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DIREITO CONSTITUCIONAL ALUNA: Natalia Damião CURITIBA

apostila constitucional

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O que é constituição?É uma norma de maior valor no ordenamento jurídico, que implica em condutas de como as pessoas devem se portar diante da sociedade como um todo, ou seja, cria regras para o Estado, constitui conjunto de valores, pois diz quem nós somos(estado democrático), e quem queremos ser, a constituição serve de base para o crescimento da sociedade, ajudando a formar sua personalidade(tem dimensão de horizonte, os juristas e quem a compreende e transforma a constituição).

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DIREITO CONSTITUCIONAL

ALUNA: Natalia Damião

CURITIBA

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DIREITO CONSTITUCIONAL.

O que é constituição?

É uma norma de maior valor no ordenamento jurídico, que implica em condutas de como as

pessoas devem se portar diante da sociedade como um todo, ou seja, cria regras para o

Estado, constitui conjunto de valores, pois diz quem nós somos(estado democrático), e quem

queremos ser, a constituição serve de base para o crescimento da sociedade, ajudando a

formar sua personalidade(tem dimensão de horizonte, os juristas e quem a compreende e

transforma a constituição).

Constitucionalismo Antigo.

É definido como um conjunto de princípios escritos ou costumeiros voltados a afirmação de

direitos a serem confrontados perante o monarca, bem como a simultânea limitação dos

poderes deste.

Constitucionalismo Moderno.

Se desenvolve o capitalismo, protegido pela propriedade privada.

É o conjunto de regras e princípios postos de modo consciente a partir de teorias e

movimentos ideológicos voltados a organizar o Estado segundo sistemática que estabelecesse

limitações ao poder político, além de direitos e garantias fundamentais em favor dos membros

da comunidade.

O jusnaturalismo diz que o homem nasce com direitos fundamentais, cabe ao Estado

reconhecê - lôs( Loocke).

Teve início na transição da monarquia absolutista para o Estado liberal, já no final do século

XVIII. É dessa fase, ademais, o esforço em documentar as constituições sob formas solenes,

daí surgindo a tendência de “universalização da constituição escrita” desde as primeiras

constituições do período (Constituições norte-americana de 1787 e francesa de 1789) até os

dias atuais. LOCKE, MONTESQUIEU e ROUSSEAU são apontados como os principais precursores

do constitucionalismo moderno, exatamente porque nas ideias contratualistas por eles

difundidas se encontravam teorias sobre o Estado com base na vontade popular, de forma

dissociada das explicações teológicas que até então serviam de fundamentos à titularidade do

poder estatal.

Todavia, o constitucionalismo moderno não é movimento que se resuma a territórios ou

tempo determinados. Está presente em todas as intervenções voltadas a novas formas de

ordenação e sistematização do Estado e do poder político. Com isso, sofre influências das

ideologias e pensamentos reinantes em cada período histórico e contexto social. Esse o motivo

para se afirmar tanto que o constitucionalismo é “técnica jurídica” de limitação do poder que

varia de acordo com a época e a tradição de cada país, como para se sustentar a existência de

múltiplos movimentos constitucionalistas, especialmente o constitucionalismo inglês, o norte-

americano e o francês.

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- a carta magna 1215, não é um exemplo de constituição moderna, mas ela já traz em seu

texto elementos essenciais deste moderno constitucionalismo: limitação do poder do Estado e

a declaração dos Direitos fundamentais da pessoa humana. Podemos dizer que desde então,

toda e qualquer constituição do mundo, seja qual for o seu tipo (ou paradigma), liberal, social

ou socialista, contem sempre como conteúdo de suas normas estes dois elementos: normas de

organização e funcionamento do Estado, distribuição de competências, e, portanto, limitação

do poder do Estado e normas que declaram e posteriormente protegem e garantem os

direitos fundamentais da pessoa humana. O que muda de Constituição para Constituição é a

forma de tratamento constitucional oferecida a este conteúdo, ou seja, o grau de limitação ao

poder do Estado, se o poder é mais ou menos limitado, se o Estado é mais ou menos

autoritário, mais ou menos democrático (regime político), a forma de distribuição de

competência e de organização do território do Estado (forma de Estado), a relação entre os

poderes do Estado (sistema de governo) e os Direitos fundamentais declarados e garantidos

pela constituição (tipo de Estado).

Outro aspecto do constitucionalismo moderno diz respeito a sua essência. O nascimento

deste constitucionalismo marca o inicio do Estado Liberal, e a adoção do modelo econômico

liberal. Portanto a essência deste constitucionalismo está na construção do individualismo, e

na construção de uma liberdade individual, construída sobre dois fundamentos básicos: a

omissão estatal e a propriedade privada.

A ideia de liberdade no Estado liberal, inicialmente, está vinculada a ideia de propriedade

privada e ao afastamento do Estado da esfera privada protegendo-se as decisões individuais.

Em outras palavras, há liberdade na medida em que não há a intervenção do Estado na esfera

privada, e em segundo lugar, podemos dizer, segundo o paradigma liberal, que somos livres,

pois somos proprietários. Estes dois aspectos são fundamentais para a compreensão do

conceito de liberdade para o pensamento liberal do século XVII e XVIII. Convém ressaltar a

importância da inserção histórica deste pensamento para a sua adequada compreensão. Em

primeiro lugar é importante lembrar contra qual Estado se insurgem os liberais. Não se pode

dizer que os liberais são contrários ao Estado social, ou socialista ou qualquer outra

formulação histórica posterior, justamente pelo fato de que, o Estado que conheciam e contra

o qual lutavam era o Estado Absoluto. Portanto a primeira constatação importante é que os

liberais se insurgem contra o Estado Absoluto. Quando estes pensadores visualizam o Estado

como o inimigo da liberdade, têm como referencia o Estado absoluto, aquele Estado que

eliminou toda e qualquer forma de liberdade individual para grande parte da população, e

transformou os direitos individuais em direitos de poucos privilegiados. Esta compreensão

histórica da teoria liberal nos ajuda a entender porque os liberais compreendem os direitos

individuais como direitos negativos, construídos contra o Estado, conquistados face ao Estado.

A partir do constitucionalismo liberal o cidadão pode afirmar que é livre para expressar o seu

pensamento uma vez que o Estado não censura sua palavra; o cidadão é livre para se

locomover uma vez que o Estado não o prende arbitrariamente; o cidadão é livre uma vez que

o Estado não invade sua liberdade; a economia é livre uma vez que o Estado não intervém na

economia.

O Estado que os liberais combatiam era o Estado absoluto.

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A essência do constitucionalismo liberal no seu momento inicial é a segurança nas

relações jurídicas e a proteção do individuo contra o Estado. Não há neste momento uma

conexão entre constitucionalismo e democracia. Se a democracia é hoje elemento essencial

para o constitucionalismo, no inicio do constitucionalismo liberal esta parecia incompatível

com a essência deste. A junção entre democracia e constitucionalismo liberal ocorre na

segunda fase do Estado liberal.

A característica marcante do constitucionalismo moderno foi a criação de Constituições

(normas jurídicas supremas) com o fim de limitar o exercício do poder estatal. Nessa senda,

foram concebidas Constituições escritas e rígidas, inspiradas nos ideais do Iluminismo e na

proteção das liberdades públicas, marcas centrais do Liberalismo político e econômico vigentes

na época, na busca de limites ao exercício do poder do Estado.

Constitucionalismo Social.

→ Fim da I Guerra

→ Modelo social de Estado

→ Direito do Trabalho

Constitucionalismo Social estruturou-se ao par com a diretriz econômica do pleno emprego,

na perspectiva de uma prosperidade duradoura e de uma oferta crescente de postos de

trabalho. Assim, o Direito do Trabalho se constituiu em uma rede de proteção destinada aos

trabalhadores empregados, no pressuposto de que o desemprego ou o subemprego não

fossem mais do que uma anomalia do sistema, a ser superada ao longo do tempo pela ação

corretiva do Estado. Assim, se o direito ao trabalho não é uma promessa factível de ser

cumprida pelo Estado de Bem Estar Social, o Direito do Trabalho mostra-se insuficiente, já que

sua efetividade se aplica a uma porção cada vez mais reduzida dos trabalhadores, ou seja,

aqueles que logram obter um posto de trabalho.

→ SURGIMENTO DOS DIREITOS SOCIAIS

• ORIGEM

Os direitos sociais surgiram em decorrência das inconcebíveis e massacrantes condições de

vida e trabalho imposto, no decorrer do século XIX e início do século XX, à imensa massa

operária.

Os direitos sociais ganharam espaço na vida do cidadão durante o século XIX. A Revolução

Industrial foi palco para a consagração desses direitos, pois apesar de trazer desenvolvimento

econômico, sacrificou a classe trabalhadora e aqueles que se encontravam à margem da

sociedade, gerando inconformismo e fazendo com que fosse preciso a intervenção do Estado

na prestação de mecanismos capazes de realizar a justiça social.

Após essa fase inicial de reconhecimento desses direitos, se fez necessária a sua

positivação, como forma de alcançar força e possibilitar a sua exigibilidade perante o ente

estatal. E essa foi a tendência durante o século XX. As normas que definem os direitos sociais

foram primeiramente previstas nas Constituições Mexicanas de 1917 e de Weimar de 1919,

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que, por representarem uma verdadeira revolução no campo dos direitos humanos, tornaram-

se verdadeiro marcos na positivação desses direitos (Meireles, 2008). Os direitos sociais foram

descritos e positivados internacionalmente na Declaração Universal dos Direitos Humanos de

1948, corroborando com isso, para a efetivação do Estado Democrático de Direito, onde o

Estado não defende e nem assegura apenas o direito de poucos.

Constitucionalismo Contemporâneo e neoconstitucionalismo.

→ Pós-positivismo

→ Fim II Guerra (direitos fundamentais)- surgimento de uma constituição principiologica,

sistema aberto de normas.

→ Constituições principiologicas, transformação na teoria normatica,a constituição tem

força normativa agora.

→Transformação na teoria normativa (normas, regras e princípios).

→ 1948 – direitos humanos.

→ ativismo judicial: SISTEMA JURISDICIONAL DA CONSTITUCIONALIDADE. O juiz deve

fidelidade básica ao que foi definido pelo legislador. "Quando assumem, os juízes prometem

cumprir a Constituição e a lei", explica ele. Mas há o complicador, diz Teori, de que a vida

apresenta novidades que escapam ao legislador. E o juiz não pode deixar de sentenciar

alegando que não existe lei. Por aí há um espaço importante de criação de norma pelo juiz

quando o legislador não atua.

Teori considera superadas as doutrinas que defendem o positivismo jurídico. Mesmo assim, há

um espaço de atuação do juiz, sempre submetido a um dever de fidelidade, a um conjunto

normativo.

Para ele, o espaço para ativismo judiciário tem se expandido porque nosso sistema comporta

"provimentos jurisdicionais de alcance médio". Nas últimas três ou quatro décadas, há todo

um sistema de processo coletivo que permite ao juiz proferir sentenças com eficácia subjetiva

mais ampliada, maior que no conceito tradicional de sentença.

Há dois espaços importantes para o ativismo judiciário.

1. Insuficiência da atividade legislativa, que pode se dar por várias causas, uma delas porque o

legislador trabalha com o futuro. E também pressupõe consensos mínimos, que no legislativo

nem sempre é possível se obter com facilidade. É uma realidade internacional.

2. A Constituição brasileira conferiu ao Judiciário mecanismos importantes para preencher

esses vazios, princípios gerais, de analogia. E, a partir de 1988, o mandado de injunção e a

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), para preencher as lacunas do legislador.

O mandado de injunção é uma ação constitucional, para casos concretos, através da qual o STF

informa o Legislativo sobre a ausência de normas em relação à aplicação de direitos

constitucionais. Já a ADIN é uma ação para declarar inconstitucional uma lei ou parte dela.

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Já no início do século XX, com o agravamento da ideologia socialista, surge a necessidade

de se concretizar a igualdade de oportunidades a todos os integrantes da sociedade, uma vez

que a igualdade formal não mais cumpria o seu o papel social. A partir de então, desenvolveu-

se a segunda geração dos direitos fundamentais, notadamente com o surgimento da

Constituição Mexicana de 1917 e da Constituição Alemã de 1919 (chamada de Constituição de

Weimar), que consagraram os direitos sociais, econômicos e culturais, pautados no ideal da

igualdade (material). Nesse contexto, o Estado abandona seu ideal abstencionista, passando a

intervir no corpo social com a finalidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os

entes políticos a executar políticas públicas tendentes a garantir a fruição de direitos como a

saúde, a moradia, a previdência, a educação. Essa nova fase inaugura o constitucionalismo

contemporâneo.

No Brasil, o constitucionalismo contemporâneo floresce a partir do estabelecimento da

Constituição Federal de 1934 – terceira Constituição Brasileira e a primeira a tratar da ordem

econômica e social -, tendo como fonte inspiradora a Constituição Alemã de 1919.

Ainda no contexto do século XX, as Constituições passaram a se preocupar com os

interesses coletivos. São os denominados direitos meta-individuais ou trans-individuais, aí

incluídos os direitos difusos, os coletivos e os individuais homogêneos. Batiza-se a terceira

geração dos direitos fundamentais marcados no ideal de fraternidade (solidariedade). Como

exemplos, temos: direito ao meio ambiente equilibrado, ao desenvolvimento, ao progresso da

humanidade, à paz social, à comunicação entre os povos.

Objetivos: fortalecimento do sistema jurídico – político internacional embasado não somente

nas relações horizontais entre estados nacionais, mas também nas relações estado – povo.

A primazia, em face do direito nacional, do direito internacional, fundado em valores e normas

universais.

A elevação da dignidade da pessoa humana a pressuposto não limitável de todos os

constitucionalismos.

Conceito Jurídico de Constituição.

O conceito jurídico de constituição reconduz ao positivismo de Kelsen e as respectivas

explicações acerca do ordenamento jurídico.

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A ordem jurídica não é um sistema de normas ordenadas no mesmo plano, elas são

hierarquizadas. as outras normas seguem

a constituição.

O Pós Positivismo Juridico.

Propõe na verdade solução para o legado deixado pelo positivismo jurídico, ao qual não

conseguiu resolver questões como o problema da determinação do direito no caso concreto,

bem como o poder do julgador.

Para Barroso, suas principais marcas são:

- ascenção dos valores e o reconhecimento da normatividade dos princípios, fundamentando

que a dogmática tradicional fomentou-se sob o mito da objetividade do direito e da

neutralidade do interprete, tendo encoberto seu caráter ideológico.

Não apenas a forma, mas seu conteúdo valorativo

direito≠ moral

depois, direito = moral, valores.

- No momento atual, destaca-se o poder judiciário, antes destacava-se o poder legislativo e no

social, o executivo.

- Tudo é visto a luz da constituição e direitos fundamentais.

- O Poder judiciário vem para proteger a constituição.

- há o fortalecimento do poder jurisdicional.

- pois os princípios não resolvem o caso concreto, e sim a interpretação do juiz.

CONCEPÇOES SOBRE A CONSTITUIÇÃO.

Concepção Sociológica.

Lassale não acredita na força normativa. A realidade constitui a verdadeira constituição, a qual

reflete a realidade. Para ele aquela constituição que não tem vínculo com a realidade, ou seja,

não reflete ela, obviamente será ultrapassada. Sua visão é reducionista. O ponto positivo se dá

constituição

normas inferiores

normas inferiores

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no momento em que fala que a constituição precisa estar ligada ao presente, porém, se uma

constituição só reflete a realidade, qual a mudança que esta constituição fara?

Para Lassalle (1.862), convivem no Estado duas Constituições: uma real, efetiva, que

corresponde à soma dos fatores reais de poder, e outra, escrita, por ele chamada “folha de

papel”, que só teria validade se correspondesse à Constituição real, pois num eventual

conflito, a Constituição escrita (folha de papel) sucumbiria perante a Constituição real, em

virtude da força dos fatores reais de poder (os grupos dominantes, ou a elite dirigente).

Concepção Política.

Conceito decisionista de constituição, ou seja, a constituição é uma decisão política

fundamental(CARL SCHIMIT).

Nesse sentido, a constituição propriamente dita seria aquilo que decorre de uma decisão

política fundamental, enquanto as leia constitucionais deveriam tratar de assuntos que

poderiam muito bem ser tratados por outras espécies normativas.

A constituição surge portanto através de um ato constituinte, ou seja uma vontade política

fundamental de produzir uma decisão eficaz sobre o modo e forma de existência política de

um Estado.

Comunidade política, decisão do povo, de como irá constituir.

Para Carl Schmitt a constituição é a decisão política fundamental, tomada pelo titular do poder

constituinte, sobre o modo e a forma dessa existência da própria comunidade política.

Concepção Jurídica.

HANS KELSEN.

Ser e dever ser, cuida da ideia situar a constituição no mundo do dever ser.

Kelsen acredita na constituição como uma norma pura. Em seu sentido lógico-jurídico (refere-

se à norma fundamental hipotética) e jurídico-positivo (constituição é sistema normativo no

mais alto escalão do direito, é a norma que comanda as outras, preside a produção de todas as

demais normas do sistema). Não é o conteúdo que dá validade a uma lei, mas a forma como

foi criada.

REDUCIONISMO: se reduz há um único pensamento, a constituição não é apenas um sistema

normativo, ela possui outras dimensões.

Portanto podemos dizer que a constituição contempla um pouco de cada concepção acima

citada.

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A essência da constituição, não é só um documento formal, ela é mais, para se ter a essência

da constituição deve se olhar para a sociedade, a norma é parte da essência.

CLASSIFICAÇÃO OU TIPOLOGIA DA CONSTITUIÇÃO

Escrita – sistematizada em um único documento formal

(CF/88), é dirigente, pois dirige os rumos do Estado.

Quanto à Forma:

Não escrita – sistematizada em mais de um documento. Não é

recomendável a classificação da constituição não escrita como

sendo costumeira, uma vez que a constituição não escrita não

necessariamente representa somente os costumes não

positivados, ela pode estar sistematizada em vários diplomas

legais(costumes que se solidificam ao longo do tempo).

texto≠normas – normas é a interpretação extraída do texto.

Outorgada – decorre de uma declaração unilateral de vontade

do agente do poder constituinte. A constituição é imposta

pelo agente. É própria de regime totalitários (CF 1824; 1937;

1967/1969)

Quanto à Origem:

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Promulgada – decorre de uma deliberação majoritária de

vontade. É própria de regime democrático (CF 1891; 1934;

1946 e 1988).

Hoje em dia a Outorgada não existe pois não haveria sentido, uma vez que vivemos em um

período democrático de direito, mas não que ela nunca existiu, sim existiu fez o seu papel,

teve sua função, mas acabou, hoje a promulgada e que tem sentido para nós devido a

preservação dos princípios fundamentais.

Sintética – limitada à matéria própria da constituição

(Constituição Americana). A constituição sintética

somente possui normas material e formalmente

constitucionais.Ela é básica enxuta, duradoura,

estabelece princípios.

Extensão e Finalidade:

Analítica – além de dispor de matéria própria, dispõe

sobre outras matérias, conferindo-lhes maior

estabilidade e também orientando os legisladores

ordinários (CF/88).Prolixas, longas, tentam regular a

realidade minuciosamente, mas acabam em

decaímento.

Hoje nem se fala mais em analítica, pois sabemos que somente tem sentido a

sintética, uma vez que não se atem somente ao texto.e que através dela vai se

anexando emendas.

Rígida – o processo de reforma da constituição é inteiramente

previsto na própria constituição. Trata-se de um procedimento

de reforma próprio, que deve ser seguido integralmente

(CF/88).

Estabilidade: Flexível – a constituição é alterada pelo procedimento

legislativo ordinário (Não há qualquer constituição flexível

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atualmente. O último exemplo clássico é a Constituição Italiana

de 1848 – Cod. Albertino). A constituição é alterada da mesma

forma que se altera uma lei. Não há o princípio da supremacia

da constituição, sendo possível o controle da

constitucionalidade desde que este se limite ao aspecto formal

da norma, ou seja, quanto ao processo de elaboração das

outras normas, não podendo haver controle sobre o aspecto

material, ou seja, sobre o seu conteúdo. Na constituição

flexível, não há diferença entre o Poder Constituinte e o Poder

Constituído.

Semi-rígida – há uma parte rígida, somente mutável de acordo

com a forma prevista na própria constituição e uma parte

flexível, que pode ser alterada pelo procedimento ordinário. O

Brasil só teve uma constituição semi-rígida, a de 1824.

OBSERVAÇÃO: Alguns doutrinadores defendem a classificação, quanto à

estabilidade, de imutabilidade, ou seja, a constituição imutável, que são aquelas

que não permitem o exercício do poder constituinte derivado. Alguns autores

defendem que a Constituição da República de 1988 é rígida, como alguns

aspectos da constituição imutável, porque existem as limitações materiais, quais

sejam, as cláusulas pétreas.

OBSERVAÇÃO: A Rigidez Constitucional é o que torna a Constituição

hierarquicamente superior às demais normas, daí decorrendo o Princípio da

Supremacia da Constituição. Todas as leis infraconstitucionais devem guardar

respeito à Constituição.

CONTEÚDO• FORMAL: Kelsen considera que a constituição forma – documento escrito –

contém outras matérias de conteúdo politico-ideologico tidos como mais importantes para

determinado Estado.

(rígida e escrita)

• MATERIAL: Para Kelsen a constituição material regularia apenas a “produção de

normas jurídicas gerais”, ou seja, um grupo de normas constitucionais, podendo estar

ou não aglutinadas em um único documento.

(flexível).

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 É ESCRITA, SOCIAL, PROMULGADA, DOGMÁTICA,

RÍGIDA, ANALÍTICA E DIRIGENTE.

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PODER CONSTITUINTE

O Poder Constituinte é a expressão do desejo solene de um povo livre, altivo e soberano social

e legalmente estruturado. O titular do poder constituinte é o povo livre e soberano e não as

Assembleias Constituintes; estas são apenas órgãos de representação do exercício da vontade

popular.

A doutrina classifica o Poder Constituinte em:

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.

O poder constituinte originário cria o Estado.

- O poder constituinte originário pode fazer isso do nada, a partir do momento em que há uma

ruptura da ordem jurídica existente, quando se estabelece um novo tipo de Estado e lhe dá

uma nova constituição, substituindo a anterior.

- é neste sentido que o P.C.O cria o Estado, dando a este sua primeira forma, partejando o que

não existia, contudo ele pode também recriar o Estado, dando uma nova forma.

- O poder constituinte é o que origina TUDO.

- A constituição é criada em momentos de viragem histórica, mudanças, a revolução é o que

traz o Poder Constituinte Originário.

- Esse exercício do P.C.O, acontece em momentos de ruptura, ou seja, onde a própria

sociedade não se reconhece, não se enxerga mais da constituição vigente.

Ex: a ditadura é um período em que a sociedade não se enxergava mais na constituição

daquele momento, após a ditadura reúne-se o poder constituinte e inicia-se uma nova

constituição.

-Hoje em dia não vivemos um momento de ruptura, ao contrário diso, vivemos em um

momento em que a sociedade quer efetivar a constituição, pois ela nos representa.

→ IDEIAS SIEYÈS

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• O Poder Constituinte precede necessária e logicamente a Constituição. (Porque este é a

força criadora da Constituição.).

• O Poder Constituinte não se confunde com os poderes instituídos ou constituídos. (Não se

confunde com o legislativo, judiciário ou executivo, porque o poder constituinte é a força

criadora que vai criar a constituição e através desta que será instituído e constituído os três

poderes).

• O Poder Constituinte tem como titular a nação. ()

• O Poder Constituinte permanece no tempo. (Se o poder pertence a maioria, o fato de nós

lançarmos mão desse poder e criarmos uma novas constituição não significa que largamos o

exercício do poder. É a energia de transformação.).

→ CARACTERISTICAS

A. Inicial, pois instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem

jurídica anterior;

B. Autônomo, visto que a estruturação da nova constituição será determinada,

autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;

C. Ilimitado juridicamente, no sentido de que não tem de respeitar os limites postos

pelo direito anterior, com as ressalvas a seguir indicadas e que passam a ser uma

tendência para os concursos públicos;

D. Incondicionado e soberano na tomada de suas decisões, porque não tem de

submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação;

E. Poder de fato e poder político, podendo, assim, ser caracterizado como uma energia

ou força social, tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a

nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela;

F. Permanente, já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da

nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma e expressão da

liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência.

G. TITULAR: O POVO – MAJORITÁRIO – JORGE REINALDO VENOSSI.

H. AGENTE: QUE ELABORA A CONSTITUIÇÃO. ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE.

I. FORMAS DE MANIFESTAÇÃO: EXERCICIO DIRETO: um grupo transitório elabora um

projeto para ser aprovado pelo povo.referendo.S/ assembleia n.

EXERCICIO INDIRETO: o povo vota nos membros da assembleia.

EXERCICIO PACTUADO: o p.c, é exercido de maneira concensual.

FORMA MISTA:a assembleia faz o projeto e o povo vota.

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PODER CONSTITUINTE DERIVADO – PODER REFORMADOR – INSTITUIDO OU 2ºGRAU

Trata-se do poder que, previsto na própria constituição, é encarregado de realizar alterações

que a mesma necessita. Sob tal ótica, ele visa em ultima análise, permitir a mudança da

constituição, a adaptação da constituição as noas necessidades, impulsos, novas forças, sem

que para isso seja necessário recorrer ao poder constituinte originário.

- OBJETIVO: evitar a ruptura, a revolução, preservando assim a sua continuidade e seu

desenvolvimento.

- FUNÇÃO: alterar a constituição para que a mesma acompanhe novas situações que surgiu e

que venham a surgir, sem alterar a rigidez da mesma.

- NATUREZA: o poder reformador é um poder de direito, tem portanto natureza jurídica,

estando submetido as regras estabelecidas na própria constituição.

- TITULAR: congresso nacional.

- AGENTE: congresso nacional, art 60 da constituição.

- FORMAS DE MANIFESTAÇÃO: emenda constitucional, que pode ou não ser submetida a voto

popular, caso contrario o próprio congresso aprova e promulga.

- CARACTERISTICAS:

* DERIVADO: diferentemente do poder originário, este não inicia, não inaugura, não insere

nova ordem jurídica, apenas módica. Atua em instância já conhecida.

* CONDICIONADO: o processo de instauração da emenda deve ser aquele estabelecida na

própria constituição. É condicionado as regras já estabelecidas.

* LIMITADO: há limites ao poder de reforma constitucional, ele não é livre para agir. As

limitações a ele impostas são de várias espécies: circunstanciais, temporais e materiais.

EXPLICITOS, porque estão previstos na constituição.

- Circunstanciais: não poderá o poder reformador atuar quando estiver em vigência o estado

de sitio, o estado de defesa ou a intervenção estatal.

ex: em casos de guerra, estado de defesa.

- Materiais: não será objeto de deliberação: clausulas pétreas, a forma de governo de Estado,

o sufrágio, direitos e garantias individuais, algo que tente abolir a separação dos

poderes.Nestes casos nem se discute a matéria, ou seja, o projeto de emenda pois é

inconstitucional.

***OBSERVAÇÃO: caso uma emenda venha inconstitucional venha a ser aprovada, pode a

qualquer momento ser declarada inconstitucional, e ser retirada, tendo seus efeitos

suspensos.ex: maioridade penal.- o STF é quem julga inconstitucionalidade.

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- voto: protege a soberania popular.

- autonomia de estados membros, pois se alterar altera a forma de federação.

- TEMPORAIS: prazo para sofrer alteração, a nossa constituição já passou esse período que era

de 5 anos após a sua implantação, após isso nunca mais será revisada. Por isso dizemos que

utilizamos hoje somente a emenda constitucional, e não mais a revisão, pois a revisão e uma

maneira generalizada e a emenda é localizada.

LIMITES IMPLICITOS – NÃO DESCRITOS NA CONSTITUIÇÃO.

- Sequer estão previstos na constituição.

- Vem de doutrinas, Nelson de Souza Sampaio.

Define 4 categorias de limites implícitos:

1- Normas pertinentes ao poder constituinte originário (proíbe qualquer norma que diz

respeito ao titular do P.C.O. – que é a força criativa da constituição, o POVO, ou seja,

não se pode alterar a titularidade da soberania do popular do texto constitucional – o

VOTO).

2- Normas relativas ao titular do P.C.D. (o congresso nacional (camara e senado

federal)tem exclusividade, por isso não pode ser alterada a titularidade dada ao

congresso, nem transferida do poder executivo, nem para o STF).

3- Normas pertinentes ao próprio processo de feitura da emenda e da revisão

constitucional(está se protegendo a forma de como é votada a aprovação de emenda,

não há formulação expressa na constituição, porem não pode ser alterada por causa

do PRINCIPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇAO, ou seja, a rigidez - corum, não se

pode alterar a forma do poder reformador, ou seja, para se aprovar uma emenda tem

que seguir o que a constituição pede, que para ser aprovado um projeto tem que ter :

maioria simples, maioria absoluta ou maioria qualificada. Para que não se quebre a

rigidez da constituição, para isso não pode mudar o jeito para favorecer a aprovação

de emendas, ou seja deixar mais fácil.. mas deixar mais dificil pode).

4- Normas relativas aos direitos fundamentais (qualquer direito fundamental não pode

sofrer reforma nem ser abolida do texto. Hoje em dia está previsto na constituição,

mas caso não estivesse, seria limite implícito).

REFORMA – EMENDA E REVISÃO

Para Anna Candida Cunha Ferraz

- Poder de reforma ordinário ou permanente: EMENDA

- Poder de reforma extraordinário ou transitório: REVISÃO (art 3 do ADCT). Na revisão fica mais

fácil aprovar emendas, mas na nossa constituição já passou esse período.

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OBSERVAÇOES GERAIS.

- emenda não passa para presidente aprovar.

- o povo não pode ter iniciativa para propor um projeto de emenda, pois não consta na

constituição, mas os políticos poderiam aprovar uma emenda para que a população pudesse

ter esse privilégio.

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