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lucasnossabarca
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ISSN
010
2-89
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NOVOMUSEU, CURITIBAOSCAR NIEMEYERNOVOMUSEU, CURITIBAOSCAR NIEMEYER
INTERNACIONAL: ROMA AUDITORIUM,
DE RENZO PIANO, EM ROMA
ENTREVISTA: COM RUY OHTAKE
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TECNOLOGIA E MATERIAIS: REVESTIMENTOS
PARA CALÇADAS
NOVAS SEÇÕES: AU RESPONDE, AGENDA, CATÁLOGO
ANO 18 NO106JANEIRO 2003
R$ 15,00
A REVISTA DE TODOS OS ARQUITETOS
W W W . P I N I W E B . C O M
2 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
E D I T O R I A L
O BELO, O GENIAL E O NOVO
Uma grande era começou.
Existe um espírito novo
”“
É com imensa satisfação e orgulho que fazemos chegar às mãos de nossos leitores
a primeira edição da nova AU. Nova na aparência e no conteúdo, enriquecido por
seções como AU Responde, Catálogo e Tecnologia & Materiais, todas voltadas à
prestação de serviço, trazendo soluções e informação de qualidade, que sirvam
como apoio ao trabalho do arquiteto. Além do conteúdo editorial, ao qual ainda
foram acrescentados temas como arquitetura de interiores e exercício profissional,
o projeto gráfico da revista passou por uma profunda e necessária reforma. Mais
bonita, AU tem agora suas reportagens e artigos melhor apresentados e organiza-
dos, o que torna mais confortável a leitura enquanto a qualidade dos textos e a
profundidade com que sempre tratamos as matérias permanecem inalterados. E
não poderia haver maior felicidade para AU do que contar, neste primeiro número
de uma nova era, com uma reportagem de capa a respeito de uma obra de Oscar
Niemeyer. O NovoMuseu, em Curitiba, carrega ainda a marca de ser a única
obra do grande mestre a sofrer uma intervenção planejada por ele mesmo. A
beleza das curvas do rampado responsável pela ligação dos dois edifícios que com-
põem o complexo museológico, o formato surpreendente do novo prédio, com sua
perfeita harmonia com o entorno, e o respeito com que foi tratado o edifício exis-
tente mostram a diferença entre competência e genialidade.
SIMONE CAPOZZI EDITORA
Le Corbusier em Por uma Arquitetura
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 15
Mais de 300 alunos participaram daprimeira edição do concurso PrêmioNacional de Pré-fabricados 2002,promovido pela Associação Brasileira deCimento Portland (ABCP), em parceriacom o IAB e a Associação Brasileira daConstrução Industrializada em Concreto(ABCIC). O evento de premiação, ocorridodia 26 de novembro no Amcham Business
UM INCENTIVO AOS PRÉ-FABRICADOS Center, em São Paulo, revelou asmelhores propostas de uso de pré-fabricado de concreto sob a ótica do júri,composto pelos arquitetos Ruy Ohtake,Joel Campolina, Paulo Júlio Bruna, PedroPaulo de Mello Saraiva e João Honório deMello Filho. As vencedoras do prêmioforam Beatriz Francalacci da Silva,Elizângela Martins de Almeida e GiselaBarcellos de Souza, estudantes do últimosemestre de arquitetura da UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC). Autoras
do projeto Centro Comunitário no bairrode Campeche, em Florianópolis, as alunasreceberam um prêmio de 8 mil reais pelotrabalho, que visa solucionar problemasdo bairro beira-mar de classe média dacapital catarinense. Em segundo lugar,com um prêmio de 5 mil reais, ficou oestudante Rodrigo Mônaco Biavati, daUniversidade de Brasília, seguido deBruno Vitorino, Vanessa Stralberg e JoanVilla, estudantes da UniversidadeMackenzie que receberam 2 mil reais pela3a colocação. Além destes, cincotrabalhos receberam menções honrosas.
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praça de entrada
praça interna anfiteatro fachada sudeste
perspectiva geral
Imagens do trabalho vencedor Centro Comunitário,no bairro de Campeche, em Florianópolis
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16 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
VIDA CULTURAL O projeto do Teatro Municipal de Mauá,de autoria do arquiteto Rafael AntonioCunha Perrone, visa proporcionar àpopulação dessa cidade da Grande SãoPaulo acesso mais fácil aos bens culturais.A obra será implantada junto à praçacívica, próxima à área comercial, nocentro do município, e integra umconjunto de operações urbanasdestinadas a valorizar a região. O foyer doteatro tem pé-direito duplo e abriga umaárea de exposição. No piso superior ficamdiversas oficinas culturais e a sede daSecretaria da Cultura. “Pretendeu-se comisso trazer ao edifício um ambientemovimentado, ocupado durante as váriashoras do dia”, diz Perrone. A definiçãoformal do edifício compõe-se em tornode volumes bem definidos einterseccionados. Um prisma de basetriangular compreende o palco e salas de
atividades, enquanto um volumecomposto funciona como a caixa dopalco. “Trabalhamos com a oposiçãoentre os grandes volumes fechados e asáreas mais transparentes”, explica oarquiteto. As áreas do foyer apresentampilares e vigas metálicas como forma derealçar a delicadeza e a transparência. As
cores são aplicadas a cada volume demodo a criar uma surpresa em relação àmonotonia da paisagem industrial queconstitui a cidade. Uma cobertura elevadaindica a área de entrada e o ponto deespera para os espetáculos, criando umatransição entre a praça em frente aoempreendimento e o edifício.
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COMPLEXO DE ARTES CÊNICAS E CORPORAISA Universidade de Campinas, por intermédio do Instituto de Artes, promoveu emfevereiro do ano passado um Concurso Nacional de Idéias para a construção de umcomplexo arquitetônico que envolvesse um teatro de pesquisa e criação artística edepartamentos de artes cênicas e corporais. A organização do concurso ficou a cargo doIAB-SP. O projeto vencedor é de autoria do Grupo Una, formado pelos arquitetos ClóvisCunha, Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Bárbara e Fernando F. Viégas, quecontaram com a consultoria em cenotecnia do arquiteto Gustavo Lanfranchi. O projetotem como objetivo integrar as novas edificações às escolas de música e artes plásticas. Oteatro ocupa uma posição central no conjunto e está voltado para uma praça. As escolasdesenvolvem-se perpendicularmente, de forma a envolver a praça do teatro. A circulaçãodas salas no pavimento superior foi idealizada como uma galeria envidraçada, quefunciona como espaço de repouso para alunos e professores. Uma ponte cobertacomunica esta galeria com o mezanino do edifício do teatro, onde estão as duasmaiores salas das escolas, uma planejada para dança e outra para o laboratório detécnicas circenses, ambas abertas para o público. O edifício do teatro laboratório foiprojetado como uma escola, em que o nível do palco corresponde ao nível da praça. O salão de espera possui iluminação zenital e a luz chega a atingir o pavimento inferior,onde estão dispostas as oficinas. Flexível, a sala do teatro pode ser utilizada paraapresentações em diversos estilos, como grego ou elizabetano.
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18 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
NOTÍCIAS DA 5a BIAJá foi anunciada a seleção prévia dasinstituições de ensino envolvidas noConcurso Internacional de Escolas deArquitetura, um dos segmentos da 5a BIA –Bienal Internacional de Arquitetura eDesign de São Paulo. Além de participar deuma premiação, os trabalhos ficarãoexpostos durante o evento, que aconteceráno Pavilhão Ciccillo Matarazzo, em SãoPaulo, a partir de 14 de setembro de 2003.Assim como o concurso das escolas, osdemais segmentos que compõem a 5a BIAterão como tema a metrópole. Promovidopelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)e pela Fundação Bienal, o evento contacom nove segmentos: representaçõesnacionais, exposição Metrópoles, mostrasespeciais, mostra de design, tecnologia,exposição geral de arquitetos, concursointernacional de escolas de arquitetura,mostras institucionais e fórum de debates.Para obter outras informações, acesse osite www.iabsp.org.br, mande um e-mailpara [email protected] ou ligue para (11)5574-5922.
DIVERSÃO EDUCATIVANa Escola Infantil Bilboquê, em BeloHorizonte, o arquiteto Samy Lanskyinaugurou o Parque da Cobra, umplayground temático. Com aspectorústico e ecológico, o parque temcabanas, escadas em corda, passarela-
cobra, laguinho, monovia e pontemóvel. O piso do parque é todo de grama sintética com camada deabsorção contra impactos. Um muro alto e irregular foi aproveitadopara criar visores, painéis de atividades e espelhos. A passarela da cobra,executada em alvenaria pintada, possui garras artificiais para escalada,túneis e guarda-corpo em fio plásticotrançado. No fundo do laguinho, com 8 cm de profundidade, foramcolocados seixos rolados. Um pequeno barco e duas duchascomplementam o laguinho. O parquetem ainda pula-pulas de molas quelembram sapos, um painel de magnetosque reflete imagens distorcidas e o"brinquedão", solução que abrangeuma cabana de piaçava comescorregador, escada de corda, monoviae ponte móvel de borracha.
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CASTELINHO TOMBADO Conhecido como Castelinho da Liberdade,o palacete da rua Conde de Sarzedas, noCentro de São Paulo, será tombado peloPatrimônio Histórico. A Fundação CarlosChagas, proprietária do imóvel, secomprometeu em preservar o casarão deestilo eclético e o transformar em centrocultural. O palacete construído em 1890,de caráter historicista próprio do ecletismo,tem componentes ornamentais neo-góticos, estilo marcado pelos aros ogivaissobre colunatas. Deverão ser preservadostambém os muros e o ajardinamento emtorno do casarão e será reconstruída umatorre que desabou em 1954 devido à máconservação. A restauração será dirigidapelo arquiteto Samuel Kruchin. Além doprocesso de tombamento, já existe umprojeto para a construção de um modernoedifício de escritórios no mesmo terreno,idealizado por Ruy Ohtake. Quando todo oprojeto estiver concluído, mais de 3 milpessoas devem circular pelo localdiariamente, o que deve contribuir para arevitalização da região central da cidade.
Símbolo da resistência ao regime militar, o Teatro da PontifíciaUniversidade Católica de São Paulo, o Tuca, passa por uma reformaque modernizará suas instalações, atualmente inadequadas porproblemas acústicos e de acesso. Localizado em Perdizes, bairro dazona Oeste de São Paulo, o edifício terá seu auditório principalredimensionado e ganhará mais três novos espaços: um teatro dearena, no subsolo, e dois auditórios no andar superior. Segundo oarquiteto Joaquim Guedes, autor da intervenção, uma das diretrizesdo trabalho foi preservar a memória do incêndio, ocorrido em1984. "Optei por conservar a memória da destruição por meio damanutenção de acabamentos deteriorados pelo incêndio, um atocriminoso contra a cultura, as iniciativas jovens e o amor à pátria",explica Guedes, que elaborou o projeto em 1986. O arquitetoprocurou preservar as características originais do prédio e tornar oteatro um ambiente "austero e tecnicamente perfeito", como elemesmo define. Em execução pela Método Engenharia, a obradeverá estar concluída no segundo semestre de 2003 e conta comapoio cultural do banco Bradesco.
O RENASCIMENTO DO TUCA
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20 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
DEPÓSITO DAS ARTESA cidade americana de New Orleans éfamosa pelo jazz, pelo carnaval MardiGras e pela presença do rio Mississipi. Jáum pouco afastado do burburinho daBourbon Street, no French Quarter, masainda às margens do Mississipi, seisantigos depósitos de algodão do séculoXIX foram restaurados para abrigar aescola de arte New Orleans Center forCreative Arts (NOCCA). A escola, quefuncionava desde 1973 em outro edifício,reúne os talentos da cidade e já formouartistas como os músicos Wynton Marsalise Harry Connick Jr. Proporciona aulas dedança, música, teatro, artes visuais eredação criativa. A adaptação dos galpõesficou a cargo do escritório Mathes BrierreArchitects, de New Orleans. Ed Mathes,um dos principais responsáveis pelotrabalho, explica que as novas instalaçõesconvivem com as paredes de tijolinho e ospilares de madeira aparente dos antigosarmazéns. Alguns desses pilares aindaconservam a numeração pintada com aaltura máxima permitida para a estocagemdo algodão. "A idéia foi manter a históriados armazéns às margens do rio, além deproporcionar novos equipamentos para osestudantes. O programa e a tecnologiaempregada atendem às necessidades detodos os departamentos", afirma Mathes.Entre as instalações estão salas comisolamento acústico para ensaios, umteatro com 300 lugares, estúdios de dançae fotografia. Além de promover umamaior identidadeda escola com ahistória e avocação artística dacidade, o restaurocolaborou paraaumentar acirculação depessoas no bairro,sem fazer oconjunto destoarda vizinhança.Para saber maissobre a NOCCA,acesse o site:www.nocca.com
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PONTE PREMIADAEm Newcastle, Inglaterra, uma pontesuspensa sobre o rio Tyne recebeu doisimportantes prêmios britânicos em 2002: oRIBA Stirling Prize e o Royal Fine ArtCommission Building of the Year.Inaugurada há um ano, Gateshead'sMillennium Bridge é a primeira pontebasculante do mundo constituída por umpar de arcos que giram em torno de umponto comum. O movimento da ponte, aprimeira pivotante do mundo, se assemelhaao fechamento de uma pálpebra humana,lhe conferiu o apelido de blinking eye, queem português significa "o olho que pisca".Enquanto um dos arcos forma umaplataforma, o outro serve de suporte paratodo o conjunto e gira para permitir apassagem de navios ao longo do rio.Projetada pelo escritório Wilkinson EyreArchitects, autor do também premiadoMagna Centre, em Roterdã, Holanda, aconstrução liga as regiões de NewcastleQuayside e East Gateshead e permite atravessia de pedestres e ciclistas.
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Maré do Apicum
Revegetação de manguezal
Núcleo de apoio aos pescadores
Museu do Mangue
O F I C I N A
26 ARQUITETURA&URBANISMO ABRIL 2002
Para mostrar toda a riqueza do mangue
Com o objetivo de preservar o trecho demangue no recanto de Maré do Apicum,em Aracaju, e ainda urbanizar a favela aliexistente, a prefeitura da cidade tem umamplo programa de revitalização queinclui a remoção das famílias para casasde alvenaria no mesmo bairro. No lugardos barracos deverá ser erguido o Museudo Mangue, com projeto arquitetônicode Ana Libório. Além de evitar novasinvasões, o museu pretende ser um"laboratório vivo" que permitirá odesenvolvimento de estudos científicosvisando a preservação dos manguesais. O
espaço ainda contará com ambiente paraexposições e aulas de educaçãoambiental. A arquiteta diz que o museudeve se tornar ponto turístico na capitalsergipana, gerando emprego e rendapara a comunidade graças às atividadesde artesanato, culinária típica e visitasguiadas. O projeto tem um grandesignificado para a região porque quase
toda a cidade foi erguida sobre manguesaterrados. Ana Libório diz que o partidoarquitetônico do museu remete àscaracterísticas regionais, pois prevê autilização de material de reflorestamentoe procura integrar a construção àpaisagem natural. O projeto deurbanização tem apoio do BancoInteramericano de Desenvolvimento (BID).
Bancada de granito comacabamento boleado duplona cor branco saara
Rodabancadaem meia-cana
Laboratório
Viga impermeabilizadaParede hidráulicae= 15 cm
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implantação
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perspectiva
Sob medida, para preservar a segurança O programa arquitetônico de um fórumde justiça pede um edifício cuja estruturae divisão dos ambientes diferem bastantedaquelas de um edifício comercial ou deescritórios – sob pena de comprometer opróprio andamento das delicadasatividades ali realizadas. Este foi opensamento proposto aos arquitetos ÉderBispo e Márcia Miranda quando foramconvidados a projetar o Fórum daComarca de Tangará da Serra, em MatoGrosso. "Geralmente, edifícios comerciaise até mesmo residenciais são adaptadospara receber um fórum, mas é muitoimportante que se faça um projetoespecífico", frisa Bispo, "porque, além dafuncionalidade, existe a questão dasegurança dos funcionários e dapopulação que precisa fazer uso dajustiça", completa. Antes de se lançar noprojeto, os arquitetos entrevistaram juízese funcionários para levantar os problemase necessidades mais freqüentes. O edifícioterá dois pavimentos. O térreo vai
Edifício de uso misto une escritórios e atividades culturaisO escritório de Ricardo Julião estátrabalhando no projeto do Espaço CulturalCIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), em São Paulo. O arquiteto RenatoSiqueira, um dos principais responsáveispela obra, afirma que o prédio terácaracterísticas de multiuso, com seispavimentos de escritório e mais quatroreservados para atividades culturais. Estesserão dotados de hall para eventos ebiblioteca multimídia. O edifício terá 10mil m² de área construída e seráimplantado em um terreno de 1.242 m².O destaque do conjunto será o teatro para400 lugares que, além de atender àdemanda do próprio CIEE, tambémpoderá receber espetáculos e peças do
circuito da cidade. Siqueira diz que oarquiteto J. C. Serroni está prestandoconsultoria para o projeto do teatro. Oinício das obras está previsto para o finaldo primeiro semestre deste ano.
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 27
acomodar áreas diferentes para atenderos departamentos criminal e cível."Famílias requerendo pensões e réus emjulgamento não devem ficar na mesmasala de espera", exemplifica o arquiteto.Também foram previstas salas de estarcom ambientes separados paratestemunhas de acusação e de defesa.No pavimento superior funcionarãogabinetes e cartórios, além de um anexopara a área administrativa. No total serão3.900 m² de área construída.
28 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
M A D E I N
PARA ESCRITÓRIOSA linha 4000, da Alberflex, éfeita com madeira dereflorestamento e é estofadacom espuma de poliuretanoexpandido em água, livre desolventes. Entre as opções deacabamento, couro e lã.MO 52020
É da Ornare a peça inspiradano design minimalista dosanos '60, produzida emelegante tom de azul. Versátil,pode receber porta-pratos,divisórias para DVD e CD
ou guarda-talheres. MO 52021
De aglomerado comacabamento em laca, ou demadeira laminada com verniz, aestante Spin, da Tok&Stok, tem148,2 cm de altura, 61 cm delargura e 22 cm de profundidade.Suporta até 50 kg. MO 52022
A artista plástica JacquelineTerpins e os lightdesignersGilberto Franco e CarlosFortes uniram-se para criar a série Concreta, da Lumini,com corpo de alumínio edifusor de vidro. MO 52023
GUARDA TUDO PRÁTICA E DIVERTIDALUZ E COR
*Veja endereços no final da revista
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JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 29
PRETENDO UTILIZAR COLETORES SOLARES EM UMA CASA DE ALTO PADRÃO PARA UMA
FAMÍLIA DE CINCO PESSOAS. COMO OTIMIZAR O USO DO EQUIPAMENTO E QUAL
A INCLINAÇÃO DOS COLETORES PARA A LATITUDE 23,5º (SÃO PAULO)? ALÉM DISSO,
QUAIS AS DIMENSÕES MÍNIMAS DO ESPAÇO PARA ACOMODAR OS BOILERS? TAMBÉM
GOSTARIA DE SABER EM QUANTO TEMPO A ECONOMIA DE ENERGIA AMORTIZARÁ O
GASTO COM OS COLETORES E SE COMPENSA UTILIZAR O SISTEMA PARA AQUECER A
PISCINA (QUE AINDA NÃO FOI PROJETADA)? Cláudia Bocchile, ESTUDANTE DE ARQUITETURA (SÃO PAULO)
SOU ESTUDANTE DE ARQUITETURA E PRECISO DE INFORMAÇÕES SOBRE SALAS DE
CINEMA PARA DESENVOLVER UM TRABALHO DE FACULDADE. Gabriela Gornati, POR E-MAIL
aU R E S P O N D E
Para otimizar o uso da energia solar, o
primeiro passo é dimensionar o consumo
diário teórico da residência. O sistema precisa
de um dia inteiro de radiação para o
aquecimento, por isso, a capacidade precisa
ser proporcional a 24 horas. Assim, além da
população da residência (no caso, cinco
pessoas), será necessário ainda definir quais
pontos de consumo receberão água quente:
chuveiros, lavatórios, pia de cozinha,
hidromassagem, etc. O arquiteto Sérgio
Vasconcelos, do departamento de engenharia
da Soletrol, empresa especializada em
aquecedores solares de água, diz que, em
geral, a capacidade para este caso pode variar
de 400 a 800 litros. Quanto ao
posicionamento dos coletores, além de
orientá-los para o norte geográfico, a
inclinação ideal corresponde ao ângulo da
latitude acrescido de 10o. Portanto, para São
Paulo, a inclinação seria em torno de 33o. Já as
dimensões da casa de máquinas irão variar de
acordo com a capacidade e modelo dos
reservatórios térmicos (boilers).
Aconselhamos a visita de um técnico para a
avaliação do caso e orientação correta da
especificação. O tempo de retorno do
investimento, obtido pela economia de
energia, ocorre, em geral, entre dois e três
anos, dependendo da fonte de energia
convencional a ser comparada. Vasconcelos
argumenta que este prazo é curto se for
considerado que a expectativa de vida de um
sistema de aquecimento solar é de pelo
menos 15 anos. Em relação a utilizar o
sistema para aquecer a água da piscina,
Vasconcelos diz que com toda certeza vale a
pena e, embora não esteja concluída, é
aconselhável prever dois dispositivos
adicionais para alimentação e retorno dos
coletores solares.
Segundo Marcelo Tessler, engenheiro da rede
de salas de cinema Cinemark, não existe um
critério para determinar o tamanho de uma
sala. Deve-se fazer uma pesquisa qualitativa
para saber quantas pessoas freqüentariam o
cinema numa determinada região da cidade e
então determinar o tamanho de uma ou
várias salas. Em geral, as médias têm entre
250 e 350 lugares. São consideradas grandes
as salas com capacidade a partir de 450 e é
pouco usual ultrapassarem 600 lugares.
Também são pouco utilizadas as salas com
menos de 200 lugares, visto que o custo de
implantação seria o mesmo de uma um
pouco maior. Determinada a capacidade da
sala, deve-se cuidar da relação comprimento
x largura. Aqui, é a tela que reina absoluta.
Tessler aconselha utilizar toda a largura da
sala para obter uma projeção de impacto. E
como, por critérios técnicos, a largura da tela
determina a altura, é recomendável um pé-
direito bem alto, entre 12 m e 14 m. Por sinal,
a altura do pé-direito passou a ser um fator
determinante após a introdução no Brasil do
conceito stadium, em que as poltronas são
posicionadas como em uma arquibancada.
Os degraus da arquibancada devem ter, no
mínimo, 1,20 m de largura para a colocação
das poltronas, e, dependendo do caso, até 45
cm de altura. A arquiteta Luciana Cupini
lembra da importância dos corredores de
circulação, que também servem como rota de
fuga em caso de emergências. Por isso, devem
ter, no mínimo, 1,20 m de largura. Como os
modernos sistemas de som são potentes, é
preciso dotar as paredes e forro da sala com
uma proteção extra para isolar a propagação
de ruídos. Dessa forma, o som de um filme
não atrapalha o outro e nenhum barulho
exterior interfere na projeção do filme. Vale a
pena lembrar ainda que é preciso consultar o
código de obras de cada prefeitura para
adaptar os cinemas às regras de diferentes
localidades.
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Cin
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escreva para: [email protected]
30 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Linhas retas, beirais largos, cobertura
em balanço e algumas pedras no
revestimento. Um olhar mais atento e
familiarizado com a arquitetura pode
perceber as influências do traço de
Frank Lloyd Wright. Para o proprietário desta
casa, porém, a recomendação mais importante
dada aos arquitetos Santiago e Juan Garcia
Aliseris foi garantir a vista de um vale em
Santana do Parnaíba, SP.
Para atender o desejo do cliente, os arquite-
tos aproveitaram a declividade do terreno e
distribuíram o programa em três patamares: o
acesso com garagem, o piso social e a área de
dormitórios. Há ainda um último pavimento
onde fica o ateliê da proprietária, somando um
total de 560 m² de área construída. O escalona-
mento entre os patamares exigiu desníveis de
cerca de 4 m de altura, numa distribuição que
deu ritmo à edificação e otimizou o aproveita-
mento do terreno de 800 m².
A laje de cobertura da garagem sustenta a
piscina, que funciona como um espelho
d'água para quem a observa a partir da sala de
estar. A lâmina de água de 1 cm escorre por
uma calha que, além do movimento, propor-
ciona a sensação de ser o limite entre a resi-
dência e a paisagem.
Santiago Aliseris conta que teve a idéia para a
localização da piscina já ao definir a implanta-
ção. "Um dia estávamos no terreno começando
a definir o projeto e percebemos que, para com-
pletar a paisagem, só faltava o mar. Então o ele-
mento água foi incorporado com a piscina", diz.
Os proprietários também pediram pintura
branca nas paredes, que ressaltaram as esqua-
drias com grandes panos de vidro e vedação
termoacústica. O arquiteto explica que os cai-
xilhos são de madeira na parte interna e alu-
mínio anodizado por fora. Também foram
colocadas persianas entre os vidros, para
garantir privacidade. O piso da área de estar
foi revestido com perobinha, madeira de tom
escuro, para não destoar dos caixilhos.
A caixa de escadas, a lareira e a churras-
queira são revestidas com pedra São Tomé
fatiada. Quartzito branco foi usado em todos
os terraços externos e aparece também no
acesso à piscina. Para cobrir parte da fachada
foi escolhido o granito lavado.
Estes detalhes em pedra e alguns traços do
desenho da casa são as principais referências
às obras do arquiteto norte-americano Frank
UMA CASA BRANCANA MONTANHAAO BUSCAR SOLUÇÕES PARA ATENDER ÀS EXPECTATIVAS DOS CLIENTES, OS ARQUITETOS CHEGARAM A UM
RESULTADO DE CLARA INSPIRAÇÃO WRIGHTIANA E AINDA DOTARAM A PAISAGEM DO MOVIMENTO DE
ÁGUA QUE FALTAVA PARA COMPLETAR A BELEZA DA REGIÃO POR VÂNIA SILVA . FOTOS: SOFIA MATTOS
PARA COMPLETAR A
PAISAGEM SÓ FALTAVA O
MAR. O ELEMENTO ÁGUA FOI
INCORPORADO COM A PISCINA
SANTIAGO E JUAN MANUEL GARCIA ALISERIS ALPHAVILLE 8/SANTANA DO PARNAÍBA, SP RESIDÊNCIA TARRIS 1999/2001
C A S A
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 31
Lloyd Wright, cuja residência mais famosa é
a E. J. Kauffmann, popularmente conhecida
como Fallingwater, construída na Pensil-
vânia, em 1937. "Não houve uma inspiração
consciente em Wright, mas depois da defini-
ção dos espaços começamos a brincar com
os volumes", conta Aliseris. Para ele, a resi-
dência Tarris se destaca entre as da vizinhan-
ça principalmente pela vasta dimensão dos
caixilhos e a personalidade manifestada por
sua arquitetura.
Para se ter idéia de como a casa foi valoriza-
da por seus futuros moradores, Aliseris lem-
bra que o proprietário impôs limites de custos
no início das obras. No final, entretanto, aca-
bou por optar por materiais mais caros, ape-
sar de existirem similares de menor preço.
"Quase sempre ele preferiu materiais de me-
lhor padrão", recorda o arquiteto.
A casa se desenvolve em quatro pavimentos, acompanhando o aclivedo terreno. O acesso principal fica no piso inferior, onde também foiinstalada a garagem, cuja laje de cobertura acomoda a piscina. Abaixo,vista do estar e da piscina, que assume o papel de espelho d'água
32 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
SANTIAGO E JUAN MANUEL GARCIA ALISERIS ALPHAVILLE 8/SANTANA DO PARNAÍBA, SP RESIDÊNCIA TARRIS 1999/2001
C A S A
FICHA TÉCNICAArquitetura: Santiago Garcia Aliseris e JuanManuel Garcia Aliseris Consultoria: Conrado José Garcia Ferrés Estrutura: Engest Engenharia Instalações: Edil Pessoa Paisagismo: Marcelo FaisalConstrução: Saecom Acabamentos: Profor
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1 Ateliê2 Banheiro esauna
1 Suíte2 Closet3 Lavanderia4 Quarto deempregada5 Área deserviço6 Terraço
1 Piscina2 Deck3 Jardim4 Terraço5 Estar social6 Escritório7 Sala de jantar8 Estar 9 Estar íntimo
10 Banheiro11 Despensa12 Copa13 Cozinha14 Banheiro/
vestiário
1 Depósito2 Casa demáquinas3 Hall4 Quadro
elétrico5 Garagem6 Gás
superior (ateliê)
2o pavimento
1o pavimento
inferior *Veja fornecedores e endereços no final da revista
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 33
Acima, o estar e o terraço se abrem para o jardim. O deck da piscina foirevestido com quartzito branco que contrasta com o mosaico de vidroem tons de azul aplicado na piscina. Detalhes em pedra São Toméfatiada quebram a rigidez das paredes brancas dentro e fora da casa
BRASIL ARQUITETURA SALVADOR/BA MUSEU RODIN 2002
B R A S I L
34 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
O PRINCIPAL DESAFIO FOI
ESTABELECER UM DIÁLOGO
FRANCO ENTRE A NOVA
E A ANTIGA ARQUITETURA
RODIN EM SALVADORA PARTIR DE NOVEMBRO DESTE ANO, A CAPITAL BAIANA ACOLHERÁ UM IMPORTANTE EQUIPAMENTO CULTURAL
DE RENOME INTERNACIONAL. PROJETADO PELO ESCRITÓRIO BRASIL ARQUITETURA, O MUSEU RODIN BAHIA SERÁ
A 1a FILIAL DA FUNDAÇÃO RODIN NA AMÉRICA LATINA POR VALENTINA FIGUEROLA
Aprovado pelo Ministério da
Cultura, o projeto do Museu
Rodin Bahia, em Salvador, con-
templa a construção de um
novo edifício e a restauração do
Palacete Comendador Bernardo Catharino,
um casarão eclético do começo do século que
abrigará 62 obras do escultor francês Auguste
Rodin. Para isso, Marcelo Ferraz e Francisco
Fanucci, autores do projeto, privilegiaram
espaços versáteis e flexíveis sem desrespeitar a
arquitetura e vegetação existentes.
"O principal desafio do projeto foi estabe-
lecer um diálogo honesto e franco entre a nova
e a antiga arquitetura", explica Marcelo Ferraz.
Os arquitetos queriam evitar que a futura
construção se sobrepusesse ao casarão, princi-
pal exemplar da arquitetura eclética baiana.
Com área e volume similar ao do palacete – ou
seja, cerca de 1.500 m² –, o prédio não irá
interferir na paisagem de Salvador, pois não
será visível para as pessoas que transitam pela
rua. "Buscamos uma relação de escala que res-
peitasse os alinhamentos verticais e horizon-
tais com o palacete", diz Ferraz. Por isso, a
dupla de arquitetos optou por enterrar um dos
pisos do edifício novo no subsolo.
O novo bloco será implantado em uma
clareira entre as centenárias árvores tropicais
do terreno, todas preservadas. De acordo com
o projeto, o acesso às duas edificações é feito
exclusivamente por pedestres. "Não podemos
privilegiar o automóvel em área tão nobre",
justifica Ferraz. O terreno onde será construí-
do o Museu Rodin Bahia fica na rua da Graça,
movimentada e importante via de Salvador.
Para valorizar e definir o percurso de pedes-
tres na área, os arquitetos desenharam um piso
modulado de pedra portuguesa que será apli-
cado em toda a área e servirá de cenário para
as obras do mestre francês.
Formado por planos de concreto aparen-
te, vidro e treliça de madeira, o novo edifício
foi configurado para valorizar as peças e rele-
vos decorativos do palacete, apenas restaura-
do e adaptado tecnicamente às necessidades
da instituição. "No casarão, a intervenção
mais radical é a inserção de uma torre de cir-
culação vertical em sua parte posterior",
explica Ferraz. Além de otimizar o fluxo de
pessoas, a torre confere unidade visual ao
conjunto por apresentar a mesma linguagem
arquitetônica do bloco.
Apesar de funcionarem independentemen-
te, as edificações serão ligadas entre si por uma
passarela de concreto protendido que sairá da
torre do palacete e se estenderá até o futuro edi-
fício, num total de 18 m. O projeto prevê que a
lâmina de concreto, disposta a 3,2 m do solo, irá
penetrar e circundar a nova construção, servin-
do de acesso ao prédio e de "mirante" para a
Porta do Inferno, obra-prima de Rodin que será
instalada na parte externa do museu. No recuo
entre as edificações, um café e uma loja se
expandem para um jardim e compõem um
espaço como que desvinculado dos prédios.
Ao acessar a sala principal do novo edifí-
cio pela passarela ou pelo térreo, o visitante se
depara com um ambiente de pé-direito duplo
e iluminação zenital controlada. Concebida
para exposições temporárias de diversos tipos,
a sala é complementada por espaços expositi-
elevação oeste
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 35
Além de ligar o edifício antigo ao novo, a passarela de concreto serve de“mirante” para a Porta do Inferno, obra-prima de Rodin, visível ao fundoda imagem acima. A maquete digital abaixo mostra a utilização de vidrocomo fechamento de uma das faces da sala central do novo prédio
elevação norte
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BRASIL ARQUITETURA SALVADOR/BA MUSEU RODIN 2002
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A sala principal do novo edifício recebe luz natural através de "fendas" na laje de cobertura. A iluminação zenital é controladapor haletas móveis que, eventualmente, fecham os pequenos vãos e impedem a passagem da luz
implantação
subsolo (edifício novo)
cortes transversais (edifício novo) corte longitudinal (edifício novo)
térreo (edifício novo)
detalhe da cobertura (edifício novo)
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 37
PATRIMÔNIO SOBERANO
Para os arquitetos Marcelo Ferraz e
Francisco Fanucci, o ponto de partida
para o desenvolvimento do projeto do
Museu Rodin Bahia foi respeitar e pre-
servar o Palacete Comendador Bernardo
Catharino, um casarão eclético construí-
do em 1913. "As intervenções serão
leves e pontuais e visam apenas a prepa-
ração espacial e técnica da construção
para as novas funções", explica Ferraz.
Equipamentos de climatização e ilumi-
nação serão introduzidos de maneira
discreta no edifício de três pavimentos.
Considerados principais, o 1o e 2o anda-
res serão dedicados à exposição da cole-
ção Rodin, enquanto o térreo abrigará
as atividades educativas e de acolhimen-
to. Apesar de terem sido demolidas, as
paredes e batentes do 2o pavimento
tiveram a memória mantida pelo
emprego de algumas dessas partes em
pórticos para arrematar a alvenaria e
"emoldurar" os valiosos forros do pavi-
mento. As janelas do palacete foram
fechadas com vidro. Para criar um aces-
so ao sótão, onde funcionará a adminis-
tração do museu, a equipe acrescentou
um lance à escada já existente no casa-
rão. Outro objetivo da intervenção foi
criar um ágil e eficiente sistema de cir-
culação vertical no palacete. "A escada
original do edifício não supriria a neces-
sidade de circulação vertical do futuro
museu", explicam os arquitetos. A solu-
ção foi implantar uma torre de concreto
na parte posterior do palacete. Com
escada e elevador, o volume liga os três
pavimentos e se conecta ao novo edifí-
cio por uma passarela.
F ICHA TÉCNICA
Projeto arquitetônico: Brasil Arquitetura (Francisco
de Paiva Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz)
Colaboradores: Cícero Ferraz Cruz, Albert Sugai,
Bruno Levy, Gabriel Rodrigues Grinspum e Rodrigo
Izecson Carvalho
Museologia: Expomus (Maria Ignez Mantovani
Franco e Ana Helena Lefevre)
Museografia: Gerardo Vilaseca
Coordenação de projetos e obra: Gabriel Gonsalves
Paisagismo: Brasil Arquitetura e Raul Pereira
Luminotécnica: Reka, Ricardo Heder
Estrutura e fundações: Sistema (Wanderlan Paes e
Carlos Rezende)
Elétrica e hidráulica: Thales de Azevedo
Ar-condicionado: José Rebouças e Hitachi
Segurança: Procontrol
vos menores, como mezaninos e passarelas
externas. "Esses ambientes circundam a sala e
oferecem diversos ângulos para a observação
do que está sendo exposto", observa Marcelo
Ferraz, que considera este um dos pontos for-
tes do projeto.
Outra importante diretriz do trabalho foi
a valorização da mata tropical local. "O jardim
é muito interessante e, por isso, concentramos
a maioria das atividades no térreo", justifica
Ferraz. Uma grande superfície de painéis de
vidro cobre uma das faces da sala central e
promove sua integração espacial e visual com
um pátio de esculturas. Para proteger o pano
de vidro da incidência direta dos raios solares,
a equipe adotou o muxarabiê na parte supe-
rior do edifício. O muxarabiê, um anteparo
formado por treliça de fasquias de madeira
cruzadas, muito comum na arquitetura colo-
nial, também estará presente na torre de circu-
lação do casarão.
Além de exposições, o programa do
museu inclui atividades educativas como
workshops e cursos, que serão ministrados no
térreo do palacete. O jardim funcionará como
espaço de convivência para a comunidade
local, que poderá usufruir da área livremente.
"O jardim será ponto de convivência dos habi-
tantes de Salvador e de todos os que por ali
passarem", afirmam os autores, que acreditam
no papel do museu como um ponto de con-
vergência entre pessoas, arte e cultura.
Projetada para otimizar a circulação vertical do casarão, a torre dá acessoà passarela que leva ao novo bloco. Em concreto e vidro e protegida daluz pelo muxarabiê, o elemento confere unidade visual ao conjunto porpossuir a mesma linguagem arquitetônica do futuro edifício
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OSCAR NIEMEYER CURITIBA NOVOMUSEU 2002
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CONCRETO, POESIA E NIEMEYER
AOS 95 ANOS, O ARQUITETO CARIOCA OSCAR NIEMEYER INTERVÉM NA
PRÓPRIA OBRA E CRIA O NOVOMUSEU ARTE, ARQUITETURA E CIDADE, UM
DOS MAIORES COMPLEXOS CULTURAIS DA AMÉRICA LATINA, EM CURITIBA-PR
POR VALENTINA FIGUEROLA FOTOS LINA FARIA
Com 2.100 m² e pé-direito de 10,9 m no ponto máximo, a sala principal do"olho" é o destaque do NovoMuseu. De concreto protendido, o rampadoconecta o pavimento intermediário da torre estrutural do "olho" aosubsolo da construção antiga, além de ligar os prédios ao exterior
40 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
OSCAR NIEMEYER CURITIBA NOVOMUSEU 2002
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Tudo começou quando Jaime
Lerner, então governador do
Paraná, convidou Oscar
Niemeyer para intervir em
um projeto realizado pelo
próprio arquiteto carioca há 35 anos. Para
aceitar o convite de transformar o edifício
Castello Branco em um dos principais museus
da América Latina, o consagrado arquiteto
impôs apenas uma condição: a de construir
um novo prédio, que se tornasse símbolo da
instituição cultural. Conhecido como o
"olho", a nova construção faz parte do
NovoMuseu, um complexo cultural com mais
de 30 mil m² de área construída.
A princípio, Niemeyer pretendia desenhar
o novo prédio sobre o antigo,uma grande cons-
trução branca de concreto projetada para ser
uma escola, em 1967. A idéia logo foi descarta-
da e substituída por outra que evitasse qualquer
problema técnico. Assim surgiu o "olho", um
volume de concreto e vidro implantado em
frente à antiga obra. "O povo de Curitiba tem
apreço pela escola, um edifício muito bonito
que optei por não esconder", explica Niemeyer,
que suspendeu a construção nova do solo para
preservar a visibilidade da antiga.
Por ter medo de voar, Niemeyer acompa-
nhou as obras do museu por teleconferência
em seu escritório, no Rio de Janeiro. Em ape-
nas seis meses, a obra, que custou cerca de 40
milhões de reais, estava pronta. "O museu é
simples, moderníssimo e lógico", afirma o
arquiteto. As linhas curvas, características do
trabalho de Niemeyer, marcam também o
contorno do NovoMuseu. "A curva é uma so-
lução natural para grandes áreas", afirma
Niemeyer que, pela primeira vez em sua vida,
aceita intervir em uma obra por ele concebida.
O principal ambiente da edificação é o
salão de exposições, um espaço com 30 m de
largura por 70 m de comprimento sobre o qual
se destaca uma imensa cobertura curva. Tanto
a sala como a cobertura são suportadas por
vigas curvas de concreto protendido apoiadas
em duas paredes portantes do mesmo mate-
rial. "O desafio foi criar os balanços de 30 m
em cada lado do edifício", explica Carlos
Sussekind, engenheiro responsável pela obra.
Para ele, um dos pontos positivos do projeto
foi o aproveitamento dos "espaços curvos"
criados pela forma irregular da estrutura.
Um dos elementos mais bem elaborados
do projeto é a caixilharia do "olho", concebida
por Niemeyer em conjunto com o arquiteto de
iluminação Peter Gasper. "Não queríamos que
os montantes das esquadrias fossem verticais,
o que daria uma idéia falsa de apoio por parte
destas peças", explica Oscar, que desenhou os
montantes na diagonal. Em forma de hexágo-
nos, as peças metálicas são inseridas em dois
planos de vidro acinzentados. Além de prote-
ger o interior da edificação de excessiva luz
natural, danosa para as obras de arte, o recur-
so não obstruiu a bela vista do entorno para
quem está dentro do edifício.
O conjunto foi implantado atrás do palácio
do governo, em uma área denominada Centro
Cívico.Além do Bosque Papa João Paulo II, uma
mata com vegetação típica do planalto do Paraná,
a instituição conta com a Aldeia da Cultura, uma
área com ateliês, residências, espaços para cursos
e palestras que ocupa os antigos galpões do
Departamento Estadual de Transporte Oficial
(Deto). Tudo faz parte do complexo museológi-
SIMPLES,MODERNÍSSIMO
E LÓGICO
Moldado em concreto, o túnel de circulaçãoentre o subsolo do prédio existente e o novorecebeu pintura branca. Para intensificar aexperiência sensitiva de cruzá-lo, suassuperfícies curvas recebem luz azul deluminárias instaladas no desencontro entre asparedes, à meia altura
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 41JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 41
As fachadas do "olho" resultam de umaestrutura de aço revestida por doispainéis de vidro laminado na cor cinza.Entre eles, foi instalado um briseformado por hexágonos de alumínio
42 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
OSCAR NIEMEYER CURITIBA NOVOMUSEU 2002
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edifício existente: superior novo edifício: superior
edifício existente: subsolo edifício existente: térreo
novo edifício: inferior
Com 30 mil m² de área construída, o conjunto pretende ser o maiscompleto museu da América Latina, abrigando exposições de arte,arquitetura e urbanismo. O edifício antigo foi adaptado pelo arquitetoMarcelo Ferraz, também encarregado do trabalho de museografia
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 43
Acima, a implantação do complexo, localizado atrás do palácio dogoverno em uma área denominada Centro Cívico. Abaixo, vista de umadas salas de exposição do edifício existente, cujas paredes e forros foramremovidos para promover a fluidez dos espaços
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OSCAR NIEMEYER CURITIBA NOVOMUSEU 2002
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das seis salas para os mais diversos tipos de
exposição, com 550 m² cada uma. Para se ter
idéia da dimensão dos espaços, cada sala cor-
responde, em área, ao primeiro pavimento do
Masp, o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
"Isso sem contar o salão principal de exposi-
ções do 'olho', que tem 2.100 m²", diz Ferraz.
Ao todo, o NovoMuseu conta com dez salas
para exposição.
Para trazer luz ao interior do edifício,
foram mantidos nove jardins longitudinais
existentes no projeto original. Além de dese-
nhar o mobiliário, Marcelo Ferraz foi o respon-
sável pelo trabalho de museografia. Segundo o
arquiteto, o museu foi pensado como uma
indústria de exposições e, por isso, o teto do
local conta com sistemas de cabos de aço, rol-
danas e trilhos para a colocação de painéis
industriais. Para reforçar o caráter industrial, as
instalações elétricas e de ar-condicionado
foram deixadas aparentes. "Um museu deste
tamanho, com 250 m de comprimento por 40 m
de largura, deve ser versátil, capaz de receber
todo o tipo de exposição", afirma.
Para o engenheiro Carlos Sussekind, um
dos desafios da obra foi criar no edifício
do "olho" o duplo balanço de 30 m. "O
audacioso balanço tornou-se factível devi-
do à altura das vigas longitudinais de con-
creto protendido", explica o engenheiro.
Com 5,5 m de altura na maior seção, as
vigas T são recuadas 5 m das fachadas
principais e apoiadas em dois pilares vaza-
dos de 9,10 m por 1,20 m que descarre-
gam em dois blocos de 160 m³ cada.
Segundo a Cesbe, construtora responsável
pela execução da obra, caso o projeto
fosse executado da forma convencional,
os prazos estabelecidos não seriam atingi-
dos. Por isso, a empresa adotou como
solução a execução simultânea da estrutu-
ra, que foi separada em três planos verti-
cais: a parte central, formada pela funda-
ção, blocos, pilares e escadaria; e as duas
seções laterais que formam as vigas cur-
vas inferiores. Para que a estrutura tivesse
um desenvolvimento contínuo, as partes
deveriam se encontrar na mesma data.
Ousadia estrutural e construtiva
co, provavelmente o maior da América Latina,
com uma área total de 144 mil m².
Entre as paredes portantes de concreto
que suportam o "olho" foram concentrados
acessos, circulações, sanitários e bares. Salas
de exposição de 70 m² foram instaladas nos
três andares intermediários da torre que, além
de sustentar o salão principal de exposições,
serve de acesso a um túnel que liga o velho e o
novo edifício. "A torre atravessa um imenso
espelho d'água e chega em um túnel de circu-
lação de concreto com 5,5 m de largura",
explica o arquiteto Marcelo Ferraz, do e scritó-
rio Brasil Arquitetura, encarregado do projeto
de adaptação da velha construção.
Ferraz explica que fez do subsolo um
"pavimento organizador do museu", de onde o
visitante pode acessar as salas de exposição da
própria edificação ou a nova construção, via
túnel. "Uma solução semelhante à encontrada
no museu do Louvre, em Paris, cujo antigo edi-
fício tem o seu 'coração' no subsolo", explica
Ferraz. O arquiteto implantou no local as ofici-
nas de montagem, livraria, lojas, áreas para
exposição, saguão e bilheteria. Foram criados
dois acessos de serviço para as áreas de apoio,
localizadas nas extremidades do velho museu.
Segundo Ferraz, antes da intervenção o
subsolo era um espaço enterrado, insalubre e
escuro. "Por isso, tivemos a idéia de abri-lo",
explica ele, que optou por quebrar a laje de
uma parte do pavimento situada fora da pro-
jeção da edificação. Dessa forma, foi criado o
Pátio de Esculturas, um área de 900 m² res-
ponsável por parte da luz natural que incide
no prédio. A outra parte é propiciada por uma
abertura circular criada na laje do pavimento
térreo. Vedada com vidro, a circunferência
permite a visibilidade dos espaços "enterra-
dos" para quem transita no andar térreo.
"O pavimento térreo tem a função de um
edifício público, prestando serviços para a
cidade, a comunidade e o visitante", explica
Ferraz. O projeto também se apropriou de
duas caixas de vidro em meio aos pilotis. Uma
delas abriga o restaurante, com funcionamen-
to independente do museu e, a outra, um cen-
tro de atendimento ao turista. Além disso, um
auditório existente foi reformado e teve seu
acesso transferido para o subsolo.
No primeiro andar, onde se localiza gran-
de parte da área expositiva, a equipe realizou
aquilo que define como um trabalho de "sa-
neamento" da construção. Paredes e forros de
gesso foram demolidos para aumentar o pé-
direito e a fluidez dos espaços. "Só sobrou a
estrutura", diz Marcelo Ferraz. Foram defini-
FICHA TÉCNICAProjeto arquitetônico: Oscar Niemeyer Projeto de adaptação do edifício antigo: BrasilArquiteturaColaboração e desenvolvimento: Jair Valera eAna ElisaProjeto estrutural: José Carlos SussekindProjeto de instalações: ADDAG, PROMEK,TEPOL, DAMIANI Projeto de luminotécnica: Peter GasperProjeto mobiliário (prédio principal): AnaMaria NiemeyerProjeto mobiliário (prédio apoio): Marcelo FerrazCoordenação geral da obra: Oswaldo CintraConstrução e gerenciamento: CesbeEstrutura e fundações: Casuanina e Avantec
LEIA MAIS<http://www.novomuseu.org><http://mail.cesbe.com.br/museu/>
O pátio de esculturas foi criado pela remoção do trecho da laje sobreuma parte do subsolo situada fora da projeção do antigo edifício. Assalas desse prédio têm sistemas expositivos de cabos de aço, roldanas etrilhos para a colocação de painéis industriais
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*Veja endereços no final da revista
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RENZO PIANO ROMA/ITÁLIA ROMA AUDITORIUM 1994/2002
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46 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Planejado com o propósito de enrique-
cer o imenso patrimônio da cidade
eterna, o Roma Auditorium é um
complexo multifuncional dedicado
exclusivamente à música em seus
diferentes gêneros. Com este projeto, Roma se
torna o maior pólo musical da Itália e se coloca
entre os melhores da Europa. Criação de Renzo
Piano, o complexo é caracterizado por três cai-
xas harmônicas que parecem voar sobre uma
densa vegetação.
Uma estrutura deste tipo não poderia ser
construída no centro histórico da capital ita-
liana. Por isso, o Auditorium foi implantado
em uma planície existente entre a colina dos
Parioli e o rio Tevere – mais precisamente
entre o Villaggio Olímpico, construído para os
jogos de 1960, e o Palácio do Esporte e o
Estádio Flaminio, ambos projetados por
Pierluigi Nervi.
A localização também apresenta a vanta-
gem de poder receber um grande afluxo de
público graças à infra-estrutura já existente.
Mas também por ocupar um espaço que tinha
UM PARQUE PARA A MÚSICAO MESTRE ITALIANO IMPLANTA TRÊS GRANDES CAIXAS ACÚSTICAS REVESTIDAS DE CHUMBO EM PLENA ROMA
representado, por muito tempo, uma espécie
de fratura artificial, um vazio no tecido urba-
no. Esta fratura foi substituída por um parque
de 30 mil m² que se interliga a outro parque, o
de Villa Glori, no centro histórico de Roma.
As três salas que compõem o auditório são
circundadas de densa vegetação e se abrem para
um quarto espaço, um anfiteatro a céu aberto
com capacidade para três mil pessoas, pensado
para receber shows e outros espetáculos.
Imaginadas como três enormes caixas de
som, as edificações são estruturalmente sepa-
radas entre si para garantir o isolamento acús-
tico. Dessa forma, cada sala tem suas próprias
características arquitetônicas e funcionais,
além de apresentar técnicas bem diferentes,
resultado de experiências precedentes no
campo da acústica.
O processo projetual de Renzo Piano para
o Roma Auditorium se desenvolveu com a ela-
boração de uma maquete de computador rea-
lizada a partir dos desenhos originais feitos
pelo arquiteto. Em seguida, foi feita uma simu-
lação da refração musical com laser. Os resul-
tados obtidos por essa simulação foram usa-
dos na montagem de uma segunda maquete
de madeira, construída na escala 1:20. Só
então foi realizado o projeto executivo, deta-
lhado com precisão milimétrica.
A sala de 700 lugares tem sua configuração
similar a um teatro tradicional. Possui fossa
para orquestra e uma estrutura cênica variá-
vel: as três paredes que delimitam o palco
(duas laterais e uma superior) são móveis e
permitem alterar suas dimensões. Esta sala foi
projetada para representações de óperas líri-
cas ou teatrais, concertos de música de câmara
ou barroca, assim como de música sinfônica.
DEDICADO COM
EXCLUSIVIDADE À MÚSICA, O
COMPLEXO COLOCA ROMA
ENTRE OS MELHORES PÓLOS
MUSICAIS DA EUROPA
POR MARISA BARDA
corte
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 47
A sala de 1.200 lugares é caracterizada pela
flexibilidade. As dimensões do palco são regu-
láveis e se adaptam de acordo com a natureza
do espetáculo. As poltronas auxiliam na rever-
beração do som, oferecendo, assim, a possibi-
lidade desta sala receber tanto uma grande
orquestra quanto espetáculos de dança e con-
certos de música contemporânea.
Chamada também de veleiro de madeira, a
sala de 2.800 lugares é reservada para concer-
tos sinfônicos, isto é, para grandes orquestras e
coros. É difícil pensar em uma definição mais
precisa para descrever a forma e o volume
composto pelas 26 conchas acústicas de cere-
As ruínas de uma vila do século V foram descobertas durante a execuçãodas fundações. Foi necessário alterar o projeto para incluir a descoberta,que hoje abriga uma biblioteca e um museu especializados em música. Àesquerda, a sala de 1.200 lugares. Ao fundo, o auditório de 700 lugares
Pensadas como enormes caixas de som, as salas foram isoladas entre sipara garantir o desempenho acústico. Assim, cada uma temcaracterísticas arquitetônicas e funcionais próprias, atendendo aosdiferentes gêneros musicais, da ópera lírica à música contemporânea
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Moreno Maggi
RENZO PIANO ROMA/ITÁLIA ROMA AUDITORIUM 2002
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48 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 49
As três salas se abrem para um anfiteatro a céu aberto. Com capacidade para três mil pessoas, a arquibancada de mármoretravertino de 8 cm de espessura deve "durar nos séculos". Ao fundo, a edificação menor, de 700 lugares e, à esquerda, a sala de 1.200 assentos
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jeira, que mais se parecem com as quilhas de
um barco. Enganchadas na cúpula de cobertu-
ra, as conchas são revestidas com exatas 3.488
tábuas de cerejeira, com entre 10 cm e 12 cm
de espessura e diferentes curvaturas.
As paredes curvas, em que, conforme des-
creve Renzo Piano, "o som se abre e quase se
espalha como acontece com a luz quando
encontra o cristal", são revestidas de cerejeira,
madeira também utilizada no fechamento do
espaço técnico entre a concha acústica e o teto.
O palco central, cuja configuração é
modulada, garante uma visão e uma qualida-
de de som perfeitos. O volume desta sala
constitui o limite máximo de qualidade tanto
para a acústica natural quanto para audição
Uma maquete de computador realizada a partir dosdesenhos originais preparados pelo próprio arquitetofoi o ponto de partida do processo projetual. Oesquema abaixo mostra o método de criação dacobertura da sala para 2.800 assentos. Acima, seçãolongitudinal e perspectiva do mesmo auditório
corte longitudinal da sala de 2.800 lugares
elevação da sala de 2.800 lugares
elevação da sala de 2.800 lugares
esquema da geometria da cobertura da sala de 2.800 lugares
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 51
e concentração do público: a fonte sonora
deve alcançar 2.800 pessoas ao mesmo
tempo e com a mesma qualidade acústica.
Para isto é necessário calcular o tempo
exato de reverberação do som (neste caso,
de 2,3 a 2,4 segundos) para alcançar uma
perfeita nitidez.
Cada espaço dos auditórios, seja externo
ou interno, foi concebido em função da músi-
ca. Seja pela estrutura, seja pelos materiais
utilizados, cada canto da obra foi totalmente
consagrado à música. Nas salas de prova, por
exemplo, que têm capacidade tanto para um
solista quanto para uma orquestra sinfônica,
foram usados elementos removíveis e corti-
nas acústicas que permitem variar os tempos
de reverberação do som.
Como é bastante comum acontecer em
Roma, durante as escavações foram descober-
tos os restos arqueológicos de uma vila roma-
na considerada de imenso valor. O projeto
teve, assim, que sofrer modificações para
incluir a descoberta. Foi necessária a amplia-
ção do ângulo entre os eixos das três salas para
incluir um museu de instrumentos musical
onde se incluem as ruínas, uma biblioteca
especializada em música e escritórios.
Renzo Piano justificou o emprego de chumbo como revestimento externodas edificações porque este material aparece também nas cúpulas barrocasromanas – assim, o complexo se harmoniza ao entorno. O formato dosprédios foi explicado pelo desempenho que proporciona às "caixas acústicas"
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detalhe da treliça de cobertura
RENZO PIANO ROMA/ITÁLIA ROMA AUDITORIUM 2002
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52 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Todo o processo, do projeto à finalização
da obra, demorou dez anos. Isto em parte se
deve às escavações, executadas com certo cui-
dado para preservar as descobertas arqueoló-
gicas, mas também devido em boa parte à
burocracia e à mentalidade da população ita-
liana, cuja ligação com o historicismo sufoca
qualquer proposta de inovação.
É correto, sem sombra de dúvida, afirmar
que o Roma Auditorium é o primeiro grande
projeto do mestre italiano em seu país, além de
ser também a primeira obra emblemática na
Itália, nos últimos 30 anos, cuja estética não
encontra explicações na história.
É evidente que Renzo Piano precisou
explicar algumas soluções adotadas, caso do
argumento da "caixa harmônica" para expli-
car a forma inovadora dos edifícios. Piano
também defendeu o uso do chumbo como
revestimento das edificações argumentando
que optou pelo metal para que os volumes
parecessem pertencer ao ambiente, como se
sempre estivessem lá, fazendo uma referência
às cúpulas barrocas romanas, também revesti-
das com chumbo.
Vistas do auditório para 2.800 assentos, dedicado a concertos sinfônicos. Aconfiguração do palco pode ser alterada para atender às especificidadesde cada apresentação. Por suas 26 conchas acústicas de madeira, quelembram as quilhas de um navio, o edifício é conhecido como veleiro
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corte transversal da sala de 1.200 lugares
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 53
FICHA TÉCNICA Arquitetura: Renzo Piano Building Workshop
Equipe de projeto: K. Fraser (arquiteto
encarregado), S. Ishida (associado sênior)
com C. Hussey, J. Fujita and G. G. Bianchi, L. Lin,
M. Palmore, E. Piazze, A. Recagno, R. Sala,
C. Sapper, R. V. Truffelli (associado), L. Viti,
G. Langasco (operador de CAD)
Consultoria em estrutura e serviços: Ove Arup &
Partners
Consultoria em acústica: Müller Bbm
Consultoria em controle de custos: David Langdon
& Everest
Consultoria em paisagismo: F. Zagari e E. Trabella
Consultoria em combate a incêndio: Tecnocamere
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
ENTRE 1994 – 1998
Equipe de projeto: S. Scarabocchi (associado
encarregado), D. Hart (associado), M. Varatta
e S. Ishida, M. Carrol (associados sêniores).
Operadores de CAD: A. Calafati, G. Coehn,
I. Cuppone, A. De Luca, M. Howard, G. Giordano,
M. Nouvion, E. Suarez-Luogo, S. Tagliacarte,
A. Valente, H. Yamaguchi, S. D'atri, D. Guerrisi,
L. Massone, M. Ottonello, D. Simonetti
Modelos: D. Lavagna, S. Rossi
CONSTRUÇÃO ENTRE 1997 – 2002:
Equipe de projeto: S. Scarabocchi (associado
encarregado), M. Alvisi, D. Hart (associado)
e P. Colonna, E. Guazzane, A. Spiega.
Consultoria em estruturas: Studio Vitone &
Associati
Consultoria em serviços: Manens Intertecnica
Consultoria em acústica: Müller Bbm
Controle de custos: T. Gatehouse, Austin Italia
Consultoria em paisagismo: F. Zagari, E. Trabella
Consultoria em combate a incêndio: Tecnocons
Consultoria em design gráfico: P. L. Cerri
SAIBA MAIShttp://www.musicaperroma.it
http://www.rpwf.org/works/project47/more.asp
ht tp : / /www.e tc iu . com/V I%2FEV /NEWSA-
GENCY/nov_01/F_7nov01.html
http://www.renzopiano.it/
http://www.comune.roma.it/auditorium/
http://www.comune.roma.it/dipterritorio/audito-
rium.html
No alto, a implantação do complexo, em um parque. Os edifícios abraçamo anfiteatro ao ar livre enquanto as ruínas da vila foram valorizadas.Acima, o corte longitudinal da sala para 700 lugares, dedicada aapresentações líricas. Abaixo, a seção longitudinal da sala de 1.200 assentos
implantação
corte longitudinal da sala de 700 lugares
corte longitudinal da sala de 1.200 lugares
E N T R E V I S T A
58 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
A CURVA E AEXPRESSÃO SOCIALMETICULOSO COM AS PALAVRAS COMO NA HORA DE PROJETAR, RUY OHTAKE FALA SOBRE OS RUMOS DA
ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA E AS INFLUÊNCIAS QUE RECEBEU DE OSCAR NIEMEYER NA
FORMA E DE VILANOVA ARTIGAS NO CONCEITO SOCIAL DE SEUS PROJETOS POR VÂNIA SILVA
RUY OHTAKE ARQUITETO SÃO PAULO
Credenciais não faltam a Ruy
Ohtake, arquiteto formado pela
FAUUSP em 1960 e em atividade
constante desde então. Ninguém
menos que Oscar Niemeyer
declarou que "o espetáculo arquitetural" de sua
produção faz de Ohtake "um dos mais legíti-
mos representantes da arquitetura brasileira".
Na opinião da crítica especializada, o arquiteto
conhecido pelo seu amor às curvas consegue
fundir as premissas do movimento moderno
com as tradições da cultura japonesa e as van-
guardas européia e norte-americana, acrescen-
tando a tudo isso a exuberância brasileira. Leia,
a seguir, a entrevista do arquiteto à AU.
aU QUE ELEMENTOS ENVOLVEM A
CONCEPÇÃO DE SEUS PROJETOS?
ruy ohtake Procuro ver a paisagem que se
desfruta a partir da futura obra. Não me inte-
ressa muito ver a arquitetura em redor.
Quando é interessante levo em conta, mas em
geral não é. Eu não farei uma arquitetura
encaixada na paisagem. Procuro o tanto
quanto possível ser inovador e criar espaços
interiores agradáveis. Uso a tecnologia de
acordo com o tipo de projeto, e sempre com o
desafio de não me conformar facilmente com
o que existe. Procuro algo um tanto inusitado,
mas que tenha uma direção no sentido da
arquitetura contemporânea brasileira.
aU O SENHOR DISSE QUE MUITAS
VEZES NÃO FAZ OBRAS QUE SE ENCAI-
XAM NA PAISAGEM. ISSO SE APLICA
AO SEU PROJETO PARA O INSTITUTO
TOMIE OHTAKE?
ohtake O Instituto está localizado num lugar
muito interessante, um nó de confluência de
três áreas: o bem postado Alto de Pinheiros, a
instigante Vila Madalena e o bairro de
Pinheiros, hoje desagregado. Quando fiz o
projeto, quis abrir uma contemporaneidade
para o bairro de Pinheiros. Eu não podia fazer
uma arquitetura de acordo com o local, então
fiz algo contemporâneo. Sei que a obra des-
contentou alguns, mas o que fazer? Tenho
uma convicção muito grande de que o prédio
é importante para a renovação do entorno
enquanto referência do contemporâneo.
aU COMO O SENHOR DEFINIRIA A PRO-
DUÇÃO BRASILEIRA HOJE?
ohtake Existe um esforço muito grande dos
arquitetos em suas propostas. Mesmo com a
crise, todos nós estamos nos esforçando para
fazer o melhor ao nosso alcance, e isso preci-
sa ser respeitado.
aU QUAL, ENTÃO, É O MAIOR DESAFIO
DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA?
ohtake Um dos mais importantes é atingir
um conceito e uma proposta regionais que
alcancem um patamar universal. Na minha
opinião, já conseguimos isso de maneira mais
clara no cinema, que produziu dois filmes
muito importantes: Central do Brasil (de
Walter Salles Jr.) e, mais recentemente, Cidade
de Deus (de Fernando Meirelles). Os dois con-
seguem traduzir problemas regionais em uma
linguagem universal com grande competên-
cia, permitindo que o mundo todo entenda a
mensagem.
aU DE QUE MANEIRA OS ARQUITETOS
PODEM SEGUIR ESSE EXEMPLO?
ohtake Por exemplo, dando continuidade à
obra de Niemeyer, ou seja, levar a produção
brasileira a um patamar universal. Não preci-
samos utilizar as mesmas tecnologias dos paí-
ses do primeiro mundo. A arquitetura admite
qualquer material, o importante é que o
arquiteto não abra mão da proposta estética:
o conceito precisa ser colocado no desenho.
aU PODE CITAR UM EXEMPLO DISSO
EM SEU TRABALHO?
ohtake Fiz um projeto chamado O menino e o
mar para crianças de três mil famílias de baixa
renda, em Ubatuba (litoral de São Paulo). Um
grupo de educadores resolveu levar ensino
regional e artístico para o local. Fiz um peque-
no pavilhão comunitário, além de creche e
ambulatório, tudo em tijolo e bambu – mas
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 59
A ARQUITETURA ADMITE
QUALQUER MATERIAL,
O IMPORTANTE É QUE
O ARQUITETO NÃO ABRA
MÃO DA PROPOSTA
ESTÉTICA: O CONCEITO
PRECISA ESTAR NO DESENHO
Estantes de concreto, as ondas coloridas do projeto O menino e o mar,em Ubatuba, SP, o Instituto Tomie Ohtake e Hotel Unique, ambos emSão Paulo: a curva como elemento de surpresa e emoção
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60 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
SOU BASTANTE OTIMISTA,
ACREDITO QUE NÃO
PODEMOS PERDER A UTOPIA.
ARQUITETO QUE PERDE A
UTOPIA PERDE A CHAMA
RUY OHTAKE ARQUITETO SÃO PAULO
E N T R E V I S T A
com desenho contemporâneo. Em projetos
comunitários desse tipo, ou em propostas
habitacionais financiadas pelo governo, as
soluções têm de ser de baixo custo. O que não
pode é haver economia com a criatividade.
aU POR QUE A FORMA CURVA O ATRAI
TANTO?
ohtake Gosto muito do trabalho de
Aleijadinho, em especial o santuário de Bom
Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo, com os 12 profetas em pedra-sabão. O
desenho do rosto, mãos e vestimentas dos pro-
fetas tem uma tal leveza que parece que a
roupa vai se mexer se soprar uma brisa. Eu
estudei bastante as curvas das esculturas, os
matizes – enfim, tudo foi referência no meu
início de carreira. Outro fator muito impor-
tante foi a arquitetura de Oscar Niemeyer. Essa
confluência entre Aleijadinho e Niemeyer
confirma a importância da curva na arquitetu-
ra contemporânea brasileira. É um elemento
de surpresa que desperta emoção.
aU POR SUA RELEVÂNCIA, A OBRA DE
NIEMEYER INFLUENCIOU E CONTINUA
A INFLUENCIAR VÁRIAS GERAÇÕES DE
ARQUITETOS. MAS A ARQUITETURA
NACIONAL CONTA COM VÁRIOS OU-
TROS GRANDES NOMES...
ohtake Oscar é uma reflexão permanente.
Dois dos meus livros de cabeceira são sobre
sua obra. (Vilanova) Artigas também é outra
influência importante. Foi meu professor na
FAUUSP e um grande mestre. Ele me ensinou
a ler arquitetura e a compreender a questão
política envolvida no projeto, com toda sua
preocupação em fazer com que a forma seja
intensa. Alguns amigos da faculdade também
me abriram os olhos para coisas importantes.
Entre eles Julio Katinski e Abraão Sanovics.
aU COMO O TRABALHO DE SUA MÃE,
TOMIE OHTAKE, INFLUENCIOU A SUA
PRODUÇÃO?
ohtake Desde criança, grandes nomes da
pintura como Picasso e Rembrandt são muito
familiares. Conceitos de cor e forma igual-
mente fizeram parte de minha formação.Acho
que Lina Bo Bardi foi outra figura importante
como pessoa e desenhadora – note bem, dese-
nhadora e não desenhista – de arquitetura.
Deixou uma marca muito forte. Além disso há
o próprio Brasil, com todo o brilho de sua
criatividade e a dureza da questão social, que
também exerceram profunda influência no
meu trabalho. Sou bastante otimista, acredito
que não podemos perder a utopia. Arquiteto
que perde a utopia perde a chama.
aU O SENHOR DISSE QUE A FORMA É O
ASPECTO MAIS IMPORTANTE, EN-
QUANTO O MATERIAL PODE SER ES-
COLHIDO DEPOIS. COMO É SUA PES-
QUISA PELO MATERIAL IDEAL PARA
CADA OBRA?
ohtake Veja, o concreto é tido como o gran-
de material do modernismo. Mas penso que
colocamos falsos limites para o material por-
que tudo depende da forma de usá-lo. Posso
dar ao concreto uma expressão renascentista,
modernista ou contemporânea.
aU OU SEJA, A PLASTICIDADE DO CON-
CRETO PERMITE QUE O MATERIAL SE
ADAPTE A DIFERENTES ESTILOS?
ohtake Não só o concreto. Quando quis usar
MDF para a fabricação de móveis, o diretor
de uma empresa de laminados lembrou-me
que este material não permite curvas porque
não tem fibras suficientes. Eu propus o desafio
e criei todas as peças em curva. Fui à carpin-
taria da empresa e fiz experiências. Com as
curvas possíveis criei móveis que foram
expostos no Salão do Móvel de Milão, em
1998. Nem os fabricantes europeus de MDF
tinham visto esse tipo de utilização. Em resu-
mo, a escolha do material vem depois do
desenho. Nunca tenho algo preestabelecido.
aU QUE MATERIAIS AINDA NÃO EXPLO-
RADOS EM MOBILIÁRIO O SENHOR
TERIA INTERESSE EM EXPRIMENTAR?
ohtake Talvez as madeiras certificadas da
Amazônia fossem uma opção. Utilizaria téc-
nica do pessoal da região, com desenho con-
temporâneo. Vi um trabalho interessante que
a Ethel Carmona está fazendo com essas
madeiras e bateu uma ponta de vontade de
fazer algo também. Existe ainda a fibra de car-
bono, de alta resistência, usada na montagem
dos carros Fórmula 1... Enfim, há muitas pos-
sibilidades a serem exploradas.
aU COMO O SENHOR SE DEFINE COMO
DESIGNER E CRIADOR DE MOBILIÁRIO?
ohtake Todo arquiteto faz um pouco de
mobiliário. As primeiras peças eu fiz em con-
creto, moldadas a partir das paredes de casas
que projetei. Então eu comecei a destacá-las
das paredes e criei mesas, sofás e estantes com
função de divisória. Os desenhos ficaram
mais criativos. Depois utilizei aço e mais tarde
fiz um conjunto de peças em vidro, trabalhan-
do-o como superfície transparente.
aU O SENHOR ACOMPANHOU A ELEI-
ÇÃO DE JAIME LERNER PARA A PRESI-
DÊNCIA DA UIA? QUAIS SUAS EXPEC-
TATIVAS QUANTO À PRESENÇA DE UM
BRASILEIRO NA LIDERANÇA DE UMA
ENTIDADE INTERNACIONAL?
ohtake Penso que Jaime Lerner é um bom
exemplo do arquiteto brasileiro que busca
respostas pelo desenho. Fez administrações
interessantes na prefeitura de Curitiba e no
governo do Paraná. Fiquei muito contente
com a eleição dele para a presidência da UIA.
Pelo fato de ser arquiteto e excelente adminis-
trador, a cobrança será grande. Mas ele já
mostrou iniciativa com a realização do con-
gresso em Curitiba (em novembro passado),
reunindo presidentes de entidades de arquite-
tura de vários países. Ele quer fazer algo mar-
cante.Acho que sua gestão será importante e a
celebração da cidade que propõe deve permi-
tir a troca de experiências entre locais de dife-
rentes níveis de desenvolvimento.
LEIA MAISwww.ruyohtake.com.brRuy Ohtake, por Roberto Segre, Edição do Autor La Arquitectura de Ruy Ohtake, Ruy Ohtake e Agnaldo Farias, Editora Celeste
ABRIL 2002 ARQUITETURA&URBANISMO 61
CLORINDO TESTA ARGENTINA 1923
O REALISMO MÁGICO
NA ARQUITETURAARGENTINA
CONSIDERADO O MAIOR ARQUITETO ARGENTINO DO SÉCULO XX, SUA PRODUÇÃO
PODE SER DESCRITA COMO UM SISMÓGRAFO DAS TRANSFORMAÇÕES
SOCIAIS, CULTURAIS E AMBIENTAIS DE SEU PAÍS. A AMPLITUDE DOS CAMPOS DA ARTE E DO
DESIGN EM QUE ATUA PERMITE SUPOR A PRESENÇA DO "HOMO UNIVERSALIS" DE
LEONARDO DA VINCI NA AMÉRICA LATINA POR ROBERTO SEGRE
D O C U M E N T O
62 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Com exceção de Oscar Niemeyer
(1907), não há sobreviventes da
primeira geração de arquitetos do
movimento moderno na Amé-
rica Latina. A segunda geração,
entretanto, ainda reúne alguns dos mais reno-
mados profissionais em atuação, nascidos entre
1910 e 1930. Entre eles há o argentino Mario
Roberto Álvarez (1913), o chileno Emilio
Duhart (1918), o mexicano Pedro Ramírez
Vázquez (1919) e os brasileiros Acácio Gil
Borsoi (1924) e Paulo Mendes da Rocha (1928).
Entre todos esses grandes nomes, destacamos
neste artigo o de Clorindo Testa (1923), um dos
mais criativos, originais, exuberantes e imprevi-
síveis, seja em sua produção urbanística, arqui-
tetônica ou pictórica.
Se Amâncio Williams (1913 – 1989) simboli-
za os ideais da Primeira Modernidade na
Argentina, Testa representa a renovação estética
que se produz na segunda metade do século 20.
O fato de ter nascido no mesmo ano em que
Le Corbusier publica, em Paris, o livro Vers une
architecture estabeleceu uma mágica com o
mestre, assumindo não só o vocabulário da fase
brutalista, mas também a visão sem preconcei-
tos sobre a cidade, a arquitetura e a arte. Testa já
confessou que, desde o tempo de estudante na
Faculdade de Buenos Aires, nos anos 40, seu
principal "guru" foi Le Corbusier, mais do que
outros profissionais conhecidos naquela época,
como Mies van der Rohe, Frank Lloyd Wright
ou Walter Gropius.
Clorindo Testa é um típico representante da
mistura que caracteriza a sociedade argentina.
Seu pai, italiano do sul, emigrou no início do
século para Buenos Aires. Sua mãe é neta de um
espanhol que chegou de Santiago de Compos-
tela ao espaço infinito dos Pampas. Mas Testa
não nasceu na Argentina: seu pai viajou para
Nápoles, em 1923, com a esposa grávida para
que o filho tivesse a nacionalidade italiana.
Em sua formação estão sintetizadas as visões
urbanas utópicas de Ítalo Calvino, representa-
das não só em seus projetos, mas também nas
imagens pictóricas das cidades que produziu.A
sua proposta de inserir um "morro" com terra
da Quebrada de Humahuaca no centro de
Buenos Aires demonstra essa aspiração de uma
integração cultural ainda precária no país.
Graduado em 1948 pela FAU de Buenos
Aires, Testa trabalha no escritório do Plano
Diretor da capital sob a direção de Jorge Ferrari
Hardoy, Juan Kurchan e Antonio Bonet, repre-
sentantes da ortodoxia modernista e dos enun-
ciados da Carta de Atenas (CIAM). No breve
período de estagiário, assume as limitações dos
epígonos do racionalismo europeu.
Interiorizada uma concepção da arquitetura
mais relacionada com a história e a tradição,
Testa viaja dois anos pela Europa (entre 1949 e
1951). No velho continente, interessa-se mais
pela leitura do contexto urbano e pela paisagem
CLORINDO TESTA ARGENTINA 1923
1956 Plano geral, com as sucessivasintervenções, do Centro Cívico LaPampa, em Santa Rosa, Argentina.Com Francisco Rossi, AugustoGaido e Boris Dabinovic
1956 Centro Cívico La Pampa,em Santa Rosa, Argentina.Com Francisco Rossi,Augusto Gaido e BorisDabinovic
D O C U M E N T O
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 63
do que por visitar os prédios famosos que
documenta nos desenhos em nanquim.
Em 1952, Testa volta a Buenos Aires e dá iní-
cio à sua vida profissional e artística: expõe pin-
turas na conceituada Galeria Van Riel e, associa-
do com os arquitetos Boris Dabinovic,Francisco
Rossi e Augusto Gaido, vence o concurso para a
sede da Câmara Argentina da Construção, pré-
dio que ainda se insere na linguagem canônica
do racionalismo lecorbusiano: pilotis, volumes
puros e as fachadas de vidro.
O brutalismo rio-platenseApós a morte de Evita, em 1952, o governo do
general Perón foi agitado por convulsões sociais
e econômicas até ser derrubado em 1955 pelos
militares que se opunham ao regime. Em 1966,
um novo golpe leva ao trágico período dos anos
de chumbo da ditadura,até 1984.Em meio a esse
processo, o país viveu, no final da década de 60,
uma etapa marcada pela esperança democráti-
ca, a renovação das universidades, as iniciativas
construtivas do estado central e das províncias, e
a ilusão de uma recuperação econômica.
Clorindo Testa aproveita este momento de
entusiasmo e otimismo e cria três das princi-
pais obras da sua trajetória arquitetônica: o
centro político-administrativo do governo pro-
vincial de La Pampa, na cidade de Santa Rosa
(1956-1963), a sede do Banco de Londres e da
América do Sul (1959-1966) e a Biblioteca
Nacional (1962-1995), ambas em Buenos Aires.
Com a substituição do vocabulário das caixas
brancas pelas formas e volumes pesados, em
concreto aparente – logo definido como "estilo"
brutalista –, Le Corbusier inaugura uma nova
etapa da sua produção após a Segunda Guerra
Mundial com a Unité d'Habitation, em
Marselha, a Notre Dame du Haut, em
Ronchamp, na França, e a nova cidade de
Chandigarh, na Índia. O brutalismo teve gran-
de sucesso na América Latina por suas possibi-
lidades expressivas, pela facilidade construtiva
e pela disponibilidade do concreto armado.
O centro cívico de Santa Rosa pode ser consi-
derado um work in progress de Testa. Começa
com o prédio do palácio do governo (1956-
1963),continua com a sede da legislatura (1972-
1976) e culmina com o palácio de justiça e o
centro cultural (1980). O palácio do governo é
um volume puro estendido sobre a superfície
vazia e plana do terreno, caracterizado pela
fachada de sombras profundas produzidas pela
malha aberta de concreto e os brise soleils. No
palácio legislativo, os volumes se descompõem
em elementos aditivos, livres, com articulações
espaciais, e começa o emprego da cor. Na última
adição, feita nos anos 80, o espaço é preenchido
por um sistema de figuras geométricas soltas e
assimétricas, que se contrapõem à rigidez dos
prédios iniciais. O conjunto é uma demonstra-
ção das mudanças das concepções estéticas de
Testa ao longo de duas décadas.
1959 Seção transversal do Banco de Londres e América do Sul, em Buenos Aires
1959 Plantas do Banco deLondres e América do Sul,em Buenos Aires. ComSantiago Sánchez Elía,Federico Peralta Ramos eAlfredo Agostini
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64 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Entre 1959 e 1962,Clorindo Testa projeta duas
obras que o consolidam como mestre da arquite-
tura argentina e alcançam difusão mundial.
Trata-se da sede do Banco de Londres e América
do Sul, em parceria com o escritório Sepra, e da
Biblioteca Nacional, em equipe com Francisco
Bullrich e Alicia Gazzaniga de Bullrich.
Segundo Jorge Liernur, a metodologia de
desenho de Testa subverte os sistemas funcio-
nais e as tipologias tradicionais. No banco,
Testa cria uma ciclópica malha semitranspa-
rente de concreto à vista, que sustenta uma
caixa oca no interior, onde bandejas suspensas
por cabos de aço e robustas escadas de concre-
to definem o centro do pátio interior. A distri-
buição habitual dos bancos é invertida e se
forma uma grande praça coberta que dilata a
dimensão apertada das ruas externas e absorve
a circulação dos pedestres na esquina, como
uma referência à Loggia dei Lanza florentina.
Tanto no banco como na biblioteca, o tema
da monumentalidade "moderna" é obtido pela
dimensão "urbana" do prédio e o caráter inédi-
to das formas, resgatando as experiências de Le
Corbusier em Chandigarh e a reciclagem de
suas idéias pelos neo-brutalistas ingleses, as
propostas dos metabolistas japoneses e algumas
obras iniciais do brutalismo norte-americano.
Na biblioteca, Testa muda de modo radical o
relacionamento entre o salão de leitura e o
depósito de livros. Ele enterra o acervo num
porão sob o terreno. As funções públicas são
colocadas em um volume alto, suspenso no ar
por quatro suportes ciclópicos de concreto
armado que contêm as circulações verticais. A
imagem resultante é uma gigantesca escultura
abandonada por 30 anos.
As duas obras suscitaram fortes polêmicas
em prol e contra. Sete importantes arquitetos
argentinos de esquerda fizeram um manifesto
internacional denunciando o simbolismo equi-
vocado do banco, que representava a integra-
ção do capital inglês com a sociedade argenti-
na. Nikolaus Pevsner o considerou uma das
obras mais significativas ao nível mundial dos
anos 60, já Bruno Zevi falou de um esteticismo
descomprometido com os ideais do movimen-
to moderno.
A introversão estética dos anos do chumbo
O longo período da ditadura militar na
Argentina reforçou ainda mais o pessimismo
característico do portenho.Entre os anos 60 e 80,
Clorindo Testa projeta alguns prédios ausentes
de toda significação simbólica transcendente,
afastando-se do Estado repressivo. Prefere uma
problemática tecnológica e os conteúdos huma-
nos dos moradores de seus edifícios.No Hospital
Naval Central (1970-83),o bloco alongado é pin-
tado de azul e vazado por pequenas janelas com
formato de vigias de barco, clara metáfora do
conteúdo "náutico" da função.
CLORINDO TESTA ARGENTINA 1923
1959 Malha de concreto aparente da fachada do Banco de Londres e América do Sul, em Buenos Aires.Com Santiago Sánchez Elía, Federico Peralta Ramos e Alfredo Agostini
1962 Biblioteca Nacional, emBuenos Aires
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JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 65
No projeto da torre das Aerolíneas Argentinas
(1974), em Catalinas Norte, o arquiteto propõe
uma estrutura modulada que permite ser preen-
chida em etapas, de acordo com as progressivas
necessidades da empresa. Nos dois prédios de
apartamentos situados nas ruas Rodríguez Peña
e Castex (1975-1979), em Buenos Aires, ele
questiona o tradicional volume fechado no
quarteirão, que aparece sobre a rua com as
varandas em balanço, característica que levou o
poeta Baldomero Fernández Moreno a escrever
o conhecido poema Setenta balcones y ninguna
flor. Os apartamentos são deslocados para a
parte traseira do terreno e, na frente, há um
grande terraço que articula um vazio em altura
transformado em um "jardim suspenso".
Testa se refugia na pintura para expressar a sua
visão deste período cinza da história argentina.
Identificado com o expressionismo abstrato e o
movimento da nova figuração – que tenta repre-
sentar o drama e as contradições do mundo
moderno – os seus quadros refletem o retorno ao
seu povoado familiar, Ceppaloni, assim como a
crítica ao poder corrupto e o questionamento
quanto à deterioração ecológica do planeta.
O escapismo da ironiaCom o retorno da democracia em meados
da década de 80, o país entra em uma euforia
desenvolvimentista associada ao "milagre
econômico" que proclama o presidente
Carlos Menem.
Testa se integra nesta euforia coletiva e, aos 60
anos, vive o momento mais intenso e produtivo
da sua vida.Recebe prêmios,reconhecimentos e
nomeações acadêmicas. Em 1987 é eleito
Arquiteto das Américas pela Fapa (Federação
Panamericana de Asociaciones de Arquitetos) e,
em 1992, recebe o título de Doutor Honoris
Causa da Universidade de Buenos Aires. Assim,
abre uma nova etapa na sua expressão pictórica
com instalações e o resgate das cores fortes, e
atua criativamente em diferentes escalas: proje-
tos urbanos, intervenções no espaço público e
residências privadas.
Na dimensão urbanística, o arquiteto resgata
suas experiências juvenis do Plano Diretor de
Buenos Aires, assim como a proposta para o
desenvolvimento do centro financeiro e adminis-
trativo de Catalinas Norte. Participa do concurso
do Museu da Acrópolis, em Atenas (1992), da
renovação funcional de Puerto Madero (1992) e
da área ferroviária de Retiro (1996), em Buenos
Aires, com esquemas planimétricos livres e
sinuosos e torres de volumetrias diferenciadas.
Toma parte da renovação estética da con-
temporaneidade, do abandono das receitas e
normas do movimento moderno e da liberda-
de compositiva e plástica que sucessivamente
estabeleceram o pós-modernismo, o minima-
lismo e o deconstrutivismo.
O projeto se transforma em um jogo, uma
simulação. Às vezes, ironia ou sátira da realidade.
1975 Edifício residencial na ruaCastex, em Buenos Aires
1979 Perspectiva axonométricado Centro CulturalRecoleta, em Buenos Aires.Com Jacques Bedel e Luis Benedit
1979 Vista do Centro CulturalRecoleta, em Buenos Aires.Com Jacques Bedel e LuisBenedit
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66 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Os duros volumes de concreto armado são subs-
tituídos pelas formas mutantes obtidas com o
compensado, o gesso acartonado e o forro rebai-
xado.
O conjunto do Centro Cultural da Recoleta
(1979), com Jacques Bedel e Luis Benedit, e o
posterior Design Center (1991) são as mais sig-
nificativas obras realizadas entre os anos 80 e 90.
Um convento,utilizado como asilo de anciãos no
século 19,é transformado em um dos mais ativos
centros culturais de Buenos Aires, aproveitando
as construções originais e mudando a organiza-
ção dos espaços, adicionando componentes cir-
culatórios e cores que identificam as funções.
Mas sua principal originalidade é a articula-
ção com o Design Center, que originou a fusão
entre os elementos arquitetônicos clássicos das
arcadas que substituem o muro limítrofe do
antigo asilo e que contêm a alongada "praça de
alimentação", com bares e restaurantes e a liber-
dade formal do shopping, definida pela irregu-
laridade das superfícies dos tetos falsos, as pilas-
tras de formas livres e cores intensas e a ilumi-
nação elétrica e de néon. Constitui uma expe-
riência espacial constantemente mutante e iné-
dita,que também reaparece no Auditório da Paz
SGIAR, da comunidade budista Soka Gakkai
(1995), na periferia da capital, elaborado com
conceitos semelhantes e que foi selecionado
como finalista no segundo concurso Mies van
der Rohe para a América Latina.
Uma solução contextualista que procura
articular a cidade à natureza foi desenvolvida
no Balneário La Perla (1985), em Mar del Plata.
Um muro ondulante de tijolos com escadas e
plataformas é adaptado às variações planimé-
tricas do terreno, criando um limite artificial
entre o mar, a praia e o contexto urbano.
Não é possível completar a visão panorâmi-
ca da obra de Testa até o final do século sem
referência ao desenho das residências privadas.
Nelas, como na pintura, ele se sente livre para
criar as suas imagens plásticas e inovadoras,
com formas e cores expressivas, que definem
uma complexa geometria na paisagem natural.
O seu objetivo é favorecer a alegria e felicida-
de dos moradores, respondendo às suas solici-
tações com respostas inovadoras capazes de
provocar renovadas experiências estéticas coti-
dianas. A casa Capotesta (1983), em Pinamar,
está conformada pela dimensão cúbica do
espaço social, expandido nos pequenos volu-
mes das habitações.
O cubo reaparece decomposto em painéis
cromatizados e levantado com pilotis sobre a
areia da praia na casa La Tumbona (1985), em
Ostende. Uma solução muito original é obtida
na casa Ghirardo (1993), em Martínez, na peri-
feria de Buenos Aires. Uma mansão estilo Tudor
dos anos vinte é transformada em uma casa
moderna, sem abandonar a caixa de desenho
historicista. Testa esvazia o interior e gera uma
nova espacialidade que se prolonga no contexto
CLORINDO TESTA ARGENTINA 1923
1983 Residência Capotesta, Pinamar,Argentina. Com Eduardo Bompadre 1985 Casabenetti – casa de praia La
Tumbona, em Ostende. Com Juan Genoud e ElenaAcquarone
D O C U M E N T O
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JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 67
1985 Balneário La Perla, em Mar delPlata, Argentina. Com JuanGenoud, Osvaldo Álvarez Rojase Eduardo Bompadre
1991 Entrada principal doBuenos Aires DesignCenter, em Buenos Aires.Com Juan Genoud, GiselleGraci e Eduardo Bompadre
1993 Plantas do térreo esobreloja do auditóriode La Paz SGIAR, emBuenos Aires.Com Eduardo Bompadre
natural do terreno com uma estrutura metálica
com cobertura de vidro, resgatando as penden-
tes dos telhados tradicionais.
A trajetória de Testa é uma demonstração de
que a criatividade artística, baseada no diálogo
entre a história, a tradição, a sociedade e a assi-
milação dos atributos da contemporaneidade
muda constantemente, livre de preconceitos ou
de condicionamentos a estilos ou normativas.
As suas respostas, inéditas ou irreverentes, se
inserem na realidade argentina tentando resga-
tar as tradições, agir na crítica do presente e
abrir caminhos para o futuro. Sem dúvida, ele é
o representante do "real maravilhoso" latino-
americano por que procurava o escritor cuba-
no Alejo Carpentier.
ROBERTO SEGRE
Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Nacional de Buenos Aires em 1960, é Doutor
em Ciências da Arte pela Universidade de Havana e Doutor
em Planejamento Regional e Urbano no IPPUR/UFRJ.
Professor titular da FAU-Havana e da FAU-UFRJ, atualmente
é também coordenador do Prourb, Programa de Pós-gradua-
ção em Urbanismo da FAU-UFRJ e bolsista 1B do CNPq.
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tectura Digital no 6, Ano 2, Revista de Arquitectura y Di-
seño Digital, Buenos Aires, Abril 1999
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Testa, Editorial Blume, Barcelona, 1977
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vista a Clorindo Testa, Summa, no 183-184, Buenos
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Diálogos com Mario Roberto Álvarez y Clorindo Testa,
Ediciones UBROC, Buenos Aires, 1999
FERNÁNDEZ, Roberto, La ilusión proyectual – Una his-
toria de la arquitectura Argentina – 1955-1995, Facultad
de Arquitectura, Urbanismo y Diseño, Universidad Nacio-
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blanco es como un mandala, El País, Babelia no 483,
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IRACE, Fulvio, Clorindo Testa,Abitare no 342, Milão, 1995.
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Senses, em Malcom Quantrill, Latin American Archi-
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E X E R C Í C I O P R O F I S S I O N A L
68 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Atualmente, o sistema Confea/
Creas é o responsável pela fis-
calização do exercício profis-
sional de 240 títulos profissio-
nais, dentre as quais se incluem
arquitetos e urbanistas. A regulamentação
obedece à Lei Federal no 5.194, de 24/12/66 e
às resoluções baixadas pelo Confea (Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia). Com o objetivo de criar um conselho
próprio, desvinculado desse sistema, as prin-
cipais entidades representativas da categoria
de arquitetos e urbanistas apresentaram, em
dezembro do ano passado, o Anteprojeto de
Lei para a Regulamentação da Arquitetura e
Urbanismo no Brasil. Redigida pelo jurista
Miguel Reale Jr., a proposta defende a criação
de um organismo exclusivo da profissão, que
cuide de questões como formação, registro,
fiscalização e atuação diante do poder público.
"Não existe, em nenhum país do mundo, um
conselho que reúna carreiras tão distintas
quanto engenharia, geografia, geologia, me-
teorologia, arquitetura e outras", argumenta o
arquiteto Haroldo Pinheiro, presidente da
direção nacional do IAB, uma das entidades
envolvidas no processo, do qual também
fazem parte a Abap (Associação Brasileira dos
Arquitetos Paisagistas), a Abea (Associação
Brasileira do Ensino de Arquitetura), a AsBEA
(Associação Brasileira dos Escritórios de
Arquitetura) e a FNA (Federação Nacional de
Arquitetos e Urbanistas). Uma das principais
queixas do grupo é a baixa representa-
tividade no plenário do Confea em que, de 18
membros, apenas quatro são arquitetos.
"Somos minoria e, além disso, não existe uma
representatividade federativa, ou seja, o
nome de conselho federal é impróprio até
por conta desta falha", diz o presidente do
IAB-DN. As entidades estão trabalhando
para que, em um ano e meio, o projeto seja
sancionado pelo Presidente da República.
Hoje há no País mais de 80 mil arquitetos e
urbanistas, responsáveis por considerável
parte da receita obtida pelo sistema
Confea/Creas. AU procurou os represen-
tantes dessas entidades para levantar a
opinião de cada um a respeito da criação do
Conselho. Os representantes do Confea e dos
Creas, infelizmente, não foram encontrados
pela reportagem. Todos encontravam-se au-
sentes em virtude das festas de final de ano.
POR UM CONSELHO PRÓPRIODIA 11 DE DEZEMBRO DE 2002 FOI LANÇADO, EM SÃO PAULO, O PROJETO DE LEI PARA CRIAÇÃO DE UM CONSELHO
EXCLUSIVO DE ARQUITETURA E URBANISMO. AU OUVIU ALGUMAS LIDERANÇAS DA CATEGORIA PARA AVALIAR O
CLIMA EM QUE FOI DADO ESTE IMPORTANTE PASSO. NÃO FOI SURPRESA CONSTATAR A UNIÃO DOS ARQUITETOS EM
TORNO DA PROPOSTA POR VALENTINA FIGUEROLA
Não posso compreender a idéia de que outroprofissional, a não ser o próprio arquiteto, fiscalize nossa atividade.Um conselho multiprofis-sional, como o queexiste hoje, causa conflitos no que se refere à exclusividadeprofissional. A criaçãodo Conselho Brasileirode Arquitetos eUrbanistas é uma necessidade e vou meesforçar para que se concretize
Jaime Lerner, presidente da UIA (União Internacional dos Arquitetos)”
“
ABRIL 2002 ARQUITETURA&URBANISMO 69
O novo organismo atenderá diretamente às necessidades dosarquitetos e urbanistas.Como o atual sistema é multiprofissional, asquestões específicas desses profissionais seincorporam a outrasdemandas, tambémespecíficas, de áreas commaior participação nas decisões
José Roberto Geraldine Júnior,membro do comitê executivo da Abea (Associação Brasileira do Ensino de Arquitetura)
A criação do Conselho virá em benefício ao correto atendimento da sociedade. Haverá uma fiscalização maiscompetente da práticaprofissional
Haroldo Pinheiro, presidente doIAB-DN (Instituto dos Arquitetosdo Brasil-Direção Nacional)
Não se trata de uma proposta com vistas nareserva de mercado, mas,sim, na proteção dasociedade do mau exercício profissional, objetivo maior desseConselho, só possível coma discussão e definiçãodos caminhos da arquitetura e urbanismocom quem vive as váriasformas de exercício da profissão
José Eduardo Tibiriçá, vice-presidente da AsBEA(Associação Brasileira dosEscritórios de Arquitetura)
” ”
“ ““
”
70 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
São poucos os países do mundo em que osarquitetos não possuemum conselho próprio quecuide do registro e fiscalização de suas atividades. A criação doConselho também seriauma forma de recuperar o valor dos arquitetos perante a sociedade, alémde melhorar questõescomo formação e desempenho profissional
Henrique Cambiaghi, presidenteda AsBEA (Associação Brasileirados Escritórios de Arquitetura)
A criação do ConselhoBrasileiro de Arquitetos e Urbanistas vai aprimoraras condições do exercícioprofissional, além de evidenciar a atuação relacionada ao meio ambiente. Não há fundamento haver umfórum único para discussão de questões que são específicas de cada categoria
Lúcia Porto, presidente da Abap (Associação Brasileira dosArquitetos Paisagistas)”
”
“
“
E X E R C Í C I O P R O F I S S I O N A L
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 71
Por ser de uso coletivo, o material de
revestimento de passeios públicos
deve garantir, antes de mais nada, a
segurança do pedestre. É importan-
te que o produto seja antiderrapan-
te, nivelado e tenha alta resistência. Obstá-
culos como degraus, lixeiras e passagens
apertadas – as chamadas barreiras arquitetô-
nicas – devem ser evitados para privilegiar o
fluxo de pessoas. "Circular olhando para o
chão, preocupado com um buraco é um
absurdo", diz a arquiteta e paisagista Cristiane
Ramos, do Instituto Brasileiro de Paisagismo.
"É importante permitir que a pessoa contem-
ple e interaja com a cidade", ressalta.
O recomendável, segundo a arquiteta, é tra-
balhar com calçadas de um mesmo plano e
fazer sinalizações horizontais,com cores e for-
mas variadas, evitando-se, assim, desníveis.
"Delimitar as áreas de parada com cores dife-
rentes no piso, como um ponto de ônibus, por
exemplo,é uma forma de orientar a circulação
de pessoas", diz a arquiteta Saide Kahtouni
Proost de Souza, mestre pela FAUUSP em
Estruturas Ambientais Urbanas e Paisagismo.
Segundo ela, seria interessante que as cidades
considerassem uma uniformidade na padro-
nização das calçadas. "Não existe uma unida-
de visual de uma rua. Vivemos numa verda-
deira colcha de retalhos", critica.
Em áreas onde há a necessidade de combi-
nar uma grande circulação de pedestres com
a passagem de veículos, pode ser utilizado o
conceito de traffic calming. Cristiane Ramos
explica que essa técnica eleva o carro para o
nível dos pedestres, obrigando o motorista a
ter cautela – e não as pessoas a pé, como
acontece normalmente. "Assim, não é neces-
sário fechar a área e criar um calçadão só
para pedestres", diz, "como o leito carroçável
PASSEIOS URBANOSPISOS INTERTRAVADOS, DE CONCRETO ESTAMPADO OU CRIADOS COM CUIDADOS PAISAGÍSTICOS SÃO ALGUMAS
DAS OPÇÕES PARA REVESTIR CALÇADAS EM PROJETOS DE QUALQUER NATUREZA POR LUIZ CIOCCHI
T E C N O L O G I A & M A T E R I A I S
SAIBA MAIS SOBRE ALGUNS PRODUTOS E SISTEMAS
MATERIAL CARACTERÍSTICAS PRÓS CONTRAS
deck de para uma circulação segura, l efeito estético l a madeira aparelhada
madeira precisa ter um espaçamento e nivelada é escorregadia
mínimo de 1 cm
ladrilho peças compostas por l antiderrapante l pode apresentar fissuras
hidráulico pastilhas coloridas l permite composição com o tempo
de desenhos
pedras mineira, são naturalmente l antiderrapantes l tendência de acumular
Goiás e São Tomé resistentes sujeira, exige lavagens
ardósia exige composição com l baixo custo l é escorregadia
outro material mais rugoso l apresenta grande
variação térmica
granito só é indicado se for apicuado, l antiderrapante l alto custo
flameado, jateado ou lixado quando tratado l se não tratado, se torna
para obter superfície l beleza estética escorregadio
antiderrapante
cerâmica mais usados com textura l suporta tráfego intenso l tem alto custo
(porcelanato) natural ou estruturada, em l baixa absorção de água
tons neutros, como o bege
concreto piso nivelado, com grande l permite uma infinidade l impermeabiliza
estampado variedade de cores e texturas de composições totalmente o solo
l admite tráfego de
pedestres e de veículos·
concreto aplicação de pigmentos no l diversidade de l impermeabiliza
colorido concreto que garante uma efeitos estéticos totalmente o solo
coloração permanente l execução rápida
bloco de peças de concreto com mais l podem ser assentadas l precisa ser bem nivelado
concreto de 7 cm de altura direto sobre o solo
l grande variação
de cores
tijolo assentado na vertical, ganha l não absorve l precisa ser bem nivelado
espessura e diminui a área muito calor l fissura
de desgaste l absorve água
pavimento a camada de areia colocada l pode ser aplicado l se não for assentado por
intertravado para travamento das peças diretamente sobre o solo mão-de-obra especializada,
torna o pavimento permeável l dispensa o uso pode apresentar fissuras e
de argamassa trincas nas peças
l execução rápida
T E C N O L O G I A & M A T E R I A I S
72 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
PEDRA PERFEITAOpção da Portobello, a série Pietra Naturale apresenta menorabsorção de calorMO 51874
QUASE NATURALNo formato 41 cm x 41 cm, a série Petra,da Itagres, existe em quatro jogos decores. Com PEI 5 é indicada para locaisde alto tráfego MO 51869
fica no mesmo nível do passeio, os dois tipos
de circulação se integram num sistema que
privilegia o pedestre", completa.
A crescente preocupação com o meio
ambiente tem privilegiado calçadas mais ver-
des, como forma de aumentar a permeabili-
dade do solo. Cristiane Ramos sugere pavi-
mentar a parte central da calçada e deixar as
bordas, onde a circulação é menor, para jar-
dineiras. É importante, no entanto, consultar
um especialista para ver quais as espécies
mais indicadas.Espécies de grande porte não
são recomendadas por interferirem nas redes
elétricas. "Por isso, devem ficar encostadas
no muro", recomenda Cristiane Ramos.
As árvores podem também ajudar no
sombreamento e criar um microclima local,
o que suaviza os efeitos de materiais que
absorvem muito calor. A grama, que pode
ser pisoteada, é muito utilizada, enquanto
outros tipos de forrações, apesar de diversi-
ficar o ambiente, requerem manutenção
constante. A forma como os materiais são
assentados também pode aumentar a per-
meabilidade do solo. Sugere-se, assim,
assentar os materiais diretamente sobre o
contrapiso. "A camada de areia sobre col-
chão de pedra também ajuda na permeabi-
lidade", diz Saide Kahtouni.
A circulação de portadores de deficiência
física merece atenção especial.A Organização
Mundial de Saúde (OMS) calcula que, no
Brasil, o número de pessoas portadoras de
algum tipo de deficiência chegue a 20 mi-
lhões – mais de um milhão deles só na cidade
de São Paulo. Dessa forma, a Comissão
Permanente de Acessibilidade (CPA), subor-
dinada à Secretaria de Habitação e Desen-
volvimento Urbano do Município de São
Paulo (SEHAB), elaborou a cartilha São
Paulo sem barreiras – uma cidade para todos.
Nela está estipulada que toda calçada deve ter
uma faixa livre de 1,2 m de largura, espaço
necessário para uma cadeira de rodas e uma
pessoa circularem. Nessa faixa não pode
haver vasos, floreiras, bancas de revista, lixei-
ras nem qualquer outro obstáculo. A inclina-
ção máxima da calçada em direção à rua não
pode ultrapassar 2%. "Além disso, caso haja
grelhas,estas devem ficar embutidas e os vãos
devem ter, no máximo, 1,5 cm", avisa o enge-
nheiro Sérgio Nantes Mota, da CPA.
ALTO TRÁFEGOO modelo sextavado de bloco deconcreto da Blokret tem sistema macho efêmea de transmissão de carga, por issosuporta o tráfego de pedestres e deveículos de passeio MO 52040
VARIEDADE O efeito tridimensional do Creteprint éobtido pela aplicação de fôrmas deestampagem sobre superfícies lisas outexturizadas de concreto. Há uma amplavariedade de desenhos e cores.MO 52041
imag
ens:
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ação
OPÇÃO SÓBRIAA Incepa produz a linha Geometric.Antiderrapante e fácil de limpar, tempeças de 40 cm x 40 cm sempre emtonalidades de branco e marfim MO 51870
EM CORESVárias opções de cores compõem aslinhas Futura e Sierra da Gail. Própriaspara áreas externas, resistem ao altotráfego (PEI 5) e são antiderrapantes MO 51871
VERSATILIDADEO concreto estampado da Americantecrecebe acabamento de selantes acrílicosque inibem a formação de fungos.Disponível em diversas cores e formatos MO 51872
JEITO DE CALÇADÃOAs linhas Guarapari e Leblon, da Itagres,são indicadas para áreas descobertas, emconstante contato com a água da chuva.Produzidas no formato 41 cm x 41 cm,têm PEI 5MO 51869
EFEITO ENVELHECIDOA Linha Montese, da Cecrisa, é anti-derrapante e resistente às manchas.Produzida nos formatos 45 cm x 45 cme 33 cm x 33 cm, tem peças deacabamento. Em tons de bege e verdeMO 51873
SÓ PARA CALÇADASDesenvolvida para calçadas, a sérieBoulevard, da Cecrisa, existe em trêsopções de desenho combinando ascores bege e branco com cinza. Aspeças têm 30 cm x 30 cmMO 52036
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ação
*Veja endereços no final da revista
4 D
74 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
Contrariando os prognósticos
mais pessimistas, a realização
do VI Congresso da SIGraDI
aconteceu mesmo na Venezuela,
embora não se possa dizer que
tenha sido uma façanha isenta de riscos.
Afinal, apenas uma semana após a realização
do evento, um atentado perpetrado por um
fanático chavista tirou a vida de três pessoas,
assassinadas a tiros em plena Plaza de
Francia, no bairro de Altamira, local onde
têm acontecido as manifestações contra o
presidente Hugo Chaves e bem próximo do
local onde nós, os participantes estrangeiros,
reuníamo-nos para jantar após as produtivas
apresentações dos trabalhos selecionados,
que aconteceram no campus da magnífica
Universidad Central de Venezuela, projetada
pelo arquiteto Carlos Raúl Villanueva e
declarada Patrimônio Cultural da Huma-
nidade pela Unesco, em 2001.
Pois foi a determinação dos organizadores
e a especial dedicação dos colegas venezuela-
nos, representados por Gonzalo Vélez Jahn e
Gustavo Llavaneras S. – respectivamente
coordenadores geral e acadêmico do evento –
VIRTUOSES VIRTUAISFIQUE POR DENTRO DO QUE FOI APRESENTADO NO VI CONGRESSO DA SOCIEDADE IBERO-AMERICANA DE GRÁFICA DIGITAL
SIGRADI, REALIZADO ENTRE OS DIAS 27 E 29 DE NOVEMBRO DO ANO PASSADO EM CARACAS. O EVENTO CONTOU COM A
PARTICIPAÇÃO DE PESQUISADORES DA AMÉRICA LATINA, ESTADOS UNIDOS E EUROPA POR EDUARDO SAMPAIO NARDELLI
que garantiram a realização do congresso e a
presença de pesquisadores de várias e impor-
tantes universidades de todo o mundo.
Valeu a pena!Nos três dias de duração do evento, os par-
ticipantes puderam se atualizar sobre o esta-
do-da-arte da gráfica digital no mundo e
debater as instigantes questões propostas
pelos trabalhos apresentados. Os pesquisado-
res austríacos Andréas Voigt, Elmar Schimi-
dinger, Hans Peter Walchhofer e Helena
Linzer, da Universidade de Tecnologia de
Viena – Instituto de Planejamento Local, por
exemplo, levaram ao congresso a proposta de
utilização da Caverna Digital (CAVE) para a
simulação de projetos urbanos. Os pesquisa-
dores defenderam a idéia de usar a tecnologia
para antecipar possíveis problemas e eliminar
o risco de decisões equivocadas com relação
às formas e volumes que compõem o cenário
das cidades.
De fato, as diversas aplicações urbanísticas
da computação gráfica foram um destaque à
parte. É o caso do trabalho Análise histórica
da (re)construção de edifícios em Olivette Park,
EUA, apresentado por Osman Ataman, da Uni-
versidade de Illinois em Urbana-Champaign,
que demonstrou como os recursos digitais
ajudaram no trabalho de revitalização de East
St. Louis, no Estado do Illinois, desde a
reconstrução digital de edifícios já demolidos
e a análise dos aspectos históricos da produ-
ção habitacional da cidade, até a pesquisa e
avaliação dos prédios existentes.
Também é o caso do trabalho Construindo e
reconstruindo a cidade: a experiência de
Glasgow, apresentado pelo pesquisador Maver,
da Universidade de Stratchclyde – Departa-
mento de Arquitetura e Ciências da Constru-
ção, Escócia. Maver mostra como é possível
construir e apresentar digitalmente o desenvol-
vimento de uma cidade, da pré-história até
nossos dias, a partir de uma perspectiva aérea.
Da mesma forma, o trabalho apresentado
por Roberto Lira O., do Laboratório de Estu-
dos Urbanos da Universidade de Bío-Bío,
Chile, Avaliação de um instrumento para
medir o acesso a equipamentos e serviços urba-
nos: o caso de Concepción, demonstrou a
importância da utilização do Sistema de
Informação Geográfica (SIG) para avaliar a
Imagem do trabalhoapresentado pelospesquisadores daUniversidade deTecnologia de Viena
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 75
eficácia da oferta de equipamentos urbanos
numa cidade de porte médio.
A participação dos latino-americanos, por
sinal, revelou trabalhos de excelente qualida-
de, entre eles a Investigação digital dos projetos
do MESP: a busca dos vestígios do modernismo
brasileiro, apresentado pelo presidente reelei-
to da SIGraDi, José Ripper Kós. Ripper rela-
tou o trabalho que vem sendo desenvolvido
pelo grupo de pesquisa do Laboratório de
Análises Urbanas e Representação Digital
(Laurd) da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal do Rio
de Janeiro que, numa primeira etapa, está
criando um hiperdocumento armazenado
num CD-ROM, contendo modelos digitais
3D das várias propostas desenvolvidas para
esse edifício, um clássico do modernismo
brasileiro. O objetivo desse estudo é chegar à
proposta definitiva vinculando-a, por meio
de uma estrutura de navegação de hipertexto,
aos contextos histórico e urbanístico que a
ambientaram e, desse modo, compreender
aquele que foi o período mais marcante da
arquitetura brasileira como forma de expres-
são cultural.
Merece ainda destaque o trabalho apresen-
tado por Arturo Montagu, do Centro CAO da
Faculdade de Arquitetura, Desenho e Urba-
nismo da Universidade de Buenos Aires, que
propõe o estudo de métodos e técnicas para
desenvolvimento de um modelo digital 3D da
Avenida de Mayo, na capital argentina, uti-
lizando-se da tecnologia VRML (Virtual
Reality Modeling Language – ou Linguagem
Modelar de Realidade Virtual), um tipo de
animação interativa que permite "caminhar"
pelo cenário representado, direcionando a
visualização pelo mouse.
E foi justamente sobre VRML um dos tra-
balhos premiados. Trata-se de Desenvolvi-
mento e aplicabilidade de menus virtuais em
VRML, de autoria de Gabriela Bustos e Ivan
Burgos, da Faculdade de Arquitetura e
Desenho da Universidade de Zulia, Venezue-
la.Ao lado de Antonio Serrato-Combe, da Es-
cola de Arquitetura da Universidade de Utah,
EUA, com Visualizando o passado: o caso do
Templo Maior Asteca, que defende a recons-
trução virtual do passado como uma forma
de reforçar o estudo das culturas e da Histó-
ria em geral.
ATALHO
EVAV – Encontro Virtual sobreArquitetura Virtual
Está prevista para o próximo mês de abrila realização do I Encontro virtual sobrearquitetura virtual. Como o próprio nomediz, a atividade acontecerá inteiramente nainternet e tem como objetivo promover adiscussão de diversos pontos em nível estra-tégico, tático e operacional, contemplandoas seguintes áreas temáticas: visão global efundamentos; comunidades virtuais e suaarquitetura; CAD e arquitetura virtual; sitesWeb 3D; o ateliê virtual; áreas de exposiçãovirtual e museus virtuais.
Para participar, basta enviar um e-mailpara g[email protected] até o dia 28 de feve-reiro. O evento é gratuito.
Novo PDA da PalmEstá previsto para este mês mais um lan-
çamento da Palm. O Tungsten T vai estrearo sistema operacional Palm OS 5 e é equi-pado com o processador Arm 925 de 144MHz. O micro de mão tem memória de 16MB, slot para cartões SD e visor CD com 65mil cores e backlight. O preço nos EstadosUnidos é de US$ 499. O site da Palm éwww.palm.com.br.
Aprenda Photoshop 7 com ExpertsVale a pena conferir este livro lançado
recentemente pela Editora Campus. São872 páginas de preciosas informações sobreeste poderoso editor de imagens, escritas aquatro mãos por David Blatner e BruceFraser, profundos conhecedores do progra-ma desde as suas primeiras versões. O preçosugerido é R$ 259.
Tecnisa inova com analista demercado virtual
Completando 25 anos de atuação nomercado, a construtora Tecnisa está dispo-nibilizando em seu site um "analista virtualde mercado". Na verdade, trata-se de umchat active que conta com seis corretoresde plantão on-line e prepara o cliente parao fechamento do negócio. Desde outubro,quando começou a operar, a ferramenta járesponde por 40% dos diálogos com os visi-tantes. O endereço é www.tecnisa.com.br.
Na categoria de melhor apresentação houve
dois trabalhos escolhidos. Um deles foi
Modelação de atividades, apresentado por
Rodrigo Garcia Alvarado, do Departamento
de Desenho e Teoria da Arquitetura da Uni-
versidade de Bío-Bío, Chile.Alvarado mostrou
como a utilização da animação digital pode
auxiliar no estudo pós-ocupação de edifícios
utilizando como exemplo o caso do Hospital
do Trabalhador, cuja análise de fluxos revelou
diversos conflitos, como o inconveniente cru-
zamento de visitantes com pacientes transpor-
tados em macas. O outro vencedor nessa cate-
goria foi Sistema de conteúdo arquitetônico –
suporte com base na internet para processos de
planejamento arquitetônico, apresentado pelo
professor doutor engenheiro Dirk Donath, da
Universidade Bauhaus, Weimar, Alemanha.
Donath propõe o desenvolvimento de siste-
mas para trabalho colaborativo na internet
baseados em formatos de arquivo aberto
(SVG) e estruturados com base em gráficos
vetoriais que possam ser editados interativa-
mente por todos os envolvidos, por meio do
próprio software de navegação na rede.
Por fim, na manhã do último dia do con-
gresso, o trabalho Computação no trânsito da
escola secundária à universidade e da universi-
dade ao escritório de arquitetura, do professor
doutor Guillermo Vásques de Velasco, da
Universidade do Texas A&M, EUA, revelou a
trajetória do uso do computador no ensino de
arquitetura, mostrando a sua incorporação ao
ateliê de projeto como um recurso a mais a
conviver com os tradicionais.
O trabalho de Velasco confirmou a hipótese
apresentada por mim ao relatar o caso da Uni-
versidade Presbiteriana Mackenzie, onde esta-
mos elaborando, durante as aulas de computa-
ção, o tema proposto aos alunos pela disciplina
de Projeto VI. Assim, configuramos uma par-
ceria na qual os recursos digitais apóiam o pro-
cesso de concepção e desenvolvimento das ati-
vidades do ateliê de projeto.
Infelizmente, é impossível relatar neste
espaço os 61 trabalhos selecionados e os 16
posters que compuseram o evento. Mas é pos-
sível adquirir os anais do congresso pelo e-
mail [email protected]. Em 2003, o VII
Congresso Anual da SIGraDi será na cidade de
Rosário, Argentina, no mês de novembro. É, a
turma gosta mesmo é de emoções fortes!...
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76 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
CANETA PARA PALMTOPA Tablett inicia a comercialização deuma família de canetas de duplafunção. Enquanto uma dasextremidades do produto é umacaneta normal, a outra tem PDA,material polimérico que permitemanusear palmtops. MO 40303
MINI SYSTEMA Gradiente lança o Mini SystemTitanium AS 140/3. Na cor prata,com design arrojado, o aparelhotem 5 mil W de potência e carrosselpara três discos, o que permite ouvir30 horas de música non stop. MO 52042
TELHAS E CAIXAS D'ÁGUAA nova linha de produtos da Brasilit, aBrasiflex, é feita com a tecnologiachamada Cimento Reforçado com FioSintético de PVA (CRFS). Olançamento substitui totalmente autilização de amianto na fabricaçãode telhas e caixas d´água, além demelhorar o acabamento de superfície. MO 52043
REDE DE MADEIRAA Forplas desenvolveu uma redeconfeccionada com madeira. Idealpara ambientes internos e externos,o produto já vem acompanhado deum suporte e é bastante decorativo.MO 52044
MOBILIÁRIO DE FIBRA NATURALA Nativa Decorações utiliza fibrasnaturais como o junco e a málacapara fabricar peças de mobiliário. As peças são elaboradas porartesãos a partir de projetos criadospor diferentes designers. MO 40304
LUMINÁRIA COM DESIGNA designer e artista plásticaJacqueline Terpins e os lightingdesigners Gilberto Franco e CarlosFortes criaram uma nova linha deluminárias para a Lumini. Produzidacom vidro plano, a série Concretaagrega sofisticação à sua obra.MO 52046
CARTEIRAS ESCOLARESSe os espaços entre as fileiras foremsuficientemente amplos, a linhaOmnia, da Ares Line, oferece umsistema com prancheta fixa, reta ouem curva, com revestimentobilaminado na cor madeira natural.O produto é comercializado no Brasilpela Metal Línea. MO 51651
TAPETE ESCULPIDOOs produtos da linha TapetesEsculpidos, lançamento da Século,podem adquirir o formato dequalquer figura geométrica.Produzidos em 100% náilon, sãoantialérgicos, não desbotam, resistema manchas e não soltam pêlos. Hámais de 40 cores disponíveis.MO 40306
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JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 77
CONTRA A DENGUECom um revestimento especial, aProtelux, da Sylvania, produz umamenor quantidade de raios UV. Poressa razão, segundo o fabricante, alâmpada não atrai a maioria dosinsetos – inclusive o mosquitotransmissor da dengue. Disponívelnas potências de 60 W e 100 W, comtensão de 127 V ou 220 V. MO 52047
PIGMENTOSOs pigmentos Oxinor existem nas coresamarela, vermelha, marrom e preta. Osprodutos são aplicáveis em diversossetores industriais, como tintasimobiliárias, construção civil, plásticos eborracha. A Oxinor prometeestabilidade de cor após exposição aosraios UV, além de fácil dispersão emmeio aquoso e solvente.MO 40307
AQUECEDORInox e Termoglas, modelos a gás daCumulus, têm capacidade de 50 a 400 litros de água. Os produtos são revestidosinternamente com poliuretanoexpandido, material de baixacondutividade térmica que minimizaas perdas de calor. MO 52048
TANQUEOs tanques da Astra estãodisponíveis em dois modelos, umpara 15 litros e outro para 24 litros.O produto é fabricado empolipropileno, material resistente àluz solar e à ação de produtosquímicos agressivos. MO 52049
FIXAÇÃO DE TELHASA Metalpar fabrica hastes, ganchos,parafusos, calços e acessórios defixação para telhas. A goivatrapezoidal nervurada de ferrogalvanizado ou alumínio MTP 236tem furo nos diâmetros de 1/4" e 5/16".MO 52051
ESCADAA Cogumelo fabrica escadas emalumínio indicadas para empresas de instalações de telefonia eeletricidade, além de indústrias. O Modelo extensível pesa de 12 kg a 18 kg e tem carga detrabalho de 110 kg.MO 52054
REVESTIMENTO ACÚSTICOPara ser usado como divisória oucomo revestimento de paredes dealvenaria, o novo revestimentoacústico com miolo de lã de vidro daJorsil é composto de painéisindividuais que podem ser removidosou trocados com facilidade. MO 52055
PERFIS LAMINADOSImportados pela Belgo-Mineira, sãoproduzidos em aço de altaresistência mecânica (ASTM A-572GR50) e baixo teor de carbono, oque permite boa soldabilidade. Osperfis são fornecidos em amarradosde aproximadamente 2.500 kg, com12 m de comprimento. MO 52056
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78 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
IMPERMEABILIZANTEA Betumanta A1 é um sistema pré-fabricado de revestimentoimpermeável aluminizado. Oproduto é composto de asfaltomodificado e pode ter comoestruturante filme de polietileno ouvéu de poliéster. Indicado para lajesde cobertura, telhados industriais,cúpulas, abóbadas e sheds. MO 40324
GESSO Produzido pela Narduk, é indicadopara emassamento de paredes,servindo como base para pintura ou acabamento final. O produtotambém pode ser aplicado em modelagem de pequenas peças. MO 40325
EXTENSÕES ELÉTRICASO Grupo Perlex fabrica extensões econdutores elétricos. Os filtros dalinha 1083 e 1084 têm de três acinco tomadas e extensão de 1,3 m. MO 40326
PAINÉIS TERMOACÚSTICOSOs painéis e telhas termoacústicosdo Grupo MBP são bastanteindicados para ambientes onde oconforto termoacústico é umaexigência. A aplicação do produtoresulta, ainda, em menor custo deimplantação e manutenção decentrais e ar-condicionado. MO 40327
TUDO DE AÇOTelhas, steel deck e perfis de altodesempenho formados a frio fazemparte da linha de produtos daMetform. A empresa oferecesuporte técnico integral para projetoe aplicação de todos os produtos. MO 40328
BANDEJAA Fortequip fabrica bandejas eandaimes tubulares constituídos deum único painel. A empresapromete grande simplicidade demontagem e desmontagem, alémde fácil armazenamento etransporte. MO 40329
FERRAMENTA ELÉTRICAA parafusadeira SF 4000 Drywall, daHilti, pesa 1,3 kg e tem potência de450 W. O equipamento foi projetadopara utilização em paredes de gessoacartonado e conta com um novosistema de ventilação que oferecemaior conforto, pois não projeta póe protege a mão do operador. MO 40330
Mão-de-obraA C&C-Casa&Construção coloca àdisposição de seus clientes o Mão-de-Obra C&C, em queprofissionais especializadosexecutam de pequenas instalações agrandes obras. Técnicos da redeacompanham todos os trabalhos.Nas lojas da Grande São Paulo e dointerior do Estado. MO 40331
AQUECEDOR DE PISCINASO Tropicalor, da Sibrape, usa umsistema de troca de calor com oambiente para aquecer a água.Segundo a empresa, o equipamento é5 vezes mais econômico do que umelétrico convencional. O BCS-80M,por exemplo, mantém a temperaturade uma piscina de 6 m x 10 m x 1,5 m em torno de 30ºC. MO 40316
SENSOR DE PRESENÇA Os equipamentos da Aut-Compproporcionam a automação doacionamento e desligamento delâmpadas em residências ouempresas. A sensibilidade éajustável, com alcance máximo deaté 20 m. Também é possível regularo tempo de acendimento das luzes. MO 40317
MAPOTECASPara arquivamento de desenhos,plantas, fotolitos e gravuras, aopção da Fiel possui doisassentadores horizontais parapressionar os papéis e evitar oenrolamento das bordas. Hámodelos com cinco a 15 gavetas. MO 51606
PRODUTOS QUÍMICOS A Denver Global lança uma novalinha voltada para a construção civil.A série é composta de 56 produtosentre impermeabilizantes e isolantestérmicos, material para reparo eproteção de estruturas de concreto,grautes e ancoragens, aditivos paraconcretos e argamassas, selantes,adesivos e anticorrosivos. MO 40321
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80 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
FILTRODe acordo com a Brasfilter, ospurificadores de água HF e UVLS são capazes de reter 99,9% dasbactérias patogênicas presentes naágua. Os produtos renderam àempresa o selo EficiênciaMicrobiológica com a marca doInmetro. MO 40308
PRÉ-FABRICADOSFeitos de concreto, os produtos daT&A Construção Pré-Fabricadaimprimem maior rapidez àconstrução. A empresa prometeainda melhorar a durabilidade daestrutura e reduzir os custos commão-de-obra, além de evitardesperdícios. MO 40309
CIMENTOA Poty e a Aratu produzem cimentoscom composições e característicasdiferentes. O CP II-F-32 pode seraplicado em qualquer etapa da obra.Com menor tempo de secagem, éideal para execução de calçadas,assentamento de tijolos, revestimentoe fabricação de peças pré-moldadas. MO 40310
CIMENTO BRANCOO Votoran Branco, produzido pelaVotorantim, é indicado para projetosque exigem ambientes claros elimpos. Por sua cor, o produto aceitafacilmente pigmentos e materiaiscomo pó de mármore ou de granito,o que permite a criação de cores etexturas diferenciadas. MO 40311
VÁLVULA DE DESCARGAA Fabrimar produz o modelo Flux.De acordo com a empresa, a válvula é fácil de instalar, admiteregulagem de vazão e tem 17 combinações de cores.MO 40312
TRINCHAS A Tigre segmentou a linha detrinchas em padrões identificadospor cores. As ferramentas indicadaspara tintas látex, acrílicas e à basede água são vermelhas. As amarelasservem para esmalte, óleo, zarcão etintas à base de resina. Para verniz eimpregnantes (stains e tingidores)são melhores as azuis.MO 40313
CAIXA D´ÁGUA Em aço inox e empilhável, aalternativa da Sander é leve e,portanto, de fácil manuseio. Afabricante ainda garante que oproduto tem longa vida útil, semtrincas e descascamentos. MO 40314
COLETA SELETIVAPara ambientes internos, as lixeiras daSeton são feitas de polietileno e têmas cores e símbolos adequados paraseparação do lixo. Com capacidadepara 14 litros, os recipientes têm23,5 cm de diâmetro e 29 cm dealtura. O modelo com tampa atinge39 cm de altura. MO 40315
BANHEIRA Innovare é a nova hidromassagemda Astra. Com formato de 1/4 deesfera, é própria para instalação emcantos. Tem capacidade para atétrês pessoas e possui oito jatos dehidromassagem.MO 40335
JANELA MOTORIZADAVeneziana projetante e duas folhasmóveis com vidros compõem estaproposta da Sasazaki. Oacionamento é manual oumotorizado, o que permitemanobrar as venezianas sem abrir asfolhas de vidro, protegendo oambiente do frio e da chuva. MO 40336
PISO DE GRAMA A Cimentart produz o Concregramanas dimensões de 46 cm x 46 cm x 8 cm, com consumo de 4,5 peças/m².O modelo Concreverde tem 35 cm x20 cm x 8 cm, o que resulta noemprego de 15,7 peças/m².Esteticamente interessante, a técnicamantém o solo permeável.MO 40339
TEXTURASA Eucatex lança o EucacrilHidrorrepelente e o Eucacril Riscado.Prontos para uso, os revestimentosacrílicos aderem a superfícies devários tipos de material, emambientes internos e externos. Sãocomercializados em latas de 18 litrosou galões de 3,6 litros, em oitoopções de cores. MO 40332
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PARA ÁREAS EXTERNAS A linha Bel legno, da Tramontina,tem mesas e cadeiras dobráveisproduzidas com madeiras nobres,como jatobá e tauari, tratadas comuma camada protetora em verniz.As cadeiras têm assento estofado ouem polipropileno e as mesas podemreceber revestimento melamínico.MO 40333
LINHA DE MÓVEISA linha Cannes, da Tidelli, ganhouum visual renovado para a coleção2003. A série é composta por sofásde dois ou três lugares, poltrona, puff,mesas e cadeiras, entre outras peças.O trançado dos móveis é feito comcordões e fitas de PVC, o que garanteresistência, elasticidade e conforto. MO 40334
ALARMEA proposta do painel Electra,desenvolvido pela PPA, é permitirque a cerca elétrica instalada àfrente de uma casa não tenha asirene do alarme interrompida,mesmo após o corte de seus fios. MO 40337
IMPRESSORA O modelo de alta performance IDPal, daSeton, pesa 500 g e grava marcaçõesem equipamentos de escritório,indústria, fios e cabos. A gravação éfeita por transferência térmica e resiste aálcool e outros produtos de limpeza. Denáilon, vinil ou poliéster, as etiquetasexistem em três tamanhos. MO 40338
SELADOR IMPERMEABILIZANTEO Igolflex Fachada, da Sika, é umrevestimento à base de resinas acrílicasimpermeabilizantes. O produtocombate problemas com umidade,chuva e também exposição aos raiossolares. Fornecido em latas de 18 litros,é aplicado em uma única demão.MO 40318
BANHEIRAA Essex Plaza, da Ideal Standard,tem capacidade de 225 litros ehidromassagem de oito jatos com acionamento pneumático. A banheira vem equipada comarejadores e alimentador.MO 40319
ALAMBRADOSFabricada com telas soldadasgalvanizadas, a opção da Gerdautem malhas retangulares euniformes. Dotado de pontas, oproduto inibe invasões, dispensa ouso de fios tensores e permite maiorespaçamento entre os mourões. MO 40322
BLOCO DE ENCAIXE O sistema Polystar, produzido pelaDaulux, é constituído por umamistura de polímeros de alto pesomolecular chamada Dauflex. Comresistência química, transparência ebrilho, o produto ressalta a estéticadecorativa. Disponível nas opçõesincolor, rosa, verde e azul. MO 40323
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84 ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003
VEGETAÇÃO URBANALucia e Juan Mascaró Universidade Federal do Rio Grande doSul e Finep 242 páginas [email protected] pelos professores Lucia e Juan Mascaró, o livro temcomo finalidade orientar profissionais em relação aos temasligados à vegetação urbana, dentre eles os critérios para escolha,localização, plantio e manutenção da vegetação. A publicaçãotambém traz anexos com fichas e tabelas a respeito de árvo-res, trepadeiras e plantas medicinais, além de característicasmorfológicas das espécies.
PIONEIROS DA ARQUITETURA E DACONSTRUÇÃO EM CAMPO GRANDEÂngelo Marcos Vieira de Arruda Uniderp e IHG-MS450 páginas [email protected] pelo arquiteto e professor Ângelo Marcos Vieira deArruda, a publicação preenche uma lacuna na historiografiade Campo Grande e do Brasil ao contar a trajetória de 125profissionais que residiram e atuaram na cidade entre 1902 e1972. Com prefácio do arquiteto Hugo Segawa e apresen-tação da professora Maria da Glória Sá Rosa.
A CASA NO SÉCULO XXRichard Weston Editorial Blau 272 páginas Vendas peloPini Delivery www.piniweb.com/deliveryCom a intenção de abordar a história da casa moderna, a obraorganiza-se em torno de temas utilizados pelo autor para con-tar a história da arquitetura doméstica mais inovadora, desde operíodo das Arts & Crafts, do final do século 19, até os dias dehoje. Além disso, o livro traz ilustrações sobre os edifícios maisrepresentativos, acompanhados de desenhos pormenorizados.
A CAL – FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES NAENGENHARIA CIVIL – 2a EDIÇÃOJosé Epitácio Passos Guimarães Editora Pini 341 páginas
Vendas pelo Pini Delivery www.piniweb.com/deliveryPatrocinada pela Associação Brasileira dos Produtores de Cal,a publicação foi desenvolvida para demonstrar as proprieda-des físicas e químicas do insumo, um dos materiais mais tradi-cionais da construção, contribuindo para compatibilizar as re-lações de custo, durabilidade, segurança, comodidade e be-leza nas obras.
HABITAÇÃO E MEIO AMBIENTE – UMA ABORDAGEM INTEGRADAEM EMPREENDIMENTOS DEINTERESSE SOCIALHabitare [email protected]
Quais os cuidados que se deve tomar
para que empreendimentos habita-
cionais não comprometam o meio
ambiente? Para responder a essa
pergunta, o Programa de Tecnologia
de Habitação (Habitare) da Financia-
dora de Estudos e Projetos (Finep)
lançou o CD-ROM Habitação e meio
ambiente – uma abordagem integra-
da em empreendimentos de interes-
se social. Coordenada por Carlos Ge-
raldo Luz de Freitas, pesquisador do
IPT, a obra tem como objetivo divul-
gar os projetos do Habitare. O CD-
ROM está disponível para doação na
livraria do IPT.
ARQUITETURA&URBANISMO JANEIRO 2003 87
MADE INALBERFLEXAv. Rudolf Dafferner, 867Sorocaba-SP18086-380(15) 228-2626e-mail: [email protected]: www.alberflex.com.brORNAREAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.101 São Paulo-SP(11) 3061-0747D&D ShoppingAv. das Nações Unidas, 12.555São Paulo-SP(11) 3043-9135Shopping Lar CenterR. Otto Baumgart, 500São Paulo-SP(11) 6222-2831Rio Design BarraAv. das Américas, 7.777Rio de Janeiro(21) 2438-7578Rio Design CenterAv. Ataufo de Paiva, 270Rio de Janeiro(21) [email protected] & [email protected]. Ferreira Viana, 786 São Paulo-SP04761-010(11) 5522-1988 [email protected]/R. da Alfândega, 90 Rio de Janeiro-RJ20350-060(21) 2221-8006 [email protected]
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São Paulo-SP 01107-000 (11) 227-5481 EDIL PESSOA – instalaçõesRua Diatomáceas, 67PiritubaSão Paulo-SP(11) 3971-8139MARCELO FAISAL PAISAGISMO –paisagismoAv. São Gualter, 999Alto de PinheirosSão Paulo-SP05455-001(11) 3021-2665SAECOM CONSTRUÇÕES EEMPREENDIMENTOS – construçãoRua Leão XIII, 201Jardim São BentoSão Paulo-SP(11) 3455-9244, 6950-3959EUROCENTRO – esquadrias demadeira e alumínioAl. Gabriel Monteiro da Silva, 370São Paulo-SP(11) 3064-9196eurocentro@euromarble.com.brwww.eurocentro.com.brVIDROTIL – tecela de vidroAv. Altino Arantes, 477 São Paulo-SP 4042-032(11) 5589-6200 [email protected] www.vidrotil.com.brJATOBÁ – pastilha de porcelanaR. Dr. Costa Junior, 520São Paulo-SP05002-000(11) 3672-1522 [email protected] REVESTIMENTOS – granitolavado da fachadaR. Cabo Antonio Alves, 119São Paulo-SP02185-010(11) 6954-0788, [email protected] MÔNICA – carpetesAl. Gabriel Monteiro da Silva, 660São Paulo-SP(11) 3085-1866ORNARE – armários embutidosAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.101São Paulo-SP(11) 3061-0747D&DAv. das Nações Unidas, 12.555São Paulo-SP(11) 3043-9135Lar CenterR. Otto Baumgart, 500São Paulo-SP(11) 6222-2831Rio Design Barra
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[email protected] – construção e gerenciamentoRua João Negrão, 2.226 Curitiba-PR80230-150(41) 330-4700, [email protected] COMERCIAL CURITIBANA AÇOE FERRO – corte e dobra de açoEstrada Ctba/Araucária, 10.947Curitiba-PRFone: (41) 346-4049CONCREBRAS – concreto usinadoBR 116, no 1.960 Curitiba-PR82590-100(41) [email protected] CLIMATIZAÇÃO – ar-condicionadoR. João Negrão, 731 Curitiba-PR80010-200(41) 224-1144 e [email protected] – esquadrias e vidros Av. Marechal Floriano Peixoto, 2.245Curitiba-PR(41) [email protected] – aplicação dos forros metálicos R. Amália de Noronha, 268 São Paulo-SP05410-010(11) [email protected] DOUGLAS – forros metálicosR. Massacá, 418 São Paulo-SP05465-050(11) 3024-7000, 3022-9652www.hunterdouglas.com.brDivisão LuxalonR. Manoel José Chaves, 300 PinheirosSão Paulo-SP05463-070(11) [email protected] – carpetesAv. Presidente Juscelino, 165 Diadema-SP 09950-370(11) 4072-8805, 4072-8813, [email protected] SITU – controle geotécnicoAv. Presidente Kennedy, 3.115 Curitiba-PR80610-010(41) [email protected]
E N D E R E Ç O S
E N D E R E Ç O S
88 JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO
JOSÉ CARLOS SUSSEKIND – projeto estrutural Travessa do Ouvidor, 5 Rio de Janeiro-RJ20040-040(21) [email protected] – escoramento tubular metálicoe fôrmas industrializadasAv. Dr. Humberto Giannella, 451 Jardim ItaquitiBarueri-SP06422-130(11) [email protected]@mills.com.brwww.mills.com.brOTIS – elevadoresRua Força Pública, 72 SantanaSão Paulo-SP02012-080(11) 6221-2905/6221-2610/ 6221-42060800-7031061www.otis.com.brOSCAR NIEMEYER – projeto arquitetônicoAv. Atlântica, 3.940 Copacabana Rio de Janeiro-RJ22070-002(21) 2523-4890, 2267-6388PETER GASPER ASSOCIADOS – projeto de luminotécnicaAv. Ayrton Senna, 2.150 Barra da TijucaRio de Janeiro-RJ(21) 2325-1435, 3325-6713, 3325-0927PHILIPS – lâmpadas especiaisAv. Eng. Luiz Carlos Berrini, 1.400 São Paulo-SP04571-0000800-7010203www.philips.com.brPIRELLI – condutores elétricosAv. Giovanni Battista Pirelli, 871Santo André-SP(11) 4998-5077, 4998-50660800-787638www.pirelli.com.brPREFAC IMPERMEABILIZAÇÕES –aplicação de impermeabilizante Av. das Maritacas, 930Londrina-PR(43) 344-4726PROTENDE – serviços de protensãoRua Bela Nápoles, 97 Vila LeopoldinaSão Paulo-SP05085-080(11) 3836-6111, [email protected] – fundaçãoRua Sara, 18
Santo CristoRio de Janeiro-RJ20220-090(21) [email protected] – instalações elétricas e hidráulicasRua Victorio Viezzer, 460 Vista Alegre Curitiba-PR80810-340(41) 335-4798/[email protected] KRUPP – plataforma elevatória de cargasAv. Santa Catarina, 1.488 Florianópolis-SC88075-500(48) 248-7244, 248-7642www.thyssensur.com.brVIAPOL – impermeabilizaçãoR. Correia Dias, 337 São Paulo-SP04104-001(11) 5087-3400, 5571-7033www.viapol.com.br
INTERIORES – CLUBE DISCO ISAY WEINFELD – projeto arquitetônicoR. André Fernandes, 175 Jardim EuropaSão Paulo-SP04536-020(11) 3079-2199MARCELO CONDE SOMPROFISSIONAL – projeto de sonorização(11) [email protected] AKKERMAN – consultoria acústicaR. Rággio Nóbrega, 63São Paulo-SP01441-010(11) 3081-9322, [email protected] E PILNIKCONSTRUÇÕES ESPECIALIZADAS –construçãoR. Estevão Lopes, 222Butantã São Paulo-SP05503-000(11) 3031-6533BOBRICK (RL QUALIX) – acessórios para banheirosR. Dom João V, 450São Paulo-SP(11) [email protected] – acrílicoR. Vassoural, 226 Socorro
São Paulo-SP04776-020(11) 5521-9533 [email protected] TECIDOS – couro sintéticoR. Baumann, 1.484 Vila LeopoldinaSão Paulo-SP05318-000(11) 3644-3355, [email protected] COOK – equipamentos de cozinhaR. Antonio Camargo, 219TatuapéSão Paulo-SP(11) [email protected] – granito de tampos e divisóriasR. Dr. Suzano Brandão, 1.240São Paulo-SP(11) 6193-2246marmobello@marmobello.com.brwww.marmobello.com.brCOMPANHIA DE ILUMINAÇÃO – iluminaçãoRua Espártaco, 342 LapaSão Paulo-SP05045-000(11) 3871-2031ciadeiluminacao@ciadeiluminacao.com.brwww.ciadeiluminacao.com.brDECA – louças e metaisAv. Brasil, 1.589 São Paulo-SP (11) 3088-2744, [email protected] – mosaico de vidroAv. Altino Arantes, 477 São Paulo-SPCEP 4042-032 (11) 5589-6200 [email protected] www.vidrotil.com.brHUMBERTO E FERNANDOCAMPANA – painel de fios de plásticoRua Barão de Tatuí, 219Vila BuarqueSão Paulo-SP(11) 3825-3408MARCOPISO – pisoAv. Iraí, 393 - cj. 86MoemaSão Paulo-SP04082-001(11) [email protected] – tratamento acústico Rua Nossa Senhora do Sabará, 5.807São Paulo-SP CEP 04447-021(11) [email protected]
ENTREVISTARUY OHTAKE – arquitetoAv. Faria Lima, 1.593 - 11o andarSão Paulo-SP01451-906(11) 3094-8001
TECNOLOGIA & MATERIAISITAGRESBR 101 km 341Caixa Postal 131Tubarão-SC88701-970(48) 631-2000e-mail: [email protected]. Padre Natal Pigato, 974Caixa Potal 674Campo Largo-PR83607-204(41) [email protected]. Cavadas, 899Guarulhos-SP07044-000(11) [email protected]. Vitorino Carmilo, 453São Paulo-SP01153-000(11) [email protected]. Luxemburgo, 181Bairro das NaçõesTimbó-SC89120-000(47) [email protected] 101 km 163Tijucas-SC88200-000(48) [email protected]ÂMICA BATISTELLAVia Tatuibi, 1.000Caixa Postal 215Limeira-SP13480-970(19) 3451-4833cerâ[email protected] das Nações, 751Barueri-SP06422-100(11) [email protected]. Rodrigues Paes, 52Chácara Sto. AntônioSão Paulo-SP04717-020 (11) [email protected]