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MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DE DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS DA COMARCA DE CAMPO GRANDE, MS. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, por seu órgão de execução subscrito, vem perante esse Juízo, no uso das atribuições conferidas pelos artigos 81, 82 e 91 da Lei n. 8.078/90 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – propor a presente AÇÃO CIVIL COLETIVA COM PEDIDO DE LIMINAR em face da empresa 1

Acao Civil Publica - Enersul - Campo Grande - Dr. Paulo Zeni (1)

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trata-se de ação civil pública em face da Enersul.

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MERITSSIMO JUIZ DE DIREITO DAVARADE DIREITOSDIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGNEOS DACOMARCA DE CAMPO GRANDE, MS. O MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DEMATOGROSSODOSUL, porseurgodeexecuosubscrito, vemperante esse Juzo, no uso das atribuies conferidas pelos artigos 81, 8 e!1da"ei n# 8#$%8&!$'()*+,O*-*-.-/0 *O(O1/23+*O4'propor a presenteAO CIVIL COLETIVACOM PEDIDO DE LIMINARem face da empresa ENERSUL EMPRESA ENERGTICA DE MATO GROSSO DOSUL S.A., pessoa 5urdica de direito privado, concession6ria de serviop7blico de energia el8trica, inscrita no (19J sob o n# 1:#;1:$, comsedena 0v#,ur?3ar@ues, n# 8#$$$, (-9%!$%>!$$, em(ampo ,rande, 3/Arazo pela @ual expende as subse@Bentes consideraes de fato e de direito#1. DOS FATOS 1# /egundo foi apurado nos autos de+n@u8rito (ivil n# $1=&$$$, a -394-/0-1-4/2"vempraticandocondutas abusivas contra seus clientes, violando direitos basilares previstosna (O1/C+C2+DEO .-*-40" e no ()*+,O *- *-.-/0*O(O1/23+*O4# # 0sreclamaesecpiasdepetiesiniciais acostadas aos autos, bemcomo as respostas oferecidas pela4-F2-4+*0, confirmam,em primeiro lugar, @ue a empresa -1-4/2"vem cobrando, de modo arbitr6rio e sem concesso de direito de defesa,multas e contas retroativas a at8 dois anos, de consumidores cu5osmedidoresforamapontadoscomodefeituososoufraudadospor vistoriarealizada pela concession6ria unilateralmente#= Jf# %>!$K e "2(0/ *O3+1,O/ -N+*+O socorreu>se do9oder Judici6rio nos autos de ao n# $$$#$$8$11>! Jf# 11$>11!K#"2(0/, em especial, afirmou ter sido acusado de furto de energia pela 4O-1-4/2" @ue, aps constatar suposta irregularidade no medidor,pretendia @ue ele pagasse contas retroativas a ; meses, sem @ue lHe fosseoferecida oportunidade de defesa#:# 3erecemreferPncia, ainda, os casosde cobrana retroativa enfrentados por 304+10 *0 /+"G0 3O1C-+4O3-1-,2//O Jf#1;;>1:$K,(04"O/ 0.O1/O /0""-/Jf#!!seuma extensalistadeconsumidores lesados, incluindo>seno@uadroelaboradopela -1-4/2"coluna demonstrativa don7merodemeses cobrados retroativamente de cada consumidor#!# -st6 demonstrado, portanto, atrav8sdas reclamaes edocumentos colHidos pelo3+1+/CO4+O9RS"+(O,@ue a 4O -1-4/2" valeu>se emv6rias oportunidades de pr6ticasdissimuladas, maliciosas e arbitr6rias para acessar os medidores deconsumo independentemente do pr8vio conHecimento e consentimento domorador, atribuir>lHe defeito e impingir a cobrana de valores retroativos# 1$# 0purou>se, ainda, @uenos casos em@ue constatoudefeitooufalHa nomedidor de consumode energia,'RE(UERIDA )*+*,-"./,* "#0*+"0'%*#-* 0', 1.#23*, 0* 4."5,!$#0*#'#0$$,!$#,.%"0$)*,'$6'7'%*#-$0*!$#,.%$%*)'%*#-**,-"%'0$, )*-)$'-"+$ ' 6)'5$ 0* '-8 9: %*,*,, %*0"'#-* 6)$!*0"%*#-$'0%"#",-)'-"+$ "#;.","-$)"'11# (omo se isso no fosse suficiente,restouverificado@uea4O-1-4/2" "#-*))$%6*.$1$)#*!"%*#-$0**#*)7"'*&8-)"!'*%+se, finalmente, @ue averificao do funcionamento dos medidores de consumo foi empreendidaunilateralmente por t8cnicos da -1-4/2", em laboratrio da -1-4/2" esenocaso, violaoaos direitos "#0"+"0.'", A$%$7B#*$,dos clientes da -1-4/2", @ue sosubmetidos a procedimentos constrangedores de fiscalizao e a cobranasrealizadas ao arrepio da lei# Camb8m 8 individual HomogPneo o direito Trestituio dos valores pagos indevidamente# :# Ointeressesocial relevantedamedida 8 patente, posto @ue a defesa coletiva se afigura imprescindvel T

(099-""-CC+, 3auro et all# 0cesso T Justia# Craduo de -llen ,racie 1ortHfleet# /8rgio 0ntQnio .abris -ditor# 1!88# p# ;!>:$#=soluo r6pida e HomogPnea da lide, atrav8s de um 7nico processo, comoferramenta de economia e celeridade processual, bem como de distribuioe@Bitativa e e@uilibrada da Justia, especialmente diante do imenso n7merode consumidores, dispersos por todo o -stado de 3ato ,rosso do /ul, @uese valem dos servios prestados pela 4O# =# 0grava>se a situao @uando seobserva@ueoserviodeenergiael8trica8prestadopor concessodo-stado, submetido a uma s8rie de princpios e regras de Hierar@uiaconstitucional e fiscalizado, dentre outros rgos, por uma agPncia p7blicaespecialmente criada para esse fim, o @ue evidencia de modo irrefrag6vel ointeresse p7blico @ue afeta tais relaes de consumo#%# 0l8mdisso, considerando>se adimenso pessoal dos danos causados, dificilmente poder>se>ia empreenderuma defesa eficiente pela via individual, especialmente por @ue o custo e otempo exigidos para o patrocnio de uma demanda 5udicial desestimulam asreaes particulares dos cidados, afigurando>se indispens6vel a atuao do3+1+/CO4+O9RS"+(Opara@uerestegarantidoorespeitoao*ireitovigente#8# -st6 demonstrado, portanto, @ueo 3+1+/CO4+O 9RS"+(O 8 5uridicamente legitimado para o a5uizamentoda presente ao, em defesa dos direitos individuais HomogPneos de todosos consumidores clientes da 4O -1-4/2" em 3ato ,rosso do /ul#C. DO DIREITOD COBRANA RETROATIVA POR FALHA NAMEDIO DE CONSUMO.C.. D' )*,6$#,'@"&"0'0* 6*&' !$))*-' %*0"2?$ 0$ !$#,.%$.!# Oinciso +++ do artigo =V do(*( estabelece ser direito b6sico do consumidor Xa informao adequadae clara so%re os diferentes produtos e servios, com especificao corretade quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, %em comoso%re os riscos que apresentemY# se ilegal penalizar o consumidor por%@ual@uer tipo de erro eventualmente verificado na medio realizada pelofornecedor#4essalvadososcasosespecficos ou de emergPncia, previstos em normas do9O*-4(O1(-*-1C-, 8 de responsabilidade da(O1(-//+O1U4+0instalar,PORSUACONTA,nas unidades consumidoras, os e@uipamentos demedio de energia el8trica fornecida# Jg# n#K#("U2/2"0 F2+1C0 > -1(04,O/ *0(O1(-//+O1U4+00l8mdeoutrasobrigaesdecorrentesda"ei edasnormas regulamentares especficas, constituemencargos da (O1(-//+O1U4+0 inerentes Tprestao dos servios p7blicos concedidosZJ###K+++ > realizar,6$) ,.' !$#-' * )",!$, as obrasnecess6rias T prestao dos servios concedidos ereposio de bens, operando as instalaes ee@uipamentos correspondentes, de modo a assegurar aregularidade, continuidade, eficiPncia, segurana,atualidade, generalidade, cortesia na prestao dosservios e modicidade das tarifas# Fuando fornecess6ria a realizao de obras no seu sistema, parapossibilitar o fornecimento solicitado, a(O1(-//+O1U4+0 informar6, por escrito, ao!interessado, as condies para a execuo dessas obrase o prazo de sua concluso, observadas as normas do9O*-4 (O1(-*-1C-A Jg# n#Kse no termo de f# se de evidentecaso decondenaosum6ria#=8# 04O -1-4/2" vale>se decomportamentoenganosoeintimidador Jmuitas vezes corroboradopela6)*,*#2' 0' 6$&E!"', estimulada e recompensada por bens e valoresoferecidos pela -1-4/2" T /-J2/9K para fazer seu cliente acreditar @ue acobrana retroativa aplicada contra si constitui uma obrigao l@uida, certae exigvel Jo @ue 56 se demonstrou falsoK#:.9. D' '1)$#-' '$ 6)"#!E6"$ 0$ 0*+"0$ 6)$!*,,$ &*7'&. =!# 0 (O1/C+C2+DEO.-*-40" estabelece no inciso "+G do seu artigo :V @ue Xnin#um ser&privadodali%erdade oude seus %ens semodevidoprocesso le#alY,acrescentandoemseguida, atrav8sdoinciso"G,@ueXaosliti#antes, emprocesso 'udicial ou administrativo, e aos acusados em #eral soasse#urados o contradit!rio e a ampla defesa, com os meios e recursos aela inerentesY#%$# 0"-W01*4- *- 3O40-/bem observa @ue esse devido processo legal Xconfi#ura dupla proteo aoindivduo, atuandotantonombitomaterialdeproteoaodireitodeli%erdade, quanto no mbito formal, ao asse#urar1lhe a paridade total decondies com o 2stado1persecutor e plenitude de defesa (direito a defesatcnica, pu%licidade doprocesso, citao, de produoampladeprovas,de ser processado e julgado pelo jui competente, as recursos, deciso imut&vel, reviso criminal)Y=#%1# *iantedessasdisposies8dese reconHecer @ue o m8todo de condenao sum6ria adotado pela-1-4/2"afrontadireitofundamental dendoleconstitucional, motivopelo@ual Ho deserdeclaradasnulasas cobranas retroativasrealizadasnos moldes descritos nesta petio inicial, %*0"'#-* -*)%$, 0* $!$))B#!"'')@"-)se de regras administrativas ilegais e inconstitucionais paraimpingir contra os consumidores obrigaes @ue contrariamprincpiosvaliosos do *ireito p6trio#% 3O40-/, 0lexandre de JOrg#K# 0gPncias 4eguladoras# /o 9auloZ 0tlas, $$# p# #8 040RJO, -dmir 1etto de# 0 aparente autonomia das agPncias reguladoras# +nZ 3O40-/, 0lexandre deJOrg#K# 0gPncias 4eguladoras# /o 9auloZ 0tlas, $$# 9# ::>:=#1!:.:. D$ 0*,)*,6*"-$ '$ 6)"#!E6"$ 0$ Tsubstantive due process of la!" F$.0' )'5$'@"&"0'0*Q.8;# 0 forma como a 4O -1-4/2"vem assestando contra seus consumidores a cobrana de contas retroativasviola oprincpiododevidoprocesso legal substantivo, expressamentereconHecimento pelo -xcelso /294-3OC4+S210".-*-40"emrecentes decises#8:# O princpio do devido processolegalsubstantivo, tamb8mconHecidoporprincpiodarazoabilidade, temorigem no direito norte>americano e seus fundamentos foram sedimentadospela /uprema (orte dos -stados 2nidos da 0m8rica partindo doentendimento de @ue o princpio do devido processo legal possuiria duasdimenses, umapuramenteprocessual eoutradendolematerial!Z esta7ltima dimenso seria 5ustamente a@uilo @ue se convencionou cHamar de! XTA* *,,*#!* $1 ,.@,-'#-"+* 0.* 6)$!*,, ", 6)$-*!-"$# 1)$% ')@"-)')U '#0 .#)*',$#'@&* '!-"$##Y fA*,,B#!"'0$0*+"0$6)$!*,,$,.@,-'#-"+$8'6)$-*2?$!$#-)''23*,')@"-)1#$%! dos autos de +n@u8rito(ivilanexo, entreosdiassedemecanismosarbitr6rios para inverter oQnus da prova empre5uzodoconsumidor,aproveitando>se da HipossuficiPncia do usu6rio e das in7meras dificuldadesencontradas pelo cidado na luta por seus direitos# !in@uisitrio so conHecidas, sendo polivalenteseu sentido# 9or isso nos preocupamos, emdiversos escritos, emsalientar a@uilo @ue distingue,sinteticamente, o modelo acusatrio do in@uisitrio# 1o primeiro, as funes de acusar, defender e 5ulgarsoatribudasargosdistintos, en@uantonosegundoasfunesestoreunidaseoin@uisidordeveproceder espontaneamente# O s no processo acusatrio @ue o 5uzo penal 8 o actum trium personarum, de@ue falava S7lgaro, en@uanto no processo in@uisitrio a investigao unilateral a tudo se antepe, tanto@uedeledisse 0lcal6>Namoranosetratardeprocessogenuno, massimdeformaautodefensivadaadministrao da 5ustia# Onde aparece o sistema in@uisitrio poder6 Haver investigao policial, ainda@ue dirigida por algu8m cHamado 5uiz, mas nunca verdadeiro processo#Y J,4+1OG-4, 0da 9ellegrini# 0+1+(+0C+G0 +1/C42C)4+0 *O J2+N 1O 94O(-//O 9-10" 0(2/0C)4+O# *isponvel emmeioeletrQnico ' -ditora 9lenum (*K#0 J+++K, de 1$ de dezembro de 1!;8, cu5o artigo1$ garante @ueZ X5oda a pessoa tem direito, em plena i#ualdade, a que asua causa se'a eq>itativa e pu%licamente 'ul#adapor umtribunalindependente e imparcial que decida dos seus direitos e o%ri#aes ou dasra(es de qualquer acusao emmatria penal que contra ela se'adedu(idaY#1$=# O procedimento in@uisitivo,al8m de ilegal, induz o 5ulgador>acusador T@uilo @ue .401(O(O4*-4O1;denominouX#uadromental paranicoY, @uandooX5uizYdecide antes e, somente depois, produz as provas necess6rias para 5ustificarsua deciso#1$%# 1o caso sob exame, a4-F2-4+*0 -1-4/2" pretende valer>se desse poder in@uisitorial Jdiga>se, indevidamente toleradopela01--"K para5ulgar fatoem@uetem"%*0"'-$ "#-*)*,,* 6*,,$'&, com evidente pre5uzo para os consumidorescarentes de defesa, vtimas da T6')'#="'X +'-"!"#'0' 6$) CORDERO#1;X(om efeito, @uando se autoriza ao 5uiz a instaurao ex>officio do processo, como era tpico no sistemain@uisitrio puro, permite>se a formao da@uilo @ue (O4*-4O cHamou de j@uadro mental paranicoM,ou se5a, abre>se ao 5uiz a jpossibilidade de decidir antes e, depois, sair em busca do material probatriosuficiente para confirmar a msuam verso, isto 8, o sistema legitima a possibilidade da crena no imagin6rio,ao@ual tomacomoverdadeiroMY# JJ0(+1CO1-"/O1*-3+401*0 (O2C+1[O# +ntroduoaos9rincpios ,erais do 9rocesso 9enal Srasileiro# Obtido em meio eletrQnicoZ -ditora 9lenum (*K#=:.G. D' #.&"0'0* 0', 6*)E!"', )*'&"5'0', 6*&' ENERSUL.1$8# 3uito embora, diante dagrandiosidadedos abusos 56descritos, esta7ltima ilegalidaderevele>sesingela, o 3+1+/CO4+O 9RS"+(O tem por obrigao tamb8m descrevP>la, uma vez @ue configura violao a uma regra 5urdica, em pre5uzo dosconsumidores#1$!# 1a resposta de f# :< dosautos anexos Jespecialmente noitemW+Gde f# ;!K, a 4-F2-4+*0afirmouexpressamente@uenorecolHe5untoao(onselHo4egional de-ngenHaria, 0r@uitetura e 0gronomia de 3ato ,rosso do /ul ' (4-0&3/a anotao de responsabilidade t8cnica J04CK dos servios periciaisrealizados 5unto aos medidores de consumo de energia el8trica peloengenHeiro da concession6ria#11$# 0rgumenta, laconicamente, @ueo recolHimento de XA75 da funo de 2n#enheiro 2letricistaY seriasuficiente para a legalidade do servio#111# O (4-0&3/, entretanto,atrav8s de seu legtimo representante, manifestou>se a f#=$>=1 dos autosanexos, apresentando a legislao acostada a f# =>=! e esclarecendo @ue,no caso em particular, por fora do artigo 1V da "ei .ederal n# =#;!=&%%,interpretado sistematicamente com o 0to n# =< do (4-0&3/, a -1-4/2"deveria recolHer 04C mensal para realizao das atividades de vistoria dosrelgios medidores#11# (omo assim no agiu, H6 @ue sereconHecer a nulidade de todas as vistorias feitas por t8cnico da -1-4/2"em medidores de consumo T revelia do indispens6vel recolHimento de 04C#(onse@Bentemente, sotamb8mnulasascobranasrealizadascombasenessas vistorias#:.J. D$ 0*+*) 0* 0*+$&.2?$ 0$, +'&$)*, 6*)!*@"0$, "&"!"-'%*#-*.11se imperativo @ue a 4-F2-4+*0 repare os danosdecorrentes desse ilcito, restituindo aos seus clientes os valores recebidosindevidamente#11=# 0l8m disso, por fora dodispositivo inscrito no par6grafo 7nico do artigo ; do (*(1:, os valorescobrados indevidamente Ho de ser repetidos 6$) +'&$) "7.'& '$ 0$@)$ 0$;.* ,* 6'7$. *% *P!*,,$#L. DO DIREITOD ILEGALIDADE DO CORTE DE ENERGIA.11%# 0 -1-4/2" pratica ainda,dentre as ilegalidades empreendidas contra seus clientes, o corte arbitr6riodofornecimentodeenergiael8tricacomopr6ticadecoerocontraosconsumidores, estimulando>os a resignar>se diante das cobranasretroativas#118# (onstatada falHa nomedidor, a-394-/0 4O suspende o fornecimento do servio e o consumidor acabase vendo pressionado a aceitar as condies impostas para a re>ligao daenergia,,$@ 6*#' 0* ,* +*) $@)"7'0$ ' ,.6$)-'), 6$) 6)'5$ "#0*1"#"0$,$, -)'#,-$)#$, $!',"$#'0$, 6*&' 1'&-'0$ ,*)+"2$# 4eferido artifcio,contudo, no encontra amparo no *ireito#1:0rt# ;# 1acobranaded8bitos, oconsumidorinadimplentenoser6expostoaridculo, nemser6submetido a @ual@uer tipo de constrangimento ou ameaa#9ar6grafo 7nico# O consumidor cobrado em @uantia indevida tem direito T repetio do ind8bito, por valorigual ao dobro do @ue pagou em excesso, acrescido de correo monet6ria e 5uros legais, salvo Hiptesede engano 5ustific6vel#811!# 04esoluo n# ;:=&$$$ da01--" prevP em seu artigo !$, inciso + @ue a constatao de procedimentoirregular namediodeconsumo, @uenose5aderesponsabilidadedaconcession6ria, autoriza a suspenso do fornecimento de energia, a saberZ0rt# !$# 0 concession6ria poder6 suspender ofornecimento, de imediato, @uando verificar aocorrPncia de @ual@uer das seguintes situaesZ+ > utilizao de procedimentos irregulares referidos noart# %A1$# 1ote>se @ue a suspenso doservio, segundo tal norma, somente poderia ocorrer nos casos em @ue oprocedimento irregular #?$ 1$) '-)"@.E+*& > !$#!*,,"$#se, ainda, @ueointeressematerial em@uestoreveste>sedeespecial import]nciapor@ueaefetivaproteodousu6riodosserviosp7blicosessenciais, nostermosdo@ueprescreveo()*+,O*-*-.-/0 *O(O1/23+*O4, correspondeadireito fundamental da pessoa Humana previsto no artigo :V, inciso WWW++da (O1/C+C2+DEO .-*-40", @ue explicita o correlato dever do -stadobrasileiro de promover, na forma da lei, a defesa do consumidor#1%1:# OC4+S210" *- J2/C+D0*O -/C0*O *- 30CO ,4O//O *O /2" 56 se manifestou a respeito damat8riaZ09-"0DEO(aG-" > 0DEO*-(O1/+,10DEO-3 90,03-1CO (232"0*0 (O3 9-4*0/ -*01O/3O40+/> 02/\1(+0*-9-*+*O*-(O1.+430DEO 10/-1C-1D0*0C2C-"001C-(+90*0> /-1C-1D02"C409-C+C0>1EO O(O44\1(+0> -1-4,+0-"OC4+(0 >/-4G+DO9RS"+(O-//-1(+0" > (O4C- *-.O41-(+3-1CO > +44-,2"04+*0*- >k"+,0DEO*+4-C0k > C4O(0*O0904-"[O3-*+*O4 > (OS401D0 4-C4O0C+G0 >9-4aO*O *- ; 3-/-/ > 9O4C04+0 ;==&!% *O*10-- > (O1/23+*O4 > 04C+,O/ 1#$:= - 1#$!*O()*+,O(+G+"1EO09"+(UG-+/> *01O3O40" > 94OG0 > *-/1-(-//+*0*- >+394OG+*0#1o H6 ausPncia de pedido ou 5ulgamento ultra petitase o autor faz pedido de tutela antecipada, embora noratifica @ue o pedido deve ser confirmado na sentena#O1$)#*!"%*#-$0**#*)7"'*&8-)"!'8!$#,"0*)'0$,*)+"2$ 6K@&"!$ *,,*#!"'& ;.* #?$ 6$0* ,*)"#-*))$%6"0$ 6$) "#'0"%6&*%*#-$. M*,%$ ;.*A'4' "))*7.&')"0'0* #' &"7'2?$ 0' )*0* *&8-)"!' #'1% O 2stado promover&, na forma da lei, a defesa do consumidor Jart# :V, inciso WWW++, da (onstituio.ederalK#se, ainda, do ement6riode 5urisprudPncia de outros -stados da .ederaoZ0,40GO *- +1/C423-1CO# *+4-+CO0*3+1+/C40C+GO# -1-4,+0 -"OC4+(0#(O4C-# +39O//+S+"+*0*-# 0*2"C-40DEO *O3-*+*O4# 94OG0# L12/# .O41-(-*O40#*-.-4+3-1CO *- 3-*+*0 "+3+104

+10*3+//+S+"+*0*-#N?$ 6$0* ' !$#!*,,"$#1&$$1, ;V (]mara (vel doCJ3,, Sarbacena, 4el#(arreira 3acHado# 5# 8#$;#$$:, un]nime, 9ubl#:#$:#$$:K# Jg# n#K#1%# 1o H6 como negar, pois, @ue oemprego indiscriminado do corte do fornecimento de energia el8trica noscasos de defeito no medidor de consumo,sem o pr8vio e regular devidoprocesso legal, resulta em violao de direitos do consumidor, tratando>sede medida @ue merece coibio por parte do 9oder Judici6rio#G. DA INVERSO DO \NUS DA PROVA.18# Cecidas essas consideraesacercado0")*"-$%'-*)"'&doconsumidoraodevidoprocessolegal eTampladefesa, bemcomoTvedaodepresunodeculpa, 8pertinentetratar tamb8m de seu correspondente processual, @ual se5a, a possibilidadede"#+*),?$0$ S#., 0' 6)$+' *%1'+$) 0$ !$#,.%"0$), cu5ospressupostos, como veremos, se encontram presentes no caso em tela#1!#*ispe o art# =V, inciso G+++ do(*(Z0rt# =V# /o direitos b6sicos do consumidorZG+++ ' a facilitao da defesa de seus direitos,inclusive coma inversodoQnus da prova, a seufavor, no processo civil, @uando, a crit8rio do 5uiz, forverossmil a alegao ou @uando for eleHipossuficiente, segundo as regras ordin6rias deexperiPnciaA