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AÇÃO CIVIL “EX DELICTO” A ação “ex delicto” é uma ação que visa a reparação de um dano moral ou material, oriundo de um ilícito penal, cujo objeto é uma sentença penal condenatória que irá constituir um título executivo judicial. O Fundamento legal para a ação “ex delicto” se encontra prevista tanto na legislação penal quanto na legislação civil. O artigo 91, inciso I do Código Penal estabelece que um dos efeitos da condenação é a de tornar certa a obrigação de indenizar. Já o artigo 186 do Código Civil estabelece que aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, cometerá ato ilícito. E o Código de Processo Penal vem regular a ação “ex delicto”, dispondo que assim que transitada em julgado uma sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo civil, para efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. A ação civil para reparação do dano causado por um ilícito penal pode ser interposta antes, durante ou depois da ação penal respectiva; o ofendido ou demais legitimados poderão aguardar o desfecho do processo criminal, executando então a ação penal condenatória, ou se preferir, poderá desde logo, intentar a ação indenizatória no juízo cível, independentemente do andamento ou do início da ação criminal. Portanto, conforme os artigos 63 e 64 do Código de Processo Penal, não se faz necessária uma sentença penal condenatória transitada em julgado para pretender, no civil, a reparação do dano. O ofendido ou seu representante legal ou seus herdeiros podem, independentemente da ação penal, antecipar-se e pretender, desde logo, o ressarcimento. É evidente que neste último caso não terá o autor um título executivo judicial, representado pela sentença penal condenatória. Não caberá a ação civil reparatória quando o juiz criminal reconhecer categoricamente a inexistência do fato, ou que o sujeito não participou do fato. Portanto, o nosso sistema jurídico, apesar de adotar a independência entre o juízo civil e criminal, estabeleceu que quanto a autoria e a existência do delito, bem como nas causas de excluem a ilicitude quando julgadas por sentença no juízo criminal, não mais poderão serem discutidas no juízo civil, pois isto causaria decisões contraditórias dentro de um mesmo sistema jurídico.

AÇÃO CIVIL Ex Delicto

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AO CIVIL EX DELICTO

AO CIVIL EX DELICTO

A ao ex delicto uma ao que visa a reparao de um dano moral ou material, oriundo de um ilcito penal, cujo objeto uma sentena penal condenatria que ir constituir um ttulo executivo judicial.

O Fundamento legal para a ao ex delicto se encontra prevista tanto na legislao penal quanto na legislao civil. O artigo 91, inciso I do Cdigo Penal estabelece que um dos efeitos da condenao a de tornar certa a obrigao de indenizar. J o artigo 186 do Cdigo Civil estabelece que aquele que por ao ou omisso voluntria, negligncia ou impercia, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, cometer ato ilcito. E o Cdigo de Processo Penal vem regular a ao ex delicto, dispondo que assim que transitada em julgado uma sentena condenatria, podero promover-lhe a execuo, no juzo civil, para efeito da reparao do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.

A ao civil para reparao do dano causado por um ilcito penal pode ser interposta antes, durante ou depois da ao penal respectiva; o ofendido ou demais legitimados podero aguardar o desfecho do processo criminal, executando ento a ao penal condenatria, ou se preferir, poder desde logo, intentar a ao indenizatria no juzo cvel, independentemente do andamento ou do incio da ao criminal. Portanto, conforme os artigos 63 e 64 do Cdigo de Processo Penal, no se faz necessria uma sentena penal condenatria transitada em julgado para pretender, no civil, a reparao do dano. O ofendido ou seu representante legal ou seus herdeiros podem, independentemente da ao penal, antecipar-se e pretender, desde logo, o ressarcimento. evidente que neste ltimo caso no ter o autor um ttulo executivo judicial, representado pela sentena penal condenatria.

No caber a ao civil reparatria quando o juiz criminal reconhecer categoricamente a inexistncia do fato, ou que o sujeito no participou do fato. Portanto, o nosso sistema jurdico, apesar de adotar a independncia entre o juzo civil e criminal, estabeleceu que quanto a autoria e a existncia do delito, bem como nas causas de excluem a ilicitude quando julgadas por sentena no juzo criminal, no mais podero serem discutidas no juzo civil, pois isto causaria decises contraditrias dentro de um mesmo sistema jurdico.