quando a empresa faz doações financeiras a instituições,
fundações, associações comunitárias entre outras.
Constitui, portanto, uma ajuda que acontece esporadicamente. Porém, quando se fala em responsabilidade social, a empresa age de forma estratégica, ou seja, se traça metas que atendam às necessidades sociais, de forma que o lucro da empresa seja garantido, bem como a satisfação do cliente e o bem-estar social. Existem, então nesta questão, o envolvimento, o comprometimento
que por sua vez vem a ser duradouros. Segundo o Instituto Ethos (2002) o assunto implica, portanto, na forma como as empresas conduzem seus negócios de tal forma que as tornam parceiras e co-responsáveis pelo desenvolvimento social das organizações. Nota-se que este é um processo que nunca se esgota. Não dá para dizer que uma empresa chegou ao limite de sua Responsabilidade Social, pois sempre há algo a se fazer. Assim, o primeiro passo é a empresa fazer uma auto-avaliação que possa indicar onde é necessário melhorar suas políticas e práticas e, a partir daí, estabelecer um cronograma de ações que devem ser realizadas pela empresa. É um processo educativo que evolui com o tempo. A prática demonstra que um programa de Responsabilidade Social só traz resultados positivos para a sociedade, e para a empresa, se for realizada de forma autêntica. A empresa precisa ter a cultura da responsabilidade social incorporada ao seu pensamento. Desenvolver programas sociais apenas para divulgar a empresa, ou como forma compensatória, não traz resultados positivos sustentáveis ao longo do tempo.
Todavia, para aquelas empresas que incorporarem os princípios e os
aplicarem corretamente, alguns resultados podem ser sentidos, como a
valorização da imagem institucional e da marca, maior lealdade do consumidor,
maior capacidade de recrutar e manter talentos, flexibilidade e capacidade de
adaptação e longevidade.
Em síntese, uma empresa socialmente responsável será
constituída por capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes envolvidas no negócio (stakeholders): funcionários, acionistas, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente, que possivelmente conseguirão incorporá-los no planejamento de suas atividades, tentando atender às demandas de todos, segundo informa o Instituto Ethos (2002).
Além disso, será necessário compreender os principais pilares sobre os
quais se assenta: a necessidade de promover desenvolvimento sustentável,
em nível global, ou seja, o uso dos recursos naturais pela nossa geração de
maneira a que todas as futuras gerações possam usufruir, no mínimo, dos
mesmos recursos; preocupando-se com a tomada de decisões.
Esta por sua vez, retratará uma verdadeira inclusão social, que requer
amplo e universal respeito aos Direitos Humanos Fundamentais como: o direito
à vida com dignidade, à educação básica, à liberdade, à alimentação
adequada, entre tanto outros que possibilitam a eliminação de qualquer tipo de
discriminação de gênero, racial, étnica e cultural, além da vontade política de
implantá-la na gestão da empresa, pois a verdadeira Responsabilidade social
empresarial independe de investimentos.
Karkotli1 (2004, p. 12), ao analisar o assunto diante de uma visão
estratégia empreendedora, sugere que o exercício da responsabilidade social
seja visto como tal, devendo chamar a atenção dos empreendedores para a
importância, vantagens e benefícios que podem ser obtidos com a prática e
implementação de programas de responsabilidade social em suas empresas.
Para o autor supracitado, “toda empresa responsável socialmente será
uma empreendedora, e para implementar esta nova gestão, deve utilizar uma
estratégia também empreendedora para ser responsável social", são estas as
palavras do mestre conhecedor do assunto. (Idem, op. cit., p.13)
Com efeito, a responsabilidade social empresarial se consagra
1 Doutor e Professor da Universidade Federal de Santa Catarina, na área de concentração e mídia e conhecimento.
numa forma de gestão estratégica que abrange tanto a obrigatoriedade legal quanto marketing social, que na visão de Kotler e Roberto constitui:
Uma estratégia de mudança de comprotamento, que combina os melhores elementos e abordagens tradiconais da mudanças social num esquema integrado de planejamento e ação e aproveita os avanços na tecnologia das comunicações e na capacidade de marketing. (KOTLER; ROBERTO, 1992, p. 25)
Dessa forma, ele pode ser apresentado como ferramenta essencial para a promoção de mudanças de comportamentos, atitudes e práticas, que auxilia a redescoberta do consumidor através do diálogo interativo, proporcionando condições para que se crie o processo de reflexão, participação e mudança social. Por sua vez, pode-se perceber que os resultados a partir desse conceito, passam a ser mensuráveis, en decorrência dos efeitos e assim, podem ser analisados levando-se em conta a sua efetividade. A partir desses argumentos, será possível apresentar discussões sobre a gestão interna desta proposta, bem como, as possíveis formas de atuação de´profissionais capacitados para detectar uma cultura socialmente responsável, elaborando resultados que mostram o perfil de suas ações sociais e de seus desafios.
Moreira (1999) revigora a idéia de que as empresas devem compreender
melhor seu impacto e o desempenho social e ético fazendo uma avaliação por
meio de auditorias, incorporando-se à gestão dos negócios.
Em verdade, o tema engloba também questões como a ética,
valores e princípios, moral, retratando transparência e coerência, destacando principais modelos e processos de diagnóstico, comunicação e avaliação de estratégias e de resultados, que fornecem novas perspectivas sobre a responsável social empresarial.
1.2 Responsabilidade social empresarial: perspectivas práticas
As perspectivas acertadas sobre a prática da responsabilidade social
podem apresentar um melhor desempenho e a sustentabilidade a médio e
longo prazo no ambiente organizacional. (MARTINELLI, 1997)
Para o autor, esses fatores implicam em valor agregado à imagem
corporativa da empresa; motivação do público interno; vantagem competitiva;
facilidade no acesso ao capital e financiamento; reconhecimento dos dirigentes
como líderes empresariais; melhoria do clima organizacional entre outros.
Nessa linha de raciocínio, Melo Neto e Fróes (2001) afirmam que:
As empresas socialmente responsáveis tendem a se destacar pelo seu padrão de comportamento ético/social, demonstrando comprometimento com a comunidade local e com seus funcionários, por meio de ações sociais cujo principal objetivo não é o marketing, mas o desenvolvimento local. (MELO NETO e FRÓES, 2001, p.19)
Como uma tentativa de contextualizar as ações de responsabilidade
social, os autores mostram que há, atualmente, predominância de ações
sociais externas (voltadas para a sociedade ou para a comunidade local) sobre
as de caráter interno; que grandes organizações criaram suas fundações e
atuam socialmente na área de educação.
Outras empresas deixam prevalecer um padrão assistencialista em
ações sociais, em especial, junto a empresas de pequeno e médio porte,
apesar de as grandes empresas já terem identificado a importância de ações
sociais sustentáveis.
De acordo com Cappellin e Giuliani (1999, p. 10) “na busca de eficiência
e excelência empresarial, parece não ser mais satisfatória a tradicional
alquimia do cálculo custo/beneficio com o aumento da produtividade e a
ampliação das vendas no mercado”.
Entretanto, os critérios de avaliação do sucesso têm seu início ao
congregar dimensões que vão além da organização econômica e que dizem
respeito à vida social, cultural e à preservação ambiental.
Vale ressaltar que a eficiência não é apenas fazer as coisas bem, de
acordo com as regras de mercado, mas consiste em fazer as coisas boas,
conforme os princípios éticos que envolvem não apenas o ser humano, mas
também a responsabilidade social empresarial.
1.3 Desenvolvimento Sustentável X Crescimento Econômico
O processo de implantação do modelo de desenvolvimento sustentável
vem ao longo dos tempos modificando de forma lenta o perfil das empresas.
Vinte anos depois da divulgação do Relatório Brundtand, em 1987,
quando foram idealizadas as linhas gerais de um novo modelo, boa parte do
setor empresarial solidificou seu posicionamento.
Isso ocorreu segundo Almeida (2007, p. 9), “ao lado das instituições
governamentais e da sociedade civil organizada, como um dos pilares desse
mundo tripolar”, na qual se estabelecia a capacidade de articulação
preconizando a velocidade da transformação, numa corrida marcante contra o
tempo com o objetivo de reverter “a curva da degradação ambiental e dos
indicadores de pobreza no Brasil e no mundo”.
No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Harlem Brundtland e Mansour
Khalid, apresentou um documento chamado Our Common Future, mais
conhecido por relatório Brundtland. O relatório diz que: “desenvolvimento
sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias
necessidades”.
O relatório não apresenta as críticas à sociedade industrial que
caracterizaram os documentos anteriores; demanda crescimento tanto em
países industrializados como em subdesenvolvidos, inclusive ligando a
superação da pobreza nestes últimos ao crescimento contínuo dos primeiros.
Assim, foi bem aceito pela comunidade internacional.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, mostrou um
crescimento do interesse mundial pelo futuro do planeta; muitos países
deixaram de ignorar as relações entre desenvolvimento sócio-econômico e
modificações no meio ambiente.
O termo desenvolvimento sustentável define as práticas de
desenvolvimento que atendem às necessidades presentes sem comprometer
as condições de sustentabilidade das gerações futuras. Seus princípios são
baseados nas necessidades, sobretudo as necessidades essenciais e,
prioritariamente, aquelas das populações mais pobres; e limitações que a
tecnologia e a organização social impõem ao meio ambiente, restringindo a
capacidade de atender às necessidades presentes e futuras.
Em sentido amplo, a estratégia de desenvolvimento sustentável visa a
promover a harmonia entre os seres humanos e entre esses e a natureza. O
desenvolvimento sustentável não trata somente da redução do impacto da
atividade econômica no meio ambiente, mas principalmente das conseqüências
dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade, tanto
presente quanto futura.
O conceito de desenvolvimento sustentável deve ser assimilado pelas
lideranças de uma empresa como uma nova forma de produzir sem degradar o
meio ambiente, estendendo essa cultura a todos os níveis da organização.
Para que seja formalizado um processo de identificação do impacto da
produção da empresa no meio ambiente e resulte na execução de um projeto
que alie produção e preservação ambiental, com uso de tecnologia adaptada a
esse preceito.
Na tentativa de chegar ao DS, sabe-se que a Educação Ambiental é
parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se
atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.
Logo, é necessário contribuir para a busca da integração entre as
dimensões do desenvolvimento sustentável: ecologia, sociedade e economia.
O impacto e o estado vigente do ambiente, pode contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da população local em consonância com os padrões éticos e
ecológicos.
Atualmente, as concepções do desenvolvimento sustentável são
amplamente aceitas. Mesmo que o conceito não seja consensual, esse é o
objetivo principal da Agenda 21, um dos documentos editados na Eco-92. A
difícil integração entre fatores ecológicos, sociais e econômicos tem sido uma
meta buscada em nível internacional.
Cresce na empresa a importância da gestão ambiental, principalmente
nas indústrias, que facilmente ultrapassam o limite de resíduos que poluem o
ambiente.
Segundo Wernke (2000), defender o meio ambiente deixou, então, de
ser apenas assunto de ecologistas e passou a ter grande influência nas
estratégias empresariais. Por isso algumas empresas estão procurando mudar
a filosofia de satisfação das necessidades do consumidor, visando a uma
qualidade melhor de vida para a sociedade, tentando, para tanto, solucionar
problemas ambientais.
CAPÍTULO II
POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS: COMPROMISSOS DA
EMPRESA JUNTO AO SEU PÚBLICO
É importante lembrar que formular políticas e estratégias, bem como,
definir preâmbulos sobre situações emergenciais dentro empresa é fator
fundamental para formalizar e esclarecer os compromissos da empresa junto
ao público interno e externo.
No entanto, esta definição com relação às atividades de filantropia e a
preocupação com a preservação da imagem da empresa não estimula a
participação dos funcionários.
Assim sendo, fica claro, que depois de definidos e elaborados planos,
programas e projetos, estes devem ser implementados com base nos recursos
disponíveis num sistema de gerenciamento eficiente e eficaz e nos prazos
previstos.
Nesse sentido, retomam-se os ensinamentos de Melo Neto (1999) que
contextualizam frisando que no nível governamental é prática comum a
definição de uma estrutura de planos, programas e projetos. Já no plano
empresarial ocorre a preferência sobre os projetos específicos.
No âmbito social, isso irá depender do grau de apoio e parceria com o
governo ou de projetos criados como finalidade de desenvolver uma
organização sociopolítica com recortes de instituição econômica. Mas quando
se trata da capacitação e dos recursos disponíveis.
Há, portanto, que se habilitar para gerenciar planos, onde à maioria das
organizações opta pela inserção de novos projetos, como escopo de atuação.
Porém, sempre deverá existir a liderança como um compromisso dentro
desse contexto empresarial. Haja vista, que liderar é somente uma das funções
de um gestor empresarial. As demais devem incluir o planejamento de ações
ou a direção a ser tomada, organizando ou criando os processos, fazendo-os
funcionar, controlando para assegurar os resultados esperados.
Por esse motivo, pode-se dizer que liderar consiste em auxiliar sua
equipe a olhar o rumo que se tem a seguir, motivando e entusiasmando os
colaboradores, além de estimular o empenho e o comprometimento de cada
membro integrante da organização.
2.1 A organização como instituição econômica, social e política
Sabe-se que a liderança não é fruto da vontade pessoal de um diretor,
não se observa que este ou aquele projeto tem um padrinho, patrono, a
presença marcante de um líder. Mas as iniciativas podem vir de todos os
níveis.
Assim sendo, percebe-se que o nível gerencial deve ser extremamente
ativo, no sentido de ampliar a atuação da empresa não apenas na área social.
A liderança promove o desenvolvimento da RSE proporcionando o ambiente e
a cultura de suas ações, pelo contrário a base de sua atuação é uma cultura
corporativa, internalizada pelos seus funcionários que têm condições de
assumir os compromissos sociais da empresa e podem dividir com a alta
diretoria esta responsabilidade.
Por sua vez, liderança é variável que afeta todas as variáveis da
dinâmica empresarial, os valores, crenças e atitudes de liderança criam a
cultura corporativa e o ambiente organizacional para o desenvolvimento da
RSE.
No aspecto de gestão ambiental e de segurança podem ser
incorporadas no dia-a-dia das práticas gerenciais. Fatores determinantes
podem ser geridos tal qual, o apoio e envolvimento da alta direção, a
formulação de diretrizes e políticas, a incorporação na estratégia geral da
empresa e a estrutura matricial do núcleo gerencial de meio ambiente e o
colegiado de segurança.
Muitas empresas incorporaram a dimensão social de atividades no
modelo de gestão recentemente, isso se deu com a abertura do mercado para
a competição, passando por uma mudança organizacional profunda que inclui
a RSE, na estratégia de gestão empresarial pré-estabelecida, conferindo as
empresas, uma posição de mercado privilegiada, que foi sustentada pela
posição de atuação orientada para a RSE.
O foco atual da grande maioria das empresas são os resultados. Elas
não abrem mão dos resultados para garantir emprego e estabilidade de seus
funcionários, mas para chegar nestes é necessário incorporar a dimensão
social de suas atividades de negócios. Não pode arriscar a sua reputação e
imagem com atitudes omissas e displicentes que tem atingido várias empresas.
É importante discutir e atribuir aos seus objetivos específicos,
determinadas parcerias estratégicas, capaz de viabilizar novos rumos.
Portanto, pode-se observar que a responsabilidade social é assim, um fruto da
gestão das organizações e das profundas críticas sociais, legais, éticas e
econômicas que as organizações, inspiradas nos parâmetros da obtenção de
estratégia social.
2.2 Estratégias empresariais: retorno econômico associado ao mercado competitivo
As noções sobre responsabilidade social podem ser consideradas quase
tão antigas quanto às próprias noções de empresa e negócio. A influência das
empresas na sociedade vem se transformando no decorrer das últimas
décadas, simultaneamente com as conquistas da humanidade no campo
social. (MELO NETO, 1999)
Cabe lembrar que as estratégias empresariais têm sido avaliadas pelo
seu retorno econômico para os acionistas proprietários.
Elkington (apud COSTA, 2002), diz que uma perspectiva convencional
de avaliação, segue parte da prática contábil padrão das organizações, o
desempenho econômico é o lucro da empresa, depois da dedução dos custos
e da depreciação do capital.
Os desafios para avaliar o desempenho econômico da empresa vão
além da apuração do lucro contábil. O primeiro olha o passado, para os custos
e a depreciação; o segundo olha o futuro, para o valor futuro esperado dos
lucros que uma empresa provavelmente vai gerar (COSTA, 2002).
O desempenho econômico está associado à competitividade das
empresas, atingida quando uma empresa formula e implementa com sucesso
uma estratégia que cria valor.
Isso forma que outras empresas não possam replicar os seus
resultados, e propicie um retorno para os investidores acima da média, para
que estes mantenham a provisão de recursos para os negócios, ou seja, o
retorno do investidor deve ser acima do custo de oportunidade de outros
investimentos.
A gestão dos negócios envolve a decisão e a análise de uma série de
fatores que vão além da lucratividade, inclui a sustentabilidade dos negócios,
os riscos envolvidos e os impactos dos negócios na sociedade.
A vantagem competitiva é resultante de vários fatores, como maior
satisfação do consumidor, fidelidade do consumidor, participação no mercado,
desempenho financeiro e operacional (preço, custo, qualidade dos produtos e
serviços) das empresas, segundo Milles e Govin (apud Costa, 2002, p. 30).
A abordagem econômica forçou as corporações a melhorar seu
desempenho financeiro continuamente enquanto se ajustavam, obedecendo às
regulamentações nos vários mercados em que serviam. Fornecedores,
agências governamentais e outros parceiros estratégicos têm-se preocupado
com a reputação geral da corporação quando selecionam empresas para criar
alianças.
Todos esses requisitos concorrem para simultaneamente melhorar o
desempenho financeiro, social e ambiental e encorajar as empresas a procurar
maneiras inovadoras de se relacionar com o ambiente social. Essa postura as
leva a adotarem estratégias para incrementar sua reputação,, que na visão de
Fonbrun (apud Costa, 2002, p. 31) “compreende uma série de percepções das
pessoas dentro e fora da empresa.”
Para autor supracitado, publicamente as corporações se esforçam par
satisfazer as demandas de uma série de grupos de agentes para operar na
sociedade. Nesse caso, a reputação de uma empresa traduz-se pela
percepção desses agentes incluindo: proprietários, sociedade e comunidade
(do local para o internacional), bem como, presentes e futuras gerações,
clientes, empregados, fornecedores, parceiros estratégicos, governo, agências
inter-governamentais, bancos e agências financiadoras e organizações não-
governamentais. (COSTA, 2002)
Uma reputação corporativa superior será um bem intangível e uma fonte
de vantagem estratégica, que proporcionará o aumento da capacidade de uma
corporação em criar valores a longo prazo, além de ser uma contribuição para
a performance global das empresas. Isso é resultante de credibilidade,
integridade, confiabilidade e responsabilidade, conforme explicam Milles e
Govin (apud COSTA, 2002, p. 32).
Pode-se observar recentemente que para ampliar os seus parâmetros.
Estudos e pesquisas no âmbito acadêmico estão começando a movimentar
permitindo análise mais complexa e uma melhor compreensão das relações da
empresa com a sociedade.
A responsabilidade social gerou uma nova configuração social, onde
todos os papéis, tanto das empresas quanto da sociedade, foram e ainda estão
sendo revistos. Denúncias de práticas sociais inadequadas contra empresas do
mundo todo têm se tornado uma constante. A sociedade cobra transparência
por parte das empresas em relação às suas ações.
Ser socialmente responsável não é assumir uma postura
assistencialista, ou seja, fazer doações em dinheiro, pois isso não é suficiente
para minimizar as dificuldades de uma comunidade, é preciso mostrar
resultados. Agregar traços de responsabilidade social a uma marca não é
tarefa fácil, pontual e muito menos exclusiva da área de marketing. A tarefa
deve estar embutida na estratégia do negócio e de marketing da empresa que
são programas e ações que devem partir da visão, missão e valores da
empresa.
Para Costa (2002) com o aparecimento da estratégia de marketing social
e a construção da marca nasce um novo tipo de negócio, no qual a empresa
orgulhosamente informará que sua marca não é apenas um produto, mas um
estilo de vida, uma atitude, um conjunto de valores. Surge a consciência de que
marca não é apenas um slogan, mas a identidade da empresa ou uma
consciência corporativa.
Sem dúvida, a responsabilidade social tem fortes conotações legais,
morais, políticas e ideológicas, constituindo um ponto polêmico para os vários
estudiosos do tema. Dada a sua especificidade, a sua amplitude não é igual em
todos os países ou regiões.
Se em determinados locais o conceito é mais evidente, em outros vai
surgindo mais timidamente; se para uns o conceito é positivo e essencial, para
outros ele é negativo e dispensável, dentro dos singulares parâmetros que
assume.
Neste sentido, os problemas sociais, ambientais e trabalhistas que antes eram percebidos como uma responsabilidade estática das instituições públicas e organizações privadas, hoje tende a ser discutido pelas organizações públicas dentro de um marco de maior complexidade e a fazer parte das suas preocupações centrais. Portanto, é natural que as organizações comecem a se preocuparem em adotar novos instrumentos e ferramentas gestacionais, tomando como base os princípios e indicadores que avaliam e legitimam suas metas.
As mudanças estratégicas foram acompanhadas por mudanças
significativas nas organizações. O crescente escopo e complexidade dos
negócios sobrepujaram a capacidade de gerenciar suas operações, o que
exige a contratação de administradores profissionais que se responsabilizam
por parte dos negócios, e assim ampliando as atividades das empresas bem
como o número de pessoas que necessita ser monitorado e motivado.
Torna-se importante ainda falar sobre a criação de sistemas de
informação e avaliação para estimar a credibilidade e as perspectivas das
empresas e o desempenho de seus administradores contratados. Tudo isso,
incrementará a competição no mercado para as empresas que atuam em
mercados locais, fazendo surgir novos competidores.
A significativa transformação da estrutura das empresas, as
mudanças no caráter de sua atuação e na abrangência de suas atividades levantam a hipótese em se discutir questões fundamentais que dizem respeito à responsabilidade social que é conseqüência da crescente influência que passaram a exercer sobre os mais diversos aspectos da sociedade. Logo, é de suma relevância ter como ponto de partida a responsabilidade propondo-se atingir os nortes da conscientização social.
2.3 Responsabilidade e conscientização social
A responsabilidade social abrenge em termos gerais, o desenvolvimento
comunitário, equilíbrio ambiental, retorno de investidores, comunicação
transparente, sinergia com parceiros e satisfação do consumidor, segundo
assegura Costa (2007).
Já Ashley define a responsabilidade social como:
Compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, alguma comunidade, de modo especifico. (...) assim, numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria de qualidade de vida da sociedade. (ASHLEY, 2002, p. 11-12)
Para tanto, cabe frisar ainda que o problema da ética empresarial surja
em função da cultura organizacional e da vontade individual. Em verdade, a
cultura organizacional e fundamentada em princípios e normas estabelecidas
pela diretoria da organização e ainda por padrões e hábitos da sociedade na
qual está inserida. Logo, a vontade individual irá influenciar diretamente nos
princípios éticos adotados.
Ante ao exposto, acredita-se que os conceitos de responsabilidade
social conduzem a não apenas as obrigações impostas pela norma legal, mas
por uma filosófica de gestão empresarial que pode ser vista como uma questão
de sobrevivência no mercado. (COSTA, 2007)
Utilizando a responsabilidade econômica se estará empregando também
os recursos da sociedade e estes devem gerar resultados positivos. Isso
promoverá uma mudança no comportamento empresarial, seguindo padrões de
condutas aceitáveis, e ainda, de conscientização social. Para tanto, será
relevante conhecer algumas características de uma empresa socialmente
responsável.
2.4 Características de uma empresa socialmente responsável
De acordo com o Instituto Ethos de Empresas (2006) será possível
instituir olhares voltados sobre determinadas características que ratificam uma
gestão socialmente responsável. Dentre elas inclui-se a transparência que
divulga informações, decisões e intenções de forma aberta e acessível a todos
os públicos que se relacionam com a organização.
Logo, a empresa deve assumir de forma pública os seus compromissos,
tanto em relação ao público interno, quanto ao futuro, e ainda em relação à
manutenção de recursos naturais e à promoção da diversidade.
Outra característica é o relacionamento com as instituições que
representam interesses variados, devendo sempre haver contato e diálogo com
organizações e especialistas que contribuam com a empresa para lidar com
seus problemas e/ou demandas.
Além disso, será preciso criar a capacidade de atrair e manter talentos,
sendo esta uma opção que faculta o atendimento dos interesses de cidadão
enquanto profissional.
Torna-se necessário também que haja um elevado grau de motivação e
comprometimento dos colaboradores que inclua todos colaboradores internos e
fornecedores com a gestão da Responsabilidade Social Empresarial,
evidenciando coesão entre os compromissos assumidos.
Outro ponto significativo corresponde a capacidade de lidar com
situações de conflito onde é deve haver disposição para a investigação e o
diálogo, criando-se processos preventivos diante das situações de risco,
mantendo-se maior contato com redes de organizações e formadores de
apreciação, fazendo uso da transparência mediante tais relações.
Outrossim, será necessário, manter de metas de curto e longo prazo,
investindo em aspectos de responsabilidade social na gestão organizacional,
introduzindo as demais características que possuem outros indicadores.
Finalmente, deve haver um envolvimento da direção da empresa
promovendo efetivamente com clareza o acordo estratégico dessas questões.
Geralmente, a empresa possui um ou mais cooperadores que destinam parte
de seu tempo a auxiliar assuntos relacionados à responsabilidade social.
Espera-se que essa lista não se esgote aqui, pois todas essas
características estão sempre presentes em qualquer organização que procura
tratar da Responsabilidade Social Empresarial em suas gestões.
Para tanto, será necessário manter uma relação de transparência bem
definidas ou ainda se acreditar que muitas organizações desejem colocar em
prática todas essas alternativas para um melhor desenvolvimento.
De acordo com Costa (2007, p. 42) o Instituto Ethos estabeleceu uma
forma de homogeneizar os conceitos em questão e assim possibilitar a
oportunidade de um autodiagnóstico de suas práticas, reunindo um conjunto de
indicadores organizados capaz de proporcionar iniciativas também para a
preservação ambiental, doações a comunidades além de outros temas afins.
Para o autor acima citado, isso implica na preocupação da empresa em
ampliar sua atuação na sociedade, e dessa forma, manter uma divulgação
constante desses indicadores destacando temas como: valores, transparência
e governança, público, interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores e
clientes, comunidade, governo e sociedade. (Idem, Ibidem)
No entanto, nem sempre será simples conseguir informações sucintas a
respeito de questões como ética, relações com fornecedores e governo.
Talvez, uma parcela desses subsídios, somente será obtida através de
entrevistas com representantes da empresa.
A responsabilidade social é assim um tema que começa a ser discutido
amplamente por diversos setores da sociedade, e torna-se relevante na medida
em que buscam melhor entendimento do papel do Estado na sociedade atual,
e quais objetivos econômicos e sociais devem ser perseguidos pelas
empresas.
Em síntese, espera-se, que com a adoção de posturas éticas e compromissos sociais com a sociedade, torna-se um diferencial competitivo e um indicador de rentabilidade e sustentabilidade em longo prazo.
Considerando-se todos os argumentos que envolvem responsabilidade
social empresarial, é preciso demonstrar algumas dessas expectativas,
descrevendo sobre uma organização nacional mundialmente famosa,
recentemente reconhecida como Vale, em um capítulo exclusivo
posteriormente.
CAPÍTULO III
A GESTÃO EMPRESARIAL NAS ORGANIZAÇÕES
MODERNAS
Deve-se deixar bem clara a importância da gestão empresarial nas
organizações modernas reconhecendo que essa atuação é bastante ampla, e,
absolutamente indispensável. Poucas pessoas percebem os diferentes
assuntos dentre os quais as suas habilidades devem ser aplicadas, pois, estas
abrangem todas as áreas de um negócio, indo mais além, envolvendo a
distância do seu público-alvo.
Daí a importância do profissional que exerce sua função nessa área, em
meio às corporações modernas, que tanto não só refere à responsabilidade
social como ainda a responsabilidade empresarial unificadas em um só
objetivo, que é o de atender bem o seu cliente.
3.1 A natureza da responsabilidade social e empresarial
Em geral, todo empresa deve reconhecer que sua responsabilidade para
com a sociedade e para com o público diverso, porém isso vai além de suas
responsabilidades com seus clientes. Por sua vez, a responsabilidade social,
como é chamada freqüentemente implica um sentido de comprometimento
para com a sociedade.
Esta responsabilidade adota diferentes formas, entre as quais estão
inclusas a proteção ambiental, os projetos filantrópicos e educacionais, bem
como o planejamento da sociedade e a eqüidade nas oportunidades de
emprego, serviços sociais em geral, de conformidade com o interesse de seu
público alvo.
Dessa forma, a responsabilidade social das corporações, que abusa na
produção de bens e serviços, vem sendo intensificada nas últimas décadas,
sendo notada a partir dos anos 60, em decorrência das mudanças surgidas nos
valores da atual sociedade.
Essas modificações envolvem ainda a responsabilidade de auxiliar a
sociedade na solução de problemas sociais, dentre os quais se inserem nas
próprias organizações. A responsabilidade social por parte de organização se
justifica no sentido fundamentar a empresa na liberdade que a sociedade
concede à ela para sua existência. (DONAIRE, 1999)
O autor diz também que é preciso levar em conta a existência de um
contrato social. E acrescenta que, uma organização legítima possui a liberdade
de existir e de trabalhar em prol de um objetivo real. A liquidação dessa
liberdade será consagrada pela contribuição da empresa para com a
sociedade. (Idem, Ibidem)
Os termos desse contrato não podem ser permanentes, mudam com o
tempo. Hoje, fica evidente que os termos do contrato entre as organizações e a
sociedade estão de fato sofrendo substancialmente uma acirrada
transformação. Segundo Donaire:
Os novos termos desse contrato baseiam-se na visão de que as empresas que têm finalidade unicamente econômica acabam acarretando alguns efeitos à sociedade ou à parte dela que representam um custo social para todos. (...) o crescimento econômico não está ligado, como antigamente se apregoava, ao progresso
social. Em muitos casos, o crescimento está afeto à deterioração física do ambiente, a condições insalubres de trabalho, exposição a substâncias tóxicas, discriminação a certos grupos sociais, deterioração urbana e outros problemas sociais. (DONAIRE, 1999, p. 20)
Esse novo conceito, embora não invalidando os conceitos anteriores,
acrescenta novos termos ao contrato entre a sociedade e as organizações, os
quais envolvem a redução desses custos sociais e a responsabilidade destas
últimas de contribuir tanto para o desenvolvimento econômico como para a
melhoria das condições sociais.
Cabe lembrar que será preciso de forma cogente que os empresários e
executivos ostentem atitudes que incorpore ao cotidiano de seus negócios as
devidas preocupações com o cumprimento da função social a que sua empresa
se propôs originalmente.
A história é que a Responsabilidade social empresarial não foi inventada
hoje, e nem tão pouco saiu da cabeça de empresários modernos. Isso está na
essência do conceito idéia de se ter um modelo econômico e social que se
baseia na geração de riqueza através do funcionamento de empresas privadas.
A responsabilidade empresarial deveria ser tratada com a mesma
naturalidade com que tratamos a responsabilidade individual dos cidadãos.
Será necessário, observar se seus proprietários e executivos parem um pouco
para analisar o caráter - a índole - da sua empresa.
Isso nos leva a fazer uma analise dos produtos que realmente estão
levando benefícios reais à sociedade, bem como verificar se o lucro obtido está
sendo justo, e se é proveniente apenas da remuneração pelos seus serviços.
Deve-se ainda verificar se esse lucro não está sendo contraído pela
transferência de custos ambientais e sociais para a sociedade.
Por fim, torna-se fundamental que se crie um sistema de gestão da
responsabilidade empresarial que dê racionalidade econômica e efetividade
social ao processo, porque não adianta agir mal nos negócios e doar cestas
básicas para os pobres. Além de não corrigir os impactos negativos da sua
atuação, ainda pode estar gerando desperdício de recursos para a própria
empresa.
Nesse cenário, um bom gestor voltado para a sintonia da
Responsabilidade Social Empresarial deve exercer seu papel como espécie de
“terapeuta da empresa” devendo acompanhar em suas idas e vindas entre o
“confessionário e o divã”. (SAMPAIO, 2007, p. 2).
Para Donaire (199) esse tipo de responsabilidade social forma
basicamente um conceito ético que engloba transformações na natureza de
bem-estar, e assim, se mantêm conectada às dimensões sociais das atividades
produtivas, envolvendo-se ainda com a qualidade de vida na sociedade. Logo,
consubstancia-se na relação entre a empresa e seu ambiente de negócios.
Levando-se em conta, as relações entre a empresa e o ambiente, há
certos pontos significativos que merecem atenção e devem ser aclarados. Um
deles está relacionado com a mútua interação. Porém, o ambiente auxilia na
determinação de vicissitudes que influirá nas tomadas de decisões das
empresas e, simultaneamente, afeta o sistema de valores que subsidia os
parâmetros para a avaliação das alternativas.
Assim, as organizações vêm ao longo dos anos, atuando e alterando o
ambiente dos negócios. Esse acontecimento faz com que seja importante para
o administrador a posse de um aguçado senso de responsabilidade social,
visto que suas decisões excedem as considerações simplesmente econômicas.
Pode-se dizer que as atividades das organizações podem afetar as
condições da sociedade onde se localizam a cultura civilizada que ela possui.
Para entender essa questão, será importante conhecer um pouco sobre
a responsabilidade social empresarial sob uma visão sistêmica.
3.2 A responsabilidade social empresarial sob uma visão sistêmica
De acordo com Capra (1996) a idéia de sistema aberto pode ser
originalmente conferida a Bertalanfy (1901-1975), que desenvolveu uma Teoria
Geral dos Sistemas.
Não obstante tenha sido reconhecido como autor dessa Teoria, trinta
anos antes, houve um pesquisador russo, chamado Alexander Bogdanov, que
já tinha desenvolvido uma Teoria Sistêmica de igual dimensão, tendo como
objetivo explanar e sistematizar os princípios de organização de todos os
sistemas vivos e não-vivos.
Na visão de Silva (2001) os conceitos defendidos por Bertalanfy em
1975, difundiram-se entre as Ciências tais como a Biologia, a Psicologia, a
Sociologia, Administração, ganhando enfoque particular na área da Gestão
Empresarial.
Assim, as organizações sociais, passaram a serem vistas como
sistemas vivos, formados por um grupo de pessoas com finalidades comuns e
se subdividiam em sistemas menores, denominados de subsistemas, que se
relacionam entre si e com o meio em que se estabelecem com o propósito de
alcançarem suas metas comuns.
Nas afirmações de Capra (1982) a sociedade, como um todo, está no
meio desta mudança extremamente radical, e necessita urgentemente rever os
parâmetros decisórios em que está calcada, o que provoca uma modificação
absoluta na maneira de ser, agir e pensar, e, por que não dizer, na forma de
decidir. Vivencia-se uma grande crise, a crise da percepção.
Capra (1986), partindo da hipótese de que não é possível insular
nenhuma coisa em si mesma, pois tudo faz parte de um todo, e ainda
acrescenta que esse novo paradigma compreende a visão sistêmica. Mas para
tanto, indica alguns pressupostos essenciais que devem nortear o pensamento
organizacional daqui por diante. Conforme ele mesmo observa, nos itens
abaixo está todo esse novo paradigma. Logo, encontra-se:
• Da fragmentação para a totalidade - onde as partes não podem ser
verificadas alisadas separadamente, mas em função da sua relação com o
todo. Essas modificações se consagram na tomada de decisões, tal como um
exame das alternativas e das conseqüências que necessitam ser ampliados de
forma considerável.
• Da estrutura para o processo - a estrutura de um sistema e o
processo vinculado a ela revela a teia de seus relacionamentos internos. O
paradigma tradicional considera a estrutura sistêmica de modo estático e
rígido, enquanto o modelo emergente a vê formada por elementos dinâmicos,
mutáveis, relativos, evolutivos e construtivos. Para conviver com essas duas
abordagens, os decisores precisam, eles próprios, se tornar mais flexíveis e
disponíveis para as mudanças.
• Da ciência objetiva para a epistêmica – aqui a decisão depende da
subjetividade do observador e do contexto em que a decisão é a tomada. Essa
nova abordagem reconhece outras dimensões, além da racionalidade objetiva,
trazendo para a discussão, no campo da ciência, temas antes negados por ela,
tais como: o imaginário, a intuição e os aspectos mágicos da decisão.
• Da construção metafórica em blocos para o conceito de redes – essa
concepção parte do pressuposto de que nenhum conceito, modelo ou disciplina
é mais importante do que o outro e de que eles só funcionam eficazmente por
meio de redes interligadas e transdisciplinares. Com obviedade, as decisões
aqui se tornam muito mais complexas, mas também muito mais eficazes.
• Da verdade absoluta para a descrição aproximada - se for aceito o
pressuposto de que tudo é interconectado e não se pode interferir nas partes
sem afetar o todo, a ciência terá de rever seus métodos e admitir que não se
pode explicar nada de maneira absoluta, mas somente por meio de
aproximações sucessivas. (CAPRA, 1986, passim).
Diante do novo paradigma apresentado por Capra (1986), quanto à
decisão, seria o modelo sistêmico que possibilita a organização e clarificação
das suas percepções. Assim, viabiliza análises mais consistentes das
alternativas, opções mais adequadas e avaliações mais objetivas das
conseqüências.
Sua vantagem na aplicação ao estudo dos processos decisórios diz que
ele não se sujeita às deformidades que aparecem quando se julga ações
fundamentadas em crenças e valores, que, a priori, são concebidos como
reais. Esse pensamento sistêmico está inserido no contexto, dos povos
orientais, que buscam pensar de maneira global levando em conta em principio
o todo, e em seguida, o particular.
Há de se lembrar ainda que as empresas japonesas adotam o sistema
de tomada de decisões, chamado de ringi (rin = submeter e gi = deliberação).
Segundo Fonseca et al. trata-se de:
Um sistema de decisão compartilhada e consensual, definida por uma equipe que participa efetivamente de todo o processo decisório. Antes de decidir, os japoneses, de maneira rigorosa, buscam definir o problema, verificar se ele realmente existe, e qual a sua amplitude. Todavia, ainda que haja a participação ativa dos colaboradores, a decisão nas empresas japonesas é muito centralizada. Apesar do processo, ser, amplamente discutido com todos, à palavra final é a do presidente. (FONSECA et al., 1997, p. 28)
As organizações que reformulam seus processos internos sabem que,
para a obtenção de sucesso, é necessário um enfoque rigoroso e estruturado,
bem como a dinamização dos processos entre empresas, o que é mais difícil
ainda de ser conseguido.
CAPÍTULO IV
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA
REFLEXÃO ÉTICA DE PRINCÍPIOS E VALORES
4.1 Responsabilidade social corporativa
As organizações do mundo atual estão se tornando organizações de pessoas, que exercem funções adequadas ao ser humano, criativas, que tratam com ambigüidade, que exigem decisões. As empresas da chamada “nova economia” são um exemplo bem claro disso. Se elas são consideradas como um novo
paradigma, logo, este será o de se gerir intelectos e não mais mão de obra. Para o Presidente do Business for Social Responsability, uma organização norte-americana sem fins lucrativos dedicada à divulgação da responsabilidade social nos negócios, Robert Dunn afirma que:
Ser socialmente responsável é um dos pilares de sustentação dos negócios, tão importante quanto a qualidade, a tecnologia e a capacidade de inovação. Quando a empresa é socialmente responsável, atrai os consumidores e aumenta o potencial de vendas, gerando maiores lucros para os acionistas. Além disso, também é, hoje, um sinal de reputação corporativa e da marca. (DUNN, 1998, p.5)
Ser socialmente responsável é uma vantagem competitiva. Isso valoriza a imagem da companhia com os consumidores. E os funcionários, por sua vez, trabalham com ânimo redobrado quando sabem que seu suor não está somente gerando lucros para o empregador. É claro, que isso tem reflexo direto também, no balanço da empresa, mais é aí, que se encontra o referencial de maior importância. Para uma empresa ser considerada um bom lugar para trabalhar, não basta apenas oferecer pacotes atrativos requer ter responsabilidade social, estimulando seu pessoal a se envolver voluntariamente em ações sociais, ajudando assim a diminuir o impacto das injustiças sociais, pois não se trata de fazer caridade. Trata-se de se ter um perfil imediato de cada empresa será
importante que essa organização esteja incluída no universo corporativo. Em outras palavras, será preciso lançar mão da Responsabilidade Social Corporativa, dentro de um universo de comportamento ético empresarial para que se alcance o sucesso na gestão de negócios.
4.2 Comportamento ético na gestão empresarial
Dentro de uma reflexão científica e filosófica, a ética estuda os costumes
e normas do comportamento. (BORGES, 2001).
No entanto, nessa pesquisa o que se quer mostrar é a ética no contexto
corporativo, bem como as razões que promovem a mesma. Para tanto,
destacam-se os altos gastos nas empresas, multas elevadas, desmotivação
dos empregados, perda de credibilidade etc. Todavia, além disso, estudos
apontam que a ética é um fator importante na garantia da competitividade das
empresas.
Nessa visão, Tansey (apud Formentini e Oliveira, 2003) diz que “ter
padrões éticos significa ter bons negócios em longo prazo”.
Cantero (2003) mostra que alguns valorizam o tratamento que as
empresas dispensam aos funcionários, além de sua preocupação ambiental e
ética nos negócios.
Observa-se que cada vez mais a responsabilidade social e a ética vêm
mobilizando maior número de organizações, fato que serve para reflexão já que
este parece ser o caminho para a sustentabilidade, e sucesso empresarial,
além de sustentar a idéia da construção de uma sociedade mais próspera e
justa.
Assim, a resposta para essa questão está na análise do cenário atual
das empresas, no qual Formentini e Oliveira apontam que:
A sociedade cobra das empresas uma atuação responsável e o consumidor têm consciência da efetividade de seus direitos. Portanto, exige-se das
empresas uma nova postura que explique suas preocupações com questões sociais - responsabilidade social - e com a ética. (FORMENTINI; OLIVEIRA, 2003, p. 5).
A empresa é compreendida como tendo um papel importante na
renovação social, e todas as organizações, e os que nela trabalham, devem
buscar apreender a ética em suas ações e processos, para que possam
sobreviver, desenvolver-se, superar-se, evitando os erros anteriores e
propondo constantemente novos caminhos para o alcance de suas metas.
Pensar no desenho de uma ética organizacional faz-se necessário, prioritariamente, para que a empresa discuta com critério sua própria missão, visão e valores, determinando o fim específico da atividade organizacional que será responsável por sua legitimação social. É preciso, então, entender historicamente quais os motivos e os interesses das organizações preocuparem-se cada vez mais com esta questão.
No final dos anos 60, nos EUA, o conceito de ética no mundo dos
negócios toma impulso, em decorrência dos ataques a indústria automotiva e
ao movimento em defesa dos direitos dos consumidores. Surge uma onda de
desordem incluindo o tema da proteção do meio ambiente e do comportamento
dos homens de negócios promovendo reações e debates intensos de opinião
pública.
Apesar de sua breve trajetória, a ética no mundo dos negócios tem
apresentado mudanças, provavelmente em conseqüência da tentativa de
acompanhar o dinamismo próprio do mundo empreendedor e de superar
dificuldades enfrentadas que se encontram especialmente em fatores como: a
desconfiança, por parte do próprio empresariado, quanto à ética suscitada a
arraigadas predisposições, como a de que a empresa deve preocupar-se
somente em obter lucro, deixando as questões sociais para os mecanismos de
mercado e para o poder público.
Na prática, percebe-se que a ética empresarial pode ser entendida como
o descobrimento, a aplicação dos valores e normas compartilhadas pela
sociedade no âmbito da empresa ou organização, especificamente, no
processo de tomada de decisão a fim de aumentar a qualidade e,
conseqüentemente, sua sustentabilidade.
A ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética,
mas em sua prática. E este praticar concretiza-se no campo da atuação diária e
não apenas em ocasiões geradoras de conflitos de valores. Ser ético não
significa conduzir-se eticamente quando for conveniente, mas o tempo todo e
com todos os stakeholders com os quais a empresa se relaciona. Mas quais
seriam, afinal, as motivações para o interesse quanto à prática da ética
empresarial? Há de se destacar pontos como: a urgência em recuperar a
credibilidade da empresa.
Nesse sentido, Prieto (2000), corrobora dizendo que esses eventos atuaram perversamente num cenário em que a transparência transformou-se num antídoto contra turbulência e num fator de sucesso nos negócios. Foram desses princípios que surgiram a onda de falcatruas, a excelência na gestão terá de primar por um teor de cristalinidade e translucidez jamais imaginados na história das organizações.
Outro ponto de destaque é a mudança na concepção de empresa -
anteriormente, vista como movida somente pelo lucro, a empresa torna-se um
espaço socioeconômico que tem a responsabilidade ética para com a
sociedade. Já o entendimento dos processos de tomada de decisão: é
imprescindível a compreensão das finalidades da organização. A atuação
eticamente correta deve fazer parte do desenvolvimento da organização.
Também, a insistência na qualidade ética perfaz a própria insistência e
atenção ao tema leva, em longo prazo, à qualidade em sentido mais amplo,
resultando em maior rentabilidade.
Cabe lembrar que a contribuição para a boa imagem organizacional: a
dimensão ética é parte decisiva dentro do conceito de qualidade que a
empresa apresenta à sociedade. No mundo globalizado, em que a informação
é cada dia mais veloz e acessível, deixando os negócios sempre à vista dos
mercados e do capital internacional, a ética nos negócios está se tornando
questão de sobrevivência.
Os grandes investidores já rejeitam participar de empresas com histórico
de desrespeito aos direitos humanos ou ao meio ambiente e procuram deixar
de lado as responsabilidades éticas, morais e sociais.
4.3 Responsabilidades éticas, morais e sociais: nova mentalidade no mundo dos negócios
Independentemente, a prática da ética e da responsabilidade social
empresarial representa uma nova mentalidade, ou nova “moda”, ou até mesmo
uma estratégia de vendas. Porém, uma questão é primordial, e não se pode
esquecer - a empresa que optar por este novo padrão de estratégia de
reestruturação produtiva irá gerar diferencial para manter-se em um mercado
globalizado e altamente competitivo.
Fora todas essas questões já abordadas, vão se encontrar a abordagem
da ética como modismo. Verifica-se que a ética empresarial não incide em
moda passageira, e nem numa maneira de se justificar relações injustificáveis,
mas sim, uma nova estratégia de orientar a atividade empresarial e ainda a
representação das organizações.
Além do modismo, a ética nas atividades empresariais e de qualquer
empresa retrata uma necessidade mais exigida, visto que aprofunda a
complexidade da representação social.
Portanto tais idéias pressupõem as reais funções e os objetivos vistos
anteriormente, ou seja, a preocupação com a ética no mundo dos negócios.
Dessa feita, surge uma infinidade de fundos de investimentos em
empresas que comprovam boa conduta, aplicando parte de seus lucros em
atividades que apóiem a melhoraria da qualidade de vida de seus funcionários
e da sociedade em geral.
Cabe registrar que na Europa e Estados Unidos da América, parte dos
consumidores já está atenta à questão do consumo consciente e é capaz de
deixar de lado os produtos de empresas suspeitas, aceitando pagar mais caro
por produtos idôneos. (MATTOS, 2002)
Assim sendo, a responsabilidade social sob essa visão representa um
modelo de gestão empresarial e de relacionamento da organização com os
seus agentes sociais, baseados em princípios de benefício comum, que poderá
ter como objetivo a garantia da legitimidade da empresa em um ambiente
social.
Consequentemente será importante que se estabeleça uma relação
biunívoca entre organizações e sociedade, e que assim, haja contribuição no
que tange a discussão dos diversos interesses, abrindo caminho para a
construção de consensos simultâneos e crescentes na esfera de
responsabilidades éticas, morais e sociais como uma nova mentalidade no
mundo dos negócios.
4.4 Democracia organizacional e a futura gestão de qualidade ambiental
Um relevante debate paira sobre o papel da democracia representativa
no âmbito da economia globalizada. Os novos agentes e espaços econômicos
assumem a condição de efetivos centros de poder, passam a operar redes
formais e informais de interesses e viabilizam uma substituição do espaço
político pelo mercado como instância maior de regulação social.
A partir desses pressupostos, verifica-se que uma sociedade será tão
democrática quanto mais democrática forem suas instituições e organizações
seja essa entidade pública ou privada, como é o caso da Vale.
A democracia organizacional se constitui sobre três pilares, ou seja, sob
a legitimidade, a participação e a simetria.
Mattos (2002, p. 21) diz que a legitimidade indica “o nível de aceitação
do líder por seus liderados, sendo assim, a base da autoridade, enquanto
relação de poder que garante o cumprimento natural das decisões por aqueles
que irão executá-las”.
Em organizações, pode ser construída através do reconhecimento da
competência gerencial. A participação indica o grau de apoio voluntário dos
liderados na construção e implementação das decisões organizacionais, sendo
que isso consagra uma natureza de ser consciente. Entende-se que ela seja
uma ação coletiva partilhada conscientemente, seus agentes admitem
completa responsabilidade tanto por êxitos quanto por fracassos de cada
tarefa.
Uma organização democraticamente governada deve ter na participação
sua principal característica, onde os empregados fazem do trabalho “um
compromisso de cidadania com a realização do bem comum, que se expressa
na satisfação da comunidade e no melhor atendimento ao cliente”. (MATTOS,
2002, p. 23)
Já a simetria compreende o fator responsável pela construção de
relações de mútuo respeito entre líderes e liderados, mas quando é mantida
em grau elevado, a liderança é fortalecida com a comunicação e o diálogo.
Mattos ainda acrescenta que:
A democracia organizacional apesar do tabu que ainda representa em nosso mundo tão racionalista e mecanicista, vem sendo responsável pela migração de profissionais, em busca de melhores condições e novas oportunidades de desenvolvimento. (MATTOS, 2002, p. 4)
Ante ao exposto, acredita-se que a democracia organizacional seja um
aporte necessário para a futura gestão de qualidade ambiental.
CAPÍTULO V
UMA NOVA DIMENSÃO DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL: UM RELATO DE CASO
Ressalta-se que o mundo moderno surge com novas dimensões sobre a
questão da responsabilidade social, que utiliza a sua implementação como
estratégia de marketing ambiental. Isso implica na legitimação de instrumentos
de política ambiental.
Por sua vez, adota padrões e normas legais que promove uma
mudança no eixo de condução de política ambiental envolvendo a gestão
empresarial para fortalecer e mudar a vida das modernas organizações
empresariais.
Nesse contexto, se propõe a fazer um estudo voltado para o Caso da
Vale, que certamente se enquadra certamente para teorizar os objetivos
apresentados.
5.1 Origens históricas da empresa
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) possui uma história única, pois
mudou para melhor a vida de muitas pessoas, iniciando pela de seus
empregados. Iniciou esse processo transformando pessoas sem qualificação
em técnicos, depois beneficiou a sociedade ao seu redor, através da extensão
desses benefícios. (MAYRINK, 2002)
Em seis décadas de existência, a Vale passou do zero à líder mundial
em seu setor. Para atingir esse patamar, baseou-se no capital humano, que
construíram a empresa, fazendo a diferença da distância entre um bom
crescimento e a liderança. (Idem, Ibidem)
A Companhia Vale do Rio Doce, hoje divulgada apenas sob o nome de
fantasia Vale, é a maior empresa brasileira do ramo da mineração. A partir de
29 de novembro de 2007 a marca e o nome de fantasia da empresa passaram
a ser apenas Vale, nome pelo qual sempre foi conhecida nas bolsas de
valores, mas foi mantida a razão social original Companhia Vale do Rio Doce.
(Idem, Ibidem)
A antiga empresa de economia mista, criada no governo Getúlio Vargas,
é hoje uma empresa privada, de capital aberto, com sede na cidade do Rio de
Janeiro, e ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e
na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o Dow Jones Sector
Titans Composite Index. (In: Revista Época, 2006, p. 12)
No início do século passado (1909), os ingleses compraram todas as
reservas de minério de ferro de Minas Gerais, formando uma empresa de
capital inglês que daria origem, em 1942, a CVRD, depois de ser encampada
pelo governo de Getúlio Vargas. A empresa surgiu de um acordo assinado
entre Estados Unidos (EUA), Inglaterra e Brasil, no decorrer da Segunda
Guerra Mundial.
Os EUA e Inglaterra, aliados na guerra contra Hitler, necessitavam que o
Brasil fornecesse minério de ferro para sua indústria. Daí surgiu a CVRD que
passou a fornecer minérios para a reconstrução do Japão, no Pós-Guerra.
Assim sendo, enquanto o Japão se convertia em uma potência econômica
mundial, a Vale se tornava uma grande mineradora.
5.2 O posicionamento da Vale no mercado
A Companhia Vale do Rio Doce foi criada em 1942, sendo considerada a
maior empresa de mineração diversificada das Américas e a quarta maior
companhia na indústria global de mineração e metais, com capitalização de
mercado aproximado de US$20 bilhões. (In: Revista Época, 2006, p. 12)
As principais linhas de negócios da empresa foram agrupadas em:
minerais ferrosos: minério de ferro e pelotas, manganês e ferro-ligas; minerais
não-ferrosos: ouro, caulim, potássio e cobre (em desenvolvimento); logística:
ferrovias, terminais marítimos e navegação; energia: geração de energia
elétrica; e participações societárias: alumínio, aço e fertilizantes.
A Vale hoje, está presente em 14 Estados brasileiros e nos cinco
Continentes, opera mais de 9 mil quilômetros de malha ferroviária e 10
terminais portuários próprios. Sendo líder mundial no mercado de minério de
ferro e pelotas, a segunda maior produtora integrada de manganês e ferroligas,
além de maior prestadora de serviços de logística do Brasil. (In: Revista Época,
2006, p. 12)
Qualificada como maior exportadora global de minério de ferro e pelotas
revende seus produtos para indústrias siderúrgicas do mundo inteiro. No Brasil,
o produto vem sendo explorado em três sistemas integrados, cada qual
formado por mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo.
Segundo dados obtidos sobre a Vale, verifica-se que e empresa em
2005 obteve:
Lucro líquido de R$ 10,4 bilhões, resultado 61,7% superior ao de 2004, quando o lucro líquido foi de R$ 6,4 bilhões. A receita bruta também foi recorde: R$ 35,4 bilhões. Em 2005, empregava 16 mil pessoas. Em todos os seus empreendimentos, a Vale atua de maneira socialmente responsável e destaca-se pelo desenvolvimento de projetos de alta tecnologia, em harmonia com o meio ambiente. 2
A Vale desenvolve ainda programas de proteção ao meio ambiente que
demandam investimentos anuais aproximado de US$ 50 milhões, revertendo
cerca de US$ 12 milhões para ação de projetos sociais nas comunidades onde
2 COMPANHIA Vale do Rio Doce. Disponível em: <http://dtvm.brb.com.br>. Acesso em: jan. 2009.
atua. Estes programas possuem seu foco direcionado para a educação, saúde,
cultura, infra-estrutura e promoção da cidadania.
5.3 A Vale em busca de oportunidades
Seu portfólio engloba projetos rentáveis e de baixo custo que estão na
mira de desenvolvimento no período compreendido entre 2004 e 2010, que
demandam investimentos da ordem de bilhões de dólares, e obtenção que
poderá promover valor rentável para o acionista.
Com recursos de minério de ferro suficientes para manter os níveis
atuais de produção pelos próximos duzentos anos, as ações da Vale obtiveram
uma media percentual de valorização anual em torno de 32,7% em dólares
norte-americanos durante os últimos cinco anos, ou seja, entre 1999 a 2003.
(MAYRINK, 2002)
No período compreendido entre 2001 e 2005, a produção da Vale
aumentou na taxa média anual de 15%, alcançando cerca de 100 milhões de
toneladas em quatro anos. Esse fato foi o que consolidou sua liderança no
mercado global. 3
Em 2005, a empresa manteve em todos os seus complexos de
mineração uma produção recorde, resultado advindo da entrada em operação
da mina de Fábrica Nova no Sistema Sul, de Capão Xavier, dos ganhos de
produtividade em quase todas as outras minas, e também devido a expansão
de capacidade de Carajás. Dessa forma, a empresa manteve liderança pelo
quinto ano consecutivo, acordando preços no mercado transoceânico de
minério de ferro.
Ainda nesse mesmo ano, fecha um acordo com uma das maiores
siderúrgicas da Ásia, a Nippon Steel, o que corresponde ao maior reajuste da
história.
Além disso, a Vale assina diversos contratos de venda de minério de
ferro e pelotas, referentes a um volume aproximado de 235 milhões de
toneladas, com maturidade média de sete anos. 3 COMPANHIA Vale do Rio Doce. Disponível em: <http://dtvm.brb.com.br>. Acesso em: jan. 2009.
Com efeito, promove também vários projetos com a finalidade de se
tornar uma das três maiores companhias de mineração do mundo até o final da
década. Vem dando início ainda ao desenvolvimento de novos projetos, cuja
estratégia vai além de sua produção de mercado interno brasileiro buscando,
portanto, sua meta mundial.
Em termos de pesquisas geológicas e tecnológicas aplica importantes
estratégias de atuação no setor mineral, cuja finalidade é se manter entre as
três maiores mineradoras diversificadas do mundo até o ano de 2010.
5.4 Estrutura organizacional
Essa empresa privada, em sua estrutura reflete um exemplo de
governança corporativa que determinar os papéis e as responsabilidades do
Conselho de Administração e da Diretoria Executiva na formulação, aprovação
e execução das políticas e diretrizes atinentes à condução dos seus negócios,
segundo explica Agnelli (2002).
Para o autor supracitado, esse Conselho de Administração visa
estabelecer a aspiração de retorno, num olhar de empresa futura e para o
futuro, procurando estabelecer as metas estratégicas para seus principais
negócios, as quais orientam as ações e iniciativas formuladas por sua Diretoria
Executiva.
E ainda acrescenta que conforme o Relatório de Sustentabilidade de
2002 há ainda o Conselho Fiscal, Comitê de Ética, Comissão Técnica; Comissão de
Divulgação/Portal do IBRI; Comissão Internacional; Comissão de Desenvolvimento Profissional; Comissão Credenciamento/Novos
Associados; Comissões Externas; Comissão de Sustentabilidade e Histórico da Administração.
Já Pinheiro assinala que as Superintendências se fixam na estrutura
organizacional em disposição estratégica e qualificada. E acrescenta que isso
ocorre entre:
os trabalhadores da base do sistema empresarial e sua cúpula diretiva, constituem uma proteção contra as investidas de grupos políticos e econômicos que estão querendo sempre influir, de cima para baixo, no traçado
do planejamento estratégico do sistema da empresa ora em estudo. (PINHEIRO, 2002, p.33)
Consequentemente, em seu traçado econômico evidência indicadores
financeiros selecionados que giram em terno de receita operacional bruta e
líquida; lucro bruto; margem bruta; lucro operacional e lucro líquido.
Mostra ainda que o Sistema de Gestão da Qualidade Ambiental (SGQA)
da Vale está fundamentado nas especificações da norma ISO 14001, e seu
aprimoramento é contínuo, sendo analisado pelas auditorias internas e também
por entidades independentes nas unidades certificadas. (AGNELLI, 2002)
5.5 O futuro e o empreendedor confiante
Na esperança de alcançar sólidas abordagens sobre a economia global,
a companhia se expande em ritmo acelerado, superior a 4% ao ano, com os
países desenvolvidos, Estados Unidos da América, Europa dos 15 e Japão,
crescendo a 3%; e as economias emergentes da Ásia, América Latina e Leste
Europeu, a 6%. (AGNELLI, 2002)
No Brasil, a obtenção de sucessivos superávits fiscais primários e a
austeridade na política monetária colaborou para a criação de um ambiente de
maior estabilidade, favorável ao crescimento da economia.
Além disso, a expansão das exportações e a boa liquidez dos mercados
financeiros internacionais concorreram para significativa melhoria do balanço
de pagamentos, reduzindo sua vulnerabilidade. Desse modo, espera-se melhor
desempenho da economia para 2006.
Os indicadores de produção industrial no mundo apontam para
expansão sólida e mais equilibrada nos próximos trimestres. O cenário global
fundamenta, portanto, a continuidade da forte demanda por minérios e metais.
No caso específico dos metais, o crescente fluxo de recursos para os
fundos de investimento em commodities, resultante da alocação de parte das
carteiras de investidores institucionais para essa classe de ativos, passou a se
constituir em nova fonte de demanda a pressionar os preços.
5.6 A Vale e sua responsabilidade por projetos ambientais
De acordo com relatos de Mayrink (2002) a Serra de Carajás é
considerada uma das maiores províncias de minérios do Planeta. Descoberta
através de um pouso emergencial de um helicóptero por problemas mecânicos,
no ano de 1967, na Serra dos Carajás, sudeste do Pará, que permitiu ao
geólogo Breno Augusto dos Santos, descobrir uma das maiores províncias
minerais do mundo.
Isso fez com que a história da região mudasse radicalmente, sobretudo
com a entrada criada com a presença da Companhia Vale do Rio Doce, como
era chamada a Vale, naquela época.
Entretanto, a partir de 1970, se associa a uma empresa americana
chamada United States Steel, quando se criou a Amazônia Mineração (AMZA),
e em seguida no ano de 1977, adquiriu o controle da exploração na região.
(MAYRINK, 2002)
Do ponto de vista da logística, a operação é especialmente complexa.
Como a mina de ferro, da Vale fica no meio de uma floresta nacional
preservada, as normas de comportamento, naquela área, são muito rígidas. O
lixo é todo recolhido e criteriosamente e reciclado, a água utilizada é tratada e
reaproveitada, plantas e animais são protegidos e as pessoas devem utilizar
equipamentos de segurança que evitem riscos à saúde.
Depois surge o desmatamento seletivo, onde as árvores de grande porte
são retiradas, catalogadas, marcadas com um selo do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e assim são
conduzidas para um armazém. Depois disso, inicia-se a limpeza da área,
propriamente dita. Tudo isso já foi feito no trecho usado pela Vale, de forma
que seja possível a retirada do ferro existente sob o traçado original, sem
degradar o meio ambiente.
Ressalta-se que a Floresta Nacional de Carajás, localiza-se no Município
de Parauapebas, distante 180 km de Marabá, a cidade mais próxima em que o
aeroporto opera vôos comerciais. Já a carga entra ou pela via da estrada de
ferro da própria Vale, ou por via rodoviária. Neste caso, quando chega a
Parauapebas o caminhão só tem uma alternativa: usar a única portaria da Vale
que autoriza a entrada na Serra de Carajás. 4
Devido a esse trajeto, qualquer material tende a demorar cerca de vinte
dias para chegar. Portanto, tudo deve ser planejado em seus mínimos
detalhes, para que não ocorra nenhum problema quanto a essa questão.
A rede elétrica e o sistema de abastecimento de água foram instalados
pela Vale, que construiu um alojamento que é considerado modelo na cidade.
Os funcionários da Vale que trabalham em Carajás vivem com suas
famílias numa vila construída na serra, e suas casas são todas iguais, sem
muro na frente. Existe supermercado, padaria, bancos, restaurantes, clube,
escola e até um parque zoobotânico. A cidade de Parauapebas vive,
sobretudo, do comércio e da prestação de serviços para a Vale. Trabalhadores
especializados necessitam vir de outros locais do país.
A empresa vem adquirindo uma imensa expansão desde que foi criada
em 1942, e isso tem ocorrido com bastante freqüência, e foi no ano de 2004
que a Vale mudou o curso de sua história, solidificando sua estrutura, criando
assim, crescimento em questões da economia americana e da chinesa que
buscou o desenvolvimento mundial e a demanda por ferro e outros minerais.
Isso conduziu a empresa a um investimento maior. 5
No Brasil, a Vale está no topo das empresas privadas quando se leva
em conta o volume de investimento por sua vez, a demanda por seus produtos
é de tal forma elevada, que a empresa vende tudo o que produz.
Ante ao exposto, espera-se que a Vale possa contribuir não somente em
termos de responsabilidade ética e social, como também ela alcance seus
objetivos estratégicos em termos de organização empresarial, pautada numa
ética de compromisso e valores também com o meio ambiente.
5.7 Responsabilidade Social Empresarial da Vale: uma estratégia de marketing 4 Disponível em: <www.cvrd.com.br>. Acesso em: jan. 2009. 5 CONJUNTURA Econômica. Disponível em: www.fgv.br/ibre/cecon> Acesso em: jan. 2009.
A Vale se propôs a investir na responsabilidade social empresarial
adotando políticas ambientais, assumindo um compromisso entre empresa e
sociedade como estratégia de marketing ambiental empenhada com questões
do meio ambiente e de todos os envolvidos nessa questão.
Isso parte da idéia de que a preservação ambiental pode e deve estar
associada ao aumento da produtividade dos recursos usados na produção e,
por sua vez, no aumento da competitividade da empresa.
Segundo Lustosa (apud GRIGATO, 2006) existem 04 (quatro) fatores
que conduzem as empresas a mudarem suas práticas em relação ao a
preservação do meio ambiente, obtendo modos mais saudáveis de se viver.
Dentre esses fatores vem se observando a indução e adoção de práticas
menos invasivas para o meio ambiente, através da regulação ambiental, em
que estão as legislações, contribuições, créditos, financiamentos e outros
instrumentos que são de grande valia.
Outro fator diz respeito à pressão dos consumidores, especialmente os
países de possuem renda alta, ou seja, nos países desenvolvidos, bem como
os consumidores dos países de renda média, aqueles que estão em
desenvolvimento, buscando produtos ecologicamente adequados, forçando as
empresas a aceitarem certo tipo de certificação ambiental, tal como: o seu o
Verde e a ISO 14001, explica Marcondes (2005). Para o referido autor:
A International Organization for Standardization (ISO) criou um sistema de normas que convencionou designar pelo Código ISO 14000, cujo objetivo geral é fornecer assistência para as organizações na implementação ou aprimoramento de um sistema de gestão ambiental (SGA) [...]. A norma ISO 14001 da série 14000 estabelece os requisitos de implementação e operação do sistema de gestão ambiental. (MARCONDES, 2005, p. 272-273).
Outro fator relaciona-se ao investimento ambiental, e vem sendo
considerado como uma pressão dos stakeholders, estes já citado
anteriormente e também de parlamentares e ONGs ambientalistas que se
vêem amedrontados por práticas empresariais incorretas destruindo o meio
ambiente.
Finalmente, há outro fator, que está relacionado a pressão dos
investidores quanto à quantificação do passivo ambiental, o que contribui de
modo significativo para a aceitação de inovações ambientais.
Pode-se frisar que existem ainda outros fatores internos da empresa que
poderiam servir como fio condutor para o investimento ambiental. Dentre eles
estaria a redução, reuso e/ou reciclagem na aplicação de insumos, como água
e energia, que seriam agregados a novas oportunidades tecnológicas. Isso
pode fazer a diferença sobre a adoção da concepção do desenvolvimento
sustentável, por parte das empresas.
Hoje, muitas delas, já estão voltadas para o foco estratégico de políticas
ambientais sustentáveis, e outras já adotam um comportamento prático através
da gestão ambiental no âmbito da gestão empresarial.
Nesse contexto, há de se mostrar um informativo oferecido pela Revista
Época, de 25 de maio de 2008, cuja empresa em questão era a Vale. Seu
principal motivo era mostrar o resultado obtido pela Vale, em termos de
reajuste, que somente no ano passado, foi de 71% do preço do minério de
ferro, produto do qual a Vale é a maior fornecedora mundial. Além disso,
também houve alta no volume de vendas.
Os dados coletados informam que: a receita bruta da mineradora foi
considerada a maior de sua história, alcançando a casa dos R$ 35,4 bilhões e
aumentando 21,8% em relação a 2004. A Vale consegui alcançar o patamar de
empresa brasileira com maior superávit comercial: US$ 6,339 bilhões, ou o
equivalente a 14,1% do saldo da balança do país. (Idem Ibidem)
Dessa forma, sua receita bruta no quarto trimestre de 2005 alcança o
indicativo de R$ 9,204 bilhões, contra R$ 9,043 bilhões do terceiro trimestre e
R$ 7,784 bilhões do quarto trimestre de 2004. (Idem, Ibidem)
Poderão ser observados outros dados importantes sobre a Vale em
termos de informações estatísticas que a tornam o objeto de estudo desse
trabalho.
Sendo assim, verifica-se que a preleção usada como estratégia de
marketing ambiental, vai aos poucos se tornando realidade, facilitando que a
Vale possa construir uma imagem de empresa comprometida não penas com a
qualidade ambiental, mas com a sociedade que permanece a sofrer grandes
impactos ambientais.
Caberá, portanto, que a empresa realize ações voltadas para a
responsabilidade social empresarial através da Fundação Vale do Rio Doce
(FVRD), focadas nos projetos da área educacional, cultura e economia local,
de que devem são definidos pelo coordenador da Fundação da CVRD, e tendo
como base os princípios do desenvolvimento social sustentável. Há de se dar
destaque a projetos como:
a) Escola que Vale, que visa a melhoria da qualidade do ensino
fundamental de escolas públicas;
b) Educação nos Trilhos leva educação, conhecimento e cidadania às
comunidades localizadas ao longo da estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM);
c) Vale Alfabetizar visa à erradicação do analfabetismo em
comunidades que interagem com a Vale;
d) Museu Vale do Rio Doce que busca preservar a memória ferroviária
da EFVM, e promover a revitalização cultural do estado do Espírito Santo;
e) Vale Música/Concertos Didáticos e Academia de Ensino, para
promover a inclusão social de crianças e adolescentes por meio da música
erudita;
f) Vale/Congo na Escola, para divulgar às novas gerações o ritmo do
congo, seus instrumentos, cantorias e festejos; o Vale Informática e cidadania
para jovens em situação de risco, reduzindo a exclusão;
g) Cidade Vale Mais – planejado para executar estratégias de
desenvolvimento econômico e social para os municípios da região Serrana e
do Caparaó, com intuito de melhoria da qualidade de vida da população.
Com efeito, observase que o montante aplicado em investimentos
ambientais, cresceu de forma significativa no período de 1988 a 2004,
ultrapassando de 17 milhões para 1666 milhões de reais.
O que falta na política da Vale é divulgar mais dados de forma
transparente, dando ciência do balanço social, visto que informações
importantes relacionadas a esses investimentos, minimizando resíduos e
aumentando a eficácia na utilização dos recursos naturais, não somente no
balanço social, como também nos dados relativos ao exercício da cidadania, do
qual se falou anteriormente.
CONCLUSÃO Ao fim desse trabalho, chega-se a conclusão de que é possível tecer algumas considerações apreendidas no decorrer desse estudo e das investigações de pesquisa sobre Responsabilidade Social, desenvolvidas com intuito de aumentar o cabedal de referências a ser disponibilizado para a quem interessar sobre o tema proposto. Considera-se que os dados aqui referendados pelas fontes citadas no decorrer do trabalho traduzem a interpretação de um contexto, no qual houve inúmeras transformações no âmbito empresarial, decorrentes dos avanços tecnológicos, e da tão conhecida globalização. Além disso, mostra-se a mudança de comportamento por parte do empresariado de modo geral, em relação aos compromissos sociais assumidos junto à sociedade. Para isso, fez-se menção a companhia Vale, demonstrando alguns fatos importantes com relação a sua integridade mo mercado empresarial.
Apesar de parecer novidade, em função do grande destaque tido na
mídia e como conseqüência sua legitimação pela sociedade de uma forma
mais abrangente, a responsabilidade social das empresas já vem sendo
discutida há muito.
As discussões em torno do tema de responsabilidade social se
ampliaram, motivando diversas publicações sobre o assunto, que por sua vez
suscitaram diferentes definições do termo baseadas nas mais variadas
interpretações. Procurar-se-á no próximo item discorrer sobre algumas destas
e apontar aquela que mais se ajusta à proposta deste trabalho.
Há de se rever que historicamente uma das possibilidades de
aparecimento do termo “Responsabilidade Social” foi num manifesto subscrito
nos finais do século XIX, definindo que a responsabilidade dos que dirige a
indústria é manter um equilíbrio justo entre os vários interesses dos públicos,
dos consumidores, dos funcionários e dos acionistas. Além disso, conduz para
maior contribuição possível ao bem estar da nação como um todo.
Dessa forma, também se observa que na Europa Ocidental, as idéias
sobre responsabilidade social se multiplicam a partir do final da década de 60 e
na década de 70 a doutrina se difunde pelos países europeus, tanto nos meios
empresariais, quanto nos acadêmicos. Sendo que é a França que dá o passo
oficial na formalização do assunto.
Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas devem estar
atentas a todos os públicos impactados pelo seu negócio. Emerge então, a
partir da linha histórica e conceitual tratada neste estudo, a responsabilidade
social empresarial.
Seja uma nova tendência em gestão estratégica ou apenas mais uma
moda empresarial, o fato é que o tema tornou-se uma questão de
sobrevivência em um mercado globalizado.
Nesse cenário, os consumidores estão cada vez mais exigentes, não só
quanto à qualidade e preço dos produtos, mas a todo seu processo produtivo,
onde já não são mais tolerados os lançamentos de dejetos industriais no meio
ambiente, a utilização da mão-de-obra infantil e propagandas enganosas.
As empresas são consideradas grandes pólos de interação social, sejam
com fornecedores, com a comunidade ou com os próprios funcionários. Têm,
portanto, uma grande responsabilidade em disseminar valores que influenciem
em mudanças sociais concretas, transmitindo através de sua imagem uma
perspectiva estratégica de coerência, ética e transparência, capazes de aliar a
racionalidade empresarial à subjetividade das demandas sociais.
Daí a possibilidade de atuação dos profissionais de Recursos Humanos,
capacitados a sensibilizar, discutir e disseminar tais valores a tal ponto que
estejam realmente incorporados nos processos, práticas e em documentos
estratégicos como os de definição dos códigos de conduta e ética, missão e
visão empresarial.
Por sua vez, hoje, a empresa que não está atenta a estes fatores que
inviabiliza seus negócios, pois permanece presa à noção de negócio voltada
apenas para os shareholders.
Trata-se de um redirecionamento de objetivos de lucros para lucros
aliados a princípios; de decidir, anunciar e defender-se para dialogar, investir e
comunicar; de políticas compensatórias e obrigações legais para pró-atividade,
ética e coerência nas práticas de Responsabilidade Social.
As práticas socialmente responsáveis, mesmo que não tenham surgido a
partir de valores, princípios e convicções louváveis por parte dos dirigentes das
empresas, mas sim de um movimento de sobrevivência mercadológica, não
devem ser confundidas nem usadas como ferramentas de bens tangíveis e
intangíveis.
Os resultados são alcançados em longo prazo, mas pode-se afirmar que
fazer o bem compensa economicamente: traz o reconhecimento e prestígio dos
consumidores, dá maior visibilidade e aceitação da marca, e de uma boa
reputação empresarial, além de motivar funcionários, impactando na
retenção/captação destes talentos e no clima organizacional.
Ressalta-se que o segundo setor deve estar preparado para este
movimento que é muito mais do que uma moda ou um novo imperativo em
gestão empresarial, mas um processo de aperfeiçoamento contínuo, uma vez
que o tema envolve questões sociais, exatamente onde está imerso o próprio
negócio.
Trata-se de um novo olhar sobre o desenvolvimento econômico atrelado
ao social, alinhando questões do negócio à uma economia mais solidária e à
ética da cooperação.
As questões sociais, ligadas ou não às atividades das empresas são
partes da preocupação da empresa nos países em que atuam. Agir com
responsabilidade social significa muito mais do que apenas dar apoio financeiro
a projetos ou programas de assistência.
Para chegar a este novo conceito, a empresa deve se preocupar em
ouvir a sociedade. Educação, desemprego, violência e desigualdade social são
palavras pouco usuais no dia-a-dia do brasileiro, mas foram incorporadas ao
vocabulário de ações. Empreendedorismo, desenvolvimento sustentável e
inserção social ganharam tradução em mecanismos de atuação nos quais a
palavra-chave é transparência e o objetivo final, é o futuro.
A questão da responsabilidade social está em ascensão no Brasil e no mundo, se bem que, o engajamento de empresas em ações sociais não-lucrativas sempre tenha acompanhado a trajetória do capitalismo brasileiro como um fenômeno mais ou menos secundário. Cresce a passos largos, mas ao contrário do que alguns dizem não é uma moda passageira, é uma tendência irreversível. Para entender isto basta analisar alguns momentos do passado.
Constata-se que na década de 90, despontava uma preocupação mais
sistemática e estratégica das empresas com a questão da responsabilidade
social.
Os enfoques dados ao assunto em épocas anteriores, retratando a
função social da iniciativa privada, buscavam justificar um contexto
imensamente caracterizado pelo antagonismo capital-trabalho e pelas
ideologias legitimadoras dos interesses de cada um desses pólos.
Entretanto, foi a partir dessa década, que o assunto “responsabilidade
social empresarial” ergueu-se de maneira renovada, protegida por ideários que
lançavam um olhar diferente sobre a empresa capitalista. Olhar este, não mais
como agente de um desenvolvimento fundamentalmente excludente e
predador, porém, a viam como estabelecimento propício em articular mercado
e cidadania, desenvolvimento econômico e justiça social.
Hoje, as empresas ao usarem a responsabilidade social como estratégia
de marketing devem por sua vez, estruturar uma mudança na identidade do
produto, com relação à identidade de outros seus concorrentes, na visão de
quem os consome. Em termos, as empresas devem se posicionar com relação
as suas marcas e/ou produtos, pois há uma forte especulação que engloba
todo tipo de motivação publicitária. E para que a empresa alcance suas metas
será necessário criar uma conexão do posicionamento entre marca e/ou
produto, com a visão, valores e desejos embutidos na mente do seu público
alvo.
Será relevante que se identifiquem as novas oportunidades de
posicionamento de mercado que saiba lidar habilmente com o marketing de
relacionamento, esperando que o profissional ligado a esse setor possa
demandar novas estratégias sobre marketing buscando sua raiz na vantagem
competitiva sustentável do um produto lançado pela empresa. Isso responde
claramente, que as empresas devem em fim, procurar conscientizar seus
funcionários e clientes a optarem por uma conduta mais acertada em relação
ao que desejam.
Finalmente, há de se lembrar a importância do profissional na área de Relações Humanas, pois ele pode ser o gestor da comunicação, que irá apoiar, orientar e assessorar áreas das organizações no que diz respeito a forma mais adequada de guiar suas relações com os públicos. Somente, o profissional que possui a habilidade de conduzir tais desafios, poderá implementar um conhecimento global dentro da instituição onde atua.
Através dessas considerações finais, dá-se por finalizado o presente trabalho, na certeza de ter-se dedicado a ele, todo o empenho na busca de elementos capazes de produzir uma visão abrangente, em relação às partes que abrange o tema, no campo empresarial, especificamente, no que se referem às ações de responsabilidade social empresarial. Em suma, a atuação orientada para a RSE tem como alicerce a liderança dos principais executivos da empresa, que tiveram a visão de transformar essa mesma responsabilidade numa estratégia de negócios.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Fernando. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. São Paulo: Campus Elsevier, 2007.
ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2001.
BECKE, Vera Luise. Auditorias ambientais: teoria e prática em evolução. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: n. 112, p.31-49, maio de 2003.
BESSA, F. Responsabilidade social das empresas: práticas sociais e regulação jurídica. [Tese de Doutorado]. Universidade Federal do Paraná, 2003.
BNDES. Empresas, responsabilidade corporativa e investimento social. Rio de Janeiro: Relato Setorial, n. 2. BNDES – Área Social da Gerência de Estudos Setoriais (AS/GESET), mar, 2000.
BORGER, F. Responsabilidade Social: efeitos da atuação social na dinâmica empresarial. [Tese de Doutorado], Universidade de São Paulo, São Paulo, agosto/2001.
CARROLL, A.B. Corporate Social Responsability, Chicago, v. 38, p.268-295, set, 1999. In: SILVA, D. R. Filantropia empresarial: uma alternativa para o social? [Monografia de Conclusão de Curso] – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999, p.8-79.
COHEN, D. Os dilemas da ética. In: Revista Exame. Rio de Janeiro, 14 de maio de 2003.
COSTA, A.; DUARTE, C. A responsabilidade social das empresas. Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2002.
COSTA, Eduardo Homem da. Fundamentos de responsabilidade social empresarial. Rio de Janeiro: [s.ed.], 2007.
COUTINHO, M.C.; NAVRAN, F. Indicadores de clima ético nas empresas. Revista de administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas, SP, São Paulo, v.40, n.3, p.26-35, jul/set, 2000.
DIAS, J.M., & DUARTE, G.D. Responsabilidade Social: a empresa hoje. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos - Fundação Assistencial Brahma, 1996.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
DRUCKER, Peter. Administrando para o futuro: os anos 90 e a virada do século. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 1992.
DRUCKER, Peter. As novas realidades: no governo e na política, na economia e nas empresas, na sociedade e na visão do mundo. 4. ed., São Paulo: Pioneira, 1997.
FERNANDES, R. C. Privado, porém público. O terceiro setor na América Latina. Rio de Janeiro: Relume Dumará, p.107-110, 1994.
FIRJAN. Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Iniciativa privada e responsabilidade social. Rio de Janeiro, FIRJAN, 2002.
FORMENTINI, M.; OLIVEIRA, T. M. Ética e Responsabilidade Social – Repensando a Comunicação Empresarial. Revista Comunicação Organizacional. Publicado em 06/09/2003.
GARCIA, B. Responsabilidade social empresarial, Estado e sociedade civil: o caso do Instituto Ethos. In: Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo: Petrópolis, 2002, p. 13-36.
GRAJEW, O. O que é responsabilidade social. São Paulo: Mercado Global. 2000.
GRAYSON, David; HODGES, Adrian. Compromisso social e gestão empresarial. São Paulo: Publifolha, 2002.
JUNQUEIRA, Luciano A P. Organizações sem fins lucrativos e redes sociais na gestão das políticas sociais. Cad. de Adm. PUC/SP, São Paulo, n.3, p. 101-126, 2000.
LELIS, I. Política de desenvolvimento social nas empresas. Canal Terceiro Setor. CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). Revista Exame, 2000.
MARCONDES, S. Brasil, amor à primeira vista! Viagem ambiental no Brasil do século XVI ao XXI. São Paulo: Peirópolis, 2005.
MAYRINK, G. Histórias da Vale. Editor Geraldo Mayrink, São Paulo, Museu da Pessoa, 2002.
MELO NETO, Francisco Paulo de & FROES, César. Responsabilidade social e cidadania empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
______. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.
MONTEIRO, J. P. Só depende de nós: cresce o número de entidades comprometidas com a questão da responsabilidade social. In: Jornal O Globo, Caderno Boa Chance, 12/05/2002, p.2.
MOREIRA, Joaquim Manhães. A Ética empresarial no Brasil. [s.l.]: Pioneira, 1999.
PRIETO, O. Ética, uma questão de sobrevivência corporativa. Jornal Valor Econômico. São Paulo, 20/12/2002.
SCHIAVO, M. Conceito e evolução de marketing social. Revista Conjuntura Social, São Paulo,, n.1, p.25-29, mar, 1999.
SILVA, D. R. O melhor caminho, para àquele que deseja trilhar o rumo da responsabilidade social e do marketing social. [Monografia de Conclusão de Curso] - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001, p.5-37.
SROUR, R. H. Ética empresarial. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
VASSALO, Cláudia. Um Novo Modelo de Negócios. Revista Exame: Guia de boa cidadania corporativa. São Paulo: Abril, 2001.
WERNKE, Rodney. Custos ambientais: uma abordagem teórica com ênfase na obtenção de vantagem competitiva. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: Ano 29, n. 123, p. 44-51, maio/jun. de 2000.
Sites de Internet
COMPANHIA do Vale do Rio Doce. Disponível em: <www.cvrd.com.br>. Acesso em: jan. 2009.
CONJUNTURA Econômica. Disponível em: www.fgv.br/ibre/cecon> Acesso em: jan. 2009.
COSTA, M. A. N. Além do socialmente responsável. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: jan. 2009.
GRAJEN, O. (2002) Filantropia de responsabilidade social. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: jan. 2009.
GRIGATO, Rosimay B. (2006). Política ambiental e responsabilidade social empresarial da CVRD. Disponível em: <http://www.ufes.br>. Acesso em: jan. 2009.
INSTITUTO ETHOS DE EMPRESA E RESPONSABILIDADE SOCIAL. A ética nas organizações. São Paulo. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: jan. 2009.
______. Responsabilidade empresarial no Brasil é questão de sobrevivência. Disponível em: <http://www.ethos.org.br>. Acesso em: jan. 2009.
MUNHOZ, Tânia. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental. Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso em: jan. 2009.
PINHEIRO, João C. de Freitas. Companhia Vale do Rio Doce: a espinha dorsal da infra-estrutura econômica e da soberania do Brasil. Disponível em: <www.ibri.org.br/artigos.htm>. Acesso em: jan. 2009.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I 12 RESPONSABILIDADE SOCIAL: QUESTÃO COMPLEXA NO COMPORTAMENTO EMPRESARIAL 12 1.1 Noções preliminares 12 1.2 Responsabilidade social empresarial: perspectivas práticas 16 1.3 Desenvolvimento Sustentável X Crescimento Econômico 17 CAPÍTULO II 20 POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS: COMPROMISSOS DA EMPRESA JUNTO AO SEU PÚBLICO 20 2.1 A organização como instituição econômica, social e política 21 2.2 Estratégias empresariais: retorno econômico associado ao mercado competitivo 22 2.3 Responsabilidade e conscientização social 26 2.4 Características de uma empresa socialmente responsável 27 CAPÍTULO III 30 A GESTÃO EMPRESARIAL NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS 30 3.1 A natureza da responsabilidade social e empresarial 30 3.2 A responsabilidade social empresarial sob uma visão sistêmica 33 CAPÍTULO IV 36 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA REFLEXÃO ÉTICA DE PRINCÍPIOS E VALORES 36 4.1 Responsabilidade social corporativa 36 4.2 Comportamento ético na gestão empresarial 37 4.3 Responsabilidades éticas, morais e sociais: nova mentalidade no mundo dos negócios 40 4.4 Democracia organizacional e a futura gestão de qualidade ambiental 41 CAPÍTULO V 43 UMA NOVA DIMENSÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM RELATO DE CASO 43 5.1 Origens históricas da empresa 43 5.2 O posicionamento da Vale no mercado 44 5.3 A Vale em busca de oportunidades 45 5.4 Estrutura organizacional 47 5.5 O futuro e o empreendedor confiante 48 5.6 A Vale e sua responsabilidade por projetos ambientais 48 5.7 Responsabilidade Social Empresarial da Vale: uma estratégia de marketing 50
CONCLUSÃO 54
BIBLIOGRAFIA 59
ÍNDICE 63
ANEXO 65
ATIVIDADES CULTURAIS 65
ANEXO
ATIVIDADES CULTURAIS