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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ALTERAÇÕES DO METABOLISMO LIPÍDICO NO TECIDO ADIPOSO EPIDIDIMAL DE RATOS EM CRESCIMENTO SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO PROTÉICA Samyra Lopes Buzelle Cuiabá – Mato Grosso 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ALTERAÇÕES DO METABOLISMO LIPÍDICO NO TECIDO

ADIPOSO EPIDIDIMAL DE RATOS EM CRESCIMENTO

SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO PROTÉICA

Samyra Lopes Buzelle

Cuiabá – Mato Grosso

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ALTERAÇÕES DO METABOLISMO LIPÍDICO NO TECIDO

ADIPOSO EPIDIDIMAL DE RATOS EM CRESCIMENTO

SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO PROTÉICA

Mestranda: Samyra Lopes Buzelle

Orientadora: Profa. Dra. Nair Honda Kawashita

Co-orientadora: Profa. Dra. Valéria Ernestânia Chaves

Cuiabá – Mato Grosso

2010

Dissertação de mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde – Área de Concentração: Cirurgia, Nutrição e Metabolismo.

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE. CONTATO: [email protected].

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Catalogação na Fonte: Maurício S. de Oliveira – Bibliotecário CRB/1 1860

B923a Buzelle, Samyra Lopes.

Alterações do metabolismo lipídico no tecido adiposo epididimal de ratos em crescimento submetidos à restrição protéica / Samyra Lopes Buzelle. – 2010.

82 f.; il. color. ; 30 cm. -- (inclui figuras e gráficos).

Orientadora: Nair Honda Kawashita

Co-orientadora: Valéria Ernestânia Chaves

Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de Ciências Médicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências da saúde, 2010.

1. Rato. 2. Tecido adiposo. 3. Glicerol-3-fosfato-. 4. Ácido graxo. 5. Dieta hipoprotéica. 6. Metabolismo lipídico. I.Título.

CDU 613.2: 612.015.3

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Aos meus pais JOSÉ BUZELLE e EDINEIA LOPES BUZELLE pelo exemplo de amor, coragem e perseverança, dedico.

A SAMUEL AUGUSTO CALDEIRA, por

estar sempre ao meu lado, com paciência, respeito e amor.

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AGRADECIMENTOS

Profa. Dra. NAIR HONDA KAWASHITA, pela orientação, por sempre respeitar as dificuldades e individualidades dos seus alunos, por todos os valiosos conselhos e ensinamentos, pelo incentivo e dedicação, e pelo exemplo de amor à ciência.

Profa. Dra. VALÉRIA ERNESTÂNIA CHAVES , pela amizade,

respeito, incentivo e pela indispensável ajuda na realização deste trabalho. Agradeço principalmente pelo exemplo de disposição, solicitude e paciência.

Profa. Dra. AMANDA MARTINS BAVIERA , pela amizade, pelos

conselhos sempre valiosos e pela disponibilidade que me permitiram aprimorar conhecimentos protéicos.

AIR FRANCISCO COSTA , pelo seu calor humano e incansável apoio moral e logístico durante a minha estadia no laboratório.

Profa. Dra. ISIS DO CARMO KETTELHUT e Prof. Dr. LUI Z

CARLOS NAVEGANTES , pela oportunidade de estágio no Laboratório de Controle de Metabolismo, por permitir a realização de experimentos fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho e pelos valiosos ensinamentos.

MARIA ANTONIETA RISSATO GARÓFALO , pela indispensável

ajuda e ensinamentos na realização das técnicas lipídicas e pela paciência e disponibilidade em me acompanhar.

Profas. Dras. SALETE MARIA DA ROCHA CIPRIANO BRITO e

MARIA SALETE FERREIRA MARTINS , pelas importantes contribuições e pela disponibilidade na correção desta dissertação. Profa. Dra. MARIA HELENA GAÍVA , pelas importantes contribuições na qualificação.

SILVIA DE PAULA GOMES e LUCIANA CARVALHO , minha

eterna gratidão por me darem abrigo, carinho e confiança. Vocês estarão sempre na minha memória e no meu coração. DANUBIA FRASSON, pela paciência, pelos ensinamentos e pela ajuda nos experimentos.

PATRICIA CEOLIN, DANIEL DIAS FERES e CARLOS

DECHANDT , meus amigos queridos e companheiros de todas as horas. Meus eternos agradecimentos pelo apoio, amizade, confiança e compreensão. Torço por vocês.

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Às colegas do mestrado ANDREZA MENEZES e MAYARA PERON pela excelente relação pessoal que criamos e pelas contribuições nos experimentos. PAULA BAVILONI, pela amizade, companheirismo e parceria de viagem.

Aos pequenos grandes pesquisadores CAROL, RAPHER, GUSTAVO,

ESTHER e DAMIANA , pela atenção, pela disposição em ajudar, e por tornar o laboratório muito mais alegre.

Aos meus queridos amigos não científicos LUCIANA LOPES,

ANDERSON BECKENKAMP e NOEMIA ALMEIDA , por sempre me ouvirem, pelo eterno apoio e compreensão, e por enfrentarem comigo mais este desafio, com amor agradeço. SUELLEN IARA GUIRRA ROSA pela amizade e companheirismo.

Prof. Dr. WANDER MIGUEL BARROS e Prof. Dr. ALEX

SEMENOFF SEGUNDO, por me mostrarem o caminho da ciência e por terem acreditado em mim desde o início.

SILVIA REGINA DE LIMA REIS e CELSO AFONSO e Laboratório

de Avaliação Biológica de Alimentos, pela colaboração e por todo o auxílio durante a realização deste trabalho, principalmente com as dietas.

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior, pela concessão da bolsa.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1

2. OBJETIVOS................................................................................................................. 13

2.1 Objetivos gerais................................................................................................ 13

2.2 Objetivos específicos....................................................................................... 13

3. MATERIAIS E METODOS....................................................................................... 15

3.1 Animais e tratamento....................................................................................... 15

3.2 Determinação do conteúdo lipídico do TABE................................................. 17

3.3 Dosagem de catecolaminas sérica.................................................................... 17

3.4 Atividade da enzima lipase lipoprotéica (LPL)............................................... 18

3.5 Determinação da velocidade síntese de ácidos graxos de

novo........................................................................................................................

20

3.6 Determinação da velocidade de síntese de glicerol de TAG in vivo com 3H2O e glicose-U-14C.............................................................................................

22

3.7 Determinação do conteúdo de PEPCK por Western blotting.......................... 26

3.8 Atividade da gliceroquinase (GK)................................................................... 28

3.9 Determinação da atividade lipolítica................................................................ 29

3.9.1 Isolamento de adipócitos................................................................... 29

3.9.2 Lipólise.............................................................................................. 30

3.10 Velocidade de renovação de noradrenalina................................................... 31

3.11 Determinação do conteúdo do receptor β2-adrenérgico................................ 32

3.12 Quantificação dos componentes da via de sinalização da insulina................ 33

3.13 Análise estatística........................................................................................... 34

4. RESULTADOS............................................................................................................ 35

4.1 Dados gerais..................................................................................................... 35

4.1.1 Peso corporal, ingestão de dieta e água............................................. 35

4.1.2 Peso e conteúdo lipídico do TABE................................................... 38

4.1.3 Catecolaminas plasmáticas................................................................ 39

4.2 Atividade da LPL............................................................................................. 40

4.3 Velocidade de síntese de ácidos graxos de novo................................. 41

4.4 Velocidade de síntese de glicerol in vivo a partir de 3H2O e 14C-glicose......... 42

4.5 Conteúdo de PEPCK........................................................................................ 43

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4.6 Atividade da GK.............................................................................................. 44

4.7 Atividade lipolítica in vitro ............................................................................. 45

4.8 Velocidade de renovação de noradrenalina no TABE..................................... 47

4.9 Conteúdo do receptor β2 adrenérgico.............................................................. 48

4.10 Conteúdo dos componentes da via de sinalização da insulina....................... 49

5. DISCUSSÃO................................................................................................................. 53

6. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 60

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS α-MSH α-melanocyte-stimulating hormone

AG Ácido graxo

AgRP Agouti-related protein

AG-TAG Ácido graxo de triacilglicerol

AMP Adenosina monofosfato

ATGL Lipase de triacilglicerol dos adipócitos

ATP Adenosina trifosfato

CART Cocaine and amphetamine-regulated transcript

cAMP Adenosina 3’,5’monofosfato cíclico

DAG Diacilglicerol

DPM Desintegrações por minuto

EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético

G3P Glicerol-3-fosfato

GK Gliceroquinase

H Hipoprotéica

HP Hiperprotéica

HPLC High performance liquide chromatography

IR-β Receptor de insulina, subunidade beta

IRS1 Substrato do receptor de insulina 1

LHS Lipase hormônio sensível

LPL Lipase lipoprotéica

MAG Monoacilglicerol

mRNA RNA mensageiro

N Normoprotéica

NADPH Nucleotídeo de piridina reduzido

NPY Neuropeptídeo Y

PAT Perilipin, adipophilin/ adipocyte differentiation-related protein and tail-

interacting protein of 47 kA

PDE Fosfodiesterase

PEPCK Fosfoenolpiruvato carboxiquinase

PI3K Fosfatidil inositol quinase 3

PKA Proteína quinase A

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PMSF Phenylmethylsulfonyl Fluoride

PVDF Polifluoreto de vinilideno

SDS Duodecil sulfato de sódio

SNS Sistema nervoso simpático

STZ Streptozotocina

TAB Tecido adiposo branco

TABE Tecido adiposo branco epididimal

TAG Triacilglicerol

TAM Tecido adiposo marrom

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa

VLDL Lipoproteína de muito baixa densidade

VRI Velocidade de renovação irreversível

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RESUMO

Animais submetidos à restrição protéica apresentam aumento no conteúdo de lipídeos nos

depósitos adiposos e carcaça e alterações na composição corporal. Além disso, tem um

aumento nos níveis séricos de leptina e redução nos de insulina plasmáticos. O objetivo do

presente trabalho foi investigar o efeito da dieta hipoprotéica (H) no suprimento de ácidos

graxos (AG) e glicerol-3-fosfato (G3P) e na lipólise no tecido adiposo branco epididimal

(TABE) de ratos em crescimento. Previamente, demonstramos em nosso laboratório que a

dieta H induz aumento do peso e do conteúdo lipídico no TABE de ratos em crescimento. A

atividade simpática e a ação da insulina, dois fatores que controlam o metabolismo de lipídios

também foram investigados. O suprimento de AG foi determinado pela estimativa da: a)

atividade da lipase lipoprotéica (LPL) e b) síntese de novo avaliada pela incorporação de 3H

de 3H2O in vivo. O suprimento de G3P foi determinado pela estimativa da: a) síntese a partir

da glicose e da gliceroneogênese, avaliadas in vivo pela incorporação de 14C de 14C-glicose e 3H de 3H2O e b) fosforilação direta do glicerol que foi avaliada pela atividade da

gliceroquinase (GK). O conteúdo da fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK), enzima

chave da gliceroneogênese foi avaliada por Western blotting. A atividade lipolítica foi

avaliada pela liberação de glicerol no meio de incubação na ausência ou presença de

noradrenalina. A dieta H induziu uma redução na atividade da LPL (~40%), mas não alterou a

síntese de novo de AG no TABE de ratos em crescimento. As vias de geração de G3P a partir

da glicose, gliceroneogênese e fosforilação direta do glicerol, no TABE não foram alteradas

nos ratos tratados com dieta H em relação aos tratados com dieta normoprotéica (N). O

conteúdo de PEPCK no TABE também não foi alterado pela dieta H. A lipólise basal foi

similar entre os adipócitos de ratos tratados com dieta N e H, mas a lipólise estimulada por

noradrenalina foi menor nos adipócitos de ratos tratados com dieta H. Esses dados sugerem

que o acúmulo de TAG no TABE é devido a uma menor responsividade do TABE às

catecolaminas. De fato, a dieta H induz um aumento na atividade simpática no TABE,

avaliada pelo turnover de noradrenalina, mas induz uma redução no conteúdo dos receptores

β2 avaliado por Western blotting. A dieta H não alterou o conteúdo de IRβ e AKT, mas

causou uma redução no conteúdo de of IRS-1 (~40%) e na fosforilação da AKT (~60%).

Esses achados poderiam explicar porque o suprimento de glicose da dieta não é acompanhado

do aumento da geração de G3P a partir da glicose e da síntese de AG.

Palavras-chave: rato, tecido adiposo, glicerol-3-fosfato, ácido graxo, dieta hipoprotéica,

metabolismo lipídico

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ABSTRACT

The purpose of the present work was to investigate the effect of low protein (LP) diet on the

supply of fatty acid (FA) and glycerol-3-phosphate (G3P) and on lipolysis in the epididymal

(EPI) adipose tissue. Previously, our laboratory showed that the LP diet induces an increase in

the weight and lipid content in the EPI adipose tissue from growing rats. The sympathetic

activity and the insulin action, two factors that control the metabolism of lipids, also were

investigated. The supply of FAs was determinated by estimative of the a) lipase lipoprotein

activity, and b) de novo FA synthesis, evaluated by incorporation of 3H of the 3H2O in vivo.

The supply of G3P was determinated by the estimative of a) the glycolysis and

glyceroneogenesis, evaluated in vivo by incorporation of 14C of 14C-glucose 3H of the 3H2O,

and b) the direct phosphorylation of glycerol was evaluated by glycerokinase activity. The

phosphoenolpyruvate carboxykinase (PEPCK) content, key enzyme of glyceroneogenesis,

was essayed by Western blotting. The lipolytic activity was essayed by glycerol release in the

medium incubation in presence or absence of norepinephrine. The LP diet induced a reduction

in the LPL activity (~40%), but did not affect the de novo FA synthesis in EPI adipose tissue

from growing rats. The pathways of G3P generation, glycolysis, glyceroneogenesis and direct

phosphorylation of glycerol, of EPI adipose tissue did not differ between LP diet-fed and

control rats. The PEPCK content in the EPI adipose tissue also was not changed by LP diet.

The basal lipolysis (nonstimulated) was similar between the adipocytes from rats fed a LP diet

and controls, but the lipolysis stimulated by norepinephrine was lesser in adipocytes from LP

diet-fed rats. These data suggest that the TAG accumulation in EPI adipose tissue is due to a

lesser responsiveness of tissue to catecholamines. In fact, the LP diet induces an increase in

the sympathetic activity, evaluated by norepinephrine turnover, in EPI adipose tissue, but

induce a reduction in the β2 receptors content (~70%), essayed by Western blotting. The LP

diet did not affect the content of IRβ and AKT, but caused reduction in the content of IRS-1

(~40%) and phospho-AKT (~60%), suggesting a possible peripheric resistence to insulin.

This finding could explain why the glucose supply of diet is not accompanied by increase in

the G3P generation from glucose and in the FA synthesis.

Key words: rat, adipose tissue, glycerol-3-phosphate, fatty acid, low protein diet, lipid

metabolism

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1

1. INTRODUÇÃO

Classicamente, o papel fisiológico do tecido adiposo branco (TAB) é manter o

suprimento energético para outros tecidos. A síntese de triacilgliceróis (lipogênese) no

período alimentado e a sua quebra (lipólise) nos períodos de aumento da demanda energética

ou jejum, são cruciais para a manutenção do equilíbrio energético do organismo. A

quantidade de triacilgliceróis (TAG) armazenada nos adipócitos será determinada pelo

balanço entre a lipólise e a lipogênese.1,2

Os TAG nos adipócitos são armazenados em gotas lipídicas citosólicas uniloculares,

compostas de um centro de TAG e ésteres de colesterol, circundado por fosfolipídeos e

coberto por proteínas associadas.3 Muitas dessas proteínas são caracterizadas pela presença de

uma sequência de aminoácidos chamada de domínio PAT (perilipin, adipophilin/ adipocyte

differentiation-related protein and tail-interacting protein of 47 kA), sendo a perilipina, a

proteína quantitativa e funcionalmente mais importante.3,4

Os TAG são moléculas compostas de três ácidos graxos (AG) esterificados com uma

molécula de glicerol. Para a formação dos TAG, os AG podem ser provenientes da síntese de

novo a partir de acetil-CoA de diferentes substratos (glicose, aminoácidos), podem ser

captados pela ação da lipase lipoprotéica (LPL) sobre os quilomicrons e lipoproteínas de

muito baixa densidade (VLDL) circulantes, ou podem ainda, ser provenientes da lipólise no

próprio adipócito, cujos AG de TAG (AG-TAG) são parcialmente reesterificados. A taxa de

lipólise e a quantidade de AG reesterificados são parâmetros fundamentais para a definição da

quantidade de AG que serão liberados na circulação.2,5

Os processos que envolvem o ciclo de armazenamento e quebra de TAG são

altamente regulados, sendo que um excesso no acúmulo de TAG pode resultar em obesidade,6

um dos problemas de saúde mais prevalentes na sociedade moderna e que configura um fator

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2

de risco para outras desordens metabólicas, incluindo resistência à insulina, diabetes tipo II e

as doenças cardiovasculares.4,7

A lipólise envolve uma classe de enzimas classificadas como hidrolases, sendo a mais

conhecida delas a lipase hormônio sensível (LHS), que atua principalmente como hidrolase de

diacilglicerol (DAG). Recentemente foi descoberta a desnutrina ou lipase de triacilglicerol

dos adipócitos (ATGL) com alta expressão e especificidade para TAG no TAB. Esses

achados levaram a uma nova compreensão da cascata lipolítica onde a ATGL inicia a lipólise

hidrolisando os AG de TAG para a produção de diacilglicerol (DAG), que subsequentemente

é hidrolisado pela LHS gerando outro AG e um monoacilglicerol (MAG). Finalmente, as

lipases de MAG finalizam a degradação, liberando o último AG e uma molécula de glicerol.4

Apesar de papéis distintos na hidrólise das reservas adiposas, a ATGL e LHS atuam

em cooperação e têm efeitos sinérgicos. Foi demonstrado que em ratos knockout para LHS, a

lipólise basal em jejum prolongado, não foi alterada, mas somente parte da lipólise estimulada

por catecolaminas era mantida.8 A regulação nutricional na atividade da ATGL demonstra sua

importância na mobilização dos estoques de TAG, sendo ativada em períodos de jejum e

inibida na realimentação.9 Outra forma de regulação desta enzima, ocorre em nível de RNA

mensageiro (mRNA), pelos glicocorticóides, que causam um aumento dose-dependente na

síntese da enzima em pré-adipócitos 3T3-L1.10

O controle da lipólise nos adipócitos é um processo bastante complexo e altamente

regulado por interações entre vários fatores. A regulação autócrina da lipólise é induzida por

substâncias produzidas pelas células adiposas ou do estroma vascular, como as

prostaglandinas, adenosina e citocinas, particularmente o fator de necrose tumoral α (TNF- α).

A leptina, hormônio sintetizado pelos adipócitos, tem entre seus efeitos autócrinos a

estimulação da lipólise. Em ratos db/db, que não expressam receptores de leptina a lipólise é

reduzida.11

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3

A lipólise é um processo estimulado pelo sistema nervoso simpático (SNS) e por

hormônios como a adrenalina e o glucagon, que intensificam o processo da lipólise por

ativação das enzimas relacionadas a este processo. A ação das catecolaminas no TAB

depende principalmente do fluxo de adrenalina na circulação sanguínea e/ou de noradrenalina

via inervação simpática. A adrenalina e noradrenalina estimulam a lipólise através dos

receptores β adrenérgicos lipolíticos e a inibem através dos α2 antilipolíticos.9 Os receptores

α2 são encontrados de maneira significante e com predomínio em relação aos receptores β,

somente no tecido adiposo subcutâneo. Não se encontra esclarecido o papel fisiológico dos

receptores α2, ao contrário da bem estabelecida relevância fisiológica dos receptores β na

ativação da lipólise.12

FIGURA 1 – Ação lipolítica das catecolaminas.

A ação lipolítica das catecolaminas é mediada pelos receptores β1, β2 e β3

adrenérgicos, entretanto o β3 é o receptor predominante nos tecidos adiposos de ratos.13 A

interação das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) com os receptores β, acoplados à

proteína G estimulatória (Gs), resulta em aumento da atividade adenilato ciclase, aumentando

os níveis intracelulares de adenosina 3’,5’monofosfato cíclico (cAMP) que leva a ativação da

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proteína quinase A dependente de cAMP (PKA). A PKA é responsável por fosforilar a LHS e

a perilipina A, a principal proteína estrutural localizada na superfície da gota lipídica. A

perilipina A quando fosforilada facilita o acesso da LHS à gota lipídica e expõe a superfície

da gota para a ação das hidrolases que vão promover a hidrólise dos TAG em AG e glicerol

(figura 1).14 O glucagon estimula a atividade lipolítica aumentando diretamente a sinalização

do cAMP e ativação da PKA no TAB.15

A estimulação da lipólise através dos receptores β3 ocorre não somente pela via

adrenérgica clássica descrita acima, mas parte também por uma via independente de cAMP

que envolve a Src quinase, MKK1/2 e ERK. Não se sabe, a natureza exata dos substratos da

ERK envolvidos na ativação da lipólise por esta via.16

Ao contrário das catecolaminas a insulina inibe a lipólise pela fosforilação e ativação

da fosfodiesterase (PDE) específica do cAMP, a PDE-3, que catalisa a hidrólise do cAMP em

AMP, reduzindo os níveis de cAMP e como conseqüência impedindo a fosforilação da LHS e

a lipólise. Quando a insulina se liga ao seu receptor, ele é ativado pela fosforilação em um

resíduo de tirosina, o que causa a fosforilação em substratos intracelulares, os IRS 1 e 2 e a

ligação na subunidade regulatória p85 da fosfatidil inositol quinase-3 (PI3K). Essa ligação

estimula a fosforilação pela PI3K tanto da subunidade regulatória p85 quanto da catalítica

p110. Essa etapa é seguida pela fosforilação da proteína quinase B/Akt e ativação da PDE-3B,

a enzima que cataliza a degradação do cAMP.9

A ação inibitória dos receptores adrenérgicos α2 se faz também pela redução dos

níveis de cAMP, embora esta redução seja decorrente da inibição da adenilato ciclase que

catalisa a formação do cAMP a partir do ATP. Esta inibição é feita pela associação dos

receptores α2 à proteína G inibitória (Gi) e não a Gs como ocorre com os receptores β (figura

1).12

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Existem, portanto, duas categorias principais de agentes antilipolíticos: a) os que

atuam nos receptores de sete domínios transmembrana acoplados à proteína G inibitória (Gi) e

b) os que ativam receptores com atividade tirosina quinase. Os principais receptores

antilipolíticos acoplados à proteína Gi envolvem os α2 adrenérgicos, receptores do ácido

nicotínico, de prostaglandina E2, adenosina-A1 e Y1 neuropeptídio Y/peptídeo YY. A

insulina e fator de crescimento insulínico 1 são os típicos receptores antilipolíticos com

atividade tirosina quinase.9

A inibição da lipólise não é o único efeito da resposta anabólica da insulina no TAB.

A insulina estimula também a lipogênese, sendo o hormônio mais importante envolvido em

sua regulação. Os efeitos da insulina após sua ligação com os receptores tirosina quinase vão

iniciar a cascata de transdução de sinal, que vão culminar simultaneamente com o

recrutamento dos transportadores de glicose GLUT-4 para a membrana e o aumento da

expressão e/ou ativação por modificação covalente das enzimas da via glicolítica e da

lipogênese.17,18,19

FIGURA 2 – Controle da lipólise e lipogênese.

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A relação insulina/glucagon é um dos pontos de controle do balanço entre lipólise e

lipogênese. Em situações como o jejum, onde há uma redução na relação insulina/glucagon a

hidrólise dos TAG está aumentada, devido a elevação na sinalização dependente de

cAMP.15,20

Como descrito anteriormente, a formação dos TAG utiliza não só AG sintetizados de

novo, mas também AG pré-formados, provenientes não só da quebra dos TAG endógenos,

mas também da captação dos AG presentes na forma de TAG nas lipoproteínas circulantes.

Trabalhos anteriores21 mostram que no TAB epididimal e retroperitoneal de ratos adaptados à

dieta hiperprotéica (HP) livre de carboidratos, a fração de AG-TAG formados a partir da

síntese de novo, se constitui numa pequena fração, sendo que a maior parte dos TAG é

formada a partir dos AG pré-formados. Em humanos tem sido demonstrado que a maior parte

dos AG armazenados em TAG no TAB é proveniente da corrente sanguínea, sendo apenas

uma pequena fração sintetizada pelo tecido, mesmo após a ingestão de uma dieta

hiperglicídica.22 A captação destes AG é dependente da LPL, enzima encontrada na parede

dos capilares, que atua sobre os TAG presentes nas lipoproteínas, liberando os AG, que serão

esterificados ao glicerol dentro dos adipócitos para a formação do TAG (figura 2). A insulina

favorece também este processo, pela ativação da via da PI3K aumentando a atividade e a

expressão da LPL no TAB com aumento nos níveis de mRNA da enzima.23

Além dos AG, a formação de TAG e o perfeito funcionamento do TAB, dependem da

disponibilidade de glicerol-3-fosfato (G3P) para a esterificação dos AG. Este G3P pode ser

sintetizado a partir da glicose, da fosforilação direta do glicerol pela gliceroquinase e através

de intermediários de três carbonos (lactato, piruvato e alanina) pela via gliceroneogênica

(figura 3).7

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FIGURA 3 – Vias de formação de glicerol-3-fosfato no TAB.

A via de síntese de G3P a partir da glicose é a via classicamente conhecida tanto no

TAB como no tecido adiposo marrom (TAM), sendo a glicose degradada pela via glicolítica

até diidroxiacetona fosfato, seguido de redução a G3P pela glicerol-3-fosfato desidrogenase.

A geração de G3P pela fosforilação do glicerol pela gliceroquinase (GK), até

recentemente, foi considerada desprezível no TAB, tendo em vista a reduzida atividade desta

enzima neste tecido, quando comparado ao fígado. No entanto, estudos mais recentes

mostram que embora reduzida em relação aos outros tecidos, a atividade da GK no TAB é

mensurável, podendo variar em diferentes situações metabólicas. Animais submetidos à dieta

HP livre de carboidratos têm uma reduzida atividade da GK no TAB retroperitoneal,24

enquanto um aumento de 120% na atividade da GK foi observado no TAB retroperitoneal de

animais adaptados à dieta cafeteria quando comparado ao dos animais submetidos à dieta

balanceada.25 Há trabalhos na literatura que mostram também que a GK se encontra

aumentada em alguns tipos de obesidade, como em camundongos obesos ob/ob e ratos Zucker

fa/fa.26 A importância da GK pode ser observada em um estudo que demonstra que

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camundongos knockout para o gene da gliceroquinase não sobrevivem por mais de quatro dias

depois de nascidos.27

Além da via de fosforilação do glicerol pela GK e a via de formação de G3P a partir

da glicose, o G3P pode ser sintetizado a partir de precursores não glicídicos pela

gliceroneogênese. As primeiras observações sobre esta via foram feitas ao final da década de

60 e início da década de 70,28,29,30,31 com a constatação de que o TAB epididimal de ratos era

capaz de converter in vitro lactato, piruvato, e aminoácidos glicogênicos em glicerol de TAG.

O fato de estas observações terem sido realizadas no tecido adiposo de animais jejuados e

diabéticos, foi interpretado por Reshef et al. (1970)30 como um mecanismo de redução na

liberação de AG-TAG com a finalidade de prevenir a formação de corpos cetônicos e

consequentemente a acidose, características destas duas situações metabólicas.

Posteriormente, Botion et al. (1998)21 utilizando técnica de dupla marcação (3H2O e –

glicose-U-14C) refutaram a hipótese de Reshef sobre a importância funcional desta via, ao

constatar que ratos adaptados à dieta HP sem carboidratos e com reduzida lipólise

apresentavam aumentada gliceroneogênese. O aumento desta via foi interpretada pelos

autores, como um mecanismo para garantir a geração de G3P, numa situação de baixa

disponibilidade de glicose, assegurando assim, a esterificação dos AG e manutenção dos

depósitos de TAG. Estes animais não apresentavam alteração na ingestão calórica32, mas

apresentavam uma redução de 10-20% do conteúdo de AG totais da carcaça33, apesar de

ingerirem uma dieta isocalórica isenta de carboidratos. Outro aspecto importante destes

estudos foi a constatação de que mesmo em animais com dieta balanceada, a contribuição da

gliceroneogênese era maior (56%) do que a contribuição da glicose (44%) na formação de

G3P no TAB.21 A ocorrência e a importância desta via, também foram demonstradas no

TAM 34 e fígado.21 Aprofundamentos no estudo desta via identificaram a fosfoenolpiruvato

carboxiquinase (PEPCK), considerada inicialmente uma enzima exclusivamente

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gliconeogênica, como enzima chave também da gliceroneogênese e que catalisa a conversão

de oxaloacetato, um intermediário do ciclo de Krebs, a fosfoenolpiruvato. Animais

geneticamente modificados foram fundamentais nestes estudos, possibilitando a constatação

de que camundongos com deleção gênica para PEPCK apresentam redução da gordura e

aumento da mobilização de AG-TAG do TAB35, enquanto camundongos que superexpressam

esta proteína apresentam alta atividade gliceroneogênica e obesidade.36

A transcrição do gene da PEPCK no TAB requer vários fatores de transcrição que

incluem o PPARγ e C/EBPα. A transcrição do gene da PEPCK citosólica (PEPCK-C) no

TAB é induzida por cAMP e inibida por glicocorticóides e insulina.37 Os AG-TAG liberados

durante a lipólise ativam o PPARγ e induzem a transcrição do gene da PEPCK-C,

aumentando as taxas de re-esterificação em TAG.38

As três vias de geração de G3P acima descritas, se alternam, garantindo a formação

deste metabólito em diferentes condições metabólicas. No estado pós-prandial, onde ocorre

maior taxa de síntese de TAG, quando os ácidos graxos da dieta são esterificados a TAG

principalmente no tecido adiposo, grande parte do G3P é sintetizado a partir da glicose. Esse

processo é estimulado pela insulina, que aumenta a captação e oxidação da glicose nos tecidos

para garantir a disponibilidade de ATP e de G3P requerido para a síntese de TAG.37

Entretanto, durante o jejum, quando a lipólise é induzida por uma baixa relação

insulina/glucagon, a disponibilidade de glicose para a síntese de G3P é limitada, já que a

glicose é requerida por tecidos como cérebro e hemácias. Neste caso, a gliceroneogênese é

fundamental para a geração de G3P. Em ratos tratados com a dieta HP livre de carboidratos, a

síntese de G3P a partir da glicose corresponde a apenas 21% do total.21

Em suma, o tamanho do depósito de TAG é resultante da interação dos vários

processos descritos (lipólise, disponibilidade de AG, formação de G3P), que são determinados

pelo conjunto de alterações hormonais, metabólicas e neurais estabelecido para cada situação

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nutricional. A utilização de modelos experimentais submetidos a dietas específicas ao

promoverem a alteração destes parâmetros podem contribuir para a compreensão dos

mecanismos regulatórios dos mesmos.

Ratos machos em fase de crescimento submetidos à restrição protéica

O estado nutricional é dependente da qualidade e da quantidade de nutrientes

disponibilizados na dieta. Alterações na sua composição em relação a uma dieta balanceada

(adequada à fase de vida em que se encontra o indivíduo) podem levar a alterações

energéticas e metabólicas importantes.

A literatura mostra dados divergentes e até mesmo contraditórios sobre os efeitos da

redução de proteína na dieta,39,40,41,42 divergências e contradições estas que se jutificam, à

medida que dependem de vários outros parâmetros, como: o grau de restrição protéica, o

tempo de restrição e a fase da vida em que ela ocorre.

Uma resposta comum de adaptação dos organismos à redução de proteínas é a

modificação do padrão de consumo alimentar. Relatos de aumento e diminuição são

encontrados na literatura. No entanto, há um consenso de que em uma situação de aumento no

gasto energético, associado à restrição protéica que não se afaste muito do requerimento do

animal, há um aumento na ingestão alimentar.39,40,41,43,44 Este aumento no consumo parece ser

uma tentativa dos organismos submetidos à esta condição, de compensar a necessidade

protéica.39,41,45 O fato de não haver maneira de estocar aminoácidos no organismo, sugere que

a compensação se dê através da busca de mais proteínas ou aminoácidos, na tentativa de

alcançar o requerimento protéico, até que os sinais neurais e plasmáticos de saciedade sejam

alcançados.40 Diferentemente do que ocorre com a ingestão alimentar, existe um consenso de

que a restrição protéica leva ao aumento do conteúdo lipídico.

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O nosso modelo experimental foi estabelecido por França et al (2009)39, utilizando

ratos em crescimento submetidos à uma dieta com 6% de proteína (compensada com

carboidratos) por 15 dias, e partiu da premissa de que se trata de uma restrição protéica

moderada numa fase em que ocorre aumento no gasto energético estimulando a ingestão

alimentar.42 O requerimento protéico de ratos em crescimento se situa em torno de 15%,

enquanto que nos adultos cai para 5%.46 Já foi demonstrado que um nível de restrição de 10%

por 12 dias, ocasiona aumento da ingestão em ratos jovens (≈190g)40, assim a oferta de uma

dieta com 6% de proteína aos nossos animais na fase de crescimento, garante um nível

moderado de restrição, onde os parâmetros de aumento da ingestão e maior acúmulo de

depósitos adiposos são alcançados.39

Resultados prévios com estes animais motivaram a continuidade dos estudos sobre o

metabolismo lipídico, uma vez que eles tiveram um ganho energético com alterações

profundas na composição corporal, com redução de proteínas e água, aumento de gordura na

carcaça e no peso e conteúdo de lipídeos nos depósitos de tecido adiposo branco e marrom.

Estes animais apresentaram aumento aproximado de 100% nos níveis de corticosterona e

leptina séricos, sem alterações nos de glucagon. Os baixos níveis de insulina plasmática e

altos níveis de leptina não induzem mudanças na glicemia pós-prandial; entretanto, no jejum

os animais alimentados com a dieta hipoprotéica (H) apresentam níveis de insulina igual aos

dos animais com dieta balanceada com redução na glicemia.39

Um complexo sistema mantém a homeostase energética corporal. A ingestão alimentar

é ajustada em resposta a mudanças na necessidade energética. Há uma comunicação entre os

depósitos de gordura corporais e o sistema nervoso central por meio de moléculas

sinalizadoras que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea e vão ativar núcleos

orexígenos ou anorexígenos.47

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Hormônios como a insulina e a leptina, juntamente com os nutrientes disponíveis na

circulação, indicam a quantidade de energia armazenada. Todos esses sinais agem em

diferentes locais no sistema nervoso central, com as vias convergindo para o hipotálamo, que

contém uma grande quantidade de peptídeos e neurotransmissores que regulam a ingestão

alimentar. Quando a quantidade de TAG nos depósitos adiposos está baixa, o TAB reduz a

secreção de leptina, que sinaliza para um aumento na produção pelo hipotálamo de

neurotransmissores orexígenos, como o neuropeptídio Y (NPY) e agouti-related protein

(AgRP) e diminuição de anorexígenos como α-melanocyte-stimulating hormone (α-MSH) e

cocaine and amphetamine-regulated transcript (CART).47,48

Em ratos jovens submetidos à restrição protéica de 10%, a liberação basal de NPY

pelo tecido hipotalâmico in vitro foi maior do que em ratos alimentados com dieta contendo

20% de proteína.40 Nos ratos tratados com a dieta H, como descrito anteriormente, o nível

plasmático de leptina é duas vezes maior do que a encontrada em animais submetidos à dieta

normoprotéica, apesar da maior quantidade de lipídeos armazenados,39 o que sinaliza pra uma

resistência à leptina nesses animais.

O acúmulo de lipídeos observado nos animais H, acompanhado de aumento na

ingestão calórica apesar dos altos níveis de leptina os torna um ótimo modelo para o estudo do

metabolismo de lipídeos, podendo trazer importante contribuição para a compreensão da

obesidade humana.

Tendo em vista que as abordagens nutricionais para o combate à obesidade não têm

sido eficazes, o interesse na regulação do metabolismo de lipídios se torna fundamental para a

identificação de alvos moleculares do armazenamento lipídico e desenvolvimento de

estratégias para o controle da redução de depósitos adiposos.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

O objetivo deste trabalho foi avaliar a síntese de ácidos graxos e glicerol, bem como a

atividade lipolítica e a sinalização insulínica no tecido adiposo branco epididimal (TABE) de

ratos em crescimento adaptados à dieta hipoprotéica (H) por 15 dias.

2.2 Objetivos específicos

1. Confirmar os dados obtidos por França et al. (2009)35 em animais na fase de

crescimentos submetidos à dieta H, modelo experimental utilizado neste trabalho.

� Acompanhamento da evolução do peso corporal

� Acompanhamento da ingestão de água e alimento

� Determinar o peso e o conteúdo lipídico do TABE

2. Determinar o conteúdo plasmático de noradrenalina e adrenalina

3. Avaliar a origem dos AG esterificados em TAG no TABE

� Determinação da atividade da LPL

� Determinação da velocidade de síntese de AG total in vivo pela

incorporação de 3H de 3H2O

4. Avaliar as vias de geração de G3P

� Determinação da velocidade de síntese de glicerol-TAG in vivo com 3H2O e

glicose-U-14C para avaliar as vias de síntese a partir da glicose e da

gliceroneogênese

� Determinação do conteúdo da PEPCK para avaliar a via da

gliceroneogênese

� Determinação da atividade da gk para avaliar a geração de G3P de TAG

pela fosforilação direta do glicerol

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5. Avaliar a atividade simpática no TABE

� Determinação da velocidade de renovação de noradrenalina

6. Avaliar a atividade lipolítica

� Determinar a lipólise basal in vitro

� Avaliar a resposta lipolítica à noradrenalina in vitro

� Determinar o conteúdo de receptores β2 no TABE

7. Avaliar o conteúdo dos componentes da via de sinalização da insulina no TABE

� Determinar o conteúdo total de IRβ, IRS-1 e AKT

� Determinar os níveis de fosforilação de AKT (ser-473)

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3. MATERAIS E MÉTODOS

A parte experimental foi desenvolvida no Laboratório de Bioquímica-Pesquisa do

Departamento de Química, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os experimentos de dosagem de

catecolaminas plasmáticas, velocidade de renovação de noradrenalina e determinação da

velocidade de síntese de glicerol de TAG in vivo com 3H2O e glicose-U-14C foram realizados

no Laboratório de Controle do Metabolismo, na Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo em Ribeirão Preto - SP (FMRP-USP). Os experimentos foram conduzidos com

base nos princípios de boas práticas de laboratório e procedimentos científicos, de acordo com

as recomendações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), e com a

aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Animal (CEPA) da UFMT sob protocolo nº

23108.029611/09-7.

3.1 Animais e tratamento

Foram utilizados experimentalmente ratos machos albinos (Rattus norvegicus) da

linhagem Wistar, provenientes do Biotério Central da UFMT. Antes do início do período

experimental, os animais passaram por uma ambientação de dois dias no biotério pertencente

ao Laboratório de Bioquímica Pesquisa, acomodados em caixas de polipropileno e recebendo

água e ração Labina (Purina, Paulínia, SP, Brasil) ad libitum.

Os animais apresentavam no início dos experimentos aproximadamente 30 dias de

vida e peso entre 90-100g. Durante o período experimental os animais foram mantidos

individualmente em gaiolas metabólicas e ciclo claro/escuro de 12 horas, à temperatura de 24

± 2ºC e umidade de ± 55% em suas respectivas dietas (normoprotéica ou hipoprotéica),

recebendo água e alimento ad libitum. O peso corporal e a ingestão de água e alimento foram

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monitorados a cada dois dias. Todos os experimentos foram realizados com animais

alimentados e iniciados sempre às 7:00 horas.

Foram estabelecidos dois grupos experimentais: o grupo N que recebeu dieta

normoprotéica contendo 17% de proteína e o grupo H que recebeu dieta hipoprotéica

contendo 6% de proteína por um período de 15 dias. As diferenças calóricas ocasionadas pela

redução protéica na dieta H foram compensadas com o equivalente em carboidratos,

mantendo-as isocalóricas (16,3 kJ/g). A dieta normoprotéica segue as recomendações do

Instituto Americano de Nutrição (AIN-93G)49 para roedores em fase de crescimento, prenhez

ou lactação.

Tabela 1 – Composição da dieta normoprotéica e hipoprotéica (g/kg).

Ingredientes

Dieta Normoprotéica (17% de proteína)

g/kg

Dieta Hipoprotéica (6% de proteína)

g/kg Amido 397,5 480 Dextrina 132 159 Sacarose 100 121 Caseína (84% de proteína)* 200 71,5 Óleo de Soja 70 ml 70 ml Fibra 50 50 Mistura de Sais (AIN – 93G)** 35 35 Mistura de Vitaminas (AIN – 93G)** 10 10 L – cistina 3 1 Bitartarato de Colina 2,5 2,5 * Valores corrigidos em função da quantidade de proteína determinada. ** Composição detalhada por Reeves, Nielsen e Fahey (1993).49

As dietas foram preparadas em forma de pó, com os ingredientes pesados em balança

analítica (Marte A500), peneirados em malha 200 e homogeneizados manualmente. As dietas

foram preparadas em quantidade suficiente para todo o período experimental e armazenadas

em recipientes de polipropileno sob temperatura de 5º C.

Em todos os experimentos, o peso corporal e o consumo da dieta durante o período de

15 dias foram acompanhados, confirmando a reprodutibilidade dos dados obtidos por França

et al. (2009)39 para este modelo experimental.

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Os animais foram eutanasiados sempre por deslocamento cervical e os tecidos

adiposos brancos epididimais (TABE) coletados e pesados após laparotomia mediana. Nos

experimentos em que o tecido não foi utilizado no momento da retirada, seguiu-se o

congelamento em nitrogênio líquido e armazenamento a -80ºC.

3.2 Determinação do conteúdo lipídico do TABE

A extração foi realizada pelo método de Folch et al. (1957).50 O TABE foi

homogeneizado em clorofórmio:metanol (2:1). Em seguida, o material foi filtrado utilizando

papel Whatman nº 1 e ao filtrado foi adicionado água deionizada. Após separação da fase

clorofórmica e aquosa, uma alíquota da fase clorofórmica foi transferida para tubos

previamente pesados, para evaporação à 50˚ C. A quantificação da gordura foi obtida pelo

método gravimétrico.

3.3 Dosagem de catecolaminas sérica

Para a dosagem de adrenalina e noradrenalina no plasma, o sangue de animais

alimentados foi coletado em tubos com heparina e centrifugado a 3000 rpm por 10 minutos

para a obtenção do plasma. Foram transferidos 0,5 ml do plasma acrescidos de 10 mg de

metabissulfito de sódio para tubos plásticos que foram centrifugados a 5000 rpm durante 10

min à 4ºC. O sobrenadante foi transferido para outro tubo, contendo tampão Tris 24,2% (pH

8,9), 0,5% de metabissulfito de sódio, 2,5% de EDTA, 50 mg de alumina previamente

ativada a 100ºC durante 30 minutos e 20 µl do padrão interno diidroxibenzilamina diluído 100

vezes.

As amostras permaneceram sob agitação constante por 20 minutos e foram

posteriormente centrifugadas a 1000 rpm por 1 minuto. Descartado o sobrenadante, a alumina

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foi lavada por duas vezes com uma solução contendo 0,004% de EDTA, 0,02% de

metabissulfito de sódio e 0,06% de Tris. As catecolaminas foram extraídas da alumina pela

adição de 0,5 ml de solução eluidora contendo ácido perclórico 0,86 N, metabissulfito de

sódio 0,019% e EDTA 0,02%, seguida de agitação constante por 10 minutos.51 O

sobrenadante foi utilizado para a determinação do conteúdo de adrenalina e noradrenalina por

cromatografia líquida de alta performance (HPLC) em um cromatógrafo modelo LC-7A,

equipado com uma coluna de fase reversa Spherisorb ODS-II (Sigma-Aldrich), acoplado a um

detector eletroquímico modelo L-ESD-6A e um polígrafo modelo C-R5A, todos da marca

Shimadzu.

3.4 Atividade da enzima lipase lipoprotéica

A determinação da atividade da lipase lipoprotéica (LPL) foi baseada no método de

Nilsson-Ehle e Schotz (1976)52, fundamentada na reação:

TAG (glicerol tri[1-14C]oleato) LPL glicerol + (14C-oleato)

O TAB epididimal foi homogeneizado em sacarose 250 mM, EDTA 1 mM e heparina

20 U/mL (pH 7,4) na proporção de 100 mg de tecido:1 ml de tampão. O homogenado foi

centrifugado a 10.000 rpm por 15 minutos a 4°C e o sobrenadante, abaixo da camada

gordurosa, foi utilizado para determinação da atividade da LPL.53

O substrato, contendo 78 µmol de trioleína, 4 mg de lisolecitina em clorofórmio e 12,5

µCi de glicerol tri[1-14C]oleato em tolueno (Amersham, Sunnyvale, CA, USA) foi preparado

no dia anterior ao ensaio. Os solventes orgânicos foram evaporados sob corrente de nitrogênio

à temperatura ambiente. Após a adição de 5 ml de glicerol a mistura foi homogeneizada

vigorosamente em vórtex.

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Para o ensaio, a mistura de reação foi preparada, contendo duas partes de substrato,

duas partes de tampão para LPL (Tris 0,2 M, pH 8,8, albumina bovina livre de ácidos graxos

6% e NaCl 0,15 M) e uma parte de soro de rato jejuado por 36 horas. O soro é fonte de

apolipoproteina C-II, um co-fator requerido para a ativação da enzima.

Além dos ensaios contendo a amostra, foram realizados ensaios sem a adição da

amostra (Branco) e tubos contendo além da amostra, NaCl 5M, um inibidor da LPL (Inibido).

Em todos os tubos foram adicionados 100 µL da mistura de reação. No tubo branco foram

acrescentados 150 µL de água destilada, no tubo inibido 50 µL de NaCl 5 M e no

desconhecido 50 µL de água destilada. Após agitação em vórtex e pré-incubação a 37ºC por

15 minutos sob agitação, foram acrescentados 100 µL da amostra nos tubos inibidos e nos

tubos contendo a amostra. A incubação foi mantida por 60 minutos a 37ºC sob agitação (80

ciclos por min) em banho metabólico. A reação foi interrompida com a adição de 3,25 mL da

mistura de extração de VAUGHAN54 (clorofórmio-heptano-metanol 1,25:1,1:1,41)] seguido

de agitação em vórtex. Em seguida, foi adicionado 1 mL de tampão carbonato-borato 0,1 M

(carbonato de potássio 0,05 M e ácido bórico 0,05 M) pH 10,5 e o tubo de reação foi

novamente agitado em vórtex seguido de centrifugação a 500 rpm por 15 min. Alíquotas de

0,8 mL da fase aquosa superior foram transferidas para frascos de cintilação contendo 9 ml de

líquido de cintilação (SX20-5, Fisher Scientific, Pittsburgh, PA, USA) para contagem da

radioatividade em contador de cintilação Tri Carb 2100 TR (Packard, Walthan, MA, USA).

Para o cálculo da atividade da enzima, o DPM da amostra foi subtraído pelo DPM do inibido.

A atividade enzimática da LPL foi expressa em nmol de ácido oléico liberado por minuto por

miligrama de proteína. A dosagem de proteína foi realizada pelo método BCA (Bicinchoninic

acid – Sigma, St Louis, MO, USA).55

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3.5 Determinação da velocidade de síntese de ácidos graxos de novo

A síntese de AG de novo foi avaliada in vivo pela incorporação de trítio (3H) da água

tritiada (3H2O) em ácidos graxos. A metodologia se baseia na premissa de que a 3H2O se

distribui pelo organismo juntamente com a água corporal e mantém sua atividade específica

constante por longos períodos de tempo, tanto no plasma quanto nos tecidos. Durante a

síntese de ácidos graxos, o 3H é incorporado em ligações estáveis C-H, por meio da troca de

3H com os H dos nucleotídeos de piridina reduzidos (NADPH).56

Para a determinação da síntese de ácidos graxos in vivo, foram administrados 3 mCi

de água tritiada (Amersham) por animal por via intraperitoneal. Uma hora após a injeção os

animais foram eutanasiados por decapitação. O sangue foi coletado em tubos heparinizados e

centrifugados a 2500 rpm por 15 minutos a 4ºC para a obtenção do plasma. Os TAB

epididimais foram retirados, pesados e homogeneizados em mistura clorofórmio: metanol

(2:1) para a extração dos lipídios, transferidos para provetas de vidro e o volume foi

completado para 10 ml com a mesma mistura.50 Após a extração, o material foi filtrado em lã

de vidro, e ao filtrado foi adicionado água deionizada na proporção 1:5. A fase superior foi

descartada, e a fase clorofórmica inferior foi lavada três vezes com mistura de fase superior

composta de clorofórmio, metanol e mistura de sais (0,528 g de CaCl2.H20; 0,732 g de

MgCl2.6H2O; 5,8 g de NaCl em 940 ml de H2O) nas proporções 21,1: 337: 330. Para o

isolamento de ácidos graxos, foi retirada uma alíquota de 4 ml, de onde foi evaporado todo o

clorofórmio em banho maria a 50ºC. Após a adição de 20 ml de KOH etanólico (1 ml de

KOH 14,5 M + 20 ml de álcool etílico), os tubos foram tampados e levados ao banho maria a

80ºC por duas horas para a saponificação dos lipídios. Após esse período, os tubos foram

mantidos destampados no banho a 50ºC para a evaporação do álcool etílico. O material

saponificado foi então lavado três vezes com 8 ml de éter de petróleo para a remoção dos

lipídio não saponificáveis. Posteriormente a amostra foi acidificada com ácido perclórico a

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6%. Os ácidos graxos foram extraídos com éter de petróleo e transferidos para frascos de

cintilação, de onde o éter foi evaporado. Após a evaporação, foram adicionados 10 ml de

coquetel de cintilação. Para a determinação da atividade específica do trítio no plasma, o

mesmo foi diluído 20 vezes em água deionizada, e uma alíquota de 10 µl da diluição foi

transferida para frasco de cintilação com 10 ml de coquetel de cintilação. A radioatividade no

plasma e a incorporada na fração dos ácidos graxos teciduais foi medida em contador de

cintilação Tri Carb 2100 TR.

A velocidade da síntese de ácidos graxos de novo foi calculada pela seguinte fórmula:

O cálculo se baseia nos trabalhos de Windmueller e Spaeth (1966)56. A atividade

específica da água tritiada (DPM de 3H ÷ mL de H2O) é obtida a partir da radioatividade

plasmática, considerando que cada mL de plasma contém 0,94 mL de água. O fator 109 ÷13,3

corrige a discriminação isotópica e converte átomo-grama de hidrogênio em nmol de ácidos

graxos com 16 átomos de carbono sintetizados. O cálculo pressupõe que metade de todos os

átomos de hidrogênio são provenientes da água. Esta técnica estima a síntese de ácidos graxos

a partir de todas as unidades de dois carbonos, independente do tipo de substrato utilizado.

3.6 Determinação da velocidade de síntese de glicerol de TAG in vivo com 3H2O e

glicose-U-14C

A velocidade de síntese de glicerol total, a partir da glicose e pela gliceroneogênse in

vivo foi determinada em um mesmo animal. A síntese a partir de glicose foi avaliada pela

incorporação de 14C de glicose-U-14C e a síntese total de glicerol pela incorporação de 3H de

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3H2O. A velocidade da gliceroneogênese foi avaliada pela diferença entre a síntese total e a

síntese a partir da glicose.

A administração de 3H2O e glicose-U-14C foi realizada via endovenosa por meio de

cânula implantada previamente na veia jugular direita, dois dias antes do experimento,

conforme descrito por Harms e Ojeda (1974).57 Cada animal recebeu 3 mCi de 3H2O e 10µCi

de glicose-U-14C diluídos em 0,5 mL de solução salina. Após administração dos

radioisótopos, amostras de 200 µL de sangue foram coletadas em tubos heparinizados nos

tempos 1, 5, 15, 30 e 60 minutos, para obtenção do plasma. Nas amostras de plasma foram

realizadas as seguintes medidas: a) concentração de glicose nas amostras de todos os tempos,

pelo método da glicose oxidase (Kit Labtest, Lagoa Santa, MG) b) atividade específica do

3H2O no plasma (conforme descrita no item 3.5) no tempo 60 minutos; c) determinação da

atividade específica da glicose-U-14C, onde 100 µl da amostra foram adicionados a 300 µl de

HClO4 6% e neutralizados com KOH, sendo a glicose-U-14C e os intermediários de 3

carbonos (lactato e piruvato) separados em coluna cromatográfica de troca iônica (DOWEX

1X8), com base no método de Baker, Huebotter e Schotz (1965)58 com modificações. A

glicose-U-14C inicialmente retida na coluna foi eluída com água obtendo-se duas frações de

1,6 mL. O lactato e piruvato retidos foram eluídos com NaOH 1 M obtendo-se mais duas

frações de 1,6 ml cada. As frações foram recolhidas em frascos de cintilação sendo em

seguida adicionado o coquetel de cintilação para contagem da radioatividade.

Após a coleta do tempo 60 minutos, os animais foram sacrificados por deslocamento

cervical e os TAB epididimais foram retirados, pesados e colocados em mistura de

clorofórmio:metanol na proporção de 2:1 para posterior processamento e extração dos lipídios

totais. A extração dos lipídios totais e ácidos graxos segue o processo já descrito na síntese de

ácidos graxos a partir de 3H2O (Item 3.5). A radioatividade do 3H e 14C incorporada em

lipídios totais e ácidos graxos foi medida em cintilador Packard Tri-Carb 2100 TR em dois

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canais separados, segundo o método de Hendler (1964).59 A radioatividade do 3H e 14C

incorporada em glicerol de TAG foi determinada pela diferença entre a incorporação nos

lipídios totais e nos ácidos graxos.

A síntese do glicerol “total”, utilizando 3H2O, foi calculada segundo Windmueller e

Spaeth (1966),56 conforme descrito para os ácidos graxos na técnica de lipogênese in vivo

(item 3.5). As taxas de síntese de TAG-glicerol utilizando 3H2O foram estimadas assumindo-

se que cada molécula de glicerol incorporada em TAG contém 3,3 átomos de 3H quando

formado a partir da glicose, ou 5 átomos de 3H quando formado a partir de substratos não

glicídicos via gliceroneogênese.56,60 A taxa de síntese de glicerol obtida a partir da 14C-glicose

foi usada para estimar (usando o fator 3,3) o 3H incorporado em glicerol a partir da glicose,

que foi então subtraído do 3H incorporado em glicerol. Os valores obtidos representam o trício

incorporado em glicerol sintetizado a partir de substratos não glicogênicos, que foram

utilizados para estimar (usando o fator 5) a gliceroneogênese.

O fluxo de carbonos da glicose para a síntese de ácidos graxos e glicerol foi avaliado

segundo o modelo semicompartimental proposto por Baker e Huebotter (1972),61 que se

baseia no modelo de dois compartimentos, no qual todos os produtos finais, incluindo AG e

glicerol de TAG são sintetizados a partir de um pool comum de intermediários.

A análise semicompartimental requer a curva de atividade específica no plasma após

a injeção intravenosa de glicose-U-14C, como também a medida da radioatividade incorporada

nos produtos finais analisados num intervalo de tempo t em condições de steady-state para a

concentração de glicose plasmática. A velocidade do fluxo de glicose para produtos finais é

dada pela expressão:

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Onde:

R1 = nmoles de produto final sintetizado por minuto;

VRI= velocidade de remoção irreversível de carbonos da glicose (µg de carbonos de

glicose/minuto);

q (60) = % de glicose-U-14C incorporada em todos os produtos finais aos 60 minutos;

K1 = 1/µg de carbonos de glicose. É o fator que converte µg de carbonos da glicose em

nmoles de produto final (ácido graxo ou glicerol). A síntese de 1 nmol de AG contendo 16

átomos de carbono, se totalmente sintetizado a partir de glicose, requer 0,192 µg de carbonos

enquanto a síntese de 1 nmol de glicerol, nas mesmas condições requer 0,036 µg de carbonos

de glicose.

Curva da atividade específica da glicose-U-14C no plasma

Para obtenção da curva utilizou-se a radioatividade plasmática de 14C nos tempos 1, 5,

15, 30 e 60 minutos após injeção intravenosa de glicose-U-14C e a atividade específica foi

calculada, através da porcentagem da radioatividade encontrada no plasma e a concentração

da glicose plasmática.

A curva segue a seguinte equação exponencial de dois termos:

F (t) = a1. e –k1.t + a2. e –k2.t

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Onde, a1 e a2 representam extrapolações feitas ao tempo zero da curva de atividade

específica, e as unidades k1 e k2 são recíprocas do tempo (min.-1). A relação entre qn(60), k1 e

k2 é a seguinte:

A velocidade de remoção irreversível (VRI) de carbonos da glicose foi calculada a

partir da curva temporal de atividade específica em função do tempo da glicose-U-14C

plasmática. Ela corresponde à recíproca da área sobre a curva.62,63

A dose foi normatizada a 100 e o fator 1000 transforma mg de carbonos da

glicose/minuto em µg de carbonos de glicose/minuto.

Cálculo do q(60):

3.7 Determinação do conteúdo de PEPCK por Western blotting

Para a determinação do conteúdo de PEPCK foi utilizada eletroforese em gel de

poliacrilamida seguido de Western blotting. Foi retirado 1 g de TABE e homogeneizado em 2

ml de tampão 50 mM de Tris-HCl (pH 7,4) contendo 150 mM de NaCl; 1 mM de EDTA; 1%

de Triton X-100; 0,1% de SDS; 5 µg/ml de aprotinina; 1mM de PMSF; 10 mM de

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ortovanadato de sódio; 100 mM de NaF; 10 mM de pirofosfofato de sódio. O homogenado foi

centrifugado a 10000 rpm por 50 minutos à 4ºC, para a remoção dos debris celulares e o

sobrenadante foi separado para a realização da eletroforese e dosagem de proteínas pelo

método de Bradford (1976)64. Aos homogenados foi adicionado tampão da amostra (20% de

glicerol, 125 mM de Tris-HCl, 4% de SDS, 100mM de ditiotreitol, 0,02% de azul de

bromofenol, pH 6,8) na proporção 1:4.

Antes da realização da eletroforese, as amostras foram fervidas a 100ºC por 5 minutos.

Para a determinação do conteúdo de PEPCK e α-tubulina, foram aplicadas 80 µg de proteína

Para a eletroforese foi utilizado gel de poliacrilamida com SDS a 10% (SDS-PAGE), de

acordo com o método descrito por Laemmli (1970)65. Foi utilizado sistema de eletroforese

(modelo mini protean II cell - Bio Rad®) e gel de acrilamida:bisacrilamida (40:1) com 1,5

mm de espessura. O padrão de peso molecular utilizado foi o Kaleidoscope Prestained

Standards 6,6-201 kDa (Bio Rad, Hercules, CA, USA). A corrida foi realizada em tampão de

eletroforese (200 mM de Tris-HCl; 1,52 M de glicina; 7,18 mM de EDTA, 0,4% de SDS; pH

8,3) sob corrente de 50 V até a passagem das proteínas do gel de empilhamento e de 120 V no

gel de separação por aproximadamente duas horas. Ao término da corrida, os géis foram

preparados para a transferência para membranas de PVDF (Amershan Hybond-P Biosciences

- UK England HP97 9NA) de acordo com o método de Towbin et al. (1979)66. O gel foi

colocado em solução de transferência (25 mM de Tris-HCl; 192 mM de glicina; 20% de

metanol e 0,02% de SDS, pH 8,3) com as esponjas, filtros e a membrana. A transferência das

proteínas do gel para a membrana foi conduzida a 120 V, durante 2 horas. Após a

transferência, a membrana foi corada com 0,1% de Ponceau S (Sigma) em ácido acético 5%

para a confirmação da eficiência do processo de transferência. A ligação não-específica de

proteínas à membrana foi reduzida pela pré-incubação da membrana em tampão de bloqueio

com leite desnatado 10% em solução basal TBS-T (10 mM de Tris-HCl, 150 mM de NaCl,

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0,1% de Tween-20), seguido de lavagens (3 vezes de 10 minutos com solução basal). As

membranas foram posteriormente incubadas overnight em geladeira com anticorpos primários

correspondentes a cada uma das proteínas, diluídos em solução basal contendo 0,3% de BSA.

Após incubação com o anticorpo primário, foi realizada a lavagem da membrana (3

vezes de 10 minutos com solução basal), e incubação por 2 horas à temperatura ambiente,

com o anticorpo secundário diluído em solução basal.

Em seguida, a membrana foi incubada por 5 minutos com a mistura de reagente (1:1)

do kit de quimiluminescência amplificada Super Signal® West Pico Chemiluminescent

Substrate (Thermo Scientific), o excesso de reagente foi removido e a revelação realizada em

filme Kodak medical X-ray film (Kodak, Rochester, NY, USA). A análise da densitometria foi

realizada utilizando o programa ImageJ (Wayne Rasband, National Institute of Health, NY,

USA). O termo unidade arbitrária refere-se ao valor densitométrico da banda no filme

radiográfico.

A membrana da PEPCK foi incubada na presença do anticorpo primário policlonal

específico rabbit anti-PEPCK (Santa Cruz Biotechnology, Califórnia, USA) na diluição de

1:1000, e anticorpo secundário goat anti-rabbit IgG, horseradish peroxidase conjugate

(Invitrogen, Carisbad, CA, USA), diluição 1:6500. Para α-tubulina foi utilizado o anticorpo

monoclonal mouse anti-α-tubulina (Santa Cruz), diluição 1:750, e anticorpo secundário goat

anti-mouse IgG horseradish peroxidase conjugate (Invitrogen, Carisbad, CA, USA). As

intensidades das bandas da PEPCK foram normalizadas com o conteúdo de α-tubulina.

3.8 Atividade da gliceroquinase

O método utilizado para a medida da atividade da enzima gliceroquinase, se baseia na

fosforilação de glicerol-14C a glicerol fosfato-14C, determinado conforme o trabalho de

Newsholme et al. (1967)67.

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Para a preparação do homogenado foi utilizado 1 g de TAB em 2 ml de tampão

contendo KCl 1% e EDTA 1 mM, seguido de centrifugação de 5000 rpm por 10 minutos à

4ºC. O infranadante obtido da centrifugação e os tubos contendo 100 µl da mistura de reação

foram pré-incubados à 37º C durante 5 minutos. O meio de reação continha TRIS 100 mM pH

7,5, ATP 6 mM, MgCl2 4 mM, EDTA 1 mM, NaF 25 mM, 2-β-mercaptoetanol 20 mM,

glicerol-U-14C (Perkin Elmer, Walthan, MA, USA) 10 µCi/mL, glicerol 1 mM, fosfocreatina

10 mM, creatina quinase 26,4 U/mL e albumina 1%. Após a pré-incubação, foram

adicionados 20 µl de amostra nos tubos de reação e 100 µl de etanol 98% e 20 µl de amostra

nos tubos “branco”, que foram mantidos em banho maria a 37ºC por 30 minutos. Após o

tempo de incubação, o ensaio foi interrompido pela adição de etanol 98% em todos os tubos

(menos o branco), que em seguida foram centrifugados a 3000 rpm durante 10 minutos a

4ºC. O sobrenadante obtido da centrifugação foi utilizado para a separação do glicerol-14C do

glicerol fosfato-14C por cromatografia de papel ascendente utilizando como solventes: etanol,

amônia e água nas proporções 80:4:16 respectivamente, aplicando-se 20 µl do sobrenadante

da mistura de reação em papel de cromatografia Whatman nº 1. Neste sistema, o glicerol não

fosforilado move-se a frente com o solvente e o glicerol fosfato move-se até 5 cm do ponto de

aplicação da amostra quando o solvente se encontra a 30 cm da origem. Ao final da corrida e

após a evaporação do solvente, o papel foi cortado em tiras de 5 cm a partir do ponto de

aplicação da amostra, e as tiras colocadas em frascos contendo líquido de cintilação. A

contagem de radioatividade se deu em contador de cintilação Tri Carb 2100 TR.

O resultado foi expresso em nmol.mg de proteína-1.min-1, sendo a dosagem de

proteína realizada pelo método de Lowry et al. (1951).68

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3.9 Determinação da atividade lipolítica

3.9.1 Isolamento de adipócitos

A técnica do isolamento de adipócitos foi baseada no método de Rodbell (1964)69. Os

TAB epididimais de vários animais foram pesados e mantidos em tampão Krebs-Henseleit

(137 mM de NaCl, 4,2 mM NaHCO3, 0,4 mM de MgSO4.7 H2O, 0,5 mM de MgCl2. 6H2O,

0,4 mM de KH2PO4; 5,4 mM de KCl), acrescido de 1% de albumina bovina livre de ácidos

graxos, 27 mM de HEPES e 0,55 mM de glicose, pH 7,4. Após a fragmentação dos tecidos

com auxílio de tesoura, o meio foi aspirado com uma seringa sem agulha. Os fragmentos de

tecido foram transferidos para um frasco plástico contendo tampão na proporção de 1 grama

de tecido: 1,5 ml de tampão contendo 0,55 mM de glicose e 1,5 mg de colagenase tipo I

(Worthinton 128 U/mg). Os frascos foram incubados em banho metabólico a 37ºC sob

agitação constante por 30 minutos. Os adipócitos isolados foram filtrados em meia de “nylon”

e em seguida lavados três vezes com o tampão Krebs-Henseleit sem glicose para a remoção

da colagenase e estromas vasculares. As células foram separadas do tampão por flotação. A

contagem dos adipócitos foi realizada em câmara de Neubauer em microscópio óptico Nikon

Eclipse E200 (Nikon, Mellvile, NY, USA).

3.9.2 Lipólise

Para determinar a lipólise basal e a resposta lipolítica à noradrenalina, alíquotas de 200

µl da suspensão de adipócitos isolados foram incubadas com 800 µl de tampão Krebs-

Henseleit suplementado com 1% de albumina bovina livre de ácidos graxos, 27 mM de

HEPES e 5 mM de glicose, pH 7,4, por 60 minutos na presença de 10-5, 10-6, 10-7 M de

noradrenalina (Sigma). Para a determinação da lipólise basal, foram incubados frascos sem

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noradrenalina, contendo apenas o tampão. O ensaio foi conduzido em sete frascos para cada

uma das concentrações de noradrenalina e basal.

A reação foi interrompida pela imersão dos frascos em gelo, e o meio de incubação foi

aspirado com auxílio de seringas sem agulha. Após a flotação dos adipócitos remanescentes, o

meio de incubação ausente de adipócitos foi utilizado para determinação da concentração de

glicerol. A taxa lipolítica foi estimada pela liberação de glicerol no meio de incubação

expressa em µmol.106 células-1.h-1. A concentração de glicerol foi determinada

enzimaticamente. Foi utilizado o kit para dosagem de triglicérides (Labtest) que são

determinados de acordo com reações que envolvem as enzimas lípase lipoproteica e

gliceroquinase, e a intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de glicerol

presente na amostra.

3.10 Velocidade de renovação de noradrenalina

A velocidade de renovação de noradrenalina foi avaliada pelo método da α-metil-

éster-tirosina,70 um inibidor competitivo da tirosina hidroxilase, enzima chave da biossíntese

de catecolaminas. Para a avaliação da velocidade de redução da concentração de

noradrenalina, foram utilizados 3 grupos de animais: Grupo 0 - não recebeu o tratamento com

α-metil-éster-tirosina (Sigma-Aldrich); Grupo 6 h - recebeu uma dose de 300 mg/kg de α-

metil-éster-tirosina; Grupo 12 h recebeu 2 doses de de α-metil-éster-tirosina: uma dose inicial

de 300 mg/kg e uma segunda dose de 250 mg/Kg, 6 horas após a primeira administração. A

α-metil-éster-tirosina foi administrada intraperitonealmente. Os animais foram eutanasiados

por deslocamento cervical no tempo 0 (Grupo 0), ao final de 6 horas (Grupo 6h) e de 12 horas

(Grupo 12h) e os tecidos epididimais removidos e homogeneizados em ácido perclórico 0,2 N

(deaerado), contendo metabissulfito de sódio 1% e EDTA 1 mM. O homogenado foi

centrifugado sob refrigeração a 1000 rpm durante 10 min e o sobrenadante transferido para

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um outro tubo, contendo tampão Tris 2 M (pH 8,9), 0,5% de metabissulfito de sódio, 2,5% de

EDTA, 50 mg de alumina previamente ativada a 100ºC durante 30 minutos e 20 µl de

diidroxibenzilamina. As amostras foram agitadas durante 20 minutos, centrifugadas e, após

aspiração do sobrenadante, a alumina foi lavada repetidamente com 3 ml de uma solução

contendo EDTA 0,004%, metabissulfito de sódio 0,02% e Tris 0,06%. As catecolaminas

foram extraídas da alumina pela adição de solução eluidora contendo ácido perclórico 0,86 N,

metabissulfito de sódio 0,019% e EDTA Na2 0,02%, sob agitação por 10 minutos.51 O

conteúdo de noradrenalina foi determinado por cromatografia líquida de alta performance

(HPLC).

A velocidade de renovação (VR) da noradrenalina é o produto da concentração de

noradrenalina no tempo 0 [NORº] pela velocidade de renovação fracional (k):

Após o bloqueio da síntese pela α-metil tirosina, o declínio na concentração de

noradrenalina no TAMI é dado pela seguinte equação:

O valor de k pode ser determinado pelo cálculo da regressão linear dos logaritmos

naturais da concentração de noradrenalina versus o tempo.71

O intervalo de 95% de confiança da velocidade de renovação (VR) da noradrenalina

foi determinado da seguinte maneira:

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a) o intervalo de confiança do valor médio da velocidade de renovação fracional (k) e

da concentração de noradrenalina no tempo 0 [NORº] foi estabelecido utilizando o erro

padrão da média de cada um dos fatores;

b) Os limites inferiores da velocidade de k e da [NORº] foram multiplicados para

determinação do limite inferior do intervalo de 95% de confiança da velocidade de renovação

(VR) da noradrenalina.

c) Os limites superiores de k e da [NORº] foram multiplicados para determinação do

limite superior do intervalo de 95% de confiança da velocidade de renovação (VR) da

noradrenalina.72

3.11 Determinação do conteúdo do receptor �2-adrenérgico

Para a determinação do conteúdo do receptor β2 adrenérgico foi utilizada eletroforese

em gel de poliacrilamida seguido de Western blotting, detalhada no item 3.7. Para a

determinação do conteúdo do receptor β2 foram aplicadas 80 µg de proteína. A membrana foi

incubada na presença do anticorpo primário policlonal específico rabbit anti-receptor β2-

adrenérgico (Abcam, Cambridge, MA, USA) na diluição de 1:1000, e anticorpo secundário

goat anti-rabbit IgG, horseradish peroxidase conjugate (Invitrogen, Carisbad, CA, USA),

diluição 1:6500. Para α-tubulina foi utilizado o anticorpo monoclonal mouse anti-α-tubulina

(Santa Cruz), diluição 1:750, e anticorpo secundário goat anti-mouse IgG horseradish

peroxidase conjugate (Invitrogen, Carisbad, CA, USA). As intensidades das bandas do

receptor β2 foram normalizadas com o conteúdo de α-tubulina.

3.12 Quantificação dos componentes da via de sinalização da insulina

Para a determinação do conteúdo dos intermediários da via sinalização da insulina foi

utilizada eletroforese em gel de poliacrilamida seguido de Western blottingconforme descrito

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no item 3.7, para os diferentes componentes. Para a determinação do conteúdo e níveis de

fosforilação de AKT (em resíduo 473 de serina - AKT-p-Ser473) foram aplicadas 80 µg de

proteína, e para os conteúdos de IRβ e IRS-1 foram aplicadas 100 µg.

As membranas foram incubadas na presença dos seguintes anticorpos primários

policlonais específicos: rabbit anti-insulin Rβ (Santa Cruz), diluição 1:500; rabbit anti-IRS-1

(Santa Cruz), diluição 1:1000; rabbit anti-AKT (Cell Signaling), diluição 1:500, rabbit anti-

fosfo-AKT (Ser-473) (Cell Signaling, Beverly MA, USA), diluição 1:500.. O anticorpo

secundário utilizado foi o mesmo para todas as membranas: goat anti-rabbit IgG, horseradish

peroxidase conjugate (Invitrogen, Carisbad, CA, USA), diluição 1:6500.

Para a avaliação dos níveis de fosforilação de AKT, o resultado foi expresso

utilizando-se a relação p-AKT/AKT total, para normalizar os níveis de fosforilação da AKT

com o conteúdo total de AKT.

3.13 Análise estatística

Os resultados foram expressos como média ± erro padrão. A análise estatística utilizou

o teste “t de student” para dados com distribuição normal e o teste de Mann-Whitney para

dados não paramétricos. Adotou-se nível de significância de 5% em todos os testes. Para a

análise dos resultados utilizou-se o programa SigmaStat for Windows versão 1.0 (Jandel

Corporation, San Rafael, CA, USA).

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34

4. RESULTADOS

4.1 Dados gerais

4.1.1 Peso corporal, ingestão de dieta e água

A coleta dos dados destes parâmetros foi realizada a cada dois dias e teve como

finalidade verificar se os dados obtidos por França et al. (2009)39 na padronização deste

modelo experimental estavam sendo reproduzidos.

Os ratos alimentados com a dieta hipoprotéica, apresentaram ao final de 15 dias, peso

cerca de 20% inferior ao dos animais que receberam a dieta normoprotéica. O ganho diário

de peso foi em média 41% menor, apesar de uma ingestão diária absoluta de alimento 8%

maior (tabela 2, figura 4 e 5). O aumento na ingestão de alimentos pelos animais e a diferença

no peso corporal dos animais H se mostrou estatisticamente significativa próximo ao 5º dia de

tratamento. A média do consumo diário de água desses animais foi cerca de 20% menor à do

grupo controle; essa redução pode ser percebida a partir do primeiro dia de tratamento (tabela

2 e figura 6). Estes achados, corroboram os dados obtidos por França et al. (2009)39 que

motivaram o estudo do metabolismo lipídico nestes animais.

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35

TABELA 2 – Peso corporal final, ganho de peso corporal diário, ingestão diária de água,

ingestão diária absoluta e relativa de alimento de ratos tratados com dieta N e ratos tratados

com dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Peso corporal final (g) 149,3 ± 6,79 131,6 ± 4,50*

Ganho de peso (g/dia) 12,4 ± 0,82 7,26 ± 0,71*

Ingestão alimentar (g/dia) 14,6 ± 0,36 15,8 ± 0,44‡

Ingestão relativa (g/dia.100g de peso corporal) 9,71 ± 0,32 11,9 ± 0,17*

Ingestão de água (ml) 17,3 ± 0,52 13,3 ± 0,24‡

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=9). ‡ p<0,05, teste Mann-Whitney. *p<0,05, teste t de student.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1690

105

120

135

150

165

180

195

210

***

*Pes

o co

rpor

al (

g)

Tempo (dias)

N H

FIGURA 4 – Efeito da dieta hipoprotéica sobre o peso corporal de ratos em crescimento durante 15 dias de tratamento. Os valores representam média ± erro padrão (n=7). *p< 0,05, teste t de student.

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36

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1510

15

20

25

30

35

40

45

50

55

*****

Inge

stão

alim

enta

r (g

)

Tempo (dias)

N H

FIGURA 5 – Efeito da dieta hipoprotéica sobre a ingestão alimentar de ratos em crescimento durante os 15 dias de tratamento. Os valores representam média ± erro padrão (n=7). *p < 0,05, teste t de student.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1510

15

20

25

30

35

40

45

50

55

*****

**

Inge

stão

de

água

(m

l)

Tempo (dias)

N H

FIGURA 6 – Efeito da dieta hipoprotéica sobre a ingestão de água de ratos em crescimento durante os 15 dias de tratamento. Os valores representam média ± erro padrão (n=7). *p< 0,05, teste t de student.

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37

4.1.2 Peso e conteúdo lipídico do TABE

Em condições normais, o TABE é o maior depósito de tecido adiposo branco visceral.

Como apresentado na tabela 3 e figura 7, o peso do TAB epididimal de ratos H foi cerca de

34% maior que a dos ratos do grupo N. O conteúdo lipídico absoluto no tecido foi

aproximadamente 40% maior nos animais do grupo H.

TABELA 3 – Peso e conteúdo lipídico do TABE de ratos tratados com dieta normprotéica e

ratos tratados com a dieta hipoprotéica por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

TAB epididimal (g) 1,84 ± 0,07 2,47 ± 0,13*

Conteúdo lipídico (g/tecido) 1,20 ± 0,10 1,70 ± 0,20*

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=18). *p < 0,05, teste t de student.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

*

BA

Conteúdo lipídico (g/tecido)

*

Pes

o do

TA

B e

pidi

dim

al (

g)

N H

FIGURA 7 – Efeito da dieta hipoprotéica (H) no peso (A) e no conteúdo lipídico (B) do TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=18). *p < 0,05, teste t de student.

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38

4.1.3 Catecolaminas plasmáticas

A maior parte das catecolaminas plasmáticas são sintetizadas e armazenadas pelas

células cromafins, principalmente da medula adrenal, de onde são liberadas na corrente

sanguínea para atuar nos receptores adrenérgicos dos tecidos alvo. A dosagem de

catecolaminas mostrou que as concentrações plasmáticas de noradrenalina e de adrenalina em

ratos adaptados à dieta H foram significativamente maiores quando comparadas às

concentrações em animais controle (tabela 4 e figura 8).

TABELA 4 – Concentração de noradrenalina e adrenalina no plasma de ratos em crescimento tratados com dieta N e ratos tratados com dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Noradrenalina (ng/ml plasma) 1,82 ± 0,20 2,73 ± 0,25*

Adrenalina (ng/ml plasma) 3,87 ± 0,58 5,37 ± 0,37*

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=7). *p < 0,05, teste t de student.

0

1

2

3

4

5

6

*

Adrenalina

Cat

ecol

am

ina

s pl

asm

átic

as

(ng/

ml p

lasm

a)

N H

Noradrenalina

*

FIGURA 8 – Efeito da dieta hipoprotéica na concentração de noradrenalina e adrenalina plasmática em ratos. Os valores representam média ± erro padrão (n=7). *p < 0,05, teste t de student.

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39

4.2 Atividade da LPL

A lipase lipoprotéica é uma enzima extracelular localizada no endotélio dos capilares

teciduais responsável pela hidrólise dos TAG das lipoproteínas circulantes em ácidos graxos e

glicerol que podem ser captados pelos adipócitos e esterificados à TAG para armazenamento.

A dieta H induziu uma redução de 37% na atividade da LPL no TABE em relação aos animais

que receberam dieta controle (tabela 5 e figura 9).

TABELA 5 – Atividade da LPL em TABE de ratos em crescimento tratados com dieta N e ratos tratados com a dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Atividade da LPL

(nmol de AG.mg prot-1. minuto-1)

8,38 ± 0,11 5,27 ± 0,86*

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=8). *p < 0,05, teste t de student.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

HN

Ativ

idad

e d

a LP

L

(nm

ol d

e A

G.m

g pr

ot-1.m

in-1)

*

FIGURA 9 – Efeito da dieta hipoprotéica na atividade da enzima LPL no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=8). *p < 0,05, teste t de student.

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40

4.3 Velocidade de síntese de ácidos graxos de novo

A velocidade de síntese de ácidos graxos de novo no TABE foi medida pela

incorporação de 3H de 3H2O em AG-TAG. Este método avalia a síntese de AG a partir de

todas as fontes. Podemos constatar que não houve alteração significativa na velocidade de

síntese de ácidos graxos nos animais H em relação aos controles (tabela 6 e figura 10).

TABELA 6 – Velocidade de síntese de ácidos graxos in vivo sintetizado de novo no TABE de ratos em crescimento alimentados com a dieta N e alimentados com a dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Velocidade de síntese de AG de novo

(µmol . g tecido-1.hora-1)

1,59 ± 0,38 1,07 ± 0,28

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=7).

0,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

HN

Sín

tese

de

ácid

os g

raxo

s de

nov

o

(µm

ol.g

teci

do-1.h

ora-1

)

FIGURA 10 - Efeito da dieta hipoprotéica na velocidade de síntese in vivo de ácidos graxos de novo no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=15).

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41

4.4 Velocidade de síntese de glicerol in vivo a partir de 3H2O e 14C-glicose

Este experimento teve como objetivo estimar a contribuição de carbonos da glicose e

da gliceroneogênese para a síntese de glicerol-TAG em ratos alimentados com a dieta N e H.

A taxa de síntese de glicerol-TAG a partir da gliceroneogênese foi estimada pela diferença

entre a síntese a partir da glicose e a taxa obtida pela incorporação do 3H, que estima a síntese

a partir de todas as fontes de carbono.

Atividade específica da glicose

A curva de atividade específica da glicose-U-14C (% da dose injetada/mg de carbonos

da glicose) dos animais controle foi similar aos tratados com dieta H (figura 11).

1.0

1.2

1.4

1.6

0 10 20 30 40 50 60

0

1

2

3

4

5

6

7

N H

Glic

ose

plas

mát

ica

(mg/

ml

)

Ativ

idad

e es

pecí

fica

da g

licos

e no

pla

sma

(% d

e do

se in

jeta

da.m

g de

car

bono

da

glic

ose

-1)

Tempo (min)

FIGURA 11 – Glicose plasmática e curva de atividade específica da glicose após injeção

intravenosa de glicose-U-14C em ratos em crescimento alimentados com a dieta N ou H no

período de 60 minutos . Os valores representam média ± erro padrão (n=8).

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42

A dieta H não alterou de maneira significativa a velocidade de síntese de glicerol a

partir de glicose, pela gliceroneogênese e não alterou também a síntese de glicerol total (soma

das duas vias), quando comparada à síntese observada nos animais N (figura 12).

0

25

50

75

100

125

150

175

200

HN

Sín

tese

in v

ivo

de T

AG

-glic

erol

(nm

ol.g

teci

do-1.m

in-1)

A partir de glicose A partir da gliceroneogenese

FIGURA 12 – Efeito da dieta hipoprotéica na velocidade de síntese in vivo de glicerol de TAG, a partir de glicose e a partir da gliceroneogênese no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=8).

4.5 Conteúdo da PEPCK

A PEPCK, enzima que catalisa a descarboxilação do oxaloacetato a fosfoenolpiruvato,

tem papel chave na regulação da gliceroneogênese. O conteúdo dessa enzima no TABE foi

avaliado pela técnica do Western blotting. O conteúdo da PEPCK nos tecidos de animais do

grupo H não apresentou diferença em relação ao conteúdo encontrado nos animais do grupo N

(tabela 7 e figura 13).

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43

TABELA 7 – Conteúdo de PEPCK no TABE de ratos em crescimento tratados com dieta N e ratos tratados com dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

PEPCK (% do controle) 100,0 ± 9,25 75,8 ± 6,68

Os valores apresentam média ± erro padrão (n= 4 ou 5).

0

20

40

60

80

100

120

N H

PEPCK

α-tubulina

HN

PE

PC

K/α-

Tub

ulin

a(%

dos

con

trol

es)

FIGURA 13 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo da enzima PEPCK no TABE de ratos

em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=4 ou 5).

4.6 Atividade da GK

A GK é a enzima que catalisa a fosforilação direta do glicerol a G3P permitindo a

reciclagem do glicerol no TAB. Como podemos constatar na tabela 8 e figura 14, a dieta H

não promoveu alteração na atividade da enzima.

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44

TABELA 8 – Atividade da GK em TABE de ratos em crescimento tratados com dieta N e ratos tratados com a dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Atividade da GK

(nmol . minuto-1 . mg prot-1)

1,44 ± 0,20 1,20 ± 0,08

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=5).

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

2.0

HN

Ativ

idad

e da

glic

eroq

uina

se

(nm

ol.m

g pr

ot-1.m

in-1)

FIGURA 14 – Efeito da dieta hipoprotéica na atividade da enzima GK no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=5).

4.7 Atividade lipolítica in vitro

Foram realizados ensaios para avaliar a lipólise basal e a lipólise estimulada utilizando

a noradrenalina como agente lipolítico no meio de incubação. Os resultados mostram que no

estado basal, sem estimulação noradrenérgica, a atividade lipolítica foi semelhante entre os

adipócitos de ratos N e H. Quando incubados com noradrenalina, as células isoladas dos

animais H não foram responsivas ao estímulo em nenhuma concentração de noradrenalina, e

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45

mantiveram a liberação de glicerol semelhante ao nível basal. Os adipócitos dos animais N

responderam de maneira direta ao aumento nas concentrações de noradrenalina (tabela 9 e

figura 15).

TABELA 9 – Glicerol liberado por adipócitos isolados de ratos em crescimento tratados com dieta N e ratos tratados com a dieta H por 15 dias, incubados em diferentes concentrações de noradrenalina.

Grupos

Concentrações de noradrenalina (M)

0 10-7 10-6 10-5

Normoprotéico

(µmol glicerol. 106cels-1.h-1)

0,111 ± 0,015 0,183 ± 0,019 0,450 ± 0,050‡ 0,501 ± 0,036‡

Hipoprotéico

(µmol glicerol. 106cels-1.h-1)

0,121 ± 0,015 0,112 ± 0,020* 0,158 ± 0,036* 0,083 ± 0,008*

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=7). *p < 0,05, teste t de student vs controle. ‡ p < 0,05, teste t de student vs basal.

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

*

*

10-510-610-7

Glic

ero

l lib

erad

o

(µm

ol g

licer

ol.1

06 cels-1

.h-1)

N H

0

*

Noradrenalina (M)

FIGURA 15 – Efeito de diferentes concentrações de noradrenalina sobre a liberação de glicerol em adipócitos isolados de ratos adaptados à dieta N e ratos adaptados à dieta H por 15 dias. Os valores representam média ± erro padrão (n=7). *p < 0,05, teste t de student.

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46

4.8 Velocidade de renovação de noradrenalina no TABE

A atividade do SNS foi avaliada através da velocidade de renovação de noradrenalina,

sendo esta diretamente relacionada ao turnover de noradrenalina no tecido. A dieta

hipoprotéica causou um aumento de aproximadamente 30% na concentração basal de

noradrenalina no TAB epididimal. A velocidade de renovação (VR) e a renovação fracional

(k) também apresentaram aumento nos ratos tratados com a dieta H em relação aos controles.

A meia vida da noradrenalina nos animais H foi reduzida à metade do tempo nos animais N

(tabela 10 e figura 16). Estes dados confirmam um maior turnover de noradrenalina nos

animais submetidos à dieta H, resultante da maior atividade simpática no TABE.

TABELA 10 – Concentração de noradrenalina, velocidade de renovação fracional (k), velocidade de renovação (VR) e meia vida (t1/2) da noradrenalina no TABE de ratos em crescimento tratados com dieta N e de ratos tratados com dieta H por 15 dias.

Parâmetros

Grupos

N H

Noradrenalina (ng.tecido-1) 18,20 ± 0,81 23,60 ± 1,53*

K (%.h-1) 2,94 ± 0,75 6,14 ± 2,57*

VR (ng. tecido-1.hora-1) 0,53 (0,38-0,70) 1,45 (0,79-2,19)*

t1/2 (h) 23,6 11,3*

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=5). *p < 0,05, teste t de student.

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47

7

9

10

12

13

14

16

17

1920

24

0 6 12

7

9

10

12

13

14

16

17

1920

24

Nor

adre

nalin

a (n

g.T

AB

E-1

)

Tempo (h)

FIGURA 16 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo de noradrenalina no TABE de ratos

em crescimento após a administração intraperitoneal de α-metil-tirosina. Os pontos

representam média ± erro padrão (n=5).

4.9 Conteúdo de receptor β2 adrenérgico

Os receptores β adrenérgicos estão relacionados à ação lipolítica das catecolaminas. O

receptor β2 adrenérgico está presente na membrana dos adipócitos, sendo um dos sítios de

ligação da noradrenalina. O conteúdo total do receptor foi avaliado por Western blotting. No

TABE de animais em crescimento tratados com a dieta H o conteúdo total do receptor β2

adrenérgico foi reduzido em 66% quando comparado aos animais controle (figura 17).

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48

0

20

40

60

80

100

120

140

160

N H

Receptor β2

α-tubulina

*

HN

Rec

epto

r β2

adre

nérg

ico/α

-tub

ulin

a(%

dos

con

trol

es)

FIGURA 17 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo do receptor β2 adrenérgico no TABE

de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=5). *p < 0,05, teste t

de student.

4.10 Conteúdo dos componentes da via de sinalização da insulina

A insulina é um hormônio de grande influência sobre o tecido adiposo branco, que

atua estimulando a lipogênese e inibindo a lipólise. A sinalização da insulina se inicia com

sua ligação ao receptor insulínico. O receptor de insulina é uma proteína heterotetramérica

composto de duas subunidades α extracelulares e duas subunidades β transmembrana. A

ligação da insulina à subunidade α desencadeia a auto-fosforilação da subunidade β, que tem

atividade tirosina quinase e fosforila diversos substratos e proteínas, entre elas IRS-1 e AKT.

A dieta H não alterou o conteúdo de IRβ (tabela 11 e figura 18) e AKT (tabela 11 e

figura 20) no TABE de animais H em relação ao conteúdo destas proteínas nos animais

controles. O conteúdo de IRS-1 foi reduzido em 39% nos animais adaptados à dieta H em

comparação com os animais controles (tabela 11 e figura 19). No TABE dos animais

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49

adaptados à dieta H, os níveis de fosforilação de AKT em resíduo de serina-473 foram

reduzidos em 60% em comparação aos níveis observados em animais controles (tabela 11 e

figura 21).

TABELA 11 – Conteúdo de IRβ, IRS-1 e AKT no TABE de ratos em crescimento tratados

com dieta N e ratos tratados com a dieta H por 15 dias.

Parâmetros

(Unidades arbitrárias)

Grupos

N H

IRβ 31789,0 ± 2162,8 36077,0 ± 1716,1

IRS-1 8489,4 ± 250,9 5177,5 ± 616,4*

AKT 24809,3 ± 2137,1 21542,8 ± 2700,1

Os valores apresentam média ± erro padrão (n=5). *p < 0,05, teste t de student.

0,0

5,0x103

1,0x104

1,5x104

2,0x104

2,5x104

3,0x104

3,5x104

4,0x104

H

N

N H

Co

nte

úd

o d

o IR

(Un

idad

es a

rbitr

ária

s)

*

FIGURA 18 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo do IRβ no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=8).

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50

0

2500

5000

7500

10000

H

N

N H

Con

teúd

o de

IR

S-1

(Uni

dad

es

arbi

trá

rias)

*

*

FIGURA 19 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo de IRS-1 no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=5). *p < 0,05, teste t de student.

0,0

5,0x103

1,0x104

1,5x104

2,0x104

2,5x104

3,0x104

H

N

N H

Co

nte

úd

o d

e A

KT

(Un

idad

es a

rbitr

ária

s)

*

FIGURA 20 – Efeito da dieta hipoprotéica no conteúdo da enzima AKT no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=8).

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51

0

20

40

60

80

100

120

140

HN

HN

AKT total

p-AKT

*

p-A

KT

/AK

T to

tal

(% d

os c

ontr

ole

s)

FIGURA 21 – Efeito da dieta hipoprotéica nos níveis de fosforilação de AKT (ser-473) no TABE de ratos em crescimento. Os valores representam média ± erro padrão (n=6). *p<0,05, teste t de student.

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52

5. DISCUSSÃO

O nosso laboratório tem utilizado como modelo experimental para o estudo do

metabolismo de lipídeos e sua regulação, ratos em crescimento submetidos à dieta com menor

teor de proteínas, compensada (equivalente em calorias) por carboidratos. Este interesse foi

decorrente de observações iniciais, de que estes animais apresentavam aumento na ingestão de

alimento, mesmo com elevados níveis séricos de leptina, que reduz a ingestão, quando

comparado a animais com dieta balanceada nesta mesma fase de desenvolvimento. Além

deste fato, outro aspecto aparentemente contraditório observado nestes animais, é que o ganho

energético ocorre com redução no peso corporal, justificável apenas, por profundas alterações

na composição química destes animais, com aumento de lipídeos e redução de proteínas e

água. Como consequência, eles apresentaram aumento no peso e conteúdo de lipídeos nos

depósitos adiposos (epididimal, retroperitoneal e marrom) e carcaça.39

Os dados obtidos nos experimentos com 3H2O e glicose-U-14C, relacionados às vias de

geração de G3P, sugerem que a velocidade de síntese total e as vias da gliceroneogênese e a

partir da glicose não foram alteradas pela dieta H, mantendo-se nos mesmos níveis dos

animais N. Estes resultados com dupla marcação, elemento chave desta avaliação, são

corroborados pela medida do conteúdo da PEPCK (enzima da gliceroneogênese) que não

sofreu alteração nestes animais. Detalhes técnicos da experimentação da dupla marcação,

como a constatação da reciclagem da glicose-U-14C em outros intermediários como 14C-

piruvato e 14C-lactato também foram avaliados, já que poderiam levar a uma incorreta

avaliação das vias. No entanto, nossos estudos mostram que durante o período experimental

(60 minutos), a porcentagem desses compostos no plasma esteve praticamente constante e uso

destes intermediários pelo tecido foi desprezível quando comparado à utilização de glicose. O

14C-piruvato e 14C-lactato dos ratos controles, em cada tempo avaliado (1, 5, 15, 30 e 60

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minutos) representaram respectivamente 0,03, 0,02, 0,02, 0,02 e 0,01% da dose injetada de

glicose-U-14C, enquanto que a glicose-U-14C representou 2,17, 1,32, 0,85, 0,49 e 0,20% da

dose injetada. Este procedimento foi realizado para os grupos N e H, sendo os resultados

obtidos nos dois grupos, bastante similares. Assim sendo, assumimos que não houve

reciclagem de 14C ou 3H em níveis significativos durante o experimento, considerando que as

taxas obtidas representam valores mínimos.

O tratamento com a dieta H proporciona uma situação diferenciada, e parece ser a

primeira situação in vivo em que o nível plasmático de insulina encontra-se reduzido no

estado pós-prandial39 sem alterar as vias de geração de G3P. Resultados prévios obtidos in

vitro mostram que o jejum, diabetes induzido por streptozotocina (STZ) e dieta hiperprotéica

(HP) reduzem a insulina plasmática e induzem no TABE, um aumento na gliceroneogênese e

uma redução na utilização de glicose.21,28,29,73,74 Por outro lado, em ratos tratados com uma

dieta do tipo cafeteria, ocorre aumento na insulina plasmática e na captação de glicose

acompanhados por uma redução na gliceroneogênese.25 Além da já observada redução do

nível plasmático de insulina39, a menor atividade da insulina sugerida pela redução na

fosforilação da AKT e no conteúdo total de IRS-1 nos animais tratados coma dieta H (tabela

11 e figuras 19 e 21) poderia contribuir para a não alteração na captação de glicose, apesar de

uma maior ingestão de carboidratos pela dieta, que poderia limitar a formação de G3P por

esta via.

A maior ativação do SNS nos animais H, observado em nossos experimentos pela

medida do turnover de noradrenalina (tabela 10 e figura 16), pode também resultar em um

prejuízo na captação de glicose estimulada pela insulina. Mulder et al. (2005)75 mostraram

que a exposição de adipócitos isolados de ratos ao isoproterenol (agonista β adrenérgico) leva

a uma redução na captação de glicose estimulada pela insulina. Este fato parece estar

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associado não à ligação da insulina ao seu receptor, mas à cascata de fosforilação da via de

sinalização da insulina.76,77

Apesar da influencia da atividade adrenérgica sobre o transporte de glicose ser

dependente principalmente dos receptores β3,78 foi demonstrado que a estimulação β

adrenérgica inibe a captação de glicose em adipócitos 3T3-L1 via receptores β2 e β3, por

interferir na translocação do GLUT-4.77 Achados de Frasson (2010)79 indicam que a insulina

tem papel preponderante sobre a captação de glicose em relação à ação das catecolaminas

sobre este transporte. Outras condições com aumento da atividade simpática e resistência

insulínica são descritas na literatura.80,81 Em situações experimentais em que os níveis de

insulina estão reduzidos e os de catecolaminas aumentados, como jejum, diabetes (STZ), e a

dieta H, favorecem a redução na captação de glicose. Nos animais tratados com a dieta H se

observa que apesar da redução de proteínas na dieta ser compensada por carboidratos, não

constatamos aumento da formação de G3P a partir da glicose.

A incubação de adipócitos 3T3-L1, estimulados por insulina, com antagonistas

seletivos para cada um dos três receptores β adrenérgicos (individualmente) não previne os

efeitos inibitórios da adrenalina na captação de glicose, já a inibição conjunta dos receptores

β2 e β3 extinguiu os efeitos da adrenalina, tanto quanto a inibição dos três receptores,75 o que

indica que as catecolaminas podem inibir o efeito estimulatório da insulina principalmente por

uma soma das respostas via receptores β2 e β3.

Embora não contemplados quanto à associação de altos níveis de insulina com

aumento da síntese de G3P a partir da glicose e redução a partir da gliceroneogênese, nossos

resultados reforçam um aspecto já observado em outros experimentos: a regulação recíproca

destas vias, isto é o aumento de uma delas, leva a redução da outra (e vice-versa), uma vez

que não constatamos alteração nas duas vias. A hipótese de que o suprimento de G3P é

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controlado por mudanças recíprocas na via a partir da glicose e da gliceroneogênese são

encontrados em estudos com outros tipos de dieta além da dieta cafeteria e HP.82

Além da importância do controle hormonal nestas vias, não podemos descartar que

nutrientes que compõem a dieta podem participar diretamente desta regulação. Variações

destas vias em situações experimentais na ausência de hormônios já foram constatadas. A

incubação de fragmentos de TAB epididimal de ratos adaptados à dieta HP na presença de

glicose (5 mM) reduziu a incorporação de [1-14C]-piruvato em glicerol de TAG, sugerindo

uma redução da gliceroneogênese (Brito and Migliorini, dados não publicados). Além disso, a

administração de glicose a ratos em jejum diminui a atividade da PEPCK no fígado em 4 a 8

horas; efeito este que pode ser reduzido pela administração concomitante de 2-deoxi-D-

glicose, um potente inibidor do metabolismo de carboidratos.83

Além da gliceroneogênese e a partir da glicose, não podemos descartar a formação de

G3P pela fosforilação direta do glicerol. Apesar de reduzida, a atividade da GK no TAB de

ratos é detectável e encontra-se bastante aumentada (100%) no TAB retroperitoneal de

animais H.84 Foi demonstrado anteriormente que a atividade da GK é estimulada pelo sistema

nervoso simpático no TAB de ratos alimentados com dieta cafeteria,25 no entanto, apesar do

aumento na atividade simpática no TABE dos ratos H, observado pelo aumento da velocidade

de renovação de noradrenalina (tabela 10 e figura 16), e dos altos níveis plasmáticos de

adrenalina e noradrenalina (tabela 4 e figura 8), a atividade da GK não foi alterada. Assim

como nos animais H, ratos em jejum por 48h, que também apresentam aumento na atividade

simpática no TABE85 apresentaram uma redução na atividade da GK (Frasson and Migliorini,

dados não publicados). Estes achados nos permitem supor que a atividade da GK no TAB não

seja regulada exclusivamente por fatores neurais; sendo que, os fatores hormonais,

principalmente a insulina, também participem desta regulação, uma vez que nesta situação

(dieta H) o nível de insulina se encontra reduzido. Na dieta cafeteria, temos uma situação de

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elevados níveis de insulina sérica e aumento na atividade simpática; diferente, dos animais

adaptados à dieta H em que constatamos reduzidos níveis de insulina e redução também em

intermediários da via de sinalização deste hormônio. Além disto, a redução do conteúdo de

receptores β2 constado em nossos experimentos (figura 17), podem justificar a ausência do

efeito simpático na GK nestes animais.

Outro componente da síntese de TAG avaliado neste trabalho foram as vias que

disponibilizam os AG para a esterificação com o G3P. Os nossos dados mostram que a

velocidade de síntese de AG total avaliada in vivo com 3H2O não foi alterada nos animais H e

sugere que a captação dos AG circulantes está reduzida, diante dos achados da reduzida

atividade da LPL nestes animais (tabela 5 e figura 9).

Apesar das vias de geração de G3P não estarem aumentadas e as vias de fornecimento

de AG estarem reduzida nos animais H, é fato que ocorre um aumento no peso e no conteúdo

lipídico do tecido, dados nossos (tabela 3 e figura 7) que confirmam os achados de França et

al. (2009).39 As bases bioquímicas do acúmulo de TAG têm sido estudadas no TABE de

camundongos durante a fase de crescimento, adaptados a uma dieta com alta quantidade de

lipídios e livre de carboidratos ou uma dieta com baixa quantidade de lipídios e elevada de

carboidratos, e demonstram in vivo uma alta degradação de TAG ocorrendo

concomitantemente com aumento na lipogênese, avaliada pela incorporação de 2H2O em GLI-

TAG e AG-TAG. Nas duas dietas a velocidade da lipólise é aproximadamente 50% da

velocidade de síntese.86 Nos nosso grupo experimental (H), o fator preponderante para o

acúmulo de lipídeos parece ser a perda de responsividade do tecido a ação lipolítica das

catecolaminas (tabela 9 e figura 15), por redução dos receptores β2 (figura 17) que mediam a

ação lipolítica das catecolaminas, uma vez que não foi constatado nenhum aumento na

lipogênese. Como descrito anteriormente, os efeitos lipolíticos gerados pelas catecolaminas

(noradrenalina e adrenalina) no TAB é mediado pelo controle da atividade da adenilato

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ciclase pelos receptores estimulatórios β1, β2 e β3 e inibitório α2. A redução do conteúdo de

receptores β2 adrenérgicos no TABE dos animais H observado em nossos experimentos, pode

ser interpretado como uma tentativa de reduzir a suscetibilidade do tecido às catecolaminas,

com finalidade de preservar os estoques de TAG, numa situação de reduzida lipogênese no

tecido.

A redução do conteúdo de IRS-1 e da fosforilação da AKT no TABE dos animais

tratados com a dieta H se justifica uma vez que os níveis plasmáticos de insulina estão

menores, indicando uma menor atividade deste hormônio no tecido. O aumento da atividade

simpática observada no turnover de noradrenalina pode estar relacionado com a baixa

atividade da insulina neste tecido, o que causa a redução na captação de glicose, e

consequentemente a não alteração da síntese de G3P a partir da glicose e da síntese de AG de

novo. Porém, a redução do conteúdo de receptores β2 pode ser uma tentativa do tecido de

preservar os estoques de TAG em resposta ao aumento do influxo de catecolaminas. O

trabalho de Murder et al. (2005)75 sugere que a inibição da captação de glicose estimulada por

insulina envolve a ativação conjunta dos receptores β2 e β3. O papel dos receptores β3 já é bem

conhecido na estimulação da lipólise. A ativação crônica de receptores β adrenérgicos pelos

elevados níveis de catecolaminas, poderia ser a causa da desensibilização e subseqüente

redução da quantidade de receptores na membrana de adipócitos.87

Nos animais tratados com dieta H apesar de ter uma maior atividade simpática, o

TABE não responde às catecolaminas (lipólise e receptores β2), além disso tem uma redução

na atividade da insulina (demonstrado pelos experimentos da via de sinalização). Estes

mecanismos provavelmente se desenvolvem na tentativa de preservar os estoques de TAG no

TABE.

Já é bem estabelecido que os efeitos adrenérgicos envolvem a produção, fosforilação e

translocação da LHS para a gota lipídica. No entanto, juntamente com a LHS, outras

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hidrolases são necessárias para a completa hidrólise dos estoques de TAG, o que sugere uma

regulação bastante complexa da mobilização dos AG. Novos experimentos, incluindo a

resposta dos adipócitos a agonistas seletivos e agentes lipolíticos intracelulares, são

necessários na investigação dos mecanismos bioquímicos que estão por traz da redução da

lipólise induzida pela dieta H.

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6. CONCLUSÃO

O acúmulo de TAG observado no TABE de ratos em crescimento tratados com a dieta

H provavelmente se deve a uma redução da lipólise, uma vez que os resultados demonstraram

que: a) nenhuma das três vias de geração de G3P foi alterada e b) a velocidade de síntese total

de AG in vivo não foi alterada pela dieta e houve uma redução na captação de AG da

circulação. Estes resultados são condizentes com o perfil neural e hormonal observados nestes

animais, onde os principais hormônios (catecolaminas e insulina) que influenciam o balanço

lipólise/lipogênese estão com atividade reduzida no TABE. Apesar de terem maiores níveis

plasmáticos de catecolaminas e aumento da atividade simpática, constatado no aumento do

turnover de noradrenalina, existe uma redução significativa no conteúdo dos receptores β2

adrenérgicos. Além disso, os resultados do conteúdo dos intermediários da via de sinalização

da insulina demonstraram redução no conteúdo de IRS-1 e fosforilação da AKT,

provavelmente devido a uma menor ação deste hormônio no TABE, o que poderia explicar

porque apesar de ter um maior fornecimento de glicose pela dieta não há alteração na via de

geração de G3P a partir de glicose e nem o aumento da síntese de AG.

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