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Afrodite Anadiómene Cirenaica

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  • 5/22/2018 Afrodite Anadimene Cirenaica

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    Afrodite Anadimene Cirenaica

    Escultura grega em mrmore

    Apresentao

    Escultura grega em mrmore em acentuado estado de metamorfismo e intensamentecristalizado, de tonalidade leitosa uniforme e superfcie vitrificada, sem veios,apresentando algumas manchas de tonalidade creme particularmente evidentes na base,devidas intruso de minerais algenos em estado de oxidao. ma anlise !umica

    rigorosa poder permitir concluir !ue a oxidao dos minerais algenos se iniciou emperodo muito posteror realizao da escultura, devido sua directa exposio aooxig"nio atmosf#rico ou da gua pluvial. $al significaria !ue, durante um extenso

    perodo posterior execuo do trabalho escultrico, as manchas no se apresentariamvisveis.% escultura apresenta pelo menos duas linhas verticais de pontos, em forma de cortesverticais com altura variando entre & e '& mm e cerca de &mm de profundidade,realizados a cinzel ou escopo, traando duas linhas de prumo, uma ()magem &* !ue sedesenvolve do eixo da base do pescoo, passando em tangente externa +unto do +oelhodireito e caindo sobre a base a cerca de - mm do p# direito ()magem '-*, outra no

    brao es!uerdo ()magem '*, alinhando sensivelmente com a base do parterre. /utrospontos de marcao topogrfica distribuem0se por vrias reas da escultura. 1o mesmomodo, este pontos apresentam vestgios de oxidao de minerais algenos, porexposio a humidades intrusas aps a sua abertura.1a presena destes pontos s pode deduzir0se !ue a escultura serviu em oficina demodelo para cpia e anlise do c2none, nomeadamente das declina3es e tor3esnecessrias sugesto do movimento e do e!uilbrio ergonmico da massa. 4oderamostamb#m calcular !ue o ponto traado na coxa direita, imediatamente posterior pregada zona p5bica, determina o eixo de gravitao da massa ()magem &*.% escultura representa %frodite acabando de romper do ambiente do seu mticonascimento, o mar, (%nadimene*, acolitada por um golfinho, com o torso e a cauda

    erectos e apoiado sobre a cabea, em cu+a boca prende um pe!ueno peixe da esp#cie dorobalo. 6obre a cauda do golfinho, omitindo0a ao observador, +az o manto da deusa !uedescai ao longo da ilharga es!uerda do animal, entre este e a perna direita da!uela, emsbrios drapeados. 7 escultura faltam, por fractura, a cabea da deusa e os seus dois

    braos, o direito a partir do ombro, o es!uerdo a partir do meio do bceps. %o golfinhofalta o maxilar superior.%presenta '&8- mm de altura e &9- mm de largura mxima no parterre.% deusa # representada de p#, apoiada sobre o p# direito, com a perna es!uerda flectida,como se preparasse um passo de avano, libertando o p# es!uerdo da carga da massacorporal. $oda essa massa # descarregada ento contra o golfinho, sem !ue por isso se+a

    perceptvel a aus"ncia de autonomia ergonmica de cada um dos dois componentes.

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    % escultura apresenta claramente visveis as escrfulas advenientes das fracturas naszonas em !ue os elementos em falta se ligavam massa corporal, na ilharga es!uerda()magens 8 e '9*./bedece a todos os re!uisitos cannicos da melhor obra praxiteliana. 4raxteles o:ovem celebrizou0se, para al#m de outras rupturas no !uadro da escultura grega clssica,

    pelo arro+o da representao da nudez integral feminina, nomeadamente das suasrepresenta3es de %frodite. ;as se as mais consagradas representa3es praxitelianas donu feminino, a consagrada %frodite de uer no e!uilbrio ergon?mico da postura e na serenidade da sugesto do movimento,!uer na sensualidade !uase idealizada !ue exala, expressa na harmonia da volumetria ena suavidade da transio para os diversos planos volum#tricos, sem uma s !uebra

    abrupta, esta obra, mau grado as suas mutila3es, s apresenta paralelo no @ermes com1ionsio de /lmpia.% escultura integrou a coleco do ;ar!u"s da Aoz, onde, de acordo com adocumentao at# agora reunida, deve ter sido recolhida ainda no 6#culo B)B.1ela existe uma r#plica no ;useu das $ermas, em Coma, (1oc '*, cu+a proced"ncia temestado envolvida em sucessivas e pol#micas contradi3es, sendo consensualmenteadmitido !ue procede de

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    exumada dos depsitos do ouvre, originando depois sucessivas r#plicas. H indiscutvel!ue o cabelo se apresentava recolhido e enrolado na nuca, pois no subsiste !ual!uerindcio de !ueda ao longo do pescoo, das costas ou dos ombros.

    Guma primeira apreciao, su+eita ainda a resultados de estudo de confrontaoaprofundado, poderamos propor !ue entre esta escultura e o exemplar do ;useu das

    $ermas, a !ue nos parece ter servido de modelo # esta, ponderando mesmo asmarca3es topogrficas !ue apresenta e !ue serviram para, em oficina, dimensionar asreprodu3es.% antiguidade todavia desta escultura e a sua proced"ncia Itica esto bem evidentes!uer na sua patine, !uer no material de suporte, um mrmore leitoso de intenso brilho,de elevada dureza e intensa cristalizao mas macio ao tacto, a!uele mrmore !ue4raxteles consagrou na sua obra, apto a sugerir a !uase translucidez das carna3es e dassuas texturas, num +ogo de luz inebriante. H o mrmore em !ue se encontra esculpido o@ermes de /lmpia (1oc *, o mais incontestvel original de 4raxteles, em cu+o peito,em linha vertical traada no eixo da massa, podemos observar as mesmas incis3es demarcao topogrfica !ue identificamos nesta %frodite (1oc 9*.

    / estudo aprofundado desta escultura, em confrontao com o exemplar do ;useu das$ermas e com a obra praxiteliana em geral, bem como a reunio da documentao !ueestabelece a sua posse desde os fins do 6#culo B)B e a sua anlise crtica, sero em

    breve apresentados.

    isboa, -D de 6etembro de =--J.

    ;anuel de

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    F#nus de