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  • ADMINISTRAO DE RECURSOS E APLICAES FINANCEIRAS

  • Conselho Editorial EAD Dris Cristina Gedrat (coordenadora) Mara Lcia Machado Jos dil de Lima Alves Astomiro Romais Andrea Eick

    Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que de inteira responsabilidade dos autores a emisso de conceitos. A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 610/98 e punido pelo Artigo 184 do Cdigo Penal.

    ISBN: 978-85-7838-500-2 Edio Revisada

  • APRESENTAO

    Este livro tem como objetivo apresentar ao aluno alguns princpios sobre a gesto financeira no tocante a anlise de investimentos consi-derando principalmente o lado da empresa ou seja a busca de recursos para financiar sua atividade e avaliar atravs de tcnicas a viabilidade ou no de um projeto.

    Na para se trabalhar com gesto financeira em uma organizao de-vemos conhecer um pouquinho do ambiente financeiro e para isto se faz necessrio apresentar o Sistema Financeiro Nacional cujas funes e caractersticas descrevemos no captulo 1.

    No captulo 2, preocupamo-nos em fazer uma reviso sobre os concei-tos de juros, fluxo de caixa e fatores de capitalizao onde relembra-mos o leitor da utilizao das ferramentas bsicas para se trabalhar com as tcnicas de anlise de investimento de capital descritas no cap-tulo 3.

    Do captulo 4 ao captulo 6, vamos tratar do oramento de capital onde vamos discorrer tambm sobre depreciao e seus efeitos sobre o fluxo de caixa e tambm sobre comparabilidade entre as alternativas de investimentos.

    Continuando na mesma linha, a partir do captulo 7, vamos apresentar alguns fatores determinantes para se avaliar o custo de capital conside-rando a captao de recursos para empresas envolvendo aes, debn-tures, lucros retidos e outros fatores que interferem no custo de capital. J nos captulos 8 e 9, discorremos sobre os princpios de investimentos e principais operaes relacionadas ao mercado de capitais enfocando no s a viso por parte da empresa como tambm o lado do investi-dor.

    Por fim, no captulo 10, apresentamos as principais operaes de fi-nanciamento conceitos bsicos para empresas.

  • 6

    Desenvolvemos este trabalho com objetivo principal de proporcionar ao leitor uma viso geral sobre anlise de investimentos de uma forma simples e objetiva que permita ao leitor aplicar na prtica os conceitos aqui desenvolvidos.

  • SOBRE O AUTOR

    Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    Prof. Ms Luiz Fernando Barcellos dos Santos, mestre em Management y Marketing Estratgico, administrador, tcnico contbil, com cursos de ps-graduao em estratgia empresarial e finanas. Alm da ativi-dade de professor, atua na Planad Gesto e Negcios Ltda.,empresa de consultoria em gesto de custos e preos, planejamento e gesto finan-ceira, com vivncia nestas reas h mais de 20 anos. Como professor na Ulbra ministra as disciplinas de Administrao Organizacional, Admi-nistrao do Capital de Giro, Fundamentos de Custos Oramento e Preos, Contabilidade Gerencial (EAD), Gerenciamento de Custos e Riscos (EAD), Administrao de Recursos e Aplicaes Financeiras, Estrutura das Demonstraes Contbeis (curso de cincias contbeis) e, orientao de trabalhos de concluso. professor nos cursos de ps-graduao em controladoria e finanas e em estratgia empresarial nas disciplinas de oramento e controladoria, gesto estratgica em finan-as, e gesto financeira e custos.

  • SUMRIO

    1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................................... 13

    1.1 Ambiente Econmico ............................................................................... 13

    1.2 Intermedirios Financeiros ...................................................................... 14

    1.3 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional ................................................ 15

    1.4 Sistema de Pagamento Brasileiro ............................................................ 22

    1.5 Polticas Econmicas .............................................................................. 22

    Ponto Final ................................................................................................... 23

    Atividades .................................................................................................... 24

    2 JUROS E FATORES DE CAPITALIZAO ............................................................ 25

    2.1 Conceitos de Juros .................................................................................. 25

    2.2 Taxa Nominal .......................................................................................... 25

    2.3 Taxa Real ................................................................................................ 26

    2.4 Capitalizao Simples ............................................................................. 27

    2.5 Capitalizao Composta .......................................................................... 28

    2.6 Taxa Equivalente ..................................................................................... 28

    2.7 Taxa Proporcional (taxa de juros proporcional) ......................................... 29

    2.8 Sries de Pagamento e/ou Fatores de Capitalizao ................................ 30

    Ponto Final ................................................................................................... 35

    Atividades .................................................................................................... 35

  • 10

    3 TCNICAS DE ANLISE DE INVESTIMENTOS .................................................... 38

    3.1 Tcnicas No Sofisticadas ....................................................................... 38

    3.2 Tcnicas Sofisticadas de Anlise de Investimento de Capital ..................... 40

    3.3 Consideraes sobre as tcnicas ............................................................. 45

    Ponto Final ................................................................................................... 45

    Atividades .................................................................................................... 45

    4 ORAMENTO DE CAPITAL ............................................................................... 47

    4.1 Conceito de Oramento de Capital ........................................................... 47

    4.2 O Processo de Oramento de Capital ........................................................ 48

    4.3 Fluxo de Caixa de Um Investimento .......................................................... 49

    4.4 Investimento Inicial................................................................................. 49

    4.5 Anlise de investimentos com mltiplas alternativas ................................ 52

    Ponto Final ................................................................................................... 56

    Atividades .................................................................................................... 56

    5 DEPRECIAO E EFEITOS NO FLUXO DE CAIXA ................................................ 59

    5.1 Vida til .................................................................................................. 60

    5.2 Mtodos de depreciao ......................................................................... 61

    5.3 Efeitos da Depreciao no Fluxo de Caixa ................................................. 62

    Siglas ........................................................................................................... 65

    Ponto Final ................................................................................................... 66

    Atividades .................................................................................................... 66

    6 COMPARABILIDADE ENTRE AS ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS ................. 68

    6.1 Conceito de Comparabilidade .................................................................. 68

    6.2 Comparabilidade entre Montantes Diferentes .......................................... 69

    6.3 Alternativas Completas ........................................................................... 70

    6.4 Substituio de Equipamentos ................................................................ 71

    Ponto Final ................................................................................................... 76

  • 11

    Atividades .................................................................................................... 76

    7 CUSTO DE CAPITAL ........................................................................................ 80

    7.1 Conceitos Bsicos................................................................................... 80

    7.2 Investimentos Fixos ................................................................................. 81

    7.3 Custo Mdio Ponderado de Capital .......................................................... 81

    7.4 Fontes de Financiamento ........................................................................ 82

    7.5 Mercado de Capitais ............................................................................... 82

    7.6 Custo de Capital ..................................................................................... 85

    Ponto Final ................................................................................................... 92

    Atividades .................................................................................................... 93

    8 PRINCPIOS DE INVESTIMENTOS MERCADO DE CAPITAIS .............................. 95

    8.1 Princpios de Investimentos ..................................................................... 95

    8.2 Rentabilidade ......................................................................................... 96

    8.3 Liquidez .................................................................................................. 99

    8.4 Risco .................................................................................................... 100

    8.5 Diversificao e Limites de Reduo do Risco Incorrido .......................... 102

    Ponto Final ................................................................................................. 105

    Atividades .................................................................................................. 105

    9 OPERAES NO MERCADO DE CAPITAIS CONCEITOS BSICOS .................... 106

    Introduo ................................................................................................. 106

    9.1 Cmbio ................................................................................................. 106

    9.2 Operaes de Hedge ............................................................................. 108

    9.3 Derivativos ............................................................................................ 110

    9.4 BM&F Mercado Futuro e Opes ......................................................... 112

    9.5 Diferenas entre o Mercado Futuro e a Termo ......................................... 114

    9.6 Fundos de Investimentos ....................................................................... 114

    9.7 Aes ................................................................................................... 116

  • 12

    Ponto Final ................................................................................................. 119

    Atividades .................................................................................................. 120

    10 OPERAES DE FINANCIAMENTO CONCEITOS BSICOS ............................ 122

    10.1 Mercado de crdito ............................................................................. 122

    10.2 Conceito de crdito na viso do Banqueiro ........................................... 122

    10.3 Desconto Bancrio .............................................................................. 126

    10.4 Contas Garantidas .............................................................................. 127

    10.5 Crditos Rotativos ............................................................................... 128

    10.6 Operaes Hot Money ......................................................................... 128

    10.7 Emprstimos para Capital de Giro e Pagamento de Tributos .................. 129

    10.8 Operaes de Vendor .......................................................................... 129

    10.9 Crdito Direto Ao Consumidor .............................................................. 130

    10.10 Adiantamento de Contrato de Cmbio ACC...................................... 130

    10.11 Arrendamento Mercantil ................................................................... 131

    10.12 Commercial Paper............................................................................. 136

    10.13 Securitizao de Recebveis .............................................................. 137

    10.14 Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BNDES ...... 138

    Ponto Final ................................................................................................. 139

    Atividades .................................................................................................. 139

    REFERNCIAS NUMRICAS ............................................................................. 142

    REFERNCIAS ................................................................................................ 143

    GABARITO ...................................................................................................... 146

  • 1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    O objetivo deste mdulo descrever, de forma resumida, quais os rgos e sistema de operao do Sistema Financeiro Nacional, identifi-cando rgos mais importantes do mesmo.

    1.1 Ambiente Econmico

    Passamos por vrios perodos que mexeram com a nossa economia, como a ditadura militar, perodos de inflao altssima e diversos pla-nos econmicos (alguns inacreditveis), e sobrevivemos. Certo ou errado, o ponto importante a ressaltar que sempre tivemos regras e elas foram se ajustando conforme as regras de mercado. Algumas regras criadas na poca da ditadura, por exemplo, foram extremamen-te protecionistas, outras desenvolvimentistas, etc.. Mais tarde, com a abertura econmica, a situao mudou e podemos dizer que fomos atropelados, forados a entrar na globalizao e por consequncia, no jogo duro do mercado internacional.

    Tambm fomos, durante muitos anos, tutelados pelo Fundo Monetrio Internacional (FMI). O Brasil, assim como a maioria dos pases emer-gentes, nos anos de 2006, 2007 e at a metade de 2008, colheu excelen-tes frutos com o desenvolvimento econmico mundial. O Brasil, em especial, pois de uma posio de tomador de recursos no mercado internacional pagou sua dvida externa e passou a ser investidor. No geral, os pases emergentes vinham crescendo a taxas acima de 6% ao ano em mdia. O Brasil tambm cresceu, em menor ritmo (aproxima-damente 4,5% em 2008) e com este desempenho houve em parte uma consolidao da economia.

    No segundo semestre de 2008, o mundo todo se deparou com uma crise financeira sem precedentes, a qual teve sua origem nos Estados Unidos seguindo como um efeito domin aos demais pases conside-rados como Ricos.

  • 14

    No Brasil, os efeitos desta crise tiveram um menor impacto em funo de estarmos estruturados, mas tambm estamos sofrendo. A grande diferena que hoje (abril/2009) somos credores do Fundo Monetrio Internacional. (Fonte: Revista Exame - edio primeira quinzena de 2009)

    Ao concluir a leitura deste captulo, a anlise at aqui descrita em ter-mos de cenrio econmico, talvez tenha mudado para melhor ou para pior, e esta leitura de cenrio, se faz necessria para a gesto dos neg-cios.

    Em funo das inmeras mudanas na rea econmica, o sistema fi-nanceiro nacional um dos mais versteis do mundo, e se adapta a tudo.

    Para entendermos melhor o que o Sistema Financeiro Nacional, po-demos defini-lo como um conjunto de instituies que geram e traba-lham para o funcionamento da poltica econmica do pas.

    O Sistema financeiro faz parte da dinmica econmica que, em decor-rncia de qualquer movimentao de compra, venda ou troca de mer-cadorias ou servios, haja uma operao de natureza monetria envol-vendo algum intermedirio financeiro: um cheque a receber ou deposi-tar, uma duplicata para ser descontada, uma transferncia de dinheiro de uma conta para outra, ou uma operao de crdito para antecipar a realizao de um negcio.

    Qualquer fato econmico, seja ele de transformao, circulao ou consumo, suficiente para gerar movimentao do mercado financei-ro. Por isso, fundamental a estabilidade do sistema que interliga essas operaes, para a segurana das relaes entre os agentes eco-nmicos.

    1.2 Intermedirios Financeiros

    Existem diversos personagens no mercado financeiro, alguns com excesso de recursos dispostos a investi-los, visando uma remunerao por seu capital, outros precisando de recursos visando atender suas necessidades de caixa. Vejamos a seguir alguns deles:

    Tomadores:

    So aqueles que se encontram em posio de dficit financeiro, ou seja, pretendem gastar, em consumo ou investimento, mais do que sua renda.

  • 15

    Eles precisam de capital adicional e esto dispostos a pagar (taxas, juros, etc.) pelo capital que obtiverem.

    Doadores:

    So aqueles que se encontram numa situao inversa, de supervit financeiro, ou seja, pretendem gastar em consumo ou investimento menos que sua renda. Esto dispostos a emprestar esse capital exce-dente e querem receber juros pelo emprstimo.

    Existem ainda os intermedirios financeiros que tambm compem o SFN e se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condi-es satisfatrias para a manuteno de um fluxo de recursos entre os poupadores e investidores capazes, portanto, de financiar o crescimen-to da economia.

    1.3 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

    Conforme visto, o SFN composto por instituies financeiras. Elas podem ser apresentadas, segundo sua autoridade e funo, como: rgos normativos, entidades supervisoras e operadores. Vejamos mais detalhadamente sobre cada uma dessas instituies.

    1.3.1 Conselho Monetrio Nacional

    rgo normativo, o Conselho Monetrio Nacional (CMN) estabelece as diretrizes gerais do sistema financeiro. Esse rgo foi criado pela lei n 4.595/1964. composto pelo ministro da Fazenda, pelo ministro do Planejamento, Oramento e Gesto, pelo presidente do Banco Central do Brasil (Bacen) e por outras entidades representativas do Sistema Financeiro Nacional.

    Ao CMN compete:

    estabelecer as diretrizes gerais das polticas monetria, cambial e de crdito, por exemplo: definio da meta de inflao;

    regular as condies de constituio, funcionamento e fiscalizao das instituies financeiras;

    estabelecer medidas de preveno ou correo de desequilbrios econmicos.

  • 16

    1.3.2 Banco Central do Brasil

    Autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, o Bacen pode ser defi-nido como uma entidade supervisora ou um rgo de fiscalizao. Atua de forma independente, sendo o principal executor das orienta-es do CMN e responsvel por garantir o poder de compra da moeda nacional.

    Dentre suas atribuies esto:

    autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituies financeiras;

    efetuar operaes de compra e venda de ttulos pblicos federais;

    receber recolhimentos compulsrios e voluntrios das instituies financeiras e

    bancrias;

    realizar operaes de redesconto e emprstimo s instituies financeiras;

    exercer o controle de crdito e da movimentao de capitais es-trangeiros;

    emitir moeda (papel moeda e moeda metlica), seguindo delibera-o do CMN.

    1.3.3 Comisso de Valores Mobilirios

    Responsvel por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobilirios do pas. vinculada ao Ministrio da Fazenda e foi instituda pela lei n 6.385/1976.

    Essa entidade promove medidas incentivadoras para a canalizao da poupana ou mercado de capitais.

    As principais funes da CVM so:

    assegurar o funcionamento eficiente dos mercados de capitais (bolsas de valores e mercado de balco);

    proteger os investidores, coibir fraudes e manipulao do merca-do;

    assegurar transparncia das informaes no mercado de capitais;

  • 17

    estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobiliriosa

    promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular o mercado de aes;

    estimular as aplicaes permanentes em aes do capital social das companhias abertas.

    1.3.4 Associao Nacional dos Bancos de Investimentos

    Principal entidade representativa das entidades atuantes no mercado de capitais do pas, a Associao Nacional dos Bancos de Investimen-tos (Anbid), uma instituio operadora. Tem como associados os Bancos de Investimento e Bancos Mltiplos com carteiras de investi-mento.

    A Anbid procura criar procedimentos que permitam a auto-regulao do mercado, os quais, depois de aprovados, devem ser seguidos por todos os associados.

    1.3.5 Bancos Mltiplos

    Operadores, os bancos mltiplos so instituies financeiras interme-dirias, realizam operaes ativas (crdito), operaes passivas (capta-o). Podem atuar com as seguintes carteiras: comercial, de investi-mento, de desenvolvimento (exclusiva para bancos pblicos), de crdi-to imobilirio, de financiamento e investimento e de arrendamento mercantil (leasing).

    Um banco mltiplo deve operar, entre a diversidade de carteiras exis-tentes, ao menos nas carteiras de banco comercial e de banco de inves-timento.

    1.3.6 Bancos Comerciais

    Os bancos comerciais tm como objetivo principal proporcionar su-primento de recursos necessrios para financiar, a curto e a mdio prazos, o comrcio, a indstria e as empresas prestadoras de servios, as pessoas fsicas e terceiros em geral.

    a Valor mobilirio: representa um investimento realizado em dinheiro, com intuito de lucro, ofertado ao pblico sobre o qual este no possui controle direto. Exemplo: Aes; Debntures; Cotas de Fundos de Investimento.

  • 18

    1.3.7 Bancos de Investimentos

    Os bancos de investimentos so instituies financeiras especializadas em financiamento de capital fixo e capital de giro, a mdio e a longo prazos, administrao de recursos de terceiros (administrao e venda de fundos de investimentos) e aquisio de ttulos e valores mobili-rios.

    No possuem contas correntes e captam recurso via depsitos a prazo por meio do Certificado de Depsito Bancrio (CDB) e do Recibo de Depsito Bancrio (RDB), repasses de recursos internos e externos.

    1.3.8 Sociedades Corretoras de Ttulos e Valores Mobilirios

    As sociedades corretoras de ttulos mobilirios so instituies inter-medirias, cuja rea de atuao , basicamente, o mercado acionrio. So alguns de seus objetivos:

    operar em bolsa de valores;

    comprar e vender ttulos e valores mobilirios por conta prpria ou de terceiros;

    administrao de carteiras e custdia de ttulos e valores mobili-rios;

    instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimen-tos;

    realizar operaes compromissadas;

    operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta prpria e de terceiros;

    As corretoras so supervisionadas pelo Bacen.

    1.3.9 Sociedades Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios

    Instituies financeiras intermedirias, basicamente, exercem funes semelhantes s Sociedades Corretoras, com uma exceo: NO PO-DEM operar no recinto das Bolsas. As distribuidoras tambm so su-pervisionadas pelo Bacen. Algumas atividades como, por exemplo, a administrao de fundos de investimentos, so tambm supervisiona-das pela CVM.

  • 19

    1.3.10 Bolsa de Valores e Bolsa de Mercadoria e Futuros

    As bolsas de valores so associaes privadas civis, sem finalidade lucrativa, com objetivo de manter ambiente adequado ao encontro de seus membros e realizao, entre eles, de transaes de compra e venda de ttulos e valores mobilirios, em mercado livre e aberto, es-pecialmente organizado e fiscalizado por seus membros e pela CVM. As bolsas de valores assumem papel de operador na estrutura do SFN.

    A seguir destacamos a Bolsa de Valores de So Paulo (Bovespa) e a BM&F.

    Supervisionada pela CVM, a Bovespa uma entidade autorreguladora. integrada por sociedades corretoras que podem operar na Mega Bolsa.

    O quadro social da Bovespa integrado por sociedades corretoras que podem operar no sistema Eletrnico de Negociao Mega Bolsa.

    Na Bovespa, so regularmente negociados:

    aes de companhias abertas;

    opes sobre aes;

    direitos e recibos de subscrio;

    bnus de subscrio;

    cotas de fundos de investimentos fechados;

    debntures e notas promissrias.

    A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) constituda por associa-es privadas civis, sem finalidade lucrativa, com objetivo de efetuar o registro, a compensao e a liquidao, fsica e financeira, das opera-es realizadas em prego ou em sistema eletrnico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econmicos a opor-tunidade de efetuarem operaes de hedging (proteo) ante flutua-es de preos de ndices, taxas de juros, moedas, metais, commodities agropecurias, bem como de todo e qualquer instrumento ou varivel macroeconmica cuja incerteza de preo no futuro possa influenciar suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e admi-nistrativa e so fiscalizadas pela CVM - Comisso de Valores Mobili-rios.

  • 20

    1.3.11 Sistema Especial de Liquidao e Custdia

    Criado em 1979 pela Associao Nacional das Instituies do Mercado Financeiro (Andima), em parceria com o Bacen, o Sistema Especial de Liquidao e Custdia (Selic) um sistema eletrnico que processa o registro, a custdia e a liquidao financeira das operaes realizadas com ttulos pblicos federais, garantindo segurana, agilidade e trans-parncia nos negcios.

    O objetivo deste sistema controlar e liquidar financeiramente as ope-raes de compra e venda de ttulos pblicos federais e manter sua custdia fsica e escritural.

    O SELIC o depositrio central dos ttulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dentre eles a Letra Financeira do Tesouro (LFT), a Letra do Tesouro Nacional (LTN), as Notas do Tesouro Nacional C (NTN-C) e D (NTN-D). Nessa condio, processa, relativamente a esses ttulos, a emisso, o resgate, o pagamento dos justos e a custdia.

    1.3.12 Cmara de Custdia e Liquidao

    Criada em 1986, a Cmara de Custdia e Liquidao (Cetip) hoje a maior empresa depositria de ttulos privados de renda fixa da Amri-ca Latina e a maior Cmara de ativos privados do mercado financeiro brasileiro.

    A CETIP uma das maiores empresas de custdia e de liquidao financeira da Amrica Latina. Sem fins lucrativos, foi criada em con-junto pelas instituies financeiras e o Banco Central, em maro de 1986, para garantir mais segurana e agilidade s operaes do merca-do financeiro brasileiro.

    A CETIP oferece o suporte necessrio a toda a cadeia de operaes, prestando servios integrados de custdia, negociao eletrnica, re-gistro de negcios e liquidao financeira. A custdia escritural, feita atravs do registro eletrnico na conta aberta em nome do titular, onde so depositados os ativos por ele adquiridos. Isso uma garantia de que os ativos existem, esto registrados em nome do legtimo proprie-trio e podem ser controlados de forma segregada.

    A CETIP no assume, em momento algum, risco de crdito dos emis-sores dos diversos ttulos ali registrados.

  • 21

    1.3.13 Cia Brasileira de Liquidao e Custdia

    A Cia Brasileira de Liquidao e Custdia (CBLC) tem a custdia de ttulos e de servios de guarda centralizada, compensao e liquidao das operaes realizadas nos mercados da BMF e BOVESPA.

    Os principais ttulos custodiados na CBLC so:

    Aes de companhias abertas;

    Debntures;

    Cotas de fundos imobilirios e fundos de direito creditrios;

    Outros ttulos de renda fixa privada.

    A seguir, um quadro com o resumo das principais caractersticas das Cmaras de Compensao e Custdia apresentadas neste ca-ptulo.

    Quadro 1 Principais caractersticas das Cmaras de Compensao e Custdia

    DEFINIO DA FUNO LINGUAGEM NO DIA A DIA

    SELIC

    Administrada pelo Banco Central do Brasil. um sistema informatizado que se destina custodia e liquidao de ttulos escriturais de emisso do Tesouro Nacional

    Neste sistema so registradas as operaes que envolvem ttulos pblicos federais: LFT; LTN; NTN-C; NTN-D e outros.

    CETIP

    Efetua a custdia de ttulos e valores mobilirios de emisso privada, derivativos, ttulos emitidos por estados e municpios, ativos utilizados como moeda de privatizao e outros ttulos de emisso do Tesouro Nacional

    Isso uma garantia de que os ativos existem, esto registrados em nome do legtimo proprietrio e podem ser custodiados de forma segregada: CDB;RDB; DEBNTURES; COMERCIAL PAPERS.

    CBLC

    Prestao de servios de compensao e liquidao fsica e financeira de operaes realizadas nos mercados vista e a prazo da BOVESPA e outros mercados, bem como a operacionalizao dos sistemas de custdia de ttulos e valores mobilirios em geral. Contraparte central que assegura a liquidao das operaes entre os agentes de compensao. Aqui so registradas todas as operaes realizadas pela BOVESPA

    A CBLC, e a contraparte central, ou seja, quem faz a liquidao fsica e financeira das aes.

  • 22

    1.4 Sistema de Pagamento Brasileiro

    O Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB) compreende as entidades participantes do SFN (bancos, clearing houses, corretoras, etc.), os subsistemas, os procedimentos relacionados com a transferncia de recursos e de outros ativos financeiros, bem como o processamento, a compensao e a liquidao de pagamentos em qualquer de suas for-mas, como cheques, docs, boletos, etc.

    Este sistema foi reestruturado para melhorar os controles de risco do SFN reduzindo o risco sistmico, antes assumido pelo Bacen e demais participantes do sistema de pagamentos, as instituies financeiras.

    A principal mudana para os clientes dos bancos foi a criao de mais uma opo de transferncia de recursos. Os clientes podem utilizar a Transferncia Eletrnica Disponvel (TED) para transferir recursos de sua conta para uma conta corrente em outro banco, como alternativa s atuais formas de transferncias como cheques ou docs.

    Transferncias realizadas por meio da TED permitem que os recursos fiquem disponveis para uso pelo recebedor no mesmo dia em que o banco destinatrio receber a mensagem de transferncia. Oferece maior segurana e agilidade em relao aos outros procedimentos como o DOC, por exemplo.

    Pelas normas do Bacen, o TED obrigatrio para transaes com valo-res acima de R$ 5.000,00.

    1.5 Polticas Econmicas

    As polticas econmicas referem-se s aes do governo no sentido de controlar e regular a atividade econmica tendo como principal agente o CMN. Vejamos os tipos.

    a) Poltica Monetria

    So aes do governo, decididas pelo CMN e operacionalizadas pelo BACEN, para controlar o volume de moeda em circulao e o montan-te de crdito disponvel tendo como principais instrumentos as opera-es de mercado aberto, o depsito compulsrio e a taxa de redescon-to.

    b) Poltica Fiscal

  • 23

    Compreende as decises dos governos federal, estadual e municipal referentes tributao. Os impostos, taxas e contribuies de melhoria objetivam a manuteno das atividades de Estado e a prestao de servios comunidade

    c) Poltica Cambial

    Refere-se s aes do governo para controle da taxa de cmbio e das condies de ingresso e sada de capitais externos no pas.

    A importncia do controle das taxas de cambio est na manuteno de

    paridade de compra da moeda nacional em relao moeda es-trangeira;

    competitividade em preo do produto nacional a ser exportado;

    controle de custos dos produtos importados;

    equilbrio da balana comercial (exportaes menos importaes);

    equilbrio do balano de pagamentos (todos os recebimentos do exterior menos todos os pagamentos ao exterior);

    controle das taxas de juros pagas aos investidores estrangeiros e aos credores internacionais.

    d) Poltica de Renda

    So medidas tomadas pelo governo no sentido de prover renda mni-ma aos trabalhadores e aposentados (salrio mnimo), incentivar a produo e consumo de determinados produtos (subsdios) e fortale-cer determinado setor ou regio (incentivos fiscais). Inclui ainda inves-timentos diretos do governo em atividades especficas.

    Ponto Final

    Ao concluirmos este captulo, esperamos que o aluno tenha uma noo do funcionamento sobre o Sistema Financeiro Nacional, que comple-xo na sua origem e em muitos casos observam-se sobreposies de funes.

    Neste contexto que se encaixa a gesto financeira tanto para fins de investimento no mercado de capitais como na captao de recursos para empresas.

  • 24

    bom lembrar que nosso objetivo em termos de disciplina um enfo-que gerencial voltado para gesto financeira das organizaes em geral auxiliando na tomada de decises para gesto de recursos e rentabili-dade.

    Atividades

    1) Qual o principal papel do Conselho Monetrio Nacional?

    2) O que so as bolsas de valores e Bolsa de Mercadorias e futuros?

    3) Quais as principais atividades do Sistema de Pagamentos Brasileiro?

    4) O que significa poltica de rendas?

  • 2 JUROS E FATORES DE CAPITALIZAO Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    O objetivo deste captulo apresentar uma pequena reviso e demons-trar de forma resumida os principais conceitos sobre juros e os fatores de capitalizao, e a utilidade para anlises de financiamento e inves-timento.

    2.1 Conceitos de Juros

    Os juros so o pagamento pela oportunidade de se poder dispor de um capital por um determinado perodo de tempo. Por exemplo:

    Fator de produo > Fator de remunerao

    Trabalho > Salrio

    Terra > Aluguel

    Capital > Juros

    Um outro conceito de juros pode ser: o preo que se paga pelo aluguel do dinheiro por um determinado perodo de tempo.

    Os juros devem-se entre outros fatores oportunidade, inflao, ao risco, utilidade, ao tempo.

    2.2 Taxa Nominal

    Taxa nominal a taxa que encontramos nas operaes correntes, ou seja, a taxa que visvel aos participantes de uma transao, por exemplo, um CDB ou um desconto de duplicatas.

    A taxa nominal esta composta de duas partes:

    a) A primeira ser a mera recuperao do poder de compra do investi-dor remunerando-o pela inflao;

  • 26

    b) A outra parte refere-se ao ganho acima da inflao que visa remune-rar tambm o risco de investimento. Esta segunda parte chamada de ganho real.

    Frmula:

    Taxa nominal (TN) = [(1 + taxa real) x (1 + taxa de inflao) 1] x 100

    Exemplo:

    Dada a taxa real de juros de 3,80% ao ms e um ndice de inflao de 3,22% ao ms, qual ser taxa nominal de juros ao ms?

    Taxa Nominal = [(1 + 0,038) x (1 + 0,0322) 1] x 100

    Taxa Nominal = 7,14% ao ms.

    2.3 Taxa Real

    calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se os efeitos inflacionrios. O objetivo determinar quanto se ganhou ou se perdeu, desconsiderando a inflao, neste caso medida por qualquer ndice disponvel (ndice Geral de Preos de Mercado IGP-M, ndice Nacio-nal de Preos ao Consumidor IPCA, etc.).

    Frmula:

    Exemplo

    Considerando que uma taxa nominal de juros de 7,14% ao ms e a inflao medida pelo IGP-M, por exemplo foi de 3,22%, para o mes-mo perodo, qual a taxa real de juros?

    Exemplo:

    Supondo que a taxa SELIC de 18% ao ano (taxa nominal) um ndice de inflao previsto para o ano de 5% , qual seria a taxa real de juros?

  • 27

    2.4 Capitalizao Simples

    No regime de capitalizao simples (juro simples) a taxa de juros inci-de apenas sobre o capital inicial, linearmente, e geram em consequn-cia remunerao (ou custos) diretamente proporcionais ao capital e prazo envolvidos na operao.

    Esse sistema de juros no encontra aplicaes prticas to generaliza-das quanto o critrio de capitalizao composta. A importncia de se conhecer juros simples explicada pela maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro serem referenciadas pelo critrio simples. No entanto, a determinao do resultado efetivo de uma ope-rao considera a formao exponencial dos juros.

    Simbologia Usual

    C = Capital inicial (principal) representativo de uma aplicao finan-ceira ou da obteno de um crdito;

    i = Taxa (linear) de juros, ou seja, taxa contratada da operao. Observe que nas formulaes do clculo financeiro a taxa de juros deve estar sempre expressa em termos unitrios, e no porcentuais. Por exemplo, 2,5%: taxa percentual e 2,5/100 = 0,025: taxa unitria;

    j = Valor (em R$) dos juros de uma operao;

    n = Nmero de perodos considerado na operao. Deve ser observado que n e i devem estar sempre definidos na mesma unidade de tempo (dias, ou meses, ou semestres, etc.);

    M = Montante acumulado da operao, ou seja, representa a soma do principal mais os juros calculados durante determinado perodo.

    Frmulas:

    Montante M = C + j

    Juros J = C x i x n

    Pela identidade dos juros (j) possvel calcular, conhecidos os demais membros da equao, os valores de C, i e n.

    M = C + (c x i x n)

    Exemplo:

  • 28

    Um investidor faz um investimento de R$ 100 por 3 meses a uma taxa de 2% ao ms. Qual ser o rendimento acumulado neste perodo?

    J = R$ 100,00 x 0,02 x 3 = R$ 6,00

    Montante = R$ 100,00 + R$ 6,00 = R$ 106,00

    2.5 Capitalizao Composta

    O sistema de juros compostos encontra amplas aplicaes prticas, notadamente em operaes financeiras de mdio e longo prazos.

    Neste critrio de capitalizao, os juros incidem sempre sobre o saldo acumulado (montante), e ocorrem, dessa forma, juros sobre juros peri-odicamente.

    Exemplo:

    Supondo que uma pessoa tenha aplicado R$ 100 mil a taxa composta de 2% ao ms (a.m.) por um perodo de 3 meses, qual ser o montante deste investimento ao final do perodo?

    Pela frmula usual, j = (1 + i) n ou seja j = (1 + 0,02) 3 = 1,006 x (fator) R$ 100.000,00 = R$ 106.120,80

    R$ 100.000,00 x (1+0,02) x (1+0,02) x (1+0,02) = R$ 106.120,80

    2.6 Taxa Equivalente

    Duas taxas so equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitali-zao composta.

    Frmula:

    Exemplo:

    Dada a taxa de 18% ao ano calcular a taxa mensal

  • 29

    Neste caso podemos dizer que as taxas de 1,39 % ao ms e 18% ao ano so equivalentes, pois aplicadas sobre o mesmo perodo (1 ms) pro-duziro o mesmo resultado, no regime de capitalizao composta.

    Dada a taxa de 18% ao ano, calcular a taxa mensal:

    2.7 Taxa Proporcional (taxa de juros proporcional)

    Duas taxas so proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitali-zao simples.

    Frmula:

    Exemplo:

    Dada a taxa de 18% ao ano calcular a taxa mensal.

    Neste caso, podemos dizer que a taxa de 1,50% ao ms e 18% ao ano so proporcionais, pois quando aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo perodo (1 ms) produziro o mesmo resultado, no regime de capitalizao simples.

    Resumo:

    Taxas equivalentes = regime de capitalizao composta (ex: 0,5% a.m. equivalente a 6,17% a.a.)

    Taxas proporcionais = regime de capitalizao simples (ex. 0,5% ao ms proporcional a 6% ao ano).

  • 30

    2.8 Sries de Pagamento e/ou Fatores de Capitalizao

    Sries de pagamento tambm so chamadas de renda certa ou de anu-idades. So usadas para construir um capital ou resgatar uma dvida depositando ou pagando certas quantias em pocas distintas. Ao cons-truir um capital temos uma capitalizao. Ao resgatar uma dvida temos uma amortizao.

    Simbologia adotada para utilizao com calculadora financeira HP

    P = PV > Valor presente;

    S = FV > Valor futuro;

    n = n > Nmero de perodos;

    i = i > Taxa de juros;

    R = PMT> Srie uniforme (prestao);

    Taxa interna de retorno = IRR;

    Valor presente lquido = NPV;

    Fluxo de caixa inicial = Cfo (azul);

    Fluxo de caixa = CFj (azul).

    2.8.1 Fluxos de caixa (diagrama de caixa)

    O fluxo de caixa ou o diagrama de caixa, representa a interpretao final do problema onde, uma vez analisado, deve apresentar todas as informaes necessrias para resoluo do problema. Esta ferramenta fundamental para a interpretao dos problemas financeiros.

    Exemplo Geral:

    Uma empresa tem o seguinte Fluxo de caixa para os prximos 5 anos

    ano 1 = Ingresso de R$ 2.000,00

    ano 3 = Ingresso de R$ 3.000,00

    ano 5 = Ingresso de R$ 5.000,00

    Durante estes 5 anos vai ter um desembolso de anual de R$ 800,00 para cobrir despesas de manuteno. Sabendo-se que o custo anual do di-

  • 31

    nheiro de 10% ao ano, calcule o valor atual e determine quanto isto representa anualmente.

    O diagrama de caixa deste problema seria:

    Onde a soluo a seguinte:

    a) Simplificar o fluxo de caixa

    b) Clculo utilizando a HP 12C

    Fluxo de Caixa:

    0 CHS g CFo

    1200 g CFj

    800 CHS g CFj

    2200 g CFj

    800 CHS g CFj

    4200 g CFj

    10 i

    f NPV

    f PMT

    = R$ 4.144,10 (valor atual do fluxo de caixa)

    = R$ 1.093,20 (valor anual do fluxo de caixa considerando 5 anos)

  • 32

    2.8.2 Fator de acumulao de capital

    O fator de acumulao de capital significa a capitalizao de um valor atual para um valor futuro em um determinado perodo de tempo a uma taxa i.

    Utilizando a HP 12C, teramos como resposta:

    1000 CHS PV

    12 n

    2,5 i

    FV

    = R$ 1.344,89 (valor ao final de 12 meses)

    2.8.3 Fator de valor atual

    Representa o valor de uma quantia futura, ou que se espera ter, em perodo de tempo, se saber quanto ela valeria hoje, ou seja o valor descapitalizado a uma determinada taxa i.

  • 33

    Resposta utilizando a HP 12C

    10000 CHS FV

    10 i

    5 n

    PV

    = R$ 6.209, 21 (valor presente e/ou valor atual

    2.8.4 Fator de acumulao capital srie uniforme

    Representa o valor acumulado de uma srie constante (pagamentos valores iguais) em um determinado perodo de tempo a uma determi-nada taxa i.

  • 34

    Considerando que no fluxo de caixa, o primeiro desembolso ocorre no momento Zero, considera-se como fluxo postecipado onde o resul-tado utilizando a HP 12 C ser:

    Fluxo de Caixa:

    3000 CHS g CFo

    3000 CHS g CFj

    4 g Nj

    8 i

    FV

    = R$ 19.007, 78 (valor futuro do fluxo de caixa)

    2.8.5 Fator de recuperao de capital srie uniforme

    Representa o valor descapitalizado de uma srie de pagamentos idn-ticos, descontados a uma determinada taxa i para se identificar o valor atual.

    Utilizando a HP 12 C, obtivemos o seguinte resultado:

    5 i

    5 n

  • 35

    5000 PV

    PMT

    = R$ 1.154,87 (valor anual da prestao)

    Ponto Final

    Este captulo trata especificamente das ferramentas para utilizar na avaliao e deciso de investimentos. Estas ferramentas iniciam num conceito sobre juros simples e compostos, taxas equivalentes, nominais e efetivas, alm dos fatores de capitalizao que so conceitos chaves para se trabalhar na gesto financeira e principalmente para poder analisar as tcnicas de anlise de investimentos.

    bom lembrar que no desenvolvemos toda a parte terica da matemtica financeira, mas sim apenas uma reviso simples destes conceitos com objetivo de facilitar as anlises de investimentos.

    Atividades

    1) Uma aplicao rende 2,20% ao ms, com capitalizao diria. Qual a taxa equivalente diria e qual a taxa efetiva ao ms?

    2) Uma empresa obteve um financiamento taxa de 18% ao ano, com capitalizao mensal. Calcule qual a taxa equivalente mensal e qual a taxa efetiva anual da operao?

    3) Uma mquina pode ser comprada, sem entrada, em trs parcelas sucessivas de R$ 2.400,00; R$ 2.600,00 e R$ 2.800,00. O fabricante afirma estar cobrando juros de 0,5% ao ms. Qual preo vista da mquina?

    4) Voc vai dispor de algum recurso para aplicar nos prximos

    meses: uma entrada de R$ 1.200,00, e trs parcelas sucessivas de R$ 1.500,00; R$ 1.300,00 e R$ 1.100,00. Se voc conseguir uma aplicao que remunere a 2% ao ms, quanto ter acumulado no final do perodo de 3 meses?

    5) Voc est liderando o processo de modernizao do parque industrial de uma empresa. Determinada mquina essencial para o investimento e modernizao, mas a empresa, est com dificuldades de fluxo de caixa para assumir as prestaes referentes ao financiamento. O fabricante prope financiar o equipamento pelo prazo final de 6 meses com carncia de 3 meses nas seguintes condies: a primeira parcela (no quarto ms) de R$ 1.000,00 e aumenta em R$ 300,00 ao ms de forma cumulativa.

  • 36

    O fabricante afirma cobrar juros de 1,5% ao ms. Qual o preo a vista dessa mquina?

    6) O Sr. Antonio um investidor privado, cliente do FBC Investimentos, gerenciador de ativos privados. O FBC Investimentos possui uma solicitao de crdito (emprstimo) de um cliente especial. O FBC Investimentos no quer arcar sozinho com os R$ 385 milhes solicitados. O cliente se prope a pagar R$ 100 milhes por ano durante 7 anos. O FBC Investimentos, faz ao Sr. Antonio a seguinte proposta: o aporte de recursos de 60% por parte do Sr. Antonio com recebimentos anuais de R$ 50.000,00 durante 7 anos. FBC Investimentos, que est gerenciando o negcio, vai financiar os restantes 40% da operao e tambm vai receber R$ 50.000,00 por ano durante 7 anos e ser o gestor e garantidor da operao. Normalmente as aplicaes do Sr. Antonio rendem 10% ao ano. Analise o fluxo de caixa para as duas opes de investimento do Sr. Antonio e compare os resultados justificando se o Sr. Antonio deve ou no emprestar seus recursos para o FBC Investimentos?

    7) O Sr. Martins tem R$ 10 mil para investir hoje por um prazo de 3 anos. Trs bancos ofereceram proposta: O Banco A capitaliza os juros numa base anual. O Banco B capitaliza os juros duas vezes ao ano e o Banco C capitaliza os juros a cada trimestre. Os trs bancos oferecem a mesma taxa anual de 4%. Pergunta-se qual o montante que o Sr. Martins teria ao final do terceiro ano por banco e qual a taxa efetiva anual que cada banco oferece?

    8) Vamos supor que sua empresa esteja adquirindo um torno

    mecnico pelo valor de R$ 30.000,00. Existem duas propostas, cujo investimento inicial o mesmo. Aps a anlise do fluxo lquido de caixa das duas propostas, os valores lquidos gerados de cada alternativa foram os seguintes :

    Ano Alternativa A Alternativa B 1 10.000,00 17.000,00 2 10.000,00 9.000,00 3 12.000,00 10.000,00 4 14.000,00 15.000,00 5 16.000,00 10.000,00

    Considerando que a empresa trabalha com uma TMA de 10% ao ano, analise qual ser o melhor projeto, tomando como base a TIR.

  • 37

    9) Voc foi promovido funo de tesoureiro de uma pequena empresa comercial. Desconfiando de que o cheque especial da empresa est custando muito caro, voc vai fazer os clculos de quanto se est pagando de juros por essa fonte de financiamento de curto prazo. Recentemente, a conta ficou devedora em R$ 1.350,00, nos ltimos sete dias do ms. No oitavo dia, coincidentemente o ltimo dia do ms, um cliente depositou R$ 2.000,00 e o saldo ficou positivo em R$ 621,65. Qual a taxa de juros cobrada pelo banco ao dia e qual a taxa efetiva ao ms que esta sendo cobrada?

  • 3 TCNICAS DE ANLISE DE INVESTIMENTOS Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    Este captulo tem como objetivos calcular, interpretar e avaliar o pero-do de payback e taxa de retorno, aplicar o valor presente lquido e a taxa de retorno para os fluxos de caixa relevantes, com intuito de esco-lher os dispndios de capitais estveis, usar perfis de valor presente lquido para comparar tcnicas de VPL e TIR, sob a luz de classifica-es conflitantes, discutir as duas abordagens bsicas, reconhecer an-lises de sensibilidade e cenrio, rvores de deciso e simulao como abordagens comportamentais para lidar com risco de projetos e riscos inerentes e entender o clculo, as abordagens distintas, os aspectos prticos de equivalentes de certeza e as taxas de desconto ajustadas ao risco.

    3.1 Tcnicas No Sofisticadas

    As tcnicas no sofisticadas so aquelas que no consideram o valor do dinheiro no tempo.

    a) Payback

    O payback o montante de tempo necessrio para a empresa recupe-rar seu investimento inicial em um projeto calculado a partir de seus fluxos de caixa. Seguem os seguintes critrios para deciso.

    > Se o perodo de payback menor do que o perodo de payback m-ximo aceitvel, aceitar o projeto.

    > Se o perodo de payback for maior do que o perodo de payback mximo aceitvel, rejeitar o projeto.

    Exemplo: Uma empresa possui duas alternativas de projetos, com Investimento Inicial de R$ 45.000,00. O Projeto 1 apresenta o seguinte fluxo de caixa (ingressos): ano 1 R$ 20.000,00; ano 2 R$ 20.000,00; ano 3 R$ 25.000,00; ano 4 R$ 30.000,00 e ano 5 R$ 35.0000,00. O Projeto 2,

  • 39

    apresenta o seguinte fluxo de caixa: ano 1 R$ 25.000,00; ano 2 R$ 20.000,00; ano 3 R$ 15.000,00; ano 4 R$ 10.000,00 e ano 5 R$ 5.000,00.

    Figura 02 Guitmann, Laurence Adm Financeira Essencial, 2000

    Pelo critrio do Payback, observamos que o projeto 2 melhor, pois a empresa recupera o capital investido em 2 dois anos, ou seja: R$ 25.000,00 ano 1 + R$ 20.000,00 no ano 2. Observa-se que os fluxos de caixa aps a recuperao do capital so ignorados, sendo esta uma das principais falhas do mtodo.

    b) Taxa de Retorno

    Taxa de retorno significa quanto foi gerado de retorno do valor inves-tido em termos porcentuais, desconsiderando-se o tempo.

    O clculo feito em funo do valor mdio de retorno auferido no perodo do investimento.

    Considerando o exemplo anterior, vamos verificar o seguinte:

    Projeto 1 : Valor investido = R$ 45.000,00

    Soma dos Fluxos de Caixa = R$ 130.000,00

    Retorno Mdio = R$ 130.000,00 / 2,5 (prazo dividido por 2,5) teremos R$ 52.000,00.

    Taxa de retorno = R$ 52.000,00 / R$ 45.000,00 = Taxa de 115%

    Projeto 2 : Valor Investido = R$ 45.000,000

    Soma dos Fluxos de Caixa = R$ 75.000,00

    Retorno Mdio = R$ 30.000,00 (R$ 75.000,00/2,5)

    Taxa = R$ 30.000,00/R$ 45.000,00 = 66,66%

  • 40

    Resposta: Pelo Mtodo a melhor alternativa o projeto 1.

    3.2 Tcnicas Sofisticadas de Anlise de Investimento de Capital

    As tcnicas sofisticadas de anlise de investimento de capital conside-ram o valor do dinheiro no tempo. Avaliao de Alternativas deve-se a fatores econmicos, a fatores financeiros e a fatores intangveis.

    Uma m anlise de uma boa anlise de investimento melhor do que uma boa anlise de uma m oportunidade de investimento (Kleimann Neto, Francisco).

    As anlises so necessrias em funo de custo de capital, de incertezas nas previses e da lucratividade

    Princpios Fundamentais da anlise de Investimentos:

    Todas as decises so tomadas a partir de alternativas;

    necessrio um denominador comum, a fim de tornar as decises mensurveis;

    Apenas as diferenas entre as alternativas so relevantes;

    Decises separveis devem ser tomadas isoladamente;

    Um certo peso deve ser dado para os graus de incertezas das v-rias previses realizadas;

    fundamental que se conhea o retorno ou a TMA (taxa mnima de atratividade) da mnima remunerao aceitvel, levando em conta a taxa de juros e o grau de incerteza dos valores do fluxo de caixa.

    3.2.1 Mtodo do VAUE

    Mtodo do VAUE = Mtodo do valor uniforme equivalente (PMT)

    Exemplo:

    A Cia. de Produtos Siderrgicos PPB est considerando a compra de uma mquina que custar R$ 52.800,00 instalada e tem uma vida til de 8 anos (depreciao linear) para substituir uma mquina de opera-o manual, esperando, uma efetiva reduo de custos devido elimi-nao de dois operadores, e menor estrago de materiais. Haver al-

  • 41

    guns custos adicionais, como energia, suprimentos e reparos. As eco-nomias anuais lquidas so de R$ 12.100,00 (lucro antes do imposto de renda).

    Suponha que o imposto de renda sobre os lucros incrementais seja calculado pela alquota de 36% ao ano e que o retorno normal seja de 12% ao ano aps os impostos. Calcule o valor presente lquido anuali-zado (VAUE) e a taxa interna de retorno. O negcio vivel ou no?

    O valor do investimento de R$ 52.800,00 com uma vida til de 8 anos e depreciao linear isto significa que o valor da depreciao :

    = R$ 6.600,00 a ser deduzido como despesa. importante

    ressaltar que a depreciao uma despesa que deduzida do imposto de renda, mas no existe o desencaixe.

    O fluxo de caixa da operao ser:

    Fluxo de Caixa:

    Fluxo de Caixa R$ 12.100,00 Depreciao (R$ 6.600,00) Lucro Antes do Imposto de Renda R$ 5.500,00 Imposto de Renda (R$ 1.980,00) Lucro Liquido R$ 3.520,00 Depreciao (+) R$ 6.600,00 Fluxo Lquido de Caixa R$ 10.120,00

    Utilizando a HP:

    52800 CHS g Cfo

    10120 g Cfj

    8 g Nj

    I

    = 12%

    f NPV

    = (R$ 2.527,49)

    R$ 2.527,49 CHS PV

    12 i

    8 N

    f PMT

    = R$ 508,79 VAUE (R$ 508,79) por ano durante 8 anos.

  • 42

    Considerando que o valor do VAUE negativo, isto significa que o projeto no vivel considerando a TIR de 12% ao ano

    3.2.2 Mtodo do Valor Presente

    No mtodo do Valor Presente (VP), todos os fluxos de caixa so des-contados na data zero do investimento (investimento inicial). A taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa a TMA (taxa mnima de atratividade do projeto)

    a) Todos os fluxos de caixa so descontados na data zero do investi-mento (investimento inicial);

    b) A taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa a TMA (taxa mnima de atratividade do projeto);

    VALOR PRESENTE VP (Calculadora HP)

    VALOR PRESENTE LQUIDO VPL (Quando se utiliza o fluxo de caixa da calculadora HP)

    Deciso:

    A melhor alternativa aquela que apresentar o maior valor presente.

    Exemplo:

    Um empresrio vai investir na aquisio de um equipamento o valor de R$ 2.000.000,00 com vida til de 8 anos, com valor de revenda de R$ 300.000,00 ao final do 8 ano. Os custos operacionais anuais nos pri-meiros 3 anos sero de R$ 185.000,00 A partir do quarto ano (inclusive) os custos vo crescer base de R$ 25.000,00 por ano. Avalie se o proje-to vivel ou no pelo mtodo do Valor Presente, considerando uma TMA de 10% ao ano e um faturamento anual de R$ 620.000,00 para os prximos 8 anos.

    O fluxo de caixa do problema ser o seguinte:

    Investimento (R$ 2.000,000,00) (R$ 2.000.000,00)

    Na HP 12C

    Receitas Desp. Operacionais

    Fluxo Liquido CHS g CFo

    Ano 1 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 g CFj

    Ano 2 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 g CFj

    Ano 3 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 g CFj

  • 43

    Ano 4 R$ 620.000,00 (R$ 210.000,00) R$ 410.000,00 g CFj

    Ano 5 R$ 620.000,00 (R$ 235.000,00) R$ 385.000,00 g CFj

    Ano 6 R$ 620.000,00 (R$ 260.000,00) R$ 360.000,00 g CFj

    Ano 7 R$ 620.000,00 (R$ 285.000,00) R$ 335.000,00 g CFj

    Ano 8 R$ 620.000,00 (R$ 310.000,00) R$ 310.000,00 + R$ 300.000,00

    G CFj

    TMA = i = 10%

    f NPV = Valor Presente de R$ 260.558,93

    CFo = Fluxo de Caixa momento zero calculadora HP

    CFj = Fluxos de Caixa entradas e sadas de recursos - calculadora HP

    TMA = i taxa de retorno exigida calculadora HP

    FNPV = Valor presente lquido (fluxo de caixa descontado) calculadora HP

    Ao se analisar o projeto pelo mtodo do valor presente, consideramos o projeto vivel pois o valor presente positivo.

    3.2.2 Taxa Interna de Retorno

    A Taxa Interna de Retorno (TIR) a taxa de juros para a qual o valor presente igual a zero. A taxa interna de retorno de um projeto de investimento a taxa que iguala o valor atual das sadas de caixa pre-vistas ao valor atual das entradas estimadas. Tambm pode ser concei-tuada como a taxa de rentabilidade peridica equivalente de um inves-timento, geralmente, definida por perodos anuais. Mede a lucrativi-dade de um investimento.

    Exemplo:

    Uma determinada empresa vai investir R$ 600,00 na compra de um equipamento com vida til de 5 anos, depreciado linearmente, com valor residual de R$ 200,00. As receitas brutas somam a R$ 500,00 por ano, a partir do primeiro ano; Pis/Cofins representam 0,8% sobre as receitas brutas; ICMS 14% sobre as receitas brutas; CPV(Custo dos Produtos Vendidos) R$ 200,00 por ano; o imposto de renda sobre os lucros de 40%. A empresa vai investir mais R$ 120,00 em capital de giro. A TMA da empresa de 12% ao ano. Avalie o investimento pelos mtodos da TIR e do VPL e decida se o negcio vivel ou no?

  • 44

    Antes de iniciar a anlise preciso se determinar o fluxo de caixa da operao considerando os dados do problema:

    Receitas Brutas Anuais R$ 500,00 (-) Pis/Cofins 0,8% (R$ 4,00) (-) ICMS 14% (R$ 70,00) (-) CPV (R$ 200,00) (-) Depreciao (R$ 120,00) = Lair R$ 106,00 (-) IR 40% (R$ 42,40) = Lucro Liquido R$ 63,60 + Depreciao R$ 120,00 = Fluxo Lquido R$ 183,60

    No exemplo o investimento inicial ser de R$ 600,00 + R$ 120,00 relati-vos ao capital de giro o que significa um desembolso inicial de R$ 720,00.

    Observar que o equipamento ser vendido por R$ 200,00 (valor resi-dual) e que, ao final do quinto ano, estar todo depreciado, valendo zero. O mesmo est sendo vendido por R$ 200,00 e isto significa lucro e sobre este lucro ser cobrado o imposto de renda de 40,00% ou seja R$ 80,00. A empresa receber lquido, ao final do quinto ano, pela venda da mquina R$ 120,00.

    Considerando estas informaes o fluxo de caixa final da operao utilizando a HP 12 C vamos obter o seguinte resultado:

    Investimento Inicial (R$ 600,00 + R$ 120,00)

    (R$ 720,00) CHS G Cfo

    Ano 1 R$183,60 R$ 183,60 g CFj Ano 2 R$ 183,60 R$ 183,60 g CFj Ano 3 R$ 183,60 R$ 183,60 g CFj Ano 4 R$ 183,60 R$ 183,60 g CFj Ano 5 R$ 183,60 +

    R$120,00 R$ 183,60 g CFj

    Taxa (TMA) i 12% Valor Presente Liquido f NPV R$ 9,93 Taxa Interna de Retorno TIR 12,516%

    CFo = Fluxo de caixa momento zero calculadora HP;

    CFj = Fluxos de caixas seguintes (entradas e sadas) calculadora HP;

    I = Taxa = Taxa mnima de atratividade;

    FNPV = Valor presente lquido calculadora HP;

  • 45

    IRR = TIR Taxa interna de retorno do projeto calculadora HP.

    A taxa interna de retorno do projeto representa 12,516% ao ano, por-tanto o projeto dever ser aceito pois a TIR maior que a TMA da empresa.

    3.3 Consideraes sobre as tcnicas

    MTODO DO VAUE > Indicado a anlises que envolvem as atividades operacionais da empresa para investimentos que so normalmente repetidos

    MTODO DO VP > Adequado a investimentos que envolvem o curto prazo ou que se realizem num pequeno no. de perodos.

    MTODO DA TIR > Permite uma anlise com maior transparncia dos investimentos, facilitando a comparao com ndices gerais, setoriais, rentabilidade, etc.

    Ponto Final

    A partir das tcnicas de anlise de investimento de capital tem-se condies de avaliar os projetos de uma empresa considerando as tcnicas sofisticadas. Contudo, o maior problema na avaliao de um investimento estabelecer as premissas ou propostas e fazer uma interpretao correta. Se o ponto de partida estiver errado, com certe-za, a anlise ter falhas e levar tomada de decises erradas.

    Os exemplos nos trs mtodos apresentados so um tanto complexos em termos de dados porm, expressam de forma prtica de como se avalia um projeto de investimento numa empresa.

    Atividades

    1) Aps a venda de seus ativos para os grupos Brasken, Petrobras e Ultra, a holding Petrleo Ipiranga S.A. est procura de novos investimentos. Uma das oportunidades investir na compra dos direitos de explorao de uma mina de Ouro no Amazonas. O custo do investimento ser de Us$ 800.000,00. O Negcio vai gerar entradas lquidas de caixa na ordem de US$ 100.000,00 no primeiro ano. Projeta-se um crescimento de 20% ao ano a partir dos prximos 4 anos. No 5 ano, a mina ser abandonada ter um custo de Us$ 50.000,00 para retirada de equipamentos e sucatas.. Sabendo-se que a Ipiranga S.A. exige um retorno lquido de 10% sobre seus projetos, ser que o grupo pode fechar o negcio? Qual

  • 46

    a o retorno efetivo do negcio e quanto representa o valor atual do fluxo de caixa do projeto?

    2) Um automvel est sendo financiado em 4 parcelas iguais de R$ 8.000,00 a taxa de 4% de juros ao ms, vencendo-se a primeira em 30 dias. Qual o valor do automvel ao final do perodo de pagamentos? Se voc fosse comprar o veculo a vista qual seria o preo a ser pago?

    3) Um determinado pas lanou um ttulo no mercado internacional pagando juros semestrais de 10,75%, com capitalizao mensal. O Governo Brasileiro, que est remunerando seus ttulos a uma taxa de 23,86% ao ano? Qual a melhor alternativa, investir no mercado internacional ou no mercado brasileiro? Justifique sua resposta.

    4) Uma empresa est tentando avaliar um projeto com os seguintes fluxos de caixa:

    Ano Fluxo de Caixa 0 (R$ 900) 1 R$ 1200 2 (R$ 200)

    a) Se a empresa exigir um retorno de 10% em seus

    investimentos, dever aceitar esse projeto? (justifique a resposta)

    b) Calcule qual a taxa interna de retorno deste projeto?

    5) Uma indstria financia suas vendas a prazo aplicando juros efetivos de 10% ao ms. Determinar o valor das prestaes postecipadas para uma venda de R$ 250.000,00, considerando que h duas alternativas de pagamento: a) em 12 parcelas mensais; b) em 4 parcelas trimestrais. Considerando as duas alternativas: informe qual o valor das parcelas se for em 12 meses e em 4 parcelas trimestrais?

  • 4 ORAMENTO DE CAPITAL Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    Objetivo: demonstrar como elaborar um oramento considerando todas as variveis do investimento, incluindo anlises sobre o efeito da depreciao no investimento inicial.

    4.1 Conceito de Oramento de Capital

    o processo que consiste em avaliar, selecionar investimentos a longo prazo coerente com os objetivos da empresa de maximizar a riqueza do acionista.

    Quanto forma de desembolso o mesmo pode ser interpretado da seguinte maneira:

    Dispndio de Capital: o desembolso de fundos realizado pela empresa com a expectativa de gerar benefcio aps um ano;

    Dispndio Corrente: o desembolso de fundos, resultando em benefcios auferidos em menos de um ano.

    Entre os motivos que levam uma empresa a efetuar um dispndio de capital destacamos a expanso, a substituio, a modernizao, entres outros.

    As empresas, via de regra, em termos de investimentos de capital, caracterizam-se como:

    CAPITAL INTENSIVO: Necessita de grandes investimos em m-quinas e equipamentos;

    TRABALHO INTENSIVO: Empresas cujos investimentos so maiores no emprego de mo de obra.

  • 48

    4.2 O Processo de Oramento de Capital

    O processo para se elaborar o oramento de capital consiste em gera-o da proposta, avaliao e anlise, tomada de deciso, implementa-o e acompanhamento.

    Os projetos em termos de oramento de capital podem ser:

    Projetos independentes:

    So aqueles cujos fluxos de caixa no esto relacionados ou indepen-dem um do outro. A aceitao de um deles no exclui a considerao dos outros.

    Projetos mutuamente excludentes:

    So aqueles que possuem a mesma funo e, consequentemente com-petem entre si. A aceitao de um projeto de um grupo de projetos mutuamente excludentes elimina a considerao dos outros.

    Exemplo:

    Uma indstria pretende realizar os seguintes investimentos limitados ao valor de R$ 1.000.000:

    Proposta:

    1. Uma prensa hidrulica no valor de R$ 100.000;

    2. Uma mquina injetora no valor de R$ 200.000;

    3. Veculos para vendas, valor de R$ 150.000;

    4. Ampliao de instalaes, valor de R$ 300.000;

    5. Uma dobradeira de chapas, valor de R$ 350.000;

    6. Construo de uma fbrica, valor R$ 1.000.000.

    Projetos Independentes: 1; 2; 3 e 4.

    Projetos mutuamente excludentes: 2 e 3 com 5 pois a soma de seus investimentos projetos (2 e 3) assim como o projeto 5 soma R$ 350.000,00. Se a empresa optar fazer os projetos de 1 a 4, os mesmos somam R$ 750.000,00 ao passo que o projeto 6 soma sozinho R$ 1.000.000,00, ou seja, ou se executa o lote de 1 a 4 ou somente o projeto 6 em funo da restrio oramentria.

  • 49

    4.3 Fluxo de Caixa de Um Investimento

    Segundo diversos autores, entre eles Gitman, Lawrence G, em seu livro Princpios de Administrao Financeira, 2 Ed. Bookman-SP no cap-tulo 9 ,ele descreve as etapas para se elaborar o fluxo de caixa de um investimento as quais transcrevo de forma resumida:

    Disponibilidade de Fundos: Fundos Ilimitados ou Racionamento de Capital;

    Decises de Investimento: Avaliao de propostas com critrios mni-mos. Aceitar ou Rejeitar o Investimento;

    Fluxos de Caixa Relevantes: Incluem o investimento inicial, as entradas operacionais de caixa e um fluxo de caixa residual. Em outras palavras, representam a sada de caixa incremental aps os impostos (investi-mentos) e as entradas de caixa subsequentes resultantes, associadas a um dispndio de capital proposto;

    Fluxos de Caixa Incrementais: So os fluxos de caixa adicionais - en-tradas ou sadas que se espera obter como resultado de uma proposta de dispndio de Capital;

    Investimento Inicial: a sada de caixa relevante no instante zero asso-ciada a um projeto proposto.

    Entradas Operacionais de Caixa: So as entradas de caixa incrementais aps os impostos originrias do projeto ao longo de sua vida;

    Fluxo de Caixa Residual: o fluxo de caixa no operacional, aps o imposto de renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidao do projeto;

    4.4 Investimento Inicial

    + Custo do Ativo

    + Custo de Instalao

    - Resultado, aps IR, obtido com venda do ativo velho

    +/- Imposto de Renda

    +/- Variao do Capital Circulante Lquido

    Custo do Ativo: a sada lquida de caixa exigida pelo novo ativo;

  • 50

    Custo de Instalao: Qualquer custo adicional necessrio para se colocar um novo ativo em funcionamento;

    Custo do Ativo Instalado: o custo do ativo mais os custos de instalao: equivale ao seu valor deprecivel;

    Resultado aps o IR: obtido pela venda do ativo velho ou seja o resultado obtido na venda do ativo velho, menos o imposto de renda incidente;

    Resultado da venda de ativos velhos: Entradas de caixa, lquidas de quaisquer custos de venda ou remoo, resultantes da venda de um ativo existente;

    IR incidente sobre a venda de um ativo velho: e o valor do IR que decorre da relao entre o preo de venda de um ativo e seu preo inicial de compra com seu valor contbil.

    Valor Contbil: Valor do ativo dado pelo seu custo total inicial, menos (-) a depreciao acumulada.

    Exemplo:

    A empresa XPT vai realizar um investimento no valor de R$ 380.000,00 na aquisio de uma mquina injetora. O Custo de instalao deste equipamento soma R$ 20.000,00. Conforme a legislao vigente, este equipamento ser depreciado pelo mtodo acelerado em 5 anos.

    O equipamento atual foi adquirido pelo valor de R$ 240.000,00, possu-indo 3 anos de uso, sendo que a depreciao acelerada por 5 anos. Este equipamento est sendo vendido por R$ 280.000,00.

    Considerando a aquisio da injetora, a empresa vai aumentar suas necessidade de investimento em giro em R$ 35.000,00, e vai tambm aumentar seu passivo circulante em R$ 18.000,00.

    Considerando que o imposto de renda sobre os lucros e ganhos de capital seja de 40%, qual ser o investimento inicial do projeto?

    Anlise da mquina atual depreciao:

    Perodo Em R$ % dep. dep. (R$) V.Livro (R$) Ano 1 240.000,00 20,00% 48.000,00 192.000,00 Ano 2 192.000,00 32,00% 76.800,00 115.200,00 Ano 3 115.200,00 19,00% 45.600,00 69.600,00 Ano 4 69600 12,00% 28.800,00 40.800,00

  • 51

    Ano 5 40800 12,00% 28.800,00 12.000,00 Ano 6 12000 5,00% 12.000,00 0,00 Totais 100,00% 240.000,00

    A variao do capital circulante lquido corresponde diferena entre o ativo circulante e o passivo circulante ou seja R$ 35.000,00 (ativo circulante) R$ 18.000,00 (passivo circulante = Variao do capital circulante lquido. Isto significa um desembolso de R$ 17.000,00 em termos de investimento.

    Anlise do Imposto de Renda a pagar:

    O imposto de renda a pagar incide sobre o lucro auferido pela revenda do ativo, isto , R$ 280.000,00 valor de revenda menos R$ 69.600,00 = R$ 210.400,00 de lucro. Considerando que o imposto de renda sobre o lucro 40% ou seja R$ 210.400,00 x 40% teremos o valor do imposto de renda igual a R$ 84.160,00 conforme demonstrado na tabela de clculo abaixo.

    Valor de Revenda R$ 280.000,00 Valor Contbil no terceiro ano R$ 69.600,00 Lucro sobre a venda R$ 210.400,00 Imposto de Renda s/Lucro 40% R$ 84.160,00 Lucro real (ganho de Capital) = Valor de Revenda - IR R$ 195.840,00

    Clculo do Investimento Inicial:

    Custo de aquisio do novo ativo (-) R$ 380.000,00

    Custo de Instalao (-) R$ 20.000,00

    Imposto de Renda s/lucros (-) R$ 84.240,00

    Aumento do Capital Circulante (-) R$ 17.000,00

    Total do Investimento (-) R$ 501.240,00

    Venda da mquina velha R$ 280.000,00

    Desembolso inicial = (-) R$ 221.240,00

    Obs.:Este valor significa o valor do desembolso inicial no fluxo de caixa ou seja uma sada de recursos no momento zero.

  • 52

    4.5 Anlise de investimentos com mltiplas alternativas

    As empresas, de um modo geral, no possuem fundos ilimitados para aplicao (investimento) de seus recursos, porm as alternativas, as prioridades so muitas. A importncia de se analisar os investimentos com mltiplas alternativas prende-se ao fato de se optar pela maior rentabilidade possvel sobre as diversas propostas ou mesmo priori-dades.

    a) Projetos pequenos em relao ao Oramento:

    Regras Bsicas:

    1. Ordenar as alternativas em ordem decrescente de acordo com o mtodo de avaliao utilizado e aceitar todos aqueles primeiros, cuja soma dos investimentos for imediatamente inferior ao orado.

    2. Admite-se que, como os projetos so pequenos em relao ao ora-mento disponvel, que as sobras tambm possam ser negociveis.

    3. Uma vez que os critrios do VP e da TIR podem levar a avaliaes diferentes, possvel que a utilizao do mtodo do VP conduza a um portflio diferente.

    4. necessrio ento, calcular o VP dos projetos com a nova TMA. Se os projetos selecionados forem os mesmos (mesmo com ordenao diferente) este ser o portflio.

    Exemplo: Kleimann Neto, Francisco na apostila sobre anlise de inves-timentos UFRGS, 1980 apresenta um exemplo que retrata muito bem a anlise de investimento com mltiplas alternativas:

    Uma empresa dispe de R$ 100 mil para investir em projetos indepen-dentes. Determinar o portflio de investimentos se sua TAXA MINI-MA DE ATRATIVIDADE (antes da seleo) de 10% a a:

  • 53

    Tabela 1 : Fluxo de Caixa dos projetos propostos

    Receitas

    Proj

    eto

    Inv.

    In

    icia

    l em

    R

    $

    Ano

    1 R

    $

    Ano

    2 R

    $

    Ano

    3 R

    $

    Ano

    4 R

    $

    A

    - 28,

    55

    10,0

    0

    10,0

    0

    10,0

    0

    10,0

    0

    B

    - 48,

    04

    20,0

    0

    20,0

    0

    20,0

    0

    ZE

    RO

    C

    - 47,

    55

    15,0

    0

    15,0

    0

    15,0

    0

    15,0

    0

    D

    - 16,

    90

    10,0

    0

    10,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    E

    - 28,

    80

    20,0

    0

    20,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    F

    - 59,

    60

    18,0

    0

    18,0

    0

    18,0

    0

    18,0

    0

    G

    - 16,

    63

    12,0

    0

    12,0

    0

    zero

    zero

    H

    - 13,

    16

    10,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    10,0

    0

    I - 12,

    44

    5,00

    5,00

    5,00

    5,00

    Considerando que a TMA (taxa mnima de atratividade) da empresa de 10%, deve ser calculada a taxa de retorno e o valor presente lquido de cada projeto e se elimina todos aqueles cuja taxa de retorno for inferior a 10%.

  • 54

    Na tabela 2 abaixo, o demonstrativo dos retornos de cada projeto e sua ordenao, considerando Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Pre-sente Lquido (VPL):

    Rec

    eita

    s

    Ord

    em

    Ord

    em

    Proj

    eto

    Inv.

    Inic

    ial R

    $

    Ano

    1 R

    $

    Ano

    2 R

    $

    Ano

    3 R

    $

    Ano

    4 R

    $

    TIR

    %

    TIR

    VPL

    R$

    VPL

    A

    - 28,

    55

    10,0

    0

    10,0

    0

    10,0

    0

    10,0

    0

    15,0

    0%

    4

    3,15

    3

    B

    - 48,

    04

    20,0

    0

    20,0

    0

    20,0

    0

    ZE

    RO

    12,0

    0%

    5

    1,70

    5

    C

    - 47,

    55

    15,0

    0

    15,0

    0

    15,0

    0

    15,0

    0

    10,0

    0%

    7

    0,02

    7

    D

    - 16,

    90

    10,0

    0

    10,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    12,0

    0%

    6

    0,46

    6

    E

    - 28,

    80

    20,0

    0

    20,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    25,0

    0%

    2

    5,91

    1

    F

    - 59,

    60

    18,0

    0

    18,0

    0

    18,0

    0

    18,0

    0

    8,01

    %

    9

    -2,5

    4

    9

  • 55

    G

    16,6

    3

    12,0

    0

    12,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    28,3

    7%

    1

    4,20

    2

    H

    -13,

    16

    10,0

    0

    ZE

    RO

    ZE

    RO

    10,0

    0

    19,9

    8%

    3

    2,76

    4

    I - 12,

    44

    5,00

    5,00

    5,00

    ZE

    RO

    9,97

    %

    8

    0,01

    8

    No passo seguinte, devemos ordenar estes projetos de forma que a soma dos investimentos no ultrapassem o limite disponvel no ora-mento, ou seja, o limite oramentrio de R$ 100,00.

    O estabelecimento do critrio de avaliao fundamental para tomada de deciso, ou seja, a tcnica da taxa interna de retorno ou a tcnica do valor presente lquido.

    A ttulo de ilustrao vamos apresentar a ordenao dos projetos de acordo com os investimentos (investimento inicial) segundo as duas tcnicas:

    a) Ordenao segundo a Taxa Interna de Retorno:

    Projeto Investimento Inicial R$

    Investimento Acumulado R$

    Taxa Interna De Retorno (TIR) %

    G -16,33 -16,33 28,37% E -28,88 -45,13 25,00% H -13,16 -58,29 20,00% A -28,55 -86,84 15,00% D -16,90 -103,74 12,00% B -48,04 -151,73 12,00%

    b) Ordenao segundo o critrio do valor presente lquido (VPL), ago-ra alterando a TMA para 12%, uma vez que os projetos classificados por ltimo possuem est taxa mnima de atratividade:

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    Projeto Investimento Inicial R$

    Investimento Acumulado R$

    VPL R$

    E -28,88 -28,88 5,00 G -,16,33 -45,21 3,95 H -13,16 -58,29 2,12 A -28,55 -86,84 1,82 D -16,90 -103,74 0,00 B -48,04 -151,73 0,00

    Verificamos que os projetos E, G, H e A, cuja soma do investimento inicial representa R$ 86,84, portanto menor que R$ 100,00 destinado a investimentos, quando analisados pela TIR e pelo VPL considerando os projetos como um grupo de investimento, sua ordenao de priori-dades praticamente a mesma, ou seja, no caso da TIR, o projeto G seria o primeiro e, no caso do VPL, o projeto E seria o primeiro em ordem de prioridades.

    No exemplo, o grupo de projetos selecionados considerando os dois critrios de anlise seria o mesmo.

    Ponto Final

    O oramento de capital a base para se analisar qualquer projeto, pois partem deste ponto todas as premissas que esto contidas dentro da proposta de investimento tais como valor, custo de instalao, vida til, limitaes oramentrias , resultado esperado e outras informa-es necessrias para se avaliar o projeto.

    Esta a base para avaliao de qualquer projeto.

    Atividades

    1) Um projeto de investimento que requer um desembolso inicial de R$ 100.000,00 deve gerar um fluxo de caixa econmico de R$ 120.000,00 em um ano. Oitenta por cento (80%) do investimento ser financiado por meio de um emprstimo contratado a juros efetivos de 15% ao ano para ser quitado em parcela nica um ano depois. Considerando que o custo de capital (TMA) da empresa de 30% ao ano, avalie se o projeto vivel ou no? Justifique sua resposta.

    2) Uma determinada empresa vai investir R$ 600,00 na compra de um equipamento com vida til de 5 anos, depreciado linearmente

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    que ser vendido ao final do quinto ano por R$ 200,00. As receitas brutas somam R$ 500,00 por ano, a partir do primeiro ano; Pis/Cofins representam 0,8% sobre as receitas brutas; ICMS 14% sobre as receitas brutas; CPV R$ 200,00 por ano; o imposto de renda sobre os lucros de 40%. Alm destes investimentos sero necessrios mais R$ 120,00 iniciais para capital de giro. A TMA da empresa de 12% ao ano. Avalie o investimento pelos mtodos da TIR e do VPL e decida se o negcio vivel ou no? Justifique sua resposta.

    3) Um empresrio dispe de duas propostas para aquisio de um equipamento que lhe proporcionar uma receita anual de R$ 620.000,00. A alternativa I representa um equipamento com um custo inicial de R$ 920.000,00 e custos operacionais anuais de R$ 420.000,00, valor residual de R$ 20.000,00 com uma vida til de 4 anos. A alternativa II um equipamento com investimento inicial de R$ 2.000.000,00, valor residual de R$ 300.000,00, vida til de 8 anos e custos operacionais de R$ 185.000,00 por ano nos 3 primeiros anos. A partir do quarto ano (inclusive), os custos vo crescer base de R$ 25.000,00 por ano. Determine a melhor alternativa, pelo mtodo do VPL, considerando uma taxa mnima de atratividade de 10% ao ano.

    4) Voc foi solicitado pelo presidente da empresa D para avaliar a aquisio de uma nova mquina. O preo bsico da mquina de R$ 64 mil e mais R$ 10 mil sero necessrios para adaptaes. Suponha que a mquina seja depreciada pelo mtodo linear em cinco anos. A mquina ser vendida aps o 5 ano por R$ 10 mil e exigir um aumento de capital de giro lquido de R$ 50 mil. O Faturamento anual previsto para os prximos 5 anos de R$ 75.000,00. O Ir sobre os lucros representa 20% e o custo de capital da empresa de 15% ao ano. Considerando estes dados avalie o investimento e responda s seguintes questes: a) Qual ser o investimento lquido da empresa se ela adquirir a

    mquina? b) Utilizando o mtodo do Valor Presente Lquido voc aceitaria

    o projeto? c) Qual a taxa de retorno no projeto?

    5) A Randon S.A Implementos para o Transporte est avaliando o sistema de distribuio interna para suas novas instalaes em So Paulo SP, necessrias para montagem de carretas transportadoras de automveis (gaiolas). Existem duas alternativas de investimento:

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    a) um sistema de correias transportadoras, com alto custo inicial mas com baixos custos operacionais e

    b) 5(cinco) empilhadeiras, as quais custam menos, mas tm custos operacionais consideravelmente mais altos.

    A vida til estimada para os equipamentos de 5 anos com depreciao linear e valor residual zero ao final do quinto ano para ambas alternativas. O faturamento anual estimado de R$ 1.000.000, 00, sendo que os impostos (ICMS, PIS, COFINS) representam 15% sobre a receita bruta e o CPV aproximadamente 40% sobre a receita bruta. O Imposto de renda sobre os lucros de 20%. A deciso de construir a fbrica j foi tomada e a escolha, aqui, no ter nenhum efeito sobre as receitas totais do projeto. O custo de capital para planta de 9% ao ano e os custos lquidos esperados do projeto esto relacionados abaixo:

    Fluxo de Caixa Correia Transp. Empilhadeiras Investimento Inicial (R$ 300.000,00) (R$ 120.000,00) Ano 1 manuteno (R$ 66.000,00) (R$ 96.000,00) Ano 2 - manuteno (R$ 66.000,00) (R$ 96.000,00) Ano 3- manuteno (R$ 66.000,00) (R$ 96.000,00) Ano 4- manuteno (R$ 66.000,00) (R$ 96.000,00) Ano 5 -manuteno (R$ 66.000,00) (R$ 96.000,00)

    De acordo com essas informaes, responda: a) Qual o VAUE de cada alternativa e o Valor Presente Lquido? b) Qual melhor alternativa? Justifique.

  • 5 DEPRECIAO E EFEITOS NO FLUXO DE CAIXA Luiz Fernando Barcellos dos Santos

    O Objetivo deste mdulo apresentar as formas de depreciao, anli-se de comparabilidade de investimentos e substituio de equipamen-tos.

    A depreciao definida como o decrscimo no valor venal de um bem, e pode ser conceituada sob trs diferentes ticas:

    a) Fsica:

    a perda de valor pelo desgaste do bem. No caso de uma mquina ou equipamento, o desgaste ser devido no somente sua utilizao normal, mas tambm ao do tempo e das intempries.

    b) Econmica:

    Refere-se ao declnio sofrido na capacidade que o bem apresenta em gerar receitas. Se ao longo do tempo, diminui o valor da produo de um equipamento, este experimentar uma correspondente reduo no seu valor intrnseco. O declnio no valor lquido da produo decorre da exausto fsica do equipamento e, mais ainda, da obsolescncia do equipamento e do prprio produto, isto , as constantes inovaes tecnolgicas, que ocorrem em um ritmo cada vez mais vertiginoso, e mesmo as mudanas no gosto dos consumidores, podem fazer com que um bem se torne rapidamente de utilizao antieconmica, ou obsoleto.

    c) Contbil:

    Corresponde a uma estimativa de perda de valor sofrida pelo bem, com a finalidade de efetuar um registro contbil.

    Fora as limitaes impostas pela legislao do imposto de renda, o que se faz estimar o prazo ao logo do qual se supe que o bem ter uma

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    utilizao econmica, prazo esse que chamado de vida til, reser-vando-se , no final de perodos pr-determinados (geralmente o ano), quantias , cujos valores so determinados por um dos mtodos adiante descritos, e que acumulam uma soma suficiente para recomposio do bem no fim de sua vida til.

    5.1 Vida til

    A vida til corresponde ao tempo, em anos, que um bem pode ser utilizado conforme sua condio de uso, ou seja, se uma mquina trabalha 8 horas por dia, o seu nvel de desgaste ser menor e sua vida til ser bem maior do que se essa mquina trabalhasse em regime de 24 horas. Em termos de anlise gerencial, a vida til de um bem pode ser avaliada:

    a) Do ponto de vista contbil:

    A vida til corresponde, em anos, ao tempo que, em geral, a legislao estabelece para a sua depreciao fiscal. Exemplificando, para uma mquina adquirida por R$ 10.000,00 e com uma vida til especificada em 10 anos, o valor aceito pelo fisco como depreciao poder ser uma depreciao de R$ 1.000,00 por ano.

    b) Do ponto de vista tcnico:

    Que o que interessa em termos de processo produtivo, a vida til estabelecida em funo do desgaste fsico e tcnico da mquina ou equipamento. O equipamento poder se tornar obsoleto em funo do desenvolvimento tecnolgico, como por exemplo provocado pelo sur-gimento no mercado de um equipamento mais eficiente, ou pode ficar inadequado para produo de determinado produto, devido a alguma modificao da forma do material ou ainda por alteraes nas quanti-dades fabricadas pelo produto, as quais exijam algum tipo de modifi-cao no processo de fabricao.

    O desgaste fsico do equipamento fica caracterizado por uma menor produtividade e exigncia de maiores interrupes para reparos, alm de maiores custos de manuteno. Esse desgaste poder ser acelerado por um uso inadequado, por um operador no devidamente habilita-do, por um piso imprprio sujeito a vibraes, por um ambiente corro-sivo ou ainda pela utilizao intensiva da mquina em dois ou mais turnos.

    Em consequncia, a vida til ser estabelecida estimando-se a durao provvel do equipamento em funo da experincia anterior com m-

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    quinas semelhantes, levando-se em conta fatores de correo para cada caso em particular , em funo de obsolescncia funcional, da intensi-dade de uso, condies ambientais, etc. etc..

    c) Do ponto de vista da formao de custos e preos:

    Utiliza-se a depreciao calculatria, que visa estabelecer a participa-o e distribuir os bens do ativo fixo na composio dos custos dos produtos, para formao dos preos. Logicamente, depende da conjun-tura dos negcios a convenincia de uma maior ou menor acelerao da depreciao.

    Tratando-se de valores calculatrios, utiliza-se como base de clculo seu valor atualizado, denominado valor atual no mercado. A fixao da vida til calculatria considera os riscos do negcio e fica limitada, no que diz respeito ao estabelecimento de preos competitivos, pela vida til tcnica em seu valor mximo , e pela concorrncia de merca-do em seu valor mnimo.

    5.2 Mtodos de depreciao

    a) Mtodo Linear:

    Consiste de um valor de depreciao constante para toda a vida til do ativo, idntico de ano para ano, obtido a partir da diviso do valor de aquisio do bem pela sua vida til.

    b) Mtodo da Soma dos Dgitos:

    um mtodo que proporciona um valor de depreciao decrescente com a vida da mquina. A taxa de depreciao varivel e pode ser obtida anualmente, tomando-se como denominador a soma das uni-dades representadas pelos nmeros dos anos de vida estimada, e como numerador a vida til restante.

    c) Mtodo da Soma Inversa dos Dgitos:

    Este mtodo se caracteriza por depreciar os ativos de uma forma desa-celerada, e consiste em aplicar sobre o valor deprecivel diversas fra-es, conforme o ano. O numerador da frao o nmero do ano e o denominador soma de todos os dgitos (anos) correspondentes vida til do ativo.

    d) Mtodo Por Produo:

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    Neste mtodo o valor deprecivel dividido pelo nmero de unidades a serem produzidas pelo bem durante sua vida til, ou pelo nmero de horas de servio durante as quais ele estar em funcionamento. O valor resultante , ento, multiplicado pelas unidades produzidas ou pelas horas trabalhadas durante um determinado perodo para calcular a depreciao daquele perodo.

    e) Mtodo Exponencial :

    Este mtodo apresenta a vantagem de considerar valores de deprecia-o que so decrescentes com a vida da mquina, ou seja, deprecia um valor mais alto no incio da vida da mquina, quando ela mais efici-ente e, medida em que ela vai diminuindo sua produtividade com o tempo, tambm vai diminuindo o valor da depreciao.

    Trata-se de um mtodo bastante lgico, porm um tanto complexo. O clculo da depreciao fundamenta-se em uma taxa fixa que se aplica periodicamente ao saldo decrescente do valor a depreciar.

    f) Mtodo conforme a legislao:

    A legislao tributria permite que o valor atribudo depreciao no perodo seja computado como um custo, isto , para fins de pagamento do imposto de renda, sendo R receita bruta no perodo, C o custo (cor-respondente aos desembolsos efetivamente realizados) e D a par