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Dezembro de 2013
Gabinete de Estudos da FPV Coordenação – Francisco Vilhena da Cunha
Aborto em Portugal factos e números sobre a realidade nacional desde a entrada em vigor da Lei 16/2007
Dezembro de 2013 2
Contexto demográfico
Dos referendos à Lei 16/2007
A realidade do aborto em Portugal
Consequências e impactos
Dezembro de 2013 3
0
25 000
50 000
75 000
100 000
125 000
150 000
175 000
200 000
225 000
1960 1970 1980 1990 2000 2010
CONTEXTO (de)Crescimento populacional
Fonte: INE
Nascimentos
Mortes
Dezembro de 2013 4
85 000
90 000
95 000
100 000
105 000
110 000
115 000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: INE
2007 1º ano com saldo natural negaNvo
Nascimentos
Mortes
CONTEXTO (de)Crescimento populacional
2009 1º ano com menos de 100 000 nascimentos
Dezembro de 2013 5
-‐40 000
-‐20 000
0
20 000
40 000
60 000
80 000
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
Fonte: INE; Eurostat
CONTEXTO (de)Crescimento populacional
Saldo migratório
Saldo natural
Saldo populacional
Dezembro de 2013 6
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
1960 1970 1980 1990 2000 2010
Fonte: INE; Eurostat
CONTEXTO Índice SintéOco de Fecundidade
2012 O Índice SintéNco de Fecundidade
português é o mais baixo da UE27 (1,28)
1982 Índice SintéNco de Fecundidade
desce abaixo de 2,1
2,1 – limite mínimo do Índice SintéNco de Fecundidade para assegurar a renovação das gerações
Dezembro de 2013 7
500 000 250 000 0 250 000 500 000
0 -‐ 4 5 -‐ 9
10 -‐ 14 15 -‐ 19 20 -‐ 24 25 -‐ 29 30 -‐ 34 35 -‐ 39 40 -‐ 44 45 -‐ 49 50 -‐ 54 55 -‐ 59 60 -‐ 64 65 -‐ 69 70 -‐ 74 75 -‐ 79 80 -‐ 84
≥ 85
1980
Homens Mulheres Homens Mulheres
CONTEXTO da Pirâmide ao “Caixão Etário”
Fonte: INE; Eurostat
Dezembro de 2013 8
500 000 250 000 0 250 000 500 000
0 -‐ 4 5 -‐ 9
10 -‐ 14 15 -‐ 19 20 -‐ 24 25 -‐ 29 30 -‐ 34 35 -‐ 39 40 -‐ 44 45 -‐ 49 50 -‐ 54 55 -‐ 59 60 -‐ 64 65 -‐ 69 70 -‐ 74 75 -‐ 79 80 -‐ 84
≥ 85
2010
Homens Mulheres Homens Mulheres
CONTEXTO da Pirâmide ao “Caixão Etário”
Fonte: INE; Eurostat
Dezembro de 2013 9
1 350 000 pessoas em falta para
assegurar a renovação das gerações em Portugal
CONTEXTO Insustentabilidade populacional
Dezembro de 2013 10
Até 1984 -‐ Aborto proibido em qualquer situação
1984 -‐ Aborto permiOdo em casos de: • Perigo para a saúde asica ou psíquica da mãe
• Malformação ou doença incurável do bebé
• Violação
1998 -‐ 1º referendo sobre o aborto. “Não” ganha (50,9%)
2007 -‐ “Sim” pede aborto Raro, Legal e Seguro -‐ 2º referendo sobre o aborto. “Sim” ganha (59,3%) -‐ Aborto permiOdo “por opção da mulher”
Fonte: CNE; Lei 6/84 de 11 de maio; Lei 16/2007 de 17 de abril
ABORTO dos Referendos à L ibera l i zação
Dezembro de 2013 11
Referendo de 1998
“Não” ganha com 50,9% 1 356 754 votos
Referendo não vinculaOvo Abstenção de 68%
Despesas da campanha • Total declarado: 332 k€ • Grupos cívicos: 63% • ParNdo com maior orçamento: PCP -‐ 24% (79 mil euros)
=> Campanha da Sociedade Civil
Referendo de 2007
“Sim” ganha com 59,3% 2 231 529 votos
Referendo não vinculaOvo Abstenção de 56%
Despesas da campanha • Total declarado: 1 315 k€ • Grupos cívicos: 17% • ParNdo com maior orçamento: PS -‐ 63% (831 mil euros)
=> Campanha PolíOca
Fonte: CNE (despesas declaradas); análise FPV
ABORTO os Referendos
Dezembro de 2013 12
Lei 16/2007 – “Exclusão da ilicitude nos casos de IVG” • Excepção no Código Penal para “a interrupção da gravidez [… quando] for realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez.”
• Prevê disponibilidade de informação sobre: o Condições e consequência do aborto; o Condições que o Estado pode dar à conNnuação da gravidez; o Disponibilidade de apoio psicológico e assistente social durante a reflexão.
• Encaminhamento para consulta de planeamento familiar.
• O SNS deve organizar-‐se para garanNr a IVG nas “condições e prazos legalmente previstos” => Clínicas privadas e viagens.
Fonte: Lei 16/2007 de 17 de Abril
ABORTO A lei e a sua implementação
Dezembro de 2013 13
Regulamentação da Lei 16/2007 através das Portarias 741-‐A/2007 e 781-‐A/2007 que definem:
• Equipas mulNdisciplinares para aconselhamento
• Registo obrigatório • Afastamento dos objectores de consciência do acompanhamento de grávidas no período de reflexão
• Tabela de preços do aborto Decreto-‐Lei 105/2008 e Decreto-‐Lei 91/2009 que definem:
• Subsídio por interrupção da gravidez, no valor de 100% da remuneração de referência da mulher que aborta
Fonte: Portaria 741-‐A/2007; Portaria 781-‐A/2007; Decreto-‐Lei 105/2008; Portaria 132/2009; Decreto-‐Lei 91/”009
ABORTO A lei e a sua implementação
Dezembro de 2013 14
Implementação da Lei 16/2007 através de Circulares normaOvas da ACSS e da DGS:
• Acesso universal a mulheres residentes em Portugal, independentemente da sua situação legal
• Procedimentos a adotar pelos estabelecimentos de saúde
• Recolha e envio de informação sobre o aborto e complicações relacionadas dos serviços à DGS “a cada seis meses”
Fonte: Circulares normaNvas 4/2007, 5/SR/2007, 9/SR/2007, 10/SR/2007, 11/SR/2007, 14/DIR/2007; Norma da DGS 1/2013
ABORTO A lei e a sua implementação
Dezembro de 2013 15
Despenalizar: “Abolir as sanções previstas” vs.
Liberalizar: “Conceder livre acesso”
Depois de 2007, o aborto “por opção da mulher”: • Tornou-‐se legal até às 10 semanas
• É financiado na íntegra pelo Estado, tanto no sector público como no privado (inclui deslocações e estadias)
• Manteve-‐se isento de taxas moderadoras
• Permite licenças de 14 a 30 dias pagas a 100%
Fonte: CNE; Lei 6/84 de 11 de maio; Lei 16/2007 de 17 de abril
ABORTO da Despenalização à Liberalização
Dezembro de 2013 16
RESULTANDO:
na Banalização do aborto (1):
Inspecção da IGAS a estabelecimentos públicos e privados
• Faltam equipas mulNdisciplinares
• Procedimentos legais não estão a ser cumpridos
• Falhas relaNvas a equipamento obrigatório
• Casos em que é o mesmo médico a comprovar a idade gestacional e a realizar o aborto
• Registos inexistentes, em branco ou incompletos • Diferenças face aos protocolos preconizados
Fonte: IGAS (relatório de acNvidades 2010)
ABORTO … e à Promoção e Banal ização
Dezembro de 2013 17
RESULTANDO:
na Banalização do aborto (2):
Ajuste e reajuste dos números do aborto “por opção da mulher”:
Fonte: DGS
ABORTO … e à Promoção e Banal ização
Período em
análise
Data dos relatórios Variação absoluta Fev-‐08 Fev-‐09 Mar-‐10 Nov-‐10 Mar-‐11 Mar-‐12 Mar-‐13
2007 6 107 6 328 +221 2008 17 518 18 014 18 017 +499 2009 18 951 19 218 19 222 +271 2010 18 911 19 560 +649 2011 19 802 19 921 +119 2012 18 408 ?
Dezembro de 2013 18
RESULTANDO:
na Banalização do aborto (3):
Degradação dos registos da DGS
• O número de casos em que a idade da mãe era desconhecida aumento 15 vezes em 2010 face a 2009
• O número de casos em que o método uNlizado para o aborto não foi registado duplicou em 2010 face a 2009
Fonte: DGS
ABORTO … e à Promoção e Banal ização
Dezembro de 2013 19
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
140 000
2008 2009 2010 2011 2012
Aborto espontâneo
Aborto induzido legal
Nascimentos
ABORTO Gravidezes de mulheres residentes em Portugal
Fonte: DGS ; INE; Análise e esNmaNva FPV
valores provisórios
Dezembro de 2013 20
97,3%
2,3%
0,3%
0,1%
0,1%
Por opção da mulher
Grave doença ou malformação congénita do nascituro
Perigo de morte ou lesão grave para a saúde asica e psíquica da mãe
Gravidez resultante de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual
Único meio de remover perigo de morte ou lesão grave asica ou psíquica da mãe
18 408
437
54
13
12
Fonte: DGS; Análise FPV
Abortos legais em 2012
ABORTO MoOvos do aborto legal
valores provisórios
Dezembro de 2013 21
Abortos por nascimentos
17,2%
19,3%
19,3%
20,6%
20,5%
Fonte: DGS
ABORTO Aborto legal “por opção da mulher”
6 328
18 017 19 222 19 560 19 921
18 408
0
5 000
10 000
15 000
20 000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 * valores provisórios
Dezembro de 2013 22
Nota: Dados de 2012 provisórios. Dados de 2013 esNmados
Fonte: DGS; Análise FPV
ABORTO Aborto legal “por opção da mulher”
1 ano 15 593
2 anos 34 595
3 anos 53 934
4 anos 73 517
5 anos 92 948
101 456 número oficial a 31-‐Dez-‐2012
-‐ dados de 2012 provisórios -‐
118 000 número esNmado a 30-‐Nov-‐2013
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
Total acumulado de abortos legais "por opção da mulher"
Dezembro de 2013 23
ABORTO a realidade nacional
118 000 Abortos legais
“por opção da mulher” desde a Lei 16/2007 esOmados até 30 de Novembro de 2013
Dezembro de 2013 24
70
1 998
4 256
3 797
3 723
3 172
1 264
116
<15
15-‐19
20-‐24
25-‐29
30-‐34
35-‐39
40-‐44
45-‐49
>=50
Faixa etária da mãe
Abortos legais "por opção da mulher" realizados em 2012
Fonte: DGS; INE
ABORTO Faixa etária da mãe
valores provisórios
Dezembro de 2013 25
102
702
2 219
5 195
6 484
3 688
Sem escolaridade
EB 1º ciclo
EB 2º ciclo
EB 3º ciclo
ESecundário
ESuperior
Abortos legais "por opção da mulher“ em 2012
Fonte: INE; DGS
ABORTO Escolaridade da mãe
valores provisórios
Dezembro de 2013 26
As mulheres grávidas que não vivem com o pai do seu filho abortam (por opção) 10x do que aquelas que vivem com o pai do seu filho.
Em 1995, apenas 4% dos nascimentos foram de mães que não viviam com o pai do seu bebé. Em 2012, este valor já está perto dos 13%.
Fonte: DGS; INE
A B O R T O F a m í l i a
Dezembro de 2013 27
Complicações na sequência de abortos legais induzidos, por todos os moOvos
2008 2009 2010 2011 2012
Unidades que responderam / Total de unidades (só no conQnente) 36/42 34/41 37/41 37/40 37/40
Complicações graves (Infecção / sepsis e perfuração de
órgãos) 9 22 37 31 25
Outras complicações 541 752 1 045 1 000 841
Mortes maternas 0 0 1 0 0
Total de complicações % do total de abortos legais
induzidos
550 3,0%
774 3,9%
1 083 5,6%
1 031 5,0%
866 4,6%
Fonte: DGS
ABORTO R i s cos pa ra a mu lhe r
Dezembro de 2013 28
964
2 742 3 148
3 673 4061 3749
306
807 856
1001 1099
1055
20,8% 19,7% 20,8% 24,5% 25,9% 26,1%
2007 2008 2009 2011 2011 2012*
2 ou mais abortos realizados anteriormente por opção 1 aborto realizado anteriormente por opção 3 549
4 004
4 789
1 270
A BO R T O R e i n c i d ê n c i a
RepeOções (%total)
4 804
Fonte: INE; DGS
5 160
valores provisórios
Dezembro de 2013 29
68
76
56
51
57
47
26
21
22
6 5
1532
943
1370
925 1006
1418
307
224
214
154 224
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Episódios de atendimento por aborto clandesOno
Complicações graves (Infecção / sepsis e perfuração de órgãos)
Outras complicações
ABORTO Aborto clandesOno
Fonte: DGS
Entrada em vigor da Lei 16/2007