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“Vinde e Vereis” Foram e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Jo 1,39 Itinerário para uma vida enraizada na aliança ITINERÁRIO PARA UMA CATEQUESE DE ADULTOS DE INSPIRAÇÃO CATECUMENAL D I O C E S E D O P O R T O

“Vinde e Vereis”...Porta Fidei. Atravessar a porta da fé Recapitulando tudo em Cristo O mistério pascal O corpo eclesial de Cristo A vida em Cristo Conhecendo a Deus no amor

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Tel. 226056037 – E-mail: [email protected] - [email protected] (Secretaria) Site: www.catequesedoporto.com

“Vinde e Vereis” Foram e viram onde morava

e ficaram com Ele nesse dia. Jo 1,39

Itinerário para uma vida enraizada na aliança

I T I N E R Á R I O P A R A U M A C A T E Q U E S E D E A D U L T O S

D E I N S P I R A Ç Ã O C A T E C U M E N A L D I O C E S E D O P O R T O

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FICHA TÉCNICA DO ITINERÁRIO PARA O ANIMADOR

“Vinde e Vereis ” é um itinerário de Fé (de conhecimento, relação e experiências…) elaborado

a partir da Carta dos Bispos do Porto para o Ano da Fé e inspirado nos percursos de Catequese

de Adultos de inspiração catecumenal.

A sua dinâmica “ternária”, Ir-Permanecer-Ver, é uma tentativa de proporcionar a pequenos

grupos de “discípulos de Cristo” um ambiente, uma abordagem dos conteúdos da fé, um

espaço de “dizer a fé”, um percurso… que favoreça o encontro ou o re-encontro com o Mestre

e os Irmãos em Comunidade. Um face a face, no Espírito, com Jesus Cristo que leva ao Pai.

Este itinerário é apenas uma proposta, um ponto de partida que deverá ser recriada e

adaptada a cada realidade. A dinâmica sugerida exige ter-se em conta o perfil dos

animadores e dos destinatários!

Objetivos

“Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só nele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro” (Porta Fidei, nº 15).

Redescobrir a fé como um dom gratuito de Deus, uma resposta a dar, uma relação a cuidar ao longo da

vida;

Reler os conteúdos essenciais da fé a partir dum percurso sistemático e orgânico;

Redescobrir a dimensão cristocêntrica da fé;

Fazer a experiência de viver em Cristo e ao “jeitode Cristo” no dia a dia;

Viver em grupo/comunidade um itinerário de fé;

Celebrar a fé em comunidade;

Intensificar os laços comunitários, estreitar as relações fraternas;

Oferecer aos catequistas um espaço de experiências e partilha de vida na fé…

Fontes/ Bibliografia

Sagrada Escritura

Catecismo da Igreja Católica

Youcat

Documentos do Concílio Vaticano II

Carta Apostólica, Porta Fidei de Bento XVI

Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto para o Ano da Fé

Conteúdos

Os conteúdos são os propostos na Carta dos Bispos do Porto. Apenas se acrescenta uma introdução retirada da

Porta Fidei.

Atravessar a porta da fé

Recapitulando tudo em Cristo

O mistério pascal

O corpo eclesial de Cristo

A vida em Cristo

Conhecendo a Deus no amor fraterno

Rezar cristãmente

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Destinatários

Grupo de pais dos catequizandos (implicados na catequese intergeracional, ou familiar,

outros …)

Grupos de adultos

Grupos de jovens adultos

Sempre que possível, seria importante que o número de pessoas por grupo não ultrapasse as 15. Só é possível uma

verdadeira partilha de vida em grupos pequenos. Nas comunidades poderão reunir-se simultaneamente vários

grupos (inclusive tendo em conta as características dos membros: disponibilidade, …) todavia, ao longo do

percurso, nas diferentes etapas todos os grupos deverão encontrar-se para partilhar e celebrar. Será necessário

assegurar a unidade e comunhão com a comunidade. A comunidade é o “meio ambiente” em que nasce, se

alimenta, participa o grupo.

Andragogia

Tendo em conta os objectivos (itinerário de educação para a vida na fé) e os destinatários (adultos), a

metodologia terá em conta as características de um itinerário destinado a adultos quer nos seus conteúdos,

objectivos e métodos. Assim, não se opta apenas por uma metodologia de «ensino» “ mas por várias metodologias

com vista a oferecer “um itinerário de co-aprendizagem, co-experiências, co-crescimento, co-pertença” onde a

«experiência do adulto e a palavra» têm lugar numa “imersão eclesial”. A sua implementação terá em conta o

perfil dos destinatários: pessoas:

que solicitam um caminho de maturação/aprofundamento da fé,

que são convidadas a “fazer um itinerário de iniciação” devido ao distanciamento

distanciadas da fé

Neste enquadramento todos os intervenientes (animador, destinatários e comunidade) estão “a caminho” todos

recebem e participam, responsavelmente, no crescimento próprio e do outro:

«A catequese, que é pedagogia da fé em acção, ao realizar as suas tarefas, não pode deixar-se influenciar por

considerações ideológicas ou por interesses puramente humano, não confunde o agir salvífico de Deus, que é pura graça, com o agir pedagógico humano, e tão pouco os contrapõe e separa. É o diálogo que Deus vai tecendo amorosamente com cada pessoa que se torna a sua inspiração e a sua norma; dele a catequese se faz seu incansável «eco», buscando continuamente o diálogo com as pessoas, segundo as grandes indicações oferecidas pelo Magistério da Igreja.

São estes os objectivos concretos que inspiram as escolhas metodológicas da catequese: – promover uma síntese progressiva e coerente entre a plena adesão da pessoa a Deus (fides qua) e os conteúdos da mensagem cristã (fides quae); – desenvolver todas as dimensões da fé, de modo que ela se traduza em fé conhecida, celebrada, vivida e rezada; – incentivar a pessoa a entregar-se «livre e totalmente a Deus»: inteligência, vontade, coração, memória; – ajudar a pessoa a discernir a vocação à qual o Senhor a chama. Assim, a catequese realiza, ao mesmo tempo, uma obra de iniciação, de educação e de ensino.» (DGC 144)

«Jesus Cristo é a relação mais perfeita e viva de Deus com a pessoa humana e da pessoa com Deus. A pedagogia da fé recebe d’Ele uma «lei que é fundamental para toda a vida da Igreja» e, portanto, para a catequese: «a lei da fidelidade a Deus e da fidelidade à pessoa humana, numa única atitude de amor».

Portanto, será genuína aquela catequese que ajudar a perceber a acção de Deus ao longo do caminho formativo, favorecendo um clima de escuta, de acção de graças e de oração e, ao mesmo tempo, suscitando na pessoa uma resposta livre, promovendo a participação activa dos catequizandos.» (DGC 145)

«Dentre os critérios que asseguram uma autêntica e eficaz catequese dos adultos, é preciso recordar:

– a atenção aos destinatários na sua situação de adultos, como homens e como mulheres, cuidando, portanto, dos seus problemas e experiências, dos recursos espirituais e culturais, no pleno respeito pelas diferenças; – a atenção à condição leiga dos adultos, chamados pelo Baptismo, a «procurar o Reino de Deus, na gestão das coisas

temporais, ordenando-as segundo Deus», e à santidade; – a atenção ao envolvimento da comunidade, para que seja lugar de acolhimento e de apoio do adulto; – a atenção a um projecto orgânico de pastoral dos adultos, no qual a catequese se integre, conjuntamente com a

formação litúrgica e com o serviço da caridade.» (DGC 174)

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«A CA é um verdadeiro aprofundamento da fé segundo o estilo e as exigências dos adultos de hoje. Por isso,

exige-se uma catequese «adulta» quer nos objectivos, conteúdos e métodos. Convém ter em conta que se deve superar a conotação tantas vezes infantilizante da catequese e promover o seu carácter «catequético» como próprio de uma catequese «adulta». É neste sentido que a CA terá que entrar no contexto global da acção educativa e pastoral da comunidade cristã. Portanto, uma verdadeira «conversão pastoral», marcada pela redescoberta da «primeira evangelização» (primeiro anúncio) e dos itinerários «catecumenais», sobretudo de inspiração catecumenal, procurando um novo modelo centrado na catequese da comunidade.»

Pe Vasco António da Cruz Gonçalves

Catequese de adultos- Para repensar a pastoral em Portugal

«Sabemos que não existe evangelização sem diálogo, não podemos oferecer respostas sem primeiro escutar as perguntas. Não podemos escutar somente as perguntas para as quais temos respostas. O diálogo a estabelecer situa-se noutro lugar, além da relação entre pergunta e resposta. Ele revela que um mesmo

Espírito está em movimento no evangelizador e no evangelizado; o primeiro, se conhece o que propõe, aceita ser

convertido por aquele que consentiu escutá-lo.» Cardial Louis-Marie Billé

Fundamentação catequética do itinerário

A partir dos documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, da Porta Fidei e da Carta dos

Bispos aos diocesanos do Porto, o “processo formativo” proposto oferece elementos para criar, uma “escola de

fé” (Cf. DGC nº90 – 91).

O percurso ”Vinde e vereis” (Jo 1, 39) é de “inspiração catecumenal”, procurando proporcionar uma experiência

forte de vida na fé a partir de um itinerário, enquadrado numa “catequese de adultos” (Cf. DGC nºs 172, 176).

Assim sendo procurar-se-á ter em conta:

-a finalidade última da catequese

«A finalidade última da catequese é pôr as pessoas não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade,

com Jesus Cristo». Toda a ação evangelizadora tem como objetivo favorecer a comunhão com Jesus Cristo. A

partir da conversão «inicial» de uma pessoa ao Senhor, suscitada pelo Espírito Santo, mediante o primeiro

anúncio, a catequese propõe-se dar um fundamento e fazer amadurecer esta primeira adesão. Trata-se, então,

de ajudar aquele que acaba de se converter a «...melhor conhecer o mesmo Jesus Cristo ao qual se entregou:

conhecer o Seu mistério, o Reino de Deus que Ele anunciou, as exigências e as promessas contidas na Sua

mensagem evangélica e os caminhos que Ele traçou para todos aqueles que O querem seguir». (DGC 80 – CT5 - CIC 426)

-a meta da catequese

A finalidade da catequese exprime-se através da sua meta: a profissão de fé no Deus único: Pai, Filho e Espírito

Santo. A catequese é a forma específica do ministério da Palavra que faz amadurecer a conversão inicial, até

fazer dela uma confissão de fé viva, explícita e operante: «A catequese tem a sua origem na confissão de fé e

leva à confissão de fé». (DGC 82)

-as tarefas da catequese

A finalidade da catequese realiza-se através de diversas tarefas, mutuamente relacionadas para as levar a

cabo, a catequese deverá inspirar-se no método seguido por Jesus para formar os Seus discípulos: dava-lhes a

conhecer as diversas dimensões do Reino de Deus “A vós é dado compreender os mistérios do Reino de Deus” (Mt

13, 11); ensinava-os a rezar “Quando orardes, dizei: Pai...” (Lc 11, 2); incutia-lhes atitudes evangélicas “Aprendei de

mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29); e iniciava-os na missão “E enviou-os dois a dois...” (Lc 10,

1).

As tarefas da catequese correspondem à educação nas diversas dimensões da fé, uma vez que a catequese é

uma formação cristã integral, «aberta a todas as outras componentes da vida cristã». Em virtude da sua própria

dinâmica interna, a fé implica ser conhecida, celebrada, vivida e feita oração. A catequese deve cultivar cada

uma destas dimensões. Mas a fé vive-se na comunidade cristã e anuncia-se na missão: é uma fé partilhada e

anunciada. A catequese deve promover também estas dimensões. (DGC 84)

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O itinerário

a-----Um jeito de percorrer o caminho

Em comunidade percorrer o caminho procurando: Conhecer Celebrar

Viver Orar

Partilhar …

b-----Viver um ritmo ternário/trinitário - uma viagem simbólica

Cada conteúdo será trabalhado ao longo de dois meses com um ritmo ternário a partir do texto de S. João: ”Vinde

e vereis” (Jo 1, 39)

1º passo: Tempo de IR – ao encontro do Mestre

Lugar simbólico- Betânia: estar aos pés do Mestre

lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

2ºpasso: Tempo de PERMANECER dia a dia com o Mestre

Tempo para a vida quotidiana e leitura evangélica da vida:

Lugar simbólico- Galileia: andar nos caminhos do Mestre

lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos

pela presença do Mestre nas nervuras do viver

3ºpasso: Tempo de VER com e como o Mestre

Lugar simbólico- Jerusalém: entrar no mistério Pascal do Mestre – coração da fé

Lugar para: adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – para ouvir –

ver – compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Indicações práticas- significado e objetivos de cada passo

1º passo:

Tempo para IR ao encontro do Mestre – acreditar é deixar-se encontrar e tocar por Jesus Cristo

Percurso comunitário de encontro com o Mestre

Em Betânia, na casa de Marta e Maria

Ir, deixar a sua casa, afazeres e comodidade, deixar-se a si mesmo e partir ao encontro de Jesus,

sentar-se aos seus pés como Marta e Maria para escutar o Mestre. Eis o desafio do primeiro tempo de

contacto com o conteúdo da fé proposto, na planificação do ano, será um encontro celebrativo/orante.

Nele, pretende-se oferecer um espaço de conhecimento e de experiência orante da fé.

É um tempo de escuta, aprofundamento e assimilação dos conteúdos através da arte. Um encontro na fé

em que a “beleza se torna orante”. Será proposto, sempre que possível, um ícone para ser contemplado

ou uma obra de arte.

2º passo:

Tempo para PERMANECER – acreditar é deixar-se transformar por Jesus Cristo

Percurso pessoal de conversão- no dia-a-dia

Na galileia, nos caminhos do Mestre - n quotidiano

«Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na

videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos.» Jo 15, 4-5

Este tempo é um convite a permanecer em Cristo e a identificar-se com Ele no ser, pensar e agir. É o

tempo de viver cada dia com Jesus e ao jeito de Jesus.

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Este segundo tempo é o tempo da vida, entre o 1º e 2º encontro de cada um tema, em que o grupo é

convidado a ver, viver, refletir e orar os conteúdos partilhados no 1º encontro para permanecer unido à

videira e dela receber a seiva, em todas as horas do dia.

Este é um tempo de conversão. Um desafio a entrar no ritmo e na ação do Reino: Deixar-se olhar por

Deus, por Jesus Cristo e pôr-se a caminho segundo o coração do Pai vivendo a vida ao jeito do Evangelho.

Este é o tempo para ler a vida: o ser, as opções, os acontecimentos, as relações interpessoais, a

sociedade… a fim de descobrir a presença e a ação de Deus no quotidiano e a Sua vontade, através de

Jesus Cristo, pelo Espírito. É um treino para O reconhecer nas entrelinhas da vida e contemplar o seu

Projeto para a humanidade: “Um Reino de irmãos reunidos no coração do Pai”.

Os participantes do grupo são convidados a registar, ao longo deste tempo, num “Diário de fé” as suas

experiências, descobertas, questões, dúvidas e a cantar as maravilhas de Deus… Para que o “dia a dia

na fé” possa ser ao jeito do apelo de Paulo:

“Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças. Esta é a vontade de Deus a vosso

respeito em Jesus Cristo” (1Ts 5,16-18).

Leitura diária da Palavra – do Evangelho de cada dia

Sugere-se que se leiam as leituras de cada dia. Uma das formas de o fazer, para quem tem acesso à

Internet será de subscrever-se no site: www.evangelho.cotidiano-orgue. Receberá assim diariamente os

textos bíblicos da liturgia do dia.

Comprometer-se a realizar uma ação concreta junto dos que mais sofrem

“Amai-vos”: a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO COM DEUS E COM OS IRMÃOS”. Ser discípulo de

Jesus Cristo implica fazer da vida uma dádiva em favor dos marginalizados, desprotegidos, dos pobres,

sobre tudo dos que vivem situações de dor e ou sofrimento. Por isso, convida-se, individualmente e em

grupo, a analisar a situação da comunidade a fim de partilhar a amizade, os bens e o tempo com os que

necessitam. Seria importantes os catequistas (ou outros educadores) implicarem os mais novos no

dinamismo solidário.

3º passo:

Tempo para VER – acreditar é SER filho por Jesus Cristo e nELE

Percurso pessoal e comunitário de descoberta do Mestre e da vida da Igreja

Em Jerusalém, convidados a conhecer e a compreender a fé a partir do mistério Pascal

O tempo de Ver é o tempo da escuta, da assimilação, do aprofundamento dos conteúdos da fé da Igreja.

Será o tempo de entrar na compreensão do mistério Pascal, no coração da fé;

Será o tempo de dizer em comunidade: Sei em quem “pus a minha confiança”.

Será o tempo de aprofundar, de compreender a carta dos Bispos do Porto assim como os documentos do

Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica na mão;

Será o tempo de partilhar algumas páginas do “Diário de fé”, de narrar as experiências e dar sentido à

vida. Dizer a fé e dizer-se para dar razões da fé;

Será o espaço para solicitar a presença de um formador que ajude a conhecer e a compreender os

conteúdos essenciais da fé cristã.

Partilha do diário de fé

Neste encontro, os participantes serão convidados a partilharem algo do “Diário de Fé” escrito ao longo do

tempo “Permanecer”.

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A partilha da vida na fé, em comunidade, permite ao adulto exercitar a capacidade de exprimir a sua fé,

de dar nome à sua “relação” de amizade com Jesus Cristo e torna-o capaz de dar as razões do seu

acreditar. Nesse espaço, o duplo movimento de ouvir e exprimir-se, de acolher testemunhos e de

testemunhar oferece ao adulto ferramentas que facilitam a comunicação da fé aos mais novos, e torna-os

mais capazes de dar a ver” a “Boa Notícia do Reino”, o Evangelho.

O “dizer experiências de fé” favorece a passagem do “conteúdo à relação”, do “saber à comunhão”. A

construção da relação humana, em comunidade, abre para a descoberta da fé como relação, para a

experiência de ser filho de Deus, em Jesus Cristo pelo Espírito e irmão de toda a humanidade.

A palavra é “maturante”. Ter consciência das razões do acreditar e saber dar razões da sua fé são sinais de

maturidade humana, espiritual e eclesial. Por isso, uma catequese de adultos oferece a possibilidade de exercitar

a capacidade de “dizer a fé”.

Para que seja “maturante” a palavra não pode ser proferida de qualquer forma, é necessário que a

palavra/partilha seja (inspirado em André Fossion):

uma palavra que:

questiona

conta uma experiência

exprime a própria experiência

é dirigida a :

dirigida a Deus na oração

às pessoas da comunidade

pode tomar a forma de uma

linguagem:

verbal, icónica

litúrgica, orante, simbólica

corporal

Em cada actividade catequética é necessário colocar-se questões fundamentais:

- A palavra (partilha do adulto que exprime uma experiência pessoal de fé) teve lugar neste encontro? Se

não, como pode a ação catequética favorecer uma fé adulta!

- Quando palavra/partilha acontece é importante perguntar:

Que palavra é essa?

São apenas as nossas palavras ou nelas se desvela a Palavra?

É uma conversa de café (que não implica a vida) ou uma partilha de discípulos à procura da

fidelidade a Deus e aos Irmãos?

É uma partilha de auto-elogio ou um magnificat das maravilhas da acção de Deus na vida?

É uma partilha humilde consciente da pobreza e limitação humana e au mesmo tempo da sua

beleza -criados à imagem e semelhança de Deus-, uma partilha de quem está a caminho com

desejo de crescer?

Partilha do diário para frequentadores das redes sociais

Poderão através do facebook divulgar, em jeito de testemunho, excertos do diário.

Este “ritmo ternário/trinitário” é um desafio a experienciar, em comunidade, em grupos de “educadores na

fé” uma fé “conhecida, celebrada, vivida e feita oração” (Cf. DGC 84-85).

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c----- Esquema do itinerário temático/conteúdos, simbólico e metodológico

Calendarização

Passos da dinâmica

Itinerário

1ª etapa

A Porta Fidei

Novembro Data do encontro:

1º passo

Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração

Celebração dominical

Entrega: Diário da fé

Tempo de experiência pessoal

2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Dezembro Data do encontro:

3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/partilha de fé

2ª etapa

Recapitulando tudo

em Cristo

Janeiro Data do encontro:

1º passo

Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração

fé e arte: Ícone de S. Damião

Tempo de experiência pessoal

2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Fevereiro

Data do encontro:

3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da Luz

3ª etapa

O Mistério Pascal

Março Data do encontro:

1º passo

Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração

fé e arte: Ícone da descida aos infernos

Tempo de experiência pessoal

2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Abril

Data do encontro:

3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da cruz*

4ª etapa

O Corpo Eclesial de Cristo

Maio Data do encontro:

1º passo Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração fé e arte: Ícone do Pentecostes

Tempo de experiência pessoal

2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Junho Data do encontro:

3º passo

Jerusalém –Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega da água –concha do batismo*

5ª etapa

A vida em Cristo

Julho Data do encontro:

1º passo Betânia –Tempo de IR

Celebração/Oração fé e arte: Ícone do Batismo

Tempo de experiência pessoal

2º passo

Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Agosto Data do encontro:

3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega do credo/símbolo*

6ª etapa

Conhecendo a Deus no amor

fraterno

Setembro Data do encontro:

1º passo Betânia -Tempo de IR

Celebração/Oração fé e arte: Ícone da Trindade

Tempo de experiência pessoal

2º passo Galileia- Tempo de PERMANECER

Diário de Fé

Outubro

Data do encontro:

3º passo

Jerusalém -Tempo de VER

Conteúdos/ partilha de fé

Celebração dominical Entrega do pão/ espigas*

7ª etapa Rezar

cristãmente

Novembro Data do encontro: Celebração dominical

Entrega do “Pai Nosso”

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*Celebração dominical

Sugere-se, que após cada etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho dos diferentes grupos.

Os símbolos propostos estão ligados ao itinerário catecumenal e aos símbolos essenciais dos sacramentos

de Iniciação Cristã.

d-----Um itinerário de interioridade/espiritualidade - em que a “beleza nos faz orantes”

«Falar da vida espiritual é sempre sondar as zonas mais profundas (e por isso também mais reais, mais imperfeitas, mais inacabadas) do nosso coração. A espiritualidade não é uma busca epidérmica e apressada de satisfação. Na maior parte do percurso a pergunta que vale não é “o que me sacia?”, mas “qual é a minha sede?”. Gosto da maneira como os autores clássicos da vida espiritual falam dela como de uma luta. O próprio Jesus lembra que não veio trazer a paz das aparências, mas a espada que penetra as camadas mais íntimas. A vida espiritual é isso: por vezes uma luta, por vezes uma luminosa dança. Podemos fazer muitos atos ligados ao espiritual ou ao devocional e não estar a construir uma verdadeira experiência de vida espiritual. De facto, esta só cresce quando no centro está uma relação. Não basta crer, nem pertencer. É necessário mergulhar, habitar (ou melhor, saber-se habitado). E tudo o resto: descobrir-se buscado, querido, bem-amado. A vida espiritual não é da ordem do fazer, mas do ser.»

Tolentino Mendonça in Ecclesia | 2012-07-10

Se a “ fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo

tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida” (CIC 26) um

itinerário de fé só poderá acontecer na medida em que proporcione o desenvolvimento da interioridade.

Tentar-se-á que a compreensão, aprofundamento e assimilação dos conteúdos se faça em parte através da arte,

do encontro na fé em que a “beleza se presenteia e faz o ser humano orante” em que a beleza “dá a ver e a

encontrar-se com a beleza do mistério de Deus em Jesus Cristo”. Em cada etapa será proposto, sempre que

possível, um ícone para ser contemplado ou uma outra obra de arte.

A arte sacra, introduzida no percurso, proporciona ao adulto instrumentos de desenvolvimento das atitudes e

competências espirituais, essencialmente competências humanas que fazem ver no ser humano a “imagem e

semelhança de Deus”, tais como:

Escuta

Silêncio interior

Contemplação

Concentração

Espanto

Des-Centração/Centração

Humildade

Disponibilidade

Mansidão

Louvor

Força

Esforço

Sensibilidade

Delicadeza

Serenidade

Paz

Liberdade…

Deixar-se habitar…

…Postura de bicos de pés no átrio do mistério

Todas elas fruto do Espírito e capazes de tornar o “ser humano de fé/amor” disponível ao Dom de Deus, como

esponja no coração do oceano, e o fazem “testemunha do encontro com Jesus Cristo”!

A beleza da santidade

«Nem todos são chamados a ser artistas, no sentido específico do termo. Mas, segundo a

expressão do Génesis, todo o homem recebeu a tarefa de ser artífice da própria vida: de certa

forma, deve fazer dela uma obra de arte, uma obra-prima» (João Paulo II). Cada um de nós

pode e deve fazer da própria existência, pessoal e comunitária, algo de belo, um anúncio da

beleza de Deus, reflexo da sua santidade.

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A santidade da existência é expressão incarnada da beleza da vida em Cristo e com Cristo, que

se faz cultura quotidiana na retidão da consciência e da vida, no dom de si, no serviço da

caridade. «Como diz Sto. Agostinho: «Quanto mais cresce em ti o amor, mais cresce a beleza,

porque a caridade é a beleza da alma.» D. António Marto

Cabe ao animador proporcionar os conteúdos, o ambiente (humano e físico) e pedagogia favoráveis!

e-----Um itinerário comunitário - em que o “testemunho mútuo nos confirma como irmãos”

O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, para que, este se torne uma «comunidade

de fé viva». Através da oração, do estudo, da contemplação do belo e da partilha do “Diário de fé”, o grupo

poderá viver uma experiência de comunidade em que o testemunho proporcionará será mútuo e garantirá o

crescimento dos seus membros.

Para estreitar os laços e testemunhar a comunhão sugere-se que se criem tempos de festa, de partilha do pão e

de alegria…

f-----Registo do itinerário - “Diário de fé”

“Vivei alegres, orai sem cessar, em tudo dai graças.

Esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo” (1Ts 5,16-18).

Sugere-se que se convidem os participantes a comprarem (ou poderá ser entregue no primeiro encontro) um

pequeno caderno que lhes servirá de “Diário de fé”, ao longo de todo o ano.

Nele poderão registar as experiências significativas de fé, descobertas, questões, dúvidas, orações... Esta

dinâmica permite

ao próprio:

- clarificar, refletir, reler, descobrir o percurso feito;

- orar, contemplar, alegrar-se;

- viver em atitude de sentinela e de conversão…

ao grupo:

- acolher testemunhos;

- experienciar uma partilha de fé breve, meditada;

- evitar divagações…

O registo pode tornar-se um treino de vida na fé. Uma escola de contemplação, de transformação do olhar e de

compromisso que abre ao “encontro com Jesus Cristo” e com os “irmãos”.

Sugestões para o estilo de animação

a-----Alguns desafios para o animador (sempre que possível deverão ser pelo menos 2 animadores)

- O Animador vive com o grupo o itinerário:

O itinerário proposto pretende ser um caminho a percorrer em grupo, de forma a que, este se torne uma

«comunidade de fé viva». Para isso, a metodologia utilizada não será expositiva mas sim uma metodologia

de “atelier” onde o “saber, celebrar e viver” sejam dialogados, assimilados e experienciados.

A escolha desta metodologia fundamenta-se:

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do ponto de vista teológico na “natureza da fé”, atendendo a que acreditar não é apenas

da ordem dos conteúdos mas uma “resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e

Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao

homem que busca o sentido último da sua vida (CIC 26) ;

do ponto de vista catequético no modelo “catecumenal”;

do ponto de vista pedagógico na “formação de adultos”.

- O Animador assume atitudes que proporcionam a interação e criação de laços no grupo:

Acolhimento

Abertura

Delicadeza

Disponibilidade

Humildade

Entusiasmo

Dinamismo

Compreensão

Serenidade

Empatia

Confiança

Alegria

Fé no outro…

- O Animador tem em conta o perfil do adulto:

A formação de adultos tem em conta o perfil do adulto:

Os seus saberes, competências, experiências, motivações…;

O seu desejo de conhecimento em vista à satisfação das suas necessidades;

A capacidade de apreender, ajuizar, questionar…;

A aspiração de ser respeitado na sua dignidade, liberdade, na sua adultez…

- O Animador acompanha o grupo de forma a favorecer o diálogo e o testemunho. Para isso:

Estimula um clima de confiança e respeito;

Favorece um ambiente de escuta e compaixão;

Incentiva, sem forçar, a partilha;

Gere as diferenças sem permitir julgamentos;

Não permite comentários aos testemunhos de fé;

Promove a compreensão das atitudes e linguagem de cada um;

Parte dos saberes do grupo;

Trabalha as representações de forma ativa e respeitadora;

Proporciona o aprofundamento dos laços fraternos na comunidade…

- O Animador reza o percurso pois tem consciência que é o ESPÍRITO É O AUTOR E O MESTRE!

A coordenação/animação do itinerário conta com o testemunho do animador: “Se alguém me tem amor,

há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23)

b-----Um jeito de acompanhar e ser grupo/comunidade (adaptado do percurso “Vivre en Aliance”)

O Animador é convidado a oferecer ao grupo as condições para que seja possível a cada um:

-- Escutar, narrar, redizer, sentir

para: descobrir, aprofundar, conhecer, partilhar, criar memória, descrever.

--Questionar, admirar-se, analisar

para: ir mais longe que o sentido literal, compreender, procurar sentido, ouvir, ouvir-se, ouvir os

outros.

-- Aproximar, comparar, pôr em diálogo, classificar

para: criar laços entre as narrativas da fé, a liturgia, os sacramentos, a eucaristia, a experiência

de vida, a experiência espiritual e a experiência eclesial.

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--Simbolizar, exprimir um sentido

para: interpretar, iniciar à linguagem poética, abrir pistas de reflexão, dar sentido, “ver” Deus na

vida.

--Orar, comtemplar, espantar-se, admirar, louvar, suplicar, abençoar

para: dialogar com Jesus Cristo, no Espírito em direção ao Pai.

--Partilhar implicando-se, exprimindo-se na primeira pessoa (eu…)

para: dar sentido à vida, dizer uma palavra que faz viver e que compromete, descobrir o “eu” dos

outros/comunidade e permitir a cada um encontrar o seu lugar na igreja.

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________________________ ITINERÁRIO________________________

Iª etapa – novembro/dezembro

Atravessar a “porta da fé”

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de Novembro

Como fazer:

1.1 Preparação do momento

Preparar a sala

A preparação da sala será, para o grupo, um sinal da atenção, de acolhimento, de confiança e de aconchego, se for deviamente arranjada. Destes pormenores depende, em parte, a atmosfera do encontro. Sugere-se que se crie um ambiente de pouca luz e, eventualmente, com uma leve música de fundo (adequada), que se coloquem mantas no chão, umas almofadas e cadeiras à volta. No centro da sala dispor uma Bíblia aberta, o Catecismo da Igreja Católica e algumas velas.

Acolher o grupo e Introduzir ao encontro – fora da sala

Convida-se a:

a. acolher o grupo fora da sala, um acolhimento individual e personalizado.

b. apresentar os objetivos do encontro e o ambiente celebrativo no qual será realizado;

c. convidar a entrar na sala em silêncio (até os saltos altos deverão entrar em bicos de pés).

1.2- Convidar a habitar o momento, a parar e a ouvir a narrativa da nossa história de fé

a. Convidar a relaxar, a desligar do quotidiano para viver o momento presente.

b. Desafiar a fechar os olhos para melhor ouvir o texto que será lido (convidar a fechar os olhos, é convidar a

entrar no fundo do ser, a deixar tudo o que possa distrair para apenas escutar)… O nosso Deus passa na brisa… e

não no ruído!!

c. Ler o texto, pausadamente, com breves momentos de silêncios entre cada parágrafo (se o grupo desejar poderá

ter uma música de fundo muito suave):

Olhemos para Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda

a ânsia e desejo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do

sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto

encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a

fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para

a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa

história de salvação.

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência

da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas

maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à

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luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu

Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a

mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-

27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de

tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito

Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4). ( Porta fidei nº 13)

Pequena pausa

Uma outra voz, pausada e serena poderá convidar cada pessoa a recordar, de olhos fechados, no

silêncio do coração, o percurso de fé de Maria. Os momentos de dúvida e de fé, de alegria e de

dor, o caminho de profunda experiência da presença de Deus e do seu amor no quotidiano do seu

viver (não fazer discursos… propõe-se que o recordar seja feito por cada um no fundo de si

mesmo)

A voz, apenas lança o convite:

Que mais me toca na entrega de Maria? No seu percurso de descoberta, de fidelidade…?

(tempo de silêncio)

Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com

que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em

comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida

pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35).

Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc

16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis

testemunhas. (Porta fidei nº 13)

Pequena pausa

A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso de fé dos

apóstolos. Os entusiasmos, os medos, a desilusão de ver morrer Jesus, as dúvidas e alegrias do

encontro com o Ressuscitado, o impulso do Espírito… Tudo mudou, o medo transformou-se em

força, desassombro, entusiasmo… a linguagem passou a ser a do amor, fruto da morte e

ressurreição, que todos compreendiam… e o “Evangelho” chegou aos confins da terra… porque eles

não estavam sós… “Estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”.

Que mais me toca ao olhar o percurso de fé dos apóstolos? A passagem da dúvida à fé, do medo à

ousadia do anúncio…? O salto dado da torre de Babel à linguagem do amor que todos

compreendem?

(tempo de silêncio)

Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na

oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades

dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).

Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara,

tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.

(Porta fidei nº 13)

Pequena pausa

A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso das primeiras

comunidades. Os entusiasmos do anúncio e das conversões, da partilha dos bens, das celebrações,

do anúncio do Cristo Vivo… assim como a ousadia, a loucura de professar a fé e ao mesmo tempo a

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dor de ver morrer o primeiro mártir Estevão, presenciado por Paulo o perseguidor, e de tantos

outros mártires que se seguiram às mãos dos carrascos e dos leões!

De onde lhes vem a Força? Quem era Jesus para Eles, no dia a dia?

(tempo de silêncio)

Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade

evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não

tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar

palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos

(cf. Lc 4, 18-19). ( Porta fidei nº 13)

Pequena pausa

A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, o percurso de todos os que

deram a vida entregando-se em Cristo ao serviço dos Irmãos. Recordar tantas figuras antigas e

recentes de leigos, presbíteros, religiosos, missionários... a multidão incontável de vidas dadas!

Que mais me toca nesta entrega?

(tempo de silêncio)

Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da

vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a

dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e

ministérios a que foram chamados.

Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

(Porta fidei nº 13)

Pequena pausa

A voz convida a recordar, de olhos fechados, no silêncio do coração, a multidão de todos os

crentes… em todos os recantos da terra… milhares homens e mulheres anónimos… de todas as

raças e línguas. Sugerir que se recordem de rostos da comunidade que já partiram (ou não) e

foram (são) grandes testemunhas do Cristo Vivo. Cada um recorde a sua própria família…

E eu nesta história de fé? Quem são as figuras significativas que me marcaram e que me deram

testemunho do Cristo Vivo? Quem as ajudou a reconhecer o dom de Deus e me ensinaram a

responder-lhe? Quem me abriu a porta da fé?

Como me sinto nesta história? Que lugar tem a fé na minha vida?

(tempo de silêncio)

2- Convidar a partilhar- momento de diálogo

Depois deste tempo de memória, de narrativas, no silêncio. Convidar o grupo a partilhar. Perguntas possíveis:

Como me senti ao ouvir, resumidamente, a narrativa da história de fé desde Maria até hoje?

Que me chamou a atenção?

Que características são comuns a todos estes homens e mulheres?

Que significa “ser uma pessoa de fé” para eles? Em que aspetos é possível verificar o seu ato de

fé?

Que repercussões do “acreditar” se verificam nas suas vidas?

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O que tem a ver esta história de fé com o título dos encontros: “viver na aliança” ?

À luz de toda esta história, o que é a fé? O que é ter fé? O que é ser uma pessoa de fé?

O Catecismo da Igreja Católica define a fé do seguinte modo:

… perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem

a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz

uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. CIC 26

Acreditar? Acreditar tem uma dimensão cognitiva (promove o conhecimento), afetiva (exige

relação) e ativa (muda a vida) e celebrativa.

(espaço de partilha de testemunhos pessoais)

3- Convidar a orar

Após o tempo de escuta e de partilha chegou o momento de viver em oração. Convida-se neste momento a uma

oração de louvor pelo dom da fé e pela história de fé que nos precede.

Como fazer:

a. Leitura pausada da Palavra

«Levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo

que o Filho manifeste a tua glória, segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que

dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus

verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste. Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a

obra que me deste a realizar. E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que

Eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir. Dei-te a conhecer aos homens que, do meio do mundo, me

deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra. Agora ficaram a saber que tudo

quanto me deste vem de ti, pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles

receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste. É por

eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste, porque são teus.» Jo 17, 1-9

b. Momento de silêncio

c. Oração de louvor (partilha espontânea)

d. Concluir com a oração do Magnificat

4. Convidar a viver – levar para as horas do dia a experiência de amizade com Jesus Cristo

Propõe-se que entre este encontro e o próximo, cada um permaneça no amor e redescubra o dom da fé e o seu

percurso de vida. Ver as indicações no “tempo para permanecer”: (abaixo indicado)

5. Convidar a ler e meditar os conteúdos que serão trabalhados no próximo encontro:

Números 1, 2 , 3 e 10 da Carta Apostólica Porta Fidei. O texto é oferecido no esquema do encontro seguinte (ver abaixo). Os trechos indicados podem ser entregues em fotocópias. A leitura prévia ao encontro possibilita o seu aprofundamento e a elaboração de perguntas pertinentes assim como uma melhor compreensão e assimilação dos conteúdos doutrinais.

6. Explicar o percurso ao grupo Explicar ao grupo o percurso que será realizado, como será realizado e a sua simbologia.

Para este efeito, o animador poderá recorrer da ficha técnica que lhe é destinada.

Se assim o entender, será possível entregar alguns elementos da ficha técnica aos membros do grupo, como por exemplo, a planificação com as datas dos encontros.

7. Entrega do “Diário de fé” e das indicações para o caminho (2º passo – Tempo de permanecer)

Sugere-se que se entregue a cada membro do grupo/comunidade o guião (2º passo)

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_______________________ ITINERÁRIO________________________

Atravessar a “porta da fé” 2º passo

Tempo de PERMANECER unidos ao Mestre na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela

presença do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de novembro e fim de dezembro

Entre o 1º e o 2º encontros

Como fazer:

Propõe-se que cada um escrever um “Diário de fé”

Que no “dia a dia vivido “sendo pessoa de fé” os outros possam reparar e dizer:

-Vede como “vivem alegres, oram sem cessar, em tudo dão graças.

E fazem-no porque sentem que esta é a vontade de Deus a seu respeito em Jesus

Cristo” (Cf. 1Ts 5,16-18).

1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo na ação

Desenvolver a capacidade de contemplação. A capacidade de olhar a natureza, as pessoas, os

acontecimentos, toda a história da salvação desde Abraão, com o olhar de Jesus Cristo.

Desenvolver a consciência de viver cada minuto do dia em Jesus Cristo, com o Pai no Espírito. Que todos

os gestos quotidianos possam ter o toque de quem ACREDITA ser habitado e amado por Deus. De quem se

sente “salvo” todos os dias, porque acolhe o Dom… Que cada momento do dia seja oferecido ao Pai.

2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

Sugestão de frases que se podem repetir ao longo do dia:

“Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé”

“É eterno e constante o teu amor para comigo”

“Disponibiliza, Senhor, o meu entendimento e o meu coração ao teu amor”…

Sugere-se que semanalmente cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo para além

da eucaristia. Um tempo de silêncio e de diálogo. Um tempo a sós para contar a vida e escutar o Mestre.

3. Desafio a aprofundar conteúdos - Permanecer unido a Jesus Cristo no conhecimento do Pai e da Igreja

Sugere-se que para aprofundar os conteúdos da fé através da leitura pessoal se consulte:

Textos propostos para o próximo encontro: Números 1, 2 , 3 e 10 da “Porta Fidei”

Youcat : 1ª secção dos números 1 ao 24

Catecismo da Igreja Católica dos números 27 a 184

4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade

Permanecer é viver para o Pai, no Espírito, com Jesus e ao jeito do Mestre. Recordo, à 2000 anos, todos

aqueles que Jesus encontrou e tocou, na Galileia, na Judeia…

Surge a pergunta: Quem são os coxos, cegos, os doentes, as viúvas… que encontro no meu caminho? Que

sou/tenho para com eles viver e oferecer? A fé convida-me a concretizar atitudes e gestos para com os

irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta. Que posso fazer ao longo do mês?

5. Desafio a escrever no “Diário de fé” Convida-se a escrever as experiências significativas de fé, o encontro com os irmãos, descobertas,

questões ou dúvidas num pequeno diário, que marcará este tempo forte de revitalização e de “mergulho

na fonte da Vida”.

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________________________ ITINERÁRIO________________________

Atravessar a “porta da fé” 3º passo

Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de dezembro

Como fazer: «Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,

permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu

amor.» (Jo 15, 9-10)

«Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória, segundo o poder

que lhe deste sobre toda a Humanidade, a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste. Esta é a

vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste .» (Jo 17, 1-3)

Como fazer: Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito, a partir do encontro de novembro

«O discurso de fé, com os adultos, deve ter seriamente em conta as experiências vividas e os condicionamentos e

desafios que fazem parte da sua vida. As suas exigências e necessidades de fé são múltiplas e variadas.» (DGC172)

«Partilhar as experiências vividas é estar disposto a reiniciar sempre … « O homem é um Ser do ‘começar’. Ele é feito

para iniciar: esta é a sua condição de natalidade .» Annah Harendt

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé”, escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida vividas na fé, desde o último encontro do grupo.

O “dizer a fé” é essencial no percurso de maturação cristã. Dizer a fé clarifica-a, atesta-a e compromete. A fé é

um caminho que se faz individualmente e em comunidade. Por isso, a fé do outro/da comunidade alimenta,

verifica, garante a fé pessoal e abre horizontes de compreensão da mesma.

Trata-se de contemplar O Deus que se dá como Dom, que se dá a conhecer, ama e atua no coração do irmão.

Indicações para o animador na orientação da partilha de experiências de fé:

Recordar que a partilha feita no grupo é sigilosa. Ninguém poderá divulgar a partilha feita em grupo;

Convidar a um respeito profundo pela diferença e a particularidade de cada um;

Não comentar nenhuma partilha nem dar conselhos. Trata-se apenas do “dizer” uma experiência de

fé vivida”;

A palavra deve ser iniciada por “ Eu” e não por “nós”. É a partilha de um “eu” comprometido na vida

em Deus;

Deus deve ser o centro da partilha à semelhança de Maria: “O Senhor fez em mim maravilhas”. Não

poderá ser um encontro egocêntrico pois o grande autor da vida é Ele;

Convidar à partilha sem obrigar ninguém a falar;

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Sugerir que ninguém ultrapasse os 3 minutos de partilha;

O animador é o primeiro a partilhar quando se o grupo não der o primeiro passo;

Quando uma partilha se alongar pedir, com amabilidade e respeito que se abrevie…

3- Convidar a VER redescobrir a fé

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a- dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

pequeno trecho do texto;

b. o texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

Conteúdos para o encontro:

«1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude». Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação. (…) 10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o

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coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.

A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.

Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.

A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]

Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.

Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre». Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.»

Carta Apostólica, sob forma de Motu Proprio:

Porta Fidei Bento XVI

b. Partilha sobre os conteúdos

c. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (feito pelo animador)

4- Sugere-se concluir o encontro com uma breve oração

5- Convidar para o próximo encontro

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO

Sugere-se, que após cada etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos.

No fim desta primeira etapa, atendendo a que “o diário da fé” foi entregue no principio da mesma,

sugere-se que, momento de acção de graças, se faça uma oração de louvor e partilha a partir dos

momentos vividos ao longo dos dois meses.

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_________________________ ITINERÁRIO_________________________

2ª etapa – janeiro/fevereiro

Recapitulando tudo em Cristo

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de janeiro

Como fazer:

“Donde parte o nosso caminho, Irmãos? Qual é o caminho que devemos percorrer […]? E que fim, Irmãos, propor

ao nosso itinerário? […] Estas três perguntas simplicíssimas e capitais, têm, bem o sabemos, uma só resposta, que

neste lugar e nesta hora devemos proclamar a nós mesmos e anunciar ao mundo que nos rodeia: Cristo! Cristo

nosso princípio; Cristo nossa vida e nosso guia; Cristo nossa esperança e nosso fim”

(Paulo VI, Discurso inaugural da segunda sessão do Concílio Vaticano II, 29 de Setembro de 1963).

O primeiro passo da segunda etapa pretende oferecer um espaço de encontro com Jesus Cristo, Luz do Mundo,

“nosso princípio; nossa vida e nosso guia; nossa esperança e nosso fim”. A celebração desenvolve-se a partir

do ícone de S. Damião.

No meio do grupo, da comunidade, ele é apenas uma janela que convida a largar as armaduras, limpar os olhos, a

entrar no mistério e a deixar-se encontrar pela luz de Cristo ressuscitado.

A Beleza do ícone, da música, da atmosfera da sala (cuidadosamente preparada) será o ambiente proporcionado

para a experiência e partilha de fé! A arte desvela o Autor da vida na alma do artista, por isso é do testemunho do

pintor e da sua representação que acontecerá para nós o encontro.

Como fazer:

1º Acolher e preparar o encontro celebrativo

Sugere-se que:

se convide a cantar, a relaxar…;

se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana” , que poderá ser dos

“diários de bordo”;

se dê a conhecer o plano geral do encontro;

se invoque o Espírito (para que seja ELE, a fazer a obra em cada um, ao longo

do encontro);

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2º Convidar ao silêncio

Sugere-se que:

se coloque uma música de fundo significativa (sugestão: o Stabat Mater de Pergolesi, o Adágio de

Barber…).

se exponha a cruz de S. Damião no chão, sobre um tecido branco, no meio do grupo (seria importante a cruz ser

colocada neste momento. A sala ou a capela deveriam ser preparadas com esmero, como o são os locais em que se vivem as orações

de Taizé).

se coloque, à volta da cruz, uma vela apagada por cada pessoa presente (as velas serão acesas no momento

próprio na celebração);

se convide a olhar a cruz em silêncio, sem refletir, procurando descobrir todos os pormenores, sabendo

que o ícone (seria importante informar o grupo da natureza e função do ícone):

é uma imagem, uma janela aberta para os mistérios de Deus que reescreve passagens bíblicas; é uma expressão de fé, um ato de adoração do iconógrafo; é uma linguagem feita de traços simplificados e cores vivas, revelando a linguagem da fé e um jeito novo e diferente de viver em Deus. Indica uma lógica diferente da humana. Para que serve? O ícone permite ler as Boas Notícias de Deus de uma forma mais visual, ajuda a refletir e a meditar os mistérios e pessoas nele representados. Oferece um suporte para a oração. Orar diante de um ícone é orar diante daquele que é representado de modo a deixar-se olhar por ele.

3º Convidar a situar-se no contexto da cruz

Sugere-se: que se convide a permanecer em silêncio e a fechar os olhos; a cada um, que no silêncio interior, recorde o relato da crucifixão de Jesus transmitido pelos evangelistas.

Só é possível contemplar a força do ícone situando-o no realismo do acontecimento que representa a fim de melhor entrar na “Boa Notícia” do Reino que se oferece ao olhar. Com serenidade, o animador recorde em voz baixa, depois de alguns minutos de silêncio, o contexto da morte de Jesus. A narrativa do acontecimento ajuda a melhor compreender a força do mistério da morte e ressurreição e a reação dos discípulos. Como fazer? Enquanto o grupo está de olhos fechados narrar:

Aquele que veio em nome de Deus, Aquele que anunciava um Reino Novo, Aquele que falava de um Deus Pai e próximo, Aquele de quem se dizia ser um profeta libertador, Aquele que tinha levantado o pobre do chão e devolvido a vista aos cegos, Aquele que entusiasmara multidões, Aquele que denunciava o mal e anunciava o perdão, Aquele que prometia um novo projeto e um novo rosto de homem… foi condenado à morte! Condenado pelo poder, pelos fortes, pela lei à tortura da cruz… o suplício mais doloroso daquele tempo. Jesus, não fugiu, não se escondeu… podia ter salvo a sua vida… mas até ao fim viveu e anunciou as bem-aventuranças… até ao fim respondeu à desumanidade e à violência com a loucura do amor. A execução era um ato público que servia de exemplo, de dissuasão dos prevaricadores. Os condenados eram cruxificados nus à porta da cidade para chocar o povo e serem escarnecidos e humilhados. Pregados pelos pulsos morriam asfixiados quando já não conseguiam apoiar-se nas pernas para respirar. Morte lenta, atroz… assim morreu o nosso Mestre… Onde estavam os discípulos naquela hora? Doridos, envergonhados, humilhados, desapontados, traídos nas suas espectativas, com medo de terem a mesma sorte do

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Mestre, fugiram, desapareceram! O Homem das multidões estava só, apenas rodeado do Discípulo Amado e das mulheres!

Eis a história do Cristo deste ícone!

4ºConvidar a ler e contemplar o ícone

a. Sugere-se que se apresente o ícone em PowerPoint ou se entregue em suporte de papel (a cores, para poder ser estudado) e se apresente alguns dados para o situar. A cruz de S. Damião é um ícone bizantino, do século XII, criado em tela colada sobre madeira de nogueira e mede 1,90 m de altura e 1,20m de largura. Foi encontrado por Francisco de Assis, numa igreja em ruínas dedicada a S. Damião, daí ser chamado de Cruz de S. Damião. Pensa-se que o seu autor é um iconógrafo italiano desconhecido.

b. Momento de descoberta e contemplação Propõe-se que o animador convide o grupo a dialogar sobre o ícone:

______________________________________________________________________ O que está representado no topo da cruz?

Jesus ressuscitado, junto do Pai, aquele de quem só se vê a mão direita num semicírculo.

O que nos diz esta mão? Ela confirma Jesus na sua vida e missão e reconhece-O como Filho, por isso, é a Mão que o levanta/suscita da morte e o põe à sua direita.

Como está representado Jesus?

Está num permanente movimento de subida para o Pai, em quem é acolhido, junto dos anjos em festa. Que indicações oferece esta cena?

10 anjos – número que representa a plenitude, a perfeição, o próprio Deus. Todos estão voltados para Jesus como sinal de que o reconhecem e se alegram com a sua chegada. Os anjos personificam a ação de Deus na terra, pela sua representação o iconógrafo indica que os céus se abriram e Deus visita o seu povo! O círculo em que Jesus sobe também é símbolo de perfeição e o vermelho vivo é símbolo da vida e do amor.

Como está vestido? Porquê? Leva as vestes sacerdotais, a túnica branca, porque ele é o Sumo-Sacerdote definitivo e eterno da Nova Aliança.

_________________________________________

Jesus está envolvido num outro círculo. Qual? O que significa a cor dourada? O dourado do círculo que envolve completamente a cabeça de Jesus é o símbolo do Sol que tudo ilumina.

O que nos diz o iconógrafo com esta representação?

Jesus é a Cabeça de toda a Humanidade e a Humanidade que é o seu Corpo é levada por Ele ao seio do Pai. Da cabeça surge uma luz resplandecente que a

todos ilumina.

____________________________________

Que indicação nos dá o iconógrafo quando aumenta o tamanho dos círculos de cima para baixo? Os círculos aumentam de tamanho de cima para baixo criando uma sequência que indica o movimento de Cristo em direção à humanidade.

1º semicírculo, o Pai confirma e ressuscita Jesus representado dentro do 2º circulo e fá-lo assim vencedor da Morte plenamente em comunhão com Ele. No 3º circulo O Filho pela Mão do Pai, é dado como DOM maior à Humanidade.

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___________________________________________________________

Que olhar tem Jesus? O que significa? Jesus tem uns olhos largos, abertos, muito vivos. Não são os olhos do morto mas do olhar do ressuscitado. Todo o seu corpo parece sair do cenário, “descola-se” para vir ao nosso encontro, de braços abertos, para o abraço. Está presente diante do homem, cada vez mais próximo.

_________________________________________________________ Que aconteceu às vestes que agora não tem?

Acima, no círculo vermelho estava com as vestes de Sacerdote (Ex 28,12) no grande plano despojou-se delas e apenas veste um pano de linho puro debruado a ouro com um cíngulo dourado.

Esta é também uma veste do Sumo-Sacerdote, aquela com a qual o sacerdote exerce o culto (recordamos os sacrifícios dos animais).

O que significa dizer que Jesus é o Sumo-Sacerdote?

- Os Sacerdotes da Antiga Aliança precisavam de se separar do povo para realizarem a sua função. Mas Jesus, o Sacerdote da Nova Aliança, não se separa do povo, pelo contrário, comunga plenamente a Humanidade, prova de tudo, experimenta tudo menos o pecado: as dores, as alegrias, a fome, a rejeição… toda a condição humana. - Os Sacerdotes da Antiga Aliança, antes de exercer as suas funções em favor do povo diante de Deus, precisavam de as exercer primeiro por si mesmos, por serem eles também pecadores. Voltavam-se para si mesmos antes de se poderem voltar para o povo. Mas na Nova Aliança inaugurada por Jesus Sumo-Sacerdote, Ele está permanentemente voltado para o povo, em nenhum momento deixa de estar voltado para nós, pois não precisa de exercer as funções por si mesmo já que não tem pecado. Jesus é uma nascente contínua de Salvação e de Vida. - Todos os Sacerdotes da Antiga Aliança eram transitórios. As suas funções terminavam. Mas a função do Sumo-Sacerdote Jesus, na Nova Aliança, não acaba e é eficaz, porque Ele está vivo, connosco, SEMPRE. A sua mediação entre Deus e os Homens é permanente.

Na antiga aliança com que sangue o Sumo-sacerdote aspergia o povo? No livro do Êxodo encontramos o relato de David, que sendo Rei e Sumo-Sacerdote, usava o mesmo traje quando levava, em procissão com todo o povo, a arca da aliança para o Templo. Pelo caminho paravam várias vezes para fazer o ritual do sacrifício de animais degolando-os aspergindo o sangue pelo povo. Aspergir sangue era um gesto de grande bênção, era um grande dom. Como o sangue, naquela cultura, simbolizava a vida, receber o sangue aspergido era receber vida (conhecemos a aspersão pela água batismal, um gesto cuja origem poderá ser esta).

Com que sangue é aspergido o povo no ícone? E o que significa este sangue? Neste ícone vemos Jesus a aspergir as testemunhas com o seu próprio Sangue, ou seja, da sua própria Vida Ressuscitada. Ele derrama o seu sangue sobre todos, por isso, no ícone vê-se o sangue a jorrar vivo através dos sinais visíveis da sua morte (lugar dos cravos e da lança). Jesus está representado no ícone… na sua função sacerdotal. É o Novo e definitivo David. É o Novo e definitivo Sacerdote.

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Como é representado Jesus na cruz? Em que posição estão os pés? Qual a posição das mãos? A figura de Jesus é representativa de um crucificado?

Ele não está pregado, avança para nós, um pé a seguir ao outro, devagar, sem nos invadir nem se impor oferecendo-nos a sua Vida/Sangue, em abundância e continuamente. Ele vem ao nosso encontro através do Abraço, fazendo lembrar o Abraço do Pai da parábola do filho pródigo.

O que diz à nossa fé esta representação da crucifixão de Jesus?

A Ressurreição de Jesus não apaga a sua história, nem Jesus se envergonha dos sinais da sua morte. São feridas que não estão cicatrizadas, tal como aquela ruga na testa representa o sofrimento que passou e, agora, revela a plena comunhão com todos os que sofrem. Esses sinais são, ao mesmo tempo e de maneira plena, DOM e COMUNHÃO. Dom de Cura e de Vida e Comunhão com o nosso sofrimento. (Cf. Hebreus 4,14-16)

________________________________________________

Quem são as testemunhas da ressurreição?

As testemunhas maiores, localizadas por baixo dos braços de Jesus, estão identificadas com o nome escrito por baixo de cada uma.

Do lado direito de Jesus estão a Mãe de Jesus e o Discípulo Amado, que num gesto discreto apontam para Jesus e falam entre si de olhos nos olhos. O Discípulo Amado é aspergido com o Sangue que jorra do peito aberto de Jesus.

_______________________________________

Quem são as personagens do lado esquerdo, de Jesus? Do lado esquerdo de Jesus estão representadas as mulheres que, nos Evangelhos, foram presença constante no seguimento de Jesus, mesmo no momento da cruz. Aqui está Maria de Magdala e Maria mãe de Tiago que também falam entre si assim como o centurião romano, o único que não terá convivido com Jesus mas aqui faz parte das testemunhas principais.

Porque têm a mão junto ao queixo?

O gesto da mão junto do queixo, tanto da Mãe de Jesus como de Maria de Magdala, parecem sugerir que todos estes mistérios as deixam pensativas, a meditar no seu coração tudo que dizia respeito a Jesus.

Como está representado o Centurião Romano? Porquê?

Das testemunhas principais ele é o único que não apresenta auréola. Este é o responsável pela execução de Jesus, mas reconhece-O e faz uma exclamação de fé: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”

Para onde olha?

Olha diretamente para Jesus como quem inicia agora uma caminhada de fé de olhos postos nEle. Atrás dele vê-se uma outra figura que também olha fixamente para Jesus, e mais atrás uma multidão de pessoas que se aproxima, à espera de entrar no mistério da Vida Ressuscitada de Jesus para ver e acreditar. Atrás do Centurião romano, pagão, está toda a “descendência” de pagãos na qual estamos todos incluídos.

_______________________________________________________ Quem são as duas testemunhas menores situadas em baixo? O que representam?

O romano que, com a lança, terá trespassado o peito de Jesus já depois morto e que, também, tem nome segundo a tradição– Longinus. A outra personagem é misteriosa. Não tem nome, é um ancião, e apresenta uma atitude corporal desafiante, com o rosto de perfil. É a única personagem de boca aberta. Nas antigas normas iconográficas, quando um rosto era representado de perfil significava a personificação do Mal, da Divisão.

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Tal como nas tentações do deserto, esta personagem mostra-nos como Jesus é um de nós porque foi tentado como nós. A boca aberta, segundo a tradição dos ícone, é escandalosa porque todos os ícones são silenciosos e convidam ao sossego e à meditação. Esta personagem parece cheia de ruído.

______________________________________________

Onde está o galo das negações de Pedro? E o que significa a cor preta no ícone? O galo, símbolo das três negações de Pedro está representado sobre um circuito negro (quase não se vê). O negro simboliza o mal e o pecado. Está representado por um circuito que circula por todo o ícone, mas não se completa. A vitória de Jesus sobre a Morte, o Mal e o Pecado quebra os seus circuitos negros não os deixando atingir o seu fim último.

Vemos circuitos completos, a toda à volta, a vermelho e dourado. Vermelho, mais uma vez símbolo da Vida. Dourado símbolo da Luz e da Vida de Deus. Os pés de Jesus estão acima de uma base negra também. É Jesus que caminha ao nosso encontro vitorioso sobre o Mal e não é engolido por ele. Tal como no relato em que Jesus caminha sobre as águas (que é outra simbologia do Mal).

Texto adaptado de Susana Braguês

5. Convidar a contemplar em silêncio a cruz a partir da janela do ícone (Sugere-se que se façam alguns minutos; se desejarem podem colocar uma música de fundo)

Lançar a citação e a pergunta e deixar um tempo de silêncio:

Cristo “nosso princípio; nossa vida e nosso guia; nossa esperança e nosso fim”. Como vivo este mistério?

6. Ainda no silêncio, acender as velas colocadas à volta da cruz e ler o texto de S. Paulo

Enquanto se acendem as velas, convidar a escutar S. Paulo, mantendo um olhar contemplativo sobre o ícone.

(Propõe-se que o leitor esteja no meio do grupo. Apenas se levante.)

Damos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas orações que continuamente fazemos por vós,

desde que ouvimos falar da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos, por

causa da esperança que vos está reservada nos Céus. Dela ouvistes falar outrora pela palavra da verdade,

o Evangelho que chegou até vós. Como em todo o mundo, também entre vós ele tem produzido frutos e

progredido, desde o dia em que o recebestes e, em verdade, tomastes conhecimento da graça de Deus.

Assim o aprendestes de Epafras, servo como nós, ele que é um fiel servidor de Cristo ao vosso serviço e

que nos informou do vosso amor no Espírito.

Por isso, também nós, desde o dia em que ouvimos falar disso, não cessamos de orar por vós e de pedir a

Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, a

fim de caminhardes de modo digno do Senhor, para seu total agrado: dai frutos em toda a espécie de

boas obras e progredi no conhecimento de Deus; deixai-vos fortalecer plenamente pelo poder da sua

glória, para chegardes a uma constância e paciência total com alegria; dai graças ao Pai, que vos tornou

capazes de tomar parte na herança dos santos na luz. Foi Ele que nos libertou do poder das trevas e nos

transferiu para o Reino do seu amado Filho, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.

É Ele a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura;

porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra,

as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações,

os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele.

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Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele.

É Ele a cabeça do Corpo, que é a Igreja.

É Ele o princípio, o primogénito de entre os mortos,

para ser Ele o primeiro em tudo; porque foi nele que aprouve a Deus

fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas,

pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.

Também a vós, que outrora andáveis afastados e éreis inimigos, com sentimentos expressos em acções

perversas, agora Cristo reconciliou-vos no seu corpo carnal, pela sua morte, para vos apresentar santos,

imaculados e irrepreensíveis diante dele, desde que permaneçais sólidos e firmes na fé, sem vos

deixardes afastar da esperança do Evangelho que ouvistes; ele foi anunciado a toda a criatura que há

debaixo do céu e foi dele que eu, Paulo, me tornei servidor. (Col 1, 3-23)

7. Convidar a partilhar a oração

8.Entrega da luz

Convidar cada um a dirigir-se à cruz e a recolher uma vela.

Para finalizar o momento propõe-se a leitura de S. João e um breve tempo de silêncio:

O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1, 9-14)

9. Tempo de releitura da experiência-momento de diálogo

Sugestão de perguntas para incentivar à partilha: Como me sinto? O que me chamou a atenção neste tempo de oração? O que descobri? Em que aspeto a contemplação, de Jesus “Luz que ilumina todo o ser humano”, enriqueceu a experiência

de fé pessoal e do grupo?

10. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir dos capítulos 6 ao 13 da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé. Este será trabalhado no próximo encontro.

Pode-se entregar o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

11. Oração conclusiva

12. Lanche partilhado

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_________________________ ITINERÁRIO_________________________

Recapitulando tudo em Cristo

2º passo

Tempo de PERMANECER

na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença

do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de janeiro e fim de fevereiro

Como fazer:

Entre o 1º e o 2º encontros

Propõe-se que cada um escreva a experiência no “Diário de fé”

1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo na ação

Proposta para viver os dias ao ritmo do Reino:

Procurar olhar as pessoas com o olhar de Cristo - Como a olharia se estivesse no meu lugar?

Procurar encarar os acontecimentos ao jeito de Jesus - Que faria Ele no meu lugar?

Meditar - Como experimento, no dia a dia, a Luz de Jesus?

Alguém um dia partilhava:

O que me salva os dias é o “louvor e a compaixão”. Quando algo me acontece (uma situação feliz ou

dolorosa ou, mesmo, quando nada acontece) procuro encontrar algo para agradecer a Deus, ou uma

pessoa a quem ajudar. Um telefonema, uma visita, um gesto de partilha, e… como por encanto, o

meu problema fica mais leve e as soluções surgem… a minha vida fica salva nesse dia!

É assim todos os dias!! É assim quando agradeço a Deus a possibilidade de abrir os olhos pela manhã e

de respirar o ar fresco da noite! É assim quando rezo por quem me magoou ou amou!

2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

«Sendo a Luz do mundo (João 8,12; 9,5), Jesus concede o dom da vista ao cego de nascença acompanhado do dom da Luz (Iluminação) em ordem à contemplação das coisas divinas (veja-se a propósito Hebreus 6,4-5, texto batismal espantoso!). Atente-se bem que o cego de nascença recebeu o dom da vista e o dom batismal da «divinização» para ver e ouvir as coisas divinas. Perante este segundo dom, também os fariseus eram cegos de nascença, e não o sabiam! (D. António Couto - À mesa da Palavra)

Sugestão de frases que se podem repetir ao longo do dia:

“Minha luz e salvação é o Senhor”

“Abre meus olhos Senhor!» …

Convida-se a que, diária ou semanalmente, cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo

para além da eucaristia. Um tempo de silêncio e de diálogo. Um tempo a sós para escutar o Mestre e contar a

vida.

3. Desafio a aprofundar conteúdos Para aprofundar os conteúdos da fé “Recapitulando tudo em Cristo” sugere-se:

a leitura pessoal dos capítulos 6 a 13 da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé

(para quem desejar aprofundar pode ler os documentos citados);

que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima

referidos.

4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade

“Amai-vos”: a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO”, em relação com Deus e com os irmãos, por isso

o discípulo procura de modo especial dirigir-se aos irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta.

Que sou/tenho para com eles viver e oferecer? Procurar-se-á realizar gestos concretos de partilha.

5. Desafio a escrever no “Diário de fé” Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou dúvidas no “Diário de fé”.

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Recapitulando tudo em Cristo

3º passo

Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de fevereiro

Como fazer: E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1,14)

Como fazer - Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de novembro

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”… (indicações para o animador: ver o esquema do mês de dezembro)

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.)

3- Convidar a VER - redescobrir

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

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Conteúdos para o encontro:

5. … Leve-nos também a todos a aprofundar a doutrina do que a sistematiza, para sabermos dar cada vez mais e melhor as

“razões da nossa esperança” (cf. 1 Pe 3, 15) a quantos no-las pedem e muito especialmente nos tempos difíceis que vivemos. É

como segue, em citações encadeadas:

6. João XXIII abriu o Concílio com palavras inolvidáveis, marcando-lhe o rumo que depois seguiria. Tratava-se de oferecer à

humanidade o que a Igreja transporta de essencial, ou seja, a luz de Cristo que a ilumina a ela, como que recordando o trecho

evangélico: “Vós sois a luz do mundo. Não se […] acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do

candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa” (Mt 5, 14-15). Luz de Cristo que nos revela o que somos nós e o que

são os outros, compreendendo melhor para amar sempre mais: “A Igreja […] abre a fonte da sua doutrina vivificante, que

permite aos homens, iluminados pela luz de Cristo, compreender bem aquilo que eles são na realidade; a sua excelsa

dignidade e o seu fim; por meio dos seus filhos, estende ainda a toda a parte a plenitude da caridade cristã, que é o melhor

auxílio para eliminar as sementes da discórdia; e nada é mais eficaz para fomentar a concórdia, a paz justa e a união fraterna

de todos” (João XXIII, Discurso inaugural do Concílio Vaticano II, 11 de Outubro de 1962).

7. Definição das coisas que em Cristo é completa e incisiva, lembrou depois Paulo VI: “Donde parte o nosso caminho, Irmãos?

Qual é o caminho que devemos percorrer […]? E que fim, Irmãos, propor ao nosso itinerário? […] Estas três perguntas

simplicíssimas e capitais, têm, bem o sabemos, uma só resposta, que neste lugar e nesta hora devemos proclamar a nós

mesmos e anunciar ao mundo que nos rodeia: Cristo! Cristo nosso princípio; Cristo nossa vida e nosso guia; Cristo nossa

esperança e nosso fim” (Paulo VI, Discurso inaugural da segunda sessão do Concílio Vaticano II, 29 de Setembro de 1963).

8. Desta convicção fundamental brotam depois as afirmações centrais do Concílio. Logo na primeira constituição que aprovou,

referente à Liturgia, é sempre “por Cristo, com Cristo e em Cristo” que se dá glória a Deus Pai, na unidade do Espírito.

Cristo, presente na Palavra proclamada e nos Sacramentos celebrados, presença viva entre os seus, para depois chegar a

todos. É particularmente esclarecedor o seguinte trecho: “Cristo está sempre presente na sua Igreja, especialmente nas

acções litúrgicas. Está presente no Sacrifício da Missa, tanto na pessoa do ministro […] como e sobretudo sob as espécies

eucarísticas. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que quando alguém baptiza é o próprio Cristo que

baptiza. Está presente na sua Palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim,

quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: ‘Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio

deles’ (Mt 18, 20)” (Constituição Sacrosanctum Concilium, 7).

9. Presença de Cristo na Igreja, que assim mesmo faz dela o seu sinal para o mundo, alargando uma comunhão autêntica que,

partindo de Deus, é agora o sentido da história. Di-lo em linhas essenciais um dos mais importantes textos conciliares: “A luz

dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar todos os homens

com a Sua 3 luz, que resplandece no rosto da Igreja, anunciando o Evangelho a toda a criatura. Mas porque a Igreja, em

Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano,

pretende ela, na sequência dos anteriores Concílios, pôr de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua

natureza e missão universal. E as condições do nosso tempo tornam ainda mais urgente este dever da Igreja, para que deste

modo os homens todos, hoje mais estreitamente ligados uns aos outros, pelos diversos laços sociais, técnicos e culturais,

alcancem também a plena unidade em Cristo” (Constituição Lumen Gentium, 1).

10. Justamente nos impressiona o facto da Igreja ter compreendido que, em Cristo, Deus se dissera plenamente, como neste

luminoso trecho que abre a Carta aos Hebreus: “Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos

antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro

de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo” (Hb 1, 1-2). Não se exclui nem dispensa quanto fora e continua a ser dito

“antes”; mas é em Cristo que Deus se diz e nos diz a nós, no encontro definitivo da divindade com a humanidade, tão

surpreendentemente simples e tão inultrapassavelmente acontecido. Como o Concílio também resumiu: “Aprouve a Deus, na

sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o qual os homens, por

meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina. […]

Porém, a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta

revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação” (Constituição Dei Verbum 2).

11. Discípulos de Cristo, os cristãos participam dos seus sentimentos em relação a todos, nas diversas e tantas vezes

dramáticas circunstâncias da vida. Não podem ser doutra forma, para serem legitimamente cristãos. Atesta-o o Concílio, ao

abrir a sua constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos

homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e

as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu

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coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua

peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a

Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história” (Constituição Gaudium et Spes, 1).

12. Em tais traves mestras assentou a vida eclesial no último meio século. Arrancar da Palavra e subir em acção de graças,

alargar-se em comunhão interna e projectar-se no serviço ao mundo, assim se reencontra a Igreja, como as quatro partes da

única cruz do seu Senhor. Cumprir tal “programa” urge sempre mais. Por isso o repropõe o actual Pontífice para o Ano da Fé:

“É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas

estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra. Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a si os

homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja, confiando-lhe o anúncio do Evangelho, como um mandato

que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização,

para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. […] Com efeito, a fé cresce quando é

vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria” (Porta Fidei, 7).4

13. Na mesma carta apostólica, Bento XVI retoma o legado conciliar, relembrando a sua sistematização catequética, feita no

Catecismo que João Paulo II promulgou a 11 de Outubro de 1992, precisamente para marcar o 30º aniversário da abertura do

Vaticano II, como atrás se indicou: “Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio

precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano

II. […] É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do

estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica” (Porta

Fidei, 11). Logo no início do seu pontificado, Bento XVI aprovou um Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, para tudo ficar

ainda mais acessível ao comum dos fiéis, em trechos condensados da doutrina cristã. Na verdade, foi com estas palavras que o

aprovou, depois de ter orientado a sua elaboração: “O Compêndio, que agora apresento à Igreja universal, é uma síntese fiel

e segura do Catecismo da Igreja Católica. Ele contém, de maneira concisa, todos os elementos essenciais e fundamentais da fé

da Igreja, de forma a constituir, como desejara o meu Predecessor, uma espécie de vademecum, que permita às pessoas, aos

crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica” (Bento XVI, Motu proprio para a aprovação e

publicação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 28 de Junho de 2005). Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé

Textos de apoio

Os textos abaixo indicados, são uma proposta de leitura para quem tiver a oportunidade de aprofundar os conteúdos a

partir das sugestões oferecidas no trecho da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da fé.

João XXIII, Discurso inaugural do Concílio Vaticano II, 11 de Outubro de 1962

Paulo VI, Discurso inaugural da segunda sessão do Concílio Vaticano II, 29 de Setembro de 1963

Constituição Dei Verbum 2

Constituição Gaudium et Spes

Constituição Sacrosanctum Concilium

Bento XVI, Porta Fidei

Bento XVI, Motu proprio para a aprovação e publicação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 28 de

Junho de 2005

b. Partilha sobre os conteúdos

c. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (animador)

4- Convidar a formular um compromisso

“Donde parte o nosso caminho, Irmãos? Qual é o caminho que devemos percorrer […]? E que fim, Irmãos, propor

ao nosso itinerário? […] Estas três perguntas simplicíssimas e capitais, têm, bem o sabemos, uma só resposta, que

neste lugar e nesta hora devemos proclamar a nós mesmos e anunciar ao mundo que nos rodeia: Cristo! Cristo

nosso princípio; Cristo nossa vida e nosso guia; Cristo nossa esperança e nosso fim”

(Paulo VI, Discurso inaugural da segunda sessão do Concílio Vaticano II, 29 de Setembro de 1963).

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O que nos pede a Igreja a partir deste trecho do discurso inaugural de Paulo VI?

5- Sugere-se concluir o encontro com uma breve oração

6- Convidar para o próximo encontro e sugerir a continuação do momento de

“permanecer” e do “Diário de fé”.

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: a LUZ

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Enviados pela LUZ (Cristo) e na LUZ para ser LUZ.

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________________________ ITINERÁRIO_____________________

O MISTÉRIO PASCAL 3 etapa – março/abril

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre

em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de março

BOA NOTÍCIA DO REINO

«Trouxeram-nos, pois, e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os,

disse: «Proibimos-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina

e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.» Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais

obedecer a Deus do que aos homens.

O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus,

a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.

Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de

conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.

E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que

Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.» Atc 5, 27-32

Como fazer:

A----Material necessário / Preparar a sala

Material:

Ícone “da descida aos infernos”

Cruz de madeira (onde seja possível escrever. Poderá ser feita pelo grupo)

Bíblia, velas, tecido…

Sugere-se que:

se coloque o ícone “da descida aos infernos” no centro sobre um tecido preto e tapado com um pano

preto (só será colocado à vista de todos no momento da leitura deste). Se o grupo não tiver um ícone

grande, pode optar por imprimir um ícone para cada membro do grupo. Todavia, deverá ser colocado

dentro de um envelope para que só no momento indicado possa ser lido.

Se possível, as cadeiras serão colocadas à volta do centro

se disponham algumas velas e a Bíblia aberta

se tenha pouca iluminação

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B----Desenrolar do encontro

1º Acolher o grupo e preparar o encontro celebrativo

Sugere-se que:

se convide a cantar;

se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana”, que poderá ser dos “diários de bordo”;

se dê a conhecer o plano geral do encontro;

se invoque o Espírito (para que seja ELE, a fazer a obra em cada um, ao longo do encontro);

2º Convidar ao silêncio

Sugere-se que:

se coloque uma música de fundo;

se convide a olhar e a fixar a luz de uma vela e após alguns minutos se feche os olhos e se tente visualizar,

interiormente, a luz;

se desafie cada um, continuando de olhos fechados a dizer a cada órgão do seu corpo, desde os pés à

cabeça a palavra relaxe (em silêncio interior. O objectivo deste exercício permite um contacto com sigo

mesmo, o retomar uma certa serenidade de pois de um dia ou semana de muita agitação e preocupações.

O objectivo essencial é o de se preparar para o encontro, para a oração para a contemplação!)

3º Convidar a situar-se no contexto da Ressureição

Sugere-se que:

continuando de olhos fechados, para melhor saborear a Palavra um leitor (previamente bem preparado)

leia, muito pausadamente o texto do evangelho de S. João

Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas,

pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.

Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto

de cem libras de mirra e aloés. Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os

perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto,

um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da

Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus. (Jo 19, 38-42)

dando seguimento à mesma atmosfera, após uma breve pausa um outro leitor, pausadamente, lê:

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que

o tapava. Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor

foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.» Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.

Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Inclinou-se

para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou

também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no

chão, ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os

panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição. Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha

chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer, pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual

Jesus devia ressuscitar dos mortos. A seguir, os discípulos regressaram a casa.

Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do

túmulo, e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira

e o outro aos pés. Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e

não sei onde o puseram.» Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele. E

Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-

lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.» Disse-lhe Jesus: «Maria!»

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Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» - que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não me

detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: ‘Subo para o meu Pai, que é

vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.’» Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E

contou o que Ele lhe tinha dito.

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se

encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja

convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E

Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em

seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.» (Jo 20,1-22)

Sugere-se que:

mantendo a mesma atmosfera de silêncio e interioridade convida-se a fazer eco do texto lido;

seguidamente em silêncio o grupo é chamado a desvelar o ícone, até esse momento tapado com um pano

preto ou dentro de um envelope (se for entregue a cada membro do grupo).

É chegado o momento da leitura do ícone e da contemplação do mistério da ressurreição a través do

diálogo:

Como se chama este ícone?

- Chama-se “Descida aos Infernos” (infernos, neste contexto, é a

designação dada às moradas de todos os mortos de todos os

tempos e não um estado de perdição longe de Deus). Este ícone

tem também o nome que se pode ler em caracteres eslavos,

acima da figura central: “Ressurreição de Nosso Senhor Jesus

Cristo”.

Qual a cor que predomina e porquê?

- A cor dominante é o vermelho vivo. O vermelho é o símbolo

da vida, do amor salvador e do sangue. O autor do ícone

escolheu esta cor porque “escreve” acerca do Amor Salvador de

Jesus pela Humanidade através do seu Sangue, da sua Vida, da

sua dinâmica vitalidade.

Quem são as personagens no friso superior?

- São anjos e santos, provavelmente patronos da localidade ou

da igreja onde este ícone presidia. São como que espectadores do acontecimento que decorre abaixo, não fazem

parte dele.

Quem é a personagem central?

- A personagem central do ícone, e a maior de todas é Jesus Cristo, vestido de vermelho

Porque é que Jesus é “escrito” naquela posição?

- Jesus está “escrito” numa atitude de grande movimento. O pé direito exerce um impulso vertical de descida,

enquanto que o pé esquerdo mostra o movimento seguinte de subida. Sabemos que desceu primeiro por causa da

ponta da veste que vemos esvoaçar atrás do ombro esquerdo. Toda esta dinâmica acontece como uma descida ao

interior da terra porque vemos montes de um e outro lado, como se Jesus tivesse furado a terra e descesse até às

suas profundezas, o lugar das moradas de todos os mortos.

O que significa o fundo em forma de amêndoa, atrás de Jesus?

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- Significam que, na ressurreição de Jesus, a Luz (a dourado), vence a morte, a noite, e as trevas da confusão, da

ignorância e do medo (a preto)

O que são aqueles objetos dispersos que estão abaixo dos pés de Jesus?

- São as portas da morada dos mortos que, com a Ressurreição de Jesus e a sua descida vertiginosa as quebrou de

uma vez para sempre. Ficaram partidas, madeiras, fechaduras, dobradiças, sem mais conserto possível.

Quem são as duas personagens de cada lado de Jesus, porque estão ajoelhadas e porque está Jesus a pegar-

lhes nas mãos?

- As duas personagens ajoelhadas uma de cada lado de Jesus são Adão e Eva (sem nunca esquecer que Adão e Eva

são sinónimo de Humanidade inteira – Ser Humano masculino e feminino, de todos os tempos e de qualquer lugar)

que estão, não num momento de adoração/oração, mas sim a levantar-se dos seus túmulos, como se vê

claramente na posição de Adão. Eva tem uma veste totalmente vermelha, sinal da vitalidade da fecundidade

maternal.

Jesus pega-lhes pelos pulso, que é uma das maneiras que nós temos de ler a pulsação do coração de quem está

vivo. É também a maneira como se pega na mão de uma criança mais irrequieta, para que a sua mão não nos

escorregue. Jesus pega-lhes assim nas mãos para os fazer subir com ele.

Qual é a mensagem central de todo o ícone?

- Jesus, que é ressuscitado por Deus, desce à humanidade que cada um de nós é, pega-nos pelo pulso e faz-nos

subir com ele, para a comunhão plena com o Pai.

De todas as figuras representadas, porque é que Adão é a única que olha para nós?

- Está como que a apresentar-nos Jesus, com a mão esquerda, e a convidar-nos a “entrar” neste grande

acontecimento.

Quem são as três personagens com coroa, atrás de Adão?

- São os primeiros reis de Israel: Saul, David e Salomão, de cuja descendência era esperado o Messias Salvador.

Também eles se levantam da morte e são levados por Jesus, em Adão e Eva.

Quem é aquele rosto que aparece acima de Adão?

- Aquele rosto é o de João Batista que aparece como que “entalado” como sempre foi a sua vida entre dois

“mundos”, o da antiga Aliança e o da nova Aliança inaugurada por Jesus. Aparece com o cabelo desgrenhado, tal

como são sempre representados os profetas a quem ninguém lhes consegue passar a “mão pelo pêlo”, que são

indomáveis e rebeldes por não se conformarem com as injustiças, as infidelidades e a falta de memória do povo.

Quem é o menino representado atrás de Eva?

- Vestido de peles, agarrado à mãe, será Abel. Talvez a personagem representada acima do rosto de Eva seja

Caim, porque não há ninguém que fique excluído da Salvação de Jesus por maior que tenha sido o seu pecado.

Porque é que todo o ícone parece ter um rebordo a toda a volta?

- O ícone tem o que se chama de moldura a toda à volta, para nos lembrar que este acontecimento da

Ressurreição Salvadora de Jesus aqui escrito é como uma janela que serve, não contemplar os seus traços e cores,

mas para ir além da “janela” e ser apenas instrumento para entrar, saborear e viver este mistério na vida

concreta de cada um e com os irmãos

Pode ainda “ler-se” alguma coisa acerca dos dois montes formados pela passagem de Jesus?

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- Podemos ver nos dois montes a passagem do monte Sinai, lugar da Antiga Aliança de Deus com o povo (onde

Moisés recebeu uma Lei escrita em tábuas) para o monte das Bem Aventuranças, lugar da Nova Aliança de Deus

com a Humanidade inteira (onde Jesus, novo Moisés, anuncia uma Lei inscrita no Coração de cada um)

Susana Braguês

Sugere-se que:

Se feche novamente o olhos para ouvir lentamente dois textos. Um do Antigo Testamente e outro do Novo:

um leitor (previamente bem preparado) lê, muito pausadamente o texto do Êxodo (Ex 3, 7-10):

«O Senhor disse: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus

inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer

subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel, terra do cananeu, do

hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu.»

dando seguimento à mesma atmosfera, após uma breve pausa um outro leitor, pausadamente lê o texto

de S. Paulo (1 Cor 15, 12-26):

«Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há

ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. Mas se Cristo não

ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. E resulta até que acabamos por ser falsas

testemunhas de Deus, porque daríamos testemunho contra Deus, afirmando que Ele ressuscitou a Cristo, quando

não o teria ressuscitado, se é que, na verdade, os mortos não ressuscitam. Pois, se os mortos não ressuscitam,

também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos

pecados. Por conseguinte, aqueles que morreram em Cristo, perderam-se. E se nós temos esperança em Cristo

apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos,

como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem

a ressurreição dos mortos. E, como todos morrem em Adão, assim em Cristo todos voltarão a receber a vida. Mas

cada um na sua própria ordem: primeiro, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua

vinda. Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado,

toda a dominação e poder. Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos

seus pés. O último inimigo a ser destruído será a morte-»

4. Tempo de releitura da experiência-momento de diálogo

Momento para meditar e partilhar a partir do ícone e dos textos bíblicos. Sugestões de perguntas para incentivar à partilha:

- Que mais me chamou à atenção neste texto bíblico e iconográfico?

- Qual a importância da ressurreição no plano salvífico de Deus?

- Em que é que a notícia da ressurreição tem a ver com a fé da Igreja, a minha fé, com o jeito de

ser, de viver do cristão, com a esperança, com a salvação..?

Momento de oração

Convidar a grupo a um tempo de oração silenciosa depois de ler as duas afirmações:

«O acontecimento da morte e ressurreição de Cristo é o coração do Cristianismo,

o ponto central e fundamental da nossa fé, o poderoso impulso da nossa certeza,

o vento forte que afugenta toda a angústia e incerteza, a dúvida e o calculismo humano.» Bento XVI, 10.10.2006

«O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai, envolve-nos agora e inclui-nos na

vida divina» Carta dos Bispos do Porto

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Convidar a uma oração partilhada

5. Entrega da cruz simbólico deste momento do itinerário Se a dinâmica está a ser acompanhada pela comunidade, a cruz deverá ser entregue na eucaristia dominical. Se assim não for sugere-se:

Estejam colocadas, junto do ícone , uma cruz para cada membro do grupo; Neste momento o animador convida cada pessoa a recolhe uma cruz

Num segundo momento

Cada um escreve na sua cruz:

Jesus Cristo morreu e ressuscitou: Ele está VIVO

Nele morremos e ressuscitamos

Ou «O acontecimento da morte e ressurreição de Cristo é o coração do Cristianismo, o ponto central e

fundamental da nossa fé, o poderoso impulso da nossa certeza, o vento forte que afugenta toda a

angústia e incerteza, a dúvida e o calculismo humano.» Bento XVI, 10.10.2006

«O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai, envolve-nos agora e inclui-nos na vida

divina» Carta dos Bispos do Porto

“Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele ‘dá a sua vida

em resgate por muitos’ (Mc 10, 45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade” (Compêndio, nº 119).

6. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir o capítulo sobre o mistério pascal da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé. Este será trabalhado no próximo encontro.

Pode-se entregar o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

7. Lanche partilhado

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________________________ ITINERÁRIO_______________________

O mistério pascal 2º passo

Tempo de PERMANECER

na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença

do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de março e fim de abril Entre o 1º e o 2º encontros

Propõe-se que cada um escreva a experiência no “Diário de fé”

Guião para entregar a cada membro do grupo

Caríssimo

Ao longo das próximas semana é convidado a olhar o mistério da fé, da vida e a recriar todas as horas do dia a

partir do mistério da morte e ressurreição de Jesus.

1ª Proposta- Saborear o mistério de ser ressuscitado em Cristo

Desafiámo-lo a saborear, diariamente, os seguintes textos (escolher um por semana ou por dia)

Como fazer: pode escrevê-los num pequeno papel, coloca-los no bolso do casaco a fim de os poder ler ao longo do

dia – no autocarro, enquanto está no para arranca do trânsito, enquanto espera pelo filho à saída da escola,

enquanto espera a sua vez no supermercado…:

«Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé.» (1 Cor 15,14)

Cristo nunca vive a partir de si mesmo, mas do “Pai”, a quem constantemente se refere. É também a

partir do Pai, Fonte permanente de vida, que Ele se oferece a nós, para que “vivamos em abundância” (cf

Jo 10, 10).

«O acontecimento da morte e ressurreição de Cristo é o coração do Cristianismo, o ponto central e

fundamental da nossa fé, o poderoso impulso da nossa certeza, o vento forte que afugenta toda a

angústia e incerteza, a dúvida e o calculismo humano.» Bento XVI, 10.10.2006

«O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai, envolve-nos agora e inclui-nos na vida

divina» Carta dos Bispos do Porto

“Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele ‘dá a sua vida

em resgate por muitos’ (Mc 10, 45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade” (Compêndio, nº 119).

2ª Proposta- viver o dia a dia ao jeito do “mistério de ser ressuscitado em Cristo”

Procurar olhar as pessoas com o olhar de Cristo – sabendo que o Pai ama a todos como : « ama a Cristo

e Cristo se retribui ao Pai, envolvendo cada pessoa e incluindo-a na vida divina»

E se palmilhássemos as ruas da cidade ou da aldeia com a certeza de que o Ressuscitado está a meu

lado, como os discípulos de Emaús?

Procurar encarar os acontecimentos à luz da morte e ressurreição de Jesus – a morte foi vencida…

nenhum mal nos pode derrubar porque a VIDA venceu, em Jesus! Será que me ajuda a relativizar

tantas coisas e a viver agradecido?

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3ª Proposta- viver em oração

Sugestão de frases que se podem repetir ao longo do dia:

“Creio na ressurreição mas aumenta a minha fé”

“Creio que em Jesus me ressuscitas para a vida nova”

“Graças pela vida que me dás em abundância” …

Convida-se a que, diária ou semanalmente, cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo para

além da eucaristia.

Um tempo de silêncio e de diálogo. Um tempo a sós para escutar o Mestre e contar a vida. Será possível que a fé

seja “dom e resposta”, seja relação e intimidade sem tempo de diálogo a sós como Jesus Cristo? Jesus deu-nos o

exemplo da sua relação com o Pai… quantas vezes o encontramos a rezar a sós ao ABBA?

4ª Proposta- aprofundar o conteúdo da fé: “mistério pascal”

Para aprofundar os conteúdos da fé “O mistério Pascal” sugere-se:

a leitura pessoal do capítulo sobre o mistério pascal da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto;

que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima

referido.

5ª Proposta- atuar junto dos que mais sofrem- permanecer com o Ressuscitado” junto dos irmãos

Dar continuidade ao compromisso dos meses anteriores ou dar resposta a alguma urgência através de

gestos concretos de partilha. Se possível assegurado por todo o grupo.

5ª Proposta- dar continuidade ao diário

Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou dúvidas no “Diário de fé”.

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_____________________________ ITINERÁRIO_________________________

O mistério pascal 3º passo

Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de abril

«Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé.» (1 Cor 15,14)

Como fazer:

Como fazer - Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de março

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”… (indicações para o animador: ver o esquema do mês de dezembro)

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.) O

testemunho é um convite a reconhecer e a comunicar a presença e a ação de Deus na vida quotidiana em jeito de

Magnificat.

3- Convidar a VER - redescobrir

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé: O mistério pascal

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

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Conteúdos para o encontro:

O mistério pascal

«Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé.» 1 Cor 15,14

«O acontecimento da morte e ressurreição de Cristo é o coração do Cristianismo,

o ponto central e fundamental da nossa fé, o poderoso impulso da nossa certeza,

o vento forte que afugenta toda a angústia e incerteza, a dúvida e o calculismo humano.» Bento XVI, 10.10.2006

«O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai,

envolve-nos agora e inclui-nos na vida divina»

Carta dos Bispos do Porto

14. (…) Começando pela concentração pascal, tão marcadamente conciliar e evangélica: “O mistério

pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte, ressurreição e glorificação, está no centro da fé

cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas com a morte redentora do seu

Filho, Jesus Cristo” (Compêndio, nº 112) .

Cristo nunca vive a partir de si mesmo, mas do “Pai”, a quem constantemente se refere. É também a

partir do Pai, Fonte permanente de vida, que Ele se oferece a nós, para que “vivamos em abundância”

(cf Jo 10, 10). E se oferece por nós, para que tal seja possível, tão cortados estávamos da Fonte. “Toda a

vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele ‘dá a sua vida em

resgate por muitos’ (Mc 10, 45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade” (Compêndio, nº 119).

Porque assim foi, também assim será e se realizará plenamente em nós. Unidos a Cristo, somos

reconhecidos pelo Pai e por Ele aceites: “… o Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o

princípio da nossa justificação e da nossa ressurreição; a partir de agora, Ele garante-nos a graça da

adoção filial que é a participação real na sua vida de Filho unigénito; depois, no final dos tempos, Ele

ressuscitará o nosso corpo” (Compêndio, nº 131).

O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai, envolve-nos agora e inclui-nos na vida

divina: “… quando o Pai envia o seu Filho, envia também o seu Espírito que nos une a Cristo na fé,

para, como filhos adotivos, podermos chamar a Deus ‘Pai’ (Rm 8, 15). O Espírito é invisível, mas nós

conhecemo-lo através da sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na Igreja” (Compêndio, 137).

15. Para que o Filho eterno de Deus fosse também Emanuel = Deus connosco, foi preciso que Deus

criasse uma “nova terra” onde nascesse o “homem novo”. Essa “terra” foi Maria imaculada e o seu Filho

virginal é Jesus Cristo, Deus incarnado. De Maria O recebemos, com Maria O acompanhamos: “Em Maria,

o Espírito Santo realiza as expectativas e a preparação do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De

forma única enche-a de graça e torna fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus

encarnado. Faz dela a Mãe do ‘Cristo total’, isto é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo.

Maria está com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os ‘últimos tempos’ com a

manifestação da Igreja” (Compêndio, 142).

Para aprofundar:

CIC – Compêndio: nº 112, nº 119, nº131, nº 137, nº 142

Youcat do nº 110 ao nº 110

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b. Partilha sobre os conteúdos

c. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (animador)

4- Convidar a formular um compromisso

«O Amor com que o Pai ama a Cristo e Cristo se retribui ao Pai, envolve-nos agora e inclui-nos na vida

divina: “… quando o Pai envia o seu Filho, envia também o seu Espírito que nos une a Cristo na fé,

para, como filhos adotivos, podermos chamar a Deus ‘Pai’ (Rm 8, 15). O Espírito é invisível, mas nós

conhecemo-lo através da sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na Igreja” (Compêndio, 137).

Que olhar particular sobre a vida me dá este texto e que me pede a Igreja a partir deste trecho da carta dos

Bispos do Porto?

5- Sugere-se concluir o encontro com uma breve oração

6- Convidar para o próximo encontro e sugerir a continuação do momento de

“permanecer” e do “Diário de fé”.

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: a CUZ

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Mergulhados na CRUZ (de Cristo) para ajudar outros a levar a CRUZ:

configurados a Cristo.

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______________________ ITINERÁRIO________________________

O Corpo Eclesial de Cristo 4ª etapa – maio/junho

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre

em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de maio

« Entendemos assim o que é verdadeiramente a Igreja, em que o Espírito nos une a Cristo e por Cristo

ao Pai, bem como uns aos outros, por entre tanta variedade de línguas e povos: “[Igreja] designa o povo

que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela

fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo” (Compêndio, 147).

Carta dos Bispos do Porto

Como fazer:

A----Material necessário / Preparar a sala

Material:

Ícone “ícone do Pentecostes”

Uma túnica (ou um tecido branco recortado em jeito de túnica) e um rosto representativo de Cristo

Canetas para escrever no tecido

Bíblia, velas, tecido…

Sugere-se que:

se coloque no centro uma túnica (ou um tecido branco recortado em jeito de túnica) e um rosto

representativo de Cristo como se fora a figura de Jesus no meio do grupo. Neste tecido branco serão

escritos os nomes de todos os membros do grupo.

A partir deste encontro, sempre se colocará no centro este símbolo de Cristo e do “corpo eclesial de

Cristo”. Nuns próximos encontros escrever-se-á a missão de cada, um junto do respetivo nome.

Quanto ao ícone do Pentecostes pode optar-se por imprimir o mesmo a fim de ser entregue, a cada

membro no grupo, no momento da sua leitura, contemplação.

Se possível, as cadeiras serão colocadas à volta do centro

se disponham algumas velas e a Bíblia aberta

se tenha pouca iluminação

1º Acolher e preparar o encontro celebrativo

Sugere-se que:

se convide a cantar;

se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana”, que poderá ser dos “diários de bordo”;

se dê a conhecer o plano geral do encontro;

se invoque o Espírito (para que seja ELE, a fazer a obra em cada um, ao longo do encontro);

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2º Convidar ao silêncio

Sugere-se que:

se convide a um momento de relaxe;

se convide a ler e a contemplar silenciosamente o ícone

3º Convidar a situar-se no contexto do Pentecostes

a. Após o convite à contemplação do ícone, lê-se a leitura do Actos

Quando chegou o dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um

som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas

línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e

começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Ora, residiam em Jerusalém judeus

piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou

estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua. Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar

não são todos galileus? Que se passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? Partos, medos,

elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das

regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as

maravilhas de Deus!» Estavam todos assombrados e, sem saber o que pensar, diziam uns aos outros: «Que significa isto?» (Act 2,

1-12)

b. Leitura e contemplação do ícone

Como se chama este ícone e qual o simbolismo da cor predominante?

- Este é o ícone do Pentecostes. A cor predominante é o dourado que simboliza a especial presença de

Deus neste acontecimento.

Quantas e quem são as personagens sentadas nos

cadeirais?

- As personagens sentadas nos cadeirais são 12, com toda

a carga simbólica que o 12 representa biblicamente: as 12

tribos de Israel, os 12 apóstolos de Jesus.

Apesar deste número nos querer lembrar o que significa,

estas personagens não são os 12 apóstolos porque, à

cabeça dos 6 do lado esquerdo está S. Paulo, enquanto

que à cabeça dos outros 6 do lado direito está S. Pedro.

Logo em seguida, 2 de cada lado, aqueles que têm nas

mãos um livro serão os 4 evangelistas: Marcos, Mateus,

Lucas e João. Os restantes serão outros discípulos de

Jesus, tenham sido ou não seus apóstolos.

Estes 12 representam, assim, a Igreja reunida de todos os

tempos e de qualquer lugar.

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Porque é que S. Paulo e S. Pedro ocupam lugares de destaque?

- S. Paulo e S. Pedro ocupam lugares de destaque porque os dois juntos representam toda a Igreja das

origens. Por um lado, S. Paulo representa todos os pagãos que seguiram a Cristo. Por outro lado, S.

Pedro representa todos os judeus que seguiram a Cristo, os convertidos.

Porque é que entre S. Paulo e S. Pedro está um lugar vazio?

- Entre S. Paulo e S. Pedro está um lugar vazio para nos dizer que quem verdadeiramente preside a esta

Igreja não é Paulo nem Pedro, nem qualquer um dos seus sucessores, mas é o próprio Cristo que está à

Cabeça e é a Cabeça deste corpo formado por toda a Igreja, independentemente das suas origens. Jesus

está assim presente, mas não de maneira visível, está presente pela ação do seu Espírito.

O que vemos acima desta reunião?

- Acima desta reunião vemos os céus abertos e línguas de fogo a descer sobre a Igreja de Jesus.

Porque têm todos uma túnica igual?

- Todos vestem uma túnica de cor azul (cor do Céu) porque são todos filhos do mesmo Pai do Céu, e por

isso são todos irmãos.

Quem são as duas personagens abaixo e porque estão num fundo negro?

- Estas duas personagens são um discípulo de Jesus a levar a sua Boa Notícia a um pagão, que poderão

ser o apóstolo Filipe e o etíope do relato do livro dos Actos dos Apóstolos 8, 26-39. Estão diante de um

fundo negro (símbolo da ausência da Luz que é Deus, e por isso é símbolo da morte, da ignorância, do

medo, do mal) porque é o “estado” do mundo que espera a chegada da Boa Notícia de Jesus que será

levada pelos seus discípulos a todo o mundo. É a abertura máxima que esta reunião pode ter: a Boa

Notícia de Jesus é para todos.

Porque é que o círculo desta reunião não é fechado?

- Porque quem se coloca diante deste mistério é convidado a fazer parte dele, tem assento nesta

reunião, e por isso tem também a missão de anunciar a Boa Notícia de Jesus a todas as gentes.

4. Tempo de releitura da experiência-momento de oração e diálogo

Propõe-se que

Se convide a fechar os olhos e a recordar tudo o que foi partilhado sobre o ícone; Se leia (após 3 minutos de silêncio) um trecho da carta dos bispos do Porto.

« Entendemos assim o que é verdadeiramente a Igreja, em que o Espírito nos une a Cristo e por Cristo ao Pai, bem como uns

aos outros, por entre tanta variedade de línguas e povos: “[Igreja] designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os

confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de

Cristo e templo do Espírito Santo” (Compêndio, 147).

União a Cristo significa participação na sua missão, pois a sua vida é para todos. Ele inaugurou na terra aquele “reino” tão

esperado, que ultrapassava infinitamente as antigas fronteiras geográficas e culturais de Israel. Missão que Cristo ressuscitado

continua agora através de nós, seu corpo eclesial, animados pelo mesmo Espírito: “A missão da Igreja é a de anunciar e

instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste

Reino salvífico” (Compêndio, 150).

Em certo sentido, tudo começa indispensavelmente em nós, cada um de nós. Com o sim de Maria, chegou Cristo ao mundo;

com o nosso sim continua agora, na medida em que – como Ela – também nós assimilarmos profundamente o modo de ser de

Cristo, em relação ao Pai e a tudo: “O povo de Deus participa no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são

consagrados pelo Espírito Santo para oferecer sacrifícios espirituais; participa no ministério profético, enquanto, com o sentido

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sobrenatural da fé, a esta adere indefetivelmente, a aprofunda e testemunha; e participa no seu ministério real com o serviço,

imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem” (Compêndio, 155).

Se convide, ainda em atitude orante, a pensar, a orar a partir do trecho lido.

Se entre em diálogo sobre o significado do SER IGREJA respondendo à pergunta: Quem sou, quem somos?

Se escreva na túnica estendida no chão o nome de cada membro presente. NOTA: a partir deste momento, em todos os encontros a túnica (ou tecido recortado em forma de túnica) deverá estar estendida no chão para recordar a eclesialidade do grupo, corpo Eclesial de Cristo!

Se expresse espontaneamente uma oração de louvor pelo convite a “ser Corpo Eclesial de Cristo” e por todas as maravilha que Deus tem realizado neste corpo desde o Pentecostes.

5. Pensar um gesto que reforce os laços no grupo e com toda a comunidade

Que podemos fazer para reforçar o “ser Corpo Eclesial de Cristo”? Que podemos fazer para reaproximar pessoas desavindas ou membros afastados da comunidade? (pensar

em pessoas e gestos concretos)

6. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir o capítulo sobre o Corpo Eclesial de Cristo: no 16 da Carta dos Bispos do Porto.

7. Lanche partilhado

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________________________ ITINERÁRIO________________________

O Corpo Eclesial de Cristo 2º passo

Tempo de PERMANECER

na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença do Mestre nas nervuras

do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de maio e fim de junho

Propõe-se que cada um escreva a experiência no “Diário de fé”

Como fazer:

1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo através do Corpo Eclesial de

Cristo

O tema “Corpo Eclesial de Cristo” convida:

a. a olhar a realidade ao jeito de Jesus Cristo:

«Em certo sentido, tudo começa indispensavelmente em nós, cada um de nós. Com o sim de Maria, chegou Cristo

ao mundo; com o nosso sim continua agora, na medida em que – como Ela – também nós assimilarmos

profundamente o modo de ser de Cristo, em relação ao Pai e a tudo: “O povo de Deus participa:

no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são consagrados pelo Espírito Santo para

oferecer sacrifícios espirituais;

participa no ministério profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, a esta adere

indefetivelmente, a aprofunda e testemunha;

e participa no seu ministério real com o serviço, imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez servo

de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem” (Compêndio, 155).»

«Todos os batizados têm o mundo por tarefa, realizando na família, no trabalho e na sociedade a fermentação

evangélica que tudo transforma e eleva: “Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus,

iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus.

Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados”» (Compêndio, 188).

b. a viver e a transformar o quotidiano de forma a que aí “chegue o REINO”… Aí, Deus possa reinar,

fazer acontecer o AMOR. E qual o jeito de viver? E qual o programa de vida?

oferecer sacrifícios espirituais;

aderir, a aprofundar e testemunhar a fé;

fazer-se servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem: viver o Amor ao jeito de

Jesus”

2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

O desafio a orar será: oferecer sacrifícios espirituais;

… viver “EM ORAÇÃO”, como um toque constante de olhar para o “céu e para a terra”: Uma frase de

louvor, de súplica… o nosso mundo precisa tanto de quem o “OLHE REZANDO”… nesse olhar o mundo

poderá “ver o olhar de DEUS”… assim se oferecem diariamente sacrifícios espirituais…

Sugestão: Olhar nos olhos a quem se cruza diariamente no meu caminho e orar interiormente: “deixa-te abençoar

por Deus!” ou “abençoa-o Pai”…

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… sem esquecer a eucaristia!!!! Aquele lugar onde “Deus nos senta à mesa com Jesus Cristo” onde o

Pai partilha o seu Filho no Pão! Onde compreendemos e vivemos o SER IRMÃO… além de todas as rugas

e imperfeições que nos desfiguram!

3. Desafio a aprofundar conteúdos

O desafio a orar será: aderir, a aprofundar e testemunhar a fé;

Para aprofundar os conteúdos da fé “Corpo eclesial de Cristo” sugere-se:

a leitura pessoal dos capítulos 16 da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto;

que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre o capítulo da Carta dos Bispos, acima

referido.

4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade

O desafio a AMAR será: fazer-se servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem: viver o Amor ao jeito de

Jesus”.

Que posso fazer para reforçar o “ser Corpo Eclesial de Cristo”? Que posso fazer para reaproximar pessoas desavindas ou membros afastados da comunidade? (pensar em

pessoas e gestos concretos)

5. Desafio a escrever no “Diário de fé”

Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou dúvidas no “Diário de fé”.

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_____________________________ ITINERÁRIO_______________________

O Corpo Eclesial de Cristo

3º passo

Tempo de VER em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir –ver –

compreender –aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de junho

« Entendemos assim o que é verdadeiramente a Igreja, em que o Espírito nos une a Cristo e por Cristo

ao Pai, bem como uns aos outros, por entre tanta variedade de línguas e povos: “[Igreja] designa o povo

que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela

fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo” (Compêndio, 147).

Como fazer:

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de fevereiro

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”… (indicações para o animador: ver o esquema do mês de dezembro)

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.) O

testemunho é um convite a reconhecer e a comunicar a presença e a ação de Deus na vida quotidiana em jeito de

Magnificat.

3- Convidar a VER - redescobrir

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé: O Corpo Eclesial de Cristo

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

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c. os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

Conteúdos para o encontro:

O corpo eclesial de Cristo

16. Entendemos assim o que é verdadeiramente a Igreja, em que o Espírito nos une a Cristo e por Cristo ao Pai,

bem como uns aos outros, por entre tanta variedade de línguas e povos: “[Igreja] designa o povo que Deus

convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo,

se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo” (Compêndio, 147).

União a Cristo significa participação na sua missão, pois a sua vida é para todos. Ele inaugurou na terra aquele

“reino” tão esperado, que ultrapassava infinitamente as antigas fronteiras geográficas e culturais de Israel.

Missão que Cristo ressuscitado continua agora através de nós, seu corpo eclesial, animados pelo mesmo Espírito:

“A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus

Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico” (Compêndio, 150).

Em certo sentido, tudo começa indispensavelmente em nós, cada um de nós. Com o sim de Maria, chegou Cristo

ao mundo; com o nosso sim continua agora, na medida em que – como Ela – também nós assimilarmos

profundamente o modo de ser de Cristo, em relação ao Pai e a tudo: “O povo de Deus participa no ministério

sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são consagrados pelo Espírito Santo para oferecer sacrifícios

espirituais; participa no ministério profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, a esta adere

indefetivelmente, a aprofunda e testemunha; e participa no seu ministério real com o serviço, imitando Jesus

Cristo, que, rei do universo, se fez servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem” (Compêndio, 155).

17. Desde as primeiras gerações, os cristãos descobriram a catolicidade da Igreja, isto é a sua universalidade ou

totalidade: em Cristo tudo nos foi dado e a todos se destina: “A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela

está presente Cristo: ‘onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica’ (Santo Inácio de Antioquia). Ela anuncia a

totalidade e a integridade da fé, leva e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a

todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que pertençam” (Compêndio, 166). 6 Apóstolo

quer dizer enviado, e assim foram os primeiros Doze e depois Paulo, ou os que lhes sucedem no ministério - o

Papa, os Bispos; e todos os cristãos, como elos da Tradição viva que eles

garantem e tutelam “A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o ‘fundamento dos Apóstolos’

(Ef 2, 20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e

governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos, em comunhão com o

sucessor de Pedro” (Compêndio, 174).

18. Todos os batizados têm o mundo por tarefa, realizando na família, no trabalho e na sociedade a fermentação

evangélica que tudo transforma e eleva: “Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus,

iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus.

Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados”

(Compêndio, 188). Já com Cristo acontecia que alguns e algumas o seguiam mais de perto (cf Lc 8, 1-3), deixando os

laços habituais pelo seguimento mais próximo da sua vida e missão. Faziam-no em função de Deus e dos outros,

por um “amor do Reino do Céu” que se tornara imediato e exclusivo (cf. Mt 19, 12). Assim continua a ser, abrindo a

espessura do mundo: “ [A vida consagrada] é uma resposta livre a um chamamento particular de Cristo, mediante

o qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do

Espírito Santo. Tal consagração caracteriza-se pela prática dos conselhos evangélicos [pobreza, castidade e

obediência]. A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos

irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste” (Compêndio, 192 e 193).

19. E com Cristo entramos numa comunhão mais vasta, com Deus e com os outros, que se alimenta da fé, convive

na caridade e garante a esperança. Chama-se “comunhão dos santos” e “indica, antes de mais, a participação de

todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas

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e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que ‘não procura o próprio interesse’ (1 Cor 13,

5), mas move o fiel ‘ a colocar tudo em comum’ (Act 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos

pobres. Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos

a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a

purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem,

por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade” (Compêndio,

194 e 195).

Nesta comunhão tem lugar eminente Aquela que no-la proporcionou, ao dar-nos Cristo. Vivendo já e

completamente com seu Filho, indica-nos sempre tal destino, como o fez nas Bodas de Caná, ao dizer aos

serventes: “Fazei o que Ele vos disser!” (Jo 2, 5). Assim a devemos considerar e à sua maternal intercessão e

companhia: “Após a Ascensão do Seu Filho, a Virgem Maria ajuda, com as suas orações, as primícias da Igreja e,

mesmo depois da sua assunção ao céu, continua a interceder pelos seus filhos, a ser para todos um modelo de fé

e de caridade, e a exercer sobre eles um influxo salutar, que nasce da superabundância dos méritos de Cristo. Os

fiéis vêem nela uma imagem e uma antecipação da ressurreição que os espera, invocando-a como advogada,

auxiliadora, socorro, medianeira” (Compêndio, 197).

Carta dos Bispos do Porto aos Diocesanos

b. Partilha sobre os conteúdos

4- Convidar a Pensar a Identidade Cristã e formular um compromisso

Quem somos, quem sou? Quem é este CORPO ECLESIAL DE CRISTO? … Que laços o unem?

Quais as características da identidade cristã? …o seu jeito de Ser, Pensar… Viver…

…é urgente viver ao jeito de Jesus Cristo… é urgente dar a viver a vida no coração do Amor do Pai…

é urgente dar a ver com gestos e palavras… é urgente ser Sacerdotes, Profetas, Reis!

oferecer sacrifícios espirituais;

aderir, a aprofundar e testemunhar a fé;

fazer-se servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem: viver o Amor ao jeito de

Jesus”

A massa aguarda a força do fermento para levedar! Quem dizem os homens que eu sou?

5- Gesto de “eclesialidade”

Sugere-se que:

se partilhe os gestos que reforçaram os laços comunitários.

Se entregue a cada um uma pequena túnica à semelhança da grande túnica do grupo.

6- Concluir o encontro com uma breve oração

7- Convidar para o próximo encontro e sugerir a continuação do momento de

“permanecer” e do “Diário de fé”.

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: da CONCHA BATISMO

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Mergulhadas na morte, RENASCIDOS em CRISTO pela ÁGUA e o FOGO.

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_________________________ ITINERÁRIO_______________________

A vida em Cristo

5ª Etapa – julho/agosto

1º Passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre Em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de julho

Como fazer:

BOA NOTÍCIA DO REINO

Chamamo-nos “cristãos”, porque vivemos em Cristo e reconhecemos que Cristo vive em nós

(cf. Gl 2, 20) Carta dos Bispos

«Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só

permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira;

vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer. Se

alguém não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo,

e ardem. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e assim

vos acontecerá. Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus

discípulos.» jo 15, 4-8

Como fazer:

A----Material necessário / Preparar a sala Material:

Ícone “do Batismo”;

Taça de água, toalha branca do batismo (se possível cada membro do grupo poderia trazer a sua), concha,

uma vela para cada um.

Uma pagela com o credo (se não foi oferecido ao grupo na eucaristia da comunidade)

Bíblia…

Para a preparação da sala, sugere-se que:

Se possível, se coloquem em roda as cadeiras

Se coloque no centro, ao lado da Bíblia uma taça com água, a concha, as velas e as toalhas.

Se disponham algumas velas no chão

Se tenha pouca iluminação

B----Desenrolar do encontro

1º Acolher o grupo e preparar o encontro celebrativo

Sugere-se que:

Se invoque o Espírito (para que seja ELE, a fazer a obra em cada um, ao longo do encontro);

Se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana”, que poderá ser dos “diários de bordo”;

Se dê a conhecer o plano geral do encontro;

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2º Convidar ao silêncio

Sugere-se que:

Se coloque uma música de fundo;

Se convide a olhar a água, a visualizar o potencial de vida que nela se encontra (imaginar um deserto… o qual se

rega durante algum tempo. Que efeito- a nossa terra é fabulosa!);

Fazer um breve momento de relaxe (convidar o grupo a fechar os olhos e a fazer uma viagem interior, passando por todos os

órgãos dizendo-lhes: acolhe a paz)

3º Convidar a situar-se no contexto do Batismo de Jesus

Sugere-se que:

Se convide a fechar os olhos para ouvir a Palavra (ajuda a interiorizar);

Se situe o texto no contexto (geográfico – rio num vale, e humano-pecadores, fariseus, saduceus…) como por exemplo:

sugerir que se imagine o Rio Jordão, João vestido de pele de camelo, um animal impuro (afronta para a cultura

judia), os grupos que o escutam…

Se leia de forma pausada e meditativa:

«Eu batizo-vos com água, para vos mover à conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que

eu e não sou digno de lhe descalçar as sandálias. Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo. Tem na sua

mão a pá de joeirar; limpará a sua eira e recolherá o trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo

inextinguível.»

«Então, veio Jesus da Galileia ao Jordão ter com João, para ser batizado por ele. João opunha-se, dizendo: «Eu é

que tenho necessidade de ser batizado por ti, e Tu vens a mim?» Jesus, porém, respondeu-lhe: «Deixa por agora.

Convém que cumpramos assim toda a justiça.» João, então, concordou. Uma vez batizado, Jesus saiu da água e

eis que se rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do

Céu dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado.» (Mt 3, 11-17)

Após a leitura convidar a contemplar o ícone… a ler a sua mensagem em jeito de diálogo. O animador terá

de conhecer bem o ícone… de o rezar/comtemplar durante algum tempo para dinamizar o encontro.

4º Convidar a ler o ícone

João Batista situa-se à esquerda do ícone, que vemos atrás dele? Que

significado tem?

Atrás de João Baptista vemos um dos símbolos usados na sua pregação:

um machado “o machado já está posto à raiz das árvores, toda a árvore

que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo (...) com estas e

muitas outras exortações anunciava a Boa Notícia ao povo” (Mt 3,10; Lc

3,9).

Em que postura é representado João Batista? Porquê?

João parece estar a caminho, tal como todos os profetas foram homens

a caminho, desinstalados e que provocavam a desinstalação do povo,

denunciando todos os vícios que nasciam de uma religião enraizada no

sedentarismo, à volta do culto no Templo.

Que representa a postura de João Batista? Que simbologia?

João Batista encontra-se aqui, nas margens do Jordão, no local por onde

o povo, que havia sido escravo no Egipto, entrou na terra prometida por

Deus ao seu povo através de Moisés. É o sinal fortíssimo de um povo

nómada, desinstalado, que nunca pode deixar de caminhar para uma

terra prometida por Deus, à luz de uma aliança fiel com o Deus

Salvador.

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Que acontece ao caminho que João Batista está a percorrer? Que sinal nos é dado pelo ícone?

Vemos aqui o Baptista a caminho a chegar a um ponto onde já não há mais caminho a fazer, segundo a Antiga

Aliança. Neste dia começa uma Nova Aliança, uma nova caminhada da qual é inaugurador Jesus de Nazaré.

Nenhuma personagem tem a boca aberta. Qual a simbologia?

Tal como acontece com toda a antiga iconografia, todas as personagens são representadas com bocas pequenas e

fechadas, para nos transmitir um ambiente de silêncio e recolhimento, onde a palavra sonora e até ruidosa pode

ser demais, neste ícone esta é uma evidência que importa realçar uma vez que, segundo lemos no relato do

evangelho, quando foi anunciado a Zacarias (velho sacerdote do templo) que iria ser pai de João (um filho varão que,

pelo sangue, teria direito a seguir a linha sacerdotal do pai, mas que escolheu antes a linha profética), ficou mudo (Lc1,8-

20).

Que nome dão a João os evangelistas e como proclama este a Boa Nova?

Neste momento em que vemos João a batizar ele afirma não ser o Messias esperado, mas “a voz que clama no

deserto”, não tanto e nem só com palavras mas sobretudo com gestos de denúncia e convites à conversão e

preparação dos caminhos de Deus.

Que representam os anjos? E porque estão associados a João Batista?

A palavra Aggelos (grega) ou angelus (latim), que traduzimos por anjo, significa mensageiro, o que transporta a

notícia. Por esse motivo são representados com asas. Na iconografia é comum encontrar-se a representação do

próprio João Baptista com asas, porque ele é um mensageiro que leva uma notícia. O facto de serem três (símbolo

da plenitude) aggelos, significa a presença do próprio Deus da Nova Aliança, na outra margem, para a qual é urgente

passar.

Onde e como está representado Jesus?

Jesus de Nazaré, no centro, é representado nu, porque ele é o Novo Adão (1Cor15,45-49), aquele que inaugura uma

Nova Humanidade.

Que gesto revela Jesus e que significa?

Num gesto com as mãos abençoa as águas, porque as profundezas das águas representam o desconhecido, o mal e

a morte (quem poderia conhecer o fundo do mar e ser capaz de viver para o contar?).

Quem são as personagens que se encontram no fundo do mar e que representam?

No fundo da água vemos divindades míticas dos povos pagãos que aí habitavam e que permanentemente enchiam

e esvaziavam os seus cântaros de água (explicação das marés). Vemos Jesus de pé, superior a todas essas forças.

Que passagens do Evangelho recordam esta imagem de Jesus sobre o mar? Que representa o mar nas

escrituras?

A imagem remete para o relato da tempestade acalmada (por exemplo Mt 8,23-27), para Jesus a caminhar sobre as

águas, imagem belíssima de Jesus Ressuscitado vitorioso sobre toda a morte e todo o mal (Mt14,25-33). Jesus está

mergulhado nas águas da morte, numa imagem que os antigos Padres da Igreja chamavam de “túmulo líquido”

referindo-se ao Batismo como momento de morte do Homem Velho, para que possa nascer o Homem Novo Ef 4,17-

24).

Qual é o símbolo central no espaço do ícone? Que sinal nos é dado?

No exato centro do ícone vemos a mão de João pousar sobre a cabeça de Jesus, como que a ungi-lo, como que a

fazer a passagem do testemunho, será a partir deste momento que Jesus dará início à sua Missão.

Este ícone, na sua estrutura básica, faz lembrar algum outro ícone de modo especial?

- Este ícone está intimamente ligado ao ícone da Descida aos Infernos (Ressurreição de Jesus) porque também

vemos como a terra foi rasgada até ao seu mais íntimo, até ao lugar da morte, com Jesus no centro, vitorioso e

vencedor sobre todo o mal e toda a morte.

O que representa o semicírculo no topo do ícone e o rasgão que dele sai?

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- O semicírculo, que aparece também noutros ícones (por exemplo: Natividade, Anunciação, Pentecostes, Dormição de Maria),

representa a presença quase velada de Deus Pai Criador e Salvador. Dele sai um rasgão, a dizer-nos que Deus se

faz presente rasgando os céus, derretendo os montes e descendo à Humanidade respondendo à súplica de Isaías

(Is63,19) e aqui é representada, segundo o relato, uma pomba “Quando saia da água viu serem rasgados os céus, e

viu o Espírito de Deus descer como uma pomba (Mc 1,10).

Porquê uma pomba? Que ligação faz entre a antiga e nova aliança?

A lembrar o sinal da paz, depois do dilúvio, quando Noé lança a pomba para fora da arca e ela, não encontrando

onde pousar em terra seca e segura, regressa dizendo assim que ainda não chegara a hora, só quando encontrar

terra/condições para participar na nova criação é que não retornará à arca do Noé (Gn8,1-12).

Neste acontecimento que temos diante de nós, lemos no evangelho segundo João “João testemunhou: ”Vi o

Espírito que descia do céu como uma pomba e permanecia sobre Ele” (Jo1,32). Na pessoa de Jesus, sobre a sua

cabeça, o Espírito de Deus encontrou “terra firme e segura”, encontrou as condições necessárias para começar

uma Nova Aliança entre Deus e o seu povo, para começar uma Nova Humanidade com Jesus à sua Cabeça. Nós,

como podemos ler em Paulo, somos o Corpo desta Cabeça – Jesus, não temos outro caminho a fazer que o de

seguir este Mestre Salvador (Ef4,14-16)

Susana Braguês

Sugere-se que:

se fechem novamente os olhos para ouvir um trecho da Carta dos Bispos do Porto aos diocesanos:

No Batismo, o Espírito faz-nos participar da verdadeira condição de Cristo, como filhos de Deus: “… batizar significa ‘imergir’ na água. O que é batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como ‘nova criatura’ (2 Cor 5, 17). Chama-se também ‘banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo’ (Tit 3, 5). E ‘iluminação’, porque o batizado se torna ‘filho da luz’ (Ef 5, 8) (Compêndio, 252). Pela Confirmação, o Espírito faz-nos testemunhar essa mesma filiação, pelo anúncio do Evangelho: “O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma um caráter indelével e traz consigo um crescimento da graça batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina; une mais firmemente a Cristo e à sua Igreja; revigora na alma os dons do Espírito Santo; dá uma força especial para testemunhar a fé cristã” (Compêndio, 268). Carta dos Bispos aos diocesanos

4º Tempo de releitura da experiência-momento de diálogo

Este é o momento para meditar e partilhar a partir do ícone, dos textos bíblicos e do trecho da Carta dos Bispos. Como fazer:

Contemplar o mistério e a grandeza do projeto de Deus que mergulha a humanidade em Jesus para a fazer FILHA. Cada um é mergulhado com Cristo na morte e na ressurreição.

Visitar a nossa vida procurando os caminhos que permitem ao Espírito permanecer em nós e realizar a sua obra: a de nos fazer “viver em Cristo” para caminharmos para o Pai.

Sugestões de perguntas para incentivar à partilha:

- Que mais me chamou à atenção no texto bíblico e iconográfico?

- Que lugar tem o batismo na vida de Jesus e na história da salvação?

- Que significa e que implica que o Espírito permaneça nele? E em mim? (meditar na força do verbo

permanecer)

- De que forma o batismo me mergulha na vida em Cristo?

- Que implicações concretas tem o batismo na identidade e jeito de viver do cristão (em mim)?

- Como experimento, concretamente, no dia a dia a afirmação «Chamo-me “cristão”, porque

vivo em Cristo e reconheço que Cristo vive em mim (cf. Gl 2, 20) »? Carta dos Bispos- texto adaptado

4. Tempo de memória:

Momento de oração, tempo para reviver com os sentidos o gesto do batismo: mergulhados na água com Cristo. A Renovação das promessas do batismo: (um dos elementos do grupo assegura as perguntas).

Renunciais ao pecado, para viverdes na liberdade dos filhos de Deus?

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Sim, renuncio.

Renunciais às seduções do mal, para que o pecado não vos escravize?

Sim, renuncio.

Renunciais a Satanás, que é o autor do mal e pai da mentira?

Sim, renuncio.

b. Tempo de silêncio (lançar perguntas para a reflexão pessoal. Sem diálogo):

Que espaço tem na minha vida a opção pela liberdade, pela renúncia ao mal?

Quando opto pelo bem, como me sinto, que qualidade traz à minha vida interior e à relação com os

outros?

Credes em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra?

Sim, creio.

Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria,

padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?

Sim, creio.

Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na

ressurreição da carne e na vida eterna? Sim, creio.

c. Tempo de silêncio (lançar perguntas para a reflexão pessoal. Sem diálogo):

Crer, confiar, criar uma relação de amizade… Quem é para mim este Deus… Jesus… a comunidade

cristã?...

Que relação estabeleço e que grau de confiança deposito em Jesus Cristo, e em Deus?

d. Tempo de expressão de fé do grupo:

Esta é a nossa fé. Esta é a fé da Igreja, que nos gloriamos de professar, em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amen.

e. Gesto batismal:

Recordamos, hoje, o nosso batismo, o dia em que a Igreja nos disse: «N., eu te baptizo em nome do Pai, e do Filho, e

do Espírito Santo», o momento em que mergulhamos com Cristo na sua morte e ressurreição, na sua vida.

Em silêncio (poderá haver uma música de fundo), convidar cada pessoa a mergulhar a mão na água e a fazer o sinal da cruz e a secar a mão

na toalha batismal.

f. Entrega do credo a cada membro Se a dinâmica está a ser acompanhada pela comunidade, o “Credo” deverá ser entregue na eucaristia dominical.

g. Momento de oração silenciosa seguida de partilha e oração final.

6. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir o capítulo sobre a Vida em Cristo (nº 20 a 22) da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé. Este será trabalhado no próximo encontro.

Pode entregar-se o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

6. Lanche partilhado

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__________________________ ITINERÁRIO__________________________

A vida em Cristo 2º passo Guião para entregar a cada membro do grupo

Tempo de PERMANECER na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de julho e fim de agosto

Propõe-se que cada um escreva a experiência no “Diário de fé”

Caríssimo

Ao longo das próximas semana é convidado a olhar o mistério da fé, da vida e a recriar todas as horas do dia a

partir da tomada de consciência de que a vida cristã é uma “Vida em Cristo”.

1. Desafio a Olhar/Viver – Permanecer unido a Jesus Cristo na ação

Proposta para viver os dias ao ritmo do Reino, pensar e deixar-se converter pela presença de Jesus:

«Chamamo-nos “cristãos”, porque vivemos em Cristo e reconhecemos que Cristo vive em nós (cf. Gl 2, 20). S. João compara-nos a ramos na videira, sendo esta o próprio Cristo, que o Pai “plantou” no mundo; e haurimos o seu Espírito, como seiva que não

nos deixa secar (cf. Jo 15).»

«No Batismo, o Espírito faz-nos participar da verdadeira condição de Cristo, como filhos de Deus…

Pela Confirmação, o Espírito faz-nos testemunhar essa mesma filiação, pelo anúncio do Evangelho…

Na Eucaristia, quando o Espírito faz do pão e do vinho o próprio Cristo pão da vida, encontramos a força e a raiz da nossa comunhão com Deus e com todos, na terra ou no céu…

“Os efeitos do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e portanto o perdão dos pecados; a reconciliação com a Igreja; a recuperação, se perdido, do estado de graça; a remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, ao menos em parte, das penas temporais que são consequência do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação do

espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate cristão” (Compêndio, 310)…

O sacramento do Matrimónio cria a família cristã (…) Sendo a primeira vivência comunitária que geralmente temos, a família pode e deve ser também a primeira experiência eclesial, ou “Igreja doméstica”, porque nela “cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e

cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos” (Compêndio, 350).» Carta dos Bispos aos diocesanos do Porto

Desafio para o dia-a-dia: escrever as perguntas (sugestão abaixo indicada) num papel e coloca-lo no bolço para as ler e

reflectir sempre que haja um pequeno momento (espera de autocarro, do filho, pausa café, intervalo do dia…):

1-Como influencia o meu dia a fé, a confiança de que Cristo vive em mim e nos que me rodeiam?

2-Como influencia o meu dia os sacramento do Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Matrimónio… (que toque

especial dá à vida,… que força… que influência tem nas opções… compromissos… olhar sobre a vida)?

2. Desafio a Orar- Permanecer unidos a Jesus Cristo na oração

É convidado a:

a repetir ao longo do dia uma frase escolhida para o mês, de acordo com o tema proposta: Senhor Jesus confio-me a ti… ; ou “Creio, Senhor Jesus, que me habitas”…

a que, diária ou semanalmente, cada um marque um encontro (um pouco de tempo) com Jesus Cristo;

a procurar viver intensamente a eucaristia e a “eucaristizar o dia a dia”

(viver as horas louvando e entregando-se aos outros- a gratidão e a compaixão salva os dias).

3. Desafio a aprofundar conteúdos

É convidado a aprofundar os conteúdos da fé “A vida em Cristo” sugere-se:

a leitura pessoal dos capítulos 20 a 22 da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé (para quem

desejar aprofundar pode ler os documentos citados);

que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima referidos.

4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo na caridade É convidado a: dar continuidade a: “Amai-vos”, a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO”, em relação com Deus e com os irmãos, por

isso o discípulo procura de modo especial dirigir-se aos irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta. Que sou/tenho para com

eles viver, ajudar… oferecer? Comprometer-se a apoiar alguém de forma sistemática a nível pessoal ou a

nível do grupo de reflexão (se o grupo iniciou no principio um projeto de solidariedade, será importante dar

continuidade e avaliar)!

5. Desafio a escrever no “Diário de fé”- Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou

dúvidas no “Diário de fé”.

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___________________________ ITINERÁRIO_________________________

A vida em Cristo 4º passo

Tempo de VER

Em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir – ver – compreender –

aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de agosto

Como fazer: «Chamamo-nos “cristãos”, porque vivemos em Cristo e reconhecemos que Cristo vive em nós (cf. Gl 2, 20).

Como fazer - Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de julho

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”…

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.) O

testemunho é um convite a reconhecer e a comunicar a presença e a ação de Deus na vida quotidiana em jeito de

Magnificat.

3- Convidar a VER - redescobrir os conteúdos da fé

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé: Vida em Cristo

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. Dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos

dum pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. Os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

Conteúdos para o encontro:

A vida em Cristo

«Chamamo-nos “cristãos”, porque vivemos em Cristo e reconhecemos que Cristo vive em nós (cf. Gl 2, 20). S. João compara-

nos a ramos na videira, sendo esta o próprio Cristo, que o Pai “plantou” no mundo; e haurimos o seu Espírito, como seiva que

não nos deixa secar (cf. Jo 15). Por isso mesmo a nossa existência é sacramental e eclesial, ou seja vive da graça de Cristo nos

momentos que se sucedem, dentro do “sacramento” básico que a Igreja é como Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do

Espírito Santo: “[Os sacramentos agrupam-se] em sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia);

sacramentos da cura (Penitência e Unção dos enfermos); sacramentos ao serviço da comunhão e da missão (Ordem e

Matrimónio). Os sacramentos tocam todas as etapas e momentos da vida cristã. Todos os sacramentos estão ordenados para a

Eucaristia ‘como para o seu fim’ (S. Tomás de Aquino)” (Compêndio, 250). No Batismo, o Espírito faz-nos participar da

verdadeira condição de Cristo, como filhos de Deus: “… batizar significa ‘imergir’ na água. O que é batizado é imerso na

morte de Cristo e ressurge com Ele como ‘nova criatura’ (2 Cor 5, 17). Chama-se também ‘banho da regeneração e da

renovação no Espírito Santo’ (Tit 3, 5). E ‘iluminação’, porque o batizado se torna ‘filho da luz’ (Ef 5, 8) (Compêndio, 252).

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Pela Confirmação, o Espírito faz-nos testemunhar essa mesma filiação, pelo anúncio do Evangelho: “O efeito da Confirmação

é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma um caráter indelével e traz consigo

um crescimento da graça batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina; une mais firmemente a Cristo e à sua

Igreja; revigora na alma os dons do Espírito Santo; dá uma força especial para testemunhar a fé cristã” (Compêndio, 268).

Na Eucaristia, quando o Espírito faz do pão e do vinho o próprio Cristo pão da vida, encontramos a força e a raiz da nossa

comunhão com Deus e com todos, na terra ou no céu: “[A Eucaristia] é fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o

auge a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da

Igreja; o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na

Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna” (Compêndio, 274).

Realmente, o corpo ressuscitado de Cristo sinaliza-se no seu corpo eucarístico: “Jesus Cristo está presente na Eucaristia dum

modo único e incomparável. De facto, está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue,

com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do

vinho, Cristo completo: Deus e homem” (Compêndio, 282).

Para possibilitar e aprofundar a comunhão eucarística, requerem-se disposições e atitudes de conversão constante, a Deus e

aos irmãos. Já S. Paulo alertava os cristãos de Corinto: “Examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba

deste vinho” (1 Co 11, 28). A Penitência sacramental mantém-nos nessa atitude e a sua prática frequente pontua o progresso

espiritual: “Os efeitos do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e portanto o perdão dos pecados; a

reconciliação com a Igreja; a recuperação, se perdido, do estado de graça; a remissão da pena eterna merecida por causa dos

pecados mortais e, ao menos em parte, das penas temporais que são consequência do pecado; a paz e a serenidade da

consciência, e a consolação do espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate cristão” (Compêndio, 310). A ação

benéfica de Cristo, tão próximo de todas as nossas fragilidades, continua na vida da Igreja, com especial aplicação na Unção

dos Enfermos: “A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pô-la em prática com os cuidados

para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui sobretudo um sacramento específico em favor dos

enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por S. Tiago: ‘Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e

rezem por ele, depois de o ter ungido com óleo no nome do Senhor’ (Tg 5, 14-15)”. (Compêndio, 315).

Também pelos ministros ordenados, Cristo, bom pastor e servo de todos, como que se visibiliza na Igreja, bem próximo dos

seus e na especificidade de cada grau da Ordem: “A Ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do

Bispo legítimo sucessor dos Apóstolos, insere-o no Colégio episcopal, partilhando com o Papa e os outros Bispos a solicitude

por todas as Igrejas, e confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar” (Compêndio, 326). “A unção do Espírito assinala

o presbítero com um caráter espiritual indelével, configura-o a Cristo sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo

Cabeça. Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino,

sobretudo a Eucaristia, da qual recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis” (Compêndio, 328). “O diácono, configurado a

Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja sob a autoridade do Bispo, em relação ao ministério da palavra, do

culto divino, da condução pastoral e da caridade” (Compêndio, 330). O sacramento do Matrimónio cria a família cristã, de

quem “se casa no Senhor” (cf. 1 Cor 7, 39): “A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias

pelo Criador, está por sua natureza ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos. Segundo o

desígnio originário de Deus a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: ‘O que Deus uniu não o separe o

homem’ (Mc 10, 9)” (Compêndio, 338). Sendo a primeira vivência comunitária que geralmente temos, a família pode e deve

ser também a primeira experiência eclesial, ou “Igreja doméstica”, porque nela “cada membro, a seu modo, exerce o

sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e

cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos” (Compêndio, 350).»

Carta dos Bispos do Porto aos Diocesanos

Para aprofundar: CIC – Compêndio: nº 250, 252, 268, 274, 282, 310, 315, 326, 328, 330, 338, 350 Youcat do nº 162 ao nº202

d. Partilha sobre os conteúdos

e. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (animador)

4- Convidar a formular um compromisso ou a dar continuidade ao compromisso já feito

“Conservemos viva a nossa fé por meio da oração e dos sacramentos; estejamos vigilantes, para não nos esquecermos de Deus”. Mensagens twiter abril 2013

«Tenhamos o hábito de nos perguntar, antes que acabe o dia: “O que fez hoje o Espírito Santo em mim? Que testemunho me deu? Como me falou? O que me sugeriu”».

«O Paráclito, designação dada ao Espírito Santo que quer dizer "Advogado" e "Protetor", «é uma presença divina» que ajuda os

fiéis a progredirem na sua vida cristã.»

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«Peçamos a graça de nos habituarmos à presença deste companheiro de estrada, o Espírito Santo, deste testemunho de Jesus que nos diz onde ele está, como o encontrar, o que nos diz. Ter uma certa familiaridade: é um amigo.»

O que nos pede a Igreja a partir destes trechos retirados de várias intervenções do Papa Francisco?

5- Sugere-se concluir o encontro com uma breve oração

6- Convidar para o próximo encontro e sugerir a continuação do momento de “permanecer” e do

“Diário de fé”.

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: do SÍMBOLO DO CREDO

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Unidos no CREDO da IGREJA, professado na VIDA como testemunho.

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_________________________ ITINERÁRIO________________________

Conhecendo a Deus no amor fraterno

6ª Etapa – setembro/outubro

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no início de setembro

«Enquanto celebravam a ceia, Jesus, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos, e que saíra de Deus e para

Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura. Depois deitou água na bacia e

começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.» (Jo 13, 3-5)

Como fazer:

A----Material necessário Material:

Ícone “da hospitalidade de Abraão ou ícone da trindade” Jantar partilhado

Bíblia, velas

Espigas/Pão (se não foram entregues em comunidade)

Um convite especial na sua mensagem e beleza (para os convidados especiais)

Mensagens para colocar sobre a mesa

Trecho da homilia de D. Manuel Clemente…

B----Convidados especiais para o encontro… para o jantar Não ficamos por enunciados gerais ou ideias abstratas. O Evangelho não podia

ser mais concreto e impressivo, no gesto de Cristo, Filho de Deus na terra:

«Levantou-se, da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura.

Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos».

(…) hoje e sempre nos urge uma conversão

autêntica, temos de vencer a compreensível hesitação de Pedro e deixar-nos

servir por um Deus humilde,

que nos olha de baixo para cima, para nos lavar os pés...

Compreensível hesitação de Pedro, demorada compreensão nossa, de como é o

Deus de Jesus Cristo, pedindo que O deixemos servir-nos. Na verdade,

insistimos em reter Deus na grande altura, como se O dispensássemos da vida

"cá em baixo". E isto, mais para a determinarmos nós e ao nosso modo, do que

por Lhe respeitarmos a indesmentível transcendência.

E talvez porque

aceitá-Lo assim, como Jesus insiste que aceitemos, implica valorizar a

extrema simplicidade das coisas como lugar onde Deus nos procura; implica

servi-Lo humildemente nos outros, em quem sempre se apresenta e nos espera.

- Custa tanto aceitar um Deus que se ajoelha e nos quer lavar os pés! + Manuel Clemente

Sé do Porto, 28 de março de 2013

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Neste encontro, propõe-se que o grupo prepare um jantar (partilhado…) e convide pessoas sós, empobrecidas,

marginalizadas, sem abrigo…

…assim como outros membros da comunidade que não tiveram a oportunidade de fazer o percurso. Quem sabe se

este momento especial poderá ser um ponto de partida para fazer nascer o desejo de iniciar um caminho de

aprofundamento da fé/confiança em Jesus Cristo e nos irmãos.

Sugere-se que o convite seja personalizado, que ofereça a oportunidade de um encontro prévio. Que este

momento seja o desafio a criar ou intensificar redes fraternas na comunidade assim como com os frágeis que se

situam fora da comunidade.

Será a forma de levar o AMOR de DEUS e o EVANGELHO… BOA NOTÍCIA aqueles de quem ninguém se lembra… e

quem sabe… se para eles não será a descoberta de que a seu lado há irmãos… e de que neles se pode entrever o

Rosto do DEUS?

Este jantar… não deverá ser um momento pontual… mas o princípio de um caminho em que muitos possam

experimentar o “Deus que lhes lava os pés” porque os ama e os convida a amar do mesmo jeito! Será mais um

passo para recriar comunidades em que os homens de hoje se descubram amados! Um espaço em que os

indiferentes possam verificar que é “impossível Deus não existir”!

«Aos pobres deve ser reconhecido um lugar privilegiado nas nossas comunidades, um lugar que não exclui ninguém, mas quer ser um reflexo de como Jesus se ligou com eles. A presença do pobre nas nossas comunidades é misteriosamente poderosa: muda as pessoas mais que um discurso, ensina fidelidade, faz compreender a fragilidade da vida, pede oração: em síntese, conduz a Cristo.»

XIII ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS MENSAGEM AO POVO DE DEUS

C---Desenrolar do jantar/encontro

1º Acolher o grupo e convidar para o jantar

No acolhimento personalizado, sugere-se que:

Se faça um acolhimento caloroso a todos os convidados

Se ofereça uma mensagem de boas vindas (preparada pelo grupo e personalizada)

Antes de iniciar a refeição, à volta da mesa sugere-se que:

Se explique aos convidados o porquê do jantar (compromisso de caminhada de conversão que vive o grupo e o seu esforço

em viver o compromisso do Amor ao jeito de Jesus)

Se convide a contar alguma “Boa Notícia da semana” (o grupo poderá partilhar algo dos “diários de bordo”);

Se reze uma oração de bênção do alimentos e dos presentes

2º Desenrolar da refeição e convite a participar no encontro do grupo

Sugere-se que:

Antes da sobremesa se leia o texto bíblico: Jo 13,1-17;

Se convide a dialogar sobre o gesto de Jesus durante a sobremesa;

Após a sobremesa, ler o trecho da homilia de D. Manuel Clemente (a cima indicado) se for oportuno e

oferecê-lo em papel a todos os presentes;

Ao finalizar a refeição explicar aos convidados como o grupo tem vivido o percurso do “Itinerário Viver em

Aliança” que vem a ser percorrido, ao longo do Ano da fé;

Convidar, quem o desejar a viver com o grupo, o segundo momento do encontro previsto para esse dia;

Deslocar o grupo para a sala preparada para o efeito.

3º Desenrolar do encontro: Conhecendo a Deus no amor fraterno Como fazer:

Para a preparação da sala, sugere-se que:

Se possível, se coloquem as mesas em roda as cadeiras

Se coloque no centro, ao lado da Bíblia uma taça com água, a concha, as velas e as toalhas.

Se disponham algumas velas no chão

Se tenha pouca iluminação

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A-Introdução

Sugere-se que:

Se convide o grupo a dirigir-se a sala, previamente preparada

Antes de entrar, explicar como se vai desenrolar o encontro e convidar a entrar em silêncio

Convidar a contemplar o ícone;

B-Diálogo a partir do ícone

----Explicar o que é um ícone. Como e por quem é escrito (o animador pode retomar esta explicação na introdução ao

primeiro ícone do itinerário, o ícone de S. Damião).

No ícone da Trindade e graças à arte da iconografia, o espectador é conduzido ao centro do mistério do ícone: as três personagens. O movimento das suas cabeças e dos olhares revela o sentido da composição, mas nascem diversas interpretações no que respeita às suas identidades. Será, por isso, necessário entrar numa contemplação e meditação orante do ícone para adivinhar uma resposta e interpretação possíveis.

---- Contemplar e descobrir o significado do ÍCONE DA HOSPITALIDADE DE ABRAÃO OU ÍCONE DA TRINDADE de Andrey Rublev a partir do diálogo - Que acontecimento está representado neste ícone? Neste ícone está representada a visita de 3 estrangeiros que passaram pela tenda de Abraão e a quem este ofereceu hospitalidade, tal como podemos ler no relato do capítulo 18 do livro do Génesis. Atrás das personagens representadas vemos símbolos presentes desse relato: uma casa/tenda, uma árvore/carvalho de Mambré, o monte Hebron/monte da Aliança. Por isso, segundo a iconografia oriental, este ícone é chamado, primeiramente, de ícone da Hospitalidade de Abraão, embora também seja conhecido como ícone da Trindade. - Porque predomina a cor dourada em todo o ícone? Neste ícone predomina a cor dourada porque o acontecimento nele “escrito” está cheio da presença de Deus - Porque estão representados com asas? Na iconografia oriental as asas colocadas em alguma personagem dizem-nos apenas que essa pessoa é um mensageiro, que traz notícias. Anjo é uma palavra de raiz grega “aggelos” – é portanto, o que leva a mensagem, que é a mesma raiz para a palavra Evangelho “eu-angelion” – que significa boa mensagem, boa notícia. Na iconografia oriental, semelhante ao pensamento bíblico é o único significado que têm as asas. De tal modo que em alguns ícones o próprio João Baptista é representado, curiosamente, com asas, porque é o mensageiro de Deus que vem anunciar, dar a notícia, da chegada do Messias. - Porque estão representados à volta de uma mesa? A mesa é dos sinais mais significativos da hospitalidade. Algumas culturas do Oriente, e do continente africano também, têm grande preocupação em acolher bem os que passam em viagem (ou porque também são nómadas, ou porque recordam com grande respeito o seu próprio passado nómada/ou os seus antepassados nómadas). Oferecem a sua mesa, alimento e companhia, acima de tudo, ao início sem questionar nada aos viajantes, só mais tarde, depois de saciados e descansados então o anfitrião pede novas, notícias, dos lugares por onde passaram, e que rumo tomarão. A mesa é então sinal forte de hospitalidade, acolhimento, partilha, lugar para o anúncio de notícias, lugar de amizade, lugar de comunhão. É por tudo isto uma maneira muito bonita de representar o nosso Deus que é a plenitude de todos estes gestos em que os 3, Pai Filho e Espírito Santo se dão e se acolhem mutuamente à volta da mesa.

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- Quem são as 3 personagens representadas? As 3 personagens representadas são os 3 homens, estrangeiros, que Abraão convidou a sentar à sua mesa, à porta da sua tenda. Numa leitura feita à luz do Novo Testamento estas 3 pessoas representam a comunhão familiar de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. - A que Pessoa da Trindade corresponde cada uma das personagens presentes neste ícone? A cultura dos nossos irmãos orientais pede que não se faça uma correspondência tão directa, respeitando o mistério transcendente desta comunhão, e não atribuindo tão claramente um rosto humano a Deus Pai (segundo os cânones da Igreja Oriental não é permitido representá-lO). Sabemos que estão ali representados o Pai que gera o Filho, o Filho que se deixa gerar pelo Pai, e o Espírito que é o Amor circulante que faz o Pai gerar o Filho, e o Filho ser gerado pelo Pai como Amor que se dá de maneira plena e se recebe de maneira plena e perfeita nas 3 Pessoas.

-Que sinais iconográficos revelam o Mistério trinitário? As personagens apresentam uma característica marcante: os seus traços são rigorosamente idênticos, como se fosse o mesmo a ser representado três vezes. Os rostos são semelhantes, tal como acontece com os membros da mesma família. A relação de uma personagem a outra parece acontecer fora da ordem lógica do todo e fora das estruturas cronológicas. E tratados com extremo cuidado e beleza, não podemos dizer se são rostos femininos ou masculinos. O mesmo rosto, o mesmo tipo de cabelo, o mesmo corpo alongado. É uma mesma e única figura que é três vezes representada em posições diferentes. Todos os três têm na mão um ceptro, símbolo do poder, mas também é um bastão de peregrinos do mundo. Possuem uma auréola para designar que têm igual dignidade e realeza. As suas vestes contêm o azul, símbolo da verdade divina que os habita. As asas que os circundam têm a mesma forma e dimensão. O ícone representa o Deus único, um só Deus com a mesma natureza divina em três pessoas. Mas cada personagem tem uma posição diferente; tudo é efectivamente diferente: as cores, os gestos, a direcção dos olhares.

- Como é representado o filho? Que nos diz o ícone sobre a sua missão? Pela sua posição, pela força das cores do vestuário, uma das personagens parece sair da composição em direcção ao observador. Ela está vestida como o Pantocrator das cúpulas, o Cristo glorioso vestido com uma túnica vermelha escura e um manto azul. O vermelho escuro é a cor da realeza e do amor. Recorda o sangue do Filho derramado no sacrifício da cruz. A faixa dourada no ombro direito, chamada clavis, sinal imperial no Império Bizantino, representa o serviço do Grande Sacerdote que é simultaneamente Celebrante e Vítima. A dilatação da manga simboliza o futuro sacrifício. O azul do manto que cobre unicamente um dos ombros é a cor da transcendência, das profundidades da vida divina e recorda que o Filho é enviado para a salvação do mundo.

No entanto, a personagem do ícone de Rublev não apresenta o rosto iconográfico típico do Cristo, porque não tem barba; ele é o Filho de Deus e o Cristo será o Filho encarnado em Jesus de Nazaré. Não se trata de Jesus de Nazaré glorificado, mas do Filho eterno de Deus, antes mesmo do mistério da encarnação no tempo e no espaço, mas pela veste ele o é simultaneamente (Jo 1, 1.3). Esta personagem é a manifestação do Pai. A posição e a cabeça inclinada para a direita revelam que ele recebe tudo do Pai; é um sinal de submissão e do dom de si mesmo. Esta inclinação corresponde à inclinação da cabeça do Cristo dos ícones da Crucifixão (Fl 2, 6 sg.). Ele é o Verbo, a imagem do Pai. Tudo o que Ele faz, fá-lo em união com o Pai, sobretudo a consagração do cálice, no qual se resume todo o seu ser.

- Como é representado o Pai? Que nos revela do seu mistério? O movimento das personagens do centro e da direita e, com elas, o da montanha e da árvore, é de inclinação para a personagem da esquerda que tem uma postura mais direita que as outras duas. O Filho e o Espírito inclinam-se perante o Pai, assim como toda a Criação, numa atitude de adoração. A postura do Pai é de majestade imutável e, por isso, centro do diálogo. Ele é a Origem, o Princípio sem princípio; é o seu papel paternal. Apresenta os ombros cobertos, porque é ele que envia o Filho e o Espírito. Através da sua veste transparente e luminosa, sobressai o azul da divindade insondável, da transcendência infinita daquele que é a fonte de toda a vida divina. Tudo é calmo nele. Ele está numa posição de escuta do Verbo, para transmitir a mensagem ao anjo colocado diante dele.

- Como é representado o Espírito Santo? Que nos revela do mistério? Diante do Pai encontra-se o anjo que, pela ligeira curvatura do seu corpo, simboliza a abertura total e parece acolher as outras personagens, É o Espírito vivificante. Com a cabeça ligeiramente inclinada, ele parece escutar com muita atenção o que os outros dizem. Como que para registar e meditar. A sua veste é da cor da divindade e da frescura da Primavera. O verde do manto simboliza o crescimento, a fertilidade e a esperança. Este envolve-o num só ombro, visto que ele é também um enviado do Pai, com o seu bastão de peregrino do mundo até ao fim dos tempos. A túnica azul indica que a terceira pessoa também é Deus, igual às outras duas. Do branco imaculado da mesa destaca - se o gesto da mão como se ele quisesse confirmar o pedido do Filho em se aproximando do cálice.

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-Os rostos, as mãos, os olhares Os rostos são idênticos, porque as três personagens são idênticas na sua natureza. Embora cada uma assuma uma tarefa particular, as outras duas estão presentes e activas, na medida em que a acção trinitária se realiza sempre a três. Não há distância temporal, nem em hierarquia entra os três. A mão direita do Pai implica autoridade: envia o Filho único ao mundo para estabelecer a eterna Aliança com a humanidade. Mas também envia o Espírito da verdade e do amor. Uma bênção pascal parte da mão direita do Pai e passa à mão direita do Filho. O Filho bendiz, consagrando o cálice do cordeiro. A posição dos dedos sugere um segundo movimento até à mão do Espírito com o dedo fino ensina-nos isso, ela descansa no fundo branco da toalha com os quatro cantos que simbolizam os quatro Evangelhos. O Espírito. Pela sua mão, introduz-nos no mistério do Cálice. O Pai, fonte eterna de toda a bênção, bendiz através do Filho, verdadeiro Cordeiro Pascal, bênção que se transmite ao mundo através do Espírito Santo. Toda a humanidade é abençoada pela Trindade Santa. O olhar do Pai confirma o sacrifício do Filho. O olhar do Filho dirige-se para o anjo que se encontra à sua direita, um olhar que não se pode desligar do outro, um olhar que corresponde ao amor do Pai e à entrega de si. O olhar do Espírito dirigido para o cálice traduz a ideia central do diálogo silencioso do Pai e do Filho. Fixa o cálice e parece envolvê-lo. Mas ele está também levantado para o alto, unindo-se à linha que une os olhares do Pai e do Filho. O Espírito é a difusão em nós dos frutos do diálogo do Pai e do Filho.

- Todos os lugares à mesa estão preenchidos? O dom que o Filho acolhe do Pai, ele o dá plenamente, pelo Espírito Santo a cada um de nós, a toda a humanidade, por isso há um lugar à mesa “vazio” ou preenchido com aquele que contempla o acontecimento do ícone. É como um convite a estarmos à mesa desta comunhão familiar de Deus, um convite a sermos família da família de Deus, e a vivermos como vivem aqueles que compõem esta Comunhão Familiar.

- Porque seguram todos eles um bastão/cajado na mão? Embora as 3 Pessoas estejam sentadas, numa harmonia que envolve de paz e serenidade aquele que se predispõe a contemplar o mistério da Comunhão Familiar de Deus, têm um cajado na mão, porque é assim que Deus está presente no meio da Humanidade, de cajado na mão sempre pronto para o caminho, connosco. Temos um Deus peregrino, que “não se acomoda à sua divindade”, mas vive inquieto em querer fazer caminho connosco. Permanentemente é o Deus que caminha connosco pelos desertos que vivemos, em qualquer “êxodo”/saída, salvando-nos da escravidão de todos os “egiptos”, e querendo que também nós não larguemos o cajado para fazer caminho, com Ele e com cada irmão que caminha ao nosso lado.

O escritor do ícone da Trindade (informação para o animador cujo elementos podem ser referidos na introdução ao diálogo sobre o ícone)

André Rublev, nascido entre 1360-1370, viveu numa época tumultuosa, mas, simultaneamente, muito rica em acontecimentos, aos mais diversos níveis. A vitória Russa sobre as hostes dos Mongóis, conhecidos no Ocidente por Tártaros, em 1380, na batalha de Koulikovo, criou no povo russo o entusiasmo pela libertação e por ter acentuado o sentido de nacionalidade e unidade à volta de Moscovo. Foi também a época em que o monaquismo, nas suas diversas formas, conheceu um grande desenvolvimento. A cultura e a arte florescem a partir dos mosteiros. André Rublev foi monge do mosteiro de Santo Andrónico, em Moscovo. Contemporâneo de S. Sérgio, é muito provável que o tenha conhecido. Mas se não o conheceu pessoalmente, viveu assiduamente em contacto com os seus discípulos directos que continuaram a sua obra de levar à prática os seus ensinamentos sobre a humildade, o amor, o despojamento e a solidão contemplativa, orientada para a transfiguração do espírito e para a união com Deus pela oração contínua. No centro desta espiritualidade está o amor a Deus Trindade e ao próximo. André Rublev e o seu amigo mais velho, o seu companheiro de juventude, Daniel, conhecido por «o Negro», com quem colaborava, são descritos como «homens perfeitos em virtude». Rublev é um homem muito humilde, cheio de alegria e luminosidade. Nos dias de festa, quando não pintava, Rublev e o seu amigo Daniel sentavam-se diante dos veneráveis e divinos ícones e, contemplando-os sem discrição, elevavam constantemente o espírito e o pensamento para a luz da presença divina. Nele, a arte está unida à santidade. Em 1408, André Rublev decora com Daniel a Catedral da Assunção, em Vladimir. Pouco depois de 1422, o discípulo querido de S. Sérgio, o «higoumene» Nikon, convida-o para o Mosteiro da Trindade de S. Sérgio, para decorar a nova Igreja da Trindade, construída para substituir a igreja primitiva na madeira, incendiada pelos Tártaros. Surge então o célebre ícone da Trindade, admirável tradição da herança espiritual de S. Sérgio. Este ícone suscitou tal veneração que levou à publicação de um decreto, no Concílio dos «Cem Capítulos»,de 1551, da Igreja Ortodoxa Russa, onde se aconselhavam os iconógrafos a pintarem este tema, imitando a obra de Rublev. Ao finalizar os cânones iconográficos, este Concílio reconheceu o ícone da Trindade como o modelo dos ícones. Rublev passou longos anos no mosteiro de Santo Andrónico, fundado pelo bispo metropolita de Moscovo, Santo Aleixo. Nos anos 20 do século XV, participou na edificação da igreja da Transfiguração do mosteiro, interessando-se pelos planos e contribuindo para as despesas de construção. É aí que ele morre, a 9 de Janeiro de1430. Rublev foi recentemente canonizado, com o nome de Santo André, o Iconógrafo, cuja festa se celebra a 4 de Julho.

Susana Braguês e Alzira Fernandes

Sugere-se que:

Se convide a fechar os olhos e a ouvir o texto:

«Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu

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irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.» (1 Jo 4, 16-21)

4º Tempo de releitura da experiência-momento de diálogo

Momento para meditar e partilhar a partir do ícone e dos textos bíblicos. Sugestões de perguntas para incentivar à partilha: - Que mais me chamou à atenção no texto bíblico e iconográfico?

- Quem é o nosso Deus? Qual é a força que o move?

- Olhando para o texto do lava-pés, para o ícone e para o texto de D. Manuel o que espanta em Deus? O

que é boa notícia para mim, para nós, para a nossa vida?

- Que responsabilidade e resposta supõe o sentir-se amado por um Deus assim?

4. Tempo para de memória: Como fazer:

a. Partilhar experiências de fé em que se descobriu a presença atuante do amor de Deus b. Fazer um tempo de oração de louvor espontânea c. Entregar os símbolos da etapa.

Se a dinâmica está a ser acompanhada pela comunidade, “as espigas e o pão” deverão ser entregues na eucaristia dominical. Se assim não for sugere-se que se entregue a cada pessoa um ramo de espigas e um pão. Terminada a entrega será lido um texto de envio:

Com Eliseu o pão dos primeiros frutos da colheita da cevada e do trigo novo multiplicados, saciaram a multidão

Em Jesus Cristo os cinco pães de cevada e os dois peixes abriram as mãos da multidão e saciaram homens, mulheres e crianças

Eis o sinal poderoso de Deus entre nós Eis a humanidade unida ao seu Senhor um corpo de irmãos, filhos no Filho

Quando chegardes às vossas casas e às vossas ruas recordai os prodígios de Deus e distribuí a todos o fruto da terra e da partilha dos homens para que haja festa e comunhão em nossas casas

Ide, parti e reparti entre cânticos de Júbilo e a alegria do banquete porque o Senhor abre as suas mãos e a todos sacia generosamente

5. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir o capítulo sobre (conhecendo a Deus no amor fraterno” (nº 23 a 28) da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé. Este será trabalhado no próximo encontro.

Pode entregar-se o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

6. Partilhar um chã

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__________________________ ITINERÁRIO_________________________

Conhecendo a Deus no amor fraterno

2º passo Guião para entregar a cada membro do grupo

Tempo de PERMANECER

Na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença

do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de setembro e fim de outubro

Entre o 1º e o 2º encontros

Caríssimo

Ao longo das próximas semana é convidado a olhar o mistério da fé, da vida e a recriar todas as horas do dia a

partir de “conhecer a Deus no amor fraterno.”

Como fazer:

1. Desafio a Olhar/Viver – ao jeito de Jesus que nos revela o Pai

O Cristão é irmão por filiação divina… e por filiação é chamado a ser cada vez mais imagem e semelhança do Pai,

tendo Jesus como referência. Esta é a forma do AMOR CRISTÂO deixar-se lavar os pés por Deus… e repetir os

gestos junto dos irmãos (toda a humanidade)!

«O Evangelho não podia ser mais concreto e impressivo, no gesto de Cristo, Filho de Deus na terra: «Levantou-se, da

mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar

os pés aos discípulos».

(…) Hoje e sempre nos urge uma conversão autêntica, temos de vencer a compreensível hesitação de Pedro e deixar-

nos servir por um Deus humilde, que nos olha de baixo para cima, para nos lavar os pés...E talvez porque aceitá-Lo

assim, como Jesus insiste que aceitemos, implica valorizar a extrema simplicidade das coisas como lugar onde Deus

nos procura; implica servi-Lo humildemente nos outros, em quem sempre se apresenta e nos espera.

- Custa tanto aceitar um Deus que se ajoelha e nos quer lavar os pés!» Manuel Clemente

Com este sentido… do amor fraterno, convidamos a que escolha uma pessoa ou situação concreta em que possa

exercer um serviço (ao jeito de Jesus). Esta será a experiência eucarística de ser pão partido e repartido pelos irmãos!

2. Desafio a Orar- a filiação implica intimidade… falar ao Pai dos Irmãos

Um convite especial:

Reze, converse com o Pai, com Jesus sobre uma pessoa que precise de sentir o seu amor e de ter alguém

que lhe lave os pés.

Sempre que ela lhe vier à cabeça, ao longo do dia… peça ao Pai que a abençoe!

E quando ao longo do dia … tiver um gesto de serviço, acompanhe-o de uma oração ao Pai… uma breve

frase que crie intimidade… e faça perceber que sempre amamos no amor do Pai!!!!

3. Desafio a aprofundar conteúdos

Para aprofundar os conteúdos da fé “conhecer a Deus no amor fraterno” sugere-se:

A leitura pessoal dos capítulos 23 a 28 da Carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto sobre o Ano da Fé

(para quem desejar aprofundar pode ler os documentos citados);

Que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima

referidos.

4. Desafio a atuar junto dos que mais sofrem – Permanecer unidos a Cristo no amor fraterno É convidado a: dar continuidade a: “Amai-vos”, a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO”, em relação com Deus e com os irmãos, por

isso o discípulo procura de modo especial dirigir-se aos irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta. Que sou/tenho para com

eles viver, ajudar… oferecer? Comprometer-se a apoiar alguém de forma sistemática a nível pessoal ou a

nível do grupo de reflexão (se o grupo iniciou no principio um projeto de solidariedade, será importante dar

continuidade e avaliar)!

5. Desafio a escrever no “Diário de fé”

Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou dúvidas no “Diário de fé”.

« que ao ver-te viver se possa dizer, é impossível Deus não existir» … é impossível Deus não ser amor!

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_________________________ ITINERÁRIO_________________________

Conhecendo a Deus no amor fraterno

3º passo

Tempo de VER Em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir – ver –

compreender – aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de outubro

Como fazer:

«Sendo Deus o amor em si mesmo, como vida partilhada pelo Pai e o Filho na unidade do Espírito,

só no amor se vai percebendo e aprendendo»

Como fazer - Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de fevereiro

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”… (indicações para o animador: ver o esquema do mês de dezembro)

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.) O

testemunho é um convite a reconhecer e a comunicar a presença e a ação de Deus na vida quotidiana em jeito de

Magnificat.

3- Convidar a VER - redescobrir

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé: “Conhecendo a Deus no amor fraterno”

Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. Dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum

pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. Os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

Conteúdos para o encontro:

Conhecendo a Deus no amor fraterno Podemos considerar a vida em Cristo como uma “aprendizagem” de Deus, “para participarmos da natureza divina” (cf. 2 Pe 1, 4). Por isso só Deus nos conduz a Deus, para que os meios estejam à altura do fim. Tais meios são as virtudes teologais, “que têm como origem, motivo e objeto imediato o próprio Deus. São infundidas no homem com a graça santificante, tornam-nos capazes de viver em relação com a Trindade e fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Elas são o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. […] A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que ele nos revelou e que a Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade. […] A esperança é a virtude teologal por meio da qual desejamos e esperamos de Deus a vida eterna como nossa felicidade, colocando a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos na ajuda da graça do Espírito Santo para merecê-la e perseverar até ao fim da vida terrena. A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. A caridade é o ‘vínculo da perfeição’ (Col 3, 14) e o fundamento

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das outras virtudes, que ela anima, inspira e ordena: sem ela ‘não sou nada’ e ‘nada me aproveita’ (1 Cor 13, 1-3).” (Compêndio, 384-388). Sendo Deus o amor em si mesmo, como vida partilhada pelo Pai e o Filho na unidade do Espírito, só no amor se vai percebendo e aprendendo. S. João é muito claro neste ponto, escrevendo assim: “Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. […] A Deus nunca ninguém O viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chega à perfeição em nós” (1 Jo 4, 7-8.12). Por isso, a vida em Cristo é vida com os outros e para os outros, com a aplicação solidária mais concreta – teologicamente concreta, podemos dizer: “Juntamente com o chamamento pessoal à bem-aventurança, o homem tem a dimensão social como componente essencial da sua natureza e da sua vocação. De facto, todos os homens são chamados ao mesmo fim, que é o próprio Deus; existe uma certa semelhança entre a comunhão das Pessoas divinas e a fraternidade que os homens devem instaurar entre si na verdade e na caridade; o amor ao próximo é inseparável do amor a Deus” (Compêndio, 401). E aí mesmo - na nossa essencial solidariedade de origem e vocação – encontramos, racionalmente apurada e biblicamente revelada, a base em que devemos apoiar-nos, moral e activamente: “A lei natural, escrita pelo Criador no coração de cada ser humano, consiste numa participação na sabedoria e bondade de Deus, e manifesta o sentido moral originário que permite ao homem discernir, pela razão, o bem e o mal. Ela é universal e imutável, e constitui a base dos deveres e dos direitos fundamentais da pessoa, bem como da comunidade humana e da própria lei civil” (Compêndio, 416). Os mandamentos da Lei de Deus indicam-nos atitudes fundamentais, como orientação básica dos nossos sentimentos e atitudes para com Deus e os outros. Em Jesus Cristo, todos eles são levados ao pleno cumprimento, existencialmente demonstrados e propostos: “Ao jovem que lhe faz esta pergunta [‘Mestre, que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?’], Jesus responde: ‘Se queres entrar na vida, observa os mandamentos’, e acrescenta: ‘Vem e segue-me’ (Mt 19, 16-21). Seguir Jesus implica observar os mandamentos. A Lei não é abolida, mas o homem é convidado a encontrá-la na pessoa do divino Mestre, que em si mesmo a cumpre perfeitamente, lhe revela o pleno significado e atesta a sua perenidade” (Compêndio, 434). Particularmente relevante num tempo tão pessoal e socialmente dispersivo, é o mandamento da santificação semanal, a partir de cada Domingo: “Como ‘primeiro dia da semana’ (Mc 16, 2) ele evoca a primeira criação; como ‘oitavo dia’, que segue o Sábado, significa a nova criação, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim para os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual Ele, com a sua Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso do homem em Deus” (Compêndio, 452). O mesmo relevo se dê ao mandamento de “não matar”, que requer uma aplicação geral e concreta da sociedade no seu todo, para que a vida de cada um seja efetivamente protegida e promovida, do princípio ao fim da existência terrena: “O direito inalienável à vida de cada ser humano, desde a sua conceção, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação. Quando o Estado não coloca a sua força ao serviço dos direitos de todos e em particular dos mais fracos, e entre eles dos concebidos não nascidos, passam a ser minados os próprios fundamentos do Estado de direito” (Compêndio, 472). Sublinhe-se ainda, como especialmente oportuno, que “o sétimo mandamento – não roubar –, antes de mais, proíbe o furto que é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou faturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais, causar danos às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal feitos e o esbanjamento” (Compêndio, 508). Pela positiva, enquadra-se também aqui a Doutrina Social da Igreja, que, “como desenvolvimento orgânico da verdade do Evangelho sobre a dignidade da pessoa humana e sobre a sua dimensão social, contém princípios de reflexão, formula critérios de juízo, oferece normas e orientações para a ação” (Compêndio, 509).

Carta dos Bispos do Porto aos diocesanos

Para aprofundar: CIC – Compêndio: nº 384-388; 401; 416; 434; 452; 472; 508; 509 Youcat do nº 193 ao nº 202

f. Partilha sobre os conteúdos

g. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (animador)

4- Convidar a formular um compromisso ou a dar continuidade ao compromisso já assumido

5- Sugere-se que se conclua o encontro com uma breve oração e com um gesto: Abraçar a todos!

6- Convidar para o próximo encontro e sugerir a continuação do momento de “permanecer” e do

“Diário de fé”.

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________________________ ITINERÁRIO________________________

Rezar cristãmente Contemplar a intimidade de Jesus com o Pai

7ª Etapa – novembro/dezembro

Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti.

Santo Agostinho

1º passo

Tempo de IR ao encontro do Mestre Em Betânia, lugar: do encontro - da intimidade – da escuta – da palavra- do silêncio

Encontro a realizar no fim de Novembro

Como fazer:

A----Material necessário / Preparar a sala

Material:

Bíblia, velas, tecido…

Pagela com a oração do “Pai Nosso” colocada ao lado da Bíblia

Texto: perguntas para meditar sobre a oração pessoal

Preparação da sala- sugere-se que:

Se possível, as cadeiras serão colocadas à volta do centro

Se disponham algumas velas e a Bíblia aberta

Se tenha pouca iluminação

Para os grupos que tenham possibilidade, sugere-se que coloquem no chão um tecido branco e sobre ele se

projete uma imagem do rosto de Jesus. Para quem não tem essa possibilidade pode colocar no chão um

cartaz.

B----Desenrolar do encontro

1º Acolher o grupo e preparar para o silêncio

Sugere-se que se acolha o grupo fora da sala e se convide a:

Cantar;

Contar alguma “Boa Notícia da semana”, que poderá ser dos “diários de bordo”;

Conhecer o plano geral do encontro;

Entrar em silêncio na sala (silêncio interior e silêncio exterior) - (poderá colocar-se uma música de fundo meditativa,

harmoniosa e suave)…

2º Convidar à escuta

Sugere-se que:

Se faça um tempo de preparação para a oração através do relaxe e da tomada de consciência da presença de

Deus, de Jesus no Espírito

1º- Tempo de relaxe (preparar o corpo e a mente para a oração)

Se convide a sentar confortavelmente

Convidar a fechar os olhos

Convidar a fazer uma viagem ao interior do coração e do pensamento… bem dentro…

Convidar a tornar consciente a respiração. Dar-se conta dos movimentos dos músculos do tórax e da

passagem do ar nas narinas…

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Depois de alguns momentos de concentração na respiração convidar a acompanhar a respiração de uma

palavra (palavra interior dita no silêncio do coração): ao inspirar pensar na palavra perdão e ao expirar pensar na

palavra amor

Após breves instantes alterar as palavras: ao inspirar pensar/dizer interiormente “eis-me Espírito de Deus”

e ao expirar dizer a palavra Jesus (o objectivo deste exercício permite um contacto com sigo mesmo, o retomar uma certa

serenidade de pois de um dia ou semana de muita agitação e preocupações. O objectivo essencial é o de se preparar para o

encontro, para a oração para a contemplação!)

2º -tempo para se disponibilizar à oração

Invocação ao Espírito (o animador poderá rezar em voz alta e convidar o grupo a fazê-lo interiormente:

Espírito Santo, força de amor que unes o Pai e o Filho e nos moves a deixar-nos por Ti abrir e envolver na presença do

Pai e de Jesus, suplico-Te que me concedas a graça de eu me disponibilizar à tua ação para que em mim possas abrir a

inteligência, o coração, os ouvidos e as mãos para acolher, compreender e viver a Boa Notícia do Reino revelada na

Palavra. Eis-me aqui como Maria, disponível e atento à tua presença atuante.

Graças e louvores ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

3º -tempo de escuta da Palavra, de contemplação de Jesus

O animador (como fazer):

Após o tempo de preparação para a oração, o animador o grupo convida cada um a manter os olhos fechados e a saborear, interiorizar, visualizar, comtemplar Jesus em Oração através da escuta da Palavra…

Lê, pausadamente o texto Bíblico e os comentários fazendo pausas de silêncio: Após breves instantes de silêncio o animador, convida o grupo a manter os olhos fechados e inicia a leitura do percurso orante, lendo o texto e respeitando os tempos de silêncio. A leitura deve ser pausada, expressiva, com voz de interioridade (o animador deve fazer da sua leitura um momento de oração pessoal):

Caríssimos convido-vos a fazer uma viagem ao coração da vida de Jesus, a comtemplar a sua intimidade com o Pai… a visitar todos os seus lugares de oração. Juntos tentaremos ver Jesus em oração e compreender a relação que estabelece com o Pai. Seguiremos o Evangelho de São Lucas: --É «no momento em que Jesus se encontra em oração» que o Espírito se manifesta no batismo:

«Todo o povo tinha sido baptizado; tendo Jesus sido baptizado também, e estando em oração, o Céu rasgou-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba. E do Céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado; em ti pus todo o meu agrado.» (Lc 3, 21-22)

Que tem a ver a oração com o acolhimento do Espírito e a escuta de Deus? (Tempo de silêncio deixando a

pergunta em aberto para que cada um a reflita e reze)

--Jesus reza antes de escolher os Doze:

«Naqueles dias, Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze entre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos: Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. (Lc

6,12-15)

Que tem a ver a oração com as opções fundamentais da vida de Jesus? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em

aberto para que cada um a reflita e reze)

--Foi depois de orar que Jesus colocou a pergunta sobre a sua identidade:

«Um dia, quando orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» Responderam-lhe: «João Baptista; outros, Elias; outros, um dos antigos profetas ressuscitado.» Disse-lhes Ele: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «O Messias de Deus.» (Lc 9,18-20)

Que tem a ver a oração com a identidade de Jesus, que o que o faz sentir-se Filho? Quem comunica a sua identidade aos discípulos? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em aberto para que cada um a reflita e reze)

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--Depois de ver o jeito especial de Jesus se relacionar com o Pai, de rezar, os discípulos pedem-lhe que os ensine a rezar:

«Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei:

Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.» (Lc 11,1-4)

Que terá provocado a curiosidade e espanto dos discípulos ao ver Jesus rezar? Ele fazia-o da mesma forma que os fariseus…? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em aberto para que cada um a reflita e reze)

--No momento mais difícil da vida de Pedro, Jesus reza para que a sua fé não desfaleça:

«E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.» Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.» Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.» (Lc 22,31-34)

Que lugar têm os discípulos na oração de Jesus ao Pai? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em aberto para que

cada um a reflita e reze)

--No momento da entrega definitiva ao Pai, quando tudo parece perdido, depois de tanto amar a humanidade, pregado à Cruz, no momento intenso de dor física e de sofrimento interior de quem foi abandonado e traído pelos amigos… Jesus reza ao Pai pela humanidade como um sentimento de profunda compreensão pela sua debilidade:

«Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes. O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.» (L 23,33-35)

Perante o mal, a ingratidão a incompreensão… como reza Jesus? Que nos revela a oração do seu amor pela humanidade? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em aberto para que cada um a reflita e reze)

--Nos últimos instantes de vida, Jesus, entrega-se ao pai, em oração:

«O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.» (Lc 23,45- 49)

Que nos revela Jesus, no memento em que passa para a outra margem, se entrega definitivamente ao Pai? Como reage perante a morte? (Tempo de silêncio deixando a pergunta em aberto para que cada um a reflita e reze)

«Para Jesus, a oração não fazia apenas parte da vida: ela era a vida. A sua existência era cumprida na presença de Deus, seu Pai, a cada instante. Jesus não esconde nada ao Pai. As suas alegrias e dores, as suas esperanças e as suas noites foram sempre partilhadas com o Pai.» Tolentino Mendonça

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2º Convidar à meditação

Após este tempo de contemplação de Jesus… da sua intimidade com o Pai nos vários momentos da sua vida, a partir do Evangelho de Lucas, é chegado o momento de ouvir de novo as palavras de Jesus e de as confrontar com a minha própria oração. Convido-vos a escutar de olhos fechados e a recordar (Breve pausa entre cada citação):

«…Estando em oração, o Céu rasgou-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba» «…Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze entre eles» «…Quando orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?» «…Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar…» «…Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.» «…Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» «…Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.»

(convido a manter os olhos fechados e o coração em alerta…) Chegou a hora de ficar estupefacto, surpreendido perante o jeito de Jesus rezar e viver em comunhão com o Pai.

Chegou a hora de olhar para a minha vida e de meditar sobre o lugar da oração, da intimidade com Deus no dia-a-dia. Convido a escutar as perguntas (ler as perguntas pausadamente… com um breve instante de silêncio):

Em que medida a oração é para mim um caminho que me torna disponível ao Espírito e intimo ao Pai e a Jesus?

Como alimento a minha intimidade com o Pai e aprendo a orar com Jesus? Que lugar tem a oração nas opções que faço, na gestão e leitura dos acontecimentos quotidianos? Em que medida a oração me identifica com o jeito de ser de Jesus, me faz sentir filho de Deus, me faz

cristão? Que lugar têm os outros na minha intimidade com Deus, na oração? Que lugar tem a oração para a compreensão e gestão do mal, do sofrimento, da ingratidão, da morte? Que atitude dá à minha vida a oração? A confiança, amor, abandono, sabedoria, serenidade, esperança, a

certeza de ser amado pelo Pai?

3º Convidar à partilha e ao testemunho

Após um tempo de silêncio de meditação pessoal, convidar à partilha. Uma partilha pessoal feita na 1º pessoa (para mim… na minha… vida…) e não no nós…

5. Entrega do “Pai Nosso” e oração

Se a dinâmica está a ser acompanhada pela comunidade, a oração do “Pai Nosso” deverá ser entregue na eucaristia dominical. Se assim não for sugere-se que:

O animador convide cada pessoa a recolher uma pagela com a Oração do Pai Nosso … assim com um peque cartão com as perguntas feitas no momento da meditação (a cima)

Segue-se a oração do “Pai Nosso” de mãos dadas e a partir dele convida-se o grupo a fazer uma oração espontânea.

Sugere-se que a oração final seja a oração do beato Charles de Foucauld:

Meu Pai, Eu me abandono a ti, Faz de mim o que quiseres. O que fizeres de mim, Eu te agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo. Desde que a tua vontade se faça em mim E em tudo o que Tu criaste, Nada mais quero, meu Deus. Nas tuas mãos entrego a minha vida. Eu te dou, meu Deus,

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Com todo o amor do meu coração, Porque te amo. E é para uma necessidade de amor dar-me, Entregar-me nas tuas mãos sem medida Com uma confiança infinita Porque Tu és... meu Pai!

6. Entregar o texto a meditar para o próximo encontro e apresentar os desafios para o “Diário da fé” (2º passo):

Cada membro do grupo é convidado a ler, meditar e refletir o capítulo sobre «rezar cristãmente» da carta dos Bispos aos Diocesanos do Porto. Este será trabalhado no próximo encontro.

Pode-se entregar o guia com as propostas para o tempo de permanecer.

7. Lanche partilhado

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: o PÃO/ESPIGAS

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Acolher o Pão, que o CRISTO PARTIDO E REPARTIDO para ser PÃO PARA OS

IRMÃOS.

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__________________________ ITINERÁRIO________________________

Rezar cristãmente Orar na intimidade de Jesus, como Jesus ao Pai

«Há um momento em que, mais do que as palavras, o que conta é o estar ali em relação. «Senhor,

mostra-nos o Pai, e isso nos basta!» (Jo14,8)

2º passo Guião para entregar a cada membro do grupo

Tempo de PERMANECER

Na Galileia, lugar: da vida – do quotidiano- dos encontros – do amor- dos dias salvos pela presença

do Mestre nas nervuras do viver

Experiência pessoal a realizar entre o início de novembro e fim de dezembro, entre o 1º e o 2º encontros

Caríssimo:

Ao longo das próximas semanas é convidado a olhar o mistério da fé, da vida e a recriar todas as horas do dia a

partir do mistério da oração: “Rezar cristãmente”.

1ª Proposta- Saborear o mistério da intimidade com o Pai em Jesus (seguindo o exemplo do Mestre)

«Quanto tempo devemos rezar? É essencial que existam tempos fortes neste caminho quotidiano de entrega e, com todo o realismo, temos mesmo de reservar em cada dia um quinhão para Deus e Deus só. Mas não nos iludamos: a oração não pode ser um compartimento do meu dia, um pequeno nicho que eu encho de pensamentos e fórmulas piedosas. A oração cristã é aquela que se desenvolve seguindo os passos de Jesus e, aí, rezar é viver, com todas as nossas forças e com toda a nossa realidade, na presença de Deus. Precisamos passar de um entendimento egocêntrico da oração, para um entendimento teocêntrico, fundado

afetiva e efetivamente em Deus. Pondo os nossos olhos em Cristo, os nossos olhos e o nosso coração aprendem, na graça do Espírito Santo, o caminho para o Pai. Todo o Ser de Jesus é uma intimidade e uma revelação permanente do Pai. «Ninguém viu

jamais o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai» (Jo 6,46).» In O tesouro escondido, José Tolentino

Mendonça

Desafiámo-lo a saborear, diariamente, uma das citações bíblicas (escolher uma por semana ou por dia). Sugerimos que a

escreva num pequeno cartão e a leve consigo para o trabalho ou o lazer… e que ao longo do dia a tire do bolso e a

leia… para que, como a chuva lentamente entre nas nervuras do coração e o revitalize a fim de que ele viva em

intimidade com o Pai:

«…Estando em oração, o Céu rasgou-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba»

«…Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus. Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze entre eles»

«…Quando orava em particular, estando com Ele apenas os discípulos, perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?»

«…Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar…»

«…Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.»

«…Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.»

«…Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.»

2ª Proposta- viver o dia a dia em oração « A oração cristã não é uma viagem ao fundo de si mesmo. Não é um movimento introspetivo. Não é uma diagnose dos nossos pensamentos e

moções externas ou íntimas. A oração cristã é ser e estar diante de Deus, colocar-se por inteiro e continuamente diante da sua presença, com uma atenção vigilante Àquele que nos convida a um diálogo sem cesuras. Não é oferecer a Deus alguns pensamentos, mas entregar-lhe todos os

pensamentos, tudo o que somos e experimentamos.

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A oração é uma conversão de atitude, porque a verdadeira oração cristã descentra-nos de nós mesmos – das nossas preocupações e afanos, dos nossos desejos egóticos e pouco purificados – e orienta-nos para Deus, de modo que tudo o que passamos a desejar é a vontade de Deus, o dom

do seu olhar que, como dizia Santo Agostinho, é «mais íntimo a nós que nós próprios». In O tesouro escondido, José Tolentino Mendonça

Procurar olhar as pessoas com o olhar de Cristo, rezando por cada uma, de modo especial as que

possam nos ter magoado por algum motivo. E se cada dia fosse dedicado a uma pessoa?

E como rezar por ela? Em qualquer momento entrega-la a Deus… para que ela se deixe por Ele

abençoar. (pais rezarem pelos filhos… filhos pelos pais… tanta gente precisa)

A oração pelos que não nos amam… transforma o nosso coração e favorece aqueles que mais precisam!

Procurar, em qualquer momento do dia “dialogar, conversar” com Jesus, sobre as atitudes, os

pensamentos, os acontecimentos diários, sem esquecer de fazer da vida uma ação de Graças… a partir

da eucaristia!

Convite a levar toda a vida para a Eucaristia… nela agradecer a vida e os irmãos… e dar continuidade à

eucaristia … eucaristizando a vida através do louvor e do amor aos outros.

3ª Proposta- viver um momento especial a sós com o Mestre e o Pai

Ao longo do mês, determinar um tempo específico para parar, ter um tête-à-tête com o Jesus, no Pai pelo

Espírito. Um tempo para alimentar a amizade e a intimidade. Um tempo passado no quarto, no mar ou na serra…

um tempo para “namorar”… alimentar a relação.

Nesses momentos sugere-se que

Contemple a oração de Jesus, a intimidade entre Ele e o Pai…

Converse sobre a vida quotidiana e sobre os irmãos…

Visite as perguntas do primeiro encontro para partir mais forte e mais intimo a Jesus: o Em que medida a oração é para mim um caminho que me torna disponível ao Espírito e intimo ao Pai, a Jesus? o Como alimento a minha intimidade com o Pai e aprendo a orar com Jesus? o Que lugar tem a oração nas opções que faço, na gestão e leitura dos acontecimentos quotidianos? o Em que medida a oração me identifica com o jeito de ser de Jesus, me faz sentir filho de Deus, me faz cristão? o Que lugar têm os outros na minha intimidade com Deus, na oração? o Que lugar tem a oração para a compreensão e gestão do mal, do sofrimento, da ingratidão, da morte?

o Que atitude dá à minha vida a oração? A confiança, amor, abandono, sabedoria, serenidade, esperança, a certeza de ser amado pelo Pai?

4ª Proposta- aprofundar o conteúdo da fé: “mistério pascal”

Para aprofundar os conteúdos da “Oração cristã” sugere-se:

A leitura pessoal do capítulo sobre “orar cristãmente”, nº 29 e 30 da Carta dos Bispos aos Diocesanos

do Porto;

Que se elaborem perguntas, para o próximo encontro, sobre os capítulos da Carta dos Bispos, acima

referido.

5ª Proposta- atuar junto dos que mais sofrem- permanecer com o Mestre na AÇÃO/ORAÇÂO” junto dos irmãos

É convidado a: dar continuidade a: “Amai-vos”, a fé é um jeito de “SER PESSOA EM RELAÇÃO”, em relação com Deus e com

os irmãos, por isso o discípulo procura de modo especial dirigir-se aos irmãos a quem a dor ou o sofrimento batem à porta.

Que sou/tenho para com eles viver, ajudar… oferecer? Comprometer-se a apoiar alguém de forma

sistemática a nível pessoal ou a nível do grupo de reflexão (se o grupo iniciou no principio um projeto

de solidariedade, será importante dar continuidade e avaliar)!

6. Desafio a escrever no “Diário de fé”- Convida-se a escrever as experiências significativas, descobertas, questões ou

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_________________________ ITINERÁRIO_________________________

Rezar cristãmente aprender a suplicar: mostra-nos o Pai

3º passo

Tempo de VER Em Jerusalém, tempo: de adentrar-se na morte e ressurreição do Senhor – de ouvir – ver – compreender –

aderir ao mistério da salvação em Jesus, O Cristo

Encontro a realizar no fim de dezembro

«Aprender a rezar com Jesus é um itinerário imprescindível para qualquer cristão»

Como fazer: Esquema e conteúdos do encontro

1- Convidar a abrir o coração ao Espírito Santo

Preparar um breve momento de oração. Dar um tempo de silêncio.

2- Convidar a partilhar o diário escrito a partir do encontro de março

O Animador convida, quem assim o desejar, a partilhar um pequeno trecho do seu “Diário de Fé” escrito a partir

da contemplação da realidade e das experiências de vida, sentidas na fé, desde o último encontro do grupo.

A partilha terá a tónica: “O Senhor fez em mim maravilhas”…

Se o grupo assim o desejar, e se o número de pessoas for grande, a partilha do diário poderá ser feita em

pequenos grupos. Cada um deles terá um animador que orientará a partilha (não mais de 5 minutos por pessoa,

sem comentários nem conselhos; apenas se é convidado a acolher na fé o dom do testemunho do irmão.) O

testemunho é um convite a reconhecer e a comunicar a presença e a ação de Deus na vida quotidiana em jeito de

Magnificat.

3- Convidar a VER - redescobrir

a. Encontrar-se com os conteúdos da fé: “Rezar cristãmente” Como fazer? De acordo com o perfil do grupo, poderá optar-se por uma das três fórmulas:

a. Dividir o grupo em pequenos grupos e cada um prepara para todos a apresentação dos conteúdos dum pequeno trecho do texto;

b. O texto poderá ser lido e comentado por todo o grupo;

c. Os conteúdos do texto poderão ser apresentados por um formador.

Conteúdos para o encontro:

Rezar cristãmente 29. Da vida de Jesus conhecemos o que disse e fez, como nos foi transmitido. Mas o seu “segredo” estava na intimidade constante que mantinha com o Pai. Traduziu humanamente o que é a sua realidade filial divina; e o que humanamente aprendeu alargou-se na sua realidade eterna. Aprender a rezar com Jesus é um itinerário imprescindível para qualquer cristão = ungido pelo Espírito de Cristo: “Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a rezar por sua Mãe e pela tradição judaica. Mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o Filho eterno de Deus, que, na sua humanidade, dirige ao Pai a oração filial perfeita” (Compêndio, 541). A oração é uma atitude universal, própria de criaturas que anelam pelo Criador e esperam d’Ele segurança e paz. Mas, para ser “cristã”, a oração há-de ter o modo e a intenção que o próprio Cristo lhe deu: “A nossa oração é eficaz porque está unida à de Jesus mediante a fé. N’Ele, a oração cristã torna-se comunhão de amor com o Pai. Podemos, neste caso, apresentar os nossos pedidos a Deus e ser atendidos: ‘Pedi e recebereis, assim a vossa alegria será completa’ (Jo 16, 24)” (Compêndio, 545). Pela oração, participamos na atitude essencial de Cristo, que se recebe e retribuiu ao Pai, em eterna ação de graças. Por isso, o centro da oração da Igreja é a Eucaristia = ação de graças: “A Igreja dá graças a Deus incessantemente, sobretudo ao celebrar a Eucaristia, na qual Cristo a faz participar na sua ação de graças ao Pai. Todos os acontecimentos se convertem para o cristão em motivo de ação de graças” (Compêndio, 555).

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30. Quando nos ensinou a rezar, Cristo deixou-nos o “Pai Nosso”, autêntica súmula de sentimentos redimidos, que nos converte à relação autêntica com Deus: “A oração do Senhor contém sete petições a Deus Pai. As primeiras três, mais teologais, aproximam-nos d’Ele, para a sua glória: pois é próprio do amor pensar antes de mais n’Aquele que amamos. Elas sugerem o

que em especial devemos pedir-Lhe: a santificação do seu Nome, a vinda do seu Reino, a realização da sua Vontade. As

últimas quatro apresentam ao Pai de misericórdia as nossas misérias e as nossas expectativas. Pedimos que nos alimente, nos perdoe, nos defenda nas tentações e nos livre do Maligno” (Compêndio, 587). Assim rezado o “Pai Nosso”, ficamo-nos num Ámen em que tudo se acerta, no espírito e na vida, “corroborando com o Ámen, que significa: ‘Assim seja, que isso se faça’, tudo o que está contido na oração que Deus nos ensinou (S. Cirilo de Jerusalém) ” (Compêndio, 598).

Porto, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, 7 de Junho de 2012

† Manuel Clemente † António Maria Bessa Taipa

† João Evangelista Pimentel Lavrador † Pio Gonçalo Alves de Sousa

Mostra-nos o Pai Talvez, para percebermos melhor o que é isto da possibilidade de rezar, valha a pena tomar um testemunho contemporâneo, que refere precisamente o contrário, uma dificuldade radical em relação à experiência orante. Recorro às páginas iniciais de um texto autobiográfico do escritor italiano Erri de Luca, intitulado Caroço de Azeitona. Diz este autor: «Como leitor assíduo das Sagradas Escrituras, percorro o hebraico antigo das primeiras histórias, dos profetas, e dos salmos recolhidos no Antigo Testamento. Este uso quotidiano não fez de mim um crente. A experiência de ser um marginal provém, para mim, de dois obstáculos. O primeiro é a oração, este poder e possibilidade do crente se exprimir. De tratar a Deus por “tu”. Quem exclamou pela primeira vez a primeira oração não a pode ter inventado. Só pode ter reagido a um chamamento com uma resposta. [Por minha parte] não o sei fazer, não me sei dirigir a Ele. [...] Falo de Deus na terceira pessoa, leio sobre Ele, ouço falar dele e sinto outros viverem dele. [Porém] com tudo isto permaneço alguém que fala de Deus na terceira pessoa. O meu pé tropeça todos os dias nesta pedra da oração, não a pode ultrapassar, porque a oração é o umbral. O outro obstáculo é o perdão. Não sei perdoar e não posso admitir ser perdoado. [...] Na minha vida existe o limite do imperdoável, do jamais reparável. Não posso admitir ser perdoado, não sei perdoar aquilo que cometi. Eis as minhas pedras de tropeço, pelas quais permaneço fora da comunidade dos crentes.» Se pensarmos na oração, em todas as vidas existem limites e pedras de tropeço. O homem só é capaz de desejar Deus, só é capaz de Deus, porque Deus se inclina benevolamente para ele. É nessa confiança que os crentes se colocam diante de Deus, e não, assegurados pelos seus méritos ou possibilidades. O impressionante conjunto de metáforas que encontramos na Sagrada Escritura é uma tradução dessa confiança fundamental que permite que a oração seja um «face a face do homem e de Deus». Abeirámo-nos de Deus, porque Deus se abeira de nós. E Deus é pai e mãe, pastor e rei., Deus é forte e misterioso como sopro ligeiro da brisa, Deus habita o recôndito do templo ou vem abraçar-se a nós na fronteira noturna, como o soube o patriarca Jacob, numa luta com o anjo que, como mostra a bela pintura de Delacroix - na Igreja de Saint-Sulpice em Paris -, mais se parece uma dança... O próprio Espírito de Deus se une ao nosso espírito para vencer a nossa debilidade e nos aproximar dele: «É assim que também o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rm 8,26). Mas a proximidade de Deus que experimentamos não elide, nem pode elidir, o sentimento da distância que o crente sente em relação a Deus, porque Deus é infinitamente Outro. Por isso, a oração é também um grito («a minha alma suspira por ti, ó Deus. A minha alma tem sedes de Deus, do Deus vivo» - SI 42,22-3). Uma súplica, um pedido, uma sugestão da maior intimidade apenas análoga à arte do amor, como nos lembra precisamente o Cântico dos Cânticos: «Arrasta-me atrás de ti. Corramos! Faça-me entrar o rei em seus aposentos» (1,4). Na base de toda a oração está o binómio proximidade/distância, experimentado na relação do homem com Deus. Distância mantida, porque Deus é Deus. Mas proximidade consentida, porque Deus é amor. Explica o papa Bento XVI: «Por um lado, encontramo-nos diante de uma imagem estritamente transcendente de Deus: Deus é absolutamente a fonte originária de todo o ser; mas este princípio criador de todas as coisas – o Logos, a razão primordial - é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor» (Deus caritas est, 10). Para nós, cristãos, Jesus vence a distância que separa a terra do céu. «Quem me vê a mim vê Aquele que me enviou» (Jo 12,45). Como dizia Kierkegaard, o cristão é aquele que se sente continuamente em presença de Deus pela mediação de Cristo. O filósofo criticava o Cristianismo da sua época, segundo ele, demasiado perdido em conceitos filosóficos e esquecido disto, que é o mais espantoso: existir é existir em Cristo, diante de Deus. Também nós, facilmente, nos perdemos em abstrações. Cristo dá-nos «ousadia» para nos entregarmos numa oração confiante ao Pai. O Missal Romano usa a expressão «audemus dicere» (ousamos dizer) e é disso que se trata. Novo Testamento fornece duas versões da oração que Jesus ensina aos discípulos: em São Mateus (6,9-15) e São Lucas (11,1-4). Entre elas há pequenas diferenças, pois Lucas é mais conciso, mas no fundamental são idênticas. Tomemos o texto do primeiro Evangelho:

Pai nosso que estais no céu, seja santificado o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim na terra. O nosso pão dá-nos hoje; perdoa as nossas dívidas, como nós perdoámos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.

Tudo na oração do Pai-nosso, quer quanto às circunstâncias da sua transmissão, quer no que toca à síntese essencial da composição, mostra que Jesus pretende apresentar um modelo. Na tradição judaica, onde Ele historicamente se move, há correntes orantes diversas e um abundante reportório de fórmulas. Mas Jesus inova: não apenas explica como rezar, mas transmite um ensinamento seu acerca da oração, começando com um eloquente mandato: «Rezai assim» (Mt 6,9). Constrói, deste modo claro, um caminho de oração. Ora, aproximando-nos da prece de Jesus, percebemos que tudo se concentra em torno ao sintagma vocativo que abre a oração: «Pai nosso» (versão de Mateus) ou «Pai», como vem dito simplesmente na versão de Lucas. É verdade que são referidos, depois, o Nome, a Vontade e o Reino do Pai, mas é sempre em torno da descoberta do Pai que somos colocados. Mais do que rogar por esta ou por aquela necessidade ou interceder pela satisfação de qualquer carência, o que se pede ao Pai é que seja pai. O destinatário da oração, Aquele a quem nos dirigimos, emerge como objeto da própria súplica. Outro aspeto significativo é que se dispusermos retoricamente esta prece, se atendermos ao jogo do seu alinhamento frásico, detetamos o seguinte: a primeira palavra é «Pai» e a última é «Mal». O desenho do texto aparece, por isso, investido de um grande significado, quando nos revela que o mal surge no extremo inverso ao pai, que o mal é o anti pai. Isso é decisivo compreendermos. O risco do confronto com o mal é uma possibilidade verificável em todas as existências, o mal atravessa-nos, trespassa-nos por vezes, mas a oração que Jesus transmite pede

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iluminação para não nos enganarmos no Pai, isto é, para não nos deixarmos ficar amarrados ao mal, na sua dependência, como se ele pudesse ser um substituto do verdadeiro Pai. Rezamos para saber escolher o Pai cada momento e não as contrafações que tentam ocultar ou sobrepor-se, em nós, à sua presença estruturante. Uma oração que descreve tão intimamente a paternidade coloca-se no âmago da identidade do próprio sujeito. Não é apenas um dispositivo verbal, mas uma expressão de si, uma coreografia relacional, uma consciência do ser que se constrói. Oiçamos Emanuel Levinas: «O filho não é apenas a minha obra. Também não é minha propriedade. Nem a categoria do poder, nem as do saber descrevem a minha relação com o meu filho. A fecundidade do eu não é nem causa nem dominação. Não tenho o meu filho, sou o meu filho. A paternidade é uma relação com um outro que, sendo embora outrem, é extensão de mim. O filho não é eu; e no entanto, eu sou o meu filho.» Pensando no Pai-nosso, podemos dizer que o objetivo da oração é colocar-nos no Pai, inscrever-nos no seu coração: eu sou no Pai, existo no Pai. A principal das orações cristãs não é um argumentário de pedidos, mas a expressão de uma relação confiante. Essa é a originalidade de Jesus. O apelo direto ao Pai é invulgar na tradição judaica. E torna-se ainda mais significativo quando, no espaço de uma prece tão sóbria como é o Pai-nosso, Jesus escolhe voluntariamente reconduzir o coração orante à sua essência: o próprio Pai. Esta concentração, como escreve François Genuyt, culmina «numa procura que não é apenas dirigida ao Pai, mas é procura do Pai». Com o discípulo Filipe, nós podemos dizer: «mostra-nos o Pai, e isso nos basta!» (Jo 14,8). Ou com a poetisa brasileira Adélia Prado: «Meu Deus, me dá a mão, me cura de ser grande. Ó meu Deus, meu pai, meu pai.» A descoberta que Simone Weil faz do Pai-nosso ocupa uma das páginas mais intensas da sua autobiografia espiritual. Tudo começa por um desejo, manifestado ao seu conselheiro espiritual, o padre Perrin. Ao longo do ano de 1941, ela declara a necessidade de voltar a uma atividade dos verãos da sua adolescência: contactar diretamente com a terra, colaborando no trabalho de produção dos alimentos. Não é um projeto fácil de explicar, este de se tornar uma rapariga do campo, quando os amigos mais próximos fazem coro para que ela se concentre nos seus domínios de saber: a filosofia, a poesia, a escrita e a palavra. Nesses meses, ela multiplica-se em cartas e em razões, para justificar que a purificação do esforço agrícola lhe traz uma seiva que ela não encontra em mais lado nenhum. É então, por sugestão do padre Perrin, que ela contacta Gustave Thibon, que tanta importância viria a ter na difusão do pensamento da jovem filósofa. Simone aportará à quinta agrícola daquele, em Saint-Marcel-d`Ardèche, nos começos de agosto de 1941, e ali passa dois meses. Ela rejeita ficar na casa grande da quinta e vai residir num precário barracão solitário e sem grandes condições, deixando contrariados os seus anfitriões. Mas Gustave Thibon conta que, num desses primeiros dias, quando não sabia bem o que pensar daquela rapariga, viu Simone, pendurada no tronco de uma árvore, a contemplar em silêncio o vale: «Eu vi – há-de testemunhar mais tarde – o seu olhar emergir pouco a pouco da visão; a intensidade e a pureza deste olhar eram tais que sentia que ela contemplava profundidades interiores, ao mesmo tempo que o esplêndido horizonte se abria a seus pés. A beleza da sua alma correspondia à majestade da paisagem.» Foi o selar de uma grande amizade. Nessa estação, Simone encontra-se com o Pai-nosso, talvez por um inusitado caminho. Ela Conta: «O verão passado, estudando Grego com T... (Thibon), passei-lhe, palavra a palavra, o Pater em grego. Tínhamo-nos prometido aprendê-lo de cor. Creio que ele não o fez. Eu tão-pouco, até essa altura. Mas algumas semanas mais tarde, folheando o Evangelho, disse-me a mim mesma que, uma vez que tinha prometido e que assim estava bem, devia fazê-lo. Fi-lo. A doçura infinita deste texto grego tomou-me, então, de tal forma, que durante alguns dias não consegui impedir-me de o recitar continuamente. Uma semana depois, comecei a vindima. Recitava o Pater em grego todos os dias, antes do trabalho, e repeti-o não poucas vezes na vinha. Desde então, impus-me como única prática recitá-lo uma vez, cada manhã, com uma atenção absoluta. Se durante a recitação a minha atenção se desvia ou deixa adormecer, recomeço até que tenha obtido, por uma vez, uma atenção absolutamente pura. A virtude desta prática é extraordinária e surpreende-me cada uma das vezes, porque, apesar de a experimentar todos os dias, ela ultrapassa sempre o que era a minha expectativa. Por vezes, logo as primeiras palavras arrancam o meu pensamento e transportam-no a um lugar fora do espaço, onde não há nem perespetiva nem ponto de vista. O espaço abre-se. A infinidade do espaço normal de perceção é substituída por uma infinidade elevada. Ao mesmo tempo, esta infinidade preenche-se, de um extremo ao outro, de silêncio, um silêncio que não é uma ausência de som, que é objeto de uma sensação positiva, mais positiva que a de um som. Os ruídos, se os há, não me chegam senão depois de atravessarem este silêncio. Durante esta recitação ou noutros momentos, Cristo está presente em pessoa, mas a sua presença é infinitamente mais real, mais lancinante, mais clara e mais plena de amor do que a daquela primeira vez em que me tomou» (Simone Weil, Espera de Deus). Para Simone, o Pater «está para a oração como Cristo para a humanidade» e «é impossível pronunciá-la, uma vez que seja e trazendo a cada palavra a plenitude da atenção, sem que uma mudança, talvez infinitesimal mas real, se opere na alma». A Simone Weil interessa sondar a eficácia da palavra orante na alma, isto é, a sua aguda capacidade de nos transformar espiritual e existencialmente. Não lhe importa o comentário histórico ou crítico, mas o clarão, o fulgor, o abalo real, a conversão afetiva e efetiva que a prece de Jesus em nós desperta. Há um momento em que, mais do que as palavras, o que conta é o estar ali em relação. «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!» (Jo14,8)

O tesouro escondido - José Tolentino Mendonça

b. Partilha sobre os conteúdos

c. Resumo, sistematização dos conteúdos essenciais do encontro (animador)

4- Convidar a formular um compromisso ou a dar continuidade ao compromisso já assumido

5- Sugere-se que se conclua o encontro com uma breve oração e com um gesto: Abraçar a todos!

Um membro do grupo reza o texto em voz alta, seguidamente, quem desejar fará eco do texto.

Senhor, Tu és o Deus que nós nunca vimos, Tu és a vida, e a vida é invisível. Nós sabemos que só o amor reúne E que a linguagem é amizade e hospitalidade Nós fomos gerados no Verbo, E vamos a caminho do teu rosto, de braços estendidos, Como a criança que tenta os primeiros passos, Sabendo que um pai e uma mãe lhe dá a mão. Melhor do que nós próprios Tu conheces o que em nós se tece no segredo. É a vida no teu Verbo que une todos os vivos E que liga as múltiplas formas de vida Na história e no eterno A nossa vida está semeada de provações e medos;

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Mas no meio das nossas idolatrias e do nosso sofrimento Sabemos que a alegria vale mais do que o choro, Que o amor é mais forte do que o ódio, Que o acolhimento é mais belo do que a rejeição e o cálculo, Que o apelo da justiça é infinito, Que o estar com os outros é mais humano do que o isolamento E que a vida é infinitamente melhor do que a morte. Erguemos os olhos para ti, Na solidão do mistério que nos guarda, E do vasto mundo que é a nossa morada.

Pai Santo, aquele que veio de ti para habitar entre nós,

Jesus Cristo, nós o reconhecemos e recebemos Como o Filho bem-amado que tomou sobre si O pecado e a morte inscritos na carne finita E os destruiu ao morrer na Cruz. A sua Palavra chegou até nós Através de uma longa cadeia de fidelidades E é na nossa vida o remédio que salva. Deus, nosso Pai, a recordação da morte e da ressurreição de Jesus É para nós a semente de esperança Que nos reconcilia com a morte e faz com que vivamos Nesta vida à imagem daquele, Que se fez inteiramente dom pela vida do mundo. Pai, nós acreditamos que a tua Vida infinita Permanece na nossa vida finita. Lembra-te por isso de cada um de nós teus filhos. És tu que os reúnes e que estreitas a nossa comunhão na força do invisível do espírito.

És tu que nos dás a força de viver como o Cristo viveu. Faz-nos atentos àqueles cujo rosto nos é familiar, E também aos desconhecidos, Junto de quem a vida nos coloca. E quando a fadiga e o sofrimento tomarem posse de nós, Que encontremos em ti a força Que nos ajude a ir além de nós mesmos E não se extinga no nosso coração o canto de acção de graças. “Comunidade Dominicana do Lumiar”

*******Celebração dominical da entrega do SÍMBOLO: o PATER (Pai-nosso)

Sugere-se, que após esta etapa, se entregue o símbolo numa eucaristia dominical para que toda a

comunidade tenha a oportunidade de fazer ou acompanhar o caminho. Cada grupo pode preparar uma

dinâmica para o momento de envio na eucaristia. Seria importante dar testemunho perante a comunidade

do percurso e dos seus frutos. Acolher e rezar em comunidade o PATER para viver a consciência de SER

IRMÃOS.

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________________________ ITINERÁRIO_________________________

Avaliação

Em que aspetos cresci como pessoa:

o em humanidade e em fé/confiança/amizade? Em que aspetos pretendo ainda melhorar?

o no viver quotidiano, ancorado em Deus, tanto a nível pessoal como familiar e profissional? Em que

aspetos pretendo ainda melhorar?

o na vivência comunitária no recriar de laços e redes de comunicação(paróquia), na missão?

o na participação da eucaristia?

o na oração?

o de uma fé mais consciente, esclarecida, autêntica…

Em que aspetos o grupo me ajudou a crescer:

o como pessoa de fé?

o como membro da comunidade?

Em que aspetos o grupo ajudou a recriar espaços de partilha e intensificar os laços comunitários:

o permitindo mais proximidade, conhecimento mútuo?

o criando redes de comunicação e interajuda?

o Intensificando a corresponsabilidade no testemunho, na partilha e na missão?

Continuidade, desafios:

Pensar em grupo como dar continuidade ao “Vinde e vereis”…

Como continuar a recriar os laços comunitários, a aprofundar a fé, a ajudar-se mutuamente a crescer e a viver a missão?

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«A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a

entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma.

Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos

a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer

participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22).» Carta Apostólica -PORTA FIDEI - BENTO XVI

Não há duvidadas… este itinerário, não apenas um acontecimento para ficar na memória, é

uma oportunidade para

re-criar/converter o presente e continuar

o caminho que dura a vida inteira…

____________