Upload
eliane-gallo
View
217
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
apostila
Citation preview
1
ETEC JOÃO BELARMINO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - 1º. EDA
PLANEJAMENTO TÉCNICO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL (PTCC)
Eliane Cristina Gallo Aquino1 [email protected]
Amparo - SP 2016
1 Doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas, Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Especialista em Educação, Criatividade e Tecnologia pela Metrocamp e Arquiteta e Urbanista pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
2
O que é o Técnico em Edificações?
Este profissional ainda é pouco conhecido da nossa população, mas pode realizar muitas
atividades relacionadas à construção civil e atividades afins que podem contribuir muito no
melhoramento da qualidade técnica das obras e projetos em geral.
Suas atribuições profissionais são muitas além da responsabilidade permitida de assinar projetos
de até 80,00 m2 e dentre elas podemos citar:
Executar, fiscalizar, orientar, coordenar diretamente serviços de construção, instalações e
manutenção;
Executar ensaios tecnológicos;
Selecionar documentação específica para processos construtivos;
Dimensionar equipes de trabalho;
Conduzir equipes técnicas;
Elaborar relatórios e diários de obras;
Realizar medições e vistorias;
Controlar a qualidade de materiais e sistemas construtivos;
Elaborar orçamentos de materiais, equipamentos e mão-de-obra, com cotação de preços de
insumos e serviços;
Elaborar e cumprir cronograma físico-financeiro, planilha de quantidade e de custos;
Fazer composição de custos diretos e indiretos;
Negociar preços, prazos de entrega e condições de pagamentos de produtos e serviços.
Na Escola Técnica João Belarmino o Curso é oferecido gratuitamente no período de 3
semestres e no horário noturno. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é obrigatório para a
finalização do curso, sendo que o Estágio é opcional, mas de grande importância para a formação
do aluno.
O profissional de nível técnico vem sendo reconhecido no mercado de trabalho pelo seu
conhecimento técnico e prático e na área de construção civil o técnico pode desenvolver seu
trabalho em construtoras, escritórios autônomos, lojas de materiais de construção, prefeituras, etc.
Já no primeiro semestre do curso há a possibilidade do aluno iniciar estágio na área e assim muitos
conseguem o seu primeiro emprego ou então dão seqüência na sua vida profissional que muitas
vezes estava estagnada.
As aulas são teóricas e práticas e contamos com um corpo docente competente e com vasta
experiência na área da construção civil. A Escola convida a todos os interessados para nos visitar.
Sejam Bem Vindos!
Eliane Gallo Aquino
3
4
Planejamento Urbano
O planejamento urbano é o processo de criação e desenvolvimento de programas que
buscam melhorar ou revitalizar certos aspectos (como qualidade de vida da população) dentro de
uma dada área urbana (como cidades ou vila); ou do planejamento de uma nova área urbana em
uma dada região, tendo como objetivo propiciar aos habitantes a melhor qualidade de vida possível.
O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo lida basicamente com os
processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano.
Os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, sugerindo possíveis
medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar uma dada comunidade urbana, ou
trabalham para o governo ou empresas privadas que estão interessadas no planejamento e
construção de uma nova cidade ou comunidade, fora de uma área urbana já existente.
Os planejadores urbanos trabalham tradicionalmente junto das autoridades locais,
geralmente, para a municipalidade da cidade ou vila, embora nas últimas décadas tenham se
destacado os profissionais que trabalham para organizações, empresas ou grupos comunitários que
propõem planos para o governo. O dia-a-dia de um planejador urbano inclui principalmente
melhorias na qualidade de vida dentro de certa comunidade. Uma comunidade é vista por um
planejador urbano como um sistema, em que todas as suas partes dependem umas das outras.
Também precisam prever o futuro e os possíveis impactos, positivos e negativos, causados
por um plano de desenvolvimento urbano.
História do Planejamento Urbano e das cidades
A cidade nasce da aldeia e se forma quando os serviços já não são executados pelas pessoas
que cultivam a terra, mas por outras que não têm esta obrigação, e que são mantidas pelas
primeiras com o excedente do produto total. A sociedade se torna capaz de evoluir e de projetar a
sua evolução. A cidade, centro maior desta evolução, não só é maior do que a aldeia, mas se
transforma com uma velocidade muito maior.
Assim, com o contínuo aumento populacional, somado com a consolidação da prática da
agricultura intensiva surgiu um novo estilo de vida, o qual induziu a mudanças fundamentais, na
economia e nas ordens social, tecnológica e ideológica.
As civilizações humanas têm trabalhado com planejamento urbano em escala limitada
remonta a 3500 a.C. Muitos historiadores consideram como pai do planejamento urbano o grego
Hippodamus e suas teorias e idéias sobre o uso ideal da terra e da localização de ruas e edifícios
nas cidades de Mileto e Pireu.
Antiguidade
De acordo com pesquisas arqueológicas, o sítio de Jericó, localizado no vale do Jordão, região
do mar Morto, entre Jerusalém e Amã, é considerado o mais antigo do mundo descoberto até aos
nossos dias. A determinação da data por meio do carbono-14 indicou que Jericó havia sido
construído em 7000 a. C..
Em relação ao aparecimento das primeiras civilizações, alguns arqueólogos acreditam que
elas surgiram próximas aos rios que atravessavam as férteis planícies, onde a agricultura começou a
se desenvolver. Durante o V milênio a.C., o domínio de técnicas de irrigação, permitiu estender a
colonização dessas regiões até locais antes fora do alcance das comunidades agrícolas. A construção
de pequenas valas transversais, que permitiam desviar os cursos de água até os campos próximos,
era uma garantia contra a seca, nos períodos de escassez de chuva.
5
Figura 1. O Coliseu e o Arco de Constantino em Roma.
Entretanto, existem outros arqueólogos que defendem a teoria de que o aparecimento das
primeiras cidades ocorreu não nos grandes vales aluviais, como se julgava até a pouco, mas nas
zonas montanhosas que delimitavam uma área fértil, nas vertentes das montanhas do Irã, do
Iraque, de Israel, da Jordânia e da Síria.
Durante o IV milênio a.C., os oásis localizados ao longo do curso dos rios Tigre e do Eufrates,
na Mesopotâmia, e do Nilo, no Egito, áreas de enorme potencial agrícola, tornar-se-ão as primeiras
sedes com as características de uma civilização urbana.
O repentino aparecimento das grandes cidades, bem como o crescimento e a formação
organizada delas, parece ser o resultado de um esforço planejado e deliberado. Habitantes de
cidades da antiguidade criaram certas áreas destinadas para encontros, recreação, comércio e culto
religioso. Muitas destas cidades possuíam muralhas em volta, cujo objetivo era impedir (ou, ao
menos, de dificultar) o acesso de possíveis inimigos à cidade.
A construção de prédios públicos e monumentos são outros exemplos de planejamento
urbano nos tempos antigos, das quais, as cidades mais famosas são Roma (Fig. 1) e Atenas. A
última foi uma das mais influentes e importantes cidades-estado grega, Fig.2.
Figura 2. Acrópole de Atenas com o Parthenon no topo.
A Grécia foi o berço de uma das civilizações mais completa da antiguidade. Ainda hoje se
busca em seu vocabulário a terminologia científica e filosófica. Na verdade, sob certos aspectos, o
gênio grego jamais foi ultrapassado. A história grega começa no século VIII a.C., mas o período
anterior parece ter sido longo, pois ao começar o período histórico, a língua grega já estava
perfeitamente formada, bem como sua mitologia.
6
A Acrópole (Fig. 2) é reconhecida
como uma poderosa expressão de
sua era. O Parthenon representa o
desenvolvimento do estilo clássico e
simboliza a mitologia do povo grego.
Em contraste com a ágora, ele
diferencia entre os aspectos
comercial e religioso da sociedade.
Uma aproximação magnífica em
espiral à entrada da Acrópole coloca-
a em correta justaposição com o
resto da sociedade - ela é separada e
mais próxima do céu.
Figura 3. Desenho representado um feudo medieval.
Esse simbolismo do orgulho e da democracia ateniense é tão forte que tem sido passado
através das idades até o presente. Quase todas as cidades do mundo ocidental têm seu edifício
público clássico.
Atenas foi o maior centro cultural do mundo grego. Os templos gregos - principal
manifestação da arquitetura grega - obedeciam a três estilos arquitetônicos: dórico, jônico e
coríntio. Os edifícios no estilo dórico eram representados por construções de pequenas proporções,
se o comparamos com os grandes monumentos egípcios. O estilo jônico assemelha-se ao dórico,
porém em proporções mais esbeltas - suave e delicado. O estilo coríntio é caracterizado por um
capitel (parte superior de uma coluna, que serve de apoio ao teto) ornamentado em forma de
folhas.
Os romanos, de espírito muito hábil, souberam fazer uso das técnicas construtivas existentes,
empregando materiais de construção, como os tijolos e o uso da argamassa para erguer muros e
tetos. Além disso, criaram novas técnicas de construções, como o arco e a abóbada. Aperfeiçoaram
as técnicas de engenharia com a construção de pontes (Alcântara), reservatórios de água e
aquedutos (Pont du Gard), estradas (Via Ápia), os edifícios com patamares, fachadas e pórticos.
Outra manifestação artística dos romanos refere-se a fusão de tipos diferentes de volumes
dentro de um mesmo edifício, que deu origem a todo um sistema arquitetural, cujo exemplo mais
característico eram as termas imperiais, com arcos, cúpulas e semicúpulas. Entretanto, a arte
romana prescindirá do ideal de beleza grego e de seu sentido linear de decoração.
Ainda, “sob o ponto de vista urbanístico, as cidades do Império Romano foram herdeiras das
gregas, das quais tomaram todos os refinamentos técnicos: esgotos, aquedutos, água corrente,
balneários, pavimentos, serviço de incêndio, mercados, etc.”
Idade Média
O sistema feudal era um sistema essencialmente agrário e a sua sociedade, também agrária,
foi tradicionalmente definida como imóvel, isto é, como uma sociedade dividida em três camadas
que não se misturam: dos que lutam (os nobres), dos que rezam (o clero) e dos que
trabalham (os servos).
Muitas cidades e feudos medievais (Fig. 3) eram protegidos por muros. Com o crescimento
populacional, muitas delas tornaram-se densamente ocupadas. Para solucionar este problema,
algumas cidades derrubavam seus muros (e muitas vezes construindo outros muros para proteger
uma área maior), e outras simplesmente deixavam seus muros antigos de pé, e construíam novas
cidades e vilas ao redor da antiga cidade.
7
A religião fazia parte integral da vida política, cultural e social da Europa da Idade Média, e
isto se reflete nas cidades da época, nas quais na maioria das vezes, a principal igreja estava
localizada no centro da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura.
Renascimento
Durante o Renascimento que foi um período de grande desenvolvimento artístico,
planejadores urbanos desenhavam partes de uma cidade em grande escala (Fig. 4), criando grandes
áreas para solucionar a lotação de tempos antigos. Exemplos são: a Catedral de São Pedro, em
Veneza, e a Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Figura 4. Catedral de São Pedro na Itália.
Já um exemplo de uma área que foi inicialmente planejada, antes de ter sido construída, é o
Palácio de Versailles (Fig. 5), na França, uma mini-cidade por si mesma.
Fig. 5. O Palácio de Versalhes e seu jardim.
Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, por exemplo,
desenharam e ajudaram a embelezar algumas cidades italianas, no século XV e XVI, enquanto
Georges Eugene Haussmann planejou grandes avenidas e praças, em Paris, no século XVIII, que
ajudaram a cidade francesa a se tornar reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo.
Figura 6. Washington, DC.
8
Algumas cidades dos Estados Unidos, na América colonial foram planejadas de antemão,
antes de terem sido construídas. Exemplos incluem Charleston, Filadélfia e Savannah. O exemplo
mais famoso, porém, é o da atual cidade de Washington, DC (Fig. 6), a atual capital do país. George
Washington contratou Pierre Charles L'Enfant, um arquiteto francês, para planejar a cidade. No
Brasil temos os exemplos de Brasília e Belo Horizonte2.
Sugestões de filme sobre a cidade de Paris:
Desconstruindo Paris (You Tube). Assista o filme e depois faça relatório dos principais tópicos para
entrega para a professora.
2 Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades brasileiras
planejadas (algumas fontes a citam como primeira; outras como terceira, após Teresina e Aracaju). Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.
9
Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de fábricas em cidades, a
população de muitas cidades européias e americanas começaram a aumentar rapidamente,
recebendo milhares de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas áreas rurais, para
trabalhar na indústria. Isto fez com que cidades da época ficassem superlotadas, sujas, insalubres e
barulhentas.
Figura 7. A pobreza na época da Revolução Industrial.
Muitas pessoas viviam em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, onde famílias
inteiras viviam espremidas em casas de um ou dois cômodos, perto das fábricas (Fig.7).
Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem tais condições precárias
de vida, sugerindo planos como um novo zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também
sugeriu a separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade.
Fig. 8. National Mall, um exemplo desse movimento.
Várias municipalidades e governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas
cidades, mas à medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas
foram insuficientes para surtir algum efeito.
10
Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal, na Feira Mundial de
Chicago, em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos
muitos aspectos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do movimento City Beautiful3 (Bela
Cidade, em inglês), nos Estados Unidos. Um exemplo dessa reforma é o Nacional Mall (Fig.8).
Sugestões de filmes sobre a cidade de Londres, origens e desenvolvimento:
Desconstruindo Londres (You Tube). Discussão sobre o filme em sala de aula.
Século XX - Tempos atuais
Até o final do século XIX, o planejamento urbano na maioria dos países industrializados era
de responsabilidade de arquitetos, que eram contratados por empresas particulares ou, raramente,
pelo governo. Mas o crescimento dos problemas urbanos durante o final do século 19 forçou
governos de muitos países, em especial, o dos Estados Unidos, a participar mais ativamente no
processo de planejamento urbano.
O Movimento moderno na Arquitetura e no Urbanismo pregava que a atividade de planejar as
cidades era matéria de ordem eminentemente técnica, e que, portanto, possuía a neutralidade
política inerente ao trabalho científico. Tal pensamento se formalizou especialmente com o trabalho
dos CIAM (Congressos internacionais da Arquitetura moderna) e, especialmente, com a Carta de
Atenas. Reflexos deste pensamento urbanístico podem ser observados em projetos de novas áreas
de expansão urbanos totalmente desvinculados das necessidades efetivas das comunidades que aí
morariam. O plano-piloto da cidade de Brasília é considerado o exemplo mais perfeito deste tipo de
urbanismo modernista.
Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram comissões de
planejamento urbano e leis de zoneamento. Um dos mais famosos planos de revitalização urbana
desse período foi o Plano Burhan, que revitalizou uma grande parte da cidade de Chicago.
A explosão populacional da década de 1950 e da década de 1960 criou problemas como
congestionamentos, poluição, aparecimento ou crescimento de favelas, e falta de moradia. Para
vencer os novos desafios destas cidades em crescimento, agências de planejamento urbano
precisaram expandir seus programas, incluindo novas residências, áreas recreacionais e melhores
distritos comerciais e industriais.
Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade é geralmente feito por acordos entre
agências governamentais e empresas privadas, especialmente nos países desenvolvidos. Nos países
subdesenvolvidos, porém, o Planejamento Urbano passa por um momento de redefinição. Se, por
um lado, tais países atravessaram longos períodos de planejamento centralizador e autoritário (não
raro resultando em periferias urbanas espraiadas, estruturadas por projetos residenciais movidos
mais pelo caráter quantitativo que pelo qualitativo), nas últimas duas décadas, o Planejamento
Urbano no Brasil, por exemplo, tem procurado colocar-se como possível mediador no conflito social
pelo solo urbano.
Um plano diretor, plano compreensivo ou plano mestre, é um plano criado por um grupo de
planejadores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por certo período
de tempo. Um plano diretor mostra a cidade como ela é atualmente e como ela deveria ser no
futuro.
Um plano diretor mostra como o terreno da cidade deve ser utilizado e se a infraestrutura
pública de uma cidade como educação (escolas e bibliotecas), vias públicas (ruas e vias expressas),
policiamento e de cobertura contra incêndio, bem como saneamento de água e esgoto, e transporte
público, deve ser expandida, melhorada ou criada. Limites impostos pelo plano diretor incluem a
altura máxima de estruturas em algumas ou em todas as regiões da cidade, por exemplo.
3 A City Beautiful Movement (em português: Movimento da Cidade Bonita) foi uma reforma arquitetônica americana surgida entre 1890 e 1900 com a intenção de revitalizar e tornar mais emblemáticos os espaços públicos das cidades americanas. O movimento floresceu em Chicago, Detroit e Washington, D.C. e mais tarde se espalhou por outros estados norte-americanos. Defensores do movimento acreditam que essa reforma arquitetônica ajudou a melhorar a imagem social dos grandes centros urbanos americanos e a qualidade de vida da população.
11
Desenvolvimento do plano diretor
Durante o processo de elaboração do plano diretor, os planejadores urbanos, representados
por profissionais de várias áreas, como engenheiros, arquitetos e urbanistas, economistas,
sociólogos, geógrafos, juristas, estatísticos, biólogos, analisam a realidade existente do município e,
com a participação da sociedade civil, representada por comerciantes, agricultores, associações de
moradores, ONGs e movimentos sociais, propõe novos rumos de desenvolvimento do município,
buscando-se alcançar a realidade desejada por toda a população.
Desde 2001, a legislação brasileira exige que a elaboração e a revisão de um plano diretor
sejam realizadas de forma participativa e democrática, por meio de debates públicos, audiências,
consultas e conferências. Se não houver participação da sociedade civil, o plano diretor pode
ser invalidado.
Atualmente, muitos especialistas em planejamento urbano usam computadores no trabalho.
Computadores processam a informação que os planejadores analisam ao formar o plano diretor.
Computadores são usados também para a criação de mapas.
Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor é desenvolvido por uma companhia
privada, que então manda o plano para o governo ou município, para aprovação. Já em cidades
maiores, é uma agência pública que desenvolve o plano diretor. Grandes cidades costumam possuir
um departamento próprio para o planejamento urbano, que é responsável por desenvolver, alterar e
implantar o plano diretor.
Propostas do plano diretor
O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável, segura, além
de fornecer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Um plano diretor inclui quase
sempre instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades
comerciais.
Um plano diretor recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O plano geralmente
divide a comunidade em seções separadas para casas e edifícios de apartamentos, comércio,
indústria e áreas para instalações públicas. A altura-limite das estruturas também é delimitada,
sendo que geralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a
construção de pequenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção
de prédios de apartamentos e de casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não
impõem restrições quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer
área da cidade, como em Houston, Texas, Estados Unidos.
Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular
os tipos de serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a
presença de pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias.
Alguns planos podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso misto, com uma
combinação de indústrias, comércio e residências.
Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da
comunidade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços
públicos como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas (tais como
ruas e vias expressas) também podem ser incluídos.
Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com o a aparência de uma
cidade, embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos
diretores podem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e
assistência social para os necessitados.
12
Novas cidades
O termo planejamento urbano também vale para a criação e desenvolvimento de novas
cidades ou comunidades, que se diferenciam de subúrbios por uma razão: enquanto subúrbios são
desenhados geralmente apenas como comunidades residenciais de baixa densidade, para pessoas
que trabalham em cidades próximas, o planejamento e a construção de novas cidades têm o
objetivo de tornar tais cidades totalmente independentes e autossustentáveis, com, por exemplo, a
designação de grandes áreas comerciais ou industriais, que, em volta, irão atrair habitantes à
cidade. Abaixo vemos 3 exemplos de cidades, sendo que a primeira retrata a monotonia cultural de
Sun City (Arizona, Estados Unidos), a segunda as crescentes favelas de Mumbai (India) e a última o
projeto de ecocidade Dongtan (China) conforme Fig. 9.
Fig. 9. Novas cidades.
Planejadores urbanos encarregados da construção de novas cidades fazem o possível para
garantir que a nova comunidade possua suficientes oportunidades de trabalho para todos os
habitantes, tornando possível a construção destas cidades em áreas relativamente isoladas. Porém,
novas cidades também são projetos extremamente caros, sendo poucas as cidades de grande porte
que foram criadas com planejamento. Exemplos incluem Brasília, a capital do Brasil, Canberra, a
capital da Austrália e Washington-DC, a capital dos Estados Unidos.
Outra opção, mais barata, é a construção de vilas em torno de uma cidade. Vilas provêm
seus habitantes com oportunidades de trabalhos, que, porém, são insuficientes para atender boa
parte da força de trabalho. Muitos trabalhadores têm de trabalhar em outras cidades próximas, e,
por esta razão, vilas precisam estar localizadas perto de uma cidade. O Reino Unido, a Suécia a
Noruega e a Dinamarca são os países que mais constroem novas vilas de tempos em tempos. Os
13
governos destes países ajudam com contribuições econômicas e a compra da terra necessária para
as novas municipalidades.
Em países desenvolvidos, muitas pessoas são contra o uso excessivo de artigos humanos
como propagandas, sinais, placas, que geram poluição visual. Outros assuntos relacionados são
tensões entre o crescimento da periferia, a densidade populacional em crescimento as cidades e o
planejamento e construção de novas cidades.
Planejadores urbanos de sucesso levam o caráter, de "casa" e "senso de lugar", identidade
local, respeito por heranças naturais, artísticas e históricas, e o entendimento dos (possíveis)
principais problemas como tráfego, transporte, utilidades e desastres naturais.
Embora as cidades que sejam planejadas desde o começo - como no caso de Brasília - os
planejadores são importantes em planejar o crescimento destas cidades. Examinadas
historicamente, várias cidades, atualmente consideradas como uma das mais belas do mundo é o
resultado de restritos planos diretores. Algumas cidades são planejadas desde o começo, e embora
nem sempre os resultados saiam como o esperado, evidências do plano diretor inicial muitas vezes
permanecem. Algumas das cidades planejadas de maior sucesso consistem de células que incluem
parques e espaços abertos, repetindo por várias vezes esta célula. Geralmente, as células são
separadas por ruas. Muitas vezes cada célula possui monumentos e características únicas, tornando
as células diversas entre si. Estas diferenças ajudam a instituir um "senso de lugar" na cidade,
enquanto as similaridades das células fazem cada lugar da cidade familiar aos habitantes da cidade.
Segurança
Muitas cidades são construídas em lugares vulneráveis a enchentes, tempestades, guerra e
desastres naturais como terremotos, furacões e vulcões ativos. Os planejadores urbanos, ao
planejar uma cidade, também devem levar em conta estes fatores. Se os perigos estão localizados e
podem ser prevenidos, como enchentes, por exemplo, uma solução pode ser a construção de
parques e espaços abertos. Outra solução, mais prática, é simplesmente construir a cidade em
terrenos de alta altitude e os parques, espaços verdes e fazendas em terrenos de menor altitude.
Quando a cidade é vulnerável a desastres naturais, enchentes, guerra ou outras
emergências, a construção de um sistema eficiente de transporte, adaptado para evacuações,
quando necessário, é considerada, bem como a construção de centros operacionais de emergência,
como abrigos, por exemplo. Podem ser muitas vezes de baixo custo, e muitos consideram esta
medida como cuidados razoáveis para qualquer espaço urbano. Outras cidades também planejam e
constroem muros e canais como medida de proteção.
Alguns métodos de planejamento urbano, no entanto, podem servir como métodos de
segregação, ajudando uma elite a controlar cidadãos ordinários. Um exemplo foi a cidade de Roma
na década de 1930, quando o fascismo da década de 1930 criou vários bairros nos limites da cidade,
onde criminosos e a classe baixa foi despejada, longe do centro da cidade. A França utiliza
atualmente métodos parecidos para controlar a população árabe de classe baixa.
Transportes
Existe uma clara conexão entre a densidade de uma dada região urbana e a quantidade de
transporte dentro desta região. Transporte de boa qualidade - que inclui desde uma malha de
transporte pública bem planejada até um sistema de vias públicas capazes de atender tráfego com
eficiência - é muitas vezes procedida por desenvolvimento. Porém, este sistema eficiente de
transportes pode ser arruinado quando esta região desenvolve-se demais, tornando-se mais densa
que um dado limite. Abaixo segue foto com o modelo de quiosques de aluguel de bicicletas que
estão surgindo em muitas cidades europeias. A bicicleta tem escala perfeita para a cidade em
termos de tamanho e velocidade, somente temos que exigir locais adequados e seguros para o seu
tráfego.
Um planejamento urbano eficiente tenta colocar zonas comerciais e residenciais de alta
densidade próximos a meios de transporte em massa. Por exemplo, algumas cidades permitem
prédios comerciais e residenciais somente quando elas estão a um quarteirão de distância de
estações de trens, metrô ou vias públicas tais como ruas e avenidas de duas faixas por sentido ou
mais, enquanto posicionam casas de família e parques mais longe destes pontos de transporte.
14
Autosserviço de aluguel de bicicletas.
Sugestão de filme sobre o desenvolvimento das cidades:
Descobrindo Nova York (You Tube)
Exercício 1 Ler o texto abaixo e fazer uma redação com a sua opinião sobre o assunto e abordando também
como o exemplo as atuais condições do rio e da água em sua cidade (mínimo de 20 linhas). Lembre-
se de colocar um título e no mínimo duas fotos atuais das condições do rio da sua cidade. O texto e
as fotos deverão ser postados no grupo do Facebook da sala para compartilhamento das
informações que são do interesse de todos!
OITO CIDADES MOSTRAM AO BRASIL QUE É POSSÍVEL DESPOLUIR OS RIOS URBANOS
Fonte: Cidades Sustentáveis, 11 de Dezembro de 2013, postado por Redação EcoD
O crescimento desordenado das cidades, somado ao descaso do poder público e à falta de
consciência da população, fazem com que boa parte dos rios urbanos do Brasil mais pareçam a
extensão das lixeiras. A falta de tratamento de esgoto e o descarte de poluentes industriais são os grandes vilões para esse quadro.
Atualmente, os 500 maiores rios do planeta enfrentam problemas com a poluição, segundo
dados da Comissão Mundial de Águas. Contudo, diversas cidades conseguiram transformar seus rios
mortos em belos retratos de cartão-postal, como Paris e Londres, integrando-os à sua vida
econômica e social. A Exame listou alguns exemplos que podem inspirar as autoridades brasileiras para que alcancemos os mesmos resultados.
15
Sena pode estar 100% despoluído em 2015 Foto: Danielle Meira dos Reis
1. Rio Sena, Paris (França)
O Sena, em Paris, foi degradado por conta da poluição industrial, situação comum a outros rios europeus. Neste caso, porém houve um agravante: o recebimento de esgoto doméstico.
Por conta de seu estado lastimável, desde a década de 1920 o Sena é alvo de preocupações
ambientais. Mas foi apenas em 1960 que os franceses passaram a investir na revitalização do local
construindo estações de tratamento de esgoto. Hoje já existem 30 espécies de peixes no rio, mas o processo para que isso acontecesse foi lento.
No começo, havia apenas 11 estações em funcionamento. Em 2008 já eram duas mil, mas a
meta é que em 2015 o rio já esteja 100% despoluído. Como parte do processo de tratamento de
esgoto, o governo criou leis que multam fábricas e empresas que despejarem substâncias nas
águas. Além disso, há um incentivo entre 100 e 150 euros por hectare para que agricultores que vivem às margens do rio não o poluam.
Tâmisa era conhecido antes como o "Grande fedor”
Foto: Wikimedia Commons
2. Rio Tâmisa, Londres (Reino Unido)
O Tâmisa tem quase 350 km de extensão e um longo histórico de poluição. As águas
deixaram de ser consideradas potáveis ainda em 1610, por conta da falta de saneamento básico da
16
Inglaterra. Ocorriam até mesmo mortes por cólera. Em 1858, no entanto, reuniões parlamentares
precisaram ser suspensas por conta do mau cheiro das águas, o que levou os governantes a resgatar a vida do rio apelidado como “Grande fedor”.
Na época foi colocado em prática uma alternativa sem êxito, já que o sistema que coletava o
esgoto despejava os dejetos recolhidos no rio a certa distância abaixo da cidade. Apenas entre 1964
e 1984 novas ações de revitalização surtiram efeito. Foram criadas duas estações de tratamento de
esgoto com investimentos de 200 milhões de libras. Quinze anos depois, um incinerador passou a
dar destino aos sedimentos vindos do tratamento das águas, gerando energia para as duas
estações. Fora isso, hoje dois barcos percorrem o Tâmisa de segunda a sexta e retiram 30 toneladas
de lixo por dia.
Famoso rio de Lisboa teve investimento de 800 milhões de euros
Foto: Wikimedia Commons
3. Rio Tejo, Lisboa (Portugal)
Para despoluir o famoso rio de Lisboa foram investidos 800 milhões de euros. A revitalização,
que se encerrou em 2012, incluiu obras de saneamento e renovação da rede de distribuição de
águas e esgotos, visto que os dejetos eram depositados diretamente nas águas do rio. Foram beneficiados com o projeto 3,6 milhões de habitantes.
O Tejo é o maior rio da Europa ocidental e passou a ser despoluído com a criação da Reserva
Natural do Estuário do Tejo, em 2000. O plano envolveu a construção de infraestrutura de
saneamento de águas residuais e renovação de condutas de abastecimento de água. Hoje, até golfinhos voltaram a saltar nas águas do rio europeu.
4. Rio Cheonggyecheon, Seul (Coreia do Sul)
Pode parecer mentira, mas os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul foram
totalmente revitalizados em apenas quatro anos. Hoje ele conta com cascatas, fontes, peixes e é
ponto de encontro de crianças e jovens.
Seu renascimento começou em julho de 2003, quando o governo da cidade implodiu um
enorme viaduto (com cerca de 620 mil toneladas de concreto) que ficava sobre o rio e começou, em
paralelo, um grande projeto de nova política de transporte público e construiu diversos parques
lineares, ampliando a quantidade de áreas verdes nas ruas para uma cidade sustentável. Todo o
processo teve um investimento de 370 milhões de dólares.
17
Os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul foram totalmente revitalizados em apenas quatro anos
Foto: longzijun
Com as melhorias ambientais, a temperatura em Seul diminuiu 3,6°C, além de haver
melhorias econômicas para a cidade. O rio sul-coreano era responsável pela drenagem das águas da
metrópole com mais de 10 milhões de habitantes quando seu leito se tornou poluído. Hoje, as águas que correm por lá são bombeadas do Rio Han, outro que passou pelo processo de despoluição.
O Han também passou por mudanças e hoje é considerado limpo e já tem algumas espécies de peixe
Foto: Divulgação
5. Rio Han, Seul (Coreia do Sul)
Formado pela confluência dos rios Namhan e Bukhan, ele passa por Seul e se junta ao rio
Imjin, que em seguida deságua no Mar Amarelo. Com 514 km de extensão, sendo 320 navegáveis,
o rio sempre teve papel fundamental para o desenvolvimento da região, visto que era fonte para a agricultura e o comércio, além de ajudar na atividade industrial e na geração de energia elétrica.
No entanto, o Rio Han sofreu grande degradação durante a Segunda Gerra Mundial e Guerra
da Coreia, além de receber o despejo de esgoto. Mas, em 1998, com o plano de Desenvolvimento e
Implementação de Gestão da Qualidade da Água, o local mudou o seu destino. Com a revitalização
do rio Cheonggyecheon, o Han também passou por mudanças e hoje é considerado limpo e já tem
algumas espécies de peixe. O governo tem em prática, inclusive, o projeto Han Renaissance, que
tem por objetivo revitalizar 12 parques à beira do rio.
18
Governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno em 1987 Foto: Vladimir Rys/Getty Images
6. Rio Reno, várias cidades da Europa
Com cerca de 1,3 mil km de extensão, o rio nasce nos Alpes Suíços e banha seis países
europeus até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. Durante muitos anos recebeu dejetos de zonas
industriais, o que o levou a ser conhecido, em 1970, como a cloaca a céu aberto da Europa.
Um dos principais casos de contaminação aconteceu em 1986, quando 20 toneladas de
substâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça. Com o ocorrido, os
governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno
em 1987, investindo mais de 15 bilhões de dólares em sua recuperação, que contou com a
construção de estações de tratamento de água monitorado. O resultado são 95% dos esgotos das empresas tratados e a existência de 63 espécies de peixes vivendo por ali hoje.
Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares para a purificação da água do Cuyahoga e dos seus sistemas de esgoto
Foto: Cuyahoga jco
7. Rio Cuyahoga, Cleveland (Estados Unidos)
Localizado no estado de Ohio, ele conta com 160 km de extensão, passando pelo Parque
Nacional do Vale Cuyahoga e desaguando no Lago Eire. Hoje ele é parte fundamental do
ecossistema da região, sendo lar e fonte de sustento de diversos animais. No entanto, a história era bem diferente em um passado não muito distante.
19
Devido à atividade industrial maciça e o esgoto residencial da região entre Akron e Cleveland,
o rio era bastante poluído. Para piorar a situação, em junho de 1969, uma mancha de óleo e outros
produtos químicos incendiaram o rio. Por conta desses fatores, em 1970 foi assinado o Ato Nacional
de Proteção Ambiental, que viabilizou a criação do Ato Água Limpa, em 1972, estipulando que todos
os rios do país deveriam ser apropriados para a vida aquática e para o lazer humano.
Assim, Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares para a purificação da água do
Cuyahoga e dos seus sistemas de esgoto. E a previsão é de investir mais 5 bilhões nos próximos 30 anos para manter o bom estado de suas águas.
As galerias pluviais foram reconstruídas nos Canais de Copenhague
Foto: Pramzan45/Wikimedia Commons
8. Canais de Copenhague (Dinamarca)
Provavelmente você conhece a capital dinamarquesa por ser referência no assunto meio
ambiente. Hoje ela possui uma meta muito clara: quer chegar em 2025 como a capital a primeira
capital do mundo a neutralizar suas emissões de carbono.
Mas nem sempre foi assim. Antes os canos que levavam a água da chuva para os rios e
canais muitas vezes se misturavam com a rede de esgoto, transportando os dejetos para as águas.
Além disso, o entorno do rio era uma área industrial, o que fazia com que boa parte do lixo da região fosse para os canais e rios.
Em 1991, no entanto, surgiu o plano de despoluição das águas e a remoção da área
industrial ao redor do rio. Assim, as galerias pluviais foram reconstruídas, os reservatórios de água
foram estabelecidos em pontos estratégicos da cidade para que a água da chuva se armazenasse
em caso de tempestade e o encanamento dos esgotos foi melhorado. O lixo, por sua vez, passou a ser reciclado e incinerado.
Hoje os habitantes e turistas podem, até, tomar banho nas piscinas públicas artificiais criadas
pelo governo.
20
Entendendo as Leis de uso e ocupação do solo
Conforme os princípios consagrados na Constituição Federação de 1988 (dita Constituição
Cidadã), e reafirmados no Estatuto da Cidade3, podemos definir a gestão urbana como um conjunto
de atividades e procedimentos que visam garantir a função social da cidade e da propriedade
urbana, através do ordenamento do uso, da ocupação e da expansão do solo urbano. A gestão
urbana compete aos três níveis governamentais da Federação:
União, estados e municípios, sendo, no entanto, este último, o que maior competência
possui, na medida em que é de sua responsabilidade a elaboração do Plano Diretor,
constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da política urbana.
Além do plano diretor, o município possui um rol de instrumentos urbanísticos que compõem
o arcabouço jurídico da gestão urbana, dos quais destacaremos os quatro principais:
1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento);
2) Lei do parcelamento do solo urbano (loteamentos);
3) Lei 10.257 de 10/07/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana (Estatuto da
Cidade);
4) Código de obras.
1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento)
O zoneamento urbano é, certamente, o mais difundido instrumento urbanístico e, também, o
mais criticado, tanto por sua eventual ineficácia, quanto por seus efeitos perversos (especulação
imobiliária e segregação sócio-espacial). Sua forma mais tradicional é o zoneamento de uso e
ocupação do solo, de matriz funcionalista, que prevê uma segregação de usos – industrial, comercial
e residencial - com maior ou menor grau de flexibilidade.
Em sua implementação, o zoneamento usualmente é definido em duas escalas: a primeira,
denominada de macrozoneamento, que consiste na delimitação das zonas urbana, de expansão
urbana, rural e especial (geralmente de proteção ambiental) do município. A segunda, o
zoneamento propriamente dito, que irá estabelecer as normas de uso e ocupação para cada
macrozona, em especial da zona urbana, haja vista que sobre a zona rural o poder local possui
pouca competência regulatória.
O macrozoneamento envolve do ponto de vista ambiental, duas questões fundamentais. A
primeira refere-se à definição da área de expansão urbana e a segunda refere-se ao problema do
adensamento urbano.
Na definição do perímetro de expansão urbana, um parâmetro básico a ser observado pelas
municipalidades para a delimitação da zona de expansão urbana é a Lei Federal 6766/79,
modificada pela Lei 9.785/99, que proíbe o parcelamento do solo para fins urbanos nos seguintes
casos:
I - em terrenos alagadiços e sujeitos as inundações;
II - em terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde;
III - em terrenos com declividade superior a 30 %;
IV - em terrenos com condições geológicas impróprias;
V - em áreas de preservação ecológica.
Os aspectos de maior visibilidade do zoneamento, como instrumento de gestão ambiental,
referem-se à definição dos usos:
1) Critérios de suporte ambiental para a localização de cada tipo de uso do solo no tecido urbano;
2) Segregação dos usos ambientalmente incompatíveis e;
3) Definição de zonas especiais de proteção ambiental.
21
Em geral, qualquer empreendimento, público ou privado, deve solicitar à Prefeitura Municipal
as diretrizes urbanas básicas das atividades permitidas segundo a localização do terreno em
determinada zona urbana. A partir disto, dependendo do empreendimento, será necessário o
licenciamento ambiental segundo a Lei Federal 6.9387/81, que deverá passar pelas seguintes
instituições – no caso do Estado de São Paulo:
· CETESB – Companhia de tecnologia de Saneamento Ambiental;
· DEPRN – Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais sujeitos ao licenciamento com
avaliação de impacto ambiental;
. CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
De maneira geral deve-se procurar no zoneamento um equilíbrio nas densidades de uso do
solo. Se, do ponto de vista ambiental, as baixas densidades apresentam algumas vantagens
relativas (menor impacto ambiental e maior possibilidade de áreas mais verdes e de lazer), do ponto
de vista socioeconômico, as baixas densidades apresentam, do mesmo modo, algumas vantagens
que não podem ser negligenciadas (principalmente a maior eficiência na alocação de infraestrutura
urbana).
O controle da densidade de ocupação de cada zona de uso é normalmente feito através da
especificação e controle dos seguintes índices urbanísticos:
a) coeficiente de aproveitamento: a razão entre a área construída e a área do lote, na qual a área
construída é a soma das áreas dos pisos cobertos do edifício;
b) taxa de ocupação: a razão entre a área ocupada e a área do lote, na qual a área ocupada é a
área da projeção horizontal do edifício no lote;
c) recuo: a distância que separa as divisas do lote da projeção horizontal do edifício, podendo ser
frontal, lateral ou de fundos;
d) área mínima do lote;
e) frente mínima do lote;
f) gabarito: indica geralmente a altura máxima permitida dos edifícios, podendo ser indicado pelo
número de pavimentos ou pela altura em metros; muitas vezes é indicado em proporção à largura
do logradouro. É adotada com menor freqüência do que os demais índices. Este índice vem sendo
substituído pelo coeficiente de aproveitamento, ou utilizado em conjunto com o mesmo, como nos
casos de entorno de patrimônio tombado.
A legislação de uso e ocupação do solo é fundamental para a vida urbana, por normatizar as
construções e definir o que pode ser feito em cada terreno particular, interfere na forma da cidade e
também em sua economia. Mas, em geral, trata-se de um conjunto de dispositivos de difícil
entendimento e aplicação, e as leis não são muito acessíveis aos cidadãos por seu excesso de
detalhes e termos técnicos. O grande nível de detalhe dificulta também a fiscalização que se torna
praticamente impossível de ser realizada, deixando a maioria da cidade em situação irregular. Além
disso, raramente fica explicitado seu impacto econômico na distribuição de oportunidades
imobiliárias.
Em muitos municípios, a legislação de uso e ocupação do solo é uma "caixa preta", que
poucos conhecem profundamente e que, em não raros casos, é usada para atender interesses
particulares. Por má fé, desconhecimento ou casuísmo vai sendo alterado sem nenhuma
preocupação com a totalidade. O resultado é uma legislação cada vez mais complexa e abstrata, que
acentua as desigualdades existentes na cidade.
Um governo comprometido com a promoção da cidadania e da qualidade de vida não pode se
permitir conviver com uma legislação de uso e ocupação do solo nessas condições, sob pena de ver
crescer as desigualdades sociais enquanto o capital imobiliário se apropria dos destinos da cidade.
O instrumento técnico-jurídico central da gestão do espaço urbano é o Plano Diretor, que
define as grandes diretrizes urbanísticas. Tradicionalmente, estas diretrizes incluem normas para o
adensamento, expansão territorial, definição de zonas de uso do solo e redes de infraestrutura. Para
grande parte das cidades, no entanto, o Plano Diretor, quando existe, "fica na gaveta". É um
documento distante do dia a dia ou por ser elaborado apenas para cumprir uma formalidade ou por
desrespeito às suas normas por interesses políticos.
22
O Plano Diretor organiza o crescimento e o funcionamento da cidade. No Plano Diretor está o
projeto da cidade. Ele diz qual é o destino de cada parte da cidade. Sem esquecer, claro, que essas
partes formam um todo. O Plano Diretor vale para todo o município, ou seja, para as áreas urbanas
e também para as rurais.
O Estatuto dá as regras gerais para o planejamento de todas as cidades. O Plano Diretor diz
quais regras serão usadas em cada município. Ele define o futuro da cidade decidido por seus
moradores.
Etapas do Plano Diretor
1. Identificar bem a realidade da cidade e seus problemas.
2. Escolher os temas e objetivos a serem trabalhados.
3. Escrever a proposta do Plano Diretor.
4. Enviar a proposta para a Câmara Municipal, para os vereadores discutirem e aprovarem.
5. Estabelecer prazos e maneiras de colocar o Plano Diretor em prática.
6. Revisar o Plano Diretor. A cidade sofre mudanças difíceis de prever. E a lei que orienta seu
destino precisa acompanhar essas mudanças, por isso o Plano Diretor deve ser revisto pelo
menos a cada 10 anos.
O Estatuto diz que devem OBRIGATORIAMENTE ter Plano Diretor as cidades que:
• têm mais de 20 mil habitantes;
• fazem parte de regiões metropolitanas, como a grande São Paulo;
• são turísticas ou
• têm grandes obras que colocam o meio ambiente em risco ou que mudam muito a região, como
hidrelétricas.
Tradicionalmente, a legislação de uso e ocupação do solo concentra-se em normas técnicas
de edificações e no zoneamento da cidade. As normas de edificações procuram estabelecer
parâmetros detalhados sobre todos os aspectos das construções, incluindo tanto a relação da
edificação com seu entorno (recuos, número de pavimentos, altura máxima) quanto a sua
configuração interior (insolação, ventilação, dimensão de cômodos). A virtual impossibilidade de dar
conta do excessivo nível de detalhe, em muitos casos, joga na ilegalidade a maior parte das
edificações.
O zoneamento é uma concepção da gestão do espaço urbano baseada na idéia de eleger os
usos possíveis para determinadas áreas da cidade. Com isso, o que se pretende é evitar
convivências desagradáveis entre os usos. A cidade é dividida em zonas industriais, comerciais,
residenciais, institucionais e em zonas mistas, que combinam tipologias diferentes de uso. Em
alguns casos, esse zoneamento da cidade inclui várias categorias para cada um dos tipos de zonas.
Essas categorias diferenciam-se, normalmente, em termos de adensamento dos lotes (pela
regulamentação do percentual máximo da área dos terrenos que pode ser edificada, do número de
andares das edificações ou da área máxima construída).
A determinação dos tipos de usos, muitas vezes, acontece em função de usos já
consolidados, ou seja, a legislação apenas reconhece esses usos. Nesse caso, seu papel de
direcionar a ocupação da cidade fica resumido à legitimação do espaço construído,
independentemente da dinâmica, ainda que perversas e excludentes que tenham definido esta
construção.
O zoneamento tem impacto direto sobre o mercado imobiliário. A adoção de um zoneamento
rígido leva à criação de monopólios fundiários para os usos: por exemplo, se só há um lugar para a
instalação de estabelecimentos comerciais, essas áreas disponíveis serão automaticamente
valorizadas. As restrições do zoneamento podem inviabilizar empreendimentos e impedir a expansão
de algumas atividades econômicas.
Com todo esse impacto sobre o mercado imobiliário, e o fato de a legislação ser detalhista e
tecnicista, praticamente incompreensível para os nãos iniciados, é muito fácil que a lei de
zoneamento se transforme em moeda de troca. Empreendedores imobiliários, interessados na
mudança de classificação de uma determinada área, chegam a pagar muitos milhares de dólares
para que ela seja efetivada.
23
Além disso, essa concepção aumenta a segregação social: os ricos tendem a se concentrar
em áreas legisladas de forma mais restritiva (normalmente são áreas residenciais, com pouco
tráfego, com tamanhos mínimos de lote e padrões de adensamento que inviabilizam moradias de
baixo custo). Aos pobres são reservadas áreas cujas características de zoneamento, ao mesmo
tempo em que viabilizam a ocupação de baixo custo, não lhe conferem qualidade de vida.
Agravando o quadro, os governos municipais tendem a fiscalizar mais fortemente a ocupação das
áreas mais nobres da cidade, preservando assim suas características de áreas privilegiadas. As
áreas mais pobres não quase não recebem atenção, e seu padrão de ocupação e de edificações
afasta-se das exigências mínimas da legislação, em função das necessidades e capacidades
econômicas de seus moradores.
A existência desses problemas não significa que seja melhor não dispor de legislação
urbanística. Sem nenhuma regulamentação, a competição livre das formas de ocupação
simplesmente estimula a proliferação das mais lucrativas, com graves prejuízos para a qualidade de
vida e reduzem as oportunidades de acesso a terra e à cidade.
EXERCÍCIO DE PESQUISA INDIVIDUAL
1. Faça uma pesquisa sobre os dados abaixo a respeito do seu município no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
a. população em 2010:
b. densidade demográfica (hab/km2):
d. saneamento básico (água, esgoto e lixo):
e: Índice de desenvolvimento Humano Municipal (IDHM):
2. Pesquise sobre o Código de Obras adotado na sua cidade sobre os itens abaixo relacionados:
- a projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação):
- área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização):
- recuos a serem observados com relação às divisas do terreno:
3. Pesquise sobre o Plano Diretor da sua cidade: data de aprovação e o número do Decreto Lei.
2) Lei do parcelamento do solo urbano
O parcelamento do solo é atualmente um dos itens de maior importância, tanto sob o aspecto
técnico quanto no jurídico, no que se refere ao ordenamento da cidade, principalmente na
organização espacial de novas áreas urbanas.
O parcelamento do solo realizado sob forma de loteamento ou desmembramento e é um dos
instrumentos urbanísticos utilizados para promover a organização territorial dos municípios
brasileiros,
24
É através desse instrumento que o município pode exigir uma distribuição adequada dos
lotes, equipamentos e vias públicas, bem como suas respectivas dimensões, taxas de ocupação,
áreas de recreação e outros usos comunitários e infraestrutura mínima. Essa organização do solo é
regulamentada por legislação específica e são elas:
- Constituição Federal - principais posturas nacionais;
- Constituição Estadual - posturas estaduais que respeitem as disposições da Constituição
Federal, sendo que esta determina para os municípios:
“A lei municipal estabelecerá, em conformidade com as diretrizes do plano diretor, normas
sobre zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação do solo, índices urbanísticos,
proteção ambiental e demais limitações administrativas pertinentes.”
A regulamentação técnica e jurídica do parcelamento do solo se faz através de legislação
urbanística. No universo dessas leis se destaca a Lei Federal 6.766/79, devido a ser a lei de
abrangência nacional que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e também por determinar
parâmetros para as legislações estaduais e municipais. Lembrando que as leis estaduais e
municipais não poder se opuser a leis federais.
Grande parte dos códigos de obras brasileiros bebe na fonte do Código Sanitário do Estado de
S. Paulo, de 1894. Naquela época, há cem anos, a preocupação com a saúde pública (determinante
das exigências para a edificação) elegia os cortiços, onde se aglomerava a população pobre, como o
grande inimigo a ser combatido. Esta forma de residência era considerada insalubre e perigosa, pois
poderia se transformar em foco de epidemias. O cortiço também era visto como centro estimulador
do crime e da desordem social. O Código Sanitário proibiu sua construção e determinou que as vilas
operárias não fossem mais erguidas na área central da cidade, onde residiam e trabalhavam as
elites. Mais tarde, em 1934, o Código de Obras do Município de S. Paulo inspirou-se no código de
1894, mantendo a proibição aos cortiços, enquadrando nesta categoria qualquer forma de habitação
em que duas ou mais residências compartilhassem o mesmo acesso à via pública, excetuando-se os
prédios de apartamentos.
Este código influenciou a elaboração da legislação de várias outras cidades. Consolidou-se um
modelo urbanístico caracterizado por prédios de apartamentos e residências unifamiliares
totalmente isoladas em lotes mínimos relativamente grandes. Os prédios de apartamentos não
permitem a ampliação posterior das unidades habitacionais; a exigência de lotes maiores dificulta
sua aquisição pela população de baixa renda. As especificações técnicas de construção expressam
na legislação tornaram-se obstáculos que não são completamente absorvidas pela população, que
busca alternativas nas favelas e na autoconstrução sem orientação técnica. São predominantes,
portanto, as construções fora das exigências da legislação. Estas "cidades ilegais" são
periodicamente regularizadas pelas anistias do poder público.
A opção pelo automóvel como meio de transporte privilegiado na cidade implicou, por sua
vez, o superdimensionamento das vias e a valorização de alternativas em que o automóvel tem
acesso direto à edificação. Mesmo cidades com pouco tráfego adotam sistemas viários abertos, em
malha, com vias largas e asfaltadas, ainda que destinadas apenas ao uso local. O espaço que
poderia ser apropriado pela população para moradia ou lazer é destinado a facilitar a locomoção da
minoria proprietária de automóveis.
Assim, a produção da cidade fica limitada pelos padrões de construção ultrapassados ou
inaplicáveis (que não conseguem ser seguidos pela maioria da população) e pela visão de cidade em
que o automóvel, e não o pedestre é o principal ator. Dentro do processo de urbanização acelerada
e de supervalorização da terra urbana, a conseqüência inevitável é o agravamento do déficit
habitacional.
25
Exercício 2
1. Leia o artigo abaixo em dupla e faça um resumo para entregar à professora.
2. Dê a sua opinião sobre o assunto no final do texto.
Adensar para manter o verde
LUIZ SUGIMOTO publicado no Jornal da UNICAMP em julho de 2008
O demógrafo Daniel Joseph Hogan atenta para o momento interessante da história da
humanidade que testemunhamos em 2008, quando se registra, pela primeira vez, mais da metade
da população mundial morando nas cidades. Este processo está mais avançado na América Latina –
o Brasil já passou dos 80% há algum tempo – mas a superação da média de 50% no planeta obriga
à reflexão sobre o que seja um futuro urbano sustentável.
“Muito da tensão em torno das questões ambientais decorre do foco nas florestas e nos
recursos naturais, sobretudo em nosso país. Entretanto, a verdade é que a grande maioria da
população brasileira já está nas cidades. A questão é como conciliar uma qualidade de vida decente
com tanta gente vivendo no meio urbano”, observa Hogan, que é professor do Instituto de Filosofia
e Ciências Humanas (IFCH) e pesquisador do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp.
Segundo o docente, se muitos países ainda terão de se ocupar com o crescimento da
população urbana, o importante para o Brasil é planejar o crescimento físico das cidades. “Aqui, a
grande transição já aconteceu, dos anos 1950 até os 90. As cidades estão parando de crescer
demograficamente e chegando perto do nível de reposição da população. Como tudo aponta para
patamares ainda inferiores de fecundidade, supomos que o número de habitantes vai começar a
diminuir dentro de poucas décadas”.
Daniel Hogan falará dia 16 na 60ª Reunião da SBPC sobre “Crescimento urbano, população e meio
ambiente no século 21”. Como outros especialistas do país, ele está às voltas com uma questão que
é motivo de polêmica internacional: se o adensamento da população em espaços já dotados da
devida infraestrutura urbana, preservando áreas verdes e minimizando custos ambientais como da
emissão de carbono nos transportes, não seria menos impactante do que o espraiamento para
condomínios em áreas mais distantes.
Considerando que o grande problema ambiental do século 21 é a mudança climática, e sendo
difícil lidar com ela ao nível de cada comunidade, Hogan crê que o adensamento da população
contribui para uma política mais verde. “Se eu decidir morar a dez quilômetros da Unicamp, e não
mais a cinco, vou gastar o dobro de combustível por dia. Multiplique-se isto por centenas de
milhares de pessoas e teremos uma séria influência nas emissões de carbono”.
Para quem supõe uma qualidade de vida melhor morando longe da agitação urbana, o
pesquisador lembra que grandes cidades do mundo, como Paris e Nova York, apresentam um uso
residencial importante na área central. “O adensamento é um meio de facilitar a oferta e de baratear
serviços essenciais como de água, esgoto, eletricidade e asfalto, e de atender a demandas como de
escolas, saúde e comércio”.
Planejamento – O problema do Brasil, lamenta o professor da Unicamp, é a inexistência de
um planejamento macro, inclusive para metrópoles que já têm constituídas suas regiões
metropolitanas. Em sua palestra na SBPC, Hogan vai se valer do seu conhecimento da Região
Metropolitana de Campinas (RMC) para justificar a posição favorável ao adensamento da população.
“Estão ampliando várias rodovias da RMC, como a Campinas-Mogi Mirim, em cuja margem está o
condomínio Alphaville e se erguem inúmeros outros empreendimentos imobiliários. Não se pode
criticar quem decidiu ampliar a pista de quatro para seis faixas, pois o engarrafamento no rush é
infernal. Mas, facilitar a circulação de quem mora longe, é alimentar um círculo vicioso”, diz o
pesquisador. Na outra margem da mesma rodovia, uma área reservada para o Parque Tecnológico
de Campinas, que está saindo do papel depois de dez anos, acaba de ser liberada pela Câmara de
Vereadores também para a construção de condomínios, shoppings e outros negócios. “A medida não
deixa de ser racional, pois a área já tem o entorno ocupado, infraestrutura urbana e dispensa a
criação de novos acessos. É melhor que construir na área rural. Resta saber como será afetado o
projeto do pólo tecnológico”.
Daniel Hogan, que costuma guardar folhetos distribuídos nos semáforos, observa o ritmo da
construção de condomínios fechados ao largo de um trecho urbano da rodovia D. Pedro I, em
direção a Paulínia. “Também acho racional preencher os vazios desta área que já conta com diversos
serviços, ao invés de ocupar as áreas verdes do distrito de Barão Geraldo, onde o anúncio de
empreendimentos gera polêmica. Há muitas áreas na cidade que, provavelmente, comportariam
mais uma população de Campinas”.
26
Outros medos – O pesquisador ressalta que as pessoas são movidas para áreas mais
distantes também por causa da violência, mesmo cientes de que um condomínio fechado não
oferece segurança absoluta. “Nas pesquisas do Nepo, levantamos os medos da população. O medo
da violência é maior do que outros, pois mesmo que as vítimas se concentrem entre as de maior
renda, ela contamina a percepção da sociedade e influi na própria estratégia mercadológica das
incorporadoras, que então vendem segurança”. Uma das pesquisas do Nepo, tratando da expansão
urbana e da vulnerabilidade sócio-demográfica nas regiões metropolitanas de Campinas e da
Baixada Santista, levantou a percepção da população também sobre os problemas ambientais. “Em
nível nacional, a resposta mais comum é que o maior problema ambiental é a devastação da
Amazônia. Mas, ao nível da RMC, em primeiro lugar aparece a poluição do ar”.
Daniel Hogan lembra que grande parte da poluição em Campinas vem do trânsito, que foi
planejado para uma cidade com um terço da ocupação atual. “Algo tem sido feito para melhorar as
condições viárias, já que o trânsito precisa fluir. Mas devemos pensar no transporte de massa para
diminuir o transporte individual, inclusive no metrô. Mesmo em São Paulo, que precisa de uma rede
mais densa, o metrô mostra-se um meio de transporte confortável, rápido e, além de tudo, não
poluente, já que é elétrico”.
Mais parques – Apesar dos valores e hábitos que as grandes incorporadoras procuram
enaltecer, o professor da Unicamp insiste que é possível viver plenamente satisfeito nas cidades. “As
pessoas gostam da idéia de viver junto à natureza. Eu mesmo estou chegando de uma chácara em
Jaguariúna, onde passo três dias da semana. Uma forma de promover este contato é viabilizar o
acesso da população a bons parques – não falo de reservas ecológicas, que são igualmente
importantes”. Hogan é norte-americano e cresceu em uma pequena cidade com dois grandes
parques estaduais ao redor, onde passava os domingos. “No Brasil, são poucos os parques
preparados para receber a população e próximos às grandes cidades. Quando vim para Campinas,
em 1972, o Parque Taquaral estava sendo inaugurado. Ele é ótimo e continua muito bem
frequentado. Mas onde está o novo parque para as 700 mil pessoas que vieram depois?” Outra
sugestão do professor é a socialização de grandes áreas verdes que estão fechadas ao público,
mesmo quando pertencem ao Estado. “Não é possível individualizar este desejo de aproximação
com a natureza, com cada qual buscando seu jardim e seu pomar. O Exército, por exemplo, herdou
em Campinas uma área bem maior que a do Taquaral e que daria um parque maravilhoso”.
Mosaico – Na visão do professor Daniel Hogan, uma parcela muito pequena da população
brasileira vive na área rural e isto será mais verdade no futuro do que hoje. “Quem mora na zona
rural não vai se ocupar com a agricultura, que está se expandindo de forma fantástica, mas é
superintensiva de capital e de máquinas, usando pouca mão-de-obra. O futuro do emprego também
é urbano”. O cenário que o pesquisador da Unicamp prevê para as próximas décadas é de um
território recortado em blocos, como um mosaico, delimitando atividades comerciais e industriais,
agrícolas e de preservação. “Um tipo de planejamento que já vem sendo praticado é o chamado
Zoneamento Ecológico-Econômico, que tem sido aplicado com mais sucesso nos Estados amazônicos
menores, como Acre e Amapá”.
No Estado de São Paulo, o governo está promovendo este zoneamento no litoral,
contemplando principalmente o Vale do Ribeira, sua região mais pobre. Daniel Hogan lembra que há
dez anos, quando representava a Unicamp no Conselho Estadual de Meio Ambiente, acompanhou
uma vistoria na Ilha do Cardoso, parque do Estado que a Prefeitura de Cananéia declarou como
ponto de expansão urbana.
“Empreendedores estavam construindo mansões na área e a prefeitura tinha interesse no IPTU. Os
ambientalistas foram para o confronto, com razão. Mas hoje é preciso pensar o tipo de atividade
econômica que pode ser conciliado com a preservação da mata Atlântica, ao invés de se congelar
tudo do jeito que está e condenar a população local à mesma miséria”, pondera o professor.
3) Lei 10.257 de 10/07/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana
(Estatuto da Cidade);
O Estatuto da Cidade é uma lei que cria regras para se organizar a cidade. O objetivo do
Estatuto é que todos tenham uma vida de qualidade nas cidades. O Estatuto não se limita a dizer o
que é permitido ou proibido no uso do solo urbano. Ele diz que o solo deve ter um uso bom para
toda a cidade. Veja como o Estatuto pode pressionar as pessoas a darem um bom uso para sua
propriedade com alguns dos seus instrumentos:
27
1ª. Pressão - Parcelamento e edificação compulsórios: Se uma propriedade não está cumprindo sua
função social como manda o Plano Diretor, o proprietário vai ser pressionado a dar um bom uso a
seu imóvel. Por essa regra, o proprietário tem o prazo de dois anos para dividir seu terreno,
construir ou reformar seu imóvel.
2ª. Pressão - IPTU progressivo no tempo: Se o proprietário não atender a 1ª. Pressão, ele será
punido com o IPTU progressivo por não ter usado seu terreno ou prédio para uma função social,
como manda o Plano Diretor.
3ª. Pressão - Desapropriação: Se o proprietário pagar o IPTU Progressivo durante cinco anos e não
der um uso social para seu terreno ou imóvel, ele perde a propriedade. A prefeitura desapropria e
paga pela propriedade. Mas não paga o valor de mercado, nem dá o dinheiro de uma vez. O que a
pessoa ganha são títulos da dívida pública. Os títulos são como dez cheques pré-datados, para
serem descontado um a cada ano, ou seja, proprietário só receberá o dinheiro todo depois de dez
anos.
Outros instrumentos do Estatuto da cidade
1)ZEIS
As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) é uma área da cidade que fica destinada pelo
Plano Diretor para abrigar moradia popular. O Estatuto da Cidade estendeu para todo o país a regra
das ZEIS, que já existia desde os anos 80 em algumas cidades. As ZEIS servem para:
• reservar terrenos ou prédios vazios para moradia popular;
• facilitar a regularização de áreas ocupadas e;
• facilitar a regularização de cortiços.
A ZEIS reserva espaço para moradia popular em áreas com boa infraestrutura. Uma
propriedade vazia no centro da cidade pode virar uma ZEIS. Aí fica mais fácil para a prefeitura exigir
que nela sejam construídas moradias populares.
Quando uma área ocupada vira ZEIS, seus moradores conseguem regularizar sua moradia de
forma mais rápida. E também fica mais fácil lutar por melhorias para aquela região.
2) Outorga onerosa do direito de construir
O proprietário não pode construir o quanto quiser no terreno. O Plano Diretor diz quantos
metros quadrados a pessoa pode construir, de acordo com o tamanho do terreno e sua localização.
Tudo o que se constrói além do que é permitido chama-se Solo Criado. Para construir a mais
é preciso pagar à prefeitura pelo solo criado, Mas não é só pagar e construir o que quiser. O Plano
Diretor deve dar um limite máximo de construção, para que certa região não fique com área
construída demais. No Estatuto da Cidade, essa regra tem o nome de OUTORGA ONEROSA DO
DIREITO DE CONSTRUIR.
4) Usucapião especial de imóvel urbano
O Estatuto da Cidade trata da usucapião especial de imóvel urbano, regulamentando o artigo
183 da Constituição Federal, que estabelece a aquisição de domínio para aquele que possuir área ou
edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, com a ressalva de que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Onde não for possível identificar os terrenos ocupados
por cada possuidor, poderá ocorrer a usucapião coletiva, desde que os possuidores também não
sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
5) Direito de superfície
O direito de superfície possibilita que o proprietário de terreno urbano conceda, a outro
particular, o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo de seu terreno, em termos
estabelecidos em contrato – por tempo determinado ou indeterminado – e mediante escritura
pública firmada em cartório de registro de imóveis.
28
6) Direito de preempção (preferência)
O direito de preempção é instrumento que confere, ao poder público municipal, preferência
para a compra de imóvel urbano, respeitado seu valor no mercado imobiliário, e antes que o imóvel
de interesse do município seja comercializado entre particulares.
Para usufruir deste direito, o Município deverá possuir lei municipal, baseada no Plano
Diretor, que delimite as áreas onde incidirá a preempção. A lei que fixa as áreas objeto de incidência
deste direito não poderá vigorar por mais de cinco anos, porém, pode ser renovada após um ano de
seu término. Ao instituir o direito de preferência, a lei municipal deve enquadrar cada área em uma
ou mais finalidades relacionadas no Estatuto.
O instrumento permite, ainda, que o poder público tenha preferência na aquisição de imóveis
de interesse histórico, cultural ou ambiental, para que estes recebam usos especiais e de interesse
coletivo. Permite, também, a aquisição de áreas para a construção de habitações populares,
atendendo a uma demanda social, bem como para a implantação de atividades destinadas ao lazer e
recreação coletivos, como, por exemplo, parques, ou mesmo para a realização de obras públicas de
interesse geral da cidade.
7) Transferência do direito de construir
Este instrumento compreende a faculdade conferida, por lei municipal, ao proprietário de
imóvel, de exercer em outro local o direito de construir previsto nas normas urbanísticas e ainda não
exercido.
Trata-se de um instrumento que já está sendo usado por alguns municípios, trazendo
flexibilidade na aplicação da legislação urbanística e na gestão urbana, tendo inúmeras aplicações,
como, por exemplo, a preservação de imóveis de interesse histórico, proteção ambiental ou
operações urbanas.
O direito de transferência previsto no Plano Diretor, ou em legislação urbanística dele
decorrente, só poderá ser aplicado quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:
a) implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
b) preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico,
social ou cultural;
c) servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda e habitação de interesse social.
8) Operações urbanas consorciadas
As operações urbanas consorciadas referem-se a um conjunto de intervenções e medidas,
coordenadas pelo poder público municipal, com a finalidade de preservação, recuperação ou
transformação de áreas urbanas contando com a participação dos proprietários, moradores, usuários
permanentes e investidores privados. O objetivo é alcançar, em determinada área, transformações
urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.
9) Estudo do impacto de vizinhança
O Estatuto da Cidade estabelece que lei municipal definirá os empreendimentos e atividades
privados ou públicos em área urbana, que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto
de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou
funcionamento, a cargo do poder público municipal.
O EIV será executado de forma a contemplar a análise dos efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade na qualidade de vida da população residente na área e em suas
proximidades.
29
O estudo de impacto de vizinhança incluirá, ao analisar os impactos do novo
empreendimento, pelo menos: o aumento da população na vizinhança; a capacidade e existência
dos equipamentos urbanos e comunitários; o uso e a ocupação do solo no entorno do
empreendimento previsto; o tráfego que vai ser gerado e a demanda por transporte público; as
condições de ventilação e de iluminação; bem como as conseqüências, para a paisagem, da inserção
deste novo empreendimento no tecido urbano e, também suas implicações no patrimônio cultural e
natural.
Exercício 3 Os princípios do Estatuto da Cidade encontram guarida no artigo 2º do Estatuto da Cidade, sob a
designação de “diretrizes gerais”, nesse trecho escolhido temos a observação sobre o uso e a
ocupação do solo:
VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a utilização inadequada dos imóveis
urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a
edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraestrutura urbana; a instalação de
empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a
previsão da infraestrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na
sua subutilização ou não utilização; a deterioração das áreas urbanizadas; a poluição e a
degradação ambiental;
a. Elabore um cartaz com fotografias em que reflitam a sua observação sobre a utilização
inadequada dos imóveis urbanos e dos seus usos inconvenientes e as áreas deterioradas das nossas
cidades brasileiras. Ele será exposto nos corredores da Etec João Belarmino, portanto caprichem!
4) Código de obras
A providência inicial, uma vez decidida a elaboração de um projeto de edificação, é a
verificação, junto aos Orgãos Públicos, particularmente junto às Prefeituras Municipais, das
exigências a serem observadas. Tais exigências estão contidas no Código de Obras específico de
cada Município. Esses códigos têm por objetivos, entre outros:
- coordenar o crescimento urbano,
- regular o uso do solo,
- controlar a densidade do ambiente edificado,
- proteger o meio ambiente,
- garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e iluminação naturais adequadas a
todos os edifícios,
- eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a possibilidade de deslocamento de
pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção.
Assim, os Códigos de Obras definem, entre outros, os seguintes itens:
- tipo de ocupação permitido para um determinado lote; se residencial, comercial, industrial ou de
uso misto,
- a projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação),
- área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização),
- recuos a serem observados com relação às divisas, e
- dimensões mínimas e detalhes construtivos de corredores, escadas e rampas.
30
Exercício 4
1. De acordo com o Estatuto da Cidade, estão entre os instrumentos que deverão ser utilizados para
garantir a Gestão Democrática da cidade. Está (ão) correta(s)
I. Iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.
II. Órgãos colegiados da política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal.
III. Debates, audiências e consultas públicas.
IV. Conferência sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal.
a) apenas a I.
b) apenas a I e III.
c) apenas II e IV.
d) apenas a I, II e III.
e) todas as afirmativas.
2. A política urbana tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana. Estão entre as diretrizes gerais da política urbana, conforme o
Estatuto da Cidade:
I. Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo
de urbanização, em atendimento ao interesse social.
II. Garantia do direito às cidades sustentáveis para os presentes e futuras gerações.
III. Proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio
cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.
IV. Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais. Está (ão) correta(s):
a) apenas a II.
b) apenas a I e II.
c) apenas a III e IV.
d) todas as afirmativas.
e) nenhuma das alternativas.
3. Assinale (V) para verdadeiro ou (F) para falso, conforme as especificações do Estatuto da
Cidade.
( ) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.
( ) A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos a cada cinco anos.
( ) O plano diretor aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento
e expansão urbana.
( ) Em cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte
urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.
A sequencia que preenche corretamente os parênteses de cima para baixo é:
a) V V V V
b) V F V V
c) V F V F
d) n.d.a.
4. Um dos principais avanços do Estatuto da Cidade foi ter ampliado o leque de instrumentos
destinados à regularização fundiária. A alternativa que contém o instrumento a ser usado na
regularização fundiária de assentamentos urbanos que estejam em desacordo com as exigências dos
requisitos urbanísticos mínimos, expressos na legislação, é:
A) concessão especial de uso para fins de moradia. C) zona especial de interesse social (ZEIS).
B) usucapião urbana. D) direito de uso.
5. O plano diretor, aprovado pela ___________________________________________________, é
obrigatório para cidade com mais de 20 mil habitantes.
6. Nas regiões Norte e Nordeste, cerca de 13% das mortes de crianças de até 4 anos decorrem de
doenças infecciosas e parasitárias que estão ligadas à falta de __________________________.
Alguns serviços como transportes e telecomunicações, deveriam ser analisados e geridos em escala
____________________________.
Aproximadamente ________% da população brasileira que vive nas regiões metropolitanas e
capitais tem sistema de coleta e tratamento de esgoto.
31
7. Em sua cidade, um grupo empresarial decide abrir um grande centro comercial. Dentre as
medidas do Estatuto da Cidade, qual seria o melhor instrumento para a análise do empreendimento?
8. Um dos problemas ambientais urbanos mais graves nas cidades brasileiras é o aumento das
inundações.
Mesmo quando não são registrados índices pluviométricos excepcionalmente elevados, em relação
aos anos anteriores, tornam-se mais freqüentes as notícias sobre famílias que sofreram grandes
prejuízos em decorrência de enchentes. Avaliem quais dos itens seguintes podem ser consideradas
causas diretas do aumento da ocorrência de enchentes nas áreas urbanas.
1- Formação de ilhas de calor.
2- Impermeabilização de terrenos por novas construções.
3- Contaminação de mananciais.
4- Abastecimento de água potável inadequado.
5- Acúmulo de lixo no sistema de drenagem.
O correto está apenas em:
A) 1 e 2. C) 3, 4 e 5.
B) 2 e 5. D) 1, 3 e 4.
9. A existência de grandes vazios urbanos privados no interior da malha urbana, muitos deles
relacionados à especulação imobiliária, constitui um problema que impede a plena utilização da
infraestrutura instalada e aumenta os custos de urbanização nas cidades. O Estatuto da Cidade
prevê um conjunto de três instrumentos destinados a desestimular a formação e a manutenção
desses vazios urbanos, relacionados a seguir:
1- Desapropriação com títulos da dívida pública.
2- Imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo.
3- Parcelamento, edificação ou utilização compulsória.
Assinale a alternativa que contém a sequencia correta de aplicação, dos citados instrumentos, no
tempo:
A) 1, 3 e 2. C) 3, 1 e 2.
B) 2, 1 e 3. D) 3, 2 e 1.
10. Se um proprietário estivesse mantendo uma grande área desocupada junto à praça central de
sua cidade por mais de 30 anos, dificultando a ocupação dessa região, qual instrumento do Estatuto
da Cidade poderia ser utilizado para forçá-lo a ocupar o terreno e inseri-lo no meio urbano?
11. Qual é o único serviço urbano explicitamente incluído pelo Estatuto da Cidade entre as diretrizes
gerais da política urbana?
12. Um shopping Center será instalado junto a um terminal de ônibus em uma cidade de 200 mil
habitantes. Como técnico, indique quais medidas mitigadoras poderiam ser tomadas para os
impactos negativos gerados no entorno desse empreendimento.
32
Algumas definições comuns aos diversos Códigos de Obras
Acréscimo - aumento de área ou altura de uma construção ou edificação.
Afastamento - menor distância entre duas edificações, ou entre uma edificação e as divisas do lote
ou eixo da via pública, ou entre a construção e algum elemento de destaque, como rios, encostas,
etc. O afastamento pode ser frontal, lateral ou de fundos.
Alinhamento - linha que delimita o terreno e a via pública.
Andar - espaço compreendido entre dois pavimentos, ou entre um pavimento e sua cobertura.
Área NON AEDIFICANDI - área reservada em legislações de uso e ocupação do solo na qual não
se permite construir ou edificar.
Ático - pavimento de cobertura, coberto e com área inferior à dos demais pavimentos,
normalmente onde se localizam casa de máquinas e caixas d água, conforme Fig.9.
Fig. 9. Detalhe de prédios com ático.
Circulação - elemento de composição arquitetônica, horizontal ou vertical, cuja função é possibilitar
a interligação entre unidades autônomas, compartimentos ou ambientes de qualquer natureza.
Demolição - derrubada total de uma edificação; quando esta derrubada é parcial, caracteriza
reforma.
Divisas - limites oficiais de um lote, podendo estar fisicamente demarcadas ou não.
Edícula - edificação complementar à principal, sem comunicação direta com a casa principal.
Edificação - construção executada com o objetivo de abrigar alguma atividade humana.
Guarda-corpo - elemento de proteção para escadas, rampas, mezaninos, patamares, terraços,
varandas, etc.
Habite-se - autorização para a utilização de uma edificação, dada por autoridade de um órgão do
governo ou concessionária de serviços públicos.
Logradouro público - parte da superfície estadual reservada para o trânsito público; recebe
denominações oficiais para identificação (ruas, avenidas, etc.)
Lote - fração autônoma de um loteamento ou desmembramento, com divisa confinante a um
logradouro.
Mezanino - pavimento que subdivide em parte um andar em dois andares.
Pérgula - elemento decorativo para jardins ou varandas, constituído por elementos vazados. Ver
Figura 10.
33
Fig. 10. Exemplo de pérgula.
Reentrância - espaço sem cobertura, recuado em relação ao plano da fachada.
Reparo - mesmo que conserto de uma edificação.
Reconstrução - recuperação e recomposição de uma edificação, após sinistro, e que mantém suas
características originais; sem alteração de uso, ou mudança de área, ou de estrutura, ou do número
de pavimentos ou da forma da construção, nem das circulações e aberturas para iluminação e
ventilação.
Saliência - elemento da edificação que se projeta além do plano da fachada.
Testada do lote - linha frontal do lote separando-o do logradouro público e coincidente com o
alinhamento aprovado pelo governo.
Unidade autônoma - todo ou parte de uma edificação comporta de compartimentos e instalações
privativas.
Uso predominante - principal tipo de ocupação de uma edificação.
Uso residencial - o uso predominante é o de habitação permanente ou transitória.
Via pública - mesmo que logradouro público.
Exercício 5
1. Segundo o Decreto Estadual 12.342/78, a área iluminante mínima exigida para um galpão
industrial com área de 40 m2 e pé-direito de 4m, será de:
a) 8 m2;
b) 1/5 da área do piso;
c) 5 m2;
d) 2/3 da área do piso;
e) n. d. a.
2. As dimensões mínimas para as larguras dos corredores internos e externos de residências (com
janelas voltadas para o corredor) são respectivamente de:
a) 1,00 m e 1,50 m;
b) 0,90 m e 1,50 m;
c) 0,80 m e 1,40 m;
d) 0,90 m e 2,00 m.
e)
3. As áreas ventilantes para os ambientes de residências deverão corresponder a 1/2 da área
iluminante, portanto, é correto afirmar que a área iluminante deverá corresponder a _______ da
área do piso das residências.
a) 1/5 da área do piso;
b) ½ da área do piso;
c) 0,60 m2;
d) 1/8 da área do piso;
e) n. d. a.
34
4. A autorização para a utilização de uma edificação, dada por uma autoridade de um órgão do
governo ou concessionária de serviços públicos denomina-se:
a) Certidão;
b) Alvará de construção;
c) Alvará de funcionamento;
d) Habite-se;
e) n. d. a.
5. Conforme o Artigo 38 do Decreto Estadual 12.342/78, os pés-direitos não poderão ser inferiores
aos estabelecidos nas normas especificas para as edificações, assinale o pé-direito mínimo correto
para banheiros:
a) 2,50 m;
b) 3,00 m;
c) 2,30 m;
d) 2,70 m;
e) n. d. a.
6. Sobre um projeto arquitetônico, na fase de aprovação em órgãos públicos, é correto afirmar:
a) Com a possibilidade de apresentação dos projetos pela Internet, as elementos mínimos que
devem constar do projeto tornaram-se opcionais.
b) Exige-se, no mínimo, uma planta com dois cortes, apresentando os perfis do terreno com
referência à captação d’água.
c) Exige-se uma implantação completa e uma planta da estatística.
d) Exige-se, no mínimo, uma planta baixa com dois cortes e a implantação do projeto,
apresentando uma planta de cobertura e a estatística da construção.
7. Nos projetos de reforma, as paredes a serem demolidas e construídas são representadas,
respectivamente, pelas cores:
a) amarela e azul;
b) vermelha e amarela;
c) azul e amarela;
d) amarela e vermelha;
e) n. d. a.
8. A área iluminante exigida para ambientes de trabalho e/ou escolares é de:-
a) 1/5 da área do piso.
b) 2/3 da área do piso.
c) 1/3 da área do piso.
d) ½ da área do piso;
e) n. d. a.
9. A dimensão mínima estabelecidas pelo Decreto Estadual 12.342/78, para a largura dos
banheiros de comércios (com lavatório, bacia e chuveiro) é de:
a) 3,00m2;
b) 0,80m;
c) 2,70m;
d) 0,90m;
e) n.d.a.
10. Calcule a área iluminante e ventilante exigidas de um dormitório de 12 m2, respectivamente
utilizando o Decreto Estadual 12.342/78:
a) 1,50 e 1,20m2;
b) 1,50 e 1,00m2
c) 1,50 e 0,75m2;
d) 1,20 e 0,60m2.
e) n. d. a.
11. Determine os pés-direitos, áreas mínimas segundo o Decreto Estadual 12.342/78 para as salas
de estar e salas para comércio no andar térreo.
35
12. O objetivo da legislação de uso e ocupação do solo é de, assinale a alternativa CORRETA:
a) normatiza as construções;
b) define o que pode ser feito em cada terreno;
c) estabele os usos possíveis na cidade;
d) divide a cidade em zonas;
e) todas as alternativas anteriores.
13. Um técnico em edificações foi encarregado de fazer o projeto de uma edificação em
determinado terreno. Para saber se a edificação precisa ter afastamentos em relação aos limites do
terreno e quais as dimensões desses afastamentos, que documento da legislação urbanística
municipal ele precisa consultar?
a) Lei de perímetro rural.
b) Código de obras municipal.
c) Código sanitário da ANVISA.
d) Código de obras estadual.
14. Segundo o Decreto Estadual 12.342/78, a área iluminante mínima exigida para uma indústria
alimentícia com área de 400 m2 e pé-direito de 6m, será de:
a) 80 m2;
b) 1/5 da área do piso;
c) 5 m2;
d) 2/3 da área do piso.
15. Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª coluna:
1. Área non aedificandi ( ) Elemento decorativo.
2. Pérgula ( ) área reservada em que não se pode construir.
3. Lote ( ) pavimento que subdivide em parte um andar em
dois andares.
4. Mezanino ( ) fração autônoma de um loteamento
A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é:
a) 2 1 3 4.
b) 2 4 1 3.
c) 3 4 2 1.
d) 3 1 2 4.
e) n.d.a.
16. Analise o projeto residencial (s/ escala) a seguir. São dados:
Terreno 20 x 25m.
Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m
Janelas dos banheiros: 1.00 x 0.80 x 1.50 m
Janela dos quartos e suíte: 2.00 x 1.20 x 0.90 m
Janelas do salão: 2.00 x 1.20 x 0.90 m
a) Elabore o quadro de áreas iluminantes e ventilantes;
b) Faça um quadro de áreas com:
- Área construída total:
- Área do terreno:
- Área livre:
- Taxa de ocupação: T.O = Área construída x 100 = resultado em %
Área do terreno
36
37
17. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência abaixo (sem escala),
e são dados:
Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m
Janela do banheiro e passagem: 1.00 x 0.80 x 1.50 m
Janela do quarto: 1.50 x 1.20 x 0.90 e 0.30 x 1.20 x 0.90 m
Janela da sala: 2.50 x 1.20 x 0.90 e 1.00 x 1.20 x 0.90 m
Área de serviço: 1.80 x 2,70 m
38
18. Faça o cálculo da Taxa de ocupação e área livre de uma residência em um terreno de 500,00
m2, são dados:
Área construída: 50,31 m2
T.O. = Área construída x 100= resultado em porcentagem (%)
Área do terreno
Área livre= Área do terreno - Área construída
Área construída= área da edificação
19. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência abaixo, e são dados:
Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m
Janelas dos banheiros: 1.00 x 0.80 x 1.50 m
Janelas do quartos: 1.50 x 1.20 x 0.90 m
Janelas do salão: 2.50 x 1.20 x 0.90 m
a. Faça o cálculo da Taxa de ocupação e área livre desta residência CASA DA SOGRA em um terreno
de 250,00 m2, são dados:
Área construída: 79,23 m2
20. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência a seguir (sem escala),
e são dados:
- Área construída= corresponde à área da edificação total.
- Área do terreno= corresponde à área total do terreno conforme aparece na escritura de imóveis,
ÁREA= 250,00 m2.
- Área livre= corresponde à diferença da área construída e da área do terreno.
- Taxa de ocupação= corresponde à porcentagem de área do terreno efetivamente ocupada pela
construção, segundo o cálculo:
TAXA DE OCUPAÇÃO = Área construída x 100
Área do terreno
39
40
41
Avaliação do Impacto Ambiental
Impacto ambiental é a alteração no meio ou em um de seus componentes por determinada
ação ou atividade. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas,
podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas.
O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as
conseqüências de algumas ações, para que se possa haver a prevenção da qualidade de
determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a
implementação dos mesmos.
Antes de se colocar em prática um projeto, seja ele público ou privado precisamos antes
saber mais a respeito do local onde tal projeto será implementado, conhecer melhor o que cada área
possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social
(infraestrutura material constituída pelo homem e sistemas sociais criados).
O estudo para a avaliação de impacto permite que certa questão seja compreendida:
proteção e preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.
Muitas vezes podemos encontrar grandes áreas impactadas, ou até mesmo países e estados,
devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem controle e manutenção dos recursos naturais. A
conseqüência pode ser a poluição, uso incontrolado de recursos como água e energia etc. E também
podemos encontrar áreas impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz como
conseqüência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico.
Avaliar para planejar permite que desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam
estar caminhando juntas. Depois do ambiente, pode-se realizar um planejamento melhor do uso e
manutenção dos recursos utilizados.
Sabemos que ambiente tem vários significados para pessoas e realidades diferentes. Não
seria então estranho compreendermos que muitos são propostos para ambientes diversos. Então,
fazer uma análise ambiental é antes de tudo estudar as possíveis mudanças de características sócio-
econômicas e biogeofísicas de um determinado local (resultado do plano proposto).
Devemos levar em consideração que nosso planeta é composto por muitos ecossistemas e
ambientes com características próprias, não podendo haver um padrão único para o estudo.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima)
Constituem-se atualmente em um importante documento de avaliação, controle e
monitoramento da implantação de uma atividade econômica ou empreendimento, podendo tornar-se
um instrumento valioso na luta pela preservação do meio ambiente e de melhoria da qualidade de
vida.
O capítulo V, artigo 225, da Constituição da República, exige, na forma da lei, um estudo
prévio de impacto ambiental para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) considera impacto ambiental “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou diretamente,
afetam”:
1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
2. as atividades sociais e econômicas;
3. a biota (conjunto dos seres animais e vegetais de uma região)
4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
5. a qualidade dos recursos ambientais”
As atividades modificadoras do meio ambiente que, segundo a legislação, necessitam
obrigatoriamente, de EIA-Rima são:
estradas de rodagem;
ferrovias;
portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
aeroportos;
oleodutos, gasodutos, minerodutos, coletores e emissários de esgotos sanitários;
42
linhas de transmissão de energia elétrica;
obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos;
extração de combustível fóssil;
extração de minérios;
aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
usinas de geração de eletricidade;
complexos industriais e agroindustriais;
distritos industriais e zonas estritamente industriais;
exploração econômica de lenha ou madeira;
projetos urbanísticos, acima de 100 há ou em áreas de relevante interesse ambiental;
qualquer atividade que utiliza carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas
por dia.
Deve-se lembra de que a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) fornece o Roteiro
Básico para a elaboração do EIA/RIMA e a partir do que poderá se desenvolver um Plano de
Trabalho que deverá ser aprovado pela secretaria.
Exercício 6 1. Como é conceituado Impacto Ambiental Regional, nos termos da Resolução CONAMA Nº 237/97?
2. Quais são as atividades modificadoras do meio ambiente que, segundo a legislação, necessitam
obrigatoriamente, de EIA-RIMA?
3. O licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, como oleodutos e gasodutos e
outros, dependerá de quais documentações legais?
4. O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental será acessível ao público, EXCETO quanto ao:
A) sigilo industrial.
B) sigilo comercial.
C) sigilo profissional.
D) sigilo econômico.
E) parecer de análise técnica.
5. Considere as afirmativas abaixo.
I. Para fins de licenciamento ambiental, a critério do órgão ambiental, poderá ser exigido Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
II. Ao município, como membro integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente, compete utilizar
o procedimento do licenciamento ambiental como instrumento de gestão ambiental, visando ao
desenvolvimento sustentável.
III. O município, por intermédio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, concederá as licenças
ambientais relativas às atividades de preponderante interesse local. Está (ão) correta(s)
a) apenas a I.
b) apenas a II.
c) apenas a III.
d) apenas a II e III.
e) todas as afirmativas.
43
DICIONÁRIO AMBIENTAL E DA VIABILIDADE TÉCNICA
Áreas especiais de interesse turístico
“São trechos contínuos do território nacional, inclusive suas águas territoriais, a serem
preservados e valorizados no sentido cultural e natural, destinados à realização de planos e
projetos de desenvolvimento turístico, e que assim forem instituídas na forma do dispositivo no
presente Decreto" (Decreto nº 86.176 de 06.07.81).
Área estadual de lazer
É uma área de domínio público estadual (podendo incorporar propriedades privadas), com
atributos ambientais relevantes, capazes de propiciar atividades de recreação ao ar livre, sob
supervisão estadual que garanta sua utilização correta.
Áreas de expansão urbana
São as situadas na periferia das áreas urbanas, com potencial para urbanização, e definidas por
legislação específica.
Área industrial
“Área geográfica bem definida, reservada ao uso industrial pela potencialidade dos recursos
naturais que possui e que servem como um processo de desenvolvimento industrial" (CODIN,
s/data).
Áreas de interesse especial
Áreas a serem estabelecidas, por decreto, pelos Estados ou a União, para efeito do inciso I do
artigo 13 da Lei nº 6.766 de 19.12.79, que diz: "Art. 13. Caberá aos Estados o exame e a
anuência prévia para a aprovação, pelos Municípios, de loteamentos e desmembramento nas
seguintes condições: I quando localizadas em áreas de interesse especial, tais como as de
proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim
definidas por legislação estadual ou federal".
Área metropolitana
“Extensão territorial que compreende a unidade político-administrativa da cidade central, assim
como todas as unidades político administrativas das localidades contíguas que apresentam
características urbanas, tais como áreas de trabalho, ou locais de residências de trabalhadores
dedicados ao trabalho agrícola, e que mantêm uma relação sócia econômica direta, constante,
intensa e recíproca com a cidade central” (SAHOP, 1978).
Área de preservação permanente
“São aquelas em que as florestas e demais formas de vegetação natural existente não podem
sofrer qualquer tipo de degradação" (Proposta de decreto de regulamentação da Lei nº 690 de
01.12.83, FEEMA, 1984).
“São áreas de preservação permanente: I- os manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas
estuarinas; II- as praias, vegetação de restinga quando fixadoras de dunas; costões rochosos e as
cavidades naturais subterrâneas cavernas; III - as nascentes e as faixas marginais de proteção de
águas superficiais; IV- as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros,
vulneráveis ou menos conhecidos, da fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de
pouso, alimentação ou reprodução; V- as áreas de interesse arqueológico histórico, científico,
paisagístico e cultural; VI- aquelas assim declaradas por lei; VII - a Baía de Guanabara" (art. 266
da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, 1989).
Áreas de proteção ambiental - APA
“Áreas a serem decretadas pelo Poder Público, para a proteção ambiental, a fim de assegurar o
bem-estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais" (art.
9º, Lei nº 6.902 de 27.04.81).
Área de relevante interesse ecológico
“As áreas que possuam características naturais extraordinárias ou abriguem exemplares raros da
biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção por parte do Poder Público" (Decreto nº
89.336, de 31.01.84).
“São áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização depende de prévia autorização dos
órgãos competentes, preservados seus atributos essenciais: I- as coberturas florestais nativas; II-
a zona costeira; III-o rio Paraíba do Sul; lV- a Baía de Guanabara; V- a Baía de Sepetiba" (art.
267 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, 1989).
Área rural
É a área do município, excluídas as áreas urbanas, onde são desenvolvidas, predominantemente,
atividades rurais.
Área urbana
“É a cidade propriamente dita, definida de todos os pontos de vista geográfico, ecológico,
44
demográfico, social, econômico etc. Em outras palavras, área urbana é a área habitada ou
urbanizada, a cidade mesma, mais a área contígua edificada, com usos do solo de natureza não
agrícola e que, partindo de um núcleo central, apresenta continuidade física em todas as direções
até ser interrompida de forma notória por terrenos de uso não urbano, como florestas,
semeadouros ou corpos d'água" (SAHOP, 1978).
Biocida
"Substâncias químicas, de origem natural ou sintética, utilizadas para controlar ou eliminar plantas
ou organismos vivos considerados nocivos à atividade humana ou à saúde" (ACIESP, 1980).
Bioma
A unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo várias comunidades em diferentes
estágios de evolução, porém denominada de acordo com o tipo de vegetação dominante: mata
tropical, campo etc.
Biosfera
Tudo o que vive no ar, no solo, no subsolo e no mar formam a biosfera.
Biota
Conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um ecossistema.
“Todas as espécies de plantas e animais existentes dentro de uma determinada área" (Braile,
1983).
Cidade
Centro populacional permanente, altamente organizado, com funções urbanas e políticas próprias.
“Espaço geográfico transformado pelo homem através da realização de um conjunto de construções
com caráter de continuidade e contigüidade. Espaço ocupado por uma população relativamente
grande, permanente e socialmente heterogênea, no qual existem atividades residenciais, de
governo, industriais e comerciais, com um grau de equipamento e de serviços que assegure as
condições de vida humana. A cidade é o lugar geográfico onde se manifestam, de forma
concentrada, as realidades sociais, econômicas, políticas e demográficas de um território" (SAHOP,
1978).
“É o espaço contínuo ocupado por um aglomerado humano considerável, denso e permanente, cuja
evolução e estrutura (física, social e econômica) são determinadas pelo meio físicas, pelo
desenvolvimento tecnológico e pelo modo de produção do período histórico considerado e cujos
habitantes têm status urbano" (Ferrari, 1979).
Dano ambiental
“Considera-se dano ambiental qualquer lesão ao meio ambiente causado por ação de pessoa, seja
ela física ou jurídica, de direito público ou privado. O dano pode resultar na degradação da qualidade
ambiental (alteração adversa das características do meio ambiente), como na poluição, que a Lei
define como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade humana" (Oliveira,
1995).
DER
É missão do Departamento de Estradas de Rodagem administrar o sistema rodoviário estadual, sua
integração com as rodovias municipais e federais e sua interação com os demais modos de
transporte, objetivando o atendimento aos usuários no transporte de pessoas e cargas.
Definição do EIA
Definição dos temas e questões que devem ser objeto de detalhamento e aprofundamento quando
da elaboração de um estudo de impacto ambiental (EIA), de modo que tal estudo esclareça as
questões relevantes para a tomada de decisão e para a efetiva participação dos interessados no
projeto que se avalia. Os resultados da definição do escopo consolidam-se nos termos de referência
que orientam o EIA (no Estado do Rio de Janeiro, Instrução Técnica).
“Processo prévio de definição do conjunto de questões a serem consideradas (num estudo de
impacto ambiental) e de identificação das questões importantes relacionadas com a ação proposta"
(Beanlands, 1983).
Desmembramento
Subdivisão de um imóvel em lotes para edificação, desde que seja aproveitado o sistema viário e
não se abram novas vias de circulação ou logradouros, nem se prolonguem ou modifiquem os
existentes, inclusive a subdivisão feita por inventários decorrentes de herança, doação ou extinção
de comunhão de bens.
"É o parcelamento (do solo) sem urbanização, isto é, sem abertura de logradouro" (Moreira Neto,
1976).
"Subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com aproveitamento do sistema viário
existente, desde que não implique na abertura de novas vias ou logradouros públicos, nem no
prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes " (Lei nº 6.766, de 19.12.79).
Estudo de impacto ambiental (EIA)
45
Um dos documentos do processo de avaliação de impacto ambiental. Trata-se da execução por
equipe multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar, sistematicamente, as
conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e
técnicas de previsão de impacto. O estudo realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental
responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de termos de referência
específicos, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados
detalhadamente. O estudo de impacto ambiental compreende, no mínimo: a descrição das ações do
projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, no caso de
projetos de curta duração, desativação; a delimitação e o diagnóstico ambiental da área de
influência; a identificação, a medição e a valoração dos impactos; a comparação das alternativas e a
previsão da situação ambiental futura da área de influência, nos casos de adoção de cada uma das
alternativas, inclusive no caso de o projeto não se executar; a identificação das medidas
mitigadoras; o programa de gestão ambiental do empreendimento, que inclui a monitoração dos
impactos; e a preparação do relatório de impacto ambiental (RIMA).
Favela
Denominação dada, no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, a assentamentos humanos
espontâneos e não convencionais, por isso carente de arruamento e serviços de saneamento básico,
nos quais as habitações são construídas geralmente pelos próprios moradores, em áreas de domínio
público ou em propriedades particulares abandonadas. As favelas surgem quase sempre em
terrenos de menor valor imobiliário, situados em encosta ou sujeitos a inundação, como resultada
de condições econômicas estruturais que provocam o êxodo da população das zonas rurais para as
cidades, em busca de emprego.
“A primeira favela surgiu no Morro da Providência, junto à Central, no início do século. Sua
população era formada pelos (soldados) sobreviventes da Guerra de Canudos, que não encontraram
melhores condições de sobrevivência na cidade do Rio de Janeiro. Este morro passou a ser
denominado Morro da Favela, talvez por uma alusão a uma planta do sertão da Bahia que tinha o
nome favela. O termo popularizou-se e hoje existem favelas em todos os pontos da cidade" (Nunes,
1976).
FIPE
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - Fipe é uma entidade de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em 1973 para apoiar o Departamento de Economia da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com destacada atuação nas
áreas de pesquisa e ensino.
O que faz a Fipe:
A FIPE estuda os fenômenos econômicos e sociais com base no instrumental teórico e
metodológico da Economia, com o propósito de contribuir para:
- o debate dos problemas econômicos e sociais do país;
- a formulação de políticas econômicas e outras políticas públicas;
- a avaliação da importância dessas políticas para o crescimento sustentável da economia brasileira,
o fortalecimento do sistema produtivo, o aumento da competitividade do país, a melhor distribuição
da renda e a eliminação da pobreza.
Como opera:
Para alcançar seus objetivos, a FIPE conta com uma equipe de profissionais especializados,
com larga experiência nas áreas de ensino e pesquisa, e uma estrutura adequada para:
- colaborar com instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, acadêmicas ou não, na
elaboração, gestão e avaliação de programas de desenvolvimento econômico e social;
- promover cursos, simpósios, seminários, conferências e estudos que estimulem o ensino e o
debate sobre teoria econômica, e contribuam para o aprimoramento de profissionais liberais, de
empresas, da administração pública e demais entidades da sociedade civil isoladamente ou em
parceria com entidades nacionais, internacionais e multilaterais;
- apoiar a divulgação de conhecimentos econômicos e correlatos por meio de publicações técnicas,
periódicos, monografias, internet e outros canais de comunicação;
- realizar pesquisas demandadas pelos setores público e privado, dentro dos padrões acadêmicos,
que permitam simultaneamente a produção de informações e a capacitação de pessoal
especializado;
- fornecer bolsas de estudo a alunos e professores ligados ao Departamento de Economia da FEA-
USP, colaborando para a formação de profissionais de elevado nível técnico.
Gestão ambiental
O conceito original de gestão ambiental diz respeito à administração, pelo governo, do uso
dos recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências
institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade do meio ambiente,
46
assegurar a produtividade dos recursos e o desenvolvimento social. Este conceito, entretanto, tem
se ampliado nos últimos anos para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas
de ação desenvolvidos por empresas para administrar suas atividades dentro dos modernos
princípios de proteção do meio ambiente.
GRAPROHAB
Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo foi reestruturado
através do Decreto Estadual nº. 52.053, de 13 de agosto de 2007, e tem por objetivo centralizar e
agilizar os procedimentos administrativos de aprovação do Estado, para implantação de
empreendimentos de parcelamentos do solo para fins residenciais, conjuntos e condomínios
habitacionais, públicos ou privados.
Habitat
“Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o lugar onde pode ser encontrado (...). O hábitat
pode referir-se também ao lugar ocupado por uma comunidade inteira (...). Por analogia, pode-se
dizer que o hábitat e o 'endereço' do organismo e o nicho ecológico é, biologicamente falando, sua
'profissão'“ (Odum, 1972).
“Conceito encontrado originalmente nas ciências biológicas, mas que foi adotado pelas ciências
sociais. Neste sentido, tende a converter-se na categoria fundamental e unificadora das disciplinas
que se ocupam da modificação e organização do espaço e de sua valoração e uso no tempo, com o
fim de torná-lo habitável pelo homem, entendendo o homem como parte de um modelo social, em
um determinado momento histórico" (SAHOP, 1978).
“O local físico ou lugar onde um organismo vive, e onde obtém alimento, abrigo e condições de
reprodução" (USDT, 1980).
IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais conhecido por sua sigla IBGE, é uma fundação
pública da administração federal brasileira criada em 1934 e instalada em 1936 com o nome de
Instituto Nacional de Estatística; seu fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário Augusto
Teixeira de Freitas. O nome atual data de 1938. A sede do IBGE está localizada na cidade do Rio de
Janeiro, estado do Rio.
O IBGE tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o
que inclui realizar censos e organizar as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das
esferas governamentais federal, estadual e municipal, e para outras instituições e o público em
geral.
Impacto ambiental
Qualquer alteração significativa no meio ambiente em um ou mais de seus componentes provocada
por uma ação humana.
"Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades
sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a
qualidade dos recursos ambientais" (Resolução nº 001, de 23.01.86, do CONAMA).
Lago
“Um dos hábitats lênticos (de águas quietas). Nos lagos, as zonas limnéticas e profundas são
relativamente grandes em comparação com a zona litoral" (Odum, 1972).
“Massa continental de água superficial de extensão considerável" (DNAEE, 1976).
"Depressões do solo produzidas por causas diversas e cheias de águas confinadas, mais ou menos
tranqüilas, pois dependem da área ocupada pelas mesmas. As formas, as profundidades e as
extensões dos lagos são muito variáveis. Geralmente, são alimentados por um ou mais 'rios
afluentes'. Possuem também 'rios emissários', o que evita seu transbordamento" (Guerra, 1978).
Lagoa
“Um dos hábitats lênticos (águas quietas) (...) são extensões pequenas de água em que a zona
litoral é relativamente grande e as regiões limnética e profunda são pequenas ou ausentes" (Odum,
1972).
“Pequeno reservatório natural ou artificial" (DNAEE, 1976).
Manancial
Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial
ou animal, ou irrigação. "Conceitua-se a fonte de abastecimento de água que pode ser, por
exemplo, um rio um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol freático ou do lençol
profundo" (CETESB, s/d).
Medidas mitigadoras
São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua magnitude. Nestes casos, é
preferível usar a expressão 'medida mitigadora' em vez de 'medida corretiva', também muito usada,
47
uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não podem ser evitados, podem
apenas ser mitigada ou compensada.
Meio ambiente, Ambiente
Apresentam-se, para meio ambiente, definições acadêmicas e legais, algumas de escopo limitado,
abrangendo apenas os componentes naturais, outras refletindo a concepção mais recente, que
considera o meio ambiente um sistema no qual interagem fatores de ordem física, biológica e sócio-
econômica.
SEADE
A Fundação Seade é, hoje, um dos mais especializados centros nacionais de produção e
disseminação de pesquisas, análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas. Descendente da
Repartição de Estatística e Arquivo do Estado, criada em 1892, transformou-se em Fundação, em
dezembro de 1978.
Vinculada à Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo, a Fundação
Seade é hoje um centro de referência nacional na produção e disseminação de pesquisas, análises e
estatísticas socioeconômicas e demográficas, sendo responsável pela criação de uma inovadora série
de procedimentos e metodologias nesses campos. Sua extensa linha de produtos e serviços busca
sempre oferecer à comunidade e especialmente aos agentes públicos um quadro de informações
atualizado e indispensável à compreensão da realidade paulista.
A origem da Fundação Seade remonta ao final do século XIX, quando da criação, em março de
1892, da Repartição da Estatística e Arquivo do Estado.
Subordinada à Secretaria do Interior, incorporou aquela Repartição um importante patrimônio de
informações estatísticas, publicadas com maior regularidade a partir de 1888, e passou desde então
a ser responsável "pelos originais de toda documentação administrativa e de interesse público para
o Estado de São Paulo, bem como por todos os serviços de estatística e cartografia oficiais ou
entregues por particulares”.
Em 1936, a Convenção Nacional de Estatística, ratificada por todos os Estados brasileiros,
estabeleceu a obrigatoriedade da publicação padronizada e regular de anuários estatísticos
estaduais. Para articular e sistematizar a produção necessária criou-se em São Paulo o
Departamento Estadual de Estatística - DEE. Regulamentado por decreto de outubro de 1938, o DEE
assumiu os serviços antes respondidos pela Repartição da Estatística e do Arquivo e passou a ser o
novo órgão central de estatísticas estaduais.
Entre 1938 e 1947, o Departamento se configura como uma instituição moderna para os padrões
técnicos da época. Em virtude da II Grande Guerra Mundial, a estatística torna-se essencial para as
diretrizes do governo. É nesse período que são lançados o Anuário Estatístico do Estado de São
Paulo e o Boletim do Departamento Estadual de Estatística.
Em 1950, outra mudança: o DEE dá lugar ao Departamento de Estatística do Estado de São Paulo -
DEESP, cuja modesta atuação, desproporcional ao desenvolvimento econômico do Estado, levou-o a
ser absorvido, em 1976, pela Coordenadoria de Análise de Dados - CAD, órgão então responsável
também pela coordenação do Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos, legalmente
instituído no ano anterior, 1975. Em 1978, a Lei nº 1.866, de 4 de dezembro, criou a Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade, que em janeiro do ano seguinte teve seus estatutos
aprovados pelo Decreto nº 13.161, ganhando assim existência jurídica e regras definidas de
funcionamento.
Sustentabilidade
Diz-se que uma sociedade ou um processo de desenvolvimento possui sustentabilidade quando por
ele se consegue a satisfação das necessidades, sem comprometer o capital natural e sem lesar o
direito das gerações futuras de verem atendidas também as suas necessidades e de poderem
herdar um planeta sadio com seus ecossistemas preservados.
Talude
Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno.
Tombamento
“Forma de intervenção do Estado na propriedade privada, limitativa de exercício de direito de
utilização e de disposição, gratuita, permanente e indelegável, destinada à preservação, sob regime
especial de cuidados, dos bens de valor histórico, arqueológico, artístico ou paisagístico. Os bens
tombados móveis ou imóveis permanecem sob domínio e posse particulares, mas sua utilização
passa a ser disciplinada" (Moreira Neto, 1976).
“É a declaração, pelo Poder Público, do valor histórico, artístico, paisagístico ou científico de coisas
que, por essa razão, devem ser preservadas de acordo com a inscrição no livro próprio. É ato
administrativo do órgão competente e não função abstrata da lei. A lei estabelece normas para o
tombamento, mas não o faz. O tombamento pode acarretar uma restrição individual, reduzindo os
direitos do proprietário, ou uma limitação geral, quando abrange uma coletividade, obrigando a
48
respeitar padrões urbanísticos ou arquitetônicos, como ocorre com o tombamento de núcleos
históricos" (Meireles, 1976).
Transgênicos
São plantas criadas em laboratório com técnicas da engenharia genética que permitem "cortar e
colar" genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua
estrutura natural a fim de obter características específicas. Não há limite para esta técnica; por
exemplo, é possível criar combinações nunca imaginadas como animais com plantas e bactérias.
Zoneamento
“A destinação, factual ou jurídica, da terra a diversas modalidades de uso humano. Como instituto
jurídico, o conceito se restringe à destinação administrativa fixada ou reconhecida" (Moreira Neto,
1976).
“É o instrumento legal que regula o uso do solo no interesse do bem estar coletivo, protegendo o
investimento de cada indivíduo no desenvolvimento da comunidade urbana" (Gallion apud Ferrari,
1979).
“É o instrumento legal de que dispõe o Poder Público para controlar o uso da terra, as densidades
de população, a localização, a dimensão, o volume dos edifícios e seus usos específicos, em prol do
bem estar social" (Carta dos Andes apud Ferrari, 1979).
Zoneamento ambiental
Em trabalho realizado pelo corpo técnico da FEEMA em 1982, definiu-se zoneamento ambiental
como "a integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos usos do
solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais identificados".
O zoneamento ambiental foi declarado como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente (inciso II, artigo 9º, Lei nº 6.938, de 31.08.81). A Constituição do Estado do Rio de
Janeiro, de 1989, determina que o Estado, com a participação dos municípios e da comunidade,
promoverá o zoneamento ambiental do seu território (art. 263). Na maioria dos demais estados
brasileiros, o zoneamento ambiental também faz parte dos preceitos constitucionais. O zoneamento
ambiental tem sido utilizado como parte dos planos diretores de manejo das áreas de proteção
ambiental, criadas a partir de 1981.
Exercício 7 1. Elaborar um projeto residencial que atenda a NBR 9050/2015. Adotar o projeto da Casa da Sogra.
Exercício 8 Forme um grupo de 3 alunos e elabore um seminário sobre os temas (serão sorteados) abaixo em
Power Point e apresente para a sala de aula. Cada grupo terá 20 minutos para apresentação.
1. Planejamento urbano e o plano diretor. Adotar como exemplo as características das cidades
de Brasília.
2. Planejamento urbano e o plano diretor. Adotar como exemplo as características das cidades
de Curitiba.
3. O Estatuto da cidade. Adotar como exemplo cidades que fizeram bom uso das leis
urbanísticas.
4. Autossegregação (condomínios fechados). Adotar como exemplo as características das
cidades de São Paulo e Campinas.
5. Esvaziamento das áreas centrais das cidades contemporâneas e gentrificação. Adotar como
exemplo as características das cidades de São Paulo e Salvador.
6. Novas cidades. Adotar como exemplo as características da cidade de Dubai.
7. O papel do arquiteto/urbanista no planejamento urbano. Exemplo: Haussman em Paris.
8. Como organizar as moradias, o comércio, os serviços de educação e saúde nas nossas
cidades? Exemplo Texto 2 dessa apostila.
9. Mobilidade urbana. Adotar como exemplo as características da cidade de Londres.
10. O futuro de nossas cidades. Adotar como exemplo as características da cidade de Tóquio no
Japão.
11. Estudo de impacto de Vizinhança. Adotar o caso Ecolife em Campinas.
12. Operações Consorciadas. Adotar o caso Nova Luz em SP.
13. Estudo de Impacto Ambiental e Rima. Adotar um caso de hidrelétrica ou rodovia.
14. NBR 9050:2015. Adotar um bom exemplo e outro péssimo em local público.
49
15. IPTU progressivo no tempo. Exemplificar com um caso em SP.
16. Exemplos de boas práticas em canteiros de obras. Exemplo exposto no Texto 1 dessa
apostila.
REFERÊNCIAS PARA CONSULTA
DUARTE, Fábio. Planejamento urbano. Curitiba: Ibpex, 2011.
FILHO, Candido Malta Campos. Reinvente seu bairro: Caminhos para você participar do
planejamento de sua cidade. São Paulo: Editora 34, 2010.
HARVEY, David. Espaços de esperança. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
WALL, Ed; WATERMAN, Tim. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
A IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA
1. ESTUDO PRELIMINAR DO CANTEIRO DE OBRA
a) Estudo Preliminar do Canteiro de Obras:
No estudo preliminar do Canteiro de Obras, ainda na fase de planejamento, diversos itens de
vital importância devem ser considerados. Entre eles:
- Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas
Concessionárias, as informações necessárias.
- Localização e dimensionamento, em função do volume da Obra, de áreas para armazenamento de
materiais a granel (areia, brita, etc.).
- Localização e dimensionamento, em função do efeito máximo previsto para a Obra, das Áreas de
Vivência, com as seguintes instalações:
Sanitários.
Vestiários.
Alojamento.
Local de Refeições.
Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições).
Lavanderia.
Área de Lazer.
Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50
(cinquenta) ou mais trabalhadores.
b) Localização e dimensionamento das centrais de:
Massa (betoneira).
Minicentral de concreto, quando houver.
Armação de Ferro.
Serra Circular.
Armação de forma.
Pré-montagem de Instalações.
Soldagem e Corte a Quente.
Outras.
c) Localização e dimensionamento dos Equipamentos de Transporte de Materiais e Pessoas:
Grua.
Elevador de Transporte de Materiais (Prancha).
Elevador de Passageiros (Gaiola).
d) tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.
e) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.
f) Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de Máquinas e Equipamentos fixos,
para determinar, com antecedência, sua disposição e construção.
50
2. FASE E IMPLANTAÇÃO
a) Considerações Gerais
Na implantação de um Canteiro de Obras, deve-se procurar evitar, ao máximo, o
deslocamento das instalações durante a execução do projeto, evitando desperdício de material e
mão-de-obra.
Em terrenos de área reduzida, particularmente nos grandes centros urbanos, é muitas vezes
necessária a implantação de um Canteiro de Obras inicial, com muitas deficiências e pouco conforto
para os trabalhadores.
Nestes casos, somente após a desforma de duas ou três lajes, poderá a administração da
obra implantar um canteiro em condições satisfatórias.
b) Áreas de Vivência
O Canteiro de Obras deve dispor de:
1) Instalações Sanitárias: As instalações sanitárias devem:
a) Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de modo a manter o
resguardo conveniente.
b) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150m (cento e cinqüenta
metros) de distância do posto de trabalho.
c) Ser constituídas de:
Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada grupo de 20 (vinte)
trabalhadores ou fração.
Um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração. A fim de estimar a área
necessária para as instalações sanitárias, devem ser considerados:
Número máximo de trabalhadores na obra.
Para cada vaso sanitário: 1,00m2.
Para cada chuveiro: 0,80m2.
Para lavatório, espaçamento: 0,60m2.
Para mictório, espaçamento: 0,60m2.
2) Vestiário
Todo Canteiro de Obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores que não
residam no local. Os vestiários devem:
Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.
Ter bancos, com largura mínima de 0,30cm (trinta centímetros).
3) Alojamento
O alojamento do Canteiro de Obras deve:
Ter área mínima de 3,00m2 (três metros quadrados) por módulo cama/armário, incluindo a
circulação.
Ter no máximo duas camas na vertical (beliche).
Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de higiene, e cobertor, quando
as condições climáticas o exigirem.
Ter armários duplos, individuais.
É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no alojamento, na proporção de 1
(um) bebedouro para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração.
4) Local para as refeições
É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:
Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e
com assentos em número suficiente para atender os usuários.
Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.
Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da cozinha, deve haver
local exclusivo para o aquecimento das refeições.
5) Cozinha, (quando houver preparo de refeições)
Quando houver Cozinha no Canteiro de Obras, ela deve:
Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.
51
Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso exclusivo dos
encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios.
Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.
6) Lavanderia
Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o trabalhador alojado possa
lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Neste local deve ter tanques individuais ou
coletivos em número adequado.
7) Área de Lazer
Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser usado o local de
refeições para este fim.
8) Ambulatório
As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter um ambulatório. Neste
ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de Primeiros Socorros, conforme as
características da atividade desenvolvida. Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados
de pessoa treinada para este fim.
9) Disposições Finais
Nas áreas de Vivência dotadas de alojamento, deve ser solicitada à Concessionária local a instalação
de um telefone comunitário ou público.
É obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta de trabalho e sua reposição,
quando danificada.
c) Escritórios e Depósitos
O escritório é uma construção, normalmente de madeira, cujo acabamento é feito com maior ou
menor esmero, conforme a previsão do prazo de funcionamento no local ou das características da
obra. Compõem-se, geralmente, de dependências para os seguintes elementos da Administração da
Obra:
1) Engenharia (Gerentes e Engenheiros).
2) Estagiários e Técnicos.
3) Mestre-de-Obras.
4) Encarregado de Escritório e Auxiliares.
5) Segurança do Trabalho.
6) Ambulatório.
7) Sanitários.
8) Encarregados.
É comum prever-se uma sala de reuniões, destinada a estudar o planejamento e a coordenador os
serviços, além de controlar sua execução e desenvolvimento. De preferência, os escritórios do
Engenheiro e Mestre-de- Obras devem ter visão para o Canteiro de Obras.
Na sala do Encarregado de Escritório, deve ficar uma relação de telefones de emergência, e no caso
de a Obra não comportar enfermaria, ficar também um estojo de Primeiros Socorros.
A sala da Segurança do Trabalho deve atender também aos elementos de apoio da Obra, tais como:
Assistente Social do Trabalho, Psicóloga do Trabalho, Nutricionista, etc.
d) Portaria
A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser suficientemente ampla para
manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes.
A guarita deve ser localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos da Obra.
O Encarregado ou Chefe da Portaria, além de anotar o nome e a identidade dos visitantes, não deve
permitir a sua entrada na Obra, sem os Equipamentos de Proteção Individuais determinados pelas
normas da empresa, e deve consultar a administração ou gerência da Obra, para autorização do
acesso aos visitantes.
e) Almoxarifado
O almoxarifado deve ser construído, de preferência, separado dos escritórios, porém nas suas
proximidades e mantido limpo e arrumado. Deve também ficar próximo das entradas e ser
localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos materiais pelo canteiro.
Os depósitos são locais destinados a estocagem de materiais volumosos ou de uso corrente,
podendo ser a céu aberto ou cercados, para possibilitar o controle.
52
EXERCÍCIOS DE REVISÃO E REFORÇO DOS CONHECIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO
INTERDISCIPLINAR
1. Dê a área iluminante de um galpão comercial com 120,00 m2.
2. A partir dos resultados da questão no. 1, calcule as áreas iluminantes e ventilantes dos
seguintes ambientes:
a. banheiro masculino com 3,00m2;
b. banheiro feminino com 3,80m2;
c. depósito com 4,00 m2;
d. cozinha com 4,20m2.
d. escritório com 10,00m2.
3. Com os resultados das questões no. 1 e 2, responda:
a. A taxa de ocupação se forem dados: Terreno: 540,00 m2 e área construída de 342,00 m2;
b. Elabore abaixo o quadro explicativo de áreas iluminantes e ventilantes.
Quadro de Áreas Iluminantes e Ventilantes - m2
Dependências Área do Piso - m2
A.
Iluminantes
A.
Ventilantes Esquadrias - m
exig. proj. exig. proj. comp. alt. peit.
Banheiro Feminino 0,80 0,80 1,50
Banheiro Masculino 0,80 0,80 1,50
Depósito 2,00 1,00 0,90
Cozinha 2,50 1,20 0,90
Vestiário 2,20 1,20 0,90
Escritório 2,00 1,20 0,90
3. Complete o quadro abaixo:
Termos
Técnicos
Definição
Habite-se
Leis de uso
e ocupação
do solo
Area non
aedificandi
5. Os pés-direitos, áreas mínimas e áreas ventilantes não poderão ser inferiores aos estabelecidos
pelo Decreto Estadual 12.342/78, e são respectivamente:
a. salas de estar:_____________, _________________ e _________________.
53
b. sala de TV: ______________, ________________e ________________.
c. casas com 2 dormitórios: ______________, ___________________ e ________________.
d. salas para comércio: _________________, __________________ e _________________.
e. banheiros completos: ________________, _______________ e ________________.
6. As dimensões mínimas estabelecidas pelo Decreto Estadual são para as residências:
a. largura de sanitários completos:
b. área de cozinha:
c. corredor interno:
7. Nos projetos deveremos representar as partes com as seguintes cores conforme o Decreto
Estadual 12.342/78:
a. à manter:
b. à construir:
c. `a demolir:
8. Os compartimentos abaixo deverão ter áreas mínimas e áreas iluminantes para os seguintes
cômodos, respectivamente:
a. cozinhas: _____________ e _____________________.
b. dormitório para empregada: _________________ e _____________.
9. Conforme o Decreto Estadual 12.342/78:
Quando se tratar de 01 dormitório além da sala deverá ter_________________, quando se
tratar de dois_________________ e quando se tratar de três dormitórios
__________________.
10. Os projetos deverão compreender as seguintes partes gráficas conforme consta no Decreto
Estadual 12.342/78:
a.
b.
c.
d.
e.
f.
g.
54
TEXTOS, ENTREVISTAS, LEIS, DECRETOS, ETC.
Texto 1: Avaliação ambiental - Edição 133 - abril de 2008, Revista Téchne.
Atualmente, os conceitos relativos à sustentabilidade, decorrentes do aumento da
conscientização global sobre o assunto, estão influenciando cada vez mais as sociedades do planeta.
Questões como os impactos negativos gerados ao meio ambiente e as crescentes desigualdades
socioeconômicas passaram a ser abordadas em todas as escalas governamentais e privadas.
No setor da construção civil, especificamente, destacam-se as preocupações voltadas aos
impactos ambientais gerados pelas edificações, principalmente durante as fases de construção e
uso. Resultados de pesquisas mostram que, em algumas cidades do Estado de São Paulo, mais da
metade do volume diário de resíduos coletados são oriundos da construção civil. Nos países do
hemisfério Norte, a maior parte do consumo de energia é decorrente da climatização das
edificações.
Nesse contexto, a partir da década de 1990, muitos países desenvolveram mecanismos para a
avaliação do desempenho ambiental de edifícios por meio de processos de certificação voluntária,
com grande abrangência temática, enfatizando, porém, os aspectos que representam os maiores
desafios ambientais locais.
Um edifício com alto desempenho ambiental deve impactar pouco o meio ambiente, propiciando
boas condições de conforto e salubridade para os usuários. Dessa forma, deve-se considerar, entre
outros: baixo consumo de energia para ar-condicionado e iluminação; racionalização do consumo de
água potável (foto 1); uso de sistemas construtivos e execução da obra de modo a minorar a
geração de resíduos; localização do empreendimento de forma a facilitar o seu acesso pelos
usuários; não-perturbação da vizinhança, principalmente durante a obra, como cuidados no
espalhamento de poeira e outros (foto 2) .
Sistemas de avaliação ambiental de edifícios
A maioria dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios baseia-se em indicadores de
desempenho que atribuem uma pontuação técnica em função do grau de atendimento a requisitos
relativos aos aspectos construtivos, climáticos e ambientais, enfocando o interior da edificação, o
seu entorno próximo e a sua relação com a cidade e o meio ambiente global.
55
Esses indicadores possuem ponderações, explícitas ou não, que retratam os principais
problemas ambientais locais. Por exemplo, se em determinada região há altas taxas de geração de
resíduos na execução de edifícios, os critérios adotados em um mecanismo dessa natureza
incentivam a diminuição dessa geração, cabendo ao construtor escolher a melhor forma de atender
a essa exigência, seja pela melhor gestão do empreendimento ou pelo emprego de sistema
construtivo mais racionalizado.
Os métodos de avaliação possuem aspectos conceituais em comum na busca pela melhoria do
desempenho ambiental dos edifícios, que podem ser refletidos, de maneira simplificada, pelos seguintes aspectos principais:
Impactos do Empreendimento no Meio Urbano, onde há itens sobre os incômodos gerados
pela execução, acessibilidade, inserção urbana; erosão do solo, espalhamento de poeira,
entre outros (foto 5);
Materiais e Resíduos, compreendendo gestão de resíduos no canteiro e uso do edifício,
emprego de madeira e agregados com origem legalizada, geração e correta destinação de
resíduos, emprego de materiais de baixo impacto ambiental, reúso de materiais (fotos 3 e 4);
Uso Racional da Água, visando à economia de água potável, como uso de equipamentos
economizadores, acessibilidade do sistema hidráulico, captação de água de chuva,
tratamento de esgoto etc.;
Energia e Emissões Atmosféricas, que analisam a eficiência da envoltória, do sistema de ar-
condicionado e iluminação artificial, entre outros assuntos e;
Conforto e Salubridade do Ambiente Interno, considerando a qualidade do ar e o conforto
ambiental.
56
Texto 2: Bairro popular, Revista Infraestrutura
Urbana, PINI.
Planejamento urbanístico, equipamentos públicos, variedade de tipologias e soluções técnicas e de
infraestrutura para minimizar o impacto ambiental são os diferenciais de conjunto residencial
popular construído em Cubatão (SP). Por Marina Pita.
Quando for completamente concluído, em junho de 2012, o conjunto residencial Rubens Lara
receberá, em Cubatão (SP), mais de 1,8 mil famílias retiradas de áreas de proteção ambiental e com
risco de desabamento da Serra do Mar, por onde passam as principais rodovias que ligam a capital
ao litoral do Estado de São Paulo. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado de São Paulo (CDHU), responsável pelo empreendimento, o projeto executado em uma
área de 19,7 hectares procura combinar a necessidade de baixo custo de implementação com o
atendimento a itens de sustentabilidade.
Projeto conta com mais de 28 mil m2 de área verde, ciclovia, escola e
sistema de transporte público local.
Os diferenciais do empreendimento começam pelo projeto urbanístico, desenvolvido para
integrá-lo aos bairros vizinhos. O conjunto Rubens Lara foi projetado com uma grande espinha
dorsal, atravessada por uma via que liga as duas maiores avenidas dos bairros vizinhos: Jardim São
Luís e ao Jardim Casqueiro.
FICHA TÉCNICA
Área do terreno: 197.456,04 m²
Área construída: 140.503,80 m² Ano do projeto: 2007 Previsão de conclusão da obra: junho de 2012 Capacidade: 1.840 famílias Arquitetura: Levisky Arquitetos Associados e Eduardo Martins Ferreira Arquitetos Gerenciadora: Consórcio Cobrape Engevix Construtora: Schahin Engenharia Engenharia: Humberto Emmanuel Schmidt Oliveira, superintendente de obras da Serra do Mar da CDHU; Eduardo Baldacci, gestor do programa de eficiência energética da CDHU; Marcelo Prado, gerente de obras da Serra do Mar da CDHU; Gil Scatena, assessor de sustentabilidade da CDHU
"Essa integração resolve um problema típico de conjuntos habitacionais, que são os
transtornos, para os bairros vizinhos, decorrentes da falta de infraestrutura e de vias adequadas ao
volume de pessoas que esses empreendimentos trazem", explica o engenheiro Humberto Schmidit,
superintendente de obras da CDHU na Serra do Mar. Equipamentos de saúde, educação e transporte
no local também foram previstos e seguem em construção em paralelo aos prédios de moradia.
Outra característica do residencial Rubens Lara é a sua divisão em pequenos conjuntos
habitacionais. As edificações são organizadas em espaços definidos e contam, por exemplo, com
áreas de convivência e churrasqueiras próprias. A CDHU acredita que essa configuração facilita a
relação entre os condôminos e, consequentemente, a manutenção futura dos edifícios.
57
As quadras do novo bairro mesclam usos residenciais, comerciais e institucionais. Os
equipamentos públicos institucionais e de lazer previstos no projeto devem atender não apenas o
loteamento, como era feito tradicionalmente, mas toda a vizinhança. Dessa forma, busca-se atender
não apenas as necessidades dos novos moradores, mas também promover a boa convivência e
integração com os habitantes do entorno, além de se estimular a criação de um vínculo com o novo
local de assentamento.
Ao todo, o conjunto habitacional terá oito áreas verdes - cinco delas com áreas de lazer e
instalações esportivas de uso público. São quiosques, playgrounds, ciclovias, campos de futebol de
areia, pistas de bocha, rampas de skate e outros equipamentos adaptados à cultura local para
integrar o empreendimento à vizinhança já consolidada. Uma ciclovia contorna todo o conjunto e faz
a divisa com a área protegida de mangue vizinha ao empreendimento.
Entre as peculiaridades do residencial estão a diversidade de tipologias e a convivência entre
construções horizontais e verticais, algo raro em conjuntos habitacionais que buscam a padronização
de layouts e a consequente redução de custos. O empreendimento da CDHU em Cubatão conta com
edifícios de apartamentos com elevador, sem elevador e casas (sobrados) sobrepostas. Neste
projeto, a companhia também passou a trabalhar com o terceiro dormitório e a área útil da moradia
passou de 42 m² para 64 m². Outra novidade é a concepção dos apartamentos do piso térreo com
base nas exigências do desenho universal, que os torna mais adequados às necessidades das
pessoas com mobilidade limitada. Uma equipe da CDHU faz um trabalho de levantamento e
cruzamento de informações que resulta na seleção e direcionamento de cada família à tipologia mais
adequada às suas necessidades.
58
Durante a execução do projeto, a companhia também adotou práticas de construção
sustentável, como a reciclagem do lixo no canteiro de obras, reaproveitamento de água da chuva e
reutilização dos resíduos sólidos quando possível. Parte do material gerado com a demolição de 5,3
mil moradias, cerca de 70 mil m³ de resíduos, foi usada no reforço de base de pavimentação, aterro
de valas e em muros de pedras argamassadas.
Onde encontrar recursos para eficiência energética
A CDHU procurou a concessionária de energia elétrica para arrecadar recursos financeiros e
viabilizar o sistema de aquecimento solar da água do residencial Rubens Lara. A solução se baseia
na lei 9.991/2000, que obriga as concessionárias a investir pelo menos 0,5% de seu faturamento
em programas de eficiência energética e 0,5% em pesquisa e desenvolvimento na área. Por isso, é
possível estabelecer convênios com as empresas antes de elas submeterem seus projetos à Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor e deve aprová-los antes da execução.
Diferentemente da padronização de layouts de conjuntos residenciais econômicos, o Rubens Lara viabilizou tipologias variadas e construções horizontais e verticais
59
Soluções de projeto
Pisos drenantes
A drenagem na região do conjunto residencial
Rubens Lara é um problema crônico. O nível elevado
do lençol freático e o movimento das marés
comprometem os sistemas de captação e escoamento,
e o sistema público invariavelmente assoreado.
O projeto do empreendimento empregou
soluções para favorecer a drenagem no próprio
terreno. Uma delas é a ampla cobertura de áreas
verdes - 28.224 m², 14,29% da área total -
especialmente grande para o padrão em habitação
popular. Outra iniciativa foi o uso de piso drenante em
todas as áreas pavimentadas de circulação de
pedestres e de veículos, públicas e condominiais. A
opção foi pelo piso intertravado em pré-moldado de
concreto de quatro e 16 faces. O piso articulado também se adapta melhor às deformações do
pavimento, assentado sobre solo de baixa resistência
que apresenta acomodações com o uso.
Medição individualizada de água
A CDHU adotou a medição individualizada e
remota de água para que cada unidade habitacional
pague apenas o que consumiu. Isso evita desacordos
entre condôminos em casos de inadimplência; ajuda no
controle do consumo, pois quem gasta menos paga
menos; e auxilia na identificação de fraudes e
vazamentos.
No projeto piloto da CDHU, a redução no
consumo de água foi de 30%, não só pela mudança no
comportamento do usuário, mas também pela
identificação mais precisa das perdas na rede hidráulica proporcionada pela tecnologia.
Um medidor de água é instalado em cada apartamento e, por meio de um sistema de
comunicação por radiofrequência, envia os dados para uma central instalada na guarita de cada
condomínio. A solução dispensa o deslocamento do leiturista até o local de consumo, garantindo
segurança para o consumidor, agilizando a leitura e aumentando a confiabilidade do trabalho de
medição feito pela concessionária.
Os sistemas de medição individualizada são aprovados pela ProAcqua, um programa da
Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e do Centro de Desenvolvimento e
Documentação da Habitação e Infraestrutura Urbana (Cediplac), que mantém convênio com a Escola
Politécnica da USP.
Esquadrias
No projeto foram especificadas esquadrias de alumínio
com pintura eletrostática de cor branca. As janelas têm
quatro folhas de correr nas áreas de longa
permanência - sendo quatro vidros internos e quatro
venezianas nas áreas dos dormitórios - para permitir
maior ventilação e iluminação. As tipologias mais
comuns da CDHU têm janelas com 1,40 m x 1,20 m
nas salas e dormitórios, mas no residencial Rubens
Lara as janelas têm 2,00 x 1,20 m.
Este critério de esquadrias foi usado nas
tipologias multifamiliar e de blocos de casas geminadas
e sobrepostas do projeto. Nas unidades com desenho
universal e em algumas unidades do térreo dos
edifícios, por exigência da norma NBR 9050:2004, os peitoris têm 60 cm nas áreas de estar, para
dar maior visibilidade do exterior para cadeirantes.
60
Ventilação para gás encanado
Atendendo às exigências da companhia de abastecimento de gás,
foram instaladas venezianas nas portas dos shafts e na alvenaria
para garantir ventilação das prumadas de gás dos prédios de cinco
e nove andares. Nos edifícios assobradados há uma abertura de
ventilação na parede externa da área de serviço, integrada
à cozinha, para ventilação do ambiente em caso de vazamento de
gás. O dimensionamento dos vãos de ventilação foi definido pela concessionária.
Pastilha de vidro
Em geral as fachadas das construções da CDHU são apenas
pintadas. No residencial Rubens Lara, os edifícios receberam
revestimento de pastilhas, que demanda menos manutenção que
a pintura, de acordo com a companhia. O consumo de energia na
produção da tinta, no planejamento e na execução da repintura,
além da emissão de CO2 no transporte de materiais e mão de obra
são alguns dos itens considerados no comparativo. Em vez da
especificação da pastilha cerâmica, mais comum nestes casos, a
opção neste caso foi pela pastilha de vidro reciclado, que, segundo
a CDHU, reforça o caráter sustentável do empreendimento e é mais barato do que o material tradicional.
Acessibilidade
Algumas unidades habitacionais do residencial estão
totalmente equipadas para receberem pessoas com
restrições de locomoção. Localizadas no térreo dos
edifícios de cinco andares, contam com itens adicionais
como barras de segurança nos banheiros e portas de
correr. O critério da CDHU é destinar, pelo menos, 2%
das unidades para este público. Os edifícios de cinco
pavimentos originalmente não possuem elevadores,
mas eles poderão ser instalados posteriormente, se os
moradores desejarem.
Nas áreas de uso comum, públicas e
condominiais, não há degraus ou obstáculos
que impeçam a circulação de cadeirantes. E um
projeto de mobilidade urbana foi desenvolvido para as
ruas do empreendimento e para o sistema viário
limítrofe, de forma a organizar a circulação de
pedestres e veículos sem conflitos nas travessias, além de disciplinar a implantação dos
equipamentos e mobiliário urbano.
61
Revestimentos cerâmicos em todos os cômodos
Como o morador de baixa renda tem dificuldades em fazer melhorias
e investir na manutenção de sua residência, as unidades foram
entregues com pisos cerâmicos em todos os cômodos e azulejos nos
banheiros. O uso de revestimentos mais resistentes e duráveis visa
melhorar a qualidade das habitações e reduzir custos e frequência de
manutenção. As cerâmicas usadas têm 35 cm x 35 cm e os azulejos 25 cm x 35 cm.
Telha branca
A cobertura dos edifícios do residencial Rubens Lara
conta com telhas onduladas de fibrocimento - sem
amianto - de 8 mm de espessura. O material atende às
recomendações do programa One Degree Less, do
Green Building Council Brasil, que incentiva o uso de
telhados pintados na cor branca para refletir os raios
solares e, dessa maneira, diminuir o efeito das ilhas de
calor urbanas. A pintura foi feita com uma mistura à
base de cal, água e resina acrílica aplicada sobre as telhas umedecidas. Atualmente, no entanto, a
CDHU afirma que alguns fornecedores já estão entregando as telhas em cores claras e até brancas pelo mesmo preço.
Aquecimento solar da água
O conjunto residencial conta com coletores solares e
reservatórios de água quente individualizados. A
circulação da água entre os coletores de calor e os
reservatórios térmicos ocorre naturalmente por efeito
de termossifão (diferença de densidade entre a água
fria e a quente), dispensando bombas elétricas. Para
evitar problemas no tempo de recebimento da água
quente, os reservatórios dos andares baixos estão
mais próximos da prumada de descida. Assim, o
tempo médio de espera nos pontos de consumo é de
30 segundos. Todas as unidades contam com um
chuveiro elétrico comum de 4.500 W, que os
moradores acionam no caso de eventual insuficiência
do sistema de aquecimento solar.
O sistema de aquecimento solar com distribuição
individualizada requer uma área de telhado adequada.
A CDHU entende que prédios de até seis andares
comportam o número de equipamentos para
individualização. Em edifícios mais altos - de sete a
nove andares - é usado o sistema com reservatório coletivo.
62
DECRETO ESTADUAL 12.342/78 PRIMEIRA PARTE Saneamento
LIVRO I Saneamento Ambiental e Organização Territorial TITULO ÚNICO Artigo 1.º - O Saneamento Ambiental e Organização Territorial serão tratados em Normas Técnicas Especiais. LIVRO II Saneamento Básico
TÍTULO I
Sistemas de Abastecimento de Água e Disposição de Esgotos
Artigo 2.º - Todo e qualquer serviço de abastecimento de água ou de coleta e disposição de esgotos deverá sujeitar-se ao controle da autoridade sanitária competente.
Artigo 3.º - Os projetos de sistemas de abastecimento de água e de coleta e disposição de esgotos deverão ser elaborados em obediência às normas e especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e às normas e especificações adotadas pelo órgão técnico encarregado de aprová-los.
Artigo 4.º - Nos projetos e obras de sistemas de abastecimento de água deverão ser obedecidos os seguintes princípios gerais, independentemente de outras exigências técnicas estabelecidas em normas e especificações:
I - a água distribuída obedecerá aos padrões de potabilidade estabelecidos pela autoridade competente;
II - as tubulações, peças especiais e juntas deverão ser de tipos e materiais aprovados pela ABNT, tendo em vista conservar inalteradas as características da água transportada;
III - para fins de desinfecção ou de prevenção contra contaminações, à água distribuída deverá ser adicionado, obrigatoriamente, teor conveniente de cloro ou equivalente em seus compostos. A juízo da autoridade sanitária competente, poderão ser adotados, com a mesma finalidade, outros produtos ou processos, desde que utilizados, para esse fim, teores e aparelhamentos apropriados;
IV - a fluoretação da água distribuída obedecerá às normas expedidas pelos órgãos competentes;
V - em qualquer ponto dos sistemas de abastecimento, a água natural ou tratada deverá estar suficientemente protegida.
Artigo 5.º - É vedada a instalação de tubulações de esgoto em locais onde possam representar risco de contaminação de água potável.
Artigo 6.º - Sempre que os sistemas públicos não tiverem condições de atendimento, os conjuntos habitacionais e as unidades isoladas deverão possuir sistemas de abastecimento de água e sistema de esgotos, aprovados pela autoridade competente.
Artigo 7.º - A disposição de esgotos nas praias e nos corpos de água, bem como em áreas adjacentes ou de influência, só
poderá ser feita de modo a não causar riscos à saúde.
TÍTULO II
Instalações Prediais de Água e Esgotos
Artigo 8.º - As instalações prediais de água e esgotos deverão seguir as normas e especificações da ABNT e aquelas adotadas pelas entidades responsáveis pelos sistemas, às quais caberá fiscalizar estas instalações, sem prejuízo da fiscalização exercida pela autoridade sanitária.
§ 1.º - As normas referidas neste artigo deverão atender ao estabelecido no presente Regulamento e ser submetidas à apreciação da autoridade sanitária competente, sempre que solicitadas.
§ 2.º - A autoridade sanitária poderá estabelecer que as normas sejam revistas na forma que indicar, bem como solicitar informações sobre a fiscalização das instalações.
Artigo 9.º - Todo prédio deverá ser abastecido de água potável em quantidade suficiente ao fim a que se destina, e dotado de dispositivos e instalações adequados destinados a receber e a conduzir os despejos.
§ 1.º - Onde houver redes públicas de água ou de esgotos, em condições de atendimento, as edificações novas ou já existentes serão obrigatoriamente a elas ligadas e por elas respectivamente abastecidas ou esgotadas.
§ 2.º - É vedada a interligação de instalações prediais internas entre prédios situados em lotes distintos.
Artigo 10 - Sempre que o abastecimento de água não puder ser feito com continuidade e sempre que for necessário para o bom funcionamento das instalações prediais, será obrigatória a existência de reservatórios prediais.
63
§ 1.º - A capacidade mínima dos reservatórios prediais, adicional à exigida para combate a incêndios, será equivalente ao consumo do prédio durante vinte e quatro horas e calculada segundo os critérios fixados pela ABNT.
§ 2.º - São obrigatórias a limpeza e a desinfecção periódica dos reservatórios prediais, na forma indicada pela autoridade sanitária.
Artigo 11 - Os reservatórios prediais deverão:
I - ser construídos e revestidos com materiais que não possam contaminar a água;
II - ter a superfície lisa, resistente e impermeável;
III - permitir fácil acesso, inspeção e limpeza;
IV - possibilitar esgotamento total;
V - ser suficientemente protegidos contra inundações, infiltrações e penetrações de corpos estranhos;
VI - ter cobertura adequada;
VII - ser equipados com torneira de bóia na tubulação de alimentação, à sua entrada, sempre que não se tratar de reservatório alimentado por recalque;
VIII - ser dotados de extravasor com diâmetro superior ao da canalização de alimentação, havendo sempre uma canalização de aviso, desaguando em ponto perfeitamente visível;
IX - ser providos de canalização de limpeza, funcionando por gravidade ou por meio de elevação mecânica.
Artigo 12 - Não será permitida:
I - a instalação de dispositivos para sucção de água diretamente das redes de distribuição.
II - a passagem de tubulações de água potável pelo interior de fossas, ramais de esgotos, poços absorventes, poços de visita e caixas de inspeção de esgotos, bem como de tubulações de esgoto por reservatórios ou depósitos de água;
III - a interconexão de tubulações ligadas diretamente a sistemas públicos com tubulações que contenham água proveniente de outras fontes de abastecimento;
IV - a introdução, direta ou indireta, de esgotos em conduto de águas pluviais: V - qualquer outra instalação, processo ou atividade que, a juízo da autoridade sanitária, possa representar risco de
contaminação da água potável;
VI - a ligação de ralos de águas pluviais e de drenagem à rede de esgotos, a critério da autoridade competente.
Artigo 13 - A admissão de água nos aparelhos sanitários deverá ser feita em nível superior ao de transbordamento, ou mediante dispositivos adequados, para evitar a aspiração da água do receptáculo para a tubulação de água potável.
Artigo 14 - Os despejos somente serão admitidos às tubulações prediais de esgotos através de aparelhos sanitários de características e materiais adequados e que atendam às normas e especificações da ABNT.
Artigo 15 - É obrigatória:
I - a existência, nos aparelhos sanitários, de dispositivos de lavagem, contínua ou intermitente;
II - a instalação de dispositivos de captação de água no piso dos compartimentos sanitários e nas copas, cozinhas e
lavanderias;
III - a passagem dos despejos das pias da copa e cozinha de hospitais, hotéis, restaurantes e estabelecimentos
congêneres, por caixa de gordura, a critério da autoridade competente.
Parágrafo único - A critério da autoridade sanitária, poderá ser exigida a instalação do dispositivo previsto no inciso II em outros compartimentos ou locais.
Artigo 16 - É proibida a instalação de:
I - pias, sanitários, lavatórios e outros aparelhos sanitários construídos ou revestidos com cimento, madeira, ou outro
material não aprovado pela autoridade sanitária competente;
II - peças, canalizações e aparelhos sanitários que apresentem defeitos ou soluções de continuidade que possam,
acarretar infiltrações, vazamentos ou acidentes.
Artigo 17 – A utilização de privadas químicas será regulamentada em Norma Técnica Especial.
Artigo 18 - Toda habitação terá o ramal principal do sistema coletor de esgotos com diâmetro não inferior a 100 milímetros e provido de dispositivo de inspeção.
Artigo 19 - É expressamente proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais ou resultantes de drenagem nos
ramais prediais de esgotos.
Artigo 20 - Os tanques e aparelhos de lavagem de roupas serão obrigatoriamente ligados à rede coletora de esgotos através de fecho hidráulico.
64
Artigo 21 - Os aparelhos sanitários quaisquer que sejam os seus tipos, serão desconectados dos ramais respectivos por meio de sifões individuais, com fecho hidráulico nunca inferior a 5 centímetros, munidos de opérculos de fácil acesso à limpeza ou terão seus despejos conduzidos a um sifão único, segundo a técnica mais aconselhada.
Artigo 22 - Todos os sifões, exceto os auto-ventilados, deverão ser protegidos contra dessifonamento e contrapressão, por
meio de ventilação apropriada.
Artigo 23 - As instalações prediais de esgotos deverão ser suficientemente ventiladas e dotadas de dispositivos adequados para evitar refluxo de qualquer natureza, inclusive:
I - tubos de queda, prolongados acima da cobertura do edifício;
II - canalização independente ascendente, constituindo tubo ventilador.
Parágrafo único – O tubo ventilador poderá ser ligado ao prolongamento de um tubo de queda acima da última inserção do ramal de esgotos.
Artigo 24 - Os poços de suprimento de água considerados inservíveis e as fossas, que não satisfizerem às exigências
deste Regulamento, deverão ser aterrados.
Artigo 25 - A autoridade sanitária poderá estabelecer outras medidas de proteção sanitária, relativas às instalações prediais de águas e esgotos, além das previstas neste Título. TÍTULO III
Condições Gerais
Artigo 26 – Os edifícios, sempre que colocados nas divisas dos alinhamentos, serão providos de calhas e condutores para
escoamento das águas pluviais.
§ 1.º - Para efeito deste artigo excluem-se os edifícios cuja disposição dos telhados orientem as águas pluviais para o seu próprio terreno.
§ 2.º - As águas pluviais provenientes das calhas e condutores dos edifícios deverão ser canalizadas até as sarjetas, passando sempre por baixo das calçadas.
LIVRO III
Saneamento das Edificações
TÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 27 - Nenhuma construção, reconstrução ou reforma de prédio, qualquer que seja o fim a que se destine, poderá ser
autorizada ou iniciada, sem projetos e especificações previamente aprovados pela autoridade sanitária estadual competente.
Parágrafo único - A competência para a aprovação prévia mencionada neste artigo poderá ser delegada à autoridade municipal para determinados tipos de projetos, na forma disposta em Norma Técnica Especial.
Artigo 28 - Nenhum prédio de construção nova ou modificada poderá ser habitado ou utilizado sem o correspondente alvará de habite-se ou de utilização, da autoridade sanitária competente.
Parágrafo único – A expedição de alvará de habite-se, ou de utilização, pela autoridade municipal estará condicionada à manifestação favorável da autoridade sanitária estadual, segundo as condições em que for concedida a delegação prevista no Parágrafo único do artigo anterior.
Artigo 29 – Independem de prévia manifestação das autoridades sanitárias, as construções de habitações unifamiliares do tipo moradia econômica que obedeçam a projetos-tipo padronizados e elaborados pelo Poder Público Municipal, desde que tais projetos-tipo já tenham sido previamente aprovados pelo órgão de engenharia da Secretaria de Estado de Saúde.
§ 1.º - Entende-se por moradia econômica, para os efeitos deste artigo, aquela que assim for considerada pelo Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da 6ª Região.
§ 2.º - Ao Poder Público Municipal caberá zelar pelo fiel cumprimento das exigências e especificações constantes dos projetos-tipo, sob pena de ser revista a aprovação prévia concedida pela Secretaria de Estado da Saúde a tais projetos.
Artigo 30 - Se a autoridade sanitária verificar, em qualquer construção, reconstrução ou reforma, a inobservância das disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais, intimará o responsável pela obra a suspender sua execução e solicitará aos poderes municipais as providências de sua alçada.
Artigo 31 - Os projetos deverão compreender as seguintes partes:
I - plantas de todos os pavimentos com a indicação do destino de cada compartimento;
II - elevação das fachadas voltadas para as vias públicas;
III - cortes, transversal e longitudinal;
65
IV - planta de locação na qual se indique a posição do edifício a construir, em relação às divisas do lote e às outras construções nele existentes e sua orientação; perfis, longitudinal e transversal do terreno, tomado como referência de nível, o nível do eixo da rua;
V - memoriais descritivos dos materiais, processos e equipamentos a serem empregados na construção, e memorial industrial, quando se tratar de indústria ou fábrica, ou memorial de atividade, nos demais casos.
VI - indicação da forma pela qual os prédios serão abastecidos de água potável e do destino a ser dado às águas residuarias e ao lixo.
§ 1.º - A documentação prevista neste artigo deverá ser complementada com a que for solicitada pela autoridade sanitária, para efeito de proteção à saúde, e, quando for o caso, com aprovação da autoridade competente no que se refere à proteção e defesa do meio ambiente.
§ 2.º - Alterações nos projetos e especificações aprovados só poderão ser feitas mediante aprovação da autoridade sanitária competente.
Artigo 32 - As peças gráficas obedecerão às seguintes escalas: 1:100 para as plantas do edifício; 1:50 ou 1:100 para cortes e fachadas; 1:200 para planta de locação e perfis do terreno. Outras escalas só serão usadas quando justificadas tecnicamente.
§ 1.º - As escalas não dispensam o emprego de cotas para indicar as dimensões dos diversos compartimentos, pés-direitos e posição das linhas limítrofes.
§ 2.º - Nos projetos de reforma, acréscimo ou reconstrução serão representados:
I - a tinta preta ou azul as partes a serem mantidas;
II - a tinta vermelha, as partes a construir;
III - a tinta amarela, as partes a demolir.
Artigo 33 - Todas as peças gráficas e memoriais do projeto deverão ter, em todas as vias, as assinaturas:
I - do proprietário ou seu representante legal;
II - do responsável técnico pela construção;
III - do autor do projeto.
Parágrafo único - O responsável técnico e o autor do projeto deverão indicar o número de registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Artigo 34 - A autoridade sanitária competente poderá determinar correções ou retificações bem como exigir informações,
complementações, esclarecimentos e documentos, sempre que necessário ao cumprimento das disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais.
TÍTULO II
Normas Gerais de Edificações
CAPÍTULO I
Dimensões Mínimas dos Compartimentos
Artigo 35 - Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões adequadas à função ou atividade a que se destinam,
atendidos os mínimos estabelecidos neste Regulamento e em suas Normas técnicas Especiais.
Artigo 36 - Os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores aos valores estabelecidos nas normas específicas para as respectivas edificações de que fazem parte, e, quando não previsto nas referidas normas específicas, aos valores abaixo:
I - salas, em habitações: 8,00m² ;
II - salas para escritórios, comércio ou serviços: 10,00m² ; III - dormitórios: 8,00m²;
III - dormitórios coletivos: 5,00m² por leito;
IV - quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00m² ;
V - dormitório de empregada: 6,00m² ;
VI - salas-dormitórios: 16,00m² ;
cozinhas: 4,00m² ;
VII - compartimentos sanitários:
a) contendo somente bacia sanitária: 1,20m², com dimensão mínima de 1,00m;
b) contendo bacia sanitária e lavatório: 1,50m² , com dimensão mínima de 1,00m;
66
c) contendo bacia sanitária e área para banho, com chuveiro, 2,00m² ; com dimensão mínima de 1,00m;
d) contendo bacia sanitária, área para banho, com chuveiro e lavatório, 2,50m², com dimensão mínima de 1,00m;
e) contendo somente chuveiro, 1,20m²; com dimensão mínima de 1,00m;
f) antecâmaras, com ou sem lavatório, 0,90m², com dimensão mínima de 0,90m;
g) contendo outros tipos ou combinações de aparelhos, a área necessária, segundo disposição conveniente a
proporcionar a cada um deles, uso cômodo;
h) celas, em compartimentos sanitários coletivos, para chuveiros ou bacias sanitárias, 1,20m² , com dimensão
mínima de 1,00m;
i) mictórios tipo calha, de usos coletivo, 0,60m em equivalência a um mictório tipo cuba;
j) separação entre mictórios tipo cuba, 0,60m, de eixo a eixo.
X - vestiários: 6,00m²;
XI - largura de corredores e passagens:
a) em habitações unifamiliares e unidades autônomas de habitações multifamiliares, 0,90m;
b) em outros tipos de edificação:
- quando de uso comum ou coletivo, 1,20m; - quando de uso restrito, poderá ser admitida redução até 0,90m.
XII - compartimentos destinados a outros fins, valores sujeitos a justificação.
Artigo 37 - As escadas não poderão ter dimensões inferiores aos valores estabelecidos nas normas especificas para as respectivas edificações de que fazem parte e, quando não previstas nas referidas normas específicas, aos valores abaixo:
I - degraus, com piso (p) e espelho (e), atendendo à relação: 0,60m: 2e + p 0,65m ;
II - larguras:
a) quando de uso comum ou coletivo: 1,20m;
b) quando de uso restrito poderá ser admitida redução até 0,90m;
c) quando, no caso especial de acesso a jiraus, torres, adegas e situações similares: 0,60m.
Parágrafo único - As escadas de segurança obedecerão às normas baixadas pelos órgãos competentes.
Artigo 38 - Os pés-direitos não poderão ser inferiores aos estabelecidos nas normas específicas para a respectiva edificação e, quando não previstos, aos valores a seguir:
I - nas habitações;
a) salas e dormitórios: 2,70m;
b) garagens: 2,30m;
c) nos demais compartimentos: 2,50m.
II - nas edificações destinadas a comércio e serviços:
a) em pavimentos térreos: 3,00m;
b) em pavimentos superiores: 2,70m;
c) garagens: 2,30m.
III - nas escolas:
a) nas salas de aulas e anfiteatros, valor médio 3,00m, admitindo-se o mínimo em qualquer ponto 2,50m;
b) instalações sanitárias 2,50m.
IV - em locais de trabalho:
a) indústrias, fábricas e grandes oficinas, 4,00m, podendo ser permitidas reduções até 3,00m, segundo a natureza
dos trabalhos;
b) outros locais de trabalho, 3,00m podendo ser permitidas reduções até 2,70m, segundo a atividade desenvolvida.
V - em salas de espetáculo, auditórios e outros locais de reunião: 6,00m, podendo ser permitidas reduções até 4,00m, em locais de área inferior a 250m² ; nas frisas, camarotes e galerias: 2,50m;
VI - em garagens: 2,30m ;
VII - em porões ou subsolos, os previstos para os fins a que se destinarem;
VIII - em corredores e passagens, 2,50m ;
IX - em armazéns, salões e depósitos, excetuados os domiciliares, 3,00m ;
X - em outros compartimentos, os fixados pela autoridade sanitária competente, segundo o critério de similaridade ou analogia.
CAPITULO II
Insolação, Ventilação e Iluminação
Artigo 39 - Para fins de iluminação e ventilação natural, todo compartimento deverá dispor de abertura comunicando-o diretamente com o exterior.
67
§ 1.º - Excetuam-se os corredores de uso privativo, os de uso coletivo até 10,00m de comprimento, poços e saguões de elevadores, devendo as escadas de uso comum ter iluminação natural, direta ou indireta.
§ 2.º - Para efeito de insolação e iluminação, as dimensões dos espaços livres, em planta, serão contadas entre as projeções das saliências, exceto nas fachadas voltadas para o quadrante Norte.
Artigo 40 - Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação de quaisquer compartimentos, em prédios de
um pavimento e de até 4,00m de altura:
I - espaços livres fechados, com área não inferior a 6,00m² e dimensão mínima de 2,00m;
II - espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas (corredores), de largura não inferior a 1,50m, quer quando junto às divisas do lote, quer quando entre corpos edificados no mesmo lote, de altura não superior a 4,00m;
Parágrafo único - A altura referida neste artigo será a altura média no plano da parede voltada para a divisa do lote ou para outro corpo edificado.
Artigo 41 - Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação de dormitórios, salas, salões e locais de trabalho, em prédios de mais de um pavimento ou altura superior a 4,00m:
I - os espaços livres fechados, que contenham em plano horizontal, área equivalente a H2/4 (H ao quadrado, dividido por quatro), onde H representa a diferença de nível entre o teto do pavimento mais alto e o piso do pavimento mais baixo a ser insolado, iluminado ou ventilado, permitindo-se o escalonamento:
II - os espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas (corredores), junto às divisas do lote ou entre corpos edificados, de largura maior ou igual a H/6, com o mínimo de 2,00m.
§ 1.º - A dimensão mínima do espaço livre fechado, referido no inciso I, será sempre igual ou superior a H/4 não podendo ser inferior a 2,00m e sua área não inferior a 10,00m², podendo ter qualquer forma, desde que nele possa ser inscrito, no plano horizontal um círculo de diâmetro igual a H/4.
§ 2.º - Quando H/6 for superior a 3,00m, a largura excedente deste valor poderá ser contada sobre o espaço aberto do imóvel vizinho, desde que constitua recuo legal obrigatório, comprovado por certidão da Prefeitura ou apresentação da legislação municipal.
Artigo 42 – Para iluminação e ventilação de cozinhas, copas e despensas serão suficientes:
I - os espaços livres fechados com:
a) 6,00m² em prédios de até 3 pavimentos e altura não superior a 10,00m;
b) 6,00m² de área mais 2,00m² por pavimento excedente de três; com dimensão mínima de 2,00m e relação entre seus lados de 1 para 1,5 em prédios de mais 3 pavimentos ou altura superior a 10,00m;
II - espaços livres abertos de largura não inferior a:
a) 1,50m em prédios de 3 pavimentos ou 10,00m de altura;
b) 1,50m mais 0,15m por pavimento excedente de três, em prédios de mais de 3 pavimentos;
Artigo 43 – Para ventilação de compartimento sanitário, caixas de escada e corredores com mais de 10,00m de comprimento será suficiente o espaço livre fechado com área mínima de 4,00m² em prédios de até 4 pavimentos. Para cada pavimento excedente haverá um acréscimo de 1,00m² por pavimento. A dimensão mínima não será inferior a 1,50m e relação entre os seus lados de 1 para 1,5;
Parágrafo único – Em qualquer tipo de edificação será admitida a ventilação indireta ou ventilação forçada de compartimentos sanitários mediante:
I - ventilação indireta através de compartimento contíguo, por meio de duto de seção não inferior a 0,40m² com dimensão vertical mínima de 0,40m e extensão não superior a 4,00m. Os dutos deverão se abrir para o exterior e ter as aberturas teladas;
II - ventilação natural por meio de chaminé de tiragem atendendo aos seguintes requisitos mínimos:
a) seção transversal dimensionada de forma a que correspondam no mínimo, 6cm² (seis centímetros quadrados) de
seção, para cada metro de altura da chaminé, devendo em qualquer caso, ser capaz de conter um circulo de 0,60m de diâmetro;
b) ter prolongamento de, pelo menos, um metro acima da cobertura;
c) ser provida de abertura inferior, que permita limpeza, e de dispositivo superior de proteção contra a penetração
de águas de chuva.
Artigo 44 – A área iluminante dos compartimentos deverá corresponder, no mínimo à:
I - nos locais de trabalho e nos destinados a ensino, leitura e atividades similares: 1/5 da área do piso;
II - nos compartimentos destinados a dormir, estar, cozinhar, comer e em compartimentos sanitários: 1/8 da área do piso, com o mínimo de 0,60m² ;
III - nos demais tipos de compartimentos: 1/10 de área do piso, com o mínimo de 0,60m².
Artigo 45 - A área de ventilação natural deverá ser em qualquer caso de, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural.
68
Artigo 46 - Não serão considerados insolados ou iluminados os compartimentos cuja profundidade a partir da abertura iluminante for maior que três vezes seu pé direito, incluída na profundidade a projeção das saliências, alpendres ou outras coberturas.
Artigo 47 - Em casos especiais poderão ser aceitas ventilação e iluminação artificiais, em substituição às naturais, desde que comprovada sua necessidade e atendidas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Parágrafo único - Para os subsolos, a autoridade sanitária competente poderá exigir a ventilação artificial ou demonstração técnica de suficiência da ventilação natural.
Artigo 48 - Poderá ser aceita, para qualquer tipo de edificação, como alternativa ao atendimento das exigências dos artigos anteriores, referentes a insolação e ventilação natural, demonstração técnica de sua suficiência, na forma que for estabelecida em Norma Técnica Especial.
CAPÍTULO III
Especificações Construtivas Gerais Artigo 49 - Os materiais empregados nas construções deverão ser adequados ao fim a que se destinam e atender às normas e especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Artigo 50 - Toda edificação deverá ser perfeitamente isolada da umidade e emanações provenientes do solo, mediante impermeabilização entre os alicerces e as paredes e em todas as superfícies, da própria edificação e das edificações vizinhas, sujeitas à penetração de umidade.
Artigo 51 - As paredes terão espessuras e revestimentos suficientes a atender às necessidades de resistência, isolamento térmico, acústico e impermeabilidade, segundo sua posição e os materiais nelas empregados.
Artigo 52 - A cobertura dos edifícios será feita com materiais impermeáveis, incombustíveis e maus condutores de calor.
Artigo 53 - As instalações prediais de água e esgotos obedecerão ao disposto no Capítulo próprio deste Regulamento.
Artigo 54 – As cozinhas, instalações sanitárias, depósitos, armazéns, despensas, adegas e compartimentos similares, terão o piso e as paredes revestidas até a altura de 2,00m no mínimo, de material liso, resistente, impermeável e lavável, ou na forma que for prevista em normas específicas.
§ 1.º - O disposto neste artigo se aplica a locais de trabalho, segundo a natureza das atividades a serem neles desenvolvidas, a critério da autoridade sanitária competente.
§ 2.º - Nas cozinhas e instalações sanitárias de habitações, exceto das coletivas, a altura da barra impermeável poderá ser reduzida a 1,50m, no mínimo.
§ 3.º - Para compartimentos de tipos não previstos, adotar-se-á o critério de similaridade.
CAPÍTULO IV
Disposições Diversas
Artigo 55 – Os sistemas privados de abastecimento de água ou de disposição de esgotos deverão ser submetidos à aprovação da autoridade sanitária.
§ 1.º - Os poços e fossas, bem como a disposição de efluentes no solo, deverão atender às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e as que forem estabelecidas neste Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais.
§ 2.º - Os poços de suprimento de água considerados inservíveis e as fossas, que não satisfizerem as exigências deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais, deverão ser aterrados.
§ 3.º - Cada prédio deverá ter um sistema independente de afastamento de águas residuais. Artigo 56 - Todos os edifícios situados no alinhamento da via pública deverão dispor de calhas e condutores adequados e suficientes a conduzir as águas pluviais até às sarjetas, passando por baixo das calçadas. Artigo 57 - As edificações no fundo dos lotes e nos denominados “lotes de fundo”, excetuadas as edículas, serão regulamentadas por Norma Técnica Especial. Artigo 58 - As parcelas de terreno, correspondentes à habitação uni-familiar serão fixadas em Norma Técnica Especial. TÍTULO III
Normas Específicas das Edificações
CAPÍTULO I
Habitações Unifamiliares - Casas
Artigo 59 - Toda habitação deverá dispor de pelo menos um dormitório, uma cozinha, uma instalação sanitária e uma área
de serviço.
Artigo 60 - As salas, dormitórios e cozinhas das habitações deverão apresentar áreas não inferiores às seguintes:
I - salas: 8,00m²;
69
II - dormitórios:
a) quando se tratar de um único além da sala: 12,00m²;
b) quando se tratar de dois: 10,00m² para cada um;
c) quando se tratar de três ou mais: 10,00m² para um deles, 8,00m² para cada um dos demais, menos um, que se poderá admitir com 6,00m²;
d) quando se tratar de sala-dormitório: 16,00m² ;
e) quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00m² ;
f) dormitórios de empregada: 6,00m² ;
III - cozinhas: 4,00m².
Artigo 61 - As cozinhas terão paredes, até a altura de 1,50 metros no mínimo e os pisos revestidos de material liso, resistente, impermeável; não se comunicarão diretamente com dormitórios ou compartimentos providos de bacias sanitárias.
Parágrafo único – Nas cozinhas, deverá ser assegurada ventilação permanente.
Artigo 62 – A copa, quando houver, deverá ser passagem obrigatória entre a cozinha e os demais cômodos da habitação.
Artigo 63 – Nas casas que não disponham de quarto de empregada, os depósitos, despensas, adegas, despejos, rouparias e similares, somente poderão ter:
I - área não superior a 2,00m² ; ou
II - área igual ou maior que 6,00m², devendo neste caso, atender às normas de insolação, iluminação e ventilação aplicáveis a dormitórios.
Artigo 64 – Em toda habitação deverá haver pelo menos um compartimento provido de bacia sanitária, lavatório e chuveiro, com:
I - área não inferior a 2,50m²;
II - paredes até altura de 1,50m, no mínimo, e os pisos revestidos de material liso, resistente, impermeável e lavável.
Parágrafo único – Nestes compartimentos deverá ser assegurada ventilação permanente.
Artigo 65 – Os pisos e paredes dos demais compartimentos serão revestidos com materiais adequados ao fim a que se destinam.
Artigo 66 – A largura dos corredores internos e das escadas, não poderá ser inferior a 0,90m.
Parágrafo único – A largura mínima das escadas destinadas a acesso e jiraus, torres, adegas e outras situações similares, será de 0,60m
Artigo 67 – Os pés-direitos mínimos serão os seguintes:
I - salas e dormitórios: 2,70m;
II - garagens: 2,30m;
III - demais compartimentos: 2,50m.
Parágrafo único - Os compartimentos situados em subsolos ou porões, deverão atender aos requisitos acima, segundo seu destino.
CAPÍTULO II
Habilitações Multifamiliares – Edifícios de Apartamentos
Artigo 68 – Aplicam-se aos edifícios de apartamentos as normas gerais referentes às edificações e as específicas referentes às habilitações, no que couber, complementadas pelo disposto neste Capítulo. Artigo 69 – Nos edifícios de apartamentos deverão existir dutos de queda para lixo e compartimento para seu depósito com capacidade suficiente para 24 horas, no mínimo.
§ 1.° - Os dutos deverão ter abertura acima da cobertura do prédio, provida de tela; serão de material que permita lavagens e desinsetizações periódicas, devendo sua superfície ser lisa e impermeável.
§ 2.° - A critério da autoridade sanitária, poderá ser dispensada a exigência deste artigo.
§ 3.° - No recinto das caixas de entrada não poderão existir aberturas diretas para equipamentos ou dispositivos de coleta de lixo. Artigo 70 – É obrigatória a instalação de elevadores na forma disposta no artigo 209 deste Regulamento. Artigo 71 – É obrigatória a existência de depósito de material de limpeza, compartimento sanitário, vestiário e chuveiro para uso exclusivo do pessoal de serviço. O vestiário não terá área inferior a 6,00m².
Parágrafo único – Essa exigência poderá ser dispensada, a juízo da autoridade sanitária, nos edifícios que, comprovadamente, pelas suas dimensões e características a justifiquem. Artigo 72 – As piscinas em edifícios, quando não privativas de unidades autônomas, serão consideradas de uso coletivo restrito, sujeitas, no que lhes for aplicável, ao disposto neste Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais.
Parágrafo único – As piscinas privativas serão consideradas piscinas de uso familiar. Artigo 73 – Nos prédios de apartamentos não será permitido depositar materiais ou exercer atividades que, pela sua natureza, representem perigo ou sejam prejudiciais à saúde e ao bem-estar dos moradores e vizinhos.
70
CAPÍTULO III
Conjuntos Habitacionais
Artigo 74 – Os conjuntos habitacionais deverão observar as disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais referentes a loteamentos e parcelamento de imóveis, assim como as referentes às habitações e a outros tipos de edificações que os componham. Artigo 75 – Deverão, segundo a população que abrigam, prever áreas ou edificações necessárias para atividades de comércio, serviços, recreação e ensino. Artigo 76 – Para aprovação pela Secretaria de Estado da Saúde de projetos de conjuntos habitacionais, situados em áreas não beneficiadas pelos sistemas públicos de água e de esgotos, será exigida indicação da solução a ser dada ao abastecimento de águia e ao afastamento de esgotos e comprovação de que a mesma está aprovada pelos órgãos competentes. Artigo 77 – O disposto neste Capítulo será complementado por Norma Técnica Especial que conterá também, dispositivos especiais aplicáveis aos conjuntos de habitações de interesse social. CAPÍTULO IV
Habitações Coletivas
SEÇÃO I
Hotéis, Motéis, Casas de Pensão, Hospedarias e Estabelecimentos Congêneres
Artigo 78 – Os hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres obedecerão as normas e especificações gerais para as edificações e as específicas para habilitações, no que aplicáveis, complementadas pelo disposto nesta Seção. Artigo 79 – Nos hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres, todas as paredes internas, até a altura mínima de 1,50m, serão revestidas ou pintadas com materiais impermeáveis, não sendo permitidas paredes de madeira para divisão de dormitórios. Artigo 80 – As instalações sanitárias de uso geral deverão:
I - ser separadas por sexo, com acessos independentes;
II - conter, para cada sexo, no mínimo, uma bacia sanitária, um chuveiro em box e um lavatório para cada grupo de 20 leitos, ou fração, do pavimento a que servem;
III - nos pavimentos sem leitos, ter, no mínimo, uma bacia sanitária e um lavatório para cada sexo;
IV - atender às condições gerais para compartimentos sanitários.
Parágrafo único – Para efeito do inciso II, não serão considerados os leitos de apartamentos que disponham de instalações sanitárias privativas. Artigo 81 – Os estabelecimentos deverão ter reservatórios de água potável, com capacidade que atenda ao estabelecido pelas normas da ABNT.
Artigo 82 – Os dormitórios deverão ter área correspondente a, no mínimo, 5,00m² por leito e não inferior, em qualquer caso, a 8,00m²; quando não dispuserem de instalações sanitárias privativas, deverão ser dotados de lavatório com água corrente. Artigo 83 – Os hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres, que forneçam alimentação, deverão obedecer a todas as disposições relativas a estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios no que lhe forem aplicáveis. Artigo 84 – Os estabelecimentos de que trata esta Seção, estão sujeitos a vistoria pela autoridade sanitária, para efeito de registro perante a autoridade competente.
Parágrafo único – Constatado em vistoria, que o local apresenta condições sanitárias satisfatórias será expedido o correspondente “Certificado de Vistoria Sanitária”. Artigo 85 – Os motéis serão providos, obrigatoriamente, dentro de suas divisas, de locais para estacionamento de veículos, na proporção de um local para cada quarto ou apartamento.
SEÇÃO II
Asilos, Orfanatos, Albergues e Estabelecimentos Congêneres
Artigo 86 - Aos asilos, orfanatos, albergues e estabelecimentos congêneres aplicam-se as normas gerais referentes a edificações e as específicas das habitações no que couber, complementadas pelo disposto nesta Seção. Artigo 87 – As paredes internas, até a altura mínima de 1,50m, serão revestidas ou pintadas de material impermeável não sendo permitidas divisões de madeira. Artigo 88 – Os dormitórios coletivos deverão ter área não inferior a 5,00m² por leito, os dormitórios dos tipos quarto ou apartamento deverão ter área não inferior a 5,00m² por leito, com o mínimo de 8,00m². Artigo 89 – As instalações sanitárias serão na proporção mínima de uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro para cada10 leitos, além do mictório na proporção de 1 para cada 20 leitos.
Artigo 90 - Os locais destinados ao armazenamento, preparo, manipulação e consumo de alimentos deverão atender às
exigências para estabelecimentos comerciais de alimentos, no que aplicáveis.
Artigo 91 - Quando tiverem 50 ou mais leitos, deverão ter locais apropriados para consultórios, médico e odontológico, bem como quarto para doentes.
Artigo 92 – Deverão ter área para recreação e lazer, não inferior a 10% da área edificada.
71
Parágrafo único – A área prevista neste artigo terá espaço coberto destinado a lazer, não inferior à sua quinta parte e o restante será arborizado ou ajardinado ou, ainda, destinado a atividades esportivas.
Artigo 93 – Se houver locais para atividades escolares, estes deverão atender às normas estabelecidas para as escolas, no
que aplicáveis.
SEÇÃO III
Estabelecimentos Militares e Penais, Conventos, Mosteiros, Seminários e Similares
Artigo 94 – Aos estabelecimentos militares e penais, sob a jurisdição do Estado bem como aos conventos, mosteiros, seminários e similares, se aplicam as disposições da Seção anterior, adaptadas e complementadas, segundo as peculiaridades de cada tipo de edificação.
CAPITULO V
Habitações de Interesse Social
Artigo 95 – Considera-se habilitação de interesse social, a habitação com o máximo de 60,00m2, integrando conjuntos habitacionais; construída por entidades públicas de administração direta ou indireta.
§1º - É também considerado de interesse social a habitação isolada, com o máximo de 60,00m², construída sob
responsabilidade do proprietário segundo projetos-tipo elaborados pelo Poder Público Municipal.
§2º - Mediante atos específicos, poderão ser considerados de interesse social habitações construídas ou financiadas por outras entidades.
Artigo 96 – O projeto e a execução de habitações de interesse social, embora devam observar as disposições relativas à aprovação gozarão, em caráter excepcional, das permissões especiais estabelecidas neste Capítulo.
Artigo 97 – No projeto e construção da casa de interesse social serão admitidos os seguintes mínimos:
I - pé direito de 2,40m em todas as peças;
II - área útil de 6,00m² nos quartos, desde que um, pelo menos, tenha 8,00m2 ;
III - área útil de 4,00m² na cozinha;
IV - área útil de 2,00m² no compartimento sanitário.
Artigo 98 – Todas as paredes poderão ser de meio tijolo de espessura e assentes com barro ou saibro, desde que:
I - sejam revestidas com argamassa de cal e areia;
II - haja impermeabilização entre os alicerces e as paredes;
III - os alicerces tenham espessura de um tijolo e sejam feitos com argamassa adequada.
Artigo 99 – A barra impermeável nas paredes, com 1,50m de altura, no mínimo, será obrigatória somente no compartimento sanitário. Na cozinha deverá ser feito pelo menos rodapé de ladrilho ou de argamassa de cimento.
Artigo 100 – É permitida na cozinha, no compartimento sanitário e nas passagens, pavimentação de tijolos com revestimento de argamassa de cimento e areia de 1,50cm de espessura.
Artigo 101 – É obrigatória a ligação do prédio às redes urbanas de água e esgotos e, na falta destas, a construção de poço,
com instalação de bomba e reservatório de quinhentos litros, no mínimo, com canalização para a cozinha e instalação sanitária, bem como é obrigatória a instalação de fossa séptica, obedecidas as prescrições deste Regulamento. CAPÍTULO VI
Edificações Destinadas a Ensino – Escolas
Artigo 102 – A área das salas de aula corresponderá no mínimo a 1,00m² por aluno lotado em carteira dupla e de 1,20m², quando em carteira individual. Artigo 103 – Os auditórios ou salas de grande capacidade das escolas, ficam sujeitos também às seguintes exigências:
I - área útil não inferior a 0,80m² por pessoa;
II - ventilação natural, ou renovação mecânica de 50m² de ar por pessoa, no mínimo, no período de 1 hora. Artigo 104 – A área de ventilação natural das salas de aula deverá ser no mínimo igual à metade da superfície iluminante, a qual será igual ou superior a 1/5 da área do piso.
§ 1.º – Será obrigatória a iluminação natural unilateral esquerda, sendo admitida a iluminação zenital, quando prevenido o ofuscamento.
§ 2.º – A iluminação artificial, para que possa ser adotada em substituição à natural, deverá ser justificada e aceita pela autoridade sanitária e atender às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Artigo 105 – Os corredores não poderão ter larguras inferiores a:
I - 1,50m para servir a até 200 alunos;
II - 1,50m acrescidos de:
72
a) 0,007m (sete milímetros) por aluno, de 200 a 500;
b) 0,005m (cinco milímetros) por aluno, de 501 a 1.000;
c) 0,003m (três milímetros) por aluno excedente de 1.000.
Artigo 106 – As escadas e rampas deverão ter em sua totalidade, largura não inferior à resultante da aplicação dos critérios
de dimensionamento dos corredores, para a lotação do pavimento a que servem, acrescida da metade daquela necessária para a lotação do pavimento imediatamente superior.
§ 1.º – Para os efeitos deste artigo serão considerados os dois pavimentos que resultem no maior valor;
§ 2.º – As escadas não poderão apresentar trechos em leque; os lances serão retos, não ultrapassarão a 16 degraus e estes não terão espelhos com mais de 0,16m, nem piso com menos de 0,30m, e os patamares terão extensão não inferior a 1,50m;
§ 3.º – As escadas deverão ser dotadas obrigatoriamente de corrimão;
§ 4.º – O número de escadas será de 2 no mínimo, dirigidas para saídas autônomas;
§ 5.º – As rampas não poderão apresentar declividade superior a 12% e serão revestidas de material não escorregadio, sempre que acima de 6%.
Artigo 107 – As escolas deverão ter compartimentos sanitários, devidamente separados para uso de cada sexo.
§ 1.º – Esses compartimentos, em cada pavimento, deverão ser dotados de bacias sanitárias em número correspondente, no mínimo, a uma para cada 25 alunas; uma para cada 40 alunos; um mictório para cada 40 alunos; e um lavatório para cada 40 alunos ou alunas.
§ 2.º - As portas das celas em que estiverem situadas as bacias sanitárias deverão ser colocadas de forma a deixar vãos livres de 0,15m de altura na parte inferior e de 0,30m, no mínimo, na parte superior.
§ 3.° - Deverão, também, ser previstas instalações sanitárias para professores que deverão atender, para cada sexo, à proporção mínima de uma bacia sanitária para cada 10 salas de aula; e os lavatórios serão em número não inferior a um para cada 6 salas de aula.
§ 4.° - É obrigatória a existência de instalações sanitárias nas áreas de recreação, na proporção mínima de 1 bacia sanitária e 1 mictório para cada 200 alunos; uma bacia sanitária para cada 100 alunas e um lavatório para cada 200 alunos ou alunas. Quando for prevista a prática de esportes ou educação física, deverá haver também chuveiros, na proporção de um para cada 100 alunos ou alunas e vestiários separados, com 5,00m², para cada 100 alunos ou alunas, no mínimo. Artigo 108 – É obrigatória a instalação de bebedouros de jato inclinado e guarda protetora na proporção mínima de 1(um) para cada 200 alunos, vedada sua localização em instalações sanitárias; nos recreios, a proporção será de 1(um) bebedouro para cada 100 alunos;
Parágrafo único – Nos bebedouros, a extremidade do local de suprimento de água deverá estar acima do nível de transbordamento do receptáculo. Artigo 109 – Os compartimentos ou locais destinados à preparação, venda ou distribuição de alimentos ou bebidas, deverão satisfazer às exigências para estabelecimentos comerciais de gênero alimentícios, no que lhe forem aplicáveis. Artigo 110 – As áreas destinadas à administração e ao pessoal de serviço, deverão atender às prescrições para locais de trabalho, no que aplicáveis. Artigo 111 – Nos intervalos, além das disposições referentes a escolas, serão observadas as referentes habitações, aos dormitórios coletivos, quando houver, e aos locais de preparo, manipulação e consumo de alimentos, no que lhe forem aplicáveis.
Parágrafo único – Deverá haver, também, nos internatos, local para consultório médico, com leitos anexos. Artigo 112 – Nas escolas de 1.º grau é obrigatória a existência de local coberto para recreio, com área, no mínimo, igual a 1/3 (um terço) da soma das áreas das salas de aula. Artigo 113 – As áreas de recreação deverão ter comunicação com o logradouro público, que permita escoamento rápido dos alunos, em caso de emergência; para tal fim, as passagens não poderão ter largura total inferior à correspondente a 1cm por aluno, nem vão inferiores a 2 metros. Artigo 114 – As escolas ao ar livre, parques infantis e congêneres, obedecerão às exigências deste Regulamento no que aplicáveis.
Artigo 115 – Os reservatórios de água potável das escolas terão capacidade, adicional a que for exigida para combate a incêndio, não inferior à correspondente a 50 litros por aluno.
Parágrafo único – Esse mínimo será de 100litros por aluno, nos semi-internatos e de 150 litros por aluno nos internatos.
CAPÍTULO VII
Locais de Reunião – Esportivos, Recreativos, Sociais, Culturais e Religiosos
SEÇÃO I
Piscinas
Artigo 116 – Para efeito deste Regulamento, as piscinas se classificam nas quatro categorias seguintes:
I - piscinas de uso público – as utilizáveis pelo público em geral;
II - piscinas de uso coletivo restrito – as utilizáveis por grupos restritos, tais como, condomínios, escolas, entidades,
associações, hotéis, motéis e congêneres;
73
III - piscinas de uso familiar – as piscinas de residências unifamiliares;
IV - piscinas de uso especial – as destinadas a outros fins que não o esporte ou a recreação, tais como as terapêuticas e
outras. Artigo 117 – Nenhuma piscina poderá ser construída ou funcionar, sem que atenda às especificações do projeto aprovado pela autoridade sanitária, obedecidas as disposições deste Regulamento e das Normas Técnicas Especiais a elas aplicáveis.
§ 1.º - As piscinas de uso público e de uso coletivo restrito, deverão possuir alvará de funcionamento, que será fornecido pela autoridade sanitária após a vistoria de suas instalações.
§ 2.º - As piscinas de uso familiar e de uso especial ficam dispensadas das exigências deste Regulamento. Artigo 118 – É obrigatório o controle médico sanitário dos banhistas que utilizem as piscinas de uso público e de uso coletivo restrito.
Parágrafo único – As medidas de controle médico sanitário serão ajustadas ao tipo de estabelecimento ou de local em que se encontra a piscina, segundo o que for disposto em Norma Técnica Especial. Artigo 119 – As piscinas constarão, no mínimo, de tanque, sistema de circulação ou de recirculação, vestiários e conjuntos de instalações sanitárias. Artigo 120 – O tanque obedecerá às seguintes especificações mínimas:
I - revestimento interno de material resistente, liso e impermeável;
II - o fundo não poderá ter saliências, reentrâncias ou degraus;
III - a declividade do fundo, em qualquer parte da piscina, não poderá ter mudanças bruscas; e, até 1,80m de profundidade, não será maior do que 7%;
IV - as entradas de água deverão estar submersas e localizadas de modo a produzir circulação em todo o tanque.
§ 1.° - O tanque deverá estar localizado de maneira a manter um afastamento de, pelo menos 1,50m das divisas.
§ 2.° - Em todos os pontos de acesso à área do tanque é obrigatória a existência de lava-pés, com dimensões mínimas de 2,00m x 2,00m e de 0,2m de profundidade útil, nos quais deverá ser mantido cloro residual acima de 25mg/litro. Artigo 121 – Os vestiários e as instalações sanitárias, independentes por sexo, conterão, pelo menos:
I - bacias sanitárias e lavatórios na proporção de 1 para cada 60 homens e 1 para cada 40 mulheres;
II - mictórios na proporção de 1 para cada 60 homens;
III - chuveiros, na proporção de 1 para cada 40 banhistas.
§ 1.° – Os chuveiros deverão ser localizados de forma a tornar obrigatória a sua utilização antes da entrada dos banhistas na área do tanque.
§ 2.° - As bacias sanitárias deverão ser localizadas de forma a facilitar a sua utilização antes dos chuveiros. Artigo 122 – A área do tanque será isolada, por meio de divisória adequada.
Parágrafo único – O ingresso nesta área só será permitido após a passagem obrigatória por chuveiro. Artigo 123 – A água do tanque deverá atender às seguintes condições:
I - permitir visibilidade perfeita, a observador colocado à beira do tanque, de um azulejo negro de 0,15x0,15m, colocado na parte mais profunda do tanque;
II - pH entre 6,7 e 7,9;
III - cloro residual disponível entre 0,5 a 0,8 mg/litro. Artigo 124 – Serão regulamentados por Norma Técnica Especial, a qualidade da água utilizada nas piscinas, os projetos de piscinas, os requisitos sanitários de uso, de operação e de manutenção, bem como o controle médico sanitário dos banhistas.
SEÇÃO II
Colônias de Férias e Acampamentos
Artigo 125 – Às colônias de férias se aplicam as disposições referentes a hotéis e similares bem como as relativas aos locais de reunião e de banho, quando for o caso. Artigo 126 – As colônias de férias e os acampamentos de trabalho ou de recreação só poderão ser instalados em local de terreno seco e com declividade suficiente para o escoamento das águas pluviais. Artigo 127 – Quando o abastecimento de água da colônia de férias ou acampamento se fizer água de superfície, o manancial será convenientemente protegido; quando esse abastecimento se fizer por poços, estes atenderão às exigências previstas neste Regulamento. Artigo 128 – Nas colônias de férias e acampamentos é obrigatória a existência de instalações sanitárias separadas para cada sexo na proporção de uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro para cada 20 pessoas. Artigo 129 – Nenhum local de acampamento poderá ser aprovado sem que possua:
I - sistema adequado de captação e distribuição de água potável e afastamento de águas residuarias;
II - instalações sanitárias, independentes para cada sexo, em número suficiente;
III - adequada coleta, afastamento e destino dos resíduos sólidos (lixo), de maneira que satisfaça às condições de higiene;
IV - instalações adequadas para lavagem de roupas e utensílios.
Parágrafo único – A qualidade da água de abastecimento deverá ser demonstrada pelos responsáveis por locais de acampamentos e colônias de férias, à autoridade sanitária, mediante resultados de exames de laboratório, semestralmente, e sempre que solicitado.
74
SEÇÃO III
Cinemas, Teatros, Auditórios, Circos e Parques de Diversões de Uso Público
Artigo 130 – As salas de espetáculos e auditórios, serão construídos com materiais incombustíveis. Artigo 131 – Só serão permitidas salas de espetáculos no pavimento térreo e no imediatamente superior, ou inferior, devendo em qualquer caso, ser assegurado o rápido escoamento dos espectadores. Artigo 132 – As portas de saída das salas de espetáculos, deverão obrigatoriamente abrir para o lado de fora, e ter na sua totalidade a largura correspondente a 1cm por pessoa prevista para lotação total, sendo o mínimo de 2,00m por vão. Artigo 133 – Os corredores de saída atenderão ao mesmo critério do artigo anterior.
Parágrafo único – Quando houver rampas, sua declividade não poderão exceder a 12%; quando acima de 6%, serão revestidas de material não escorregadio. A largura das rampas será a mesma exigidas para escadas. Artigo 134 – As escadas terão larguras não inferiores a 1,50m e deverão apresentar lances retos de 16 degraus, no máximo, entre os quais se intercalarão patamares de 1,50m de extensão, no mínimo, não podendo apresentar trechos em leque.
§ 1.° - Quando o número de pessoas que por elas devem transitar for superior a 150, a largura aumentará à razão de 8mm por pessoa excedente.
§ 2.° - Os degraus não terão piso inferior a 0,30m nem espelho superior a 0,16m.
§ 3.° - O número de escadas será de 2, no mínimo, dirigidas para saídas autônomas. Artigo 135 – As salas de espetáculos serão dotadas de dispositivos mecânicos, que darão renovação constante de ar, com capacidade de 13,00m³ de ar exterior, por pessoa e por hora.
§ 1.° - Quando instalado sistema de ar condicionado será obedecida a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
§ 2.° - Em qualquer caso, será obrigatória a instalação de equipamentos de reserva. Artigo 136 – As cabines de projeção de cinemas deverão satisfazer as seguintes condições:
a) área mínima de 12,00m² , pé direito de 3,00m;
b) porta de abrir para fora e construção de material incombustível;
c) ventilação natural ou por dispositivos mecânicos;
d) instalação sanitária. Artigo 137 – Os camarins deverão ter área não inferior a 4,00 m² e serão dotados de ventilação natural ou por dispositivos mecânicos.
Parágrafo único- Os camarins individuais ou coletivos serão separados para cada sexo e servidos por instalações com bacias sanitárias, chuveiros e lavatórios na proporção de 1 conjunto, para cada 5 camarins individuais ou para cada 20,00 m² de camarim coletivo. Artigo 138 – As instalações sanitárias destinadas ao público nos cinemas, teatros e auditórios, serão separadas por sexo e independentes para cada ordem de localidade.
Parágrafo único - Deverão conter, no mínimo, uma bacia sanitária para cada 100 pessoas, um lavatório e um mictório para
cada 200 pessoas, admitindo-se igualdade entre o número de homens e o de mulheres. Artigo 139 – Deverão ser instalados bebedouros, com jato inclinado, fora das instalações sanitárias, para uso dos freqüentadores, na proporção mínima de um para cada 300 pessoas. Artigo 140 - As paredes dos cinemas, teatros, auditórios e locais simulares, na parte interna deverão receber revestimento ou pintura lisa, impermeável e resistente, até a altura de 2,00m. Outros revestimentos poderão ser aceitos, a critério da autoridade sanitária, tendo em vista a categoria do estabelecimento. Artigo 141 – Para os efeitos deste Regulamento, equiparam-se no que for aplicável, aos locais referidos no artigo anterior, os templos maçônicos e congêneres. Artigo 142 – Os circos, parques de diversões e estabelecimentos congêneres deverão possuir instalações sanitárias provisórias, independentes para cada sexo, na proporção mínima de uma bacia sanitária e um mictório para cada 200 freqüentadores em compartimentos separados.
§ 1.º - Na construção dessas instalações sanitárias poderá ser permitido o emprego de madeira e de outros materiais em placas, devendo o piso receber revestimento liso e impermeável.
§ 2.º - Será obrigatória a remoção das instalações sanitárias construídas nos termos do parágrafo anterior, e o aterro das fossas, por ocasião da cessação das atividades que a elas deram origem. Artigo 143 – Os estabelecimentos previstos nesta Seção estão sujeitos a vistoria pela autoridade sanitária, para efeito de licenciamento pela autoridade competente.
Parágrafo único – Constatado em vistoria que o local apresenta condições sanitárias satisfatórias, será expedido o correspondente “Certificado de Vistoria Sanitária”. Artigo 144 – Sobre as aberturas de saída das salas de espetáculo propriamente ditas é obrigatória a instalação de luz de emergência, de cor vermelha, e ligada a circuito autônomo de eletricidade. SEÇÃO IV
Locais de Reunião para fins religiosos
Artigo 145 - Consideram-se locais de reunião para fins religiosos os seguintes:
I - templos religiosos e salões de cultos;
II - salões de agremiações religiosas.
Artigo 146 – As edificações de que trata esta Seção deverão atender, além das normas e especificações gerais para edificações, mais aos seguintes requisitos:
75
I - as aberturas de ingresso e saída em número de 2, no mínimo, não terão largura menor que 2,00m e deverão abrir para fora e serem autônomas;
II - o local de reunião ou de culto, deverá ter:
a) o pé-direito não inferior a 4,00m;
b) área do recinto dimensionada segundo a lotação máxima prevista;
c) ventilação natural ou por dispositivos mecânicos capaz de proporcionar suficiente renovação de ar exterior.
Parágrafo único – Quando instalado sistema de condicionamento de ar, este deverá obedecer às Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Artigo 147 – As edificações de que trata esta Seção, deverão dispor, além das privativas, instalações sanitárias para eventual uso dos freqüentadores, separadas por sexo, com acessos, independentes, e constantes, pelo menos de:
I - um compartimento para homens, contendo bacia sanitária, lavatório e mictório;
II - um compartimento para mulheres, contendo bacia sanitária e lavatório.
Parágrafo único – Quando abrigarem outras atividades anexas, como escolas, pensionatos ou residências, deverão satisfazer as exigências próprias da respectiva norma específica.