52
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA Análise molecular das populações de Potimirim brasiliana Villalobos, 1959 (Decapoda, Caridea, Atyidae)” Bárbara Matos do Prado Monografia apresentada ao Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Ribeirão Preto - 2014

Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

“Análise molecular das populações de Potimirim brasiliana Villalobos,

1959 (Decapoda, Caridea, Atyidae)”

Bárbara Matos do Prado

Monografia apresentada ao

Departamento de Biologia da

Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo, como

parte das exigências para a

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Biológicas.

Ribeirão Preto - 2014

Page 2: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

“Análise molecular das populações de Potimirim brasiliana Villalobos,

1959 (Decapoda, Caridea, Atyidae)”

Bárbara Matos do Prado

Monografia apresentada ao

Departamento de Biologia da

Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo, como

parte das exigências para a

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Biológicas.

Orientador: Dr. Leonardo Antonio Gomes Pileggi

Co-orientador: Prof. Dr. Fernando Luis Medina Mantelatto

Ribeirão Preto - 2014

Page 3: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M.

“Análise molecular das populações de Potimirim brasiliana Villalobos, 1959

(Decapoda, Caridea, Atyidae)”

v+45 p.

Monografia apresentada ao Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Orientador: Pileggi, L.A.G.; Co-orientador: Mantelatto, F.L.M.

1.Potimirim brasiliana 2.Atyidae 3.Camarão 4.Sistemática molecular 5.Relações

evolutivas

Page 4: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

ii

“Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas.

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que as dos mísseis.

Tenho em mim esse atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor os meus silêncios.”

O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros

Page 5: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

iii

A todos que participaram de alguma forma e à

minha família, especialmente aos meus pais.

Page 6: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

iv

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço ao Prof. Dr. Fernando L. M. Mantelatto pela oportunidade em

conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia e Sistemática de

Crustáceo (LBSC). Agradeço também a todas as sugestões e conversas que tivemos durante o

andamento deste projeto, que contribuíram não só a este trabalho, mas também para meu futuro

como bióloga.

Agradeço ao meu orientador, Dr. Leonardo A. G. Pileggi, por toda dedicação e paciência

durante esses dois anos e pouco de trabalho juntos. Agradeço ainda por ter me ensinado e

acompanhado em todos os processos no Laboratório de Molecular. E também por todas as

conversas e emails (às vezes com um pouco de desespero), que me acrescentaram muito no

trabalho.

Agradeço à Universidade de São Paulo pelo auxílio financeiro concedidos a mim para o

desenvolvimento deste trabalho (Bolsa Institucional RUSP – processos 2012/2741 e 2013/1803).

Agradeço também aos projetos que diretamente e indiretamente auxiliaram financeiramente e

logisticamente para a realização deste ao LBSC, todos concedidos ao Prof. Dr. Fernando L. M.

Mantelatto: FAPESP - projeto temático BIOTA-FAPESP (2010/50188-8), CNPq (Edital Universal

471011/2011-8 e PQ 302748/2015-5), Coleções Científicas (504322/2012-5), e CAPES (Ciências

do Mar II Proc. 2005/2014 - 23038.004308/201414)

Agradeço à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP),

especialmente ao Departamento de Biologia, pela formação que tive durante estes quatro anos, e

pela disponibilidade de infra-estrutura para a realização deste projeto. Agradeço também ao

Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jabuticabal

(FCAV/UNESP) pela realização de parte do sequenciamento.

Agradeço a todos do LBSC, que me ajudaram nestes quase três anos de permanência no

laboratório: Rafa, Mari, Mateus, Tati, Kana, Raquel, Kelps, Vanda, Fabrício, Nati, Caio, Ju, Ana,

Mayara, Abner. Agradeço também aos que não estão mais no laboratório, mas que me ajudaram

no início, Isa e Camila. Agradeço à Vandinha por toda ajuda e paciência em me ensinar a trabalhar

com a Coleção de Crustáceos do Departamento de Biologia (CCDB) do LBSC. Agradeço as

meninas, Kana, Raquel, Nati, Tati e Kelps, por me ajudarem na molecular, tanto à respeito do meu

projeto quanto à respeito de manutenção do laboratório de molecular. Agradeço aos companheiros

Page 7: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

v

de iniciação científica, Ju, Ana e Caio, pelas conversar e desesperos compartilhados durante este

período. Agradeço ao Rafa pelas conversas, que sempre me ajudaram e ajudam a refletir, não só

sobre assuntos referentes a este trabalho e ao laboratório, mas também a pensar o que quero fazer

como bióloga daqui pra frente. Estas conversas podem não ter sido em grande quantidade, mas me

fez pensar muita coisa a meu respeito quanto ao futuro na carreira de bióloga. Um sincero

agradecimento especial a todos!

Agradeço a todos os colegas e amigos que me deram apoio durante este período, em

especial, Livia, Layara, Jabu, Well, Bastardo, Soldada, Tolima, Ju, Ana Luiza, Palito e Yoshi.

Agradeço também toda a Bio 48 por fazer os dias e aulas se tornarem mais agradáveis e divertidos

durante todo o curso.

E por fim, agradeço à minha família, em especial aos meus pais, Maria Lúcia e José

Olímpio, por todo apoio e carinho dedicados a mim. Agradeço também pela paciência em me

ouvir sempre que preciso falar, tanto em momentos de desesperos quanto em momentos que só

preciso compartilhar a alegria e animação por algum motivo. Muitíssimo obrigada por estarem

sempre comigo!

Page 8: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Sumário

Resumo ..............................................................................................................................................2

Abstract .............................................................................................................................................4

Introdução .........................................................................................................................................6

Objetivos .........................................................................................................................................11

Material e Métodos .........................................................................................................................13

Obtenção dos espécimes .......................................................................................................14

Obtenção de dados moleculares ............................................................................................14

Extração de DNA ..................................................................................................................15

Amplificação do DNA ..........................................................................................................16

Purificação dos produtos de PCR ..........................................................................................17

Amplificação dos produtos de PCR e sequenciamento do DNA ..........................................17

Edição das sequências ...........................................................................................................17

Análise dos dados ..................................................................................................................24

Resultados .......................................................................................................................................27

Gene nuclear 28S ...................................................................................................................28

Gene mitocondrial COI ..........................................................................................................29

Discussão .........................................................................................................................................32

Conclusão ........................................................................................................................................37

Referências ......................................................................................................................................39

Page 9: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Resumo

Page 10: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Resumo

3

Potimirim é um gênero de pequenos camarões de água doce, que vivem em rios e riachos

litorâneos da região Neotropical. Este possui uma sistemática que foi bastante controversa, porém

algumas questões foram elucidadas recentemente com alguns trabalhos filogenéticos moleculares.

No entanto, não existem trabalhos específicos utilizando-se de ferramentas moleculares sobre as

populações da espécie Potimirim brasiliana, que resolvam a politomia encontrada em seu clado.

Este projeto tem como objetivo uma análise filogenética com base em dados moleculares, visando

à resolução das relações interespecíficas e intraespecíficas. Os marcadores moleculares que foram

usados nas análises filogenéticas são os genes mitocondrial Citocromo oxidase I (COI) e o nuclear

28S. Foram sequenciadas amostras de P. brasiliana provenientes de populações dos estados de

Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, além de espécimes de Potimirim

glabra, Potimirim potimirim e Potimirim sp. As sequências foram editadas no programa

computacional BioEdit versão 7.0.9, assim como a construção da sequência consenso de ambas as

fitas. As sequências nucleotídicas editadas foram alinhadas pelo método de distância no programa

ClustalW (implementado no BioEdit). Para se buscar o modelo de substituição mais adequado

para os dados em questão, foi utilizado o programa JModeltest 2.1.4. Posteriormente, os

alinhamentos foram analisados por máxima verossimilhança no programa Mega 6. A filogenia do

28S não elucidou as relações evolutivas entre as populações de P. brasiliana, mostrando apenas a

separação entre dois grupos: um subgrupo formado por P. potimirim e um subgrupo formado pela

espécie P. brasiliana e P. sp. Na filogenia do COI nota-se a separação entre o clado de P.

brasiliana e as demais espécies, revelando que este seja um grupo monofilético. Entre os

espécimes de P. brasiliana foram encontradas algumas separações de grupos, porém sem um

padrão geográfico de distribuição.

Page 11: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Abstract

Page 12: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Abstract

5

Potimirim is a genus of small fresh water shrimps, that live in rivers and coastal streams of

the Neotropical region. It has a very controversial systematic, but some issues were recently

elucidated by some molecular phylogenetic works. However, there are no specific studies using

molecular tools to Potimirim brasiliana populations that solve the polytomy found on its clade.

This project aims a phylogenetic analysis based on molecular data, order the resolution of

interspecific and intraspecific relations. The molecular markers used in phylogenetic analyzes are

the mitochondrial gene Cytochrome oxidase I (COI) and the nuclear 28S. It were sequenced P.

brasiliana individuals from populations in Santa Catarina, Parana, Sao Paulo, Rio de Janeiro and

Bahia, and also specimens of Potimirim glabra, Potimirim potimirim and Potimirim sp. The

sequences were edited in software BioEdit version 7.0.9., as well as the construction of consensus

sequence of both tapes. The nucleotide sequences edited were aligned by distance method in the

program ClustalW (implemented in BioEdit). To find the replacement model more appropriate for

the data in question, was used the program JModeltest 2.1.4. Subsequently, the alignments were

analyzed by Maximum Likelihood in the program Mega 6. The 28S phylogeny don´t brought the

evolutionary relationships between the populations of P. brasiliana, showing only the separation

between two groups: a subgroup formed by P. potimirim and a subgroup formed by the species P.

brasiliana and P. sp. In the phylogeny of the COI is possible to note the separation between the

clade of P. brasiliana and the other species, revealing that this is a monophyletic group. Among

the specimens of P. brasiliana were found some separations of groups, but without a geographic

pattern of distribution.

Page 13: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Introdução

Page 14: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Introdução

7

A família Atyidae De Haan, 1849, que está inserida na superfamília Atyoidea De Haan,

1849, e na subordem Caridea Dana, 1852, apresenta importância ecológica em ecossistemas

subtropicais e tropicais dulcícolas, tanto pelo processo de renovação de sedimentos (Moulton et

al., 2004; Souza & Moulton, 2005), quanto pelo papel fundamental na cadeia trófica de ambientes

límnicos (Benzie, 1982). Os camarões de água doce da família Atyidae encontram-se distribuídos em rios e riachos

litorâneos da região Neotropical, sob vegetação marginal submersa ou escondidos sob rochas e

cascalho (Chace & Hobbs, 1969; Ramos-Porto & Palácios, 1981; Lima et al., 2006; Torati, 2009),

e locais com correnteza (Chace & Hobbs, 1969; Ramos-Porto & Palácios, 1981). A ocorrência

apenas em regiões litorâneas deve-se a dependência de água salobra para o desenvolvimento das

larvas dos atídeos (Molina, 1987). Alguns fatores abióticos influenciam a estrutura populacional,

como a temperatura que, por exemplo, é um fator que atua sobre a velocidade do desenvolvimento

larval (Hoffmann & Negreiros-Fransozo, 2010), além de afetar também alguns padrões de

reprodução (Barros & Fontoura, 1996b). Flutuações de densidade populacional podem ocorrer

devido às variações de disponibilidade de alimento, em razão das correntes dos cursos d’água

(Covich et al., 1991).

Este táxon envolveu muitas dúvidas e posições controversas em sua taxonomia ao longo do

tempo. Uma delas foi a necessidade de se criar um novo gênero para separar espécies de

Ortmannia Rathbun, 1901 que eram diferentes de Atya Leach, 1816 (Torati, 2009). O gênero

Potimirim foi proposto por Holthuis em 1954, com este intuito. Já em 1961, Hart propôs o gênero

Jonga Hart, 1961 para a espécie Potimirim serrei Bouvier, 1909, pois este possui uma fileira de

pequenos espinhos na margem supra-orbital do rostro, o que é ausente em Potimirim (Torati,

2009).

Esta família apresenta 40 gêneros, sendo Potimirim Holthuis, 1954 um deles (De Grave &

Fransen, 2011). Algumas características reúnem os camarões do gênero: rostro curto com dentes

somente na margem inferior; espinhos supraorbitais ausentes e com espinhos antenais e

pterigostomiamos; córnea dos olhos não expandida; ausência de exopoditos na base dos

pereópodos; presença de epipodito na base dos primeiros três ou quatro pares de pereópodos;

presença de quelas delgadas; mesmo que pequenas, as palmas nos quelípodos estão presentes;

diferenciação do apêndice do primeiro par de pleópodo, em machos (Holthuis, 1954).

Page 15: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Introdução

8

É notório a grande dificuldade na identificação das espécies de Potimirim (Page et al.,

2008), a qual deve-se pela grande variabilidade existente dentro das espécies (Muller, 1892;

Villalobos, 1959; Smalley, 1963) que possuem morfologias similares e ocupam, as vezes,

ambientes semelhantes. Porém trabalhos filogenéticos moleculares, suportados por morfologia

alfa (Page et al., 2008; Torati & Mantelatto, 2012) proporcionaram a resolução de algumas

questões. Ainda, a biologia molecular tem se tornado uma importante ferramenta para a resolução

de relações filogenéticas, uma vez que existem casos no qual a morfologia não é suficiente (Hillis,

1987; Meyer, 1997). Como exemplo tem-se a separação da espécie Potimirim glabra Kingsley,

1878 em três espécies (Potimirim glabra – encontrada na parte pacífica da América Central e

Norte; Potimirim sp 2 – encontrada na parte atlântica da América Central e Norte; Potimirim

brasiliana Villalobos, 1959 – encontrada somente no Brasil), status este concluído pelo trabalho

de Torati & Mantelatto (2012).

Atualmente o gênero Potimirim é composto por cinco espécies descritas de camarões de

água doce (Torati & Mantelatto, 2012): Potimirim americana Guérin-Méneville, 1855, Potimirim

mexicana De Saussure, 1857, Potimirim potimirim Muller, 1881, Potimirim glabra e Potimirim

brasiliana. Além desta, existem duas espécies novas em processo de descrição por Torati &

Mantelatto: Potimirim sp 1 e Potimirim sp 2.

Potimirim brasiliana (Figura 1) é uma espécie endêmica do Brasil, com ocorrências

registradas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa

Catarina (Villalobos, 1959; Barros & Fontoura, 1996a; Torati, 2009; Torati & Mantelatto, 2012).

De acordo com Torati (2009), algumas características reúnem estes atídeos na espécie Potimirim

brasiliana: margem superior do rostro bastante curvada; epipoditos presentes na base do quarto

par de pereópodos; pleurobrânquias presentes no oitavo somito torácico dos machos; dátilo do

terceiro e quarto pares de pereópodos não muito espessos, apresentando margem superior não

muito convexa e, com 6-8 espinhos grandes e curvos em sua margem inferior; camada espessa de

cerdas do tipo “pits” na superfície interna do mero do terceiro e quarto pereópodos; parte inferior

da margem anterior da quinta pleura praticamente reta; apêndice masculino estreito, com um

entalhe em sua margem distal, apresentando três lobos bem definidos; margem superior do lobo

posterior do apêndice masculino convexa.

De acordo com Grilli et al. (2014), P. brasiliana, da mesma forma que P. potimirim, é uma

espécie gonocórica (sexos separados). Chegou-se a esta conclusão neste trabalho por meio da

Page 16: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Introdução

9

realização de uma descrição, com base em estudos morfológicos, do sistema sexual de ambas as

espécies, na qual não se encontrou indivíduos em transição ou que apresentassem,

simultaneamente, caracteres masculinos e femininos. O dimorfismo sexual nesta espécie é bem

evidente, como se observa pela presença de apêndice masculino (Figura 2) encontrados nos

machos, além da diferença no tamanho entre indivíduos de ambos os sexos. A fêmea geralmente

atinge maior tamanho, maximizando o potencial reprodutivo da espécie (Parker, 1992). Em 2013,

Rocha et al. realizaram um trabalho com um grupo de espécimes de Potimirim brasiliana coletado

na Estação Ecológica Juréia-Itatins, em Peruíbe, estado de São Paulo e mediu a fecundidade média

das fêmeas, que resultou em 361 ovos por fêmea. Estes ovos ficam aderidos às cerdas dos

pleópodos por meio de filamentos, dando condições adequadas de areação e limpeza (Barros &

Fontoura,1996a). Além disso, no trabalho de Rocha et al. (2013) foram observadas variações de

atividade reprodutiva e fecundidade tanto pela época do ano, quanto pela localização das

populações (populações mais ao sul do Brasil possuem uma menor atividade reprodutiva),

sofrendo, assim, influencia de fatores ambientais e da latitude.

Figura 1: Potimirim brasiliana, exemplar de uma fêmea coletada na Ilha de São Sebastião em

Ilhabela (SP) (CCDB 2205) (1: Carapaça; 2: Somitos Abdominais; 3: Télson; 4: Pereópodos; 5:

Pleópodos; 6: Urópode).

Page 17: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Introdução

10

A maioria dos trabalhos que envolvem a espécie P. brasiliana é de caráter morfológico e

ecológico. Não há um estudo conclusivo sobre as relações existentes entre as populações de P.

brasiliana ao longo de sua distribuição geográfica, que pode ser observada na politomia

encontrada em seu clado na filogenia molecular do gene mitocondrial 16S (Torati & Mantelatto,

2012). Em razão desta problemática, é de grande importância a realização de uma análise

filogenética, com base em dados moleculares mais variáveis (e.g. COI), visando avaliar as

relações entre as populações da espécie P. brasiliana, e as relações dentro do gênero.

Figura 2: Detalhe do apêndice masculino de um exemplar de Potimirim brasiliana (CCDB 2205).

Page 18: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Objetivos

Page 19: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Objetivos

12

O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo filogenético do gênero

Potimirim com base em dados moleculares, visando entender as relações evolutivas entre as

populações de Potimirim brasiliana, e em relação a outras espécies do gênero, utilizando como

marcadores moleculares o gene mitocondrial COI e o gene nuclear 28S.

Page 20: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Material e

Métodos

Page 21: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

14

Obtenção dos espécimes

Os espécimes de Potimirim brasiliana e de outras espécies do gênero Potimirim utilizados

para este estudo foram obtidos da Coleção de Crustáceos do Departamento de Biologia (CCDB)

do Laboratório de Bioecologia e Sistemática de Crustáceos (LBSC), Faculdade de Filosofia,

Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). Os espécimes

foram coletados manualmente com o uso de peneiras nos estados de Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Os novos exemplares coletados foram devidamente

identificados, etiquetados e armazenados em álcool etílico 80% e incorporados à

CCDB/FFCLRP/USP. A confirmação da identificação das espécies foi realizada baseada nos

trabalhos de Holthuis (1954), Villalobos (1959), Chace & Hobbs (1969), Chace (1972), Melo

(2003), Torati (2009) e Torati & Mantelatto (2012), levando em conta características morfológicas

como: forma do apêndice masculino, morfologia do rostro e do dátilo dos terceiro e quarto pares

de pereópodos. A obtenção e manipulação do material genético estão em conformidade com a

licença do SISBIO para coleta e análise genética de decápodes (nº 11777-1 Data da Emissão:

16/09/2007).

Obtenção de dados moleculares

Os dados foram obtidos com base em protocolos, seguindo a metodologia de Pileggi &

Mantelatto (2010) e Torati & Mantelatto (2012), com algumas modificações que visaram à

adequação ao material.

Os genes escolhidos para atuarem como marcadores moleculares deste trabalho foram os

genes mitocondrial Citocromo oxidase I (COI) e nuclear 28S. Esta escolha foi devido ao gene COI

ser reconhecido como bastante informativo para uma variedade de níveis filogenéticos (Crandall

et al., 2000; Schubart et al., 2000; Porter et al., 2005; Mantelatto et al., 2006; Page et al., 2008;

Pileggi & Mantelatto, 2010; Vergamini et al., 2011; Rossi & Mantelatto, 2013), uma vez que

genes mitocondriais apresentam uma maior taxa de mutação em relação aos genes nucleares,

possuindo sinal filogenético em um período de tempo mais curto. O 28S foi testado também,

apesar de ser um gene nuclear, pois é mais usado na separação de espécies, tendo neste caso o

objetivo de posicionar Potimirim brasiliana na filogenia do gênero. A escolha de um gene

mitocondrial e um nuclear se deve ao fato de que o primeiro apresenta um padrão linear da

Page 22: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

15

evolução por ser uma herança uniparental, enquanto o outro apresenta um padrão reticulado por

ser uma herança biparental (Neigel & Avise, 1986).

Para a extração de DNA procurou-se, sempre que possível, selecionar animais de maior

tamanho, machos e adultos, facilitando assim a precisão na identificação destes com base nos

apêndices masculinos antes de se iniciar a extração. Estes espécimes, cujo tecido muscular foi

extraído, foram separados e etiquetados dentro de seu lote e designados como voucher genético.

Extração de DNA

A extração foi realizada em três etapas. Na primeira etapa foi extraído tecido muscular

abdominal, e algumas vezes até mesmo um pleópodo, dos espécimes escolhidos. O pleópodo foi

extraído quando o indivíduo era muito pequeno e havia pouco tecido muscular abdominal,

garantindo que se conseguisse uma concentração maior de DNA. Neste caso, não se extraía o par

de pleópodo no qual se encontra o apêndice masculino, pois não se deve retirar uma estrutura que

seja muito utilizada em sua identificação. O tecido extraído foi incubado em banho-seco por 12-

24h em 600µl de tampão de lise e 200µl de proteinase K (500µg/ml) a 55°C. Na segunda etapa,

primeiramente os tubos com o material ficaram 10 minutos no gelo, para que a atividade da

proteinase K fosse inativada. Em seguida, adicionou-se 200µl de acetato de amônio (7,5 M), para

que houvesse a separação das proteínas, seguido por uma centrifugação. O sobrenadante foi

retirado do tubo e transferido para outro contendo 600µl isopropanol, que possui a função de

decantar o DNA que ali se encontra. Os sobrenadantes com isopropanol ficaram 24h descansando

a -20°C. Na terceira etapa, após uma centrifugação, descartou-se o isopropanol e adicionou-se

15µl de etanol 70% para lavar o restante de isopropanol que tenha ficado junto ao DNA. O etanol,

depois de passar 10 minutos na geladeira e ser centrifugado, foi descartado. Em seguida,

liofilizou-se e ressuspendeu-se os pellets em 20µl de tampão TE.

Foram realizadas extrações de DNA de 72 indivíduos do gênero Potimirim, no qual 49

indivíduos são da espécie P. brasiliana, alvo deste projeto. Estes indivíduos representam

populações dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Além

destes, alguns espécimes de P. potimirim foram usados, sendo que estes já possuíam material

extraído (Tabela I).

Page 23: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

16

A concentração de DNA extraído foi medida pelo Nanodrop 2000 Spectrophotometer®, a

fim de se possibilitar a adequação da concentração do DNA extraído à concentração necessária

para se realizar a amplificação dos genes de interesse pela técnica de PCR (Polymerase Chain

Reaction) (Sambrook et al., 1989).

Tabela I: Relação dos espécimes de Potimirim potimirim que já possuíam material extraído (CCDB: Coleção de

Crustáceos do Departamento de Biologia).

CCDB Localidade Número de indivíduos

sequenciados

2634 Ilhéus (BA), Brasil 1

2399 Isla Colon, Bocas del Toro,

Panama

6

1893 Caieira do Norte (SC),

Brasil

1

Amplificação do DNA

O gene mitocondrial COI foi amplificado por meio de técnica de PCR fazendo uso dos

primers LCO1490 (5´ - GGT CAA CAA ATC ATA AAG ATA TTG G - 3´) e HCO2198 (5´ -

TAA ACT TCA GGG TGA CCA AAA AAT CA - 3´) (Folmer et al., 1994), e o gene nuclear 28S

pelos primes 28S Rd1a (5’ - CCC SCG TAA YTT AAG CAT AT - 3’) e 28S Rd4b (5’ - CCT

TGG TCC GTG TTT CAA GAC - 3’) (Edgecombe & Giribet, 2006). Os produtos de PCR foram

obtidos a partir de uma reação de volume total 25µl contendo água destilada e deionizada, Taq

Buffer, MgCl2 (25 mM), betaína (5 M), DNTPs, primers, Taq polimerase e DNA extraído.

O DNA foi amplificado no Veriti® 96-Well Thermal Cycler (Applied Biosystems) com os

seguintes ciclos termais: COI - desnaturação inicial por 2 min a 94°C; anelamento por 35 ciclos

(30s a 94°C; 30s a 48°C e 1 min a 72°C); extensão final por 2 min a 72°C; 28S – desnaturação

Page 24: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

17

inicial por 5 min a 95°C; anelamento por 40 ciclos (45s a 95°C; 45s a 52°C e 1 min a 72°C);

extensão final por 3 min a 72°C.

Purificação dos produtos de PCR

A purificação foi realizada utilizando-se kit SureClean®. Aos produtos de PCR foram

adicionados 20µl de SureClean, seguido por centrifugação de 30min. O sobrenadante foi

removido, e o pellet lavado com 40µl de etanol 70%. Após outra centrifugação de 30min e a

retirada do etanol, as amostras foram liofilizadas e, os pellets foram ressuspendidos em 22µl de

Água Milli-Q Autoclavada. Para que se seguisse para a próxima etapa, foi medida a concentração

do material, sendo necessário no mínimo 10 ng/µl para cada fita do DNA a ser sequenciada.

Amplificação dos produtos de PCR e sequenciamento do DNA

Ambas as etapas foram realizadas pelo Departamento de Tecnologia da Faculdade de

Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (FCAV) da Universidade Estadual Paulista “Júlio

de Mesquita Filho” (UNESP). O sequenciamento foi realizado em um sequenciador automatizado

ABI Prism 3100 Genetic Analyzer® (Applied Biosystems automated sequencer).

A Tabela II apresenta um resumo dos espécimes que foram sequenciados, com suas

respectivas localidades de coleta.

Edição das sequências

As sequências foram editadas no programa computacional BioEdit versão 7.0.9. (Hall,

2005), assim como a construção da sequência consenso de ambas as fitas. Após esta etapa, as

sequências consenso foram comparadas com outras sequências depositadas em banco de dados

genéticos utilizando-se o programa de pesquisa BLASTn (Basic Local Alignment Search Tool -

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast/index.shtml).

Page 25: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

18

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim brasiliana Ilhabela, São Paulo,

Brasil

1991 KP202785/ KP202724

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202787/ KP202726

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202806/ KP202747

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 ─ / KP202748

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202815/ KP202749

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202816/ KP202750

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 ─ / KP202740

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202817/ KP202741

Potimirim brasiliana Ubatuba, São Paulo,

Brasil

2006 KP202781/ KP202751

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202811/ KP202736

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202812/ ─

Page 26: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

19

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202819/ KP202743

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202813/ KP202744

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202820/ KP202745

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 KP202814/ ─

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 ─ / KP202759

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 ─ / KP202760

Potimirim brasiliana Mangaratiba, São

Paulo, Brasil

2142 ─ / KP202761

Potimirim brasiliana Iguapé, São Paulo,

Brasil

2386 KP202808/ ─

Potimirim brasiliana Iguapé, São Paulo,

Brasil

2386 ─ / KP202752

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 KP202786/ KP202725

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 KP202802/ ─

Page 27: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

20

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 KP202803/ KP202737

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 ─ / KP202738

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 KP202804/ KP202746

Potimirim brasiliana Paraty, Rio de

Janeiro, Brasil

2005 KP202805/ KP202739

Potimirim brasiliana Matinhos, Paraná,

Brasil

2115 KP202788/ ─

Potimirim brasiliana Matinhos, Paraná,

Brasil

2115 KP202818/ ─

Potimirim brasiliana Matinhos, Paraná,

Brasil

2115 KP202807/ ─

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 KP202789/ KP202727

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 KP202790/ KP202728

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 KP202791/ KP202729

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 KP202792/ KP202730

Page 28: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

21

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 KP202793/ KP202731

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 ─ / KP202753

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 ─ / KP202754

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 ─ / KP202755

Potimirim brasiliana Uruçuca, Bahia,

Brasil

1585 ─ /KP202756

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 KP202794/ ─

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 KP202821/ ─

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 KP202795/ ─

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 KP202796/ KP202732

Page 29: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

22

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 KP202797/ ─

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 ─ / KP202757

Potimirim brasiliana Ilhéus, Bahia,

Brasil

2633 ─ / KP202758

Potimirim brasiliana BR 376, Santa

Catarina, Brasil

2116 KP202798/ KP202733

Potimirim brasiliana BR 376, Santa

Catarina, Brasil

2116 KP202799/ KP202734

Potimirim brasiliana BR 376, Santa

Catarina, Brasil

2116 KP202809/ KP202742

Potimirim brasiliana BR 376, Santa

Catarina, Brasil

2116 KP202810/ KP202735

Potimirim potimirim Itapitangui, São

Paulo, Brasil

3721 ─ / KP202763

Potimirim potimirim Itapitangui, São

Paulo, Brasil

3720 ─ / KP202773

Potimirim potimirim Ariri, São Paulo,

Brasil

3741 KP202800/ KP202774

Potimirim potimirim Cananéia, São Paulo,

Brasil

3743 KP202784/ KP202762

Page 30: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

23

Tabela II: Continua. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim potimirim Ilhabela, São Paulo,

Brasil

3942 ─ / KP202775

Potimirim potimirim Ilhéus, Bahia,

Brasil

2634 ─ / KP202765

Potimirim potimirim Canavieiras, Bahia,

Brasil

3037 ─ / KP202772

Potimirim potimirim Piuma, Espírito

Santo, Brasil

4069 KP202825/ ─

Potimirim potimirim Piuma, Espírito

Santo, Brasil

4069 KP202826/ ─

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 KP202823/ KP202766

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 ─ / KP202767

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 ─ / KP202768

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 KP202822/ KP202769

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 KP202824/ KP202770

Potimirim potimirim Iconha, Espírito

Santo, Brasil

4066 KP202801/ KP202771

Page 31: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

24

Tabela II: Conclusão. Lista de sequências com seus respectivos locais de coleta, números de catálogo da coleção

(CCDB) e de acesso no GenBank (─: ausência de dados).

Espécie Localidade CCDB Número de acesso no

GenBank COI/28S

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 KP202827/ KP202780

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 KP202828/ ─

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 KP202829/ KP202779

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 ─ / KP202777

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 ─ / KP202778

Potimirim potimirim Isla Colon, Bocas del

Toro, Panamá

2399 KP202783/ KP202764

Potimirim potimirim Caieira do Norte,

Santa Catarina, Brasil

1893 ─ / KP202776

Potimirim glabra Costa Rica - costa do

Pacífico

3341 KP202782/ ─

Análise dos dados

As sequências nucleotídicas editadas foram alinhadas pelo método de distância no

programa ClustalW (implementado no BioEdit) utilizando os parâmetros do “default” do

programa.

As análises filogenéticas foram realizadas pelo método de máxima verossimilhança com os

genes mitocondrial COI e nuclear 28S. Para o COI foram analisados 57 espécimes do gênero

Page 32: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

25

Potimirim, sendo 36 P. brasiliana, sete P. sp 2 (obtidas do GenBank como P. glabra*), duas P.

glabra (uma obtida no GenBank), 12 P. potimirim, além de duas espécimes como grupo externo,

sendo uma Atya scabra Leach, 1816 (obtida no GenBank) e uma Micratya poeyi Guérin-

Méneville, 1855 (obtida no GenBank). Para o 28S foram analisados 59 espécimes do gênero

Potimirim, sendo 37 P. brasiliana, 20 P. potimirim (uma obtida no GenBank), uma P. sp 2 (obtida

no GenBank como P. glabra*), além de cinco espécimes como grupo externo, sendo uma Jonga

serrei Bouvier, 1909 (obtida no GenBank), uma Micratya poeyi (obtida no GenBank), uma Atya

ortmannioides Villalobos, 1956 (obtida no GenBank), uma Atya scabra (obtida no GenBank) e

uma Atyoida bisulcata Randall, 1840 (obtida no GenBank). Todos os espécimes que foram

utilizados neste trabalho e cujas sequências foram obtidas do GenBank se encontram na Tabela III,

com seus respectivos números de acesso. Para se buscar o modelo de substituição mais adequado

para os dados em questão, foi utilizado o programa JModeltest 2.1.2 (Darriba et al., 2012).

Posteriormente, os alinhamentos foram analisados por máxima verossimilhança no programa

Mega 6 (Tamura et al., 2013) de acordo com os métodos selecionados anteriormente e, utilizando-

se a metodologia de bootstrap com 1000 réplicas.

Tabela III: Continua. Lista de espécies do Genbank que foram utilizadas, localidades, número de acesso no Genbank

e referência onde foi publicada a sequência.

Espécie (gene) Localidade Genbank Referência

P. glabra (COI) Panamá JF811005.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811012.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811011.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811010.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811009.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811008.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811007.1 Page et al., 2011

P. glabra* (COI) Trinidade e Tobago JF811006.1 Page et al., 2011

P. potimirim (28S) Panamá FN995614.1 Von Rintelen et al., 2012

Estes P. glabra encontrados no GenBank que estão marcados (*), de acordo com Torati & Mantelatto (2012), trata-

se de uma nova espécie encontrada na costa Atlântica da América Central, que foi chamada pelos autores de P. sp 2.

Page 33: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Material e Métodos

26

Tabela III: Conclusão. Lista de espécies do Genbank que foram utilizadas, localidades, número de acesso no

Genbank e referência onde foi publicada a sequência.

Espécie (gene) Localidade Genbank Referência

P. glabra* (28S) Trinidade e Tobago FN995613.1 Von Rintelen et al., 2012

Atya scabra (COI) Trinidade e Tobago JF810990.1 Page et al., 2013

Micratya poeyi (COI) Caribe FJ348827.1 Cook et al., 2010

Atya scabra (28S) ---- FN995550.1 Von Rintelen et al., 2012

Micratya poeyi (28S) ---- FN995595.1 Von Rintelen et al., 2012

Jonga serrei (28S) ---- FN995587.1 Von Rintelen et al., 2012

Atya ortmannioides (28S) ---- FN995549.1 Von Rintelen et al., 2012

Atyoida bisulcata (28S) ---- FN995553.1 Von Rintelen et al., 2012

Page 34: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Resultados

Page 35: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Resultados

28

Primeiramente, realizou-se o PCR de apenas três extrações como teste para observar o

resultado, em ambos os casos, para os genes COI e 28S. Este primeiro PCR teste foi realizado com

temperatura de anelamento de 50°C e 48°C para COI e 28S, respectivamente, conforme o

protocolo. Os resultados dos PCRs foram observados em eletroforese com gel de agarose 1% e

fotografados com uma câmera digital C-7070 Olimpus® em um transiluminador UV M20 UVP

®.

Porém a banda, em ambos os acasos, não foi visualizada. A aparição desta banda significa que a

região do DNA necessária para este trabalho foi amplificada. Com isso, houve a necessidade de se

alterar a temperatura de anelamento. As temperaturas que apresentaram resultado positivo foram

48°C para COI e 52°C para 28S. Esta adaptação da temperatura é necessária, pois as condições

das reações e o material que foi extraído possuem suas particularidades, sendo distintos de

trabalho para trabalho, onde a temperatura e a duração de tempo necessário para o anelamento do

primer dependem da composição de bases, comprimento e concentração de primers (Innis &

Gelfard, 1990). Todos os espécimes passaram por amplificação por PCR para ambos os genes, 28S e COI,

porém nem todos tiveram resultado positivo. Em alguns casos, mesmo alterando a temperatura de

anelamento e a concentração de material extraído, a banda não apareceu. Já em outros casos, a fita

não aparecia totalmente limpa, com a presença de bandas inespecíficas, podendo ter ocorrido um

erro na extensão devido à inibição da enzima DNA polimerase. Na primeira situação, este não

passou pelo processo de sequenciamento; já no segundo caso, se ambas as fitas de um espécime

estivessem muito ruins, esta sequência não foi utilizada para as análises moleculares.

Gene nuclear 28S

Para o gene nuclear 28S foram obtidas sequências que variam de 734 a 756 pares de bases

(bp), e as provenientes do Genbank variam de 666 a 1110 bp, com isso foram todas alinhadas pelo

ClustalW com um total de 666 bp. O modelo selecionado pelo programa JModeltest que melhor se

adequou a este padrão de dados, segundo o critério de informação Akaike (AIC), foi Tamura-

Nei+I, o qual apresentou as seguintes frequências das bases: A = 0,2303, C = 0,2710, G = 0,3426,

T = 0,1561.

Com base nas diferenças genéticas das sequências e por meio do método de máxima

verossimilhança do programa Mega, foi construído um cladograma observado na Figura 3.

Page 36: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Resultados

29

Observou-se neste cladograma a existência de um grupo formado apenas pelos espécimes

de P. potimirim (Figura 3 - A) que está inserido dentro de outro grupo composto pelos espécimes

de P. brasiliana e um espécime de P. sp 2 (Figura 3 - B). Esta nova espécie citada neste trabalho

foi proposta por Torati & Mantelatto (2012), com base em dados moleculares, no qual representa

os espécimes antes chamados de P. glabra que ocorrem na região do Caribe.

Gene mitocondrial COI

Foram obtidas sequências para o gene COI com uma quantidade que varia de 640 a 700 bp,

porém como as sequências provenientes do Genbank são menores (de 324 a 530 bp), o

alinhamento foi realizado com apenas 530 bp para todas as sequências. O programa JModeltest

selecionou o modelo Tamura-Nei + G como o mais adequado para este padrão de dados, segundo

o critério de informação Akaike (AIC), apresentando as seguintes frequências das bases: A =

0,3183, C = 0,1490, G = 0,2432, T = 0,2895.

A partir do cladograma obtido (Figura 4) observou-se a separação do clado de Potimirim

brasiliana (Figura 4 - C) das outras espécies, permitindo dizer que este é um grupo monofilético.

Observa-se também que há uma relação maior entre P. glabra e P. sp 2 (Figura 4 - D), e que

dentro de P. potimirim (Figura 4 - E) existe uma separação entre os espécimes do Brasil (Figura 4

- F) e os do Panamá (Figura 4 - G).

Page 37: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Resultados

30

Figura 3: Cladograma de espécies de Potimirim, baseado no método de máxima verossimilhança do gene 28S.

Números dos ramos referem-se aos valores de significância para 1000 réplicas de bootstraps. BA: Bahia; SP: São

Paulo; RJ: Rio de Janeiro; SC: Santa Catarina; Tobago: Trinidade e Tobago; *: espécime que deveria passar por uma

confirmação de sua identificação, porém sua sequência foi obtida no Genbank.

A

B

Page 38: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Resultados

31

Figura 4: Cladograma de espécies de Potimirim, baseado no método de máxima verossimilhança do gene COI.

Números dos ramos referem-se aos valores de significância para 1000 réplicas de bootstraps. BA: Bahia; SP: São

Paulo; RJ: Rio de Janeiro; SC: Santa Catarina; PR: Paraná; *: espécime que deveria passar por uma confirmação de

sua identificação, porém sua sequência foi obtida no Genbank.

C

D

E

G

F

Page 39: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Discussão

Page 40: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Discussão

33

O gene nuclear 28S não se mostrou eficiente para o estudo da relação entre as populações

de P. brasiliana, uma vez que todos os espécimes ficaram reunidos em um único grupo. Esta

politomia é semelhante à encontrada no trabalho de Torati & Mantelatto (2012), no qual foi

utilizado o gene 16S. Os genes 28S e 16S são conservados de tal maneira, que em ambos os casos,

não foi possível resolvem as relações evolutivas entre as populações de P. brasiliana. No trabalho

de Hou et al. (2007) a filogenia encontrada para os genes nucleares (18S e 28S) não foram

eficientes também, já que algumas politomias foram encontradas entre as espécies do gênero

Gammarus Fabricius, 1775. No cladograma proposto no presente trabalho para o gene 28S

observa-se a presença de um grupo composto apenas por P. potimirim, apontando ser este um

grupo monofilético.

Genes mais conservados como os nucleares são mais utilizados em trabalhos que não

precisam de marcadores moleculares tão variáveis, ou seja, na qual o gene não deve ter sofrido

muitas mutações. Um exemplo é o trabalho de Gao et al. (2008), no qual foi realizado um estudo

filogenético com o objetivo de analisar as relações entre grupos basais de hexápoda, na qual

incluíram insetos, crustáceos, miriápodes e cheliceriformes. Para este tipo de estudo, ambos os

genes utilizados, 18S e 28S, produziram resultados consistentes. Para este trabalho o gene 28S foi

utilizado com o objetivo de posicionar P. brasiliana entre outras espécies do gênero, e testar se as

separações das espécies são resultados de eventos recentes ou não. Este fato pode ser observado

pela existência da separação entre P. brasiliana e P. potimirim, e a presença de uma politomia

entre P. brasiliana e P. sp 2., que apontam como especiações resultantes de evento mais antigo no

primeiro caso, e de evento mais recente no segundo caso.

A partir do cladograma obtido com COI (Figura 4) observou-se a nítida separação do clado

de Potimirim brasiliana com o de Potimirim glabra juntamente com Potimirim sp 2, corroborando

o trabalho de Torati & Mantelatto (2012), por meio de dados moleculares (gene 16S) e

morfológicos (apêndice masculino), que propôs a separação de P. glabra em três espécies distintas

(P. glabra-Pacífico, P. brasiliana-Atlântico-Brasil e P.sp 2- Atlântico-Caribe). Nota-se que há

uma relação de maior proximidade entre P. glabra e P. sp 2, corroborando a semelhança

morfológica entre eles (Torati & Mantelatto, 2012). No entanto, o cladograma proposto no

referido trabalho não foi capaz de resolver politomias intraespecíficas devido ao conservadorismo

do gene 16S.

Page 41: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Discussão

34

Há neste cladograma uma separação entre a espécie P. potimirim e as demais espécies

utilizadas neste estudo. Este fato pode ter relação com o desenvolvimento ontogenético do grupo,

mais precisamente em relação ao desenvolvimento do apêndice masculino. De acordo com Torati

& Mantelatto (2012), o estado primitivo do apêndice masculino teria sido mantido em adultos de

P. americana, sendo posteriormente modificado em um estado intermediário mantido pelas

espécies P. potimirim, P. mexicana e P. sp 1. Após este estado intermediário, teria ocorrido outra

modificação, dando origem ao formato do apêndice masculino presente nas espécies P. brasiliana,

P. glabra e P. sp 2. Este desenvolvimento ontogenético corrobora com a separação do grupo de P.

potimirim das demais espécies, e também com a existência de uma maior relação entre P.

brasiliana, P. glabra e P. sp 2, resultados encontrados neste trabalho. Porém, esta separação em

dois grupos proposta por Torati & Mantelatto (2012), um grupo formado por P. potimirim, P.

mexicana e P. sp 1 e outro grupo formado por P. brasiliana, P. glabra e P. sp 2, não é

corroborado pelo trabalho de Grilli et al. (2014), que leva em consideração o sistema sexual das

espécies. O sistema sexual das espécies não segue este padrão já que P. mexicana e P. potimirim,

ambos do mesmo grupo, possuem sistemas sexuais distintos, sendo P. mexicana hermafrodita

protândrico e P. potimirim gonocórico (Grilli, et al., 2014).

Entre os espécimes de P. brasiliana para o gene COI foram encontradas algumas

separações de grupos, entretanto sem um padrão geográfico de distribuição, no qual espécimes de

uma mesma população não aparecem reunidos formando um subgrupo. Este fato foi encontrado

também no trabalho de Vergamini et al. (2011), na qual um dos objetivos era estabelecer as

relações entre as populações de Macrobrachium amazonicum Heller, 1862, porém a análise

molecular com o gene COI não revelou detalhes das relações entre as populações de alguns grupos

formados. Resultado semelhante também foi encontrado em Macrobrachium olfersii Wiegmann,

1836 por Rossi & Mantelatto (2013), no qual não se encontrou um padrão geográfico nas

separações das populações. Em todos os três casos, o resultado mostra que as populações não se

encontram isoladas geneticamente, ocorrendo fluxo gênico entre elas. Uma espécie irá se dispersar

geograficamente até encontrar uma barreira, que pode ser um acidente geográfico histórico, como

por exemplo, cadeias de montanhas, desertos e oceanos (Slatkin, 1987). Um exemplo de barreira

geográfica são as correntes oceânicas, uma vez que é conhecida a influência na separação genética

entre populações de camarões marinhos situadas ao norte da região da ressurgência de Cabo Frio e

as situadas ao sul (Maggioni et al., 2003). Porém, as correntes oceânicas também são, em alguns

casos, explicações para a ocorrência de fluxo gênico, como no caso da espécie Macrobrachium

Page 42: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Discussão

35

olfersii do trabalho de Rossi & Mantelatto (2013) e, pode ser também uma explicação para este

trabalho em relação às populações de P. brasiliana. Apesar dos camarões serem de água doce, eles

necessitam de água salobra para o desenvolvimento de suas larvas em ambos os casos, para P.

brasiliana (Molina, 1987) e M. olfersii (Hedgpeth, 1949; Bowles et al., 2000), momento em que

as correntes oceânicas agem permitindo o fluxo gênico.

Um exemplo de barreira geográfica que pode ter influenciado na especiação dentro do

gênero Potimirim foi o fechamento do canal do Panamá (Torati, 2009). P. glabra envolvia P.

brasiliana e P. sp 2, recentemente é que foram separadas em três espécies pelo trabalho de Torati

& Mantelatto (2012). Esta especiação pode ter iniciado com o fechamento do canal do Panamá, na

qual provavelmente ocorreu a separação de populações de P. glabra entre o Atlântico e o Pacífico

(Torati, 2009). Após esta separação das populações, pode ter ocorrido um isolamento reprodutivo,

que levou à especiação: P. glabra, encontrada na parte pacífica da América Central e Norte; e P.

brasiliana encontrada na parte atlântica. Já o aparecimento da nova espécie, P. sp 2, deve ser

devido a um evento mais recente (Torati, 2009), no qual levou a separação de populações de P.

brasiliana entre a América do Sul e América do Norte e Central. Este trabalho corrobora com esta

explicação biogeográfica, pois para ambos os genes, 28S e COI, encontra-se uma relação mais

próxima entre P. brasiliana e P. sp 2. Outro fato que pode ser relação com o fechamento do canal

do Panamá e a separação entre populações de P. potimirim do Brasil e do Panamá, porém

necessita-se de estudos mais detalhados da espécie para se levantar qualquer hipótese.

A separação na população de P. brasiliana de grupos sem um padrão geográfico pode ser

explicada também pelo marcador genético não ser sensível para as relações entre estas populações.

Atualmente alguns trabalhos estão usando microssatélites como marcadores moleculares. Estes

microssatélites, também chamado de sequências simples repetidas ou sequências curtas repetidas

em tandem, sofrem altas taxas de mutação, apresentando um índice de mutação de 10-6

a 10-2

por

geração (Schlötterer, 2000), o que os torna mais variáveis que genes mitocondriais. O trabalho de

Maggioni et al. (2003) utilizou microssatélites para realizar um levantamento sobre a variabilidade

genética e a estrutura populacional de Litopenaeus schmitti Burkenroad, 1936 na costa brasileira.

O resultado encontrado foi uma diferenciação entre as populações de L. schmitti do norte e sul do

país, que não tem relação com alguma barreira já conhecida no local onde está separação ocorre,

região próxima a Santos (SP). Algumas explicações para esta diferenciação foram especuladas:

uma ressurgência encontrada próxima a área, representando uma barreira, ou que esta separação

Page 43: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Discussão

36

tenha sido resultado de alguma barreira do passado, que impediu o fluxo gênico na época. Da

mesma forma que o trabalho de Maggioni et al. (2003) utilizou microssatélites, se desenvolvermos

microssatélites para Potimirim, talvez tenhamos uma visão mais detalhada da distribuição e

separação populacional de P. brasiliana, e de todo o gênero.

Page 44: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Conclusão

Page 45: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Conclusão

38

A filogenia do 28S não revelou as relações evolutivas entre as populações de P. brasiliana,

mostrando a existência de um grupo de P. potimirim inserido dentro de um grupo formado por P.

brasiliana e P. sp 2. Já as relações reveladas com base no gene COI suportam o monofiletismo da

espécie Potimirim brasiliana, uma vez que esta espécie apresentou uma separação entre seu clado

e as demais espécies presentes no cladograma. Entre os espécimes de P. brasiliana foram

encontradas algumas separações de grupos, entretanto sem um padrão geográfico de distribuição,

o que mostra que as populações não se encontram isoladas geneticamente, ao menos com a

evidência proporcionada por este marcador.

Page 46: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Referências

Page 47: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

40

Barros, M. P. & N. F. Fontoura. 1996a. Biologia reprodutiva de Potimirim glabra (Kingsley,

1878) (Crustacea, Decapoda, Atyidae), na praia da Vigia, Garopaba, Santa Catarina, Brasil.

Nauplius, 4: 1-10.

Barros, M. P. & N. F. Fontoura. 1996b. Crescimento de Potimirim glabra (Kingsley, 1878)

(Crustacea, Decapoda, Atyidae), na Praia da Vigia, Garopaba, Santa Catarina, Brasil.

Nauplius, 4: 11-28.

Benzie, J. A. H. 1982. The complete larval development of Caridina mcculochi Roux, 1929

(Decapoda, Atyidae) reared in the laboratory. Journal of Crustacean Biology 2(4): 493-

513.

Bowles, D. E.; Aziz, K. & C. L. Knight. 2000. Macrobrachium (Decapoda: Caridae:

Palaemonidae) in the contiguous United States: A review of the species and assessment of

threats to their survival. Journal of Crustacean Biology, 20(1): 158–171.

Chace, F. A. 1972. The shrimps of the Smithsonian-Bredin Caribbean Expeditions with a

summary of the West Indian. Shallow-water species (Crustacea: Decapoda: Natantia).

Smithsonian Contributions to Zoology, 98: 1-179.

Chace, F. A. & H. H. Hobbs. 1969. The freshwater and terrestrial Decapod Crustaceans of the

West Indies with special reference to Dominica. United States National Museum

Bulletin, 292: 1-258.

Cook, B. D.; Pringle, C. M. and J. M. Hughes. 2010. Immigration history of amphidromous

species on a Greater Antillean Island. Journal of Biogeography, 37(2): 270-277.

Covich, A. P.; Crowl, T. A.; Jonson, S. L.; Varza, D. & D. Certain. 1991. Post-hurricane Hugo

increases in Atyid abundances in a Puerto Rican montane stream. Biotropica, Lawrence,

23(4a): 448-454.

Crandall, K. A.; Harris, D. J. & J. W. Fetzner. 2000. The monophyletic origin of freshwater

crayfish estimated from nuclear and mitochondrial DNA sequences. Proceedings of the

Royal Society B, 267: 1679-1686.

Darriba, D.; Taboada, G. L.; Doallo, R. & D. Posada. 2012. JModeltest 2: more models, new

heuristics and parallel computing. Nature Methods 9(8): 772.

Page 48: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

41

De Grave, S. & C. H. J. M. Fransen. 2011. Carideorum catalogus: the recent species of the

dendrobranchiate, stenopodidean, procaridean and caridean shrimps (Crustacea:

Decapoda). Zoologische Mededelingen, 89: 195-589.

Edgecombe, G. D. & G. Giribet. 2006. A century later – a total evidence re-evaluation of the

phylogeny of scutigeromorph centipedes (Myriapoda:Chilopoda). Invertebrate

Systematics, 20: 503-525.

Folmer, M.; Black, W.; Hoeh, R. L. & R. Vrijenhoek. 1994. DNA primers for amplification of

mitochondrial cytochrome c oxidase subunit I from diverse metazoan invertebrates.

Molecular Marine Biology and Biotechnology, 3(5): 294-299.

Gao, Y.; Bu, Y. & Y. Luan. 2008. Phylogenetic Relationships of Basal Hexapods Reconstructed

from Nearly Complete 18S and 28S rRNA Gene Sequences. Zoological Science, 25: 1139-

1145.

Grilli, N. M.; Terossi, M. & F. L. Mantelatto. 2014. Sexual system of the freshwater shrimps of

the genus Potimirim Holthuis (Decapoda : Caridea : Atyidae): is there a pattern in this

genus? Marine and Freshwater Research, 65: 759–765.

Hall, T. 2005. BioEdit 7.0.5. North Carolina State University, Department of Microbiology.

Hedgpeth; J. W. 1949. The North American species of Macrobrachium (river shrimp). Texas

Journal of Science, 1(3): 28–38.

Hillis, D. M. 1987. Molecular versus morphological approaches to systematic. Annual Review of

Ecology and Systematics, 18(1): 23-42.

Hoffman P. & M. L. Negreiros-Fransozo. 2010. Reproductive cycle and fecundity of Potimirim

glabra (Kingsley, 1954) (Caridea, Atyidae) from a littoral stream. Invertebrate

Reproduction & Development, 54(3): 133-141.

Holthuis, L. B. 1954. On a collection of decapod Crustacea from the Republic of El Salvador

(Central America). Zoologische Verhandelingen, 23: 1-43.

Hou, Z. ; Fu, J. & S. Li. 2007. A molecular phylogeny of the genus Gammarus (Crustacea :

Amphipoda) based on mitochondrial and nuclear gene sequences. Molecular

Phylogenetics and Evolution, 45 : 596-611.

Page 49: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

42

Innis, M. A. & D. H. Gelfard. 1990. Opmitization of PCRs. PCR protocols – A guide to methods

and applications. 3-12.

Lima, G. V.; Silveira, C. M. & L. M. Y. Oshiro. 2006. Estrutura populacional dos camarões

simpátricos Potimirim glabra e Potimirim potimirim (Crustacea, Decapoda, Atyidae) no

rio Sahy, Rio de Janeiro, Brasil. Iheringia, Série Zoologia, 96(1): 81-87.

Maggioni, R.; Rogers, A. D.; & N. Maclean. 2003. Population structure of Litopenaeus schmitti

(Decapoda: Penaeidae) from the Brazilian coast identified using six polymorphic

microsatellite loci. Molecular Ecology, 12: 3213 – 3217.

Mantelatto, F. L. M.; Robles, R.; Biagi, R. & D. L. Felder. 2006. Molecular analysis of the

taxonomic and distributional status for the hermit crab genera Loxopagurus Forest, 1964

and Isocheles Stimpson, 1858 (Decapoda, Anomura, Diogenidae). Zoosystema, 28(2):

495–506.

Melo, G. A. S. 2003. Famílias Atydae, Palaemonidae e Sergestidae. In: Melo, G.A.S. (ed.).

Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de Água Doce do Brasil. 289-415.

Meyer, D. 1997. Análise filogenética de seqüências de DNA. In: AMORIM, D. S. (ed.).

Elementos básicos de sistemática filogenética. 187-212.

Molina, F. M. L. 1987. Biologia de Potimirim brasiliana Villalobos, 1950 (Crustacea, Decapoda,

Atyidae). Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil.

Moulton, T. P.; Souza, M. L.; Silveira, R. M. L. & F. A. M. Krsulovic. 2004. Effects of

ephemeropterans and shrimps on periphyton and sediments in a coastal stream (Atlantic

Forest, Rio de Janeiro, Brazil). Journal of the North American Benthological Society

23(4): 868-881.

Muller, F. 1892. O camarão miúdo do Itajahy, Atyoida potimirim. Archivos do Museu Nacional

do Rio de Janeiro, 8: 155-178.

Neigel, J. E. & J. C. Avise. 1986. Phylogenetic relationships of mitochondrial DNA under various

demographic models of speciation. In: Karlin S, Nevo E (Eds). Evolutionary processes

and theory. Academic Press, New York, pp. 515-534.

Page 50: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

43

Page, T. J.; Cook, B. D.; Rintelen, T.; Rintelen, K. & J. M. Hughes. 2008. Evolutionary

relationships of atyid shrimps imply both ancient Caribbean radiations and common

marine dispersals. Journal of the North America Benthological Society, 27(1): 68-83.

Page, T. J.; Cook, B. D.; Torati, L. S.; Binderup, A.; Pringle, C. M. and J. M. Hughes. 2011.

Direct Submission. Australian Rivers Institute, Griffith University, Molecular Lab,

Nathan, QLD 4111, Australia.

Page, T. J.; Torati, L. S.; Cook, B. D.; Binderup, A.; Pringle, C. M.; Reuschel, S.; Schubart, C. D.

& J. M. Hughes. 2013. Invertebres Sans Frontieres: Large Scales of Connectivity of

Selected Freshwater Species among Caribbean Islands. Biotropica, 45: 236-244.

Parker, G. A. 1992. The evolution of sexual dimorphism in fish. Jornal of Fish Biology, 41(B): 1-

20.

Pileggi, L. G. & F. L. Mantelatto. 2010. Molecular phylogeny of the freshwater prawn genus

Macrobrachium (Decapoda, Palaemonidae), with emphasis on the relationships among

selected American species. Invertebrate Systematics, 24: 194-208.

Porter, M. L.; Pérez-Losada, M. & K. A. Crandall. 2005. Model-based multi-locus estimation of

decapod phylogeny and divergence times. Molecular Phylogenetics and Evolution 37:

355–369.

Ramos-Porto, M. & J. A. P. Palácios. 1981. Estudos ecológicos do rio Capibaribe-Mirim, PE. IV.

Crustáceos decápodas natantes. Trabalhos de Oceanografia da Universidade Federal de

Pernambuco, 16: 265-296.

Rocha, S. S.; Bueno, S. L. S.; Shimizu, R. M. & F. L. Mantelatto. 2013. Reproductive biology and

population structure of Potimirim brasiliana Villalobos, 1959 (Decapoda, Atyidae) from a

littoral fast-flowing stream, São Paulo state, Brazil. Crustaceana 86(1): 67-83.

Rossi, N. & F. L. Mantelatto. 2013. Molecular analysis of the freshwater prawn Macrobrachium

olfersii (Decapoda, Palaemonidae) supports the existence of a single species throughout its

distribution. PLoS ONE, 8(1): e54698. DOI:10.1371/journal.pone.0054698

Sambrook, J.; Fritsch, E. F. & T. Maniatis. 1989. In vitro amplification of DNA by the Polymerase

Chain Reaction. In: Sambrook, J.; E. F. Fritsch & T. Maniatis. Molecular cloning: a

laboratory manual, 2: 14.1-14.35.

Page 51: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

44

Schlötterer, C. 2000. Evolutionary dynamics of microsatellite DNA. Chromossoma, 109: 365-

371.

Schubart, C. D.; Neigel, J. E. & D. L. Felder. 2000. Use of the mitochondrial 16S rRNA gene for

phylogenetic and population studies of Crustacea. Crustacean Issues, 12: 817-830.

Slatkin, M. 1987. Gene flow and the geographic structure of natural populations. Science, 236:

787–792.

Smalley, A. E. 1963. The genus Potimirim in Central America (Crustacea, Atyidae). Revista de

Biologia Tropical, 11(2):177-183.

Souza, M. L. & T. P. Moulton. 2005. The effects of shrimps on benthic material in a Brazilian

island stream. Freshwater Biology, 50: 592-602.

Tamura K.; Stecher, G.; Peterson, D.; Filipski, A. & S. Kumar. 2013. MEGA6: Molecular

Evolutionary Genetics Analysis version 6.0 Molecular Biology and Evolution 30: 2725-

2729.

Torati, L. S. 2009. Revisão taxonômica das espécies brasileiras de Potimirim Holthuis, 1954 e

filogenia do grupo baseado em dados moleculares. Dissertação de Mestrado,

Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil.

Torati, L. S. & F. L. Mantelatto. 2012. Ontogenetic and evolutionary change of external

morphology of the neotropical shrimp Potimirim (Holthuis, 1954) explained by a

molecular phylogeny of the genus. Journal of Crustacean Biology, 32(4): 625-640.

Vergamini, F. G. 2009. Análise comparativa entre populações costeiras e continentais do camarão

Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Palaemonidae) por meio de dados

morfológicos e moleculares. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo. São

Paulo, Brasil.

Vergamini, F. G.; Pileggi, L. G. & F. L. Mantelatto. 2011. Genetic variability of the Amazon

River prawn Macrobrachium amazonicum (Decapoda, Caridea, Palaemonidae).

Contributions to Zoology, 80(1): 67-83.

Villalobos, A. F. 1959. Contribución al conocimiento de los Atyidae de México. II (Crustacea,

Decapoda). Estudio de algunas especies del genero Potimirim (=Ortmannia), com

descripcion de una espécie nueva en Brasil. Anales del Instituto de Biología, 30: 269-330.

Page 52: Análise molecular das populações de ... - tcc.sc.usp.br€¦ · Porque eu não sou da informática: ... conhecer um pouco do meio acadêmico por meio do Laboratório de Bioecologia

Prado, B. M. (2014) Referências

45

Von Rintelen, K.; Page, T. J.; Cai, Y.; Roe, K.; Stelbrink, B.; Kuhajda, B. R.; Iliffe, T. M.;

Hughes, J. & T. Von Rintelen. 2012. Drawn to the dark side: A molecular phylogeny of

freshwater shrimps (Crustacea: Decapoda: Caridea: Atyidae) reveals frequent cave

invasions and challenges current taxonomic hypotheses. Molecular Phylogenetics and

Evolution, 36: 82-96.