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    PROPRIEDADE INDUSTRIAL E O PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL

    DA PROPRIEDADE

    Aline Storer 

    Edinilson Donisete Machado 

    RESUMO

    O presente trabalho tem o escopo de analisar a propriedade industrial e suas implicações

    diante do princípio da função social da propriedade, demonstrando que o Estado

    intervém na esfera privada, limitando o princípio da autonomia da vontade, ao passo

    que impõe ao titular de uma patente o dever de cumprimento de determinados requisitos

    em respeito ao princípio da função social da propriedade industrial, tendo em vista que a

     patente é considerada uma propriedade de seu titular e, portanto, deve cumprir sua

    finalidade social em troca do direito de exclusividade no uso, gozo, disposição e fruição

    que o Estado outorga ao seu titular

    PALARAS!C"AES

    !"O!"#E$%$E #&$'()"#%*+ !"#&-!#O+ .'&/0O (O#%*

    A#STRACT

    )he present 1or2 has the ob3ective of anal4ze the industrial propert4 and its

    involvement 1ith the principle of propert4 social function, giving evidence of the Estate

    intervenes in the private sphere and limits the principle of 1ill autonom4, through the

    imposition to the patent5s title the obligation of suppl4 several requisites in point of the

     principle of industrial propert4 social function, as 1ell as the patent has been considereda title5s propert4 and, so, the patent must to execute its social finalit4 in exchange of the

    exclusiveness right about the use, 3o4, disposition and usufruct that the (tate consents to

     patent 6s title

     7 %dvogada, especialista em $ireito ivil e !rocesso ivil 8'E:;, mestranda em )eoria do $ireito edo Estado pelo entro 'niversit

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    $E%!&ORDS

    #&$'()"#%* !"O!E")D+ !"#&#!*E+ (O#%* .'&)#O& 

    INTRODUÇÃO

    % !ropriedade #ndustrial trata dos bens imateriais com aplicação industrial,

    quais se3am? a concessão de patentes de invenção e modelo de utilidade, a concessão de

    registros de desenho industrial, a concessão de registro de marcas, repressão s falsasindicações geogr

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     &o monoplio, propriamente dito, h< uma exclusividade de mercado por tempo

    indeterminado, o que não ocorre no caso da propriedade industrial, cu3o privilégio de

    exclusividade tem um termo inicial e um final Esse privilégio é concedido ao inventor

    como recompensa pela divulgação sociedade de sua invenção ou invento

    Em consonRncia com a onstituição Srasileira, a propriedade não pode fugir

    de sua função social, que com a entrada em vigor do digo ivil de HPPH, foi

    ratificado expressamente pela legislação civilista, que incorporou a função social da

     propriedade na essFncia de uma de suas cl

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    %ssegura o ilustre autor que a invenção também é um direito natural, ao passo

    que desde os primrdios o homem encontrava coisas para utiliz

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    ontudo, esse direito de exclusividade não é absoluto e implica em limitações

    estabelecidas pela legislação de propriedade industrial, a fim de evitar o abuso do poder

    econTmico, a concorrFncia desleal e o monoplio do produto ob3eto do invento

    %ssim, nos dizeres de 'mberto !ippia, citado por (oares 8KGGV, p KPY;,

    o direito do inventor não se pode confundir com o direito sobre o produto, que é o meio material sobre o qual se concretiza a invençãoou a descoberta? o direito do inventor tem por ob3eto a idéia inventivaonstituiCse, porém, sempre em um direito de propriedade porquantoZsui generis5 sobre coisas imateriais? a sua característica essencial est<no direito de impedir que outros reproduzam a invenção e adescoberta, porque é a reprodução e o aproveitamento do produtoimaterial que constitui o conteXdo da propriedade

    O direito do inventor, segundo =ama erqueira 8apud (oares, KGGV, p KPV;?

    é um direito privado patrimonial, de car

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    % licença compulsria é uma licença obrigatria imposta pelo legislador na

    ocorrFncia de determinadas situações, e possui car

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    Essas hipteses somente ense3arão o requerimento da licença compulsria aps

    o decurso do prazo de Y 8trFs; anos da concessão da patente, prazo legal concedido ao

    titular para iniciar exploração da patente

    % legitimidade para requerer a licença compulsria ser< daquele que possuir

    legítimo interesse e capacidade técnica e econTmica para realizar a exploração efetiva,

    destinandoCse ao mercado interno

    % concessão da licença compulsria decorrente do abuso do poder econTmico

     praticado pelo titular assegurar< ao licenciado o prazo de K 8um; ano para que proceda a

    importação do ob3eto da licença, quando for o caso, e inicie a sua exploração, desde que

    o ob3eto tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com sua permissão

    O pedido de licença compulsria dever< ser formulado ao titular da patente,indicandoCse as condições oferecidas e dever< ser protocolizado no #&!#

    %o pedido de licença compulsria feito pelo requerente, fundamentandoCse em

    abuso de direitos patent

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    realizada con3untamente com a cessão, alienação ou arrendamento da parte do

    empreendimento que explore a patente licenciada compulsoriamente

    % decisão do #&!# que decide o pedido de licença compulsria est< su3eita a

    recurso que não ter< efeito suspensivo

    oncedida a licença compulsria, o licenciado dever< iniciar sua exploração no

     prazo de K 8um; ano da data de concessão da licença, admitindoCse a interrupção por

    igual prazo &ão cumprindo tal condição, o titular da patente poder< pedir a cassação da

    licença

    O licenciado fica investido de todos os poderes para agir em defesa da patente,

    quando necess

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    concorrFncia no caso de os contratos sob an

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    legalidade %ssim, não h< decisões 3udiciais e administrativas uniformes sobre a

    matéria

    % *ei GHIGJGL em seu artigo H[P reduziu significativamente a atuação do #&!#

    nos contratos de propriedade industrial, limitandoCo ao pronunciamento sobre tratados

    internacionais sobre a matéria e a execução das leis da propriedade industrial, tendo em

    vista o respeito aos princípios constitucionais que regem a

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    rescisão contratual ou empregatícia que a determinou, e é legalmente admitida pelo

    artigo KGQ, inciso \# da *ei GHIGJGL

     &ão obstante a legalidade dessa cl

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    constitucionalmente e ratificado pela legislação civilista, a qual tem na cl

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    REFER)NCIAS #I#LIO*RAFICAS

    S%"SO(%, $enis Sorges U+a Introd,-.o / Pro0riedade Intelect,al "io deUaneiro? *umem UXris, H^ ed HPPY

    S*%(#, =abriel $i A Pro0riedade Ind,strial1 o siste+a de +arcas2 0atentes edesenhos ind,striais analisados a 0artir da Lei n3 43564 de 78 de +aio de 7449 "iode Uaneiro? .orense, HPPQ

    #&)E*E)'%*, #nstituto $anneman (iemsen de Estudos de !ropriedadeCo+ent:rios / Lei de Pro0riedade Ind,strial3 "io de Uaneiro? "enovar, HPPQ

    (O%"E(, Uosé arlos )inoco Tratado da Pro0riedade Ind,strial1 Patentes e se,sS,ced;neos3 (ão !aulo? Editora Uurídica Srasileira, KGGV

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