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BIOSSEGURANÇA INTRODUÇÃO O trabalho de biossegurança no consultório odontológico visa à proteção do profissional, do paciente, do pessoal auxiliar; do laboratório, dos profissionais que lidam com o lixo contaminado e do meio ambiente. Exige-se que o ACD seja muito bem educado para isto. Deve ser meticuloso; gostar do que faz; ser treinado e compreender a importância e necessidade do procedimento. CONCEITOS BÁSICOS MAIS USADOS EM BIOSSEGURANÇA Os termos aqui definidos servirão para a melhor compreensão dos temas específicos que serão abordados durante o desenvolvimento da apostila. Aerossóis: Partículas contaminadas por microorganismos que ficam suspensos no ar, menores que 100 micra de diâmetro. Anti-sepsia: É o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos microorganismos na pele ou mucosa, realizado por meio de substância anti-séptica. Assepsia: Conjunto de meios usados para impedir a penetração de microorganismos numa área ou artigo que não os possuía. Biossegurança: Conjunto de ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde do homem, animais e meio ambiente.

apostila de Biossegurança

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BIOSSEGURANÇA

INTRODUÇÃO

O trabalho de biossegurança no consultório odontológico visa à proteção do profissional, do paciente, do pessoal auxiliar; do laboratório, dos profissionais que lidam com o lixo contaminado e do meio ambiente. Exige-se que o ACD seja muito bem educado para isto. Deve ser meticuloso; gostar do que faz; ser treinado e compreender a importância e necessidade do procedimento. CONCEITOS BÁSICOS MAIS USADOS EM BIOSSEGURANÇA Os termos aqui definidos servirão para a melhor compreensão dos temas específicos que serão abordados durante o desenvolvimento da apostila.

Aerossóis: Partículas contaminadas por microorganismos que ficam suspensos no ar, menores que 100 micra de diâmetro.

Anti-sepsia: É o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos microorganismos na pele ou mucosa, realizado por meio de substância anti-séptica.

Assepsia: Conjunto de meios usados para impedir a penetração de microorganismos numa área ou artigo que não os possuía.

Biossegurança: Conjunto de ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde do homem, animais e meio ambiente.

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Contaminação: Refere-se ao ato de levar aos objetos vivos, ou não, material indesejável que pode ser constituído por microorganismos ou substâncias químicas de variada natureza.

Degermação: É a remoção de detritos, impurezas, sujidades e microorganismos da flora transitória e alguns da flora residente depositados sobre a pele do paciente ou das mãos da equipe odontológica através da ação mecânica de detergente, sabão e escovação ou pela utilização de substâncias químicas (anti-séptica).

Descontaminação: Procedimento que tem por objetivo a redução, sem a eliminação completa dos microorganismos devido à presença da matéria orgânica (sangue, secreções corpóreas, pus, saliva) que se encontram sobre o instrumental ou superfícies.

Desinfecção: É o processo que destrói grande parte dos microorganismos patogênicos (vírus, bactérias, mas não necessariamente esporos), e é indicada para submeter artigos e superfícies (ex: cadeira, armários, piso, etc).

Detergente Enzimático : produto de limpeza à base de enzimas laboratoriais (como proteases, amilases, lapases, etc), que agem na remoção do complexo enzima/matéria orgânica (sangue, pus, etc) do artigo que está sendo tratado.

EPI (s): Equipamentos de proteção individual (protetores ocular e facial, mascara, luvas, aventais, sapatilhas, etc).

Esporo: Forma de repouso ou de resistência do microorganismo (bactéria, fungo).

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Esterilização: É o processo em que todos os microorganismos são completamente eliminados (vírus, bactérias e esporos); é utilizada para garantir o uso seguro dos instrumentais.

Expurgo: Área de manipulação de todos os artigos contaminados.

Infecção: Processo pelo qual ocorre uma invasão por microorganismos no hospedeiro com ou sem doença manifestada. Estes microorganismos, que podem ser da flora do hospedeiro ou não, invadem os tecidos orgânicos em que houve perda de continuidade. A infecção pode ser classificada de acordo com a sua origem em:

Fonte de Infecção: São locais onde os microorganismos são encontrados, quer sejam no seu habitat natural ou quando há contaminação. Desta forma, as fontes de infecção compreendem todos os locais nos quais os microorganismos podem ser encontrados. Como exemplo de fonte de infecção no ambiente clínico temos a poeira do consultório, que se encontra sobre o mobiliário ou em suspensão; as gotículas produzidas pela fala, espirro ou tosse da equipe odontológica e do paciente, as secreções orgânicas dos pacientes e os aerossóis produzidos pelas pontas (alta rotação, baixa rotação e seringa tríplice) que podem atingir o equipamento, piso e outros locais, bem como a equipe odontológica e o paciente. Estes aerossóis estão contaminados com secreções como saliva, pus, sangue, etc.

Infecção Cruzada: É uma forma de infecção exógena em que o agente infeccioso é transmitido de um paciente para outro através das mãos do profissional e/ou pessoal auxiliar ou através do equipamento e instrumental contaminado.

Limpeza: Eliminação de sujidade (material orgânico, corpo estranho) como finalidade de manter o asseio e a higiene do ambiente, através de água e sabão ou detergente.

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Monitoração: Controle do padrão de eficácia de procedimentos, principalmente de esterilização através de indicadores apropriados.

PRINCÍPIOS E BASES DO CONTROLE DE INFECÇÃO

O controle de infecção baseia-se em princípios e barreiras que impedirão a contaminação de pacientes e de profissionais de saúde. Apesar de simples, criar uma rotina de controle de infecção envolverá todo o pessoal e participante do atendimento ao paciente, principalmente no que se refere ao conhecimento das normas que devem ser seguidas. È de fundamental importância que se conheçam os princípios e fundamentos em que se baseia o controle de infecção quando se forem tomar decisões no consultório dentário.

PROCESSO DE CONTAMINAÇÃO

A maneira pela qual a contaminação de uma pessoa para outra

acontece é chamada de processo de contaminação. Ele envolve a

existência de três componentes, que são:

1. O agente 2. O hospedeiro 3. O meio de transmissão

Esses três componentes são essenciais para que exista a

contaminação de uma pessoa para outra. Se algum destes não estiver presente, a cadeia se quebra, eliminando a possibilidade de infecção.

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O Agente

É chamado agente qualquer microorganismo capaz de causar uma infecção. São os chamados patógenos. Agentes patógenos são vírus, bactérias, fungos e protozoários. Há agentes patógenos que somente sobrevivem no sangue, como o HBV (Hepatite B) e HIV (AIDS). Os agentes que causam maior preocupação aos dentistas são os que vivem em sangue.

O Hospedeiro

É qualquer indivíduo não apresentando resistência a algum patógeno (vírus, bactérias, fungos e protozoários). Muitos fatores influenciam na maior ou menor susceptibilidade de um hospedeiro, como: hereditariedade, estado nutricional, uso de medicamentos e imunização, entre outros. Por exemplo, um indivíduo com nutrição inadequada pode ser mais susceptível ao desenvolvimento de determinada infecção que outro com nutrição adequada. Medicamentos como esteróides ou quimioterapia tendem a aumentar a susceptibilidade ao desenvolvimento de doenças. O estado de imunização de um individuo também é importante. Indivíduos imunizados para poliomielite, sarampo ou hepatite B podem eliminar qualquer chance de infecção por essas doenças.

O Meio de Transmissão

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É o modo através do qual um agente é transmitido a um hospedeiro.

A maioria dos agentes são transmitidos por contato, inalação ou através de

um veiculo como alimentos ou água.

A transmissão por contato é a que ocorre através de contato direto, como sangue em contato com uma ferida, ou por contato indireto, por meio de algum objeto intermediário contaminado. Há também a contaminação através de gotículas produzidas em espirros, tosse ou em procedimentos odontológicos. Em casos de transmissão pelo ar, os microrganismos ficam suspensos no ar por longos períodos de tempo e podem assim ser inalados. Os vírus que vivem em sangue como HBV e HIV não são transmitidos pelo ar. A tuberculose e o sarampo são doenças que podem ser transmitidas pelo ar.

Entre as doenças de reconhecida transmissão ocupacional na pratica odontológica, podem-se destacar a Hepatite B, considerada a de maior risco de contaminação; o Herpes, que tem a maior freqüência; e a AIDS, que apesar de pequeno risco ocupacional, é a que mais amedronta e mobiliza os profissionais para a adoção das medidas universais de biossegurança. por sua gravidade. O vírus da Hepatite B é o mais facilmente transmissível, especialmente, por ocorrer na saliva e por sua concentração no sangue ser de mais de cem milhões por ml de sangue, enquanto que no HIV, há no máximo cem vírus por ml.

Ainda não existe estudo epidemiológico consistente que comprove a transmissão do HIV pela saliva. Entretanto, como a saliva é constantemente contaminada por sangue durante procedimentos odontológicos. torna-se prudente tomar todas as precauções para minimizar o contato com saliva contaminada.

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Para que o cirurgião dentista mantenha um efetivo controle de infecção odontológico durante a realização dos procedimentos clínicos é necessário a criação de uma classificação dos materiais e dos procedimentos clínicos quanto ao risco de transmitirem infecção. Os materiais são classificados em:

Materiais Críticos: São aqueles que entram em contato direto com os tecidos, cortando-os ou perfurando-os (ex: agulhas, instrumentos para cirurgia, pinças, instrumentos de corte e ponta, etc).

Materiais Não-críticos: São aqueles que não entram em contato direto com os tecidos (pote Dappen, refletores, puxadores de gavetas, etc).

Materiais Semi-críticos: São aqueles que entram em contato direto com os tecidos sem entretanto cortá-los ou perfurá-los (turbinas, micro-motor, seringa tríplice, porta-amálgama, discos, moldeiras, etc).

Os procedimentos odontológicos clínicos e cirúrgicos são também classificados segundo o risco de contaminação em:

Procedimentos Críticos: São aqueles em que há penetração no sistema vascular. Ex: cirurgias, raspagens subgengival ou curetagens periodontais, etc.

Procedimentos Não-Críticos: São aqueles quando não há penetração no sistema vascular e não entram em contato com as secreções orgânicas. Em odontologia não existem procedimentos que possam ser classificados dentro desta categoria.

Procedimentos Semi-Críticos: São aqueles que entram em contato com secreções orgânicas (saliva) sem invadir o sistema vascular. Ex: entulhamento de material restaurador, colocação de aparelho ortodôntico, exame radiográfico, etc.

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EXPOSIÇÃO A MICROORGANISMOS PATÓGENOS

A exposição à saliva pode ocorrer de diversas maneiras:

1. Exposição parenteral (acontece como resultado de perfuração da pele por agulhas e instrumentos cortantes);

2. Contato com mucosas; 3. Contato com feridas e abrasões da pele.

Estudos epidemiológicos demonstram que a exposição parenteral é a

de maior risco relativamente à infecção. A transmissão do HBV e HIV após exposição parenteral já foi relatada na literatura. Com base em estudos com profissionais da área de saúde, o risco de contaminação pelo HBV em seguida a perfuração por agulha contaminada varia de 6% a 30%. Em circunstancias semelhantes. o risco para o HIV é menor que 1%.

Nem toda exposição resulta em infecção. O risco de transmissão do

HBV e HIV, bem como outros patógenos, é influenciado por diversos fatores, incluindo:

1. Tipo de exposição; 2. Dose do vírus transferido durante exposição; 3. Diferenças de susceptibilidade entre hospedeiros; 4. Diferenças e variações no processo de infecção no individuo

contaminado; 5. Numero de exposições.

MEDIDAS PARA PROTEÇÃO DO PACIENTE E DA EQUIPE ODONTOLÓGICA

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A elaboração de um programa de controle de infecção efetivo deve seguir um conjunto de medidas técnicas básicas. Essas medidas têm como objetivo principal à prevenção e a proteção contra as doenças infecto-contagiosas ocupacionais. Essas medidas incluem as imunizações, anamneses, barreiras que protegem o profissional ou equipamentos de proteção individual (EPI), procedimentos de lavagem das mãos e calçamentos de luvas, barreiras que protegem superfícies, barreiras que impedem a contaminação de microrganismos nos aerossóis, esterilização, desinfecção, anti-sepsia. Finalmente, a ergonomia, as radiações, exames médicos e laboratorial periódicos, onde se incluem os exames oftalmológicos e avaliações audiométricas, e as férias anuais, que apesar de não estarem direta ou indiretamente ligada às medidas de biossegurança no que diz respeito à infecção cruzada, não devemos nos esquecer da proteção pessoal através da prevenção contra as doenças profissionais sistêmicas e degenerativas, às quais o cirurgião-dentista e o Auxiliar de consultório Dentário está sujeito.

IMUNIZAÇÕES

Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendar a vacinação como uma das medidas preventivas contra várias doenças infecto-contagiosas, pesquisas têm demonstrado que poucos profissionais, estudantes e funcionários da área de saúde se submetem à vacinação contra doenças virais graves, como hepatite B. Calcula-se que o cirurgião-dentista e o ACD que atende vinte pacientes por dia atenderá um paciente de hepatite B assintomático, dois pacientes infectados pelo HSV e um número desconhecido de portadores de HIV por semana. As principais vacinas recomendas são:

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Vacina contra a hepatite B – A hepatite B é considerada na atualidade como um dos problemas mundiais de saúde publica por ser uma doença viral grave e letal, já que pode evoluir para uma forma crônica, para uma cirrose ou para um câncer. O cirurgião-dentista, o técnico de higiene dental e o auxiliar de consultório dentário, apresentam 3 vezes mais riscos de adquirir a infecção pelo HBV, quando comparado com a população em geral. Como não há cura para a hepatite B, a vacinação é o meio mais seguro e eficaz de proteção pessoal indireta. Deve ser aplicada por via intramuscular (músculo deltóide) em 3 doses (0, 30 e 180 dias) e uma dose de reforço a cada 10 anos. Aconselhamos profissionais, pessoal auxiliar e familiares que 30 dias após ter tomado a última dose, realize o testes laboratoriais, o Anti-HBs, Anti-Bhe e Anti-HBc para se certificar da real imunidade contra a hepatite B. Quando do resultado negativo, a pessoa deve procurar um imunologista para melhor esclarecimento.

Vacina contra a hepatite A – É adminstrada em duas doses (6 em 6 meses ou de 12 em 12 meses).

Vacina contra tuberculose – BCG dose única.

Vacina tríplice viral – Recomendada contra Sarampo, Rubéola e Caxumba é administrada em uma única dose, independentemente de sexo.

Vacina antigripal – É indicada para toda equipe odontológica.

Vacina contra o tétano e difteria (duplo adulto) – É administrada a todos não vacinados anteriormente com a vacina tríplice (DPT). Composta de 2 doses, intramusculares, com intervalos de 4 a 8 semanas, e 3ª dose administrada após 6 a 12 meses da data da primeira dose. Deve ser feito o reforço a cada 10 anos.

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Varicela (catapora) – Doença de grande risco de transmissão nosocomial, através do contato direto e por via aérea. Duração da proteção: de 7 a 10 anos.

Apesar de as vacinas desempenharem importante papel no processo de controle de infecção, não podemos esquecer que existem moléstias para as quais não existem ainda uma forma de imunização como o HIV.

BARREIRAS QUE PROTEGEM O PROFISSIONAL OU EQUIPAMNETOS DE PROTECAO INDIVIDUAL (EPI)

São os dispositivos físicos que devemos usar para evitar o contato com os microorganismos durante os procedimentos odontológicos. Esses equipamentos são: avental clinico, avental cirúrgico, calça, luvas, gorro, óculos, mascara, sapatilhas (propé). Com o objetivo de reduzir a contaminação nas clinicas os profissionais antes de iniciarem as suas atividades trocam as suas roupas por seus uniformes específicos e ao terminarem as suas atividades deixam na lavanderia. LUVAS As luvas previnem o contato das mãos e antebraços com sangue, secreções, mucosas ou objetos contaminados pelos anteriores. Existem riscos para dentistas, auxiliares e pacientes quando as luvas não são vestidas. Mãos sem luvas devem ser o caminho pelo qual muitos dentistas e auxiliares se contaminaram pelo HBV nos últimos anos. A transmissão do dentista para o paciente também já foi documentada, tanto para o HBV como para o vírus do herpes. Vários trabalhos afirmam que as luvas devem ser olhadas somente como um meio para reduzir a contaminação mais maciça com sangue ou

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fluidos corpóreos, ou seja, não são barreiras perfeitas. Os dedos que mais apresentam micro-perfurações são os indicadores e o polegar. Alguns trabalhos aconselham o uso de luvas duplas, especialmente em cirurgias longas ou quando tratamos de pacientes com hepatite ou HIV. NORMAS NA UTILIZAÇÃO

- As luvas NÃO devem ser utilizadas fora das áreas de tratamento. - As luvas de procedimentos devem ser trocadas entre os tratamentos

de diferentes pacientes. - Lavar as mãos assim que retira-las. - A parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção. - As luvas devem ser checadas quanto à presença de rasgos ou furos

antes e depois de colocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra.

- As luvas de procedimentos devem sofrer uma desinfecção prévia. - Se as luvas se esgarçarem ou rasgarem durante o tratamento de um

paciente, devem ser removidas e eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente comunicado.

- Se houver ferimentos, as lesões devem ser tratadas e cobertas antes de se calçar outro par de luvas.

- Enquanto estiver de luvas, não manipular objetos pessoais: canetas, fichas e radiografias de pacientes, maçanetas, etc. Recomenda-se a utilização de sobre-luvas ou pinças esterilizadas.

- Em procedimentos cirúrgicos demorados ou com sangramento intenso, está indicado o uso de dois pares de luvas.

- As luvas podem diminuir a penetração em ate 50% em caso de perfuração.

- Luvas usadas não devem ser lavadas ou reutilizadas, pois perdem a qualidade, como: barreira de proteção.

- Em procedimentos de longa duração, acima de 3 horas, estas luvas devem ser trocadas.

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- As luvas de limpeza e manuseio de instrumentos, equipamentos e lixo, devem ser lavadas com água e sabão , desinfetadas, lavadas e deixadas para secar de ponta à cabeça.

AVENTAIS Os microorganismos se aderem às roupas e podem ser conduzidos a áreas distantes do ambiente profissional, por exemplo, para casa do profissional, contaminando seus familiares. Por isso, a roupa deve ser protegida com avental e este somente deve ser vestido e retirado no ambiente do consultório, antes da saída do profissional do ambiente de trabalho, ao qual se segue a lavagem das mãos. Temos dois tipos de aventais no consultório odontológico usado pelo ACD, um para procedimentos semicríticos e outro para procedimentos críticos. Para procedimentos semicríticos, o avental deve ter as seguintes características: gola tipo de padre, mangas longas com elástico nos punhos, comprimento ¾. Para procedimentos críticos, o avental está diretamente relacionado com o controle de infecção. Tanto o profissional quanto a auxiliar devem utilizar o avental cirúrgico durante este tipo de procedimento. O avental cirúrgico deve ter as seguintes características: gola de padre, mangas longas com rilana ou elástico, comprimento ¾, fechamento traseiro através de fitas e esterilizadas em autoclave. GORROS

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O gorro é de uso obrigatório para o cirurgião-dentista, pessoal auxiliar e paciente durante a realização de trabalhos que utilizem alta rotação, micro motor e peças de mão por produzirem aerossóis que contêm sangue e outros fluidos corpóreos. Estes aerossóis se constituem de microorganismos, alergênicos, substâncias tóxicas, etc, que podem atingir os cabelos da equipe odontológica e do paciente. O uso de gorro impede que o profissional e pessoal auxiliar levem para casa ou outros locais esses microorganismos que colonizaram seus cabelos e também evita uma contaminação direta, por exemplo, paciente/profissional, por microorganismos ou insetos-piolho. Recomendações:

1. Prender o cabelo sem deixar mechas pendentes; 2. Colocar o gorro recobrindo todo o cabelo e orelhas; 3. Ao retirar o gorro, puxe-o pela parte superior central e descarte-o no

lixo contaminado; 4. O gorro deve ser trocado a cada atendimento.

ÓCULOS Os olhos são porta de entrada de vários microorganismos. Eles possuem uma vascularização relativamente limitada, o que facilita a sua infecção. A não utilização dos óculos tem conseqüências desagradáveis. Uma simples conjuntivite pode afastar o profissional do trabalho por uma ou duas semanas. Além disso, protegem contra os microorganismos e evitam traumas de vários tipos, e evitam que o individuo toque nos olhos carregando contaminações. É aconselhável que os pacientes usem óculos de proteção, uma vez que ficam numa posição que facilita a agressão com instrumentos perfuro

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cortantes e contaminações com os vários poluentes oriundos dos aerossóis. Quando se usa radiação laser, esta proteção é imprescindível. Os óculos deverão ser o mais fechados possíveis e de boa qualidade ótica. Os de má qualidade têm aberrações óticas que podem prejudicar a visão,e usados em longo prazo. Lembretes Técnicos:

Não esqueça que a luz do fotopolimerizador pode lesar a retina. Devem ser usados óculos ou protetores cor laranja.

Toda a equipe deve usar óculos de proteção, incluindo o paciente.

Os óculos não devem ser tocados com as mãos desprotegidas.

Os óculos e mascaras de proteção não são necessários no contato social.

MÁSCARA A máscara representa a maior medida de proteção das vias aéreas superiores contra os microorganismos presentes em partículas de aerossóis produzidas durante os procedimentos clínicos ou durante um acesso de tosse, espirro ou fala. Estes aerossóis são considerados uma fonte de infecção potencial de doenças respiratórias crônicas ou agudas, tais como o resfriado com tuberculose, parótide, coqueluche e outros. Recomendações:

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1. Certifica-se, antes do inicio dos trabalhos, que a máscara está bem adaptada.

1. Não puxar a máscara para a região do pescoço (a máscara é

considerada material contaminado).

2. Não reutilizar máscaras descartáveis.

3. Falar o mínimo possível enquanto estiver usando máscara.

4. Não tocar na máscara após sua colocação.

5. Retirar a máscara somente após a retirada das luvas e lavagem das mãos, pára evitar contaminação.

6. Jogar a máscara em saco plástico para lixo contaminado ou saco

plástico para roupa suja.

7. Trocar a máscara quando espirrar ou tossir. SAPATILHAS A finalidade de uso de sapatilhas pode ser o controle da infecção ou o controle de sujidade. Quando usada em procedimentos críticos, a finalidade é controle da infecção. Somente usa-la no ambiente do procedimento, o profissional, o paciente e o ACD calçam a sapatilha ao entrar no ambiente e as remove antes de sair do mesmo. Em procedimentos sem-icritico, as sapatilhas ou propés podem ser usadas no controle da sujidade do consultório pelo profissional, paciente e ACD, sendo que o paciente calça sobre o sapato ao entrar e as remove ao sair e o profissional e ACD calçam no inicio do expediente e as removem ao sair. Devem ser retiradas introduzindo-se o dedo indicador na parte posterior da sapatilha, na altura do calcanhar.

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Como colocar e retirar as barreiras mecânicas

Quando se vê alguma confusão na hora de colocar ou tirar as barreiras mecânicas em cirurgia e em outros procedimentos, temos que seguir uma ordem racional.

Lavagem das mãos sapatilhas lavagem das mãos (minucioso)

gorro óculos máscara avental luvas

Retirada:

Avental luvas gorro óculos máscara sapatilhas lavagem das mãos final (minucioso). PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DAS MÃOS Lavar as mãos é o procedimento mais importante para impedir a transmissão de microorganismos de uma pessoa para outra. É muito importante conhecer a qualidade da flora microbiana das mãos. Existe a flora residente, que vive e se multiplica na pele e a transitória, composta de microorganismos transitórios e recentes que sobrevivem na pele por pouco tempo. A flora transitória pode muitas vezes conter patógenos tais como o HBV, muitas vezes adquirido de pacientes contaminados. A maioria dos microorganismos da flora residente causa muito dano e não implica em infecções diferentes daqueles da pele. Entretanto, algumas vezes estes podem causar infecções mais sérias, principalmente em pacientes que sofreram intervenções cirúrgicas onde

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uma solução de continuidade é estabelecida ou em pacientes imunosuprimidos. As mãos devem ser lavadas inicialmente ao atendimento de cada paciente e ao calçar as luvas; imediatamente após a remoção das luvas; quando as mãos forem contaminadas em caso de acidente; antes de deixar o consultório. Devemos retirar anéis, relógios e pulseiras; o ideal é estar com as unhas bem curtas. Quando as luvas se rasgam durante qualquer procedimento, as mãos devem ser lavadas antes da colocação de novas. Os quadros 1.1 descrevem em etapas seqüenciais a degermação das mãos para procedimentos clínicos.

Quadro 1.1 – Seqüência da degermação das mãos para procedimentos clínicos (sem escovação)

1. Abrir a torneira e molhar as mãos; 2. Garantir a presença de detergente com as mãos em concha; 3. Friccionar as palmas das mãos com movimentos para frente e para

trás; 4. Friccionar palma a palma com os dedos intercalados; 5. Friccionar o dorso da mão esquerda com a palma direita, o dorso da

mão direita com a palma esquerda;Friccionar espaços interdigitais; 6. Friccionar o polegar esquerdo, direito, as articulações; 7. Friccionar as unhas; 8. Friccionar o punho esquerdo, o punho direito; 9. Enxaguar as mãos com água corrente, retirando completamente

resíduos do detergente; deixar as mãos posicionadas para cima, enquanto procede-se a secagem; secar bem com compressas esterilizadas.

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BARREIRAS QUE PROTEGEM SUPERFÍCIES Estas barreiras visam à proteção contra aerossóis e partículas e contra a contaminação pelas mãos do profissional que entram em contato com a saliva do paciente. O uso de coberturas aumenta a eficiência do controle de infecção. Material utilizados para esta finalidade: plástico COBERTURAS OU BARREIRAS COM TECIDO ESTERILIZADO (CAMPO) As coberturas, polipropileno esterilizados deverão ser usadas em áreas possíveis de contaminação principalmente em atos cirúrgicos como em implantodontia. ESTERILIZAÇÃO

Método físico – calor

Método químico – solução

Método físico-químico – óxido de etileno

Basicamente o método de escolha para a esterilização é o físico, isto é, o uso do calor como meio de esterilização (autoclave). O processo de esterilização constitui-se, sem dúvida, numa das mais importantes etapas de um programa de controle de infecção. Não existe instrumental “quase estéril”, ou ele está ou não está esterilizado.

O autoclave deve ser testado quanto à sua eficiência através de indicadores biológicos representados por culturas Bacillus Sterothermophillus, microorganismos cujo esporos são difíceis de liquidar. E indicadores não biológicos, tiras de celulose impregnada com substâncias químicas sensíveis a determinadas temperaturas. Esquema geral de esterilização:

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Identificação dos materiais contaminados – todos os instrumentos expostos na

bandeja; Pré-lavagem e remoção de restos orgânicos dos instrumentos – 10 min. submersos em soluções desincrustantes (ENDOZIME), mais escovação rigorosa com água e sabão;

3. Lavagem em água corrente – O instrumental que apresentar articulações e/ ou conexões devem ser desarticulados antes da lavagem.

4. Secagem dos instrumentos 5. Embalagem dos instrumentais – papel grau cirúrgico tem um prazo de

validade da esterilização de 3 semanas a 8 semanas. 6. Etiquetar – identificação do material, data de esterilização e validade,

nome do responsável e fixar a fita do indicador químico.

7. Armazenamento em armários. OBS: A eficiência dos métodos de esterilização depende de um preparo adequado do instrumental que incluem a pré-lavagem, lavagem, secagem, embalamento e armazenamento. Falhas cometidas durante quaisquer etapas comprometem a eficácia da esterilização. Como realizar esterilização em autoclave: O primeiro passo para a realização de um ciclo de esterilização em autoclave é o conhecimento de como o aparelho funciona segundo as recomendações dadas pelo fabricante.

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Etapas do ciclo de esterilização nas autoclaves : 1. Preenche o reservatório destinado para colocação da água destilada; 2. Colocar a quantidade de água recomendada pelo fabricante; 3. Dispor os pacotes de modo a permitir a circulação do vapor sem que

estes toquem as paredes do aparelho; 4. Fechar a autoclave, verificando se houve completa adaptação da tampa; 5. Ligar o aparelho; 6. Ao término do ciclo de esterilização, seguir as recomendações do

fabricante para o processo de secagem. Aspectos importantes a serem observados na esterilização em autoclave que possam causar falhas:

- Uso de carga maior de 70%; - Volume de água excessivo; - Embalagens inadequadas; - Abertura do autoclave antes do esfriamento total; - Manutenção não adequada; - Despressurização da autoclave através do acionamento da válvula

de escape, favorecendo a condensação de vapor; - Falta de realização quinzenal de testes biológicos; - Rompimento das embalagens; - Não monitoramento em todos os ciclos de todos os pacotes com o

uso de testes químicos; - Falta de remoção de todo o ar residual do interior da câmara de

esterilização; - Queda de energia; - Uso de lubrificante não autoclavável; - Uso incorreto do aparelho; - Falta de limpeza e manutenção corretas do aparelho.

Esterilização por método químico

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Ácido peracético à 1% (Peresal) Imersão por 8h (esterilização)

Ácido Peracético 2% (Sekusept) Imersão por 30min (esterilização)

Ácido peracético

EElliimmiinnaa ffuunnggooss,, vvíírruuss ee bbaaccttéérriiaa eemm ffoorrmmaa vveeggeettaattiivvaa ee//oouu eessppoorruullaaddaa..

DDeessiinnffeeccççããoo aauuttoo ggrraauu eemm 1155mmiinn.. ee eesstteerriilliizzaa eemm 3300mmiinn.... AAmmpplloo eessppeeccttrroo ddee aaççããoo mmiiccrroobbiiaannaa.. AAttiivviiddaaddee nnaa pprreesseennççaa ddee mmaattéérriiaa oorrggâânniiccaa.. AAttóóxxiiccoo,, nnããoo aalleerrggêênniiccoo,, iirrrriittaannttee lleevvee,, bbiiooddeeggrraaddáávveell.. AAppóóss sseeccaaggeemm nnããoo ppoossssuuii eeffeeiittoo rreessiidduuaall.. AA ssoolluuççããoo eemm ccoonnttaattoo ccoomm oo aarr ssee ddeeggrraaddaa ee lliibbeerraa ooxxiiggêênniioo ee

áágguuaa.. PPoossssuuii ffiittaa iinnddiiccaaddoorraa ppaarraa lleeiittuurraa ddee ccoonncceennttrraaççããoo..

OObbss:: ÉÉ nneecceessssáárriioo oo uussoo ddee EEPPII

Esquema de esterilização a frio Lavar com água e sabão Secar o instrumental ou material Imersão em ácido peracético à 2% durante 30min. Fazer um breve enxágüe com água esterilizada ou soro Remoção do instrumental ou material com pinça esterilizada Secar com compressa esterilizada

DESINFECÇÃO

Desinfecção é o processo que destrói grande parte dos microorganismos patogênicos (vírus, bactérias, mas não necessariamente

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esporos). É recomendado para materiais e instrumentos semicríticos em que a esterilização por estufa ou autoclave não podem ser realizado, e em superfícies (chão, armários, paredes, equipamentos etc..).

Existem dois tipos de desinfecções: 1. De imersão, onde os instrumentos ou peças são colocadas dentro dos desinfetantes; 2. De superfície, onde os desinfetantes são aplicados nas partes externas das áreas a serem desinfetadas.

Para a realização correta da desinfecção é preciso realizar:

1. A pré-lavagem, lavagem e secagem do instrumental ou peça. 1. Imergir completamente na solução objetos e instrumentos secos,

sem que sejam retidas bolhas, a fim de não alterar a concentração final.

2. Manter o recipiente fechado, para não haver evaporação da solução e, conseqüentemente, contaminação do ambiente com vapores tóxicos irritantes, nem alteração da concentração da solução.

3. O tempo de atuação e de reutilização e a durabilidade depende de cada produto.

4. Os instrumentos ou peça devem ser retirados da solução com auxílio de pinça estéril.

5. Os instrumentos devem ser lavados com água e secados com compressas ou toalhas.

6. O operador deverá estar usando equipamento de proteção individual.

Orientação para limpeza e desinfecção do consultório odontológico:

Com a finalidade de reduzir a disseminação de microorganismos no consultório 0dontológico utilizamos a via de acesso primário. Um exemplo disto é a utilização de bandejas permitindo que todos os materiais estejam

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ao alcance direto do cirurgião dentista e ou do auxiliar sem precisar abrir gavetas. As bandejas também permitem com que o consultório seja liberado mais rapidamente, uma vez que são moveis saem do consultório a cada atendimento e são trocadas. As bandejas contaminadas são retiradas do consultório, levadas a central de biossegurança e neste ambiente são desinfetadas. Outro mecanismo para evitar a contaminação cruzada é a utilização da pinça de biossegurança, esta é utilizada para retirar qualquer material de dentro das bandejas.

Produtos utilizados para desinfecção são: Ácido peracético a 1%: Peresal Próteses - Deixar imerso durante 10 minutos depois lavar e secar

Moldes de alginatos - Todos os moldes devem ser lavados com água corrente, para remoção de sangue, saliva e secos com papel toalha. Os moldes devem ser acondicionados em caixa umidificadora durante 10 minutos durante a desinfecção para que o material não sofra alterações dimensionais significantes. Depois de executado a desinfecção, os moldes devem ser lavados com água corrente para a remoção do excesso de agente desinfetante.. Lavar e secar. Moldes em:silicone e pastas zinco-eugenólica Todos os moldes devem ser lavados em água corrente, para remoção de sangue, saliva e secos com papel toalha. Borrifar peresal e deixar durante 10 minutos, Lavar e secar.

Rotina de procedimentos (semicríticos) entre pacientes Retirar e descartar as luvas Colocar a luva de limpeza

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Colocar a turbina em rotação por 30 seg Retirar as coberturas descartáveis Retirar o lixo do porta detritos Remover os instrumentos cortantes e descartar em recipientes

duros Limpar e desinfetar a cuspideira Desinfetar as superfícies Colocar novas coberturas, nova bandeja e novo instrumental

ANTI-SEPSIA Anti-sepsia é o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos microorganismos na pele ou mucosa. É realizado por meio de anti-sépticos que podem ser classificados como agentes bactericidas, devido à sua capacidade de destruírem as bactérias nas formas vegetativas ou como agentes bacteriostáticos quando apenas inibem o crescimento destes microorganismos. Na pratica odontológica, em procedimentos de grande invasividade como cirurgias buco-maxilo-faciais, ortognáticas, implantes dentários, periodontais e orais menores. O rigor do preparo do campo operatório deve ser máximo para diminuir a probabilidade de invasão destes microorganismos na ferida cirúrgica. Inicialmente faz-se a anti-sepsia intra-oral, por meio de técnicas de escovação habituais e bochecho com solução gluconato de clorexidina 0,12%. Em seguida, a limpeza prévia da pele com água e sabonete neutro e depois com solução degermante de clorexidina 4% aplicados cuidadosamente com movimentos centrífugos, procedendo-se em seguida, a colocação dos campos operatórios. Nos procedimentos pouco evasivos e não evasivos como radiológicos, dentísticos, protéticos e ortodônticos, é indicado o uso de anti-sépticos na forma de bochecho, para redução da microbiota oral. Este ato tem como objetivo prevenir bacteremias e reduzir a contaminação geradas pelos aerossóis, contribuindo para a segurança profissional.

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Descarte do material contaminado

O objetivo deste tópico é fornecer informações básicas sobre o gerenciamento de resíduos odontológicos e protocolos práticos facilmente utilizáveis para eliminação absolutamente segura de cada resíduo gerado. Resíduo do grupo A – RESÍDUO BIOLÓGICO

O lixo sólido, como gaze, algodão, sugadores, luvas, campos cirúrgicos e outros devem ser colocados em saco branco leitoso, resistente à punctura, ruptura e vazamento impermeável e apresentar o símbolo do grupo e a identificação do tipo de resíduo “substância infectante. Os Objetos pérfuro-cortantes, como agulhas de anestesia e sutura, lâminas de bisturi limas e outros devem ser colocados em caixas de papelão tipo Descartex. com o símbolo do grupo e a palavra “INFECTANTE”.

O preenchimento dos recipientes devem envolver somente 2/3 do seu volume.

Resíduo do grupo B –

Os resíduos do grupo B devem ser acondicionados em recipientes

adequado para cada tipo de resíduo. As folhinhas de chumbo do filme radiográfico deverão ser

descartadas em recipiente separado, propriamente rotulado. Os resíduos líquido contendo substância química, como fixador e

revelador de RX, entre outros, devem ser acondicionados na embalagem original ou similar.

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Todos recipientes do grupo B devem apresentar o símbolo universal de substância tóxica de acordo com a NBR 7500/00 acrescido da expressão RISCO QUÍMICO.

PREVENÇÃO E CONDUTAS FRENTE A ACIDENTE DE TRABALHO

Na odontologia é praticamente impossível para o cirurgião- dentista e o auxiliar saber, com certeza, se o paciente é portador de algum patógeno possível de transmissão, já que a história médica(anamnese) e o exame clínico nem sempre permitem tal identificação. Esse fato faz com que o uso das precauções-padrão seja de fundamental importância para se evitar infecção ocupacional a partir de uma exposição acidental.

Cuidados específicos recomendados:

- Adotar todas imunizações (vacinas) existentes; - Cuidado ao manusear instrumentos; - As agulhas devem ser descartáveis; - Não reencapar agulhas com as mãos; - Utilizar a pinça clínica para reencapar a agulha; - Não entortar ou quebrar agulhas usadas; - Cuidado ao retirar lamina de bisturi (montar com auxílio de pinças); - Cuidado com brocas montadas em canetas e micro-motor (posicioná-las

de forma que evite que machuquem mãos e antebraços); - Use sempre recipientes rígidos para colocar estes itens. Exposições acidentais de significância:

1. Perfuração com agulha contaminada. 2. Ferida causada por instrumentais contaminados.

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3. Contaminação de qualquer ferida aberta ou membrana mucosa por saliva, sangue ou qualquer outro fluido que possa transmitir doenças infecciosas.

Obs: Exposição de pele intacta a fluidos corporais do paciente não é considerada de importância.

Condutas frente a acidentes de trabalho

Procedimentos recomendados em casos de exposição acidental

Esses procedimentos incluem cuidados locais na área exposta, recomendações específicas para imunização contra tétano e medidas de quimioprofilaxia e acompanhamento sorológico para hepatite B , C e Aids.

1º Passo – descontaminação do sitio exposto

1. lavagem rigorosa com água e sabão, em caso de exposição percutânea. O uso de solução anti-séptica degermante (PVP-iodo ou clorexidina) também pode ser recomendado.

2. Após exposição em mucosas, é recomendada a lavagem exaustiva com água ou solução fisiológica.

3. Irrigar os olhos com água ou solução oftalmológica estéril. 4. Os procedimentos que aumentam a área exposta (cortes,

injeções locais) e substâncias como hipoclorito de sódio ou glutaraldeído são contra-indicados.

2º Passo – determinar o risco de exposição

1. Perfuração com agulha contaminada

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2. Ferida causada por instrumento cortante 3. Contaminação de qualquer ferida aberta ou mucosa pela saliva,

sangue ou outro fluido. 4. Volume de material envolvido. 5. Carga viral. 6. Susceptibilidade do acidentado.

Caso o paciente possa ser identificado, obter permissão para fazer teste

sorológico e encaminhar (paciente e pessoa exposta) a uma clínica para testes para Hepatites B e C e para HIV, pelo menos. Testes sorológicos: 1º. No máximo até 7 dias da ocorrência (serve de base para avaliações posteriores); 2º. Aos 3 meses (negativo – ainda não significa que não há contaminação); 3º. Aos 6 meses (negativo – o indivíduo está de alta; não há mais risco de ter havido contaminação).

Professor Ricardo aguilar Curso de implantodontia