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A VOZ DO POV S E M A N ARIO INDEPENDENTE Collaboradores: DIVERSOS - OfflCiBãS pPOpPÍSS * Director-Gerente: JOAQUIM BE AZIiVEIO RNNO 1 ( Estado de São Paulo) Ourinhos, 6 de Novembro de 1930. NUMERO 31 sj uxa imm Echos da Revolução Depois de 21 dias de intraa* quiiidade com que passoi» Ou rinhos, volta novamente á vida antiga, trazendo em seus lares quasi todas as familias que ti nham abandonado tudo, ficando a cidade «m aspecto semi-morto. Tudo porque? Por que o Snr. ex-presidente da Republica, no seu or gulho e poder pateado, não medira em hypothese alguma as conseqüências dos seus actos irreflecti- dos com que fatalmente arrastaria o Brasil á per dição, esta pujante im- mensidão, rica. poderosa, mas; muito infetiz. Entretanto, enquanto o Snr. W, Luiz, rosnava feroicamente no Palacio do Catette, exigindo o sangue brasileiro que fos se derramado nas trin cheiras de íuctas contra nossos proprios irmãos, os seus caprichos sangui nários, já começavam a não serem obedecidos porque a Patria inteira tambem já sentia em sua alma os tantos tóques de protesto, rcpugnando os actos transviados, actos tão baixos, que entre la grimas de dor não podia demolir esse governador sem sentimento algum. Mas, lá pelos confins do Sul, esse punhado de heróes que n’um gesto gigantesco ergueram to dos em tom energico, cantaram em vóz unida, organicn o hymno^Pkfencida e n’uma investida original, phantastica, assombrosa, vinham em demanda ao E. de S. Paulo, e iriam até a Capital da Republi ca, sacudir as columnas do Catette, e por ao so lo tudo quanto até então tinha sido a causa das desgraças. Mas não foi preciso nada disto acon tecer. Os briosos sol dados cie terra e mar est. cionados na Capital da Republica, tambem possuídos de sentimentos nobres e patrióticos, vi ram que assim não pode ria continuar nesta con fusão de cousas e ideaes, formaram um nucleo pos sante, e n’um gesto mais altaneiro que a historia patria ainda não tivera a honra de descrever, der rubaram sem sangue e sem sacrifícios, o gover no trágico que cada vez mais conduzia o Brasil nas profundidades da per dição. Salve heróes! Punhado de Brasileiros honrados, Salve Gaú chos, gente de estirpe elevada! Salve nossos soldados, guardadores da nossa bemdicta Patria... Temos portanto o go verno provisorio consti tuído em todos Estados e cidades, e confiemos em absoluto nos seus actos que brevemente teremos o Paiz inteiro em com pleta calma, e terminar- se-hão as miseras, infa- mias e desgraças. Hoje já temos o pra zer de ver Ourinhos com um sorriso já bastante colorido, por estar en trando na vida de inteira tranquillidade e socego. As casas commerciaes já estão todas em pleno fuccionamento e tudo re torna em seus eixos. Não éra possivel que o Brasil se perdesse por culpa dos seus governa dores porquanto fazendo como se fez, substituindo todas as pastas ainda so braria fatalmente um grande numero de talen tos, porque o Brasil con ta no seu seio intellectua! uma verdadeira constel- iação de esfrellas fulgu rantes. Deixar continu ar no estado de cousas em que caminhavajnos, não era possivel, porque; iamos a passos largos á miséria e a desgraça. Felismehte esse nome que assombrava o Brasil até com a própria som bra, já se acha sem pres tigio nenhum, e os novos dirigentes dos destinos pátrios, trabalham com o maior affecto de alma para o engrandecimento e reorganisação nacional que se inicia. Brasileiros! O nosso governador é o eminen te Brasileiro e o prototy- po dos actuaes políticos, o Exmo. Snr. Dr. Getulio Vargas. Não há si quer no Brasil inteiro uma figura que seja contra esse illustre filho das pla gas do Sul. O Brasil inteiro o acclama como o seu legitimo Presidente como de facto já elle fora eleito. Mas a terrivel «mallat», as fraudes e to da a natureza de falca truas illegaes não medi ram sacrifícios e esse Illustre politico não fora reconhecido. Eis a se mente que brota no sen timento humano, o ger- men mais odioso que se possa conceber, em ver mos todos os nossos tra balhos derribados por uma nefanda politiça. Mas desta vez enga naram-se porque quem governa o Paiz, é aquel- le que a popularidade queria. Quem governa o Paiz é aquellc que acaba de dar á historia Patria o maior lance de belleza, honra e gloria. Finalmente quem gover na o Paiz é o escolhido do povo que briosamen te levou o seu nome ás urnas. Mesmo desta dis tancia levamos á S. Ex. ós votos de maiores fe licidades e o povo er ■*£a do seu libertador, 5 lhores dias. O Brasil in teiro que arde em cha mas de contentamento, não sabe levantar as mãos aos revoltosos, que na hora bemdicta de sua nova iniciação volveram os olhos para num ar ranco heroico trazer a tregua a este vasto e incommensuravel territó rio que se achava preso nos braços tentaculosos de um déspota sem a menor das tradicções po líticas, E* assim que nos achamos e é assim que se nos apresenta a gran de apotheose da paz que começou em sangue no dia 3-10-930 e terminou no grandioso dia da in teira modificação patria, 24-10-930. Digamos em vozes unidas; Viva a Redemptora Revolução!...

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A VOZ DO POVS E M A N A R I O I N D E P E N D E N T E

Collaboradores: DIVERSOS - OfflCiBãS pPOpPÍSS * Director-Gerente: JOAQUIM BE AZIiVEIO

RNNO 1 ( Estado de São Paulo) Ourinhos, 6 de Novembro de 1930.NUMERO 31s j uxaimm

Echos da RevoluçãoD epois de 21 dias de intraa*

quiiidade com que passoi» Ou­rinhos, volta novamente á vida antiga, trazendo em seus lares quasi todas as fam ilias que ti­nham abandonado tudo, ficando a cidade «m aspecto semi-morto.

Tudo porque? Por­que o Snr. ex-presidente da Republica, no seu or­gulho e poder pateado, não medira em hypothese alguma as conseqüências dos seus actos irreflecti- dos com que fatalmente arrastaria o Brasil á per­dição, esta pujante im- mensidão, rica. poderosa, mas; muito infetiz.

Entretanto, enquanto o Snr. W, Luiz, rosnava feroicamente no Palacio do Catette, exigindo o sangue brasileiro que fos­se derramado nas trin­cheiras de íuctas contra nossos proprios irmãos, os seus caprichos sangui­nários, já começavam a não serem obedecidos porque a Patria inteira tambem já sentia em sua alma os tantos tóques de protesto, rcpugnando os actos transviados, actos tão baixos, que entre la­grimas de dor não podia demolir esse governador sem sentimento algum.

Mas, lá pelos confins do Sul, esse punhado de heróes que n’um gesto gigantesco ergueram to­dos em tom energico, cantaram em vóz unida,

organicn o hymno^Pkfencida e n’uma investida original, phantastica, assombrosa, vinham em demanda ao E. de S. Paulo, e iriam

até a Capital da Republi­ca, sacudir as columnas do Catette, e por ao so­lo tudo quanto até então tinha sido a causa das desgraças. Mas não foi preciso nada disto acon­tecer. Os briosos sol­dados cie terra e mar est. cionados na Capital da Republica, tambem possuídos de sentimentos nobres e patrióticos, vi­ram que assim não pode­ria continuar nesta con­fusão de cousas e ideaes, formaram um nucleo pos­sante, e n’um gesto mais altaneiro que a historia patria ainda não tivera a honra de descrever, der­rubaram sem sangue e sem sacrifícios, o gover­no trágico que cada vez mais conduzia o Brasil nas profundidades da per­dição. Salve heróes! Punhado de Brasileiros honrados, Salve Gaú­chos, gente de estirpe elevada! Salve nossos soldados, guardadores da nossa bemdicta Patria...

Temos portanto o go­verno provisorio consti­tuído em todos Estados e cidades, e confiemos em absoluto nos seus actos que brevemente teremos o Paiz inteiro em com­pleta calma, e terminar- se-hão as miseras, infa- mias e desgraças.

Hoje já temos o pra­zer de ver Ourinhos com um sorriso já bastante colorido, por estar en­trando na vida de inteira tranquillidade e socego.

As casas commerciaes já estão todas em pleno

fuccionamento e tudo re­torna em seus eixos.

Não éra possivel que o Brasil se perdesse por culpa dos seus governa­dores porquanto fazendo como se fez, substituindo todas as pastas ainda so­braria fatalmente um grande numero de talen­tos, porque o Brasil con­ta no seu seio intellectua! uma verdadeira constel- iação de esfrellas fulgu­rantes. Deixar continu­ar no estado de cousas em que caminhavajnos, não era possivel, porque; iamos a passos largos á miséria e a desgraça.

Felismehte esse nome que assombrava o Brasil até com a própria som­bra, já se acha sem pres­tigio nenhum, e os novos dirigentes dos destinos pátrios, trabalham com o maior affecto de alma para o engrandecimento e reorganisação nacional que se inicia.

Brasileiros! O nosso governador é o eminen­te Brasileiro e o prototy- po dos actuaes políticos, o Exmo. Snr. Dr. Getulio Vargas. Não há si quer no Brasil inteiro uma figura que seja contra esse illustre filho das pla­gas do Sul. O Brasil inteiro o acclama como o seu legitimo Presidente como de facto já elle fora eleito. Mas a terrivel «mallat», as fraudes eto ­da a natureza de falca­truas illegaes não medi­ram sacrifícios e esse Illustre politico não fora reconhecido. Eis a se­

mente que brota no sen­timento humano, o ger- men mais odioso que se possa conceber, em ver­mos todos os nossos tra­balhos derribados por uma nefanda politiça.

Mas desta vez enga­naram-se porque quem governa o Paiz, é aquel- le que a popularidade queria. Quem governa o Paiz é aquellc que acaba de dar á historia Patria o maior lance de belleza, honra e gloria. Finalmente quem gover­na o Paiz é o escolhido do povo que briosamen­te levou o seu nome ás urnas. Mesmo desta dis­tancia levamos á S. Ex. ós votos de maiores fe­licidades e o povo er ■*£a do seu libertador, 5 lhores dias. O Brasil in teiro que arde em cha­mas de contentamento, não sabe levantar as mãos aos revoltosos, que na hora bemdicta de sua nova iniciação volveram os olhos para num ar­ranco heroico trazer a tregua a este vasto e incommensuravel territó­rio que se achava preso nos braços tentaculosos de um déspota sem a menor das tradicções po­líticas, E* assim que nos achamos e é assim que se nos apresenta a gran­de apotheose da paz que começou em sangue no dia 3-10-930 e terminou no grandioso dia da in­teira modificação patria, 24-10-930. Digamos em vozes unidas; Viva a Redemptora Revolução!...

2 A VOZ DO POVO

SOS HOSSOS BfflIGOS E aiSTlHCTOS flSSiGHSHTES

”A VOZ DO POVO” que renascera com aquel- le fito grandioso cfe nãò mais ser interrompida a sua publicação, teve os seus dias e os seus intentos to­dos frustados. Felismente não toa creatura que não saiba que Ourinhos fdi uma das cidades do Estado que mais forças estacionaram.

Isto porque, muito perto das fronteiras e com duas pontes de communicações, ferrea e r odovia ria, era na­tural que aqui fosse o cam po de concentração. Devi­do o grande movimento de praças do Exercito Nacio­nal e da Policia Paulista, muitíssimas famílias se reti­raram para fazendas e si tios e com isto a cidade ficou quasi deserta e nós, com franqueza, pouquissi mos assignantes tinha-mos na cidade, e deaate de tal anormalidade suspendem os nossa publicação até o dia de hoje, que alegre como nunca, apparecem os para nunca mais interromper­mos o nosso programma. Disemos isto porque agora vamos ter bom governo e que porá nos eixos fudo o que de melhor seja para o engrandecim ento da Patria e com isto teremos a paz, mas uma paz dilatadissima, justamente o que o Brasil necessita. Avisamos tam­bem nossos amigos e as­signantes que ”A VOZ DO POVO’’ sahe hoje quinta feira e passará d ’ora avan­te a ser publicada aos do­mingos, a partir de 16 do corrente. Contam os cpm a mesma antiga camafM a- gem de todos e as nebès- sarias excusas de uns dias de interrupção. Pretende­mos até se as cousas sor­rirem como temos verifica­do no ambiente de Ouri­nhos, no fim do anno ter­mos um jornal eift typo, maior e sempre com seis paginas. Somos com tòdo affectò ágrádecidos pela ex- cusa de nossa falta aos nos­sos amigos e assignantes.

Nòtafs de Consignação > IíiVfips eonçmetteiaes

4,,* >Tin*as Sardinha, Blue Blak, ete.

encontra - se na,' -Í i ■ "£' • y -• ; ■ !Papelaria íesta Folha

Chronica Social

Na beira ío I o PardoEram dezesete horas . . .

Ouvia-se ao longe o trinar bigorneante de uma ara­ponga solitaria . . . C on­sultei a mim proprio, o que segredeava em tanta harmonia nas vozes dos passaros. Quiz me con­fundir; não era possivel; A natureza cada vez mais me individualizava! Nos que temos todas as faculdades desenvolvidas, as vezes ou frequentemente duvidamos dó nosso poder e vamos até as plagas lurificadas dos céus provocando em nosso ser, cousas inconcebíveis.

Não podem os deante do espectáculo que se nos of- ferece a mão real e augus­ta da natureza, fugir dos poderes do infinito.

Nas margens do Rio Par­

do que banha coni singu­lar bellezá, grande parte das plagas Ourinhenses, senti dentro em mim depois do entréchoque apavorante e barbaro das coisas aspe- ras do m undc, um balsa- mo sentimental, em ouvir a vóz sublime daqueile pas- saro que ao longe conse­cutivamente trinava, bigor- neava, soluçava uma can ção tristonh# parecendo ter a flor na bocca, cantando em alta vóz a melodia do incomprehensivel.

Assim nada coniprehen- dendo, e attonito na con­fusão das aguas, céu e mat- tas, senti-me só na immen- sidade das cousas vivas- mortas, lembrei-me Lau- rindo de Britto que expri­me mansamente ás cinzas, ao tedio e a garoa desta vida, o lyrismo encantador dos seus versos :

Invencívelr apathico, de rastros eu vou seguindo ao longo desta• via procurando inconsciente esses dois astros que são teus olhos, para ver o d ia . . .

Cego, longe de ti, vejo e não vejo, x sinto e não sinto , aspiro o que não sei, é vago e indefinido o que desejo, se fallo não sei bem o que faliei.

E tu p a r tis te . , . Enquanto que eu, sozinho, soffro as serpes vorazes da saudade, galho pendido a beira do caminho, ponto pequeno nesta imrnensidade. . .

Assim cantou a araponga os seus versos musicados em lyrismo perfumado dè um nectario imcomparavel e vindo, a - tarde,, sumiu-se a vóz da araponga e eu fiquei triste, tão triste que

parecia que a minfTalma coberta de lueto ia-se m or­rer na solidão, mas entre­tanto vestiu-se de luz por ver que em tudo reza a lei da realidade.

E. Só

Os que_ viajam— Seguiram para S. Paulo em viagem de automóvel, os seguintes Sn rs,: Rodo- piano Leonis, Dr> José Ma­no Filho, MigueL Cury e Alfredo Devienne.

— tambem seguiu para S, Pfulo. o .Snr. Q eitiente de Só í^ax t^bprfet^ rid da Pharmacia S. Geraídô;

viajaram para 'A gu­dos i. orSnr. Majno^l Bíatiço». e Exma. Senhora;

— Regressaram de Soro­caba, o Snr. Humberto De- togni e Exma, familia;

— da mesma cidade, re­gressou* o Snr. Luiz Lan- zoniy 'GeHector Estadoal;

visitou-nos o Snr. Dr. Macicl; - distinto clinico re­sidente em Salto Grande;

— tambem deu-nos o prazer de sua visita, o nos­so particular . amigo Wer- jieck, residente em Salto Grande.

DR. C M .H 0 FRBÍiíEsteve entre nós, o Exm<

Snr. D.r. Çarvalho Franc’ Illustre clinico e Chçfe d Posto dé Hygiene de Salto Grande. S. S. trouxe erti sua companhia, diversos auxiliares para inspecciona- rem tudo quanto fosse ne­cessário nesta cidade, rela­tivamente a sua incumbên­cia. Pois os seus auxilia­res agiram e. agiram a con­tento, mandaram por á rua quanto «cacaréço» velho havia pelos qiiintaes, fize­ram com que se capinasse os mattinhos protectores de quanto insecto nocivo pó- de haver, e finalmente de- sinfectaram todas as sister- nas e buracos com aguas estagnadas eliminando as- . sim o grande perigo em que nos achava-mos deante de taés focos epidemicos. O serviço foi feito a capricho. Oxalá que S. S, não nos esqueça por longo tempo.

E’ nec.essario ao menos uma vez por mez S. S. en­viar os seus correctos au­xiliares, que a desinfecção será feita e prestará assim •. um grande auxilio a po­pulação. Receba desta fo­lha o voto singelo dos nos­sos mais calorosos applau- j. sos, ó Exmo. Snr. Dr. Car­valho Franco.

6 o » Delegado É Policia o G oraAssumiram no dia 27 do

mez p. p. o exercício de Delegado de Policia e Go­vernador da cidade, res­pectivamente os Exmos. Snrs. Manoel Gumercindo Barbosa e Dr. Hermelino ae Leão. Esta nomeação fora feita pela Junta Governa­tiva local * com posta, dos Snrs. Dr. Hermelino de Leão, DfUJoèé Sjsteves.Ma­no Filho^ Manoel.. Gumer- cindo Barbosa, Emílio Leão, Rodopiario Eednis^Pèréíra, Benicio de.; Esptfito S ao te e Juvenal de Carvalho.

Esta Jun tâ^e^ t^ rgan isa^ da de c o n ^ j^ p R d e o um -tetigíam ma passado pe­lo General Miguel Costa, em nom étde^ Dfv Getuko Vargas.

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A VOZ DO POVO

f l P fiZChegam os afinal á rea-

lisação sonhada e ansiosa­mente esperada por todos nós. Era a paz symbolica que se erguia alva e ma- gestosa entre as ruinas e os destroços da guerra. A paz, poz termo as luctas fracticidas entre irmãos, e acalmou os enthusiasmos bellicos dos espiritos exal­tados. Nos tempos palpi­tantes que atravessava-mós, impunha-se forçosamente a paz. Paz nas famílias, paz nas sociedades e paz na Patria. O Brasil, qual leão enjaulado e cercado a ferros por todos os lados, não podia patentear perante o mundo a sua força dyna- mica de expansão com- mercial e industrial. A vi­da economica tornava-se penosissima na aguda crise que presenciávamos. Nas soluções realizadas para melhorar a situação, apre­sentou-se o factor negativo da revolução, factor que multiplicado por menos um tornou-se a verdadeira in­cógnita. A paz era abso­lutamente necessaria para o restabelecimento da or­dem do trabalho e do pro­gresso. Urge agora inten­sificar nossos esforços pa­ra regenerar o nosso Paiz. Precisamos na estabilidade normal, reanimar as fontes de riqueza que possuímos

E* na paz, que um povo trabalha, se enriquece e se torna potência predom inan­te. E’ na paz que a agri­cultura, a industria e o commercio tomam maior incremento. E é na paz que as nações se vestem e se ataviam dos despojos e dos andrajos occasiona- dos pela guerra. A pãz é a alm a que da vida ao frio cadaver paralysado e inac- tivo; é a estrella rutilante que orienta nossos gover­nadores a administrarem com equidade e justiça nos­so Paiz; é a estação florida e outomnal em que am a­durecem os fructos, é o dymnamo gerador das for­ças que impulsam o paiz na marcha do progresso e

sctívidade.Cessou a 'f evolução de-

puzeram-se as armas;“ ter­minaram as manobras de campanha; cicatrizou-se a

chaga que verteu tanto san­gue, realisaram-se nossos ideaes, organizaram-se os ministérios; equilibraram- se as forças antagônicas; unificaram-se os espiritos... E’ mister reconstruir um no­vo Brasil, forte e vigoroso capaz de affrontar com a primeira potência mundial.

O que cada cidadão con­serve seu logar e desempe­nhe integralmente seus de- veres no tempo de guerra e particularmente no tem ­po de paz.

Ourinhos, 3/11/930.

Prof. Constantino A. Mclina

A Junta Governativa des­ta cidade, no dia 27 do mez p. p. fez distribuir o seguinte boletim :

A O P O V OT\ Junta Revolucio­

naria dovernativa desta cidade, convida a todos os Revolucionários e ao Povo em geral, para uma passeata em rego- sijo á brilhante victoria da Revolução em pról dos direitos do Povo, conspurcado e espesi- nhado pela camarilha de poiiticos profissionaes que desde ha muito vi­nha infelicitando o nosso glorioso e amado Brasil passeata essa que se iniciará ás 19 horas, na Praça Mello Peixoto.

Viva a Revolução!Q uando foram cerca de

19 horas, o jardim e as ruas adjacentes regorgitavam de gente, que podem os dizer sem medo de errar, que Ourinhos em peso lá se achava. Foi uma passeata bellissima... Camaradagem, alegria, vivas e mais vivas aos grandes revolucioná­rios, sem que ouvesse a menor perturbação de or­dem. Mas antes de tudo isto, usou da palavra o Exmo. Snr. Dr. Hermelino de Leão, governador da ci­dade que em eloqüentíssi­mo discuiso, dominou por algum tempo a grande e selecta massa popular que

enchia aquelle logradouro publico. Depois da pas­seata civica, o povo se dis­persou na mais perfeita or­dem levantando vibrantes vivas aos gloriosos revo­lucionários, a Alliança Li­beral e ao eminente políti­co e governador da Repu­blica, o Exmo. Snr. Dr. Getulio Vargas.

Brevemente o «Externa­to Ruy Barbosa» fundará um Club Recreativo em be­neficio dos alumnos do mes­mo estabelecimento para se divertirem galhardam en­te nos dom ingos e dias fe­riados. Elle obedecerá a um regulamento de accor- do com as boas normas da moral e da boa socie­dade.

1 P 1 jülA Chefatura de Policia

communica que continua expressamente prohibido o jogo do bicho em todo o Estado de S. Paulo.

Serão severamente puni­dos os que praticarem essa contravenção.

Os nossos mais caloro­sos applausos.

Enferm osHa dias que guarda o

leito o nosso amigo e a$- signante Snr. Antonio May- nardi, cirurgião dentista nesta localidade.

Fazemos votos* do seu prcm pto restabelecimento.

Tambem guarda o leito a dias, a Senhora do nos­so amigo e assignante Snr. Henrique Lopez, no que desejamos e pedimos a Deus o seu breve restabe­lecimento,

Br. Hermelino Leãod e d ic o

OpepedopP a rte iro

Rua Dr. João PessoaOUP.INHOS

FinadosCyprestes - Chorões esguios Coroas - Flores - Lagrimashom enagens que se levam cada anno ao berço eterno de nossos entes queridos, recordando uma saudade, cheia muitas vezes de du- rezas, mas mesmo assim, quem nos dera termos ao nosso lado, os nossos en ­tes queridos, que infeliz­mente dormem o somno eterno. N’um cemiterio é dolorido ler os epitaphios descriptos em louzas mar­móreas ou em cruzes de braços eternamente abertos im plorando ou symbolisan- do a prece.

Tudo nos traz saudades... Lyrios, rosas, margaridas em braçadas levam ao tu mulo de cada ente tomba­do, como homenagem de cada dia de finados que se passa annualmente repe­lindo-se sempre, sempre . . . Tudo é dolorido, mas a- quelle que vae ao campo santo levar as suas flores para hom enagear as cinzas de seus paes, este então soffre o mais duro entre- choque das cousas graniti- cas do mundo, porque cho­ra sobre a cinza do ente mais querido, mais extre- mecido, mais que tudo, mais que a própria vida; um p a i! . . . Que lagrimas pesadas nos rolam pela face, chorar a saudade de um pai, de uma mãe bem ­dicta, que nos acariciou, que nos balouçou cantan­do cantigas suaves . . .

Mas a realidade não é ephemera, e ella assim mos­tra ao mundo o seu poder.

Domingo passado fora * dia consagrado aos mortos e desde cedo até fechar a noite, vi flores, fiõres e flo­res, symbolo dos symbo­los; da vida e da m orte ...

GUERREIRO

Camaro MunicipalO Governador Proviso-

rio desta cidade, recebendo os livros da Camara anti­ga, sem . ser de fonte offi- cial, resolveu lacrar os mes­mos até que os seus anti­gos funccionarios venham fazer a entrega não só da camara, como tambem de todos os livros pertencen­tes a municipalidade.

A VOZ DO POVO

e x m i l T i “381 8138358"R E S U L T A D O ZD O 4 - ° B X A .3 V C B

b u s ^ b k t s a I u

4.o ANNO DE PREPARATÓRIOS

Conseguiram o l,o logar em ;

Curso de AdmissãoPortuguez: João Alonso e Oslavia Br azFrancez: João Alonso e Oslavia BrazArfthmetica: João Alonso e Oslavia BrazGeometria: João Alonso e Oslavia BrazÁlgebra: João Alonso e Espiridião CuryGeographia: João Alonso e Oslavia BrazHistoria: João Alonso e Oslavia BrazInstrucção: João Alonso e Oslavia BrazMoral: João Alonso e Oslavia BrazSciencias naturaes; João Alonso e Oslavia Braz Redacção: João Alonso, Oslavia Braz e Wilson Gomes Orthographia: Oslavia BrazCalligraphia: J. Alonso, Oslavia Braz e Espiridião Cury Carthographia: Oslavia Braz e João Alonso

Preparatórios ao Commercio .Leitura explicativa: Francisco Romeiro, José Vita, Ozo- rio Chrisíone e Nelson Prado.Arithmetica: Reynaído Azevedo, José Vita, Francisco Romeiro, Nelson Prado e Cláudio Domingos. Portuguez: Reynaído Azevedo, Francisco Romeiro,José VitaCalligraphia: José Silvestrinni, José Salacios, José Vit9 Redacção: Francisco Romeiro, Ernesto Cláudio e Rey- naldo Azevedo.Orthographia: Nelson Prado, Ozorio Christone e Francisco Romeiro.Commercio: José Vita, Francisco Romeiro, R. Azevedo

1.o Anno âymnasialG O M M E R C I A L ,

Portuguez: Antonio Mayoral e Duilio SandanoFrancez: Antonio Mayoral e Duilio SandanoInglez: Antonio Mayoral e Duilio SandanoArithmetica: Antonio Mayoral e Pompilio MachadoÁlgebra: Antonio Mayoral e Pompilio M achadoGeographia: Antonio Mayoral, Duilio Sandano eOrlando MigliariInstrucção Moral: Antonio Mayoral, e Duilio Sandano Redacção: Antonio Mayoral, Duilio Sandano e Orlan­do MigliariCorrespondência commercial: Antonio Mayoral, Dui­lio Sandano e Pompilio Machado Commercio: Antonio Mayoral, Duilio Sandano eOrlando MigliariOrtographia: Antonio Mayoral e Duilio SandanoCalligraphia: Antonio Mayoral e Pompilio Machado

4

Scena tocanteDesde o dia 3 do mez

p. p. em que Ourinhos fi­cou quasi que transforma­da em praça de guerra, aqui não verificamos um acto siquer depravante que viesse por ventura affectar a dignidade dos bravos mi­litares que se conduziram dentro de uma diciplina invejável, (bem entendido, Força Publica e Exercito) via-mos aquarteladas em muitas casas desocupadas, soldados de diversos bata­lhões da Força Publica Pau­lista, bem como soldados do Exercito.

Nada se verificou de a- normal; Ourinhos em todo este tempo que atravessou com essa preoccupação de animos exaltados por tanto moxi nenío militar que se verificDU, não ouvimos um tiro, não foi tomado nem retomado por força militar de facção nenhuma, por quanto, aqui reinou sem­pre completa calma e es­tivemos por completo ao contrario do que dissera al­guns jornaes da extincta avassalante e cruel politica

Temos, sim, a frizar co­mo acto e scena tocante, que não é só no seio civil que há philaitropia, carida­de e os grandes actos de humanidade por assim di­zer. .. No seio militar essa onda secreta dos actos do bem, tambem borda os co­rações desses homens que a sua maior honra é mor­rer pela patria, mas, pela Patria, em defeza directa, não sendo luctas inteira­mente fratricidas

Aqui por exemplo o II- liMre primeiro tenente do Exercito Nacional Sr. Grou- chy Salles, vendo que ia sobrar alguns mantimentos da tropa que S. S. era o chefe, resolveu reunir a pobreza de Ourinhos e em presença do Exmo. Snr. Governador da cidade e numerosa assistência, pro­feriu um brilhantíssimo dis­curso do que foi muitíssi­mo acclamado pela selecta assistência e depois de suas commovedoras p a lav ras , começou-se a distribuição de viveres. E'ra só vendo a scena tocante que se re­produziu. Velhos, senho­ras e ' creanças, cada um por sua vez recebia o seu quinhão bendizendo a Deus

e esse Illustre Militar que em hora aguda, levou aos larss pobres muitos boca­dos de alimento. Fôra ain­da distribuído muitas colhe­res e cobertores, em que se repetiu novamente outra scena tocante. Eis ahi no coração desse Illustre Mili­tar, alojado o sentimento

mais altaneiro e nobre que o genero humano possa conceber, o sentimento da caridade, sentimento este que eleva e conduz nc cami­nho do céu. Pois este são os nossos votos ao D. D. Snr. Grouchy Salles, Illustre pri­meiro tenente do Exercito Brasileiro.

0 Mal de trens miliMes foi de 135 cüo 1.500 cairos

O «Correio do Povo» de Porto Alegre, publica hoje, informações do Director In­terino da Viação Ferrea, Dr. Celso Pantoja, sobre o movimento Ferroviário durante a revolução.

Disse aquelle Director que a Viação Ferrea trans­portou de Porto Alegre, para as linhas do Norte, cerca de trinta mil solda­dos, cinco mil cavallos e os viveres para a tropa.

O total de trens militares foi de 135, com 1.500 car­ros, dos quaes ainda se acham alem de Marcelino Ramos, 1.257 carros e va­gões e 80 locomotivas.

Os transportes na Esta­ção de Porto Alegre, ape- zar desse movimento anor­mal, já se encontravam quasi normalisadas. Actu- almente estavam sendo car­regados com destino ao interior, especialmente para a região serrana, cerca de tresentas toneladas diarias.

Daqui partiram para S. Paulo, onze trens condu­zindo duzentos e setenta e cinco carros de passagei­ros militares e materiaes bellicos.

Já se achajem franco func- cionamento desde segunda feira p. p., este grande es- estabelecimento de ensino.

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Z DO POVOS E M A N Á R I O I N D E P E N D E N T E

õírector-Gerente: JOAQUIM DE AZEVEDO - BfficIflâS próprias - Collaboradorcs: DIVERSOS

fiNNO 1 ( estado de São Paulo) Ourinhos, 23 de Novembro de 1930. NUMERO 33

^ ^ ^ e m p r s foi o ideal ^ ■ ^ d o s antigos ver a Republica cahida e voltar novamente a Monarchia.

Puro engano que fosse a Monarchia melhor que as formas Republicanas.

A Republica possue uma Constituição perfei­ta, solida e sem defeito. As leis são perfeitamente claras, sobre tudo, a co­pia exacta da perfeição e garantia dos povos. Os antigos batem até nossos dias que as formas Mo- narchicas são as mais de­mocráticas que se possa conhecer. Perfeitamente. Mas é porque nunca a forma verdadeiramente Republicana foi executa­da. Agora que possuímos um governo que está dan­do as provas mais evi­dentes do seu amor a Patria, veremos pois e verão os monarchistas que até então pregam a theoria democrática por uma these já ha muito abatida, que a forma Re­publicana é a verdadeira obra da civilisação dos povos. Verão os antigos Monarchistas que as for­mas Republicanas será

M oveisFamília que se retira desta cidade vende, á preços vantajosos os que guarnecem sua re­sidência, Ver e tratar, á Rua São Paulo com o

DR* THE0DURET0

0 Ideal dos Antigoscomo a expressão de nos­sa Bandeira, onde se en­cerra a combinação de­mocrática e o symbolo da verdadeira obra sacro- santa da «Ordem e Pro­gresso». Verdade seja di­ta que nunca o Brasil desde a sua proclamação da Republica teve o po­der de suas leis e cons­tituição, serem fielmente postas em acção. Hoje que os sanguessuga da Patria foram ressachados pelos fieis Brasileiros que amam com ardor o seu berço extremecido, muito breve collocarão a Patria n’iim delinear suave em tudo cumprindo cathego- ricamente as suas leis, mostrando não aos anti­gos monarchistas, mas sim ao mundo inteiro que a Republica, principal­mente a Brasileira, é de­mocrática ao extremo e sem sinuosidade o tra- jecto da «Ordem e Pro­gresso». Os brasileiros desgarrados do cumpri­mento do dever patrio, luetaram sempre para não ver um Ruy Barbosa na Presidência da Republica porque naturalmente iria descobrir as misérias que se [infestavam pelas re­partições todas e foi sem­pre continuando na mes­ma derrocada esse bar- baro e miserável systema de governo até a pou­quíssimo tempo quando muitos Brasileiros hon­rados cansados com tan

ta vergonha resolveram demolir tudo. Veio as eleições Prestes-Vargas...

O Povo honesto, os eleitores livres e que ex- pontaneamente votaram no Grande Brasileiro Ge- tulio Vargas, viram que depois das eleições eram baldados os seus esforços porque a tribu sanguina- ria com todo o negror de caprichos e resoluções destituídas de uma gotta de verdade, miseravel­mente atiraram a lama o nome mais querido dos povos livres, o eminente Brasileiro do Sul do Paiz.

Surgiram protestos por todos os Estados e nada valeram as leise as razões

A Camara reconhecia com grande maioria de votos e grande parasita do Brasil, o Itapetininga- no que nem os seus pro- prios conterrâneos lhe votam um raio de sym- pathia, queé o Snr. Julio Prestes. Mas veio a tor­menta, essa tempestade f-unosa rugindo por todo o Brasil e o o echo da revolução fora attendido pelo soar da trombeta da razão, e, de todos os pon­tos do Paiz partiram os odios avolumando dia a dia e a briosa Minas Ge- raes e o collossal Rio Grande num gesto admi­ra vcl resolutos vinham contra os esfaimados pe­lo poder. Assim a re­volução venceu nobre­mente e podem ficar

tranquillos e certíssimos todos os B r a s i l eiros, que brevemente teremos a Patria livre de compro­missos e o ideal dos an­tigos ainda será postoem pratica porem noregimen Republicano. Pois nós que somos Republicanos sempre soubemos respei­tar os ideaes dos nossos compatriotas, que na egide Republicana tem vivido, mas como brasileiros, res­peitando as leis, e, como compatriotas respeitando seus irmãos pátrios. Nun­ca os ideaes antigos fo­ram varejados pelos repu­blicanos que muito hon­rosamente guarda as cin­zas dos seus lltustres Im­peradores. A Republica de hoje não é aquella de hontem. Lá temos um governo cujo nome sobe­jamente conhecido, tem brilhado mais que todos os astros na constellação politica. Lá temos um Brasileiro Illustre e emi­nente que mostrará cathe- goricamente a todos seus governados que a fibra de um governo não é odiar nem vingar. G juiz justo não perdoa. Se cumprin­do a lei, cumpriu-se tudo.

Aguardem compatrio­tas os passos que está dando o nosso governo e depois diremos com os antigos monarchicos, que a Republica é a forma mais nitida que um paiz possa se conduzir.

O ideal dos antigos não é mais do que o cum­primento exato da forma Republicana, liberal, e democrática.

A VOZ DO POVO 2

Chronica Social flos que amamPara o Prof. Evaristo por Jorá de ANDY

Peut-être, daus la foule, une âme que f ignore Aurait compris mon áme, et m'aurait repondu

( L À M A K T I N B )

Ha sobre o mar da vida, accesa, uma ardentia, Onde a sereia azul dos sonhos e illusões,Os cabellos de luz entre os dedos desfia . . .E o mago encantamento das paixões. . .

Ah! quanta gente sobre essa luz fugidia ,Em busca do amor joga os ternos corações! Loucura! quanto horror na sereia irradia ! Vos espera, 6 mortaes, em forma de canções

0 } vós que no, batei sereno da esperança;Da vida pelo mar que em sonhos se destrança? A Perola do Amor, tão a vidos, buscaes,

Sentido! cada vaga é negra sepultura,E vós, almas febris, 6 nautas sem ventura, Sossobrareis um dia e não voltareis jamais.

O urinhos, 19/11/30.

M e r c a r á Natalicio

Na hora crepuscularQuem passar pela rua...

a tarde, na hora em que os últimos raios de sol des­pedem-se no uccaso e a Ave Maria resplandece em sua mystica bellesa, nota-se que, em um pequeno ban­galô ali situado, gentil se- nhorinha debruçada leve­mente sobre o parapeito da janella contempla, submer­sa em profunda tristeza, a Natureza em seus mais su­blimes mysterios.

Em que pensará?!... Não sei. Bem longe de mim está o poder da advinhação.

Talvez que nestas horas se lhe despertam n’alma sentimentos de fecunda pai­xão que elevam os pensa­mentos aos páramos do infinito como que buscan­do no azul ethereo o bal- samo suave para a sua af- fHcção discreta.

De que grandes pensa­mentos não encerra aquel- le pequenino cerebro; que cruéis dores não se agitam naquelle coraçãosinho ain­da em flor.

Ah ! quão impiedoso é o Amor!... e talvez que a re-

miniscencia de um passa­do se lhe desperta n’alma, como de um lethargo pro­fundo, deixando traspare- cer na luz da imaginação os sonhos dourados de ou­tros tempos, ou os dias fe­lizes em que, nessas mes­mas horas de mysterios, quando a Natureza parece adormecer sob a paz de um céu divino, seus labios purpurinos pronunciavam phrases repassadas de inef- favel doçura e encanto, e que se murcharam ao sol da desillusão !...

E como um veneno que suavisa outro veneno a Sau­dade resurgiu em seu co­ração amargurado ... e en- florando os labios sorriu, mas íim sorriso que dei­xava transparecer uma ale­gria vaga, que pouco de-

ois se escondia na penum- ra de infinda m agua!E como a rola que ao

cahir da tarde na solidão das mattas soluça entriste­cida, tambem a jovem ao cahir da noite decerrando os labios roseos confessa a Natureza adormecida os delirios de sua alma apai­xonada...

fllfin io MacielNo dia 17 p. p. o Snr.

Alfinio Maciel, elemento da fina sociedade Ouri- nhense, e digno pharma- ceutico, colheu mais um anno na sua preciosa exis­tência. Por isso reunio em sua residencia, alguns amigos e offereceu uma mesada de doces, não fal­tando em profusão a An- tarctica. Houve tambem uma tocata entre músicos amadores desta localidade, tendo o conjuacto orches- tral agradado deveras a assistência em todos os números executados pelo seu grupo.

O Snr. Maciel e sua Exa. Esposa não pouparam es­forços para agradar os seus amigos, demonstrando as­sim sua lhaneza e bondade. Eram já 23 horas quando dali se retiraram os amigos e visitantes. Esta folha cumprimenta-o sinceramen­te por essa ephemeride natalicia e faz votos que se repita por muitos e mui­tos annos.

Os que viajamAqui estiveram os Snrs.

Manoel Leão do Rego, nos­so representante em Pal- mital;

— Sebastião de Almeida, industrial em Salto Grande:

— Apresentou-nos as su­as despedidas o Snr. Grou- chy Salles, que seguio para São Paulo;

— seguio para a Capi­tal, o Snr. Thomaz Chine, acom panhado de suas gen­tis filhinhas;

NascimentoMuito embora tardio, te­

mos o prazer de registar o nascimento de mais uma filhinha do nosso presado amigo Benedicto D. da Andrade, acatado Agente

Estação Sorocabana.

FonteEstão sendo reparados

todos os estragos da pon­te S. Paulo - Paráná, vindo de Botucatú um trem es­pecialmente para esse fim..

PELIRIOS1. . .Ah! Peza-me na fronte a coroa de rnartyrio Que um inspirado e pobre amor sobre mim lançou;

Já é bem latente a dor que no coração brotou Desse apaixonado amor que se chamou delirio! . . .

A h ! como é triste amar assim, como um pobre lyrio Na cadência de infeliz paixão que alimentou Um coração, que em tristezas mudas se tornou,Como a luz amortecida e pallida de um cirio! . . .

. . . Soluça o peito de tristezas acorrentado,Suspira em vão o coração apaixonado,E sorri a alma no delirio de uma dor! . . .

Mas não! que importa o soffrimento, o padecer! ? . . . Pois quem ama soffre sempre, quero pois soffrer, Quero viver sonhando. . . quero viver de amor! . . .

A noite taciturna e lenta desce cobrindo o espaço com o seu manto de es- trellas fulgurantes; e a lua

lentamente vem surgindo lançando sobre a terra a merencorea luz.

LÉA

A VOZ IX) POVO

: anoz oo pdvo| Pablica-sc aos DomingosIff U I H K C T O R - G K B B N T B

Joaquim dc Azevedo |

E X PE D IE N T E ; | M ssig n a ta n n s í£

CIDADE 1 5 1 0 0 0 I FORA m o O O S

| Secção livre e Editaes Iâ Por linha . . £>300 v

Repetição . . $200 gPagamento adiantado |

A parte editorial é á franqueada aos Snrs. g Collaboradores, cujos artigos deverão ser assignados.

Os originacs, em­bora não publicados, não serão devolvidos

A Redacção não as- f sume responsabilida- de dos conceitos e- mittidos em artigos à devidamente assigna- li­dos. f

O expediente desía I folha encerra-se ás I Sextas-feiras ás 16 ^ horas em ponto f

RUA PARRNÂ |

O U R I N H O S |

Prol. Cmislaràio 1. MolínaNão havendo possibili­

dade de publicar neste nu­mero a vossa collaboração por excesso de matéria en trada em primeiro logar, pedimos venia por esta fal ta, mas que promettemos no proximo numero publi- cal-o.

Para o limo dedivo; DO PU

Entraram com seus no­mes no Livro de Ouro d’ «A VOZ DO POVO», os Snrs. Augusto Alonso, An­tonio Ribeiro e Antonio Cos­ta, por terem contribuído com as assignaturas de nossa folha até o fim do anno corrente. Sendo ape­nas 5$000 a assignatura da ”Voz do Povo” até o dia 31—12—930, acreditamos ser bem succedidos em nos­sa iniciativa e continuamos com o Livro de Ouro aber­to, para aquelles que quei­ram expontaneamente pa­gar em nosso escriptorio, á Rua Paraná, a importân­cia acima, no quedaremos a luz da publicidade e con­fessamos simplesmente gra­tos.

F u t e b o lDomingo passado tive­

mos uma tarde esportiva que deixou bastante a de­sejar aos amantes daquelle esporte, em virtude do club visitante ser bastante fraco para enfrectar clubs do nai­pe do E. C. Operário.

O Operário apezar de es­te r sem treino, não deixa de ser aquelle de sempre.

imaginem se o seu con- juncto tivesse treinado, en­tão seria uma barbaridade si bem que 7 x 0 não é victoria, é uma derrota me­donha que infligiu ao seu adversario. Deixou a de­sejar dizemos, porque sen­do um conjuncto regular, para o Operário é canja e com isso perde a graça toda a partida, porque nós r3o queremos ver surras dr natureza da que levou o club Botucatuense, e quando é um conjuncto mais ou menos equilibrado ahi que nós vemos a fibra da Operário.

O Operário entrou [em campo com o seguinte ban­do.Dirceu, Leontino, Mala- chias, Rezende, Lazinho, Orivaldo, Géto, Tonico, Os- waldo, Assumção e Neguito

O Snr. Oscar de Souza que foi arbitro da peleja agiu a contento, não por­que o Operário vencesse, mas porque ao nosso ver agiu criteriosamente. O Operário no primeiro meio tempo contra o vento e o sol marcou 4 pontos, que com isso desanimou por completo os visitantes. No segundo meio tempo foi um dom i n i o completo; pois chegou ao ponto de vermos Dirceu afastado bem distante de seu posto palestrando com assisten­tes. O Operário apezar da falta de treino jogou admi­ravelmente. O ponto fraco

do conjuncto era Oéto que foi o extreante no primeiro quadro, que promette por­que se esforça e tem mes­mo algum jogo, mas com tudo, marcou dois pontos ao seu club. Os jogadores todos demonstraram a mes ma technica antiga, sobre- sahindo como sempre o collossal Lazinho. Os vi­sitantes jogaram regular mente, não havendo por isso nomes a destacar.

Cumpre-nos dar os pa­rabéns ao E. C. Operário pela esmagadora derrota que infligiu o afamado Club de Botucatú.

Dr. IMircto F. DoesRetira-se brevemente de

nosso meio o Illustre cli­nico e acatado cidadão, Dr. Theodureto Ferreira Gomes. A população de Ourinhos lamenta deveras essa perda insubstituível. Porque ? Era o medico dos pobres; era tambem a sua bolsa o soccorro d^s ne­cessitados, e, finalmente a porta de sua casa era sem­pre aberta a todos que o procurava para qualquer fim. Residindo aqui ha lon­gos annos, deixa innume- ros amigos e uma lagrima a cahir dos olhos da po­breza que sente esse gol­pe rude de sua retirada.

Que havemos de fazer? S. S, por motivos que não seremos indiscretos a sa­ber, nos deixa. Pois bem; Deus seja o pharól na sua nova residencia, são os sinceros votos que esta hu- mildí folha dezeja a sua Illustre pessoa juntamente com sua Exma. Familia.

que muito contribuirá as classes proletárias.

Pois tanto na Capital co­mo no |interior as casas dão juros 3 a 4 vezes mais do que a taxa natural e sendo por isso excesso de lucro em que depõe muito contra jos proprietários e accarreta grandes damnos na bolsa dos inquilinos.

Aqui em Ourinhos prin­cipalmente, qualquer ran­cho de taboas é alugado a 60, 70 e até 100# men- saes, isto nos arrabalbes, no centro não se falia!

Agora como nunca que atravessamos grande crise é muito justo que o nosso governo decrete em con­tinente essa lei, mas que se estenda o referido decreto ao interior onde tambem campeia a inflexibilidade de proprietários pha ntastica- mente financeiros e sendo sanccionada ao Estado, o interior receberá tambem esse grande beneficio. Oxalá que não se demore a re­ferida lei entrar em vigor e receberemos a noticia ba­tendo palmas.

Os a lip e is de casasvão ser reduzidos de 3D°|„

(dos jornaes)

Em nosso numero pas­sado tratamos interessada- mente sobre a questão de alugueis de casas, referin­do-nos principalmente no ponto de vista em que os proprietários cobram exor­bitantemente os alugueis.

Agora acabamos de ler nos jornaes que S. Paulo dentro de poucos dias terá reduzido os alugueis obri­gatoriamente de 30 por cento, porcentagem essa

N'uma cidade como Ou­rinhos, não ter uma banda musical, parece incrivel.

Ja falíamos em um dos nossos números neste sen­tido. Acreditamos piamen­te que a Prefeitura não pos­sa subvencionar com quota nenhuma para manter um maestro para reger a corpo- ção. Mas se amanhã vem um circo de cavallinhos, ou temos uma festa qualquer que necessite musica, qual será a nossa posição?

Aqui que é a cidade que promette e vemos um fu­turo brilhante a sua espera, não seria mau que a Pre­feitura se esforçasse um pouco e auxiliasse para que por qualquer forma pudés­semos reorganisar a cor­poração musical porque a musica é a alma de uma festa. Ha tantos gastos que a Prefeitura poderia cortar e auxiliar a referida reorganisação porque as músicos estão promptos a tudo, basta que tenha ma­estro. Esperamos do nos­so D D. Governador da cidade, quálquer coisa a favor desta grandiosa ne­cessidade.

Guardião

A VOZ DO POVO 4

Durante 40 annos de Repu blica, o Brasil vergou sob o peso crusciante de uma oly- garchia que o asphyxiava.

Mas cansou-se finalmente.E com uma sacudidela

de hombros, arrojou para longe o jugo despotico de uma tyrania nefasta.

Não foi o despertar de energias adormecidas, não. Foi a eclosão das energias dôs seus filhos, a custo re­primidas, por longos annos.

Foi como se o Brasil hou­vesse conquistado a sua segunda independencia.

E não era preciso ser propheta. Não se fazia mis­ter ter o espirito vidente dos telepathas, para se pre­ver que o anceio de todos os brasileiros tinha que se trasformar na acção revo­lucionaria que depoz os oly- garchos do governo pas­sado.

Era fatal. Tinha que ser.

Brasil N ovoPatre “fl VOZ DO POVO“ po* Jorá de ANDY

Inicia-se agora uma nova era. A era da Liberdade e da Democracia sem de­magogia.

O Brasil não pôde, po­rém, reintegrar-se de um momento para outro, de todos de direitos liberaes

de uma Republica Demo­crática.

Depois de quasi meio sé­culo em que imperou oprofissionalismo político, é necessário reconstituísse tudo de novo, E isso de­manda tempo e trabalho.

Não basta somente a boa vontade dos governadores para se lévar a bom termo essa reconstrucção. Elles, por si só, nada poderão fazer E’ imprescindível que haja o concurso de todos os bons brasileiros. E esse concurso é um de­ver patriotico a que nin­guém póde se furtar.

Perguntaram a Lincoln si era preferível um gover­nador déspota, mas bom administrador, um gover­nador liberal, mas pouco versado em questões ad­ministrativas. O grande es­tadista, ao envez de res­ponder directamente ao di­lema que lhe apresentavam, disse que acima de tudo, era preferivel «o governo do povo e para o povo», pois que sem o auxilio do

povo nenhum governo go­vernará.

E dessa phrase, tirámos a nossa asserção.

Unam-se pois todos os brasileiros, e sem apoio in- condiccional e nem oppo- sição systhematica, congre­guem todos os seus esfor­ços pafa alcançar o desi- teratum da Revolução, que conseguiremos assim a Re~ publica que sonharam os bravos de 89,

* *Não terá sido inutil, en­

tão, o sangue que derra­maram tantos brasileiros.

O regimen dictatorial es­tabelecido, com poderes discrecionarios, pode ser kodakizado pelos pessimis­tas como um contrasenço aos ideaes de liberdade.

Entretanto, é necessário que assim seja, tempora­riamente. E’ preciso que todos sacrifiquem em par­te, por um certo tempo, a sua liberdade constitucio­nal, para o levantamento moral e material do nosso

querido Brasil.Depende, porém, da bôa

vontade de todos, a maior ou menor duração, da for­ma de governo em vigor.

Aos municípios está re­servada uma grande parte na cooperação geral para o reerguimento do Paiz.

Da bôa vitalidade das callulas depende o bom desenvolvimento de um or­ganismo. E que os muni- cipios são as cellulas da Nação, é cousa por demais conhecida.

Influirão todos, não só nos destinos da Politica, como da Ordem e do Pro­gresso. Partes preponde­rantes do Paiz, elevar-se-hão no seu conceito si, por nor­ma de conducta, se amol­darem ás regras da sã po ­litica.

Ourinhos felismente, está confiado a homens, cuja probidade ninguém con­testa. Esperamos, pois, que os nossos dirigentes saberão cumprir o seu de­ver, envidando os esforços de que são capazes, pelo progresso desta localidade e cooperando, assim, para a felicidade da Nação.

Ourinhos, 18/11/30.

Secção LivreB d i t a l

Em cumprimento á Cir. 234 de 13 do cor­rente, faço publico, para conhecimento dos inte­ressados que ficam to­dos os Snrs. correntistas da Caixa Economica. es­tadual annexa a esta Collectoria, convidados a apresentarem até 30 do corrente, suas cader­netas, afim de serem con­feridas e visadas pelos funccionarios do The- zouro que serão desig­nados pelo Governo pa­ra esse fim.

Os Snrs. depositantes que deixarem de reco­lher as suas cadernetas, dentro do alludido pra­zo, ficam sem direito a quaesquer reclamações posteriores.

Collectoria Estadoal de Ourinhos, 20 de No­

vembro de 1930.Pelo Collector

MarcosEscrivão

issão de

Cia. F. São Paolo-FaranáFaz-se publico que no

dia 24 do corrente, Segun­da feira, será reaberto o trafego em geral desta es­tradaOurinhos, 22 de Nov. 1930

Herminio SoeiChefe do Trafego

TERRENOVende-se na Rua

Artindo Luz, ponto mais alto da cidade,

a vista ou aprestações.

Tratar directamente com o proprietário |

Prof* Paulo Novaes g de Carvalho

Visitará muito breve a nossa cidade uma comniis- são de syndicancia com­posta dos Snrs., Major Cor­rêa de Mello, Angelo Men­des Corrêa e Leonidas da Silva Cardoso.

Essa commissão nomea­da e autorizada pelo Co­ronel João Alberto, Illustre Delegado Político Militar Revolucionário, Junto ao Governo de S. Paulo, virá com amplos poderes para averiguar tudo de accordo com o Edital que abaixo publicamos e que já foi distribuído nesta cidade.

Edital.A.O P O V O

Dentro de breves dias deverá visitar esta cidade a Commissão de Syndican­cia nomeada e autorizada pelo Coronel João Alberto, digno Delegado Politico- Militar Revolucionário, jun­

to ao Governo de S. Paulo, afim de apurar todas as ir­

regularidades verificadas quer na administração lo­cal, quer quanto a abusos de autoridade, fraudes elei- toraes e toda a especie de privaricação, anteriores a Victoria Revolucionaria.

Assim, receberá a Com­missão de Syndicancia to­das as suggestões e denun­cias que lhe forem dirigi­das, contando com o au­xilio de todos os bons ci­dadãos, que queiram cpn- tribuir para que os respon­sáveis não possam fugir ao severo castigo que merecem

As accusações, para se­rem tomadas em conside- deração e examinadas, de­verão ser fundamentadas com clareza e precisão, guardando absoluto sigillo sobre essas denuncias.

A Commissão de Syndicancia

Major Corrêa de Mello Angelo Mendes Corrêa

Leonidas da Silva Car­doso.

5 A VOZ DO POVO

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“A VOZ DO POVO”yg OURINHOS «> E. DE S. PAULO

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A VOZ DO POVO8BMANARIO INDEPENDENTE

Dírector-Gerente: JOAQUIM DE AZEVEDO - OffltiltóS propPlll - Collaboradores: DIVERSOS

RNNO 1 ( Estado de São Paulo) Ourinhos, 30 Novembro de 1930. NUMERO 34

C /m nossos tempos ci- vilísados, em que tudo é diplomático e as leis ins- tinctivamente observada, em que os povos, n’um fecundo contentamento, contempla o jorro enthu- siastico de remodelação Brasileira, revigora-se em catadupas inflamáveis pe­lo vulto que toma as cou- sis nacionaes, acabando ultimamente de contem­plar a capital Paulista, o espectáculo augusto, de iVum bloco de 100.000 pessoas, admirar pessoal­mente, os gigantes da Victoriosa Revolução, os eminentes c Exmos. Srs. Coronel João Alberto, General Juarez Tavora e Dr. Oswaldo Aranha, que vieram procedentes do Rio, entregar o Governo de S. Paulo, ao Illustre Coronel João Alberto.

Justíssima homenagem prestou o povo Paulista ao seu novo Governador, nomeado pelo D. D. Pre­sidente da Republica.

Justíssima homenagem prestou o povo de S. Paulo ao seu novo Go­vernador, porque possue esse vulto proeminente, um nome que resôa em éco poderoso e honrado alem Brasil.

A imprensa é unani­me em elevar os seus me­recimentos na legitimida­de do que lhe pertence.

Assim, essa turba des- communal, que teve a honra de estar frente a frente de João Alberto, são aquelles que confi­antes esperam junto com

O enthusiasmo de S._Paulo

R nossa necessidadetodos os habitantes do Estado de S. Paulo a re­modelação completa para o bem e progresso deste pedaço de terras do ine- gualavel torrão Brasileiro

Nós aqui do matto por assim distr, tambem so­mos confiantes em seu grande nome, mas a nos­sa necessidade abrange muita cousa, que até nos­sos dias, correm mansa­mente como um grande e caudaloso rio, sem que o barqueiro possa vencer as suas quedas. (

Por exemplo, os alu­gueis de casas.

Não queremos nem por brincadeira, argumen­tar mais, porque ja te­mos dito muita cousa a esse respeito e esperamos no espirito elucidado do nosso novo governador, que ha de reprimir o gran­de cancro incurável e in­saciável dos maus propri­etários pela ganancia do ouro, vil metal, miserável elemento, inimigo capital do homem.

Sejamos grandes á Pa­tria, muito embora pobres

A pobreza não é o maior dos males, (disse alguem), puríssima ver­dade . A nossa lavoura precisa proteção. São Paulo possue um oceano

incommcnsuravel de ter­ras e falta braços, mas braços para a lavoura de cereaes e outras tantas que o Brasil precisa, prin­cipalmente o E. de S. Paulo, mas nunca para o café porque infelismen- te essa rubiacea está como o jequitibá tombado, sem yida. . . morto.

Haverá neste momen­to quem diga ou todos digam, braços existem hoje em dia em quantida­de, mas falta dinheiro!...

O ponto de vista prin­cipal sendo este, todos nós devemos ser fieis a Patria, ao Governo, para que não haja anormali­dades nos passos de sua vida, para assim poder­mos constituir finanças equivalentes as necessida­des.

Verifiquemos com a devida attenção os actos governamentaes, que ti­raremos a conclusão que tudo irá para o progresso de accordo com o nosso regimen.

Devemos agora ter­mos muita, mas muitís­sima paciência porque as nossas necessidades serão satisfeitas, porém é logi­camente claro que os nos­sos novos governadores encontrando na mais tris­

te das situações o Paiz, não poderão em pouco tempo satisfazer tudo o que é preciso. A rui na em que estava em trajecto a nação, só mesmo a Re­volução seria a redemp- tora de sua agonia.

Ella vencendo como venceu, será como é o inicio da melhora com­pleta. Só sendo leiguis- simo na matéria de polí­tica poderá não compre- hender a situação que nos achavamos e nos acha­mos. Irmos a bancar­rota com a fabulosidade de riquezas subsolo Bra­sileira, com o ineguala- vel oceano de mattas vir­gens inteiramente intac­tas, onde até então tem sido o orgulho nosso e a inveja do mundo inteiro, onde tudo encanta e enobrece a nossa raça ? Não. Mil vezes não.

Antes dar-mos o san­gue á Patria, para luctar contra os poderes, como o que ainda recentemente cahiu para não mais se levantar, e que venham gaúchos ou quem quer que seja das plagas suli­nas ou do norte, nada affecta, todos são brasi­leiros, basta serem hon rados como os que felis. mente, mais outra vez felismente, estão nos po­deres governamentaes pa­ra em tão bôa hora di­rigir e endireitar as ve­redas da bemdicta terra de Santa Cruz, terra das tradicções mais dignas na historia de um Paiz, terra cujo. povo é -o he roismo da civilisação.

2 A VOZ 130 POVO*

Divagando... flcrostico...A . ti, a Potria muito agradece Hjuctaste com heroismo e valor X^ouvando-a, com orgulho que ennobrecc, Xnvocando, seu santo lemma com amor, A . tfwa ordem, /o i o principal factor, IDTada desmente, teu nome Senhoril,S alvas-tes, sem odio e sem rancor# AJcanças-tes a paz, pora o Brasil.

JLiüuvados sejam, iens chefes emiíjentes,I Iluminados, por luzes celestiaes,

3 3 uscaram, im itar a Tiradentes,33 conseguiram, alcançar seus ideaes. R ealizou-se pois, o maior acto de grandeza, A Patria que estava opprim ida , Xuibertou-se, com toda sua nobreza.

MORENITA

DES1LLUZÃO Quando que eu havia de

pensar que a minh’alma que é tão pequena, que até nem sei bem o tamanho, en- castellasse coisas tão gran­des !... Mas tão grandes...

SAUDADES Que coisa engraçada é

a saudade... Todo mundo tem saudade disto ou da- quillo, e, soffrem tanto a saudade.

O que eu tenho apenas é a recordação de uma festa de S. João em que tirei a sorte n’um copo com agua e um ovo quebrado dentro. Deu que eu era um homem sem amor e esquecido das coisas do mundo. Como deu tão certinho... Não tenho mais amor, não penso na mu­lher e por isso não soffro, nem tenho saudades.

SER POETALidei, me esforcei sem­

pre p’ra escrever uns ver­sos, nunca fui capáz. No entanto o Bentinho que mora no sitio faz modas e versos de encantar.

Eu com isso fiquei dam- nado e não me conforman­do com isso contei a um amigo o caso do meu des­contentamento,

Elle me dissera; fulano, não se entristeça,... O poe­ta nasce feito!

Ah! Ja sei... O poeta, nas­ce poeta... Ja sei...

SER «TRELENTE*Um dia passei por uma

exposição de quadros e vi que um delles estava torto; mas o expositor deixou a proposito para acudir a curiosidade dos visitantes.

Eu, «trelente» disse ao expositor;

Porque não indereita esse quadro ? Elle respondeu- me... Colloco como desejo os meus trabalhos. Bem feito; que tinha eu com o quadro do homem ?

LER VERSOSGosto muito: Ouvir e ler

poetas, é sentir a alma re­juvenescida. E’ alimentar a dor com o nectario de uma harmonia... E* dar a alma, o paraizo dos Divos... Vou ler...

Os que viajam— Seguiu para S. Paulo

o Snr. Cel. Olympio Pe­reira Fonseca;

— Regressou de Laran­jal, a Exma. Snra. D. Phi- lomena Mediei Tonon, dig­na esposa do Snr. Luiz Tonon.

AnniversariosColherá mais uma flor

no jardim de sua preciosa vida, no dia 2 de Dezem­bro proximo, a prendada senhorinha D. Santa De- vienne. Que esta data se repita por muitos annos são os nossos votos.

Abriu mais uma pagina no livro de sua existencia, no dia 28 p. p. o jovem Oracy Detogni.

Nossos parabéns.

NoivadoCom a prendada Snrta.

Nair Migliari, filha do Sr. Henrique Migliari, concei­tuado commerciante desta praça, contractou casamen­to o Snr. Castorino Ferraz, acatado funccionario da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná.

Parabéns

NascimentoAcha-se em festas o lar

do Snr. João Lopes Mar­tins, pelo nascimento de uma galante menina que recebeu o nome de Jose- phina. Desejamos um lin­do futuro a recem-nascida.

Nos communica o Snr. Prof. Constantino A. Moli- na, Director do Externato Ruy Barboza, que durante as próximas ferias, esse ex­ternato não se fechará, com o fim exclusivo de prepa­rar os alumnos para o pro­ximo annoiectivo.de 1931.

Paia o Livro de Ourom o z o o p n

Entraram para o nosso Livro de Ouro, mais os Snrs.: Dr. Antenor Roberto Barbosa, Francisco Este vam e Carlos Amaral.

Agradecemos e con­tinuamos com o nosso Li­vro de Ouro aberto para todos os amigos ássignan- tes que queiram exponti neamente pagar em nosso escriptorio á Rua Paraná, a importância de 5$000, cor­respondente a assignatura do resto deste anno.

Era uma vez uma garrula creança,Como a açucena aromatisada.Era o frescor, o encanto d*esperança$Como a estrella da fresca madrugada.

Cresceu e aos quatro annos enfermara,Veiu o medico e com todo carinho,Viu que a mãe em seu seio apertára ,A pobre creança bem de mansinho.

Vejamos senhora o que tem Maria,Que aconteceu p'ra tão depressa ella adoentar? Aperta-lhe o pulso, ja não mais batia,Queres minha senhora, fazel-a deitar?

Ja não convem Doutor, ella é m orta. . . Morrera em seus braços a pobre M aria,No auge, no desespero, que importa?Se a vida é tão fugáz, não vale um só dia.

(J medico, cabisbaixo, admirado,Presenciára da mãe os dotes seus,Nem as lagrimas tinh'inda enxugado,Elle dissera; Deus é sempre Deus.

JOTABEGE

a voz no novo 5

— «Nessa lucta tremenda em que se degladiam o Homem e a Sciencia, quem vencerá?»

Fez-me essa pergunta, um dia, um amigo.

Francamente, nada lhe respondi, pois que, por mais tratos que désse a bola, não atinei com cousa al­guma que merecesse o no­me de resposta.

Sim, que si não for um genuino sophisma de Ze- non, é um verdadeiro pro­blema de logicidade.

Sabido que é, que numa lucta sempre ha vencido e vencedor, intentei encontrar uma solução ao problema do meu amigo. Mas re­sultaram inúteis todos os meus esforços, pois esbar­rava-me sempre com o im­possível.

Lembrei-me, a titulo de ficha de consolação, do problema do Rei Agrahor.

Esse m onarcha mandara construir uma ponte, e a fizera guardar por um sol­dado, que teria de pergun­tar a todos que tranzitas- sem por ella, para onde ia. Si dissesse a verdade, o soldado deixaria passar. Mas si mentisse, seria obrigado a matar o mentiroso. Certo dia, passando um homem, o guarda perguntou- lhe :

— «Onde vaes ?>— «Vou morrer !»

foi a resposta.Que deveria fazer

o soldado ? Deixo que os meus leitores respondam. Não se d e s a n i m e m e lem- brem-se que já houve quem encontrasse so­lução até para o ce­lebre problema physi- c o : ”Que resultarási uma força irresistí­vel actuar sobre um ponto inabalavel ?“

** *

Vencerá o Homem ou a Sciencia ?

Oaleno, Hypocra- tes, Pasteur, Lavoisier, todos elles são uma demonstração de que vencerá o Homem.

Mas os innumeros mysterios scientiíicos que os talentos de maior malleabilidade não têm desvendado, as muitas enfermida­des sem cura, toda

LOGICIDADEP a * a “ R VO Z DO POVO" po* Jorá de ANDY

essa caudal cahotica de Desconhecidos, são como que uma affirmação de que vencerá a Sciencia.

Vencendo o primeiro, te­remos um mundo desven­dado e a Natureza sob a nossa vontade.

Será bom, então.Vencendo a segunda te­

remos um mundo de mys­terios e a perspectiva do que desconhecemos.

Será melhor ainda.Tudo que nos é desco­

nhecido, apresenta-se-nos com maior attracção.

Reportando-me ao inicio destas linhas, accrescento que a pergunta do meu amigo não é uma questão de tests.

Essa figura caberia em outro lugar, que não fosse um problema de logicidade.

Um dectetive londrino talvez não respondesse a essa pergunta, por mais arguto que fosse. E, no

entanto, os dectetives lon­drinos são os mais experi­mentados em questões de tests.

Antes que um delles seja admittido no corpo poli­cial, é submettido a uma prova de experimentação. O examinador conta um caso ao candidato para el­le encontrar onde está o absurdo.

Diz, por exemplo: —«Uma senhora foi com seu marido assistir missa, ao tempo da Revolução Fran- ceza, a época da guilhoti­na. O niãnuo, áuoi tiicceu encostado ás pernas de sua mulher, e sonhou que ia ser guilhotinado. Aca­bada a missa a esposa ba­te com o leque no pesco­ço do marido para o acor­dar. Mas coincidiu que o homem, nesse momento, sonhava que o carrasco fa­zia uso do cutello e, de susto, cahiu morto na Igreja.

Cousa evidentemente possivel. Mas o absurdo

existe. E’ que o homem, tendo passado do somno á morte, ninguém poderia ter sabido o que foi que elle sonhou.

Isso e um test, Mas a pergunta do meu amigo é um raciocínio.

Ourinhos, 26/11/30

C. F.S. Paulo-ParanáA Companhia Ferroviá­

ria S. Paulo - Paraná, faz sciente ao publico em ge­ral, que no proximo dia Io. de Dezembro, será aberto o trafego de sua via ferrea comprehendido até o Km. 125 na Estação Cornelio Procopio. Mais um passo de progresso que avança essa grande empreza fer­roviária no grande Estado visinho, e, um surto pre­ponderante ao nosso paiz.

Nesta cidade, cujo nome e valor dispensa commentarios, dado o seu futuro gran­dioso, está a venda, por preço de occasião, uma optima e bem montada fabrica de gelo, indus­tria por todos conhecida como a unica que proporciona certos e elevados lucros.

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A venda é exclusivamente por motivo particular imperioso, podendo ser fornecidos a todo momento, dados e provas cabaes da renda até agora obtida.

Tratar sem intermediários, com o proprietário, MANUEL LIBORIO

Oesastre É a t ó e e lDomingo passado o Snr.

Hygino Marchesini foi vic- tima de um desastre lamen­

tável, quando maneja­va a manivella do seu automovel. Sem es­perar, a machina poz- se em movimento, a- fastando e por infe­licidade apanhou a sua perna fracturan- do-a. Sentimos mui­to e apresentamos os votos de prompta me­lhora.

sa

Bs Estives(de um leitor)

A petizada de hoje não pensa em outro divertimento a não ser o estilingue. Os ef- feitos desses instru- mentinhos não são muito agradaveis á população.

Muitos proprietários se qu ixam pelos pre­juízos que occãsio- nam n o s ' telhados e nas vidraças das suas casas e mesmo ja se tem registado peque­nas victimas. A ra­paziada escolar tem outros divertimentos mais dignos á sua ca- thegoria classica de estudantes.

A VOZ DO POVO

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