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ALGARVE INFORMATIVO #61 1 NILTON GALA MUNICÍPIO DO ANO A ESCOLHA DE SOPHIE OS ARTISTAS DE FARO levou Vilamoura e Monte Gordo à loucura ALGARVE INFORMATIVO WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT #61

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NILTONGALA MUNICÍPIO DO ANOA ESCOLHA DE SOPHIEOS ARTISTAS DE FARO

levou Vilamoura e Monte Gordo à loucura

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OPINIÃO

Recordar quando éramos os maiores…Daniel Pina - 6

Festas p’ra pularesPaulo Cunha - 26

O futuro está aqui ao lado…José Graça - 30

Do silêncioMirian Tavares - 32

É hora de mudança!Augusto Lima - 38

Dieta MediterrânicaPaulo Bernardo- 28

07 – Uber / Praia / Mário Nogueira / PetróleoBruno Inácio - 34

A saúde da EscolaPaulo Pires - 36

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CONTEÚDOS

Município do Ano - 8

Os Artistas - 50

Teatro Escolar - 40 Atualidade - 58

Nilton - 16

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Mais um 10 de junho, Dia de Portugal, deCamões e das Comunidades Portuguesas.Os vários canais de televisão em direto do

Terreiro do Paço para acompanhar o desfile dasforças armadas perante os nossos digníssimosgovernantes. Lá ao fundo, bem para o fundo, ospopulares a tentar ver o que se passa e a tentaremser vistos por quem nos governa, por quem dita onosso futuro, o que podemos e devemos fazer, nodia-a-dia.

Aqui por casa, feriado, filhotas a correr dum ladopara o outro, não há escola para ninguém, portanto,não há sossego para escritos demasiado sérios. Nãome importo, convém dar descanso aos críticos. Nãose pode estar sempre a escrever crónicas quecolhem a aprovação de uns, mas pisam os calos aoutros. Os mesmos que se aproveitam das redessociais para despejar, sem qualquer filtro, o que lhesvai na cabeça, umas vezes de forma, digamos que,«inocente», outras vezes com objetivos claros aalcançar, com alvos concretos a atingir.

Portanto, esta semana dou descanso a quem gostade usar da má-língua como arma de arremesso, mastem ouvidos sensíveis e não gosta de ouvir, nestecaso ler, o que não lhes interessa ou vai contra osseus intuitos. E, por isso, deixo-me levar pelaessência deste Dia de Portugal e recordo quandoéramos os maiores. Não os maiores aqui da rua oudo bairro, como muitos gostam de se imaginar paraencher o ego, mas os maiores do mundo.

Infelizmente, temos que fazer um grande esforçode memória para nos recordarmos dessa época, nãode a presenciarmos, claro, mas de nos lembrarmosdo que aprendemos nos livros de história quandoandávamos nos primeiros ciclos da escola. Ou do queimaginamos quando lemos os Lusíadas de Camões.Descobrimos meio mundo. Fomos para lá do que eraconhecido, sem medo da aventura, nem dos perigos.Dobramos cabos outrora intransponíveis,alcançamos terras inimagináveis, colhemos riquezaspara lá do que poderíamos alguma vez ter sonhado.

Éramos os maiores. Depois, deixamos de ser. Éa eterna questão do «adormecer à sombra dabananeira». Fiámo-nos na Virgem, no nossopoderio militar, em terra e no mar.Ombreávamos lado a lado com os espanhóis eesquecemo-nos que havia outros países comaspirações a ter os seus próprios impérios.Amolecemos, acreditamos que nada ia mudar,que tínhamos tudo na mão, fomos ultrapassados.Deixamos de ser os maiores. E ficamos com issoatravessado na garganta e com esse trauma nopensamento.

Apareceu a saudade, esse termo que não existenoutras línguas. Nasceu o fado paradesabafarmos, para nos lamentarmos, paraandarmos num eterno saudosismo, a despejar asnossas mágoas sob a forma de uma canção quese tornou Património Imaterial da Humanidade.Temos muitos desses, Patrimónios daHumanidade, uns imateriais, outros materiais.Mas perdemos, de certa forma, o espírito daaventura, começamos a recear o desconhecido, aabanar ao primeiro solavanco. Descobrimos anossa zona de conforto e tudo fazemos para delanão sair, com medo da mudança.

Felizmente, há toda uma nova geração deempreendedores, de jovens que não têm essemedo de arriscar, de se aventurarem, munidosdas redes sociais, das novas tecnologias, deinformação e comunicação, criaram produtos,negócios, setores de atividade. Infelizmente,ainda são poucos, mas esses poucos são,realmente, muito bons, vencedores paraqualquer parte do mundo que vão, e é nessestambém que devemos pensar no Dia de Portugal,de Camões e das Comunidades Portuguesas. Nãopensar apenas nas glórias do passado, nãoapenas recordar os nossos feitos de quandoéramos os maiores, mas de homenagear aquelesque tentam fazer a sua parte para, quem sabe,voltarmos a estar entre a elite… .

Recordar quando éramos os maiores…Daniel Pina

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Depois de ter vencido o Prémio Município do Ano Portugal 2015, Vila do Bisporecebeu a grande gala de atribuição dos Prémios Município do Ano Portugal 2016,no passado dia 3 de junho, num final de tarde espetacular no Forte do Beliche, emSagres, que teve direito a atuação surpresa de Luís Represas e a um por-do-solinesquecível no Farol do Cabo de São Vicente. Quanto aos prémios, Loulé ganhouna categoria «Região Algarve» com o projeto «Loulé Criativo», enquanto Fundãofoi o vencedor a nível nacional, com as «Academias do Código».

Prémios Municípiodo Ano Portugal 2016foram atribuídos em Sagres

Texto: Fotografia:

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Paulo Cruz, presidente do Júri, António Cunha, reitor da Universidade do Minho, PauloFernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão e Adelino Soares, presidente daCâmara Municipal de Vila do Bispo

O cantor Luís Represas entregou o Prémio Município do Ano 2016 da Região Algarve a JúlioSousa, da Câmara Municipal de Loulé

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O paradisíaco Forte do Beliche,em Sagres, foi palco, no dia 3 dejunho, da cerimónia de entregados «Prémios Município do AnoPortugal 2016», num evento

superiormente organizado pela CâmaraMunicipal de Vila do Bispo e pela Universidadedo Minho, através da sua plataforma UM-Cidades. A iniciativa visa reconhecer e premiaras boas práticas em projetos implementadospelas autarquias com impactos assinaláveis noterritório, na economia e na sociedade, e quepromovam o crescimento, a inclusão e asustentabilidade dos municípios.

O cenário escolhido para se conhecerem osvencedores dificilmente podia ter sido melhor,a ponta mais sudoeste do Algarve, mastambém da Europa, de onde os portuguesespartiram à descoberta e conquista de meiomundo. O Forte do Beliche vestiu-se de galapara receber autarcas e personalidades vindasde todos os pontos de Portugal, que foramtransportados para o local em viaturas de luxo,depois, percorreram uma passadeiravermelha, antes de desembocarem numespaço de sonho, com uma vista fantásticapara o Oceano Atlântico. Antes do arranqueoficial da cerimónia, tempo para confraternizare para assistir a uma atuação surpresa docantor Luís Represas, mais tarde substituído nopalco pelo trio «Acoustic Chiks».

Este ano foram apresentadas 93 candidaturasem diferentes categorias, que foramsubmetidas por municípios com realidadescompletamente diferentes, abrangendocidades de grande dimensão assim comoconcelhos de baixa densidade. Dascandidaturas apresentadas foram selecionadas36, quatro por categoria, de acordo com a

Adelino Soares, presidente da CâmaraMunicipal de Vila do Bispo

Paulo Cruz, da UM-Cidades

António Cunha, reitor da Universidade do Minho

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decisão de um júri nacional constituídopor nove personalidades independentese provenientes de áreas diversas: PauloJ. S. Cruz, presidente do júri e professorda Universidade do Minho; AdelinoSoares, presidente da Câmara Municipalde Vila do Bispo; Catarina Selada,diretora da Unidade de Cidades da Intelie coordenadora da plataforma SmartCities Portugal; David Pontes, jornalista,subdiretor do Jornal de Notícias; José RioFernandes, professor da Universidade doPorto; João Guerreiro, professor e ex-Reitor da Universidade do Algarve;Teresa Heitor, professora do InstitutoSuperior Técnico; Tomaz Dentinho,professor Universidade dos Açores epresidente APDR; e Vítor Cavaleiro,professor e ex-Vice-Reitor daUniversidade da Beira Interior.

Antes de serem apresentados osfinalistas em cada uma das categorias,o anfitrião da cerimónia, AdelinoSoares, lembrou que, no concelho deVila do Bispo, persistem algumasáreas intocadas pela ação humana eque são bastante procuradas porvisitantes de todo o mundo. “Nabiodiversidade, Sagres constitui umdos mais importantes pontos depassagem das grandes rotasmigratórias de várias espécies deaves que, no final do Verão,abandonam a Europa rumo às terrasquentes de África. Explorando estefenómeno único em Portugal, omunicípio de Vila do Bispo, emparceria com a Sociedade Portuguesapara o Estudo das Aves e a

Paulo Cruz com os finalistas da Região Algarve: Maria Joaquina Matos, presidente da Câmara Municipal de Lagos, JoséCarlos Rolo, vice-presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Júlio Sousa, da Câmara Municipal de Loulé e LuísEncarnação, vereador da Câmara Municipal de Lagoa

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Associação AmbientalAlmargem, organiza, desde2010, o Festival deObservação de Aves eAtividades de Natureza deSagres”, afirmou, reportando-se precisamente ao projetoque venceu o PrémioMunicípio do Ano Portugal2015.

O Presidente da CâmaraMunicipal de Vila do Bispochamou igualmente a atençãopara outras potencialidadesdeste concelho,nomeadamente as suas praiase as condições para a práticade desportos náuticos, ageologia, a arqueologia, apanteologia, a fauna e a flora,o património histórico ecultural, a gastronomia e assuas gentes. Não esqueceu,também, diversas distinçõesinternacionais que o concelhotem vindo a receber ao longodos últimos anos: “A Praia doZavial foi considerada umadas melhores do mundo paraa prática do surf. A Praia daSalema foi eleita por umarevista norte-americana comouma das 15 melhores praiassecretas de todo o mundo.Um jornalista da FinancialTimes considerou a Praia doCasteleiro como sendoperfeita. A Fortaleza de Sagresé Património Europeu e oProjeto U35, conduzido emconjunto com a Marinha

Susana Sacramento, Osvaldo Gonçalves, edil de Alcoutim, AlexandraCavaco e Susana Morim

Marília Lucio e Júlio Sousa

Paulo Gomes, Sandra Generoso e Luís Encarnação

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Portuguesa, vai ser PatrimónioUNESCO”, destacou Adelino Soares.

Distinções que chegam também noplano interno, com Vila do Bispo a estarno Top 10 dos Municípios Nacionais noque toca à transparência e no 20.º lugardo ranking da capacidade deindependência financeira.“Participamos em feiras nacionais einternacionais para promover o nossoterritório, trabalhamos em parceriacom diversas associações ambientais,organismos estatais, universidades,empresas locais e com a população”,enfatizou, antes de dar os parabéns atodos os finalistas ao Prémio Municípiodo Ano Portugal 2016. “Termino,agradecendo à Universidade do Minhopor todo o trabalho realizado atravésda Plataforma UM-Cidades, e a

confiança que em nós depositarampara realizarmos este evento emconjunto”.

Foi depois tempo de conhecer osquatro candidatos em cada uma dasnove categorias e os respetivosvencedores: Área Metropolitana doPorto – Arouca com os «Passadiçosdo Paiva»; Área Metropolitana deLisboa – Lisboa com o programa«Reabilita Primeiro Paga Depois»;Região Norte (mais de 20 milhabitantes) – Vila Nova de Famalicãocom o «Famalicão Made In»; RegiãoNorte (menos de 20 mil habitantes) –Alfândega da Fé com o projeto«Sorriso Sénior»; Região Centro (maisde 20 mil habitantes) – Fundão comas suas «Academias de Código»;Região Centro (menos de 20 mil

Luís Encarnação, Adelino Soares, Maria Joaquina Matos, José Carlos Rolo e Osvaldo Gonçalves

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habitantes) – Batalha com arecuperação da Aldeia da «Pia doUrso»; Alentejo – Santarém com oprojeto «Reabilitar Troço a Troço»;Regiões Autónomas – Praia da Vitóriacom o programa «Reabilitação naComunidade».

Pela Região do Algarve concorriam osconcelhos de Albufeira (ProjetoChapim), Lagoa (Projeto Green Cork |

Educação ambiental emcontexto educativo ecomunitário), Lagos (Lagosna Rota doEnvelhecimento Ativo) eLoulé (Loulé Criativo),tendo sido a candidaturalouletana a grandevencedora. Loulé Criativoassenta na valorização daidentidade do território doConcelho de Loulé, tendocomo força motriz acriatividade e a inovação.O projeto apoia aformação e atividade deartesãos e profissionais dosector criativo,contribuindo para arevitalização das artestradicionais e para adinamização de novasabordagens ao patrimónioimaterial. Uma dasvertentes desta iniciativa éo Turismo Criativo, sendoque Loulé é a primeiracidade portuguesa a aderirà Rede Internacional deTurismo Criativo.

Conhecidos osvencedores de cada categoriaregional, era altura de saber quemera o Município do Ano Portugal2016, com o prémio a ser entregue aFundão e às suas «Academias deCódigo». Após as fotografias dapraxe, foi tempo de festejar eapreciar o por-do-sol junto ao Faroldo Cabo de São Vicente, antes dedizer até à próxima, desta feita naregião centro, no Fundão .

Ana Grade, Rita Marreiros, Maria Joaquina Matos e Sofia Furtado

As «Acoustic Chiks» em plena atuação no Forte do Beliche

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Nilton veio até ao Algarve apresentar o seu novo espetáculo de stand-up comedy,em duas noites repletas de boa disposição nos Casinos de Vilamoura e MonteGordo. No final, falou um pouco do que têm sido estes 16 anos como comediante,revelou alguns projetos que tem em mangas para o futuro e analisou como está ohumor em terras portuguesas.

trouxe o seu novo espetáculoa Vilamoura e Monte Gordo

Texto: Fotografia:

NiltonALGARVE INFORMATIVO #61 16

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Aproveitando o regressode Nilton ao Algarve paradois espetáculos nosCasinos de Vilamoura (10de junho) e de Monte

Gordo (11 de junho), fui pôr a conversaem dia com este beirão que começou adar nas vistas no sul do país como DJ nadiscoteca Horága, na Praia da Rocha.Estávamos no virar do milénio, masNilton já andava envolvido com a stand-up comedy, numa altura em quePortugal ainda nem sequer sabia bem oque era a stand-up comedy. Era umformato diferente de fazer comédia, decontar piadas alusivas ao quotidiano,algo que víamos, por exemplo, na sérieSeinfeld, na televisão, mas que aindanão tinha «aterrado» no nosso país.

Tudo mudou, em 2003, com oprograma «Levanta-te e Ri», da SIC. Foi

o nascer, imediatamente seguido doboom, da stand-up comedy em terraslusitanas e Nilton não pensou duasvezes, guardou os discos de música namala, pegou no material que vinhaescrevendo há algum tempo, e foipara Lisboa. O resto da história é maisou menos conhecida do grandepúblico. Nilton depressa se instalouno topo, ao lado de nomes comoBruno Nogueira, Aldo Lima ou NunoMarkl, e no topo se tem mantido háquase 16 anos, dividido entre osespetáculos ao vivo, os programas detelevisão e de rádio, as crónicas emjornais e revistas e os livros que temescrito.

Como se adivinha, o dia-a-dia deNilton é um autêntico corrupio, masnão perde uma oportunidade paraviajar até ao Algarve, região onde

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passou boa parte da sua vida, e assimo voltamos a encontrar nas duas salasda Solverde – Casinos do Algarve, paraapresentar o seu novo espetáculo. “Éum momento de partilha das minhasexperiências, de alguns aspetospessoais, mas onde acabo por revelartambém algumas coisas que pretendofazer no futuro. Explico, em palco, osprojetos que tenho em mente e façoalguns testes para ver como a coisafunciona”, conta o humorista,esclarecendo que os seus espetáculosnunca estão «fechados», não existeum alinhamento estático, rigoroso.“Como tenho imenso material, hásempre mudanças de uma atuaçãopara outra, vai um bocadinho aosabor da corrente. Há um certoparalelismo com a época em que eraDJ, em que tinha que manter a pista

cheia e ia metendo vários discos.Mas é uma hora e meia, duashoras, completamente diferentesdos espetáculos de 2015, comoutros temas”, descreve.

Como Nilton não é daqueles quese fia totalmente na inspiração, nacapacidade de improviso, a suarotina diária passa por escrever,escrever e … escrever, até porquenem tudo funciona depois em cimado palco, defronte do público. “Àsvezes pensamos que escrevemosuma coisa muito gira e que vairesultar bastante bem e, depois,nem por isso. Ou deixamos cairesse material, ou tentamos pegarnele de outra forma, pelo que cadaespetáculo é um work in progress,está em contante mutação”,

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sublinha, reconhecendo que o seupassado como DJ contribuiu para oêxito que alcançou na stand-upcomedy. “Estou no meu 16.º ano decarreira, tenho imensos espetáculosfeitos na minha cabeça, o que me dácompleta flexibilidade. Não ficonervoso em palco quando uma piadasai ao lado, até brinco com esseinsucesso. É um exercício mental queme dá um grande gozo”, assegura.

O certo é que este sucesso era maisfácil de obter nos tempos do «Levanta-te e Ri», quando se atuava, em palco,para uma assistência de milhões queassistia ao programa da SIC através datelevisão. Alguns comediantesaproveitaram esse «empurrão» paraconstruir uma carreira sólida e regular,outros, nem por isso, perderam-se,desapareceram no meio da multidãodas pessoas que, de repente,decidiram experimentar a stand-upcomedy à procura dos seus 15 minutosde fama, do seu El Dorado. Nilton,claro, faz parte do primeiro grupo e,afinal, o segredo não é um grandesegredo: “Como em tudo na vida, épreciso trabalhar imenso. Ohumorista, contudo, tem umproblema que artistas de outras áreasnão têm. Na música, as pessoas vãoao concerto de um cantor e queremouvir os hits. Na comédia, queremouvir piadas novas”, observa.

Nilton reconhece igualmente queteve a felicidade de várias marcasterem apostado nele, primeiro a SIC,logo a seguir ao «Levanta-te e Ri»,depois a RTP, que o convidou para ser

um dos apresentadores do «5 para aMeia-Noite», já no sétimo ano deemissões, para além da RFM, comquem colabora há cinco anos. “Otrabalho é fulcral, mas também éimportante que os parceiros olhempara mim como uma figura capazde encabeçar os seus projetos”,destaca, o que traz outro problema,ainda que um problema positivo, oconciliar tantos programas eformatos diferentes. “É preciso teruma capacidade constante detrabalhar, de criar. Na minhacarreira, sigo o princípio do aviãoda TAP: se estiver menos de 16horas por dia no ar, está a terprejuízo. Assim sendo, se sou capazde trabalhar 16 ou 20 horas por dia,trabalho, tenho uma grandefacilidade em criar conteúdos”,aponta, sem falsas modéstias.

Não ofender só parater graça

Como é óbvio, nem todos oshumoristas são assim e, para alguns,ter uma folha branca à frente paraescrever novo material pode ser ummartírio. Nilton encara isso comoum desafio e mune-se das suasrotinas, da sua organização mental,do que observou no dia-a-dia e quepode transformar em piada. Aomesmo tempo, tem mantido um fiocondutor consistente, não anda aosabor do vento, nem de modas,abraçou um estilo próprio e seguefiel a ele. “O meu primeiro clientesou eu, faço as coisas que

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realmente gosto, nãoaquilo que está a dar numdeterminado momento.Não embarco numcaminho que não façasentido para mim”,garante. “É como umcantor de rock que nãomuda para o pimba oupara o fado porque estãomais na moda. Eu sigo omeu estilo e tenho a sortede haver muitas pessoasque gostam do que faço”.

Gostos pessoais ecuidados que influenciam,de certa forma, o materialque escreve e utiliza nosseus espetáculos ou nosprogramas de televisão erádio, porque Nilton temconsciência do impacto queas coisas que diz podem tere do numeroso público quealcançam. “Tenho umaparticular atenção com osconteúdos que utilizo narádio, porque é um meioque chega a muita gente ehá famílias inteiras aescutar o programa. Nãodevemos deixar um paidesconfortável porqueestamos a dizer javardicesna rádio e as crianças estão a ouvir”,entende, não defendendo que se devaofender gratuitamente as pessoassimplesmente para se obter maisrisadas ou palmas. “Disse uma coisasobre o Vale e Azevedo ter saído daprisão e, se ele ou a família ouvirem,

se calhar não vão gostar, mas não épor isso que não se pode fazer umapiada sobre ele. Não é uma piadagratuita, que sirva apenas paraofender. Também não falo decoisas que mais ninguém sabe,prefiro brincadeiras com assuntos

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do conhecimento geral, da mesmaforma que não faço piadashomofóbicas, porque cada um está naliberdade de escolher os parceirosque quiser. Se acho que a sociedadedeve ser aberta, não posso estar a

fazer piadas em sentido contráriosó para ter graça”, enfatiza.

Uma postura nobre que nemsempre é seguida por todos oscolegas de profissão e, por falar

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nisso, Nilton acredita que o mercadocontinua a estar recetivo a novosnomes. “Há mais plataformas decomunicação, as redes sociais, canaisde televisão temáticos, nunca houvetantas salas de espetáculo a apostarna comédia. O mercado absorveaqueles que interessam e deita fora

os que não vale apena, funciona tudode forma bastantedemocrática”,analisa oentrevistado, emboraadmita que omercado nacional épequeno para tantoshumoristas quetentam a sua sorte.“Claro que a vida émais difícil quandonão existe oempurrão do«Levanta-te e Ri».Para além doprograma detelevisão, foi umnovo estilo de fazercomédia que seimplantou emPortugal e que geroubastante curiosidadejunto das pessoas.Hoje, mesmo quehouvesse um novo«Levanta-te e Ri»,não seria a mesmacoisa, porque anovidadedesapareceu”.

Seja como for, não convémninguém adormecer à sombra dabananeira, pensar que é o maior eque não vai aparecer mais ninguémde sucesso no mercado, avisaNilton. “Amanhã pode estar naberra aquele indivíduo quetrabalhava para ti, ou aquele miúdo

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que dizia que, um dia, gostava defazer comédia, e que agora te está a«roubar» espetáculos. Quanto maissobes, mais necessidade tens deprovar que mereces estar no topo”,alerta, respondendo prontamente quenunca sentiu uma grande vontade deemigrar, de partir para mercados demaior dimensão. “São aventuras emque devemos embarcar quandotemos 20 e tal anos e eu fiz essapassagem quando fui do Algarve paraLisboa. Depois, constituímos família eponderamos se vale a pena ou não, seinteressa ou não, ir para oestrangeiro. Para além disso, gostoimenso de Portugal, é bastantequentinho e user friendly, estou muitobem aqui. Sou feliz e tenho sucessonaquilo que faço, tanto a nível pessoalcomo profissional”, sublinha.

Isso não significa que não hajanovos projetos na manga, para alémda necessidade de se renovarfrequentemente os espetáculos e decriar novos conteúdos. “Tenhoplaneado, para final de 2016, e em2017 com mais força, o meumonólogo enquanto personagem.Vai ser a minha grande aposta,aquilo em que estou a trabalharatualmente e que já vou explicandoàs pessoas nas atuações ao vivo.Será a primeira incursão numtrabalho diferente daquilo quetenho feito, não o Nilton em palco,mas uma personagem”, desvenda,em final de conversa .

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E finalmente eis-nos chegados a junho, omês dos Santos Populares com festas earraiais por todo o país nas noites de Santo

António, de São João e de São Pedro. Asprincipais são as Festas de Lisboa, na noite de 12de junho (véspera do dia de Santo António), asFestas do Porto e Braga na noite de 23 de junho(véspera do dia de S. João) e as festas de S. Pedroque, em 29 de junho, se comemoram em váriaslocalidades do país, tais como Sintra e Évora.

Não sendo propriedade nem destinadas aninguém em concreto, são festas que, tal como ossantos que lhes dão o nome e a razão de ser, sãode todos que a elas se queiram juntar eparticipar. Daí o epíteto “popular”, pois quem éque não gosta de saltar a fogueira; de dançar nasmarchas populares; de oferecer à namorada ounamorado aromáticos vasos de manjerico, ondese colocam quadras falando de amor; de degustarapetitosas sardinhas “pingando no pão”, deacompanhar os tremoços com umas “minisgeladinhas”; de calcorrear as bancas de petiscosda época e “picá-los” ao sabor de um “copinho devinho”; de deleitar-se com o cromatismoesfusiante e sonoro do fogo-de-artifício; dosefeitos alegóricos dos arcos e balões; daparafernália estrepitosa dos martelinhos deplástico batendo na cabeça dos incautostranseuntes; dos odores a cidreira, a alfazema e aalho-porro?

No entanto não se julgue que esta tradição éunicamente portuguesa, pois estas festasacontecem em diversos países, associadas aocostume pagão de festejar o solstício celebradoem junho. São habitualmente designadas as

“festas juninas”, como acontece, por exemplo, noBrasil.

Ainda sou do tempo em que na cidade que meviu crescer (Faro) era costume juntar um molhede tábuas, fazer uma fogueira num passeio ondenão houvesse casas muito por perto e saltá-lacom se não houvesse amanhã, para a seguiroferecer às garbosas vizinhas os esperados vasosde manjericos onde despontavam quadras ondenão escondíamos as nossas secretas intenções,ou não estivessem estas festas ligadas ao solstíciode verão e a antigos rituais de fertilidade!...

Como em tantas outras cidades por este paísfora, em nome duma certa modernidade,progresso e segurança de pessoas e bens,perdeu-se aquela espontaneidade e liberdadeque nos fazia ansiar pela chegada do fim das aulaspara então podermos ir festejar – na rua – ossantos da rua: os Santos Populares. Daí até àestilização, padronização e uniformização foi umpasso que colocou os “nossos” festejos dopassado no século XXI. E quanto a factos não háargumentos! Resta-nos, citadinos, gozá-las omelhor que sabemos e podemos, pois se háfestas com sabor e cheiro a Portugal, são estascom certeza. Portanto: encontramo-nos por aí,numa dessas muitas festarolas abençoadas pelocéu algarvio, pulando, saltando e cantarolando…Como convém .

Festas p’ra pularesPaulo Cunha

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Dieta MediterrânicaPaulo Bernardo

A Dieta Mediterrânica é algo que meapaixona há já muito tempo. Desde queentrei para o curso de Engenharia

Alimentar que comecei a gostar de ouvir falarneste tema e a entender que aquilo que se comiano meu Algarve era a dita dieta mediterrânica.

O tempo foi passando e, por circunstâncias dodestino e enquanto Globalgarve, consegui que sefizesse um livro sobre a Dieta Mediterrânica noAlgarve e o livro trouxe uma feira que, porteimosia e talvez erro meu, foi feita no interior doAlgarve, em Martinlongo. Teimosia porque queriapromover o Algarve interior, ao invés dos técnicosda CCDR, que a queriam fazer em Faro.

Erro porque o nome ainda completamentedesconhecido da Dieta Mediterrânica remetia paracomida para perder peso, sem sabor e de mauaspeto. Contudo, a Feira da Dieta Mediterrânicaem Martinlongo foi um sucesso e criou ascondições para que hoje exista a Feira da Perdiz.

Este trabalho não foi em vão e, num dia dechuva, recebi um telefonema do David Martins, naaltura no gabinete do Ministro da Agricultura, aperguntar em que município do Algarvepoderíamos criar a capital da Dieta Mediterrânica.Pensando em poucos segundos, disse Tavira, poisera a terra que fazia a ponte entre a serra e o mar.

Logo nesse dia metemos mão à obra, poistínhamos a concorrência de Mértola. Eu a recolhertudo o que tinha da feira, mais o livro e algunsbrindes e o David a fazer lobby por Lisboa. Faleicom o Jorge Botelho, que também agarrou logo aideia. Numa sexta-feira, o David passa pelaGlobalgarve, leva o livro e vários brindes da feira,em particular um avental.

Esta parte não vivi, mas foi ele que me contou.Diz que fez a apresentação de porque razão oAlgarve e Tavira eram melhores representantesque Mértola e o Alentejo envergando o ditoavental. O resto da história vocês já sabem e hojeTavira é capital nacional da Dieta Mediterrânica epatrimónio mundial pela UNESCO.

Alguma vez isto seria possível sem a intervençãode dois algarvios que acreditaram que era possívele que a sua região tinha valor? Por vontade dealguns decisores nacionais e regionais (pois temcomo maior gozo agradar ao Terreiro do Paço),possivelmente seria Lisboa a capital da DietaMediterrânica.

Nota da semana: O início do CampeonatoEuropeu de futebol e a falta de emoção à volta domesmo. Sente-se o medo latente que não trazaquela alegria, não se fala em ir ver um jogo,sendo França aqui ao lado.

Contudo, acredito que a nossa seleção com oFernando Santos vai ter a capacidade de fazer algobonito. O país necessita destes pequenos alentos,mas que são importantes para a alegria coletiva.

Figura da semana: Os Cônsules Portugueses pelomundo fora que fazem das tripas coração paracomemorar o Dia de Portugal de uma forma digna.Inventam, trabalham, procuram, para ter acapacidade de mostrar ao mundo este país quetrouxe novos mundos ao mundo. Lutamdiariamente com um quase abandono dasestruturas centrais, e digo por experiencia própriaque estamos bastante bem serviços em muitoslocais por onde passo .

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O desenvolvimento integrado e sustentado doterritório nacional, principalmente das zonas debaixa densidade ou com recursos limitados,

passará sempre por estratégias de âmbito regionalarticuladas de forma global e, em tempos deglobalização galopante, por olharmos para além daslimitações administrativas e geográficas.

Se olharmos para o território nacional ou, noutraescala, para a região do Algarve, deparamos com umaníveis de ocupação humana e económica com paraleloscuriosos que importa analisar. Com exceção do Algarve,que adiante veremos mais aprofundadamente, oterritório tem níveis de ocupação mais densa entre apenínsula de Setúbal e o Minho, nunca indo muito alémda meia centena de quilómetros do litoral,concentrando os grandes investimentos públicos eprivados geradores de emprego e de riqueza…

E, já olharam para o Algarve?! Entre as praias e aEstrada Nacional 125, aqui e além até à Via do Infante,a ocupação do território faz-se de Tavira a Lagos, onderesidem quase dois terços da população edesenvolvem-se a generalidade das atividadeseconómicas e sociais. Somos cerca de quatrocentos ecinquenta mil habitantes, uma cidade média em termoseuropeus, com oito polos urbanos mais ativos dispersose funcionando em rede sobre o território adjacente,sem que exista uma entidade que consiga assegurar asua gestão em termos correntes e valorizarcompletamente as potencialidades existentesacrescentando valor às zonas mais fragilizadas.

As várias tentativas realizadas ao longo dos anosesbarraram numa administração centraldesconcentrada sem capacidade de intervenção real edependente de orientações superiores ou em órgãosautárquicos empenhados na satisfação de necessidadesbásicas decorrentes de décadas desubdesenvolvimento, com acesso a recursos limitados,e confrontados com o crescimento exponencial de umaatividade económica monotemática exigente emtermos de infraestruturas e sazonal no domínio dosproventos. Como conciliar tudo e manter o comboioem andamento?!

A próxima geração de políticas do território devemdar um importante contributo para prosseguirmos tal

caminhada, devendo os principais agentes decidirinvestimentos apenas depois de assegurarem o seuenquadramento estratégico na região, em articulaçãoestreita com as entidades nacionais e, subindo acimadas atuais fronteiras administrativas e geográficas,procurando parecerias nos territórios transfronteiriços.

Na imagem feliz desenhada por António Covas, emartigo no Jornal de Notícias sobre a valorização doInterior, “para lá do país que julgamos conhecer,haverá muitos outros países para desabrochar”,sublinhando que ”os territórios imateriais e intangíveisserão absolutamente surpreendentes”.

Na sua opinião, essa geração de políticas deveriaassentar em quatro eixos fundamentais: as áreasmetropolitanas do litoral, os arcos metropolitanos dointerior médio (incluindo aqui a “cidade-região doAlgarve”, em articulação com a Euroregião Algarve-Alentejo-Andaluzia), a rede inteligente de cidadespequenas e média do grande interior e a projeção dafachada transfronteiriça peninsular, através dos novosinstrumentos, nomeadamente dos agrupamentoseuropeus de cooperação territorial (Algarve – Huelva,por exemplo), permitindo a operacionalização de duasestratégicas valorização do Interior de âmbito diverso,embora complementares na visão e na utilização dosrecursos existentes e a disponibilizar.

Se alguns atores já entenderam bem qual é ocaminho a seguir, outros ainda apalpam o terreno e háquem ainda nem tenha chegado perto, mantendo-seentretidos com fenómenos localizados e de curtaduração, desperdiçando tempo e meios e perdendo aoportunidade de mudar a nossa estrutura de criação devalor e de intervenção no espaço público. Basta abrir osolhos pois… o futuro está aqui ao lado! .

NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobreestas e outras matérias no meu blogue(www.terradosol.blogspot.com) ou na páginawww.facebook.com/josegraca1966

(Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve eda Assembleia Intermunicipal do Algarve)

O futuro está aqui ao lado…José Graça

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Do silêncioMirian Tavares

Horror vacui é uma expressão latina queserve, dentre outras coisas, para designaro horror que alguns artistas plásticos

tinham do “espaço vazio”, do vácuo. Os pintoresvitorianos, por exemplo, preenchiam cadapedacinho da tela com detalhes até que nadarestasse da superfície original. Aristóteles,segundo seus exegetas, postulou que o mundonão permitia a existência do vácuo, a matéria édensa o suficiente para preencher sempre ovazio que se cria à sua volta. Tese contestada, oureafirmada, ao longo dos séculos.

O que me interessa aqui do termo é a suaatualidade: o mundo contemporâneo sofre dehorror vacui agudo. Não há um só lugar, nascidades, que não seja preenchido com sons, comimagens, com ruídos. Não estamos nunca sósconnosco mesmos, absortos em pensamentos,estamos rodeados por uma densa matéria querecobre quaisquer um dos nossos cinco sentidos.Se vamos a um café, por mais pequeno que seja,há sempre um ecrã, ou dois, há sempre música,há cartazes nas paredes, há publicidade nosporta-guardanapos e nos copos.

Lembro-me de um amigo que ficava muitoirritado, quando íamos a algumas praias donordeste do Brasil, porque havia sempre músicaa tocar. E nunca tínhamos direito ao silêncio, oua ouvirmos apenas o marulhar das ondas. Pareceaté que tememos o silêncio, e o vazio, a paredebranca, o ecrã imóvel, os rádios desligados, ostelemóveis em off. Temos tanto medo desseespaço não preenchido que muitos de nósacham-se no direito de invadir, com o seu

barulho, o espaço do outro, como se fossenatural, por exemplo, estar numa carruagem decomboio e deixar que o som de um videojogo oude um filme infantil, ou mesmo dos noticiáriosecoe por todo o lado, como se os outrospassageiros fossem surdos, ou sofressemtambém dessa necessidade constante do barulhoao redor.

Eu, nos últimos tempos, desenvolvi um grandeamor pelo silêncio. Que me faz lembrar algumastardes em que o sol estava a pino e um silêncioenorme envolvia tudo. Parecia que o mundotinha parado. Para descansar, talvez. Era a horada sesta. Tinha eu cinco anos e a quinta do avôera um refúgio para os fins-de-semana. Depoisdo almoço a casa ficava vazia. Cada um ia, aospoucos, desaparecendo. Redes armadas nosquartos ou na varanda. Eu gostava de me deitarno chão frio, de cimento. Gostava de sentir ochão sob as costas, o frio, a dureza, a textura lisado cimento vermelho.

Às vezes ia para o quintal e ficava a olhar ocampo vazio. Todos tinham desaparecido. Umamosca zumbia, as formigas subiamvagarosamente a parede. E eu ficava à espera depassar o comboio. Dali conseguia ver os trilhos,ao fundo. E sem saber bem, pois só tinha cincoanos, gostava do silêncio. E daquele vazio, comhora marcada, a minha volta .

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07 – Uber / Praia / Mário Nogueira / PetróleoBruno Inácio

07de Junho. O dia que marca a chegada daUBER ao Algarve. A plataforma que promove

o transporte de passageiros e que tanta polémicatem gerado, um pouco por todo o mundo, chega àregião com intenções de cá ficar pelo Verão.Quando estive na Assembleia da República tive aoportunidade de acompanhar esta questão. Porum lado, o sector do táxi que, com propriedade,questiona a legitimidade e a legalidade daempresa, por outro uma “tecnológica” que temvindo a ganhar clientes de forma exponencial. Soudos que defende a existência de legislaçãoEuropeia para este novo tipo de negócio. A“sharing economy” ou economia de partilha veiopara ficar, mas não pode chegar e pensar que é anova Dona Disto Tudo. É necessário legislar,enquadrar as “uber´s” desta vida, e criar condiçõespara a atualização dos sectores tradicionais.Porque, por muito que possa custar, o mundoevolui e não podemos parar o vento com as mãos.

Praiaa do Algarve, das melhores do mundo, comoatestam as 88 Bandeiras Azuis que a região vai terem 2016 colocando-a em 1.º lugar no rankingnacional. Mas este resultado acontece porqueexiste o esforço de muitos rostos e de muitoseuros de investimento público na costa. É bom quese reconheça que as Câmaras Municipais investemmilhares de euros anualmente, na limpeza, nosequipamentos e nas acessibilidades às praias paralhes atribuir fatores críticos de sucesso face àssuas concorrentes em outros pontos da Europa.

Mário Nogueira (o empresário)o empresário que ousou investir num centrohistórico, num edifício histórico. Não conheço o

empresário em causa, mas li uma entrevista ondese percebe a forma como se apaixonou pelo CaféAliança em Faro, um local emblemático da capitalAlgarvia, que agora será recuperado e aberto aopúblico. Felizmente existem cada vez maisempresário que, como Mário Nogueira, arriscam eprocuram reabilitar com qualidade, conservandoos traços e as memórias do que foi. Faro e oAlgarve vão recuperar mais um dos seus espaçosde excelência e isso só pode ser boa notícia. Quesirva para contagiar outras entidades privadas,para que, em estreita ligação com as autarquias,possam aumentar o ritmo de recuperação quetanto se deseja dos centros históricos.

Petróleo no AlgarveSobre este facto quero afirmar a minha nãoopinião. Ou melhor, quero utilizar esta questãopara ilustrar como hoje a opinião é tão vulgarizadaao ponto de observarmos pessoas comresponsabilidades públicas a assumirem posiçõeslevianas sobre matérias de grande importância.Seja a favor seja contra, num instante, a opiniãopública algarvia ficou preenchida por especialistasem petróleo, em “fracking”, em energia e emgeologia. Não tenho opinião sobre o assuntoporque não o estudei, e como tal não direi que soucontra, só porque parece ser da moda, ou porquesou a favor, para querer ser do contra. Honra sejafeita a quem na sociedade civil se soube organizare disponibilizar informação sobre esta questão,mas também às entidades públicas algarvias queao que parece estão a reagir de formacoordenada. Que sejam esses, os informados, adebater e a reagir e que em conjunto com o poderpolítico possam tomar as melhores decisões para aregião .

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A saúde da EscolaPaulo Pires

Há poucos meses foi divulgado o HealthBehaviour in School-aged Children, estudofeito de quatro em quatro anos pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), baseadonas respostas de mais de 220 mil adolescenteseuropeus (dos quais 6000 foram portugueses) edo norte da América. Realizado em escolas com6.º, 8.º e 10.º anos, avaliou comportamentos,consumos e hábitos com impacto na saúde físicae mental dos jovens. Portugal participa nesteestudo desde 1998, juntamente com outros 41países/regiões.

Entre as conclusões gerais do documento – osresultados no caso português reportam-se ao anolectivo de 2014/2015 –, e para além do notórioaumento da indisciplina, Portugal surge em 33.ºlugar quando se questiona os adolescentes de 15anos sobre a sua relação com a escola: apenas11% dos rapazes e 14% das raparigas afirmamgostar muito do meio escolar. Portugal surge nalista dos 10 países em que os adolescentessentem uma maior pressão face à vivência eexigências escolares. Logo aos 11 anos, os alunosportugueses são igualmente dos que menos setêm em conta ao nível da auto-avaliação do seudesempenho na escola (ocupam a 38.ª posição).O estudo foca as questões da “satisfação com avida” e “bem-estar” também de uma forma maistransversal, que não passa apenas pelo contextoescolar, registando-se, por exemplo, o facto dequase um em cada três jovens portuguesesconfessar sentir-se deprimido mais do que umavez por semana.

Visto que a escola (bem como os campos social,familiar, afectivo-emocional, espiritual, etc.) tem

um papel essencial no bem-estar dos jovens, aideia que mais parece ressaltar do estudo é a deque os adolescentes mudaram muito e a escolapouco. Ainda assim, é (potencialmente) perigosoe redutor usar o meio escolar e seus modelos epráticas actuais como uma espécie de bodeexpiatório para justificar, per si, estes níveis deinsatisfação juvenil – e friso bem este aspecto, atéporque a escola não está isolada do resto dasociedade e, além de moldar, também épermeável a múltiplos factores externos queinfluem na vida dos seus alunos.

O ensino oficial em Portugal tem sido, ao longodos tempos e para o bem e para o mal, uma dasáreas mais “laboratoriais” da própria acçãogovernativa, experimentando-se muito e emmoldes frequentemente poucoconsistentes/oscilantes e até por vezesdivorciados ou dessintonizados em relação aosreais desafios e problemas das escolas. Asmudanças frequentes de orientação estatal, nãoobstante o esmero legislativo que pretendemdemonstrar, têm revelado amiúde uma falta deadequada avaliação prévia das situações,pecando, a posteriori, pela ausência de umadesejável e útil consolidação dessas alterações,não se dando tempo para que se possa aferir doseu real impacto, eficácia e risco.

E parece achar-se, ilusoriamente, que maistempo passado na escola – com aumento dacarga horária, com uma plêiade infindável esaltitante de reuniões, regras, relatórios e outrosformalismos burocráticos, com programas comextensões irrealistas e demasiado colados aosmanuais escolares, com metas curriculares

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infindáveis e outras inventividades –, conferirá àmesma uma imagem mais exigente e digna, egerará docentes mais focados e produtivos, bemcomo alunos mais aplicados e bem-sucedidos, ouseja, com aproveitamento quantitativo e, bemassim, com impacto estatístico.

Por outro lado, e não obstante uma quantidadeassinalável de profissionais ligados ao ensinoestar consciente de que o actual paradigmaescolar nacional tem, nas suas grandes linhas, osdias contados, a Escola, enquanto sistema, vive epersiste, em termos gerais, numa espécie de“piloto automático”, num limbo entreacomodação e imobilismo, numa “paz podre”cujo tempo teima em ser (demasiado) longo.Usando uma metáfora literária, é como se aúnica mutação permitida, nomeadamentequando se olha para muitas das políticas dassucessivas tutelas desta área, fosse a sugeridapor Don Fabrizio Tancredi, personagem dointemporal romance “O Leopardo”, do escritoritaliano Giuseppe Tomasi di Lampedusa: tudodeve mudar para que tudo fique como está.

Mas, perante estes novos adolescentes, asestratégias pedagógicas não podem ser asmesmas de outros tempos, assim como umaformação assente quase exclusiva eobsessivamente (deveria dizer também“tradicionalmente preguiçosa”?) em critériosnuméricos e em avaliações quantitativas não

criará (necessariamente) alunos mais capacitadose felizes. A escola não deve ser uma ilha viradasobre sim mesma (mas em diálogo recíproco eestimulador com o mundo que a rodeia) e acriatividade, a percepção do erro/falha comoalgo potenciador (mudança de chip que éfulcral), uma aposta inequívoca no trabalhoexpressivo do/com o corpo (e não apenas dopescoço para cima), a educação estético-artística, a convivialidade positiva, uma maiorpromoção da autonomia dos alunos (há bonsexemplos) ou a não fossilização deconteúdos/cânones e métodos, entre outrosaspectos, afiguram-se fundamentais perante aactual sociedade em que vivemos.

Felizmente, há excepções a nível de escolas,gestores e professores, que teimam em manter oentusiasmo, em desafiar o instituído, em inovar,em contagiar, em não se deixar ficar. Mas atéquando e com que consequências a médio-longoprazo? Porque a satisfação e o sucesso escolaresdependem, acima de tudo, de escolas que não seacomodam, de professores motivados e comideias novas, de pais atentos e interventivos, mastambém de um poder administrativo que (se)interroga, que reflecte, que olha para as boaspráticas de outras realidades e que aceitaarriscar .

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É hora de mudança!Augusto Lima

Por estes lados, fala-se muito e faz-sepouco, em muita coisa.Ainda estamos presos a velhos hábitos

que aprendemos com velhas mentalidades,temendo adamastores de ignorância forjadas notempo da Estamos sempre preocupados com oselitismos, com a avareza de abrir mão daquiloque conquistamos, não nos preocupando com amáxima que diz, que quanto maior for o númerode pessoas a deter determinado conhecimento,melhor será a equipa e o espaço de trabalho.

Num País que se afirma cada vez mais voltadopara o Turismo e dele dependente épreocupante a situação vivida pela Restauração,quer esmagadas pelo peso do IVA, querdegastada pelos maus exemplos que teimam emabrir e a sobreviver.

Num Portugal cada vez mais exigente, urgeque (principalmente) o Governo, os Empresáriose os Mecenas da Arte Culinária encarem aCozinha e a Restauração como um projetoimbuído de pinceladas culturais e de moldagenscontínuas procurando a perfeição estéticapossível aliada à nossa herança lotada de sonsafricanos e cheiros orientais assentes entre uma

açoteia mediterrânica e um mirante a nortepara o resto do mundo.

Que dizer daqueles que se entretêm a brincaraos Restaurantes, a brincar com os nossostesouros gastronómicos, legado de séculos e depovos?

Que dizer daqueles cujas empresas arrastamverdadeiros profissionais para projetos utópicos,descabidos de qualquer visão empresarial eprofissional?

E isto faz-me lembrar que existe umaComissão Nacional da Gastronomia e que ela foicriada por uma comissão de ministros, a mesmaque decidiu em boa hora, elevar a Gastronomiaa Património Nacional.

Onde está esse trabalho?

Tarefa árdua seguramente, mas que precisaprimeiro de ser iniciada, para depois serdesenvolvida .

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O Cine-Teatro Louletano esgotou por completo para assistir, no dia 2 de junho, à VI Mostra deTeatro Escolar, desta vez com o musical «A Escolha de Sophie», interpretada pelo Grupo«Laughing Team», da Escola EB2,3 Eng.º Duarte Pacheco, de Loulé. Os alunos, pertencentesao Grupo de Teatro e ao Grupo de Música deste estabelecimento de ensino, brilharam numaadaptação do filme «Mamma Mia», com texto e encenação a cargo das professoras PaulaCurrito e Maria João Frade, e agora já pensam no projeto do próximo ano letivo.Texto: Fotografia:

Loulé ficou encantada com«A Escolha de Sophie»

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Pelo sexto anoconsecutivo, o Cine-Teatro Louletano voltou areceber, no dia 2 dejunho, mais uma Mostra

de Teatro Escolar, acolhendo, destemodo, projetos desenvolvidos pelosalunos das escolas do concelho a nívelde teatro e dando a conhecer àcomunidade local a criatividade,imaginação e talento dos jovenslouletanos na arte da representação.Uma iniciativa nascida com o intuitode incentivar, valorizar e promoveressas dinâmicas encetadas com oapoio de vários professores emcontexto escolar e que este ano levoua cena o musical «A Escolha deSophie», pelo grupo «Laughing Team»,da Escola EB2,3 Eng.º Duarte Pacheco.

A peça de teatro em jeito de musicalfoi inspirada no célebre musical e filme«Mamma Mia», com texto e

encenação a cargo das docentesMaria João Frade e Paula Currito eelenco composto na íntegra poralunos desta escola, a que sejuntaram, também, os elementos doClube de Música «Tunes Band»,orientado pela professora SofiaSantos. O espetáculo contouigualmente com o apoio da docenteIvete Rocheta, na sonotecnia, e doprofessor Jorge Pinguinha, notrabalho de filmagem, e a históriaretratou o valor dos pais na vida dosfilhos. E tudo começa quandoSophie, que se vai casar, descobre odiário da mãe e decide convidar osseus três possíveis pais para acerimónia.

«A Escolha de Sophie» arrancoucom dois sucessos imortalizadospelos «Abba» e magistralmenteinterpretados pelo Clube de Música,um espaço onde os alunos

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desenvolvem semanalmente as suasaptidões musicais através da prática emconjunto, no âmbito da voz e dosinstrumentos, bem como na área domovimento e da expressão corporal dedança. “O projeto arrancou há cerca deoito, nove anos e esta prática musicalem grupo constitui uma componentefundamental da experiência musical,estabelece uma fonte de prazer,facilita o desenvolvimento afetivo,amplia a atividade cerebral e melhorao desempenho muscular”, explica SofiaSantos, professora de música.

Um clube que, para além dasatividades inseridas no plano curricularda Escola EB 2,3 Eng.º Duarte Pacheco,é convidado para participar em eventosexternos e tem sido distinguido comprémios de reconhecimento do seumérito artístico. “Há vários anos que

participamos em conjunto com oClube de Teatro nesta Mostra deTeatro Escolar e ficou mais uma vezdemonstrado o gosto que estesjovens têm pela música. Andamos oano letivo inteiro a preparar a nossaparte do espetáculo, pois só têmuma aula por semana, mas depoissentem-se perfeitamente à vontadeem palco, com tanta gente pelafrente. Estando em conjunto, é «umpor todos e todos por um»”, destacaa orientadora do Clube de Música.

Findos os dois temas musicais,assistiu-se a um verdadeiro reboliço,que se repetiria ao longo de todo oespetáculo, com a mudança decenário e a colocação de adereços nopalco efetuado pelos próprios atores,membros de um Clube de Teatro quesurgiu há oito anos com o objetivo

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principal de diminuir o insucesso nadisciplina de inglês. “No primeiro ano,as peças eram só em inglês, realizadasno final de cada período letivo, algunssketches aqui mesmo na escola”,recorda Paulo Currito, professora deInglês. O formato, entretanto, mudoupara um grande espetáculo encenadopraticamente a encerrar o ano letivo ejá contemplou peças em francês eespanhol, para além do português. “Aspeças são escritas em agosto e dadasaos alunos em setembro, para elescomeçarem logo a estudar os papéis eavançarmos para ensaios. No final decada período é normal realizarmos,em paralelo, algumas pequenaspeças, no auditório da escola”,acrescenta Maria João Frade, docentede Português.

Ensaios que decorrem uma vez porsemana, uma aula de 90 minutos nas

tardes de quarta-feira, portanto,não há muito tempo a perder paraque tudo aconteça na perfeição nadata da estreia. Quanto aoespetáculo deste ano, conforme asdocentes revelaram antes dascortinas do Cine-Teatro Louletanose abrirem, a ideia surgiu numavisita de estudo dos dois clubes aLondres, em 2015, durante a qualassistiram ao «Mamma Mia».“Pediram de imediato parafazermos este musical e nóstambém aceitamos prontamente odesafio. A peça, depois, é umaadaptação porque, tanto o musical,como o filme, não têm tantaspersonagens. Aliás, já o mesmotinha acontecido no passado comoutros espetáculos”, sublinha PaulaCurrito. “Representamos natotalidade uma obra da IsabelAlçada, o «Em Roma sê Romano», e

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foram criadas personagens para quetodos os elementos do Clube de Teatropudessem participar”, exemplifica.

Só uma vezsabe a pouco

Como se adivinha com tantos jovensem palco, há de tudo um pouco, desdeaqueles que demonstram, já nestaidade, uma aptidão para arepresentação, aos mais tímidos eenvergonhados e que não estariam, àpartida, com muita vontade paraenfrentar tão numeroso público. Noentanto, depois das luzes da plateia seapagarem e subir o pano, tudo correude forma bastante positiva, com um ououtro pequeno engano, o queperfeitamente aceitável, pois não

estamos na presença de atoresprofissionais, nem sequer de atoresamadores, apenas de rapazes eraparigas com vontade derepresentar. “Notamos uma evoluçãobastante grande ao longo dosensaios, e dos anos, pois há meninosque já estão no Clube de Teatro háalgum tempo”, salienta Paula Currito,com Maria João Frade a lembrar quenão estamos a falar de uma escola deteatro, mas de um estabelecimentode ensino tradicional. “Temos queaceitar todos aqueles que desejamparticipar e é muito gratificantevermos o crescimento daqueles que,no início, não eram sequer capazesde decorar uma fala. É muitocomplicado expor-nos, colocarmo-nos à frente de um público, mas eles,

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ao longo do tempo, encontrammecanismos para ultrapassar asdificuldades”, explica.

Uma dificuldade que é menor noselementos do Clube de Música, quenormalmente atuam em grupo, aopasso que, no Clube de Teatro, hásituações em que um jovem tem queestar sozinho em palco. “Já tivemoscasos de miúdos a chorar antes dapeça começar porque percebem quevão estar ali à frente de toda a gente.Aliás, no Cine-Teatro, no ensaio, malviram o tamanho da sala eimaginaram aquilo cheio de pessoas,notou-se um certo nervosismo”,admite Maria João Frade. E éprecisamente para diminuir estaansiedade e para que tudo suceda commaior naturalidade que, quando otexto está a ser adaptado durante o

Verão, as professoras já mais oumenos imaginam qual aluno encaixamelhor em cada personagem.“Alguns já vinham de outros anos econhecíamos as suascaracterísticas, o que facilitou oprocesso. Contudo, há vários quevão sair agora do Clube de Teatro,porque mudam de escola, o quesignifica que, no próximo ano,provavelmente teremos que fazeralguma audição para os papéis. Elestodos querem ser os atoresprincipais e ter o mesmo destaquee é difícil lidar com isso”,reconhecem as três docentes, já queisso se passa tanto no Clube deMúsica, como no Clube de Teatro.

Importante para o sucesso doespetáculo foi também aparticipação ativa dos pais dos

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alunos, que acompanharam com grandeatenção tudo o que dizia respeito aosensaios, guarda-roupa, cenários,adereços. “Não se queixam de virtrazer e buscar os filhos aos ensaios,seja à noite, aos fins-de-semana ou nosferiados. Felizmente, temos pais muitoativos, que ajudam em tudo o quepodem”, destaca Maria João Frade,com Paula Currito a enaltecer o enormeapoio dado, desde sempre, pela direçãoda Escola EB 2,3 Eng.º Duarte Pacheco,na pessoa do diretor Carlos Fernandes,e pela Câmara Municipal de Loulé. “Oúnico problema disto tudo é que sabesempre a pouco, os miúdos gostariamde representar a peça mais do queuma vez. É o trabalho do ano inteiroque se resume a uma noite em cima dopalco”, indica Paula Currito. “Nósficamos muito orgulhosas, correu tudo

bem, as pessoas gostaram imenso,os pais, colegas e amigos felicitaram-nos. E a experiência é muito positivapara os alunos, que aprendem aexpor-se, a estar em público, o queos ajuda também na parteacadémica quando têm queapresentar trabalhos”, acrescentaMaria João Frade.

Terminada a aventura de «AEscolha de Sophie», é tempo deconcluir o ano letivo, realizar osderradeiros testes, mas o Clube deTeatro já pensa na próxima Mostrade Teatro Escolar. “Há algumasideias, porque o projeto é paracontinuar, desde que as propostascontinuem a ser aprovadas e haja osapoios necessários”, asseguram asdocentes .

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Texto: Fotografia:

para o século XXIA Sociedade Recreativa Artística Farense, mais conhecida como «Os Artistas»,

está a comemorar os 110 anos de vida com diversas iniciativas ao longo de 2016,com música, teatro, cinema, exposições e performances para todos os gostos. Umano que pode servir de prelúdio para uma profunda alteração na sociedade, poisestá para aprovação um projeto de remodelação de todo o edifício e há tambémmudanças nos cargos diretivos no horizonte.

«Os Artistas»comemoram 110 anosde vida e preparam salto

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Pedro Bartilotti, presidente da Direçãoda Sociedade Recreativa Artística Farense

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A data é especial, nadamais, nada menos, doque 110 anos deexistência. Não são, defacto, muitas as

associações ou sociedades que sepodem orgulhar de tal longevidade,mas é esse o caso da SociedadeRecreativa Artística Farense (SRAF).Para assinalar tal feito, «Os Artistas»prepararam um programa deatividades rico em qualidade ediversidade, com a festa a arrancarcom a abertura da esplanada e aprosseguir, já no dia 9 de julho, com oArraial de São Baco – Santo Padroeirodos Artistas. Depois, de 18 a 20 deagosto, realiza-se mais um Festival deCurtas de Teatro, numa OrganizaçãoLAMA e, de 7 a 12 de novembro, será avez da 15ª Semana d’Os Artistas.

Recuando no tempo, a SRAF foiconstituída em 1906 e a sua fundaçãoestá ligada ao Montepio dos Artistas deFaro, existente desde 1856. De facto,foi criada com o objetivo deproporcionar aos seus associadosatividades ligadas à cultura e aorecreio, sendo, desde então, o palcopara eventos de teatro, canto, dança,música, literatura e cinema. Desde1994, é também o espaço que acolhe obar «Os Artistas», local emblemático danoite farense, no qual nosencontramos com o presidente dadireção nos últimos seis anos, PedroBartilotti, mas com mais de duasdécadas de ligação à sociedade.

Tarefa que não tem sido fácil,reconhece o dirigente, devido ao

menor fulgor que o movimentoassociativo regista no passadorecente. “Precisamos adaptar-nosaos tempos modernos e um dosnossos pontos fortes éprecisamente sermos um local deconvívio, graças ao apoio do bar.Contudo, mantemos diversasatividades que já fazem parte danossa tradição, como são as aulasdo professor Lino Nunes, quecomeçou há 15 anos com a salsa e,mais recentemente, introduziutambém a quizomba e a bachata.Temos ainda um grupo de dançasdo mundo, somos o polo do Algarvedo Festival de Curtas-Metragens«Shortcutz», realizamosespetáculos em parcerias comcontadores de histórias erecebemos diversas exposições defotografia”, descreve PedroBartilotti.

Solicitações não vão faltando parautilizar um espaço carismáticosituado em pleno coração da cidadede Faro, mas há critérios a cumprir,não se pode fugir à traça d’ «OsArtistas», é preciso escolher bem asparcerias. Entretanto, de há cerca deum ano para cá, um grupo de sóciostem colaborado mais ativamentecom a direção da SRAF naorganização de alguns eventos,como foi exemplo a festa dareabertura da esplanada. “Cativar ajuventude para o associativismonão tem sido fácil, antes pelocontrário, e este grupo está nomeio-termo em termos etários.Apesar disso, a Sociedade só esteve

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encerrada, em toda a sua história, no final da década de 80, quando houve umvazio diretivo de cerca de dois anos. O edifício esteve ao abandono, mas umgrupo de cidadãos juntou-se, numa altura em que estava a aparecer a loucuradas danças de salão, para revitalizar o espaço”, conta Pedro Bartilotti.

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Com a ajuda da Câmara Municipal deFaro, a SRAF renasceu e embalou paraos seus anos dourados, comcapacidade financeira para contratarqualquer grupo que pretendesse paraanimar os seus serões. Depois,apareceu a crise, os apoios diminuíram,os hábitos dos portugueses alteraram-se, as opções para ocupar osmomentos destinados ao lazer sãomais do que muitas e muitas são

também as associaçõesrecreativas e culturaisexistentes na capitalalgarvia. “Temos queser realistas: Faro estána liderança no quetoca ao tecidoassociativo regional,quer em quantidade,como em qualidade. Adiferença é quealgumas associaçõesmantêm umaatividade contínua eregular ao longo dosanos, outras são maisintermitentes, às vezesaté por não possuíremuma sede própria. Masnão haja dúvidas, «OsArtistas» estão nosprimeiros lugares noque concerne àatividade cultural nacidade de Faro e nemsempre o nossotrabalho tem sidoreconhecido”,desabafa oentrevistado.

Face a este cenário, encher oespaço é sempre uma incógnita,uma batalha até inglória, emdeterminadas ocasiões, e nemsempre dependente da qualidade daoferta, enfatiza Pedro Bartilotti.“Quando temos a presença, seja noteatro ou na música, de um artistaque é conhecido através datelevisão ou das redes sociais,temos lotação esgotada, mesmo

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com preçossuperiores. Foi issoque aconteceu como Manuel JoãoVieira, quando veiocá na altura dacampanha para asPresidenciais, e naapresentação dolivro do Môce dumCabréste, que nãose podia entrar aquidentro”, lembra,lamentando que omesmo não sucedanoutros projetos de grande qualidade,mas menos mediáticos. “As pessoasnão têm o cuidado de procurarinformações sobre os artistas que vãoatuar na sua cidade e alguns eventosque temos realizado ficam um poucoaquém do que esperávamos”.

De sublinhar ainda que «Os Artistas»de Faro sempre foi um espaçoconhecido por dar oportunidade anovos projetos de subirem ao palco,porque, quando as bandas ainda nãosão conhecidas, têm que começar atocar em algum lado. “Alguns nomesque, atualmente, esgotam teatros eauditórios, foi aqui que deram osprimeiros passos ao vivo –DeadCombo, Virgem Sutra, Noiserv, FrankieChavez – alguns deles logo com casacheia, outros com 20 ou 30 pessoas naassistência. Depois, quandoregressaram, uma semana antestínhamos casa esgotada”, apontaPedro Bartilotti.

Preservar a magiad’ «Os Artistas»

Os anos de ouro pertencem aopassado, ajudas do poder local nãoabundam, mas o número deassociados tem crescido pouco apouco e, mercê disso, a SRAF tem assuas contas equilibradas, ainda quenão se possa dar ao luxo de cometergrandes loucuras ou extravagâncias.“Os espetáculos funcionam combilheteira repartida entre nós e osartistas e o bar é outra fonte dereceitas, mas esperamos que asituação melhore dentro em breve,pois o edifício vai entrar emremodelações e será adaptado àsnovas necessidades”, revela PedroBartilotti, adiantando que acoletividade deverá ter que encerrardurante algum tempo, face àdimensão da intervenção prevista.“Depois disso, ficaremospreparados para funcionar como

Pedro Bartilotti e Vasco Romba, elemento da Direção da SRAF

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um minicentro cultural e abertodurante todo o dia”.

Sobre a obra, o investimento serásuportado pelos atuais senhorios doedifício, com a eventualcomparticipação de alguns apoiosestatais ou comunitários, e catapultaráa SRAF para o século XXI. Há, todavia, operigo da requalificação poder ser umafaca de dois gumes, já quecoletividades desta natureza muitasvezes marcam a diferençaprecisamente pela sua traça genuína,pelo semblante antigo e tradicional.“Esse aspeto tem sido, de facto, umdos nossos segredos. Há artistas quevêm cá expor os seus trabalhos e atépedem para não se limpar uma ou

outra teia de aranha e gostam queas paredes apresentam um ar maisantiquado, ou menos conservado.São pequenos detalhes que fazemparte da magia d’ «Os Artistas»,mas acredito que osmelhoramentos vão ter em contaessa mística”, indica o presidente dadireção.

Até lá, Pedro Bartilotti destaca arealização de mais um Festival deCurtas de Teatro, numa OrganizaçãoLAMA, de 18 a 20 de agosto. Depois,em novembro, de 7 a 12, é a vez da15ª Semana d’Os Artistas, com muitapoesia, teatro, cinema, tertúlias edebates de segunda a quinta-feira eespetáculos de música e stand-up

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comedy na sexta-feira e sábado.“Estamos ainda na parte dos contatos,porque nunca podemos oferecer omesmo cachet de equipamentosculturais de maior dimensão. Algunsartistas conhecem-nos e, se tiverem aagenda livre, vêm sem qualquer tipode problemas. Outros, conciliam avida ao Algarve para mais umaatuação nos «Artistas»”, afirma.“Temos três ou quatro momentosaltos na programação, mas nãopodemos ser muito rígidos paraconseguirmos aproveitar aquelesespetáculos que, por vezes, caem docéu”, acrescenta.

Para além das obras derequalificação, mais mudanças são deesperar na SRAF, desta vez naliderança, com Pedro Bartilotti a tentarencontrar um sucessor há algumtempo para deixar «o filho» bementregue. “As pessoas têm as suasvidas profissionais e pessoais e sobra

pouco tempo para o associativismo.São mandatos de três anos econvém seguir a mesma filosofia,não fugir da linha condutora quedurou tanto tempo a cimentar.Assim que as peças estiveremreunidas, é tempo de passar otestemunho”, garante oentrevistado, embora se coloque aodispor para apoiar no momento detransição. E Bartilotti não quisterminar sem destacar a dedicação eo extraordinário trabalho que osseus colegas de direção têmprestado a esta instituição nas suasdiferentes áreas, designadamenteCélia Palma (Design e Concepção deimagem), Pedro Mendes, DavisSousa e Luís Rocha (Som e ProduçãoTécnica), Tiago Gomes (Produção deEventos, Manutenção eSecretariado), Rita Rainha(Comunicação e secretariado) eVasco Romba (Produção de Eventose Manutenção) .

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ATUALIDADE

A Praia dos Pescadores, uma das zonasmais emblemáticas de Albufeira, acolheu,no dia 7 de junho, a Cerimónia do Hastear

das primeiras Bandeiras (Bandeira Azul daEuropa e Praia Acessível) da presente épocabalnear, num momento carregado desimbolismo e que contou com a presença dopresidente da Câmara Municipal, elementos doExecutivo, presidentes das Juntas de Freguesiado concelho e representantes da AutoridadeMarítima, Bombeiros Voluntários de Albufeira,APA/ARH, Centro de Saúde de Albufeira, ACESCentral e APAL. Até ao final da manhã asautoridades percorreram todas as zonasbalneares galardoadas com vista a hastear as 25bandeiras azuis da europa (BAE) e as 14bandeiras praia acessível, que irão permanecer àentrada do areal, até ao final da época balnear,atestando a qualidade ambiental das nossas

praias e a preocupação do Município empromover condições de acessibilidade aresidentes e turistas.

Albufeira continua a liderar a nível nacionalcom o maior número de BAE, sendo dedestacar que este ano, pela primeira vezdesde que o galardão é atribuído pelaAssociação Bandeira Azul da Europa,conseguiu conquistar 25 bandeiras, o quecorresponde à totalidade das praias doconcelho, a que acresce a bandeira azulatribuída à Marina de Albufeira. A estadistinção há que juntar as 22 praias comQualidade de Ouro (mais uma do que no anopassado), um selo atribuído no início de cadaépoca balnear pela Quercus às zonasbalneares do País, cujas águas apresentem osmelhores resultados em termos de qualidade.

ALBUFEIRA HASTEOU BANDEIRAS AZULE DE PRAIA ACESSÍVEL NAS ZONASBALNEARES DO CONCELHO

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O presidente daCâmara Municipalagradeceu aosfuncionários daAutarquia, aosconcessionários e atodas as entidades comresponsabilidades noâmbito da gestão daorla marítima, que aolongo de todo o anotrabalham em estreitacolaboração, comenorme dedicação eempenho, para queAlbufeira continue aalcançar estespatamares de excelência, sagrando-se ano apósano líder a nível nacional da qualidadeambiental. “Albufeira tem todos oscondimentos para continuar a ser um destinoatrativo, nomeadamente a nível da belezapaisagística, da qualidade ambiental, do bem-estar e da segurança de quem nos visita; fatoresque nos posicionam nos lugares cimeiros doturismo nacional e internacional”, destacou oautarca. “As previsões para este ano sãoexcelentes, a procura cresceu bastante, o queirá permitir aos empresários subir os preços,mas sem esquecer um aumento da qualidade,porque no final o que vai sobrar desta ondapositiva estará obrigatoriamente ligado àprópria imagem do destino, o que implica umenorme desafio que passa por suscitar o desejode repetir a visita, numa aposta clara nafidelização dos turistas, quer se trate dos quenos visitam pela primeira vez quer sejam osclientes habituais”, acrescentou Carlos Silva eSousa.

O presidente da Câmara Municipal de Albufeirafrisou também a grande preocupação doMunicípio em criar condições de acessibilidade apessoas com mobilidade reduzida, qualificandoAlbufeira como um “destino inclusivo” em quetodos podem usufruir das excelentes condiçõesdas suas praias. Este ano são 14 (mais uma doque no ano passado) as praias que ostentam ogalardão «Praia Acessível» e que irão estar

equipadas com cadeiras/andarilhos e tiralôs,de forma a facilitar o acesso à água a pessoascom este tipo de problemas. As cadeiras irãoestar disponíveis para utilização nas praias daGalé Oeste, Oura e Santa Eulália, enquanto ostiralô irão servir as praias dos Salgados,Pescadores, Inatel, Maria Luísa e RochaBaixinha. Refira-se que este últimoequipamento já existe também nas praias daGalé Oeste, Galé Leste, Salgados, ManuelLourenço, Evaristo, Peneco, Pescadores, Oura,Santa Eulália, Maria Luísa, Olhos de Água,Barranco das Belharucas, Rocha BaixinhaPoente e Rocha Baixinha Nascente.

Ana Vidigal, vereadora responsável pelopelouro do Ambiente, corrobora a opinião dopresidente, destacando que foi oempenhamento de todas as entidadesenvolvidas e da população local quedeterminaram este patamar máximo decobertura de bandeiras azuis nas praias doConcelho. “Estes símbolos representam oreconhecimento público de que Albufeira éum concelho que cuida e preserva oAmbiente, valorizando o contributo de todos,ao mesmo tempo que proporciona condiçõespara uma efetiva igualdade deoportunidades. Bandeiras Azuis e Bandeirasde Praia Acessível são a marca do nossodestino”, concluiu .

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ATUALIDADE

Depois da substituiçãoda iluminação noMercado Municipal

de Faro por tecnologia LED,significando um fortecontributo para a eficiênciaenergética e para asustentabilidade ambientaldo planeta, garantindoparalelamente umapoupança a rondar os 20 mileuros anuais, a empresamunicipal Ambifaro deuagora mais um importantepasso na correta gestãoambiental deste MercadoMunicipal, iniciando umprocesso de recolha seletivapara os resíduos geradosdiariamente neste edifício, indo assim deencontro à pretensão de muitos dos operadorese utentes deste equipamento.

Para isso foi formulada uma parceria com aALGAR – Valorização e Tratamento de ResíduosSólidos S.A., no sentido de criar as condiçõespara que se desencadeie, de forma eficiente,este processo de recolha de resíduos parareciclagem. Para tal foram colocadoscontentores específicos para a recolha de váriasfileiras de resíduos, junto dos operadores doMercado, dando-lhes assim a oportunidade deencaminharem os seus resíduos para reciclagem,estando também prevista uma ação desensibilização de forma a alertar para a corretagestão dos resíduos.

A ALGAR, entidade responsável pela recolhaseletiva, triagem e tratamento de resíduos

sólidos urbanos do Algarve, que, só no anopassado, encaminhou para reciclagem pertode 32 mil toneladas de embalagens recicláveisde todo o Algarve, apadrinhou imediatamenteesta iniciativa da AmbiFaro, com adisponibilização dos equipamentosnecessários para a adequada gestão dosresíduos. Especial destaque para este ser umdos primeiros Mercados Municipais do país adesenvolver um processo de recolha seletivadesta tipologia. Prevê-se assim, que doMercado Municipal de Faro sejam enviadasanualmente para reciclagem mais de 20toneladas de plástico, papel, cartão, metal eesferovite, material este que até hoje nãoestava a ser devidamente aproveitado indodiretamente para aterro .

RECOLHA SELETIVA CHEGAAO MERCADO MUNICIPAL DE FARO

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ATUALIDADE

Na sua 3ª edição, o«Mercado deCulturas… à Luz das

Velas» vai trazer a CulturaCelta ao Convento de SãoJosé e ruas circundantes, de7 a 10 de julho, das 19h à 1h,depois de ter destacado asCulturas Muçulmana (2014) eJudaica-Sefardita (2015). Decaraterísticas únicas emPortugal, este evento dará aoportunidade a mais de 60artesãos de várias culturas ereligiões de conviverem emharmonia e mostrarem assuas tradições, sabores eartes aos visitantes, que se espera sejam cercade 40 mil nas quatro noites, com entrada livre.

Vão estar em destaque as músicas do MundoCelta, com atuações de Linda Scanlon (Irlanda),Sheela na Gig (Galiza/Reino Unido), MalcolmMacmillan (Escócia) e Morgane Le Cuff(Bretanha). Uma das novidades deste ano será apresença de um grupo de Caretos, que visita oAlgarve pela primeira vez. Os Caretos sãopersonagens diabólicas e místicas do carnaval deTrás-os-Montes e Alto Douro, acreditando-seque esta tradição tenha raízes célticas.

Diariamente haverá oficinas de Tarot de Runase de Tiaras Celtas e também diariamente serárealizado, por uma «bruxa», o ritual «AQueimada» – tradição milenar dos povos daGaliza e Norte de Portugal – que, emboraninguém saiba ao certo qual a origem, há quem aligue ao dia dos mortos e quem estabeleçarelações entre a Queimada Galega e algumastradições Celtas. Não faltará também o Conto do

Mago Merlin e, naturalmente, um espetáculode evocação da Beltane, com dança e fogo. Anível gastronómico, os claustros do ConventoSão José irão transformar-se numa tabernacelta com carne servida na telha, cervejasartesanais e hidromel.

O aspeto mais importante deste eventocultural será o acendimento diário de 12 milvelas, com as quais vão ser desenhadossímbolos, amuletos e runas Celtas. Estessímbolos feitos de velas tornaram-se aimagem de marca do evento e estarãoposicionados nas entradas e no interior doMercado e também na Praceta dos Símbolos,constituindo um espetáculo de enorme belezacénica. Simultaneamente, decorrerá noConvento de São José uma exposiçãodenominada «Máscaras Ibéricas de TradiçãoCelta» – com 50 máscaras ligadas a cultosceltas, ao solstício de inverno e à fertilidade –e também uma exposição de fotografia,«Portugal Celta» .

MERCADO DE CULTURAS…À LUZ DAS VELAS REGRESSA A LAGOA

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No passado dia 2 de junho, o Presidenteda Câmara Municipal de Lagoa,Francisco Martins e o Presidente da

Assembleia Municipal, Águas da Cruz, receberamuma comitiva chefiada pela Secretária de EstadoAdjunta e da Administração Interna, IsabelOneto, acompanhada pelo Coronel Silva Gomes,Comandante do Comando Territorial da GNR deFaro. Nesta visita a Lagoa foram abordadosdiversos assuntos relacionados com acriminalidade no concelho, bem como ascondições em que a Guarda NacionalRepublicana desenvolve a sua importantefiscalização de proximidade que se traduz,estatisticamente, num índice de criminalidadequase inexistente.

De acordo com o que estava agendado, foifeita uma visita ao local onde se encontramestacionadas as viaturas apreendidas pela GNR –

no Parchal – o que, pelo seuaspeto negativo, tem criadobastante polémica e originadodiversos pedidos deesclarecimento por parte doexecutivo camarário àsentidades competentes. Acomitiva percorreu todo oespaço, tentando perceber aimportância do impacto visualnegativo que dá à entrada deuma zona de classificaçãoturística relevante e mesmo àfrente da maior sala decongressos do sul de Portugal,o Centro de Congressos doArade.

Francisco Martins insistiu junto daSecretária de Estado e do Comandante daGNR para uma possível mudança de local, queseja menos agressiva, tendo feito o convitepara brevemente ser visitado outro espaçoque o Município disponibilizaria, sugestão quefoi aceite, faltando só seu o agendamento. Aterminar a deslocação de trabalho, aSecretária de Estado conheceu as instalaçõesdos Postos Territoriais da GNR de Lagoa eCarvoeiro, ouvindo as questões ligadas aofuncionamento dos serviços e à necessidadede um aumento – ainda que mínimo – deefetivos e congratulou-se com as obrasrecentemente efetuadas para a remodelaçãototal do Posto de Carvoeiro, faltando só umarampa de acesso para pessoas comdeficiência, a ser feita no fim do verão .

SECRETÁRIA DE ESTADODA ADMINISTRAÇÃO INTERNAVISITOU LAGOA

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O Núcleo Museológico Rota daEscravatura, instalado no Edifício daVedoria / Alfândega (monumento de

interesse público também conhecido por«Mercado de Escravos»), situado na Praça doInfante, em Lagos, inaugurou no dia 6 de junho,numa cerimónia que contou com a presença doMinistro da Cultura, Luís Filipe de CastroMendes. A constituição de um Núcleo Rota daEscravatura do Museu de Lagos parte damemória (Crónica da Guiné, de Zurara, edifício'Mercado de Escravos'...) e do conhecimentoproduzido sobre o comércio dos escravos emLagos e a sua presença na cidade entre aprimeira metade do século XV e os meados doséculo XIX, nomeadamente a partir dadescoberta arqueológica do Vale da Gafaria em

2009, que viriaconfirmar as fontesescritas e a memóriaoral.

Neste Núcleo doMuseu de Lagosprocura-se transmitirideias e conceitos quefacilitam a partilha damemória e doconhecimento científicocom a comunidade,criam comunicação,intensificam a relaçãocom os diferentespúblicos do museu emarcam a vida social,proporcionando eincentivando a

participação dos cidadãos nas atividades domuseu e no desenvolvimento local. APresidente da Câmara Municipal de Lagos,Maria Joaquina Matos, recordou que em2010, e posteriormente em 2012, a autarquiaassinou um protocolo de colaboração com oCentro de Estudos Sobre África eDesenvolvimento do ISEG com o objetivo dedesenvolver, com a colaboração do ComitéPortuguês da UNESCO do projeto Rota doEscravo, um Museu ou Centro Interpretativodo Tráfico de Escravos e um Memorial deHomenagem a criar no local onde se deu essadescoberta. Também em 2010 e,posteriormente, em 2012, o ExércitoPortuguês cedeu à Câmara Municipal os doisespaços deste edifício militar onde aexposição se haveria de desenvolver.

NÚCLEO MUSEOLÓGICOROTA DA ESCRAVATURA ABRIUAO PÚBLICO EM LAGOS

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Assim nasceu o NúcleoMuseológico Rota daEscravatura no edifícioconhecido como Mercado deEscravos, que desempenhouao longo dos séculos váriasfunções, tendo sido,nomeadamente, o local davedoria e da alfândega. “Mas,simbolicamente, desde hámuito tempo que estáassociado ao comércio deescravos da época dosDescobrimentos. Por isso,que melhor espaço teríamospara instalar este novoequipamento museológico”, questionou aautarca. “Dada a temática em causa, eratambém obrigatório associar a este núcleomuseológico a colaboração do projeto «Rotado Escravo» da UNESCO, que pretendecontribuir a nível internacional para oconhecimento do problema da escravatura edo tráfico de escravos”, referiu, acrescentando:“Reunindo uma equipa de técnicos eespecialistas de diversas áreas disciplinares(arquitetos, museólogos, arqueólogos,historiadores, designers, informáticos), foipossível desenhar um projeto moderno eambicioso, mas simultaneamente rigoroso econtido”.

A Presidente da Câmara terminou a suaintervenção lembrando que “este foi o primeiropasso de uma longa caminhada deresponsabilidade histórica que não terminaaqui”. “Pretendemos dar continuidade aoaprofundamento desta temática, dinamizandoa mesma e estabelecendo pontes de diálogocom outras comunidades unidas por estelegado histórico. Cabe-nos, a todos, aresponsabilidade de promover a reflexão sobrea evolução da escravatura, designadamente,nos tempos atuais, fenómeno que, emboracom diferente roupagem, continua a existir,pondo em causa os mais fundamentais direitoshumanos”, frisou a edil lacobrigense.

Saliente-se que o Ministro da Cultura, LuísFilipe de Castro Mendes, acompanhou oprojeto desde o início, ainda na condição deembaixador, e foi com muita satisfação queesteve presente “num momento tãoimportante para as nossas memóriashistóricas, que ainda que não sejam todasmuito felizes, são reais”. “Todas asconquistas de civilizações têm o lado negroe o seu lado bom. Este encontro de raçasteve exatamente esse resultado. Não hádúvidas de que o tráfico de escravos foicondenável, mas faz parte da nossa história,e o facto deste núcleo retratar essa partemenos feliz da história do país é tambémmuito importante”, considerou ogovernante, realçando que muitos visitantes,nacionais e estrangeiros, não vêm ao Algarvesó à procura do sol e praia, mas também doseu património e história.

O Mercado de Escravos representou uminvestimento global de 426 mil e 287,93euros, dos quais 237 mil e 148,92 eurosforam financiados pelo PO Algarve 21 a 65por cento e o resto com fundos próprios doMunicípio. A entrada no Núcleo MuseológicoRota da Escravatura será gratuita até aopróximo dia 12 de junho .

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Ana Sofia Antunes,Secretária deEstado da Inclusão

das Pessoas comDeficiência, esteve noConcelho de Loulé, no dia8 de junho, para hastear aBandeira de PraiaAcessível em Vilamoura,zona balnear que recebeurecentemente o Prémiode «Praia+Acessível» doPaís. A governante veioaté ao Algarve para estarpresente nesta cerimóniasimbólica mas quevaloriza “as praiasacessíveis para todos”.Praias como a de Vilamoura que integram todasas condições que garantem o fácil acessopedonal, estacionamento ordenado e comlugares reservados a viaturas que transportempessoas com mobilidade reduzida, acesso denível ao areal/zona balnear através de rampas,com a menor inclinação possível, passadeirasaté à zona de toldos e de outros equipamentose o mais próximo possível da água e quepossuam instalações sanitárias adaptadas.

Para além de Vilamoura, o executivomunicipal de Loulé percorreu durante o dia as10 praias do Concelho para hastear os galardõesde qualidade ambiental e de acessibilidade quemostram a excelência destas zonas, escolhidascomo destino de férias por milhares de pessoas.No âmbito de uma candidatura da Autarquia aoprojeto «Praia Saudável», a Fundação Vodafoneatribuiu uma cadeira anfíbia (tiralô) à Praia de

Vale do Lobo, que vem substituir a que aquiexistia. Também Vilamoura recebeu maisuma destas cadeiras como um dos prémiosde «Praia+Acessível». Atualmente existeainda este equipamento que permitedeslocar até à água pessoas com mobilidadereduzida nas praias de Quarteira, LouléVelho, Ancão e Garrão Nascente.

Todo o litoral do Concelho de Loulérecebeu este ano o galardão da BandeiraAzul. A Bandeira de Ouro foi hasteada emnove das praias louletanas, enquanto que sãosete as zonas balneares com a distinção dePraia Acessível .

SECRETÁRIA DE ESTADO DA INCLUSÃOIÇOU BANDEIRA DE PRAIA ACESSÍVELEM VILAMOURA

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O presidente da Câmara Municipalvisitou, no dia 3 de junho, o JardimPescador Olhanense, onde desde 31 de

maio decorreu a edição de 2016 da Semana daCriança e do Ambiente. Este ano subordinada aotema «A Origem das Coisas», tratou-se de umaorganização conjunta da autarquia e daAmbiolhão, que assinala anualmente o DiaMundial da Criança e o Dia Mundial doAmbiente.

No dia de encerramento da iniciativa, AntónioMiguel Pina visitou os stands das diversasinstituições presentes, entregou os prémios doconcurso de cartazes alusivos ao tema daSemana da Criança e do Ambiente e aproveitouainda para contactar com as muitas crianças quese encontravam no Jardim Pescador Olhanenseneste último dia. “É sempre um prazer visitar aSemana da Criança e do Ambiente e constatarao vivo como esta iniciativa, de uma formalúdica, mas pedagógica, sensibiliza os maisnovos para a causa da proteção ambiental. Ascrianças aprendem enquanto se divertem, amelhor forma de aprender nestas idades. Uma

palavra também à magnífica equipa que,ano após ano, faz com que a Semana daCriança e do Ambiente seja um sucesso”,referiu o autarca.

Durante quatro dias, o Jardim PescadorOlhanense transformou-se num parqueinfantil gigante para receber a visita dascerca de três mil crianças dos jardins-de-infância e 1.º Ciclo do concelho. Nãofaltaram os insufláveis, palhaços,malabaristas, teatro, e os mais pequenostiveram, ainda, oportunidade de desfrutaremde passeios a bordo do caíque Bom Sucesso.A Semana da Criança e do Ambiente de

Olhão contou com a presença dos Centros deCiência Viva de Tavira e de Faro, da AgênciaPortuguesa do Ambiente, do RIAS – Centro deRecuperação e Investigação de AnimaisSelvagens, do Parque Natural da Ria Formosa,da ALGAR – Valorização e Tratamento deResíduos Sólidos, do Centro de Saúde deOlhão, de uma equipa de prevençãorodoviária da Polícia de Segurança Pública deOlhão, assim como dos Bombeiros e ProteçãoCivil municipais.

A Divisão de Educação e Desporto daCâmara Municipal idealizou um circuito depsicomotricidade, a Biblioteca Municipallevou até à Semana da Criança e do Ambientea «Hora do Conto», o Museu Municipalpromoveu iniciativas relacionadas comarqueologia e a arquitetura cubista e a Casada Juventude foi responsável por um espaçodedicado às pinturas faciais. Em suma, forammuitos os motivos de diversão eaprendizagem para todos quantos visitaram aedição de 2016 da Semana da Criança e doAmbiente .

OLHÃO DEDICOU SEMANAÀ CRIANÇA E AO AMBIENTE

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Foram assinados, no dia 9 de junho, nosalão nobre da Câmara Municipal dePortimão, os contratos de patrocínio com

as entidades que vão ficar responsáveis pelamanutenção de nove rotundas em Portimão. Nopassado mês de janeiro a autarquia desafiouprivados a asseguraram os espaços verdes dasrotundas de Portimão, tendo comocontrapartida a promoção de marcas nessesespaços.

Do total das candidaturas apresentadas (14)chegaram ao fim sete entidades que a partir dehoje serão responsáveis pela manutenção denove rotundas de Portimão:

A empresa MÓVEIS MALHEIRO seráresponsável pela manutenção da Rotunda daAvenida Paul Harris;

O grupo NOSOLOÁGUA ficará responsável pelaRotunda V3 / Miradouro dos Três Castelos,vulgarmente conhecida pelo Rotunda doAmarilis;

O HOSPITAL PARTICULAR DOALGARVE assumirá duasrotundas: a rotunda V6/V7Avenida Miguel Bombarda e arotunda adjacente ao RetailCenter;

A empresa PLANOD`PORMENOR ficará responsávelpela rotunda V6/ Avenida S. Joãode Deus;

A empresa GINÁSIO AMARILISassumirá a rotunda da PedraMourinha;

O PSD/JSD Portimão ficaráresponsável pela rotunda V7 /Três Bicos;

A TIMING PEOPLE-EMPRESA DETRABALHO TEMPORÁRIO

assumirá a Rotunda V7/LIDL.Enquanto a BLUEGREEN e ACTION COACH

ficarão responsáveis pela Rotunda Norte daAv. Coronel Maçanita (ÁQUA PORTIMÃO);

Na ocasião, a presidente da autarquia, IsildaGomes, agradeceu a disponibilidade destasentidades, 100 por cento algarvias emaioritariamente de Portimão, emcontribuírem desta forma para a comunidade,assumindo a responsabilidade pelamanutenção dos espaços verdes públicos,"tendo como contrapartida a possibilidadede publicitarem as suas marcas e negócios,permitindo uma poupança significativa aoerário público”. Face ao interessemanifestado por várias entidades, é intençãoda Câmara Municipal de Portimão colocar emconcurso a manutenção de outrasrotundas/espaços verdes através de umprocedimento semelhante .

ROTUNDAS DE PORTIMÃOJÁ TÊM PADRINHOS E MADRINHAS

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ATUALIDADE

A Câmara Municipal de Silves, assumindouma estratégia de reabilitação urbana eempenhada e comprometida com o

desenvolvimento local, delimitou uma Área deReabilitação Urbana para a cidade de Silves (ARUde Silves). Em termos práticos, esta delimitaçãotraduz-se, genericamente, na definição de umconjunto de benefícios fiscais e apoiosfinanceiros de que os proprietários de edifícioslocalizados dentro da ARU poderão beneficiarcaso promovam a sua reabilitação urbana.

Para mais informações, concretamente paraaceder ao Aviso 6280/2016, de 18 de maio de2016, à planta de delimitação e aos fundamentospara a delimitação, incluindo o quadro de

benefícios fiscais e demaisapoios financeirospoderão consultar apágina do Município(www.cm-silves.pt), maisespecificamente atravésdo link http://www.cm-silves.pt/pt/menu/731/area-de-reabilitacao-urbana-de-silves.aspx.Este instrumento assume-se como um mecanismopara estimular a mudançado paradigma da novaconstrução para o daregeneração ereabilitação urbana.Pretende-se valorizar oespaço urbano e o seupatrimónio edificado, aomesmo tempo que serevitaliza o tecido

económico e social da cidade.

Neste âmbito, a estratégia municipal deintervenção na ARU de Silves concretiza umcompromisso para com a competitividade eatratividade do território para pessoas eatividades, promotor de um dinamismo compendor na inovação e criatividade,articulando e reconhecendo a diversidadepatrimonial, concretamente o seu potencialde aproveitamento, num contexto sustentávele requalificado ao nível do espaço público edas condições de habitabilidade, num quadroparticipado, inclusivo de justiça e coesãosocial .

CÂMARA MUNICIPAL DE SILVESDEFINE ÁREA DE REABILITAÇÃOURBANA DE SILVES

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ATUALIDADE

A Praia da Fábrica lidera o ranking das 10mais bonitas de Portugal, de acordo como blogue «O Meu Escritório é lá Fora!».

Depois de ter sido eleita uma das melhorespraias do mundo pela revista «Traveler», estazona balnear do concelho de Vila Real de SantoAntónio, também conhecida como Praia deCacela Velha, volta, pelo segundo anoconsecutivo, a ser destacada como uma daspérolas do litoral português.

O areal da fábrica integra a recém-criadamarca «Praias de Cacela», lançada pelomunicípio de Vila Real de Santo António, queengloba as praias de Manta Rota, Lota e Fábrica.Estreado no passado dia 1 de junho, no arranqueda época balnear, o novo conceito visualpretende a promoção integrada destas praias,

mantendo, contudo, aidentidade de cada umdos areais.

No sítio da Fábrica, cujarequalificação teve aassinatura do arquitetoSidónio Pardal, as açõespassam agora pelacolocação de sinalética deapoio ao visitante e pelapromoção do destino aolongo da EN 125. Acessívelapenas por uma curtaviagem de barco ou a pé,pelo sapal, na maré baixa,a praia da Fábrica estásituada na península deCacela e marca o início daRia Formosa. Caracteriza-se pela sua grande

extensão, pelas águas tépidas e calmasdurante o período estival e pela beleza dassuas paisagens. A sua qualidade e diversidadeambiental levaram recentemente aassociação Quercus a classificá-la com«Qualidade de Ouro», tendo também sidoconsiderada pelo prestigiado jornal «TheGuardian» como uma das dez melhores praiasda Europa para a prática de caminhadas.

Fundado em 2013, o blogue o «O MeuEscritório é lá Fora!» foi já nomeado paramelhor Blogue de Viagens Pessoal no BTLTravel Blogger Awards, em 2015, e votadocomo o 7.º Melhor Blog de Viagens doMundo, pelo site bab.la. Foi objeto dedestaque nas publicações «Sábado», «Sapo»,«Cosmopolitan», «The Tig» e «Lifecooler» .

FÁBRICA LIDERA LISTA DAS 10 PRAIASMAIS BONITAS DE PORTUGAL

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