ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA: DEL …data.over-blog-kiwi.com/1/38/03/91/20150813/ob_6a377a_perez-taylor... · ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA: DEL ACONTECIMIENTO Y SU CONSTRUCCIÓN

A N T R O P O L O G Í A D E L A V I D A C O T I D I A N A :

D E L A C O N T E C I M I E N T O Y S U C O N S T R U C C I Ó N

El etnógrafo "inscribe" discursos sociales, los pone

por escrito, los redacta. Al hacerlo, se aparta del hecho

pasajero que existe sólo en el momento en que se da y

pasa a una relación de ese hecho que existe en sus

inscripciones y que puede volver a ser consultado.

Cl i f fo rd G e e r t z . '

U n a c u e s t i ó n i m p o r t a n t e sobre e l t raba jo de c a m p o del a n t r o p ó l o g o se e n c u e n t r a

en su l ib re ta de c a m p o , en d o n d e p l a s m a p u n t o s de v is ta , e x p l i c a c i o n e s ,

d e l i m i t a c i o n e s geog rá f i c a s , da to s p r o p o r c i o n a d o s po r i n f o r m a n t e s y m u c h a s

c o s a s m á s que le se rv i rán d e s p u é s p a r a r e c o r d a r y o r d e n a r sus e x p l i c a c i o n e s del

t r aba jo . E n t o n c e s , l a l ib re ta de c a m p o se c o n v i e r t e en e l lugar d o n d e se

" i n s c r i b e n " las r e fe renc ia s de a c e r c a m i e n t o h a c i a e l lugar o b s e r v a d o , c o n t e x t o

q u e pos ib i l i t a e s t a b l e c e r las d i s t anc i a s d e l t r aba jo , p u e s e l o r d e n a m i e n t o da a

c o n o c e r la le jan ía o c e r c a n í a de lo e s t u d i a d o . En es te s e n t i d o , e l r e c u e r d o se

c o n v i e r t e en e l e l e m e n t o de p r i m e r a m a n o q u e t iene e l a n t r o p ó l o g o p a r a r e h a c e r

l o s u c e d i d o , p u n t u a l i z á n d o s e c o m o e l e s p a c i o de e sc r i tu ra en d o n d e se e n c u e n t r a

p l a s m a d a , en s i gnos , u n a m e m o r i a q u e r e f r e sca rá l a del a n t r o p ó l o g o .

La h i s to r i a r e sca t a en su m e m o r i a lo q u e sus fuentes le l l evan a e l la , c o m o el

e l e m e n t o cons t ruc to r del p a s a d o , e v i d e n c i a s m a r c a d a s por l a e s c r i t u r a d o n d e lo

s u c e d i d o de jó hue l l a s en su p rop i a n a r r a c i ó n . S in e m b a r g o , l a a n t r o p o l o g í a

r e c o g e l o q u e l a h i s to r i a no p u e d e , d o n d e no h a y e v i d e n c i a esc r i t a , d o n d e l a e s p e

c i f i c i d a d de l p r o c e s o e s c a p a a l a f u e n t e e s c r i t a , 2 d o n d e l o v i v o s e m a n i f i e s t a

' C . Geertz, La interpretación de las culturas, Gedisa Editorial , México, 1987, p. 3 1 . 2 Cuando se sostiene que la historia pertenece al orden de la escritura y la antropología al de la

oralidad, nos estamos refiriendo a la argumentación teórico-metodológica de la búsqueda de

fuentes; esto quiere decir que la historia fundamenta su práctica sobre el t ratamiento y acercamiento

de la fuente desde su perspectiva de lo escrito —fuentes escritas, de primera y segunda mano—,

encontrándose en la mayoría de los casos en el desarrollo de investigación en archivos y bibliotecas;

mientras la investigación antropológica se sostiene principalmente en largas estancias de trabajo

de campo, en el que la construcción de la fuente se formaliza a través de la oralidad; en algunos

casos la historia utiliza como fuente auxiliar el trabajo recabado a través de las fuentes orales

[historia oral, historia de vida] , pues la recolección de datos se ordena principalmente en el

acercamiento con el sujeto, o sea, con los seres vivos que se encuentran en la sociedad estudiada.

ANTROPOLOGÍA DE LA VIDA COTIDIANA 155

a t r avés de la cu l tu ra , e x p l o t a n d o en la v ida c o t i d i a n a , 3 c o m o los e s p a c i o s ab ie r

tos q u e m a r c a n la d i spe r s ión de lo r eg i s t r ab l e . Es t a d e m a r c a c i ó n de lo c o t i d i a n o

i r r u m p e en la m e m o r i a co l ec t i va y en la c o s t u m b r e c o m o los e l e m e n t o s q u e van

c o n t r a e l o rden in s t i t uc iona l , con t r a un o rden q u e acaba con l a v ida , p u e s p a r a

h a c e r h i s to r i a sus ac to re s d e b e n cal lar y m o r i r ; 4 m i e n t r a s , en la a n t r o p o l o g í a , los

pa r t i c i pan t e s hab lan y v iven e l p r o d u c t o de su m a n i f e s t a c i ó n cu l tu ra l , c u y a

l ecc ión s i rve a l a n t r o p ó l o g o pa ra e n c o n t r a r los e l e m e n t o s de s e m e j a n z a y

d i f e r enc i a q u e t iene e l g r u p o soc ia l . Es te a r g u m e n t o só lo se e n c u e n t r a en la

o r a l i dad y en la v ida m i s m a c o m o e x p r e s i ó n de sen t ido , o sea , en la v i v e n c i a de

la gen t e , en sus n a r r a c i o n e s y fes te jos , en sus fo rmas de v ida p r i v a d a y p ú b l i c a ,

en sus creencias y sus s insentidos, en sus conmemorac iones y sus i n m o r t a l i z a c i o n e s ,

en sus f ines de v ida y de m u e r t e . En sí , en t oda esa c o n s t e l a c i ó n q u e sal ta h a c i a

las a fueras de las in s t i t uc iones y en e l las m i s m a s , c o m o m a n i f e s t a c i ó n de la

e s t r u c t u r a soc ia l y de la m i s m a h i s to r ia . Es ah í e l lugar d o n d e e l a n t r o p ó l o g o

o r g a n i z a y s i s t ema t i za lo real c o m o fuente p r imord i a l de su saber .

En es ta c o n s t r u c c i ó n y r e p r e s e n t a c i ó n de lo soc ia l , la l ib re ta de c a m p o se

conv ie r t e en la h e r r a m i e n t a del a n t r o p ó l o g o pa ra dejar p l a s m a d a s sus i m p r e s i o n e s

de los a c o n t e c i m i e n t o s y h e c h o s v iv idos o n a r r a d o s . T a m b i é n se e n c u e n t r a n en

e l la las d e s c r i p c i o n e s de l e s p a c i o , de l t i e m p o y de los su je tos , c o n t e x t o s q u e

pos ib i l i t an la i n t eg rac ión del corpus de e s tud io . A r g u m e n t a c i o n e s q u e só lo se

de f inen y se l eg i t iman a t ravés de la d i s t anc ia y la c o n f i r m a c i ó n , de la a s e v e r a c i ó n

en un ir y ven i r de los p r o c e s o s v i v i e n t e s ; es dec i r , en la i n t e r io r i zac ión con el

su je to , en la c o n v i v e n c i a y su jecc ión del o t ro , c o m o la fuente de c o n o c i m i e n t o

de n u e s t r o p r o b l e m a .

entonces el corpus de la antropología se fundamenta en buena medida en la interacción del

antropólogo con su medio ambiente en el que está inmerso, aunque igualmente hay ocasiones en

que logra este acercamiento a través de la fuente escrita. 3 "La vida cotidiana se desarrolla y se refiere siempre al ámbito inmediato. El ámbito cotidiano

de un rey no es el reino, sino la corte. Todas las objetivaciones que no se refieren al particular o

a su ambiente inmediato, trascienden lo cotidiano", A. Heller, Sociología de la vida cotidiana;

Ediciones Península, Barcelona, 1977, p. 25. 4 "Nuestros queridos muertos entran en el texto porque no pueden ni dañarnos ni hablarnos; los

fantasmas se meten en la escritura, sólo cuando callan para siempre". Michel de Certeau, L'écriture

de L'histoire, Editions Gall imand, Paris, 1975, p. 8.

156 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

INTRODUCCIÓN DE LA DESCRIPCIÓN

La d e s c r i p c i ó n de l a r e a l i d a d q u e e l a n t r o p ó l o g o a p u n t a en su l ib re ta de c a m p o

se c o n v i e r t e en e l s u c e s o . La s e c u e n c i a de e v e n t o s p r e s e n t a un o r d e n d a d o en e l

m o m e n t o de l a p r i m e r a e sc r i t u ra ; p e r o a l e x p o n e r l o s p o s t e r i o r m e n t e , suf ren un

c a m b i o en l a e s t r u c t u r a o r ig ina l q u e l e da un n u e v o o r d e n c u y a s i s t e m a t i z a c i ó n

fac i l i t a rá l a l ec tu ra . La m o d a l i d a d c o m o se p r e s e n t a p r o p o n e o r g a n i z a r e l t ex to

a pa r t i r de la c o n t e x t u a l i z a c i ó n del e s p a c i o , sin a s e v e r a r c a t e g o r i z a c i o n e s ni

a d j e t i v a n d o m o m e n t o s sob re e l s u c e s o ; só lo n a r r a n d o y , en p e q u e ñ a s n o t a s ,

d e s a r r o l l a n d o c o m e n t a r i o s sob re lo v i s to en sus p o s i b l e s v a r i a n t e s ; s e m a r c a

e n t o n c e s la r e l ac ión en t r e lo v is to y lo q u e se c r e y ó ver , p r o c e s o q u e p e r m i t e

e s t a b l e c e r e l d e s a r r o l l o de l a v ida c o t i d i a n a q u e se m a n i f i e s t a en d i v e r s a s f o r m a s

de c o n c e p t u a l i z a r la cu l t u r a , a t r avés de los l l a m a d o s p r é s t a m o s o i n f luenc ia s de

o t ras f o r m a s de v ida .

Lo a n t e r i o r m e n t e s e ñ a l a d o p u e d e m a t e r i a l i z a r s e en l a p r e s e n t a c i ó n de un

p r o c e s o d e c o n s t r u c c i ó n e tnográ f i ca q u e s e r e p r e s e n t a e n l a e s t a n c i a d e c a m p o

en P l a y a de l C a r m e n , Q u i n t a n a R o o , d u r a n t e l a t e m p o r a d a 1 9 8 6 - 1 9 8 7 ; en l a cua l

se r e c o n o c i ó e l d e s l i z a m i e n t o o c a s i o n a d o por e l c a m b i o soc ia l , d o n d e se da u n a

g r a d u a l d e s i n t e g r a c i ó n d e las p r ác t i ca s t r ad i c iona l e s hac i a n u e v o s m o d e l o s d e

ve r e l m u n d o , m o d i f i c a c i o n e s sus t anc i a l e s que en su d i v e r s i d a d c r e a n s i s t e m a s

de v i d a d i s t i n tos a los q u e ex i s t í an en e l p a s a d o .

P a r a a d e n t r a r n o s e n l a d e s c r i p c i ó n p r i m e r o t e n e m o s q u e ac l a ra r q u e l o v i s to

c o r r e s p o n d e a l a v i s u a l i z a c i ó n de un s u c e s o c o t i d i a n o en l a z o n a , c u y a

m a n i f e s t a c i ó n p o d e m o s loca l i za r c o m o u n a s i tuac ión soc ia l a c e p t a b l e po r l a

c o m u n i d a d , po r u n a p e q u e ñ a s o c i e d a d q u e e n s u m a y o r í a es tá c o m p u e s t a d e u n a

p o b l a c i ó n f lo t an te . 5 G e n t e va y v i e n e p a r a C a n c ú n , C o z u m e l y T u l u m ,

p r i n c i p a l m e n t e , a d e m á s d e los c r u c e r o s m a r í t i m o s p r o v e n i e n t e s d e M i a m i , q u e

a t r acan en P l a y a de l C a r m e n los l unes y los j u e v e s de c a d a s e m a n a .

E n t r e tu r i s t a s , t r aba j ado res y t o d o t i po de p e r s o n a s , P l a y a de l C a r m e n se ha

c o n v e r t i d o en un luga r de p a s o , p u n t o po r e l cua l se l l ega a las d i f e ren tes r e g i o n e s

5 El estado de Quintana Roo a la fecha cuenta en gran parte con una población flotante, sobre

todo en la zona norte donde el desarrollo turístico ha posibil i tado la llegada de población de otras

entidades del país, principalmente del Distrito Federal —en busca de trabajo en la industria

hotelera—, pero igual se puede notar considerablemente la afluencia extranjera principalmente de

norteamericanos y canadienses y, en una cantidad menor, de europeos y centroamericanos; para la

zona centro y sur del estado las condiciones de migración son diferentes, pues en cierta medida

la migración es preponderantemente centroamericana, pero igualmente como población de paso.


del e s t a d o , t an to a los l uga re s de m a y o r in te rés tu r í s t i co c o m o a r q u e o l ó g i c o . De

es ta m a n e r a , e l m o v i m i e n t o m i g r a t o r i o en e l e s t a d o d e t e r m i n a a la p o b l a c i ó n

c o m o u n a loca l idad d e t r áns i t o . Sin e m b a r g o , s egún p u d i m o s obse rva r , a l g u n o s

i n d i v i d u o s p u e d e n q u e d a r s e a vivir po r c ie r to t i e m p o , c o m o es e l c a s o de las

p e r s o n a s ob je to de e s t a d e s c r i p c i ó n ; s i b ien e s pos ib l e q u e no t uv i e r an n i n g ú n

t ipo de t raba jo en la indus t r i a tu r í s t i ca n i en o t ro t ipo de a c t i v i d a d r e l a c i o n a d a

con los p r o c e s o s de c o m e r c i a l i z a c i ó n de la zona , su o c u p a c i ó n p o d r í a es ta r

r e l a c i o n a d a con l a v e n t a de c ie r to t ipo de a r t e san ía s , p u l s e r a s de m e t a l , a r e t e s ,

co l l a r e s y b o l s a s de piel o m o r r a l e s .

ESPACIO

Ubicación del espacio. La pob lac ión de P laya del C a r m e n se e n c u e n t r a l o c a l i z a d a

en l a pa r t e no r t e del e s t ado de Q u i n t a n a R o o , s i rve de p u n t o de t r a s l ado p a r a

d i r ig i r se a la is la de C o z u m e l , 6 la cua l se e n c u e n t r a a l f ren te ; t a m b i é n es e l p a s o

p a r a d i r ig i r se a las z o n a s a r q u e o l ó g i c a s de T u l u m y C o b a ; f i n a l m e n t e se p u e d e

segu i r po r la m i s m a c a r r e t e r a hac i a Ca r r i l l o P u e r t o — z o n a m a y a — y a la cap i ta l

del e s t a d o , c i u d a d d e C h e t u m a l . 7

Entorno del espacio. El lugar de o b s e r v a c i ó n se e n c u e n t r a en la e s t ac ión de

p a s o d e los A u t o b u s e s d e O r i e n t e — A D O — , con f achada p r inc ipa l m i r a n d o hac i a

e l e s t e , j u s t o f rente a l p a r q u e p r inc ipa l ; p r o l o n g a n d o la v is ta en e l m i s m o s e n t i d o

se ve a lo le jos la is la de C o z u m e l y e l t r a m o de m a r v e r d o s o q u e la s epa ra de l

c o n t i n e n t e ; hac i a e l nor t e es tá la e s t ac ión de A u t o b u s e s de Y u c a t á n y pa r t e de la

z o n a h a b i t a c i o n a l ; hac i a e l sur se ha l lan los d o s p r i n c i p a l e s h o t e l e s , los b a n c o s

y a l g u n a s t i endas de c o m e s t i b l e s y de a r t í cu los de i m p o r t a c i ó n , m á s o t ras de

a r t e s a n í a s . F i n a l m e n t e , hac i a e l oes te , a e s p a l d a s de la e s t a c i ó n , se e n c u e n t r a la

e n t r a d a p r inc ipa l a P l a y a del C a r m e n , con a l g u n o s h o t e l e s , p o s a d a s , c a s a s de

h u é s p e d e s y r e s t a u r a n t e s , a d e m á s de o t ras v i v i e n d a s y la p i s ta de a te r r iza je

d e A e r o - C a r i b e .

A g r a n d e s r a s g o s , é s to s son los l u g a r e s de i m p o r t a n c i a en la p o b l a c i ó n ,

a u n q u e p o d e m o s seña la r t a m b i é n l a par t ida de m a r i n o s mi l i t a res q u e se e n c u e n t r a n

frente a l m u e l l e y las c a s e t a s de bo l e to s p a r a u t i l i za r los d i f e r en t e s b a r c o s [véase

c u a d r o ] .

6 Existen varias formas de trasladarse a la isla: primero por barco en el water jet "México" con

ruta de 15 minutos de duración; en otro tipo de embarcaciones como el "XEL-Ha" [25 minutos

aproximadamente de viaje]. También existe transporte aéreo, por la compañía Aero-Caribe

haciendo el recorrido en 7 minutos. 7 Las distancias por recorrer son las siguientes: Cancún-Playa del Carmen 1:20 horas. Playa del

( a n i i c n Tulum 1:00 luna , C o U 1:30 horas, Carril lo Puerto 2:20 horas, Chetumal 4:20 horas.


1 . E s t a c i ó n A D O .

1.1 P u e s t o de o b s e r v a c i ó n .

2 . E s t a c i ó n A u t o b u s e s d e Y u c a t á n .

3 . P a r q u e p r i nc ipa l .

4 . U b i c a c i ó n d e los i n d i v i d u o s .

5 . E s t a c i o n a m i e n t o p ú b l i c o .

6 . Ho te l .

7 . B a n c o .

8. Ho te l .

9 . M u e l l e .

10. T i e n d a .

11 . R u t a s e g u i d a po r los t res i n d i v i d u o s m a y o r e s y dos m e n o r e s .

DESCRIPCIÓN DEL ESPACIO SOCIAL

Me e n c o n t r a b a s e n t a d o en u n a si l la fuera de la e s t ac ión del ADO, e s p e r a n d o la

l l e g a d a del a u t o b ú s , c u a n d o noté una gran can t i dad de m o v i m i e n t o a mi

a l rededor , pues acababa de l legar un au tobús turíst ico —provenien te seguramen te

de C a n c ú n — con unas treinta o cuarenta personas que serían l levadas a la Isla de

C o z u m e l ; la m a y o r í a pa rec í an n o r t e a m e r i c a n o s p o r e l i d ioma y e l a c e n t o


e m p l e a d o s . D e s p u é s de h a b e r ba jado del c a m i ó n se d i r i g i e ron con su e q u i p a j e

hac i a e l m u e l l e t ras una ind icac ión h e c h a po r e l gu ía .

M i e n t r a s t an to , l l egaban d o s c a m i o n e s de red i las r ep le tos de g e n t e , sobre t o d o

a r r iba , y pa ra ron a un l a d o del p a r q u e . M o m e n t o s d e s p u é s a l g u n a s p e r s o n a s

e m p e z a r o n a ba jarse del c a m i ó n . T o d o s se ve ían c a n s a d o s t ras un l a rgo via je . L o s

p r i m e r o s en apea r se t ra ían sus ve s t imen t a s t r ad i c iona l e s de p a n t a l ó n b l a n c o

has t a la rod i l la y c a m i s a b l a n c a (hu in ic ) , y a l g u n a s muje re s ves t í an sus hu ip i l de

f iesta , sobre todo los m a y o r e s , t an to h o m b r e s c o m o m u j e r e s ; los m á s j ó v e n e s

ven ían con o t ras v e s t i m e n t a s : los h o m b r e s con pan ta lón co r to y con p a n t a l ó n de

m e z c l i l l a ; a l g u n a s muje re s y m u c h a c h a s ves t ían p r e n d a s d i f e r en t e s . Se r ían m á s

o m e n o s unas se ten ta p e r s o n a s las q u e l l ega ron en los d o s c a m i o n e s .

C u a n d o ba jaban vi que t ra ían a l g u n o s e s t anda r t e s y a n t o r c h a s , los p r i m e r o s

con l a i m a g e n de l a V i r g e n de G u a d a l u p e , i m p r e s a t a m b i é n en las c a m i s e t a s de

los m á s j ó v e n e s . M i e n t r a s ba jaban las ú l t imas p e r s o n a s de l c a m i ó n , los p r i m e r o s

se d i r i g i e ron a las t i endas de a l r e d e d o r pa ra c o m p r a r re f rescos y c e r v e z a s , p u e s

e l ca lo r de l d ía e m p e z a b a a d i s m i n u i r con la t a rde . De r e p e n t e t o d o s e m p e z a r o n

a ap laud i r , p u e s un n iño de u n o s d o c e o t rece a ñ o s ven ía c o r r i e n d o por la ca l l e

p r inc ipa l , t r a y e n d o en su m a n o d e r e c h a una an to r cha p r e n d i d a ; e l a g o t a m i e n t o

lo hac í a p r e sa de aque l c o r r e d o r y sus c o m p a ñ e r o s lo a n i m a b a n con su a lga rab í a ,

m i e n t r a s o t ro e s t aba l is to pa ra r ecoge r la an to r cha ; se p e r s i g n ó y sa l ió al

e n c u e n t r o del n iño t o m a n d o la an to r cha pa ra d i r ig i r se a toda p r i s a r u m b o a la

ca r re t e ra .

L o s que q u e d a r o n r ec ib i e ron a l c a m a r a d a c a n s a d o y lo l l eva ron hac ia u n o de

los c a m i o n e s a d e s c a n s a r ; los d e m á s se sen ta ron en la b a n q u e t a a c o n v e r s a r ,

q u i é n sabe q u é c o s a s . M o m e n t o s d e s p u é s e m p e z a r o n a subi r a los c a m i o n e s p a r a

par t i r t ras e l c o r r e d o r que se les hab í a a n t i c i p a d o . En es te l apso , l l ega ron y se

fueron p e r s o n a s de d i s t in tas n a c i o n a l i d a d e s r u m b o a los A u t o b u s e s de Y u c a t á n

y h a c i a los t r a n s b o r d a d o r e s a t r acados en e l m u e l l e . M i e n t r a s es te m o v i m i e n t o de

personas permit ía c ier to a lboroto , una patrulla de mar inos de la a rmada de M é x i c o

pasó en su a c o s t u m b r a d o rond ín de ru t ina , sin causa r la m á s m í n i m a i m p r e s i ó n

en t re los p r e s e n t e s .

A l g u n o s a u t o m ó v i l e s l l egaban y sus t r ipu lan tes pa raban frente a los ho t e l e s ,

p a r a b u s c a r h a b i t a c i ó n . La ta rde se ven ía e n c i m a a l igual q u e e l c a n s a n c i o de un

d ía c a l u r o s o en la ca r r e t e r a o en la p laya , pues en sus ros t ros se ve ía c l a r a m e n t e

la fa t iga de un l a rgo día .

F i n a l m e n t e , e l a u t o b ú s que me l l evar ía a la c i u d a d de M é r i d a e s t a b a l l e g a n d o ,

por lo q u e me apuré a r e c o g e r mi m o c h i l a , e s p e r a n d o e l m o m e n t o de a b o r d a r e l

c a m i ó n .

C e n t r o p l a y e r o de l C a r m e n , Q . R .

IM) ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

Toda cognición implica algo representado, es decir,

aquello de lo cual somos conscientes, y alguna acción o

pasión del sí mismo mediante la cual queda representado.

Charles S. Peirce. 8

Los m o m e n t o s sociales exis tentes en una local idad, cuya manifes tac ión m á x i m a

es e l tu r i smo, p roporc ionan datos que a l imentan el s i lencio de la vida co t id iana c o m o

el que a c a b a m o s de describir . Y es en este contexto que la referencia de lo visto da

de sí c o m o efecto de la rut ina diaria, el ir y venir de personas , no impor tando

nac iona l idad , cul to o color [asignación superf icial] ; pues unos y otros se perciben

c o m o diferentes cul turas , c o m o dist intas formas de percibir la relación hombre -

natura leza — u s o y explotac ión o en su colaboración pe rmanen te .

En este sent ido, los dos grupos que l legaron a Playa del C a r m e n un once de

d ic iembre de 1986 planteaban, en e l m i s m o espacio , posibi l idades de vida to ta lmente

diferentes . Los p r imeros turistas, l legaron c i rcuns tanc ia lmente a la local idad sólo

para t rasladarse a otro des t ino — I s l a C o z u m e l — , presenc iando ún icamente este

espac io c o m o un lugar de tránsi to. Entonces , lo visto por ellos se produjo c o m o la

captac ión de un m o m e n t o en un lugar no descri to, cuya manifes tación se recuerda

sólo a t ravés de lo visto, pos ib lemente c o m o la es tancia de olvido en otro m o m e n t o

dado . Consecuen temen te , el conoc imien to del lugar se refiere ún icamente a los

dosc ien tos met ros de camino ap rox imadamen te entre el camión y el muel le ,

posibi l idad que reduce el conoc imien to del lugar y el interés que sobre éste pudiera

existir .

El grupo de mayas que l legó en los dos camiones de redilas sólo neces i taba de un

lapso para descansar y poder proseguir su peregrinación hacia la c iudad de Valladolid,

en e l es tado de Yuca tán . A s i m i s m o , estaban esperando la l legada del cor redor para

ent regar la an torcha a un relevo que pros iguiera la ruta. El evento , c o m o acto

re l ig ioso, significa la cont inuidad del rito rel igioso de la Virgen de Guada lupe , que

año tras año se celebra de la m i s m a manera , p roporc ionando a Playa del Ca rmen

cier to ca r i sma en cuanto a convert i rse en parte del camino de la fe cr is t iana. Esta

acción fortalece la creencia en la Virgen, pero también es la insignia que manif iesta

la opos ic ión catól ica en contra de las sectas que han cundido por toda la península

de Yuca tán .

La l legada del g rupo de creyentes no i r rumpió en las ac t iv idades de la población,

que sólo los mi raba con a lguna curiosidad, o tal vez con la única inquietud o interés

de vender les algo.

8 Ch. S. Peirce, Obra lógico semiótica, Taurus Ediciones, Madrid, 1987, p. 49.

ANTROPOLOGÍA DE LA VTDA COTIDIANA 161

En es te s e n t i d o , l a l l e g a d a de los d o s g r u p o s fue i n d i s t i n t a m e n t e r e c i b i d a p o r

los l u g a r e ñ o s , m o s t r a n d o in te rés por l a so la pos ib i l i dad de lo q u e p o d r í a n

v e n d e r l e s , a s e d i a n d o a l p r i m e r g r u p o c o m o v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s ; a t e n d i e r o n

a los p e r e g r i n o s q u e se a c e r c a r o n a la t i e n d a - e s t a b l e c i m i e n t o p a r a b u s c a r

re f rescos y c e r v e z a s p a r a a p a c i g u a r su sed.

INTERIORIZACIÓN DEL ESPACIO

Al m i s m o t i e m p o q u e l l egaban los tu r i s tas y los p e r e g r i n o s , o t ros g r u p o s de

p e r s o n a s m a n i f e s t a b a n su p r e s e n c i a c o n d i fe ren tes fo rmas de a c t u a c i ó n . En

fo rma co l a t e r a l , o t ros i n d i v i d u o s h i c i e ron su apa r i c ión en los a l r e d e d o r e s de l

pa rque pr inc ipa l , hac i éndose p resen tes por l a pos tu ra que t o m a b a n , e m p r e n d i e n d o

c ie r t a s a c t i v i d a d e s en su nece s idad de t r a s l ada r se a o t ros l u g a r e s .

El wa t e r j e t " M é x i c o " l l egó a l m u e l l e , y m o m e n t o s d e s p u é s e m p e z a r o n a

d e s c e n d e r g ran can t i dad de p e r s o n a s , en su m a y o r í a tu r i s t a s e x t r a n j e r o s , p e r o

t a m b i é n a l g u n o s t r aba jadores m e x i c a n o s q u e r e g r e s a b a n de l a is la , d e s p u é s de

una j o r n a d a de t raba jo . T o m a r o n d i s t in tos r u m b o s . U n o s fueron hac i a e l ho te l

más c e r c a n o en b u s c a de h a b i t a c i o n e s ; o t ros se d i r ig ie ron a las t e r m i n a l e s de

a u t o b u s e s y a las p a r a d a s de los c a m i o n e s fo ráneos de s e g u n d a ; o t ros m á s se

a c e r c a r o n al p a r q u e y se d i r i g i e ron a un p e q u e ñ o r e s t au ran t de c o m i d a t íp ica o

se q u e d a r o n s e n t a d o s en las b a n c a s del c e n t r o .

De en t re e s t a s ú l t imas p e r s o n a s un g r u p o de cua t ro a r g e n t i n o s , d i s t i n g u i d o s

por su a c e n t o , ves t idos con r o p a t r ad ic iona l g u a t e m a l t e c a y con m o c h i l a s a la

e spa lda , a b o r d a r o n un tax i , p i d i é n d o l e a l chofe r los l l evara a C a n c ú n . O t r o s de

los q u e se e n c o n t r a b a n s e n t a d o s en el p a r q u e se a p r e s u r a r o n a l e v a n t a r s e

r á p i d a m e n t e p a r a i r a l a p a r a d a , p u e s a c a b a b a de l l e g a r e l c a m i ó n de

A u t o t r a n s p o r t e s del C a r i b e con des t i no a T u l u m y a Ca r r i l l o P u e r t o ; lo a b o r d a r o n

de i n m e d i a t o , y en m i n u t o s sa l ie ron r u m b o a su de s t i no .

De en t r e é s tas h u b o a l g u n a s q u e o b s e r v a r o n con c u r i o s i d a d a l c a m i ó n de

redi las y a sus o c u p a n t e s m i e n t r a s c o m e n t a b a n en t r e sí. O t r o s los m i r a b a n con

c ie r to d e s p r e c i o y c u c h i c h e a b a n del ma l o lo r que p r o v e n í a de aque l l u g a r , 9 o tal

vez los veían c o m o individuos casi pr imit ivos por el t ipo de creencias que tenían y

c ó m o las manifes taban. Ot ros , sin embargo , prestaban a t enc ión a l g r u p o m a y a

' En lo que se refiere al olor corporal podemos tener en cuenta que se debe en gran medida al

lipo de alimentación del individuo o del grupo al que pertenece. De la misma forma, el concepto

de cultura afecta las manifestaciones de producción del hombre como ser social, representación que

se da a través de la construcción (le un imaginario social envolvente de los procesos de vinculación


y, en t r e e l r e c e l o y el r e spe to , m a n t e n í a n su d i s t anc ia . As í , f i na lmen te , e s to s

g r u p o s de p e r s o n a s fueron d e s a p a r e c i e n d o c o n f o r m e l l egaban los a u t o b u s e s que

los l l eva r í an a sus d e s t i n o s .

En e s t e m o m e n t o a p a r e c i ó l a pa t ru l l a de m a r i n o s en su r e c o r r i d o de ru t ina por

la p o b l a c i ó n , d e j a n d o t ras de s í a un g r u p o de po l i c í a s loca les pa ra m a n t e n e r la

v ig i l anc i a . A m e d i o a t a rdece r , en e l p a r q u e , ya hab ía d o s po l i c í a s a r m a d o s con

una p i s t o l a y un ga r ro t e . L l e g a r o n j u n t o s y se ub i ca ron c a d a u n o en u n a e squ ina .

U n o de e l los , e l q u e e s t a b a p a r a d o frente a mí , a l c ruza r la ca l l e s a l u d a b a a sus

c o n o c i d o s y con a l g u n o s p l a t i caba por l apsos b r e v e s . La t a rde e m p e z a b a a

c e r r a r s e en e l c r e p ú s c u l o .

C e r r a r e l e s p a c i o nos p r o p o r c i o n a e l e m e n t o s de aná l i s i s q u e nos c a m b i a n lo

g e n e r a l hac i a a l g u n a s e spec i f i c i dades del e n t o r n o ; es dec i r , q u e a l cons t ru i r la

p r i m e r a d e s c r i p c i ó n ex i s t i e ron o t ros c o n t e x t o s q u e i r r u m p í a n en l a p rop ia

c o n s t r u c c i ó n del d i s c u r s o , c u y a pos ib i l i dad de e x p r e s i ó n se c o n c r e t i z a en

local izar un nuevo punto , o bien, en abrir o cerrar el contex to según sea la nece

s idad . Es t e c a m b i o de p a n o r a m a nos s i rv ió , en es te caso , pa ra ce r ra r l a pos ib i l idad

de c o n s t r u c c i ó n ve ros ími l de l a ser ie de a c o n t e c i m i e n t o s q u e se d i e ron c o m o

h e c h o s r e a l e s , en un p u n t o en e l cua l lo s u c e d i d o se c o n v i e r t e en una gran

c a n t i d a d d e e v e n t o s .

En es te s e n t i d o , los tu r i s t a s , c o m o suje tos p e r t e n e c i e n t e s a o t ras cu l tu ras ,

o b s e r v a r o n la d i f e renc ia cu l tu ra l a t r avés del e x o t i s m o de lo q u e e l los no son , de

lo q u e no les s ign i f ica m á s q u e a par t i r de la fo tograf ía , el l i b ro , el á l b u m o la

pe l í cu l a ; en fin, a q u e l l o s h o m b r e s y muje re s e n c o n t r a r o n en lo q u e habían

p r e s e n c i a d o l a r e p r e s e n t a c i ó n de lo q u e e l los no e ran , de l a d i f e r enc i a cul tura l

entre unos sujetos y otros en una sociedad. Esta acción es la conformación de las formas de vida

cotidiana, es decir, de acuerdo con las normas alimenticias y la relación de convivencia, el hombic

desarrolla un acercamiento hacia sus congéneres desde la producción de sus propios dones

creándose así una especificación en cuanto a grupo social, clase, cultura y grupo étnico. De lo

anterior podemos considerar que un maya de las selvas de Quintana Roo, que por su condición

social pertenece al grupo de trabajadores del campo —campes inos—, cuya forma de vida se

desarrolla precariamente en un clima tropical, no producirá para el turista extranjero olorai

agradables, más aún si consideramos a este turista —sobre todo el que vacaciona en la zona non.

del es tado—, como un ser social que responde a formas y necesidades de vida totalmente diferente,

entre las que se cuenta una gran tecnología para "cultivar la l impieza de su cuerpo", como son las

cremas, los perfumes, las esencias y finalmente el agua y el jabón en la mayoría de los casoí

produciéndose entonces diferentes actitudes en cuanto al acercamiento de olores diferentei

Finalmente, lo que en la producción de olores puede significar dignidad para un grupo, como sel ll

el olor producido por el trabajo manual; para otro, acostumbrado a vivir en una cultura del perfumi

podría resultar repugnante y viceversa.


en t r e las p r á c t i c a s i n d í g e n a s de la re l ig ión y la v ida c o t i d i a n a y la d i s t i nc ión de l

q u e h a c e r tu r í s t i co de o t ra cu l tu ra , que se l imi ta a ver y a o b s e r v a r la d i v e r s i d a d

cu l tu ra l c o m o a l g o a jeno a s í m i s m o , p u e s en su v i s ión las d i f e renc ia s son

e n t e n d i d a s c o m o l o e x ó t i c o . 1 0

Es tal vez el décimo contingente de turistas que

conduce al poblado indígena. Para él es la rutina, ¿por

qué renovar pues las ocurrencias si cada vez se las

acoge con la misma consideración? Pero para esta

gente es completamente diferente. Han pagado un fuerte

suplemento para venir aquí, a ver a los salvajes. Y

gracias a su dinero tienen, junto a ese sol implacable,

los olores entremezclados del río y Id selva, los insectos,

ese mundo extraño que bravamente se dirigen a

conquistar.

P i e r r e C l a s t r e s . 1 1

L o s dos n i v e l e s de la de sc r ipc ión nos p l an tean los d i f e ren tes c o n t e x t o s de la

r ea l idad , e x t e n d i e n d o sus r ede s a d i s t in tos m o m e n t o s del a c o n t e c i m i e n t o . Es t e

e fec to es e l r e s u l t a d o de los d i fe ren tes e s p a c i o s por e l cual p a s a la noc ión de

s u c e s o , c u e s t i o n a m i e n t o p r o d u c t o r de f e n ó m e n o s soc ia les q u e r e p r o d u c e n , en l a

r e p r e s e n t a c i ó n , e l p r e s e n t e c o m o lo v i s to . De a h í que , s i b u s c a m o s los h i los

c o n d u c t o r e s que nos l l even a m o m e n t o s m á s e spec í f i cos del m i s m o e v e n t o ,

p o d e m o s c o n t e x t u a l i z a r l o s en l a l l a m a d a c o n s t r u c c i ó n de l a r e a l i dad ; pos ib i l i dad

que nos l l eva a c a m b i a r de n ive l e s . Es deci r , ha s t a es te m o m e n t o se han d e s c r i t o

dos e v e n t o s de p a s o ; l a d e s c r i p c i ó n del p r i m e r o c o r r e s p o n d i ó a la l l e g a d a de d o s

c o n g l o m e r a d o s d e i n d i v i d u o s con d i fe ren tes f o r m a s d e c o n c e p c i ó n de l m u n d o .

' "Cuando nombra al otro como exótico o salvaje, él se reafirma como civil izado; es decir, marca

la diferencia desde la perspectiva de desarrollo de bienes de consumo y de uso de tecnologías y

confort de la vida cotidiana, asegurándose entonces que la diferencia existente es producto de un

intercambio de bienes materiales y simbólicos entre la producción de la l lamada sociedad de

consumo y de otra sociedad menos desarrollada, en cuanto al uso y producción de tales bienes;

replanteándose entonces el camino a seguir, pues para que el otro se convierta en lo mismo, habrá

de cubrir el camino de la sociedad occidental, recorrido que borrará el sentido de su propia historia

para iniciar un proceso de simulación y desintegración cultural, que albergará a la nueva cultura

como civilizada: llena de luces de neón cubriendo los caminos y con grandes anuncios invitando

u consumir las mercancías.

" P. Clastres, Investigaciones en antropología política, Ed. Gedisa, Barcelona, 1981, p. 47 .


D e s p u é s , d e s c r i b i m o s a los d i s t in tos g r u p o s que l l ega ron en e l w a t e r j e t , y c ó m o

é s t o s o b s e r v a r o n sob re t o d o a l g r u p o m a y a . M e n c i o n a m o s l a d e m a r c a c i ó n q u e

e s t a b l e c i e r o n en c u a n t o a l u n i v e r s o c o n c e p t u a l de l m i s m o , p o s i b i l i t a n d o a s í

e n u n c i a r las d i f e ren tes ac t i t udes ex t e r io re s sob re e l g r u p o , c u y a m a n i f e s t a c i ó n

p a s ó i n a d v e r t i d a po r los p e r e g r i n o s . E n e s t e c o n t e x t o los p e r e g r i n o s i g n o r a r o n

a sus o b s e r v a d o r e s , p u e s en las a c t i v i d a d e s y e l d e s c a n s o r e q u e r i d o s p a r a p o d e r

p r o s e g u i r su viaje se s u m e r g i e r o n en las p r o f u n d i d a d e s de su m u n d o s a g r a d o ,

i g n o r a n d o a l r e s t o de l m u n d o p r e s e n t e q u e , c o m o a c t i v i d a d p ro fana , p e r t e n e c í a

a o t r a f o r m a de ver las c o s a s . En es te sen t ido los m a y a s m a r c a r o n su d i s t a n c i a

con e l m u n d o e x t e r n o , o l v i d á n d o l o y só lo e s p e r a n d o l a l l e g a d a de un c o r r e d o r

p a r a sus t i t u i r lo po r o t r o , p a r a p r o s e g u i r su ru ta de fe en e l e n c u e n t r o c o n l a f ies ta

r e l i g i o s a de l a V i r g e n de G u a d a l u p e en V a l l a d o l i d .

D e e s t a m a n e r a las dos d e s c r i p c i o n e s m a r c a n e l t r áns i to d e d o s s o c i e d a d e s

d i s t i n t a s p o r P l a y a de l C a r m e n , d e j a n d o ver c r e e n c i a s y v i d a c o t i d i a n a c o m o los

e s p e j o s q u e r e p r e s e n t a n l a soc i edad d e u n a c o m u n i d a d tu r í s t i ca ; m o v i m i e n t o q u e

p r o d u c e la r u t i n a de l i r y ven i r de gen t e de no i m p o r t a q u é n a c i o n a l i d a d ,

c r e e n c i a s , i n t e r p r e t a c i ó n y a c e p t a c i ó n de la v ida . En fin, la d i v e r s i d a d cu l tu ra l

de jó p l a s m a d a su s ign i f i cac ión en l a p o b l a c i ó n en u n a s c u a n t a s h o r a s .

¿ C u á l es e l t ipo de v i d a q u e ha p r o d u c i d o es te i n t e r c a m b i o de s a b e r e s y

c o s t u m b r e s en P l a y a de l C a r m e n ? La p o s i b l e r e s p u e s t a s e e n c u e n t r a en e l

a c o n t e c i m i e n t o m i s m o , b u s c a n d o en t r e l a ser ie de s u c e s o s q u e a h í se l l e v a r o n a

c a b o : en es te c o n g l o m e r a d o de p e r s o n a s q u e se t r a s l a d a b a n de un luga r a o t ro ,

q u e p l a t i c a b a n c o n e l p o l i c í a y de los i n d i v i d u o s con los c u a l e s i n t e r c a m b i a b a

s a l u d o s , d e t o d o e se u n i v e r s o q u e o b s e r v ó es t á t i co los h e c h o s a n t e r i o r m e n t e

s e ñ a l a d o s , de e sa s p e r s o n a s q u e v i e ron y no m o d i f i c a r o n sus a c t i t u d e s .

La t r a n s f o r m a c i ó n e s t a b l e c e e l fin de un p r o c e s o y e l p r i n c i p i o de u n o n u e v o ;

d i a l é c t i c a q u e c o n l l e v a a l a m o v i l i d a d de las f o r m a s de i n t e r p r e t a c i ó n de l m u n d o ,

p a r a p r o p o r c i o n a r en e l i n t e r c a m b i o s i m b ó l i c o y m a t e r i a l la c o n s t r u c c i ó n de

n u e v a s r e a l i d a d e s q u e van m á s a c o r d e s c o n los t i e m p o s q u e s e v i v e n . E s deci r ,

l as p r á c t i c a s y habitus t r a d i c i o n a l e s han f i jado su l u g a r a la p r o d u c c i ó n y al

t u r i s m o m a s i f i c a d o , de d o n d e P l a y a de l C a r m e n y l a z o n a no r t e de l e s t a d o t ienen

q u e saca r su m a y o r p r o v e c h o en bene f i c io de l a indus t r i a , p e r o i g u a l m e n t e de los

t r a b a j a d o r e s q u e a h í p r e s t a n sus s e rv i c io s , o l v i d a n d o en es te c o n t e x t o las fo rmas

a n t e r i o r e s de v ida p a r a a c e r c a r s e c a d a vez m á s a m o d e l o s i m p o r t a d o s de o t ros

l u g a r e s .

A las d o s d e s c r i p c i o n e s a n t e r i o r e s se a g r e g a u n a n u e v a q u e pos ib i l

p r e s e n t a r u n a p e q u e ñ a to t a l idad d e los s u c e s o s d e aque l o n c e d e d i c i e m b r e ,

t e r ce r e l e m e n t o q u e n o s i n t r o d u c e p a r a de j a rnos ver l a c o t i d i a n e i d a d de u n a zoní


tu r í s t i ca , p o s i b i l i t a n d o e l e n c u e n t r o en t re d i fe ren tes f o r m a s de v ida , p e r o

t a m b i é n h a c i e n d o e c o de la d e s i n t e g r a c i ó n de la cu l tu ra t r a d i c i o n a l ; fin y

p r i n c i p i o d e n u e v a s m a n e r a s d e in te rp re ta r l o v iv ido , p e r o t a m b i é n c o m o

desa jus t e a las fo rmas t r ad i c iona l e s , que en su d e s c o m p o s i c i ó n p a r a i n t e g r a r s e

c o m o a l g o d i s t i n to se c o m p l e m e n t a con p rác t i ca s e x t e r n a s a las l oca l e s , c u y o s

i n t e r c a m b i o s p a r e c e n ref le jar un r e l a j amien to en c u a n t o a las f o r m a s de r e l ac ión

soc ia l de l a p o b l a c i ó n . E s t o qu i e r e dec i r q u e l a a cep t ac ión de fo rmas de v i d a

e x t e r n a s h a i n i c i a d o e n l a c o m u n i d a d d e P l a y a de l C a r m e n — y p o s i b l e m e n t e e n

toda la zona norte del e s t a d o — , la revaloración de la sociedad, acercándose c a d a

vez más a las n o r m a s de interpretación de sent ido, p r inc ipa lmente nor teamer icanas .

A u n q u e e s t a d e s c r i p c i ó n no sea r e p r e s e n t a t i v a po r l a c o n f o r m a c i ó n m í n i m a

de sus d a t o s , d e b e m o s t ene r en c u e n t a q u e s i r e a l i z a m o s un t raba jo con u n a

m a y o r p ro fund idad , sobre t o d o en l a zona nor te , c o n f i r m a r e m o s q u e las d i fe ren tes

c o n n o t a c i o n e s de l a s o c i e d a d en Q u i n t a n a R o o se a le jan c a d a vez m á s de sus

p r i n c i p i o s t r a d i c i o n a l e s , po r c a u s a de l a p o b l a c i ó n f lo t an te , l a p é r d i d a del i d i o m a

m a y a , la d o l a r i z a c i ó n , la s e x u a l i d a d y la c r e c i e n t e h o m o s e x u a l i d a d , m á s los

in t en tos c a d a vez m a y o r e s po r v iv i r bajo p a r á m e t r o s de o t ras s o c i e d a d e s .

F ina lmen te , e l in ic io de la ú l t ima descr ipc ión permi te c o m p r e n d e r me jo r

— e n su nivel de a c e r c a m i e n t o — la divers idad y t ransformación de una cul tura q u e

a d m i t e las n u e v a s fo rmas de c o n s u m o p a r a rec ib i r l o q u e l e p a r e c e de l a o t r a

cu l tu ra , c u y o r e l a j a m i e n t o a p r e s a r á p i d a m e n t e a u n a s o c i e d a d en c r i s i s .

ESPACIO INTERNO

La experiencia, proceso de descubrimiento, describe

un trazado en forma de blucle: al principio parece

orientarse hacia lo desconocido; saber que no utiliza

sus fuerzas más que para esclarecer el punto inicial.

Remo Guidier i . 1 2

En a q u e l m o m e n t o de j ú b i l o r e l i g io so p o r p a r t e de los m a y a s a l ver a su c o r r e d o r ,

ven ían p o r l a ca l l e de en f ren te de l a E s t a c i ó n de A u t o b u s e s de Y u c a t á n va r i a s

p e r s o n a s m a y o r e s a c o m p a ñ a d a s po r d o s n i ñ o s ; m i e n t r a s e l c o r r e d o r s e a c e r c a b a ,

también e s to s i n d i v i d u o s lo h a c í a n , ha s t a q u e po r un in s t an t e q u e d a r o n f rente a

1 3 R. Guidieri , 1.a rula <ie los muertos. Fondo de Cultura Económica, México, 1986, p, 9.


f ren te , d e t e n i e n d o su p a s o p a r a ver pa sa r a l c o r r e d o r q u e l l e g a b a a su m e t a . H a b í a

l l e g a d o el fin de la c a r r e r a y o t ro m u c h a c h o e s t a b a a su e n c u e n t r o , t o m a b a la

a n t o r c h a y sa l ía a t oda ca r re ra r u m b o a la ca r r e t e r a q u e lo l l eva r í a a su n u e v o

d e s t i n o . El g r u p o de m a y a s g r i t aba v ivas a l c o r r e d o r y a la V i r g e n c a u s a n d o g ran

a l g a r a b í a . E l c a n s a d o c o r r e d o r se e n c o n t r ó con sus c o m p a ñ e r o s y é s tos lo

a s i s t i e ron c o n a l g u n a b e b i d a y lo condu j e ron a de scansa r . M i e n t r a s t an to , las

p e r s o n a s q u e v e n í a n c a m i n a n d o po r l a ca l le de enf ren te f i jaron su a t enc ión en

aque l s u c e s o y , t ras un b r e v e t i e m p o de o b s e r v a c i ó n , u n o s se r e t i r a ron , q u e d a n d o

só lo t res adu l to s y los d o s n i ñ o s .

C u a n d o iban a c r u z a r la ca l le d i s t i n g u í que se t r a t aba de d o s h o m b r e s y u n a

m u j e r m á s los d o s n i ñ o s p e q u e ñ o s . E n t o n c e s , u n o de los h o m b r e s a b r a z ó a l a

mu je r y se d i s p u s i e r o n a c ruza r la ca l l e ; m i r a r o n hac í a a m b o s l ados y a t r a v e s a r o n

la a v e n i d a . C o n f o r m e se a c e r c a b a n , los n iños se t o m a r o n de l a m a n o p a r a sen t i r se

m á s s e g u r o s ; e n t o n c e s , u n o de los h o m b r e s sacó de en t r e sus r o p a s u n a bo te l l a

pa ra d a r s e un t r ago , l u e g o les c o n v i d ó a los o t ros dos q u e no a c e p t a r o n a u n q u e

le i n d i c a r o n con u n a seña el lugar a d o n d e se d i r ig i r í an .

M e e n c o n t r a b a s e n t a d o e n u n a b a n c a d e c e m e n t o afuera d e l a t e r m i n a l c u a n d o

p a s a r o n frente a mí .

A q u e l h o m b r e con su bo te l l a de Bacardí t o m a b a a g r a n d e s so rbos b u e n a s

c a n t i d a d e s de b e b i d a y d e s p u é s la vo lv ía a gua rda r . L u e g o c r u z a r o n de n u e v o la

ca l l e y se d i r ig i e ron al po l i c í a a p o s t a d o en la e s q u i n a del p a r q u e , i n t e r c a m b i a r o n

a l g u n a s p a l a b r a s y el h o m b r e , de en t re sus ropas , vo lv ió a saca r la bo te l l a para

invi tar a l pol ic ía ; és te — c o n una s o n r i s a — no acep tó , pero s igu ie ron c o n v e r s a n d o ;

m i e n t r a s t an to los n iños hab ían sa l ido c o r r i e n d o y se e n c o n t r a b a n j u g a n d o en e l

p a s t o del j a r d í n , a v e n t a n d o u n o s vasos de p lás t i co q u e t ra ían c o n s i g o ; l u e g o los

l l enaban de h i e rba y a rena , y f o rmaban m o n t í c u l o s , j u e g o i nc ip i en t e q u e no d u r ó

m u c h o pues co r r i e ron d o n d e se e n c o n t r a b a l a mujer . A l m o m e n t o de s e p a r a r s e

los n i ñ o s de sus m a y o r e s , e s tos ú l t imos se d e s p i d i e r o n del p o l i c í a d e j á n d o l o en

su p u e s t o p a r a d i r ig i r se a u n a de las b a n c a s de l p a r q u e .

Por un m o m e n t o los n iños in ten ta ron l l amar l a a t enc ión de la mujer ,

p e r o é s t a no se in t e resó en e l los , y se vo lv i e ron a la a r e n a a j u g a r ; el h o m b r e de

l a bo te l l a , q u e de a h o r a en ade l an t e l l a m a r e m o s h o m b r e A ' 3 , p l a t i c a b a con l a

" Las características físicas del hombre A son las siguientes:

— Aproximadamente treinta años.

— 1.70 metros de altura aproximada.

— Color de la piel moreno bronceado oscuro.

— Cabello negro, lacio y corto.

— Vestimenta: pantalón azul mezclilla —medio uso—. Camisa tradicional guatemalteca

en color azul claro con dos rayas rojas. Huaraches de piel con sucia de hule (llanta)


m u j e r 1 4 y c o n e l o t ro h o m b r e ( h o m b r e B ) . 1 5 D u r a n t e un ra to c o n v e r s a r o n y de vez

en vez s e g u í a n t o m a n d o de la bo te l l a de Bacardí, has ta q u e se t e r m i n ó ;

m o m e n t o s d e s p u é s e l h o m b r e B sacó de u n a p e q u e ñ a bo l s a u n o s p e d a z o s de pan

y les inv i tó a los o t ros d o s , q u i e n e s a c e p t a r o n ; d e s p u é s l l a m ó a los n i ñ o s , 1 6 q u e

se a c e r c a r o n r á p i d a m e n t e , y les d io e l r e s to de l p a n ; t o d o s c o m i e r o n d u r a n t e

va r io s m i n u t o s ; l u e g o l a mu je r s eña ló l a t i enda q u e se e n c o n t r a b a enf ren te — a l

l a d o de la t e r m i n a l de A D O — . El h o m b r e B se l e v a n t ó e h i z o la i n d i c a c i ó n a la

mujer de que lo acompañara , ella se negó, el hombre la besó y sal ió r u m b o a la t ienda.

U n a vez en l a t i enda , s e e n c o n t r ó con unos a m i g o s con q u i e n e s c r u z ó a l g u n a s

p a l a b r a s e n ing lés — l a s cua l e s t r a n s c r i b i m o s e n e s p a ñ o l — :

Posiblemente esta persona es originaria de la península de Yucatán, pues sus rasgos raciales y

su entonación al hablar así lo indicaron.

Quizá era artesano de objetos de metal y cuero, pues llevaba consigo una especie de portafolios

de madera en donde guardaba sus objetos para vender —éste le fue entregado mientras se

encontraba sentado en la banca del parque. 1 4 Las características físicas de la mujer son las siguientes:

— Aproximadamente 28 años.

— 1.62 metros de altura y de cuerpo delgado.

— Cabello castaño oscuro lacio hasta los hombros.

— Vestimenta: blusa de satín blanco sin mangas, con algunos bordados por el frente. Falda de

manta gris hasta la rodilla. Huaraches de piel con suela de hule (llanta).

Posiblemente esta mujer es originaria de la península de Yucatán pues presenta el mismo tipo

de características que el hombre A . 1 5 Las características físicas del hombre B son las siguientes:

— Aproximadamente unos 35 años.

— 1.75 metros de altura.

— Cabello lacio rubio claro quemado por el sol, largo hasta los hombros.

— Vestimenta: pantalón de manta estilo guatemalteco tradicional hasta abajo de la rodilla.

Camiseta de algodón negra, sin mangas. Huaraches de piel con suela de hule (llanta). Posiblemente

el hombre es originario de los Estados Unidos, del norte de aquel país, ya que el inglés que hablaba

corresponde al tono de esos lugares —cuando llegaron al parque otro grupo de amigos extranjeros,

éstos se comunicaron en inglés con é l—; al igual que el hombre A y la mujer, parece dedicarse al

mismo tipo de oficio.

" L a s características físicas de los dos niños son las siguientes:

— Aproximadamente, uno de cuatro años y el otro de dos.

— Ambos con cabello castaño oscuro, lacio y corto.

— Vestimenta: ambos con shorts azules tipo importación —Taiwán—. Playeras blancas de

manga corta. Huaraches de piel y suela de hule (llanta), ambos. Posiblemente la mujer fuera la

madre y el hombre B el padre. Esto se deduce por la atención prestada por este individuo a los niños,

además de cierto parecido con el hombre B.


— H o l a , J o h n , ¿ c ó m o es t a s?

— B i e n — c o n t e s t ó e l o t ro .

— O y e , ¿ c ó m o t e fue hoy con l a v e n t a ?

— M á s o m e n o s , e s t a gen t e s e i n t e r e sa c a d a vez m e n o s en las c o s a s q u e h a g o .

— V a m o s , n o seas t an pe s imi s t a , y a v e n d r á n o t r o s .

— S í , y a l o c r e o .

— B u e n o , a h í n o s v e m o s e n l a n o c h e , l l evas u n " J o i n "

— S í . 1 7

L u e g o p i d i ó u n a s c e r v e z a s a l e n c a r g a d o de la t i enda y c o n v e r s ó c o n é l a ce r ca

de l c a l o r tan fuer te q u e hab í a h e c h o los ú l t imos d í a s . M i e n t r a s e l h o m b r e B

c o n v e r s a b a a m a b l e m e n t e y se abas t ec í a de b e b i d a y de a l g u n a s r e b a n a d a s de

j a m ó n y de p a n Bimbo, en la b a n c a de l p a r q u e el h o m b r e A y la mu je r

c o n v e r s a b a n c a d a vez en fo rma m á s í n t i m a . M i e n t r a s e l h o m b r e B se d i r i g i ó a

la t i enda , e l h o m b r e A i n t e n t a b a c o n v e n c e r a la muje r q u e se de j a se b e s a r ; en es te

ac to de s e d u c c i ó n l a m u j e r no se n e g a b a , p e r o t a m p o c o d e c í a s í ; po r lo cua l e l

i n d i v i d u o la a b r a z ó y po r un m o m e n t o i n t e r c a m b i a r o n a l g u n a s ca r i c i a s y b e s o s

supe r f i c i a l e s . En es te m o m e n t o los n i ñ o s o b s e r v a r o n los h e c h o s s u c e d i d o s en l a

b a n c a s in i m p o r t a r l e s g r a n cosa , p u e s s i gu i e ron c o r r e t e á n d o s e en t r e e l l o s ; e l

j u e g o e r a l o m á s i m p o r t a n t e e n e s o s in s t an te s . L u e g o aque l h o m b r e i n t e n t ó

c o m p r o m e t e r m á s la s i tuac ión y la mu je r le p u s o e l b r a z o en e l p e c h o , en seña l

de f ina l izar e l ac to de s e d u c c i ó n ; d e s p u é s c r u z a r o n a l g u n a s p a l a b r a s y e l h o m b r e

i n t e n t ó de n u e v o b e s a r l a y l a muje r s i gu ió e l j u e g o has ta l e v a n t a r s e de la b a n c a

y s e ñ a l a r h a c i a la p l aya . D e s d e la t i enda e l h o m b r e B h ab í a o b s e r v a d o los s u c e s o s

de l a b a n c a , y d e j a n d o pasa r un t i e m p o r a z o n a b l e r e g r e s ó c o n los o t ros dos .

L l e v a b a c a r g a n d o u n a p e q u e ñ a caja de ca r t ón en l a q u e h ab í a g u a r d a d o las seis

c e r v e z a s y a l g u n a s o t ras c o s a s c o m p r a d a s . Al es ta r f rente a e l los les d io a c a d a

u n o u n a b o t e l l a de c e r v e z a — f a m i l i a r — ; las d e s t a p ó y se s en tó j u n t o a la muje r

c o m o s i n a d a h u b i e r a v i s to . La c o n v e r s a c i ó n y e l t r ago r e a n u d a r o n su c u r s o y

d u r a n t e un l a rgo t i e m p o las c o s a s s i gu i e ron i g u a l e s , h a s t a q u e t res h o m b r e s

r u b i o s , d e c a b e l l o aba jo d e los h o m b r o s , s e a c e r c a r o n a c o m p a ñ a d o s d e d o s

m u j e r e s m á s ; se s a l u d a r o n y p l a t i ca ron a l g u n a cosa , s e ñ a l a n d o a la I s la C o z u m e l .

L u e g o se d e s p i d i e r o n y se r e t i r a ron po r e l r u m b o de la e s t ac ión de A u t o b u s e s de

Y u c a t á n . M i e n t r a s t a n t o , los n iños ya c a n s a d o s se h a b í a n ido a r e c a r g a r en e l

h o m b r e B , qu ien c a r g ó a l m á s p e q u e ñ o q u e e m p e z a b a a d o r m i r s e ; a l t e r m i n a r s e

las c e r v e z a s , e l h o m b r e A se p a r ó r e p e n t i n a m e n t e y se fue; los o t ro s d o s se

1 7 La palabra "Join" parece significar marihuana.


q u e d a r o n u n t i e m p o m á s . L a muje r a p e n a s p o d í a so s t ene r se , e n u n m o m e n t o d e

m a r e o se v o l t e ó h a c i a a t rás de l a b a n c a y v o m i t ó , t ras u n o s m o m e n t o s de d o l o r

y a n g u s t i a r e c o b r ó un p o c o las fuerzas y le i nd i có al h o m b r e B q u e se s en t í a

me jo r . La mu je r d e s p e r t ó a l n i ñ o m a y o r y a g a r r á n d o l o de l a m a n o se d i s p u s i e r o n

a i r s e ; e l h o m b r e l l e v a b a en t re sus b r a z o s a l m á s p e q u e ñ o y en su c a m i n a r se

e n c o n t r a r o n con e l po l i c ía , de qu ien se d e s p i d i e r o n , y s i g u i e r o n su p a s o po r la

ca l l e po r d o n d e h a b í a n v e n i d o .

La t a rde e m p e z a b a a cae r y aque l l a s p e r s o n a s se r e t i r aban c o n p a s o s p e s a d o s

c a m i n a n d o po r l a ca l le de t e r race r ía ; los ú l t i m o s tu r i s tas b u s c a b a n d ó n d e p a s a r

la n o c h e o e s p e r a b a n la l l e g a d a de l a u t o b ú s . El a t a rdece r l l e g a b a a la p e n u m b r a

y las l uce s del a l u m b r a d o p ú b l i c o se e n c e n d í a n . A mi a l r e d e d o r se e n c o n t r a b a n

u n a s d i e z p e r s o n a s e s p e r a n d o . C u a n d o l l ega ron t res a u t o b u s e s d e l a l ínea , m e

a p r e s u r é a r e c o g e r m i s c o s a s y me a c e r q u é a la pue r t a , d e s p u é s en t ré en el c a m i ó n

con e l b o l e t o en la m a n o .

A q u e l l a t a rde los d i fe ren tes c o n t e x t o s de l a r ea l i dad r e p r e s e n t a r o n i m á g e n e s

de fo rmas de v ida ru t ina r ia , en las cua l e s l a c o s t u m b r e se ha c o n v e r t i d o en e l

t r áns i to c o t i d i a n o de sus m a n i f e s t a c i o n e s . La p o b l a c i ó n v iv ió c a d a u n o de los

e v e n t o s y los t o m ó tal y c o m o son , es dec i r , c o m o e l m o v i m i e n t o de p e r s o n a s q u e

l legan y se van en un m o m e n t o d a d o y la i nges t ión de b e b i d a s a l c o h ó l i c a s en la

v ía p ú b l i c a ; t o d o e l lo p u e d e c o n s i d e r a r s e c o m o una m a n i f e s t a c i ó n p r o d u c t o de l

s e n t i d o de la soc i a l i z ac ión y la oc io s idad del g r u p o .

En este sent ido , la ú l t ima descr ipción representa c o m o acto visto la imagen

reflejada de una sociedad donde las formas de vida públ ica y pr ivada han l legado a

relajarse de tal manera , que el c o n s u m o de alcohol en la vía públ ica se cons idera

c o m o un acto cot id iano, in t rascendente incluso para las au tor idades locales .

A par t i r de un i n t e r c a m b i o de c o s t u m b r e s , d o n d e la no e x i s t e n c i a de l

e s c á n d a l o o la a m i s t a d en t re el g r u p o y el po l i c í a pos ib i l i t ó el q u e no fuera

i m p e d i d a la r ea l i zac ión del ac to , se faci l i ta la v igenc i a de l o rden en el l uga r ; o

b ien , a l no r e p r e s e n t a r un pe l ig ro p a r a la s egu r idad púb l i c a , los i n d i v i d u o s

p u d i e r o n c o n t i n u a r su ac to de c o n s u m o y c o n v i v e n c i a .

P o d e m o s seña l a r a P l a y a del C a r m e n c o m o un lugar d o n d e los v a c a c i o n i s t a s

p u e d e n e x p e r i m e n t a r d i s t in tos m o m e n t o s de l a v ida soc ia l de l a r e g i ó n ; p e r o

t a m b i é n se p u e d e o b s e r v a r l a e n t r a d a de fo rmas de v ida d i f e ren tes , q u e van d e s d e

la p r o m i s c u i d a d has t a e l u s o de e s t i m u l a n t e s c o m o e v e n t o s de la ru t ina d ia r i a ;

con es to no q u e r e m o s dec i r q u e la to t a l idad de la p o b l a c i ó n acep t e o v iva bajo

ta les l i n c a m i e n t o s , p e r o s í es n e c e s a r i o p o n e r a t enc ión a las t res p e r s o n a s

o b s e r v a d a s ; d o s e ran o r i g ina r i o s de la r eg ión y e l r e s t an te p e r t e n e c í a a l ex te r io r ,

c o n t a c t o s q u e e s t a b l e c e n e l i n t e r c a m b i o de sabe res y fo rmas de v ida , en las


c u a l e s e l p r é s t a m o se r ea f i rma c o m o e l e l e m e n t o s i m b ó l i c o en la p r o d u c c i ó n de

la i n t e r p r e t a c i ó n y v ivenc i a de la loca l idad .

ESPACIO Y CUADRO

Lo suced ido aquel la tarde en Playa del Ca rmen nos l levó a la cons t rucción de

los d i ferentes contex tos por los que a t ravesó la real idad al separar , en tres

descr ipc iones , lo sucedido en una sola tarde. E m p e z a m o s por reconst rui r la

ev idenc ia c o m o forma esc r i t a , n a r r a n d o a l t e r n a t i v a m e n t e un e v e n t o y o t ro ;

la suces ión de hechos aparecía en forma dispersa y el c ú m u l o de información

d e s b o r d a b a l a p rop i a o b s e r v a c i ó n , p r o c e s o q u e nos l l evó d e s d e aque l m o m e n t o

a i r s e l e c c i o n a n d o e v e n t o s pa ra p o d e r l o s p l a s m a r en s i gnos en la l ib re ta de

c a m p o .

Para la captación de su mundo, el hombre crea su

propio instrumentarium un mundo de formas simbólicas

que, como red tupida de relaciones, proyecta a la

elemental realidad ante los ojos. Esta queda aprehendida

y aprendida a imagen y semejanza del hombre. La

realidad es siempre una realidad implícitamente

—implicadámente— simbólica; dicho sin rodeos, una

realidad para el hombre —y por el hombre—." una

realidad humana (antropotópica).

Andrés Ort iz-Oses. 1 8

En es t e s e n t i d o , los h e c h o s s e p a r a d o s en t res c u a d r o s d i s c u r s i v o s p r e s e n t a n

c o n e c t o r e s q u e i n t r o d u c e n en c a d a una de las d e s c r i p c i o n e s l a p o s i b i l i d a d de

l i n e a l i d a d ; o b i en , e l l uga r d o n d e se dan las i n t e r a c c i o n e s o c r u c e s de l d i s c u r s o

p e r m i t e l oca l i za r los m o m e n t o s en los cua l e s c a d a u n o de los ac to re s p e r c i b i ó e l

c o n t e x t o en e l cua l e s t a b a s i t uado , e s p e r a n d o m a n t e n e r en su m e m o r i a los

e v e n t o s ocu r r idos — e n e l me jo r de los c a s o s — , p e r o l a s i tuac ión real s e g u r a m e n t e

se v io o r g a n i z a d a p a r a u b i c a r la fo rma d i s p e r s a y ru t ina r i a de los h e c h o s ;

c o n s e c u e n t e m e n t e , c o m o a p r e c i a c i ó n de la r ea l i dad a t r avés de la v ida c o t i d i a n a ,

1 8 Andrés Ortiz-Oses, Mundo, hombre y lenguaje crítico, Ed. Sigúeme, Salamanca, 1976, p. 20.


los e v e n t o s se c o n v i e r t e n en o l v i d o , 1 9 o sea, en una falta de c a p t a c i ó n r ac iona l de

lo o c u r r i d o , c u y o s s í m b o l o s p i e rden su s ign i f i cac ión a l ve r se c o m o ob je to s que

a p a r e c e n y d e s a p a r e c e n , sin i m p o r t a r e l m e n s a j e imp l í c i t o en e l lo s . C o n e s t o , la

r ea l i dad se c o n v i e r t e en un e l e m e n t o de cu r io s idad , es dec i r , los p e r e g r i n o s a los

o jos de los p ro f anos r e p r e s e n t a n c ie r to g r a d o de s a lva j i smo p e r o t a m b i é n de

ob je to s c u r i o s o s , a l igual q u e pa ra los p e r e g r i n o s los tu r i s tas s igni f ican h o m b r e s

r u b i o s e x t r a ñ a m e n t e v e s t i d o s , c o n v e r t i d o s en c u r i o s i d a d e s .

E n t o n c e s , r e c o n o c e r es e l t é r m i n o q u e loca l i za un e s p a c i o en l a r ea l i dad ,

u b i c a c i ó n c o n t e x t u a l t an to de la o b s e r v a c i ó n y de la r e c o n s t r u c c i ó n del s u c e s o

c o m o de l e v e n t o m a n i f i e s t o a los o jos de t o d o s , de la m u l t i t u d s i l enc iosa c u y a

o b s e r v a c i ó n es e l o l v i d o , la m i r a d a superf ic ia l de la r ea l i dad , p u e s es tal la

c a n t i d a d de m o v i m i e n t o e i n fo rmac ión q u e t i enen en f ren te que no p u e d e n

r e t e n e r los h e c h o s c o t i d i a n o s p r e s e n t a d o s . L u e g o , e l ver s igni f ica r e t ene r , p e r o

a m a y o r v i s ib i l idad m e n o r r e t enc ión , e s c a p á n d o s e de las m a n o s la r e a l i d a d ;

p o r q u e a l pa sa r i n a d v e r t i d a o n o r m a l m e n t e r e c i b i d a c o m o ac to c o t i d i a n o ,

d e s a p a r e c e , de j ando tras de s í só lo e l gus to de la b o r r a c h e r a , del p l ace r o de los

tur i s tas q u e se t ras ladaron de un lugar a ot ro . E s c a p a de la m e m o r i a la s igni f icac ión

de la ru t ina .

D e l e s p a c i o a l c u a d r o p e r m i t e a r t i c u l a r l a r e a l i d a d c o m o e s c r i t u r a ,

a p r e h e n d i e n d o los m o m e n t o s po r los cua le s e l s u c e s o se p u e d e r e t e n e r en u n a

c o n f o r m a c i ó n s imbó l i ca , e s t ab l ec i endo los lugares en la cons t rucc ión del e spac io ,

c u y o suje to e s lo h u m a n o — e l h o m b r e s o c i a l — en l a e l a b o r a c i ó n del s u c e s o .

E s t o s ign i f ica q u e , pa ra q u e l a r ea l idad s o b r e v i v a c o m o r e c u e r d o , e s n e c e s a r i o

r e sca t a r l a del o lv ido q u e p r o v o c a e l p a s a d o en sus d i f e ren tes m a n i f e s t a c i o n e s

— l e j a n o , ce rcano , inmedia to . La recuperación se logra en un pr incipio a t ravés de

l a m e m o r i a co l ec t i va , p e r o d e s p u é s en l a m e m o r i a escr i t a ; p r e d e t e r m i n a n d o es ta

ú l t i m a a la v e r a c i d a d de la ún ica ve r s ión y a l t e r n a n d o e j e m p l a r m e n t e en la

c o n s t r u c c i ó n del c u a d r o c o m o l a d e l i m i t a c i ó n ob je t iva de l r e s to del e s p a c i o ,

c u y a pos ib i l i dad p e r m i t e la s epa rac ión y s i s t e m a t i z a c i ó n m a t e r i a l de lo o c u r r i d o ;

e n t o n c e s , e l e s p a c i o se conv ie r t e en l a c o n s t r u c c i ó n de lo s u c e d i d o c o m o e fec to

v e r o s í m i l .

1 9 El olvido es el momento por el cual la memoria se convierte en ausencia de memoria, es decir,

el recuerdo de la vivencia como producto de un t iempo pasado, pasa por el devenir secuencial del

t iempo a irse desvaneciendo, hasta borrarse totalmente de la memoria, acto que significa la

producción de un suceso no sucedido cuyo recuerdo no existe más; este proceso de desvanecimiento

de la memoria ocurre con frecuencia con la edad, pero igualmente puede crearse en forma artificial,

por ejemplo, entre los presos políticos como efecto de resistencia contra la tortura. Para profundizar

sobre este tema releí irse al libro de Pierre Bertrand, El olvido, revolución o muerte de la historia,

Siglo XXI, México. 1979.


R e c o r d a r s igni f ica r e g r e s a r a l p r inc ip io de l e v e n t o . A q u e l o n c e de d i c i e m b r e

en e l q u e s u c e d i ó u n a ser ie de h e c h o s en l a p o b l a c i ó n de P l a y a de l C a r m e n ; los

h a b i t a n t e s los v iv i e ron c o m o par te d e u n a ser ie d e a c o n t e c i m i e n t o s o r d i n a r i o s ,

c u y a r e p e t i c i ó n h a c e f lo rece r e l t ed io h a s t a e l c a n s a n c i o en es ta p e q u e ñ a

p o b l a c i ó n , un m u n d o ru t i na r io en e l t u r i s m o , e l c o m e r c i o , e l d e p o r t e , l a f iesta ,

e l i r y v e n i r de los t r aba j ado re s ; e l oc io s a n o y d e p e n d i e n t e h a c e n de l l uga r un

c a m p o de d i v e r s i ó n y d e s c a n s o , e x t e n d i e n d o as í su e n c a n t o m á g i c o h a c i a las

p e r s o n a s q u e l l egan a l C a r i b e , c u y o in t e r é s m á x i m o e s e l o l v i d o de su m u n d o ,

d e e se o t ro m u n d o e n e l q u e v iven ; u n a c iv i l i zac ión q u e b u s c a r e g e n e r a r s e y e n d o

a lo e x ó t i c o , a lo t rop ica l p a r a m e z c l a r s e en b u s c a de lo m i s m o , c o m o e l

e n c u e n t r o a c t i v a d o r q u e t e r m i n a r á con l a d e c a d e n c i a .

E n e s t e i m a g i n a r i o p a r a í s o l a r ea l i dad s e v u e l v e u n s u e ñ o — v e r C a n c ú n p a r a

c r e e r — p a r a los v a c a c i o n i s t a s , de l que d e s p e r t a r á n en e l m o m e n t o en que

a b o r d e n e l a v i ó n pa ra r e g r e s a r a sus s o c i e d a d e s . P a r a los m a y a s es la t ier ra

q u e p e r d i e r o n a l e n c o n t r a r e l p r o g r e s o ; sus e s p a c i o s d i e ro n luga r a n u e v a s

f o r m a s de v ida , d e s t r u y e n d o e l p a s a d o p a r a cons t ru i r e l fu turo y , en e l m e j o r de

los c a s o s , e l p a s a d o se ha c o n v e r t i d o en p i eza de o rna to a t r a v é s de los v e s t i g i o s

d e las a n t i g u a s c i v i l i z a c i o n e s . L a s n u e v a s c o m u n i d a d e s d e las c i u d a d e s ,

p r o v e n i e n t e s de t odas pa r t e s y de n i n g u n a , b u s c a n e n c o n t r a r lo q u e n u n c a

t u v i e r o n : u n a t r ad ic ión p rop i a .

C A N C Ú N : C R Ó N I C A S D E L V A C Í O

En la parte norte del es tado de Quin tana R o o se ha desar ro l lado en los ú l t imos

veinte años una impor tante infraestructura turíst ica, que ha p rop ic iado un c a m b i o

ráp ido en el espac io geográf ico y h u m a n o de la región, a lbe rgando en su seno

var iadas formas de coexis tencia , trabajo y modif icación del m e d i o ambien te , basa

do fundamenta lmente en la i rrupción de un gran comple jo mater ia l de es t ructuras

habi tables .

C a n c ú n es e l centro de esta t ransformación acelerada. En 1970 contaba apenas

con 117 hab i t an tes ; pa ra 1980 la pob lac ión hab ía a u m e n t a d o a 33 2 7 3 y ,

ext raof ic ia lmente , para 1988-1989 ya con taba con más de 150 0 0 0 habi tantes

regis t rados ; a éstos hay que agregar otro tanto más o m e n o s de poblac ión flotante q u e

va y v iene por la c iudad y los a l rededores en busca de trabajo y, f inalmente, se t iene

que cons iderar el m o v i m i e n t o turíst ico en la zona que en su mayor í a proviene del

extranjero . 1

El f lujo de turistas va aumen tando de una mane ra acelerada, porque s i para 1980

l legaron a C a n c ú n en vuelos nacionales e in ternacionales 344 570 personas , pa ra

1985 la cifra había aumen tado a 722 027 , sin tomar en cuenta los viajeros que l legan

por carre tera desde la c iudad de Mér ida y los que l legan por el Aeropue r to

Internacional de la Isla de Cozumel . T a m p o c o se consideran los que arr iban en los

c ruceros mar í t imos que vienen de dist intos lugares nacionales y del extranjero; así,

e l f lujo turís t ico aumen ta cons iderab lemente desbordando las cifras regis t radas por

las au tor idades r e g i o n a l e s . 2

En este in te rcambio y mov imien to de personas Cancún ve su futuro, pues vive y

se man t i ene de este flujo, pero también necesi ta t rabajadores que l leguen a cubrir las

neces idades laborales , dándose una fuerte migrac ión hacia e l e s tado de Quin tana

R o o y espec ia lmente hacia el munic ip io Beni to Juárez , donde se encuen t ra la c iudad

de C a n c ú n . Es ta poblac ión proviene pr inc ipa lmente de los es tados de Yuca tán

(55 .6%) , C a m p e c h e ( 6 % ) , Verac ruz (5 .9%) , Distr i to Federa l (4 .8%) y T a b a s c o

(3 .8%) . C o m o vemos , e l c rec imiento demográf ico se sost iene por e l flujo migra tor io

de las es tados col indantes , más Veracruz y el Distr i to Federa l que se encuent ran

m u c h o m á s alejados, pero que a fin de cuentas todos proporc ionan a C a n c ú n la m a n o

de obra requer ida en los servicios y la cons t rucción, p r inc ipa lmente ; t rabajadores

con una edad med ia de 18 a 28 a ñ o s . 3

1 i N E O í , Quintana Roo. Cuaderno de información para la planeación. sin edit., Aguascalientes, Ags.,

1990, p. 32. 3 INEGI, op.cit.. pp. 216-217. 3 I N E G I , op.lit.. p. 32.


P o r o t ra pa r t e , e l e s p a c i o geográ f i co de C a n c ú n se ha v i s to t r a n s f o r m a d o en

t o d o e s t e t i e m p o y , l o q u e a l g u n a v e z fue, ha d e j a d o de ser . Se u b i c a

e s p e c í f i c a m e n t e en l a p o r c i ó n or ien ta l de l a p e n í n s u l a de Y u c a t á n , en e l e s t a d o

de Qu in tana R o o , c o m o parte de una isla de once k i lómetros de largo y cuat roc ientos

me t ros de anchura . Has ta 1970 era una aldea de pescadores que de ah í p a s ó a

c o n v e r t i r s e en u n o de los c o m p l e j o s tu r í s t i cos m á s i m p o r t a n t e s de Méx ico ,

desar ro l lando una gran cal idad en el servicio hotelero, en el comerc io de produc tos

nac ionales e in ternacionales ; fij aba de esta manera un alto nivel turíst ico y comerc ia l

en función del c o n s u m o de sus visi tantes.

E l c r e c i m i e n t o a c e l e r a d o , de u n a c iudad de las ca r ac t e r í s t i c a s de C a n c ú n , nos

u b i c a en e l p r o b l e m a de u n a c o n s t a n t e q u e d e t e r m i n a e l m e d i o a m b i e n t e : l a

n a t u r a l e z a se ve i r r u m p i d a po r la c r ec i en t e c o n s t r u c c i ó n de ed i f ic ios y de toda

una estructura comercia l y turíst ica, y por la con taminac ión que l lega al m a r y al aire

de Cancún , p roduc to pr inc ipa lmente de la combust ión de los motores y de la

i ndus t r i a tu r í s t ica .

La p o b l a c i ó n f lo tante en su m a y o r í a anda en b u s c a de m e j o r e s p e r s p e c t i v a s

de v ida , es gen t e q u e l lega a busca r un e m p l e o pa ra j u n t a r un p o c o de d i n e r o y

d e s p u é s r eg re sa r a su lugar de o r igen . Es en es te flujo m i g r a t o r i o q u e la

d i v e r s i d a d cu l tu ra l h a c e su apa r i c ión , d e m a r c a n d o cu l tu ra s r e g i o n a l e s , l e n g u a s

y c r e e n c i a s pa ra e s t a b l e c e r sobre C a n c ú n un p a t r i m o n i o cu l tu ra l i n t ang ib l e que

c o n s t r u y e una d ia l éc t i ca de las d i fe ren tes i den t i dades q u e a h í c o e x i s t e n . 4

La iden t idad se c o n v i e r t e as í en el p u n t o en el cual la d i f e r enc i a y la s e m e j a n z a

se v u e l v e n las m a r c a s de la p r e s e n c i a de los que v iven en C a n c ú n ; p o r q u e ante

t o d o p e r t e n e c e n a un g r u p o socia l y é tn i co de o r igen que los ub i ca en u n a reg ión

de M é x i c o , d e s p u é s los t r a s l ada a l e s t a d o de Q u i n t a n a R o o , a l m u n i c i p i o B e n i t o

J u á r e z , y e s p e c í f i c a m e n t e a la c iudad de C a n c ú n , d o n d e el suje to con f luye con

o t ros g r u p o s de d i fe ren te p r o c e d e n c i a , c a u s a n d o en e l i n t e r c a m b i o de s abe re s la

un ión de la v ida púb l i ca .

Es decir, que ante la industr ia todos esos hombres son t rabajadores y c o m o tales

son t ratados, pero en la vida pr ivada todos son diferentes, resguardan la part icularidad

de su procedencia . Esto permite que en el trabajo los diferentes sujetos sean vistos

c o m o iguales y entre ellos así lo asimilen, pero, en cuanto la j o r n a d a de t rabajo

t e r m i n a , r eg re san a su v ida p r ivada , p r e v a l e c i e n d o en e l la la a ñ o r a n z a po r vo lver

un d ía a su c i u d a d na ta l .

4 Los emigrantes del estado de Quintana Roo en 1980 fueron hacia los estados de "Yucatán en 42 6' <

Distrito Federal 13.2%, a Campeche 7.9%, a Veracruz 7.3% y a otras partes de México 4.9%". INI i •<

op.cit., p. 46.

CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACÍO 175

E s t e i n t e r c a m b i o c o n s t r u y e e n l a i d e n t i d a d r e g i o n a l d e C a n c ú n u n a

d i f e r en c i ac i ón en los p r o c e s o s de in t e rp re t ac ión del m u n d o q u e los r o d e a ,

p o r q u e l a i den t idad socia l se r ev ie r t e p ú b l i c a m e n t e en u n a i den t idad r e g i o n a l

c o m ú n a t o d o s los t r aba j adores , p e r o que en la v ida p r i v a d a fo rma pa r t e de

i d e n t i d a d e s cu l t u r a l e s y é tn icas pa r t i cu la res al lugar de o r i g e n ; é s t as , p o c o a

p o c o , se a s imi l an en la i den t idad de C a n c ú n ; p o r q u e , a par t i r de l i n t e r c a m b i o , los

m i g r a n t e s e m p i e z a n h a c e r suyas m u c h a s de las p r ác t i ca s a l i m e n t a r i a s , de l o c i o

y de la v e s t i m e n t a p r o p i a de C a n c ú n , d e m a r c a n d o en es te i r y ven i r de s a b e r e s ,

habitus y p r ác t i ca s la c o n s t r u c c i ó n de una in t e r r e l ac ión de la v ida p ú b l i c a y la

p r i v a d a a t r avés de las s e m e j a n z a s m á s que de las d i f e r e n c i a s . 5

La c i u d a d se conv ie r t e de es ta fo rma en e l lugar de i n t e r c a m b i o de toda índo le ,

p a r a d e s a r r o l l a r en la v ida p r i v a d a y en la p ú b l i c a toda u n a c o n c e p c i ó n sob re e l

v iv i r en C a n c ú n , e l s abe r a ce r ca de C a n c ú n sin c o n o c e r l o y e l t raba ja r en C a n c ú n ;

t res c o n c e p c i o n e s q u e p r o d u c e n en e l d i s cu r so la m a t e r i a l i d a d de las v i v e n c i a s

y de las e x p e r i e n c i a s que sobre la r eg ión se t i enen .

D e l i m i t a r C a n c ú n se c o n v i e r t e en e s t a m e d i d a en l a c o n s t r u c c i ó n de

p r o d u c c i o n e s de s ign i f i cac ión de los sujetos q u e no lo c o n o c e n m á s q u e de o í d a s ,

de los q u e v iven ah í p e r o no son o r ig ina r ios y , f ina lmen te , de los o r i g i n a r i o s ; t res

n ive le s de i n t e rp re t ac ión de e x p e r i e n c i a s soc ia les q u e pos ib i l i t an l a e x i s t e n c i a

de C a n c ú n c o m o la v ivencia de sus sujetos, pero al m i s m o t iempo se convier te

en la mater ia l ización de procesos de vida cot idiana, de trabajo, de creencias y, en

sí, de l a c o n s t r u c c i ó n de la m e m o r i a c o l e c t i v a de los q u e p u e d e n , por u n a pa r t e ,

n o m b r a r l a c i u d a d y , por l a o t ra , de los que a h í v iven c o m o t r aba jadores .

O t r o p u n t o a c o n s i d e r a r es q u e la c i u d a d v ive en un r i t m o a c e l e r a d o en c u a n t o

a la m o v i l i d a d soc ia l , d e b i d o a la c o n s t a n t e l l egada y sa l ida de tu r i s tas y de

t r aba j adores , a l igua l que e l m o v i m i e n t o in ter ior de los t r a n s p o r t e s , del c o m e r c i o

y de la indus t r i a ho t e l e r a ; es te i r y ven i r o r ig ina el h e c h o de q u e en la zona ex i s t an

todos los sa t i s fac to res del oc io que se p u e d a n encon t r a r : r e s t au ran t e s , ba r e s ,

d i s c o t e c a s , t i e n d a s , ho t e l e s , m o t e l e s , c a sa s hab i t ac ión , d e p a r t a m e n t o s de lujo de

todos los p r ec io s y m u c h a s m á s a t r a c c i o n e s ; a d e m á s de c o n t a r con toda la

in f raes t ruc tura p a r a r ea l i za r en sus cos t a s y p l ayas c u a l q u i e r t ipo de d e p o r t e

a cu á t i co . De h e c h o , en C a n c ú n se e n c u e n t r a todo lo q u e un v a c a c i o n i s t a p u e d e

desea r , p u e s t o q u e l a g ran m a y o r í a de es tos sa t i s fac tores son p a r a los tu r i s t a s .

' La identidad cultural está relacionada con las costumbres, los hábitos, las tradiciones, los valores,

las creencias, las maneras de vida, de pensar, de comportarse, es un sentido de vida y de estar presentes

en la comunidad. Véase M. Pares Maicos,"El concepte d'identitat cultural", en Centre d'investigació

de la comunicado, UNESCO , Simposi Internacional Comunicado. Identitat Cultural, Relaclons

Interculturals, Generalitat de Catalunya, Barcelona, 1991, pp. 13-25.


A s í los tu r i s t a s t i enen s e g u r a su e s t a n c i a en l a c i u d a d , a l igua l q u e los d u e ñ o s

de los c e n t r o s h o t e l e r o s , r e s t au r an t e s y c o m e r c i o s en gene ra l , q u e t i enen c o m o

l u g a r d e r e s i d e n c i a p e r m a n e n t e C a n c ú n , a u n q u e h a y a a l g u n o s q u e v i v e n e n o t ras

c i u d a d e s c o m o M é r i d a , Y u c a t á n y o t ras pa r t e s m á s . En e s t a d i s t r i b u c i ó n de l

e s p a c i o e n c o n t r a m o s q u e las p e r s o n a s p o r t a d o r a s d e cap i t a l n o t i enen n i n g ú n

p r o b l e m a p a r a e s t a b l e c e r sus d o m i c i l i o s c o m e r c i a l e s y h a b i t a c i o n a l e s en la

z o n a , p e r o no s u c e d e a s í con e l r e s to de t r aba j ado res q u e van a v e n d e r su fuerza

de t r aba jo po r un sa l a r io .

E l p r i nc ipa l p r o b l e m a con e l q u e se e n c u e n t r a n e s t o s t r a b a j a d o r e s es l a

e s c a s e z de v i v i e n d a s q u e ex i s t e en l a zona , p u e s t o q u e hay u n a gran d e m a n d a y

u n a ofer ta m í n i m a , po r e l lo los a lqu i l e r e s son e x c e s i v a m e n t e s a l to s , y los

m i g r a n t e s q u e l l egan a C a n c ú n en b u e n a m e d i d a v iven s o l o s ; o sea , u n a p e r s o n a

so l t e r a en b u s c a de t raba jo p u e d e c o n s e g u i r una c a s a o d e p a r t a m e n t o , p e r o pa ra

t o d a u n a fami l ia , q u e es e l c a s o de l a g ran m a y o r í a de t r a b a j a d o r e s , e l co s to

r e s u l t a i n a c c e s i b l e .

Al l legar so los b u s c a n d ó n d e v iv i r y n o r m a l m e n t e e n c u e n t r a n un d e p a r t a m e n t o

p e q u e ñ o p a r a c o m p a r t i r c o n d o s , t res y ha s t a c u a t r o p e r s o n a s ; sin e m b a r g o ,

d e b i d o a los ho ra r io s de t raba jo de c a d a u n o de e l los , en p o c a s o c a s i o n e s l legan

a c o i n c i d i r t o d o s a l m i s m o t i e m p o en e l d e p a r t a m e n t o . Al c o m p a r t i r lo ga s to s y

m a n t e n e r s e so l i t a r ios p u e d e n i r a h o r r a n d o un p o c o de d i n e r o ex t r a , p a r a c u a n d o

l l e g u e e l m o m e n t o de r e g r e s a r a su lugar de o r igen .

En c u a n t o a los a l i m e n t o s q u e c o n s u m e n es tos t r aba jadores p o d e m o s ub i ca r lo s

en t res g r u p o s . E l p r i m e r o ser ía aque l q u e l abo ra en la g ran indus t r i a tur í s t ica

y p a s a la m a y o r pa r t e de su t i e m p o en su cen t ro de t raba jo ; é s to s po r lo r egu la r

c o m e n en los c o m e d o r e s pa ra e m p l e a d o s . Un s e g u n d o g r u p o e s e l q u e se

e n c u e n t r a en la i ndus t r i a de la c o n s t r u c c i ó n , p a s a t o d a la j o r n a d a l abora l en la

o b r a y sus a l i m e n t o s son l l evados por e l los m i s m o s , o b ien , c o m p r a d o s a los

v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s q u e se e n c u e n t r a n en las i n m e d i a c i o n e s de l a obra . Un

t e rce r g r u p o es e l q u e t raba ja c o m o p r e s t a d o r de se rv ic ios en l a c i u d a d ; é s tos en

su m a y o r í a van a c o m e r a sus casas y un p e q u e ñ o g r u p o c o m e en las fondas

c e r c a n a s a su cen t ro de t raba jo .

É s t a se r ía l a ru t ina l abora l de un t r aba jador en C a n c ú n . P o r lo q u e r e spec ta ; i

los s u e l d o s , po r un d í a ex t r a de t raba jo se p a g a e l d o b l e y p o r c a d a d í a fes t ivo,

e l t r i p l e ; t a m b i é n ex i s t e un s o b r e s u e l d o de l 1 0 0 % en r e l ac ión con m u c h a s zonas

de l pa í s p o r sob re e l sa la r io m í n i m o .

C o m o en cua lqu ie r c iudad s imilar , en C a n c ú n exis ten todo t ipo de d i s t r acc iones .

apa r t e de a q u e l l a s a q u e t i enen a c c e s o los tu r i s t a s , es tán o t ras a las q u e pueden

a c c e d e r los t r aba j ado re s , c o m o ser ían las r e u n i o n e s p a r t i c u l a r e s en algún


depa r t amen to , en un restaurant , bar o en cualquier sitio públ ico , las idas a la p l a y a

y las r e u n i o n e s en los c a b a r e t s y las casas de c i ta , q u e son u n a pa r t e i m p o r t a n t e

de los l u g a r e s de c o n v i v e n c i a de los t r aba j ado re s .

Ta l e s e l c o n t e x t o de l a v ida c o t i d i a n a de los t r aba j ado re s de C a n c ú n ,

e s t a b l e c i e n d o en sus v i v e n c i a s los p a s o s d i a l éc t i co s de la v i d a p ú b l i c a a la

p r i v a d a , de l t r aba jo a l o c i o . En l a c o n s t r u c c i ó n de es tas r e a l i d a d e s se e n c u e n t r a n

las p o s i b i l i d a d e s de e s t ruc tu r ac ión de l a m e m o r i a co l ec t i va , de u n a m e m o r i a

n a c i e n t e q u e , e n m e n o s d e u n a g e n e r a c i ó n , s e h a v i s t o t r a n s f o r m a d a

c o n s t a n t e m e n t e d e b i d o a l c a m b i o en e l m e d i o a m b i e n t e y en la m o v i l i d a d

m i g r a t o r i a . A s í e n t o n c e s , e s ta m e m o r i a c o l e c t i v a s e e s t a b l e c e e n u n t i e m p o co r to

de l o c a l i z a c i ó n h i s tó r i ca .

De e s t a f o r m a e l t i e m p o co r to y l a m e m o r i a c o l e c t i v a se u n e n en la

t r ans fo rmac ión de los p r o c e s o s soc ia les , pa ra m a r c a r en la i den t idad los d i fe ren tes

e s p a c i o s de la s ign i f i cac ión q u e une a los h a b i t a n t e s de C a n c ú n y de o t ros l u g a r e s

en la c r eac ión de una r ea l idad .

LA CONSTRUCCIÓN DEL ACONTECIMIENTO

H e m o s s e ñ a l a d o a l g u n a s de las pa r t e s de c r e c i m i e n t o de l a s o c i e d a d loca l s in

en t ra r en de t a l l e s . Se ha m a r c a d o d e s d e d ó n d e e l d e s a r r o l l o ha s e g u i d o los

c a m i n o s del p r o g r e s o . N o s u b i c a m o s en l a v ida c o t i d i a n a de los t r a b a j a d o r e s ,

c u y a s e v i d e n c i a s nos p r o p o r c i o n a n las v ivenc i a s de las p e r s o n a s q u e a h í h a b i t a n ;

los i n d i v i d u o s q u e de una u o t ra fo rma se e n c u e n t r a n en C a n c ú n sin h a b e r h a l l a d o

su s u e ñ o t a m b i é n es tán ah í , v iven y s o b r e v i v e n , a c t u a n d o en la g ran i lus ión p a r a

subs is t i r , b u s c a n d o e n c o n t r a r e l c a m i n o p a r a p o d e r r eg re sa r a su lugar de o r igen ,

o tal vez p a r a p e r d e r s e en es te n u e v o cen t ro que e m p i e z a a c o n v e r t i r s e en u r b a n o ,

C a n c ú n .

H a r e m o s un p r imer a c e r c a m i e n t o a par t i r de la c r eenc i a de lo ex i s t en t e en

C a n c ú n po r p e r s o n a s del m i s m o e s t ado d e Q u i n t a n a R o o , p u n t o s d e r e fe renc ia

que t o m a n o t ras p e r s o n a s , o t ras v i s iones . La en t r ada .

ESPACIO EXTERIOR

Se t o m a r o n en c u e n t a i n fo rman te s c u y a r e s idenc i a se e n c u e n t r a en d i s t in t a s

Ciudades del e s t a d o de Q u i n t a n a R o o . La se lecc ión se l l evó a c a b o a pa r t i r de su

Conoc imien to r eg iona l , p e r o i g u a l m e n t e se c o n s i d e r ó e l lugar o c u p a d o en la

178 ENTRE LA T R A D I C I Ó N Y LA M O D E R N I D A D

p r o d u c c i ó n ; a s í e l i m i n a m o s a la b u r o c r a c i a , a los g r a n d e s c o m e r c i a n t e s — e n su

m a y o r í a de o r igen á r a b e — y t a m p o c o c o n s i d e r a m o s a los e m p l e a d o s de las

t i endas de i m p o r t a c i ó n en C h e t u m a l .

P a r a e m p e z a r , s e t o m a r o n en c u e n t a p e r s o n a s c u y a r e s i d e n c i a of icial e s tá en

C h e t u m a l y n u n c a h a b í a n v i s i t ado C a n c ú n , p e r o q u e t en ían r e f e r enc i a s ace rca

de l t ipo y cos to de v ida en es ta c iudad . A h o r a b ien , en t re e l g r u p o de i n fo rman te s

cas i t o d o s r e su l t a ron t r aba j ado re s m a n u a l e s de e s c a s o s r e c u r s o s y su c o n t e x t o se

e n c u e n t r a en un d e s c o n o c i m i e n t o de lo q u e pasa en C a n c ú n ; i n c l u s o , a l g u n o s de

e l l o s n i s i qu i e r a sab ían de la e x i s t e n c i a de C a n c ú n .

Al un i f i ca r c r i t e r ios , c o m o es e l d e s c o n o c i m i e n t o de la c i u d a d en cues t i ón , los

i n f o r m a n t e s c r e a r o n según su c o s m o v i s i ó n una i n t e rp re t ac ión de su c reenc ia .

E s t o p e r m i t e ver c l a r a m e n t e la i n t eg rac ión o acep tac ión de un i m a g i n a r i o social

p r o d u c i d o por los m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n r eg iona l , p e r o i g u a l m e n t e po r las

e x p e r i e n c i a s q u e les han s ido c o n t a d a s por q u i e n e s s í c o n o c e n e l lugar . Esta

a c e p t a c i ó n de c i e r to t i po de r ea l idad de o t ra c i u d a d c r ea en e l i n f o r m a n t e una

i l u s ión sobre C a n c ú n , c o n o c i m i e n t o vo lá t i l ; g e n e r a l a c r e a c i ó n de un s i m u l a c r o ,

c u y o a c e r c a m i e n t o o a l e j a m i e n t o se ve a c r e c e n t a d o por su d e s e o de es ta r , aun a

p e s a r de l a p r o p i a r e a l i d a d .

A h o r a b ien , los i n f o r m a n t e s , a par t i r de los da to s , na r r an la e x p e r i e n c i a vivid;i

y la a d q u i r i d a , c o m o efec to de r e t r o a l i m e n t a c i ó n de su h i s to r i a de v ida , cuyo

c o n o c i m i e n t o es el p r o c e s o de a c e p t a c i ó n de lo v is to y lo o í d o , p e r o t a m b i é n cil

io v i v i d o y de lo no v i v i d o . Es en es te c o n t e x t o q u e la a p r e c i a c i ó n se c o n v i e n e

en e l e s p e j i s m o de lo s u c e d i d o en o t ros l uga re s , m a n i f e s t á n d o s e bajo la expres ión

de lo d i f e ren te , s i es q u e aún se p u e d e c o n s i d e r a r a l h a b i t a n t e de C h e t u m a l como

pa r t e de l m u n d o t r ad i c iona l . H a b r í a q u e r ea l i za r o t ra i n v e s t i g a c i ó n p a r a sos tene i

es t a p r e m i s a , p o r lo q u e s o l a m e n t e l a a p u n t a m o s en l a p o s i b i l i d a d de ser .

La f o r m a c i ó n de l p u n t o de v i s ta d e s d e e l q u e se r e p r e s e n t a a C a n c ú n es la

m a n i f e s t a c i ó n de la e x i s t e n c i a del ser en c o m b i n a c i ó n c o n lo q u e se c r ee ; e l

dec i r , la c o m p l e m e n t a r i e d a d en t r e la r ea l i dad y e l i m a g i n a r i o soc ia l , pos i c iones

q u e , a l fund i r se en u n a so la i n t e rp re t ac ión , pos ib i l i t an e l n a c i m i e n t o de lai

i l u s i o n e s , de i l u s i o n e s f u n d a d a s en a c e r c a m i e n t o s a la d i f e renc ia .

A c o n t i n u a c i ó n p r e s e n t a m o s pa r t e s de las en t r ev i s t a s r e a l i z a d a s . La se lecc i 6 n

de p r e g u n t a s y r e s p u e s t a s p l a s m a las i m p r e s i o n e s y e x p e r i e n c i a s q u e se t ienen

sob re C a n c ú n .

C Á N C Ú N : CRÓNICAS DEL VACÍO 179

P r i m e r t e s t i m o n i o . 6

P —Buenos días, don José.

R —Buenos días.

p —¿Nos podría platicar acerca de las playas del norte del estado, en especial de

Cancún?

R —Bueno ... pus, no le sabría decir bien, porque nunca he viajado tan lejos; pero sí

se que allí las cosas no van tan bien, porque, sabe usté, todo está lleno de gente mala,

pues hablan diferente a nosotros; no se puede platicar con ellos, no conocen la maya

ni el español. Todo es muy caro, según me dicen; yo nunca podría vivir en un lugar

donde todo cuesta tanto. Dicen que con todo mi salario de un año, no viviría en

Cancún ni una semana, ¡fíjese nada más!, es imposible ese lugar.

P —¿Quién le platicó todo eso, me podría decir?

R —Claro que sí. Fue el hijo de mi ahijado, el joven Luis Ángulo, quien me lo dijo.

¡Él fue a probar, pero mejor se regresó!, dice que ese pueblo está lleno de gente rara.

P —¿Cómo de gente rara, fue a conocer o a buscar trabajo?

R —Fue a buscar un empleo, pero como no sabía hablar inglés, pus, no lo consiguió;

me dijo que a todos los lugares donde se presentó a trabajar, los que ahí estaban se

veían muy raros, como el tal "Franz", el peinador ese de aquí en Chetumal.

P —¿Y Luis estuvo mucho tiempo en Cancún?

R —No, solamente como dos semanas y se la pasó muy mal, tuvimos que mandarle

dinero para que se regresara, regresó muy flaco y enfermo del estómago. Bueno,

siempre es así en esos lugares, hasta la comida es rara, ya sabe usté. Entonces Luis

mejor entró a trabajar con el hijo de Roberto Díaz, el de la panadería de allá adelante.

P.- ¿Nos podría decir si sabe algo más sobre Cancún?

R.- Sí. Lo que le he contado es algo cercano a mí, pero otras personas hablan cosas

malas de ese lugar, como que está lleno de mujeres malas y de cantinas; los hombres

y las mujeres casi andan desnudos por las calles y, lo peor, todos se emborrachan y

toman cosas peores. Bueno, eso es lo que dice el pastor; por eso no hay que ir. Es el

infierno.

Don J o s é Pech , de c u a r e n t a y n u e v e años de edad , o r i g ina r i o de l a l a g u n a de

Baca lar , es c a rp in t e ro de of ic io y t raba ja en un ta l le r c e r c a n o al a e r o p u e r t o . E l ,

desde h a c e m u c h o s a ñ o s , e s c o n v e r s o p ro t e s t an t e , po r l o q u e l e es tá p r o h i b i d a

una se r ie de e v e n t o s soc ia l e s y c ív i cos . El , a l igua l q u e su fami l ia , c ree v iv i r ba jo

el le r ror del a p o c a l i p s i s y el fin del m u n d o , y q u e el d e m o n i o ha e m p e z a d o a

lomar luga res en la t ie r ra . U n o de é s o s es C a n c ú n , d o n d e la p e r d i c i ó n y e l

• R. Pérez Taylor. Entrevisto <le tradición oral con el señor José Pech, Cd. Chetumal, Q. R., 1988.


d e s e n f r e n o h a c e n ac to d e p r e senc i a . A s í que d o n J o s é , m i e n t r a s v iva , n u n c a

v i s i t a r á C a n c ú n , ni de j a rá a n i n g ú n m i e m b r o de su fami l ia t r a s l a d a r s e a d i c h a

c i u d a d .

Por otra par te , p o d e m o s asegurar que don José ha c reado una real idad de Cancún

a part ir de la exper ienc ia de Luis Ángu lo , pero t ambién de los rumores de otras

pe r sonas . Él ha cons t ru ido un imaginar io social , e l cual es reforzado por la iglesia

pro tes tante , sumerg iéndo lo en i lusiones de des t rucción del m u n d o y de los cast igos

d iv inos . Su real idad esta ahí, Cancún es la perdición [véase cuad ro 1].

S e g u n d o t e s t i m o n i o . 7

P —Buenos días, don Jacinto.

R —Buenos días, Rafael.

P —Nos podría hablar un poco de Cancún.

R —Cancún es una gran ciudad. A pesar de no conocerla, lo sé. Sí sé que ahí hay

muchas cosas: hay trabajo, diversión y dinero. Bueno, quizá todo esto sea cierto

porque yo no he ido hasta allá. Hace un año tuve la oportunidad de ir a Cancún, pero

no pude ir porque me enfermé; iba a ir con el camión de mudanzas a llevar unas

televisiones, de una tienda de aquí; pero como ya le dije, no pude ir. Fue una lástima,

porque Roberto y Joaquín se la pasaron muy bien los dos días que se quedaron en

Cancún.

P —¿Qué fue lo que le contaron?

R —Ellos no llevaban casi dinero, pero el dueño de la tienda donde llevaron las

televisiones, en agradecimiento por el servicio, les dio una buena propina en dólares.

Fijese usted, ¡ay, cuánto dinero era!, y les alcanzó para ir a los cabarets y con las

muchachas; me dijeron que había de todas partes y bien bonitas. Caray, eso es

Cancún: un buen lugar para pasarla bien. Aunque se necesita mucho dinero, según me

dijeron. Después se regresaron sin nada, apenas y tenían dinero para la gasolina del

regreso. Cuando llegaron me lo platicaron todo. Después, ya no hemos tenido

oportunidad de ir, pero me han dicho de cosas que pasan por allá.

P—¿Me podría platicar qué otras cosas le han dicho?

R—Cuando era más joven, muchos se fueron a trabajar de albañiles en la construcción

de los hoteles, pero también sé de varios de aquí de Chetumal que nunca regresaron,

quién sabe por qué. No sé si se murieron, como el hijo de mi compadre que se ca¡

de una rampa; ahí quedo tieso, y mi compadre se quedó sin hijo y sin indemnización

No le dieron nada los de la compañía por la vida de su hijo, ni un quinto: ¡qué ingrai < >.

7 R. Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Jacinto Gómez, Cd. Chetumal, Q l(

1988.


son esos hombres! Pero eso sí, ahora sabemos que los dueños de uno de esos lugares

tiene muchísima lana, pero no sabe cuánta, tanta que ya quisiéramos tener un poquito

nada más; también el dueño de todo eso perdió a su hijo mayor, ¿sabe cómo?

P —¿Cómo?

R —Pues dicen que estaba borracho con sus amigos. Salió a la mar en un bote y se

cayó. La hélice lo partió en dos al pasarle por encima; luego dicen que en el velorio

había puros maricones y el papá los corrió a todos. Ése fue un castigo de Dios, de

verdad; se cobró la vida del hijo de mi compadre, ¿no lo cree usted? Pobres, así vive

la gente en Cancún, sin sentido, sin trabajar; bueno, así digo porque esos hombres no

trabajan como nosotros, no se ganan el pan sudando, se lo ganan quién sabe cómo; uno

trabaja y trabaja, y apenas alcanza; ellos ni sudan. Es otra cosa, y ya ve cómo viven.

P —Sabe algunas otras cosas, por ejemplo, sobre ¿cómo se gana el dinero la gente que

trabaja ahí?

R —Sé que los que trabajan de meseros ganan mucho con las propinas, trabajan poco

y ganan muchos dólares; aunque cuesta trabajo entrar ahí por el inglés, sabe; se lo

exigen a uno en todas partes y si uno no lo sabe, pues, no entiende nada de lo que pasa

ahí. Fíjese, hasta los periódicos y las revistas están en inglés. Eso me dijeron, que todo

esta así, hasta pareciera que eso no es México, y conste que nosotros sí somos

mexicanos; pero aquéllos quisieran ser americanos o de otra parte pero no de aquí.

Además, otros poquitos de aquí de Chetumal, que se han ido a Cancún y han

regresado, les ha pasado lo mismo; empiezan a vestir diferente y quisieran hablar de

otras maneras. Yo pienso que se ven mal, muy mal, pues olvidan de dónde son; se

olvidan que nosotros conocemos a sus hermanos y a sus padres y a toda la parentela.

D o n Jac in to G ó m e z , de treinta y c inco años de edad, es or ig inar io de Escárcega ,

C a m p e c h e , y desde m u y ch ico se t ras ladó a vivir a Che tumal , de d o n d e su m a d r e

e ra o r ig ina r i a . Ha t r aba jado d e s d e los q u i n c e a ñ o s , m á s o m e n o s , en u n a de las

p e q u e ñ a s c o m p a ñ í a s de m u d a n z a s de C h e t u m a l y , a lo l a rgo de su l abor , ha

v ia jado a d i s t i n to s p u n t o s , p r i n c i p a l m e n t e a C a m p e c h e , r e c o r r i e n d o cas i s i e m p r e

los m i s m o s l uga re s en e l sur de l e s t a d o .

Su e x p e r i e n c i a de C a n c ú n l e ha s ido c o n t a d a p o r sus c o m p a ñ e r o s de t r aba jo ,

nunque t a m b i é n l e h a n p l a t i c a d o o t ras e x p e r i e n c i a s c o m o l a de los h o t e l e s . Su

c o n o c i m i e n t o e s de t e r ce ro s , p e r o é l l o c o n f i r m a c o m o s u y o p r o p i o , p u e s a l

pa r ece r ese s abe r de C a n c ú n se ha c o n v e r t i d o en una f o r m a de e x p r e s i ó n q u e

r e p r e s e n t a lo ex t e r i o r y , a l m i s m o t i e m p o , la d ive r s ión en d ó l a r e s y p o r lo t an to

e l p e l i g r o ; p r e m i s a q u e lo l l eva a m a n t e n e r s e a d i s t anc ia , p e r o t a m b i é n lo h a c e

m a n t e n e r un d e s e o po r r e b a s a r sus p rop io s l ími t e s , t r a s l ada r se a a q u e l l a c i u d a d

[véase c u a d r o 2 ] .


T e r c e r t e s t i m o n i o . 8

P —Buenos días, don Roque.

R —¡Que tal!

P —¿Nos podría usted hablar de Cancún?

R —No sé mucho, sé lo que cualquiera de por aquí que nunca ha estado en Cancún.

Pero mi experiencia y mi fe me dicen que no debo ir a ese lugar; podría ser riesgoso.

No sé como decirle, pero es un lugar sucio, y tal vez un día Dios lo destruya; nunca

pensé que algo así nos pasara a nosotros, es terrible.

P —¿Por qué piensa que es terrible, si mucha gente lo visita? De todas partes del

mundo vienen a Cancún.

R —Por eso mismo, tanta gente tan diferente a nosotros. Hasta huelen mal, no huelen

como nosotros: se perfuman toditos y andan sin ropas. No se sabe si son hombres o

mujeres; en las playas no hay diferencias. Esto que le digo es porque algunos de ellos

vienen a Chetumal. También le puedo decir que ahí es un lugar de perdición: hay

alcohol, droga, mujerzuelas y maricones; mucho dinero y mucha porquería. Todo es

así por allá. Así me lo han contado. Dicen que también hay pandillas de negros, de

esos como los que hay en Belice y en Guatemala; luego dicen que hacen el vudú, por

eso nadie los puede agarrar. Dígame si con todo eso, a uno que vive modestamente

pero decente, le van a dar ganas de ir a esos lugares: ¡nunca!

P —¿Quién le ha contado todas esas historias, nos podría decir?

R —Todo Chetumal sabe de esas cosas. En el mismo mercado los comerciantes

platican de eso. Otros han visitado Cancún y nos platican. También han dicho cosas

fabulosas, pero uno, con la fe de Dios, tiene que aprender a diferenciar el bien del mal.

Las tentaciones, como dice el pastor, se encuentran en todas partes y uno debe saber

distinguirlas, si no, cuando tengamos que dar cuentas en el Juicio Final, nos iremos

derechito al infierno, y nosotros no queremos eso, ¿verdad?

P —No, claro que no; pero dígame, ¿el pastor les ha hablado más de Cancún?

R —Sí , nos ha dicho muchas cosas, y dice que todo está escrito en las Sagradas

Escrituras, en ese librito que Dios escribió hace mucho tiempo.

P —¿Cómo les explica? ¿Él va a casa de ustedes o durante el sermón del día sábado?

R —Hay veces que nos visita por las noches en nuestras casas y nos platica de todos

los horrores de este mundo y de los castigos que Dios ha de mandarle a los hombres;

luego, nos habla cosas bonitas para que nos acerquemos a Dios. Nos dice de todas las

cosas bonitas que Él creó y en cuántos días; del sufrimiento del señor Jesús y de todas

S R . Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Roque Güemez, Cd. Chetumal. Q K ,

1987.

CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VACfo 183

esas cosas. Luego nos dice de toda la maldad que hay en el mundo y de cómo el

demonio se ha apoderado de todo. Nosotros tenemos que hacerle frente siendo buenos

hombres, yendo a la iglesia y pidiéndole a Dios, educando a nuestros hijos en el

camino de Dios, para no pecar; porque los pecadores están en todas partes: en la

cantina, en los cabarets, en las fiestas, en todo. Fíjese que ahora hasta en las escuelas;

por eso nuestros hijos no van a la escuela los lunes, porque ahí izan una bandera, la

de México, y le cantan, y sólo a Dios Todopoderoso se le puede cantar. Sí, todos esos

pecados los tenemos ya aquí; en Cancún hay muchos más. Eso es lo que dice el pastor.

De eso y más nos habla en nuestras casas. Cuando lo vemos durante el sermón,

entonces, nos habla de la palabra de Dios, de cómo enfrentar al demonio y las

tentaciones para no caer en los pecados ni en las tentaciones que nos ponen en el

camino.

P —¿El pastor ha estado alguna vez en Cancún?

R —Sí , cuando él llegó a Chetumal, vino por Cancún y se estuvo algún tiempo por ahí.

Después recorrió todo el estado llevando la palabra de Dios; conoció cada uno de los

rincones de esta tierra y después Dios lo mandó aquí a Chetumal; luego, con el

conocimiento que tenía, el padre trajo a otros y los mandó a llevar la palabra de Dios

a los pueblos; ya han ido hasta Guatemala y Belice. Cuando estuvo en Cancún

reconoció la obra del diablo en ese lugar; lueguito supo lo que estaba pasando.

Después decidió quedarse por aquí. Él dice que es como Sodoma y Gomorra, y eso

está en la Biblia; se destruyó todo y así se va a destruir Cancún. No hay que ir para

allá, pues no se sabe cuándo Dios lo vaya a destruir, no se sabe, pero mejor hay que

estar alejados.

D o n R o q u e G ü e m e z , de cua ren t a y o c h o años de e d a d , e s p a d r e de una

n u m e r o s a fami l ia , i n t eg rada por su e s p o s a R o s a M a r í a y sus h i jos : Juan de d o c e

a ñ o s , A n a de once , M a r í a de o c h o , P e d r o de s ie te , H u m b e r t o de dos y D o l o r e s

de o c h o m e s e s ; t rabaja en e l m e r c a d o de C h e t u m a l , c a r g a n d o l a m e r c a n c í a q u e

l lega a los d i f e ren tes p u e s t o s . E m p i e z a su l abor a las c i n c o de la m a ñ a n a y

c o n t i n ú a has t a las cua t ro de la t a rde : j o r n a d a s c o m p l e t a s de lunes a s á b a d o .

A d e m á s , é l d ice t ene r la m i s i ó n q u e le ha d a d o e l pad re de la ig les ia de l l evar la

p a l a b r a de D i o s a t o d o s sus c o m p a ñ e r o s y fami l ia . As í , don R o q u e ha a d q u i r i d o

una s ign i f i cac ión po r la v ida a t r avés de su ig les ia , adven t i s t a del s é p t i m o día .

Su p r á c t i c a lo ha l l evado a in te rpre ta r e l m u n d o d e s d e lo r e l i g io so c o m o su

e spe jo de la c o t i d i a n e i d a d ; p a r a é l c a d a c o s a q u e se l leva a c a b o en es te m u n d o

ya ha s ido escr i ta y d i c h a en las S a g r a d a s Esc r i t u r a s , m a n i f e s t á n d o s e u n a l u c h a

en t re lo b u e n o y lo m a l o ; en t re la v ida l lena de t en t ac iones y la v ida s ag rada ,

l l evada por e l c a m i n o de D ios .


Su c o n o c i m i e n t o de C a n c ú n es e l r e s u l t a d o , en l a m a y o r í a de los c a s o s , de lo

d i c h o p o r e l pa s to r ; s a b e r e s y p r á c t i c a s e n t r e m e z c l a d o s en la r e a l i d a d y la

f i cc ión , en t r e los h e c h o s c o t i d i a n o s de la soc i edad y las p r o f e c í a s i n t e rp re t adas

de las S a g r a d a s E s c r i t u r a s , p r o f e t i z a n d o e l fin de C a n c ú n [véase c u a d r o 3 ] .

ESPACIO EXTERIOR. CONCLUSIÓN

...llamo imaginarias a estas significaciones porque

no corresponden a elementos "racionales " o "reales " y

no quedan agotadas por referencia a dichos elementos,

sino que están dadas por creación, y las llamo sociales

porque sólo existen estando instituidas y siendo objeto

de participación de un ente colectivo impersonal y

anónimo.

Cornelius Castoriadis.' '

L o s t e s t i m o n i o s a n t e r i o r m e n t e e x p u e s t o s , c o n v e r g e n s u s t a n c i a l m e n t e en su

r e tó r i c a d i s c u r s i v a . En p r i m e r lugar , p o d e m o s c o n s i d e r a r q u e , en los t r e s c a s o s ,

n i n g u n o h a b í a v i s i t a d o C a n c ú n , c o n v i r t i e n d o su r e fe renc ia a l a t e r c e r a p e r s o n a ,

e s dec i r , e l c o n o c i m i e n t o de l lugar c i t a d o es a p r e n d i d o de o í d a s . T o d o les fue

d i c h o a pa r t i r de las e x p e r i e n c i a s de sus c o m p a ñ e r o s de t r aba jo , o r e cog i e ron

r u m o r e s y c o m e n t a r i o s de ot ras p e r s o n a s . A d e m á s , uno de los fac tores impor t an t e s

en l a t r a s m i s i ó n de i n f o r m a c i ó n fue su r e l ac ión r e l i g io sa — e s p e c i a l m e n t e don

J o s é P e c h y don R o q u e G ü e m e z — , e l p r e d i c a d o r es q u i e n c u e n t a l a ve r s ión de

los h e c h o s , s i e m p r e c a r g a n d o s u na r r ac ión d e a l ego r í a s r e l i g io sa s e n c a m i n a d a s

a c r ea r o p i n i o n e s en sus fe l ig reses .

T a m b i é n p o d e m o s inc lu i r e l c o n o c i m i e n t o e x p u e s t o c o m o pa r t e de l saber d e

las S a g r a d a s E s c r i t u r a s , de d o n d e se r e c o g e n los e l e m e n t o s de p r o d u c c i ó n

de s e n t i d o p a r a r e e l a b o r a r l a a r g u m e n t a c i ó n de los a c o n t e c i m i e n t o s en C a n c ú n

D i c h a f o r m u l a c i ó n se m a n t i e n e , por lo t an to , en la c r e e n c i a fatal de l c a s t i go

s o b r e e l m a l en un fu tu ro p r ó x i m o . E l p a s t o r r e d u n d a en su d e m a r c a c i ó n y la

p roh ib i c ión del lugar ma ld i t o , a s e g u r a n d o — a t ravés del m i e d o d e sus c r e y e n t e s —

el i n m i n e n t e c a s t i g o d i v i n o p a r a d i c h o luga r tu r í s t i co , d o n d e la p e r d i c i ó n y e l

m a l i g n o s e han a p o d e r a d o de t odas las a l m a s .

' C. Castoriadis, Los dominios del hombre: Las encrucijadas del laberinto, Gedisa Editorial

Barcelona, 1989.


L o s informantes t ienen un d iscurso sobre Cancún fundamentado p r i n c i p a l m e n t e

en un c o n o c i m i e n t o i d e o l ó g i c o , c u y a e x p o s i c i ó n se ha c o n s t i t u i d o , en d o s de los

t e s t i m o n i o s , po r no r e b a s a r e l l ími te de sus e x p e r i e n c i a s de v i d a y , en e l o t ro , p o r

e l d e s e o de r e b a s a r l o .

En e l ú l t i m o ca so , e l m o t i v o de r o m p i m i e n t o se p u e d e e x p l i c a r po r e l d e s e o

de a v e n t u r a ; a l con t r a r io de los o t ros , en q u e lo r e l i g io so r e t r ae a l su je to p a r a

c o n f o r m a r s e c o n lo m i s m o , en un p o s i b l e d i á l o g o en t r e e l h o m b r e y la d e i d a d .

A h o r a b i e n , s i m a r c a m o s los p u n t o s de acc ión en e l d i s c u r s o i d e o l ó g i c o ,

p o d e m o s ve r q u e cua t ro p u n t o s inc iden en l a op in ión ace r ca de C a n c ú n :

a) Ninguno de los tres informantes conoce Cancún. E s t e r a s g o m a r c a la

n e c e s i d a d de c r ea r una v i s ión sobre lo no c o n o c i d o a t r avés de la e x p e r i e n c i a de

o t r o s , p e r o i g u a l m e n t e p r o d u c e e l n e c e s a r i o d e s e o de no i r y de i r a C a n c ú n .

b) Los compañeros de trabajo platicaron acerca de sus experiencias en Cancún.

C o m o d i s c u r s o re fe r ido , a c e p t a r o n l a ve r ac idad d e las n a r r a c i o n e s c o n t a d a s po r

sus c o m p a ñ e r o s . E l c o n o c i m i e n t o a d q u i r i d o se man i f i e s t a d e s d e l a v i s ión de los

c o m p a ñ e r o s , a c e p t a n d o l a na r r ac ión c o m o v e r d a d e r a .

c) Recibieron otro tipo de comentarios. De las n a r r a c i o n e s q u e les fueron

c o n t a d a s sob re los o t ros s u c e s o s ; no q u e d ó c la ro s i los n a r r a d o r e s h a b í a n s i do

pa r t í c i pe s de los h e c h o s , o s i a és tos les fueron c o n t a d o s po r o t ras p e r s o n a s , po r

lo q u e es n e c e s a r i o m a n t e n e r la d i s t anc i a en t re e l h e c h o c o n s u m a d o y e l r u m o r .

Es ta s d i s t a n c i a s es tán un idas por un i m a g i n a r i o socia l q u e i n d u c e a los n a r r a d o r e s

a c r e e r en sus p rop ia s p a l a b r a s , a l igua l que a los e s c u c h a s en c ree r lo q u e les ha

s ido c o n t a d o .

d) Recibieron referencias de los predicadores acerca de la vida en Cancún.

Al e s c u c h a r las pa l ab ra s de los p r e d i c a d o r e s , los i n fo rman te s a c e p t a r o n c o m o

v e r d a d e r o su d i s c u r s o , e s to es , fueron c o n v e n c i d o s por a r g u m e n t o s r e l i g i o s o s ,

i n t r o d u c i e n d o en la r ea l i dad r a s g o s i m a g i n a r i o s de o t ras h i s to r i a s q u e se

r e c o g i e r o n a t r avés de la t r ad ic ión ora l y que , an tes de ser e sc r i t a s , ya h a b í a n

sufr ido m o d i f i c a c i o n e s . En es te s en t i do las S a g r a d a s Esc r i t u r a s no son m á s q u e

e l c ú m u l o de t r ad i c iones an t iguas , los m i t o s de l p u e b l o h e b r e o y los m i t o s del

c r i s t i a n i s m o p r i m i t i v o q u e , r e f u n c i o n a l i z a d o s , se vue lven a con ta r de a c u e r d o

con los i n t e r e se s de c a d a sec ta , c r e a n d o as í una a c t u a l i z a c i ó n de los m i t o s

fundadores sobre la p e r d i c i ó n y su ca s t i go d i v i n o .

S e g ú n los t e s t i m o n i o s , p o d e m o s a r g u m e n t a r q u e e l e fec to de l a t r ad ic ión ora l

y esc r i t a e s t ruc tu r a en su p r o p i a na r r ac ión c o n o c i m i e n t o s i m a g i n a r i o s sob re la

e v i d e n c i a h i s tó r ica . Es dec i r , a par t i r de un c o n o c i m i e n t o rea l , és te se mod i f i c a

c o n f o r m e la na r rac ión se desa r ro l l a , m o m e n t o en que l a i lus ión a p a r e c e c o m o


par te del d i s c u r s o , fo r t a l ec i endo su c red ib i l idad só lo d e s d e su m i s m a p r o d u c c i ó n

de s e n t i d o , p a r a c o n v e r t i r s e m á s t a rde en a c o n t e c i m i e n t o q u e , v e r d a d e r o o fa lso ,

se i n se r t a en la m e m o r i a co l ec t i va de c ie r tos sec to res de la soc i edad .

C o m o d ice Mar sha l l Sah l in s : "el p r inc ip io de la p r ác t i ca h i s tó r i ca l lega a ser

s i n ó n i m o de la acc ión d iv ina : la c r eac ión del o rden h u m a n o y c ó s m i c o r ea l i zada

po r e l D i o s " . La acc ión d i v i n a se conv ie r t e en la p r o d u c c i ó n de la r ea l idad ,

c h o c a n d o con és ta d e s d e l a r e p r o d u c c i ó n de lo o ído , c u y o t e s t i m o n i o se h a c e

e v i d e n t e en l a h i s to r ia pe r sona l del suje to , c u e s t i o n a n d o lo s u c e d i d o c o m o h e c h o

real p a r a acep t a r lo i m a g i n a r i o en una p ron t a sa l ida de l a r ea l idad ; c o n v i e r t e , de

es ta m a n e r a , a la soc i edad en u n a fan tas ía c u y o s su je tos no son m á s que e l

r e s u l t a d o en t re el b ien y el m a l . 1 0

P a r a p r o s e g u i r con e l p r o c e s o de c o n s t r u c c i ó n del i m a g i n a r i o socia l q u e se ha

c r e a d o sobre C a n c ú n , po r i n fo rman te s que n u n c a han e s t a d o en es te lugar ,

p o d e m o s inc lu i r en e l aná l i s i s un s e g u n d o d e s a r r o l l o de la i n t e rp re t ac ión de los

t res t ex to s t e s t i m o n i a l e s q u e p r e s e n t a m o s de l a m a n e r a s igu ien te :

C u a d r o 1

losé Pech

Le dijeron que:

• Luis Ángulo

*• El pastor

>• Vive gente mala

No hablan el maya ni el español

>. Es muy caro vivir ahí

Esta lleno de mujeres matas Esta lleno de mujeres matas

Hay cantinas, se emborrachan y cosas peores Hay cantinas, se emborrachan y cosas peores

Hombres y mujeres andan casi desnudos Hombres y mujeres andan casi desnudos

M. Sahlins, Islas de historia, Gedisa Editorial, Barcelona, 1988, p. 49.


C u a d r o 2

lacinto Gómez

r

Le dije ron que:

Roberto y Joaquín

Hay cabarets, mujeres y todo cuesta mucho

Los meseros ganan mucho dinero en dólares

Hablan en inglés

*• Parece que no es México

Los de Chetumal que viven en'Cancún empiezan a vestirse diferente y quisieran hablar de otras maneras

C u a d r o 3

Roque Güemes

Le dijeron que:

Los comerciantes del mercado de Chetumal

El pastor

Gente diferente, huele mal, no huele como nosotros, se perfuman

Andan casi desnudos

No se sabe si son hombres o mujeres, no hay diferencia

>• Lugar de perdición

^ Alcohol y drogas

*• Mujerzuelas y maricones

L o s t res c u a d r o s an t e r io re s nos p r e sen t an l o d i c h o po r c a d a u n o de los

i n fo rmantes , de d o n d e h e m o s s e l ecc ionado las m a r c a s sus tanc ia le s de la na r r ac ión

c o m o las e v i d e n c i a s de lo q u e e l los c reen q u e e s C a n c ú n ; d i c h o s a p a r t a d o s

i Orresponden al d i s c u r s o de c a d a i n fo rman te , a p a r e c i e n d o de es ta fo rma las


c o n v e r g e n c i a s y las d i v e r g e n c i a s de lo d i c h o . De la m i s m a f o r m a se a p r e c i a la

c o n s t r u c c i ó n de un i m a g i n a r i o soc ia l b a s a d o en d o s t ipos d i f e ren tes de d i s c u r s o ,

u n o s u s t e n t a d o e n l a e x p e r i e n c i a d i rec ta d e gen t e q u e h a p a s a d o p o r C a n c ú n po r

p o c o t i e m p o y e l o t ro , en e l d i s c u r s o r e l i g io so de los p a s t o r e s , q u e lo p r o m u l g a n

c o m o u n luga r d e p e r d i c i ó n .

En a m b o s c a s o s las r e fe renc ia s s e b a s a n en e x p e r i e n c i a s d i r ec t a s , ya q u e los

d i fusores de l a na r r ac ión en a lgún m o m e n t o e s t u v i e r o n en C a n c ú n , y p o r t an to

c u e n t a n lo q u e a h í v i e ron . A pa r t i r de e s to , los t res i n f o r m a n t e s h a c e n s u y o lo q u e

les ha s ido c o n t a d o , c r e á n d o s e en e l los e l d e s e o de i r o de no i r a C a n c ú n .

El lugar de e n c u e n t r o de los d i scursos se da en u n a vis ión m o r a l y semi r re l ig iosa

de l c o n t e x t o d e C a n c ú n q u e , s e g ú n p a l a b r a s p r o p i a s d e los i n f o r m a n t e s ,

c o r r e s p o n d e a un l u g a r de p e r d i c i ó n . T a n as í , q u e p o d e m o s co n j u n t a r los

t e s t i m o n i o s en l a c o n s t r u c c i ó n de l i m a g i n a r i o soc ia l q u e se t i ene d e s d e e l p u n t o

de v is ta de los p a s t o r e s p r o t e s t a n t e s .

E l s eño r J o s é P e c h t o m a l a e x p e r i e n c i a d e L u i s Á n g u l o p a r a dec i r q u e " v i v e

gen te m a l a " , po r l o q u e se c o n f i r m a lo d i c h o p o r e l pas to r : C a n c ú n " e s t á l l eno

de mu je r e s m a l a s " y "hay c a n t i n a s , se e m b o r r a c h a n y h a c e n c o s a s p e o r e s " . D a d o

q u e ex i s t e u n a s imi l i t ud de a c c i o n e s en t re lo q u e le d i jo su a m i g o y lo d i c h o po r

e l pas to r , é l c r ee q u e a m b o s a r g u m e n t o s c o n s t a t a n u n a v e r d a d sobre C a n c ú n .

Por o t ra pa r t e , e l s e ñ o r J a c i n t o G ó m e z nos na r ró l a e x p e r i e n c i a de sus d o s

a m i g o s R o b e r t o y J o a q u í n , q u i e n e s le c o n f i r m a r o n la e x i s t e n c i a de " c a b a r e t s , de

mu je r e s y de q u e c u e s t a n m u c h o " , e s t a b l e c i e n d o u n a c o n t i n u i d a d c o n lo q u e e l

s eño r P e c h c r ee a c e r c a de l a " g e n t e m a l a " . E l t e rce r i n f o r m a n t e , e l s e ñ o r R o q u e

G ü e m e z , so s t i ene su c r e e n c i a en lo d i c h o p o r e l pas to r : " e s un luga r de

p e r d i c i ó n " y ex i s t en " a l c o h o l y d r o g a s " a l lá , a d e m á s de las " m u j e r z u e l a s y

m a r i c o n e s " q u e a h í v i v e n . D e s d e un d i s c u r s o m o r a l i z a n t e s e e s t a b l e c e un

i m a g i n a r i o soc ia l q u e m a r c a las p a u t a s d e las v e r o s i m i l i t u d e s d e c a d a u n o d e los

t res i n f o r m a n t e s ; de e s t a fo rma , e l d i s c u r s o de las s ec t a s p r o t e s t a n t e s se

e n c u e n t r a en l a c r e a c i ó n de un p r o c e s o de d e c o n s t r u c c i ó n de l a r e a l i d a d , p a r a dar

lugar a l de sa r ro l l o de l i m a g i n a r i o soc ia l q u e se t i ene sobre C a n c ú n .

E n c o n t r a m o s q u e e x i s t e n o t ros p u n t o s de i n t e r secc ión en d o n d e e l s e ñ o r P e c h

p l an t ea q u e los " h o m b r e s y mu je r e s a n d a n cas i d e s n u d o s " , lo q u e se c o n t i n ú a en

e l señor G ü e m e z , a q u i e n l e d i j e ron los c o m e r c i a n t e s de C h e t u m a l q u e en C a n c ú n

" n o se sabe s i son h o m b r e s y mu je r e s , no hay d i f e r e n c i a s " en t r e l a g e n t e q u e p a s a

po r l a c iudad , y a d e m á s " a n d a n cas i d e s n u d o s " , lo cua l e s t a b l e c e en la r e l ac ión

en t re g é n e r o s e l t ipo de v e s t i m e n t a q u e se usa en un c l i m a t rop i ca l . E s t o qu i e r e

dec i r q u e l a m a y o r í a de l a gen t e q u e v ive o p a s a sus v a c a c i o n e s en C a n c ú n usa


ropa c ó m o d a y l igera , a p r o p i a d a a l c l i m a q u e se t iene y q u e , i g u a l m e n t e , e s t a

r o p a en m u c h o s c a s o s es un i sex y l a p u e d e n l levar t an to h o m b r e s c o m o m u j e r e s .

M u c h a de l a gen te q u e vis i ta C a n c ú n p r a c t i c a d e p o r t e s a c u á t i c o s , l o cua l

p r e s u p o n e que es tas pe r sonas es tén a c o s t u m b r a d a s y c o n d i c i o n a d a s a un desa r ro l lo

f ís ico m a y o r q u e e l c o m ú n de l a c o m u n i d a d , l o q u e c a u s a a l g u n a e x t r a ñ e z a e n t r e

los no pract icantes . A d e m á s , t enemos que considerar que tanto h o m b r e s c o m o

mujeres pueden llevar indistintamente el pelo corto o largo, cuest ión que p r o b l e m a t i z a

un p o c o m á s con una c o n c e p c i ó n c o n s e r v a d o r a del m u n d o q u e r o d e a a los

i n f o r m a n t e s .

La cap i ta l del e s t a d o de Q u i n t a n a R o o e s c i u d a d de C h e t u m a l , a u n o s 5 0 0 km

a l sur de C a n c ú n . Es t a c i u d a d v ive en b u e n a m e d i d a del c o m e r c i o de p r o d u c t o s

de i m p o r t a c i ó n ; a d e m á s , se e n c u e n t r a n en e l la t o d o s los func iona r io s p ú b l i c o s

de l g o b i e r n o de l e s t a d o . Es u n a p e q u e ñ a loca l idad de v ida t r a n q u i l a y t r a d i c i o n a l ,

q u e e s v i s i t ada por tu r i s tas q u e l l egan de c o m p r a s p a r a o b t e n e r p r o d u c t o s

i m p o r t a d o s . El m a y o r flujo es de p e r s o n a s q u e v i enen a a p r o v i s i o n a r s e de

m e r c a n c í a s y c o m e s t i b l e s d e s d e Be l i ce , a l g u n o s p o c o s de los e s t a d o s c o l i n d a n t e s

de Y u c a t á n y C a m p e c h e , y r a r a vez de l o c a l i d a d e s m á s l e j anas .

A s í en C h e t u m a l , a p e s a r de q u e es una c i u d a d con un c o n s t a n t e f lu jo tu r í s t i co ,

su p o b l a c i ó n ha s ido p o c o a fec t ada c u l t u r a l m e n t e , po r lo q u e se e n c u e n t r a en

c ie r ta a r m o n í a con sus p r á c t i c a s y habitas ance s t r a l e s , m a n t e n i e n d o en la

t r ad ic ión su c o n c e p c i ó n de l m u n d o .

En es te s e n t i d o , las p e r s o n a s o r ig ina r i a s de C h e t u m a l q u e han e m i g r a d o a

C a n c ú n han t e n i d o q u e a d a p t a r s e a u n a n u e v a fo rma de v ida , a c e p t a n d o las r e g l a s

y e l r i t m o de la v ida d ia r i a de C a n c ú n , pa ra a c o p l a r s e a u n a n u e v a fo rma de vivi r .

E s t o o c a s i o n a q u e en c ie r tos sec to res de C h e t u m a l e m p i e c e n a ser v i s to s c o m o

d i f e ren te s , p u e s han m o d i f i c a d o sus habitus.

En l a r ea l i dad q u e se s a b e en C h e t u m a l sob re C a n c ú n ex i s t en va r ios f ac to res

de i n t e r p r e t a c i ó n po r pa r t e de los t r aba j ado res q u e no c o n o c e n e sa c i u d a d en e l

nor te del e s t a d o . D e s t a c a , po r ser l a m á s i m p o r t a n t e , en l a c r e a c i ó n de un

i m a g i n a r i o soc ia l q u e se man i f i e s t a en los d i fe ren tes ó r d e n e s de l a v ida co t i d i ana ,

que van d e s d e l a v ida p r i v a d a has ta l a púb l i c a , e n t r e m e z c l á n d o s e con e l d i s c u r s o

r e l i g io so de las s ec t a s . Es t e p r o c e s o p u e d e ser e n d e b l e , p o r q u e las v ías de

c o m u n i c a c i ó n en t r e las d o s c i u d a d e s son c a d a vez m á s e s t r e c h a s ; a d e m á s , t i enen

la t e l ev i s ión , e l t r a n s p o r t e y el i n t e r c a m b i o d i r ec to de p e r s o n a s q u e van y v i e n e n

a c a d a m o m e n t o , l o q u e e s t a b l e c e un v í n c u l o m á s e s t r e c h o c a d a d ía . A s í , l a

r ea l idad q u e s e a p r e h e n d e en C h e t u m a l sob re C a n c ú n se e n c u e n t r a en un

c o n s t a n t e c a m b i o , a c e r c á n d o s e c a d a vez m á s a l a v e r o s i m i l i t u d , q u e p e r m i t i r á

m a r c a r en l a i den t idad r e g i o n a l los l i n c a m i e n t o s de las p r o p i a s r e a l i d a d e s .


ESPACIO INTERIOR

El c o n o c i m i e n t o de C a n c ú n nos l l eva a c a m b i a r de n ive l . N o s u b i c a m o s ahora

e n t r e t r aba j ado res m a n u a l e s de l a c iudad , c u y o s of ic ios van d e s d e l a d e p e n d e n c i a

c o r p o r a t i v a ha s t a ser d u e ñ o s de su p r o p i o n e g o c i o .

P r i m e r t e s t i m o n i o . "

P —Buenos días, doña Josefina.

R —¿Cómo le va?

P —¿Nos podría decir desde cuándo vive aquí en Cancún?

R —Desde hace cinco años. Llegué en 1980 de mi pueblo, en Tabasco; desde ese

tiempo estoy trabajando aquí. También fui un rato a Cozumel, pero no me hallé allí

y me regresé.

P —¿ En qué ha trabajado usted aquí en Cancún y en Cozumel?

R —Empecé en el mercado. En ese entonces me vine con Julián del pueblo, pero ya

sabe como son los hombres: en cuanto llegamos aquí él me abandonó con mis tres

hijitos, por lo que fue necesario empezar a trabajar bien duro para salir adelante.

Luego estaba vendiendo frutas, usted sabe, mangos, plátanos y otras cosas; pero veía

que no ganaba suficiente y el hambre de mis niños pus aumentaba. Entonces decidí

hacer otras cosas y me fui a la panadería, y compré pan francés 1 2 y con unos aguacates

hice unas tortas que vendí; luego hice más y más, hasta que me pude comprar una bici,

con una canastilla. Así fui haciendo más tortas y llevándolas a las obras; pero después

llegaron un día unos hombres y me amenazaron, me tiraron todas mis tortas y

rompieron la bici con un palo, y me dijeron que me largara. A mí me dio mucho miedo,

y con el poco dinero que tenía me fui a Cozumel con mis niños. Allí conseguí un

trabajo de lavandera en una pensión, lavaba mucha ropa todo el día; así que decidí

irme, regresar a Cancún y si no podía, pues regresarme al pueblo, allá con mis

hermanos.

Con el poquito dinero que tenía me regresé a Cancún y empecé otra vez con las

tortas, pero ahora sólo iba al mercado, y me fui a vivir por el lado que va a Puerto

Juárez, allí con otros que conocí. Después Hilario me quizo proteger, él es un taxista,

pero yo no acepté, pues y a sé de que pata cojea, y seguí trabajando. Poco a poco ahon é

un guardadito para comprarme una bici, pero ahora de tres ruedas con la carretilla poi

delante, y seguí y seguí hasta que me la compré. Para entonces ya hacía muchas tortas,

y muchos hombres que trabajan en los hoteles me las pedían.

" R. Pérez-Taylor, Entrevista de tradición oral con la señora Josefina SandovaU Cancún, Q l<

1985. i : El pan francés es el pan blanco de barra tipo baguette.


Con la bici recorro todo el día, ahora, la zona hotelera vendiendo mis tortas y

algunos refrescos. Hasta he pensado en poner a mi hijo el más grande en otra bici para

que me ayude. Vendemos muchas tortas, pero ya me andan molestando otra vez;

es que también un señor de Mérida las está vendiendo, pero él tiene muchas

camionetas y también es amigo de gente importante aquí. No sé que va a pasar; a lo

mejor me regreso, no lo sé.

P —¿Cuántas tortas vende diariamente y a cuánto las vende?

R —Desde hace dos años vendo unas dos mil tortas diariamente, mil en la mañana,

a las seis, y mil a las doce del día; me hago dos veces la ruta. Desde entonces no le

he subido el precio, las vendo a $1 000.00 (un nuevo peso mexicano) más los

refrescos. Nos va bien, no me puedo quejar; pero ahora las cosas se ponen difíciles.

Al señor de los tacos la semana pasada lo golpearon unos policías con los de las

camionetas; le rompieron todo y le dijeron que, si volvía, peor le iba a ir. Ojalá a mí

no me pase nada; es que también me compran algunos policías, pero uno nunca sabe.

P —¿Cómo se siente usted aquí, ha hecho muchas amistades?

R— Mire, este lugar me ha dado a ganar un poco de dinero, que a lo mejor en otra parte

no lo hubiera ganado nunca. Eso mismo me ha hecho desconfiar de todos, en especial

de los hombres, por lo que sólo tengo a mis hijos Julián de catorce años, Rubén de

doce y Josefina de once; ellos ahora me ayudan en la casa con las tortas y son mis

únicos amigos, pus desconfío de todos; la gente viene y se va, unos con dinero y otros

sin nada. Mire los albañiles de los hoteles: vienen de muchas partes, de lugares que

yo ni conozco, bien lejos, y luego se están un rato por aquí y se van; otros se mueren

en accidentes pues se caen de la obra; también se van con mujeres y ya no regresan.

Así es porque en esta colonia, 1 3 bueno creo que aquí nada le interesa a nadie, más que

ganar muchos billetes verdes, nada más eso, y hay muchas formas de ganarlo, es fácil

echándole muchas ganas y trabajando. Pero sí le recomiendo algo: sí usté, algún día

se viene por acá, pus venga solo, y no haga amista con nadie; sea sólito y verá cómo

le va bien si trabaja mucho.

P —¿Le gusta a usted vivir aquí?

R —Tanto como gustarme, no. Aquí es una ciudá muy violenta; los vicios, los robos

y muchas cosas más se ven todo el tiempo. También los atropellados —los taxistas y los

camioneros se echan mucha gente— al igual que los accidentados en las obras de los

hoteles; es muy peligroso todo eso; hay ahora bandas de asaltantes de gente que viene

de otras partes. Como ve, es una necesidad el vivir aquí; lo único es que la gente

siempre cambia.

" Se refiere a la colonia de la CTM, que se encuentra en el rumbo de la carretera de Puerto Juárez.


D o ñ a Jose f ina S a n d o v a l e s o r ig ina r i a de C á r d e n a s , T a b a s c o . L l e g ó a C a n c ú n

e n l 9 8 0 e n c o m p a ñ í a de su e s p o s o Ju l ián M é n d e z y de sus t res h i jos . R á p i d a m e n t e

su e s p o s o la a b a n d o n ó no s a b i é n d o s e s i po r o t ra mu je r o p o r q u e de jó C a n c ú n .

D e s d e e s t e m o m e n t o d o ñ a Jose f ina se c o n v i r t i ó en e l so s t én de su fami l ia ,

t r a b a j a n d o en d i f e r en t e s l abo re s ha s t a h a c e r s e de su p r o p i o n e g o c i o c o n l a v e n t a

de to r t a s , en su b ic ic le ta , p a r a las c o n s t r u c c i o n e s de l a z o n a h o t e l e r a .

C o m o t r aba j ado ra i n d e p e n d i e n t e se af i l ió a las o r g a n i z a c i o n e s po l í t i ca s

r e g i o n a l e s d e p e n d i e n t e s de l pa r t i do of ic ia l , d o n d e a d q u i r i ó a l g u n a s e g u r i d a d

p a r a d e s e m p e ñ a r su t r aba jo , a u n q u e no l e d u r ó po r m u c h o t i e m p o p u e s en es te

m o m e n t o t i ene p r o b l e m a s con e l n u e v o r epa r t i do r de to r t as en c a m i o n e t a s . S in

s abe r q u i é n e s son los d u e ñ o s , d o ñ a Jose f ina s u p o n e q u e s e t r a t a de gen t e

i n f l uyen t e en e l g o b i e r n o de C a n c ú n , po r e l a p o y o q u e l e ha b r i n d a d o l a po l i c í a .

I g u a l m e n t e e l la s e ha b e n e f i c i a d o e c o n ó m i c a m e n t e d u r a n t e los d o s ú l t i m o s

a ñ o s ( 1 9 8 3 - 1 9 8 5 ) p o r su ven ta , p u e s en e se t i e m p o v e n d i ó d i a r i a m e n t e un

p r o m e d i o d e d o s mi l n u e v o s p e s o s .

T a m b i é n c o n s i d e r a a C a n c ú n por su v i o l e n c i a y su fal ta de i d e n t i d a d , ya que

e l r e c o r r i d o q u e h a c e de l a z o n a c a d a d ía l e p r o p o r c i o n a un c o n o c i m i e n t o sobre

c ó m o s o b r e v i v i r con su fami l ia ; a u n q u e la m i s m a v i o l e n c i a y la p r e s i ó n socia l

l a han l l e v a d o a p e n s a r en re t i r a r se p r ó x i m a m e n t e de C a n c ú n [v éan s e c u a d r o s 4 ,

4 . 1 , 4 . 2 ] .

S e g u n d o t e s t i m o n i o .

P —Buenos días, don Enrique.

R —Buenos días tenga usté.

P —Don Enrique, ¿desde cuándo está usted en Cancún?

R —Llegué a principio de 1986, procedente de Veracruz. Desde entonces estoy

trabajando aquí, en Cancún.

P —¿Hay mucho trabajo aquí?

R — Sí hay mucho, sobre todo si se contrata como albañil; todo el t iempo se están

haciendo hoteles y muchas cosas más. De todo se hace, hay muchísimas cosas en que

trabajar, en todo.

P —¿A qué se dedica usted?

R —Soy albañil y trabajo en la zona hotelera de Cancún.

P —¿Ha estado en la construcción de muchos hoteles?

R —Sí , de varios; ya ni el nombre tengo de ellos. Bueno, es lo que menos importa para

nosotros; pero eso sí, siempre nos pagan.

14 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Enrique Camarena. Cancún, Q.R . 1983


P —¿Actualmente, dónde está trabajando?

R —En unos que tienen que ver con la Milla de Oro. Así les pusieron; son muchos

hoteles que van a ser bien altos, tan altos, que algunos compañeros quién sabe si

quieran subir tan alto —ya lo veremos—, pero hay otros más altos.

P —¿Nos podría decir cómo le va aquí, en Cancún?

R —Me va bien, desde que llegué siempre he tenido trabajo, nunca me ha faltado.

P —¿Qué piensa de la vida aquí?

R —¡Uy, pues es muy padre! Aquí siempre hay fiesta; lo malo es que a uno no le

alcanza la lana para seguirla siempre, y menos cuando está la familia de por medio,

aunque uno se ingenia para de vez en cuando ir con los amigos.

P —¿Su esposa trabaja en algún lugar?

R —No, ella cuida a los chamacos; yo soy el que trabaja, el que lleva los centavos para

comer; uno tiene que ser así aquí, si no, pierde a la mujer, a los hijos y uno más

abusado se lleva todo. Hay que estar siempre vigilando a la esposa, obligándola a estar

en su casa y los domingos a ir a la misa con el padre para que él nos explique de Dios

y de la vida en este mundo; allí es donde tengo que ir para que mi familia conozca la

palabra de Dios, luego mi esposa va también con los niños al catecismo porque dentro

de poco van a hacer la primera comunión.

P —¿Cómo ve usted a la gente que viene a Cancún?

R —Los que vienen a trabajar, todos vienen como yo, sin nada; aunque algunos sí

saben trabajar, otros no saben hacer nada y aquí tienen que aprender. A esos les pagan

muy poco hasta que ya aprenden; a otros, como yo, pus nos pagan un poquito más,

pero siempre es muy poca lana, y como no hay sindicatos ni nada de organización,

pues los patrones hacen con nosotros lo que quieren y uno se tiene que aguantar. Para

otros pocos está la CTM, la que hizo aquellas casitas, pero nada más para sus líderes

y para los amigos de los dueños, sabe, pero nada para nosotros, siempre es así. Así que

no nos queda más que darle. También está la gente que viene de visita o de vacaciones.

A ésos les sale caro venir, hasta a los que traen dólares, porque todo aquí es muy caro.

Y estos turistas vienen de todas partes del mundo, aunque cada vez vienen menos que

hablan español o mexicanos; los paisanos ya no vienen porque no les alcanza la lana.

Por eso vemos puros güeros y otros negros, pero pocos; la mayoría son gringos, tantos

que ya ve, en los puestos de periódicos sólo venden periódicos en inglés y unos

poquitos de aquí, todos los letreros de los anuncios están en inglés, los meseros hablan

en inglés. Todo está en inglés. ¡Hasta parece que es otro país y ya no es México!

Fíjese, además las autoridades no hacen nada; hasta hay veces que uno piensa que

ellos no quieren ser de México. Bueno, eso digo yo; lo siento así. Si no nada más salga

y vea; vea a todos esos creyéndose gringos, se sienten güeros, ¿no cree? Bueno, pos

todo esto está hecho para ellos, ni hablar.


P —¿Y a usted le gusta sentirse como en otro país?

R —Pus la mera verdad no, pero qué le va hacer uno. No se puede, ahora hasta los que

asaltan ya hablan inglés; y también los que venden la yerba, todos lo hablan. Y

nosotros, como trabajadores pobres, pus no tenemos más remedio que aceptarlo; no

podemos hacer nada. La otra vez, en uno de los hoteles donde trabajé, pus las

autoridades hablaron en inglés para inaugurarlo. Todo fue así; y si ellos lo hacen, pus

los demás también y con más ganas.

Le voy a contar una anécdota, nada más porque usté se dé cuenta de cómo andan

las cosas por aquí. Fíjese, hace como tres meses llegó un profesor, un maestro de

Mérida. Venía a ver a su hermano que trabaja aquí en Cancún, él es mesero en uno de

esos restaurantes lujosos, y cuál fue su sorpresa que su hermano ganaba como cien

veces más que el maestro; tanto, que le dijo a su hermano: "Oye, consigúeme una

chamba aquí"; ahora él trabaja de mesero, mandó por su familia y dejó la escuela.

D o n E n r i q u e C a m a r e n a e s o r i g ina r i o d e T i e r r a B l a n c a , V e r a c r u z . D e s d e

p r i n c i p i o s de 1986 v ive en C a n c ú n , en c o m p a ñ í a de su e s p o s a , C a r m e n , y de sus

dos hijos, Anas tas io de c inco años y B lanca de un año; él trabaja en la industr ia de

l a c o n s t r u c c i ó n c o m o a l b a ñ i l , a d e m á s d e v e n d e r p o r l a s t a r d e s c u a l q u i e r t ipo

de m e r c a n c í a . Po r o t ra pa r t e , é l t i ene la f i rme c o n v i c c i ó n de q u e a la m u j e r hay

q u e c u i d a r l a y m a n t e n e r l a en e l h o g a r , pa ra q u e a t i e n d a las l a b o r e s d o m é s t i c a s

y c u i d e a los h i jos . De es ta fo rma la fami l ia p u e d e c u m p l i r m e j o r c o n sus

c r e e n c i a s . E l e s m i e m b r o de l a ig les ia ca tó l i ca , d o n d e t o d o s los d o m i n g o s se

p r e s e n t a a o í r la m i s a . Su muje r t a m b i é n pa r t i c ipa dos v e c e s a la s e m a n a de las

l e c t u r a s de la Biblia en el c a t e c i s m o .

A h o r a b i en , é l s e da c u e n t a de c ó m o e s l a v i d a en C a n c ú n , p u e s c o m p r e n d e

e l t ipo de s o c i e d a d q u e ex i s t e , las o p o r t u n i d a d e s de t r aba jo , las f ami l i a s , l a

c o r r u p c i ó n y la s i tuac ión q u e p r e v a l e c e en la r eg ión , s o b r e t o d o e n t r e las

p e r s o n a s d e s u m i s m a c o n d i c i ó n , con m u y p o c a s p r o b a b i l i d a d e s d e esca la r

e c o n ó m i c a y s o c i a l m e n t e o t ros s i t ios . De es ta m a n e r a , d o n E n r i q u e se re fug ia en

su fami l i a , p o r q u e é l c o n c i b e c o m o hos t i l e l m e d i o en e l cua l se d e s e n v u e l v e

[véanse los c u a d r o s 5 y 5 .1 ] .

T e r c e r t e s t i m o n i o . 1 5

P —Buenos días, don Marcos

R —¿Cómo le va?

" R . Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Marcos Montejo, Cancún, Q.R., 19KH


P —¿Desde cuándo vive usted en Cancún?

R —Casi se podría decir que nací aquí. Tenía como cuatro años cuando nos venimos

de Valladolid, fuimos de los primeros en llegar. No había más que unas cuantas

palapas, y mi padre —que en paz descanse— era pescador al igual que todos los que

vivían aquí. Fue por el año de 1937 cuando llegamos; desde ese entonces me

encuentro por aquí, aunque algunas veces he ido hasta Mérida, bueno, son muy pocas.

P —¿Nos podría platicar cómo ha vivido usted aquí?

R —Claro. Mire usted: cuando llegamos de Valladolid, mi padre era un hombre muy

fuerte. El también era hijo de pescadores y había vivido mucho tiempo por el rumbo

de la Isla de Cozumel. Al morir mi abuelo en un huracán, su esposa se tuvo que

trasladar a Valladolid, donde vivían sus padres; así mi papá creció, pero siempre con

aquella cosa de irse al mar. A la muerte del abuelo, mi padre tenía más o menos unos

quince años, por lo que ya había probado lo que era ser pescador, lo traía en la sangre;

luego él, ya viviendo en Valladolid, pues siempre tuvo aquella cosa, pero tenía que

cuidar de su madre y de sus hermanos menores. Fue entonces cuando empezó a

trabajar en el henequén, aunque sin mucho éxito; también fue entonces cuando su tío

Juan lo llamó a trabajar con él y se fue en su barquito al Caribe, a la pesca; su madre

se preocupaba mucho, pero él era empeñoso y le traía su buen dinerito cada vez que

podía.

Hasta que un día conoció a mi madre en Isla Mujeres y se casó. Entonces por

aquellos rumbos no había nada, así que nos llevó a vivir a Valladolid con su madre

mientras él seguía trabajando en el barquito. Unos años después, pus ya no pudo tener

a la familia lejos y nos llevó a todos a Cancún; ahí empezamos a vivir con otros

pescadores. Era muy bonito: la naturaleza estaba ahí, la selva y el mar, todo era tan

limpio. Y así empezamos; mi padre se pudo hacer de una pequeña embarcación y tenía

sus empleados, luego yo ya le ayudaba hasta aprender bien a maniobrar el barquito,

se llamaba El Pinzón I, también empecé a pescar.

Después de muchos años de trabajo, un día llegó el Sr. presidente de la república,

si mal no recuerdo era Echeverr ía ; 1 6 se hizo una casa allá al final y luego llegaron

muchas gentes. Eran trabajadores y empezaron a construir hoteles y casas, y vea

usted, después de tantos años y no han parado; quién sabe hasta dónde lleguen. Lo

único que sí se puede asegurar es que los que éramos de estas tierras no hemos ganado

nada con todo esto; al contrario, hemos perdido casi todo, y me tuve que enseñar a

hacer otro tipo de trabajo. Ahora ya no veo el mar, más que desde la playa y una que

otra vez, cuando vamos la familia y yo a Isla Mujeres o a Cozumel.

P —¿Cómo fue que pasó ésto, la llegada de hoteles y cómo perdió su barco?

El Lic. Luis Echeverría fue presidente constitucional de México durante el periodo 1970-1976.

1% ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

R —Todo fue muy rápido. Aquí siempre han habido playas muy bonitas y alguien de

fuera también lo descubrió y trajo a la gente. Después se dieron cuenta que podían

tener mucho dinero, y empezaron a construir, a atraer más y más gente, hasta que ya

no cabemos; pero sigue llegando gente. Estas personas trajeron hasta una vez a la

reina de Inglaterra para que conociera qué lugares tan bonitos existen por aquí.

También después han venido muchos presidentes y gente importante de otros países.

Todo con el fin de hacer dinero, pero para unos poquitos y que no son de aquí.

Nosotros, los que hemos vivido toda una vida aquí, pus vea cómo nos va, vea a mi

compadre que vive aquí enfrente. Él era un hombre muy trabajador en su tienda, ahora

ya no tiene nada; los del "teniente" lo quebraron, perdió todo y nunca se pudo

recuperar. Sus hijos lo ayudan en lo que pueden, aunque no es mucho que digamos.

Así le puedo contar de todos. Nos llevaron a la ruina y nos quitaron los negocios

y las tierras. Todo lo perdimos. Hoy, quién sabe quiénes son los dueños verdaderos;

ya nadie lo sabe, o por lo menos nosotros no lo sabemos. El barco mi padre me lo había

heredado, y no me duró mucho el gusto porque hace como diez años lo perdí; desde

entonces todo anda mal. Le voy a contar como lo perdí: pus empezaron a llegar barcos

con gente de otras partes, y pusieron grandes refrigeradores para guardar el pescado

y el marisco a grandes cantidades. Podían vender más barato y nosotros, los que

éramos dueños de un solo barco, pus ya no pudimos vender ni en el mercado. Y como

no teníamos puesto, se empezó a echar a perder. Los trabajadores se fueron a las

compañías porque les pagaban más y todo se fue para abajo. ¡Uy! si le contara más,

pero es mejor que no, porque me hierve la sangre y me dan ganas de ¡hum ! Mejor

hablamos de otras cosas. Le voy a contar ahora, y me va perdonar usted por lo que le

voy a decir, pero es algo que no puedo callar. Antes, uno sabía quiénes eran todos los

que vivían por aquí y en los alrededores; sabíamos de todos y todos nos ayudábamos

por salir adelante: si a alguien le iba mal, entre los demás compañeros le dábamos la

mano para que pudiera salir. Así fue siempre. Cuando nuestros hijos se casaban

siempre sabíamos con quién y quién era su familia, sus amigos, todo se sabía; éramos

felices. Podíamos ver los atardeceres en la playa en compañía de los que queremos

y con la tranquilidad que nos daba el mar.

Pero las cosas han cambiado tanto que ya nada es igual. Los taxis corriendo por

las calles, listos para atropellar al primero que se "apendeje"; la tienda donde sólo los

turistas pueden comprar, al igual que esos hoteles. Todo es tan caro, y nosotros lo

poquito que ganamos —en pesos— y todo nos lo cobran en dólares, en esa moneda

extranjera de Estados Unidos. Ya no podemos más, pero no tenemos a dónde ir.

Además, hoy en día Cancún se ha vuelto una tierra peligrosa. Antes, si uno tenía una

dificultad pues se arreglaba con los puños; ahora le sacan una metralleta sin más; ya

no hay seguridad ni honor, no hay nada, la corrupción invadió todo. Antes, ¡cuándo

CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VAClO 197

uno iba a ver un drogado! Hoy, en la avenida Tulúm se la venden a quien la busca y

aunque no la busque se la ofrecen, al igual que las mujeres y, lo más espantoso,

¡también hay hombres que se ofrecen! Todo eso y más es Cancún hoy en día, y uno

no tiene más que proteger a los suyos.

P —¿Por qué no deja usted Cancún y se va a vivir a otro lugar?

R —Es que no se puede. Ya no tenemos familia en Valladolid, mis hijos están aquí

y mal que bien tienen un trabajo; yo estoy ya viejo, me he retirado hace apenas un año,

estoy ya cansado, la lucha estuvo dura, pero creo que llegué bien. Ahora mi mujer y

yo sólo vemos, y nos damos cuenta de muchas cosas. La gente hoy no quiere saber más

que de cómo ganar dinero, o de cómo quitárselo a otros, quieren ganar sin trabajar.

El mundo está de cabeza. Ya no hay nada de lo que nuestros padres vieron; ni siquiera

sus dioses; han sido olvidados, ya nadie se acuerda de ellos con tanta gente de afuera,

con sus nuevos dioses. Yo le sigo pidiendo a ellos, como mis padres nos enseñaron,

pero ya no da resultado, porque todos han olvidado su poder. Ya nadie sabe de nada,

nada más buscar otras cosas, las del cuerpo.

Aunque mi mujer y yo seguimos con nuestros credos, a ver si un día pasa algo —eso

esperamos— y las cosas vuelvan a ser como antes, como cuando era niño, a ver si pasa.

También buscamos. Continuamos las enseñanzas de nuestros padres, pero ya no

funcionan, algo anda muy mal. Los dioses se han alejado, tal vez y ya no nos oyen,

porque ya no tenemos pruebas de que están aquí, ya nadie sabe y las cosas empeoran;

sobre todo para nosotros.

Hemos perdido todo, nos lo han arrebatado, pero aún luchamos. Llamamos a los

espíritus para que fortalezca nuestro trabajo y ayuden a nuestras familias, y así será

hasta el final. Así están las cosas. Tal vez en otra ocasión volvamos a vernos, aquí o

en otra parte, bueno, y podremos seguir platicando.

D o n M a r c o s M o n t e j o e s p a d r e de c i n c o hi jos ya m a y o r e s . Su e s p o s a , de

n o m b r e C o n c h a , v ive con é l . P o d r í a m o s dec i r q u e es ta fami l ia e s o r i g ina r i a

de C a n c ú n p o r q u e han v i v i d o cas i t oda su ex i s t enc i a aqu í .

D o n M a r c o s l l evó c o m o t r aba jador una v ida dif íc i l , s ob re t o d o a pa r t i r de l

d e s c u b r i m i e n t o d e C a n c ú n c o m o z o n a tur í s t ica , p o r q u e y a n o p u d o c o m p e t i r c o n

las g r a n d e s c o m p a ñ í a s . D u r a n t e todos es tos a ñ o s h a v iv ido e n c a r n e p r o p i a c ó m o

su s o c i e d a d de p e s c a d o r e s y p e q u e ñ o s c o m e r c i a n t e s se ha d e s b a r a t a d o po r e l

n a c i m i e n t o de n u e v o s va lo r e s y de u n a n u e v a soc i edad , sin n o m b r e , c o n g ran

a u s e n c i a del a m i g o , sin n a d a q u e l a iden t i f ique . D o n M a r c o s p e r d i ó , tal vez a l

i gua l q u e l a m a y o r í a de su g e n e r a c i ó n y de su c o n d i c i ó n s o c i a l , t o d a

r e p r e s e n t a t i v i d a d an te la c o m u n i d a d . Su m o r a l , sus c o s t u m b r e s y su p r o p i o

m u n d o , e l m u n d o d e sus p a d r e s , q u e d a r o n a t rás . L o q u e a c t u a l m e n t e s u c e d e e n

C a n c ú n es c o m o hlbei d e s p e r t a d o en o t ro m u n d o .


El c a m b i o fue tan r á p i d o q u e no lo p u d o a s imi l a r ; t o d a u n a v ida se v io

t r u n c a d a po r los n u e v o s va lo r e s de la m o d e r n i d a d ; la r a p i d e z y e l c a m b i o son los

f ac to res de l c r e c i m i e n t o , d e u n e n g r a n d e c i m i e n t o que , c o m o d ice d o n M a r c o s ,

só lo bene f i c i a a p e r s o n a s q u e no t i enen ros t ro , i nv i s ib le s p a r a la c o m u n i d a d ,

p e r o v i s ib l e s en e l m e r c a d o de c o m p r a - v e n t a de t o d o t ipo de v a l o r e s . L o s a h o r a

d u e ñ o s h a c e n c r ece r l a c i u d a d con e l d i n e r o , e l pode r , l a c o r r u p c i ó n ; l a v ida

t r ad i c iona l de aque l l o s p e s c a d o r e s ha q u e d a d o en l a m e m o r i a de u n o s c u a n t o s ,

q u e han e m p e z a d o a ca l l a r [véanse c u a d r o 6 , 6 . 1 , 6 .2 ] .

ESPACIO INTERIOR. CONCLUSIÓN

Toda auténtica memoria es, empero, memoria del

olvido: memoria del envés de la realidad, memoria de la

muerte, memoria del otro lado del espejo, memoria del

inconsciente y de nuestra inconciencia colectiva ...


La exper iencia vivida de los tres informantes nos enseña que en Cancün s í existe

el t rabajo, si t enemos en cuenta que se trata de trabajo m a n u a l , 1 8 po rque el

c rec imien to de la c iudad requiere este t ipo de m a n o de obra. Grandes cons t rucc iones

en la zona hotelera se l levan a cabo, aumen tando cada vez el n ú m e r o de t r aba j ado res

y d e s p l a z a n d o fo rmas de t raba jo an te r io res a l c r e c i m i e n t o de la c i u d a d . Es en

e s to s m o m e n t o s c u a n d o l a s epa rac ión en t re dos g e n e r a c i o n e s se p r o d u c e , ya que

las p e r s o n a s o r ig ina r i a s de C a n c ú n [ e s t a m o s m a r c a n d o e l m o m e n t o an te r io r a l

c r e c i m i e n t o tu r í s t i co] a lo l a rgo de t o d o s es tos a ñ o s se han c o n v e r t i d o en a b u e l o s

o en p e r s o n a s m a y o r e s y han v is to el de sa r ro l l o d e s p r o p o r c i o n a d o de la c iudad ,

un c r e c i m i e n t o q u e se ha c o m i d o , por dec i r lo de a l g u n a m a n e r a , a sus p r o p i o s

h a b i t a n t e s . U n m a y o r c r e c i m i e n t o d e b i e r a s ign i f i ca r m á s i n f r a e s t r u c t u r a ;

17 A. Ortiz-Oses, Mitología cultural y memorias antropológicas, Anthropos Editorial, Barcelona.

1987, p. 19. 1 8 La selección del universo de informantes se llevó a cabo sobre trabajadores manuales y, aunque

los testimonios son una pequeña muestra en comparación con la gran cantidad de trabajadores en toda

la zona, la consideramos representativa en razón del trabajo de campo realizado y de la cantidad

considerable de entrevistas de tradición oral que reflejan en el discurso lo dicho por nuestros tres

informantes, cuya constante corrobora lo que hemos descrito.


p r o p u e s t a i n c o h e r e n t e p a r a C a n c ú n , p o r q u e ese a u m e n t o n o h a t en ido lugar . D e

ah í se d e r i v a la fal ta de v iv i enda p a r a los t r aba jadores y de sa t i s fac to res

e l e m e n t a l e s , c o m o los s e rv i c io s q u e debe r í an t ene r t o d o s los h a b i t a n t e s de l a

c i u d a d . "

A h o r a b i en , v o l v i e n d o a l a v i v e n c i a q u e los i n fo rman te s t i enen de C a n c ú n ,

é s t a se r e p r e s e n t a po r la i n se r c ión de lo o b v i o en c u a n t o a las fo rmas de v i d a

d a d a s ; a u n q u e d e b e m o s t ene r e n c u e n t a las c o n t r a d i c c i o n e s p rop i a s d e u n a

c i u d a d con un c r e c i m i e n t o d e s p r o p o r c i o n a d o , c r e c i m i e n t o po r l a e x p l o t a c i ó n de l

v iv i r de v a c a c i o n e s y no po r e l d e s a r r o l l o de las fuerzas p r o d u c t i v a s . El

i n d i v i d u a l i s m o se a p r o p i ó de las fo rmas de vida, es dec i r , e l t raba jo i m p r o d u c t i v o

ha t o m a d o la r e v a n c h a , m a r c a n d o la p a u t a de l d e s a r r o l l o a t r avés de la v e n t a de l

p l ace r y de la s e d u c c i ó n .

Tras esta cons tante p o d e m o s ahora enunciar los puntos de convergenc ia de los

t e s t i m o n i o s , en los cua l e s se man i f i e s t a , c o m o p r o p u e s t a , l a p é r d i d a de i d e n t i d a d

c o m o e l fac tor p r e v a l e c i e n t e q u e m a r c a e l n a c i m i e n t o de un n u e v o m i t o : e l de l

d e s a r r o l l o de C a n c ú n y , con é l , e l n a c i m i e n t o de u n a n u e v a i d e n t i d a d en e l m a r c o

de l p r o c e s o cap i ta l i s ta .

a) Existe en la zona suficiente trabajo manual. E f e c t i v a m e n t e , la a c t i v i d a d

de la i ndus t r i a ho t e l e r a ha l l evado a C a n c ú n a e x t e n d e r s e c a d a vez m á s , s o b r e

t odo , hac i a l a pa r t e sur de l a c iudad . C o n s e c u e n t e m e n t e , l a m a n o de obra es c a d a

vez m á s so l i c i t ada a ú l t imas fechas ( jul io de 1988) ; es te n u e v o c r e c i m i e n t o se

in ic ió c o n cap i ta l n a c i o n a l y ex t ran je ro , l l a m á n d o s e l a " M i l l a de O r o " , u n a m i l l a

sob re la cua l es tán i n s t a l ados los ho t e l e s , v i l l as , c o n d o m i n i o s y las c a s a s

r e s i d e n c i a l e s m á s lu josas del C a r i b e . S e g ú n se d ice , e s to es só lo e l p r i nc ip io ,

p u e s se e s p e c u l a a ce r ca de n u e v a s i n v e r s i o n e s j a p o n e s a s en un futuro p r ó x i m o .

b) El dinero corre con exceso en ciertos círculos. Exis te una e c o n o m í a

subterránea basada en la propina, donde un mese ro gana ap rox imadamen te unos

doce mi l lones de pesos a l mes , en una jo rnada normal de ocho horas diar ias .

Es ta gananc ia se obt iene en un restaurante de por lo m e n o s cuatro estrel las; pero

en el otro ex t remo, un cantante callejero puede reunir , a la puer ta de cualquier

res taurante , la cant idad de c inco dólares amer icanos por canc ión .

1 9 La consideración hecha anteriormente responde al conocimiento de la zona. Al recorrer toda la

ciudad uno se puede dar cuenta a primera vista del tipo de carencias que se tienen en Cancún. Sólo por

citar un ejemplo en relación con las rentas que se tienen que pagar por una vivienda, revisando el Miami

Herald, me pude convencer, no sin gran sorpresa, que en París se rentaba un departamento amueblado

en el pent-house de un edificio, de tres recámaras y cocina, más la sala y el comedor, por 600 dólares

americanos al mes, mientras que en Puerto Morelos, por esa cantidad, sólo se encuentra un cuarto y una

recámara, MU amuebla) En Cancún resulta mucho más caro.


C o m o v e m o s , e l d ine ro se d is t r ibuye entre la poblac ión según e l oficio; aunque ,

c o m o en todas partes del m u n d o , m u c h o s corren con m u c h a m e n o s suerte , c o m o es

el caso de nues t ros informantes . Sería interesante ver a cuán to asc ienden las

gananc ias de un taxista, entre su cuenta y la propina, pues c u a n d o un turista nac ional

les sol ici ta parada no lo toman en cuenta y buscan al extranjero, al que le cobran

ind i sc r iminadamente .

c) La marginación social se encuentra en la ciudad de Cancún. A u n a d o al

c rec imien to desp roporc ionado de la c iudad, la falta de servic ios y la ausenc ia de

p lani f icadores u rbanos y a lgunos otros profes ionales , C a n c ú n se ha vis to invad ido

por pe rsonas sin emp leo fijo, que en su peregr inar y búsqueda de subsitir venden

cua lqu ie r t ipo de mercanc ía . A d e m á s , la v iolencia se manif ies ta c o m o el pan de cada

d ía , hay b a n d a s d e t i p o u r b a n o ; l a s e g u r i d a d d e C a n c ú n h a d i s m i n u i d o

cons ide rab lemente , sobre todo en las zonas habi tac ionales fijas. Por otra par te , la

venta ind i sc r iminada de a lcohol , la venta i legal de drogas y la prost i tución en sus

diferentes niveles han encont rado en C a n c ú n su empor io c o m e r c i a l . 2 0

d) Es un lugar donde la familia corre el riesgo de desintegrarse. C o m o

seña la ron los informantes , el lugar donde se ubica el p roceso de ident if icación es la

familia, cuyo núc leo significa la posibi l idad de man tene r un ido a l g rupo . Es decir ,

la v ida en la familia se convier te en el s igno que marca la ident idad, pos ib i l i tando

man tene r v ivo el r ecue rdo del or igen, cuyo sent ido se manif ies ta en la probabi l idad

de poder regresar a lgún día; o bien, su o lv ido del origen porque y a no le queda familia

en aquel otro lugar .

E l c o n t a c t o c o n u n a s o c i e d a d a b i e r t a h a m o d i f i c a d o los p a t r o n e s d e

c o m p o r t a m i e n t o c o m ú n m e n t e a c e p t a d o s , y las an t i guas r eg l a s de m o r a l y

s e x u a l i d a d se han re l a j ado has t a c o n v e r t i r s e en só lo m a r c a s soc i a l e s de lo q u e

a l g u n a vez ex i s t ió , y q u e ahora es pa r t e de l p a s a d o . En es te s e n t i d o , an te l a

p romiscu idad de todo t ipo, la familia se convier te en el baluar te de res is tencia de los

in formantes . La rel igión s i rve en es te r e n g l ó n p a r a r ea f i rmar e s to s v a l o r e s ,

s i t uac ión q u e no p o d e m o s c o r r o b o r a r en sec to res de l a p o b l a c i ó n m á s a m p l i o s ,

sob re t o d o con m a y o r e s i ng re sos e c o n ó m i c o s , ya sea po r e l t i po de t r aba jo q u e

r ea l i ce e l h o m b r e , o en e l c a s o en que t an to e l h o m b r e c o m o la m u j e r t raba jen

fuera de ca sa .

D e b e m o s recons iderar que en un pr incipio la zona de Cancún se man ten ía virgen,

en un es tado de equi l ibr io entre la naturaleza y los pocos habi tantes de en tonces .

2 0 Sería de gran interés llevar a cabo una investigación sobre este tipo de problemas sociales,

teniendo en cuenta que en buena medida las bandas de Cancún son de diferentes grupos sociales

e, incluso, de distintas nacionalidades, aunque también están integradas por nacionales de diferentes

regiones del país.


C u a d r o 4

Josefina Sandoval

Son originarios de Tabasco, ella y su familia

Familia Esposa: Julián Hijos: Julián, Rubén y Josefina

Llegan a vivir a Cancún

Su esposo Julián les abandona

Josefina se queda sola con sus tres hijos

Trabajan vendiendo tortas

Empiezan a vender tortas de aguacate en pan francés

Con las primeras ganancias compra una bicicleta con una canastilla

Migrantes del estado de Campeche, Tabasco a Quintana Roo

No se vuelve a saber de él

Las vende en la calle, en la zona de obras de la construcción hotelera

Como vendedora ambulante, sin un puesto fijo

No le alcanza el dinero de las ganancias y tiene que buscar otra manera de ganarse la vida

Las vende en la calle, en la zona de obra de la construcción hotelera

Después de un corto tiempo

Unos hombres la amenazan, le rompen la bicicleta y le prohiben seguir vendiendo las tortas

Se asusta mucho

Se va con sus hijos a la Isla de Cozumel

Trabaja como lavandera en una pensión

No le gusta y no se acostumbra a la isla

Regresa a Cancún


C u a d r o 4.1

Josefina Sandoval

No acepta a Hilario ni , su protección L_

Piensa poner a su hijo mayor con otra bicicleta, para que las ventas aumenten

Llega de nuevo a Cancún

Empieza a vender nuevamente tortas

Un hombre llamado Hilario le ofrece su protección

Compra una bicicleta con las primeras ganancias

Las vende en las obras de construcción de la zona hotelera

La empiezan a molestar de nuevo, la presionan para que se vaya

Aviso de intimidación a un vendedor de tacos. Lo amenazan para que se vaya y no vuelva. Le tiran los tacos

Lo golpean unos policías

> Las vende en el mercado

• Trabaja de taxista

De tres ruedas con una carretilla delantera

Vende las tortas de diferentes productos con refresco

Un señor de la ciudad de Mérida empieza a vender en la misma zona, tiene muchas camionetas para la distribución

Este señor es una persona influyente

A Josefina le compran los policías sus comidas

Pero no se sabe qué va s pasar en el futuro

CÁNCÚN: CRÓNICAS DEL VAClO 203

C u a d r o 4 .2

Josefina Sandoval

Algunas observaciones

personales

Desconfiar de todos, especialmente de los hombres

Sus únicos amigos son sus hijos. Le ayudan con las labores de la casa y con la elaboración de las tortas

Desconfía de: 1. la gente que vive y se va unos con dinero y otro sin nada 2. se va con otras mujeres y no regresan

3. los alhamíes vienen de todas partes: están aquí, se van, otros mueren en accidentes

Si alguien viene a trabajar a Cancún le recomienda:

1. venga solo 2. no haga amistades 3. sea usted solo 4. trabaje mucho y le va bien

Cancún es una ciudad: 1. muy violenta 2. con muchos vicios y robos

3. atropellados 4. accidentados 5. asaltantes


C u a d r o 5

Enrique Camarena

Originario de Veracruz

Su vida como hombre

Sobre la vida de su esposa

Vivir en Cancún es bien padre

Siempre hay fiesta, no alcanza la lana para seguirla siempre

Está de por medio la familia

Algunas veces uno se va con los amigos

Cuida a los chamacos

El es el que trabaja, así tiene que ser aquí, si no uno pierde a la mujer y a los hijos

Hay que estar vigilando

siempre a la esposa

Obligarla a estar en casa

El domingo ir a misa con el padre, para que nos explique de Dios y la vida de este mundo

Lleva a los hijos al catecismo


C u a d r o 5.1

Enrique Camarena

En el trabajo

-*\ Todos se van a Cancúnsin nada I

Los que no saben trabajar, ganan menos hasta que aprenden. Los que sí saben trabajar, ganan un poco más

No hay organización ni sindicatos para muchos trabajadores

->| Otros están afiliados a jaCTM |

En otros sitios

-*\ Todo esta en inglés

Los meseros hablan inglés

Parece que las autoridades no quieren ser mexicanos |

- » | Todos se creen "gringos"-)

C u a d r o 6

Marcos Montejo

Originario de Valladolid, Yucatán

Desde 1937 cuando tenía 4 años se fue a vivir a Cancún

Su padre: pescador originario de la Isla de Cozumel

Su madre: cuida el hogar. Es originaria de Isla Mujeres

Su padre tiene un barco de pesca, El Pinzón 1

Tiene pescadores contratados que trabajan en el barco

Trabaja con su padre de pescador

y Hereda el barco El Pinzón 1


C u a d r o 6.1

Lic. Luis Echeverría presidente de México 1970-1976

Se hace una casa en Cancún

Después empezó a llegar gente y dio principio a la construcción de hoteles

Cada vez más construcciones, llega mucha gente, todavía hoy no paran

C u a d r o 6.2

Marcos Montejo

Su compadre

Sus trabajadores se van a ^_ emplearse a barcos más grandes

Lo de antes no funciona hoy todo es nuevo

-> Tiene una tienda No puede competir con la tienda del "Teniente"

Pierde su barco El Pinzón 1 Pierde su barco El Pinzón 1

Se va a la quiebra U-

No puede competir con compañías pesqueras más grandes

Tienen refrigeradores, flota pesquera. Almacena mucho pescado y marisco, y los venden más baratos


Pero , tras la ent rada del comple jo industrial del tur i smo, la naturaleza emp ieza a

t ransformarse y con el lo las práct icas y habitus de sus moradores , dándose un

r o m p i m i e n t o del equi l ibr io original que exist ía, para dejar paso a las tecnologías q u e

se encargan de t ransformar el med io ambiente .

Es te c amb io resul ta ser de una d imens ión acelerada tanto con respec to a l

d e t e r i o r o e c o l ó g i c o , c u a n t o a l a d e t e r m i n a c i ó n q u e p o d e m o s l l a m a r v i o l e n t a de

la v i d a t r ad ic iona l que ah í se ten ía . Es t a mod i f i c ac ión se da a par t i r de la l l e g a d a

de g r a n d e s cap i t a l e s q u e inv ie r t en en l a z o n a c a m b i a n d o t o d o lo q u e e n c u e n t r a n

a su p a s o , la n a t u r a l e z a y a los h o m b r e s q u e a h í hab i t an . S ign i f i ca la l l egada de

t r aba j ado re s de t odas pa r t e s que se in tegran a las l abores de c o n s t r u c c i ó n de un

n u e v o o rden , e l tu r í s t i co . El p r i m e r o rden , e l de la na tu ra l eza , ha l l egado a su fin

y a h o r a la m o d e r n i d a d o c u p a e l l uga r de lo t r a d i c i o n a l . 2 1

La t ransformación del m e d i o ambiente ha ocas ionado en la sociedad de C a n c ú n

un m o v i m i e n t o en la concepc ión de la vida. En ésta se da cuenta de las nuevas

rea l idades que se viven, pero también se generan procesos de cons t rucción de la

real idad: res is tencias y adaptac iones de los nuevos t iempos , con l levando en esta

dia léct ica al es tablec imiento de una m e m o r i a colect iva basada en el t i empo cor to , es

decir , m a r c a n d o el pr incipio del c ó m o era antes de la l legada del tur i smo y del c ó m o

es ahora. Es ta movi l idad en la memor i a era, en la conciencia histórica, una

interpretación de la ident idad del sujeto, que marca en su d iscurso la modif icac ión

ace lerada de sus práct icas de vida, cuyos e lementos or iginar ios se han vis to

modi f icados por la in t romisión del capi ta l i smo a c e l e r a d o . 2 2

De esta manera , los informantes resisten y const ruyen sus imaginar ios socia les

a partir de procesos sociales que t ransforman su vida cotidiana, c ambiando en lo m á s

profundo sus formas de vivir e interpretar sus real idades . Es t ruc turamos así, en

cuadros analí t icos, lo d icho por cada uno de los informantes , demarcando en la

es t ructura los e l ementos más impor tantes de sus narraciones .

La l ec tu ra de los c u a d r o s an te r io res nos ub ica en u n a in t e rp re t ac ión de l a v ida

c o t i d i a n a ; p o r q u e es a par t i r del desa r ro l lo de la ru t ina d ia r ia de los i n f o r m a n t e s

q u e e l los nos han b r i n d a d o sus c o n c e p c i o n e s y e x p e r i e n c i a s de la c o t i d i a n e i -

d a d q u e v iven , c r u z a n d o los l ími tes de l a v ida púb l i ca con la v ida p r ivada , d e s d e

las f o r m a s de l l evar a la fami l ia has ta e n c o n t r a r s e en el t raba jo , pa ra d e s p u é s

r e f l ex ionar sobre los d i s t in tos e l e m e n t o s que c o n s t r u y e n las e x p e r i e n c i a s de

c a d a uno de los i n f o r m a n t e s . 2 1 A este respecto puede consultarse acerca de otros lugares del mundo donde se han desarrollado

procesos similares, véase V. L. Smith, edited by, Hosts and quest. The Anthropology oftourism, University

of Pennsilvania Press, USA , 1990.

" Véase A. F. Grabsk, "Un problémede l'histoire des mentalités: laconscience histórique", en R. Mandrou

(ed.), Mélanges, Histoire sacíale. Sensibilités collectives et Mentalités, PUF, París, 1985, pp. 135-140.

2Ü8 ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

E s t a c o n s t r u c c i ó n da pos ib i l i dad a l a m e m o r i a c o l e c t i v a de u b i c a r s e en l o s

t e r r e n o s de l a v ida co t i d i ana , p a r a e n t a b l a r un d i á l o g o en t re e l s u j e t o - i n f o r m a n t e

y su e x p e r i e n c i a de v ida , c u y a c o n s t a n t e m a n t i e n e v igen t e las p o s i b i l i d a d e s de

e x i s t e n c i a de un d i s c u r s o b a s a d o en l a i den t idad cu l tu ra l de c a d a u n o de los

i n f o r m a n t e s , p a r a da r a sus c o n c e p c i o n e s la l e g i t i m i d a d de c ó m o v i v e n y de

c ó m o c r e e n d e b e ser l a v ida e n C a n c ú n . 2 3

De es t a fo rma l a m e m o r i a c o l e c t i v a es e l v í n c u l o q u e u n e a l su je to en su

e x p e r i e n c i a de v ida c o n e l p r o c e s o soc ia l de C a n c ú n , e s t a b l e c i e n d o en e s t e

i n t e r c a m b i o la c r e a c i ó n de la v ida d ia r i a y c o t i d i a n a q u e da l u g a r a la r e l a c i ó n

h o m b r e - c i u d a d , c u y o c o m p l e j o l o u b i c a c o m o t r aba jador y c o m o sos t én de u n a

fami l i a q u e v ive de la v e n t a de su fuerza de t raba jo .

La c o n s t r u c c i ó n de l a m e m o r i a se b a s a en e l e s t a b l e c i m i e n t o de e s t r a t eg i a s

q u e l e s i rven a l i n f o r m a n t e pa ra in t e rp re t a r los ac tos de v ida , e s dec i r , q u e só lo

a par t i r de e n t a b l a r u n a d i s cus ión in t e rna en t r e e l l engua je p e n s a d o y la

e x p e r i e n c i a v iv ida e l su je to fo rmula u n a e s t r a t eg i a p a r a e x p r e s a r su v ida , en c u y a

m a n i f e s t a c i ó n van t o d o s aque l l o s ac to s , p r ác t i ca s , habitus y c o s t u m b r e s q u e lo

han f o r m a d o s o c i a l m e n t e , y es a par t i r de la i n t e rp re t ac ión de esas e x p e r i e n c i a s

q u e p u e d e m o v e r s e con c ie r t a s e g u r i d a d e n s u m e d i o a m b i e n t e .

N u e s t r o s t res i n f o r m a n t e s t i enen p u n t o s de c o n t a c t o en c u a n t o a d i c h a s

e x p e r i e n c i a s de v ida , q u e se c o n v i e r t e n en las d e m a r c a c i o n e s de c o n j u n c i ó n y

s e p a r a c i ó n de l a m e m o r i a co lec t iva , en d o n d e l a p a r t i c u l a r i z a c i ó n de los

p r o c e s o s i nd iv idua l e s c rea en l a v ida co t id i ana las pos ib i l i dades de u n a d ive r s idad

cu l tu r a l q u e s e m a n i f i e s t a s o c i a l m e n t e .

En e s t e s en t ido , e l p u n t o m á s r e p r e s e n t a t i v o de las n a r r a c i o n e s se e n c u e n t r a

en los l uga re s d o n d e se m a t e r i a l i z a la r e l ac ión c o n f i a n z a - d e s c o n f i a n z a cub ie r t a

por e l p r o c e s o de p r o t e c c i ó n que p o d e m o s graf icar de l a m a n e r a s igu i en t e

[ c u a d r o 7 ] .

E l p r i m e r n ive l en c u a n t o a la r e l ac ión an te r io r lo r e p r e s e n t a la s e ñ o r a Jose f ina

S a n d o v a l , qu ien ú n i c a m e n t e confía en sus hi jos , y t iene u n a p ro funda desconf ianza

por t o d o s los h o m b r e s [deb ido a que su e s p o s o Ju l ián la a b a n d o n ó con sus h i jos

a l l l ega r a C a n c ú n ] ; t a m b i é n se inc luye en e l g r u p o e l s eño r H i l a r i o , e l t ax i s t a que

le o f rece p r o t e c c i ó n , m i s m a q u e e l la r e c h a z a po r c o n o c e r l o b i en , y s abe r e l t i po

d e p e r s o n a q u e e s .

2 3 Véase F. Ferraroti, La Storia e i! Quotidiano, Editori Laterza, Roma, 1986, y de M. Segalen.

Presenté par L'autre et le Semblable, Presses du CNRS , París, 1989, especialmente la segunda parte,

identités et cultures, pp. 109-182.


Vida privada |

Vida pública

Única familia

Protección

Otras protecciones: política sindical, policiaca

» Aisla a la familia i i

Confianza Confianza Desconfianza

Protección

Corrupción

Desprotección

Cuadro 7

Po r o t ra pa r t e , la s e ñ o r a S a n d o v a l l eg i t ima y l ega l i za su s i t uac ión c o m o

v e n d e d o r a a m b u l a n t e de to r t as , a f i l i ándose al pa r t ido of icial y a t o d o s los

o r g a n i s m o s q u e l e p u e d e n b r inda r p ro t ecc ión . S in e m b a r g o , e l la , por su v i v e n c i a

c o t i d i a n a descon f í a de d i c h a s o r g a n i z a c i o n e s , po r l a p r á c t i c a p o l i c i a c a en

r e l ac ión con los su je tos in f luyen tes q u e v iven en C a n c ú n . E l l a s a b e q u e no t i ene

n i n g u n a in f luenc ia y po r lo tanto está despro teg ida , c r e á n d o s e ante es ta c o n c i e n c i a

una r e l ac ión de c o n f i a n z a - d e s c o n f i a n z a de las s i t uac iones c iv i l e s y po l í t i cas q u e

a t a ñ e n a la v ida p r i v a d a y a la púb l i ca .

En es ta r e l ac ión a p a r e c e un n u e v o e l e m e n t o , l a c o r r u p c i ó n . Jose f ina sabe q u e

de n a d a s i rven sus a f i l i ac iones po l í t i cas y s ind ica le s an te pe r sona j e s a n ó n i m o s

p o d e r o s o s , q u i e n e s u s a n d o el p o d e r p ú b l i c o hacen y d e s h a c e n en lo r e fe ren te a

las c o n d i c i o n e s de t r aba jo ; e l la r e l a c i o n a es ta s i tuac ión con la c o r r u p c i ó n de las

i n s t i t uc iones , d á n d o s e c u e n t a que se e n c u e n t r a sin p ro t ecc ión de í ndo le a l g u n a .

En e l m i s m o tono , e l s eño r E n r i q u e C a m a r e n a d e n o t a gran d e s c o n f i a n z a po r

su muje r , no d e j á n d o l a i r a t rabajar fuera del hoga r ; la t iene en casa , v i g i l á n d o l a

c o n s t a n t e m e n t e pa ra q u e no p u e d a c o n o c e r a o t ros h o m b r e s , p e r m i t i é n d o l e

ú n i c a m e n t e t ene r r e l ac ión con los hi jos y con e l s ace rdo t e de la ig les ia d o n d e van

los d o m i n g o s y en t re s e m a n a al c a t e c i s m o . El h o m b r e d e s c o n f í a de la muje r y la

ob l i ga a v iv i r e n c e r r a d a . La an te r io r s i tuac ión p u e d e d e b e r s e a q u e en C a n c ú n

ex i s t e u n a gran can t i dad de s e p a r a c i o n e s , a lo cua l c o n t r i b u y e e l q u e los h o r a r i o s

de t raba jo no p e r m i t a n q u e las fami l ias se r e ú n a n c o t i d i a n a m e n t e c o m o en o t ro s

s i t ios ; por o t ra pa r te , l l ega u n a gran can t idad de p e r s o n a s so las q u e b u s c a n

c o m p a ñ í a a u n q u e sea m o m e n t á n e a , sin e s t ab l ece r n ingún c o m p r o m i s o fo rmal .


A es t a ú l t i m a s i tuac ión es a la q u e le t e m e m á s el señor C a m a r e n a , no t an to

p o r q u e descon f í e a b i e r t a m e n t e de su muje r , s ino p o r q u e qu ién sabe q u i é n p u e d a

q u i t á r s e l a si se conf ía .

El s eño r C a m a r e n a , a l igual q u e m u c h o s o t ros en C a n c ú n , s ien te y t i ene la

c o n v i c c i ó n de q u e e l h o m b r e es e l p r o v e e d o r de la fami l ia y que la e s p o s a d e b e

e s t a r en c a s a a l c u i d a d o de los hi jos y de los a l i m e n t o s ; m i e n t r a s q u e la s e ñ o r a

S a n d o v a l v ive u n a s i tuac ión inve r sa , p u e s a l no c o n t a r c o n un h o m b r e en casa ,

e l l a t i ene q u e sal i r a t rabajar , cu ida r de la c a s a y de los a l i m e n t o s y de sus h i jos ,

c o n s t i t u y é n d o s e en su fo rma de pensa r un p r o c e s o de d e s c o n f i a n z a hac i a e l

h o m b r e en gene ra l , s o s t e n i e n d o que , p a r a v iv i r en C a n c ú n , hay q u e m a n t e n e r s e

so lo y t raba ja r d u r o .

La l l e g a d a de g r a n d e s cap i t a l e s a C a n c ú n ha a fec t ado t an to a los p e q u e ñ o s

p r o p i e t a r i o s c o m o a las p e r s o n a s que t raba jan por su cuen ta , c a u s a n d o , c o m o en

e l c a s o de la s e ñ o r a S a n d o v a l , e l r e t i ro del n e g o c i o de no c o n t a r s e con las

i n f luenc ia s a p r o p i a d a s en e l g o b i e r n o reg iona l y , en e l e x t r e m o de los ca sos , po r

no t e n e r e l su f i c i en te a h o r r o pa ra abr i r se p a s o a t r avés de la l ega l idad de un

e s p a c i o en e l cua l p u e d a v e n d e r su c o m i d a con s e g u r i d a d .

P a r a e l señor C a m a r e n a es to no es n ingún p r o b l e m a ya q u e v e n d e su fuerza

de t r aba jo c o m o a lbañ i l en las c o n s t r u c c i o n e s de ho t e l e s . En e l c a s o de l s eño r

M a r c o s M o n t e j o e l p r o b l e m a es d i fe ren te , p o r q u e é l no p u d o con sus m e d i o s

res i s t i r e l e m b a t e del c a p i t a l i s m o a gran esca la , ya q u e só lo t en ía un b a r c o con

u n o s c u a n t o s t r aba j ado res y c a d a m a ñ a n a sal ía a pe sca r p a r a v e n d e r su p r o d u c t o

en e l m e r c a d o ; en e l m o m e n t o en e l q u e se ag rupa ron o l l ega ron f lo tas p e s q u e r a s

c o n t o d o s los a d e l a n t o s t e c n o l ó g i c o s , é l ya no p u d o c o m p e t i r n i en p r o d u c c i ó n ,

n i en p r e c i o s , n i en c o n s e r v a c i ó n del p r o d u c t o , y é n d o s e a la r u i n a a l no sos t ene r

e l r i t m o de p r o d u c c i ó n y ven ta de las c o m p a ñ í a s . Su q u i e b r a e c o n ó m i c a es

a n á l o g a a la de o t ros p e q u e ñ o s p rop i e t a r i o s y c o m e r c i a n t e s de C a n c ú n , q u e

d e b i e r o n b u s c a r s e o t ra f o r m a de g a n a r s e la v ida a l l í o c a m b i a r su lugar de

r e s i d e n c i a .

De esta forma se desarrol la la v ida en Cancún: entre los t rabajadores que l legan

y se van , que encuent ran trabajos por t emporada o pe rmanen tes — s e g ú n sean sus

apt i tudes y conoc imien to s—, para irse acop lando a las nuevas neces idades de la

v id a co t id i ana . De en t r e t o d o s es tos t r aba j ado res u n a gran m a y o r í a son p e r s o n a s

q u e e s t a rán d o s o t res a ñ o s v i v i e n d o en C a n c ú n pa ra d e s p u é s i rse a o t ra p a r t e ;

f o r m a n u n a p o b l a c i ó n f lo t an te q u e se m u e v e en l a d i r ecc ión q u e v a y a e l cap i ta l .

C o n s e c u e n t e m e n t e , en r a z ó n de l c r e c i m i e n t o e s t ruc tu ra l de l a c i u d a d , sufren las

c a r e n c i a s en los s e rv i c io s c o m u n e s a los t r aba j adores , y ven p a r c i a l m e n t e

s o l u c i o n a d o s sus p r o b l e m a s c u a n d o han e n c o n t r a d o un e m p l e o y una v iv i enda

d i g n a a un p r ec io r a z o n a b l e .


La m e m o r i a c o l e c t i v a se conv ie r t e en e l p r o c e s o de c o n s t r u c c i ó n c o y u n t u r a l

en t r e u n a s o c i e d a d y ot ra . U n a t r ad ic iona l , q u e ha de j ado de ser p a r a c o n v e r t i r s e

en u n a m o d e r n a f u n d a m e n t a d a en e l a v a n c e del c a p i t a l i s m o . A s í l a m e n t a l i d a d ,

la i d e n t i d a d y la v ida c o t i d i a n a se ven t r a n s f o r m a d a s a c a d a m o m e n t o b u s c a n d o

e n c o n t r a r s e con e l p r e s e n t e q u e se v ive en C a n c ú n .

F i n a l m e n t e , los t res ú l t imos in fo rman te s nos m a r c a n l a p a u t a de l a i d e n t i d a d

d e s d e l a u n i d a d fami l ia r , in ten tan m a n t e n e r l a an te l a r e a l i d a d q u e los r e b a s a ,

b u s c a n d o e n c o n t r a r r e s p u e s t a en e l á m b i t o de l o s a g r a d o — a u n q u e es te ú l t i m o

s u s p i r o de e s p e r a n z a no sea m á s q u e l a n e c e s i d a d de sob rev iv i r en su p r o p i a

t i e r r a — , m a n i f e s t a n d o a t r avés de la nos t a lg i a e l r e e n c u e n t r o con e l p a s a d o , con

lo q u e ya no ex i s t e m á s q u e en la m e n t e y e l r e c u e r d o de los i n f o r m a n t e s , t r a t a n d o

e i n t e n t a n d o r e c u p e r a r los t i e m p o s m e j o r e s , los del p a s a d o .

RECAPITULACIÓN

L o s d o s e s p a c i o s an t e r io re s nos han m o s t r a d o l a c r eenc i a q u e se t i ene de C a n c ú n ,

u n o s d e s d e fuera y o t ros d e s d e la p rop i a v ivenc ia ; a m b o s g r u p o s p e r t e n e n c e n a

la m i s m a c l a s e , la de los t r aba j adores , c u y a m a r g i n a c i ó n soc ia l y de d i s f ru te de

los p l a c e r e s de C a n c ú n los l l eva a m a n t e n e r s e en gua rd i a , u n o s e s t a n d o a l e j ados

de l a r e a l i d a d a t r a v é s de un i m a g i n a r i o soc i a l , c u y a i l u s ión c o n s t r u y e

e l e m e n t o s p a r a d i s i a c o s fundados c o n s t a n t e m e n t e en e l p e c a d o , y los o t ro s ,

en e l d e s e o de p l ace r en va r i adas m a n i f e s t a c i o n e s .

R e b a s a r los l ími te s se c o n v i e r t e en la m e t a de unos y en el m i e d o a lo

d e s c o n o c i d o de o t ros . L o s q u e ya v iven en C a n c ú n m a n e j a n c o t i d i a n a m e n t e l a

r u p t u r a de sus e s t r u c t u r a s t r ad i c iona l e s , b u s c a n d o e l p o r v e n i r y e n c o n t r a n d o

ú n i c a m e n t e los d e s t r o z o s de su m u n d o " n a t u r a l " , p r o p i c i a d o po r l a c r e a c i ó n de

l a a c t u a l i d a d , de lo n u e v o , de l a t r an s fo rmac ión de l a l l a m a d a m o d e r n i d a d . 2 4

En a m b o s c a s o s las f o r m a s de v ida t r ad i c iona l e s s e v i e ron i n t e r r u m p i d a s po r

s a b e r e s y p rác t i ca s d i s t in t a s , c u y a in t romis ión ag lu t i nó ideas y fo rmas p r o p i a s

d e C a n c ú n , g e n e r á n d o s e a d e m á s c a m b i o s o r i g inados po r l a v io l enc i a .

En es te s en t ido , los i n fo rman te s c r ea ron sus p r o p i a s v i s iones del e n t o r n o y

de l c o n t o r n o ; u n o s d e s d e la n a r r a c i ó n y o t ros d e s d e la v i v e n c i a m i s m a ,

m a n i f e s t a n d o en a m b o s casos e l n a c i m i e n t o de una c reenc ia sob re lo s ign i f i ca t ivo

2 4 En este momento entendemos por modernidad el proceso social que se desarrolla en una sociedad

urbana, donde se encuentran todas las formas de insumo y consumo al alcance de la mayoría de los

sujetos que ahí vivan. Es decir, donde el movimiento y el cambio establecen las pautas de las necesidades

cotidianas


en la c l a s e t r aba j ado ra de C a n c ú n , no m u y le jana a la de o t ro t ipo de t r a b a j a d o r e s

con m a y o r capac idad de ingresos económicos , c o m o es e l caso del señor R e n á n : 2 5

P —Buenos días, don Renán

R —¿Qué tal, cómo está?

P —¿Desde cuándo vive usted aquí, en Cancún?

R —Desde hace tres años.

P —¿De dónde es originario usted?

R —De Chetumal.

P —¿A qué se dedica usted?

R —Vendo seguros de vida y automóvil, principalmente, aunque también vendo de

otros tipos.

P —¿Por qué se decidió venir a Cancún a trabajar?

R —Bueno, para prosperar. Siempre había trabajado en Chetumal, mis clientes son

de allá la mayoría, o de los alrededores, pero ya sabe usted como es esto; uno trata de

prosperar y va a donde está el dinero.

Le voy a contar un poco; en Chetumal tengo mi casa de mampostería de dos pisos

con gran jardín. Se encuentra atrás de los cuarteles del ejército, en la zona alta; es una

buena casa. Al lado está la de mi suegra. Cuando vivíamos en Chetumal mi familia y yo

pues nos iba bien, hasta me pude comprar la casa de aquí —se refiere a Cancún—; el

trabajo no me faltaba y, como sabe, la vida en Chetumal es muy tranquila, no hay

robos, no hay maleantes, se vive tranquilo. Pero un día le dije a mi mujer: "Oye, ¿por

qué no probamos en Cancún? A lo mejor nos va mejor, ¿no crees?", y ella me dijo pues

que esperáramos el fin de cursos en la escuela. Así lo hicimos y nos venimos; y como

ya teníamos casa, pues todo fue más fácil; pero, mientras eso sucedía, me di mis

escapadas y busqué nuevos clientes; encontré algunos y me afiancé, después ya nos

quisimos venir.

Al principio vivíamos como de vacaciones, pero después las cosas ya no fueron

tan bien, porque Cancún es una ciudad muy dura.

P —¿Por qué dice que es una ciudad dura?

R —Porque aquí toda la gente es de fuera; bueno, la gente que importa, la que me

puede comprar los seguros, son de México, de Guadalajara, de Veracruz, de Tabasco,

de Campeche y de Yucatán; además está toda la otra gente, los que vienen sin nada;

unos vienen hasta de más lejos, de Suramérica. A todos ésos los deberían de correr,

porque todos son puros holgazanes. Fíjese, antes Cancún era muy tranquilo, hasta que

25 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Renán [no quizo dar su apellido],

Cancún, Q. R„ 1988.


empezó a llegar esa gente; entonces empezaron a asaltar y a matar, también la droga

y las mujeres fáciles, todo eso pero en grande. También le voy a contar por ejemplo

que mi hijo el más grande, pues lo tengo encerrado en la casa cuidando a sus hermanos

menores, ya hasta están engordando de estar sentados viendo la televisión, porque mi

mujer y yo tenemos que salir a trabajar; los dejamos con llave, es que no se puede; si

andan solos por la calle alguien les vaya hacer algo, los drogadictos, las bandas o, lo

peor, los maricones; uno no sabe, ya hasta estamos pensando en regresarnos a

Chetumal. Allá tengo más clientes que aquí. Creo que pronto me voy a regresar.

D o n R e n á n e s o r i g ina r i o d e C h e t u m a l , j u n t o con s u e s p o s a Es the r . E s p a d r e

de t res h i jos , R e n a n c i t o de t rece a ñ o s , C l a u d i a de once y M a r i o de s ie te .

A m b o s cónyuges trabajan en Cancún . Per tenecen a famil ias acauda ladas de

Che tumal re lac ionadas con las t iendas de impor tac ión y la expor tac ión de c í t r i cos

a E s t a d o s U n i d o s y E u r o p a . V i n i e r o n a C a n c ú n en b u s c a de for tuna , sin p e n s a r

e l t ipo de v i da q u e a q u í hab ía . U n a vez q u e han t en ido l a e x p e r i e n c i a sob re las

f o r m a s de v ida en C a n c ú n y e l p r o b l e m a soc ia l , don R e n á n y su e s p o s a han

d e c i d i d o , en un fu turo p r ó x i m o , q u e r eg re sa rán a C h e t u m a l p a r a fo r ta lecer sus

l a zos f ami l i a r e s , a d e m á s de r eg resa r a su fo rma t r anqu i l a de v ida . C a n c ú n se ha

c o n v e r t i d o , s egún e l lo s , en un lugar m u y p e l i g r o s o pa ra los h i jos , po r lo q u e

d e c i d i e r o n e l r e g r e s o .

El c h o q u e r e c i b i d o en t re u n a y o t ra fo rma le p e r m i t i ó va lo ra r su m o r a l y la

s ign i f i cac ión fami l ia r ; la v io l enc ia y el pe l i g ro o r i l l a ron a d o n R e n á n a de j a r

p o s i b l e s g a n a n c i a s en l a v e n t a de s e g u r o s p a r a a s e g u r a r e l p o r v e n i r de su fami l ia ,

a u n q u e en C h e t u m a l t i ene un m e r c a d o de ven t a s m a y o r a l de C a n c ú n , s i tuac ión

q u e c o n t r i b u y e a dec id i r e l r e g r e s o .

E s t e n u e v o t e s t i m o n i o u b i c a d o en o t ra c lase soc ia l nos p e r m i t e ver i f icar l o

a n t e r i o r m e n t e d i c h o po r los o t ros i n f o r m a n t e s . C a n c ú n e s un luga r p e l i g r o s o

p a r a la fami l ia , p o r q u e los v ic ios y la c o r r u p c i ó n se e n c u e n t r a n a la o r d e n del día.

T rans fo rmando la menta l idad y el med io ambien te , la c iudad crece d e s p r o

p o r c i o n a d a m e n t e hac i a n u e v a s c o n d i c i o n e s d e v ida .

C a n c ú n v ive las v e i n t i c u a t r o h o r a s . S i e m p r e ex i s t e un luga r ab i e r to a l

p ú b l i c o ; s i e m p r e la g e n t e se e n c u e n t r a d e a m b u l a n d o po r la c i u d a d y su z o n a

h o t e l e r a . T o d o s v iven en e l m o v i m i e n t o , en l a r ap idez , de l a a c u m u l a c i ó n ,

e n c o n t r a n d o en e l con f l i c to e l d e s e o de r e b a s a r los l í m i t e s ; r e b a s a r l o s h a s t a

r e v e n t a r .


EL DISCURSO DE LA CRÓNICA

no hay realidad sin interpretación ni cosa sin lenguaje.


Los tes t imonios anter iores p lasmaron una interpretación del objeto — C a n c ú n — ,

c o m o la const ructora del d iscurso , uno en su forma referida y el otro c o m o inferido.

En a m b o s casos el d iscurso se convier te en las condic iones sociales de expres ión

del p rop io d iscurso , cuyas manifes tac iones en un universo reducido se de te rminan

a t ravés de la menta l idad; es decir, la imaginería y la realidad convergen en la

edificación del presente, precisamente desde la interpretación de los hechos que

se suceden en la vida diaria — d e esta sociedad—, e igualmente estas experiencias

connotan la creación de lo visto como lo vivido, debido al desconocimiento físico

de Cancún.

De esta manera construir se convier te en deconstrui r c o m o fenómeno de lo

expe r imen tado ; es decir , la cognic ión de la memor i a aprendida se vuelve a sí m i s m a

un nuevo nacimiento en el cual la narración se proyecta en lo vivido, mientras la

experiencia se absorbe en lo oído-contado, proceso en el que se incurre en la react iva

ción de la m e m o r i a colect iva.

Ahora bien, si la m e m o r i a colect iva es el m o m e n t o social en el cual una sociedad

recuerda los acontec imientos sucedidos c o m o verdaderos , en tonces los e lementos

s i m b ó l i c o s d e d i c h a m e m o r i a c o n s t r u y e n l a s i g n i f i c a c i ó n d e l e v e n t o

— a r q u e t i p o — , c o m o proceso del pasado actual izado en la narración para atest iguar

la anter ior idad de la sociedad, en cuyo caso el s ímbolo pe rmanece intacto para

cor responder a d icho hecho .

En es te sen t ido la a cep t ac ión de un e v e n t o p u e d e c o n v e r t i r s e en un ac to

v e r d a d e r o , m o d i f i c a n d o e l s í m b o l o d e s d e la c r eac ión de u n o n u e v o . Es dec i r , las

c o n d i c i o n e s de acep t ac ión de un d i s c u r s o p u e d e n mod i f i ca r — e n l a n a r r a c i ó n —

la h i s to r i a ; p r o c e s o d i a l éc t i co q u e pe rmi t e e l n a c i m i e n t o de una n u e v a v is ión de

los h e c h o s , y es en es ta r e c o n s t r u c c i ó n de la r ea l idad que la a c e p t a c i ó n o r e c h a z o

p e r m i t i r á l a f lex ib i l idad del d i s c u r s o c o m o m e m o r i a co lec t iva .

El i m a g i n a r i o soc ia l se ca rga de e l e m e n t o s r ea l e s , p u e s sin es ta p r e m i s a la

m e m o r i a se conve r t i r í a en una m e n t i r a q u e t ras e l t r anscu r r i r del t i e m p o caer ía

en el o l v i d o 2 7 y en la a u s e n c i a de c o n o c i m i e n t o , e n t r e c r u z á n d o s e el saber con

2 6 A. Ortiz-Oses. op.cit., p. 293. 2 7 "Toda auténtica memoria es, empero, memoria del olvido: memoria del envés de la realidad,

memoria de la muerte, memoria del otro lado del espejo, memoria del inconsciente y de nuestra

inconciencia colectiva...", A. Ortiz-Oses, op.cit., p. 19.


f a l s edades y v e r d a d e s , r e a c t i v á n d o s e e l p r o p i o saber , r e n a c i e n d o del o l v i d o

h a s t a l l egar a l o t ro l a d o de l e spe jo . C o n s e c u e n t e m e n t e , e l i m a g i n a r i o soc ia l se

c o n v i e r t e en el fac tor a c t i v a d o r del d iscurso, p roduce mov imien tos en la nar rac ión ,

fortalece y camb ia los s ímbolos , para profundizar en el arra igo c o m o saber popular ,

p ropues ta que engrandece a la m i s m a colect ividad desde su propia memor ia ; para

o lv idarse de lo real c o m o suceso y así construir lo a part ir de la neces idad de

exis tencia , o bien de tener una utopía. Recuérdense los casos en el siglo xvi, de El

Dorado y la Fuente de la Eterna Juventud, entre m u c h o s ot ros .

P o d e m o s a h o r a e n t r e v e r q u e lo i n a l c a n z a b l e s e p u e d e c o n v e r t i r en l a

m a n i f e s t a c i ó n del d e s e o c o m o d i scu r so , m a n t e n i e n d o su ex i s t enc i a a t r avés del

m i t o ; p e r o de un m i t o fuera de lo s ag rado , s u m e r g i d o en las p r o f u n d i d a d e s de la

i l u s i ó n 2 8 c o m o c o n s t r u c t o r a de l a r ea l idad . E s t o qu ie re dec i r q u e u n a i lus ión se

a l i m e n t a de e l e m e n t o s r ea l e s y f ic t ic ios e n v u e l t o s en la n e c e s i d a d de sa t i s face r

e l d e s e o , p e r o i n a l c a n z a b l e s en su p r o p i o p r o v e c h o , c o n f u n d i é n d o s e e n t o n c e s e l

s u e ñ o con la r ea l i zac ión de la i lus ión .

La ilusión es el fruto de un extraño matrimonio entre

dos conciencias lúcidas...29

El deseo según el otro siempre es el deseo de ser otro...

R e n e G i r a r d . 3 0

R e c u r r i r a la i lus ión c o m o saber es , en es te sen t ido , c o n v e r t i r s e en el o t ro ,

b u s c a r en lo i m a g i n a r i o lo que no se es , o b ien encon t r a r en el viaje su p r o p i o

d e s t i n o , e n c a u z a n d o l a v i d a co t id i ana en l a c r eac ión del s en t ido . La p o s i b i l i d a d

de ser , a l ve r se c o m o par te de la h i s to r ia — a u n q u e su pa r t i c i pac ión no sea m á s

q u e de o í d o s — , i n s t r u y e d e s d e una m e m o r i a a l saber ser . A l e s t ab l ece r un

28 Julio Casares define la ilusión (en el Diccionario Ideológico de la Lengua Española) como: "La

ilusión es 'cualquier concepto, imagen o representación que aparece en la conciencia, sin causa real que

la nuestra y sólo procede de la imaginación o engaño de los sentidos', o, también, 'esperanza acariciada,

sin fundamento racional'. En esta segunda acepción, la ilusión se yergue como la vindicación del deseo

sobre la realidad. El principio de placer y el olvido del principio de realidad fondearían en el hontanar

de toda ilusión. Como prueba de ello, el mismo Julio Casares extiende su definición de la ilusión a los

sinónimos siguientes: inventiva, fantasía, memoria, inspiración, irrealidad, ficción, mito, fábula,

ensueño, alucinación, quimera, prejuicios, fantasmas y otros", H. E. Ortega Campos, Notas para una

filosofía de la ilusión. Encuentro Ediciones, Madrid, 1982, pp. 21-22.

^ R. Girard. Mentira romántica y verdad novelesca. Editorial Anagrama, Barcelona, 1985, p.l 1.

"' R. Girard, <>/>. cit.. p. 79.


d i á l o g o s o b r e su p r o p i o ob je to , és te se r e c r e a con un a u d i t o r i o c o n v e n c i d o de su

v e r d a d , p r o d u c i e n d o e l e s t u p o r de los o y e n t e s , ¡el m a l es tá ah í ! , y h a y q u e

m a n t e n e r s e a l e j ados , a u n q u e e s t e m a l es e l d e s e o de i r a c o n s t a t a r l o .

B u s c a r en e l e s p a c i o a r q u e o l ó g i c o de las i n t e r p r e t a c i o n e s es e n c o n t r a r e l

de s t i no , t e rmina r la b ú s q u e d a p a r a sat isfacer e l de seo , mate r ia l o m e t a f ó r i c a m e n t e .

E n c o n t r a r e s p u e s ha l l a r lo o t ro p a r a c o n v e r t i r s e en e l o t ro ; lo m i s m o p i e r d e su

s i gn i f i c ac ión , y su r e p r e s e n t a c i ó n se man i f i e s t a a par t i r de lo p r o h i b i d o ,

l o c a l i z a n d o de es ta f o r m a e l s en t i do de r e b a s a r e l l ími te , i r m á s al lá , y ve r se

s u m e r g i d o en la v e r d a d de la i lus ión , o en su ca so , en la m a t e r i a l i z a c i ó n de la

i l u s ión ; l a p r o y e c c i ó n de su p r o p i a i lu s ión .

A l c a n z a r lo p roh ib ido se convier te , al t ras ladarse a Cancún , en par t ic ipar en el

ma l ; es i r rumpir en e l deseo — e s t a r en e l placer, por decir lo de a lgún m o d o — ,

s u c u m b i e n d o a los p r e c e p t o s t r a d i c i o n a l e s y h a b l á n d o s e de l l a d o de los

t r a b a j a d o r e s a s a l a r i a d o s y de la d io sa for tuna: e l d i n e r o ; de c a m p e s i n o o

p e s c a d o r a t r aba jador u r b a n o ; de lo m i s m o a la d i f e renc ia ; m a r c a n d o e l c a m b i o ,

p o s i b i l i t a n d o e l n a c i m i e n t o de u n a n u e v a cu l tu ra , l a q u e nos da l a P a z B l a n c a de

R o b e r t J a u l i n , 3 1 l a c iv i l i zac ión c u y a m e t a e s a l c a n z a r l a m o d e r n i d a d .

EL DISCURSO DEL VACÍO

Si la modernidad se define como la época de la

superación, de la novedad que envejece y es sustituida

inmediatamente por una novedad más nueva, en un

movimiento incesante que desalienta toda creatividad

al mismo tiempo que la exige y la impone como única

forma de vida...

Gianni Vat t imo. 1 2

P o r o t ra p a r t e , t o d o es te g ran a u g e no es p r o d u c t o só lo de l a m o d e r n i d a d y de sus

c a p i t a l e s , d o n d e c r ece r s e c o n v i e r t e en s i n ó n i m o de d e s t r u c c i ó n de l e s t a d o de

c o s a s q u e se e n c u e n t r a n en la n a t u r a l e z a y de las fo rmas t r a d i c i o n a l e s de

coex i s t enc ia h u m a n a y d o n d e , c la ro está, se busca cons t ru i r un e m p o r i o r e d u c i e n d o

t odas las c o s a s pos ib l e s .

31 R. Jaulin, La Paz Blanca, introducción al etnocidio. Editorial Tiempo Contemporáneo, Buenos Aires, 1973.

32 G. Vattimo, El fin de la modernidad; nihilismo y hermenéutica en la cultura posmoderna.

Editorial Gedisa, Barcelona, 1986, p.146.


Entonces , C a n c ú n se autodef ine por lo novedoso ; se confunde el s i lencio con la

v io lencia que se engendra a partir del c rec imiento de la gran c iudad. La urbe bor ra

toda ev idenc ia de t radic iones , ma rca de esta mane ra e l nac imien to de una nueva

forma de vivir , i r rumpiendo en el a l rededor con su c rec imiento desproporc ionado ,

d o n d e el tu r i smo lo es todo . Sin embargo , los servicios a sus habi tantes son la

ausenc ia del todo; los grandes hoteles están ahí, pero los hospi ta les , las escue las , las

un idades habi tac ionales al a lcance de toda la poblac ión faltan; el trabajo sobra , pe ro

no exis ten los servicios sociales . El caos se organiza en la es t ructura de sus g randes

edif icios; los consorc ios crecen en gran auge y los turistas se divier ten en C a n c ú n .

T o d o s ganan en placer y en grandes sumas de dinero .

E s o e s e l p a r a í s o del C a r i b e M e x i c a n o — v é a n s e los a n u n c i o s c o m e r c i a l e s e n

los m e d i o s m a s i v o s d e c o m u n i c a c i ó n p a r a c o n s t a t a r . 3 3

El c o n s u m o c o n v i e r t e a sus v i s i t an tes y hab i t an t e s en la c l ave del d e s a r r o l l o ,

e s t a b l e c i e n d o p a u t a s q u e ind ican la o p u l e n c i a y la ind i fe renc ia , m a r c a s q u e

s ign i f ican d i s c u r s i v a m e n t e l a p e r s p e c t i v a q u e se t iene del m u n d o ; m á s aún s i n o s

u b i c a m o s en e l u n i v e r s o de los i n fo rman te s , en d o n d e l a v i v e n c i a de C a n c ú n se

c o n v i e r t e en e l e n f r e n t a m i e n t o con la c i udad .

L o s i n f o r m a n t e s , d e s d e su pos i c ión de t r aba jadores , p r e s e n t a n a C a n c ú n

c o m o u n a soc i edad c u b i e r t a por e l s i m u l a c r o — s e v e l o q u e n o e s — p e r o t a m b i é n

m u e s t r a n c ó m o sus fo rmas de v ida , l a c o n v i v e n c i a co t i d i ana , se han v i s to

a fec t adas y d e t e r i o r a d a s ; la falta de s egu r idad y los c o n s t a n t e s e m b a t e s de u n a

m i g r a c i ó n f lo t an te p r o v o c a n l a de scon f i anza , i n s t i t uc iona l i z ándose c ie r to t e m o r .

Sin p o d e r e s c a p a r , s in p o d e r t r a s l ada r se , los i n fo rman te s se refugian de las

i n c l e m e n c i a s soc i a l e s , p r o v o c a n d o en su m u n d o in te r ior e l n a c i m i e n t o del es ta r

a le r ta , del de sconf i a r y del un i r a sus fami l ias an te el e m b a t e de la d e s i n t e g r a c i ó n

y la a l ta m o v i l i d a d de la p o b l a c i ó n en C a n c ú n .

3 3 Se podría llevar a cabo una investigación sobre el análsis del discurso de la publicidad que se hace

sobre Cancún y sus alrededores, tomando en cuenta la fundamentación subliminal y seductora de los

comerciales. Esto, claro está, sería a nivel nacional, pero igualmente se podría hacer en los ámbitos

internacionales. En fin, el turismo genera divisas a nuestro país, y Cancún más, pero.... ¿para quiénes?

E L M U S E O C O M O P E R S P E C T I V A A N T R O P O L Ó G I C A

El m u s e o , c o n s i d e r a d o c o m o e l lugar d e s d e d o n d e se c o n o c e e l p a s a d o , e l

p r e s e n t e y lo que p u e d e ser el fu turo , se r e p r e s e n t a a t ravés de la e x p o s i c i ó n de

f iguras e i m á g e n e s , q u e c o r r e s p o n d e n a p r e s e n t a r el p u n t o en el q u e la p r o d u c c i ó n

fac tual y t eó r i ca de la c i enc i a e t n o l ó g i c a se c o n c r e t i z a en un e s p a c i o r e d u c i d o .

E s t a s i tuac ión pos ib i l i t a a l m u s e o i m p o n e r s e c o m o u n a ins t i tuc ión q u e da a

c o n o c e r un saber c u i d a d o s a m e n t e s e l e c c i o n a d o , pa ra c rea r en e l d i s c u r s o v isua l

y f igural la r e p r e s e n t a c i ó n de u n o de los t i e m p o s p o s i b l e s . Es ta p r e r r o g a t i v a nos

i n d u c e en e l c o n o c i m i e n t o m u s e o g r á f i c o , p o r q u e v incu l a a l m u s e o con las

c i e n c i a s soc ia l e s y las h u m a n i d a d e s , es dec i r , con la a n t r o p o l o g í a y la h i s to r ia

p r i n c i p a l m e n t e , y p a r t i c u l a r m e n t e con las d i s c ip l inas q u e se b i furcan de es tas

c i e n c i a s .

El m u s e o , por c o n s i g u i e n t e , t a m b i é n es e l p u n t o d o n d e e l t i e m p o p r e s e n t e y

la i d e o l o g í a c o n v e r g e n en la c r eac ión de l s en t ido , p a r a s i s t e m a t i z a r en un c u a d r o

ú n i c o las v i s i ones que se t ienen de los " o t r o s " (que ya no ex i s t en , p e r o q u e

l og ra ron c i m e n t a r los p r inc ip io s f u n d a m e n t a l e s de lo q u e s o m o s ) .

A s í , e l m u s e o s igni f ica m u c h a s c o s a s , e s p a c i o s , t i e m p o s y l engua je s , que

c o m o d i s c u r s o se c o n v i e r t e en e l c o n d u c t o r ve ros ími l de l a r ea l idad d e s e a d a en

la c o n s t r u c c i ó n m u s e o g r á f i c a , c o n t e x t o po r e l cual e l m u s e o es la m a t e r i a l i d a d

de l e s p a c i o , pa ra a s igna r i n fo rmac ión q u e se t r asmi te en e l p r o c e s o de exp l i cac ión

a l p ú b l i c o , c o m o el p r o c e s o de ap l i cac ión a t o d a la soc i edad .

EL MUSEO Y su REPRESENTACIÓN

R e p r e s e n t a r e l p a s a d o s igni f ica e v i d e n c i a r en e l p r e sen t e los ves t i g io s de o t ras

c u l t u r a s c u y a s fo rmas de v ida han c a m b i a d o o d e s a p a r e c i d o en la a c t u a l i d a d o ,

en e l m e j o r de los c a s o s , es tán p r e sen t e s en nues t r a s o c i e d a d c o m o a l g o a jeno a

n o s o t r o s , p e r o q u e nos p r o v o c a e l d e s e o de c o n o c i m i e n t o de las c i v i l i z a c i o n e s

q u e no es t án a nues t ro a l c a n c e , o p o r q u e e l d e v e n i r h i s t ó r i co ha p r o v o c a d o q u e

sus f o r m a s de v ida se v a y a n t r a n s f o r m a n d o has ta c o n v e r t i r s e en p a r t e de l a

s o c i e d a d de c o n s u m o . 1 En es te sen t ido l a b ú s q u e d a de los o r í g e n e s o de c u a l q u i e r

1 Deseo tiene que ver con la búsqueda del objeto perdido ("de" más "sideo", alcanzar la estrella

perdida por lejana), el objeto perdido está perdido porque está más allá de los límites, el deseo ir más

allá, siempre más allá", J. Ibáñez, Del algoritmo al sujeto, Siglo XXI de España Editores, S. A., Madrid,

1985, p. 284.

EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 219

ot ro p e r i o d o de l p r o c e s o soc ia l , c o r r e s p o n d e a la ap l i cac ión de teor ías y t é c n i c a s

c ien t í f i cas p a r a la l oca l i zac ión , c a t a l o g a c i ó n y s i s t e m a t i z a c i ó n de d a t o s q u e

pos ib i l i t en el t raba jo a n t r o p o l ó g i c o y de la c i enc i a en g e n e r a l .

Lo representa, lo aproxima, lo aspira y adelantán

dolo lo pone delante. Lo reduce a la forma de presencia

manifiesta.

Jacques Derrida. 2

La representación puede hacer visible lo que es ver.

Jean-Francois Lyotard. 3

En e l m u s e o e l e s p e c t a d o r h a c e ac to de p r e s e n c i a a l c o n t e m p l a r l a e x p o s i c i ó n ,

p r o d u c i e n d o en su m e m o r i a la r e c e p c i ó n de lo v is to . E n t o n c e s , f igura e i m a g e n

se p r e s e n t a n c o m o e l q u e r e r dec i r q u e deja i n t e rpues to e l c o n o c i m i e n t o en t re l a

b ú s q u e d a c ien t í f i ca y su d i fus ión , c o n t e x t o q u e p e r m i t e a l a u d i t o r i o a c e p t a r

c o m o i m p l í c i t o lo d i c h o por e l ob je to .

Así , el m u s e o se convier te en la ent idad en la que la cul tura y su proyección son

la real ización de un proceso en el que se acopla lo d icho c o m o verdadero — e l m u s e o

n o m i e n t e — . Es t e p r o c e s o p u e d e c o n s i d e r a r s e c o m o l a r e l ac ión i m a g i n a r i a q u e

ex i s t e en t r e e l t ex to y e l m u s e o , c o m o la cons t i t uc ión de un d i s c u r s o exp l í c i t o de

la cu l tu ra .

Es dec i r , la r e l ac ión t e x t o - m u s e o [ cuad ro 1 ] se c o n v i e r t e en el e m p l a z a m i e n t o

de s a b e r e s q u e pos ib i l i t an l a acep tac ión gradua l del e s p e c t a d o r , p a r a c o n v e r t i r

e l q u e r e r - d e c i r en un q u e r e r - a c e p t a r . 4

2 Derrida, J., La dissemination, Editions du Seuil, Paris, 1975, p. 13. 3 J. F. Lyotard, Discurso, Figura, Editorial Gustavo Gili, S. A,, Barcelona, 1979, p. 63 . 4 La relación texto-museo presupone que el trabajo de investigación culminó en la colocación

sistematizada de los objetivos fundamentales para la creación de cada una de las salas del museo, es

decir, el texto lleva en su carga discursiva todo el trabajo que constituyó la elaboración tanto teórica

como empírica del espacio conocido como museo.


C u a d r o 1

Texto-Museo -»• querer-decir

Museo-Espectador - »• querer-aceptar

U n a vez i n i c i a d o e l d i á l o g o en t r e e l m u s e o y e l e s p e c t a d o r , e l i n t e r c a m b i o

l l eva a l su je to a c r e a r un p r o c e s o de ap rend i za j e q u e m á s t a rde l o g r a r á

r e t r o a l i m e n t a r su s a b e r p e r s o n a l .

Po r o t r a pa r t e , d u r a n t e e l c a m b i o de n ive l e s , e l t ex to c o m o d i s c u r s o se

c o n v i e r t e en e l e l e m e n t o q u e p u e d e cons t i tu i r l a i n t e g r a c i ó n f ís ica de l m u s e o . Es

dec i r , a l d e s a r t i c u l a r e l t ex to e i n t eg ra r lo a l m u s e o la t r ans f e r enc i a i m p l i c a q u e

l a m e m o r i a e sc r i t a se c o n v i e r t a en l a m e m o r i a v i sua l , q u e se c o n c r e t i c e en los

ob j e to s q u e c o n f o r m a n e l m u s e o ; es te p r o c e s o e s e l i n t e r c a m b i o de f o r m a s de

e sc r i t u r a , en el cua l e l s i gno - l e t r a p a s a a s i gno - f i gu ra o i m a g e n . A s í , e l

s i m b o l i s m o e n v u e l v e a la e sc r i tu ra , c o n c r e t i z a v i s u a l m e n t e su m e t a m o r f o s i s ,

ha s t a l l ega r a ve r se c o m o art í f ice de lo e s t é t i co . Es t e p r o d u c t o afec ta d i r e c t a m e n t e

a l e s p e c t a d o r , p u e s en su a c e p t a c i ó n o r e c o n o c i m i e n t o de lo v i s to , e l m u s e o

m a n t i e n e l a i m a g e n de t ene r en su seno ob je tos s ign i f i ca t ivos q u e van m a s a l lá

de los l i b r o s . 5 Es en es te c o n t e x t o q u e e l q u e r e r - a c e p t a r se c o n v i e r t e en pa r t e de

l a v e r d a d d a d a po r e l m u s e o , c o n s t i t u y e n d o en e l m e j o r de los c a s o s e l r e c i n t o

c o m o e l l u g a r d e p r o d u c c i ó n d e s en t i do .

C o m o re fe renc ia , e l m u s e o es pa r t e de lo cu l tu ra l , y su m a n i f e s t a c i ó n se h a c e

p r e s e n t e c o m o la e n t i d a d c o n o c e d o r a del p a s a d o y de l p r e s e n t e ( s e g ú n sea la

e x p o s i c i ó n y el t ipo de m u s e o ) , f ac i l i t ando a pa r t i r de la f o r m a y el l engua je

l a a d q u i s i c i ó n de s a b e r e s .

R e s u l t a d e c o n o c i m i e n t o s c u y a s i s t e m a t i z a c i ó n e s e l p r o d u c t o d e las

c o n d i c i o n e s de r e c e p c i ó n de l d i s c u r s o ; e s e l e l e m e n t o q u e g a r a n t i z a a l e s p e c t a d o r

5 "La 'consistencia de la letra' significa su opacidad inmediata, es al ojo del lector lo mismo que

el color al espectador de un cuadro o de un paisaje, lo detiene, hasta el punto de que esta literalidad, en

lugar de tomarse aquí como transparencia, equivale más bien, en la comparación de Hugo (se refiere a

la obra de Hugo de San-Víctor), a la oscuridad que puede dar a un texto la presencia en él de las figuras

de estilo", J. F. Lyotard, op. cit., p. 184.


e l a l c a n c e de v e r d a d e s que le p r o d u c i r á n un me jo r e n t e n d i m i e n t o de su e n t o r n o .

De la m i s m a m a n e r a , se p u e d e c o n s i d e r a r a l m u s e o c o m o e l e s p a c i o en e l q u e e l

t i e m p o , la c i enc i a y la e s t é t i ca con f luyen en u n a suti l a r g u m e n t a c i ó n , p a r a

c o n v e n c e r a l e s p e c t a d o r de lo o b s e r v a d o .

A s í , r e p r e s e n t a r es l a t r a n s f o r m a c i ó n d i a l éc t i ca q u e afec ta l a e s t ruc tu r a í n t i m a

del t ex to , d á n d o s e los e l e m e n t o s q u e lo l levan a ser u n a f igura ; o b ien la f igura

a h o r a l leva c o m o imp l í c i t o lo sus t i t u ido , lo que fue an t e s : un t e x t o i n t eg rado en

es te p r o c e s o , c u y o d i s c u r s o imp l i ca ob je t ivos t eó r i cos d i f e r en t e s a l de l m u s e o .

A u n q u e ex i s t a u n a gran s imi l i tud en c u a n t o a la p r e s e n t a c i ó n de l t ex to y de l

m u s e o , é s to s d i f ieren p o r q u e m i e n t r a s q u e en l a f o r m a c i ó n f i g u r a - m u s e o l a

r e p r e s e n t a c i ó n se ob je t iv iza d e s d e la p e r s p e c t i v a de la fo rma , en e l t ex to su

i m p l i c a c i ó n e s p r o d u c t o del p r o c e s o en t re l a c o n s t r u c c i ó n de los da to s c o m o

l engua je e sc r i t o y la c o m p r o b a c i ó n c ien t í f ica del d i s c u r s o . O d i c h o en o t ras

p a l a b r a s , p a r a q u e l a fo rma t e n g a s e n t i d o d e b e c o n v e r t i r s e en un s i s t e m a de

c o m u n i c a c i ó n v isua l en el q u e la f igura , la i m a g e n y el l engua je g e n e r e n un

c u e r p o d i s c u r s i v o p a r a conc re t i z a r l a fo rma c o m o ob je to . Po r o t ra pa r t e , en e l

t ex to , l a s i s t e m a t i z a c i ó n de d i s t in tos da to s m a r c a un c u e r p o q u e se ob j e t i v i za

d e s d e l a e s c r i t u r a c o m o l a e v i d e n c i a de t r a s m i s i ó n [véase c u a d r o 2 ] .

C u a d r o 2

Presentar Texto

Re-presentar Museo

Espacio

Presentar-Texto- Re-presentar-Museo

Objeto

Definición histórica del propio objeto

Forma Figura o imagen

Lenguaje/descripción

E n t o n c e s , l a f igura se t r a s l uce c o m o pa r t e de l a fo rma; e s c o n t e x t o de l e s p a c i o

y, c o m o tal , e l lugar q u e a c c e d e a in fo rmar al sujeto sob re el p a s a d o o sob re el

p r e s e n t e , m a r c á n d o l o c o m o s ign i f i can te . Es te c a m b i o d e l uga re s c o r r e s p o n d e a l


p u n t o de v is ta q u e ind ica d e s d e d ó n d e y c ó m o l lega e l a c o n t e c i m i e n t o a l p r o c e s o

de c o n o c i m i e n t o , p o s i b i l i t á n d o l o de es ta m a n e r a a l r e p r e s e n t a r c ó m o es q u e l a

e v i d e n c i a o c u p a la super f ic ie del e s p a c i o y no la p á g i n a ocu l t a de l t ex to .

A h o r a b ien , p o d e m o s c o n s i d e r a r t a m b i é n q u e e l t ex to — c o m o d i s c u r s o —

p r o v o c a un d o b l e e s fue rzo en su in t en to po r d i v u l g a r su c o n o c i m i e n t o . P o r q u e

no es só lo saber de l a e x i s t e n c i a del t e x t o , hay q u e c o n o c e r l o i n i c i a n d o un

p e r i o d o de ap rend iza j e a t r avés de la lec tura , r e fe renc ia q u e nos l leva a la

p r e s e n t a c i ó n del t ex to c o m o ob je to de c o n o c i m i e n t o , d e s d e d o n d e e l p r o c e s o de

i n t e r io r i zac ión c o m p l e t a e l saber del su je to ; m i e n t r a s que , a l r e p r e s e n t a r en e l

m u s e o , l a e v i d e n c i a q u e d a en l a super f ic ie del e s p a c i o , s i e n d o e l lugar a s i g n a d o

por e l m u s e o , e l ob je to q u e pos ib i l i t a la c o n c a t e n a c i ó n en t r e la f igura o i m a g e n

y su d e s c r i p c i ó n - l e n g u a j e . E s t o qu i e r e dec i r q u e la fo rma en su c o n t e x t u a l i z a c i ó n

p r o d u c e s en t i do p a r a pe rmi t i r — e n u n a v i s ión ob je t iva y r á p i d a — c o n t r a p o n e r

e l t ex to a l m u s e o ; p r o c e d i m i e n t o q u e r ed i túa en la d i s m i n u c i ó n s ign i f i ca t iva del

t e x t o , p u e s és te ha d e s a p a r e c i d o a l fo rmarse un n u e v o s i g n o f igura l que e s t a b l e c e

la r e l ac ión ob je to -de f in i c ión h i s tó r i ca del p rop io ob je to , c o m o e l lugar d o n d e se

m a t e r i a l i z a e l r ep re sen ta r .

P o r o t ra pa r t e , e l r e p r e s e n t a r del m u s e o es e l ver lo v i s to , só lo q u e a h o r a se

r ecu r r e a la m e m o r i a , a l c o n o c i m i e n t o que es ta ah í c o n s t i t u y é n d o s e c o m o forma

en la c o n c e p t u a l i z a c i ó n teór ica y es t é t i ca de la f igura , la i m a g e n y la d e s c r i p c i ó n ,

c o m o una pequeña tota l idad que indica e l paso del t i empo h is tór ico y an t ropo lóg ico

po r e l ob j e to ; que a p a r e c e en fo rma a i s l ada , pe ro q u e en r ea l idad es pa r t e de la

i n t eg rac ión del m u s e o c o m o un s i s t ema c o h e r e n t e de r e f e r e n c i a s . 6

E n t o n c e s , lo visto es la r epresen tac ión del m u s e o c o m o la forma de recons t ru i r lo

c o m o s i fuera só lo un e s p a c i o t óp i co q u e t o m a e l lugar del s ign i f i can te .

6 La memoria es el proceso por el cual el hombre puede reconstruir momentos y experiencias

anteriores a través de la abstracción del acontecimiento como pensamiento. Es decir, su experiencia

puede ser recordada en el momento en el que desee hacer uso de ella, o bien, es la referencia o marca

de una primera diferenciación entre lo que se vive y lo vivido, pudiendo recuperar lo vivido para la

búsqueda de lo que se vive. En este sentido la memoria es también la recuperación del pasado para el

beneficio del presente, conceptualización que lleva a establecer los diferentes estados del tiempo y del

discurso.

EL MUSEO COMO PERSPECTIVA ANTROPOLÓGICA 22.»

EL MUSEO EN EL PROCESO DE RECUPERACIÓN DE LA TRADICIÓN

La palabra museo significa esencialmente conser

vación, tradición, seguridad, y que todo lo que está

reunido en ese lugar no esta allí sino para conservarlo,

para permanecer inactivo, inofensivo, en ese mundo del

saber, de la cultura, de la estética, y que es tan extraño

a la interrogación del arte como podrían serlo al poema

los trabajos de archivo que aseguran su duración.

Maurice Blanchot. 7

La tradición cobra mayor importancia en la estructura

social orientada al pasado.

A g n e s H e l l e r . 8

L o s p r o c e s o s soc ia les y la h i s to r i a c a m i n a n po r la s enda de la c i enc ia , t o m a n

r u m b o s q u e no s i e m p r e c o i n c i d e n , p e r o que en su la rgo r e c o r r i d o han v e n i d o

r e c o g i e n d o t o d o ves t ig io de cu l tu ra y de g r u p o s soc ia les . Es en es te d e v e n i r q u e

e l t r a b a j o a n t r o p o l ó g i c o n o h a e s c a t i m a d o e s f u e r z o s p a r a e x p l i c a r l o

q u e s ign i f ica e l t é r m i n o t r ad ic ión , r e c o g i d o de las p r o f u n d i d a d e s de los t i e m p o s .

E l c o n c e p t o , c o m o m o m e n t o q u e e n l a z a lo p a s a d o con e l po rven i r , s e c o n v i e r t e

en el e s t a l l i do pa ra p r o v o c a r la r e cupe rac ión del p a s a d o a t r avés del m i t o , e l r i to ,

la f iesta y las h i s to r i a s c o m o los a c o n t e c i m i e n t o s q u e invaden el ser de la

m e m o r i a co lec t iva , i r r u m p i e n d o en l a v ida co t id i ana c o m o e l des l i z q u e m a r c a

e l r e g r e s o del t i e m p o que ya no ex i s te , pe ro c u y a man i f e s t ac ión se r ec rea en la

i n m o r t a l i z a c i ó n de la t r ad ic ión , c o m o e l t i e m p o p e r e c e d e r o , o sea , c o m o e l que

s i e m p r e e s t u v o pa ra ser r e c o r d a d o .

La r e c u p e r a c i ó n de los sucesos que tuv ie ron a l g u n a vez lugar imp l i ca , po r una

pa r t e , m a n t e n e r l o s le jos de l o lv ido c o m o los e l e m e n t o s q u e s ign i f ican en l a

c o t i d i a n e i d a d de la soc i edad y , por o t ra , que es en es te t r ayec to que e l p a s a d o

r e a p a r e c e c a d a vez : c u a n d o la ce l eb rac ión se hace p r e s e n t e , en un t i e m p o en e l

q u e só lo la m e m o r i a co l ec t i va le p u e d e s igni f icar e l sen t ido . Es ta c a r a c t e r i z a c i ó n

lo c o n v i e r t e en un e l e m e n t o m ó v i l , pues cada vez q u e se r e p r e s e n t a su apa r i c ión

es diferente a la anterior. El s ignif icado sigue s iendo el m i s m o : rescatar el

acontec imien to c o m o el m o m e n t o en el cual la historia se ha conver t ido en

el r ecuerdo de lo vivido que se vive.

7 M. Blanchot. La risa de los dioses. Taurus Ediciones S A., Madrid. 1976, p. 47.

" A Heller. lliMoim v vida cotidiana. Ed. Grijalbo, Barcelona, 1972, p. 125.


En es te sent ido la recuperac ión de la t radición conno ta la v ida co t id iana de la

soc iedad , envo lv iendo e l hecho en un rompimien to con la mono ton ía , para q u e de

n u e v o la ruptura r egeneradora inicie e l pr incipio del t i empo . Es decir , e l t i empo

pr imord ia l se convier te en el s igno que marca a la sociedad pa ra pr incipiar con un

nuevo c ic lo de vida, o por lo m e n o s para i r rumpir en el s i lencio de la vida social

[ v. gr., el ca rnava l ] , p r o v o c a n d o el escánda lo c o m o resul tado del reencuent ro con

lo q u e ya no exis te .

Ahora bien, este acercamiento producto de la recuperación de un pasado imag i

nar io — p u e s en la mayor í a de los casos no existen ev idencias escr i tas q u e acredi ten

la verac idad del s u c e s o — repercute en el es tab lec imiento del rescate del o lv ido del

s ignif icante para aclarar e l suceso mient ras éste se va suced iendo: improv isac iones ,

a rgumen tos his tór icos e imaginar ios se p rovocan para ocas ionar el es ta l l ido.

Estruendo que repercute en la cohesión de todos los elementos en una sola manifes tac ión

que envue lve al espec tador y al actor en un ún ico espec táculo : la presentac ión viva

del evento- r i to , fiesta, carnaval , ce lebración familiar, o cua lquier otra.

La i r rupción del espec táculo en la vida cot idiana p rovoca que és ta t e rmine con e l

tedio duran te un breve lapso, sacudiendo a la sociedad en un acto so l emne en el que

los pape les sociales se revier ten para dejar escapar las pres iones que sobre la vida

social e his tór ica ejerce el poder . Es te cues t ionamien to man t i ene el v íncu lo para

regenerar la vida pasada en e l presente , c o m o el re t roa l imentador que , por una parte,

desarrol la el principio de esperanza social y, por otra, se convierte en el equiparamiento

del poder , reconci l iando a la tradición —o a cualquier otro t ipo de even to social que

signif ique a las m a y o r í a s — con su p royec to pol í t ico.

Sin profundizar m á s en e l a rgumento del apar tado anter ior , 9 se puede cons iderar

a la t radic ión c o m o el e l emen to que intenta "unif icar" el pasado con el p resen te para

asegurar el futuro; p royecc ión visionaria que p rovoca un efecto mi to lóg ico sobre los

sucesos del pasado , m á s aún s i cons ide ramos que la forma de t rasmis ión de estos

saberes se l levó a cabo —y se s igue ac tuando de la m i s m a f o r m a — median te la

oral idad, es decir , la t radición se manif ies ta de viva voz .

Po r o t ra pa r t e , l a c a p t u r a del p a s a d o c o m o fo rma c a m b i a n t e q u e a s e g u r a l a

m a n i f e s t a c i ó n s a g r a d a de l a t r ad ic ión se t r a n s f o r m a c u a n d o la t r a d i c i ó n se

c o n v i e r t e en ob je to de c e r e m o n i a , o sea, ha l l e g a d o e l m o m e n t o en e l q u e la

9 El problema existente acerca de las formas en el que el poder se ha apropiado de las tradiciones

e historias de los pueblos y sociedades se convierte, en esencia, en el proceso de expansión del discurso

institucional, apoderándose en su camino de las verdades que significan a las sociedades civiles y a los

grupos étnicos, situación que provoca la pérdida de identidad de dichos grupos, porque sus creencias

han sido modificadas o abolidas por nuevas, cuya sustitución ha venido promoviendo un acelerado

etnocidio en nuestras sociedades.


t r ad ic ión e m p i e z a a ve r se a s í m i s m a c o m o el e l e m e n t o q u e sos t i ene la i n t eg rac ión

de la s o c i e d a d ; es en e s t e p r o c e s o q u e se i n t en t a fijar c o m o s i g n o a la t r ad i c ión ,

c o m o la a c t u a c i ó n de l d e b e r ser . Es t e h a c e r s e ver a s í m i s m o c o n v i e r t e a la

t r a d i c i ó n en ob je to de su p r o p i a c e r e m o n i a , en e l d e v e n i r de su e x p e r i e n c i a q u e

intenta p l a smar su a rgumen to en una sola vers ión; este p roceso de in t e l ec tua l i za -

c ión se v ie r te sob re l a s o c i e d a d pa ra m a r c a r c r o n o l ó g i c a m e n t e e l t o d o , b u s c a n d o

el p r i n c i p i o y el fin del a c o n t e c i m i e n t o , en p o c a s p a l a b r a s , i n s t i t u y é n d o l o en la

h i s t o r i a . 1 0

A n t e el p r i n c i p i o de p o d e r r ep re sen ta r e l in ic io y el fin de la e scen i f i cac ión ,

la t r ad i c ión y la h i s to r i a se e n t r e c r u z a n p a r a p r o d u c i r c o m o una de las p o s i b l e s

s a l i das l a p a r a l i z a c i ó n de l a t r ad ic ión , e s t a n c a m i e n t o del q u e p o d r á sa l i r só lo c o n

l a a y u d a de l a h i s to r ia , p u e s l a m e m o r i a co l ec t i va ha t o m a d o un n u e v o r u m b o :

an tes e r a de las m a y o r í a s , a h o r a p e r t e n e c e a los que hab lan y e s c r i b e n a c e r c a de

e s a m e m o r i a . Es t e t r ayec to c u l m i n a con e l e s t a b l e c i m i e n t o de h i s to r i a s q u e ya

no p u e d e n ser c o n t a d a s , p u e s son p r o d u c t o de la s u p e r s t i c i ó n 1 1 y só lo u n o s

c u a n t o s s aben de es tos c u e n t o s y l e y e n d a s ; a h o r a la ve rdad es tá en la h i s to r ia , en

l a e x i s t e n c i a de c o n o c i m i e n t o s e sc r i tos que nos d i cen lo q u e fue e l p a s a d o , de

1 0 "La historia es siempre ambivalente: el lugar que labra en el pasado es al mismo tiempo una manera

de abrir el paso a un porvenir. Al vacilar entre el exotismo y la crítica bajo el pretexto de una

escenificación del otro, la historia oscila entre el conservatismo y el utopismo debido a su función de

significar una carencia. En sus formas extremas, ella llega a ser, en el primer caso, legendaria y

polémica; en el segundo, reaccionaria o revolucionaria. Pero estos excesos no nos harán olvidar lo que

está inscrito en su práctica más rigurosa, la de simbolizar el límite y por esto mismo volver posible una

superación." M. de Certeau, L'ecriture de l'histoire, Ed. Gallimard, Paris, 1975, p. 100-101.

" L o s efectos culturales producidos por la falta de capacidad de una sociedad para mantener su

hegemonía, por procesos de desintegración provocados por el embate de otras formas de vida, ya sea

por la vía armada o por la pacífica —etnocidio, genocidio—, permite la disolución gradual de los

sistemas de valores como significación de la vida social, política, cultural y religiosa de dicha sociedad.

Es entonces que se inicia un periodo de resistencia para intentar recobrar la libertad en cuanto a sus

creencias; la oposición intenta llevar a cabo un movimiento para posibilitar al antiguo orden retomar

de nuevo el poder. En este contexto de lucha ideológica, la nueva cultura desvirtúa a la otra como

supersticiosa, pues sus creencias son falsas, argumentación que marca el otro, el vencido en una clara

desventaja institucional para promover su inconformidad, circunstancia que lo induce a conservar su

deseo a partir de una motivación prohibida que provoca el sectarismo, o bien, la resistencia inicia una

etapa de silencio en el que la voz de la creencia se aparece sólo desde la clandestinidad, y los emisores

de dicha fe o corriente cultural, política, etcétera, son cada vez menos (o más según sea el caso), pero

a quienes el nuevo poder señala ante la sociedad como los sujetos que se encuentran fuera del orden y

pueden ser asediados: desde ser acusados como los que propagan un acto falso, hasta ser reprimidos

violentamente. Este acto falso igualmente es considerado como la superstición, la charlatanería o como

un engaño.


n a r r a r l o s i e m p r e de l a m i s m a fo rma; p u e s l a e sc r i tu ra no m i e n t e , sus s i gnos

e s t án a h í s i e m p r e q u e q u e r a m o s in t e rp re t a r los , s u g i r i é n d o n o s s i e m p r e l a m i s m a

l ec tu ra .

La es fe ra soc ia l pos ib i l i t a a la h i s to r i a c o n v e r t i r s e en e l a l i c i en te q u e

c o n s t r u y e las d i s t i n t a s ve r s iones del p a s a d o , m i e n t r a s la t r ad i c ión p a s a a o c u p a r

un luga r en la e s p a l d a de la h i s tor ia , pues lo que la h i s to r i a no p u e d e a s e g u r a r

c o m o ve rdade ro lo ca ta loga c o m o t radic ional ; lo que desdeña c o m o la cons t rucc ión

de lo m i s m o en la b ú s q u e d a del o t ro p a s a a c o n v e r t i r s e en e l e s t u d i o de la

a n t r o p o l o g í a , a s e g u r á n d o s e as í l a pa rc i a l i zac ión de los s a b e r e s en t re l a h i s to r i a

y la a n t r o p o l o g í a . En es te p a r a d i g m a la a n t r o p o l o g í a e s t u d i a a los o t ro s , los

d i f e r en t e s y la h i s to r ia , a los m i s m o s , los q u e son igua les .

La historia es homogénea en los documentos de la

actividad occidental, los acredita con una "conciencia "

que ella puede reconocer, se desarrolla en la continuidad

de las marcas dejadas por los procesos escriturísticos:

se contenta con ordenarlos cuando compone un solo

texto con millones de fragmentos escritos donde ya se

expresa el trabajo que construye (hace) al tiempo y se da

conciencia a sí mismo por un entorno a su propio ser.

Michel de Certeau. 1 2

E s t a m o v i l i z a c i ó n es e l r e s u l t a d o de l a d i f e renc ia q u e e s t a b l e c e n los p r o p i o s

o b j e t i v o s de c a d a f o r m a de cu l tu ra ; as í , l a t r ad ic ión t r a s m i t e s a b e r e s p a r a e l

c o n o c i m i e n t o e i d e n t i d a d de su soc i edad — l o m i s m o — , c u y a s ign i f i cac ión

c o r r e s p o n d e d e s d e la p e r s p e c t i v a de la h i s to r i a a c o m p r e n d e r l o c o m o la un ión de

lo d i f e r en te — l o o t r o — , y c u y o p r o p ó s i t o es e l de c o n v e r t i r l a en la ve r t i en te

de las o t ras h i s to r i a s . Es t a ro t ac ión de p o s i c i o n e s fo r t a l ece e l c r i t e r io de

t r ad i c ión p u e s a h o r a n o s e n c o n t r a m o s con fo rmas d i s t in tas de c o n t a r l a h i s to r ia ,

a c e r c á n d o n o s e n t o n c e s a e n t e n d e r la t r ad ic ión c o m o e l d i s c u r s o de l o t ro ,

d i s c u r s o q u e p r i n c i p i a c o n l a c o n s t r u c c i ó n socia l de su p a s a d o c o m o c o n t e n i d o

c a m b i a n t e . 1 3

1 2 M. de Certeau, op. cit., p. 216. 1 3 El efecto que produce sobre la tradición la historia sólo es comparable con el papel que jugó la

imprenta en la creación y difusión de libros que posibilitaron al conocimiento expanderse hasta los

espacios más lejanos o cerrados. Esta expansión del libro liberó al hombre de su entorno —la

naturaleza—, pues el saber que le enseñó el libro le posibilitó transferir sus valores acerca de sus cultos


M i e n t r a s e l d i s c u r s o del o t ro se re fuerza c o m o e l e l e m e n t o que c o h e s i o n a

s o c i a l m e n t e a un g r u p o , la h i s to r ia en su b ú s q u e d a de fuentes se ap rop i a de d i c h o

d i s c u r s o p a r a c o n v e r t i r l o en re fe renc ia , e s dec i r , en un d i s c u r s o r e fe r ido 1 4 de l

o t ro , p a r a s í m i s m o ; p u e s a l conve r t i r l o en pa r te de su a r g u m e n t o la t r a d i c i ó n

p i e r d e su c o n t e x t o c o n la m e m o r i a co lec t iva , p e r o a c a m b i o se v u e l v e ser de l

corpus de la h i s to r ia . Es t e n u e v o i n t e r c a m b i o r eac t iva e l c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i co

en su ca r r e r a po r in t en ta r encon t r a r l a ve rdad . Es en es te a c e r c a m i e n t o q u e la

t r ad i c ión c a m b i a su luga r , de l a v iva voz en l a q u e era n a r r a d a , a l p a p e l , c o m o

una n u e v a m o d a l i d a d q u e se insc r ibe en l a r e fe renc ia esc r i t a .

P a r a m a n t e n e r es te r u m b o la h i s to r ia se c o n v i e r t e en e l e l e m e n t o r e a f i r m a d o r

de la s o c i e d a d , ba jo c u y a m i r a d a e l p a s a d o se un i f ica en u n a so la ve r s ión , en un

ú n i c o p r o c e s o en e l cua l los h e c h o s y a c o n t e c i m i e n t o s ed i f ican las h i s to r i a s , los

m i t o s , las t r a d i c i o n e s y los m o m e n t o s q u e p e r m i t e n la c o n s t r u c c i ó n del d i s c u r s o .

En es te s e n t i d o , l a idea de h i s to r i a va a c o m p a ñ a d a de l a del t i e m p o , de un t i e m p o

q u e c u e n t a c r o n o l ó g i c a m e n t e fechas y e v e n t o s , a d e m á s de m a r c a r l e s pau t a s de l

p r inc ip io y del fin del p r o c e s o . C o n s e c u e n t e m e n t e , m u c h o s de los a c o n t e c i m i e n t o s

van q u e d a n d o fuera , a l no p o d e r c o n t e x t u a r l o s en las p r o p i a s m e d i d a s de

r e g i s t r o ; e s e n t o n c e s q u e los h e c h o s soc i a l e s , a l no p o d e r ser c a t a l o g a d o s po r l a

h i s to r ia , p a s a n a c o n v e r t i r s e en t raba jos de o t ras d i s c i p l i n a s , c u y o s ob je to s de

e s t u d i o les p e r m i t e n i n t roduc i r s e en n u e v a s p e r s p e c t i v a s de c o n o c i m i e n t o . É s t e

es e l c a s o de la a n t r o p o l o g í a , q u e r e c o g e en la m a y o r í a de los c a s o s e l aná l i s i s

de los m i t o s y las t r a d i c i o n e s , u t i l i z ando teor ías y m e t o d o l o g í a s q u e le p e r m i t e n

hacia una creciente racionalización de su medio ambiente; lo mágico se desmoronó, todo o casi todo

tenía una explicación racional y estaba explicada en algún libro. Los documentos que aumentaron su

circulación en cuanto las necesidades sociales solicitaban que el cúmulo de saberes se difundieran cada

vez más. En este aumentar de la información, el libro se convierte en una de las formas de acercarse a

la realidad —tal vez la más importante —; como texto se aprende de lo que otros han hablado o mejor

dicho escrito, plasmando signos por todas partes; la historia y la sociedad se fortalecen hasta llegar el

momento en el que sólo a partir del conocimiento de los signos el hombre puede moverse por la sociedad.

Finalmente la tradición ha quedado supeditada en muchos casos a que su preservación,vigencia

y difusión se encuentren en las páginas de los libros, pues, como señalamos, la memoria oral

—con la escritura— perdió parte de su capacidad de retención, y la movilidad coyuntural de la narración

aceptó la sumisión de una sola forma de narración, desde la lectura del texto. 1 4 "El discurso referido es visto por el hablante como un enunciado que pertenece a algún otro, como

el enunciado que en su origen fue totalmente independiente, completo en su construcción, y externo al

contexto del autor dado. Desde esta existencia independientemente el discurso referido es trasladado

al contexto del autor conservando su propio contenido referencial y por lo menos los rudimentos de su

propia integridad lingüística, su original independencia de construcción". Valentín N. Voloshinov,

Marxism and the Philosophy of language, Seminar Press, New York, 1973, p. 144.


e s t a b l e c e r e l g r a d o d e v e r o s i m i l i t u d 1 5 q u e c o n l l e v a n c a d a u n o d e los r e l a to s ,

has ta cons t ru i r un c u e r p o de es tud io lo su f ic ien temente impor t an t e pa ra n o m b r a r l o

c o m o p a r t e de l d i s c u r s o a n t r o p o l ó g i c o , e spec i f i c idad q u e l og ra m e d i a n t e l a

s i s t e m a t i z a c i ó n de su p r o p i o ob je to de e s t u d i o .

La a n t r o p o l o g í a se v ie r t e sobre ob je tos de e s t u d i o a j enos a la c o m p r o b a c i ó n

y un i f i c ac ión de a l g u n a fuente esc r i t a an te r io r , u t i l i z a n d o m e c a n i s m o s q u e le

p e r m i t a n a la o r a l i d a d cons t i t u i r s e c o m o el d i s c u r s o p e r m a n e n t e de l g r u p o , o de l

su je to soc ia l e s t u d i a d o ; en e s t a c o n s t r u c c i ó n e l h a b l a n t e a r g u m e n t a su p r o p i o

l e g a d o cu l tu ra l , so s t i ene su c o n o c i m i e n t o a par t i r de la m e m o r i a co l ec t i va , na r r a

h e c h o s y m o m e n t o s q u e han s ign i f i cado a la soc i edad , pos ib i l i t a en su t e s t i m o n i o

la ed i f i cac ión de un p a s a d o a la vez i m a g i n a r i o a la vez rea l , y m u e s t r a en su

d i á l o g o la i m p o r t a n c i a d a d a en t re la c r e e n c i a y la s o c i e d a d , s i g n i f i c a n d o c a d a

u n o de los m o m e n t o s de l a c o t i d i a n e i d a d c o m o l a e s e n c i a de l a v ida , e s d e c i r q u e

lo t r a d i c i o n a l y lo c o t i d i a n o i r r u m p e n p a r a c rea r u n a f o r m a de v i d a d ign i f i can t e

de l a s o c i e d a d , c o m o e l p r i n c i p i o fundador de lo q u e ex i s t ió .

A h o r a b i en , l a s e p a r a c i ó n ex i s t en t e en t r e a n t r o p o l o g í a e h i s to r i a i m p l i c a la

n e c e s i d a d d e e s c l a r e c e r i g u a l m e n t e l a r e l a c i ó n q u e t i e n e n c o n l a t r a d i c i ó n ;

la an t ropo log ía uti l iza el concep to tradición en la acepción d a d a por la cos tumbre

c o m o e l e l e m e n t o s ign i f i ca t ivo de l p a s a d o , en su s e rv i c io h a c i a e l p r e s e n t e ,

a c t i t ud q u e l l a m a a l a m e m o r i a c o l e c t i v a p a r a p r e s e r v a r e l p r e s e n t e c o m o e l

c o n o c i m i e n t o d e t o d o s , e n t e n d i m i e n t o de l p a s a d o q u e i n d i c a s u g r a d u a l

d e s a p a r i c i ó n p u e s e s r e c o r d a d o n o r m a l m e n t e en fo rma m e t a f ó r i c a ; m i e n t r a s e l

c o n c e p t o e s u t i l i z ado en h i s to r i a c o m o l a pos ib i l i dad de de ja r p l a s m a d o un so lo

1 5 "La verdad es local y transitoria. Pero el sistema necesita verdades absolutas sobre las que

asentarse: así la verdad no existe, hay que inventarla (simulada). La verdad es simulada por la

verosimilitud. Hay cuatro dispositivos de verosimilitud: referencial, poética, lógica y tópica. La vero

similitud referencial parásita la función referencial del lenguaje y produce el componente metafórico-

semántico de la ideología (clasifica y ordena las personas, cosas y acontecimientos del mundo): es el

orden paradigmático -produce objeto-. Las verosimilitudes poética y lógica son del orden sintagmático:

combinan las unidades paradigmáticas en cadenas sintácticas y sujetan a los sujetos a esas cadenas. La

verosimilitud poética parásita la función poética del lenguaje y produce el componente metonímico-

sintáctico discursivo de la ideología desde el plano del significante; sujeta afectivamente a los sujetos.

La verosimilitud lógica parásita la función conativa del lenguaje y produce el componente metonímico-

sintáctico discursivo de la ideología desde el plano del significado; sujeta efectivamente a los sujetos

- los encadena en el orden lógico del razonamiento, en el orden físico de la probabilidad y en el orden

moral de la promesa- produciendo discursos que justifican el orden y ajustan los comportamientos, los

haceres y los decires, al orden. La verosimilitud tópica parásita todo el lenguaje y produce el componente

metonímico-sintáctico institucional (el consenso no mediado por un discurso ideológico explícito),

•identifica a los sujetos con la cadena o con el orden"; J. Ibáñez, op. cit., pp. 188-189.


p a s a d o , en e l cua l las f echas , los h e c h o s y l u g a r e s se v ie r ten p a r a e sc l a r ece r lo

q u e fue; c o m o u n a c o n s e c u e n c i a del p r e s e n t e o b ien la c o n s t r u c c i ó n de l p a s a d o

se v u e l v e t r ad i c ión en v i r tud del l e g a d o d e j a d o a l p r e s e n t e .

E n t o n c e s l a t r ad i c ión se v ier te c o m o d i s c u r s o , c u b r i e n d o los d i f e r en t e s

a s p e c t o s de la v ida soc ia l , m a r c a n d o por u n a pa r te a l a m e m o r i a c o l e c t i v a p a r a

r e c u p e r a r l a en su p e r s p e c t i v a s a g r a d a de l c o n o c i m i e n t o del p a s a d o y p o r la o t r a

en su c o n c e p t u a l i z a c i ó n p ro fana del t i e m p o h i s tó r i co , en q u e e l p a s a d o es u n a

r e f e r en c i a de lo s u c e d i d o , s o s t e n i e n d o en a m b o s c a s o s e l p r e s e n t e con e l

p o r v e n i r d e s e a d o , c o m o e l c o n d u c t o ex i s t en t e en la soc i edad p a r a a c é r c a n o s a la

r e a l i d a d ; en o t ras p a l a b r a s , l a c o n s t r u c c i ó n de l p a s a d o y del p r e s e n t e c o m o

e v i d e n c i a de lo q u e fu imos y s o m o s . Es t a m a n i f e s t a c i ó n de la t r ad i c ión se

e x p r e s a , en p r i m e r luga r , en las c o n m e m o r a c i o n e s p o p u l a r e s e i n s t i t u c i o n a l e s ,

p e r o i g u a l m e n t e su e x p r e s i ó n ú l t ima se da en e l t ex to , c o m o e l e l e m e n t o

c o n c e p t u a l i z a d o r y d i fusor de la cu l tu ra . U n a c e l e b r a c i ó n t r ad i c iona l , c u a l q u i e r a

q u e sea su r e l e v a n c i a , se m a n t i e n e en la v iva voz de u n a en t i dad , n a c i e n d o y

m u r i e n d o de a c u e r d o con los p r e c e p t o s de l a m i s m a ; e s dec i r , r e c o r d a n d o

y o l v i d a n d o según la c o n s e c u c i ó n c r o n o l ó g i c a del t i e m p o , en d o n d e la v i v e n c i a

soc ia l t r a n f o r m a la v ida c o t i d i a n a pa ra q u e e l s o b r e s a l t o , e l e s t a d o de c o s a s

l o c a l i z a d a s s o c i a l m e n t e c a m b i e n en un i n t e r c a m b i o s i m b ó l i c o y pos ib i l i t en e l

e s c a p e de las p r e s i o n e s soc i a l e s ; r e c u e r d o s y v i v e n c i a s q u e inv i t an en m o m e n t o s

d a d o s a r e c u p e r a r e l p a s a d o , p a r a p r e s e r v a r e l equ i l i b r i o del p r e s e n t e d u r a n t e e l

a c e r c a m i e n t o de l a t r ad ic ión a l p r e s e n t e , e n c e n d i e n d o la luz de l a m e m o r i a

c o l e c t i v a q u e en su s abe r l l eva l a t r a n s m u t a c i ó n del t i e m p o , c o m o e l e l e m e n t o

c a t a l i z a d o r q u e i m p o n e l a d e s a p a r i c i ó n del p a s a d o en l a b ú s q u e d a de un p r e s e n t e

e t e r n o .

P e r o en e l m o m e n t o en q u e d i c h a t r ad ic ión se l l eva a l t e x t o p o d r á r e p r o d u c i r s e

cas i i n f i n i t amen te en e l p e n s a m i e n t o de los l ec to re s , r o m p i e n d o l a ba r r e r a de l

e s p a c i o y de la s ign i f i cac ión p a r a l l evar su s abe r ha s t a los l í m i t e s de la s o c i e d a d ,

r o m p i e n d o t a m b i é n c o n l a m e m o r i a c o l e c t i v a p a r a dar n a c i m i e n t o a u n a n u e v a

m e m o r i a , l a de l t ex to ; r e l ac ión q u e c o n l l e v a r á a un c o n o c i m i e n t o de l h e c h o

c o m o m ó v i l de l s abe r d e l a s o c i e d a d , a d q u i r i e n d o és ta u n a v i s ión m á s a m p l i a d e

l a t r a d i c i ó n c o m o c u l t u r a .

La t r ad i c ión es r e t o m a d a po r la a n t r o p o l o g í a y la h i s to r i a p a r a c o n v e r t i r l a en

t e x t o , c a p t u r a n d o los e n u n c i a d o s y las c o n n o t a c i o n e s t r a d i c i o n a l e s p a r a l l eva r l a s

a e s p a c i o s m á s a m p l i o s de la s o c i e d a d , d o n d e la t r a n s c r i p c i ó n , i n t e r p r e t a c i ó n y

e x p l i c a c i ó n de los e v e n t o s soc ia l e s se c o n v i e r t e n en l a c o n s t r u c c i ó n de l a

s o c i e d a d .

A s í , l a t r ad ic ión p a s a de ser una m a n i f e s t a c i ó n socia l q u e s ign i f ica l a m e m o r i a

c o l e c t i v a de un g r u p o d a d o , a la exp lo t ac ión m a s i v a p a r a e scen i f i ca r en e l t ex to


l a c o n t e x t u a l i z a c i ó n de l a t r ad i c ión en un a m b i e n t e m u c h o m á s a m p l i o ,

c u m p l i e n d o as í con su t a rea de e x t e n d e r l a m e m o r i a c o l e c t i v a ha s t a los l ím i t e s .

É s t o s pos ib i l i t an en la e x t e n s i ó n del d i s c u r s o la p r e s e r v a c i ó n de la t r ad ic ión , po r

una p a r t e ; pe ro , p o r o t ra , l l evan a sec to res m a y o r e s e l c o n o c i m i e n t o de un s abe r

d e s c o n o c i d o ; a par t i r de la l ec tu ra se pos ib i l i t a e l e n s a n c h a m i e n t o de la m e m o r i a ,

a u n q u e e s t a n u e v a f o r m a h a y a c a m b i a d o l a e x p e r i e n c i a po r l a l ec tu ra , l a

s ign i f i cac ión po r e l d i s c u r s o de la s ign i f i cac ión .

La t rad ic ión se conv ie r t e en tonces en e l fabr icante de cond ic iones de pos ib i l idad

de l d i s c u r s o , a l i m e n t a n d o a la c i enc ia con la ap rop i ac ión de la m e m o r i a c o l e c t i v a

de las d i f e ren tes s o c i e d a d e s , acc ión r e t r o a l i m e n t a d o r a que m a r c a en e l d i s c u r s o

e l e s p e j o soc ia l de lo q u e s o m o s . La d i fus ión de es to ú l t i m o se e n t r e l a z a en la

b ú s q u e d a de p a s a d o s le janos e i n m e d i a t o s y del p r e s e n t e , p a r a e n c o n t r a r en

la ve r i f i cac ión de la t r ad ic ión y de la c i enc i a los ob je tos p e r d i d o s p e r t e n e c i e n t e s

a o t ros t i e m p o s en d o n d e e n c o n t r a m o s t o d a c lase de c o s a s : f iguras , i m á g e n e s y

l engua j e s , c o n s t r u c c i o n e s , fós i les , o t ras m u c h a s p i ezas , ob j e to s m a t e r i a l e s y no

m a t e r i a l e s q u e p r o p o r c i o n a n da tos para la c o n s t r u c c i ó n a n t r o p o l ó g i c a e h i s tó r i ca

de las e s p a c i o s q u e f luyen de las t r ad i c iones .

En e fec to , l a t r ad ic ión es e l c ó m p l i c e q u e m a n t i e n e v ivo e l r e c u e r d o , m e z c l a

su s a b e r con la p rác t i ca d ia r i a del h o m b r e c o m ú n , m a r c a en su v ida c o t i d i a n a e l

i n t en to de r e g r e s a r a un p a s a d o o de t r anspo r t a r l o al p r e s e n t e ; r e ú n e h e c h o s y

e m o c i o n e s pa ra a l e t a rga r los s u c e s o s a c a e c i d o s en un in ten to ú l t i m o por

s u s p e n d e r e l t i e m p o . Es és te un m o v i m i e n t o a t e m p o r a l q u e p r o d u c e e l r e sca t e de

lo q u e fue, v i v i é n d o l o p r i m e r o en la m e m o r i a co lec t iva , d e s p u é s en la l ec tu ra

de h i s to r i a s y , en t r e e s tos dos m o m e n t o s , g e n e r a n d o e l n a c i m i e n t o del m u s e o

c o m o e l lugar d o n d e se e n c u e n t r a n los obje tos q u e los o t ro s u t i l i za ron , los q u e

ya no es t án con n o s o t r o s . Es en es te m o m e n t o que e l m u s e o t o m a v igenc i a ,

r e c o n s t r u y e n d o a n t i g u a s c iv i l i zac iones y l l e v a n d o sus p i eza s a e s p a c i o s d o n d e

se dan a c o n o c e r ; ob je tos , f iguras e i m á g e n e s e m p i e z a n a nar rar , a t r avés de

d e s c r i p c i o n e s , sus p rop i a s h i s to r i a s , pos ib i l i t ando la r e l ac ión del t e x t o - m u s e o en

l a c o n s t r u c c i ó n d i a l éc t i ca del p r o c e s o in s t au rado r del m u s e o .

El i n t e r c a m b i o ex i s t en t e en t re la m e m o r i a co lec t iva , la h i s to r i a y e l m u s e o

só lo se vue lve r e p r e s e n t a c i ó n de lo m i s m o , p o n i e n d o en e s c e n a a la t r ad ic ión

c o m o la c i r c u n s t a n c i a en la q u e c o n v i v e n la a n t r o p o l o g í a y la h i s to r i a p a r a

s o s t e n e r los p i la res de la cu l tu ra . As í , l a t r ad ic ión q u e d a de f in ida por su p r o p i o

n o m b r e ; su e sc r i tu ra pos ib i l i t a su d i fus ión y su ob je to se c o n v i e r t e en la f igura

o i m a g e n q u e o c u p a un lugar en e l m u s e o c o m o la t r ad ic ión q u e nos l ega ron los

a n t e p a s a d o s .

L u e g o e n t o n c e s , e l m u s e o se conv ie r t e en e l lugar en e l q u e la t r ad ic ión se

man i f i e s t a , e n c u e n t r a en e l r ec in to e l p u n t o de su m a t e r i a l i z a c i ó n p u e s los


o b j e t o s y sus d e s c r i p c i o n e s c o n n o t a n la s ign i f icac ión de l lugar , a c t i v a n d o la

e s e n c i a de un p r i n c i p i o fundador , en e l q u e e l t ex to c o m o d i s c u r s o se c o n v i e r t e

en e l i n s t r u m e n t o c o l e c c i o n a d o r de f iguras e i m á g e n e s c u y a s fo rmas son e l

t ó p i c o q u e h a c e p r e v a l e c e r l a r e l ac ión d i s c u r s o - m u s e o . A s i m i s m o , i n t eg ra en su

e s p a c i o a l t i e m p o , c o m o e l lugar d o n d e la p e r i o d i z a c i ó n foca l iza las e r a s y

é p o c a s de los a c o n t e c i m i e n t o s r e c o n s t r u i d o s p a r a c rea r e l p r o p i o m u s e o .

E s t a a g r u p a c i ó n o b e d e c e a la s i s t e m a t i z a c i ó n de l c o n o c i m i e n t o c ien t í f i co c o n

los ob je t ivos del m u s e o , ob je t iv i zando a la f igura en per ju ic io de l a c o n t e c i m i e n t o ,

a s e r c ión lóg ica q u e m e z c l a en l a e s t é t i ca de l m u s e o e l c o n t e n i d o de su p r o p i a

h i s to r i a , c o m o r e s u l t a d o final de l l evar e l t raba jo de c a m p o y de gab ine t e a la sa la

de l m u s e o .

EL MUSEO DEL MUSEO

Todo objeto tiene dos funciones: una la de ser utilizado

y otra la de ser poseído. La primera pertenece al campo

de la totalización práctica del mundo para el sujeto, la

otra a la de una empresa de totalización abstracta del

sujeto por el mismo fuera del mundo.

Jean Baudril lard. 1 6

El objeto visible es un invisible, manifestar también

es ocultar; el no es, en el discurso, la presencia expresa

del revés de las cosas, negar es indagar.

Constituir un objeto visible supone poder perderlo;

esta virtualidad de insuficiencia, que ha de mantenerse

presente en la misma actualidadde la cosa, es la negación

verbal que la representa en la palabra.

Jean-Francois Lyotard. 1 1

El s i g n o c o n v i e r t e a l m u s e o en la e s e n c i a de la s ign i f i cac ión , r e p r e s e n t a n d o

a la s o c i e d a d e l p r e s u n t o p u n t o d o n d e la f igura se c o n v i e r t e en t e s t igo de lo q u e

1 8 J. Baudrillard, El sistema de los objetos. Siglo XXI Editores, México, 1979, p. 98. 1 7 J . F. Lyotard. op. <it.. p. 47.


ha s u c e d i d o . Es ta fundamen tac ión pe rmi t e da r c réd i to a l t ex to c o m o e l i n s t r u m e n t o

c o h e s i v o d e l o b j e t o h a c i a e l d i s c u r s o , d u a l i d a d q u e c o n n o t a u n s i s t e m a

i n t e rp r e t a t i vo en t re e l ob j e to re fe ren te y su d e s c r i p c i ó n . Es t a s p e q u e ñ a s u n i d a d e s

po r s í m i s m a s s i m b o l i z a n e s p a c i o s o a p e r t u r a s en e l t i e m p o de las c i v i l i z a c i o n e s ,

p e r o i g u a l m e n t e c o n f o r m a n l a to t a l idad de l d i s c u r s o , c o m o e s p a c i o c e r r a d o de l

m u s e o .

La f o r m a se p r e s e n t a e n t o n c e s c o m o e l lugar d e s t i n a d o a o c u p a r en e l r e c i n t o

la l o c a l i z a c i ó n del su je to , c o m o la r e a l i z a c i ó n de la ob ra ; es dec i r , e l su je to se

a s i m i l a po r s í m i s m o p a r a e j empl i f i ca r u n p r o c e s o d a d o , d o n d e s u c o n v e r s i ó n

se da e n t r e p i e z a y d e s c r i p c i ó n c u a n d o pa rc i a l i za e l p r i n c i p i o de h i s t o r i c i d a d o

d e e tnog ra f í a p a r a r eab r i r s e c o m o c u e r p o del m u s e o . Es ta t r a n s m u t a c i ó n o b e d e c e

a q u e , en la p r o y e c c i ó n de l m u s e o , e l t r aba jo c ien t í f ico t i ene q u e r eve r t i r s e a las

n e c e s i d a d e s del m u s e o , p r o p o n i e n d o su su je to de e s t u d i o a pa r t i r de las f iguras

y de las i m á g e n e s , p a r a c i m e n t a r en su c o n t e n i d o t e m á t i c o la e s p e c i a l i z a c i ó n

de la d e s c r i p c i ó n , en un d i s c u r s o q u e pos ib i l i t a l a e scen i f i cac ión de l ob je to ,

p a r t i c u l a r i z a n d o en tal m e d i d a su p r o p i o suje to q u e se logra r emi t i r a s í m i s m o

c o m o l a e x p r e s i ó n e x p l o s i v a del o t ro .

Es t e p r o c e s a m i e n t o de la i n f o r m a c i ó n inv i ta a d e s a r r o l l a r la c o m u n i c a c i ó n

en t r e e l m u s e o y su a u d i t o r i o , s i e m p r e y c u a n d o el e s p e c t a d o r se c o n v i e r t a en

pa r te de l m u s e o . D i c h o en o t ras p a l a b r a s , e l e s p e c t a d o r a l p r e s e n t a r s e a l ac to q u e

s ign i f ica e l m u s e o d e c i d e a p r e n d e r un n u e v o sabe r p e r t e n e c i e n t e a l o t ro ,

a s i m i l a n d o e l c o n o c i m i e n t o p a r a c o m p l e t a r su p r o p i a i n f o r m a c i ó n , r e v i r t i e n d o

los c o n t e n i d o s en l a c o n s t r u c c i ó n de l a i den t idad c o m o m e m o r i a .

El c o n o c i m i e n t o p r o d u c t o de la v e r d a d 1 8 del m u s e o c o n l l e v a a l e s p e c t a d o r a

r ea l i za r se en su p r o p i a i n t e rp re t ac ión de la cu l tu ra , a r g u m e n t á n d o s e en su

c o n s t r u c c i ó n del d i s c u r s o . De un d i s c u r s o q u e e l m u s e o no l og ra cap ta r , p u e s e l

g r a d o en e l cua l ha c a í d o e l e s p e c t a d o r e s p r o p i o del d i s c u r s o q u e h a r á s u y o ;

c o n s e c u e n t e m e n t e , e l d i s c u r s o del m u s e o p r e s u p o n e un c o n o c i m i e n t o e n - s í del

m u s e o c o m o in s t i t uc ión , p e r o pa ra - s í en c u a n t o q u e p res ta un s e r v i c i o a l p ú b l i c o

(en l a e x h i b i c i ó n p r e s e n t a d a ) . Es en es te e n - s í / p a r a - s í q u e e l m u s e o se c o n v i e r t e

en m ó v i l de la i n v e s t i g a c i ó n , c u y o a r g u m e n t o p e r t e n e c e a la p e r s p e c t i v a ob j e to -

d e s c r i p c i ó n h i s t ó r i ca de l p r o p i o ob je to [ c u a d r o 2 ] .

1 8 "La verdad no se encuentra en el orden del conocimiento, reside en su desorden, como un

acontecimiento. El conocimiento supone el espacio de significación donde radica el conjunto de

presiones sintácticas que rigen consistencia de su discurso; y en tanto que discurso referencial, también

requiere el espacio de designación en cuyo seno el locutor sabio juzga la referencia de su discurso"; J.

F. Lyotard, op. cit., p. 147.


La d ia léc t ica de cons t rucc ión del obje to del m u s e o nos ind ica e l e s t ab l ec imien to

de r e l a c i o n e s en t r e e l e s p a c i o y e l t i e m p o , c o n n o t a c i o n e s q u e van m á s a l lá de l

p r o p i o ob j e to ; m i e n t r a s e l ob je to s igni f ica po r s í so lo ( ú n i c a m e n t e por su va lo r

e s t é t i co ) e l e s p a c i o y e l t i e m p o q u e lo foca l izan en u n a cu l tu ra d a d a , a s i g n á n d o l e

d e t e r m i n a d o t ipo de c o n s t r u c c i ó n , en q u e se u t i l i zó c i e r t a t écn ica , f i jando

d e s p u é s la f echa de r ea l i zac ión y po r t an to e s t a b l e c i e n d o su t e m p o r a l i d a d d e n t r o

de l m a r c o de la c u l t u r a que lo l l evó a c a b o , e i nc lu so se e s t a b l e c e su u t i l i zac ión

en la v ida soc ia l de d i c h a cu l tu ra . A s í se l l ega a c o m p l e t a r un p e q u e ñ o corpus

r e fe renc ia l de l ob je to , b r i n d á n d o l e su p r o p i a h i s tor ia , l a cua l e s pa r t e de l

c o n j u n t o de ob je tos de l a sa la , p r i m e r o , y , d e s p u é s , del m u s e o [ cuad ro 3 ] .

Los discursos culturales pueden ser considerados, al

mismo título que el discurso científico, como conjuntos

de informaciones, en la medida en que también ellos

organizan un saber sobre la naturaleza, sobre la

sociedad, sobre sus normas, sus ritmos, sus criterios

estéticos y sus mitos.

Jacques At ta l i . "

E l m u s e o es e l m o m e n t o en e l cua l se m a t e r i a l i z a e l ob je to , p o r q u e és te só lo

p u e d e sa l i r a la luz a t r avés del m u s e o c o m o fo rma tác t ica . Es dec i r , un t e x t o

p u e d e l l eva r en su in te r ior a l ob je to c o m o fotograf ía , d ibu jo , p e r o só lo es

r e f e r enc i a a m p l i a d a de un gran c o n t e x t o , d o n d e la i m a g e n q u e v e m o s y c u y a

d e s c r i p c i ó n l e e m o s c o r r e s p o n d e a un p l a n t e a m i e n t o m u c h o m á s g r a n d e en e l q u e

la i m a g e n es e l c o m p l e m e n t o del t ex to . Es t e d i s c u r s o m a n t i e n e v i g e n t e a la

i m a g e n en su r e p r e s e n t a c i ó n p a r a as í exp l i c i t a r m á s p r o f u n d a m e n t e e l a r g u m e n t o

de l t ex to . Po r o t ra pa r t e , en e l m u s e o s u c e d e e l p r o c e s o i n v e r s o , p o r q u e e l ob j e to

es la c u l m i n a c i ó n e s t é t i ca de la r e p r e s e n t a c i ó n , o b ien , la f igura y la i m a g e n

c o m o d i s c u r s o m u s e o g r á f i c o son los e l e m e n t o s de a t r acc ión , p a r a d e s p u é s fijar

la m i r a d a en su d e s c r i p c i ó n .

Po r es te p r o c e d i m i e n t o , e l m u s e o m a r c a en e l c o n o c i m i e n t o c ien t í f i co a la

f igura y a la i m a g e n c o m o los e l e m e n t o s q u e escen i f i can la super f ic ie del r e c i n t o ,

a c e n t u a n d o su d e s c r i p c i ó n en e l l engua je de su p r o p i o c o n t e n i d o , d e f i n i é n d o s e

en su in te r io r c o m o la c o n c e p t u a l i z a c i ó n de lo o t ro a t r avés de lo m i s m o ;

e n c a n t a m i e n t o q u e l og ra e n c a u z a r a l ob je to c o m o e l sos tén de l m u s e o . P e r o

s i m u l t á n e a m e n t e , es te ob j e to es e l q u e pos ib i l i t a la p a u t a de la s ign i f i cac ión de

" J. Attali. La parole el l'outil, Presses Universitaries de France, Paris, 1975. p. 70.


Investigación • Texto *• Investigación »• [Museo]

r H Objeto] | Estética]

Definición histórica del propio objeto

Cultura

Espacio

Cultura Tiempo

Cultura

l o cu l tu ra l , p o r q u e l a p i eza c o m o a r g u m e n t o s i m b o l i z a a l t i e m p o c o m o l a

c r e a c i ó n de lo p e r e c e d e r o a favor de lo ex i s t en t e . E s t o i m p l i c a q u e e l ob j e to sea

e l p r o d u c t o r de s en t i do soc ia l , p u e s e l q u e ex is ta en e l m u s e o in ic ia un p r o c e s o

de cod i f i c ac ión q u e i n t r o d u c e a la f igura o i m a g e n c o m o d i s c u r s o , l o g r a n d o

g e n e r a r — e n la v ida soc ia l e h i s t ó r i c a — un p a r á m e t r o de m e d i c i ó n en t r e l a

func ión e s t é t i ca y su r e p r o d u c c i ó n h i s tó r i ca y cu l tu ra l .

P o r e l lo e l m u s e o se c o n s t i t u y e en la c ap t ac ión de va lor del ob je to , c a t a l o g a n d o

su p r e s e n c i a c o m o la m a n i f e s t a c i ó n de lo ex i s t en t e en e l p a s a d o y en e l p r e s e n t e .

El objeto se convier te en el s igno que in t roduce el m u s e o para es tablecer el sent ido

de su signif icación, a rguyendo en ese valor la posibi l idad de p lasmar una historia,

pe ro r ea lmen te le impor ta ese s igno c o m o la d e m a r c a c i ó n va lora t iva de la

acumulac ión de objetos, impulsándose en busca de objetos productores del deseo

del e spec tador de ver la obra; de una obra que nombra a l m u s e o c o m o el deposi ta

rio de los va lores de significación de una sociedad. Es ta real idad sugiere a l m u s e o

c o m o la es tancia en la que el t i empo j u e g a con la exis tencia , pues en su inter ior se

encuen t ran los objetos de m u c h o s espac ios y t i empos , lejanos y ce rcanos de nuestra

y otras cul turas , que se unen en el recinto. Es ta acumulac ión de obje tos-valor define

al m u s e o c o m o la es tancia p roduc tora y preservadora de valores , unos en su aserción

cul tural y otros c o m o m e r c a n c í a . 2 0

2 0 "La lógica de la mercancía está en el centro del signo, de igual manera que la estructura del signo

está en el centro de la mercancía." "De este modo, el juego de los significantes y el juego del valor de

cambio están sometidos respectivamente a la forma/signo y a la forma/mercancía: obedecen a la regla

común de un código, médium total que rige todo el intercambio social como sistema de comunicación";

Jean-Claude Girardin, "Signes pour une polítique: lecture de Baudrillard", en Les Temps moderns, no.

329, París, diciembre, 1973, p. 78. Cuando indicamos la concepción de objeto-valor estamos tomando

el sentido forma/signo y forma/mercancía, pues, como se ha mencionado, ésta se convierte en produc

ción de cultura y de mercancía manifestando de esta manera la importancia del museo, cualidad que lo


E s t a a s i g n a c i ó n de va lo r a l ob je to pos ib i l i t a a l m u s e o a c o n v e r t i r s e en e l d e

p ó s i t o de o b j e t o s - v a l o r q u e s ign i f ican a u n a s o c i e d a d ; lo conv ie r t e en e l

r e s g u a r d o de los t e s o r o s de la m i s m a , y e l e s p a c i o se v u e l v e h a c i a e l m u s e o c o m o

e l s i g n o q u e e n v u e l v e su s ign i f i can te pa ra pos ib i l i t a r su ex i s t enc i a , v a l i d a n d o

sus a r g u m e n t o s a t r avés de d e s c r i p c i o n e s y de fo l le tos q u e c o n d u z c a n al

e s p e c t a d o r h a c i a una c o l e c c i ó n de p i eza s ún i ca s y o r ig ina l e s . E n t o n c e s , e l s i g n o

se v u e l v e con t r a s í m i s m o c o n v i r t i e n d o a l o t ro /ob je to del m u s e o en lo m i s m o /

su je to de l m u s e o . Es un n a c i m i e n t o p r o v o c a d o r q u e m e n c i o n a en su in te r io r l a

o r g a n i z a c i ó n de l a i den t idad ; c u e s t i o n a m i e n t o inc i t an te de l a m e m o r i a c o l e c t i v a ,

p u e s su s abe r ha s ido r e c o p i l a d o en f iguras e i m á g e n e s p a r a p r e s e r v a r lo q u e

e x i s t i ó — p e r o i g u a l m e n t e l o e x i s t e n t e — ; es te i n t e r c a m b i o d e l uga re s p r e s u p o n e

a l m u s e o c o m o e l i n s t au r ado r de lo s ign i f ica t ivo pa ra u n a s o c i e d a d , p r o p o n i e n d o

en su po l í t i ca e l s en t ido de la h i s to r ia .

En es te s en t ido , e l o t ro c u b r e las n e c e s i d a d e s de e x p l i c a c i ó n q u e r equ i e r en las

c i e n c i a s soc ia l e s y las h u m a n i d a d e s p a r a n o m b r a r los d i f e ren tes c o n t e x t o s de la

cu l tu ra , p r o n u n c i a a l o t ro c o m o la co r re l ac ión ex i s ten te pa ra e s t ab l ece r p r inc ip io s

de i d e n t i d a d y m a r c a los d i fe ren tes t i e m p o s c o m o un s i s t e m a de c o h e r e n c i a s

n e c e s a r i a s p a r a hab la r de l a idea de p r o g r e s o en las d i s t in tas l a t i t udes de l p l ane t a .

Es t e a c e r c a m i e n t o p e r m i t e a l m u s e o r e c o g e r ves t ig ios y f o r m a s de m u c h a s

c u l t u r a s p a r a p r e sen t a r l a s en sus sa las de e x h i b i c i ó n c o m o los p u n t o s en e l q u e

los o t ro s s ign i f i can e l p r i n c i p i o de c i v i l i z a c i ó n , d e f i n i é n d o l o s c o m o los

p r e d e c e d o r e s de lo q u e s o m o s — s u p o n e m o s e l c a s o de un m u s e o de h i s to r i a o

de a n t r o p o l o g í a — ; se c o n v i e r t e a l o t ro en lo m i s m o , en lo q u e fu imos .

E l i n t e r c a m b i o i m p l i c a q u e lo o t ro -ob je to se c o n v i e r t a en lo m i s m o - s u j e t o

p a r a q u e e l m u s e o p u e d a ap rop i a r se de la cu l tu ra , u n i e n d o as í a la c i enc i a con e l

p r o y e c t o de l m u s e o . Es t e ac to t a m b i é n c a m b i a los ob je tos de e s t u d i o p u e s de l

t ex to se p a s a a la p r ác t i ca del m u s e o ; i m p l i c a n d o , l uego , un a jus te en c u a n t o a

l a p r o p u e s t a de c o n s t r u c c i ó n del e s p a c i o c o m o fo rma y s i g n o , lo cua l l og ra

enf i la r su s ign i f i cac ión hac ia e l e s p e c t a d o r . As í , e l c o n o c i m i e n t o i m p l í c i t o de l

m u s e o se c i r c u n s c r i b e en los á m b i t o s de una e spec i e de e n c i c l o p e d i a f ís ica, en

el q u e la f igura y la i m a g e n c o r r e s p o n d e n a la c r eac ión de c e r t i d u m b r e sob re el

e n t o r n o y el c o n t o r n o , especif icando cada una de las formas a partir de descr ipc iones

que indican la puntual izac ión de la p ieza en su cata logación científica.

implica como conservador y coleccionista de objetos cuyo valor de cambio es incalculable; los objetos

se convierten en signo, pero también en mercancía, aunque su costo no pueda ser valorado en algún

precio real o estimativo.


Fina lmen te , e l m u s e o se ha conver t ido en el espacio al q u e acude la sociedad

pa ra conocer lo an t ropológico , lo his tór ico, lo tecnológico , lo ar t ís t ico c o m o obra de

arte y m u c h o s aspectos m á s de la vida social y científica de nues t ro m u n d o ; se

es tab lece , en este sent ido, c o m o el lugar donde se encuent ran depos i tados los va lores

— d e todo t i p o — de la sociedad. Invita en tonces , a la comunidad , a conocer lo que

ah í se guarda ; pero t ambién exhibe una demos t rac ión mater ia l de lo es tab lec ido

c o n m ú n m e n t e c o m o cul tura .

E N T R E L A T R A D I C I Ó N Y L A M O D E R N I D A D

La sociedad tradicional intenta acercarse a la

perfección de los orígenes y prolongar el momento

primordial de su fundación. Desesperadamente anclada

en el presente y torna hacia el pasado recordando el

tiempo en el que el hombre vivía en el invisible mismo,

integrado en el universo.

Jean Servier. 1

Lo real crece, lo real se ensancha, un día todo el

universo será real, y cuando lo real sea universal, será

la muerte.

Jean Baudril lard. 2

E x i s t e n d i s t i n tos n ive l e s d e s d e d o n d e se p u e d e abo rda r e l c o n c e p t o de t r a d i c i ó n .

D i c h a c a t e g o r í a es tá insc r i t a d i r e c t a m e n t e en e l e n t e n d i m i e n t o q u e se t i ene de l

t i e m p o , c o m o factor s a g r a d o o h i s tó r i co , d e s b o r d a n d o su c o n c e p t u a l i z a c i ó n

a c a d é m i c a p a r a c o n v e r t i r s e en una en t i dad con v ida ; l a t r ad i c ión r e p r e s e n t a l a

v i s i ón y la v ida del h o m b r e .

An te s del nac imien to de la historia, cuando las c iv i l izaciones e m p e z a b a n a

f lorecer , la t r ad ic ión se c o n f u n d e con e l p e n s a m i e n t o m á g i c o y la m e m o r i a

c o l e c t i v a ; c o m i e n z a m e z c l á n d o s e con la l e y e n d a , e l m i t o , e l fo lk lo re , l a r e a l i d a d

y la v e r d a d , p e r o i g u a l m e n t e c a r g á n d o s e de e l e m e n t o s i m a g i n a r i o s y v i s i o n a r i o s ,

a s i s t i e n d o a l h o m b r e en la c o n s t r u c c i ó n de su i m a g e n del p a s a d o y de l p r e s e n t e ,

c a r a c t e r i z a n d o las f o r m a s y p rác t i ca s soc ia l e s p a r a c o h e s i o n a r a l g r u p o bajo un

m i s m o idea l o , m e j o r d i c h o , en l a c o n s t r u c c i ó n de l a i den t idad , c u y a m a t e r i a l i d a d

se f o r m a l i z ó en n ive l e s de o r g a n i z a c i o n e s c o m p l e j a s .

Por este mo t ivo la t radic ión se convier te en la cul tura y en la historia; pe ro , al

m i s m o t i e m p o , la t r ad i c ión se v u e l v e e l cu l t o a l c u e r p o h u m a n o , a la r e l i g ión ,

al p a s a d o , al p r e s e n t e , a la v ida a n i m a l , a la ag r i cu l tu ra , a la t e c n o l o g í a . La

in f in idad de s i gnos c o n v i e r t e n a l a t r ad i c ión en u n a g ran to t a l i dad , p u e s d o n d e

ex i s t e e l h o m b r e hay un e n t o r n o y un c o n t o r n o s ign i f i ca t ivos p a r a las a c t i v i d a d e s

h u m a n a s .

La t r ad i c ión se t r a n s f o r m a m i e n t r a s los e s p a c i o s h i s t ó r i cos s e s u c e d e n ;

e s t a b l e c e los p u n t o s d o n d e l a m o d i f i c a c i ó n e n a r b o l a n u e v o s c a r i s m a s has t a ,

1 J. Servier, Histoire de L'utopie, Editions Gallimard, P.aris, 1967, p. 50. : J. Baudrillard, De la seducción, Ediciones Cátedra, Madrid, 1984, p. 37.


a p a r e n t e m e n t e , abo l i r s e en l a m o d e r n i d a d , p r e t e n d i e n d o as í s e ñ a l a r los a v a n c e s

de la c iv i l i z ac ión . Es e s t e d e v e n i r e l p u n t o d o n d e la t r ad ic ión se fo r ta lece pa ra

c o n v e r t i r s e en u n o de los va lo res de los d i fe ren tes p r e s e n t e s , e n u n c i a n d o de e s t a

f o r m a a la famil ia , la nac ión , el E s t a d o , la h i s tor ia , las i n s t i t uc iones , la soc i edad

y la m i s m a c i e n c i a c o m o los s i gnos fundadores y a c t i v a d o r e s de la soc i edad .

En e s t e c o n t e x t o se c o n v i e r t e en una e spec i e de m a r c a q u e d e l i m i t a l a

d i s t a n c i a soc ia l , p r o v o c a n d o as í una sepa rac ión apa ren t e en t r e las s o c i e d a d e s

t r a d i c i o n a l e s y las no t r a d i c i o n a l e s : las m o d e r n a s o c iv i l i z adas se d i f e renc ian po r

l a p r o d u c c i ó n de los d i s c u r s o s c u y o s f ines eu rocen t r i s t a s s o c a v a n lo d i fe ren te

en la cu l tu ra ; las t r ad i c iona l e s se def inen de a c u e r d o con e spec i f i c i dades

e s t a b l e c i d a s po r los p r e c e p t o s ac tua l e s . Es ta s d i fe renc ias no son s ino las

e v i d e n c i a s m a t e r i a l e s de s o c i e d a d e s p r o d u c t i v a s , de va lor , t i e m p o , c u l t u r a y

t e c n o l o g í a s , e m p l e a d a s pa ra e s t ab l ece r los a v a n c e s de las c i v i l i z a c i o n e s . L u e g o

la t r ad i c ión y la m o d e r n i d a d se es t re l lan en la super f ic ie de los d i s c u r s o s , d o n d e

se s ign i f i can y r epe len a t ravés del s u p u e s t o a t r a so o del m a y o r d e s a r r o l l o de los

d i s t i n to s m e d i o s q u e c o n f o r m a n l a v ida co lec t iva de todas las s o c i e d a d e s .

EL CUERPO DEL SABER

La r e a l i d a d se p l a s m a en la soc i edad a t ravés de h e c h o s y a c o n t e c i m i e n t o s que

e v i d e n c i a n l a e x i s t e n c i a de los g r u p o s h u m a n o s , e n c o n t r á n d o s e e s to s ves t ig ios

en e l d e s a r r o l l o de h a b i l i d a d e s ma te r i a l e s t an to a nivel de su p rác t i ca ind iv idua l

c o m o soc ia l , en l a p r o d u c c i ó n de h e r r a m i e n t a s — a u n q u e no es ob j e t i vo de es te

t r aba jo p ro fund iza r sobre qué fue p r i m e r o , si el p e n s a m i e n t o o la acc ión . Se

c o n f o r m a n as í e x p e r i e n c i a s q u e d i e ron por r e su l t ado l a e x i s t e n c i a de una

m e m o r i a co lec t iva y o t ra i nd iv idua l , c o n s t r u y e n d o los d i s t i n tos l engua jes o ra les

o e sc r i tos que pe rmi t i e ron de ja r una hue l la en el t i e m p o , e x t e n d i e n d o la

t e m p o r a l i d a d hac ia e l r e c u e r d o de p a s a d o s c a d a vez más le janos , p e r o q u e d i e ron

y dan a l p re sen te p rác t i cas c a d a vez m a s e x h a u s t i v a s de la ve r ac idad de sus

p r o p i o s ac tos .

Es te c o n o c i m i e n t o , o bien se convier te en m e m o r i a co lec t iva para la p roducc ión

de p rác t i ca s y e x p e r i e n c i a s ' de los h a c e d o r e s de la v ida soc ia l , o el p r o c e s o se

l eg i t ima desde l a ob t enc ión del saber c o m o p rác t i ca soc ia l . P o d e m o s dec i r que

Reproducir el pasado se convierte entonces en crear una historia —o tradición— común a un

pueblo, pero también en crear una identidad que identifique al grupo.

ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

el s abe r p r o p o r c i o n a los e l e m e n t o s de d o m i n i o de la s o c i e d a d 4 y de la na tura lc za

Si e n t e n d e m o s d o m i n i o en un sen t ido a m p l i o , e n t o n c e s d o m i n i o es la capacidad

p o r la cua l se de sa r ro l l a y pe r f ecc iona u n a acc ión c u y a l óg i ca e i n t e racc ión

p r o d u c e la su jec ión del ob je to o del suje to soc ia l . D o m i n a r s igni f ica con t ro l a r y

s o m e t e r u n a s i tuac ión d a d a a par t i r de la e s p e c i a l i z a c i ó n de una t écn ica ,

c u a l q u i e r a q u e sea , p u e s e l c o n o c i m i e n t o p ro fundo del ob j e t i vo p e r m i t e e l

con t ro l ma te r i a l e i d e o l ó g i c o . 5

Es te a c o n t e c i m i e n t o nos pe rmi t e ub ica r a l saber en e l p u n t o d o n d e e l

c o n o c i m i e n t o se c o n v i e r t e en d i s t in tos ob je tos q u e c o n f o r m a n un c u e r p o lo

s u f i c i e n t e m e n t e g r a n d e c o m o pa ra aduc i r que , e l saber , e s l a e s e n c i a i n t e g r a n t e

de la m e m o r i a co l ec t i va . Al ace rca r se e in t roduc i r se en p a r á m e t r o s m á s a m p l i o s

y e x t e n s o s , p o d e m o s r e a g r u p a r a e s tos ob je tos en d i s t i n tos s ign i f i cados q u e

p r o p o r c i o n a n da tos p a r a espec i f i ca r los s abe res del h o m b r e . L u e g o , e l s abe r

p u e d e in t roduc i r se en los d i fe ren tes ob je tos de e s tud io de la c i enc ia , su aná l i s i s

en i n t e rd i sc ip l ina r io , p u e s d e s d e las c i enc ia s bá s i ca s o d e s d e las h u m a n i d a d e s se

p u e d e t ra tar e l t e m a . Es ta d i v e r s i d a d en las p a u t a s de a c e r c a m i e n t o c o r r e s p o n d e

a u n a inse rc ión de l s abe r en la soc i edad q u e p r o p o r c i o n a i n f o r m a c i ó n a c a d a u n o

de los su je tos soc i a l e s ; es dec i r , e l s abe r se e n c u e n t r a en e l c o n o c i m i e n t o de la

soc i edad y el h o m b r e só lo t iene que recur r i r a él p a r a r e p r o d u c i r l o o a p l i c a r l o .

E s t a r e p r o d u c c i ó n f ina lmen te no resu l t a tan senc i l l a o tan e v i d e n t e c o m o

p u d i e r a pa rece r , p u e s t o q u e pa ra a c c e d e r a e l la deben e s c a l a r s e los d i s t i n tos

n ive le s de l p r e s t i g io y del pode r . P o r es te p r o c e s o el s abe r se l eg i t ima y se

r e p r o d u c e c o m o v e r d a d o , me jo r d i c h o , c o m o l a i n s t i t uc iona l i zac ión de un

c o n o c i m i e n t o c o n v e r t i d o en par te de lo rea l .

C o m o p r o d u c t o de su p r o p i a e s t ruc tu rac ión , e l saber p u e d e ser e n t e n d i d o

c o m o par te de la r ea l i dad , p u e s su ve r ac idad se c o n f i r m a con los h e c h o s y

a c o n t e c i m i e n t o s q u e se han s u c e d i d o o q u e es tán s u c e d i e n d o . As í , e l s a b e r se

c o n v i e r t e en e l c o n s t r u c t o r de l t i e m p o d e n t r o de los d i f e ren tes n ive l e s de

e n t e n d e r la r ea l i dad , c r e a n d o e i n v e n t a n d o los e s p a c i o s que m a r c a n los d i s t i n tos

p a s a d o s y p re sen t e s , a d e m á s de e labora r a r g u m e n t a c i o n e s re feren tes a la c r eac ión

de a b s t r a c c i o n e s de lo real y lo inv i s ib le , de lo v is to y no v i s to , de l m i t o y de la

4 El saber da poder; por ello lo sabido se convierte en el conocimiento de sus propios constructores,

concentrándose a partir de este momento el saber mismo en unos, limitándose a otros a través de la

superstición.

' La producción de sentido se convierte en la construcción de lo verdadero para conservar la unidad

de interpretación de la realidad, pero, igualmente, para plantearse los nexos entre lo real y lo imaginario;

contextuándose de esta manera un modelo ideológico, que para reproducirse tiene que ir del

convencimiento a la violencia, en su concertación simbólica o material


h i s to r i a , de la n a t u r a l e z a y la s o c i e d a d , de la cu l tu ra cu l t a y la p o p u l a r ; en s í , de

t o d o e l c o n g l o m e r a d o de c o s a s d i c h a s , po r dec i r , o no d i c h a s , i n c l u i d a la

p e r m a n e n c i a de lo q u e c r e í m o s q u e o í m o s o e n t e n d i m o s de lo soc ia l .

A h o r a b ien , e l s abe r se c o n v i e r t e e n t o n c e s en lo c r e a t i v o o en lo i ndesc i f r ab l e

q u e m a r c a e l c o n o c i m i e n t o de u n a s o c i e d a d , pe ro t a m b i é n e s e l l e g i t i m a d o r del

p a s a d o y del p r e s e n t e en su e n c u e n t r o con la m e m o r i a c o l e c t i v a . Al c o n v e r

t i r se en su u n i d a d m í n i m a , e l saber es lo ex i s t en t e ; p e r o i g u a l m e n t e , e s lo no

e x i s t e n t e en la c r eac ión de i lu s iones e i m a g i n e r í a s soc ia l e s y v i c i o s a s , en fin, el

s abe r m a r c a en su c u e r p o l a t o t a l idad de lo v ivo .

Saber consiste en referir el lenguaje al lenguaje; en

restituir la gran planicie uniforme de las palabras y de

las cosas. Hacer hablar a todo. Es decir, hacer nacer

por encima de todas las marcas el discurso seguido del

comentario. Lo propio del saber no es ni ver ni demostrar,

sino interpretar...

Michel Foucault . 6

De es t a m a n e r a , e l s abe r se c o n v i e r t e en e l l engua je y e l h a b l a de la m e m o r i a

c o l e c t i v a , i n t e r p r e t a n d o y su je tando sus verdades , generando la const i tuc ión del

t i empo a t ravés de sus práct icas , incurs ionando en los diferentes pasados y en el

p resen te v iv ido, para rescatar y preservar las t radiciones , e n m a r c a n d o en el presente

los usos del conoc imien to para es tablecer los puentes de in tersecc ión en t re la

c o y u n t u r a y su c o n c e p c i ó n del r e sca t e .

Al c o n j u n t a r los t i e m p o s , e l p r e s e n t e se c o n v i e r t e en la p o s t u l a c i ó n de lo

m i s m o , p r e s e r v a n d o y un i f i cando en su m e m o r i a los d i s c u r s o s q u e le dan la

i d e n t i d a d en los s u c e s o s y a c o n t e c i m i e n t o s s u s c i t a d o s ; c o n m e m o r a su o r i g e n . El

p a s a d o se c o n v i e r t e en e l e l e m e n t o v iv i f i cador del p r e s e n t e , lo v iv i en t e en f ranca

r e c u p e r a c i ó n de lo v i v i d o po r o t ros , p e r o s i e m p r e en l a c o m p l e m e n t a r i e d a d de

lo m i s m o ; e s c o n s t r u c c i ó n del s en t i do p a r a p re se rva r l a u n i d a d .

LO TRADICIONAL EN LA SOCIEDAD

El p r e s e n t e m a r c a e l p r i n c i p i o de cons t i t uc ión de l a acc ión , c o m o c o n s e c u e n c i a

g e n e r a d o r a de e fec tos — n a c i m i e n t o s y m u e r t e s — de un p r o c e s o d a d o . E l

p r e s e n t e se c o n v i e r t e en la r ea l i dad v iv ida en e l m o m e n t o po r e l cua l se s u c e d e .

6 M. Foucault, Las palabras y las cosas, Ed. Siglo XXI, 16a edición, México, 1985, p.48.

ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD 241

Lo an te r io r se r ev ie r t e en p a s a d o y su r e c u e r d o e s , s egún e l c o n t e x t o , u n o de los

pos ib l e s p a s a d o s : t i e m p o q u e s e c o n v i e r t e e n r e c u e r d o d e u n p e n s a m i e n t o

p l a s m a d o en a l g u n a fuen te , c u y o reg i s t ro p r o l o n g a en e l p r e s e n t e los s u c e s o s de l

p a s a d o .

E l p a s a d o ex i s t e en l a m e d i d a en q u e l e s i rve a l p r e s e n t e ; a l r eg i s t r a r e l p a s a d o

pa ra d e s p u é s r ev iv i r lo y e x t r a e r l o del o lv ido , é s t e se r e g e n e r a en un d i s c u r s o q u e

m a r c a e l p r e s e n t e ba jo a lgún p r o p ó s i t o en la v i d a soc ia l o en e l á m b i t o c i en t í f i co .

Es dec i r , e l p a s a d o es e l m o m e n t o por e l cua l un s u c e s o se c o n v i e r t e en p r é s t a m o

y c i r c u l a c i ó n del p r e s e n t e , o b ien , es p r o d u c c i ó n y c o n s u m o del d i s c u r s o en

p r e s e n c i a de l a soc i edad so l i c i t an te de l r e c u e r d o .

L u e g o , l a e x i s t e n c i a de l p a s a d o se c o n v i e r t e en l a n e c e s i d a d de l p r e s e n t e po r

e n c o n t r a r lo q u e y a no ex i s te , d á n d o l e s ign i f icado só lo d e s d e la m i s m a p r o d u c c i ó n

d i s c u r s i v a p a r a e l a b o r a r u n a p r o p u e s t a soc ia l , m a n t e n i e n d o d e es ta m a n e r a u n

c o n o c i m i e n t o m a s c o m p l e t o en t re lo q u e es y lo q u e fue. E s t a d i s t a n c i a só lo se

bor ra d e s d e l a m e m o r i a de l a cu l tu ra , p e r o t a m b i é n se v u e l v e — e n l a h i s t o r i a —

su a r g u m e n t a c i ó n : se c u e n t a de l p a s a d o g lo r io so o del p r i n c i p i o fundador . Son

m u c h o s los ob je tos y m a r c a s a regis t rar , m u c h o s los s abe re s q u e p u d i e r o n

ex is t i r ; la d i f e renc ia se e n c u e n t r a en la fo rma de r e sca t a r lo s y na r r a r l o s . C o n t a r

es hab l a r o es dec i r ; es e sc r ib i r o es leer .

S i r e g r e s a m o s a nues t r a p r i m e r a a p r o x i m a c i ó n a l c o n c e p t o d o m i n a c i ó n ,

p o d e m o s de nueva cuenta es tablecer cierta dis tancia entre lo t radicional y lo

mode rno . Se ha m e n c i o n a d o la diferencia en la narración por su forma de expres ión

a t ravés de la oral idad y de la escri tura. Estas dos formas de c o n s e r v a c i ó n de

c o n o c i m i e n t o p u e d e n s e rv i rnos para s epa ra r p r o v i s i o n a l m e n t e l o c o n c e r n i e n t e :

por un l ado , a la t r ad i c ión m e d i a n t e la t r a smi s ión ora l , y lo m o d e r n o , c o n la

e sc r i t u ra en sus d i f e ren tes fo rmas .

Es t e a c e r c a m i e n t o resu l t a un tan to a m b i g u o , por lo que es n e c e s a r i o r ep l an t ea r

e l n ive l de aná l i s i s . La t r ad ic ión c o r r e s p o n d e a l m o m e n t o h i s tó r i co q u e p e r m i t e

a u n a s o c i e d a d c o m u n i c a r s e m e d i a n t e un s i s t e m a oral o sin e sc r i tu ra , en q u e los

c o n o c i m i e n t o s y s abe re s se e n c u e n t r a n en u n a m o v i l i d a d c o n s t a n t e d e n t r o de l

d i s c u r s o , n u n c a son n a r r a d o s de l a m i s m a fo rma ; c o n s e c u e n t e m e n t e , e l p r i n c i p i o

de t i e m p o p a s a d o se d i l uye en e l p r e sen t e , en su r e p r e s e n t a c i ó n s a g r a d a , q u e

c o r r e s p o n d e s i m b ó l i c a m e n t e a c o n t e x t u a r los ac tos q u e ya no ex i s t en en e l

p r e sen t e .

D a d a es ta cons t an t e , p o d e m o s dec i r que e l p a s a d o se conv ie r t e en la pos ib i l idad

de e x i s t e n c i a del d i s c u r s o , c u y a r ep re sen t a t i v idad y v ivenc i a só lo se r e p r o d u c e n

d e s d e la m i s m a na r r ac ión ora l de los e v e n t o s . Es dec i r , e l r e c u e r d o es la u n i d a d

de r e p r o d u c c i ó n del p a s a d o , y ú n i c a m e n t e ex is te en la m e d i d a en q u e es

r e s c a t a d o del olvido m e d i a n t e la acc ión de nar ra r los e p i s o d i o s c o n c e r n i e n t e s al


s u c e s o v i v i d o en e l p r e s e n t e . E n t o n c e s , na r ra r se c o n v i e r t e en e x t r a e r de l o l v i d o

y de la m e m o r i a c o l e c t i v a los va lo res q u e in tegran a la s o c i e d a d , m a n i f e s t á n d o s e

d e s d e los m i t o s y r i t o s , en c e r e m o n i a s y f e s t iv idades q u e i n t eg ran la e x i s t e n c i a

del p a s a d o y e l p r e s e n t e , lo cua l c o n f o r m a u n a d u a l i d a d r e p r e s e n t a t i v a de la

i den t idad .

Lo que uno imagina se convierte en lo que sabe y,

a la inversa, lo que sabe se convierte en lo que se

representa todos los días

Michel Foucault . 7

Un día por la mañana empezaron a llegar muchos hombres con maquinaria, traían

camiones y tráileres, y todo eso. Nosotros no entendíamos lo que estaba pasando, pero

don Anastasio nos dijo que eran órdenes de la ciudad de México, del mero jefe. Y

nosotros no sabíamos de nada. Empezaron a construir rápidamente y las malas

costumbres empezaron a llegar con aquellos hombres; nos quisieron quitar a nuestras

mujeres y a nuestras hijas. Así comenzó todo; luego pues hubo hoteles, cantinas y

burdeles, y nuestros chamacos aprendieron de todas esas cosas. Nosotros los más

viejos quisimos alguna vez impedirlo, pero ya saben, con dinero se compra todo, hasta

las creencias; y nuestras ideas se fueron rápidamente a la basura, porque unos de

Mérida dieron dinero por aquí y por allá, empezaron a construir la carretera y todos

esos edificios. Nuestras palapas ya no existen, todas las quitaron, porque se veían muy

feas, y el paisaje ya no era igual. Luego llegaron los güeros con todas sus cosas, y hoy

ya no podemos vivir sin ellos, porque traen dólares, y ya sabe como está el peso ahora.

Al principio los quisimos sacar, pero apenas si éramos unos cuantos; pero cuando

nos dijeron que iba a haber muchas cosas y trabajo, pues les creímos. Además, esos

señorones hasta sus aviones tenían. Pero al fin nos dimos cuenta: nosotros no tenemos

nada y ellos tienen todo (Joaquín Pech). 8

La m e m o r i a se c o n v i e r t e en e l r e c u e r d o de v ida , en l a e x i s t e n c i a de l p a s a d o ,

en e l d e v e n i r de a c o n t e c i m i e n t o s q u e e n c u e n t r a n en e l p r e s e n t e su e s t r u c t u r a c i ó n ;

c o n l l e v a n d o p a s a d o y p r e s e n t e , la v ida s igue y su r e c o n s t r u c c i ó n se c o n v i e r t e en

l a e s e n c i a del c a m b i o , de un c a m b i o q u e s igni f ica l a p é r d i d a de l e s p a c i o : u n o s ,

los o r i g ina r i o s de l l uga r - C a n c ú n - , p e r d i e r o n sus t i e r ras , sus c a s a s y sus f o r m a s

y p r á c t i c a s de v ida co t i d i ana , fueron sus t i tu idas po r o t ras n u e v a s q u e los l l eva ron

a p e r d e r lo p o c o q u e t en ían .

' Michael Foucault, op. cit., 1985, p. 93 . 8 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Joaquín Pech, Cancún, Q. R., I9KS


La t r ad i c ión y e l l engua je se v ie ron p r o n u n c i a d o s po r n u e v a s f o r m a s de

r e t e n e r los r e c u e r d o s ; e l pa isa je c a m b i ó p o r q u e l a n a t u r a l e z a v io i n t e r r u m p i d a

su c r e a c i ó n po r la e s t ruc tu ra de c e m e n t o y con e l la se d io una n u e v a s ign i f i cac ión

a la r e g i ó n . C a m b i a r se c o n v i r t i ó en la c o n s i g n a del cap i t a l . Las a u t o r i d a d e s

i nc lu so c o n s t r u y e r o n un m u s e o , p r e t e n d i e n d o mod i f i ca r l a i m a g e n p a r a c r e a r

una i lus ión . C o m o r e s u l t a d o de las n u e v a s p rác t i ca s , C a n c ú n e s e l l uga r d o n d e

se v e n d e n los s u e ñ o s .

R e c a p i t u l a n d o , e l p a s a d o es la c r eac ión del saber , de un saber v a l o r a d o en la

m e m o r i a c o l e c t i v a q u e p e r m i t e que los h e c h o s se r e c u e r d e n o se o lv iden , q u e se

c u e n t e n o q u e p a s e n e l u m b r a l del s i l enc io . A s í e l p a s a d o da v ida p e r o i g u a l m e n t e

es e l á n g e l de la m u e r t e , sobre todo c u a n d o es tá en e l p r o d u c t o de los n u e v o s

p r e s e n t e s , los de la t e c n o l o g í a y e l c a m b i o . M o m e n t o s van y o t ro s n u e v o s v i enen ,

los r e c u e r d o s c a d a vez se h a c e n m á s fugaces y las v idas c a m b i a n p e r d i e n d o la

i d e n t i d a d del p a s a d o .

Vivo aquí desde que me acuerdo, pero no te puedo decir mucho. A mis veinticinco

años las cosas aquí son padres: la playa, y todo eso ya sabes; uno siempre está viendo

qué va a hacer al rato y lo que pasó, pues ya pasó y es mejor ni acordarse. Si uno la

regó pues ni modo, ¿qué se va a hacer? Hay que pensar en momentos de ahora, en lo

que estoy haciendo y mira: ¿ves esas chavas? Pues ése es el momento. Lo de anoche

ya pasó. El trabajo es igual, nada más hay que hacerlo rápido para irnos a otra cosa

con unos centavos y nos vamos con los amigos; rápido hay que hacer las cosas para no

pensar en nada, nada que nos recuerde, y si te das un pericazo9 pues más fácil se te van

las cosas, y siempre estás al día, sin preocupaciones de nada ni por nadie. Y los padres,

pues bueno, ellos con su onda, sus familias, y todo eso, nosotros ya nos olvidamos de todo

eso; es mejor ni verlos, con sus ondas se han vuelto viejos, ya no disfrutan.

Un día se van a morir y nadie los va a recordar, porque ya a nadie les importan; ellos

ya vivieron, ahora que nos dejen a nosotros. Si ellos hicieron lo que quisieron, ¿por

qué nosotros no? ¡Que se vayan a otra parte si no les gusta aquí! Porque esto es lo

bueno. Mira toda esa gente, toda es nueva, siempre la ves diferente, nunca son los

mismos, así no te pasas con nadie, todo cambia, eso es lo mejor, nunca te encariñas

con nadie, no hay tiempo para eso, ni para nada.

Mira, cuando te vayas ya no sabré que estuviste aquí, eso es lo mejor, y a lo que

sigue (Norberto Is las) . 1 0

' Si te das un pericazo: si te drogas. 0 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el joven Norberto Islas, Cancún, Q. R.,1985.


El p r e s e n t e se c o n v i e r t e en la p r e r r o g a t i v a de la v i d a y e l fu turo , en la

i n c e r t i d u m b r e de o lv ida r e l s u c e s o , p a r a e s t a b l e c e r un n e x o c o m ú n en t r e

la v i v e n c i a y lo q u e no se qu ie re r eco rda r , p o s i b i l i t a n d o de e s t a m a n e r a e l o l v i d o

de l p a s a d o —o a l m e n o s e s o s e in t en ta . P e r o e l in t e rés g e n e r a d o po r es ta

v o l u n t a r i a p é r d i d a de l p a s a d o c o n d u c e a la soc i edad a c r e a r un p r o c e s o de

des in t eg rac ión de la ident idad . Es te p roceso se deja ver en las n u e v a s gene rac iones ,

d o n d e e l p e s o de l p a s a d o ya no se deja sent i r sobre l a s o c i e d a d , d o n d e e l

r o m p i m i e n t o de l p r o c e s o d i s c u r s i v o c o n l l e v a a l a c r e a c i ó n de n u e v a s i d e o l o g í a s ,

c r e e n c i a s c u y a e x i s t e n c i a m a n t i e n e n y son e x p l o t a d a s po r las n u e v a s fo rmas de

d e s a r r o l l o soc ia l .

La t r a d i c i ó n se ve as í e n v u e l t a en un l e t a rgo m o r t a l , q u e m a g n i f i c a a l i m p e r i o

de l cap i t a l , l i b r á n d o l o de l p e s o de la h i s tor ia , de u n a h i s to r i a p e r t e n e c i e n t e a la

m e m o r i a co l ec t i va ; r e n a c e és ta a par t i r de n u e v o s va lo r e s soc i a l e s y de los

n u e v o s m i t o s : u n o de e l lo s , e l de l a m o d e r n i d a d .

E s t a m o d e r n i d a d c o l a b o r a en l a p r o d u c c i ó n de s en t i do de l a e s t é t i ca de l a

i l u s ión , en u n a i m a g i n a c i ó n v ic iosa q u e r e i v i n d i c a las n u e v a s f o r m a s de v ida , l as

de un p r e s e n t e c a m b i a n t e e n v u e l t o en t o d o t ipo de r e tó r i ca s , d o n d e e l p a s a d o

i n m e d i a t o se ha c o n v e r t i d o en lo v ie jo , lo q u e no s i rve o lo q u e es tá fuera de la

m o d a o de la o n d a . A s í , l as i m á g e n e s de la r ea l i dad se vo l a t i z an c o m o s i fueran

un f i lme , i m a g i n e r í a s q u e s e c u n d a n los n u e v o s es t i los de v i d a p a r a a p r e n d e r en

la d i s i p a c i ó n y en la d e s i n t e g r a c i ó n la c o n f o r m a c i ó n de la m o d e r n i d a d , de l

p r e s e n t e t r ans i t o r i o .

La r e a l i d a d o l v i d a su c o n t e x t o p a r a p r o d u c i r l a i lus ión , c u y a m e t a s e c o n v i e r t e

en la c r e a c i ó n de un n u e v o i n d i v i d u a l i s m o p o s e s i v o (v. gr., lo s u c e d i d o en

C a n c ú n a f inales de 1988 , con e l h u r a c á n G i l b e r t o ) d o n d e e l c o n s u m o se v ie r te

en e l v a l o r a s i g n a d o : de l c a m b i o a la i ne s t ab i l i dad , de l u s o a l a b u s o . La m e m o r i a

c o l e c t i v a de l p a s a d o ya n i s iqu ie ra s e ve c o m o una supe r s t i c i ón m á s , s ino m á s

b ien e s e l p r o d u c t o de l o lv ido : los d i o s e s ances t r a l e s m u e r e n c o n sus t r a d i c i o n e s

an te las n u e v a s c r e e n c i a s , p u e s los v ie jos p i e r d e n e l p o d e r de l a p a l a b r a a l no ser

o í d o s m á s .

Míreme bien, ya estoy viejo, ya no puedo trabajar. La maya casi la he olvidado porque

no tengo con quien hablarla por aquí; aunque sé que muchos la hablan, pero a muchos

de ellos les da pena hablarla, porque es denigrante. Mi enfermedad no me permite ir

a muchas partes; estoy casi siempre en este cuarto, estas cuatro paredes de madera me

aislan, aunque de vez en vez viene mi compadre Luis a visitarme, y él me platica de

lo que pasa allá afuera; y parece que no es muy bueno por lo que me ha contado. Aquí

ya no tengo de qué hablar: mis hijos con sus ocupaciones y mis nietos con sus trabajos


y laescuela; ya no puedo hablar con ellos, me perdieron lapaciencia y sus ocupaciones

no los dejan, ¿qué se le va a hacer? Ahora hay mucho que hacer, aunque yo no vea

ningún cambio.

Mi compadre Luis tiene los mismos problemas con su familia, al igual que IU

hermano Elpidio, ya ni entre ellos me hablan, porque Elpidio se quedó sordo hai e

como cinco años. Mi compadre sale a veces a la calle, él puede caminar aún, pero me

dice que se siente como un estorbo entre tantos carros y tanta gente, por e s o mejoi

me viene a visitar. Nosotros platicamos y platicamos de tantas cosas, nuestras y Idaí

están llenas de recuerdos y me acuerdo cuando curamos aquella mujerzuela, quién

sabe qué tenía, nunca lo supimos pero se curó. Fíjese qué bien: le puso su boca en IU

vientre y le extrajo unas piedrecitas que le molestaban y le dolían mucho a aquella

mujer, luego sanó y ya no la volvimos a ver. Mi compadre había aprendido eso de IUI

padres, porque ellos curaban así. Había veces, me acuerdo, hasta invocaban I 101

dioses; éramos muy chamacos, pero no lo he olvidado; también mi compadre ha)

veces, me cura los dolores de mi cuerpo con sus manos, no sé como lo han- pero mi

siento mucho mejor. Lo malo es que un día Luis se va a morir y todo eso que ••.•!•<

como curar, se lo va a llevar a la tumba, porque a ninguno de sus hijos les Interesa

aprendereso, y sus nietos dicen que se lo va a llevar el diablo, o el chamuco poi indaí

haciendo eso. Luis me dijo que el padre de la iglesia les prohibió a sus nietos que

hablaran con él, y bueno, pues ya no tiene con quién hablar. Le quiero dt4 ll

que después de todo, todo esto no está tan mal aunque Luis lo crea así, porque él ahora

tiene que pensar y actuar más en él, antes no lo hacía. Bien, como le iba diciendo, las

cosas están así: son otros t iempos, ya nada es como antes, pero sí le puedo del o que

esto no puede seguir así, al menos nosotros no lo vamos a aguantar.

Antes todos nos conocíamos, sabíamos de cada uno de nosotros, quiénes eran los

familiares y los amigos, y dónde andaban; hoy ya nada de eso se sabe, no se puede,

porque todo vacambiando, las cosas están muy raras, o al menos yo no entiendo a e s o s

que ya sabe, que cambian todo para ver de otra forma y olvidan a sus padres, hermanos

y a todos, hasta quién los parió cuando nacieron.

Pero es que todo cambia, vea esos aviones y esos barcos trayendo a toda esa gente,

de aquí para allá, todo está siempre abierto, las tiendas, ya no se sabe si es de día o

de noche, o si es fin de semana. Ya nada se respeta, ni siquiera en Semana Santa, siempre

se trabaja, y nadie se acuerda de los antiguos señores. Pero ¿qué vamos a hacer? Yo no

sé qué va a pasar, creo que ahora esto va a seguir así (Felipe Sánchez)."

11 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Felipe Sánchez, Cancún, Q. R., 1985.


El p r e s e n t e se c o n v i e r t e en e l m o m e n t o no d e s e a d o , en l a v i d a q u e c a m b i ó su

c u r s o p o r e l cap i t a l , e l p r o g r e s o y e l m o v i m i e n t o . Se t r a n s f o r m a a c a d a in s t an t e

la n u e v a s o c i e d a d , m a r c a n d o a las n u e v a s g e n e r a c i o n e s en lo in s t i t uc iona l y lo

p r i v a d o . N u e v a s fo rmas a r m o n i z a n e l p r e s e n t e , i r r u m p e n en e l m u n d o t r ad ic iona l

p a r a r a s g a r l o c o n f o r m e e l p r o g r e s o s e i n t r o d u c e ; r o m p e n con aque l l o s p a s a d o s

en los q u e los d i o s e s d ign i f i caban a l h o m b r e . A c a b a n d o con los an t i guos cu l to s ,

e l p r e s e n t e se v ie r t e en con t r a de las ú l t imas g e n e r a c i o n e s de v ie jos , los de m a y o r

e d a d , an t e c u y o s ojos su m u n d o se d e s m o r o n a p a r a dar p a s o a n u e v o s va lo res y

c o n c e p c i o n e s q u e de jan m u y a t rás sus c r e e n c i a s ; tan a t rás q u e só lo en e l m u s e o

o en el t ex to p u e d e q u e d a r su v igenc ia . La t r a n s f o r m a c i ó n ha de j ado a los

a n t i g u o s s e ñ o r e s fuera del t i e m p o , c o m o un p a s a d o o l v i d a d o ; e l p r e s e n t e se

c o n v i e r t e en l a e scen i f i cac ión del e s p e c t á c u l o : los j ó v e n e s c r e c e n sin h i s tor ia ,

s in m e m o r i a , o c u a n d o m á s con una m e m o r i a del d ía an te r io r , de la m o d a o de

c u a l q u i e r o t ra cosa . L a s fo rmas de v ida p ú b l i c a se mod i f i can p a r a dar p a s o a las

n u e v a s g e n e r a c i o n e s , b o r r a n todo ves t ig io del p a s a d o , dejan ú n i c a m e n t e l a

e v i d e n c i a exó t i ca del m i s m o en e l c o n o c i m i e n t o i n s t i t u c i o n a l i z a d o de lo q u e se

q u i e r e r eco rda r , de lo q u e se d e b e r eco rda r ; a s í e l m u s e o se c o n v i e r t e en e l

i n s t r u m e n t o de l p a s a d o , pa ra que e l v i s i t an te p u e d a c o n c e b i r e l c a m b i o . E l

p a s a d o se e n c u e n t r a en e l p re sen te c o m o la i m a g e n del r e c u e r d o , m u e s t r a en sus

f iguras lo q u e ya no ex i s te , p e r o g lor i f ica las an t i guas c i v i l i z a c i o n e s y cu l tu ra s

q u e han c r e a d o la nues t r a ; e l v i s i tan te as í c o n o c e lo q u e d e b e c o n o c e r , va y

d is f ru ta en el m u s e o lo q u e an tes e s t u v o ahí , y c o m p a r a en la m o d e r n i d a d y el

p r e s e n t e la ac tua l i dad de los s abe re s .

EL C A M B I O INSTITUCIONAL

En c u a n t o a la r e lac ión ex i s t en t e en t re la e sc r i tu ra y lo m o d e r n o , i n t r o d u c i m o s

ú n i c a m e n t e u n a v is ión l ineal que p l an t ea a l s igno en su fo rma gráf ica , c o m o

c o n t e m p o r a n e i d a d de e fec tos ci v i l i za to r ios , o b ien , en la c r eac ión de e s p a c i o s de

c a m b i o d o n d e e l c o n o c i m i e n t o q u e d a e s t a m p a d o en s ignos , pa ra p l a s m a r una

so la ve r s ión de los h e c h o s : la que ha s ido esc r i t a . Es ta a l t e rac ión p e r m i t e e l

c r ec imien to de c ier tos saberes , pero bajo una pe rspec t iva en la cual los s igni f icados

q u e d a n p a r a qu ien los q u i e r a consu l t a r . E l móv i l s igue en lo m o d e r n o , p u e s la

a c t u a l i d a d ha s ido p l a s m a d a . El m i t o , a l q u e d a r fijo en e l t ex to , se c o n v i e r t e en

h i s to r ia , su h is tor ia , la h i s to r i a o m e m o r i a de aque l l a soc i edad q u e al r ecu r r i r a

la m o d e r n i d a d se c o n v i e r t e a lo l a rgo del p r o c e s o en el a l i c i en te de la p r o d u c c i ó n

de s e n t i d o o , d i c h o con o t ras p a l a b r a s , en la i deo log í a c u y a m e t a es m a n t e n e r a l


día e l p a s a d o , en c u a l q u i e r a de los e spac io s de la c ienc ia . La ins t i tuc ión y la v ida

c o t i d i a n a p l a n t e a n l a t r a n s f o r m a c i ó n de l m u n d o t r ad ic iona l q u e deja v i s l u m b r a r

e l p r i n c i p i o de las n u e v a s t r ad i c iones : las que e m p i e z a n a jus t i f i ca r l a m o d e r n i d a d

o e l n a c i m i e n t o de los n u e v o s m i t o s .

Lo t r ad ic iona l es e l l uga r d o n d e la s o c i e d a d se e n c u e n t r a a s í m i s m a en e l

d e v e n i r h i s tó r i co . L o s l uga re s y los ob je t ivos han c a m b i a d o , p e r o los e s p a c i o s

se r ep i t en m o d i f i c a n d o los d i s c u r s o s , a p r o p i á n d o s e l o s , p a r a ú n i c a m e n t e r ecu r r i r

a l a r q u e t i p o p a r a r e p r o d u c i r su sen t ido c o m o e l t ó p i c o q u e i m p l i c ó e l c a m b i o de

lo t r ad i c iona l a lo i n s t i t uc iona l ; e s p e c i f i c a n d o el c o n t e x t o en el cual v ive y se

r e p r o d u c e , p e r o t a m b i é n m a r c a n d o a la v ida p r i v a d a y a la p ú b l i c a en la

sus t en tac ión del cu l to , p a r a cons t ru i r t an to los d i s t in tos t i e m p o s c o n c e p t u a l i z a d o s

po r e l h o m b r e , c u a n t o l a c r eac ión de e n t i d a d e s q u e l eg i t imen e l d i s cu r so . A s í , l a

t r ad ic ión se ha vis to envue l t a en e l p a s a d o p e r o t a m b i é n en e l p re sen te r e p r o d u c t o r

de va lo res soc i a l e s .

La t r ad ic ión e n v u e l v e a l a soc i edad d e s d e s i e m p r e , c a m b i a sus va lo r e s c o m o

e l c a m a l e ó n m o d i f i c a su camuf la je an te los pe l i g ros ; a s i m i l a n d o los h e c h o s ,

c o n f u n d i é n d o s e con la h i s to r i a y la i deo log ía , c r e a n d o i m a g i n a r i o s c u y o s

i m p a c t o s se c o n v i e r t e n en l a m e m o r i a co l ec t iva ; m á s aún , i n t e r n á n d o s e en los

m i s m o s c u e r p o s del saber , en d o n d e los d i s t in tos l uga re s de p r o d u c c i ó n se

a l i m e n t a n de lo d i c h o c o m o lo v iv ido y , a l m i s m o t i e m p o , en su c o n t e m p l a c i ó n

i n t e r rogan t e del saber . La h i s to r ia se mod i f i ca y , a l c ambia r , r e n a c e en t r ad i c iones

q u e ju s t i f i can e l p r e sen t e . A s í l a c o n s t r u c c i ó n de las e v i d e n c i a s se c o n v i e r t e en

a c o n t e c i m i e n t o s q u e i n v a d e n e l saber ; aun c u a n d o lo q u e ya no es tá no p u e d a

r eg re sa r , es en ese m o m e n t o en e l q u e r ecu r r i r se conv ie r t e en conve r t i r e l s u c e s o

en e s c e n a , en una e scen i f i cac ión de los sucesos c u y o s va lo res se m o d i f i c a n a l

sal i r a l a i re ; c a m b i a n y se desa r ro l l an ; lo t r ad ic iona l se vo l a t i za pa ra c o n v e r t i r s e

en r e c u e r d o , en un r e c u e r d o q u e se p i e r d e , p o r q u e unos v ie jos m u e r e n y o t ros no

q u i e r e n hab la r , y a o t ros m á s ya nad ie los qu ie re oír.

La t r ad i c ión se c o n v i e r t e en la fiesta, e l c a rnava l , e l fes te jo de la p r o p i a

c u l t u r a q u e se res i s te a s u c u m b i r . L o s vie jos qu ie ren hab la r pa ra que los j ó v e n e s

s epan de sus a n t e p a s a d o s , de sus p rác t i ca s y sabe res : c o n o c i m i e n t o s p r o f u n d o s

q u e a r r a igan a l h o m b r e a su lugar de o r igen . Su p rop i a h i s to r ia es tá ahí , só lo hay

q u e con ta r l a p a r a q u e la m e m o r i a se r eac t ive en un c l a m o r c o l e c t i v o de la

s o c i e d a d , i n t r o d u c i e n d o sus v i s iones . L o s h o m b r e s nacen y m u e r e n , d e j a n d o t ras

de s í las hue l l a s de sus p a l a b r a s que o t ros con ta r án , y has ta l l ega rán a e sc r ib i r se ,

p a r a i n m o r t a l i z a r las v i v e n c i a s , a c c i o n e s q u e l l evan a la soc i edad a cons t ru i r un

p r o p i o c u e r p o de sabe res c u y a s m a n i f e s t a c i o n e s logran ident i f icar a u n a cu l tu ra .


SER MODERNO

El p r e s e n t e en v ida se c o n v i e r t e en l a i n s t anc i a de l a a c t u a l i d a d , s o c a v a n d o

c u a l q u i e r a c c i ó n q u e d e t e r m i n e un c o n o c i m i e n t o de l p a s a d o . E l v iv i r e l d í a sin

e l p e s o d e l a h i s to r i a c o n l l e v a pos ib i l i t a r l a c o n s t r u c c i ó n d e u n a m e m o r i a b a s a d a

en lo i n m e d i a t o , c u y o p r e s e n t e se r ec r ea en l a p o s i b i l i d a d de o lv idar . En e s t e

s e n t i d o , o l v i d a r se c o n v i e r t e en e l m ó v i l de d e s i n t e g r a c i ó n de l va lo r t r ad i c iona l ,

p e r o a s i g n a u n a n u e v a c o n n o t a c i ó n que m a r c a en su s en t i do a m p l i o e l p r e s e r v a r

de l o l v i d o c o m o c u r i o s i d a d o , m e j o r d i c h o , c o m o l a c o n s t r u c c i ó n de l a i d e n t i d a d

d e s d e l a p r e r r o g a t i v a de l a c o n s e r v a c i ó n del m u s e o c o m o la e n t i d a d p ú b l i c a o

p r i v a d a q u e c o l e c c i o n a e l p a s a d o p a r a m a n t e n e r v igen t e lo p e r d i d o , o lo q u e es tá

p o r d e s a p a r e c e r a c a u s a del p r o g r e s o . S i m u l t á n e a m e n t e se c o n s t r u y e n o t ras

i n s t a n c i a s no tan c o m p l e j a s c o m o es e l s abe r m u s e o g r á f i c o ; s abe re s m á s de l

c o n o c i m i e n t o c o m ú n , m á s de l o s u b t e r r á n e o , de un c o n o c i m i e n t o q u e s e m e z c l a

en la d i s p e r s i ó n y en la d i s c o n t i n u i d a d de la v ida d ia r ia .

Un día llegaron los camiones y los tráileres. No sabíamos qué estaba pasando; yo

nunca había visto ese tipo de máquinas antes. Fue entonces cuando unos hombres nos

prohibieron acercarnos y nos dijeron que todas esas playas ahora eran propiedad

privada. Luego, empezaron a llegar y a llegar muchas gentes, se veían de todas partes.

Y nosotros pues ya no podíamos vivir como antes con aquella tranquilidad que te da

el silencio del mar y de la selva. Ya nada era como antes y menos el trabajo, ya

teníamos que ir a pescar y a cazar cada vez más lejos, y algunos de los nuestros

decidieron irse a vivir a otros lugares y abandonaron todo; otros, pues no tenían a

dónde ir, y otros como yo pensamos que podíamos aprender de esta gente, así que nos

empleamos: nos fuimos a trabajar de cargadores, llevábamos y traíamos bolsas de

cemento, ladrillos, varillas y todo eso que tiene que ver con la construcción. Trabajé

y trabajé, se puede decir que yo fui uno de los que construí este lugar, pero eso no es

tan importante, porque muchos de los que ahora son de mi edad y otros más viejos

pueden decir lo mismo.

En aquellos días en que había tanto trabajo, pensé que me podía hacer rico,

comprarme una casita y retirarme; pero nunca pasó aquello, y aún sigo trabajando, sin

descanso: todos los días salgo a pescar y llevo los pescados a venderlos al mercado.

Pero bueno, como le iba diciendo, en esos días pues era yo mucho más joven, y ya

trabajando en las construcciones y platicando con toda aquella gente me di cuenta que

pensaban de otras formas, sus fiestas no eran las mías y todo lo demás era de otra

manera; al principio pues mejor no hice amigos, y me acercaba a los míos, a todos los

que éramos de por aquí.


Después, al pasar de los años, hicimos amistad entre todos, nosotros les enseñamos

cosas y ellos a nosotros. Ahora el señor de ahí enfrente, Marcos, que es originario de

Pachuca, creo, si mal no recuerdo, es un gran amigo desde aquellos tiempos.

A nuestros hijos les tuvimos que enseñar de esa gente, que como nosotros eran

trabajadores, y aunque venían de todas partes, teníamos que compartir con ellos; nos

enseñaron también ellos. No le digo que no fue difícil y hasta ya nuestros hijos se

casan con los de ellos. Así son las cosas. Pero no todos ellos son buenos, también hay

unos medio muías , 1 2 pero también con ellos convivimos. Lo que sí le puedo decir es

que los patrones, ésos sí que son unos cabrones: los de aquí y los de allá, todos son

iguales. A lo mejor por eso nosotros nos unimos a los que venían a trabajar de lejos,

¿quién sabe, verdad?

De aquellos días a ahora, todo ha cambiado: los hoteles, las casas, los barcos, los

carros y todas esas gentes que vienen y pasean. Aún yo no me acostumbro del i o d o ,

pero a mis hijos no les importa, ellos van y les venden lo que pueden, que un collar,

que una Conchita, y todo lo que pueden, ya hasta saben venderles su mercancía en

inglés, ¿cuándo me lo iba a imaginar? Y a mis nietos menos, a ellos no se les cierra

el mundo, con su escuela y el trato que tienen de esa gente, pues ya hasta piensan en

ser como ellos. Uno, el mayor, Pedro, se quiere ir a los United's a trabajar, v como ya sabe el inglés, cree que todo es fácil allá, y eso que nunca ha estado tan lejos; a él

no le importa su tierra ni su gente, él quiere triunfar solo, aunque sea allá. Ya sabe

como son los jóvenes de impulsivos, el mundo se les hace chiquito con tantos

aparatos; fíjese, donde trabaja venden equipos electrónicos y ahí. dice, ha visto en la

televisión muchísimas cosas y quiere ir por eso para allá.

Para mí, cuando era joven, el mundo no era más que lo que conocía caminando;

nunca pensé que había algo más allá; pero el Pedro, con esas televisiones, pues ya se

dio cuenta de muchas cosas, el mundo es tan grande que uno ya no sabe ni qué ver.

Además, para Pedro, lo que fue su padre y yo su abuelo, ya no le interesa; él dice

que son cosas de viejos, que hay que vivir lo de ahora, pensar en triunfar, dejarse de

esas cosas y trabajar duro para ganar dólares y si aquí no se puede, pues hay que ir a

donde están, por eso se quiere ir. Ahora estájuntando un poco de dinero para irse, pero

así son los jóvenes con sus ímpetus; bueno, nosotros no éramos así, nuestro trabajo

era ir a pescar, vender un poco y comer el resto; así era en esos días. Hoy todo ha

cambiado, todito, ya nada es igual, y uno, aunque quisiera que las cosas fueran

diferentes, pues ya no se puede. Cuando les quiero platicar a los chamacos de aquellos

días, de cuando aquí no había nada, ¿sabe lo que me contestan? Que cómo podrían

vivir sin nada, sin televisión, sin radio, sin cines, sin tiendas, que eso es una cosa muy

Malos, de corazón duro, egoístas.


fea, vivir sin nada; mejor que ahora sí hay muchas cosas, así uno no se aburre, y luego

me dicen que mi vida debió ser muy aburrida y muy penosa; si supieran ...

Cuando me quiero poner a hablar con ellos por más tiempo, siempre me dicen que

ya no pueden, que los esperan afuera, o que van a ver la televisión, y ya no se habla

más, ¿cómo enseñarles de todo aquello? Ahora es imposible (Santiago Peniche) . 1 3

La c o t i d i a n i d a d de l a v ida d ia r i a en las j ó v e n e s g e n e r a c i o n e s , en un luga r c u y a

fo rma de v ida se c o n c i b e d e s d e lo tu r í s t i co , c o n s i s t e en c r ea r f luc tuac iones en t r e

el o l v i d o y el r e c u e r d o ; fo rmas de v ida en c o y u n t u r a ex i s t enc i a l y soc ia l . La

i n t e rpos i c ión de c o n o c i m i e n t o s p e r t e n e c i e n t e s a o t ras c u l t u r a s sobre lo b á s i c o y

su s t anc i a l de lo t r ad ic iona l p r o v o c a e l d e s c o n c i e r t o de lo rea l : una s o c i e d a d

b a s a d a en e l i n t e r c a m b i o de va lo res , q u e sujeta lo e x t r a ñ o c o m o lo p r o p i o ,

d i s g r e g a la i den t idad é tn ica en b u s c a de la i lus ión y e n c u e n t r a en el v a c í o

la p r o d u c c i ó n de la m o d e r n i d a d , que pos ib i l i t a l a c r eac ión de fo rmas de v ida

d i f e ren te , sin una vis ión del p a s a d o , aun c u a n d o en la e d u c a c i ó n ins t i t uc iona

l i zada se e n s e ñ e e l c o n o c i m i e n t o h i s tó r i co (a n ive l nac iona l p o r q u e no ex i s t e una

h i s to r i a r eg iona l d e Q u i n t a n a R o o ) .

E l p r e s e n t e c o m o c o y u n t u r a se c o n v i e r t e en e l p r o v e e d o r de la i d e o l o g í a ,

i n t r o d u c i é n d o s e en va lo res de t ipo m a s i v o c o m o los m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n y

su c o r r e s p o n d i e n t e i lus ión fundada en e l e s p e c t á c u l o de lo v i s to . La e s t ruc tu r a

del p r e s e n t e se c o n v i e r t e en e l sos tén de la i lus ión c o m p a r a n d o a l e g ó r i c a m e n t e

sus g r a n d e s m o d e l o s de c o m p a r e c e n c i a d i s cu r s iva . A s í l a e s t ruc tu r a u r b a n a s e

c o n v i e r t e en s i n ó n i m o de o t ra c iudad ; sus tu r i s tas se a p r o p i a n — c o m o en su

c a s a — de las fo rmas de v ida , sus n e c e s i d a d e s son l l evadas de un luga r a o t ro y

sus c u l t u r a s i g u a l m e n t e ; e l o c i o se d e s b o r d a en l a e m a n c i p a c i ó n de u n a

i m a g i n a c i ó n v ic iosa en c u y o s l abe r in tos c a e e l o r i g ina r io , es dec i r , e l l u g a r e ñ o

q u e ve en e l o t ro su p r o p i o m o d e l o de t r a sg re s ión ; c o n v i r t i e n d o a l o t ro en lo

m i s m o , a u n q u e es te i n t e r c a m b i o s i m b ó l i c o no sea m á s q u e l a p é r d i d a g radua l de

la i d e n t i d a d , a b s o r b i e n d o en la e m a n c i p a c i ó n y en su d i s i p a c i ó n las p o s t u r a s

c u l t u r a l e s del c o n s u m i s m o .

La seducción representa el dominio del universo

simbólico, mientras que el poder representa sólo el

dominio del universo real,

Jean Baudril lard. 1 4

13 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Santiago Peniche, Cancún,Q. R., 1985. 1 4 J. Baudrillard, De la seducción. Ediciones Cátedra, Madrid, 1984, p. 15.


La a p r o p i a c i ó n s i m b ó l i c a de l d i s c u r s o conv ie r t e a la s e d u c c i ó n en e l e s p e j i s m o

de l d e s e o , de un d e s e o sub l imina l q u e in ten ta a p o d e r a r s e de lo rea l : t r a n s f o r m a r

a C a n c ú n p a r a c o n v e r t i r l o en un p a r a í s o , d o n d e los dó l a r e s y la d ive r s ión sac ien

c u a l q u i e r m o t i v a c i ó n . Es en es te c o n t e x t o q u e e l d e s e o se c o n v i e r t e en u n a

d e s v a l o r i z a c i ó n de la i den t idad , p a r a cons t ru i r en e l l ími te del e s p a c i o su p r o p i a

e s t r u c t u r a ; c o m o en c u a l q u i e r s u e ñ o , e l p a r a í s o es tá ah í sin p o d e r c o n c r e t a r s e ;

a h í se o lv ida la h i s to r ia , los su je tos p i e r d e n su i den t idad y la n e c e s i d a d de p l a c e r

se v ie r t e en la i m a g i n a c i ó n de sus hab i t an t e s y de sus v a c a c i o n i s t a s , po r lo q u e

l a c i u d a d a n í a p i e rde e l r u m b o . U n a loca l idad de un pa í s i n m e r s o en e l d e s e o de

o t ra soc i edad q u e m a r c a la pau ta , e l l engua je y el d i s c u r s o , d i s f raza la t o t a l i dad ,

c r e á n d o s e de es ta m a n e r a e l g l a m o u r de l vacac ion i s t a , en u n a p r o y e c c i ó n q u e lo

iden t i f i ca con c u a l q u i e r a , m e n o s con s í m i s m o ; e s e l p r i nc ip io . La e f e r v e c e n c i a

de l p l a c e r o c a s i o n a q u e e l su je to p i e rda su p r o s p e c c i ó n ; e l e s p a c i o se vo l a t i za y

se e s t a t i za en una d e m a r c a c i ó n pa rad i s i aca ; e l lugar se c o n v i e r t e en la r e a l i z a c i ó n

de l s u e ñ o y la r ea l i dad se c o n c i b e d e s d e la m o d e r n i d a d , d e s d e e l ser m o d e r n o ,

f u n d i é n d o s e su e s t r u c t u r a y s u p e r e s t r u c t u r a , p u e s e l h o m b r e m o d e r n o ha

e n c o n t r a d o su de s t i no .

La r e c i p r o c i d a d se e n c u e n t r a e n t o n c e s en t re la s e d u c c i ó n y la m o d e r n i d a d ,

f luc túan a m b o s en los l ími te s del p lacer , c o n v i r t i e n d o a l su je to , en un i n d i v i d u o

a l i n e a d o sin h i s to r i a y sin t r ad ic ión , en su sen t ido p r o c e s a l . P e r o en c a m b i o , la

t r a n s f o r m a c i ó n y e l d e s a r r a i g o del ser lo conv ie r t en en c o n s t r u c t o r de l p r e s e n t e ,

de un p r e s e n t e p r e d i s p u e s t o a s i e m p r e es ta r c a m b i a n d o , a i r con el m e j o r pos to r ,

sin i den t idad , cua l m e r c e n a r i o d e s p r o v i s t o de n a c i o n a l i d a d y e n v u e l t o en los

a i res del cap i t a l . A s í l a m o d e r n i d a d in ten ta sujetar sus p r o p i o s v a l o r e s , i n t r o d u c e

d e s d e l a s e d u c c i ó n e l d e s e o de c a m b i o , a f i r m á n d o s e t ras las n u e v a s t r a d i c i o n e s

y los n u e v o s m i t o s c o m o la n u e v a fundadora de los p r o c e s o s s o c i a l e s . En e s t e

s e n t i d o l a m o d e r n i d a d se c o n v i e r t e en e l m o m e n t o de i n d u c c i ó n de los c a m b i o s

soc i a l e s , p e r o t a m b i é n en e l s i s t e m a t i z a d o r de las n u e v a s f o r m a s de in t e rp re t a r

a l m u n d o , c o n c i b i é n d o l o só lo a par t i r de la m o v i l i d a d que le da e l cap i t a l .

EL ESPACIO DEL SABER

El p o d e r de l s abe r se e n c u e n t r a en el lugar de la p r o d u c c i ó n del espai io

[ g e o g r á f i c o ] , se c o n c e n t r a en la en t i dad d i s c u r s i v a q u e d e l i m i t a un p u n t o dado,

m o d i f i c á n d o s e y a c t u a l i z á n d o s e s egún los r e q u e r i m i e n t o s coyunturaleí di I

p r e s e n t e , y e s t a b l e c e d e s d e su o r igen su pos i c ión en la d e l i m i t a c i ó n del lugai

c o m o e l c o n o c i m i e n t o q u e se t iene de l a r eg ión .


El e s p a c i o c o n s e c u e n t e m e n t e se v i n c u l a con e l t e r r i to r io , c o n las c o n d i c i o n e s

de e x i s t e n c i a y de v i d a l o c a l i z a d a s en un p r o c e s o c o n c r e t o , es dec i r , e l e s p a c i o

se c o n v i e r t e en la h u e l l a que de ja pa ra es ta r p r e sen t e . L u e g o , e l p a s a d o a l

s i s t e m a t i z a r s e en un c a m p o de e s t u d i o s e c o n v i e r t e en e s p a c i o . P e r o i g u a l m e n t e

s u c e d e con e l p r e sen t e , p u e s a l exp l i ca r lo c o y u n t u r a l m e n t e t iene que r ep resen ta r se

a t r a v é s de su r e a l i d a d c o m o e s p a c i o s d e t e r m i n a d o s q u e pos ib i l i t an l a e x i s t e n c i a

de los a c o n t e c i m i e n t o s . En es ta a r t i cu l ac ión del e s p a c i o , és te se c o n v i e r t e en

pa r t e de lo r ea l , en pa r t e de las c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s de p o s i b i l i d a d de l

d i s c u r s o , d o n d e los d i f e ren tes t i e m p o s de jan p l a s m a d o su p r o p i o d e v e n i r soc ia l .

P o r o t ro l ado , e l e s p a c i o se c o n v i e r t e en l a d e l i m i t a c i ó n r e g i o n a l de lo v i s to

c o m o la e s e n c i a q u e p r e s e r v a a la t r ad i c ión en su e spec i f i cac ión h i s tó r i ca . Su

c o n o c i m i e n t o pos ib i l i t a l a i d e n t i d a d de un lugar , p e r o de v ida , a c t u a l i z a n d o los

m o d e l o s de d e s a r r o l l o d e t e r m i n a d o s p o r l a po l í t i ca en g e n e r a l . E s t e ú l t i m o

a r g u m e n t o m a r c a a l e s p a c i o en e l lugar de p r o d u c c i ó n de d i s c u r s o s q u e e s t i m u l a

a la s o c i e d a d a c o n d u c i r s e en su a s p e c t o po l í t i co , e i g u a l m e n t e c o m o m o t i v a c i ó n

de l a d e s v i n c u l a c i ó n de l a v i d a p r i v a d a en favor de l d i s c u r s o p o l í t i c o . 1 5

La m e m o r i a c o l e c t i v a c o m o sabe r e s r e d u c i d a en e l c a m i n o de l a c o n s t r u c c i ó n

de l p o d e r , p e r o t a m b i é n en favor de l a m o d e r n i d a d , i m p l a n t a n d o l a m o v i l i d a d

c o m o u n a c o n s t a n t e d e e s e s a b e r . M i e n t r a s e l p o d e r s e a s i e n t a e n l a

i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n , la m e m o r i a c o l e c t i v a es r e d u c i d a a i m a g e n o f igura .

La t r ad ic ión es c o n v e r t i d a en t ex to y su na r r ac ión p i e r d e su s ign i f i cac ión con

l o r e a l , r e i n v e n t á n d o s e c o n s t a n t e m e n t e p a r a p r e s e r v a r l o i m a g i n a r i o . L a

m o d e r n i d a d se c o n v i e r t e en e l slogan de la n u e v a t r ad ic ión , en la p e r p e t u i d a d de

las i m á g e n e s , r ea les o n o , a t ravés de los d i s cu r sos s u b l i m i n a l e s , 1 6 c o n t e x t u á n d o s e

en l a s o c i e d a d en r e p r e s e n t a c i ó n de l saber c o m u n i c a r lo q u e se q u i e r e dec i r .

1 5 El autor define al discurso político, propiamente dicho, como el discurso de un intelectual

colectivo en busca de su hegemonía. Esto equivale a decir que el discurso político se relaciona siempre

de una manera u otra con la historia. Conviene advertir que no existe hegemonía sin discurso. J. B.

Marsellesi, "Contribución de la sociolingüística al estudio del discurso político", en Monteforte

Toledo, El discurso político, Ed. UNAM-Nueva Imagen, México, 1980, p. 92. 1 6 El discurso subliminal es aquel que afecta el inconsciente colectivo y cuya meta es lograr un mayor

consumo de productos entre la sociedad. La publicidad se fundamenta en este tipo de discurso, incu

rriendo sobre todo en el bien logrado estímulo sexual para incrementar las ventas de ciertos productos,

como ejemplo tenemos los cigarros Marlboro y los refrescos Cocacola y Pepsicola, entre otros muchos.


LA COYUNTURA DEL SABER

Ent r e la t r ad ic ión y la m o d e r n i d a d se e n c u e n t r a la r u p t u r a c u l t u r a l ; en t re lo rea l

y su d i s c u r s o se ub i ca el p r o c e s o por e l cual una cu l tu ra se c o n v i e r t e en o t ra : es

e l l uga r d e s d e d o n d e l a r ea l i dad se p u e d e t r a n s f o r m a r en i d e o l o g í a ; t r a n s f o r m a

de es ta m a n e r a los p r o c e s o s de c o n s t r u c c i ó n de l a r e a l i d a d . Es dec i r , l as

c o n d i c i o n e s de p r o d u c c i ó n de cu l tu ra se v ie r ten en las m e n t a l i d a d e s de u n a

s o c i e d a d pa ra m o d i f i c a r las fo rmas en las c u a l e s e l m u n d o , la s o c i e d a d y la

n a t u r a l e z a s e c o n c i b e n d e s d e o t ro s t i e m p o s ; t e n i e n d o c o m o p r i n c i p i o e l

i n t e r c a m b i o de va lo r e s y d o m i n a n d o las p r ác t i ca s t r ad i c iona l e s a l m o d i f i c a r las

f o r m a s de v ida , e n t o n c e s e l m u n d o o r d i n a r i o y su c o t i d i a n e i d a d se ven i n v a d i d o s

po r n u e v a s m o d a l i d a d e s , c u y o s e m b a t e s cer t i f ican e l f inal del p a s a d o c o l e c t i v o

y p r o p o n e n en su p r á c t i c a la c o n s t r u c c i ó n del p r o g r e s o , p e r o sin m a n i f e s t a r a los

bene f i c i a r i o s .

Toda producción de sentido da testimonio de un

acontecimiento que ocurrió y que lo ha permitido.

Michel de Certeau. 1 7

Al log ra r e s t a b l e c e r d e s d e las a p a r i e n c i a s l a c o n s t r u c i ó n de lo n u e v o , lo

n o v e d o s o y lo f ác i lmen te i n t e r c a m b i a b l e , la m o d e r n i d a d , e n c u b i e r t a bajo el

c a r i s m a del p r o g r e s o , se r e c r e a en l a inse rc ión de sus m ó v i l e s , de los f a n t a s m a s

q u e l l evan a la s o c i e d a d a d e s e a r el o t ro , a in ten ta r c o n v e r t i r s e en lo o t ro , q u e pal a

sus f ines se iden t i f i ca r ía c o n lo m i s m o o con a p a r e n t a r ser d i f e ren te .

En e s t e c o n t e x t o la r e a l i d a d se t r a n s p a r e n t a en la i lus ión de u n i v e r s a l e s

c o r r e s p o n d i e n t e s a o t ras s o c i e d a d e s , c o n f u n d i é n d o s e con las p r o p i a s , c o m o s i

e s t a s fueran las p r o p i a s . L o s d e s e o s de u n a cu l tu ra por c o m p l e j i z a r sus n ive l e s

de e x p l i c a c i ó n de la r ea l i dad son a b o c a d o s a d e s e s t r u c t u r a r a o t ra s o c i e d a d ,

p r o p o r c i o n a n d o en es te p r o c e s o u n a d i a l éc t i ca de l a d e s t r u c c i ó n de l a cu l tu ra .

Mire, nosotros apenas si vivimos, el dinero no nos alcanza para nada. Pero no nos

podemos ir de aquí porque no tenemos a dónde, no tenemos ni lo mínimo; pero

tenemos que estar aquí, porque no sabemos a dónde ir.

Si queremos seguir viviendo aquí, nos tenemos que olvidar de todo, hasta de

nuestros sentimientos para poder conseguir un poco de dinero; si no, pues uno truena.

1 7 M. de Certeau, L'Ecriture de l'histoire, Ed. Gallimard; Paris, 1975, p. 57.


Vea, ahí enfrente vive doña Euladia; ella como muchos de nosotros tiene tres hijas y

su marido murió en un temporal en la mar. Ella para sacar a los suyos adelante ha

tenido que trabajar en lo que sea, hasta que su hija mayor, María, se tuvo que vender

en uno de esos burdeles de por allá. No tuvo más remedio si querían alimentar a los

demás. Y aquí nadie la critica, porque muchas muchachas se tienen que emplear así,

ni modo. Y uno pues tiene que comprender, desde el padre, los hermanos y todos los

amigos. Cada quien tiene que trabajar en lo que pueda, aunque sea vendiéndose,

porque si no, pues uno se muere de hambre.

Los niños más chicos hay veces que tienen que vender un poco de droga a los

turistas para conseguir dinero (aunque ellos no la consumen en sus casas, aunque hay

unos que sí); pero para ellos esto no es trabajo, porque ganan muy poco. ¿Ve usted?,

cada quien se tiene que ganar el dinero como pueda y en lo que pueda; luego, pues la

policía nos chinga mucho y tenemos que compartir con ellos, para que nos dejen

trabajar, y así es en todo. Todo es más difícil ahora, porque hay extranjeros que

quieren trabajar en lo mismo que nosotros y eso ha ocasionado algunos líos, ya sabe,

algunos golpes y nada más; después quién sabe que vaya a pasar.

Otros pues también tienen trabajos parecidos: venden cosas robadas que les quitan

a los turistas y muchas cosas más. Pero de eso mejor ya no voy a hablar, mejor

voy a ver cómo está todo aquí. Nuestras casas están muy mal, pero no tenemos cómo

repararlas; no tenemos agua y la tenemos que traer de lejos, la luz igual y el gas

también. Es un gran esfuerzo estar aquí pero, como le dije antes, no hay a dónde ir.

A muchos les va peor porque los meten al bote y no los volvemos a ver, o luego

algunos caen enfermos y no sabemos como curarnos, como el SIDA, nadie sabe cómo

y ya se murieron varios por aquí. Y nadie lo dice: ni las autoridades ni nadie, pero

bueno ya no se sabe bien de todo esto. ¿Se acuerda que hace rato le hablé de María?,

bueno, pues ella es una de las pocas que ha tenido suerte, pues hasta ahora trabaja

independiente y no con cualquiera, es que se cuida por sus hermanitos. Ella dice que

un día con un poco de dinero que junte se irá bien lejos. Pero muchos hablan así, y la

mayoría se hacen viejos aquí.

Ya no sabemos de nada, ni siquiera leemos el periódico; es que la mayoría no

sabemos. Tenemos una televisión chica, ahí vemos y nos enteramos de lo que pasa,

pero no entendemos mucho; en el radio igual, y mejor oímos las canciones que pasan,

esa musiquita y unos alcoholes y nos olvidamos de todo, de las penas, del hambre y

de nuestros padres, que aunque ya no vivan pues apenas y los recordamos. En estos

tiempos es mejor ni acordarse de nada, las cosas, la comida, la ropa, el transporte: todo

cada vez es más caro. El dinero que ganamos ya no alcanza y cada quien se las ve como

puede; algunos todavía se ayudan pero la mayoría ya no. Todos ven sólo para uno,

¿qué se le va a hacer?, es que ya no queda de otra. Las cosas empeoran y empeoran.


siempre van mal, de mal en peor. Aquellos hombres, los de la esquina, antes recogían

la basura del centro y la vendían en otras partes y utilizaban algunas cosas, era su

pequeño negocio; y un día las autoridades les impidieron llevarse la basura y ya no

tuvimos en qué trabajar. Y así pasa con mucha gente.

Hace mucho, cuando era muy joven, las cosas eran diferentes: éramos pocos lo que

vivíamos aquí, muy pocos, y uno vivía de la pesca y de hacer otras cosas; era muy

diferente, no había edificios, ni carros, ni aviones, ni nada que hiciera ruido. Éramos

buenos hombres en aquellos días; hoy quedamos muy pocos de aquéllos: unos se

fueron y otros ya murieron, y la mayoría de nosotros ya ni nos acordamos de aquellas

familias. Ahora tenemos tantos problemas para vivir que apenas si recordamos el día

anterior y los chavos, pues ni eso; ellos están muy apurados con sus cosas: la escuela,

los poquitos que van, el trabajo, la novia y la palomilla; apenas si les alcanza el

t iempo. Ya nadie se preocupa por nadie ni por nada. Así es mejor. Hay que ir para

delante, sin mirar atrás; seguir y seguir, y aunque uno no quiera, un día nos moriremos

y nadie va a saber de nosotros. ¡Tal vez así es mejor!

Nosotros ya ni a la iglesia vamos, apenas si nos acordamos de Dios, pues él no nos

da de comer; aunque todos quisiéramos que nos protegiera. Pero no. Cada vez

nos cuesta más trabajo ganarnos el pan y pues tenemos que hacer cosas indebidas, que

—aunque no nos guste— pues alquien tiene que hacerlas. Los gringos esos traen

mucha plata, y pues hay que repartirla; también necesitan "yerba" y hay que

vendérsela, ¡ellos compran todo! Y algunos pues hasta se acuestan con las güeras

cuando se puede, hay que trabajar en todo, ¿no cree?, para irla pasando ¡Ojalá y un

día las cosas cambien!, pero está difícil. Cada día construyen más y llega más gente

con dinero, y nosotros seguimos jodidos, como siempre. Pero un día a lo mejor es

diferente, quizá cuando los pobres salgan, pero quién sabe —¡buenos días, Jorge!—,

¿ve ese Jorge?: es rebueno para la bolita, siempre les gana a todos, pero después se

lo quema todo en alcohol y viejas. Por eso está igual que nosotros. Bueno, él ya no

va a cambiar nunca, siempre será el mismo Jorge, el que todos conocemos. Fíjese,

hasta parece que se lleva bien con la María, bueno, eso dicen algunos, porque se lo

tienen bien guardado. Nadie sabe.

Los de allá abajo la pasan mejor, pero no tanto, porque los de la marina los traen

cortitos. Ya no pueden trabajar como antes. Y a los de más allá también les va mal.

Sólo los que están siempre en Cancún, en la avenida Tulum o en la Uxmal les va

mejor: ellos sí que compran y venden de todo; todito sale ahí; lo que quiera conse

guir ahí está, lo que sea y sin que nadie diga nada. Las mujeres, las debería de ver,

están ahí sólo, ya sabe. Un día las cosas estarán mejor y a lo mejor soy dueño de todo

10 de por aquí, y entonces voy a vivir como los que tienen sus casas en la playa: igual

que ellos, con mi yate y mis mujeres, mi alcohol (informante anónimo) ."

11 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con un informante anónimo, Cancún, Q R 1987


El p a s a d o s u c u m b e an t e los e m b a t e s de l a r ea l i dad de l p r e s e n t e , m u e s t r a sus

s a b e r e s a t r avés de la p r á c t i c a co t id i ana , p e r d i e n d o lo s u c e d i d o d ía t ras d ía :

s o c i e d a d e s q u e s e e n c u e n t r a n en las p u e r t a s de l d e s e o de a l c a n z a r n u e v a s f o r m a s

sin n o m b r e . G e n t e sin t r ad ic ión , sin h i s to r i a ; v ive y m u e r e en e l a n o n i m a t o to ta l ,

b u s c a n d o e n c o n t r a r su fu turo . S in u n a p r e r r o g a t i v a n i o p o r t u n i d a d , l a t r a d i c i ó n

s u c u m b e an t e l a d e s i n t e g r a c i ó n soc ia l , pos ib i l i t a en e l p r e s e n t e l a ú n i c a v ía de

e x i s t e n c i a , o l v i d á n d o s e de l p a s a d o p a r a n o cons t ru i r fu turo a l g u n o .

A n t e los e m b a t e s de l a m o d e r n i d a d , l a m a y o r í a p i e r d e su i den t idad , se s i t úa

en los p r o c e s o s de l a d e s i n t e g r a c i ó n cu l tu ra l : su je tos soc i a l e s q u e p i e r d e n e l

p a s a d o . E l p r e s e n t e se v u e l v e un en t e volá t i l , p u e s en e l m o m e n t o en q u e

d e s a p a r e z c a t a m b i é n la m e m o r i a o lv ida rá lo v i v i d o , s i t u a n d o a la c u l t u r a en e l

l ími t e de su p r o p i a i den t idad , p a r a acep t a r y a p r o p i a r s e de lo q u e no le p e r t e n e c e ,

n i po r d e r e c h o h i s tó r i co , n i cu l tu ra l ; d e c a e p a r a a s i m i l a r s e en l a d i f e renc ia ,

m a r c a n d o d e s d e l a vu lga r idad l a a c e p t a c i ó n de l o t ro ; p a r a as i s t i r se en l a

m o d e r n i d a d e m p r e n d e d e s d e es te e s c a l ó n su ca r r e r a p a r a a l c a n z a r e l p r o g r e s o

y s i t ua r se en las i n s t a n c i a s de los q u e m a n e j a n la t e c n o l o g í a , la c iv i l i zac ión y

c u a l q u i e r o t ra c o s a q u e no les p e r t e n e z c a .

As í , l a c u l t u r a en d e c a d e n c i a se ap rop i a en un ú l t i m o susp i ro de la p o s i b i l i d a d

de t r a n s f o r m a r s e , p o r q u e sus i n i c i ado re s l e h a n d a d o e l g o l p e final p a r a

c a m b i a r l e e l g i ro . Y c o m o cua lqu i e r d i s c u r s o po l í t i co , su r e tó r i c a c o n s i g n a e l

m o v i m i e n t o hac i a n u e v o s h o r i z o n t e s , sin t o m a r en c u e n t a los s u s u r r o s de

q u i e n e s p i e r d e n su i den t idad . Sus gr i tos so focados son a p l a s t a d o s en n o m b r e de l

p r o g r e s o de u n o s c u a n t o s y en d e t r i m e n t o de las m a y o r í a s , c u y o s i l enc io faci l i ta

l a t r a n s f o r m a c i ó n de l e s p a c i o , c r e a n d o en su c o y u n t u r a l a p o s i b i l i d a d d i s c u r s i v a

de i m p l a n t a r las n u e v a s fo rmas de v ida p a r a q u e e l p r o g r e s o y la m o d e r n i d a d se

v ie r tan ba jo su p r o p i o m o d e l o e c o n ó m i c o y po l í t i co en la c o n s t r u c c i ó n de las

i d e n t i d a d e s del fu turo .

SABER Y PRÁCTICA

S o c i a l m e n t e e l sujeto represen ta su pape l c o m o ser social en su c o r r e s p o n d e n c i a

con la co l ec t i v idad , m a r c a su r e p r e s e n t a c i ó n a t r avés de la p r á c t i c a c o t i d i a n a ,

p r o p o r c i o n a en l a ac t i v idad c o r r e s p o n d i e n t e los e l e m e n t o s de i n t e r a c c i ó n q u e lo

l l even a r e p r o d u c i r su m u n d o a par t i r de l c o n o c i m i e n t o o b t e n i d o . R e p r o d u c i r se

c o n v i e r t e e n t o n c e s en e l fac tor de l a e x p e r i e n c i a q u e m e d i a n t e l a p r á c t i c a

c o n s e r v a e l saber ; o c a s i o n a n d o , de es te m o d o , una d i a l éc t i ca en t r e e l s abe r y su

e x t e n s i ó n c o m o p rác t i ca ; se i n s t au ra en e l d i s c u r s o l a r e l ac ión d i s c u r s o - r e a l i d a d


p a r a m o d i f i c a r y va lo ra r t o d o saber . La c o y u n t u r a se e n c u e n t r a en e l p r e s e n t e

c o m o l a e n t i d a d p r o d u c t o r a de l a p rác t i ca , p a r a c o n s e r v a r a l p r e s e n t e c o m o un

s i s t e m a de s ign i f i cac iones q u e r e s g u a r d e n l a to ta l idad d e s e a d a ; p e r o t a m b i é n s e

e n c a r g a de a l m a c e n a r c i e r t a s e v i d e n c i a s pa ra l a c o n s t r u c c i ó n futura de l p a s a d o ,

c o n v i e r t e de es ta m a n e r a a l p r e sen t e en e l t e s t i m o n i o q u e a l g ú n d ía será p a s a d o ,

f u n d a m e n t a n d o a l s abe r en la s e l ecc ión y s i s t e m a t i z a c i ó n de va lo r e s q u e

p r o p o n d r á n l a c r e a c i ó n de l a m e m o r i a h i s tó r i ca — i n s t i t u c i o n a l i z a d a .

E l r e c u e r d o se c o n v i e r t e en l a en t i dad i m a g i n a r i a q u e a r r a n c a de l a m e m o r i a

c o l e c t i v a , p a r a ac tua l i za r e l p r e s e n t e p r o p i a m e n t e d i c h o . E l r e c u e r d o i m a g i n a r i o

soc ia l se c o n v i e r t e en e l e l e m e n t o de c o n s t r u c c i ó n de la r ea l i dad , a t e s t i g u a n d o

d e s d e e l p e n s a m i e n t o y las f u e n t e s 1 9 lo q u e fue a l g u n a vez . Es te m o v i m i e n t o

c o n v i e r t e a la r ea l idad en la in s t anc ia de p r e s e r v a c i ó n de lo s u c e d i d o , p e r o

i g u a l m e n t e del s u c e s o ac tua l , de l t r anscu r r i r ahora , de lo rea l , i n c u r s i o n a de e s t a

m a n e r a en los t e r r enos del saber y de su p rác t i ca , pa ra la e x i s t e n c i a de sus

d i f e r en t e s p r o c e s o s .

El s abe r y su p rác t i ca se c o n s t r u y e n d i a l é c t i c a m e n t e d e s d e las p o s i b i l i d a d e s

de e x i s t e n c i a de la m e m o r i a co l ec t i va — o r a l o e s c r i t a 2 0 — p a r a e v i d e n c i a r y

r e c o r d a r los t i e m p o s po r los q u e se ha d e s a r r o l l a d o , e n c a u z a de es ta f o r m a a l

i m a g i n a r i o soc ia l p a r a p r e s e r v a r los h e c h o s q u e c o n f o r m a n a la i d e n t i d a d ,

r e c o n o c i e n d o d e s d e la inse rc ión del saber en la c o l e c t i v i d a d la p r o d u c c i ó n de los

t i e m p o s q u e se han i d o ; p e r o c u y a r e c o n s t r u c c i ó n y ac tua l i zac ión se ven

c o n v e r t i d o s en m a n i f e s t a c i o n e s de d i fe ren tes t ipos q u e a h o n d a n en las p r á c t i c a s

soc i a l e s , m o s t r a n d o en su in t e r locuc ión la en t r ada y sos tén de los va lo res m í t i c o s

e h i s t ó r i c o s .

S a b e r y p rác t i ca se conv i e r t en en los c o n d u c t o r e s de la m e m o r i a c o l e c t i v a ,

p a r a m a n i f e s t a r s e m e d i a n t e la o ra l idad en e l s igno que m a r c a la m o v i l i d a d y la

" "El establecimiento de las fuentes, requiere también hoy en día un gesto fundador, significado

como ayer por la combinación de un lugar, de un 'aparato' y de técnicas. Primer indicador de este

desplazamiento: no hay trabajo que no tenga que utilizar de un modo diferente los fondos conocidos,

y que no tenga que cambiar el funcionamiento de archivos definidos hasta ahora por un uso religioso

o 'familiar' ". De la misma manera, bajo el pretexto de que se trata de pertenencias nuevas, convierte

en documentos a las herramientas, a las recetas de cocina, a las canciones, a la imaginería popular, a la

distribución de los terrenos, a la topografía urbana, etcétera. M. de Certeau, op. cit., p. 86. 2 0 "A esta escritura que invade el espacio y capitaliza al tiempo, se opone la palabra que no va lejos

y que no retiene nada. Bajo el primer aspecto, no abandona su lugar de producción. Dicho de otro modo,

el significante no se puede separar del cuerpo individual o colectivo, no se puede exporta! I .a palabra

es aquí el cuerpo que significa. El enunciado no se separa ni del acto social de enunciación, ni de una

presencia que se da, se gasta o se pierde al nombrarla. Sólo hay escritura cuando el significante puede

lisiarse de la presencia..." M. de Certeau, op. cit.. p. 225.


a c t u a l i z a c i ó n en e l d i s c u r s o . M i e n t r a s , en la m e m o r i a h i s tó r i ca la e v i d e n c i a

q u e d a p l a s m a d a en e l t ex to , pa ra i nmov i l i za r lo d i c h o en u n a ún ica ve r s ión ,

d e s a c t u a l i z a n d o y d e s a r t i c u l a n d o e l c o n o c i m i e n t o v i v o de la m e m o r i a , pa ra

c r e a r en su acc ión un c a m b i o q u e s igni f ica el d i s c u r s o y la i n s t i t uc iona l i z ac ión

del sabe r . La m e m o r i a , en sus d i fe ren tes c o n t e x t o s , 2 1 i n d u c e a l saber a p r e s e r v a r

p r á c t i c a s q u e en su d i fus ión l l evan e l s i g n o de la t r a s m i s i ó n , p e r o q u e en su

a r g u m e n t o c o n s t r u y e n su p r o p i o aud i t o r i o , m a n t e n i e n d o la i den t idad de sus

d i s t i n tos d i s c u r s o s .

La verdad es que me acuerdo ya muy poco, era muy chico cuando llegamos aquí, pero

las cosas sí han cambiado en los últimos años: los autos ahora son cada vez más y los

taxistas cada vez más en las calles; ya son muchos los atropellados, nada más se

ataranta uno un poquito y, chin, ya se lo llevó; hay muchos muertos atropellados. Los

camiones también se han vuelto unos cabrones. Así son las cosas por aquí; además,

los taxistas nada más lo ven a usted que es de por aquí y nomás no se paran, porque

uno no trae los dólares, ellos prefieren a los gringos, a todos esos turistas que vienen

a Cancún.

Uno se tiene que poner abusado para que no se lo echen por ahí; ya le digo, esos

taxistas son muy peligrosos. Nadie los puede parar, echan carreras por todas las calles

y luego, pues, con los camiones también. Se les van encima y a ver qué pasa; y los

pasajeros son los que sufren, el otro día se le fue encima un taxi y por allá fue a dar

el muchacho; le quebraron una pierna y un brazo y nadie hizo nada, el del taxi se peló

y ni el policía de la esquina hizo nada por detenerlo, se huyó y al pobre muchacho se

lo llevó la Cruz, después nunca encontraron al del taxi, se fue y nadie quiso detenerlo,

pero nadie.

Así son todos ésos, es que vienen la mayoría de afuera, del D.F. y de Mérida, para

juntar sus centavos; por eso dicen que corren tanto, y la policía no puede hacer nada,

no se puede; así está cambiando todo, ahora todo es rápido, dicen que por los del D.F.

que viven aquí; las tiendas las abren temprano y las cierran bien tarde, y todos los días,

los turistas van y gastan sus centavos. Todo es tan rápido que no nos podemos

acostumbrar. La ciudad cada vez crece más, por allá y por allá, por todas partes

construyen edificios, hoteles y de todo; muchas casas, pero la mayoría es para los

turistas, cuestan bien caras, sólo ellos pueden tenerlas. Por eso cada vez llega más

gente de todas partes, a trabajar como albañiles, meseros y muchos trabajos más.

- 1 "Lo que existe es el individuo reconocible corporalmente, revestido de una identidad, constantemente

interpelado acerca de su conducta pasada y presente (y en consecuencia, a renglón seguido, de la

venidera), acerca de sus obras, de lo que ha hecho y de lo que ha dejado de hacer, F. Chaletet, Cronique

dees Idees Perdues, Editions Stock, París, 1981, p. 14.


Ahora ya apesta el humo de los carros en Cancún; cada vez aumenta más y más,

también el aceite de los barcos está manchando un poco el mar y el ruido.. . sobre todo

el ruido cada vez aumenta más en las tiendas con esa música a todo volumen, los pitos

de los carros y los aviones, los camiones; hasta la gente grita y grita. Todos van

rápido, enojados porque van a llegar tarde, de prisa y con las aglomeraciones de tantos

carros. ¡Ay, que diéramos para que todo fuera tranquilo otra vez! (Julia Campos) . 2 2

El e n t o r n o c a m b i a de su c o n d i c i ó n na tura l a la fo rmac ión de una n u e v a

e s t ruc tu r a , c r ece sin l ími te y se a p r o p i a de la na tu ra l eza , cas i c o m i é n d o s e el

pa ra í so . El c a m b i o l lega y la soc iedad se t ransforma, acep ta las nuevas i r rupc iones

de m o v e r s e en e l m u n d o , d e s t r u y e a su p a s o lo an te r io r p a r a a s imi l a r se en lo

u r b a n o , c o n s t r u y e p a r a a t raer a m á s g e n t e . T r a b a j a d o r e s y v i s i t an tes se dan c i ta

en lo n u e v o , en el a c e r c a m i e n t o a lo m i s m o — p r o g r e s o = m o d e r n i d a d — , p a r a

c o n f i g u r a r s e en la e s e n c i a de lo g r a n d e , lo c a m b i a n t e y la m o v i l i d a d de los

n u e v o s e s p a c i o s c o n f i g u r a d o s por las e s t ruc tu ra s de c o n c r e t o y s e p a r a d o s po r las

a v e n i d a s . La m o d e r n i d a d se da c i ta pa ra t r ans fo rmar l a i m a g e n na tu ra l , se i n t e rna

en la d e c o n s t r u c c i ó n de lo inna tura l o de lo s o b r e n a t u r a l , p e r o cuan t i f i cán -

d o s e en su c r e c i m i e n t o d e s m e d i d o .

A s í la e s t r u c t u r a se ap rop i a de la m e n t a l i d a d , 2 3 l l e v a n d o a sus h a b i t a n t e s a

d e s v a n e c e r s e en e l o l v i d o , de lo q u e ya no se p u e d e hab la r , de lo q u e no se p u e d e

o í r p u e s r e s u l t a a b u r r i d o , sin s en t i do y en e l me jo r de los c a s o s es s u p e r s t i c i o s o ;

a h o r a hay q u e r e n o v a r s e , abr i r se a los c a m b i o s , acep ta r l a t e c n o l o g í a , l a m o d a

y t o d o lo q u e p u e d a b r i n d a r la c iv i l i zac ión . Las viejas c o s t u m b r e s , las de la gen t e

m a y o r , son los r e c u e r d o s del p a s a d o , de un p a s a d o que d e b e v o l v e r s e c a d a vez

m á s l e j ano , m á s e x ó t i c o , m á s e f ímero , tan b reve c o m o s i m e j o r fuera q u e n u n c a

h u b i e r a e x i s t i d o ; se es tá en e l c a m i n o de las t r ad i c iones q u e b r i n d a n p o r e l

p r o g r e s o , no po r las q u e r e c u e r d a n lo no c iv i l i z ado .

P e r s u a d i r se c o n v i e r t e en e l móv i l de la m o d e r n i d a d , in f i l t r ando en su r e tó r i ca

a las n u e v a s t r a d i c i o n e s de l c o n s u m o y la c o m p e t e n c i a , d e j a n d o a t rás , m u y a t rás ,

e l o r igen de l a m e m o r i a co l ec t i va pa ra dar n a c i m i e n t o a u n a n u e v a m e m o r i a m á s

a c o r d e con la e l e c t r ó n i c a , e l v ideo y t o d o lo n o v e d o s o ; c u e s t i o n a y a b s o r b e los

m o d e l o s a n t i g u o s , p a r a a t e s t igua r s o l a m e n t e que u n a vez ex i s t i ó un p a s a d o .

" R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con la señora Julia Campos, Cancún, Q R., 1985 2 3 "Los desplazamientos de mentalidad se marcan solamente en las representaciones recibidas lái

este caso, las prácticas no son el lugar mismo donde se elabora una razón ordenadora que, por su propia

génesis, relega los símbolos colectivos al papel -convertido en "ideológico"- de restos adyacentes o

históricos", M. de Certeau, op. cit., p. 198.


Rodrigo: "Vamos a ver la tele, para ver a Buck Rogers",

Pedro: "Mejor vemos otra cosa, ese programa ya no me gusta. Siempre lo repiten".

Rodrigo: "No, ahora vi en la guía de la parabólica que son nuevos capítulos".

Pedro: "Bueno, vamos".

M i e n t r a s se d i s p o n e n a i r a ver la t e l ev i s ión , la m a m á de R o d r i g o l l a m a a los

d o s n i ñ o s p a r a i r de v i s i t a a c a s a de Ca ro l .

Mamá de Rodrigo: "Niños, vamos a casa de Carol".

Rodrigo: "No, porque ahí nos aburrimos".

Pedro: "Mejor vamos otro día, cuando no estén los señores esos, cuando hayan

regresado a Mérida. Ya ve, señora, que siempre quieren hablar sólo ellos, y ya nos

sabemos esos cuentos: ¡siempre es lo mismo! Mejor nos quedamos aquí a ver la

televisión".

E n e s o s m o m e n t o s l l ega l a m a m á d e P e d r o .

Mamá de Pedro: "¿Estás lista? Vamonos con Carol que nos está esperando, las visitas

llegaron desde temprano; Pedro vamonos".

Pedro: "No, me voy a quedar aquí con Rodrigo; su mamá ya le dio permiso; me quedo

aquí, vamos a ver la televisión, hoy es buena la programación".

Mamá de Pedro: "Alma, ¿estás de acuerdo en que se queden los dos solos?".

Mamá de Rodrigo: "Claro, no ves que están estrenando la parabólica; ya sabes como

son los niños con juguete nuevo. Además, sabes que con Carol se aburren cuando

están sus papas, porque platican mucho sus cosas".

Mamá de Pedro: "Ojalá que no se molesten; niños no nos tardamos, adiós".

María Lozas

Rodrigo Bueno Lozas

Josefina Sánchez

Pedro Rodríguez Sánchez. 2 4

C o n c e b i r e l p r e s e n t e s e c o n v i e r t e en p e r d e r e l d i á l o g o c o n los m a y o r e s , p a r a

i n v o l u c r a r s e en las i m á g e n e s de l a m o d e r n i d a d , a c e n t u a n d o en l a f i cc ión lo

r e c o n o c i b l e c o m o lo v a l e d e r o . E l o l v i d o se ab re a l c e r r a r e l c í r c u l o de l a

i n t e r v e n c i ó n en la d i s c u s i ó n . L o s m e n o r e s l l evan su s abe r y l a p r á c t i c a de un

c o n o c i m i e n t o a p r e n d i d o v ía sa té l i t e , d o n d e la f icc ión y la i l u s ión j u e g a n c o n e l

24 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con las familias Sánchez y Rodríguez, Cancún, Q.

R., 1985.

ENTRE LA TRADICIÓN Y LA Mí >l >l KNII >AI) ¿1,1

s i l enc io de la p a l a b r a v iva , p a r a conve r t i r l a en el e c o tic la voi sintetizada ll qui

e m i t e l a t e l ev i s ión .

L u e g o , el s abe r se c o n v i e r t e en el p r e s e n t e , la r e p r e s e n t a c i ó n simbólica di l l

i m a g e n c u y a s i l u s iones son n u e v a s p r ác t i c a s . A t e s t i g u a desde la imagen e l

p r i n c i p i o de lo i n n e c e s a r i o , p e r o q u e sa t i s face la n e c e s i d a d de cal lar , y el <>n Se

c o n v i e r t e en e l e c o sin r e t o r n o , a s i m i l á n d o s e en e l d i s c u r s o c o m o la l l a m a d a

i n t r í n s e c a del s i l enc io , p a r a q u e la p rác t i ca sea el es ta r f rente a la i m a g e n donde

l a voz se d e s v a n e c e en e l c l a m o r de lo d i c h o . A s í , c u a l q u i e r cu l tu ra es tá ah í ,

c u a l q u i e r c o s a es tá y e l i n d i v i d u o se a b s o r b e en su v i s ión p a r a a t e s t igua r a l o t ro

c o m o l o m i s m o .

SABER EL ESPACIO: LO URBANO

De la c o y u n t u r a a la p r á c t i c a se p r o d u c e e l a c o n t e c i m i e n t o , e n t r o m e t i é n d o s e

en la v i d a p r i v a d a y en la púb l i ca , i r r u m p e en la c o t i d i a n e i d a d y en la

i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n de l o v i v i d o ; c o n m e m o r a de es ta m a n e r a l a f o r m a c i ó n de

l a c o h e r e n c i a ( c o m o l a l óg i ca de c o n s t r u c c i ó n del p r e s e n t e ) , s e e n c o m i e n d a en

e s t e d e v e n i r a l p r e s e n t e p a r a de ja r su p rop i a e v i d e n c i a , r e g i s t r a n d o su to t a l idad

en l a i n m e n s i d a d de l a m o d e r n i d a d d o n d e las t e c n o l o g í a s só lo r eg i s t r an lo

s u c e d i d o : i m á g e n e s , f iguras , l engua jes y t o d o t ipo de t ó p i c o s q u e d a n r e g i s t r a d o s

en los ana l e s de l a g r a b a c i ó n , lo cua l s i túa lo c o n t e m p o r á n e o en e l p r e s e n t e .

En es te m o m e n t o l a c o m u n i c a c i ó n se da en e l saber , b o r r a n d o c o n sus

i m á g e n e s los e s p a c i o s . La c i u d a d con t o d o s sus sa t i s fac to res s e ve e n t o n c e s en

la c o n s t r u c c i ó n de lo v e r d a d e r o , en e l d i s c u r s o de lo p r e s e n t e y de l p a s a d o en sus

t e x t o s y m u s e o s . A s í , e l p r e s e n t e se v u e l v e con t r a lo t r a d i c i o n a l p e r o i g u a l m e n t e

se r e c r e a c o m o la n u e v a t r ad ic ión , l a del i n d i v i d u a l i s m o , l a de l a so l edad , l a de

lo i r r ac iona l , c u y a s f luctuaciones se v ie r ten en la n e c e s i d a d de d e s g a s t a r y

de c o n s u m i r lo e x i s t e n t e . A s í , e l t i e m p o se c o n t e m p l a y se v ive c a d a v e z m á s

c o r t o , m á s vo lá t i l , aun a la v e l o c i d a d de los a c o n t e c i m i e n t o s y h e c h o s . La

d e s p e r s o n a l i z a c i ó n se v u e l v e e l e s p e c t á c u l o de la v ida d i a r i a y la m e m o r i a q u e d a

r e d u c i d a a la t e c n o l o g í a p a r a a t e s t igua r lo s u c e d i d o .

Lo s u c e d i d o es un m o m e n t o en e l q u e lo p r i v a d o y su r e p r e s e n t a c i ó n se

e n c u e n t r a n a la e n t r a d a de l v a c í o c o m o p r i n c i p i o y c o m o m e t a ; p r i n c i p i o y fin

a y u d a n en e l o l v i d o , en c o n t r a de l a h i s to r ia . E l p a s a d o se v u e l v e l a i n c o h e r e n c i a

de lo q u e no v i v i m o s , y s i nos t o c ó v iv i r lo es m e j o r no r e c o r d a r l o y l i b ra rnos de

e s e p e s o t o r m e n t o s o . De e s t a m a n e r a s e p l an t ea e l p r i n c i p i o de las n u e v a s

i d e n t i d a d e s , u n i o n e s h u m e a n t e s q u e se d i l u y e n en e l v i en to de lo tecnológico


p a r a v e r t e r s e en e l e s p a c i o i n v a d i é n d o l o con sus s a b e r e s ; c o n o c i m i e n t o s

t e cn i f i c ados q u e r e p r e s e n t a n nues t ro s t i e m p o s de l a m o d e r n i d a d .

El principio no lo recuerdo bien, pero aquí no había más que selva y más allá, lejos,

es que conocí el mar tiempo después, cuando ya era más grande. Pero la selva es donde

crecí. Mis primeros recuerdos los tengo ayudando a mi madre con la leña para prender

el fuego para la comida: iba y me metía entre los árboles, agarraba las ramas chicas

que estuvieran secas y se las llevaba a mi madre; después, recogía algunas frutas del

huerto. Siempre era así, cada día llevaba a cabo la misma faena y, cada vez, me iba

más lejos; me internaba en la selva con mi escopeta cuando era más grande, y cazaba

algún animal. Nunca nos faltaba de comer.

Mi padre trabajaba lejos de la casa, hacia el sur del territorio. Él se llamaba Juan

Chuc, como yo, y trabajaba en las selvas del sur: era chiclero. Pocas veces lo veíamos;

su trabajo lo internaba cada vez más en la selva —apenas si lo recuerdo—; nosotros

vivíamos un poco de lo que mi padre nos mandaba, y otro poco del trabajo de mi

madre, Esther Chiuj. Mi madre cosía ropa, hacía los huípiles. Sus bordados eran muy

buenos porque ella conocía el secreto de los antiguos; su madre le había enseñado y

a ésta, su otra madre, y así quién sabe hasta dónde. Ella cosía tan bien que tenía el

reconocimiento del pueblo, Xcan. Todo iba bien. Yo ayudaba cuando ya era más

grande, cazaba, vendía y cambiaba las piezas por cosas que nos hicieran falta. En

aquellos días no había ningún carro, ni aviones, ni luz eléctrica, ni teléfono; no había

nada de la ciudad. Nuestro mundo era la selva y el poblado, todo era bueno. Sólo

teníamos un poco de miedo por lo de la guerra, aquella que tuvimos contra los dzules,

pero eso fue todavía más atrás, pero nos acordábamos bastante bien y por eso

desconfiábamos todavía. Algunos se internaron más en la selva hasta Chan Santa

Cruz; ésos sí que se fueron lejos, entraron en la mera selva.

Todo iba tan bien y, aunque pobres, no necesitábamos mucho el dinero,

conseguíamos de todo y nos tratábamos bien entre todos. Estábamos unidos desde la

guerra de castas, los dioses nos eran propicios y teníamos de todo. Era como si los

blancos no existieran. Estábamos en plena selva y pocos se atrevían a llegar hasta

nosotros. Al tiempo, el pueblo creció, y algunos hombres siempre se iban de

chicleros; caminaban durante varios días y llegaban a los campos, ahí se contrataban

y, después, muy pocos regresaban. Quién sabe que pasaría con ellos. Entre ellos

estaba mi padre, . . . al poco tiempo no volvimos a saber de él.

Siempre de joven me moví bien, sabía a dónde ir por fruta, por leños, por agua, por

animales en la caza. Siempre fue así: mi abuelo me lo había enseñado y las cosas

siempre estaban ahí y uno sólo tenía que tomarlas, estirar la mano y agarrarlas.

Así siempre había sido, según me contaba el abuelo; él hacia lo mismo desde muy


joven. Nunca faltaba nada, nos movíamos por todas partes; íbamos y veníamos, nunca

nos faltaba nada. Algunas veces, ya más grande, me llegué a ir hasta el mar con otros

del pueblo, pescábamos, cambiábamos algunas cosas, todo iba bien, ¡tan bien! Era

como decía el abuelo. En otros tiempos había sido igual, sin los blancos. Cuando ellos

llegaron las cosas cambiaron; pero ahora que estábamos internados en la selva, las

cosas estaban como antes. Los blancos no habían podido llegar hasta nosotros porque

no tenían cómo, no conocían la selva, sus peligros y todo lo que había ahí.

Pero esto no pudo durar mucho tiempo, porque después las carreteras empezaron

a llegar más cerca del pueblo, hasta atravesarlo. Y nacieron muchos pueblos como

Nueva-Xcan. Y todo eso nos trajo los problemas que tenemos ahora, y también llegó

la luz eléctrica, el teléfono, la televisión, el radio, y nosotros pudimos viajar a muchas

partes, conocer otras gentes y saber de lo que había allá afuera. Era como estar en otro

lado, y tuvimos que aprender las nuevas cosas y, sobre todo, a hablar como ellos,

aunque algunos se negaron. Yo aprendí el español y supe de mis cosas, aunque a mí

no me gustaron. También llegaron los pastores a enseñarnos de su dios y tantas cosas

más.

Un día, cuando mi madre murió y mis hijos ya estaban más o menos grandes, decidí

ir a buscar esas cosas que estaban fuera de nosotros, y tomé el autobús y me llevé unas

piezas para vender a donde fuera; así llegué a Tulum, y de ahí me fui a Cancún.

Nunca había visto algo así: esos edificios tan grandes cerca del mar, sus luces,

tantas y tantas tiendas. Había mucho que ver. Y esas gentes cómo se movían; y en la

noche todo era ruido y alboroto. La gente no descansaba y, lo peor, nadie compró mis

cosas y por eso me tuve que regresar. A nadie le gustó lo que hacía y de todas partes

me corrían, y yo no sabía por qué, pero a nadie le gustaba que estuviera ahí. Fui a

buscar a los míos y encontré a uno que trabajaba de albañil, trabajaba haciendo esas

grandes casas, hablé con él y él me dijo que lo mío no gustaba, que eran gentes

diferentes las de ahí y no entendían ni un poquito de lo mío, y me aconsejó que

regresara a Xcan. Por la mañana tomé el camión y estuve de regreso con mi familia,

y les platiqué a mis hijos de lo que había visto en Cancún, y de todas su cosas.

Hoy mis nietos trabajan ahí permanentemente y hay veces vienen a visitarnos.

Cada vez se acostumbran más a estar allá y, cuando están con nosotros, se sienten mal,

extrañan ese mundo, porque aquí no hay nada de lo que hay allá; aquí las cosas siguen

más o menos como cuando estaba joven. Bueno, un poco, pero aquí se puede vivir,

allá no; creo que es como el infierno. Eso dice el padre de la iglesia, él trata de que

la gente no se vaya, pero ya no le hacen caso. Quién sabe qué será mejor.

A veces con la televisión vemos cosas de allá, de mis gentes y otras cosas, y es

como si fuera sólo la televisión, como si no existiera más que en la caja. Pero cuando

llegan los nietos y nos hablan, sentimos feo, que lo que está ahí está también afuera,


y que es algo m u y grande que se está comiendo todo. Porque cada vez llegan y llegan

más gentes más automóviles y todo eso. Llegan y llegan, nada lo puede parar. Quién

sabe qué diría mi abuelo si viera todo esto; se moriría del susto, o quién sabe; mejor

es ni pensarlo. Sólo le digo que cada vez perdemos más nuestras cosas; ya a nadie le

interesa ni a los de aquí. Luego, con tantos nuevos que han llegado, ya no están los

de antes la selva se los está llevando, los recuerdos se van con sus gentes; ya nadie

quiere hablar, porque ya nadie los oye, y al que no se oye, se aburre y se va. Se va con

sus cosas sus enseñanzas y todo lo sabido por los antiguos; se van a la selva y todo

lo demás Ahora ya no sabemos cómo movernos rápidamente, porque si se hace

mal lo pueden a t r °P e Har a uno. Hay que fijarse ahora en esas cosas para poder vivir,

y lo nuestro se va en esto, para no regresar nunca más.

Quizá así deba ser, cuando nosotros nos hayamos ido, ya quedarán muy pocos que

sepan' y las cosas habrán cambiado más. Y a lo mejor hasta llegarán los aviones aquí;

¡cuantas novedades! Ya ni los pájaros descansan, y ningún otro animal lo hace,

siempre están e s p a n t a d o s , como nosotros. La calma se ha ido y nosotros estamos sólo

esperando el momento, quién sabe qué será de los que se queden (Juan Chuc) . 2 5

S a b e r e l e s p a c i o s e r e l a c i o n a con e l c o n o c i m i e n t o de l t e r r e n o . S a b e r q u i e r e

dec i r c o n o c e r l o 1 u e p e r t e n e c e a l su je to ; c o n c i b i é n d o s e l a c o n s t r u c c i ó n de l

m u n d o a pa r t i r de l a p r o p i a iden t idad , m a r c a d a c o m o e l e n t o r n o de l a c o m u n i d a d .

A s i m i s m o , e l e s p a c l ° s e d i r i g e e n s u p r o c e s o a l a m a n u t e n c i ó n de l s abe r p a r a

a s i g n a r en su d i s c u r s o l a i n t e r io r i zac ión de l a e x p e r i e n c i a q u e se c o m p a r t e ,

p a r a a c u m u l a r l a e n l a m e m o r i a co l ec t i va — e l saber q u e s e c o m p a r t e . P e r o

c u a n d o e s e e s p a c i o s e m u e v e d e s d e e l e x t e r i o r d e e s e m u n d o , e l s a b e r p i e r d e s u

s e n t i d o se a s imi l a en la d e s c o m p o s i c i ó n de lo rea l , s e g ú n D e l e u z e y G u a t t a r í , 2 6

p a r a v e r t e r s e en 1° ar t i f ic ia l , en e l c a m b i o de l uga re s en l a p r o d u c c i ó n de los

d i s c u r s o s c o n s u m a n d o de es ta m a n e r a l a i n c i d e n c i a sob re e l c o n t o r n o . T r a s l a

m a r c a de la confus ión de los m u n d o s , los e n t o r n o s se t r a n s f o r m a n a t r avés de l

p r o g r e s o y los e s p a c ' o s na tu ra l e s s e d e s c o m p o n e n p a r a i n t eg ra r s e e n n u e v a s

f o r m a s d e m o v e r s e e n e s t e m u n d o .

15 R. Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señor Juan Chuc. Xcan, Q. R., 1985 ! f i " E l capitalismo instaura o restaura todas las clases de territorialidades residuales y ficticias

imaginarías o simbólicas, sobre las que intenta, tanto bien como mal, volver a codificar, a sellar las

personas derivadas de las cantidades abstractas. Todo vuelve a pasar, todo vuelve de nuevo, los estados

las patrias, las familias. Esto es lo que convierte al capitalismo, en su ideología, en la pintura abigarrada

de todo lo que se ha creído. Lo real no es imposible, sino cada vez más artificial", G. Deleuze, F Guattarí

El Anti-Edipo. Ed. Paid°s, Barcelona, 1985.


La t r a n s f o r m a c i ó n se l l eva a c a b o d e s d e la a p e r t u r a ; d e s d e e l r o m p i m i e n t o qui

sufre la s e lva al se r v i o l a d a po r el as fa l to de las ca r r e t e ra s . El son ido y el • uido

de las o n d a s r a d i a d a s o t e l ev i s ivas y o t ros m á s ; los pos t e s de l t e lé fono de iga i i M

la s e lva al igual q u e los de la e l ec t r i c idad . C o n e l los el p e s o firme de l.i

c iv i l i z ac ión i r r u m p e en e se m u n d o sa lva je : ¡ahora hay q u e m o v e r s e d i fe ren te

p a r a no q u e d a r e l e c t r o c u t a d o , p a r a no p i sa r l a p r o p i e d a d p r i v a d a , pa ra no le í

a r r o l l a d o po r un a u t o m ó v i l ! E l e n t o r n o c a m b i a a l m o d i f i c a r sus u n i d a d e s de

s ign i f icac ión , a p r e n d e n u e v o s cód igos que nos l leven a sobrev iv i r , y se t r ans forma

ba jo e l m i t o del m o d e r n i s m o q u e l l eva en su m a r c a la d e s i g u a l d a d y e l a r t i f ic io

de lo n o v e d o s o .

El sentido imita a la naturaleza

Hans-Georges Gadamer . 2 7

El s e n t i d o de la t r ad ic ión se insc r ibe en e l cu l t o de la na tu r a l eza , en un

a c e r c a m i e n t o q u e se de sa r ro l l a en c o n c o r d a n c i a con e l la , m a r c a n d o en l a

c o t i d i a n e i d a d el s i l enc io o e l g r i to de la s e l v a — n a t u r a l e z a — , pa ra a r m o n i z a r

a l h o m b r e c o n su a l r ededo r , e s dec i r , en s abe r e l e s p a c i o . E l c a m b i o de n ive l q u e

p r o p o r c i o n a la v io lac ión de la na tu ra l eza — s e l v a — c o n l l e v a a la d e s v a l o r i z a c i ó n

del p a s a d o , c u a n d o el s en t i do imi t aba a la na tu ra l eza . H o y , e l s en t i do imi ta la

d e s t r u c c i ó n de l a n a t u r a l e z a en su a r m o n í a ar t i f ic ial , p a r a indus t r i a l i za r l a , p a r a

c o n v e r t i r l a en la m a r c a de la ca r re te ra , de sus n u e v a s p o b l a c i o n e s y de esa

c r e c i e n t e t o t a l idad p r o p o r c i o n a d a por e l p r o g r e s o . La n a t u r a l e z a q u e d ó a t r á s , e s

o t ro p r o d u c t o m á s . H o y , e sos e s p a c i o s se han c o n v e r t i d o en l a o b t e n c i ó n de

r e c u r s o s , o en la fac i l idad del t r a s l ado t e r res t re . C i c a t r i z a n d o la t ier ra , e l e s p a c i o

es e l r a s g o de l p r e s e n t e . A c o r t a n d o las d i s t anc i a s , e l p r o g r e s o se a p r o p i a de lo

sa lva je sin e l m e n o r o b s t á c u l o . L a s t r ad i c iones se t r ans fo rman d e j a n d o a t rás los

c u l t o s por l a n a t u r a l e z a p a r a — e n su l u g a r — t o m a r los cu l tos por lo c i v i l i z a d o ,

c a m b i á n d o l o a c a d a in s t an te , cua l m á q u i n a obso le t a . A s í , e l e s p a c i o na tu ra l se

u r b a n i z a , en e l c r e c i m i e n t o de las e s t ruc tu r a s de c e m e n t o , se e n s a n c h a has ta

a p r o p i a r s e de l e s t a d o de c o s a s q u e hab í a en l a na tu ra l eza , l l e v a n d o sus a u g u r i o s

ha s t a lo m á s p r o f u n d o de lo sa lva je , p a r a r e sca t a r lo de lo i n h ó s p i t o , pa ra

r e p r o d u c i r en sus i m á g e n e s e l e n c u e n t r o con e l p a s a d o ; p e r o d i l u c i d a n d o su

t r a n s f o r m a c i ó n , l l e v a n d o sus sa t i s fac to res con l a e t i q u e t a de l p r o g r e s o .

2 7 H. G. Gadamer, Verdad y método. Ed. Sigúeme, Salamanca, 1984 , p. 60.

26b ENTRE LA TRADICIÓN Y LA MODERNIDAD

U r b a n i z a r e s c o n s t r u i r e l c o n c r e t o , e s h a c e r l a r e a l i d a d de l a m a s i f i c a c i ó n de

las a g l o m e r a c i o n e s , b o r r a n d o a la m e m o r i a co l ec t i va p a r a da r n a c i m i e n t o a la

a u s e n c i a de i den t idad . Se c o n s t r u y e la m a s a i n t r o d u c i d a en la m o d a y en e l

o l v i d o d e s u p r o p i a m e m o r i a , p r o d u c i e n d o d e s d e l a m á s c o m p l e j a i n f o r m a c i ó n

l a c r e a c i ó n de l a n u e v a m e m o r i a , l a t e c n o l o g i z a d a , l a q u e ha p e r d i d o e l n o m b r e

p e r o c u y a s ign i f i cac ión a l c a n z a a t o d o s .

Ser u r b a n o t r a smi t e en su s abe r e l o l v i d o de la na tu ra l eza , p a r a adqu i r i r en su

e n t o r n o a lo ar t i f ic ia l c o m o e l e l e m e n t o s u s t a n t i v o de la r e p r e s e n t a c i ó n c o t i d i a n a ;

a s i g n a a su d i s c u r s o la r e p e r c u s i ó n de la s o b r e v i v e n c i a , a s i s t e a la ed i f i cac ión de

la a c t u a l i d a d , del p r e s e n t e en su acc ión c o n s t r u c t o r a de l fu turo d e s e a b l e ; se

e n c o m i e n d a a la sob re i n f o r m a c i ó n y a la t e c n o l o g í a p a r a c o n s t r u i r l a s m e m o r i a s

a r t i f i c ia les , b a s á n d o s e en los p r o g r a m a s p l an i f i c ados de l a s o c i e d a d , p a r a

c o n c e b i r en e s t e p a r a d i g m a l a a s imi l ac ión de l o t ro .

EL DISCURSO DEL SABER

Nadie entrará en el orden del discurso si no satisface

ciertas exigencias o si no está, de entrada, calificado

para hacerlo. Más preciso: todas las regiones del

discurso no están igualmente abiertas y penetrables;

algunas están altamente defendidas [diferenciadas y

diferenciantes) mientras que otras aparecen casi abiertas

a todos los vientos y se ponen sin restricción previa a

disposición de cualquier sujeto que hable.

Michel Foucault . 2 8

El e n c u e n t r o con e l s a b e r se m a n i f i e s t a en un s en t i do a m p l i o c o n e l s abe r

c o m p a r t i d o , es dec i r , c o n lo q u e saben t o d o s , lo q u e es tá a l a l c a n c e de t o d o s y ,

p o r t a n t o , en e l d i s c u r s o v i g e n t e q u e a c t u a l i z a y c o n f o r m a lo soc ia l en

u n a i d e n t i d a d p r o p o r c i o n a d a po r e l c o n o c i m i e n t o d e l a s m a y o r í a s ; sin u n a

p r o f e s i o n a l i z a c i ó n de l saber , o b ien , sin e x c l u i r a nad ie de lo c o n o c i d o , al

c o m e n t a r l a e x p e r i e n c i a p a r a g e n e r a l i z a r l a s o c i a l m e n t e , a l e s t a b l e c e r u n a

c o n t i n u i d a d q u e i n m i s c u y a l a t o t a l idad e n l a soc i edad .

28 M. Foucault, El orden del discurso, Tusquets editores, Barcelona, 1980, p. 32.


P e r o la e x c l u s i ó n en el saber lo conv ie r t e en la en t i dad preservadori del

c o n o c i m i e n t o pa ra e l eg i r a q u i e n e s t i enen el p o d e r de la pa lab ra , o .i I"'. que

p u e d a n hab la r . R e s p a l d a la c r eac ión de l p o d e r y de l p re s t i g io c o m o el elemento

o r g a n i z a d o r de l d i s c u r s o , c u y a p rác t i ca q u e d a inc lu ida en e l saber de lo i

e l e g i d o s , po r lo q u e el s abe r se i n t roduce en el c o n o c i m i e n t o y en la memoi la

de los p r o c e s o s h i s tó r icos , pe ro t ambién en e l deven i r de lo suced ido , actual i / a n d o

los h e c h o s y los s abe res s egún sean las n e c e s i d a d e s del p o d e r y de la colectividad

En s e g u n d o l u g a r c o n s t i t u y e los d i f e ren tes t i e m p o s en su c o n d i c i o n a m i e n t o de

a c o n t e c i m i e n t o s e i d e o l o g í a s que p r o p o r c i o n a n y a l i m e n t a n los a r g u m e n t o s del

d i s c u r s o .

E l e l e m e n t o de cons t i t uc ión de l d i s c u r s o se c o n s t r u y e po r u n a pa r t e en l a

r e l a c i ó n l e n g u a j e - m e m o r i a c o l e c t i v a y po r la o t ra en la d u a l i d a d s a b e r - p o d e r ,

e d i f i c á n d o s e de es ta m a n e r a l a s igu i en t e p r e s e n t a c i ó n :

L e n g u a j e *• m e m o r i a c o l e c t i v a »- d i s c u r s o » saber • p o d e r

A h o r a b ien , e s ta r e p r e s e n t a c i ó n del d i s cu r so pos ib i l i t a a r t i cu la r d i r e c t a m e n t e

a l d i s c u r s o e n s u p e r s p e c t i v a a n t r o p o l ó g i c a , p a r a a s e g u r a r s e d e s d e s u

c o n c e p t u a l i z a c i ó n la c o n s e r v a c i ó n y p r e se rvac ión de la i den t idad . Se e n t i e n d e

é s t a c o m o las c o n d i c i o n e s d e pos ib i l i dad del d i s c u r s o p a r a m a n t e n e r l a c o h e s i ó n

del g r u p o , p r o c u r á n d o s e a t r avés de la m e m o r i a c o l e c t i v a e l r e c u e r d o de lo

s u c e d i d o en o t ros t i e m p o s o en é s to s ; pe ro , i g u a l m e n t e , e s t ab l ece d e s d e e l p o d e r

l a p r e s e n c i a de una m e m o r i a i n s t i t uc iona l i zada , q u e a pa r t i r de l E s t a d o i m p a r t e

e l c o n o c i m i e n t o q u e d e b e ser , o se d e b e s abe r pa ra e s t ruc tu ra r la i den t idad

r e q u e r i d a o , en e l me jo r de los c a s o s , pa ra pe rde r l a en v ías de la ac tua l idad .

E s t a a m b i v a l e n c i a del d i s c u r s o la sus t en ta la c r eac ión del i m a g i n a r i o socia l

c o m o la p r e r r o g a t i v a dua l i s t a , q u e bajo e l s i g n o de lo v e r d a d e r o c o n s t r u y e y

d e c o n s t r u y e la r ea l i dad , p a r a a d a p t a r l a a las n e c e s i d a d e s de l s a b e r - p o d e r . El

i m a g i n a r i o soc ia l p r o p o r c i o n a los e l e m e n t o s v e r d a d e r o s e i lu so r ios q u e inven tan

la r ea l i dad , l e v a n t á n d o s e d e s d e e l d i s c u r s o c o m o la r e p r o d u c t o r a y su s t en t ado ra

de l a r ea l idad c o n su c o r r e s p o n d i e n t e iden t idad .

EL PODER DE LA TRADICIÓN

El p r e s e n t e se e n c u e n t r a en la v ida soc ia l pa ra man i f e s t a r s e en la c o y u n t u r a de

la ac tua l i dad , pe ro es ta acc ión se ac t iva en e l m o m e n t o ac tua l , d e t e r m i n a n d o

c i r c u n s t a n c i a l m e n t e la e x i s t e n c i a socia l del e s t a r - ahora , del e s t a r - aqu í , del sel


en es te m o m e n t o . El p r e s e n t e es e l ins tan te de la acc ión , p a r a c o n v e r t i r s e en e l

t e s t i go y el pa r t i c ipan te del ac to p r e sen t e y , c o m o tal , en la p r e s e n t a c i ó n de la

a c c i ó n en m o v i m i e n t o .

Es t e a c e r c a m i e n t o se t r aduce en la acc ión q u e t iene e l t i e m p o p a r a m a n t e n e r s e

v i g e n t e en lo a c t u a l - p r e s e n t e , p u e s e l m o m e n t o t e m p o r a l q u e se v ive s i e m p r e e s

e l p r e s e n t e c o m o ins t an t e r e p r e s e n t a t i v o , c u y a e x i s t e n c i a r e s p o n d e a m a n t e n e r

la v ida en c o n c o r d a n c i a con la acc ión del e s t a r - ah í , o del p o d e r - v e r a l r e d e d o r y

e n r e d e d o r .

La t r ad ic ión es e l e n c u e n t r o de l p a s a d o — d e lo que ya no e x i s t e — c o n e l

p r e s e n t e , a t e s t i g u a n d o lo an te r io r a l p r e sen t e pa ra fo rma l i za r su i den t idad . Lo

q u e ya no es tá se e n c u e n t r a en e l p a s a d o y es m e d i a n t e l a r e c u p e r a c i ó n de l

r e c u e r d o q u e és te se ac tua l i za en e l p r e s e n t e , r e p r e s e n t á n d o l o y d á n d o l e n o m b r e

a l d i s c u r s o en su pa r t i c ipac ión ac tua l i zada . Es ta c o n f o r m a c i ó n p r o d u c e en e l

t i e m p o c o m o e n t i d a d s a g r a d a o p r o f a n a — h i s t ó r i c a — e l r e s c a t e d e l o s

a c o n t e c i m i e n t o s q u e en e l p r e sen t e son c o y u n t u r a l m e n t e v i g e n t e s p a r a p r e s e r v a r

la m e m o r i a del g r u p o . O b ien , e l t i e m p o es el c a t a l i z a d o r q u e re f resca en la

a c t u a l i d a d los h e c h o s de l p a s a d o ; c o n d u c e de e s t a m a n e r a a l a t r ad i c ión en e l

v í n c u l o de un ión en t re dos t i e m p o s d i s t in tos , que p r o p o r c i o n a d e s d e l a c r eac ión

de lo an te r io r e l a s e g u r a m i e n t o de l p r e s e n t e , m e d i a n t e l a c o n s t i t u c i ó n de la

i d e n t i d a d — l o m i s m o — , o en la r e c o n s t r u c c i ó n de l p a s a d o y p a r a fo r t a l ece r e l

p r e s e n t e en su c o n c e p c i ó n de la p r o d u c c i ó n de s e n t i d o ; c o n s t r u y e n d o en su

p o s i b i l i d a d de c r e a c i ó n de l a v e r d a d l a ve r i f i cac ión in t r ínseca de los s u c e s o s q u e

so s t i enen e l g r u p o por e l m i s m o s e n d e r o .

La t r ad ic ión en es te c o n t e x t o es la ve r t i en te q u e m a r c a a la m e m o r i a co l ec t i va ,

p a r a a s e g u r a r s e t e m p o r a l m e n t e l a e x i s t e n c i a de l p a s a d o , f u n d a m e n t á n d o s e

d e s d e la r e p r e s e n t a c i ó n de su p o d e r la r e c u p e r a c i ó n en e l p r e s e n t e , de lo q u e ya

no e s t á m á s q u e en e l r e c u e r d o ; in ic ia de es ta m a n e r a l a a c t i vac ión de las h i s t o r i a s

q u e s e c u e n t a n t an to e n e l á m b i t o d e l o p r i v a d o c o m o d e l o p ú b l i c o . As í , t r a d i c i ó n

y p a s a d o se c o n c a t e n a n pa ra m a n t e n e r v igen te s los s u c e s o s vue l t o s nar ra

c i o n e s y r e p r e s e n t a c i o n e s de los a c o n t e c i m i e n t o s del ayer .

E l p o d e r se m a n t i e n e v igen t e en l a t r ad ic ión en su p r e s e n t a c i ó n m i s m a , en l a

a c t u a c i ó n de v iva voz q u e e n a r b o l a l a e x i s t e n c i a de un p a s a d o s a g r a d o q u e , ba jo

la i n f luenc ia de lo c o l e c t i v o , c o n l l e v a en sus m i t o s , r i tos e h i s to r i a s las v o c e s de

q u i e n e s ac tua rán s egún los p r i n c i p i o s de l a s o c i e d a d en q u e v iv i e ron . T i e m p o

d e s p u é s , aun c u a n d o a q u é l l o s ya no es tán , s e les r e c u e r d a c o m o los p r o t a g o n i s t a s

f u n d a d o r e s de l a t r ad ic ión , s in i m p o r t a r f echas n i zonas geog rá f i c a s , s in e x a c

t i tudes n i c o m p r o b a c i o n e s , s o l a m e n t e po r su s ign i f i cac ión y la m a r c a d e j a d a en

l a s o c i e d a d . Su r e p r e s e n t a c i ó n p r e s e r v a en e l p r e s e n t e los ac to s de l p a s a d o , c u y a


s ign i f i cac ión es p r o d u c i d a por e l d e s e o de r eco rda r , de t ene r ahora lo que fue

a n t e s , de m a n t e n e r en l a m e m o r i a los h e c h o s q u e una vez u n i e r o n s o c i a l m e n i c

a un g r u p o h u m a n o y que a h o r a , d e s p u é s de m u c h o , s iguen m a n t e n i e n d o u n i d o

al g r u p o .

Nosotros nos juntábamos con los que habíamos llegado en el tren. Es que nosotros sí

nos entendíamos. Veníamos todos de la misma tierra, y aquí no conocíamos a nadie;

éramos unos extraños para los que aquí vivían y eran diferentes a nosotros en todo,

en cómo hablaban, en la comida y en la ropa; no eran como nosotros, tenían algo, su

piel, no sé. Todo eso lo comentábamos nosotros que habíamos llegado de muy lejos

con aquella mentira que nos habían dicho. Era todo tan nuevo, y estas gentes tan malas

—los hacendados y los funcionarios del gobierno de Yucatán antes de la revolución

de 1910—-, que uno no sabía ni en quién confiar, y aún después de estar por aquí un

buen tiempo, ya sin podernos regresar a nuestro terruño —pues no había cómo—,

entonces como que entendí que esos mayas se parecían en algo a mí: en que no

teníamos nada, como ellos tampoco lo tenían.

Fue entonces cuando me di cuenta que tenía que hacer algo, aunque ya habían

pasado muchos años desde que llegué a Yucatán. Me hui de la hacienda y me fui con

los socialistas, ahí entendí muchas cosas después: que era un trabajador más y que me

estaban explotando los patrones.

Aprendí entonces a ver el mundo igual que ellos. Los socialistas me enseñaron un

oficio y a trabajar; entonces vi cómo eran ellos, me platicaron sus cosas y comprendí

que allá en mi tierra las cosas no eran muy diferentes, y que los pobres son pobres en

todas partes, y aunque habláramos diferente, pues éramos iguales en el fondo. Fue

como entendí. Luego mis padres murieron y yo estaba solo en Yucatán, sin familia,

y sin poder regresar a la tierra de mis padres. Fue cuando pensé que Yucatán y sus

mayas eran ahora lo mío, y que ahora viviría aqu í^a ra siempre. Y aún después de

tantísimos años sigo aquí con mi familia (Tomás Aguil lón). 2 9

- 9 R.Pérez Taylor, Entrevista de tradición oral con el señof Tomás Aguillón, Mérícla, Yucatán, 1986

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