75
1 ETEC JOÃO BELARMINO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - 1º. EDA PLANEJAMENTO TÉCNICO DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PTCC) Eliane Cristina Gallo Aquino 1 [email protected] Amparo - SP 2016 1 Doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas, Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Especialista em Educação, Criatividade e Tecnologia pela Metrocamp e Arquiteta e Urbanista pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

apostilaPTCC1EDA2016

Embed Size (px)

DESCRIPTION

apostila

Citation preview

Page 1: apostilaPTCC1EDA2016

1

ETEC JOÃO BELARMINO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES - 1º. EDA

PLANEJAMENTO TÉCNICO DA

CONSTRUÇÃO CIVIL (PTCC)

Eliane Cristina Gallo Aquino1 [email protected]

Amparo - SP 2016

1 Doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas, Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Especialista em Educação, Criatividade e Tecnologia pela Metrocamp e Arquiteta e Urbanista pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Page 2: apostilaPTCC1EDA2016

2

O que é o Técnico em Edificações?

Este profissional ainda é pouco conhecido da nossa população, mas pode realizar muitas

atividades relacionadas à construção civil e atividades afins que podem contribuir muito no

melhoramento da qualidade técnica das obras e projetos em geral.

Suas atribuições profissionais são muitas além da responsabilidade permitida de assinar projetos

de até 80,00 m2 e dentre elas podemos citar:

Executar, fiscalizar, orientar, coordenar diretamente serviços de construção, instalações e

manutenção;

Executar ensaios tecnológicos;

Selecionar documentação específica para processos construtivos;

Dimensionar equipes de trabalho;

Conduzir equipes técnicas;

Elaborar relatórios e diários de obras;

Realizar medições e vistorias;

Controlar a qualidade de materiais e sistemas construtivos;

Elaborar orçamentos de materiais, equipamentos e mão-de-obra, com cotação de preços de

insumos e serviços;

Elaborar e cumprir cronograma físico-financeiro, planilha de quantidade e de custos;

Fazer composição de custos diretos e indiretos;

Negociar preços, prazos de entrega e condições de pagamentos de produtos e serviços.

Na Escola Técnica João Belarmino o Curso é oferecido gratuitamente no período de 3

semestres e no horário noturno. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é obrigatório para a

finalização do curso, sendo que o Estágio é opcional, mas de grande importância para a formação

do aluno.

O profissional de nível técnico vem sendo reconhecido no mercado de trabalho pelo seu

conhecimento técnico e prático e na área de construção civil o técnico pode desenvolver seu

trabalho em construtoras, escritórios autônomos, lojas de materiais de construção, prefeituras, etc.

Já no primeiro semestre do curso há a possibilidade do aluno iniciar estágio na área e assim muitos

conseguem o seu primeiro emprego ou então dão seqüência na sua vida profissional que muitas

vezes estava estagnada.

As aulas são teóricas e práticas e contamos com um corpo docente competente e com vasta

experiência na área da construção civil. A Escola convida a todos os interessados para nos visitar.

Sejam Bem Vindos!

Eliane Gallo Aquino

Page 3: apostilaPTCC1EDA2016

3

Page 4: apostilaPTCC1EDA2016

4

Planejamento Urbano

O planejamento urbano é o processo de criação e desenvolvimento de programas que

buscam melhorar ou revitalizar certos aspectos (como qualidade de vida da população) dentro de

uma dada área urbana (como cidades ou vila); ou do planejamento de uma nova área urbana em

uma dada região, tendo como objetivo propiciar aos habitantes a melhor qualidade de vida possível.

O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo lida basicamente com os

processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano.

Os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, sugerindo possíveis

medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar uma dada comunidade urbana, ou

trabalham para o governo ou empresas privadas que estão interessadas no planejamento e

construção de uma nova cidade ou comunidade, fora de uma área urbana já existente.

Os planejadores urbanos trabalham tradicionalmente junto das autoridades locais,

geralmente, para a municipalidade da cidade ou vila, embora nas últimas décadas tenham se

destacado os profissionais que trabalham para organizações, empresas ou grupos comunitários que

propõem planos para o governo. O dia-a-dia de um planejador urbano inclui principalmente

melhorias na qualidade de vida dentro de certa comunidade. Uma comunidade é vista por um

planejador urbano como um sistema, em que todas as suas partes dependem umas das outras.

Também precisam prever o futuro e os possíveis impactos, positivos e negativos, causados

por um plano de desenvolvimento urbano.

História do Planejamento Urbano e das cidades

A cidade nasce da aldeia e se forma quando os serviços já não são executados pelas pessoas

que cultivam a terra, mas por outras que não têm esta obrigação, e que são mantidas pelas

primeiras com o excedente do produto total. A sociedade se torna capaz de evoluir e de projetar a

sua evolução. A cidade, centro maior desta evolução, não só é maior do que a aldeia, mas se

transforma com uma velocidade muito maior.

Assim, com o contínuo aumento populacional, somado com a consolidação da prática da

agricultura intensiva surgiu um novo estilo de vida, o qual induziu a mudanças fundamentais, na

economia e nas ordens social, tecnológica e ideológica.

As civilizações humanas têm trabalhado com planejamento urbano em escala limitada

remonta a 3500 a.C. Muitos historiadores consideram como pai do planejamento urbano o grego

Hippodamus e suas teorias e idéias sobre o uso ideal da terra e da localização de ruas e edifícios

nas cidades de Mileto e Pireu.

Antiguidade

De acordo com pesquisas arqueológicas, o sítio de Jericó, localizado no vale do Jordão, região

do mar Morto, entre Jerusalém e Amã, é considerado o mais antigo do mundo descoberto até aos

nossos dias. A determinação da data por meio do carbono-14 indicou que Jericó havia sido

construído em 7000 a. C..

Em relação ao aparecimento das primeiras civilizações, alguns arqueólogos acreditam que

elas surgiram próximas aos rios que atravessavam as férteis planícies, onde a agricultura começou a

se desenvolver. Durante o V milênio a.C., o domínio de técnicas de irrigação, permitiu estender a

colonização dessas regiões até locais antes fora do alcance das comunidades agrícolas. A construção

de pequenas valas transversais, que permitiam desviar os cursos de água até os campos próximos,

era uma garantia contra a seca, nos períodos de escassez de chuva.

Page 5: apostilaPTCC1EDA2016

5

Figura 1. O Coliseu e o Arco de Constantino em Roma.

Entretanto, existem outros arqueólogos que defendem a teoria de que o aparecimento das

primeiras cidades ocorreu não nos grandes vales aluviais, como se julgava até a pouco, mas nas

zonas montanhosas que delimitavam uma área fértil, nas vertentes das montanhas do Irã, do

Iraque, de Israel, da Jordânia e da Síria.

Durante o IV milênio a.C., os oásis localizados ao longo do curso dos rios Tigre e do Eufrates,

na Mesopotâmia, e do Nilo, no Egito, áreas de enorme potencial agrícola, tornar-se-ão as primeiras

sedes com as características de uma civilização urbana.

O repentino aparecimento das grandes cidades, bem como o crescimento e a formação

organizada delas, parece ser o resultado de um esforço planejado e deliberado. Habitantes de

cidades da antiguidade criaram certas áreas destinadas para encontros, recreação, comércio e culto

religioso. Muitas destas cidades possuíam muralhas em volta, cujo objetivo era impedir (ou, ao

menos, de dificultar) o acesso de possíveis inimigos à cidade.

A construção de prédios públicos e monumentos são outros exemplos de planejamento

urbano nos tempos antigos, das quais, as cidades mais famosas são Roma (Fig. 1) e Atenas. A

última foi uma das mais influentes e importantes cidades-estado grega, Fig.2.

Figura 2. Acrópole de Atenas com o Parthenon no topo.

A Grécia foi o berço de uma das civilizações mais completa da antiguidade. Ainda hoje se

busca em seu vocabulário a terminologia científica e filosófica. Na verdade, sob certos aspectos, o

gênio grego jamais foi ultrapassado. A história grega começa no século VIII a.C., mas o período

anterior parece ter sido longo, pois ao começar o período histórico, a língua grega já estava

perfeitamente formada, bem como sua mitologia.

Page 6: apostilaPTCC1EDA2016

6

A Acrópole (Fig. 2) é reconhecida

como uma poderosa expressão de

sua era. O Parthenon representa o

desenvolvimento do estilo clássico e

simboliza a mitologia do povo grego.

Em contraste com a ágora, ele

diferencia entre os aspectos

comercial e religioso da sociedade.

Uma aproximação magnífica em

espiral à entrada da Acrópole coloca-

a em correta justaposição com o

resto da sociedade - ela é separada e

mais próxima do céu.

Figura 3. Desenho representado um feudo medieval.

Esse simbolismo do orgulho e da democracia ateniense é tão forte que tem sido passado

através das idades até o presente. Quase todas as cidades do mundo ocidental têm seu edifício

público clássico.

Atenas foi o maior centro cultural do mundo grego. Os templos gregos - principal

manifestação da arquitetura grega - obedeciam a três estilos arquitetônicos: dórico, jônico e

coríntio. Os edifícios no estilo dórico eram representados por construções de pequenas proporções,

se o comparamos com os grandes monumentos egípcios. O estilo jônico assemelha-se ao dórico,

porém em proporções mais esbeltas - suave e delicado. O estilo coríntio é caracterizado por um

capitel (parte superior de uma coluna, que serve de apoio ao teto) ornamentado em forma de

folhas.

Os romanos, de espírito muito hábil, souberam fazer uso das técnicas construtivas existentes,

empregando materiais de construção, como os tijolos e o uso da argamassa para erguer muros e

tetos. Além disso, criaram novas técnicas de construções, como o arco e a abóbada. Aperfeiçoaram

as técnicas de engenharia com a construção de pontes (Alcântara), reservatórios de água e

aquedutos (Pont du Gard), estradas (Via Ápia), os edifícios com patamares, fachadas e pórticos.

Outra manifestação artística dos romanos refere-se a fusão de tipos diferentes de volumes

dentro de um mesmo edifício, que deu origem a todo um sistema arquitetural, cujo exemplo mais

característico eram as termas imperiais, com arcos, cúpulas e semicúpulas. Entretanto, a arte

romana prescindirá do ideal de beleza grego e de seu sentido linear de decoração.

Ainda, “sob o ponto de vista urbanístico, as cidades do Império Romano foram herdeiras das

gregas, das quais tomaram todos os refinamentos técnicos: esgotos, aquedutos, água corrente,

balneários, pavimentos, serviço de incêndio, mercados, etc.”

Idade Média

O sistema feudal era um sistema essencialmente agrário e a sua sociedade, também agrária,

foi tradicionalmente definida como imóvel, isto é, como uma sociedade dividida em três camadas

que não se misturam: dos que lutam (os nobres), dos que rezam (o clero) e dos que

trabalham (os servos).

Muitas cidades e feudos medievais (Fig. 3) eram protegidos por muros. Com o crescimento

populacional, muitas delas tornaram-se densamente ocupadas. Para solucionar este problema,

algumas cidades derrubavam seus muros (e muitas vezes construindo outros muros para proteger

uma área maior), e outras simplesmente deixavam seus muros antigos de pé, e construíam novas

cidades e vilas ao redor da antiga cidade.

Page 7: apostilaPTCC1EDA2016

7

A religião fazia parte integral da vida política, cultural e social da Europa da Idade Média, e

isto se reflete nas cidades da época, nas quais na maioria das vezes, a principal igreja estava

localizada no centro da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura.

Renascimento

Durante o Renascimento que foi um período de grande desenvolvimento artístico,

planejadores urbanos desenhavam partes de uma cidade em grande escala (Fig. 4), criando grandes

áreas para solucionar a lotação de tempos antigos. Exemplos são: a Catedral de São Pedro, em

Veneza, e a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Figura 4. Catedral de São Pedro na Itália.

Já um exemplo de uma área que foi inicialmente planejada, antes de ter sido construída, é o

Palácio de Versailles (Fig. 5), na França, uma mini-cidade por si mesma.

Fig. 5. O Palácio de Versalhes e seu jardim.

Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, por exemplo,

desenharam e ajudaram a embelezar algumas cidades italianas, no século XV e XVI, enquanto

Georges Eugene Haussmann planejou grandes avenidas e praças, em Paris, no século XVIII, que

ajudaram a cidade francesa a se tornar reconhecida como uma das cidades mais belas do mundo.

Figura 6. Washington, DC.

Page 8: apostilaPTCC1EDA2016

8

Algumas cidades dos Estados Unidos, na América colonial foram planejadas de antemão,

antes de terem sido construídas. Exemplos incluem Charleston, Filadélfia e Savannah. O exemplo

mais famoso, porém, é o da atual cidade de Washington, DC (Fig. 6), a atual capital do país. George

Washington contratou Pierre Charles L'Enfant, um arquiteto francês, para planejar a cidade. No

Brasil temos os exemplos de Brasília e Belo Horizonte2.

Sugestões de filme sobre a cidade de Paris:

Desconstruindo Paris (You Tube). Assista o filme e depois faça relatório dos principais tópicos para

entrega para a professora.

2 Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades brasileiras

planejadas (algumas fontes a citam como primeira; outras como terceira, após Teresina e Aracaju). Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.

Page 9: apostilaPTCC1EDA2016

9

Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de fábricas em cidades, a

população de muitas cidades européias e americanas começaram a aumentar rapidamente,

recebendo milhares de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas áreas rurais, para

trabalhar na indústria. Isto fez com que cidades da época ficassem superlotadas, sujas, insalubres e

barulhentas.

Figura 7. A pobreza na época da Revolução Industrial.

Muitas pessoas viviam em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, onde famílias

inteiras viviam espremidas em casas de um ou dois cômodos, perto das fábricas (Fig.7).

Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem tais condições precárias

de vida, sugerindo planos como um novo zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também

sugeriu a separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade.

Fig. 8. National Mall, um exemplo desse movimento.

Várias municipalidades e governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas

cidades, mas à medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas

foram insuficientes para surtir algum efeito.

Page 10: apostilaPTCC1EDA2016

10

Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal, na Feira Mundial de

Chicago, em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos

muitos aspectos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do movimento City Beautiful3 (Bela

Cidade, em inglês), nos Estados Unidos. Um exemplo dessa reforma é o Nacional Mall (Fig.8).

Sugestões de filmes sobre a cidade de Londres, origens e desenvolvimento:

Desconstruindo Londres (You Tube). Discussão sobre o filme em sala de aula.

Século XX - Tempos atuais

Até o final do século XIX, o planejamento urbano na maioria dos países industrializados era

de responsabilidade de arquitetos, que eram contratados por empresas particulares ou, raramente,

pelo governo. Mas o crescimento dos problemas urbanos durante o final do século 19 forçou

governos de muitos países, em especial, o dos Estados Unidos, a participar mais ativamente no

processo de planejamento urbano.

O Movimento moderno na Arquitetura e no Urbanismo pregava que a atividade de planejar as

cidades era matéria de ordem eminentemente técnica, e que, portanto, possuía a neutralidade

política inerente ao trabalho científico. Tal pensamento se formalizou especialmente com o trabalho

dos CIAM (Congressos internacionais da Arquitetura moderna) e, especialmente, com a Carta de

Atenas. Reflexos deste pensamento urbanístico podem ser observados em projetos de novas áreas

de expansão urbanos totalmente desvinculados das necessidades efetivas das comunidades que aí

morariam. O plano-piloto da cidade de Brasília é considerado o exemplo mais perfeito deste tipo de

urbanismo modernista.

Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram comissões de

planejamento urbano e leis de zoneamento. Um dos mais famosos planos de revitalização urbana

desse período foi o Plano Burhan, que revitalizou uma grande parte da cidade de Chicago.

A explosão populacional da década de 1950 e da década de 1960 criou problemas como

congestionamentos, poluição, aparecimento ou crescimento de favelas, e falta de moradia. Para

vencer os novos desafios destas cidades em crescimento, agências de planejamento urbano

precisaram expandir seus programas, incluindo novas residências, áreas recreacionais e melhores

distritos comerciais e industriais.

Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade é geralmente feito por acordos entre

agências governamentais e empresas privadas, especialmente nos países desenvolvidos. Nos países

subdesenvolvidos, porém, o Planejamento Urbano passa por um momento de redefinição. Se, por

um lado, tais países atravessaram longos períodos de planejamento centralizador e autoritário (não

raro resultando em periferias urbanas espraiadas, estruturadas por projetos residenciais movidos

mais pelo caráter quantitativo que pelo qualitativo), nas últimas duas décadas, o Planejamento

Urbano no Brasil, por exemplo, tem procurado colocar-se como possível mediador no conflito social

pelo solo urbano.

Um plano diretor, plano compreensivo ou plano mestre, é um plano criado por um grupo de

planejadores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por certo período

de tempo. Um plano diretor mostra a cidade como ela é atualmente e como ela deveria ser no

futuro.

Um plano diretor mostra como o terreno da cidade deve ser utilizado e se a infraestrutura

pública de uma cidade como educação (escolas e bibliotecas), vias públicas (ruas e vias expressas),

policiamento e de cobertura contra incêndio, bem como saneamento de água e esgoto, e transporte

público, deve ser expandida, melhorada ou criada. Limites impostos pelo plano diretor incluem a

altura máxima de estruturas em algumas ou em todas as regiões da cidade, por exemplo.

3 A City Beautiful Movement (em português: Movimento da Cidade Bonita) foi uma reforma arquitetônica americana surgida entre 1890 e 1900 com a intenção de revitalizar e tornar mais emblemáticos os espaços públicos das cidades americanas. O movimento floresceu em Chicago, Detroit e Washington, D.C. e mais tarde se espalhou por outros estados norte-americanos. Defensores do movimento acreditam que essa reforma arquitetônica ajudou a melhorar a imagem social dos grandes centros urbanos americanos e a qualidade de vida da população.

Page 11: apostilaPTCC1EDA2016

11

Desenvolvimento do plano diretor

Durante o processo de elaboração do plano diretor, os planejadores urbanos, representados

por profissionais de várias áreas, como engenheiros, arquitetos e urbanistas, economistas,

sociólogos, geógrafos, juristas, estatísticos, biólogos, analisam a realidade existente do município e,

com a participação da sociedade civil, representada por comerciantes, agricultores, associações de

moradores, ONGs e movimentos sociais, propõe novos rumos de desenvolvimento do município,

buscando-se alcançar a realidade desejada por toda a população.

Desde 2001, a legislação brasileira exige que a elaboração e a revisão de um plano diretor

sejam realizadas de forma participativa e democrática, por meio de debates públicos, audiências,

consultas e conferências. Se não houver participação da sociedade civil, o plano diretor pode

ser invalidado.

Atualmente, muitos especialistas em planejamento urbano usam computadores no trabalho.

Computadores processam a informação que os planejadores analisam ao formar o plano diretor.

Computadores são usados também para a criação de mapas.

Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor é desenvolvido por uma companhia

privada, que então manda o plano para o governo ou município, para aprovação. Já em cidades

maiores, é uma agência pública que desenvolve o plano diretor. Grandes cidades costumam possuir

um departamento próprio para o planejamento urbano, que é responsável por desenvolver, alterar e

implantar o plano diretor.

Propostas do plano diretor

O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável, segura, além

de fornecer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Um plano diretor inclui quase

sempre instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades

comerciais.

Um plano diretor recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O plano geralmente

divide a comunidade em seções separadas para casas e edifícios de apartamentos, comércio,

indústria e áreas para instalações públicas. A altura-limite das estruturas também é delimitada,

sendo que geralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a

construção de pequenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção

de prédios de apartamentos e de casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não

impõem restrições quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer

área da cidade, como em Houston, Texas, Estados Unidos.

Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular

os tipos de serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a

presença de pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias.

Alguns planos podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso misto, com uma

combinação de indústrias, comércio e residências.

Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da

comunidade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços

públicos como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas (tais como

ruas e vias expressas) também podem ser incluídos.

Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com o a aparência de uma

cidade, embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos

diretores podem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e

assistência social para os necessitados.

Page 12: apostilaPTCC1EDA2016

12

Novas cidades

O termo planejamento urbano também vale para a criação e desenvolvimento de novas

cidades ou comunidades, que se diferenciam de subúrbios por uma razão: enquanto subúrbios são

desenhados geralmente apenas como comunidades residenciais de baixa densidade, para pessoas

que trabalham em cidades próximas, o planejamento e a construção de novas cidades têm o

objetivo de tornar tais cidades totalmente independentes e autossustentáveis, com, por exemplo, a

designação de grandes áreas comerciais ou industriais, que, em volta, irão atrair habitantes à

cidade. Abaixo vemos 3 exemplos de cidades, sendo que a primeira retrata a monotonia cultural de

Sun City (Arizona, Estados Unidos), a segunda as crescentes favelas de Mumbai (India) e a última o

projeto de ecocidade Dongtan (China) conforme Fig. 9.

Fig. 9. Novas cidades.

Planejadores urbanos encarregados da construção de novas cidades fazem o possível para

garantir que a nova comunidade possua suficientes oportunidades de trabalho para todos os

habitantes, tornando possível a construção destas cidades em áreas relativamente isoladas. Porém,

novas cidades também são projetos extremamente caros, sendo poucas as cidades de grande porte

que foram criadas com planejamento. Exemplos incluem Brasília, a capital do Brasil, Canberra, a

capital da Austrália e Washington-DC, a capital dos Estados Unidos.

Outra opção, mais barata, é a construção de vilas em torno de uma cidade. Vilas provêm

seus habitantes com oportunidades de trabalhos, que, porém, são insuficientes para atender boa

parte da força de trabalho. Muitos trabalhadores têm de trabalhar em outras cidades próximas, e,

por esta razão, vilas precisam estar localizadas perto de uma cidade. O Reino Unido, a Suécia a

Noruega e a Dinamarca são os países que mais constroem novas vilas de tempos em tempos. Os

Page 13: apostilaPTCC1EDA2016

13

governos destes países ajudam com contribuições econômicas e a compra da terra necessária para

as novas municipalidades.

Em países desenvolvidos, muitas pessoas são contra o uso excessivo de artigos humanos

como propagandas, sinais, placas, que geram poluição visual. Outros assuntos relacionados são

tensões entre o crescimento da periferia, a densidade populacional em crescimento as cidades e o

planejamento e construção de novas cidades.

Planejadores urbanos de sucesso levam o caráter, de "casa" e "senso de lugar", identidade

local, respeito por heranças naturais, artísticas e históricas, e o entendimento dos (possíveis)

principais problemas como tráfego, transporte, utilidades e desastres naturais.

Embora as cidades que sejam planejadas desde o começo - como no caso de Brasília - os

planejadores são importantes em planejar o crescimento destas cidades. Examinadas

historicamente, várias cidades, atualmente consideradas como uma das mais belas do mundo é o

resultado de restritos planos diretores. Algumas cidades são planejadas desde o começo, e embora

nem sempre os resultados saiam como o esperado, evidências do plano diretor inicial muitas vezes

permanecem. Algumas das cidades planejadas de maior sucesso consistem de células que incluem

parques e espaços abertos, repetindo por várias vezes esta célula. Geralmente, as células são

separadas por ruas. Muitas vezes cada célula possui monumentos e características únicas, tornando

as células diversas entre si. Estas diferenças ajudam a instituir um "senso de lugar" na cidade,

enquanto as similaridades das células fazem cada lugar da cidade familiar aos habitantes da cidade.

Segurança

Muitas cidades são construídas em lugares vulneráveis a enchentes, tempestades, guerra e

desastres naturais como terremotos, furacões e vulcões ativos. Os planejadores urbanos, ao

planejar uma cidade, também devem levar em conta estes fatores. Se os perigos estão localizados e

podem ser prevenidos, como enchentes, por exemplo, uma solução pode ser a construção de

parques e espaços abertos. Outra solução, mais prática, é simplesmente construir a cidade em

terrenos de alta altitude e os parques, espaços verdes e fazendas em terrenos de menor altitude.

Quando a cidade é vulnerável a desastres naturais, enchentes, guerra ou outras

emergências, a construção de um sistema eficiente de transporte, adaptado para evacuações,

quando necessário, é considerada, bem como a construção de centros operacionais de emergência,

como abrigos, por exemplo. Podem ser muitas vezes de baixo custo, e muitos consideram esta

medida como cuidados razoáveis para qualquer espaço urbano. Outras cidades também planejam e

constroem muros e canais como medida de proteção.

Alguns métodos de planejamento urbano, no entanto, podem servir como métodos de

segregação, ajudando uma elite a controlar cidadãos ordinários. Um exemplo foi a cidade de Roma

na década de 1930, quando o fascismo da década de 1930 criou vários bairros nos limites da cidade,

onde criminosos e a classe baixa foi despejada, longe do centro da cidade. A França utiliza

atualmente métodos parecidos para controlar a população árabe de classe baixa.

Transportes

Existe uma clara conexão entre a densidade de uma dada região urbana e a quantidade de

transporte dentro desta região. Transporte de boa qualidade - que inclui desde uma malha de

transporte pública bem planejada até um sistema de vias públicas capazes de atender tráfego com

eficiência - é muitas vezes procedida por desenvolvimento. Porém, este sistema eficiente de

transportes pode ser arruinado quando esta região desenvolve-se demais, tornando-se mais densa

que um dado limite. Abaixo segue foto com o modelo de quiosques de aluguel de bicicletas que

estão surgindo em muitas cidades europeias. A bicicleta tem escala perfeita para a cidade em

termos de tamanho e velocidade, somente temos que exigir locais adequados e seguros para o seu

tráfego.

Um planejamento urbano eficiente tenta colocar zonas comerciais e residenciais de alta

densidade próximos a meios de transporte em massa. Por exemplo, algumas cidades permitem

prédios comerciais e residenciais somente quando elas estão a um quarteirão de distância de

estações de trens, metrô ou vias públicas tais como ruas e avenidas de duas faixas por sentido ou

mais, enquanto posicionam casas de família e parques mais longe destes pontos de transporte.

Page 14: apostilaPTCC1EDA2016

14

Autosserviço de aluguel de bicicletas.

Sugestão de filme sobre o desenvolvimento das cidades:

Descobrindo Nova York (You Tube)

Exercício 1 Ler o texto abaixo e fazer uma redação com a sua opinião sobre o assunto e abordando também

como o exemplo as atuais condições do rio e da água em sua cidade (mínimo de 20 linhas). Lembre-

se de colocar um título e no mínimo duas fotos atuais das condições do rio da sua cidade. O texto e

as fotos deverão ser postados no grupo do Facebook da sala para compartilhamento das

informações que são do interesse de todos!

OITO CIDADES MOSTRAM AO BRASIL QUE É POSSÍVEL DESPOLUIR OS RIOS URBANOS

Fonte: Cidades Sustentáveis, 11 de Dezembro de 2013, postado por Redação EcoD

O crescimento desordenado das cidades, somado ao descaso do poder público e à falta de

consciência da população, fazem com que boa parte dos rios urbanos do Brasil mais pareçam a

extensão das lixeiras. A falta de tratamento de esgoto e o descarte de poluentes industriais são os grandes vilões para esse quadro.

Atualmente, os 500 maiores rios do planeta enfrentam problemas com a poluição, segundo

dados da Comissão Mundial de Águas. Contudo, diversas cidades conseguiram transformar seus rios

mortos em belos retratos de cartão-postal, como Paris e Londres, integrando-os à sua vida

econômica e social. A Exame listou alguns exemplos que podem inspirar as autoridades brasileiras para que alcancemos os mesmos resultados.

Page 15: apostilaPTCC1EDA2016

15

Sena pode estar 100% despoluído em 2015 Foto: Danielle Meira dos Reis

1. Rio Sena, Paris (França)

O Sena, em Paris, foi degradado por conta da poluição industrial, situação comum a outros rios europeus. Neste caso, porém houve um agravante: o recebimento de esgoto doméstico.

Por conta de seu estado lastimável, desde a década de 1920 o Sena é alvo de preocupações

ambientais. Mas foi apenas em 1960 que os franceses passaram a investir na revitalização do local

construindo estações de tratamento de esgoto. Hoje já existem 30 espécies de peixes no rio, mas o processo para que isso acontecesse foi lento.

No começo, havia apenas 11 estações em funcionamento. Em 2008 já eram duas mil, mas a

meta é que em 2015 o rio já esteja 100% despoluído. Como parte do processo de tratamento de

esgoto, o governo criou leis que multam fábricas e empresas que despejarem substâncias nas

águas. Além disso, há um incentivo entre 100 e 150 euros por hectare para que agricultores que vivem às margens do rio não o poluam.

Tâmisa era conhecido antes como o "Grande fedor”

Foto: Wikimedia Commons

2. Rio Tâmisa, Londres (Reino Unido)

O Tâmisa tem quase 350 km de extensão e um longo histórico de poluição. As águas

deixaram de ser consideradas potáveis ainda em 1610, por conta da falta de saneamento básico da

Page 16: apostilaPTCC1EDA2016

16

Inglaterra. Ocorriam até mesmo mortes por cólera. Em 1858, no entanto, reuniões parlamentares

precisaram ser suspensas por conta do mau cheiro das águas, o que levou os governantes a resgatar a vida do rio apelidado como “Grande fedor”.

Na época foi colocado em prática uma alternativa sem êxito, já que o sistema que coletava o

esgoto despejava os dejetos recolhidos no rio a certa distância abaixo da cidade. Apenas entre 1964

e 1984 novas ações de revitalização surtiram efeito. Foram criadas duas estações de tratamento de

esgoto com investimentos de 200 milhões de libras. Quinze anos depois, um incinerador passou a

dar destino aos sedimentos vindos do tratamento das águas, gerando energia para as duas

estações. Fora isso, hoje dois barcos percorrem o Tâmisa de segunda a sexta e retiram 30 toneladas

de lixo por dia.

Famoso rio de Lisboa teve investimento de 800 milhões de euros

Foto: Wikimedia Commons

3. Rio Tejo, Lisboa (Portugal)

Para despoluir o famoso rio de Lisboa foram investidos 800 milhões de euros. A revitalização,

que se encerrou em 2012, incluiu obras de saneamento e renovação da rede de distribuição de

águas e esgotos, visto que os dejetos eram depositados diretamente nas águas do rio. Foram beneficiados com o projeto 3,6 milhões de habitantes.

O Tejo é o maior rio da Europa ocidental e passou a ser despoluído com a criação da Reserva

Natural do Estuário do Tejo, em 2000. O plano envolveu a construção de infraestrutura de

saneamento de águas residuais e renovação de condutas de abastecimento de água. Hoje, até golfinhos voltaram a saltar nas águas do rio europeu.

4. Rio Cheonggyecheon, Seul (Coreia do Sul)

Pode parecer mentira, mas os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul foram

totalmente revitalizados em apenas quatro anos. Hoje ele conta com cascatas, fontes, peixes e é

ponto de encontro de crianças e jovens.

Seu renascimento começou em julho de 2003, quando o governo da cidade implodiu um

enorme viaduto (com cerca de 620 mil toneladas de concreto) que ficava sobre o rio e começou, em

paralelo, um grande projeto de nova política de transporte público e construiu diversos parques

lineares, ampliando a quantidade de áreas verdes nas ruas para uma cidade sustentável. Todo o

processo teve um investimento de 370 milhões de dólares.

Page 17: apostilaPTCC1EDA2016

17

Os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul foram totalmente revitalizados em apenas quatro anos

Foto: longzijun

Com as melhorias ambientais, a temperatura em Seul diminuiu 3,6°C, além de haver

melhorias econômicas para a cidade. O rio sul-coreano era responsável pela drenagem das águas da

metrópole com mais de 10 milhões de habitantes quando seu leito se tornou poluído. Hoje, as águas que correm por lá são bombeadas do Rio Han, outro que passou pelo processo de despoluição.

O Han também passou por mudanças e hoje é considerado limpo e já tem algumas espécies de peixe

Foto: Divulgação

5. Rio Han, Seul (Coreia do Sul)

Formado pela confluência dos rios Namhan e Bukhan, ele passa por Seul e se junta ao rio

Imjin, que em seguida deságua no Mar Amarelo. Com 514 km de extensão, sendo 320 navegáveis,

o rio sempre teve papel fundamental para o desenvolvimento da região, visto que era fonte para a agricultura e o comércio, além de ajudar na atividade industrial e na geração de energia elétrica.

No entanto, o Rio Han sofreu grande degradação durante a Segunda Gerra Mundial e Guerra

da Coreia, além de receber o despejo de esgoto. Mas, em 1998, com o plano de Desenvolvimento e

Implementação de Gestão da Qualidade da Água, o local mudou o seu destino. Com a revitalização

do rio Cheonggyecheon, o Han também passou por mudanças e hoje é considerado limpo e já tem

algumas espécies de peixe. O governo tem em prática, inclusive, o projeto Han Renaissance, que

tem por objetivo revitalizar 12 parques à beira do rio.

Page 18: apostilaPTCC1EDA2016

18

Governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno em 1987 Foto: Vladimir Rys/Getty Images

6. Rio Reno, várias cidades da Europa

Com cerca de 1,3 mil km de extensão, o rio nasce nos Alpes Suíços e banha seis países

europeus até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. Durante muitos anos recebeu dejetos de zonas

industriais, o que o levou a ser conhecido, em 1970, como a cloaca a céu aberto da Europa.

Um dos principais casos de contaminação aconteceu em 1986, quando 20 toneladas de

substâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça. Com o ocorrido, os

governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno

em 1987, investindo mais de 15 bilhões de dólares em sua recuperação, que contou com a

construção de estações de tratamento de água monitorado. O resultado são 95% dos esgotos das empresas tratados e a existência de 63 espécies de peixes vivendo por ali hoje.

Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares para a purificação da água do Cuyahoga e dos seus sistemas de esgoto

Foto: Cuyahoga jco

7. Rio Cuyahoga, Cleveland (Estados Unidos)

Localizado no estado de Ohio, ele conta com 160 km de extensão, passando pelo Parque

Nacional do Vale Cuyahoga e desaguando no Lago Eire. Hoje ele é parte fundamental do

ecossistema da região, sendo lar e fonte de sustento de diversos animais. No entanto, a história era bem diferente em um passado não muito distante.

Page 19: apostilaPTCC1EDA2016

19

Devido à atividade industrial maciça e o esgoto residencial da região entre Akron e Cleveland,

o rio era bastante poluído. Para piorar a situação, em junho de 1969, uma mancha de óleo e outros

produtos químicos incendiaram o rio. Por conta desses fatores, em 1970 foi assinado o Ato Nacional

de Proteção Ambiental, que viabilizou a criação do Ato Água Limpa, em 1972, estipulando que todos

os rios do país deveriam ser apropriados para a vida aquática e para o lazer humano.

Assim, Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares para a purificação da água do

Cuyahoga e dos seus sistemas de esgoto. E a previsão é de investir mais 5 bilhões nos próximos 30 anos para manter o bom estado de suas águas.

As galerias pluviais foram reconstruídas nos Canais de Copenhague

Foto: Pramzan45/Wikimedia Commons

8. Canais de Copenhague (Dinamarca)

Provavelmente você conhece a capital dinamarquesa por ser referência no assunto meio

ambiente. Hoje ela possui uma meta muito clara: quer chegar em 2025 como a capital a primeira

capital do mundo a neutralizar suas emissões de carbono.

Mas nem sempre foi assim. Antes os canos que levavam a água da chuva para os rios e

canais muitas vezes se misturavam com a rede de esgoto, transportando os dejetos para as águas.

Além disso, o entorno do rio era uma área industrial, o que fazia com que boa parte do lixo da região fosse para os canais e rios.

Em 1991, no entanto, surgiu o plano de despoluição das águas e a remoção da área

industrial ao redor do rio. Assim, as galerias pluviais foram reconstruídas, os reservatórios de água

foram estabelecidos em pontos estratégicos da cidade para que a água da chuva se armazenasse

em caso de tempestade e o encanamento dos esgotos foi melhorado. O lixo, por sua vez, passou a ser reciclado e incinerado.

Hoje os habitantes e turistas podem, até, tomar banho nas piscinas públicas artificiais criadas

pelo governo.

Page 20: apostilaPTCC1EDA2016

20

Entendendo as Leis de uso e ocupação do solo

Conforme os princípios consagrados na Constituição Federação de 1988 (dita Constituição

Cidadã), e reafirmados no Estatuto da Cidade3, podemos definir a gestão urbana como um conjunto

de atividades e procedimentos que visam garantir a função social da cidade e da propriedade

urbana, através do ordenamento do uso, da ocupação e da expansão do solo urbano. A gestão

urbana compete aos três níveis governamentais da Federação:

União, estados e municípios, sendo, no entanto, este último, o que maior competência

possui, na medida em que é de sua responsabilidade a elaboração do Plano Diretor,

constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da política urbana.

Além do plano diretor, o município possui um rol de instrumentos urbanísticos que compõem

o arcabouço jurídico da gestão urbana, dos quais destacaremos os quatro principais:

1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento);

2) Lei do parcelamento do solo urbano (loteamentos);

3) Lei 10.257 de 10/07/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana (Estatuto da

Cidade);

4) Código de obras.

1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento)

O zoneamento urbano é, certamente, o mais difundido instrumento urbanístico e, também, o

mais criticado, tanto por sua eventual ineficácia, quanto por seus efeitos perversos (especulação

imobiliária e segregação sócio-espacial). Sua forma mais tradicional é o zoneamento de uso e

ocupação do solo, de matriz funcionalista, que prevê uma segregação de usos – industrial, comercial

e residencial - com maior ou menor grau de flexibilidade.

Em sua implementação, o zoneamento usualmente é definido em duas escalas: a primeira,

denominada de macrozoneamento, que consiste na delimitação das zonas urbana, de expansão

urbana, rural e especial (geralmente de proteção ambiental) do município. A segunda, o

zoneamento propriamente dito, que irá estabelecer as normas de uso e ocupação para cada

macrozona, em especial da zona urbana, haja vista que sobre a zona rural o poder local possui

pouca competência regulatória.

O macrozoneamento envolve do ponto de vista ambiental, duas questões fundamentais. A

primeira refere-se à definição da área de expansão urbana e a segunda refere-se ao problema do

adensamento urbano.

Na definição do perímetro de expansão urbana, um parâmetro básico a ser observado pelas

municipalidades para a delimitação da zona de expansão urbana é a Lei Federal 6766/79,

modificada pela Lei 9.785/99, que proíbe o parcelamento do solo para fins urbanos nos seguintes

casos:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos as inundações;

II - em terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde;

III - em terrenos com declividade superior a 30 %;

IV - em terrenos com condições geológicas impróprias;

V - em áreas de preservação ecológica.

Os aspectos de maior visibilidade do zoneamento, como instrumento de gestão ambiental,

referem-se à definição dos usos:

1) Critérios de suporte ambiental para a localização de cada tipo de uso do solo no tecido urbano;

2) Segregação dos usos ambientalmente incompatíveis e;

3) Definição de zonas especiais de proteção ambiental.

Page 21: apostilaPTCC1EDA2016

21

Em geral, qualquer empreendimento, público ou privado, deve solicitar à Prefeitura Municipal

as diretrizes urbanas básicas das atividades permitidas segundo a localização do terreno em

determinada zona urbana. A partir disto, dependendo do empreendimento, será necessário o

licenciamento ambiental segundo a Lei Federal 6.9387/81, que deverá passar pelas seguintes

instituições – no caso do Estado de São Paulo:

· CETESB – Companhia de tecnologia de Saneamento Ambiental;

· DEPRN – Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais sujeitos ao licenciamento com

avaliação de impacto ambiental;

. CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

De maneira geral deve-se procurar no zoneamento um equilíbrio nas densidades de uso do

solo. Se, do ponto de vista ambiental, as baixas densidades apresentam algumas vantagens

relativas (menor impacto ambiental e maior possibilidade de áreas mais verdes e de lazer), do ponto

de vista socioeconômico, as baixas densidades apresentam, do mesmo modo, algumas vantagens

que não podem ser negligenciadas (principalmente a maior eficiência na alocação de infraestrutura

urbana).

O controle da densidade de ocupação de cada zona de uso é normalmente feito através da

especificação e controle dos seguintes índices urbanísticos:

a) coeficiente de aproveitamento: a razão entre a área construída e a área do lote, na qual a área

construída é a soma das áreas dos pisos cobertos do edifício;

b) taxa de ocupação: a razão entre a área ocupada e a área do lote, na qual a área ocupada é a

área da projeção horizontal do edifício no lote;

c) recuo: a distância que separa as divisas do lote da projeção horizontal do edifício, podendo ser

frontal, lateral ou de fundos;

d) área mínima do lote;

e) frente mínima do lote;

f) gabarito: indica geralmente a altura máxima permitida dos edifícios, podendo ser indicado pelo

número de pavimentos ou pela altura em metros; muitas vezes é indicado em proporção à largura

do logradouro. É adotada com menor freqüência do que os demais índices. Este índice vem sendo

substituído pelo coeficiente de aproveitamento, ou utilizado em conjunto com o mesmo, como nos

casos de entorno de patrimônio tombado.

A legislação de uso e ocupação do solo é fundamental para a vida urbana, por normatizar as

construções e definir o que pode ser feito em cada terreno particular, interfere na forma da cidade e

também em sua economia. Mas, em geral, trata-se de um conjunto de dispositivos de difícil

entendimento e aplicação, e as leis não são muito acessíveis aos cidadãos por seu excesso de

detalhes e termos técnicos. O grande nível de detalhe dificulta também a fiscalização que se torna

praticamente impossível de ser realizada, deixando a maioria da cidade em situação irregular. Além

disso, raramente fica explicitado seu impacto econômico na distribuição de oportunidades

imobiliárias.

Em muitos municípios, a legislação de uso e ocupação do solo é uma "caixa preta", que

poucos conhecem profundamente e que, em não raros casos, é usada para atender interesses

particulares. Por má fé, desconhecimento ou casuísmo vai sendo alterado sem nenhuma

preocupação com a totalidade. O resultado é uma legislação cada vez mais complexa e abstrata, que

acentua as desigualdades existentes na cidade.

Um governo comprometido com a promoção da cidadania e da qualidade de vida não pode se

permitir conviver com uma legislação de uso e ocupação do solo nessas condições, sob pena de ver

crescer as desigualdades sociais enquanto o capital imobiliário se apropria dos destinos da cidade.

O instrumento técnico-jurídico central da gestão do espaço urbano é o Plano Diretor, que

define as grandes diretrizes urbanísticas. Tradicionalmente, estas diretrizes incluem normas para o

adensamento, expansão territorial, definição de zonas de uso do solo e redes de infraestrutura. Para

grande parte das cidades, no entanto, o Plano Diretor, quando existe, "fica na gaveta". É um

documento distante do dia a dia ou por ser elaborado apenas para cumprir uma formalidade ou por

desrespeito às suas normas por interesses políticos.

Page 22: apostilaPTCC1EDA2016

22

O Plano Diretor organiza o crescimento e o funcionamento da cidade. No Plano Diretor está o

projeto da cidade. Ele diz qual é o destino de cada parte da cidade. Sem esquecer, claro, que essas

partes formam um todo. O Plano Diretor vale para todo o município, ou seja, para as áreas urbanas

e também para as rurais.

O Estatuto dá as regras gerais para o planejamento de todas as cidades. O Plano Diretor diz

quais regras serão usadas em cada município. Ele define o futuro da cidade decidido por seus

moradores.

Etapas do Plano Diretor

1. Identificar bem a realidade da cidade e seus problemas.

2. Escolher os temas e objetivos a serem trabalhados.

3. Escrever a proposta do Plano Diretor.

4. Enviar a proposta para a Câmara Municipal, para os vereadores discutirem e aprovarem.

5. Estabelecer prazos e maneiras de colocar o Plano Diretor em prática.

6. Revisar o Plano Diretor. A cidade sofre mudanças difíceis de prever. E a lei que orienta seu

destino precisa acompanhar essas mudanças, por isso o Plano Diretor deve ser revisto pelo

menos a cada 10 anos.

O Estatuto diz que devem OBRIGATORIAMENTE ter Plano Diretor as cidades que:

• têm mais de 20 mil habitantes;

• fazem parte de regiões metropolitanas, como a grande São Paulo;

• são turísticas ou

• têm grandes obras que colocam o meio ambiente em risco ou que mudam muito a região, como

hidrelétricas.

Tradicionalmente, a legislação de uso e ocupação do solo concentra-se em normas técnicas

de edificações e no zoneamento da cidade. As normas de edificações procuram estabelecer

parâmetros detalhados sobre todos os aspectos das construções, incluindo tanto a relação da

edificação com seu entorno (recuos, número de pavimentos, altura máxima) quanto a sua

configuração interior (insolação, ventilação, dimensão de cômodos). A virtual impossibilidade de dar

conta do excessivo nível de detalhe, em muitos casos, joga na ilegalidade a maior parte das

edificações.

O zoneamento é uma concepção da gestão do espaço urbano baseada na idéia de eleger os

usos possíveis para determinadas áreas da cidade. Com isso, o que se pretende é evitar

convivências desagradáveis entre os usos. A cidade é dividida em zonas industriais, comerciais,

residenciais, institucionais e em zonas mistas, que combinam tipologias diferentes de uso. Em

alguns casos, esse zoneamento da cidade inclui várias categorias para cada um dos tipos de zonas.

Essas categorias diferenciam-se, normalmente, em termos de adensamento dos lotes (pela

regulamentação do percentual máximo da área dos terrenos que pode ser edificada, do número de

andares das edificações ou da área máxima construída).

A determinação dos tipos de usos, muitas vezes, acontece em função de usos já

consolidados, ou seja, a legislação apenas reconhece esses usos. Nesse caso, seu papel de

direcionar a ocupação da cidade fica resumido à legitimação do espaço construído,

independentemente da dinâmica, ainda que perversas e excludentes que tenham definido esta

construção.

O zoneamento tem impacto direto sobre o mercado imobiliário. A adoção de um zoneamento

rígido leva à criação de monopólios fundiários para os usos: por exemplo, se só há um lugar para a

instalação de estabelecimentos comerciais, essas áreas disponíveis serão automaticamente

valorizadas. As restrições do zoneamento podem inviabilizar empreendimentos e impedir a expansão

de algumas atividades econômicas.

Com todo esse impacto sobre o mercado imobiliário, e o fato de a legislação ser detalhista e

tecnicista, praticamente incompreensível para os nãos iniciados, é muito fácil que a lei de

zoneamento se transforme em moeda de troca. Empreendedores imobiliários, interessados na

mudança de classificação de uma determinada área, chegam a pagar muitos milhares de dólares

para que ela seja efetivada.

Page 23: apostilaPTCC1EDA2016

23

Além disso, essa concepção aumenta a segregação social: os ricos tendem a se concentrar

em áreas legisladas de forma mais restritiva (normalmente são áreas residenciais, com pouco

tráfego, com tamanhos mínimos de lote e padrões de adensamento que inviabilizam moradias de

baixo custo). Aos pobres são reservadas áreas cujas características de zoneamento, ao mesmo

tempo em que viabilizam a ocupação de baixo custo, não lhe conferem qualidade de vida.

Agravando o quadro, os governos municipais tendem a fiscalizar mais fortemente a ocupação das

áreas mais nobres da cidade, preservando assim suas características de áreas privilegiadas. As

áreas mais pobres não quase não recebem atenção, e seu padrão de ocupação e de edificações

afasta-se das exigências mínimas da legislação, em função das necessidades e capacidades

econômicas de seus moradores.

A existência desses problemas não significa que seja melhor não dispor de legislação

urbanística. Sem nenhuma regulamentação, a competição livre das formas de ocupação

simplesmente estimula a proliferação das mais lucrativas, com graves prejuízos para a qualidade de

vida e reduzem as oportunidades de acesso a terra e à cidade.

EXERCÍCIO DE PESQUISA INDIVIDUAL

1. Faça uma pesquisa sobre os dados abaixo a respeito do seu município no Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE).

a. população em 2010:

b. densidade demográfica (hab/km2):

d. saneamento básico (água, esgoto e lixo):

e: Índice de desenvolvimento Humano Municipal (IDHM):

2. Pesquise sobre o Código de Obras adotado na sua cidade sobre os itens abaixo relacionados:

- a projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação):

- área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização):

- recuos a serem observados com relação às divisas do terreno:

3. Pesquise sobre o Plano Diretor da sua cidade: data de aprovação e o número do Decreto Lei.

2) Lei do parcelamento do solo urbano

O parcelamento do solo é atualmente um dos itens de maior importância, tanto sob o aspecto

técnico quanto no jurídico, no que se refere ao ordenamento da cidade, principalmente na

organização espacial de novas áreas urbanas.

O parcelamento do solo realizado sob forma de loteamento ou desmembramento e é um dos

instrumentos urbanísticos utilizados para promover a organização territorial dos municípios

brasileiros,

Page 24: apostilaPTCC1EDA2016

24

É através desse instrumento que o município pode exigir uma distribuição adequada dos

lotes, equipamentos e vias públicas, bem como suas respectivas dimensões, taxas de ocupação,

áreas de recreação e outros usos comunitários e infraestrutura mínima. Essa organização do solo é

regulamentada por legislação específica e são elas:

- Constituição Federal - principais posturas nacionais;

- Constituição Estadual - posturas estaduais que respeitem as disposições da Constituição

Federal, sendo que esta determina para os municípios:

“A lei municipal estabelecerá, em conformidade com as diretrizes do plano diretor, normas

sobre zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação do solo, índices urbanísticos,

proteção ambiental e demais limitações administrativas pertinentes.”

A regulamentação técnica e jurídica do parcelamento do solo se faz através de legislação

urbanística. No universo dessas leis se destaca a Lei Federal 6.766/79, devido a ser a lei de

abrangência nacional que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e também por determinar

parâmetros para as legislações estaduais e municipais. Lembrando que as leis estaduais e

municipais não poder se opuser a leis federais.

Grande parte dos códigos de obras brasileiros bebe na fonte do Código Sanitário do Estado de

S. Paulo, de 1894. Naquela época, há cem anos, a preocupação com a saúde pública (determinante

das exigências para a edificação) elegia os cortiços, onde se aglomerava a população pobre, como o

grande inimigo a ser combatido. Esta forma de residência era considerada insalubre e perigosa, pois

poderia se transformar em foco de epidemias. O cortiço também era visto como centro estimulador

do crime e da desordem social. O Código Sanitário proibiu sua construção e determinou que as vilas

operárias não fossem mais erguidas na área central da cidade, onde residiam e trabalhavam as

elites. Mais tarde, em 1934, o Código de Obras do Município de S. Paulo inspirou-se no código de

1894, mantendo a proibição aos cortiços, enquadrando nesta categoria qualquer forma de habitação

em que duas ou mais residências compartilhassem o mesmo acesso à via pública, excetuando-se os

prédios de apartamentos.

Este código influenciou a elaboração da legislação de várias outras cidades. Consolidou-se um

modelo urbanístico caracterizado por prédios de apartamentos e residências unifamiliares

totalmente isoladas em lotes mínimos relativamente grandes. Os prédios de apartamentos não

permitem a ampliação posterior das unidades habitacionais; a exigência de lotes maiores dificulta

sua aquisição pela população de baixa renda. As especificações técnicas de construção expressam

na legislação tornaram-se obstáculos que não são completamente absorvidas pela população, que

busca alternativas nas favelas e na autoconstrução sem orientação técnica. São predominantes,

portanto, as construções fora das exigências da legislação. Estas "cidades ilegais" são

periodicamente regularizadas pelas anistias do poder público.

A opção pelo automóvel como meio de transporte privilegiado na cidade implicou, por sua

vez, o superdimensionamento das vias e a valorização de alternativas em que o automóvel tem

acesso direto à edificação. Mesmo cidades com pouco tráfego adotam sistemas viários abertos, em

malha, com vias largas e asfaltadas, ainda que destinadas apenas ao uso local. O espaço que

poderia ser apropriado pela população para moradia ou lazer é destinado a facilitar a locomoção da

minoria proprietária de automóveis.

Assim, a produção da cidade fica limitada pelos padrões de construção ultrapassados ou

inaplicáveis (que não conseguem ser seguidos pela maioria da população) e pela visão de cidade em

que o automóvel, e não o pedestre é o principal ator. Dentro do processo de urbanização acelerada

e de supervalorização da terra urbana, a conseqüência inevitável é o agravamento do déficit

habitacional.

Page 25: apostilaPTCC1EDA2016

25

Exercício 2

1. Leia o artigo abaixo em dupla e faça um resumo para entregar à professora.

2. Dê a sua opinião sobre o assunto no final do texto.

Adensar para manter o verde

LUIZ SUGIMOTO publicado no Jornal da UNICAMP em julho de 2008

O demógrafo Daniel Joseph Hogan atenta para o momento interessante da história da

humanidade que testemunhamos em 2008, quando se registra, pela primeira vez, mais da metade

da população mundial morando nas cidades. Este processo está mais avançado na América Latina –

o Brasil já passou dos 80% há algum tempo – mas a superação da média de 50% no planeta obriga

à reflexão sobre o que seja um futuro urbano sustentável.

“Muito da tensão em torno das questões ambientais decorre do foco nas florestas e nos

recursos naturais, sobretudo em nosso país. Entretanto, a verdade é que a grande maioria da

população brasileira já está nas cidades. A questão é como conciliar uma qualidade de vida decente

com tanta gente vivendo no meio urbano”, observa Hogan, que é professor do Instituto de Filosofia

e Ciências Humanas (IFCH) e pesquisador do Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp.

Segundo o docente, se muitos países ainda terão de se ocupar com o crescimento da

população urbana, o importante para o Brasil é planejar o crescimento físico das cidades. “Aqui, a

grande transição já aconteceu, dos anos 1950 até os 90. As cidades estão parando de crescer

demograficamente e chegando perto do nível de reposição da população. Como tudo aponta para

patamares ainda inferiores de fecundidade, supomos que o número de habitantes vai começar a

diminuir dentro de poucas décadas”.

Daniel Hogan falará dia 16 na 60ª Reunião da SBPC sobre “Crescimento urbano, população e meio

ambiente no século 21”. Como outros especialistas do país, ele está às voltas com uma questão que

é motivo de polêmica internacional: se o adensamento da população em espaços já dotados da

devida infraestrutura urbana, preservando áreas verdes e minimizando custos ambientais como da

emissão de carbono nos transportes, não seria menos impactante do que o espraiamento para

condomínios em áreas mais distantes.

Considerando que o grande problema ambiental do século 21 é a mudança climática, e sendo

difícil lidar com ela ao nível de cada comunidade, Hogan crê que o adensamento da população

contribui para uma política mais verde. “Se eu decidir morar a dez quilômetros da Unicamp, e não

mais a cinco, vou gastar o dobro de combustível por dia. Multiplique-se isto por centenas de

milhares de pessoas e teremos uma séria influência nas emissões de carbono”.

Para quem supõe uma qualidade de vida melhor morando longe da agitação urbana, o

pesquisador lembra que grandes cidades do mundo, como Paris e Nova York, apresentam um uso

residencial importante na área central. “O adensamento é um meio de facilitar a oferta e de baratear

serviços essenciais como de água, esgoto, eletricidade e asfalto, e de atender a demandas como de

escolas, saúde e comércio”.

Planejamento – O problema do Brasil, lamenta o professor da Unicamp, é a inexistência de

um planejamento macro, inclusive para metrópoles que já têm constituídas suas regiões

metropolitanas. Em sua palestra na SBPC, Hogan vai se valer do seu conhecimento da Região

Metropolitana de Campinas (RMC) para justificar a posição favorável ao adensamento da população.

“Estão ampliando várias rodovias da RMC, como a Campinas-Mogi Mirim, em cuja margem está o

condomínio Alphaville e se erguem inúmeros outros empreendimentos imobiliários. Não se pode

criticar quem decidiu ampliar a pista de quatro para seis faixas, pois o engarrafamento no rush é

infernal. Mas, facilitar a circulação de quem mora longe, é alimentar um círculo vicioso”, diz o

pesquisador. Na outra margem da mesma rodovia, uma área reservada para o Parque Tecnológico

de Campinas, que está saindo do papel depois de dez anos, acaba de ser liberada pela Câmara de

Vereadores também para a construção de condomínios, shoppings e outros negócios. “A medida não

deixa de ser racional, pois a área já tem o entorno ocupado, infraestrutura urbana e dispensa a

criação de novos acessos. É melhor que construir na área rural. Resta saber como será afetado o

projeto do pólo tecnológico”.

Daniel Hogan, que costuma guardar folhetos distribuídos nos semáforos, observa o ritmo da

construção de condomínios fechados ao largo de um trecho urbano da rodovia D. Pedro I, em

direção a Paulínia. “Também acho racional preencher os vazios desta área que já conta com diversos

serviços, ao invés de ocupar as áreas verdes do distrito de Barão Geraldo, onde o anúncio de

empreendimentos gera polêmica. Há muitas áreas na cidade que, provavelmente, comportariam

mais uma população de Campinas”.

Page 26: apostilaPTCC1EDA2016

26

Outros medos – O pesquisador ressalta que as pessoas são movidas para áreas mais

distantes também por causa da violência, mesmo cientes de que um condomínio fechado não

oferece segurança absoluta. “Nas pesquisas do Nepo, levantamos os medos da população. O medo

da violência é maior do que outros, pois mesmo que as vítimas se concentrem entre as de maior

renda, ela contamina a percepção da sociedade e influi na própria estratégia mercadológica das

incorporadoras, que então vendem segurança”. Uma das pesquisas do Nepo, tratando da expansão

urbana e da vulnerabilidade sócio-demográfica nas regiões metropolitanas de Campinas e da

Baixada Santista, levantou a percepção da população também sobre os problemas ambientais. “Em

nível nacional, a resposta mais comum é que o maior problema ambiental é a devastação da

Amazônia. Mas, ao nível da RMC, em primeiro lugar aparece a poluição do ar”.

Daniel Hogan lembra que grande parte da poluição em Campinas vem do trânsito, que foi

planejado para uma cidade com um terço da ocupação atual. “Algo tem sido feito para melhorar as

condições viárias, já que o trânsito precisa fluir. Mas devemos pensar no transporte de massa para

diminuir o transporte individual, inclusive no metrô. Mesmo em São Paulo, que precisa de uma rede

mais densa, o metrô mostra-se um meio de transporte confortável, rápido e, além de tudo, não

poluente, já que é elétrico”.

Mais parques – Apesar dos valores e hábitos que as grandes incorporadoras procuram

enaltecer, o professor da Unicamp insiste que é possível viver plenamente satisfeito nas cidades. “As

pessoas gostam da idéia de viver junto à natureza. Eu mesmo estou chegando de uma chácara em

Jaguariúna, onde passo três dias da semana. Uma forma de promover este contato é viabilizar o

acesso da população a bons parques – não falo de reservas ecológicas, que são igualmente

importantes”. Hogan é norte-americano e cresceu em uma pequena cidade com dois grandes

parques estaduais ao redor, onde passava os domingos. “No Brasil, são poucos os parques

preparados para receber a população e próximos às grandes cidades. Quando vim para Campinas,

em 1972, o Parque Taquaral estava sendo inaugurado. Ele é ótimo e continua muito bem

frequentado. Mas onde está o novo parque para as 700 mil pessoas que vieram depois?” Outra

sugestão do professor é a socialização de grandes áreas verdes que estão fechadas ao público,

mesmo quando pertencem ao Estado. “Não é possível individualizar este desejo de aproximação

com a natureza, com cada qual buscando seu jardim e seu pomar. O Exército, por exemplo, herdou

em Campinas uma área bem maior que a do Taquaral e que daria um parque maravilhoso”.

Mosaico – Na visão do professor Daniel Hogan, uma parcela muito pequena da população

brasileira vive na área rural e isto será mais verdade no futuro do que hoje. “Quem mora na zona

rural não vai se ocupar com a agricultura, que está se expandindo de forma fantástica, mas é

superintensiva de capital e de máquinas, usando pouca mão-de-obra. O futuro do emprego também

é urbano”. O cenário que o pesquisador da Unicamp prevê para as próximas décadas é de um

território recortado em blocos, como um mosaico, delimitando atividades comerciais e industriais,

agrícolas e de preservação. “Um tipo de planejamento que já vem sendo praticado é o chamado

Zoneamento Ecológico-Econômico, que tem sido aplicado com mais sucesso nos Estados amazônicos

menores, como Acre e Amapá”.

No Estado de São Paulo, o governo está promovendo este zoneamento no litoral,

contemplando principalmente o Vale do Ribeira, sua região mais pobre. Daniel Hogan lembra que há

dez anos, quando representava a Unicamp no Conselho Estadual de Meio Ambiente, acompanhou

uma vistoria na Ilha do Cardoso, parque do Estado que a Prefeitura de Cananéia declarou como

ponto de expansão urbana.

“Empreendedores estavam construindo mansões na área e a prefeitura tinha interesse no IPTU. Os

ambientalistas foram para o confronto, com razão. Mas hoje é preciso pensar o tipo de atividade

econômica que pode ser conciliado com a preservação da mata Atlântica, ao invés de se congelar

tudo do jeito que está e condenar a população local à mesma miséria”, pondera o professor.

3) Lei 10.257 de 10/07/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana

(Estatuto da Cidade);

O Estatuto da Cidade é uma lei que cria regras para se organizar a cidade. O objetivo do

Estatuto é que todos tenham uma vida de qualidade nas cidades. O Estatuto não se limita a dizer o

que é permitido ou proibido no uso do solo urbano. Ele diz que o solo deve ter um uso bom para

toda a cidade. Veja como o Estatuto pode pressionar as pessoas a darem um bom uso para sua

propriedade com alguns dos seus instrumentos:

Page 27: apostilaPTCC1EDA2016

27

1ª. Pressão - Parcelamento e edificação compulsórios: Se uma propriedade não está cumprindo sua

função social como manda o Plano Diretor, o proprietário vai ser pressionado a dar um bom uso a

seu imóvel. Por essa regra, o proprietário tem o prazo de dois anos para dividir seu terreno,

construir ou reformar seu imóvel.

2ª. Pressão - IPTU progressivo no tempo: Se o proprietário não atender a 1ª. Pressão, ele será

punido com o IPTU progressivo por não ter usado seu terreno ou prédio para uma função social,

como manda o Plano Diretor.

3ª. Pressão - Desapropriação: Se o proprietário pagar o IPTU Progressivo durante cinco anos e não

der um uso social para seu terreno ou imóvel, ele perde a propriedade. A prefeitura desapropria e

paga pela propriedade. Mas não paga o valor de mercado, nem dá o dinheiro de uma vez. O que a

pessoa ganha são títulos da dívida pública. Os títulos são como dez cheques pré-datados, para

serem descontado um a cada ano, ou seja, proprietário só receberá o dinheiro todo depois de dez

anos.

Outros instrumentos do Estatuto da cidade

1)ZEIS

As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) é uma área da cidade que fica destinada pelo

Plano Diretor para abrigar moradia popular. O Estatuto da Cidade estendeu para todo o país a regra

das ZEIS, que já existia desde os anos 80 em algumas cidades. As ZEIS servem para:

• reservar terrenos ou prédios vazios para moradia popular;

• facilitar a regularização de áreas ocupadas e;

• facilitar a regularização de cortiços.

A ZEIS reserva espaço para moradia popular em áreas com boa infraestrutura. Uma

propriedade vazia no centro da cidade pode virar uma ZEIS. Aí fica mais fácil para a prefeitura exigir

que nela sejam construídas moradias populares.

Quando uma área ocupada vira ZEIS, seus moradores conseguem regularizar sua moradia de

forma mais rápida. E também fica mais fácil lutar por melhorias para aquela região.

2) Outorga onerosa do direito de construir

O proprietário não pode construir o quanto quiser no terreno. O Plano Diretor diz quantos

metros quadrados a pessoa pode construir, de acordo com o tamanho do terreno e sua localização.

Tudo o que se constrói além do que é permitido chama-se Solo Criado. Para construir a mais

é preciso pagar à prefeitura pelo solo criado, Mas não é só pagar e construir o que quiser. O Plano

Diretor deve dar um limite máximo de construção, para que certa região não fique com área

construída demais. No Estatuto da Cidade, essa regra tem o nome de OUTORGA ONEROSA DO

DIREITO DE CONSTRUIR.

4) Usucapião especial de imóvel urbano

O Estatuto da Cidade trata da usucapião especial de imóvel urbano, regulamentando o artigo

183 da Constituição Federal, que estabelece a aquisição de domínio para aquele que possuir área ou

edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente

e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, com a ressalva de que não seja

proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Onde não for possível identificar os terrenos ocupados

por cada possuidor, poderá ocorrer a usucapião coletiva, desde que os possuidores também não

sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

5) Direito de superfície

O direito de superfície possibilita que o proprietário de terreno urbano conceda, a outro

particular, o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo de seu terreno, em termos

estabelecidos em contrato – por tempo determinado ou indeterminado – e mediante escritura

pública firmada em cartório de registro de imóveis.

Page 28: apostilaPTCC1EDA2016

28

6) Direito de preempção (preferência)

O direito de preempção é instrumento que confere, ao poder público municipal, preferência

para a compra de imóvel urbano, respeitado seu valor no mercado imobiliário, e antes que o imóvel

de interesse do município seja comercializado entre particulares.

Para usufruir deste direito, o Município deverá possuir lei municipal, baseada no Plano

Diretor, que delimite as áreas onde incidirá a preempção. A lei que fixa as áreas objeto de incidência

deste direito não poderá vigorar por mais de cinco anos, porém, pode ser renovada após um ano de

seu término. Ao instituir o direito de preferência, a lei municipal deve enquadrar cada área em uma

ou mais finalidades relacionadas no Estatuto.

O instrumento permite, ainda, que o poder público tenha preferência na aquisição de imóveis

de interesse histórico, cultural ou ambiental, para que estes recebam usos especiais e de interesse

coletivo. Permite, também, a aquisição de áreas para a construção de habitações populares,

atendendo a uma demanda social, bem como para a implantação de atividades destinadas ao lazer e

recreação coletivos, como, por exemplo, parques, ou mesmo para a realização de obras públicas de

interesse geral da cidade.

7) Transferência do direito de construir

Este instrumento compreende a faculdade conferida, por lei municipal, ao proprietário de

imóvel, de exercer em outro local o direito de construir previsto nas normas urbanísticas e ainda não

exercido.

Trata-se de um instrumento que já está sendo usado por alguns municípios, trazendo

flexibilidade na aplicação da legislação urbanística e na gestão urbana, tendo inúmeras aplicações,

como, por exemplo, a preservação de imóveis de interesse histórico, proteção ambiental ou

operações urbanas.

O direito de transferência previsto no Plano Diretor, ou em legislação urbanística dele

decorrente, só poderá ser aplicado quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:

a) implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

b) preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico,

social ou cultural;

c) servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de

baixa renda e habitação de interesse social.

8) Operações urbanas consorciadas

As operações urbanas consorciadas referem-se a um conjunto de intervenções e medidas,

coordenadas pelo poder público municipal, com a finalidade de preservação, recuperação ou

transformação de áreas urbanas contando com a participação dos proprietários, moradores, usuários

permanentes e investidores privados. O objetivo é alcançar, em determinada área, transformações

urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

9) Estudo do impacto de vizinhança

O Estatuto da Cidade estabelece que lei municipal definirá os empreendimentos e atividades

privados ou públicos em área urbana, que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto

de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou

funcionamento, a cargo do poder público municipal.

O EIV será executado de forma a contemplar a análise dos efeitos positivos e negativos do

empreendimento ou atividade na qualidade de vida da população residente na área e em suas

proximidades.

Page 29: apostilaPTCC1EDA2016

29

O estudo de impacto de vizinhança incluirá, ao analisar os impactos do novo

empreendimento, pelo menos: o aumento da população na vizinhança; a capacidade e existência

dos equipamentos urbanos e comunitários; o uso e a ocupação do solo no entorno do

empreendimento previsto; o tráfego que vai ser gerado e a demanda por transporte público; as

condições de ventilação e de iluminação; bem como as conseqüências, para a paisagem, da inserção

deste novo empreendimento no tecido urbano e, também suas implicações no patrimônio cultural e

natural.

Exercício 3 Os princípios do Estatuto da Cidade encontram guarida no artigo 2º do Estatuto da Cidade, sob a

designação de “diretrizes gerais”, nesse trecho escolhido temos a observação sobre o uso e a

ocupação do solo:

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a utilização inadequada dos imóveis

urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a

edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraestrutura urbana; a instalação de

empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a

previsão da infraestrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na

sua subutilização ou não utilização; a deterioração das áreas urbanizadas; a poluição e a

degradação ambiental;

a. Elabore um cartaz com fotografias em que reflitam a sua observação sobre a utilização

inadequada dos imóveis urbanos e dos seus usos inconvenientes e as áreas deterioradas das nossas

cidades brasileiras. Ele será exposto nos corredores da Etec João Belarmino, portanto caprichem!

4) Código de obras

A providência inicial, uma vez decidida a elaboração de um projeto de edificação, é a

verificação, junto aos Orgãos Públicos, particularmente junto às Prefeituras Municipais, das

exigências a serem observadas. Tais exigências estão contidas no Código de Obras específico de

cada Município. Esses códigos têm por objetivos, entre outros:

- coordenar o crescimento urbano,

- regular o uso do solo,

- controlar a densidade do ambiente edificado,

- proteger o meio ambiente,

- garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e iluminação naturais adequadas a

todos os edifícios,

- eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a possibilidade de deslocamento de

pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção.

Assim, os Códigos de Obras definem, entre outros, os seguintes itens:

- tipo de ocupação permitido para um determinado lote; se residencial, comercial, industrial ou de

uso misto,

- a projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação),

- área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização),

- recuos a serem observados com relação às divisas, e

- dimensões mínimas e detalhes construtivos de corredores, escadas e rampas.

Page 30: apostilaPTCC1EDA2016

30

Exercício 4

1. De acordo com o Estatuto da Cidade, estão entre os instrumentos que deverão ser utilizados para

garantir a Gestão Democrática da cidade. Está (ão) correta(s)

I. Iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.

II. Órgãos colegiados da política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal.

III. Debates, audiências e consultas públicas.

IV. Conferência sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal.

a) apenas a I.

b) apenas a I e III.

c) apenas II e IV.

d) apenas a I, II e III.

e) todas as afirmativas.

2. A política urbana tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da

cidade e da propriedade urbana. Estão entre as diretrizes gerais da política urbana, conforme o

Estatuto da Cidade:

I. Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo

de urbanização, em atendimento ao interesse social.

II. Garantia do direito às cidades sustentáveis para os presentes e futuras gerações.

III. Proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio

cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.

IV. Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos

interesses e necessidades da população e às características locais. Está (ão) correta(s):

a) apenas a II.

b) apenas a I e II.

c) apenas a III e IV.

d) todas as afirmativas.

e) nenhuma das alternativas.

3. Assinale (V) para verdadeiro ou (F) para falso, conforme as especificações do Estatuto da

Cidade.

( ) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.

( ) A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos a cada cinco anos.

( ) O plano diretor aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento

e expansão urbana.

( ) Em cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte

urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.

A sequencia que preenche corretamente os parênteses de cima para baixo é:

a) V V V V

b) V F V V

c) V F V F

d) n.d.a.

4. Um dos principais avanços do Estatuto da Cidade foi ter ampliado o leque de instrumentos

destinados à regularização fundiária. A alternativa que contém o instrumento a ser usado na

regularização fundiária de assentamentos urbanos que estejam em desacordo com as exigências dos

requisitos urbanísticos mínimos, expressos na legislação, é:

A) concessão especial de uso para fins de moradia. C) zona especial de interesse social (ZEIS).

B) usucapião urbana. D) direito de uso.

5. O plano diretor, aprovado pela ___________________________________________________, é

obrigatório para cidade com mais de 20 mil habitantes.

6. Nas regiões Norte e Nordeste, cerca de 13% das mortes de crianças de até 4 anos decorrem de

doenças infecciosas e parasitárias que estão ligadas à falta de __________________________.

Alguns serviços como transportes e telecomunicações, deveriam ser analisados e geridos em escala

____________________________.

Aproximadamente ________% da população brasileira que vive nas regiões metropolitanas e

capitais tem sistema de coleta e tratamento de esgoto.

Page 31: apostilaPTCC1EDA2016

31

7. Em sua cidade, um grupo empresarial decide abrir um grande centro comercial. Dentre as

medidas do Estatuto da Cidade, qual seria o melhor instrumento para a análise do empreendimento?

8. Um dos problemas ambientais urbanos mais graves nas cidades brasileiras é o aumento das

inundações.

Mesmo quando não são registrados índices pluviométricos excepcionalmente elevados, em relação

aos anos anteriores, tornam-se mais freqüentes as notícias sobre famílias que sofreram grandes

prejuízos em decorrência de enchentes. Avaliem quais dos itens seguintes podem ser consideradas

causas diretas do aumento da ocorrência de enchentes nas áreas urbanas.

1- Formação de ilhas de calor.

2- Impermeabilização de terrenos por novas construções.

3- Contaminação de mananciais.

4- Abastecimento de água potável inadequado.

5- Acúmulo de lixo no sistema de drenagem.

O correto está apenas em:

A) 1 e 2. C) 3, 4 e 5.

B) 2 e 5. D) 1, 3 e 4.

9. A existência de grandes vazios urbanos privados no interior da malha urbana, muitos deles

relacionados à especulação imobiliária, constitui um problema que impede a plena utilização da

infraestrutura instalada e aumenta os custos de urbanização nas cidades. O Estatuto da Cidade

prevê um conjunto de três instrumentos destinados a desestimular a formação e a manutenção

desses vazios urbanos, relacionados a seguir:

1- Desapropriação com títulos da dívida pública.

2- Imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo.

3- Parcelamento, edificação ou utilização compulsória.

Assinale a alternativa que contém a sequencia correta de aplicação, dos citados instrumentos, no

tempo:

A) 1, 3 e 2. C) 3, 1 e 2.

B) 2, 1 e 3. D) 3, 2 e 1.

10. Se um proprietário estivesse mantendo uma grande área desocupada junto à praça central de

sua cidade por mais de 30 anos, dificultando a ocupação dessa região, qual instrumento do Estatuto

da Cidade poderia ser utilizado para forçá-lo a ocupar o terreno e inseri-lo no meio urbano?

11. Qual é o único serviço urbano explicitamente incluído pelo Estatuto da Cidade entre as diretrizes

gerais da política urbana?

12. Um shopping Center será instalado junto a um terminal de ônibus em uma cidade de 200 mil

habitantes. Como técnico, indique quais medidas mitigadoras poderiam ser tomadas para os

impactos negativos gerados no entorno desse empreendimento.

Page 32: apostilaPTCC1EDA2016

32

Algumas definições comuns aos diversos Códigos de Obras

Acréscimo - aumento de área ou altura de uma construção ou edificação.

Afastamento - menor distância entre duas edificações, ou entre uma edificação e as divisas do lote

ou eixo da via pública, ou entre a construção e algum elemento de destaque, como rios, encostas,

etc. O afastamento pode ser frontal, lateral ou de fundos.

Alinhamento - linha que delimita o terreno e a via pública.

Andar - espaço compreendido entre dois pavimentos, ou entre um pavimento e sua cobertura.

Área NON AEDIFICANDI - área reservada em legislações de uso e ocupação do solo na qual não

se permite construir ou edificar.

Ático - pavimento de cobertura, coberto e com área inferior à dos demais pavimentos,

normalmente onde se localizam casa de máquinas e caixas d água, conforme Fig.9.

Fig. 9. Detalhe de prédios com ático.

Circulação - elemento de composição arquitetônica, horizontal ou vertical, cuja função é possibilitar

a interligação entre unidades autônomas, compartimentos ou ambientes de qualquer natureza.

Demolição - derrubada total de uma edificação; quando esta derrubada é parcial, caracteriza

reforma.

Divisas - limites oficiais de um lote, podendo estar fisicamente demarcadas ou não.

Edícula - edificação complementar à principal, sem comunicação direta com a casa principal.

Edificação - construção executada com o objetivo de abrigar alguma atividade humana.

Guarda-corpo - elemento de proteção para escadas, rampas, mezaninos, patamares, terraços,

varandas, etc.

Habite-se - autorização para a utilização de uma edificação, dada por autoridade de um órgão do

governo ou concessionária de serviços públicos.

Logradouro público - parte da superfície estadual reservada para o trânsito público; recebe

denominações oficiais para identificação (ruas, avenidas, etc.)

Lote - fração autônoma de um loteamento ou desmembramento, com divisa confinante a um

logradouro.

Mezanino - pavimento que subdivide em parte um andar em dois andares.

Pérgula - elemento decorativo para jardins ou varandas, constituído por elementos vazados. Ver

Figura 10.

Page 33: apostilaPTCC1EDA2016

33

Fig. 10. Exemplo de pérgula.

Reentrância - espaço sem cobertura, recuado em relação ao plano da fachada.

Reparo - mesmo que conserto de uma edificação.

Reconstrução - recuperação e recomposição de uma edificação, após sinistro, e que mantém suas

características originais; sem alteração de uso, ou mudança de área, ou de estrutura, ou do número

de pavimentos ou da forma da construção, nem das circulações e aberturas para iluminação e

ventilação.

Saliência - elemento da edificação que se projeta além do plano da fachada.

Testada do lote - linha frontal do lote separando-o do logradouro público e coincidente com o

alinhamento aprovado pelo governo.

Unidade autônoma - todo ou parte de uma edificação comporta de compartimentos e instalações

privativas.

Uso predominante - principal tipo de ocupação de uma edificação.

Uso residencial - o uso predominante é o de habitação permanente ou transitória.

Via pública - mesmo que logradouro público.

Exercício 5

1. Segundo o Decreto Estadual 12.342/78, a área iluminante mínima exigida para um galpão

industrial com área de 40 m2 e pé-direito de 4m, será de:

a) 8 m2;

b) 1/5 da área do piso;

c) 5 m2;

d) 2/3 da área do piso;

e) n. d. a.

2. As dimensões mínimas para as larguras dos corredores internos e externos de residências (com

janelas voltadas para o corredor) são respectivamente de:

a) 1,00 m e 1,50 m;

b) 0,90 m e 1,50 m;

c) 0,80 m e 1,40 m;

d) 0,90 m e 2,00 m.

e)

3. As áreas ventilantes para os ambientes de residências deverão corresponder a 1/2 da área

iluminante, portanto, é correto afirmar que a área iluminante deverá corresponder a _______ da

área do piso das residências.

a) 1/5 da área do piso;

b) ½ da área do piso;

c) 0,60 m2;

d) 1/8 da área do piso;

e) n. d. a.

Page 34: apostilaPTCC1EDA2016

34

4. A autorização para a utilização de uma edificação, dada por uma autoridade de um órgão do

governo ou concessionária de serviços públicos denomina-se:

a) Certidão;

b) Alvará de construção;

c) Alvará de funcionamento;

d) Habite-se;

e) n. d. a.

5. Conforme o Artigo 38 do Decreto Estadual 12.342/78, os pés-direitos não poderão ser inferiores

aos estabelecidos nas normas especificas para as edificações, assinale o pé-direito mínimo correto

para banheiros:

a) 2,50 m;

b) 3,00 m;

c) 2,30 m;

d) 2,70 m;

e) n. d. a.

6. Sobre um projeto arquitetônico, na fase de aprovação em órgãos públicos, é correto afirmar:

a) Com a possibilidade de apresentação dos projetos pela Internet, as elementos mínimos que

devem constar do projeto tornaram-se opcionais.

b) Exige-se, no mínimo, uma planta com dois cortes, apresentando os perfis do terreno com

referência à captação d’água.

c) Exige-se uma implantação completa e uma planta da estatística.

d) Exige-se, no mínimo, uma planta baixa com dois cortes e a implantação do projeto,

apresentando uma planta de cobertura e a estatística da construção.

7. Nos projetos de reforma, as paredes a serem demolidas e construídas são representadas,

respectivamente, pelas cores:

a) amarela e azul;

b) vermelha e amarela;

c) azul e amarela;

d) amarela e vermelha;

e) n. d. a.

8. A área iluminante exigida para ambientes de trabalho e/ou escolares é de:-

a) 1/5 da área do piso.

b) 2/3 da área do piso.

c) 1/3 da área do piso.

d) ½ da área do piso;

e) n. d. a.

9. A dimensão mínima estabelecidas pelo Decreto Estadual 12.342/78, para a largura dos

banheiros de comércios (com lavatório, bacia e chuveiro) é de:

a) 3,00m2;

b) 0,80m;

c) 2,70m;

d) 0,90m;

e) n.d.a.

10. Calcule a área iluminante e ventilante exigidas de um dormitório de 12 m2, respectivamente

utilizando o Decreto Estadual 12.342/78:

a) 1,50 e 1,20m2;

b) 1,50 e 1,00m2

c) 1,50 e 0,75m2;

d) 1,20 e 0,60m2.

e) n. d. a.

11. Determine os pés-direitos, áreas mínimas segundo o Decreto Estadual 12.342/78 para as salas

de estar e salas para comércio no andar térreo.

Page 35: apostilaPTCC1EDA2016

35

12. O objetivo da legislação de uso e ocupação do solo é de, assinale a alternativa CORRETA:

a) normatiza as construções;

b) define o que pode ser feito em cada terreno;

c) estabele os usos possíveis na cidade;

d) divide a cidade em zonas;

e) todas as alternativas anteriores.

13. Um técnico em edificações foi encarregado de fazer o projeto de uma edificação em

determinado terreno. Para saber se a edificação precisa ter afastamentos em relação aos limites do

terreno e quais as dimensões desses afastamentos, que documento da legislação urbanística

municipal ele precisa consultar?

a) Lei de perímetro rural.

b) Código de obras municipal.

c) Código sanitário da ANVISA.

d) Código de obras estadual.

14. Segundo o Decreto Estadual 12.342/78, a área iluminante mínima exigida para uma indústria

alimentícia com área de 400 m2 e pé-direito de 6m, será de:

a) 80 m2;

b) 1/5 da área do piso;

c) 5 m2;

d) 2/3 da área do piso.

15. Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª coluna:

1. Área non aedificandi ( ) Elemento decorativo.

2. Pérgula ( ) área reservada em que não se pode construir.

3. Lote ( ) pavimento que subdivide em parte um andar em

dois andares.

4. Mezanino ( ) fração autônoma de um loteamento

A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é:

a) 2 1 3 4.

b) 2 4 1 3.

c) 3 4 2 1.

d) 3 1 2 4.

e) n.d.a.

16. Analise o projeto residencial (s/ escala) a seguir. São dados:

Terreno 20 x 25m.

Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m

Janelas dos banheiros: 1.00 x 0.80 x 1.50 m

Janela dos quartos e suíte: 2.00 x 1.20 x 0.90 m

Janelas do salão: 2.00 x 1.20 x 0.90 m

a) Elabore o quadro de áreas iluminantes e ventilantes;

b) Faça um quadro de áreas com:

- Área construída total:

- Área do terreno:

- Área livre:

- Taxa de ocupação: T.O = Área construída x 100 = resultado em %

Área do terreno

Page 36: apostilaPTCC1EDA2016

36

Page 37: apostilaPTCC1EDA2016

37

17. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência abaixo (sem escala),

e são dados:

Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m

Janela do banheiro e passagem: 1.00 x 0.80 x 1.50 m

Janela do quarto: 1.50 x 1.20 x 0.90 e 0.30 x 1.20 x 0.90 m

Janela da sala: 2.50 x 1.20 x 0.90 e 1.00 x 1.20 x 0.90 m

Área de serviço: 1.80 x 2,70 m

Page 38: apostilaPTCC1EDA2016

38

18. Faça o cálculo da Taxa de ocupação e área livre de uma residência em um terreno de 500,00

m2, são dados:

Área construída: 50,31 m2

T.O. = Área construída x 100= resultado em porcentagem (%)

Área do terreno

Área livre= Área do terreno - Área construída

Área construída= área da edificação

19. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência abaixo, e são dados:

Janela da cozinha: 2.00 X 1.00 x 1.10 m

Janelas dos banheiros: 1.00 x 0.80 x 1.50 m

Janelas do quartos: 1.50 x 1.20 x 0.90 m

Janelas do salão: 2.50 x 1.20 x 0.90 m

a. Faça o cálculo da Taxa de ocupação e área livre desta residência CASA DA SOGRA em um terreno

de 250,00 m2, são dados:

Área construída: 79,23 m2

20. Faça o quadro de áreas iluminantes e ventilantes do projeto da residência a seguir (sem escala),

e são dados:

- Área construída= corresponde à área da edificação total.

- Área do terreno= corresponde à área total do terreno conforme aparece na escritura de imóveis,

ÁREA= 250,00 m2.

- Área livre= corresponde à diferença da área construída e da área do terreno.

- Taxa de ocupação= corresponde à porcentagem de área do terreno efetivamente ocupada pela

construção, segundo o cálculo:

TAXA DE OCUPAÇÃO = Área construída x 100

Área do terreno

Page 39: apostilaPTCC1EDA2016

39

Page 40: apostilaPTCC1EDA2016

40

Page 41: apostilaPTCC1EDA2016

41

Avaliação do Impacto Ambiental

Impacto ambiental é a alteração no meio ou em um de seus componentes por determinada

ação ou atividade. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas,

podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas.

O objetivo de se estudar os impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as

conseqüências de algumas ações, para que se possa haver a prevenção da qualidade de

determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a

implementação dos mesmos.

Antes de se colocar em prática um projeto, seja ele público ou privado precisamos antes

saber mais a respeito do local onde tal projeto será implementado, conhecer melhor o que cada área

possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social

(infraestrutura material constituída pelo homem e sistemas sociais criados).

O estudo para a avaliação de impacto permite que certa questão seja compreendida:

proteção e preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.

Muitas vezes podemos encontrar grandes áreas impactadas, ou até mesmo países e estados,

devido ao rápido desenvolvimento econômico, sem controle e manutenção dos recursos naturais. A

conseqüência pode ser a poluição, uso incontrolado de recursos como água e energia etc. E também

podemos encontrar áreas impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz como

conseqüência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico.

Avaliar para planejar permite que desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam

estar caminhando juntas. Depois do ambiente, pode-se realizar um planejamento melhor do uso e

manutenção dos recursos utilizados.

Sabemos que ambiente tem vários significados para pessoas e realidades diferentes. Não

seria então estranho compreendermos que muitos são propostos para ambientes diversos. Então,

fazer uma análise ambiental é antes de tudo estudar as possíveis mudanças de características sócio-

econômicas e biogeofísicas de um determinado local (resultado do plano proposto).

Devemos levar em consideração que nosso planeta é composto por muitos ecossistemas e

ambientes com características próprias, não podendo haver um padrão único para o estudo.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima)

Constituem-se atualmente em um importante documento de avaliação, controle e

monitoramento da implantação de uma atividade econômica ou empreendimento, podendo tornar-se

um instrumento valioso na luta pela preservação do meio ambiente e de melhoria da qualidade de

vida.

O capítulo V, artigo 225, da Constituição da República, exige, na forma da lei, um estudo

prévio de impacto ambiental para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de

significativa degradação do meio ambiente.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) considera impacto ambiental “qualquer

alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer

forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou diretamente,

afetam”:

1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

2. as atividades sociais e econômicas;

3. a biota (conjunto dos seres animais e vegetais de uma região)

4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

5. a qualidade dos recursos ambientais”

As atividades modificadoras do meio ambiente que, segundo a legislação, necessitam

obrigatoriamente, de EIA-Rima são:

estradas de rodagem;

ferrovias;

portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;

aeroportos;

oleodutos, gasodutos, minerodutos, coletores e emissários de esgotos sanitários;

Page 42: apostilaPTCC1EDA2016

42

linhas de transmissão de energia elétrica;

obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos;

extração de combustível fóssil;

extração de minérios;

aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;

usinas de geração de eletricidade;

complexos industriais e agroindustriais;

distritos industriais e zonas estritamente industriais;

exploração econômica de lenha ou madeira;

projetos urbanísticos, acima de 100 há ou em áreas de relevante interesse ambiental;

qualquer atividade que utiliza carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas

por dia.

Deve-se lembra de que a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) fornece o Roteiro

Básico para a elaboração do EIA/RIMA e a partir do que poderá se desenvolver um Plano de

Trabalho que deverá ser aprovado pela secretaria.

Exercício 6 1. Como é conceituado Impacto Ambiental Regional, nos termos da Resolução CONAMA Nº 237/97?

2. Quais são as atividades modificadoras do meio ambiente que, segundo a legislação, necessitam

obrigatoriamente, de EIA-RIMA?

3. O licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, como oleodutos e gasodutos e

outros, dependerá de quais documentações legais?

4. O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental será acessível ao público, EXCETO quanto ao:

A) sigilo industrial.

B) sigilo comercial.

C) sigilo profissional.

D) sigilo econômico.

E) parecer de análise técnica.

5. Considere as afirmativas abaixo.

I. Para fins de licenciamento ambiental, a critério do órgão ambiental, poderá ser exigido Estudo de

Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

II. Ao município, como membro integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente, compete utilizar

o procedimento do licenciamento ambiental como instrumento de gestão ambiental, visando ao

desenvolvimento sustentável.

III. O município, por intermédio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, concederá as licenças

ambientais relativas às atividades de preponderante interesse local. Está (ão) correta(s)

a) apenas a I.

b) apenas a II.

c) apenas a III.

d) apenas a II e III.

e) todas as afirmativas.

Page 43: apostilaPTCC1EDA2016

43

DICIONÁRIO AMBIENTAL E DA VIABILIDADE TÉCNICA

Áreas especiais de interesse turístico

“São trechos contínuos do território nacional, inclusive suas águas territoriais, a serem

preservados e valorizados no sentido cultural e natural, destinados à realização de planos e

projetos de desenvolvimento turístico, e que assim forem instituídas na forma do dispositivo no

presente Decreto" (Decreto nº 86.176 de 06.07.81).

Área estadual de lazer

É uma área de domínio público estadual (podendo incorporar propriedades privadas), com

atributos ambientais relevantes, capazes de propiciar atividades de recreação ao ar livre, sob

supervisão estadual que garanta sua utilização correta.

Áreas de expansão urbana

São as situadas na periferia das áreas urbanas, com potencial para urbanização, e definidas por

legislação específica.

Área industrial

“Área geográfica bem definida, reservada ao uso industrial pela potencialidade dos recursos

naturais que possui e que servem como um processo de desenvolvimento industrial" (CODIN,

s/data).

Áreas de interesse especial

Áreas a serem estabelecidas, por decreto, pelos Estados ou a União, para efeito do inciso I do

artigo 13 da Lei nº 6.766 de 19.12.79, que diz: "Art. 13. Caberá aos Estados o exame e a

anuência prévia para a aprovação, pelos Municípios, de loteamentos e desmembramento nas

seguintes condições: I quando localizadas em áreas de interesse especial, tais como as de

proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim

definidas por legislação estadual ou federal".

Área metropolitana

“Extensão territorial que compreende a unidade político-administrativa da cidade central, assim

como todas as unidades político administrativas das localidades contíguas que apresentam

características urbanas, tais como áreas de trabalho, ou locais de residências de trabalhadores

dedicados ao trabalho agrícola, e que mantêm uma relação sócia econômica direta, constante,

intensa e recíproca com a cidade central” (SAHOP, 1978).

Área de preservação permanente

“São aquelas em que as florestas e demais formas de vegetação natural existente não podem

sofrer qualquer tipo de degradação" (Proposta de decreto de regulamentação da Lei nº 690 de

01.12.83, FEEMA, 1984).

“São áreas de preservação permanente: I- os manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas

estuarinas; II- as praias, vegetação de restinga quando fixadoras de dunas; costões rochosos e as

cavidades naturais subterrâneas cavernas; III - as nascentes e as faixas marginais de proteção de

águas superficiais; IV- as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros,

vulneráveis ou menos conhecidos, da fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de

pouso, alimentação ou reprodução; V- as áreas de interesse arqueológico histórico, científico,

paisagístico e cultural; VI- aquelas assim declaradas por lei; VII - a Baía de Guanabara" (art. 266

da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, 1989).

Áreas de proteção ambiental - APA

“Áreas a serem decretadas pelo Poder Público, para a proteção ambiental, a fim de assegurar o

bem-estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais" (art.

9º, Lei nº 6.902 de 27.04.81).

Área de relevante interesse ecológico

“As áreas que possuam características naturais extraordinárias ou abriguem exemplares raros da

biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção por parte do Poder Público" (Decreto nº

89.336, de 31.01.84).

“São áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização depende de prévia autorização dos

órgãos competentes, preservados seus atributos essenciais: I- as coberturas florestais nativas; II-

a zona costeira; III-o rio Paraíba do Sul; lV- a Baía de Guanabara; V- a Baía de Sepetiba" (art.

267 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, 1989).

Área rural

É a área do município, excluídas as áreas urbanas, onde são desenvolvidas, predominantemente,

atividades rurais.

Área urbana

“É a cidade propriamente dita, definida de todos os pontos de vista geográfico, ecológico,

Page 44: apostilaPTCC1EDA2016

44

demográfico, social, econômico etc. Em outras palavras, área urbana é a área habitada ou

urbanizada, a cidade mesma, mais a área contígua edificada, com usos do solo de natureza não

agrícola e que, partindo de um núcleo central, apresenta continuidade física em todas as direções

até ser interrompida de forma notória por terrenos de uso não urbano, como florestas,

semeadouros ou corpos d'água" (SAHOP, 1978).

Biocida

"Substâncias químicas, de origem natural ou sintética, utilizadas para controlar ou eliminar plantas

ou organismos vivos considerados nocivos à atividade humana ou à saúde" (ACIESP, 1980).

Bioma

A unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo várias comunidades em diferentes

estágios de evolução, porém denominada de acordo com o tipo de vegetação dominante: mata

tropical, campo etc.

Biosfera

Tudo o que vive no ar, no solo, no subsolo e no mar formam a biosfera.

Biota

Conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um ecossistema.

“Todas as espécies de plantas e animais existentes dentro de uma determinada área" (Braile,

1983).

Cidade

Centro populacional permanente, altamente organizado, com funções urbanas e políticas próprias.

“Espaço geográfico transformado pelo homem através da realização de um conjunto de construções

com caráter de continuidade e contigüidade. Espaço ocupado por uma população relativamente

grande, permanente e socialmente heterogênea, no qual existem atividades residenciais, de

governo, industriais e comerciais, com um grau de equipamento e de serviços que assegure as

condições de vida humana. A cidade é o lugar geográfico onde se manifestam, de forma

concentrada, as realidades sociais, econômicas, políticas e demográficas de um território" (SAHOP,

1978).

“É o espaço contínuo ocupado por um aglomerado humano considerável, denso e permanente, cuja

evolução e estrutura (física, social e econômica) são determinadas pelo meio físicas, pelo

desenvolvimento tecnológico e pelo modo de produção do período histórico considerado e cujos

habitantes têm status urbano" (Ferrari, 1979).

Dano ambiental

“Considera-se dano ambiental qualquer lesão ao meio ambiente causado por ação de pessoa, seja

ela física ou jurídica, de direito público ou privado. O dano pode resultar na degradação da qualidade

ambiental (alteração adversa das características do meio ambiente), como na poluição, que a Lei

define como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade humana" (Oliveira,

1995).

DER

É missão do Departamento de Estradas de Rodagem administrar o sistema rodoviário estadual, sua

integração com as rodovias municipais e federais e sua interação com os demais modos de

transporte, objetivando o atendimento aos usuários no transporte de pessoas e cargas.

Definição do EIA

Definição dos temas e questões que devem ser objeto de detalhamento e aprofundamento quando

da elaboração de um estudo de impacto ambiental (EIA), de modo que tal estudo esclareça as

questões relevantes para a tomada de decisão e para a efetiva participação dos interessados no

projeto que se avalia. Os resultados da definição do escopo consolidam-se nos termos de referência

que orientam o EIA (no Estado do Rio de Janeiro, Instrução Técnica).

“Processo prévio de definição do conjunto de questões a serem consideradas (num estudo de

impacto ambiental) e de identificação das questões importantes relacionadas com a ação proposta"

(Beanlands, 1983).

Desmembramento

Subdivisão de um imóvel em lotes para edificação, desde que seja aproveitado o sistema viário e

não se abram novas vias de circulação ou logradouros, nem se prolonguem ou modifiquem os

existentes, inclusive a subdivisão feita por inventários decorrentes de herança, doação ou extinção

de comunhão de bens.

"É o parcelamento (do solo) sem urbanização, isto é, sem abertura de logradouro" (Moreira Neto,

1976).

"Subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com aproveitamento do sistema viário

existente, desde que não implique na abertura de novas vias ou logradouros públicos, nem no

prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes " (Lei nº 6.766, de 19.12.79).

Estudo de impacto ambiental (EIA)

Page 45: apostilaPTCC1EDA2016

45

Um dos documentos do processo de avaliação de impacto ambiental. Trata-se da execução por

equipe multidisciplinar das tarefas técnicas e científicas destinadas a analisar, sistematicamente, as

conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e

técnicas de previsão de impacto. O estudo realiza-se sob a orientação da autoridade ambiental

responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de termos de referência

específicos, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados

detalhadamente. O estudo de impacto ambiental compreende, no mínimo: a descrição das ações do

projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, no caso de

projetos de curta duração, desativação; a delimitação e o diagnóstico ambiental da área de

influência; a identificação, a medição e a valoração dos impactos; a comparação das alternativas e a

previsão da situação ambiental futura da área de influência, nos casos de adoção de cada uma das

alternativas, inclusive no caso de o projeto não se executar; a identificação das medidas

mitigadoras; o programa de gestão ambiental do empreendimento, que inclui a monitoração dos

impactos; e a preparação do relatório de impacto ambiental (RIMA).

Favela

Denominação dada, no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, a assentamentos humanos

espontâneos e não convencionais, por isso carente de arruamento e serviços de saneamento básico,

nos quais as habitações são construídas geralmente pelos próprios moradores, em áreas de domínio

público ou em propriedades particulares abandonadas. As favelas surgem quase sempre em

terrenos de menor valor imobiliário, situados em encosta ou sujeitos a inundação, como resultada

de condições econômicas estruturais que provocam o êxodo da população das zonas rurais para as

cidades, em busca de emprego.

“A primeira favela surgiu no Morro da Providência, junto à Central, no início do século. Sua

população era formada pelos (soldados) sobreviventes da Guerra de Canudos, que não encontraram

melhores condições de sobrevivência na cidade do Rio de Janeiro. Este morro passou a ser

denominado Morro da Favela, talvez por uma alusão a uma planta do sertão da Bahia que tinha o

nome favela. O termo popularizou-se e hoje existem favelas em todos os pontos da cidade" (Nunes,

1976).

FIPE

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - Fipe é uma entidade de direito privado, sem fins

lucrativos, criada em 1973 para apoiar o Departamento de Economia da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com destacada atuação nas

áreas de pesquisa e ensino.

O que faz a Fipe:

A FIPE estuda os fenômenos econômicos e sociais com base no instrumental teórico e

metodológico da Economia, com o propósito de contribuir para:

- o debate dos problemas econômicos e sociais do país;

- a formulação de políticas econômicas e outras políticas públicas;

- a avaliação da importância dessas políticas para o crescimento sustentável da economia brasileira,

o fortalecimento do sistema produtivo, o aumento da competitividade do país, a melhor distribuição

da renda e a eliminação da pobreza.

Como opera:

Para alcançar seus objetivos, a FIPE conta com uma equipe de profissionais especializados,

com larga experiência nas áreas de ensino e pesquisa, e uma estrutura adequada para:

- colaborar com instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, acadêmicas ou não, na

elaboração, gestão e avaliação de programas de desenvolvimento econômico e social;

- promover cursos, simpósios, seminários, conferências e estudos que estimulem o ensino e o

debate sobre teoria econômica, e contribuam para o aprimoramento de profissionais liberais, de

empresas, da administração pública e demais entidades da sociedade civil isoladamente ou em

parceria com entidades nacionais, internacionais e multilaterais;

- apoiar a divulgação de conhecimentos econômicos e correlatos por meio de publicações técnicas,

periódicos, monografias, internet e outros canais de comunicação;

- realizar pesquisas demandadas pelos setores público e privado, dentro dos padrões acadêmicos,

que permitam simultaneamente a produção de informações e a capacitação de pessoal

especializado;

- fornecer bolsas de estudo a alunos e professores ligados ao Departamento de Economia da FEA-

USP, colaborando para a formação de profissionais de elevado nível técnico.

Gestão ambiental

O conceito original de gestão ambiental diz respeito à administração, pelo governo, do uso

dos recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências

institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade do meio ambiente,

Page 46: apostilaPTCC1EDA2016

46

assegurar a produtividade dos recursos e o desenvolvimento social. Este conceito, entretanto, tem

se ampliado nos últimos anos para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas

de ação desenvolvidos por empresas para administrar suas atividades dentro dos modernos

princípios de proteção do meio ambiente.

GRAPROHAB

Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo foi reestruturado

através do Decreto Estadual nº. 52.053, de 13 de agosto de 2007, e tem por objetivo centralizar e

agilizar os procedimentos administrativos de aprovação do Estado, para implantação de

empreendimentos de parcelamentos do solo para fins residenciais, conjuntos e condomínios

habitacionais, públicos ou privados.

Habitat

“Hábitat de um organismo é o lugar onde vive ou o lugar onde pode ser encontrado (...). O hábitat

pode referir-se também ao lugar ocupado por uma comunidade inteira (...). Por analogia, pode-se

dizer que o hábitat e o 'endereço' do organismo e o nicho ecológico é, biologicamente falando, sua

'profissão'“ (Odum, 1972).

“Conceito encontrado originalmente nas ciências biológicas, mas que foi adotado pelas ciências

sociais. Neste sentido, tende a converter-se na categoria fundamental e unificadora das disciplinas

que se ocupam da modificação e organização do espaço e de sua valoração e uso no tempo, com o

fim de torná-lo habitável pelo homem, entendendo o homem como parte de um modelo social, em

um determinado momento histórico" (SAHOP, 1978).

“O local físico ou lugar onde um organismo vive, e onde obtém alimento, abrigo e condições de

reprodução" (USDT, 1980).

IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais conhecido por sua sigla IBGE, é uma fundação

pública da administração federal brasileira criada em 1934 e instalada em 1936 com o nome de

Instituto Nacional de Estatística; seu fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário Augusto

Teixeira de Freitas. O nome atual data de 1938. A sede do IBGE está localizada na cidade do Rio de

Janeiro, estado do Rio.

O IBGE tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o

que inclui realizar censos e organizar as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das

esferas governamentais federal, estadual e municipal, e para outras instituições e o público em

geral.

Impacto ambiental

Qualquer alteração significativa no meio ambiente em um ou mais de seus componentes provocada

por uma ação humana.

"Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por

qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetem: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (II) as atividades

sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a

qualidade dos recursos ambientais" (Resolução nº 001, de 23.01.86, do CONAMA).

Lago

“Um dos hábitats lênticos (de águas quietas). Nos lagos, as zonas limnéticas e profundas são

relativamente grandes em comparação com a zona litoral" (Odum, 1972).

“Massa continental de água superficial de extensão considerável" (DNAEE, 1976).

"Depressões do solo produzidas por causas diversas e cheias de águas confinadas, mais ou menos

tranqüilas, pois dependem da área ocupada pelas mesmas. As formas, as profundidades e as

extensões dos lagos são muito variáveis. Geralmente, são alimentados por um ou mais 'rios

afluentes'. Possuem também 'rios emissários', o que evita seu transbordamento" (Guerra, 1978).

Lagoa

“Um dos hábitats lênticos (águas quietas) (...) são extensões pequenas de água em que a zona

litoral é relativamente grande e as regiões limnética e profunda são pequenas ou ausentes" (Odum,

1972).

“Pequeno reservatório natural ou artificial" (DNAEE, 1976).

Manancial

Qualquer corpo d'água, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial

ou animal, ou irrigação. "Conceitua-se a fonte de abastecimento de água que pode ser, por

exemplo, um rio um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol freático ou do lençol

profundo" (CETESB, s/d).

Medidas mitigadoras

São aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua magnitude. Nestes casos, é

preferível usar a expressão 'medida mitigadora' em vez de 'medida corretiva', também muito usada,

Page 47: apostilaPTCC1EDA2016

47

uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não podem ser evitados, podem

apenas ser mitigada ou compensada.

Meio ambiente, Ambiente

Apresentam-se, para meio ambiente, definições acadêmicas e legais, algumas de escopo limitado,

abrangendo apenas os componentes naturais, outras refletindo a concepção mais recente, que

considera o meio ambiente um sistema no qual interagem fatores de ordem física, biológica e sócio-

econômica.

SEADE

A Fundação Seade é, hoje, um dos mais especializados centros nacionais de produção e

disseminação de pesquisas, análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas. Descendente da

Repartição de Estatística e Arquivo do Estado, criada em 1892, transformou-se em Fundação, em

dezembro de 1978.

Vinculada à Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo, a Fundação

Seade é hoje um centro de referência nacional na produção e disseminação de pesquisas, análises e

estatísticas socioeconômicas e demográficas, sendo responsável pela criação de uma inovadora série

de procedimentos e metodologias nesses campos. Sua extensa linha de produtos e serviços busca

sempre oferecer à comunidade e especialmente aos agentes públicos um quadro de informações

atualizado e indispensável à compreensão da realidade paulista.

A origem da Fundação Seade remonta ao final do século XIX, quando da criação, em março de

1892, da Repartição da Estatística e Arquivo do Estado.

Subordinada à Secretaria do Interior, incorporou aquela Repartição um importante patrimônio de

informações estatísticas, publicadas com maior regularidade a partir de 1888, e passou desde então

a ser responsável "pelos originais de toda documentação administrativa e de interesse público para

o Estado de São Paulo, bem como por todos os serviços de estatística e cartografia oficiais ou

entregues por particulares”.

Em 1936, a Convenção Nacional de Estatística, ratificada por todos os Estados brasileiros,

estabeleceu a obrigatoriedade da publicação padronizada e regular de anuários estatísticos

estaduais. Para articular e sistematizar a produção necessária criou-se em São Paulo o

Departamento Estadual de Estatística - DEE. Regulamentado por decreto de outubro de 1938, o DEE

assumiu os serviços antes respondidos pela Repartição da Estatística e do Arquivo e passou a ser o

novo órgão central de estatísticas estaduais.

Entre 1938 e 1947, o Departamento se configura como uma instituição moderna para os padrões

técnicos da época. Em virtude da II Grande Guerra Mundial, a estatística torna-se essencial para as

diretrizes do governo. É nesse período que são lançados o Anuário Estatístico do Estado de São

Paulo e o Boletim do Departamento Estadual de Estatística.

Em 1950, outra mudança: o DEE dá lugar ao Departamento de Estatística do Estado de São Paulo -

DEESP, cuja modesta atuação, desproporcional ao desenvolvimento econômico do Estado, levou-o a

ser absorvido, em 1976, pela Coordenadoria de Análise de Dados - CAD, órgão então responsável

também pela coordenação do Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos, legalmente

instituído no ano anterior, 1975. Em 1978, a Lei nº 1.866, de 4 de dezembro, criou a Fundação

Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade, que em janeiro do ano seguinte teve seus estatutos

aprovados pelo Decreto nº 13.161, ganhando assim existência jurídica e regras definidas de

funcionamento.

Sustentabilidade

Diz-se que uma sociedade ou um processo de desenvolvimento possui sustentabilidade quando por

ele se consegue a satisfação das necessidades, sem comprometer o capital natural e sem lesar o

direito das gerações futuras de verem atendidas também as suas necessidades e de poderem

herdar um planeta sadio com seus ecossistemas preservados.

Talude

Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno.

Tombamento

“Forma de intervenção do Estado na propriedade privada, limitativa de exercício de direito de

utilização e de disposição, gratuita, permanente e indelegável, destinada à preservação, sob regime

especial de cuidados, dos bens de valor histórico, arqueológico, artístico ou paisagístico. Os bens

tombados móveis ou imóveis permanecem sob domínio e posse particulares, mas sua utilização

passa a ser disciplinada" (Moreira Neto, 1976).

“É a declaração, pelo Poder Público, do valor histórico, artístico, paisagístico ou científico de coisas

que, por essa razão, devem ser preservadas de acordo com a inscrição no livro próprio. É ato

administrativo do órgão competente e não função abstrata da lei. A lei estabelece normas para o

tombamento, mas não o faz. O tombamento pode acarretar uma restrição individual, reduzindo os

direitos do proprietário, ou uma limitação geral, quando abrange uma coletividade, obrigando a

Page 48: apostilaPTCC1EDA2016

48

respeitar padrões urbanísticos ou arquitetônicos, como ocorre com o tombamento de núcleos

históricos" (Meireles, 1976).

Transgênicos

São plantas criadas em laboratório com técnicas da engenharia genética que permitem "cortar e

colar" genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua

estrutura natural a fim de obter características específicas. Não há limite para esta técnica; por

exemplo, é possível criar combinações nunca imaginadas como animais com plantas e bactérias.

Zoneamento

“A destinação, factual ou jurídica, da terra a diversas modalidades de uso humano. Como instituto

jurídico, o conceito se restringe à destinação administrativa fixada ou reconhecida" (Moreira Neto,

1976).

“É o instrumento legal que regula o uso do solo no interesse do bem estar coletivo, protegendo o

investimento de cada indivíduo no desenvolvimento da comunidade urbana" (Gallion apud Ferrari,

1979).

“É o instrumento legal de que dispõe o Poder Público para controlar o uso da terra, as densidades

de população, a localização, a dimensão, o volume dos edifícios e seus usos específicos, em prol do

bem estar social" (Carta dos Andes apud Ferrari, 1979).

Zoneamento ambiental

Em trabalho realizado pelo corpo técnico da FEEMA em 1982, definiu-se zoneamento ambiental

como "a integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos usos do

solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais identificados".

O zoneamento ambiental foi declarado como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente (inciso II, artigo 9º, Lei nº 6.938, de 31.08.81). A Constituição do Estado do Rio de

Janeiro, de 1989, determina que o Estado, com a participação dos municípios e da comunidade,

promoverá o zoneamento ambiental do seu território (art. 263). Na maioria dos demais estados

brasileiros, o zoneamento ambiental também faz parte dos preceitos constitucionais. O zoneamento

ambiental tem sido utilizado como parte dos planos diretores de manejo das áreas de proteção

ambiental, criadas a partir de 1981.

Exercício 7 1. Elaborar um projeto residencial que atenda a NBR 9050/2015. Adotar o projeto da Casa da Sogra.

Exercício 8 Forme um grupo de 3 alunos e elabore um seminário sobre os temas (serão sorteados) abaixo em

Power Point e apresente para a sala de aula. Cada grupo terá 20 minutos para apresentação.

1. Planejamento urbano e o plano diretor. Adotar como exemplo as características das cidades

de Brasília.

2. Planejamento urbano e o plano diretor. Adotar como exemplo as características das cidades

de Curitiba.

3. O Estatuto da cidade. Adotar como exemplo cidades que fizeram bom uso das leis

urbanísticas.

4. Autossegregação (condomínios fechados). Adotar como exemplo as características das

cidades de São Paulo e Campinas.

5. Esvaziamento das áreas centrais das cidades contemporâneas e gentrificação. Adotar como

exemplo as características das cidades de São Paulo e Salvador.

6. Novas cidades. Adotar como exemplo as características da cidade de Dubai.

7. O papel do arquiteto/urbanista no planejamento urbano. Exemplo: Haussman em Paris.

8. Como organizar as moradias, o comércio, os serviços de educação e saúde nas nossas

cidades? Exemplo Texto 2 dessa apostila.

9. Mobilidade urbana. Adotar como exemplo as características da cidade de Londres.

10. O futuro de nossas cidades. Adotar como exemplo as características da cidade de Tóquio no

Japão.

11. Estudo de impacto de Vizinhança. Adotar o caso Ecolife em Campinas.

12. Operações Consorciadas. Adotar o caso Nova Luz em SP.

13. Estudo de Impacto Ambiental e Rima. Adotar um caso de hidrelétrica ou rodovia.

14. NBR 9050:2015. Adotar um bom exemplo e outro péssimo em local público.

Page 49: apostilaPTCC1EDA2016

49

15. IPTU progressivo no tempo. Exemplificar com um caso em SP.

16. Exemplos de boas práticas em canteiros de obras. Exemplo exposto no Texto 1 dessa

apostila.

REFERÊNCIAS PARA CONSULTA

DUARTE, Fábio. Planejamento urbano. Curitiba: Ibpex, 2011.

FILHO, Candido Malta Campos. Reinvente seu bairro: Caminhos para você participar do

planejamento de sua cidade. São Paulo: Editora 34, 2010.

HARVEY, David. Espaços de esperança. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

WALL, Ed; WATERMAN, Tim. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.

A IMPLANTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA

1. ESTUDO PRELIMINAR DO CANTEIRO DE OBRA

a) Estudo Preliminar do Canteiro de Obras:

No estudo preliminar do Canteiro de Obras, ainda na fase de planejamento, diversos itens de

vital importância devem ser considerados. Entre eles:

- Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas

Concessionárias, as informações necessárias.

- Localização e dimensionamento, em função do volume da Obra, de áreas para armazenamento de

materiais a granel (areia, brita, etc.).

- Localização e dimensionamento, em função do efeito máximo previsto para a Obra, das Áreas de

Vivência, com as seguintes instalações:

Sanitários.

Vestiários.

Alojamento.

Local de Refeições.

Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições).

Lavanderia.

Área de Lazer.

Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50

(cinquenta) ou mais trabalhadores.

b) Localização e dimensionamento das centrais de:

Massa (betoneira).

Minicentral de concreto, quando houver.

Armação de Ferro.

Serra Circular.

Armação de forma.

Pré-montagem de Instalações.

Soldagem e Corte a Quente.

Outras.

c) Localização e dimensionamento dos Equipamentos de Transporte de Materiais e Pessoas:

Grua.

Elevador de Transporte de Materiais (Prancha).

Elevador de Passageiros (Gaiola).

d) tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.

e) Verificação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.

f) Análise cronológica da instalação do Canteiro e das atividades de Máquinas e Equipamentos fixos,

para determinar, com antecedência, sua disposição e construção.

Page 50: apostilaPTCC1EDA2016

50

2. FASE E IMPLANTAÇÃO

a) Considerações Gerais

Na implantação de um Canteiro de Obras, deve-se procurar evitar, ao máximo, o

deslocamento das instalações durante a execução do projeto, evitando desperdício de material e

mão-de-obra.

Em terrenos de área reduzida, particularmente nos grandes centros urbanos, é muitas vezes

necessária a implantação de um Canteiro de Obras inicial, com muitas deficiências e pouco conforto

para os trabalhadores.

Nestes casos, somente após a desforma de duas ou três lajes, poderá a administração da

obra implantar um canteiro em condições satisfatórias.

b) Áreas de Vivência

O Canteiro de Obras deve dispor de:

1) Instalações Sanitárias: As instalações sanitárias devem:

a) Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de modo a manter o

resguardo conveniente.

b) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150m (cento e cinqüenta

metros) de distância do posto de trabalho.

c) Ser constituídas de:

Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada grupo de 20 (vinte)

trabalhadores ou fração.

Um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração. A fim de estimar a área

necessária para as instalações sanitárias, devem ser considerados:

Número máximo de trabalhadores na obra.

Para cada vaso sanitário: 1,00m2.

Para cada chuveiro: 0,80m2.

Para lavatório, espaçamento: 0,60m2.

Para mictório, espaçamento: 0,60m2.

2) Vestiário

Todo Canteiro de Obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores que não

residam no local. Os vestiários devem:

Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.

Ter bancos, com largura mínima de 0,30cm (trinta centímetros).

3) Alojamento

O alojamento do Canteiro de Obras deve:

Ter área mínima de 3,00m2 (três metros quadrados) por módulo cama/armário, incluindo a

circulação.

Ter no máximo duas camas na vertical (beliche).

Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de higiene, e cobertor, quando

as condições climáticas o exigirem.

Ter armários duplos, individuais.

É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no alojamento, na proporção de 1

(um) bebedouro para cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração.

4) Local para as refeições

É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:

Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e

com assentos em número suficiente para atender os usuários.

Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.

Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da cozinha, deve haver

local exclusivo para o aquecimento das refeições.

5) Cozinha, (quando houver preparo de refeições)

Quando houver Cozinha no Canteiro de Obras, ela deve:

Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.

Page 51: apostilaPTCC1EDA2016

51

Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso exclusivo dos

encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios.

Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.

6) Lavanderia

Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o trabalhador alojado possa

lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Neste local deve ter tanques individuais ou

coletivos em número adequado.

7) Área de Lazer

Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser usado o local de

refeições para este fim.

8) Ambulatório

As frentes de trabalho com 50 (cinqüenta) ou mais trabalhadores devem ter um ambulatório. Neste

ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de Primeiros Socorros, conforme as

características da atividade desenvolvida. Este material deve ser mantido guardado e aos cuidados

de pessoa treinada para este fim.

9) Disposições Finais

Nas áreas de Vivência dotadas de alojamento, deve ser solicitada à Concessionária local a instalação

de um telefone comunitário ou público.

É obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta de trabalho e sua reposição,

quando danificada.

c) Escritórios e Depósitos

O escritório é uma construção, normalmente de madeira, cujo acabamento é feito com maior ou

menor esmero, conforme a previsão do prazo de funcionamento no local ou das características da

obra. Compõem-se, geralmente, de dependências para os seguintes elementos da Administração da

Obra:

1) Engenharia (Gerentes e Engenheiros).

2) Estagiários e Técnicos.

3) Mestre-de-Obras.

4) Encarregado de Escritório e Auxiliares.

5) Segurança do Trabalho.

6) Ambulatório.

7) Sanitários.

8) Encarregados.

É comum prever-se uma sala de reuniões, destinada a estudar o planejamento e a coordenador os

serviços, além de controlar sua execução e desenvolvimento. De preferência, os escritórios do

Engenheiro e Mestre-de- Obras devem ter visão para o Canteiro de Obras.

Na sala do Encarregado de Escritório, deve ficar uma relação de telefones de emergência, e no caso

de a Obra não comportar enfermaria, ficar também um estojo de Primeiros Socorros.

A sala da Segurança do Trabalho deve atender também aos elementos de apoio da Obra, tais como:

Assistente Social do Trabalho, Psicóloga do Trabalho, Nutricionista, etc.

d) Portaria

A Portaria da Obra deve ficar junto à porta de acesso do pessoal e ser suficientemente ampla para

manter um estoque de EPI, a ser fornecido aos visitantes.

A guarita deve ser localizada de modo que o vigia possa controlar os acessos da Obra.

O Encarregado ou Chefe da Portaria, além de anotar o nome e a identidade dos visitantes, não deve

permitir a sua entrada na Obra, sem os Equipamentos de Proteção Individuais determinados pelas

normas da empresa, e deve consultar a administração ou gerência da Obra, para autorização do

acesso aos visitantes.

e) Almoxarifado

O almoxarifado deve ser construído, de preferência, separado dos escritórios, porém nas suas

proximidades e mantido limpo e arrumado. Deve também ficar próximo das entradas e ser

localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos materiais pelo canteiro.

Os depósitos são locais destinados a estocagem de materiais volumosos ou de uso corrente,

podendo ser a céu aberto ou cercados, para possibilitar o controle.

Page 52: apostilaPTCC1EDA2016

52

EXERCÍCIOS DE REVISÃO E REFORÇO DOS CONHECIMENTOS PARA A AVALIAÇÃO

INTERDISCIPLINAR

1. Dê a área iluminante de um galpão comercial com 120,00 m2.

2. A partir dos resultados da questão no. 1, calcule as áreas iluminantes e ventilantes dos

seguintes ambientes:

a. banheiro masculino com 3,00m2;

b. banheiro feminino com 3,80m2;

c. depósito com 4,00 m2;

d. cozinha com 4,20m2.

d. escritório com 10,00m2.

3. Com os resultados das questões no. 1 e 2, responda:

a. A taxa de ocupação se forem dados: Terreno: 540,00 m2 e área construída de 342,00 m2;

b. Elabore abaixo o quadro explicativo de áreas iluminantes e ventilantes.

Quadro de Áreas Iluminantes e Ventilantes - m2

Dependências Área do Piso - m2

A.

Iluminantes

A.

Ventilantes Esquadrias - m

exig. proj. exig. proj. comp. alt. peit.

Banheiro Feminino 0,80 0,80 1,50

Banheiro Masculino 0,80 0,80 1,50

Depósito 2,00 1,00 0,90

Cozinha 2,50 1,20 0,90

Vestiário 2,20 1,20 0,90

Escritório 2,00 1,20 0,90

3. Complete o quadro abaixo:

Termos

Técnicos

Definição

Habite-se

Leis de uso

e ocupação

do solo

Area non

aedificandi

5. Os pés-direitos, áreas mínimas e áreas ventilantes não poderão ser inferiores aos estabelecidos

pelo Decreto Estadual 12.342/78, e são respectivamente:

a. salas de estar:_____________, _________________ e _________________.

Page 53: apostilaPTCC1EDA2016

53

b. sala de TV: ______________, ________________e ________________.

c. casas com 2 dormitórios: ______________, ___________________ e ________________.

d. salas para comércio: _________________, __________________ e _________________.

e. banheiros completos: ________________, _______________ e ________________.

6. As dimensões mínimas estabelecidas pelo Decreto Estadual são para as residências:

a. largura de sanitários completos:

b. área de cozinha:

c. corredor interno:

7. Nos projetos deveremos representar as partes com as seguintes cores conforme o Decreto

Estadual 12.342/78:

a. à manter:

b. à construir:

c. `a demolir:

8. Os compartimentos abaixo deverão ter áreas mínimas e áreas iluminantes para os seguintes

cômodos, respectivamente:

a. cozinhas: _____________ e _____________________.

b. dormitório para empregada: _________________ e _____________.

9. Conforme o Decreto Estadual 12.342/78:

Quando se tratar de 01 dormitório além da sala deverá ter_________________, quando se

tratar de dois_________________ e quando se tratar de três dormitórios

__________________.

10. Os projetos deverão compreender as seguintes partes gráficas conforme consta no Decreto

Estadual 12.342/78:

a.

b.

c.

d.

e.

f.

g.

Page 54: apostilaPTCC1EDA2016

54

TEXTOS, ENTREVISTAS, LEIS, DECRETOS, ETC.

Texto 1: Avaliação ambiental - Edição 133 - abril de 2008, Revista Téchne.

Atualmente, os conceitos relativos à sustentabilidade, decorrentes do aumento da

conscientização global sobre o assunto, estão influenciando cada vez mais as sociedades do planeta.

Questões como os impactos negativos gerados ao meio ambiente e as crescentes desigualdades

socioeconômicas passaram a ser abordadas em todas as escalas governamentais e privadas.

No setor da construção civil, especificamente, destacam-se as preocupações voltadas aos

impactos ambientais gerados pelas edificações, principalmente durante as fases de construção e

uso. Resultados de pesquisas mostram que, em algumas cidades do Estado de São Paulo, mais da

metade do volume diário de resíduos coletados são oriundos da construção civil. Nos países do

hemisfério Norte, a maior parte do consumo de energia é decorrente da climatização das

edificações.

Nesse contexto, a partir da década de 1990, muitos países desenvolveram mecanismos para a

avaliação do desempenho ambiental de edifícios por meio de processos de certificação voluntária,

com grande abrangência temática, enfatizando, porém, os aspectos que representam os maiores

desafios ambientais locais.

Um edifício com alto desempenho ambiental deve impactar pouco o meio ambiente, propiciando

boas condições de conforto e salubridade para os usuários. Dessa forma, deve-se considerar, entre

outros: baixo consumo de energia para ar-condicionado e iluminação; racionalização do consumo de

água potável (foto 1); uso de sistemas construtivos e execução da obra de modo a minorar a

geração de resíduos; localização do empreendimento de forma a facilitar o seu acesso pelos

usuários; não-perturbação da vizinhança, principalmente durante a obra, como cuidados no

espalhamento de poeira e outros (foto 2) .

Sistemas de avaliação ambiental de edifícios

A maioria dos sistemas de avaliação ambiental de edifícios baseia-se em indicadores de

desempenho que atribuem uma pontuação técnica em função do grau de atendimento a requisitos

relativos aos aspectos construtivos, climáticos e ambientais, enfocando o interior da edificação, o

seu entorno próximo e a sua relação com a cidade e o meio ambiente global.

Page 55: apostilaPTCC1EDA2016

55

Esses indicadores possuem ponderações, explícitas ou não, que retratam os principais

problemas ambientais locais. Por exemplo, se em determinada região há altas taxas de geração de

resíduos na execução de edifícios, os critérios adotados em um mecanismo dessa natureza

incentivam a diminuição dessa geração, cabendo ao construtor escolher a melhor forma de atender

a essa exigência, seja pela melhor gestão do empreendimento ou pelo emprego de sistema

construtivo mais racionalizado.

Os métodos de avaliação possuem aspectos conceituais em comum na busca pela melhoria do

desempenho ambiental dos edifícios, que podem ser refletidos, de maneira simplificada, pelos seguintes aspectos principais:

Impactos do Empreendimento no Meio Urbano, onde há itens sobre os incômodos gerados

pela execução, acessibilidade, inserção urbana; erosão do solo, espalhamento de poeira,

entre outros (foto 5);

Materiais e Resíduos, compreendendo gestão de resíduos no canteiro e uso do edifício,

emprego de madeira e agregados com origem legalizada, geração e correta destinação de

resíduos, emprego de materiais de baixo impacto ambiental, reúso de materiais (fotos 3 e 4);

Uso Racional da Água, visando à economia de água potável, como uso de equipamentos

economizadores, acessibilidade do sistema hidráulico, captação de água de chuva,

tratamento de esgoto etc.;

Energia e Emissões Atmosféricas, que analisam a eficiência da envoltória, do sistema de ar-

condicionado e iluminação artificial, entre outros assuntos e;

Conforto e Salubridade do Ambiente Interno, considerando a qualidade do ar e o conforto

ambiental.

Page 56: apostilaPTCC1EDA2016

56

Texto 2: Bairro popular, Revista Infraestrutura

Urbana, PINI.

Planejamento urbanístico, equipamentos públicos, variedade de tipologias e soluções técnicas e de

infraestrutura para minimizar o impacto ambiental são os diferenciais de conjunto residencial

popular construído em Cubatão (SP). Por Marina Pita.

Quando for completamente concluído, em junho de 2012, o conjunto residencial Rubens Lara

receberá, em Cubatão (SP), mais de 1,8 mil famílias retiradas de áreas de proteção ambiental e com

risco de desabamento da Serra do Mar, por onde passam as principais rodovias que ligam a capital

ao litoral do Estado de São Paulo. Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano

do Estado de São Paulo (CDHU), responsável pelo empreendimento, o projeto executado em uma

área de 19,7 hectares procura combinar a necessidade de baixo custo de implementação com o

atendimento a itens de sustentabilidade.

Projeto conta com mais de 28 mil m2 de área verde, ciclovia, escola e

sistema de transporte público local.

Os diferenciais do empreendimento começam pelo projeto urbanístico, desenvolvido para

integrá-lo aos bairros vizinhos. O conjunto Rubens Lara foi projetado com uma grande espinha

dorsal, atravessada por uma via que liga as duas maiores avenidas dos bairros vizinhos: Jardim São

Luís e ao Jardim Casqueiro.

FICHA TÉCNICA

Área do terreno: 197.456,04 m²

Área construída: 140.503,80 m² Ano do projeto: 2007 Previsão de conclusão da obra: junho de 2012 Capacidade: 1.840 famílias Arquitetura: Levisky Arquitetos Associados e Eduardo Martins Ferreira Arquitetos Gerenciadora: Consórcio Cobrape Engevix Construtora: Schahin Engenharia Engenharia: Humberto Emmanuel Schmidt Oliveira, superintendente de obras da Serra do Mar da CDHU; Eduardo Baldacci, gestor do programa de eficiência energética da CDHU; Marcelo Prado, gerente de obras da Serra do Mar da CDHU; Gil Scatena, assessor de sustentabilidade da CDHU

"Essa integração resolve um problema típico de conjuntos habitacionais, que são os

transtornos, para os bairros vizinhos, decorrentes da falta de infraestrutura e de vias adequadas ao

volume de pessoas que esses empreendimentos trazem", explica o engenheiro Humberto Schmidit,

superintendente de obras da CDHU na Serra do Mar. Equipamentos de saúde, educação e transporte

no local também foram previstos e seguem em construção em paralelo aos prédios de moradia.

Outra característica do residencial Rubens Lara é a sua divisão em pequenos conjuntos

habitacionais. As edificações são organizadas em espaços definidos e contam, por exemplo, com

áreas de convivência e churrasqueiras próprias. A CDHU acredita que essa configuração facilita a

relação entre os condôminos e, consequentemente, a manutenção futura dos edifícios.

Page 57: apostilaPTCC1EDA2016

57

As quadras do novo bairro mesclam usos residenciais, comerciais e institucionais. Os

equipamentos públicos institucionais e de lazer previstos no projeto devem atender não apenas o

loteamento, como era feito tradicionalmente, mas toda a vizinhança. Dessa forma, busca-se atender

não apenas as necessidades dos novos moradores, mas também promover a boa convivência e

integração com os habitantes do entorno, além de se estimular a criação de um vínculo com o novo

local de assentamento.

Ao todo, o conjunto habitacional terá oito áreas verdes - cinco delas com áreas de lazer e

instalações esportivas de uso público. São quiosques, playgrounds, ciclovias, campos de futebol de

areia, pistas de bocha, rampas de skate e outros equipamentos adaptados à cultura local para

integrar o empreendimento à vizinhança já consolidada. Uma ciclovia contorna todo o conjunto e faz

a divisa com a área protegida de mangue vizinha ao empreendimento.

Entre as peculiaridades do residencial estão a diversidade de tipologias e a convivência entre

construções horizontais e verticais, algo raro em conjuntos habitacionais que buscam a padronização

de layouts e a consequente redução de custos. O empreendimento da CDHU em Cubatão conta com

edifícios de apartamentos com elevador, sem elevador e casas (sobrados) sobrepostas. Neste

projeto, a companhia também passou a trabalhar com o terceiro dormitório e a área útil da moradia

passou de 42 m² para 64 m². Outra novidade é a concepção dos apartamentos do piso térreo com

base nas exigências do desenho universal, que os torna mais adequados às necessidades das

pessoas com mobilidade limitada. Uma equipe da CDHU faz um trabalho de levantamento e

cruzamento de informações que resulta na seleção e direcionamento de cada família à tipologia mais

adequada às suas necessidades.

Page 58: apostilaPTCC1EDA2016

58

Durante a execução do projeto, a companhia também adotou práticas de construção

sustentável, como a reciclagem do lixo no canteiro de obras, reaproveitamento de água da chuva e

reutilização dos resíduos sólidos quando possível. Parte do material gerado com a demolição de 5,3

mil moradias, cerca de 70 mil m³ de resíduos, foi usada no reforço de base de pavimentação, aterro

de valas e em muros de pedras argamassadas.

Onde encontrar recursos para eficiência energética

A CDHU procurou a concessionária de energia elétrica para arrecadar recursos financeiros e

viabilizar o sistema de aquecimento solar da água do residencial Rubens Lara. A solução se baseia

na lei 9.991/2000, que obriga as concessionárias a investir pelo menos 0,5% de seu faturamento

em programas de eficiência energética e 0,5% em pesquisa e desenvolvimento na área. Por isso, é

possível estabelecer convênios com as empresas antes de elas submeterem seus projetos à Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor e deve aprová-los antes da execução.

Diferentemente da padronização de layouts de conjuntos residenciais econômicos, o Rubens Lara viabilizou tipologias variadas e construções horizontais e verticais

Page 59: apostilaPTCC1EDA2016

59

Soluções de projeto

Pisos drenantes

A drenagem na região do conjunto residencial

Rubens Lara é um problema crônico. O nível elevado

do lençol freático e o movimento das marés

comprometem os sistemas de captação e escoamento,

e o sistema público invariavelmente assoreado.

O projeto do empreendimento empregou

soluções para favorecer a drenagem no próprio

terreno. Uma delas é a ampla cobertura de áreas

verdes - 28.224 m², 14,29% da área total -

especialmente grande para o padrão em habitação

popular. Outra iniciativa foi o uso de piso drenante em

todas as áreas pavimentadas de circulação de

pedestres e de veículos, públicas e condominiais. A

opção foi pelo piso intertravado em pré-moldado de

concreto de quatro e 16 faces. O piso articulado também se adapta melhor às deformações do

pavimento, assentado sobre solo de baixa resistência

que apresenta acomodações com o uso.

Medição individualizada de água

A CDHU adotou a medição individualizada e

remota de água para que cada unidade habitacional

pague apenas o que consumiu. Isso evita desacordos

entre condôminos em casos de inadimplência; ajuda no

controle do consumo, pois quem gasta menos paga

menos; e auxilia na identificação de fraudes e

vazamentos.

No projeto piloto da CDHU, a redução no

consumo de água foi de 30%, não só pela mudança no

comportamento do usuário, mas também pela

identificação mais precisa das perdas na rede hidráulica proporcionada pela tecnologia.

Um medidor de água é instalado em cada apartamento e, por meio de um sistema de

comunicação por radiofrequência, envia os dados para uma central instalada na guarita de cada

condomínio. A solução dispensa o deslocamento do leiturista até o local de consumo, garantindo

segurança para o consumidor, agilizando a leitura e aumentando a confiabilidade do trabalho de

medição feito pela concessionária.

Os sistemas de medição individualizada são aprovados pela ProAcqua, um programa da

Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e do Centro de Desenvolvimento e

Documentação da Habitação e Infraestrutura Urbana (Cediplac), que mantém convênio com a Escola

Politécnica da USP.

Esquadrias

No projeto foram especificadas esquadrias de alumínio

com pintura eletrostática de cor branca. As janelas têm

quatro folhas de correr nas áreas de longa

permanência - sendo quatro vidros internos e quatro

venezianas nas áreas dos dormitórios - para permitir

maior ventilação e iluminação. As tipologias mais

comuns da CDHU têm janelas com 1,40 m x 1,20 m

nas salas e dormitórios, mas no residencial Rubens

Lara as janelas têm 2,00 x 1,20 m.

Este critério de esquadrias foi usado nas

tipologias multifamiliar e de blocos de casas geminadas

e sobrepostas do projeto. Nas unidades com desenho

universal e em algumas unidades do térreo dos

edifícios, por exigência da norma NBR 9050:2004, os peitoris têm 60 cm nas áreas de estar, para

dar maior visibilidade do exterior para cadeirantes.

Page 60: apostilaPTCC1EDA2016

60

Ventilação para gás encanado

Atendendo às exigências da companhia de abastecimento de gás,

foram instaladas venezianas nas portas dos shafts e na alvenaria

para garantir ventilação das prumadas de gás dos prédios de cinco

e nove andares. Nos edifícios assobradados há uma abertura de

ventilação na parede externa da área de serviço, integrada

à cozinha, para ventilação do ambiente em caso de vazamento de

gás. O dimensionamento dos vãos de ventilação foi definido pela concessionária.

Pastilha de vidro

Em geral as fachadas das construções da CDHU são apenas

pintadas. No residencial Rubens Lara, os edifícios receberam

revestimento de pastilhas, que demanda menos manutenção que

a pintura, de acordo com a companhia. O consumo de energia na

produção da tinta, no planejamento e na execução da repintura,

além da emissão de CO2 no transporte de materiais e mão de obra

são alguns dos itens considerados no comparativo. Em vez da

especificação da pastilha cerâmica, mais comum nestes casos, a

opção neste caso foi pela pastilha de vidro reciclado, que, segundo

a CDHU, reforça o caráter sustentável do empreendimento e é mais barato do que o material tradicional.

Acessibilidade

Algumas unidades habitacionais do residencial estão

totalmente equipadas para receberem pessoas com

restrições de locomoção. Localizadas no térreo dos

edifícios de cinco andares, contam com itens adicionais

como barras de segurança nos banheiros e portas de

correr. O critério da CDHU é destinar, pelo menos, 2%

das unidades para este público. Os edifícios de cinco

pavimentos originalmente não possuem elevadores,

mas eles poderão ser instalados posteriormente, se os

moradores desejarem.

Nas áreas de uso comum, públicas e

condominiais, não há degraus ou obstáculos

que impeçam a circulação de cadeirantes. E um

projeto de mobilidade urbana foi desenvolvido para as

ruas do empreendimento e para o sistema viário

limítrofe, de forma a organizar a circulação de

pedestres e veículos sem conflitos nas travessias, além de disciplinar a implantação dos

equipamentos e mobiliário urbano.

Page 61: apostilaPTCC1EDA2016

61

Revestimentos cerâmicos em todos os cômodos

Como o morador de baixa renda tem dificuldades em fazer melhorias

e investir na manutenção de sua residência, as unidades foram

entregues com pisos cerâmicos em todos os cômodos e azulejos nos

banheiros. O uso de revestimentos mais resistentes e duráveis visa

melhorar a qualidade das habitações e reduzir custos e frequência de

manutenção. As cerâmicas usadas têm 35 cm x 35 cm e os azulejos 25 cm x 35 cm.

Telha branca

A cobertura dos edifícios do residencial Rubens Lara

conta com telhas onduladas de fibrocimento - sem

amianto - de 8 mm de espessura. O material atende às

recomendações do programa One Degree Less, do

Green Building Council Brasil, que incentiva o uso de

telhados pintados na cor branca para refletir os raios

solares e, dessa maneira, diminuir o efeito das ilhas de

calor urbanas. A pintura foi feita com uma mistura à

base de cal, água e resina acrílica aplicada sobre as telhas umedecidas. Atualmente, no entanto, a

CDHU afirma que alguns fornecedores já estão entregando as telhas em cores claras e até brancas pelo mesmo preço.

Aquecimento solar da água

O conjunto residencial conta com coletores solares e

reservatórios de água quente individualizados. A

circulação da água entre os coletores de calor e os

reservatórios térmicos ocorre naturalmente por efeito

de termossifão (diferença de densidade entre a água

fria e a quente), dispensando bombas elétricas. Para

evitar problemas no tempo de recebimento da água

quente, os reservatórios dos andares baixos estão

mais próximos da prumada de descida. Assim, o

tempo médio de espera nos pontos de consumo é de

30 segundos. Todas as unidades contam com um

chuveiro elétrico comum de 4.500 W, que os

moradores acionam no caso de eventual insuficiência

do sistema de aquecimento solar.

O sistema de aquecimento solar com distribuição

individualizada requer uma área de telhado adequada.

A CDHU entende que prédios de até seis andares

comportam o número de equipamentos para

individualização. Em edifícios mais altos - de sete a

nove andares - é usado o sistema com reservatório coletivo.

Page 62: apostilaPTCC1EDA2016

62

DECRETO ESTADUAL 12.342/78 PRIMEIRA PARTE Saneamento

LIVRO I Saneamento Ambiental e Organização Territorial TITULO ÚNICO Artigo 1.º - O Saneamento Ambiental e Organização Territorial serão tratados em Normas Técnicas Especiais. LIVRO II Saneamento Básico

TÍTULO I

Sistemas de Abastecimento de Água e Disposição de Esgotos

Artigo 2.º - Todo e qualquer serviço de abastecimento de água ou de coleta e disposição de esgotos deverá sujeitar-se ao controle da autoridade sanitária competente.

Artigo 3.º - Os projetos de sistemas de abastecimento de água e de coleta e disposição de esgotos deverão ser elaborados em obediência às normas e especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e às normas e especificações adotadas pelo órgão técnico encarregado de aprová-los.

Artigo 4.º - Nos projetos e obras de sistemas de abastecimento de água deverão ser obedecidos os seguintes princípios gerais, independentemente de outras exigências técnicas estabelecidas em normas e especificações:

I - a água distribuída obedecerá aos padrões de potabilidade estabelecidos pela autoridade competente;

II - as tubulações, peças especiais e juntas deverão ser de tipos e materiais aprovados pela ABNT, tendo em vista conservar inalteradas as características da água transportada;

III - para fins de desinfecção ou de prevenção contra contaminações, à água distribuída deverá ser adicionado, obrigatoriamente, teor conveniente de cloro ou equivalente em seus compostos. A juízo da autoridade sanitária competente, poderão ser adotados, com a mesma finalidade, outros produtos ou processos, desde que utilizados, para esse fim, teores e aparelhamentos apropriados;

IV - a fluoretação da água distribuída obedecerá às normas expedidas pelos órgãos competentes;

V - em qualquer ponto dos sistemas de abastecimento, a água natural ou tratada deverá estar suficientemente protegida.

Artigo 5.º - É vedada a instalação de tubulações de esgoto em locais onde possam representar risco de contaminação de água potável.

Artigo 6.º - Sempre que os sistemas públicos não tiverem condições de atendimento, os conjuntos habitacionais e as unidades isoladas deverão possuir sistemas de abastecimento de água e sistema de esgotos, aprovados pela autoridade competente.

Artigo 7.º - A disposição de esgotos nas praias e nos corpos de água, bem como em áreas adjacentes ou de influência, só

poderá ser feita de modo a não causar riscos à saúde.

TÍTULO II

Instalações Prediais de Água e Esgotos

Artigo 8.º - As instalações prediais de água e esgotos deverão seguir as normas e especificações da ABNT e aquelas adotadas pelas entidades responsáveis pelos sistemas, às quais caberá fiscalizar estas instalações, sem prejuízo da fiscalização exercida pela autoridade sanitária.

§ 1.º - As normas referidas neste artigo deverão atender ao estabelecido no presente Regulamento e ser submetidas à apreciação da autoridade sanitária competente, sempre que solicitadas.

§ 2.º - A autoridade sanitária poderá estabelecer que as normas sejam revistas na forma que indicar, bem como solicitar informações sobre a fiscalização das instalações.

Artigo 9.º - Todo prédio deverá ser abastecido de água potável em quantidade suficiente ao fim a que se destina, e dotado de dispositivos e instalações adequados destinados a receber e a conduzir os despejos.

§ 1.º - Onde houver redes públicas de água ou de esgotos, em condições de atendimento, as edificações novas ou já existentes serão obrigatoriamente a elas ligadas e por elas respectivamente abastecidas ou esgotadas.

§ 2.º - É vedada a interligação de instalações prediais internas entre prédios situados em lotes distintos.

Artigo 10 - Sempre que o abastecimento de água não puder ser feito com continuidade e sempre que for necessário para o bom funcionamento das instalações prediais, será obrigatória a existência de reservatórios prediais.

Page 63: apostilaPTCC1EDA2016

63

§ 1.º - A capacidade mínima dos reservatórios prediais, adicional à exigida para combate a incêndios, será equivalente ao consumo do prédio durante vinte e quatro horas e calculada segundo os critérios fixados pela ABNT.

§ 2.º - São obrigatórias a limpeza e a desinfecção periódica dos reservatórios prediais, na forma indicada pela autoridade sanitária.

Artigo 11 - Os reservatórios prediais deverão:

I - ser construídos e revestidos com materiais que não possam contaminar a água;

II - ter a superfície lisa, resistente e impermeável;

III - permitir fácil acesso, inspeção e limpeza;

IV - possibilitar esgotamento total;

V - ser suficientemente protegidos contra inundações, infiltrações e penetrações de corpos estranhos;

VI - ter cobertura adequada;

VII - ser equipados com torneira de bóia na tubulação de alimentação, à sua entrada, sempre que não se tratar de reservatório alimentado por recalque;

VIII - ser dotados de extravasor com diâmetro superior ao da canalização de alimentação, havendo sempre uma canalização de aviso, desaguando em ponto perfeitamente visível;

IX - ser providos de canalização de limpeza, funcionando por gravidade ou por meio de elevação mecânica.

Artigo 12 - Não será permitida:

I - a instalação de dispositivos para sucção de água diretamente das redes de distribuição.

II - a passagem de tubulações de água potável pelo interior de fossas, ramais de esgotos, poços absorventes, poços de visita e caixas de inspeção de esgotos, bem como de tubulações de esgoto por reservatórios ou depósitos de água;

III - a interconexão de tubulações ligadas diretamente a sistemas públicos com tubulações que contenham água proveniente de outras fontes de abastecimento;

IV - a introdução, direta ou indireta, de esgotos em conduto de águas pluviais: V - qualquer outra instalação, processo ou atividade que, a juízo da autoridade sanitária, possa representar risco de

contaminação da água potável;

VI - a ligação de ralos de águas pluviais e de drenagem à rede de esgotos, a critério da autoridade competente.

Artigo 13 - A admissão de água nos aparelhos sanitários deverá ser feita em nível superior ao de transbordamento, ou mediante dispositivos adequados, para evitar a aspiração da água do receptáculo para a tubulação de água potável.

Artigo 14 - Os despejos somente serão admitidos às tubulações prediais de esgotos através de aparelhos sanitários de características e materiais adequados e que atendam às normas e especificações da ABNT.

Artigo 15 - É obrigatória:

I - a existência, nos aparelhos sanitários, de dispositivos de lavagem, contínua ou intermitente;

II - a instalação de dispositivos de captação de água no piso dos compartimentos sanitários e nas copas, cozinhas e

lavanderias;

III - a passagem dos despejos das pias da copa e cozinha de hospitais, hotéis, restaurantes e estabelecimentos

congêneres, por caixa de gordura, a critério da autoridade competente.

Parágrafo único - A critério da autoridade sanitária, poderá ser exigida a instalação do dispositivo previsto no inciso II em outros compartimentos ou locais.

Artigo 16 - É proibida a instalação de:

I - pias, sanitários, lavatórios e outros aparelhos sanitários construídos ou revestidos com cimento, madeira, ou outro

material não aprovado pela autoridade sanitária competente;

II - peças, canalizações e aparelhos sanitários que apresentem defeitos ou soluções de continuidade que possam,

acarretar infiltrações, vazamentos ou acidentes.

Artigo 17 – A utilização de privadas químicas será regulamentada em Norma Técnica Especial.

Artigo 18 - Toda habitação terá o ramal principal do sistema coletor de esgotos com diâmetro não inferior a 100 milímetros e provido de dispositivo de inspeção.

Artigo 19 - É expressamente proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais ou resultantes de drenagem nos

ramais prediais de esgotos.

Artigo 20 - Os tanques e aparelhos de lavagem de roupas serão obrigatoriamente ligados à rede coletora de esgotos através de fecho hidráulico.

Page 64: apostilaPTCC1EDA2016

64

Artigo 21 - Os aparelhos sanitários quaisquer que sejam os seus tipos, serão desconectados dos ramais respectivos por meio de sifões individuais, com fecho hidráulico nunca inferior a 5 centímetros, munidos de opérculos de fácil acesso à limpeza ou terão seus despejos conduzidos a um sifão único, segundo a técnica mais aconselhada.

Artigo 22 - Todos os sifões, exceto os auto-ventilados, deverão ser protegidos contra dessifonamento e contrapressão, por

meio de ventilação apropriada.

Artigo 23 - As instalações prediais de esgotos deverão ser suficientemente ventiladas e dotadas de dispositivos adequados para evitar refluxo de qualquer natureza, inclusive:

I - tubos de queda, prolongados acima da cobertura do edifício;

II - canalização independente ascendente, constituindo tubo ventilador.

Parágrafo único – O tubo ventilador poderá ser ligado ao prolongamento de um tubo de queda acima da última inserção do ramal de esgotos.

Artigo 24 - Os poços de suprimento de água considerados inservíveis e as fossas, que não satisfizerem às exigências

deste Regulamento, deverão ser aterrados.

Artigo 25 - A autoridade sanitária poderá estabelecer outras medidas de proteção sanitária, relativas às instalações prediais de águas e esgotos, além das previstas neste Título. TÍTULO III

Condições Gerais

Artigo 26 – Os edifícios, sempre que colocados nas divisas dos alinhamentos, serão providos de calhas e condutores para

escoamento das águas pluviais.

§ 1.º - Para efeito deste artigo excluem-se os edifícios cuja disposição dos telhados orientem as águas pluviais para o seu próprio terreno.

§ 2.º - As águas pluviais provenientes das calhas e condutores dos edifícios deverão ser canalizadas até as sarjetas, passando sempre por baixo das calçadas.

LIVRO III

Saneamento das Edificações

TÍTULO I

Disposições Gerais

Artigo 27 - Nenhuma construção, reconstrução ou reforma de prédio, qualquer que seja o fim a que se destine, poderá ser

autorizada ou iniciada, sem projetos e especificações previamente aprovados pela autoridade sanitária estadual competente.

Parágrafo único - A competência para a aprovação prévia mencionada neste artigo poderá ser delegada à autoridade municipal para determinados tipos de projetos, na forma disposta em Norma Técnica Especial.

Artigo 28 - Nenhum prédio de construção nova ou modificada poderá ser habitado ou utilizado sem o correspondente alvará de habite-se ou de utilização, da autoridade sanitária competente.

Parágrafo único – A expedição de alvará de habite-se, ou de utilização, pela autoridade municipal estará condicionada à manifestação favorável da autoridade sanitária estadual, segundo as condições em que for concedida a delegação prevista no Parágrafo único do artigo anterior.

Artigo 29 – Independem de prévia manifestação das autoridades sanitárias, as construções de habitações unifamiliares do tipo moradia econômica que obedeçam a projetos-tipo padronizados e elaborados pelo Poder Público Municipal, desde que tais projetos-tipo já tenham sido previamente aprovados pelo órgão de engenharia da Secretaria de Estado de Saúde.

§ 1.º - Entende-se por moradia econômica, para os efeitos deste artigo, aquela que assim for considerada pelo Conselho

Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da 6ª Região.

§ 2.º - Ao Poder Público Municipal caberá zelar pelo fiel cumprimento das exigências e especificações constantes dos projetos-tipo, sob pena de ser revista a aprovação prévia concedida pela Secretaria de Estado da Saúde a tais projetos.

Artigo 30 - Se a autoridade sanitária verificar, em qualquer construção, reconstrução ou reforma, a inobservância das disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais, intimará o responsável pela obra a suspender sua execução e solicitará aos poderes municipais as providências de sua alçada.

Artigo 31 - Os projetos deverão compreender as seguintes partes:

I - plantas de todos os pavimentos com a indicação do destino de cada compartimento;

II - elevação das fachadas voltadas para as vias públicas;

III - cortes, transversal e longitudinal;

Page 65: apostilaPTCC1EDA2016

65

IV - planta de locação na qual se indique a posição do edifício a construir, em relação às divisas do lote e às outras construções nele existentes e sua orientação; perfis, longitudinal e transversal do terreno, tomado como referência de nível, o nível do eixo da rua;

V - memoriais descritivos dos materiais, processos e equipamentos a serem empregados na construção, e memorial industrial, quando se tratar de indústria ou fábrica, ou memorial de atividade, nos demais casos.

VI - indicação da forma pela qual os prédios serão abastecidos de água potável e do destino a ser dado às águas residuarias e ao lixo.

§ 1.º - A documentação prevista neste artigo deverá ser complementada com a que for solicitada pela autoridade sanitária, para efeito de proteção à saúde, e, quando for o caso, com aprovação da autoridade competente no que se refere à proteção e defesa do meio ambiente.

§ 2.º - Alterações nos projetos e especificações aprovados só poderão ser feitas mediante aprovação da autoridade sanitária competente.

Artigo 32 - As peças gráficas obedecerão às seguintes escalas: 1:100 para as plantas do edifício; 1:50 ou 1:100 para cortes e fachadas; 1:200 para planta de locação e perfis do terreno. Outras escalas só serão usadas quando justificadas tecnicamente.

§ 1.º - As escalas não dispensam o emprego de cotas para indicar as dimensões dos diversos compartimentos, pés-direitos e posição das linhas limítrofes.

§ 2.º - Nos projetos de reforma, acréscimo ou reconstrução serão representados:

I - a tinta preta ou azul as partes a serem mantidas;

II - a tinta vermelha, as partes a construir;

III - a tinta amarela, as partes a demolir.

Artigo 33 - Todas as peças gráficas e memoriais do projeto deverão ter, em todas as vias, as assinaturas:

I - do proprietário ou seu representante legal;

II - do responsável técnico pela construção;

III - do autor do projeto.

Parágrafo único - O responsável técnico e o autor do projeto deverão indicar o número de registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Artigo 34 - A autoridade sanitária competente poderá determinar correções ou retificações bem como exigir informações,

complementações, esclarecimentos e documentos, sempre que necessário ao cumprimento das disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais.

TÍTULO II

Normas Gerais de Edificações

CAPÍTULO I

Dimensões Mínimas dos Compartimentos

Artigo 35 - Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões adequadas à função ou atividade a que se destinam,

atendidos os mínimos estabelecidos neste Regulamento e em suas Normas técnicas Especiais.

Artigo 36 - Os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores aos valores estabelecidos nas normas específicas para as respectivas edificações de que fazem parte, e, quando não previsto nas referidas normas específicas, aos valores abaixo:

I - salas, em habitações: 8,00m² ;

II - salas para escritórios, comércio ou serviços: 10,00m² ; III - dormitórios: 8,00m²;

III - dormitórios coletivos: 5,00m² por leito;

IV - quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00m² ;

V - dormitório de empregada: 6,00m² ;

VI - salas-dormitórios: 16,00m² ;

cozinhas: 4,00m² ;

VII - compartimentos sanitários:

a) contendo somente bacia sanitária: 1,20m², com dimensão mínima de 1,00m;

b) contendo bacia sanitária e lavatório: 1,50m² , com dimensão mínima de 1,00m;

Page 66: apostilaPTCC1EDA2016

66

c) contendo bacia sanitária e área para banho, com chuveiro, 2,00m² ; com dimensão mínima de 1,00m;

d) contendo bacia sanitária, área para banho, com chuveiro e lavatório, 2,50m², com dimensão mínima de 1,00m;

e) contendo somente chuveiro, 1,20m²; com dimensão mínima de 1,00m;

f) antecâmaras, com ou sem lavatório, 0,90m², com dimensão mínima de 0,90m;

g) contendo outros tipos ou combinações de aparelhos, a área necessária, segundo disposição conveniente a

proporcionar a cada um deles, uso cômodo;

h) celas, em compartimentos sanitários coletivos, para chuveiros ou bacias sanitárias, 1,20m² , com dimensão

mínima de 1,00m;

i) mictórios tipo calha, de usos coletivo, 0,60m em equivalência a um mictório tipo cuba;

j) separação entre mictórios tipo cuba, 0,60m, de eixo a eixo.

X - vestiários: 6,00m²;

XI - largura de corredores e passagens:

a) em habitações unifamiliares e unidades autônomas de habitações multifamiliares, 0,90m;

b) em outros tipos de edificação:

- quando de uso comum ou coletivo, 1,20m; - quando de uso restrito, poderá ser admitida redução até 0,90m.

XII - compartimentos destinados a outros fins, valores sujeitos a justificação.

Artigo 37 - As escadas não poderão ter dimensões inferiores aos valores estabelecidos nas normas especificas para as respectivas edificações de que fazem parte e, quando não previstas nas referidas normas específicas, aos valores abaixo:

I - degraus, com piso (p) e espelho (e), atendendo à relação: 0,60m: 2e + p 0,65m ;

II - larguras:

a) quando de uso comum ou coletivo: 1,20m;

b) quando de uso restrito poderá ser admitida redução até 0,90m;

c) quando, no caso especial de acesso a jiraus, torres, adegas e situações similares: 0,60m.

Parágrafo único - As escadas de segurança obedecerão às normas baixadas pelos órgãos competentes.

Artigo 38 - Os pés-direitos não poderão ser inferiores aos estabelecidos nas normas específicas para a respectiva edificação e, quando não previstos, aos valores a seguir:

I - nas habitações;

a) salas e dormitórios: 2,70m;

b) garagens: 2,30m;

c) nos demais compartimentos: 2,50m.

II - nas edificações destinadas a comércio e serviços:

a) em pavimentos térreos: 3,00m;

b) em pavimentos superiores: 2,70m;

c) garagens: 2,30m.

III - nas escolas:

a) nas salas de aulas e anfiteatros, valor médio 3,00m, admitindo-se o mínimo em qualquer ponto 2,50m;

b) instalações sanitárias 2,50m.

IV - em locais de trabalho:

a) indústrias, fábricas e grandes oficinas, 4,00m, podendo ser permitidas reduções até 3,00m, segundo a natureza

dos trabalhos;

b) outros locais de trabalho, 3,00m podendo ser permitidas reduções até 2,70m, segundo a atividade desenvolvida.

V - em salas de espetáculo, auditórios e outros locais de reunião: 6,00m, podendo ser permitidas reduções até 4,00m, em locais de área inferior a 250m² ; nas frisas, camarotes e galerias: 2,50m;

VI - em garagens: 2,30m ;

VII - em porões ou subsolos, os previstos para os fins a que se destinarem;

VIII - em corredores e passagens, 2,50m ;

IX - em armazéns, salões e depósitos, excetuados os domiciliares, 3,00m ;

X - em outros compartimentos, os fixados pela autoridade sanitária competente, segundo o critério de similaridade ou analogia.

CAPITULO II

Insolação, Ventilação e Iluminação

Artigo 39 - Para fins de iluminação e ventilação natural, todo compartimento deverá dispor de abertura comunicando-o diretamente com o exterior.

Page 67: apostilaPTCC1EDA2016

67

§ 1.º - Excetuam-se os corredores de uso privativo, os de uso coletivo até 10,00m de comprimento, poços e saguões de elevadores, devendo as escadas de uso comum ter iluminação natural, direta ou indireta.

§ 2.º - Para efeito de insolação e iluminação, as dimensões dos espaços livres, em planta, serão contadas entre as projeções das saliências, exceto nas fachadas voltadas para o quadrante Norte.

Artigo 40 - Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação de quaisquer compartimentos, em prédios de

um pavimento e de até 4,00m de altura:

I - espaços livres fechados, com área não inferior a 6,00m² e dimensão mínima de 2,00m;

II - espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas (corredores), de largura não inferior a 1,50m, quer quando junto às divisas do lote, quer quando entre corpos edificados no mesmo lote, de altura não superior a 4,00m;

Parágrafo único - A altura referida neste artigo será a altura média no plano da parede voltada para a divisa do lote ou para outro corpo edificado.

Artigo 41 - Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação de dormitórios, salas, salões e locais de trabalho, em prédios de mais de um pavimento ou altura superior a 4,00m:

I - os espaços livres fechados, que contenham em plano horizontal, área equivalente a H2/4 (H ao quadrado, dividido por quatro), onde H representa a diferença de nível entre o teto do pavimento mais alto e o piso do pavimento mais baixo a ser insolado, iluminado ou ventilado, permitindo-se o escalonamento:

II - os espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas (corredores), junto às divisas do lote ou entre corpos edificados, de largura maior ou igual a H/6, com o mínimo de 2,00m.

§ 1.º - A dimensão mínima do espaço livre fechado, referido no inciso I, será sempre igual ou superior a H/4 não podendo ser inferior a 2,00m e sua área não inferior a 10,00m², podendo ter qualquer forma, desde que nele possa ser inscrito, no plano horizontal um círculo de diâmetro igual a H/4.

§ 2.º - Quando H/6 for superior a 3,00m, a largura excedente deste valor poderá ser contada sobre o espaço aberto do imóvel vizinho, desde que constitua recuo legal obrigatório, comprovado por certidão da Prefeitura ou apresentação da legislação municipal.

Artigo 42 – Para iluminação e ventilação de cozinhas, copas e despensas serão suficientes:

I - os espaços livres fechados com:

a) 6,00m² em prédios de até 3 pavimentos e altura não superior a 10,00m;

b) 6,00m² de área mais 2,00m² por pavimento excedente de três; com dimensão mínima de 2,00m e relação entre seus lados de 1 para 1,5 em prédios de mais 3 pavimentos ou altura superior a 10,00m;

II - espaços livres abertos de largura não inferior a:

a) 1,50m em prédios de 3 pavimentos ou 10,00m de altura;

b) 1,50m mais 0,15m por pavimento excedente de três, em prédios de mais de 3 pavimentos;

Artigo 43 – Para ventilação de compartimento sanitário, caixas de escada e corredores com mais de 10,00m de comprimento será suficiente o espaço livre fechado com área mínima de 4,00m² em prédios de até 4 pavimentos. Para cada pavimento excedente haverá um acréscimo de 1,00m² por pavimento. A dimensão mínima não será inferior a 1,50m e relação entre os seus lados de 1 para 1,5;

Parágrafo único – Em qualquer tipo de edificação será admitida a ventilação indireta ou ventilação forçada de compartimentos sanitários mediante:

I - ventilação indireta através de compartimento contíguo, por meio de duto de seção não inferior a 0,40m² com dimensão vertical mínima de 0,40m e extensão não superior a 4,00m. Os dutos deverão se abrir para o exterior e ter as aberturas teladas;

II - ventilação natural por meio de chaminé de tiragem atendendo aos seguintes requisitos mínimos:

a) seção transversal dimensionada de forma a que correspondam no mínimo, 6cm² (seis centímetros quadrados) de

seção, para cada metro de altura da chaminé, devendo em qualquer caso, ser capaz de conter um circulo de 0,60m de diâmetro;

b) ter prolongamento de, pelo menos, um metro acima da cobertura;

c) ser provida de abertura inferior, que permita limpeza, e de dispositivo superior de proteção contra a penetração

de águas de chuva.

Artigo 44 – A área iluminante dos compartimentos deverá corresponder, no mínimo à:

I - nos locais de trabalho e nos destinados a ensino, leitura e atividades similares: 1/5 da área do piso;

II - nos compartimentos destinados a dormir, estar, cozinhar, comer e em compartimentos sanitários: 1/8 da área do piso, com o mínimo de 0,60m² ;

III - nos demais tipos de compartimentos: 1/10 de área do piso, com o mínimo de 0,60m².

Artigo 45 - A área de ventilação natural deverá ser em qualquer caso de, no mínimo, a metade da superfície de iluminação natural.

Page 68: apostilaPTCC1EDA2016

68

Artigo 46 - Não serão considerados insolados ou iluminados os compartimentos cuja profundidade a partir da abertura iluminante for maior que três vezes seu pé direito, incluída na profundidade a projeção das saliências, alpendres ou outras coberturas.

Artigo 47 - Em casos especiais poderão ser aceitas ventilação e iluminação artificiais, em substituição às naturais, desde que comprovada sua necessidade e atendidas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Parágrafo único - Para os subsolos, a autoridade sanitária competente poderá exigir a ventilação artificial ou demonstração técnica de suficiência da ventilação natural.

Artigo 48 - Poderá ser aceita, para qualquer tipo de edificação, como alternativa ao atendimento das exigências dos artigos anteriores, referentes a insolação e ventilação natural, demonstração técnica de sua suficiência, na forma que for estabelecida em Norma Técnica Especial.

CAPÍTULO III

Especificações Construtivas Gerais Artigo 49 - Os materiais empregados nas construções deverão ser adequados ao fim a que se destinam e atender às normas e especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Artigo 50 - Toda edificação deverá ser perfeitamente isolada da umidade e emanações provenientes do solo, mediante impermeabilização entre os alicerces e as paredes e em todas as superfícies, da própria edificação e das edificações vizinhas, sujeitas à penetração de umidade.

Artigo 51 - As paredes terão espessuras e revestimentos suficientes a atender às necessidades de resistência, isolamento térmico, acústico e impermeabilidade, segundo sua posição e os materiais nelas empregados.

Artigo 52 - A cobertura dos edifícios será feita com materiais impermeáveis, incombustíveis e maus condutores de calor.

Artigo 53 - As instalações prediais de água e esgotos obedecerão ao disposto no Capítulo próprio deste Regulamento.

Artigo 54 – As cozinhas, instalações sanitárias, depósitos, armazéns, despensas, adegas e compartimentos similares, terão o piso e as paredes revestidas até a altura de 2,00m no mínimo, de material liso, resistente, impermeável e lavável, ou na forma que for prevista em normas específicas.

§ 1.º - O disposto neste artigo se aplica a locais de trabalho, segundo a natureza das atividades a serem neles desenvolvidas, a critério da autoridade sanitária competente.

§ 2.º - Nas cozinhas e instalações sanitárias de habitações, exceto das coletivas, a altura da barra impermeável poderá ser reduzida a 1,50m, no mínimo.

§ 3.º - Para compartimentos de tipos não previstos, adotar-se-á o critério de similaridade.

CAPÍTULO IV

Disposições Diversas

Artigo 55 – Os sistemas privados de abastecimento de água ou de disposição de esgotos deverão ser submetidos à aprovação da autoridade sanitária.

§ 1.º - Os poços e fossas, bem como a disposição de efluentes no solo, deverão atender às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e as que forem estabelecidas neste Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais.

§ 2.º - Os poços de suprimento de água considerados inservíveis e as fossas, que não satisfizerem as exigências deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais, deverão ser aterrados.

§ 3.º - Cada prédio deverá ter um sistema independente de afastamento de águas residuais. Artigo 56 - Todos os edifícios situados no alinhamento da via pública deverão dispor de calhas e condutores adequados e suficientes a conduzir as águas pluviais até às sarjetas, passando por baixo das calçadas. Artigo 57 - As edificações no fundo dos lotes e nos denominados “lotes de fundo”, excetuadas as edículas, serão regulamentadas por Norma Técnica Especial. Artigo 58 - As parcelas de terreno, correspondentes à habitação uni-familiar serão fixadas em Norma Técnica Especial. TÍTULO III

Normas Específicas das Edificações

CAPÍTULO I

Habitações Unifamiliares - Casas

Artigo 59 - Toda habitação deverá dispor de pelo menos um dormitório, uma cozinha, uma instalação sanitária e uma área

de serviço.

Artigo 60 - As salas, dormitórios e cozinhas das habitações deverão apresentar áreas não inferiores às seguintes:

I - salas: 8,00m²;

Page 69: apostilaPTCC1EDA2016

69

II - dormitórios:

a) quando se tratar de um único além da sala: 12,00m²;

b) quando se tratar de dois: 10,00m² para cada um;

c) quando se tratar de três ou mais: 10,00m² para um deles, 8,00m² para cada um dos demais, menos um, que se poderá admitir com 6,00m²;

d) quando se tratar de sala-dormitório: 16,00m² ;

e) quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00m² ;

f) dormitórios de empregada: 6,00m² ;

III - cozinhas: 4,00m².

Artigo 61 - As cozinhas terão paredes, até a altura de 1,50 metros no mínimo e os pisos revestidos de material liso, resistente, impermeável; não se comunicarão diretamente com dormitórios ou compartimentos providos de bacias sanitárias.

Parágrafo único – Nas cozinhas, deverá ser assegurada ventilação permanente.

Artigo 62 – A copa, quando houver, deverá ser passagem obrigatória entre a cozinha e os demais cômodos da habitação.

Artigo 63 – Nas casas que não disponham de quarto de empregada, os depósitos, despensas, adegas, despejos, rouparias e similares, somente poderão ter:

I - área não superior a 2,00m² ; ou

II - área igual ou maior que 6,00m², devendo neste caso, atender às normas de insolação, iluminação e ventilação aplicáveis a dormitórios.

Artigo 64 – Em toda habitação deverá haver pelo menos um compartimento provido de bacia sanitária, lavatório e chuveiro, com:

I - área não inferior a 2,50m²;

II - paredes até altura de 1,50m, no mínimo, e os pisos revestidos de material liso, resistente, impermeável e lavável.

Parágrafo único – Nestes compartimentos deverá ser assegurada ventilação permanente.

Artigo 65 – Os pisos e paredes dos demais compartimentos serão revestidos com materiais adequados ao fim a que se destinam.

Artigo 66 – A largura dos corredores internos e das escadas, não poderá ser inferior a 0,90m.

Parágrafo único – A largura mínima das escadas destinadas a acesso e jiraus, torres, adegas e outras situações similares, será de 0,60m

Artigo 67 – Os pés-direitos mínimos serão os seguintes:

I - salas e dormitórios: 2,70m;

II - garagens: 2,30m;

III - demais compartimentos: 2,50m.

Parágrafo único - Os compartimentos situados em subsolos ou porões, deverão atender aos requisitos acima, segundo seu destino.

CAPÍTULO II

Habilitações Multifamiliares – Edifícios de Apartamentos

Artigo 68 – Aplicam-se aos edifícios de apartamentos as normas gerais referentes às edificações e as específicas referentes às habilitações, no que couber, complementadas pelo disposto neste Capítulo. Artigo 69 – Nos edifícios de apartamentos deverão existir dutos de queda para lixo e compartimento para seu depósito com capacidade suficiente para 24 horas, no mínimo.

§ 1.° - Os dutos deverão ter abertura acima da cobertura do prédio, provida de tela; serão de material que permita lavagens e desinsetizações periódicas, devendo sua superfície ser lisa e impermeável.

§ 2.° - A critério da autoridade sanitária, poderá ser dispensada a exigência deste artigo.

§ 3.° - No recinto das caixas de entrada não poderão existir aberturas diretas para equipamentos ou dispositivos de coleta de lixo. Artigo 70 – É obrigatória a instalação de elevadores na forma disposta no artigo 209 deste Regulamento. Artigo 71 – É obrigatória a existência de depósito de material de limpeza, compartimento sanitário, vestiário e chuveiro para uso exclusivo do pessoal de serviço. O vestiário não terá área inferior a 6,00m².

Parágrafo único – Essa exigência poderá ser dispensada, a juízo da autoridade sanitária, nos edifícios que, comprovadamente, pelas suas dimensões e características a justifiquem. Artigo 72 – As piscinas em edifícios, quando não privativas de unidades autônomas, serão consideradas de uso coletivo restrito, sujeitas, no que lhes for aplicável, ao disposto neste Regulamento e em suas Normas Técnicas Especiais.

Parágrafo único – As piscinas privativas serão consideradas piscinas de uso familiar. Artigo 73 – Nos prédios de apartamentos não será permitido depositar materiais ou exercer atividades que, pela sua natureza, representem perigo ou sejam prejudiciais à saúde e ao bem-estar dos moradores e vizinhos.

Page 70: apostilaPTCC1EDA2016

70

CAPÍTULO III

Conjuntos Habitacionais

Artigo 74 – Os conjuntos habitacionais deverão observar as disposições deste Regulamento e de suas Normas Técnicas Especiais referentes a loteamentos e parcelamento de imóveis, assim como as referentes às habitações e a outros tipos de edificações que os componham. Artigo 75 – Deverão, segundo a população que abrigam, prever áreas ou edificações necessárias para atividades de comércio, serviços, recreação e ensino. Artigo 76 – Para aprovação pela Secretaria de Estado da Saúde de projetos de conjuntos habitacionais, situados em áreas não beneficiadas pelos sistemas públicos de água e de esgotos, será exigida indicação da solução a ser dada ao abastecimento de águia e ao afastamento de esgotos e comprovação de que a mesma está aprovada pelos órgãos competentes. Artigo 77 – O disposto neste Capítulo será complementado por Norma Técnica Especial que conterá também, dispositivos especiais aplicáveis aos conjuntos de habitações de interesse social. CAPÍTULO IV

Habitações Coletivas

SEÇÃO I

Hotéis, Motéis, Casas de Pensão, Hospedarias e Estabelecimentos Congêneres

Artigo 78 – Os hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres obedecerão as normas e especificações gerais para as edificações e as específicas para habilitações, no que aplicáveis, complementadas pelo disposto nesta Seção. Artigo 79 – Nos hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres, todas as paredes internas, até a altura mínima de 1,50m, serão revestidas ou pintadas com materiais impermeáveis, não sendo permitidas paredes de madeira para divisão de dormitórios. Artigo 80 – As instalações sanitárias de uso geral deverão:

I - ser separadas por sexo, com acessos independentes;

II - conter, para cada sexo, no mínimo, uma bacia sanitária, um chuveiro em box e um lavatório para cada grupo de 20 leitos, ou fração, do pavimento a que servem;

III - nos pavimentos sem leitos, ter, no mínimo, uma bacia sanitária e um lavatório para cada sexo;

IV - atender às condições gerais para compartimentos sanitários.

Parágrafo único – Para efeito do inciso II, não serão considerados os leitos de apartamentos que disponham de instalações sanitárias privativas. Artigo 81 – Os estabelecimentos deverão ter reservatórios de água potável, com capacidade que atenda ao estabelecido pelas normas da ABNT.

Artigo 82 – Os dormitórios deverão ter área correspondente a, no mínimo, 5,00m² por leito e não inferior, em qualquer caso, a 8,00m²; quando não dispuserem de instalações sanitárias privativas, deverão ser dotados de lavatório com água corrente. Artigo 83 – Os hotéis, motéis, casas de pensão, hospedarias e estabelecimentos congêneres, que forneçam alimentação, deverão obedecer a todas as disposições relativas a estabelecimentos comerciais de gêneros alimentícios no que lhe forem aplicáveis. Artigo 84 – Os estabelecimentos de que trata esta Seção, estão sujeitos a vistoria pela autoridade sanitária, para efeito de registro perante a autoridade competente.

Parágrafo único – Constatado em vistoria, que o local apresenta condições sanitárias satisfatórias será expedido o correspondente “Certificado de Vistoria Sanitária”. Artigo 85 – Os motéis serão providos, obrigatoriamente, dentro de suas divisas, de locais para estacionamento de veículos, na proporção de um local para cada quarto ou apartamento.

SEÇÃO II

Asilos, Orfanatos, Albergues e Estabelecimentos Congêneres

Artigo 86 - Aos asilos, orfanatos, albergues e estabelecimentos congêneres aplicam-se as normas gerais referentes a edificações e as específicas das habitações no que couber, complementadas pelo disposto nesta Seção. Artigo 87 – As paredes internas, até a altura mínima de 1,50m, serão revestidas ou pintadas de material impermeável não sendo permitidas divisões de madeira. Artigo 88 – Os dormitórios coletivos deverão ter área não inferior a 5,00m² por leito, os dormitórios dos tipos quarto ou apartamento deverão ter área não inferior a 5,00m² por leito, com o mínimo de 8,00m². Artigo 89 – As instalações sanitárias serão na proporção mínima de uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro para cada10 leitos, além do mictório na proporção de 1 para cada 20 leitos.

Artigo 90 - Os locais destinados ao armazenamento, preparo, manipulação e consumo de alimentos deverão atender às

exigências para estabelecimentos comerciais de alimentos, no que aplicáveis.

Artigo 91 - Quando tiverem 50 ou mais leitos, deverão ter locais apropriados para consultórios, médico e odontológico, bem como quarto para doentes.

Artigo 92 – Deverão ter área para recreação e lazer, não inferior a 10% da área edificada.

Page 71: apostilaPTCC1EDA2016

71

Parágrafo único – A área prevista neste artigo terá espaço coberto destinado a lazer, não inferior à sua quinta parte e o restante será arborizado ou ajardinado ou, ainda, destinado a atividades esportivas.

Artigo 93 – Se houver locais para atividades escolares, estes deverão atender às normas estabelecidas para as escolas, no

que aplicáveis.

SEÇÃO III

Estabelecimentos Militares e Penais, Conventos, Mosteiros, Seminários e Similares

Artigo 94 – Aos estabelecimentos militares e penais, sob a jurisdição do Estado bem como aos conventos, mosteiros, seminários e similares, se aplicam as disposições da Seção anterior, adaptadas e complementadas, segundo as peculiaridades de cada tipo de edificação.

CAPITULO V

Habitações de Interesse Social

Artigo 95 – Considera-se habilitação de interesse social, a habitação com o máximo de 60,00m2, integrando conjuntos habitacionais; construída por entidades públicas de administração direta ou indireta.

§1º - É também considerado de interesse social a habitação isolada, com o máximo de 60,00m², construída sob

responsabilidade do proprietário segundo projetos-tipo elaborados pelo Poder Público Municipal.

§2º - Mediante atos específicos, poderão ser considerados de interesse social habitações construídas ou financiadas por outras entidades.

Artigo 96 – O projeto e a execução de habitações de interesse social, embora devam observar as disposições relativas à aprovação gozarão, em caráter excepcional, das permissões especiais estabelecidas neste Capítulo.

Artigo 97 – No projeto e construção da casa de interesse social serão admitidos os seguintes mínimos:

I - pé direito de 2,40m em todas as peças;

II - área útil de 6,00m² nos quartos, desde que um, pelo menos, tenha 8,00m2 ;

III - área útil de 4,00m² na cozinha;

IV - área útil de 2,00m² no compartimento sanitário.

Artigo 98 – Todas as paredes poderão ser de meio tijolo de espessura e assentes com barro ou saibro, desde que:

I - sejam revestidas com argamassa de cal e areia;

II - haja impermeabilização entre os alicerces e as paredes;

III - os alicerces tenham espessura de um tijolo e sejam feitos com argamassa adequada.

Artigo 99 – A barra impermeável nas paredes, com 1,50m de altura, no mínimo, será obrigatória somente no compartimento sanitário. Na cozinha deverá ser feito pelo menos rodapé de ladrilho ou de argamassa de cimento.

Artigo 100 – É permitida na cozinha, no compartimento sanitário e nas passagens, pavimentação de tijolos com revestimento de argamassa de cimento e areia de 1,50cm de espessura.

Artigo 101 – É obrigatória a ligação do prédio às redes urbanas de água e esgotos e, na falta destas, a construção de poço,

com instalação de bomba e reservatório de quinhentos litros, no mínimo, com canalização para a cozinha e instalação sanitária, bem como é obrigatória a instalação de fossa séptica, obedecidas as prescrições deste Regulamento. CAPÍTULO VI

Edificações Destinadas a Ensino – Escolas

Artigo 102 – A área das salas de aula corresponderá no mínimo a 1,00m² por aluno lotado em carteira dupla e de 1,20m², quando em carteira individual. Artigo 103 – Os auditórios ou salas de grande capacidade das escolas, ficam sujeitos também às seguintes exigências:

I - área útil não inferior a 0,80m² por pessoa;

II - ventilação natural, ou renovação mecânica de 50m² de ar por pessoa, no mínimo, no período de 1 hora. Artigo 104 – A área de ventilação natural das salas de aula deverá ser no mínimo igual à metade da superfície iluminante, a qual será igual ou superior a 1/5 da área do piso.

§ 1.º – Será obrigatória a iluminação natural unilateral esquerda, sendo admitida a iluminação zenital, quando prevenido o ofuscamento.

§ 2.º – A iluminação artificial, para que possa ser adotada em substituição à natural, deverá ser justificada e aceita pela autoridade sanitária e atender às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Artigo 105 – Os corredores não poderão ter larguras inferiores a:

I - 1,50m para servir a até 200 alunos;

II - 1,50m acrescidos de:

Page 72: apostilaPTCC1EDA2016

72

a) 0,007m (sete milímetros) por aluno, de 200 a 500;

b) 0,005m (cinco milímetros) por aluno, de 501 a 1.000;

c) 0,003m (três milímetros) por aluno excedente de 1.000.

Artigo 106 – As escadas e rampas deverão ter em sua totalidade, largura não inferior à resultante da aplicação dos critérios

de dimensionamento dos corredores, para a lotação do pavimento a que servem, acrescida da metade daquela necessária para a lotação do pavimento imediatamente superior.

§ 1.º – Para os efeitos deste artigo serão considerados os dois pavimentos que resultem no maior valor;

§ 2.º – As escadas não poderão apresentar trechos em leque; os lances serão retos, não ultrapassarão a 16 degraus e estes não terão espelhos com mais de 0,16m, nem piso com menos de 0,30m, e os patamares terão extensão não inferior a 1,50m;

§ 3.º – As escadas deverão ser dotadas obrigatoriamente de corrimão;

§ 4.º – O número de escadas será de 2 no mínimo, dirigidas para saídas autônomas;

§ 5.º – As rampas não poderão apresentar declividade superior a 12% e serão revestidas de material não escorregadio, sempre que acima de 6%.

Artigo 107 – As escolas deverão ter compartimentos sanitários, devidamente separados para uso de cada sexo.

§ 1.º – Esses compartimentos, em cada pavimento, deverão ser dotados de bacias sanitárias em número correspondente, no mínimo, a uma para cada 25 alunas; uma para cada 40 alunos; um mictório para cada 40 alunos; e um lavatório para cada 40 alunos ou alunas.

§ 2.º - As portas das celas em que estiverem situadas as bacias sanitárias deverão ser colocadas de forma a deixar vãos livres de 0,15m de altura na parte inferior e de 0,30m, no mínimo, na parte superior.

§ 3.° - Deverão, também, ser previstas instalações sanitárias para professores que deverão atender, para cada sexo, à proporção mínima de uma bacia sanitária para cada 10 salas de aula; e os lavatórios serão em número não inferior a um para cada 6 salas de aula.

§ 4.° - É obrigatória a existência de instalações sanitárias nas áreas de recreação, na proporção mínima de 1 bacia sanitária e 1 mictório para cada 200 alunos; uma bacia sanitária para cada 100 alunas e um lavatório para cada 200 alunos ou alunas. Quando for prevista a prática de esportes ou educação física, deverá haver também chuveiros, na proporção de um para cada 100 alunos ou alunas e vestiários separados, com 5,00m², para cada 100 alunos ou alunas, no mínimo. Artigo 108 – É obrigatória a instalação de bebedouros de jato inclinado e guarda protetora na proporção mínima de 1(um) para cada 200 alunos, vedada sua localização em instalações sanitárias; nos recreios, a proporção será de 1(um) bebedouro para cada 100 alunos;

Parágrafo único – Nos bebedouros, a extremidade do local de suprimento de água deverá estar acima do nível de transbordamento do receptáculo. Artigo 109 – Os compartimentos ou locais destinados à preparação, venda ou distribuição de alimentos ou bebidas, deverão satisfazer às exigências para estabelecimentos comerciais de gênero alimentícios, no que lhe forem aplicáveis. Artigo 110 – As áreas destinadas à administração e ao pessoal de serviço, deverão atender às prescrições para locais de trabalho, no que aplicáveis. Artigo 111 – Nos intervalos, além das disposições referentes a escolas, serão observadas as referentes habitações, aos dormitórios coletivos, quando houver, e aos locais de preparo, manipulação e consumo de alimentos, no que lhe forem aplicáveis.

Parágrafo único – Deverá haver, também, nos internatos, local para consultório médico, com leitos anexos. Artigo 112 – Nas escolas de 1.º grau é obrigatória a existência de local coberto para recreio, com área, no mínimo, igual a 1/3 (um terço) da soma das áreas das salas de aula. Artigo 113 – As áreas de recreação deverão ter comunicação com o logradouro público, que permita escoamento rápido dos alunos, em caso de emergência; para tal fim, as passagens não poderão ter largura total inferior à correspondente a 1cm por aluno, nem vão inferiores a 2 metros. Artigo 114 – As escolas ao ar livre, parques infantis e congêneres, obedecerão às exigências deste Regulamento no que aplicáveis.

Artigo 115 – Os reservatórios de água potável das escolas terão capacidade, adicional a que for exigida para combate a incêndio, não inferior à correspondente a 50 litros por aluno.

Parágrafo único – Esse mínimo será de 100litros por aluno, nos semi-internatos e de 150 litros por aluno nos internatos.

CAPÍTULO VII

Locais de Reunião – Esportivos, Recreativos, Sociais, Culturais e Religiosos

SEÇÃO I

Piscinas

Artigo 116 – Para efeito deste Regulamento, as piscinas se classificam nas quatro categorias seguintes:

I - piscinas de uso público – as utilizáveis pelo público em geral;

II - piscinas de uso coletivo restrito – as utilizáveis por grupos restritos, tais como, condomínios, escolas, entidades,

associações, hotéis, motéis e congêneres;

Page 73: apostilaPTCC1EDA2016

73

III - piscinas de uso familiar – as piscinas de residências unifamiliares;

IV - piscinas de uso especial – as destinadas a outros fins que não o esporte ou a recreação, tais como as terapêuticas e

outras. Artigo 117 – Nenhuma piscina poderá ser construída ou funcionar, sem que atenda às especificações do projeto aprovado pela autoridade sanitária, obedecidas as disposições deste Regulamento e das Normas Técnicas Especiais a elas aplicáveis.

§ 1.º - As piscinas de uso público e de uso coletivo restrito, deverão possuir alvará de funcionamento, que será fornecido pela autoridade sanitária após a vistoria de suas instalações.

§ 2.º - As piscinas de uso familiar e de uso especial ficam dispensadas das exigências deste Regulamento. Artigo 118 – É obrigatório o controle médico sanitário dos banhistas que utilizem as piscinas de uso público e de uso coletivo restrito.

Parágrafo único – As medidas de controle médico sanitário serão ajustadas ao tipo de estabelecimento ou de local em que se encontra a piscina, segundo o que for disposto em Norma Técnica Especial. Artigo 119 – As piscinas constarão, no mínimo, de tanque, sistema de circulação ou de recirculação, vestiários e conjuntos de instalações sanitárias. Artigo 120 – O tanque obedecerá às seguintes especificações mínimas:

I - revestimento interno de material resistente, liso e impermeável;

II - o fundo não poderá ter saliências, reentrâncias ou degraus;

III - a declividade do fundo, em qualquer parte da piscina, não poderá ter mudanças bruscas; e, até 1,80m de profundidade, não será maior do que 7%;

IV - as entradas de água deverão estar submersas e localizadas de modo a produzir circulação em todo o tanque.

§ 1.° - O tanque deverá estar localizado de maneira a manter um afastamento de, pelo menos 1,50m das divisas.

§ 2.° - Em todos os pontos de acesso à área do tanque é obrigatória a existência de lava-pés, com dimensões mínimas de 2,00m x 2,00m e de 0,2m de profundidade útil, nos quais deverá ser mantido cloro residual acima de 25mg/litro. Artigo 121 – Os vestiários e as instalações sanitárias, independentes por sexo, conterão, pelo menos:

I - bacias sanitárias e lavatórios na proporção de 1 para cada 60 homens e 1 para cada 40 mulheres;

II - mictórios na proporção de 1 para cada 60 homens;

III - chuveiros, na proporção de 1 para cada 40 banhistas.

§ 1.° – Os chuveiros deverão ser localizados de forma a tornar obrigatória a sua utilização antes da entrada dos banhistas na área do tanque.

§ 2.° - As bacias sanitárias deverão ser localizadas de forma a facilitar a sua utilização antes dos chuveiros. Artigo 122 – A área do tanque será isolada, por meio de divisória adequada.

Parágrafo único – O ingresso nesta área só será permitido após a passagem obrigatória por chuveiro. Artigo 123 – A água do tanque deverá atender às seguintes condições:

I - permitir visibilidade perfeita, a observador colocado à beira do tanque, de um azulejo negro de 0,15x0,15m, colocado na parte mais profunda do tanque;

II - pH entre 6,7 e 7,9;

III - cloro residual disponível entre 0,5 a 0,8 mg/litro. Artigo 124 – Serão regulamentados por Norma Técnica Especial, a qualidade da água utilizada nas piscinas, os projetos de piscinas, os requisitos sanitários de uso, de operação e de manutenção, bem como o controle médico sanitário dos banhistas.

SEÇÃO II

Colônias de Férias e Acampamentos

Artigo 125 – Às colônias de férias se aplicam as disposições referentes a hotéis e similares bem como as relativas aos locais de reunião e de banho, quando for o caso. Artigo 126 – As colônias de férias e os acampamentos de trabalho ou de recreação só poderão ser instalados em local de terreno seco e com declividade suficiente para o escoamento das águas pluviais. Artigo 127 – Quando o abastecimento de água da colônia de férias ou acampamento se fizer água de superfície, o manancial será convenientemente protegido; quando esse abastecimento se fizer por poços, estes atenderão às exigências previstas neste Regulamento. Artigo 128 – Nas colônias de férias e acampamentos é obrigatória a existência de instalações sanitárias separadas para cada sexo na proporção de uma bacia sanitária, um lavatório e um chuveiro para cada 20 pessoas. Artigo 129 – Nenhum local de acampamento poderá ser aprovado sem que possua:

I - sistema adequado de captação e distribuição de água potável e afastamento de águas residuarias;

II - instalações sanitárias, independentes para cada sexo, em número suficiente;

III - adequada coleta, afastamento e destino dos resíduos sólidos (lixo), de maneira que satisfaça às condições de higiene;

IV - instalações adequadas para lavagem de roupas e utensílios.

Parágrafo único – A qualidade da água de abastecimento deverá ser demonstrada pelos responsáveis por locais de acampamentos e colônias de férias, à autoridade sanitária, mediante resultados de exames de laboratório, semestralmente, e sempre que solicitado.

Page 74: apostilaPTCC1EDA2016

74

SEÇÃO III

Cinemas, Teatros, Auditórios, Circos e Parques de Diversões de Uso Público

Artigo 130 – As salas de espetáculos e auditórios, serão construídos com materiais incombustíveis. Artigo 131 – Só serão permitidas salas de espetáculos no pavimento térreo e no imediatamente superior, ou inferior, devendo em qualquer caso, ser assegurado o rápido escoamento dos espectadores. Artigo 132 – As portas de saída das salas de espetáculos, deverão obrigatoriamente abrir para o lado de fora, e ter na sua totalidade a largura correspondente a 1cm por pessoa prevista para lotação total, sendo o mínimo de 2,00m por vão. Artigo 133 – Os corredores de saída atenderão ao mesmo critério do artigo anterior.

Parágrafo único – Quando houver rampas, sua declividade não poderão exceder a 12%; quando acima de 6%, serão revestidas de material não escorregadio. A largura das rampas será a mesma exigidas para escadas. Artigo 134 – As escadas terão larguras não inferiores a 1,50m e deverão apresentar lances retos de 16 degraus, no máximo, entre os quais se intercalarão patamares de 1,50m de extensão, no mínimo, não podendo apresentar trechos em leque.

§ 1.° - Quando o número de pessoas que por elas devem transitar for superior a 150, a largura aumentará à razão de 8mm por pessoa excedente.

§ 2.° - Os degraus não terão piso inferior a 0,30m nem espelho superior a 0,16m.

§ 3.° - O número de escadas será de 2, no mínimo, dirigidas para saídas autônomas. Artigo 135 – As salas de espetáculos serão dotadas de dispositivos mecânicos, que darão renovação constante de ar, com capacidade de 13,00m³ de ar exterior, por pessoa e por hora.

§ 1.° - Quando instalado sistema de ar condicionado será obedecida a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

§ 2.° - Em qualquer caso, será obrigatória a instalação de equipamentos de reserva. Artigo 136 – As cabines de projeção de cinemas deverão satisfazer as seguintes condições:

a) área mínima de 12,00m² , pé direito de 3,00m;

b) porta de abrir para fora e construção de material incombustível;

c) ventilação natural ou por dispositivos mecânicos;

d) instalação sanitária. Artigo 137 – Os camarins deverão ter área não inferior a 4,00 m² e serão dotados de ventilação natural ou por dispositivos mecânicos.

Parágrafo único- Os camarins individuais ou coletivos serão separados para cada sexo e servidos por instalações com bacias sanitárias, chuveiros e lavatórios na proporção de 1 conjunto, para cada 5 camarins individuais ou para cada 20,00 m² de camarim coletivo. Artigo 138 – As instalações sanitárias destinadas ao público nos cinemas, teatros e auditórios, serão separadas por sexo e independentes para cada ordem de localidade.

Parágrafo único - Deverão conter, no mínimo, uma bacia sanitária para cada 100 pessoas, um lavatório e um mictório para

cada 200 pessoas, admitindo-se igualdade entre o número de homens e o de mulheres. Artigo 139 – Deverão ser instalados bebedouros, com jato inclinado, fora das instalações sanitárias, para uso dos freqüentadores, na proporção mínima de um para cada 300 pessoas. Artigo 140 - As paredes dos cinemas, teatros, auditórios e locais simulares, na parte interna deverão receber revestimento ou pintura lisa, impermeável e resistente, até a altura de 2,00m. Outros revestimentos poderão ser aceitos, a critério da autoridade sanitária, tendo em vista a categoria do estabelecimento. Artigo 141 – Para os efeitos deste Regulamento, equiparam-se no que for aplicável, aos locais referidos no artigo anterior, os templos maçônicos e congêneres. Artigo 142 – Os circos, parques de diversões e estabelecimentos congêneres deverão possuir instalações sanitárias provisórias, independentes para cada sexo, na proporção mínima de uma bacia sanitária e um mictório para cada 200 freqüentadores em compartimentos separados.

§ 1.º - Na construção dessas instalações sanitárias poderá ser permitido o emprego de madeira e de outros materiais em placas, devendo o piso receber revestimento liso e impermeável.

§ 2.º - Será obrigatória a remoção das instalações sanitárias construídas nos termos do parágrafo anterior, e o aterro das fossas, por ocasião da cessação das atividades que a elas deram origem. Artigo 143 – Os estabelecimentos previstos nesta Seção estão sujeitos a vistoria pela autoridade sanitária, para efeito de licenciamento pela autoridade competente.

Parágrafo único – Constatado em vistoria que o local apresenta condições sanitárias satisfatórias, será expedido o correspondente “Certificado de Vistoria Sanitária”. Artigo 144 – Sobre as aberturas de saída das salas de espetáculo propriamente ditas é obrigatória a instalação de luz de emergência, de cor vermelha, e ligada a circuito autônomo de eletricidade. SEÇÃO IV

Locais de Reunião para fins religiosos

Artigo 145 - Consideram-se locais de reunião para fins religiosos os seguintes:

I - templos religiosos e salões de cultos;

II - salões de agremiações religiosas.

Artigo 146 – As edificações de que trata esta Seção deverão atender, além das normas e especificações gerais para edificações, mais aos seguintes requisitos:

Page 75: apostilaPTCC1EDA2016

75

I - as aberturas de ingresso e saída em número de 2, no mínimo, não terão largura menor que 2,00m e deverão abrir para fora e serem autônomas;

II - o local de reunião ou de culto, deverá ter:

a) o pé-direito não inferior a 4,00m;

b) área do recinto dimensionada segundo a lotação máxima prevista;

c) ventilação natural ou por dispositivos mecânicos capaz de proporcionar suficiente renovação de ar exterior.

Parágrafo único – Quando instalado sistema de condicionamento de ar, este deverá obedecer às Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Artigo 147 – As edificações de que trata esta Seção, deverão dispor, além das privativas, instalações sanitárias para eventual uso dos freqüentadores, separadas por sexo, com acessos, independentes, e constantes, pelo menos de:

I - um compartimento para homens, contendo bacia sanitária, lavatório e mictório;

II - um compartimento para mulheres, contendo bacia sanitária e lavatório.

Parágrafo único – Quando abrigarem outras atividades anexas, como escolas, pensionatos ou residências, deverão satisfazer as exigências próprias da respectiva norma específica.