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ALGARVE INFORMATIVO #17

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SUMÁRIO

O Restaurante Tertúlia Algarvia, no centrohistórico de Faro, foi o local escolhido para a

apresentação dos resultados finais de umprojeto gastronómico dedicado à cataplana

algarvia desenvolvido pela AssociaçãoTertúlia Algarvia, a Região de Turismo do

Algarve e a Associação Turismo do Algarve.Um livro de receitas, vídeos demonstrativos,

idas ao mercado, confeção ao vivo epromoções realizadas a bordo da CaravelaBoa Esperança e em cidades espanholas

como Madrid, Barcelona e Sevilha servirampara colocar este utensílio e prato

tipicamente algarvios na boca do mundo,num formato de investigação e divulgação que deverá ser seguido para dinamizar outras iguarias regionais.

CONCENTRAÇÃODE MOTOS DE FARO

Faro voltou a ser a capital mundialdas duas rodas com a realização da34ª Concentração de Motos de Faro,de 16 a 19 de julho. O eventoorganizado pelo Moto Clube Farovoltou a atrair motards provenientesdos quatros cantos do mundo, comespanhóis e britânicos à cabeça, eque tornaram o Vale das Almas numverdadeiro paraíso para osapaixonados por este veículo. Músicapara todos os gostos, animação de

rua, shows de striptease, bikeshows e cerveja, muita cerveja, contribuíram para a festa e, na hora da despedida, ficou

Os turistas chegaram em peso ao Algarve e, para alémdo sol e praia, não faltam propostas para entreter os

visitantes, seja nos palcos tradicionais ou em plena rua.Entre os diversos projetos de animação, destaque para

a Al-Fanfare, uma banda musical de sopros e percussãocomposta por profissionais e amadores oriundos do

Algarve, Baixo-Alentejo e da República daMoldávia. Apostando em sonoridades que vão desde o

mais tradicional e folk aos universos da dixie, rock, pop,sons latinos, música de dança, comercial, balkan brass

e klexmer, adicionam ainda uma pitada de improviso,movimento, interação, originalidade e folia. O resultado, esse, não se consegue descrever por meras palavras, é

preciso assistir mesmo a uma atuação da Al-Fanfare.

AL-FANFARE

CATAPLANA ALGARVIA 8

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ALGARVE INFORMATIVO #17 produzido por Daniel Pina ([email protected]);Foto de capa: Daniel PinaContatos: [email protected] / 919 266 930Diariamente, as notícias que marcam o Algarve em algarveinformativo.blogspot.pt

OPINIÃO

6

Daniel PinaOS MACACOS NÃO SE ENTENDEM COM OS GALHOS…(…) está muito na moda falar-se em empreendedorismo, desafiam-se os jovens a criar

empresas inovadoras, a arriscarem e lançarem-se por conta própria. Depois, aumenta-secada vez mais a carga fiscal e, hoje, devem ser poucos os portugueses com vontade deserem patrões, quanto mais empresários empreendedores, pois basta atrasarem-se um diano pagamento do IVA, IRC ou Segurança Social para terem logo a máquina fiscal à perna euma nuvem negra que nunca mais vai sair de cima das suas cabeças (…)

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Paulo CunhaFESTAS E VAIS …

(…) fica o Algarve, no que concerne a esta programação «à la carte» e de recriação eentretenimento pré-garantidos, com a organização na mão de autarquias que se

substituem às entidades privadas. Nalguns casos, por sua (nossa) conta e risco, comprogramações interesseiras e de qualidade duvidosa. Obviamente, nada tenho a obstar

quando todos ficam a ganhar (artistas, operacionais do espetáculo, público, autarquias epatrocinadores). Aliás, esta é também uma forma inteligente e eficaz de salvaguardar e até

melhorar as finanças das autarquias algarvias (...)

22

Paulo BernardoHOJE NA PRAIA

(…) Bem sei que só 6 por cento dos pessoas são empreendedoras, também sei que serempreendedor é bem difícil. Por isso, o que hoje ensinei à Catarina não serve para todosnem sei se para ela vai servir. Contudo, o importante é ir passando a palavra e aguardar

que a próxima sociedade seja mais empreendedora perante a vida (…)

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Hélder Rodrigues LopesA AGRESSIVIDADE E O COMPORTAMENTO AGRESSIVO: UM SENTIMENTO COM

RESPOSTA A AGRESSÃO(…) Sustento que reagir à Agressão com Agressão não é eficiente. Mas a submissão e a

subserviência são os comportamentos que melhor alimentam a Agressão. Acreditar queum Agressor pode mudar é alimentar no agressor o síndrome de inferioridade e o devitimização os mais fortes na evidência da perturbação de personalidade e de relação (…)

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A presidente do BancoAlimentar contra a Fome, elíder da Federação Europeia

dos Bancos Alimentares, Isabel Jonet,deu uma entrevista ao DiárioEconómico e, quando questionadasobre a relação da instituição com oEstado, respondeu sem papas nalíngua, como é seu jeito tradicional:“os políticos perceberam que osrespeitamos, mas também queremosque respeitem o nosso espaço: cadamacaco no seu galho”. Se é verdadeque, no passado, a dirigente jáexpressou algumas opiniõescontroversas, desta vez sou obrigadoa concordar que, se o Estado fizessebem o que é da sua responsabilidadee deixasse os outros, sejamassociações, empresas ou outrasentidades, desempenharem as suastarefas com paz e sossego,provavelmente teríamos um país bemmelhor do que aquele que temos. Oproblema é que nem fazem o seuserviço bem feito e, pior do que isso,teimam em meter-se em questõesque não são da sua competência ouem criar leis, impostos e taxas que sócomplicam a vida a quem quertrabalhar de forma honesta.

Ainda a semana passada abordei apostura contraditória do Estado emmatéria de Saúde, maisconcretamente no que diz respeito ànatalidade. É, de facto, muito bonito

um governante dizer aos portuguesespara terem mais filhos, mas maisbonito seria se, depois, criassemincentivos para se passar das palavrasà prática ou, pelo menos, que não secortassem as poucas regalias queainda existem para os pais, desdevacinas comparticipadas, abonos defamília, acesso aos jardins-de-infância.Na realidade, porém, aconteceprecisamente o contrário, eliminam-se benefícios, reduzem-se vagas,colocam-se entraves e mais entraves.

E no campo da Economia, estámuito na moda falar-se emempreendedorismo, desafiam-se osjovens a criar empresas inovadoras, aarriscarem e lançarem-se por contaprópria. Depois, aumenta-se cada vezmais a carga fiscal e, hoje, devem serpoucos os portugueses com vontadede serem patrões, quanto maisempresários empreendedores, poisbasta atrasarem-se um dia nopagamento do IVA, IRC ou SegurançaSocial para terem logo a máquinafiscal à perna e uma nuvem negra quenunca mais vai sair de cima das suascabeças.

Ao mesmo tempo, as burocraciasteimam em persistir, por culpa deuma legislação pouca adequada aostempos modernos ou por falta depessoal nos diversos organismos edepartamentos da administraçãocentral, regional e local. Aliás, só sefacilita o encerramento de atividadesou a abertura de falências para, logode seguida, passadas algumas horas,os mesmos indivíduos abrirem novasfirmas. Entretanto, os funcionários efornecedores da empresa anteriorficaram a ver navios, com salários ematraso e indemnizações que nunca vãoreceber. E o próprio Estado sai lesadoporque não recebe os seus impostos.

Não esqueçamos, igualmente, queser empreendedor implica, na maiorparte dos casos, ter alguma formaçãosuperior ou em áreas mais específicas,só que esses jovens licenciadoscontinuam a ser «convidados» paracolocar os seus conhecimentos aoserviço de outros países. E como o

Estado gosta de cumprir com asestatísticas europeias sem sepreocupar com as consequências queisso traz para o próprio país no futuro,avança com incentivos à contrataçãode jovens licenciados no desempregoatravés de estágios profissionais.Quem tiver menos de 30 anos,sempre pode tentar a sua sorte atrabalhar como escravo durante seisou nove meses, na ilusão de quedepois é contratado, antes de levarcom o balde de água fria e ceder o seuposto de trabalho ao jovem que sesegue. Quem tiver mais de 30 anos,pelos vistos, tem que se desenrascarsozinho, só que as empresas preferempessoal inexperiente e poucoqualificado, desde que seja o Estado apagar a fatia maior dos seusordenados mínimos.

E os tais «velhotes» com mais de 30anos lá ficam a pensar que, se calhar,é melhor criar a sua própria empresado que andar eternamente à procurade trabalho. Mas depois lembram-sedos tais impostos e burocracias esabem que qualquer deslize é fatal.Emigrar também não dá muito jeito,têm casas para pagar aos bancos,filhos pequenos nas escolas, a não serque voltemos aos anos 60 e 70 e vãoos maridos trabalhar para oestrangeiro e ficam as mulheres comos filhos em casa.

Portanto, não há vontade de serempreendedor, ou mesmo umempresário normal, que resista àsadversidades. Claro que tudo seriamais fácil e justo se, à boa modaantiga, deixássemos o mercadofuncionar segundo a lei da procura eda oferta, em que os mais qualificadostêm acesso a postos de trabalhocondizentes com a sua formação, areceber ordenados sérios e dignos.Contudo, o Estado teima em não ficarno seu galho e está sempre a criarnovas leis, impostos, taxas e pacotesde incentivos que, em vez de ajudar,só arranjam mais problemas. E assimcontinuará a ser até que, um dia, jánão há mais árvores e galhos paraninguém… .

Daniel [email protected]@sapo.pt

CRÓNICA

OS MACACOS NÃO SE ENTENDEMCOM OS GALHOS…

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O Restaurante Tertúlia Algarvia, no centro histórico de Faro, foi o localescolhido para a apresentação dos resultados finais de um projeto

gastronómico dedicado à cataplana algarvia desenvolvido pela AssociaçãoTertúlia Algarvia, a Região de Turismo do Algarve e a Associação Turismo do

Algarve. Um livro de receitas, vídeos demonstrativos, idas ao mercado,confeção ao vivo e promoções realizadas a bordo da Caravela Boa Esperança

e em cidades espanholas como Madrid, Barcelona e Sevilha serviram paracolocar este utensílio e prato tipicamente algarvios na boca do mundo, numformato de investigação e divulgação que deverá ser seguido para dinamizar

outras iguarias regionais.

Texto e Fotografia: Daniel Pina

REPORTAGEM

UMA CATAPLANA PARAPROMOVER A GASTRONOMIA

Chefe Augusto Lima foi um dos chefes de cozinha envolvidos no projeto da Cataplana Algarvia

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PROMOVER A GASTRONOMIA

O projetoCataplanaAlgarvia,financiado peloPrograma

Operacional Algarve 21, chegouao fim, no passado dia 15 dejulho, com a apresentação dosresultados pela Tertúlia Algarvia,a Região de Turismo do Algarve ea Associação Turismo do Algarve.O projeto nasceu da constataçãode que este utensílio tipicamentealgarvio  ainda era poucoconhecido quando comparadocom outros ícones como a tajineou a wok e, para tentar inverteresta realidade, as três entidadesuniram esforços edesenvolveram conteúdos eexperiências.

Os resultados de dois anos detrabalho estão agora disponíveisno sítio da internet dedicado à

cataplana algarvia, de onde sedestacam os vídeos de receitasapresentados por oitoprestigiados Chefes de cozinha:Augusto Lima, Carlos Valente,Chakall, Frederico Lopes,Henrique Leandro, Justa Nobre,Lígia Santos e Nuno Diniz.

Também ali épossível encontrare descarregaroutro dosresultados desteprojeto, o livro«CataplanaAlgarvia: Tradiçõese Recriações», quereúne mais de 40confeções, 30 dolitoral, barrocal eserra e e asrestantes daautoria de 16Chefes de cozinha,uma das quaisdedicada aogastrónomoRenato Costa.

Outra maneirade entrar nomundo dacataplana éatravés dos doisprogramas de

experiências desenhados noâmbito deste projeto,«Cataplana com todos», quedesafiam os participantes avestir o avental e a participarnuma aula de culinária, queculmina com uma refeição. Efoi isso mesmo que aconteceuna sessão de encerramento doprojeto, em que diversosconvidados começaram pordeslocar-se ao MercadoMunicipal de Faro paraaquisição de ingredientes,antes de meteram as mãos namassa, numa aula de culinárialiderada pelo Chefe AugustoLima. Nessa atividade,representantes das entidadespromotoras, financiadores,jornalistas, Chefes de cozinha,entre outros parceiros tiverama oportunidade de comprovaro quão fácil é cozinhar com acataplana.

Antes disso, estes mesmosdois programas deexperiências foramamplamente divulgados emações de capacitaçãorealizadas em colaboraçãocom a Escola de Hotelaria eTurismo do Algarve e quecontaram com a participação

Duarte Padinha, Zélia Martins, Susana Miguel, Desidério Silva, Lisa Coelho e DanielQueirós, da Região de Turismo do Algarve e da Associação Turismo do Algarve

Desidério Silva, presidenteda Região de Turismo do Algarve

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REPORTAGEM

de 42 profissionais de cozinhade restaurantes e unidadeshoteleiras da regiãointeressados em implementarestes produtos turísticos nosseus estabelecimentos. Mas acataplana algarvia foi aindafigura central em setedemonstrações de cozinharealizadas ao vivo emdiferentes cidades algarvias eque, no total, contaram com apresença de 12 mil pessoas,entre residentes e visitantes.Também operadores turísticose jornalistas de diferentesnacionalidades tomaramcontacto com as inúmeraspotencialidades da cataplana,em seis ações organizadasdentro e fora do país.

Um projeto que o Turismodo Algarve abraçou de corpo ealma desde o início deprocesso de candidatura aosfundos comunitários do PO –21 e com toda a naturalidade,explicou o presidenteDesidério Silva. “É importanteque a nossa gastronomia e osprodutos da terra e do mar doAlgarve sejam trabalhados de

uma maneira diferente, masmantendo todo o sabor etradição que, ao longo dahistória, nos tem valorizadoenquanto região. A cataplana éum produto tipicamentealgarvio, a própria peça é difícilde encontrar fora do Algarve ea sua natureza permite que se

confecione um prato fabulosoe com ingredientes que, nofinal, têm um sabor e umaimagem que temos procuradovalorizar”, frisa o líder máximodo Algarve, dando o exemplodas iniciativas de promoçãoconduzidas em diversas cidadesespanholas, designadamenteMadrid, Barcelona e Sevilha e abordo da Caravela BoaEsperança. “A Tertúlia Algarviaacompanhou-nos sempre nosshowcookings, que têm sidoum sucesso pela maneira comotêm sido realizados, explicandoa feitura desse prato e comingredientes que as pessoasapreciam bastante. Tendo porbase a valorização da DietaMediterrânica, da cozinhaalgarvia, dos sabores, e com ointuito de recuperar astradições antigas, a cataplana éum dos pratos que está maisvivo e há muito mais pessoas aconfecioná-lo”, observa o

David Santos, presidente da Comissão de Coordenaçãoe Desenvolvimento Regional do Algarve

João Amaro, presidente da Direção da Tertúlia Algarvia

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presidente da Região de Turismodo Algarve.

Esta receita de sucesso deveráser utilizada no futuro parapromover outros pratos típicosalgarvios, seja com a TertúliaAlgarvia ou com outros parceiros,ao invés de ser a própriaentidade a fazer todo o trabalhode investigação e produção deconteúdos promocionais. “Nadamelhor do que isso ser feito poraqueles que têm a experiência,o saber e a disponibilidade,desde que haja meios e fundospara tal. O barrocal e a serraalgarvia estão a trabalhar muitobem na recuperação dos pratostradicionais, desde a galinha e ogalo ao porco e ao javali etemos que dar as mãos paradinamizá-los ainda mais porquea gastronomia é um dos fatoresdecisivos para os turistasescolherem os seus destinos deférias”, sustenta Desidério Silva.

TURISTAS RESPONDEM AOSCRÍTICOS

Fica assim demonstrado que oAlgarve não é só sardinha assadae marisco e há que manter viva a

cataplana e a caldeiradaalgarvias, o xerém e outrospratos que os algarvios sehabituaram a comer no seu dia-a-dia e que devem serapresentados com umaroupagem mais moderna eatrativa para os turistas doséculo XXI e, preferencialmente,

através de chefes de cozinhaalgarvios, ao contrário de trazerprofissionais de outras zonas dopaís para desempenhar essatarefa. “Não me parece que essaseja, de facto, a melhor solução.Temos matéria-prima, massa

crítica, restaurantes echefes de qualidade, ealgarvios, portanto, háque aproveitar todasessas valênciaspositivas para darmosum salto significativo navalorização dos nossosprodutos gastronómicosfantásticos”, defendeDesidério Silva, que nemsequer dá grandeimportância às recentesafirmações de críticosgastronómicosbritânicos contra agastronomia portuguesae algarvia. “A melhor

resposta é dada por todos osturistas que nos visitam e quepartem com uma imagemmuito boa da nossagastronomia. O que interessaé que as pessoas fiquemsatisfeitas e que recomendema nossa gastronomia, o resto éconversa de alguns

pseudointelectuais que achamque sabem falar de tudo, masque não coloca em causa onosso prestígio”, disparaDesidério Silva.

O presidente do Turismo doAlgarve salientou, mais uma

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REPORTAGEM

vez, a importância deexistiremprofissionais queprocuram recuperaralgumas tradiçõesque estavampraticamenteesquecidas na épocado fast-food. “Aaceleração do dia-a-dia fez com quemuita genteperdesse a noção doque eram estessabores e daimportância demantermos orespeito por aquiloque se faz na região. Sabemosque não é fácil termos umretorno imediato dosinvestimentos que se fazem,mas isso não pode fazer comque se descure a qualidade danossa oferta, porque isso será

mais prejudicial no futuro. Háque felicitar os empresáriosque ainda têm o arrojo deinvestir na gastronomia e, secada um fizer aquilo que devefazer, acho que temos

condições para termos umfuturo muito melhor,particularmente para aeconomia algarvia.Ultrapassamos algumasimagens negativas, mas issodá-nos mais força para

continuar, para resolver osproblemas e para mostrar quesomos, claramente, umaregião bastante forte emtermos de qualidade”.

Também o presidente dadireção da Tertúlia Algarvia semostrou satisfeito com osresultados alcançados e fezquestão de destacar aarticulação dos vários parceirose o papel da comunicação

social, que em muitocontribuíram para oaumento danotoriedade dacataplana. “Um aspetoque correu menosbem foi a dificuldadeem atrair outrasempresas derestauração paraincorporarem esteprograma deexperiências nos seusestabelecimentos.Acabaram por ser osgrupos hoteleiros queaproveitaram maisestas atividades,porque o ChefeAugusto Lima

preparou um conjunto deoutros chefes de cozinha paraque eles próprios pudessemdesenvolver estas experiências– a ida ao mercado e osworkshops de confeção – nos

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seus locais de trabalho”,destacou João Amaro.

O empresário enfatizou ascaracterísticas da cataplanaenquanto utensílio e acreditaser fácil promover agastronomia algarvia atravésdeste prato. “É um utensílio deconfeção e de empratamento,mas também um objeto dedecoração, portanto, tem umpotencial enorme, mas há aquidesafios importantes paraultrapassar. Desconfio que hámais bimbys e woks nas casasdos algarvios do quecataplanas, o que tem que serinvertido, e é fundamentaltransmitir às novas gerações ahistória em redor desteutensílio. Mais preocupante éque, neste momento, não háninguém no Algarve a fabricar

cataplanas e isso não facilita acontinuação na suainternacionalização”, alertaJoão Amaro.

Quem se mostrou um grandeconhecedor da cataplanaalgarvia foi David Santos,presidente da Comissão deCoordenação eDesenvolvimento Regional doAlgarve, que apontou quatrofatores chaves para o êxitodeste projeto: os promotores,os chefes de cozinha, acomunicação social e oPrograma Operacional Algarve21. “Os promotores têm quesaber intervir nos locais emomentos certos mas, se nãohouver a participação de chefesde qualidade, a candidaturanão tem sucesso. Acomunicação social é quem

«prova» e divulga a cataplana eo PO Algarve serve apenascomo fonte energética”,apontou David Santos,reforçando a preocupação denão se produzirem estesutensílios na região. “Estamos ainternacionalizar algo que, nahora da verdade, não éfabricado no Algarve e isso temque ser resolvido rapidamente.O TASA, com a questão dosartesãos, pode eventualmentedar uma ajuda, porque temosque combater esse handicap”,finalizou, antes de também elevestir o avental e participar noworkshop de confeção decataplana .

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Derivando, naturalmente, dapalavra e do significado defesta, festival é tudo aquilo

que se pretende num mesmo tempo,espaço e contexto: a celebração efruição conjunta de algo que, afagandoe estimulando os sentidos, nos propiciamomentos de fruição, deleite eenriquecimento intelectual. Foi, é, eserá uma fórmula que,independentemente das condiçõeseconómicas e financeiras do país emque os mesmos se realizem, terão,indubitavelmente, êxito, pois as pessoassabendo ao que vão e, ao mesmotempo, reconhecendo a elevadaquantidade e qualidade dasmanifestações integradas nesseseventos, sentem-se compelidas adesfrutá-los. É o caso de Portugal que,atravessando uma das piores crisessocioeconómicas de sempre, não deixoude ter nos Festivais de todo o géneroum motivo de escape, alento, conforto ealheamento de todos os problemas devária índole que nos têm vindo a afligir.

Sabendo disso, muitas empresasaltamente profissionalizadas têmexplorado este filão que constitui aorganização de Festivais, apostando nacontratação de «estrelas» musicais queconstituem êxito assegurado, juntando-lhe «comes e bebes» e outros motivosde entretenimento. Convém referir quetodas elas, inteligentemente, «vão àluta» secundadas e fortementepatrocinadas por multinacionais queveem nestes eventos uma forma rápida,direta e eficaz de se publicitarem. Doponto de vista empresarial é este, semdúvida, o caminho!

Tomando como exemplo o enormeêxito que tem constituído a realizaçãode grandes festivais de música de verão,seria de esperar que, dos mais de cem -estritamente musicais - que jádecorreram e ainda virão a decorrernesta altura, muitos deles fossemrealizados no Algarve… por todos e maisalguns motivos que, por serem tão

óbvios, nem aqui os menciono. Agora oque é facto é que esses e outrosempresários continuam a não apostarna realização desses festivais noAlgarve. Eles lá saberão e eu nem meatrevo a imaginar, nem tentaradivinhar as verdadeiras razões paraque tal aconteça.

Assim sendo, fica o Algarve, no queconcerne a esta programação «à lacarte» e de recriação e entretenimentopré-garantidos, com a organização namão de autarquias que se substituemàs entidades privadas. Nalguns casos,por sua (nossa) conta e risco, comprogramações interesseiras e dequalidade duvidosa. Obviamente, nadatenho a obstar quando todos ficam aganhar (artistas, operacionais doespetáculo, público, autarquias epatrocinadores). Aliás, esta é tambémuma forma inteligente e eficaz desalvaguardar e até melhorar asfinanças das autarquias algarvias.Agora o problema é quando tal nãoacontece e, num ápice, vemos, nosmeses de verão, as parcas finanças dasautarquias a serem prejudicadas edelapidadas em organizações que, vá-se lá saber porquê, tinham tudo paradar certo, mas… não deram! E depois éouvir os responsáveis a colocar acostumeira culpa nos outros, alegandodepois já não terem condições parafinanciar a programação cultural paraos restantes dez meses do ano. Sãochamados então os do costume: osartistas algarvios, aqueles que todo oano fazem mais do que simplesmenteentreter os de cá e os lá. Agentesculturais e músicos algarvios quedeviam ser o porta-estandarte culturalde uma região em todos estes festivaisrealizados a sul, mas, inevitavelmente,por representarem a cultura, o estar eo ser algarvio não são merecedores daatenção de determinadosprogramadores já previamenteprogramados. Festa?... Sim, para os docostume! .

Paulo Cunha

(…) fica o Algarve, noque concerne a estaprogramação «à lacarte» e de recriação eentretenimento pré-garantidos, com aorganização na mão deautarquias que sesubstituem às entidadesprivadas. Nalguns casos,por sua (nossa) conta erisco, com programaçõesinteresseiras e dequalidade duvidosa.Obviamente, nada tenhoa obstar quando todosficam a ganhar (artistas,operacionais doespetáculo, público,autarquias epatrocinadores). Aliás,esta é também umaforma inteligente e eficazde salvaguardar e atémelhorar as finanças dasautarquias algarvias (...)

CRÓNICA

FESTAS E VAIS…

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ATUALIDADE

ALUNOS DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIODE ALCOUTIM FORAM À UNIVERSIDADE

Empenhado emapostar emestratégias que

reduzam o alto índice deabandono escolar eincentivem o ingresso noensino superior, o Municípiode Alcoutim proporcionourecentemente a 19estudantes do concelho aoportunidade de usufruíremde uma semana passada emambiente universitário. Ainiciativa decorreu de 29 dejunho a 3 de julho, naUniversidade do Algarve, ede 5 a 12 de julho, na Universidade do Porto, einsere-se no âmbito dos protocolos decolaboração estabelecidos com estas duasinstituições de ensino superior.

Os referidos protocolos visam a participaçãode jovens estudantes do ensino básico esecundário em cursos de verão das duasuniversidades no sentido de fomentar o gostopelo conhecimento em diversas áreas, a

familiarização com o ambiente universitário econtribuir para a escolha de um percursovocacional. Os participantes destes cursos deverão tiveram a oportunidade de contactarcom diversas áreas de ensino e investigação,que vão da Saúde ao Direito, passando pelaArquitetura e pelas Letras, e de desenvolverpequenos projetos como trabalho laboratorial,aplicação prática de conteúdos teóricos, visitas

de estudo, trabalho de campo eparticipar em grupos dediscussão. A participação nesteprograma proporcionou aindaaos 19 jovens alcoutenejosvariadíssimos momentos dedivertimento e convívio atravésda participação em jogos eatividades de grupo, com osdemais estudantes oriundos detodo o país, concedendo-lhesainda a oportunidade deconhecerem e explorarem deum modo ativo as cidades queos acolheram .

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MERCADO DE CULTURASILUMINOU NOITES DE LAGOA

Decorreu em Lagoa, de 9 a12 de julho, a 2ª ediçãodo «Mercado de

Culturas… à Luz das Velas»,organizado pela Câmara Municipalde Lagoa e que juntou, numevento com caraterísticasdiferentes do habitual, mais de 90comerciantes e vendedores defeira, de várias origens nosegmento judaico-sefardita, comose de uma só família se tratasse.Diferentes culturas ilustradasatravés da arte, não só noartesanato e doçaria, mas tambémna música e na dança, nos trajestão caraterísticos, empolgandoquantos o possam visitar eapreciar os símbolos desenhadosno chão com 10 mil velas acesas.

O «II Mercado de Culturas… àLuz das Velas» não defraudou asexpetativas e recebeu mais de 40mil visitantes que, ao longo dequatro dias, participaram numevento cultural e temático decaraterísticas únicas em Portugal,onde a cultura judaica-sefarditaesteve em destaque com muitos

motivos de interesse e atéinéditos, como foram, porexemplo, um bar vínico kosher,uma mercearia kosher, umaexposição de pinturasubordinada ao tema «Os Judeusem Portugal», uma exposição defotografia focando um «Olharsobre Israel» e muita música edança judaica-sefardita eklezmer. A III edição do«Mercado de Culturas… à Luz dasVelas» realizar-se-á de 7 a 10 dejulho de 2016 e terá comotemática a Cultura Celta .

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ATUALIDADE

MUNICÍPIO DE LOULÉ REFORÇA FROTADE VEÍCULOS DE COMBATE A FOGOS

Numa altura de elevado risco deincêndios, a Câmara Municipal deLoulé adquiriu um veículo florestal

de combate a fogos que irá reforçar a frotamunicipal. Esta viatura de característicasmodernas está dotada de um depósito com2500 litros de águae tem capacidadepara seiselementos. Umadas característicasmais importantesdeste veículo é ofacto de estarequipado com umsistema desegurança contraincêndio sprinkler,ou seja, contémum reservatórioligado ao tanquede água o quepermitirá criar

uma cortina de água,caso a viatura fiquepresa no fogo,evitando que o veículofique danificado pelaschamas.

Este veículo irá servirnão só o Concelho deLoulé mas toda aregião algarvia e foicofinanciado pelo POAlgarve 21, com umcusto de cerca de 122mil euros. Refira-seque esta novaaquisição irá juntar-seà frota de veículos de

combate a incêndios florestais dos BombeirosMunicipais de Loulé que, atualmente, contacom seis viaturas, uma delas um veículoespecial de combate .

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ATUALIDADE

FIGURAS DA IDADE MÉDIAANIMARAM VILA DE SALIR

A vila de Salir voltou a ser o cenário demais um «Salir do Tempo», evento quepretende recriar o período da

Reconquista, momento da História Portuguesa emque esta localidade do Concelho de Loulé foiponto estratégico. Milhares de pessoas marcarampresença para assistir a esta festa de artesmedievais, nos dias 10 e 11 de julho, na chamadazona histórica que compreende as ruínas doCastelo de Salir.

Entre mouros e cristãos, entre nobres epopulares, mendigos e representantes do clero,bobos da corte e guerreiros, bailarinas de dançado ventre e cuspidores de fogo, váriaspersonagens animaram o recinto e trouxeramuma atmosfera singular à pacata vila. Numaconstante interação com o público, os animadoresda Viv’Arte personificaram essas figuras de umtempo distante, mas aqui estiveram tambémpresentes os carismáticos Los Chuplas, a dupla

que, ano após ano, interpreta umarábula de saltimbancos, ou os bobosRamones e Charneca, enquanto aAssociação Artística Satori apresentouum espetáculo de fogo alusivo a estaépoca.

A recriação dos torneios medievaisfoi um dos pontos de maior interessepara os espetadores, mas os maisnovos puderam divertir-se na zona dosjogos medievais com destaque para oarco e flecha. Na zona de animais, aexposição de falcoaria, os dromedáriosou as serpentes foram captados pelas

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muitas máquinas fotográficas, enquanto, nasbancas de artesanato, o visitante pôde encontrarda bijuteria árabe, às esculturas de fadas e elfos,passando por réplicas em madeira de escudos eespadas, coroas de flores até aos produtosagroalimentares como frutos secos e frutosdesidratados. A animação musical esteve a cargodos grupos Al Folk, Arraia d’Olos, Eduardo Ramose Rakhatta, que trouxeram a música medieval esefardita aos palcos do Salir do Tempo. Na área dagastronomia pretendeu-se igualmente recriar aalimentação da Idade Média e nemos utensílios utilizados peloscomensais foram deixados aoacaso já que todos os talheresusados pelos espaços derestauração eram de madeira, ospratos em pão e os copos de barro,enquanto os nomes apresentadosnas ementas de pergaminhocontinham nomes alusivos a estaépoca.

De uma forma divertida, e porvezes usando o humorismo comoinstrumento pedagógico, o «Salirdo Tempo» pretendeu mais uma

vez servir de veículo de transmissão doconhecimento da História. Nesse sentido, no PóloMuseológico de Salir o visitante pôde apreciar aexposição de vários objetos do período islâmico,nomeadamente peças do quotidiana muçulmanocomo vasos, jarros, entre outros, encontradosapós as escavações arqueológicas feitas duranteanos junto às ruínas do Castelo de Salir. Esteespaço pretende também dar a conhecer aimportância e posição estratégica de Salir duranteo período da conquista do Algarve aos mouros .

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Hoje fui à praia pela segundavez, o ano tem sido cheio deaventuras e oportunidades, o

que me tem dado pouco tempo para afamília e para o lazer. A água estava umpouco fria mas ainda me atrevi graçasao apoio da minha Catarina.

É fantástico ter os olhos de umacriança para ver o mundo e hojepartilhamos bastantes emoções juntos,contudo, e durante a brincadeira, surgiuuma boa oportunidade para ensinarvárias coisas à minha menina. De umaconversa entre três senhoras quepasseavam pela areia apareceu um bomtema para conversa.

A discussão das três senhoras versavasobre os cortes nos vencimentos,assunto que me deu ideia para falar coma Catarina sobre produtividade. Nãoponho em causa a legitimidade daqueixa das senhoras, mas expliquei-lheque o vencimento deveria estarindexado à produtividade.

A produtividade é um tema poucofalado, quantificado e abordado, seriamuito mais fácil justificar qualqueralteração salarial se a mesma tivesse aver com o que se produz e não comoutros fatores.

Lição 1 – A produtividade.Vamos ao segundo assunto, a

semanada. Por iniciativa da mãe vamosatribuir uma semanada à Catarina,explicamos-lhe que iria receber um valorpor semana para ela fazer as suaspequenas compras. Ficou logo intrigadasobre o que ela iria comprar e o que nósiriamos comprar. O que deu origem amais umas explicações sobre poupançae o que é necessário e supérfluo. Maisuns momentos de reflexão sobre o temae mais umas brincadeiras na areia.

Lição 2 – A poupança.Por último e com o objetivo de

aumentar as poupanças, a Catarinapediu-me uma ideia para ganhar maisdinheiro. Como estávamos na praia,disse-lhe que ela podia pintar pedra efazer pisa papéis e depois vender e

assim podia ganhar mais algumdinheiro.

Assim foi, lá vim para casa com algunsfuturos pisa papéis no saco.

Lição 3 – Como ganhar dinheiro.Foi uma tarde bem passada e muito

interessante, com pequenos temasconseguimos abordar temas bastanteimportantes para o indivíduo mastambém para o país.

Bem sei que só 6 por cento dospessoas são empreendedoras, tambémsei que ser empreendedor é bem difícil.Por isso, o que hoje ensinei à Catarinanão serve para todos nem sei se para elavai servir. Contudo, o importante é irpassando a palavra e aguardar que apróxima sociedade seja maisempreendedora perante a vida.

Nota da semana: A concentração demotas em Faro e o fantástico trabalhodo Moto Clube da capital do Algarve.Parabéns, conseguem ter o únicoevento de animação no Algarvetotalmente privado e com sucesso.

Todos os anos lutam contra ventos emares para que o acontecimento maisimportante da nossa região aconteça.Mais uma vez parabéns, e que opróximo ano seja mais um sucesso.

Figura da semana: El Chapo, figuramexicana liga ao crime organizado anível mundial, um dos homens maisricos e poderosos do mundo. Estasemana fugiu pela segunda vez de umaprisão de alta segurança no México.

Personagem que também é chamadapor muitos Mexicanos como o Robin doBosques, pois ao longo da sua vida temtomado o lugar do Estado, construindoescolas, hospitais e equipando a polícianas zonas mais abandonadas do país.

Escolho El Chapo, porque julgo que,em breve, vamos ter o crime organizadoa ajudar as populações que uma Europasem políticas de inclusão abandonou .

Paulo BernardoEmpresá[email protected]

Enfant Terrible

(…) Bem sei que só 6por cento dos pessoassão empreendedoras,também sei que serempreendedor é bemdifícil. Por isso, o quehoje ensinei à Catarinanão serve para todosnem sei se para ela vaiservir. Contudo, oimportante é ir passandoa palavra e aguardar quea próxima sociedade sejamais empreendedoraperante a vida (…)

CRÓNICA

HOJE NA PRAIA

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O Homem é capaz dedesencadear 89 tiposdiferentes de Emoções na

sua interação com o meio ambienteonde está inserido. Vamos abordardesta vez a Agressividade e a suaconsequência mais comum, aAgressão, depois seguimos pelaestrada das Emoções.

A Agressividade é uma Emoção, eladeriva do Medo, e a resposta maiscomum é a Agressão contra o próprioou contra o outro, próximo ou não. AAgressão pode ter uma funcionalidadefísica, verbal e/ou psicológica desentido maligno ou benigno. Masvamos mais fundo sobre este tema.

A Agressividade é um instrumentodo comportamento com tendênciarecorrente para a ativação dascondutas de agressão e estas podemser reais ou apenas imaginárias. Naliteratura especializada encontramosreferência a dois modelos deAgressividade: o modelo maligno,caracterizado pela ativação e execuçãode comportamentos destrutivos emaléficos sobre si-próprio ou sobreoutros seus semelhantes ou não; e omodelo benigno, caracterizado pelacombatividade expressa na capacidadepara a competitividade e criatividade.

A Agressividade tem sido alvo dediscussões nos meios científicos desde

sempre, pela análise psicanalíticaconceptualizadas por Lorenz e Freud,mostram que existe uma pulsãoagressiva indomável de característicasutilitárias e independentes com umaprojeção. Esta pode ser do instinto demorrer, da destruição ou, como Adlerconceptualizou, a Agressividade é umamanifestação de poder sobre o outroou simplesmente o da autoafirmação.Por outras abordagens, aAgressividade é explicada como aresposta instalada ao longo daevolução do próprio através dasaprendizagens adquiridas nasexperiências e nas frustrações vividase principalmente observadas. Ela éintrínseca ao Homem e ao Animal, e oparalelismo verifica-se na defesa doconquistado sobre o espaço pessoalou território. Contudo, existem razõespara supormos que existem diferençasna maior parte dos mecanismossubjacentes entre o Homem e oAnimal: a agressividade no Homemdepende na sua maioria dasaprendizagens adquiridasessencialmente pela observação, aocontrário de no Animal, que é umrecurso natural de sobrevivência.

A Agressividade gera ocomportamento agressivo queabrange todas as condutas flexíveis,progressivas e estereotipadas,

Hélder Rodrigues Lopes

(…) Sustento quereagir à Agressão comAgressão não é eficiente.Mas a submissão e asubserviência são oscomportamentos quemelhor alimentam aAgressão. Acreditar queum Agressor pode mudaré alimentar no agressor osíndrome deinferioridade e o devitimização os maisfortes na evidência daperturbação depersonalidade e derelação (…)

CRÓNICA

A AGRESSIVIDADE E OCOMPORTAMENTO AGRESSIVO:

UM SENTIMENTO COM RESPOSTAA AGRESSÃO

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desencadeia rituais de ameaça e de ataquecontextualizados em situações de rivalidade entrepares ou semelhantes. O território pessoal é definidoe defendido com intolerância explícita, estaterritorialidade pode variar entre espécies e, no casodo Homem, esta variabilidade tem inclusas ascircunstâncias e a história pessoal de cada um.

A fechar todo o processo vem a Agressão, conceitoque tem gerado alguma controvérsia nas váriasabordagens da Psicologia. Na conceptualizaçãocomportamentalista, a Agressão é todo ocomportamento que pressupõe o sofrimentoemocional e funcional de um sobre o outro. Já numavertente neo-comportamentalista, define-se Agressãocomo uma intencionalidade vincada e objetiva demagoar e prejudicar o próximo. A vertentecognitivista considera a Agressão só quandosimultaneamente exista a intencionalidade e aviolação da norma que gere a situação em queocorre. Por fim, na abordagem biopsicossocial, aAgressão surge como uma resposta docomportamento agressivo adquirido pelasexperiências e pelas frustrações vividas, que advémde uma predisposição para a agressividade que podeter origem de dentro para fora ou de forma inversa. Oagente agressor é também uma vítima, pois o recursofoi aprendido essencialmente pela observação, noentanto, pode ter uma origem interna e isso mudatudo. O hipotálamo é o centro integrador doscomportamentos defensivos e de ataque mas temcomo função principal o do ajustamento e modelaçãodas reações afetivas e agressivas através de uma ação

direta sobre o mesencéfalo, também a estimulaçãode várias regiões do sistema límbico e das regiõesassociadas como a amígdala, o septo, hipocampo, ocórtex pré-frontal e o córtex cingular vai facilitar ousuprimir a agressão, um défice numa destas regiõespode fazer toda a diferença.

Sustento que reagir à Agressão com Agressão não éeficiente. Mas a submissão e a subserviência são oscomportamentos que melhor alimentam a Agressão.Acreditar que um Agressor pode mudar é alimentarno agressor o síndrome de inferioridade e o devitimização os mais fortes na evidência daperturbação de personalidade e de relação. Todo oAgressor prepara com muito tempo de antecedênciao ataque à sua vítima, é capaz de manter no Tempocom muita eficiência todo o sofrimento da vítima edentro do lar, tem uma objetividade de sociabilidademuito forte e de difícil questionamento de causa.Após o agressor cumprir o primeiro ato de violência,dificilmente irá parar, acreditar que o diferente podesurgir é alimentar a Agressão. Arriscar em prolongarno Tempo esta vivência tem como final a Morte davítima ou sobre o agressor. A Comunidade poderesolver e muito, basta para isso estarmos atentos esermos úteis e, mesmo que a vítima suplique osilêncio, este deve ser lido ao contrário .

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REPORTAGEM

Faro voltou a ser a capital mundial das duas rodas com a realização da 34ªConcentração de Motos de Faro, de 16 a 19 de julho. O evento organizado peloMoto Clube Faro voltou a atrair motards provenientes dos quatros cantos domundo, com espanhóis e britânicos à cabeça, e que tornaram o Vale das Almasnum verdadeiro paraíso para os apaixonados por este veículo. Música para todosos gostos, animação de rua, shows de striptease, bikeshows e cerveja, muitacerveja, contribuíram para a festa e, na hora da despedida, ficou a garantia de,para o ano, se rumar novamente ao sul de Portugal.

Texto e Fotografia: Daniel Pina

MOTARDS«INVADIRAM» FARO

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Foi nos anos 70 que oMoto Clube de Farodeu os primeirospassos por iniciativade um grupo de 30

amigos unidos por uma paixão emcomum pelos velocípedes de duasrodas. De modo informalcomeçaram a participar ematividades como o motocross e avelocidade e o passo seguinte foia constituição do Moto Clube deFaro, a 5 de fevereiro de 1982. Aspistas de ciclismo de Loulé eTavira albergaram as primeirasprovas de velocidade da novaassociação, e a capital algarvia foipalco de eventos de motocross,cada vez com mais público, masnada que pudesse antecipar osucesso que chegaria anos maistarde.

Três décadas e três sedesdepois, os 30 fundadoresaumentaram para mais de 400membros fixos e o grande cartão-de-visita do clube é aConcentração de Motos de Faro,que trouxe ao Vale das Almasmais de 20 mil motociclistas entreos dias 16 e 19 de julho. Pararecebê-los uma estruturaimponente, quase uma cidademotard, com várias zonas decampismo, palcos, restaurantes,espaços comerciais com roupa,adereços, utensílios, de tudo umpouco que chame a atenção domotard. Banheiros públicos,chuveiros, assistência médica,nada foi descurada pelosanfitriões, dos mais pequenospormenores até aos grandesatrativos, porque havia que criarmotivos de interesse para ocuparo tempo dos visitantes.

Muitos deles, claro, aproveitama vinda a Faro para conhecer oAlgarve e a habitual confusão daEN 125 durante o Verão não é um

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REPORTAGEM

entrave para os motardsexperientes. As mais belas praiasda Europa têm «clientes»diferentes dos turistastradicionais, os centros históricosganham uma vida extra, oscentros comerciais, osrestaurantes, as tascas, tudomexe com mais intensidade, comFaro a ser o principalbeneficiário, e muito agradecemos empresários locais pelodisparar dos negócios duranteeste fim-de-semana prolongado.Depois, à medida que a tarde sevai esfumaçando, é hora deregressar ao centro deoperações, ao Vale das Almas, debraço esticado para mostrar apulseira, procurar a tenda,estacionar a moto, mudar deroupa e preparar-se para maisuma noite longa.

A animação de rua é constante,estátuas vivas, performers,músicos, artistas de circo, unsportugueses, outros vindos dediversos pontos da Europa,atraídos pelo mediatismo daConcentração de Motos de Faro.Os visitantes mais regulares jáconhecem os cantos à casa,comentam as novidades, asmelhorias na segurança, nahigiene, em suma, das condiçõesbásicas para uma cidade «viva» eque pouco sossego conhecenesta altura do ano. E tambémencontram amigos de longa data,dos seus países de origem ou deoutros pontos mais distantes,com as famílias, até os cães, quenão faltam às principaisconcentrações e que não hesitamem considerar a de Faro comouma das melhores do mundo.Depois de chegarem ao Vale dasAlmas, o cansaço da viagemdepressa desaparece, assim comas queixas das portagens na Via

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REPORTAGEM

do Infante, porque issoencontram igualmente emeventos do género noutraszonas da Europa e do outrolado do Atlântico. Por isso, àmedida que o sol se põe, a boa-disposição é a única coisa querealmente interessa.

CERVEJA, FARTOS SEIOSE MUITAS TATUAGENS

Depois de refrescados após ospasseios pelo Algarve, osmotards exploram tudo o que orecinto do Vale das Almas lhestem para oferecer. Uns vãodireitos às barraquinhas decerveja para atestar o depósito,outros perambulam pelosespaços comerciais, compram at-shirt do evento, um capaceteoriginal, uma bandana, colares,pulseiras, ou trajes maiscompletos, casacos de cabedal,calças, botas, porque as marcasda especialidade também estãopresentes e com descontosaliciantes. Outros andamsimplesmente pelo recinto,pelas zonas de maiorconcentração de motos, paraver as belezas de duas rodas, osnovos modelos e os vintage,trocar histórias com osproprietários, aventuras edesventuras vividas ao longo demilhares de quilómetrospercorridos no asfalto e naterra batida. Os maisaficionados, esses, vão direitosà exposição de motos, ondeestão os modelos preparadosde raiz, uns supermodernos,outros inspirados em livros decartoons, outros influenciadosem ícones de sucesso deHollywood, alguns a roçar aaberração, de tudo um poucoexiste e há categorias

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específicas para facilitar depoisa tarefa dos jurados. E é aquique se encontram muitasempresas dedicadas à criaçãode motos customizadas, unsmais jovens, outros veteranos,com as suas tatuagens repletasde história para contar aclientes de todo o mundo.

Na tenda gigante juntam-seos grupos de amigos e asfamílias, com penteadosextravagantes e a condizer como estado de espírito, tatuagensde encher o olho a quem gostedisso, amplas barbas, fartosseios, roupas justas ousimplesmente pouca roupa,agarrados às iguarias algarvias,às sardinhas assadas, às febrase ao frango assado e,obviamente, de cerveja namão. Os mais novos, queremédio, limitam-se aosrefrigerantes, mas já bebem doespírito motard e sentem avibração especial destesencontros. A música aumentade volume, o rock dos anos60/70 e 80, mas também assonoridades modernas daspistas de dança. Malabaristas,entertainers, shows bizarrosvindos sabe-se lá de onde,agitam o início de noite,enquanto o palco principal sevai preparando para receber asbandas convidadas e os muitoaguardados shows destriptease.

Ao bater das 10 badaladas,acendem-se então as luzes dopalco, antes disso já o speakertinha alertado para o aproximardos concertos. «M’Vula», «SamAlone» e «Hot Stuff» animarama noite de quinta-feira e astemperaturas subiram a piquena sexta-feira, com o recintoperto da lotação esgotada paradar as boas-vindas aos

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espanhóis «La Madre Que LosParió», aos escoceses «Red HotChilli Pipers» e aos ingleses«Guns 2 Roses». Pelo meio, oindispensável show destriptease, com mulheres deseios avantajados, como omotard que se preze gosta, adesempenharem ascoreografias do costume, aaguçar o apetite de milhares dehomens, e de muitascongéneres de sexo femininotambém, à medida que aspeças de roupa vão caindo pelochão.

No sábado à tarde houve oconcurso da Miss T-ShirtMolhada e a entrega dosprémios do Bike Show, o finalde tarde, início de noite trouxemais festa, boa disposição,comes e bebes a montes, antesde subirem ao palco osespanhóis «Los Suaves», osingleses «Stranglers» e osportugueses «Blind Zero», maiso striptease enquanto seprepara o palco para a bandaque se segue. Uma última noiteem que poucos terão dormido,já a preparar a viagem deregresso, a trocar contatos comos amigos que se fizeram, acombinar um encontro noutraconcentração qualquer por essaEuropa fora. E num instante éhora de dizer «Adeus», nãosem antes realizar o costumeirodesfile pelas principais avenidasde Faro. Um espetáculo de core alegria a que os farensesaderem em peso para desejarboa viagem aos turistas de duasrodas e um rápido regresso,porque dá muito jeito à cidade,e a toda a região, um eventocatalisador desta dimensão.

Vestidos de gala, os motardsexibem por uma derradeira vezas suas belezas de duas rodas,

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como pais babados,agradecem ahospitalidade do MotoClube de Faro e dosalgarvios em geral,metem-se à estrada eaceleram rumo, não aoinfinito, mas às suascasas, certamente commais histórias paracontar, com mais umaexperiência paratransmitir aos filhos enetos, com maisperipécias para fazer asinvejas dos amigos quenão vieram. E, postoisto, até para o ano, paraa 35ª Concentração deMotos de Faro .

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Os turistas chegaram em peso ao Algarve e, para além do sol e praia, não faltampropostas para entreter os visitantes, seja nos palcos tradicionais ou em plena rua. Entreos diversos projetos de animação, destaque para a Al-Fanfare, uma banda musical desopros e percussão composta por profissionais e amadores oriundos do Algarve, Baixo-Alentejo e da República da Moldávia. Apostando em sonoridades que vão desde o maistradicional e folk aos universos da dixie, rock, pop, sons latinos, música de dança,comercial, balkan brass e klexmer, adicionam ainda uma pitada de improviso,movimento, interação, originalidade e folia. O resultado, esse, não se conseguedescrever por meras palavras, é preciso assistir mesmo a uma atuação da Al-Fanfare.

Texto e Fotografia: Daniel Pina

AL-FANFARE COMBINAMMÚSICA ÉTNICA E ANIMAÇÃO DE RUA

ENTREVISTA

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Com o Algarve aorubro no pico doVerão, não é fácilmarcar entrevistascom artistas, até

porque, para além dos váriosprojetos em que estãoenvolvidos, normalmente têmuma atividade profissional quepode, ou não, estar ligada àmúsica. Isso mesmo nosexplicou o diretor musicalAlbano Neto para justificar aausência de alguns elementos,revelando que a ideia da Al-Fanfare apareceu quando teveos primeiros contatos com asbandas sonoras dos filmes deEmir Kusturica. Entretanto,verificou que existiam, naBanda Filarmónica Artistas deMinerva – da qual é membro eprofessor – outros músicosque mostravam interesse poreste género de grupos e, em2009, surgiu uma formaçãocom o intuito de atuar noFestival MED, de Loulé.

Ao trompete de Albano Netojuntam-se Adriano Sardinha(Clarinete), Edgar Cavaco(Saxofone Tenor), IsmaelMedeiros (Bombardino);Joaquim Abraços (SaxofoneAlto), Gabriel Rodeia(Trombone), Mauro Mestre(Percussão), Pedro Branco(Percussão), Petru Moroi(Clarinete), Rúben Silva(Trombone) e Vasile Tudor(Tuba), mas antes dos Al-Fanfare houve os «LouléBrass», que voltaram a atuar noFestival MED, em 2010.“Tínhamos uma atividademuito espaçada e irregular,com presenças também na«Noite Branca» desses anos e,em 2012, no aniversário doTeatro Municipal de Faro.Assumimos o compromisso de

tentar tornar isto um poucomais sério, o que só aconteceuem finais de 2013, com ensaiosmais frequentes, uma maiordivulgação e um novo nome.Todos deram sugestões e oIsmael Medeiros avançou como Al-Fanfare, que foi escolhidopor unanimidade”, recorda.

Nascidos no seio de umabanda filarmónica, a Al-Fanfaredesde cedo se vocacionou parauma animação mais de rua e

não propriamente para espaçostradicionais como teatros ouauditórios, aliás, fruto das suasatuações itinerantes e emmovimento, nem sequernecessitam de um palco. “Claroque fazemos pequenasparagens em locais onde seconcentram mais pessoas,tocamos um pouco, depoisseguimos para outro local, massempre ao nível do público,que pode interagir connoscosem qualquer problema.Também não temoscoreografias definidas, é quasecomo que uma flash mob. Nasocasiões onde fizemos

atuações de palco, comoaconteceu num showcase naFNAC de Faro, é tudo maisestático, as pessoasapreciam, mas não há amesma interação”, descreveAlbano Neto.

Com um bom equilíbrioentre saxofones, clarinetes,trompetes, trombones,bombardino e tuba, os Al-Fanfare têm registadoreações positivas da parte de

públicos bastante diversos eo objetivo é esse mesmo,divertir as pessoas, fazer comque se mexam ao ritmo damúsica. “A nossa formaçãonão resulta tão bem emconcertos de palco porqueseriam necessários outroselementos, é algo que aindanão pretendemos explorar.A nossa estreia oficial até foinum bar, o CENAS, de Tavira,com uma atuação estáticamas com um públicoconhecedor do género.Tocamos muitos temas doEmir Kusturica e do GoranBregovic, música balcânica,

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ENTREVISTA

música de tradição judaica eum saltinho ao Brasil e a NovaOrleães com alguns nomes doDixie, pelo que podemosenquadrar-nos na músicaétnica”, observa o trompetistae diretor musical.

UM FORMATOEM FRANCA EXPANSÃO

Apesar de usarem os mesmosinstrumentos e tocarem, outerem passado, por bandasfilarmónicas, os 11 membrosdos Al-Fanfare divertem-se adivertir os outros com músicatradicional e de diversas etnias,sons bem distintos das marchasde cariz militar, passos doblesou sinfonias mais típicas, mas aadaptação ao novo formato foifácil, garante Albano Neto. “Amaioria de nós tem umaformação musical clássica,passou pelos conservatórios epelas escolas de música das

filarmónicas, mas tambémconhecemos os grandesintérpretes, experimentamos eensaiamos as maneiras comoesses temas resultam melhor.Para além disso, temos doismoldavos no grupo e cujasraízes estão mais próximasdeste género de música, o queconstitui uma ajuda adicionalpara percebermosdeterminados pormenoresdesta linguagem. É quase comofalar uma língua, é precisoperceber as pronúncias e ossotaques”, compara oentrevistado.

Albano Neto reconhece,todavia, que não há muitamassa crítica na região paragrupos desta natureza, aindaque a situação esteja bemmelhor do que noutros tempos.“Nos últimos 10, 15 anos, odéfice de músicos comformação superior diminuiubastante no Algarve, porquetêm surgido mais academias e

conservatórios e asfilarmónicas também se têmmodernizado e investidonessa vertente, percebendoque a formação musical dequalidade ajuda a garantir oseu futuro. Há, de facto,cada vez mais músicosalgarvios com qualidade eformação e que semovimentam igualmentepor outros campos que não amúsica clássica, contudo,nalguns instrumentos, nãoseria fácil arranjarsubstitutos de um momentopara o outro”, admite.

Independentemente destaspreocupações, as coisas têmcorrido bem aos Al-Fanfare,com participações bem-sucedidas em eventos comoo Festival MED e a NoiteBranca de Loulé, o Festival Fde Faro e outrossemelhantes, ao que não éalheio o facto de essespúblicos estarem mais

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recetivos a este género deanimação musical itinerante.“Este tipo de grupos têmganho força por esse país forae há inúmeros exemplos desucesso, com os «KumpaniaAlgazarra» à cabeça, quetambém já dão espetáculosnormais de palco. As pessoasacabam por ficarsurpreendidas com o impactosonoro e a forma rítmica do

nosso repertório e reagemimediatamente, é uma músicaque puxa para o movimento”,refere, um êxito para o qualcontribui bastante a escolha doalinhamento. “Mantemos umtronco de temas que aspessoas reconhecem ou que,pelo menos, têmcaracterísticas rítmicas dentrodo que estão habituadas aouvir. Se formos para umacoisa mais purista, é naturalque o público não reaja tanto,mas este género musical ériquíssimo e há autores queainda nem começamos aexplorar. Mesmo na músicamais tradicional há temasmuito interessantes e combastante ritmo a que as

pessoas não ficariamindiferentes”.

Um trabalho de investigaçãoque é contínuo e mesmo oselementos da Al-Fanfaredesconheciam alguns dostemas que viriam depois aintegrar no seu repertório, coma sua orquestração especial. Jáos espetáculos, acontecemmais durante o Verão, confirmaAlbano Neto. “Nestes quase

dois anos levamos cerca de 30atuações, o que, para umgrupo deste género que nãotinha nome nem historial, nãoé nada mau. Depois, é umgrupo que, sendo itinerante etocando música étnica, não seenquadra em todo o tipo desituações. E sermos 10 ou 11elementos complica ainda maisa vida, porque a procura demúsica está muito cingida aossolistas, duos, trios e, às vezes,um quarteto ou quinteto. Édifícil pôr um grupo com muitagente a tocar e a recebercachets que sejamgratificantes”, explica, daí queo grupo continue a ser,essencialmente, amador e agrande preocupação é que os

seus integrantes não tenhamprejuízo por tocarem nesteou naquele local.

Seja como for, os Al-Fanfare têm atuadopraticamente todos os fins-de-semana e a situação não égarantidamente melhor paratodas as bandas filarmónicas.“Nós não concorremos comas filarmónicas nempretendemos ocupar o seuespaço, são génerosmusicais e com objetivosbastante diferentes.Estivemos no Carnaval daBordeira e na passagem deano de Albufeira, mas aatividade resume-se aoVerão, o que tambémsucede com as bandasfilarmónicas. Participamnos encontros de bandas enas procissões religiosas enós não fazemos nadadisso, não é o nosso estilo”,assegura.

Com dois anos deatividade mais intensa, a Al-

Fanfare tem pernas paraandar mas os músicos sabemque não podem descurar asua profissão principal,mesmo com os convites aaparecer já de fora da regiãoalgarvia. “O objetivo é que ogrupo se torne maisconhecido e chegue a maispúblicos. Tambémcolaboramos com algumasinstituições de solidariedadesocial, não existimos apenaspara eventos com cachet,porque o maior retorno é,precisamente, a nossaprópria diversão, a posturamais informal que podemosadotar enquanto tocamos”,finaliza Albano Neto .

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ATUALIDADE

PASSAGEM DE NÍVEL PEDONAL DE OLHÃOVAI REABRIR COM MAIS SEGURANÇA

Foi assinado, no dia 13 de julho, oprotocolo entre o presidente da CâmaraMunicipal de Olhão, António Miguel Pina,

e o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP),António Ramalho, que visa reativar a passagem denível (PN) pedonal que separa as avenidas daRepública e Bernardino da Silva, em Olhão. Areabertura, que deverá acontecer em breve,manter-se-á até as obras de melhoria dapassagem desnivelada estarem concluídas.“Muitas reuniões entre a IP e a Câmara de Olhãopermitiram encontrar uma posição conjunta detodos os partidos com assento na Autarquia.Quisemos uma solução que fosse defendida portodos. Demorou algum tempo, mas apenasporque tentámos encontrar a melhor solução”,explicou o autarca António Miguel Pina durante asessão realizada no Salão Nobre dos Paços doConcelho.

Depois da apresentação do projeto feita pelopresidente da IP António Ramalho, o edilesclareceu: “Parecia-nos que a solução quetínhamos era suficiente, mas percebemos que alegislação obriga a evitar acidentes no futuro”.Esta reabertura da PN pedonal, cujo prazo

anunciado é de 30dias, mas quedeverá acontecerantes, será feitacom todas ascondições desegurança,equipada comlabirintos e placascom a indicação«Pare, Escute eOlhe» e tambémcom vigilânciahumana.

A empresa públicaIP, que resultou dafusão entre asEstradas dePortugal e a REFER,

procederá aos trabalhos necessários para que aPN pedonal volte a funcionar, estando a cargo daCâmara de Olhão garantir a presença de umapessoa no local, para zelar pela segurança dequem ali passar. A despesa será partilhada entre aAutarquia e a IP. Quando as obras de adaptaçãoda passagem desnivelada, no túnel, estiveremconcluídas, da responsabilidade da IP até aomontante de 150 mil euros, a passagem de nívelpedonal será encerrada e só voltará a serutilizada/reaberta em situações extremas, comono caso de possíveis inundações ou outrassituações extremas. “Esta foi a soluçãoencontrada de forma equilibrada e com bomsenso. Estão garantidas as condições desegurança, mas também uma solução demobilidade, com conforto, para que todospossam usar a passagem desnivelada em boascondições”, referiu ainda António Pina, quetambém elogiou o trabalho de António Ramalho.“A partir do momento em que foi criada a IP, foipercetível que havia outra disponibilidade eentendimento da situação”, disse o autarcaolhanense .

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Até 6 de setembro, a Rua do Cais, emTavira, acolhe diferentes feiras: doLivro, dos Ofícios, de Antiguidades e

Velharias, de Stocks e, pela terceira vez, a Feirada Dieta Mediterrânica.

De 17 de julho a 5 de agosto, entre as 20h eas 00h30, estão representadas, na XXI Feira doLivro as principais editoras portuguesas. De 7 a16 de agosto, entre as 19h00 e as 00h30,decorre a XIII Feira dos Ofícios, numaorganização da Associação de Artes e Saboresde Tavira (ASTA), com o apoio da CâmaraMunicipal de Tavira. Este acontecimentoconstitui uma oportunidade para apreciar odiversificado artesanato da região, assim comoos ofícios tradicionais e o trabalho ao vivo quefazem parte do património cultural do Algarve.

A XIII Feira de Antiguidades e Velharias temlugar, entre 18 e 26 de agosto, entre as 19h eas 00h, e conta com a presença de diversosantiquários. Esta mostra tem como objetivoapresentar e comercializar peças paracolecionadores ou simples interessados.

A sétima edição da Feira de Stocks de Taviradecorre de 28 a 31 de agosto, entre as 19h e as

00h30. Esta iniciativa, cofinanciada pelo POAlgarve 21 no âmbito do QREN apoiado peloFundo Europeu de Desenvolvimento Regional,é promovida pela Associação da Baixa deTavira com a participação de comercianteslocais. Os visitantes terão, desta forma, aoportunidade de adquirir produtos resultantesde stocks das mais diversas marcas, a preçosacessíveis.

Tavira, enquanto comunidade representativada Dieta Mediterrânica como PatrimónioCultural Imaterial da Humanidade, promove,de 3 a 6 de setembro, no centro da cidade, a IIIFeira da Dieta Mediterrânica. Trata-se de umainiciativa conjunta entre a Câmara Municipalde Tavira, o Turismo do Algarve, a CCDRAlgarve, a Universidade do Algarve, a DireçãoRegional de Agricultura e Pescas do Algarve, aDireção Regional de Cultura do Algarve, aEscola de Hotelaria e Turismo de VRSA, aTaviraVerde EM, a EMPET e a Associação INLOCO .

FEIRAS TEMÁTICAS ANIMAM BAIXA DE TAVIRA

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Depois de ter vencido o campeonatonacional de Desporto Escolar, aequipa de Futsal do Agrupamento de

Escolas de Vila Real de Santo António voltou asagrar-se, no dia 13 de julho, campeã mundialdos jogos FISEC 2015, prova que reúne asmelhores equipas de cada país nas diversasmodalidades de desporto escolar. Na jornadadesta segunda-feira, a seleção portuguesa –

composta por alunos deVRSA – conquistou amedalha de ouro noFutsal, ao bater o Brasilpor 3-1, reforçandoassim o mérito jáalcançado dentro e forade portas.

Esta é segunda vez quea equipa de Vila Real deSanto António vence oFISEC e a quarta vezconsecutiva queconquista o troféunacional de DesportoEscolar. No atletismo,também o vila-realenseDaniel Chagas arrebatouo ouro nos 100, 200 e

400 metros do FISEC, ampliando o mérito doAgrupamento de Escolas de VRSA e do GrupoPic-Nic, ao qual pertence.

A FISEC (Fédération Internationale Sportivede L’Enseignement Catholique) realiza-seanualmente e reúne jovens do ensino básico esecundário de todo o mundo. Tem comomissão fomentar o espírito desportivo, osvalores humanos e o intercâmbio cultural entre

os participantes,através da promoçãoda educação física edesportiva. Portugal éum dos membrosmais antigos filiadosna FISEC e temparticipado comregularidade nascompetições. Arepresentação do paísna prova é feita peloDesporto Escolar, noâmbito nacional .

ALUNOS VILA-REALENSES CONQUISTAMO OURO NOS MUNDIAIS DE DESPORTO ESCOLAR

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O presidente da CâmaraMunicipal de Vila Real de SantoAntónio, Luís Gomes, foi

convidado para integrar o Comité dePeritos da Comissão Europeia para oEmpreendedorismo Social (GECES), umaplataforma que reúne especialistas emdiversas áreas e que monitoriza o grau dedesenvolvimento e implementação daspolíticas da economia social no contextoeuropeu. Este convite ao tambémmembro do Comité das Regiões da UniãoEuropeia tem em consideração o seupapel enquanto relator do projeto sobreo papel da economia social no combateao desemprego, apresentado à Comissãode Política Social, Educação, Emprego,Investigação e Cultura (Sedec) do Comitédas Regiões, da qual Luís Gomes fazparte.

O grupo GECES está em vigor duranteum período de seis anos (2012-2017) eirá aconselhar e acompanhar a ComissãoEuropeia na criação e execução de todasas atividades relacionadas com o futuroda economia e das políticas sociais. A suacomposição integra desde representantes dosEstados-Membros, autoridades locais,organizações de empreendedores sociais,entidades do sector bancário e financeiro aacadémicos e universitários.

A Economia Social representa umaoportunidade de crescimento e de combate àcrise económica e é atualmente responsávelpor 14 milhões de postos de trabalho nocontexto europeu e por 10 por cento dosnegócios na Europa. De acordo com LuísGomes, os agentes da economia social têm-semostrado particularmente resistentes durantea crise e têm contribuído para manter oscidadãos no mercado de trabalho, mesmoquando outros setores não o conseguem fazer,pelo que o seu papel deverá ser reconhecidocomo um motor de crescimento. “As iniciativas

da economia social têm aumentado o nível deconfiança na sociedade e estimulado oempreendedorismo, pelo que representamuma oportunidade para desenvolver umapolítica capaz de integrar os cidadãos que seencontram em situação de desemprego ouestão excluídos do mercado de trabalho porausência de qualificação ou por serem pessoasportadoras de deficiência”, nota o autarca.

Constituído por 27 Estados-Membros, oGECES é regularmente consultado pelaComissão Europeia no que respeita àimplementação das medidas constantes na SBI(Social Business Initiative) e na exploração denovas oportunidades que promovam odesenvolvimento do sector social europeucomo veículo de combate aos principaisdesafios sociais .

LUÍS GOMES JUNTA-SE A ESPECIALISTAS PARAA PROMOÇÃO DA ECONOMIA SOCIAL

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