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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE APOSTILA DE BIOSSEGURANÇA Prof. Paulo Pineda

Apostila Biossegurança

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  • UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CINCIAS DA SADE

    APOSTILA DE BIOSSEGURANA

    Prof. Paulo Pineda

  • A INFLUNCIA DE FATORES DE PERSONALIDADE E DE

    ORGANIZAO DO TRABALHO NO BURNOUT EM

    PROFISSIONAIS DE SADE

    Wilma Costa SOUZA1 Angela Maria Monteiro da SILVA2

    INTRODUO O estudo dos fatores que levam ao estresse e a influncia do mesmo na gnese das

    doenas em geral tem recebido grande nfase por parte dos pesquisadores. Entretanto, a investigao do trabalho como fator desencadeante do estresse s mais recentemente tem recebido ateno.

    Dentre os diversos modelos de estresse ocupacional, optou - se no presente estudo pelo modelo do Burnout, conforme desenvolvido por Maslach & Jackson (Maslach, 1976). A sndrome atinge principalmente profissionais que atuam na rea de cincias humanas tais como enfermeiros, fisioterapeutas, mdicos e assistentes sociais, caracterizando-se por uma reao de estresse crnico (Reinhold, 1996).

    A sndrome do burnout talvez possa oferecer uma explicao para as dificuldades percebidas na relao profissional de sade - paciente, dificuldades estas que, ao mesmo tempo em que no contribuem para a recuperao dos doentes, podem levar ao sentimento de grande insatisfao com o trabalho muitas vezes referido pelos profissionais. Na sndrome do burnout descrita a dificuldade do profissional em lidar com as emoes de seus pacientes levando-o a trat-los de forma impessoal e desumanizada (Maslach, 1976). Neste caso, o profissional de sade pode utilizar-se de estratgias negativas para enfrentar a situao, distanciando-se de seus pacientes e passando a encar-los como algo totalmente destitudo de qualidades humanas.

    O burnout parece acometer pessoas altamente motivadas e dedicadas, observando-se nos profissionais acometidos uma queda na performance que influi na qualidade dos servios prestados. A sndrome se correlaciona com insnia, aumento do uso de lcool e drogas, problemas no casamento e na famlia (Maslach & Schaufeli, 1993).

    A sndrome do Burnout foi inicialmente descrita em 1974 por Frendenberg (Frana,1987). O termo pode ser traduzido como aquilo que deixou de funcionar por exausto de energia e foi usado pelo autor para designar uma resposta dos indivduos ao estresse ocupacional. Ainda na dcada de 70, Maslach & Jackson passaram a investigar a sndrome, desenvolvendo cientificamente um modelo de burnout. Os autores tambm elaboraram o Maslach Burnout Inventory para medir a sndrome, sendo este instrumento atualmente usado na maioria das pesquisas sobre o tema (Maslach & Schaufeli, 1993). Schaufeli, Maslach & Marek (1993) conceituam o burnout como sndrome de exausto, despersonalizao e baixa realizao pessoal com o trabalho, que pode ocorrer com indivduos que trabalham para pessoas, especialmente para as que tm algum tipo de problema. A exausto refere-se ao sentimento de sobrecarga emocional e de esgotamento e a dimenso que mais se aproxima de uma varivel de estresse. A despersonalizao, por outro lado, constitui um novo constructo que no aparece diretamente na literatura sobre o estresse (Cox, Kuk & Leiter, 1993). O profissional afetado pelo burnout, no mais capaz de lidar com as emoes das pessoas que atende e comea a trat-las de forma desumanizada (Maslach,1976). A terceira dimenso proposta pela autora a da baixa realizao pessoal com o trabalho que se expressa atravs da tendncia do indivduo a se avaliar negativamente em relao a seu desempenho.

  • A sndrome, ento, constitui-se em um modelo multidimensional onde a ocorrncia de um componente pode precipitar o desenvolvimento dos outros dois (Golembiewsky, Scherb & Boudreau, 1993) ou pode ocorrer que os componentes se desenvolvam ao mesmo tempo, visto tratarem-se de reaes a diferentes aspectos do ambiente de trabalho como afirma Leiter (1993).

    caracterstico na sndrome um sentimento de desiluso e frustrao que ocorre em pessoas que possuam grandes expectativas em relao s suas carreiras. resultado, ento, de um processo de desiluso onde o trabalhador percebe que no consegue retirar de seu trabalho um sentido, um significado existencial (Pines, 1993).

    Entre as caractersticas de personalidade que favorecem o desenvolvimento do burnout destacam-se a motivao, o entusiasmo, a dedicao ao trabalho e a tendncia ao perfeccionismo (Squires & Livesley, 1984). Segundo Frana (1987), os profissionais atingidos pela sndrome so pessoas que mergulham fundo em seu trabalho, no sabem dizer no, se ocupam com vrias coisas ao mesmo tempo e tm compulso para o trabalho, retirando dele grande parte de sua satisfao pessoal. Paradoxalmente, estas caractersticas so as mais valorizadas pelos departamentos de seleo de pessoal. O profissional que no mede sacrifcios pela empresa e tem grande necessidade de vencer e ser reconhecido, dificilmente relaxa e se, alm disso, mostra pouca habilidade para lidar com o estresse em situaes interpessoais pode ser levado ao burnout (Reinhold, 1996).

    Dentre os critrios diagnsticos do burnout destacam-se um estado geral de fadiga acompanhado de perda da auto-estima resultante de um sentimento de incompetncia profissional e insatisfao com o trabalho (Maslach & Schaufeli, 1993). Os mesmos autores apontam como principal indicador uma diminuio significativa da performance no trabalho.

  • BIOSSEGURANA

    DEFINIO

    Biossegurana um conjunto de procedimentos, aes, tcnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produo, ensino, desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios, que podem comprometer a sade do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. TIPOS DE RISCO (Portaria do Ministrio do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78) 1. Riscos de Acidentes 2. Riscos Ergonmicos 3. Riscos Fsicos 4. Riscos Qumicos 5. Riscos Biolgicos RISCOS DE ACIDENTES

    Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situao de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar fsico e moral. So exemplos de risco de acidente: as mquinas e equipamentos sem proteo, probabilidade de incndio e exploso, arranjo fsico inadequado, armazenamento inadequado, etc. RISCOS FSICOS

    Consideram-se agentes de risco fsico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, vibraes, presses anormais, temperaturas extremas, radiaes ionizantes, radiaes no ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. Rudos

    As mquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem rudos que podem atingir nveis excessivos, podendo a curto, mdio e longo prazo provocar srios prejuzos sade. Dependendo do tempo de exposio, nvel sonoro e da sensibilidade individual, as alteraes danosas podero manifestar-se imediatamente ou gradualmente.

    Quanto maior o nvel de rudo, menor dever ser o tempo de exposio ocupacional. O rudo age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

    - fadiga nervosa; - alteraes mentais: perda de memria, irritabilidade, dificuldade em coordenar idias; - hipertenso; - modificao do ritmo cardaco; - modificao do calibre dos vasos sanguneos; - modificao do ritmo respiratrio; - perturbaes gastrointestinais; - diminuio da viso noturna; - dificuldade na percepo de cores.

  • Alm destas conseqncias, o rudo atinge tambm o aparelho auditivo causando a

    perda temporria ou definitiva da audio. Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo rudo no local de trabalho, podem

    ser adotadas as seguintes medidas: Medidas de proteo coletiva: enclausuramento da mquina produtora de rudo;

    isolamento de rudo. Medida de proteo individual: fornecimento de equipamento de proteo individual

    (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o rudo ou como medida complementar.

    Medidas mdicas: exames audiomtricos peridicos, afastamento do local de trabalho, revezamento.

    Medidas educacionais: orientao para o uso correto do EPI, campanha de conscientizao.

    Medidas administrativas: tornar obrigatrio o uso do EPI: controlar seu uso. Vibraes

    Na indstria comum o uso de mquinas e equipamentos que produzem vibraes, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.

    As vibraes podem ser:

    Localizadas - (em certas partes do corpo). So provocadas por ferramentas manuais, eltricas e pneumticas. Conseqncias: alteraes neurovasculares nas mos, problemas nas articulaes das mos e braos; osteoporose (perda de substncia ssea).

    Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As leses ocorrem com os operadores de grandes mquinas, como os motoristas de caminhes, nibus e tratores. Conseqncias: Leses na coluna vertebral; dores lombares. Para evitar ou diminuir as conseqncias das vibraes recomendado o

    revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposio). Radiaes

    So formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnticas. A absoro das radiaes pelo organismo responsvel pelo aparecimento de diversas leses. Podem ser classificadas em dois grupos:

    Radiaes ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia esto freqentemente expostos a esse tipo de radiao, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

    Radiaes no ionizantes - So radiaes no ionizantes a radiao infravermelha, proveniente de operao em fornos , ou de solda oxiacetilnica, radiao ultravioleta como a gerada por operaes em solda eltrica, ou ainda raios laser, microondas, etc.

    Seus efeitos so perturbaes visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, leses

    na pele, etc. Para que haja o controle da ao das radiaes para o trabalhador preciso que se

    tome:

  • Medidas de proteo coletiva: isolamento da fonte de radiao (ex: biombo protetor para operao em solda), enclausuramento da fonte de radiao (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x).

    Medidas de proteo individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , culos para operadores de forno).

    Medida administrativa: (ex: dosmetro de bolso para tcnicos de raio-x).

    Medida mdica: exames peridicos. Temperaturas Extremas - Efeitos

    - desidratao, erupo da pele, cimbras, fadiga fsica, distrbios psiconeurticos, problemas cardiocirculatrios e insolao.

    - feridas, rachaduras e necrose na pele, congelamento, agravamento de

    doenas reumticas, predisposio para acidentes e predisposio para doenas das vias respiratrias.

    CUIDADOS EM TEMPERATURAS EXTREMAS: - proteo coletiva: ventilao local exaustora com a funo de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio. - proteo individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio). Presses Anormais

    H uma srie de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a presses ambientais acima ou abaixo das presses normais, isto , da presso atmosfrica a que normalmente estamos expostos.

    Baixas presses: so as que se situam abaixo da presso atmosfrica normal e

    ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, so raros os trabalhadores expostos a este risco.

    Altas presses: so as que se situam acima da presso atmosfrica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulaes de ar comprimido, mquinas de perfurao, caixes pneumticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixes pneumticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde injetado ar comprimido que expulsa a gua do interior do caixo, possibilitando o trabalho. So usados na construo de pontes e barragens. A exposio a presses anormais, pode causar a ruptura do tmpano quando o

    aumento de presso for brusco e a liberao de nitrognio nos tecidos e vasos sangneos e morte.

    Por ser uma atividade de alto risco, exige legislao especfica (NR-15) a ser obedecida. Umidade

    As atividades ou operaes executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos sade dos trabalhadores, so situaes insalubres e devem ter a ateno dos prevencionistas por meio de verificaes realizadas nesses locais para estudar a implantao de medida de controle.

    CALOR

    FRIO

  • A exposio do trabalhador umidade pode acarretar doenas do aparelho respiratrio, quedas, doenas de pele, doenas circulatrias, entre outras.

    Para o controle da exposio do trabalhador umidade podem ser tomadas medidas de proteo coletiva (como o estudo de modificaes no processo do trabalho, colocao de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteo individual (como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc). 4. RISCOS QUMICOS

    Consideram-se agentes de risco qumico as substncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratria, nas formas de poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposio, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo atravs da pele ou por ingesto.

    Movimento do produto qumico no organismo: o Absoro - a seqncia penetrao do agente qumico no organismo e

    sua passagem ao sistema circulatrio. o Distribuio - o agente percorre, pela corrente sangnea, os rgos do

    corpo. o Fixao ou acumulao - armazenamento do agente nos tecidos dos rgos

    onde ele exera, ou no, atuao. o Eliminao - sada do agente qumico do organismo.

    Rotulagem de substncias qumicas: O rtulo deve conter a identificao completa do produto qumico (nome, frmula,

    concentrao, etc.) e riscos que apresenta: smbolo e palavra indicativa de risco (corrosivo, txico, explosivo, inflamvel, irritante, nocivo), palavras convencionais de advertncia (perigo, cuidado, ateno) e frases convencionais de medidas preventivas quanto ao risco (mantenha afastado do calor, perigo se inalado, etc.)

    Quando um produto for acondicionado fora de sua embalagem original, dever ser identificado atravs dos seguintes dados mnimos:

    nome do produto e concentrao data do envasamento ou diluio identificao dos riscos

    Um sistema de classificao de substncias qumicas quanto s respectivas

    periculosidade ou nocividade um importante mecanismo para o estabelecimento de prioridades de avaliao, tratamento e comunicao de riscos.

    No contexto de classificao de substncias perigosas, o perigo esta relacionado

    com a capacidade de uma substncia de causar danos e o grau dessa capacidade depende de suas propriedades intrnsecas.

    Sistema de classificao de substncias qumicas quanto a periculosidade ou

    nocividade: Estabelece critrios e procedimentos para classificar as substncias ou

    misturas em classes de perigos / escalas de gradao da periculosidade e mecanismos de comunicao de perigos / riscos.

  • No se aplica a substncias ou produtos cuja exposio intencional (ex. alimentos, remdios, cosmticos)

    No existe substncia no perigosa. Existe substncia no classificada de acordo com os critrios adotados. Para elas usa-se regras gerais de preveno e no necessrio cuidados especiais nem comunicao de perigos (rotulagem, fichas de segurana, etc.)

    Classes de perigos Substncias ou misturas: Inflamveis

    So substncias que podem pegar fogo na presena de uma fonte de ignio (chama, fasca, eletricidade esttica, etc.)

    Podem ser: Facilmente Inflamvel

    CLASSIFICAO: Determinados perxidos orgnicos; lquidos com pontos de inflamao inferior a 21C, substncias slidas que so fceis de inflamar, de continuar queimando por si s; liberam substncias facilmente inflamveis por ao da umidade. PRECAUO: evitar contato como ar, a formao de misturas inflamveis gs-ar e manter afastadas de fontes de ignio.

    Extremamente Inflamvel CLASSIFICAO: Lquidos com ponto de inflamao inferior a 0C e o ponto mximo de ebulio 35C; gases, misturas de gases (que esto presentes em forma lquida) que com ar e a presso normal podem se inflamar facilmente. PRECAUES: manter longe de chamas abertas e fontes de ignio.

    Explosivo So substncias ou misturas que apresentam riscos de exploso sob o efeito de

    uma chama, do calor, de um golpe ou frico. Exemplos:

    TNT - trinitrotolueno cido pcrico Nitrocelulose Plvora negra Plvora branca

    PRECAUES: evitar atrito, choque, formao de fasca e ao do calor. Comburente ou Oxidante

    So substncias que, em caso de incndio, aumentam a violncia da reao e favorecem a propagao rpida do fogo. Podem provocar incndios espontneos quando em contato com materiais combustveis. O incndio pode ser favorecido e dificultado a sua extino.

    Exemplos: Oxignio cido ntrico gua oxigenada concentrada (ex. 30 vol)

    PRECAUES: evitar qualquer contato com substncias combustveis. Corrosivo

  • Produtos qumicos que destroem o tecido vivo, bem como vesturio, por contato. Exemplo: cido Sulfrico Concentrado

    PRECAUES: no inalar os vapores e evitar o contato com a pele, os olhos e vesturio. Nocivas ou perigosas para o meio ambiente

    Podem causar danos flora, fauna, populao humana ou degradar o ambiente quando lanados no ar, solo ou guas.

    Exemplos: Solventes clorados CFCs cidos fortes cianeto de sdio.

    Txicas e muito txicas

    Podem provocar danos graves sade ou provocar a morte. Inalao, ingesto ou absoro atravs da pele, provoca danos sade. Muito txicas so substncias que, mesmo em doses muito pequenas, podem

    provocar danos graves ou mesmo a morte. Exemplo: trixido de arsnico. Exemplos - txicas: metanol amonaco benzeno. PRECAUES: evitar qualquer contato com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancergenos, teratognicos ou mutagnicos.

    Nocivas

    So substncias que podem causar danos sade mas em geral no provocam danos srios imediatos. Somente em doses muito altas podem provocar a morte. (o que difcil no ambiente de trabalho).

    A exposio repetida e prolongada pode provocar danos srios sade. Exemplos: Tolueno e outros solventes PRECAUES: evitar qualquer contato com o corpo humano, observar cuidados

    especiais com produtos cancergenos, teratognicos ou mutagnicos.

    Segurana na manipulao de produtos qumicos No fumar, comer, beber ou aplicar maquiagem nos locais onde se manipulam

    substncias qumicas. Nunca pipetar com a boca. No se utilizar do olfato para identificar produtos qumicos. No deixar os frascos de produtos volteis abertos. Usar as capelas de exausto, as cmaras de fluxo laminar e outros equipamentos

    de proteo coletiva sempre que a natureza dos reagentes ou produtos qumicos assim o exija.

    Usar os equipamentos de proteo individual quando os meios de proteo coletiva no forem suficientes para reduzir a exposio ocupacional aos nveis desejados: luvas, mscaras, culos, roupa protetora, etc.

    Identificar os rejeitos produzidos. Cuidar para que no ocorra a mistura de produtos incompatveis durante a lavagem

    de vidrarias;

  • Cuidar para no misturar substncias incompatveis durante a segregao de resduos para descarte;

    Antes de realizar uma reao qumica com produtos desconhecidos consultar a lista de substncias incompatveis e fazer um experimento com quantidades reduzidas e condies adicionais de segurana.

    RISCOS BIOLGICOS

    Consideram-se agentes de risco biolgico as bactrias, fungos, parasitos, vrus, entre outros.

    Classificao de risco biolgico: Os agentes de risco biolgico podem ser distribudos em quatro classes de 1 a 4 por

    ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critrios: Patogenicidade para o homem. Virulncia. Modos de transmisso Disponibilidade de medidas profilticas eficazes. Disponibilidade de tratamento eficaz. Endemicidade.

    Classe de risco 1

    O risco individual e para a comunidade ausente ou muito baixo, ou seja, so agentes biolgicos que tm baixa probabilidade de provocar infeces no homem ou em animais. Exemplo: Bacillus subtilis Classe de risco 2

    O risco individual moderado e para a comunidade baixo. So agentes biolgicos que podem provocar infeces, porm, dispe-se de medidas teraputicas e profilticas eficientes, sendo o risco de propagao limitado. Exemplos: Vrus da Febre Amarela e Schistosoma mansoni. Classe de risco 3

    O risco individual alto e para a comunidade limitado. O patgeno pode provocar infeces no homem e nos animais graves, podendo se propagar de indivduo para indivduo, porm existem medidas teraputicas e de profilaxia. Exemplos: Vrus da Encefalite Equina Venezuelana e Mycobacterium tuberculosis. Classe de risco 4

    O risco individual e para a comunidade elevado. So agentes biolgicos que representam srio risco para o homem e para os animais, sendo altamente patognicos, de fcil propagao, no existindo medidas profilticas ou teraputicas. Exemplos: Vrus Marburg e Vrus Ebola.

    Resumindo... NB 1- Agentes que no causam doenas NB 2- Agentes associados a doenas humanas

    (profilaxia e terapia eficientes) NB 3- Agentes exticos associados doenas humanas com

    potencial para transmisso via aerossol

  • (profilaxia e terapias limitadas) NB 4- Agentes letais (humanos/ambiente)

    (sem profilaxia ou terapia)

    Nveis de Biossegurana

    Os nveis de biossegurana representam as condies nas quais os

    microorganismos podem ser manuseados com segurana. O diretor do laboratrio o

    responsvel pela avaliao dos riscos e pela aplicao adequada dos nveis de

    biossegurana recomendados.

    Nvel de Biossegurana 1

    Neste nvel as prticas, o equipamento e o projeto das instalaes so apropriados

    para o treinamento educacional secundrio ou para o treinamento de tcnicos, e de

    professores, de tcnicas laboratoriais.

    O nvel de biossegurana 1 representa um nvel bsico de conteno, portanto, no

    requerida nenhuma caracterstica de desenho, alm de um bom planejamento espacial e

    a adoo de boas prticas laboratoriais.

    Neste tipo de laboratrio podem ser manipulados microorganismos da Classe de

    risco 1, ou seja, organismos que no causem doena ao homem ou animal.

    Classe de Risco 1 - o risco individual e p/ a comunidade ausente, ou seja, so

    microorganismos que tem baixa probabilidade de provocar infeces no homem ou em

    animais.

    Ex.: Bacillus subtilis,Lactobacillus,Micrococos

    No nvel de biossegurana 1 prticas padro de biossegurana devem ser adotadas:

    Reduzir derramamentos e aerossis

    Descontaminao diria da superfcie de trabalho

    Descontaminao do lixo

    Manter programa controle de insetos/roedores

    Alm destas prticas, algumas barreiras secundrias tambm so necessrias:

  • Laboratrio com porta

    Pias para lavar as mos

    Superfcies fceis de limpar

    Bancos impermeveis gua

    Mobilirio resistente

    Janelas fechadas e com telas protetoras

    Construo normal, sem ventilao especial

    Nvel de Biossegurana 2

    O nvel de biossegurana 2 aplica-se a laboratrios onde so manipulados

    microorganismos da classe de risco 2, ou seja, patgenos que causam doena ao homem

    ou aos animais, mas que no consistem em srio risco, a quem o manipula em condies

    de conteno, comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente. Neste nvel as

    exposies laboratoriais podem causar infeco, mas a existncia de medidas eficazes de

    tratamento e preveno limitam o risco, sendo o risco de disseminao bastante limitado.

    As prticas, os equipamentos, a planta e a construo das instalaes so

    aplicveis aos laboratrios clnico ou hospitalares de nveis primrios de diagnstico e

    laboratrios escolas. Alm da adoo das boas prticas, para a manipulao segura

    destes patgenos torna-se necessrio o uso de barreiras fsicas primrias (cabine de

    segurana biolgica e equipamentos de proteo individual) e secundrias (desenho e

    organizao do laboratrio).

    O Nvel de Biossegurana 2 adequado para qualquer trabalho que envolva sangue

    humano, lquidos corporais, tecidos ou linhas de clulas humanas primrias onde a

    presena de um agente infeccioso pode ser desconhecido.

    Os perigos primrios em relao aos funcionrios que trabalham com esses agentes

    esto relacionados com acidentes percutneos, exposies da membrana mucosa ou com

    a ingesto de materiais infecciosos. Deve-se tomar um extremo cuidado com agulhas

    contaminadas ou com instrumentos cortantes.

    Alm das barreiras exigidas para o NB1, neste nvel tambm necessrio adotar:

    Cabine de segurana instalada

    Iluminao adequada e lava-olhos disponvel

    Ar do Laboratrio no deve circular em outras reas

    Acesso restrito durante o trabalho

  • Disponibilidade de autoclave

    Localizao separada de rea pblica

    Ventilao bi-direcional

    Nvel de Biossegurana 3

    O nvel de biossegurana 3 aplica-se a laboratrios onde so manipulados

    microorganismos da classe de risco 3, ou seja, patgenos que geralmente causam

    doenas graves ao homem ou aos animais e podem representar um srio risco a quem o

    manipula. Tambm podem representar um risco se disseminado na comunidade, mas

    usualmente existem medidas de tratamento e de preveno. O Mycobacterium

    tuberculosis, o vrus da encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetii so exemplos de

    microorganismos determinados para este nvel.

    Os riscos primrios causados aos trabalhadores que lidam com estes agentes

    incluem a auto-inoculao, a ingesto e a exposio aos aerossis infecciosos.

    No Nvel de Biossegurana 3 as barreiras primrias e secundrias so de extrema

    importncia para a proteo dos funcionrios, da comunidade e do meio ambiente contra a

    exposio aos aerossis potencialmente infecciosos. Por exemplo, todas as manipulaes

    laboratoriais devero ser realizadas em uma CSB (Cabine de Segurana Biolgica) ou em

    um outro equipamento de conteno como uma cmara hermtica de gerao de

    aerossis.

    Para este nvel de conteno so requeridos, alm dos itens referidos no nvel 2,

    desenho e construo laboratoriais especiais:

    Prdio separado ou em zona isolada

    Dupla porta de entrada

    Escoamento do ar interno direcionado

    Passagem de ar nica

    10 a 12 trocas de ar/ hora

    As barreiras secundrias para esse nvel incluem:

    Acesso controlado ao laboratrio

    Proteger equipamentos geradores de aerossol

    Ante-sala do Laboratrio, fechada

  • Paredes, pisos e tetos resistentes gua e ser de fcil descontaminao

    Todo material de trabalho colocado dentro da capela de segurana

    Tubos de aspirao a vcuo protegidos com desinfetante lquido ou filtro.

    Nvel de Biossegurana 4

    O nvel de biossegurana 4 aplica-se a laboratrios onde so manipulados

    microorganismos da classe de risco 4, ou seja, patgenos que representam grande

    ameaa para o ser humano e para aos animais, representando grande risco a quem o

    manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivduo a outro.

    Normalmente no existem medidas preventivas e de tratamento para esses agentes.

    Os riscos primrios aos trabalhadores que manuseiam agentes do Nvel de

    Biossegurana 4 incluem a exposio respiratria aos aerossis infecciosos, exposio da

    membrana mucosa e/ou da pele lesionada as gotculas infecciosas e a auto-inoculao.

    Todas as manipulaes de materiais de diagnstico potencialmente infecciosos,

    substncias isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente infectados apresentam

    um alto risco de exposio e infeco aos funcionrios de laboratrio, comunidade e ao

    meio ambiente.

    Recomenda-se que os laboratrios de nvel de Biossegurana 4, ou de conteno

    mxima, s funcionem sob o controle direto das autoridades sanitrias, alm disso, dada a

    grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratrio dever ter um treinamento

    especfico e completo direcionado para a manipulao de agentes infecciosos

    extremamente perigosos e dever ser capaz de entender as funes da conteno

    primria e secundria, das prticas padres especficas, do equipamento de conteno e

    das caractersticas do planejamento do laboratrio. necessrio a elaborao de um

    manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente atravs de

    exerccios de treinamento. Os trabalhadores devem ser supervisionados por profissionais

    altamente competentes, treinados e com vasta experincia no manuseio dos agentes

    manuseados, alm dos procedimentos de segurana especficos.

    O completo isolamento dos trabalhadores de laboratrios em relao os materiais

    infecciosos aerossolizados realizado primariamente em cabines de segurana biolgica

    Classe III ou com um macaco individual suprido com presso de ar positivo. A

    descontaminao de todo lquido (at gua de banho) e resduos slidos eliminados

    atravs de produtos qumicos ou vapor em temperaturas elevadas tambm obrigatria.

  • A instalao do Nvel de Biossegurana 4 geralmente construda em um prdio

    separado ou em uma zona completamente isolada com uma complexa e especializada

    ventilao e sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma liberao de agentes

    viveis no meio ambiente. Desta forma as principais barreiras secundrias adotadas so:

    Prdio separado ou em zona isolada

    Dupla porta de entrada

    Escoamento interno do ar uni direcional

    Passagem de ar individual

    Sistemas aperfeioados para suprimento, exausto de ar, formao de vcuo e

    descontaminao

    Equipamentos geradores de aerossis fechados hermeticamente

    Obrigatrio utilizar autoclave de dupla porta

    Ante-Sala de entrada fechada

    Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado

    Sistema seguro de comunicao do Laboratrio

    Manter ligados a geradores, os equipamentos responsveis pelo insuflamento de ar

    e abertura de portas.

    O diretor do laboratrio primariamente e especificamente responsvel pela

    operao segura do laboratrio. O conhecimento e julgamento dele/dela so crticos para a

    avaliao dos riscos e para a aplicao adequada destas recomendaes. O nvel de

    biossegurana recomendado representa as condies sob as quais o agente pode ser

    manipulado com segurana. As caractersticas especiais dos agentes utilizados, o

    treinamento e experincia dos empregados e a natureza da funo do laboratrio podero

    posteriormente influenciar o diretor quanto aplicao destas recomendaes.

  • RISCO BIOLGICO SISTEMA DE PRECAUES UNIVERSAIS

    As precaues universais publicadas inicialmente pelo Centers for Disease Control

    recomendam o uso de medidas de barreira, todas as vezes que houver a possibilidade de contato com sangue, secrees e/ou fluidos corpreos, independente do conhecimento do diagnstico ou status sorolgico do paciente.

    Visando reduzir o risco de transmisso de microorganismos, a partir de fontes conhecidas ou no, em servios de sade, props-se a utilizao de novas medidas, chamadas precaues padro (PP). As PP incluem o uso de barreiras, de Equipamentos de Proteo Individual (EPI) e devem ser aplicadas toda vez que houver a possibilidade de contato com sangue, secrees, excrees e/ou fluidos corpreos, de pele no-ntegra e mucosa com exceo do suor.

    Mais recentemente, o Conselho Consultivo de Prticas de Controle de Infeco Hospitalar do CDC/EUA, publicou um guia revisado mais claro e conciso sobre isolamento, que defende um sistema de precaues em duas etapas (Figura 1).

    A primeira etapa o Sistema de PRECAUES PADRO OU BSICAS, que

    utiliza as caractersticas principais das PRECAUES UNIVERSAIS e aplica-se a todos os pacientes, independente do seu diagnstico ou status sorolgico.

    A segunda etapa de precaues para pacientes com infeco conhecida ou suspeita, que exijam mais que o padro, para prevenir disseminao exgena da infeco. Trs precaues baseadas na transmisso so propostas: precaues contra aerossis, gotculas e contato.

    As precaues contra aerossis so previstas para reduzir o risco de exposio e infeco pela rota de transmisso area, por meio de microgotculas aerodispersas, inferiores a 5 micra, provenientes de gotculas desidratadas que podem permanecer em suspenso no ar por longos perodos de tempo, contendo agente infeccioso vivel.

    Os microorganismos transportados desta forma podem ser dispersos para longe, pelas correntes de ar podendo ser inalados por um hospedeiro susceptvel, dentro do mesmo quarto ou em locais situados a longa distncia do paciente-fonte (dependendo dos

  • fatores ambientais), podendo alcanar at os alvolos do hospedeiro. Por este motivo, indica-se circulao do ar e ventilao especial para prevenir esta forma de transmisso.

    Dentro desta categoria incluem-se os agentes etiolgicos da: tuberculose, varicela (catapora) e do sarampo. Nas precaues para aerossis deve-se utilizar proteo respiratria do tipo respirador.

    As precaues contra gotculas reduzem a disseminao de patgenos maiores que 5 micra, a partir de um indivduo infectado, podendo alcanar as membranas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva de um hospedeiro susceptvel. As gotculas originam-se de um indivduo fonte, sobretudo durante a tosse, o espirro, a conversao, e em certos procedimentos, tais como a aspirao ou a broncoscopia.

    A transmisso de gotculas (maiores que 5 micra), requerem um contato prximo, entre o indivduo e o receptor, visto que, tais gotculas no permanecem suspensas no ar e geralmente se depositam em superfcies a uma curta distncia. Da a importncia de ressaltarmos a necessidade da limpeza concorrente e terminal.

    Uma vez que as gotculas no permanecem em suspenso, no necessrio promover a circulao do ar ou ter ventilao especial para prevenir a sua transmisso. Esse tipo de precauo aplica-se a qualquer paciente com suspeita de infeco por patgenos como: Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis.

    As precaues contra contato representam o modo mais importante e freqente de evitar a transmisso de infeces hospitalares e esto divididas em dois subgrupos: contato direto e contato indireto.

    Contato direto: esse tipo de transmisso envolve o contato pele a pele e a transferncia fsica, proveniente de indivduo infectado ou colonizado por microorganismos para um hospedeiro suscetvel.

    Esta transmisso pode ocorrer quando o profissional da sade realiza a mudana de decbito, a higienizao ou ao executar procedimentos que exijam contato fsico, como tambm, entre dois pacientes, por exemplo, pelo contato com as mos.

    Contato indireto: envolve a transmisso para um hospedeiro susceptvel intermediado por objetos contaminados, usualmente inanimados, tais como: instrumentos contaminados, agulhas, roupas ou mos contaminadas, ou ainda, luvas que no so trocadas entre os procedimentos.

    So exemplos de doenas transmitidas por contato: as gastroenterites, o impetigo, a pediculose, a escabiose, o herpes simples e a furunculose.

    PPrreeccaauueess UUnniivveerrssaaiiss CCuuiiddaaddooss BBssiiccooss:: LIMPEZA - Processo de remoo de sujidades, mediante a aplicao de energias

    qumica, mecnica ou trmica, num determinado perodo de tempo.

    DESINFECO - Processo aplicado s superfcies inertes, que elimina microorganismos na forma vegetativa, no garantindo a eliminao total dos esporos bacterianos. Pode ser realizada por meio de processos qumicos ou fsicos.

    ESTERILIZAO - Processo de destruio de todos os microrganismos, inclusive os esporulados, mediante a aplicao de agentes fsicos, qumicos ou ambos.

    PPrreeccaauueess UUnniivveerrssaaiiss HHiiggiieenniizzaaoo ddaass MMooss

    Lavagem das mos Higienizao das mos

  • gua e sabo comum promove a remoo mecnica de

    sujidades e microorganismos presentes na pele

    lavagem das mos + anti-sptico remoo mecnica de sujidades e de

    microrganismos + reduo na carga microbiana

    As mos constituem a principal via de transmisso de microrganismos durante a

    assistncia prestada aos pacientes, pois a pele um possvel reservatrio de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfcie para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, atravs do contato com objetos e superfcies contaminados.

    As mos dos profissionais que atuam em servios de sade podem ser higienizadas

    utilizando-se: gua e sabo, preparao alcolica e anti-sptico. A utilizao de um determinado produto depende das indicaes descritas abaixo:

    USO DE GUA E SABO Quando as mos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. Ao iniciar o turno de trabalho. Aps ir ao banheiro. Antes e depois das refeies. Antes de preparo de alimentos. Antes de preparo e manipulao de medicamentos. Nas situaes descritas a seguir para preparao alcolica. USO DE PREPARAO ALCOLICA Indicao: Higienizar as mos com preparao alcolica quando estas no estiverem visivelmente sujas, em todas as situaes descritas a seguir: - Antes do contato com o paciente: Objetivo: proteo do paciente, evitando a transmisso de microrganismos oriundos das mos do profissional de sade. Exemplos: exames fsicos (determinao do pulso, da presso arterial, da temperatura corporal); contato fsico direto (aplicao de massagem, realizao de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. - Aps contato com o paciente: Objetivo: proteo do profissional e das superfcies e objetos imediatamente prximos ao paciente, evitando a transmisso de microrganismos do prprio paciente. - Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos Invasivos Objetivo: proteo do paciente, evitando a transmisso de microrganismos oriundos das mos do profissional de sade. Exemplos: contato com membranas mucosas (administrao de medicamentos pelas vias oftlmica e nasal); com pele no intacta (realizao de curativos, aplicao de injees); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinrios, tubo endotraqueal). - Aps risco de exposio a fluidos corporais: Objetivo: proteo do profissional e das superfcies e objetos imediatamente prximos ao paciente, evitando a transmisso de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. USO DE ANTI-SPTICOS Estes produtos associam detergentes com anti-spticos e se destinam higienizao anti-sptica das mos e degermao da pele. Nos casos de precauo de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes.

  • Nos casos de surtos. No pr-operatrio, antes de qualquer procedimento cirrgico (indicado para toda equipe cirrgica). Antes da realizao de procedimentos invasivos. Exemplos: insero de cateter intravascular central, punes, drenagens de cavidades, instalao de dilise, pequenas suturas, endoscopias e outros.

    ITENS BSICOS PARA HIGIENIZAO DE MOS - Sabonete: Nos servios de sade, recomenda-se o uso de sabo lquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminao do produto. Este insumo est regulamentado pela resoluo ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. - Agentes Anti-spticos: So substncias aplicadas pele para reduzir o nmero de agentes da microbiota transitria e residente. Entre os principais anti-spticos utilizados para a higienizao das mos, destacam-se: lcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodforos e Triclosan. - Papel Toalha: O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitvel e no liberar partculas. Na utilizao do papel-toalha, deve-se dar preferncia aos papis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. No processo de higienizao das mos, no indicado o uso de secadores eltricos, uma vez que raramente o tempo necessrio para a secagem obedecido, alm de haver dificuldade no seu acionamento. Eles podem, ainda, carrear microrganismos. O acionamento manual de certos modelos de aparelho tambm pode permitir a recontaminao das mos. - Lavatrios ou pias: devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mos quando do fechamento da gua. No lavabo cirrgico, o acionamento e o fechamento devem ocorrer com cotovelo, p, joelho ou clula fotoeltrica. - Lixeira: junto aos lavatrios e s pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material utilizado na secagem das mos. Este recipiente deve ser de fcil limpeza, no sendo necessria a existncia de tampa. No caso de se optar por mant-lo tampado, o recipiente dever ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilizao das mos. - Anti-sptico: para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes crticos ou que a equipe de assistncia tenha contato direto com feridas, deve existir, alm do sabo j citado, proviso de anti-sptico junto s torneiras de higienizao das mos.

  • AACCIIDDEENNTTEESS CCOOMM MMAATTEERRIIAALL BBIIOOLLGGIICCOO

    Os riscos biolgicos envolvendo os profissionais da sade so tambm do interesse da sade do trabalhador. Todo e qualquer acidente ocorrido com o profissional da sade durante o desempenho de sua atividade profissional constitui-se em acidente de trabalho e deve tambm ser tratado como tal. Isto porque os acidentes de trabalho relacionam-se diretamente aos ambientes, s condies e organizao do trabalho e so, em princpio, eventos previsveis e passveis de preveno. De outro modo, dele decorrem direitos de carter previdencirio aos trabalhadores acidentados.

    Deste modo, notificao do acidente biolgico ao SINABIO (Sistema de Notificao de Acidentes Biolgicos), sobrepe-se a sua notificao ao SIVAT (Sistema de Vigilncia de Acidentes de Trabalho) e aos Institutos de Previdncia de acordo com o vnculo empregatcio do trabalhador: INSS Instituto Nacional do Seguro Social; DSS -Departamento de Sade do Servidor; DPME- Departamento de Percias Mdicas do Estado de So Paulo, etc...). O SIVAT registra o acidente de trabalho, independentemente do vnculo trabalhista do profissional.

    Esto expostos a riscos biolgicos todos aqueles que se inserem direta ou indiretamente na prestao de servios de sade, alm de visitantes e outros profissionais que estejam ocasionalmente nestes servios.

    O risco de exposio varia de acordo com a categoria profissional, a atividade

    realizada ou o setor de atuao nos servios de sade. So considerados de alto risco: profissionais de rea cirrgica, de emergncia, odontlogos, estudantes, estagirios ou pessoal da limpeza.

    A exposio a material biolgico (sangue ou outros lquidos orgnicos

    potencialmente contaminados), pode resultar em infeco por patgenos como o vrus da

    EXPOSIO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLGICO Contato de mucosas, pele no ntegra ou acidente percutneo com sangue ou

    qualquer outro material biolgico potencialmente infectante.

    DEVEM SER CONSIDERADOS FLUIDOS BIOLGICOS DE RISCO: Sangue, lquido orgnico contendo sangue e lquidos orgnicos potencialmente

    infectantes: smen, secreo vaginal, liquor, lquido sinovial, peritonial, pericrdico e amnitico. Suor, lgrima, fezes, urina, vmitos, secrees nasais e saliva (exceto em

    ambiente odontolgico) so lquidos biolgicos SEM risco de transmisso ocupacional do HIV. Nestes casos, a quimioprofilaxia e o acompanhamento sorolgico NO so

    recomendados. A presena de sangue nestes lquidos torna-os infectantes.

  • imunodeficincia humana (HIV) e os vrus das hepatites B e C e, este captulo pretende abordar medidas profilticas relacionadas preveno destes patgenos.

    Os acidentes ocorrem habitualmente atravs de picadas com agulhas, ferimentos com material ou instrumentos cortantes (acidentes percutneos), contato direto da mucosa ocular, nasal, oral e pele no ntegra com sangue ou materiais orgnicos contaminados.

    O risco desses acidentes resultarem em infeco varivel, e est associado ao tipo de acidente, ao tamanho da leso, presena e ao volume de sangue envolvido no acidente, quantidade de vrus no sangue do paciente fonte (carga viral) e utilizao de profilaxia especfica (para o HIV com medicamentos anti-retrovirais e para a hepatite B com vacinao pr- exposio ou administrao de imunoglobulina especfica ps-exposio).

    As exposies que podem trazer riscos de transmisso ocupacional do HIV e dos vrus das hepatites B (HBV) e C (HCV) so definidas como:

    Exposies percutneas leses provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias);

    Exposies em mucosas p.ex. quando h respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitlia;

    Exposies cutneas (pele no-ntegra) p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas;

    Mordeduras humanas consideradas como exposio de risco quando envolverem a presena de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o indivduo que provocou a leso quanto quele que tenha sido exposto.

    Precaues bsicas ou precaues padro so normatizaes que visam reduzir a exposio aos materiais biolgicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulao de artigos mdico-hospitalares e na assistncia a todos os pacientes, independente do diagnstico definido ou presumido de doena infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C):

    Equipamento de Proteo Individual Luvas possibilidade de contato com sangue, secrees e excrees com mucosas ou pele no ntegra Mscaras, Gorros e culos de proteo possibilidade de respingo de sangue ou outros fluidos corpreos nas mucosas da boca, nariz e olhos Capotes possibilidade de contato com material biolgico Botas proteo dos ps em locais midos ou com quantidade significativa de material infectante.

    Manipulao e descarte de material prfurocortante

    VACINAO PARA PROFISSIONAIS DA SADE: A vacinao preveno de algumas doenas infecciosas de possvel transmisso

    em unidades de sade (hepatite B, sarampo, influenza, caxumba, rubola). A vacinao adequada de profissionais da sade diminui o risco de aquisio destas

    doenas, por diminuir o nmero de susceptveis a doenas imunoprevenveis e deveria ser realizada previamente ao ingresso destes profissionais em sua prtica.

    As recomendaes do calendrio de vacinao para profissionais de sade (recomendaes da associao Brasileira de imunizaes (sBim) 2009) levam em considerao os riscos ocupacionais especficos desta atividade. So considerados

    A melhor profilaxia para a exposio ocupacional continua sendo o respeito s normas de biossegurana.

  • profissionais da rea da sade: mdicos, enfermeiros, tcnicos e auxiliares de enfermagem, patologistas e tcnicos de patologia, dentistas, fonoaudilogos, fisioterapeutas, pessoal de apoio, manuteno e limpeza de ambientes hospitalares, maqueiros, motoristas de ambulncia, tcnicos de RX e outros profissionais que freqentam assiduamente os servios de sade, tais como representantes da indstria farmacutica.

    ORIENTAES EM CASOS DE ACIDENTES BIOLGICOS 1. Ocorrido o acidente devem ser adotados os seguintes cuidados gerais:

    a- Lavagem com gua corrente e sabo (acidente percutneo); b- Lavagem com gua corrente e soro fisiolgico (acidente de mucosa); c- No espremer a leso.

    2. Se possvel, identificar o paciente-fonte. Se este for identificado, providenciar sua autorizao para a coleta de sangue e testagem anti-HIV, Hepatite B e Hepatite C. 3. Com ou sem identificao do paciente-fonte, comunicar chefia imediata, que preencher a Ficha de Notificao de Acidentes Biolgicos com Profissionais da Sade e, encaminhar o trabalhador acidentado, com a Ficha de notificao, para a unidade de referncia ou para o atendimento na prpria unidade, quando esta dispuser de condies para tais cuidados. 4. Atendimento Mdico em Unidade DST/AIDS ou HSPM onde ser completado o preenchimento da Ficha de Notificao de Acidentes Biolgicos e adotadas medidas quimioprofilticas adequadas. 5. Nos perodos noturnos, feriados e finais de semana, o primeiro atendimento ser prestado nos Hospitais e Prontos-Socorros da regio. 6. Medidas especficas da profilaxia medicamentosa para o HIV:

    a- Avaliar a indicao de medicamentos anti-retrovirais, conforme Fluxograma de Orientao Quimioprofiltica Anti-retroviral Aps Exposio Ocupacional (Anexo 3).

    b- O tempo ideal de incio da administrao de drogas anti-retrovirais de at 2 horas, devendo ser iniciado no mximo at 72 horas aps o acidente.

    c- Durao da quimioprofilaxia: 4 semanas. d- Os Prontos-Socorros devero fornecer as medicaes em quantidades suficientes

    para suprir at o 1 dia til subseqente ao acidente, quando o acidentado dever comparecer a uma Unidade de DST/AIDS para fornecimento dos medicamentos de acompanhamento.

    7. O acidentado ser acompanhado ambulatorialmente do ponto de vista clnico e ser submetido a sorologia para HIV, Hepatite B e C por um perodo de 6 meses. Quando for o caso, sero adotadas medidas de imunizao.

  • RESUMO NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL - EPI

    - Equipamento de Proteo Individual EPI: todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho. - O equipamento de proteo individual, de fabricao nacional ou importado, s poder ser posto venda ou utilizado com a indicao do Certificado de Aprovao - CA, expedido pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho do Ministrio do Trabalho e Emprego. - A empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservao e funcionamento, nas seguintes circunstncias: a) sempre que as medidas de ordem geral no ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenas profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteo coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situaes de emergncia. - Compete ao Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. - Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante orientao de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI dequado proteo do trabalhador. - Cabe ao empregador quanto ao EPI:

    a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo rgo nacional competente em

    matria de segurana e sade no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservao; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienizao e manuteno peridica; e, comunicar ao MTE

    qualquer irregularidade observada. g) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou

    sistema eletrnico. - Cabe ao empregado quanto ao EPI:

  • a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservao; c) comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para uso; e, d) cumprir as determinaes do empregador sobre o uso adequado.

    - Cabe ao fabricante e ao importador

    a) cadastrar-se junto ao rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho;

    b) solicitar a emisso do CA; c) solicitar a renovao do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo

    rgo nacional competente em matria de segurana e sade do trabalho; d) requerer novo CA quando houver alterao das especificaes do equipamento

    aprovado; e) responsabilizar-se pela manuteno da qualidade do EPI que deu origem ao

    Certificado de Aprovao - CA; f) comercializar ou colocar venda somente o EPI, portador de CA; g) comunicar ao rgo nacional competente em matria de segurana e sade no

    trabalho quaisquer alteraes dos dados cadastrais fornecidos; h) comercializar o EPI com instrues tcnicas no idioma nacional, orientando sua

    utilizao, manuteno, restrio e demais referncias ao seu uso; i) fazer constar do EPI o nmero do lote de fabricao; e, j) providenciar a avaliao da conformidade do EPI no mbito do SINMETRO, quando

    for o caso. - Certificado de Aprovao CA: para fins de comercializao o CA concedido aos EPI ter validade:

    a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que no tenham sua conformidade avaliada no mbito do SINMETRO;

    b) do prazo vinculado avaliao da conformidade no mbito do SINMETRO, quando for o caso;

    c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos at a data da publicao desta Norma, quando no existirem normas tcnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratrio capacitado para realizao dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI tero sua aprovao pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho, mediante apresentao e anlise do Termo de Responsabilidade Tcnica e da especificao tcnica de fabricao, podendo ser renovado at 2007, quando se expiraro os prazos concedidos; e,

    d) de 2 (dois) anos, renovveis por igual perodo, para os EPI desenvolvidos aps a data da publicao desta NR, quando no existirem normas tcnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratrio capacitado para realizao dos ensaios, caso em que os EPI sero aprovados pelo rgo nacional competente em matria de segurana e sade no trabalho, mediante apresentao e anlise do Termo de Responsabilidade Tcnica e da especificao tcnica de fabricao.

    - Todo EPI dever apresentar em caracteres indelveis e bem visveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricao e o nmero do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricao e o nmero do CA. - Cabe ao rgo regional do MTE:

    a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI; e,

  • c) aplicar, na sua esfera de competncia, as penalidades cabveis pelo descumprimento desta NR.

    Referncia: NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL EPI (Portaria GM n. 3.214, de 08 de junho de 1978) LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL UTILIZADOS EM SERVIOS

    DE SADE E LABORATRIOS

    Francelina Helena Alvarenga Lima e Silva, M. Sc.

    Ncleo de Biossegurana/DSSA-ENSP- Fiocruz

    JALECOS Protegem a parte superior e inferior do corpo, isto os braos, tronco, abdmen e parte

    superior das pernas. Devem ser de mangas longas, usadas sempre fechados sobre as vestimentas pessoais (no us-lo diretamente sobre o corpo), confeccionados em tecido de algodo (mistura polister-algodo inflamvel), impermeabilizados ou no, devem ser descontaminados antes de serem lavados. Os jalecos descartveis devem ser resistentes e impermeveis. Auxiliam na preveno da contaminao de origem biolgica, qumica e radioativa, alm da exposio direta a sangue, fludos corpreos, borrifos, salpicos e derramamentos de origens diversas (LIMA E SILVA, 1998). AVENTAIS

    Os aventais podem ser usados sobre ou sob os jalecos. Quando usados nos trabalhos que envolvem produtos qumicos so confeccionados em Cloreto de Polivinila (PVC), em Kevler quando utilizados com altos nveis de calor, de borracha onde h manipulao de grandes volumes de solues e durante lavagem e limpeza de vidrarias, equipamentos e instalaes (GUIMARES, 2005). LUVAS

    So utilizadas como barreira de proteo, prevenindo a contaminao das mos do trabalhador de servios de sade e de laboratrio ao manipular material contaminado. As luvas reduzem a possibilidade dos microorganismos presentes nas mos do trabalhador sejam transmitidas aos pacientes durante procedimentos invasivos ou quando pele no intacta, tecidos e mucosas possam ser tocadas. Diminuem o risco de que mos contaminadas por microorganismos de um paciente ou fomite contaminem outros pacientes, o trabalho executado, equipamentos e instalaes. A utilizao de luvas no exclui o ato da lavagem das mos (LIMA e SILVA, 1998).

    Protegem o trabalhador dos riscos biolgicos, qumicos e fsicos como, por exemplo, queimaduras qumicas por substncias corrosivas, inflamveis, irritantes; calor (fornos e muflas) ou frio (materiais congelados e em Nitrognio lquido) extremos; mordidas cortes e arranhes provocados por animais; choques eltricos; manuseio de culturas microbiolgicas, materiais biolgicos (sangue, tecidos infectados etc); operaes com objetos perfurocortantes e materiais abrasivos ou escoriantes; material radioativo. As luvas protegem contra dermatites acarretadas pela exposio repetida a pequenas concentraes de substncias qumicas (GUIMARES, 2005).

    As luvas devem ser confeccionadas com material resistente e malevel, anatmicas, devem ter baixa permeabilidade e compatibilizadas com as substncias manipuladas (SKRABA, 2004). Alguns trabalhadores so alrgicos as luvas de borracha natural ou ltex ou,

  • tambm, ao talco utilizado em seu interior. Estes trabalhadores devero utilizar luvas de Vinil, PVC ou Nitrlicas. LUVAS DE LTEX

    Protegem o trabalhador dos materiais potencialmente infectantes como: sangue, secrees, excrees, culturas de microrganismos, animais de laboratrio etc. so divididas em estreis as luvas cirrgicas e no estreis as luvas de procedimento, descartveis ou no. LUVAS PARA O MANUSEIO DE PRODUTOS QUMICOS

    Podem ser confeccionadas em: borracha natural (Ltex), Butl, Neoprene, Cloreto de Polivinila (PVC), Acetato de Polivinila (PVA), Viton (MC GILL, 2005). O tipo de luva usado durante o processo de trabalho dever corresponder substncia qumica a ser manipulada, por exemplo, luvas de PVC para o manuseio de drogas citostticas (LIMA e SILVA, 1998). LUVAS DE PROTEO AO CALOR

    Para os trabalhos com autoclaves, fornos e muflas recomendam-se o uso de luvas de l ou tecido resistente revestida de material isolante trmico. Para trabalhos que envolvem o manuseio a altas temperaturas, por exemplo, acima de 350o C luvas Zetex; abaixo de 350 C luvas Kevlar ; acima de 100 C luvas de couro curtido com sais de cromo (MC GILL, 2005). LUVAS DE PROTEO AO FRIO

    Na manipulao de artefatos e componentes em baixa temperatura utilizam-se luvas de algodo, l, couro, nilon impermeabilizado, borracha revestida internamente com fibras naturais ou sintticas. Deve ter cano longo para maior proteo. CULOS DE SEGURANA

    Protegem os olhos do trabalhador de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentes da manipulao de substncias que causam risco qumico (irritantes, corrosivas etc.), risco biolgico (sangue, material infectante etc.) e, risco fsico (radiaes UV e infravermelho etc.). Podem ter vedao lateral, hastes ajustveis, cinta de fixao. As lentes devem ser confeccionadas em material transparente, resistente e que no provoque distoro, podem ser de policarbonato, resina orgnica, cristal de vidro, alm de receber tratamento com substncias antiembaantes, anti-risco e, resistentes aos produtos qumicos (SKRABA, 2004). MSCARAS FACIAIS OU PROTETORES FACIAIS

    Utilizados como proteo da face e dos olhos em relao aos riscos de impacto de fragmentos slidos, partculas quentes ou frias, poeiras, lquidos e vapores, assim como radiaes no ionizantes. Resguardam a face dos respingos de substncias de risco qumico como, por exemplo, substncias corrosivas, irritantes e txicas; gotculas de culturas de microorganismos ou outros materiais biolgicos. Protegem contra estilhaos de metal e vidro ou outro tipo de projeteis. So confeccionadas em materiais como: propionato, acetato e policarbonato simples ou recobertos com substncias metalizadas para absoro de radiaes. (SKRABA, 2004) EQUIPAMENTO DE PROTEO RESPIRATRIA (RESPIRADORES OU MSCARAS)

    So utilizados quando se manipula substncias de risco qumico ou biolgico, em emergncias (derramamentos e fugas de gases). Podem ser descartveis ou exigir manuteno. Os respiradores mais utilizados so: de aduo de ar (fornecem ar ao usurio independente do ar ambiente), purificador de ar (purificam o ar ambiente antes de ser inalado pelo usurio); respiradores semifaciais (mscaras descartveis, respiradores com ou sem vlvulas para poeiras, fumos e nvoas), respiradores semi faciais com manuteno (com cartucho qumico ou filtro mecnico), respiradores faciais de pea inteira (protegem o sistema

  • respiratrio, os olhos e a face do usurio) (MC GILL, 2005). Em servios de sade e laboratrios onde se manipula microrganismos de classe de risco biolgico 3 como, por exemplo, o M. tuberculosis recomenda-se o uso de respirador purificador de ar semifacial N-95 (com eficincia mnima de filtrao de 95% de partculas de at 0,3 m) ou respiradores purificadores de ar motorizados com filtros de alta eficincia (filtros HEPA). Na preparao de drogas citotxicas, quando no h disponibilidade da Cabine de Segurana Biolgica/CSB, deve-se utilizar respirador para proteo contra material particulado (p ou nvoa) do tipo que utiliza filtro mecnico P2 ou P3 (classificao brasileiro-europia) ou respirador purificador de ar semifacial N-95. (BOLETIM, s/d) Existem mscaras de fuga utilizadas para evaso de ambientes onde possa ocorrer fuga de contaminantes txicos, vapores e gases combinados ou no com aerossis. PROTEO AURICULAR Os protetores auriculares so do tipo concha ou de insero. A sua utilizao est indicada em situaes onde o rudo excessivo pode causar perda da audio do trabalhador.Os controles dos nveis de rudo em laboratrio so regidos pela NBR n 10152/ABNT, que estabelece limite de 60 decibis para uma condio de conforto durante a jornada de trabalho. As normas estabelecidas pela OSHA nos EUA, o nvel de rudo de 85 decibis por uma jornada de trabalho de oito horas. (GUIMARES, 2005)

  • TOUCAS OU GORROS Nos ambientes de servios de sade, laboratoriais e biotrios, os cabelos,

    principalmente, os longos devem permanecer presos para evitar acidentes e contaminaes por microorganismos, poeiras e ectoparasitos em suspenso. Os cabelos dos trabalhadores, tambm podem contaminar ambientes limpos ou estreis ou contaminar pacientes e o produto do trabalho, por este motivo as toucas ou gorros devem ser usados. Devem ser confeccionados em tecido que permita a aerao dos cabelos e do couro cabeludo. Podem ser descartveis ou reutilizveis. PROTETORES PARA OS MEMBROS INFERIORES

    Os membros inferiores devem estar protegidos por calados fechados durante o trabalho em servios de sade e laboratrios. Evitam acidentes que envolvem derramamento e salpicos de substncias de risco qumicos e biolgicos, impactos, perfurocortantes, queimaduras, choques, calor, frio, eletricidade etc. Os trabalhadores no devem expor os artelhos, o uso de sandlias ou sapatos de tecido proibido na rea de trabalho. O calado dever ser ajustado ao tipo de atividade desenvolvida como: botas de segurana em couro, botas de PVC, botinas e outros calados de cano curto ou longo, com biqueira de reforo e solado antiderrapante. Sapatilhas ou pr-ps descartveis ou reutilizveis so, geralmente, usadas em reas estreis tanto em hospitais, laboratrios, biotrios e na indstria.

    DISPOSITIVOS DE PIPETAGEM

    So dispositivos de borracha (pra de borracha), pipetadores automticos e eltricos, etc. Evita o risco de acidente atravs da ingesto de substncias contendo agentes de risco biolgico, qumico ou radioativo, visto que a ao de pipetar com a boca um risco a integridade fsica e a sade do trabalhador. (LIMA e SILVA, 1998)

    EQUIPAMENTOS DE PROTEO COLETIVA

    Os Equipamentos de Proteo Coletiva EPC auxiliam na segurana do trabalhador dos servios de sade e laboratrios, na proteo ambiental e tambm na proteo do produto ou pesquisa desenvolvida. A correta seleo, uso e manuteno do equipamento de segurana permitem ao trabalhador da rea de sade a conteno apropriada contra os inmeros riscos aos quais est envolvido no seu dia a dia.

    AUTOCLAVES

    Gera a esterilizao de equipamentos termorresistentes e insumos atravs de calor mido (vapor) e presso. Sua instalao obrigatria no interior dos laboratrios NB-3 e NB-4, sendo que no laboratrio NB-4 obrigatrio instalao de autoclave de porta dupla. Nos laboratrios NB-2 e NB-1 e servios de sade obrigatrio que a autoclave esteja no edifcio onde os mesmos esto instalados. O monitoramento deve ser feito com registro de presso e temperatura a cada ciclo de esterilizao, testes biolgicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press)

    FORNO PASTEUR Opera em superfcies que no so penetradas pelo calor mido. um processo

    demorado pode ser usado em vidraria, metal, etc. O monitoramento exige registro de temperatura nas esterilizaes, testes biolgicos com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais. (LIMA e SILVA, in press) CHUVEIRO DE EMERGNCIA

  • Chuveiro de aproximadamente 30cm de dimetro, acionado por alavancas de mo, cotovelo ou p. A localizao deve ser de fcil acesso e ter um programa de manuteno constante. (LIMA e SILVA, 1998) LAVA OLHOS

    Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de mdia presso acoplados a uma bacia metlica. O angulo do jato de gua deve ser corretamente direcionamento para a lavagem ocular. Pode ser acoplado ao chuveiro de emergncia ou ser do tipo frasco de lavagem ocular (LIMA e SILVA, 1998). MICROINCINERADORES

    Dispositivo eltrico ou a gs utilizado para flambar alas microbiolgicas ou instrumento perfurocortante no interior da Cabine de Segurana Biolgica (LIMA e SILVA, 1998). SINALIZAO LABORATORIAL

    um conjunto de smbolos com formas e cores diferenciados que indicam sinalizao de: aviso, interdio, obrigao, segurana e preveno de incndio. Os smbolos de aviso incluem o smbolo de Risco Biolgico, Risco Qumico, Risco Radioativo e outros. (LIMA e SILVA, in press) OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEO COLETIVA

    Chuveiro qumico para laboratrio NB-4, extintor de incndio, mangueira de incndio, sprinkle, luz ultravioleta, anteparo para microscpio de imunofluorescncia, anteparo de acrlico para radiostopos, indicadores de esterilidade usados em autoclaves e outros (LIMA e SILVA, 1998). MDULO DE FLUXO LAMINAR DE AR

    So reas de trabalho, portteis, limitadas por cortina de PVC flexvel ou outro material rgido transparente. O fluxo de ar geralmente perpendicular ao piso (Mdulo de Fluxo Vertical de Ar), tambm encontrado como mdulo horizontal. verstil, uma vez que pode ser acoplado em seqncia, sem afetar a instalao fsica da construo. O sistema pode ser sustentado por ps fixos, com rodas ou ainda, pendurado na laje (LIMA e SILVA, 1996). CABINE PARA HISTOLOGIA

    Construda em ao inoxidvel com exausto para o exterior do ambiente laboratorial atravs de duto. especfica para preparaes histolgicas (LIMA e SILVA, 1998). CABINE DE SEGURANA QUMICA

    Cabine construda de forma aerodinmica cujo fluxo de ar ambiental no causa turbulncias e correntes, assim reduzindo o perigo de inalao e contaminao do operador e do ambiente quando da manipulao de substncias qumicas que liberam vapore e gases txicos, irritantes, corrosivos etc. O duto de exausto deve ser projetado de maneira a conduzir os vapores para parte externa da instalao, preferencialmente, no telhado. Deve ter filtro qumico acoplado a sada do duto (LIMA e SILVA, 1998). CABINES DE SEGURANA BIOLGICA (CSB)

    O princpio fundamental a proteo do operador, do ambiente e do experimento atravs de fluxo laminar de ar, filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA.

  • Mapa de risco

    O mapa de risco uma representao grfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuzos sade dos trabalhadores. Tais fatores se originam nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalaes, suprimentos, e nos espaos de trabalho, onde ocorrem as transformaes) e da forma de organizao do trabalho (arranjo fsico, ritmo de trabalho, mtodo de trabalho, turnos de trabalho, postura de trabalho, treinamento etc.)

    O mapeamento de risco surgiu na Itlia no final da dcada de 60 e no incio da dcada de 70, atravs do movimento sindical que, na poca, desenvolveu um modelo prprio de atuao na investigao e controle das condies de trabalho pelos trabalhadores, o conhecido Modelo Operrio Italiano. Tal modelo tinha como premissas a formao de grupos homogneos, a experincia ou subjetividade operria, a validao consensual e a no-delegao, possibilitando assim a participao dos trabalhadores nas aes de planejamento e controle da sade nos locais de trabalho, no delegando tais funes aos tcnicos e valorizando a experincia e o conhecimento operrio existente.

    O mapa de risco se disseminou por todo o mundo, chegando ao Brasil na dcada de 80. Existem duas verses de sua divulgao:

    A primeira atribui s reas acadmica e sindical, atravs de David Capistrano e outros estudiosos e o Diesat (Departamento Intersindical de Estudos de Sade e Ambiente de Trabalho);

    A segunda atribui Fundacentro (Fundao Jorge Duplat Figueiredo de Segurana e Medicina no Trabalho). Hoje o mtodo utilizado pelo INST (Instituto Nacional de Sade do Trabalhador da

    CUT. O mapa de risco de grande utilidade para:

    conscientizao e informao dos trabalhadores atravs da fcil visualizao dos riscos existentes na empresa. reunir as informaes necessrias para estabelecer o diagnstico da situao de segurana e sade no trabalho na empresa. possibilitar, durante a sua elaborao, a troca e divulgao de informaes entre os trabalhadores, bem como estimular sua participao nas atividades de preveno.

    Dentre os objetivos do Mapa de Riscos esto: a) reunir informaes suficientes para o estabelecimento de um diagnstico da situao de segurana e sade no trabalho do estabelecimento; b) possibilitar a troca e divulgao de informaes entre os servidores, bem como estimular sua participao nas atividades de preveno. IMPLANTAO DO MAPA DE RISCOS

    Conforme a Portaria n 05, de 17 de agosto de 1992, do Ministrio do Trabalho e

    emprego, a elaborao do Mapa de Riscos obrigatria para empresas com grau de risco e nmero de empregados que exijam a constituio de uma Comisso Interna de Preveno de Acidentes.

    O Mapa de Riscos a representao grfica dos riscos de acidentes nos diversos locais de trabalho, inerentes ou no ao processo produtivo, devendo ser afixado em locais

  • acessveis e de fcil visualizao no ambiente de trabalho, com a finalidade de informar e orientar todos os que ali atuam e outros que, eventualmente, transitem pelo local.

    De acordo com a Portaria n 25, o Mapa de Riscos deve ser elaborado pela CIPA, com a participao dos trabalhadores envolvidos no processo produtivo e com a orientao do Servio Especializado em Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho (SESMT) do estabelecimento, quando houver. considerada indispensvel colaborao das pessoas expostas ao risco.

    Os riscos devero ser representados em planta baixa ou esboo do local de trabalho (croqui) e os tipos de riscos relacionados em tabelas prprias, anexas referida portaria.

    Posteriormente os mapas devero ser afixados em locais visveis em todas as sees para o conhecimento dos trabalhadores, permanecendo no local at uma nova gesto da Cipa, quando ento os mesmos devero ser refeitos.

    O Mapa de Risco construdo sobre a planta baixa do ambiente ou da empresa, onde os riscos devem estar identificados pela cor e tamanho dos crculos conforme descritos nas tabelas abaixo:

    No mapa os riscos so indicados por crculos coloridos de trs tamanhos diferentes de acordo com o grau de risco apresentado :

    Para elaborar o Mapa de Risco ETAPAS DE ELABORAO a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: - os servidores: nmero, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurana e sade, jornada de trabalho; - os instrumentos e materiais de trabalho; - as atividades exercidas; - o ambiente. b) identificar os riscos existentes no local analisado; c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficcia: - medidas de proteo coletiva; - medidas de organizao do trabalho; - medidas de proteo individual; - medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatrios, vestirios, armrios, bebedouro, refeitrio, rea de lazer, etc.. d) identificar os indicadores de sade: - queixas mais freqentes e comuns entre os servidores expostos aos mesmos riscos; - acidentes de trabalho ocorridos; - doenas profissionais diagnosticadas;

  • - causas mais freqentes de ausncia ao trabalho. e) Conhecer os levantamentos ambientais j realizados no local; f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout do rgo, indicando atravs de crculos: - o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada; - o nmero de trabalhadores expostos ao risco; - a especificao do agente (por exemplo: qumico slica, hexano, cido clordrico; ou ergonmico repetitividade, ritmo excessivo); - a intensidade do risco, de acordo com a percepo dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos crculos. Exemplo de Mapa de Risco:

  • Gerenciamento de Resduos e Vigilncia Sanitria ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    Resoluo RDC n 306, de 07 de dezembro de 2004

    Dispe sobre o Regulamento Tcnico para o gerenciamento de resduos de servios de sade.

    O Regulamento Tcnico para o Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade, publicado

    inicialmente por meio da RDC ANVISA n. 33 de 25 de fevereiro de 2003, submete-se agora a um processo

    de harmonizao das normas federais dos Ministrios do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de

    Meio Ambiente/CONAMA e da Sade atravs da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria/ANVISA referentes

    ao gerenciamento de Resduos de Servios de Sade (RSS).

    Este Regulamento aplica-se a todos os geradores de Resduos de Servios de Sade-RSS.

    GERENCIAMENTO DOS RESDUOS DE SERVIOS DE SADE

    O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de procedimentos de gesto, planejados e

    implementados a partir de bases cientficas e tcnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a

    produo de resduos e proporcionar aos resduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente,

    visando proteo dos trabalhadores, a preservao da sade pblica, dos recursos naturais e do meio

    ambiente.

    O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos fsicos, dos recursos

    materiais e da capacitao dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS.

    Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade - PGRSS,

    baseado nas caractersticas dos resduos gerados e em sua classificao, estabelecendo as diretrizes de

    manejo dos RSS.

    O PGRSS a ser elaborado deve ser compatvel com as normas locais relativas coleta, transporte e

    disposio final dos resduos gerados nos servios de sade, estabelecidas pelos rgos locais responsveis

    por estas etapas.

    O manejo dos RSS entendido como a ao de gerenciar os resduos em seus aspectos intra e extra

    estabelecimento, desde a gerao at a disposio final, incluindo as seguintes etapas:

    SEGREGAO - Consiste na separao dos resduos no momento e local de sua gerao, de acordo com

    as caractersticas fsicas, qumicas, biolgicas, o seu estado fsico e os riscos envolvidos.

    ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resduos segregados, em sacos ou recipientes

    que evitem vazamentos e resistam s aes de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de

    acondicionamento deve ser compatvel com a gerao diria de cada tipo de resduo.

    o Os resduos slidos devem ser acondicionados em saco constitudo de material resistente a

    ruptura e vazamento, impermevel, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os

    limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

  • o Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavvel, resistente punctura,

    ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com

    cantos arredondados e ser resistente ao tombamento.

    o Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto no

    necessitam de tampa para vedao.

    o Os resduos lquidos devem ser acondicionados em recipientes constitudos de material

    compatvel com o lquido armazenado, resistentes, rgidos e estanques, com tampa rosqueada

    e vedante.

    IDENTIFICAO - Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resduos

    contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informaes ao correto manejo dos RSS.

    o A identificao deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta

    interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de

    armazenamento, em local de fcil visualizao, de forma indelvel, utilizando-se smbolos,

    cores e frases, atendendo aos parmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, alm

    de outras exigncias relacionadas identificao de contedo e ao risco especfico de cada

    grupo de resduos:

    Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E

    Smbolo de substncia infectante

    Smbolo de risco associado ao nome da substancia qumica e

    frases de risco

    Smbolo internacional de

    presena de radiao ionizante

    Smbolo dos materiais reciclveis

    Smbolo de substncia infectante acrescido da inscrio de RESDUO PERFUROCORTANTE

    o A identificao dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poder ser feita

    por adesivos, desde que seja garantida a resistncia destes aos processos normais de

    manuseio dos sacos e recipientes.

    TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resduos dos pontos de gerao at local

    destinado ao armazenamento temporrio ou armazenamento externo com a finalidade de

    apresentao para a coleta.

    o O transporte interno de resduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e

    em horrios no coincidentes com a distribuio de roupas, alimentos e medicamentos,

    perodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito

    separadamente de acordo com o grupo de resduos e em recipientes especficos a cada grupo

    de resduos.

    o Os recipientes para transporte interno devem ser constitudos de material rgido, lavvel,

    impermevel, provido de tampa articulada ao prprio corpo do equipamento, cantos e bordas

    arredondados, e serem identificados com o smbolo correspondente ao risco do resduo neles

    contidos, de acordo com este Regulamento Tcnico. Devem ser providos de rodas revestidas

    de material que reduza o rudo. Os recipientes com mais de 400 L de capacidade devem

    possuir vlvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar

    os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas

    reguladoras do Ministrio do Trabalho e Emprego.

  • ARMAZENAMENTO TEMPORRIO - Consiste na guarda temporria dos recipientes contendo os

    resduos j acondicionados, em local prximo aos pontos de gerao, visando agilizar a coleta dentro

    do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado

    apresentao para coleta externa. No poder ser feito armazenamento temporrio com disposio

    direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatria a conservao dos sacos em recipientes de

    acondicionamento.

    o O armazenamento temporrio poder ser dispensado nos casos em que a distncia entre o

    ponto de gerao e o armazenamento externo justifiquem.

    o A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resduos deve ter pisos e paredes

    lisas e lavveis, sendo o piso ainda resistente ao trfego dos recipientes coletores. Deve

    possuir ponto de iluminao artificial e rea suficiente para armazenar, no mnimo, dois

    recipientes coletores, para o posterior traslado at a rea de armazenamento externo.

    Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resduos, deve estar identificada como

    SALA DE RESDUOS.

    o A sala para o armazenamento temporrio pode ser compartilhada com a sala de utilidades.

    Neste caso, a sala dever dispor de rea exclusiva de no mnimo 2 m2, para armazenar, dois

    recipientes coletores para posterior traslado at a rea de armazenamento externo.

    o No armazenamento temporrio no permitida a retirada dos sacos de resduos de dentro

    dos recipientes ali estacionados.

    o Os resduos de fcil putrefao que venham a ser coletados por perodo superior a 24 horas

    de seu armazenamento, devem ser conservados sob refrigerao, e quando no for possvel,

    serem submetidos a outro mtodo de conservao.

    o O armazenamento de resduos qumicos deve atender NBR 12235 da ABNT

    TRATAMENTO - Consiste na aplicao de mtodo, tcnica ou processo que modifique as

    caractersticas dos riscos inerentes aos resduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminao,

    de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no prprio

    estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condies de

    segurana para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas

    para tratamento de resduos de servios de sade devem ser objeto de licenciamento ambiental, de

    acordo com a Resoluo CONAMA n. 237/1997 e so passveis de fiscalizao e de controle pelos

    rgos de vigilncia sanitria e de meio ambiente.

    ARMAZENAMENTO EXTERNO - Consiste na guarda dos recipientes de resduos at a realizao da

    etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veculos coletores.

    o O armazenamento externo, denominado de abrigo de resduos, deve ser construdo em

    ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado coleta, possuindo, no mnimo, 01

    ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resduos do Grupo A

    juntamente com o Grupo E e 01 ambiente para o Grupo D. O abrigo deve ser identificado e

    restrito aos funcionrios do gerenciamento de resduos, ter fcil acesso para os recipientes de

    transporte e para os veculos coletores. Os recipientes de transporte interno no podem

    transitar pela via pblica externa edificao para terem acesso ao abrigo de resduos.

    o O trajeto para o traslado de resduos desde a gerao at o armazenamento externo deve

    permitir livre acesso dos recipientes coletores de resduos, possuir piso com revestimento

    resistente abraso, superfcie plana, regular, antiderrapante e rampa, quando necessria,

    com inclinao de acordo com a RDC ANVISA n. 50/2002.

    o Identificao na porta com o smbolo de acordo com o tipo de resduo armazenado;

    o Ter localizao tal que no abra diretamente para a rea de permanncia de pessoas e,

    circulao de pblico, dando-se preferncia a locais de fcil acesso coleta externa e prxima

    a reas de guarda de material de limpeza ou expurgo.

  • COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS -Consistem na remoo dos RSS do abrigo de resduos

    (armazenamento externo) at a unidade de tratamento ou disposio final, utilizando-se tcnicas que

    garantam a preservao das condies de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da

    populao e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientaes dos rgos de limpeza

    urbana. o A coleta e transporte externos dos resduos de servios de sade devem ser realizados de

    acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT.

    DISPOSIO FINAL - Consiste na disposio de resduos no solo, previamente preparado para receb-los, obedecendo a critrios tcnicos de construo e operao, e com licenciamento ambiental

    de acordo com a Resoluo CONAMA n.237/97.

    GRUPOS DE RESDUOS E MANEJO INDICADO

    GRUPO A:

    Resduos com a possvel presena de agentes biolgicos que, por suas caractersticas, podem

    apresentar risco de infeco. So divididos em 5 subgrupos:

    A1

    - Culturas e estoques de microrganismos; resduos de fabricao de produtos biolgicos, exceto os

    hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferncia, inoculao ou mistura de culturas; resduos de laboratrios de manipulao

    gentica.

    - Resduos resultantes da ateno sade de indivduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminao biolgica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevncia epidemiolgica e risco

    de disseminao ou causador de doena emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmisso seja desconhecido.

    - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminao ou por m conservao, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

    - Sobras de amostras de laboratrio contendo sangue ou lquidos corpreos, recipientes e materiais

    resultantes do processo de assistncia sade, contendo sangue ou lquidos corpreos na forma livre.

    o MANEJO DE RSS

    - Devem ser submetidos a tratamento, utilizando-se processo fsico ou outros processos que vierem a ser

    validados para a obteno de reduo ou eliminao da carga microbiana, em equipamento compatvel com Nvel III de Inativao Microbiana

    A2

    - Carcaas, peas anatmicas, vsceras e outros resduos provenientes de animais submetidos a processos de

    experimentao com inoculao de microorganismos, bem como suas forraes, e os cadveres de animais

    suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevncia epidemiolgica e com risco de disseminao,

    que foram submetidos ou no a estudo antomo-patolgico ou confirmao diagnstica.

    o MANEJO DE RSS

  • Os resduos do Grupo A2 devem ser submetidos a processo de tratamento com reduo de carga

    microbiana compatvel com nvel III de inativao e devem ser encaminhados para: - aterro sanitrio licenciado ou local devidamente licenciado para disposio final de resduos dos servios de

    sade, - sepultamento em cemitrio de animais

    A3

    - Peas anatmicas (membros) do ser humano; produto de fecundao sem sinais vitais, com peso menor

    que 500 gramas ou estatura menor que 25 centmetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que no

    tenham valor cientfico ou legal e no tenha havido requisio pelo paciente ou familiares.

    o MANEJO DE RSS

    Aps o registro no local de gerao, devem ser encaminhados para:

    I - Sepultamento em cemitrio, desde que haja autorizao do rgo competente do Municpio, do Estado ou do Distrito Federal ou;

    II - Tratamento trmico por incinerao ou cremao, em equipamento devidamente licenciado para esse fim.

    A4

    - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

    - Filtros de ar e gases aspirados de rea contaminada; membrana filtrante de equipamento mdico-hospitalar

    e de pesquisa, entre outros similares.

    - Sobras de amostras de laboratrio e seus recipientes contendo fezes, urina e secrees, provenientes de pacientes que no contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem

    apresentem relevncia epidemiolgica e risco de disseminao, ou microrganismo causador de doena emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmisso seja

    desconhecido ou com suspeita de contaminao com prons.

    - Resduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspirao, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plstica que gere este tipo de resduo.

    - Recipientes e materiais resultantes do processo de assistncia sade, que no contenha sangue ou lquidos corpreos na forma livre.

    - Peas anatmicas (rgos e tecidos) e outros resduos provenientes de procedimentos cirrgicos ou de estudos antomo-patolgicos ou de confirmao diagnstica.

    - Carcaas, peas anatmicas, vsceras e outros resduos provenientes de animais no submetidos a

    processos de experimentao com inoculao de microorganismos, bem como suas forraes.

    - Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual ps-transfuso.

    o MANEJO DE RSS

    Estes resduos podem ser dispostos, sem tratamento prvio, em local devidamente licenciado para

    disposio final de RSS.

    A5

    - rgos, tecidos, fluidos orgnicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais

    resultantes da ateno sade de indivduos ou animais, com suspeita ou certeza de contami