26
www.audiolivro.com.br 1 PROCESSO PENAL 1 Olá, eu sou o Alexandre Mazza, professor, mestre e doutorando em Direito pela PUC de SP. Eu desenvolvi um projeto pioneiro de ensino do Direito utilizando a MEMÓRIA AUDITIVA e a MÚSICA como instrumentos imbatíveis de assimilação da matéria. Inicialmente lancei 2 audiolivros, que eu tenho CERTEZA que você conhece, um de Direito Tributário e outro de Direito Administrativo. Eles são um tremendo sucesso. MILHARES DE PESSOAS aprenderam a gostar de Tributário e Administrativo, conseguindo vencer no Exame da OAB e também nos mais exigentes concursos públicos do Brasil. Agora, o projeto está sendo ampliado com o lançamento de audiolivros de todas as outras matérias. Cada novo audiolivro foi desenvolvido com a colaboração de professores especializados na respectiva área eu me encarreguei pessoalmente de adaptar a forma do texto e de fazer a narração para garantir a mesma qualidade i eficiência que determinaram o sucesso dos meus audiolivros. O objetivo continua o mesmo, pois eu preciso que você passe e conto com a sua ajuda para divulgar o meu trabalho aos seus amigos e conhecidos. Ah... Não esqueça, também, de acessar meu site www.sitedomazza.com.br , nele você encontrará mais músicas, simulados, artigos exclusivos, e MINHAS CHARGES. Basta acessar, fazer seu cadastro gratuitamente e usar a vontade. Precisando entrar em contato comigo, use o próprio site clicando no botão “contato” na página inicial e eu responderei imediatamente. Lembre-se www.sitedomazza.com.br . Obrigado pela confiança e bons estudos.

arquivos_processopenal1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

arquivos_processopenal1

Citation preview

Page 1: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

1

PROCESSO PENAL 1 Olá, eu sou o Alexandre Mazza, professor, mestre e doutorando em Direito pela PUC de SP. Eu desenvolvi um projeto pioneiro de ensino do Direito utilizando a MEMÓRIA AUDITIVA e a MÚSICA como instrumentos imbatíveis de assimilação da matéria. Inicialmente lancei 2 audiolivros, que eu tenho CERTEZA que você conhece, um de Direito Tributário e outro de Direito Administrativo. Eles são um tremendo sucesso. MILHARES DE PESSOAS aprenderam a gostar de Tributário e Administrativo, conseguindo vencer no Exame da OAB e também nos mais exigentes concursos públicos do Brasil. Agora, o projeto está sendo ampliado com o lançamento de audiolivros de todas as outras matérias. Cada novo audiolivro foi desenvolvido com a colaboração de professores especializados na respectiva área eu me encarreguei pessoalmente de adaptar a forma do texto e de fazer a narração para garantir a mesma qualidade i eficiência que determinaram o sucesso dos meus audiolivros. O objetivo continua o mesmo, pois eu preciso que você passe e conto com a sua ajuda para divulgar o meu trabalho aos seus amigos e conhecidos. Ah... Não esqueça, também, de acessar meu site www.sitedomazza.com.br , nele você encontrará mais músicas, simulados, artigos exclusivos, e MINHAS CHARGES. Basta acessar, fazer seu cadastro gratuitamente e usar a vontade. Precisando entrar em contato comigo, use o próprio site clicando no botão “contato” na página inicial e eu responderei imediatamente. Lembre-se www.sitedomazza.com.br . Obrigado pela confiança e bons estudos.

Page 2: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

2

Persecução Penal

O Estado, por meio do Inquérito Policial, inicia a persecução penal, dividida em duas fases bem distintas: o inquérito policial e a ação penal.

Inquérito Policial

Exercido pela autoridade policial, o inquérito é disciplinado nos artigos de 4º ao 23 do Código de Processo Penal.

IMPORTANTE: sobre toda atividade policial, o Ministério Público exerce controle externo, conforme dispõe o artigo 129, VII da Constituição Federal.

Observação: A doutrina reconhece algumas modalidades de Inquéritos Extrapoliciais, como:

- Inquérito Policial Militar;

- CPIs ;

- Inquérito Civil Público, que antecede a Ação Civil Pública;

O inquérito policial é procedimento administrativo, não é processo. Convém lembrar que a realização do inquérito não é obrigatória para a propositura da ação penal, conforme o artigo 39, § 5º do Código de Processo Penal.

Características do Inquérito Policial:

O inquérito policial possui 5 características:

1) É Inquisitorial , pois não tem contraditório. O investigado não está sendo acusado; mas é mero objeto de investigação;

Page 3: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

3

2) É Formal , pois as peças do inquérito policial devem ser escritas ou datilografadas;

3) É Sigiloso , isso porque é necessário o sigilo para a elucidação dos fatos. Muitas vezes,a divulgação atrapalha a investigação;

4) É Discricionário : não tem rito próprio. A autoridade policial conduz as investigações de forma que achar melhor;

5) É Preparatório : para eventual ação penal.

Policia Judiciária: Civil e Federal

As Polícias civil e federal conduzem as investigações conforme artigo 144 da Constituição Federal.

Na ação penal de iniciativa privada e na pública condicionada a representação, o inquérito policial só pode ser instaurado se houver REQUERIMENTO de acordo com o artigo 5º, § 4ºe §5º ,do Código de Processo Penal.

Indiciado: é o “quase réu”,o apontado como autor do crime.

Prazos para conclusão do Inquérito Policial

1) para a Polícia Civil – no caso de indiciado preso, o prazo é de 10 dias;

Para Indiciado solto, 30 dias.

2) para a Policia Federal - no caso de indiciado preso: 15 dias . Para indiciado solto, 30 dias;

3) no caso de Entorpecentes, a Lei nº 11.343/2006 fixa 30 dias para acusado preso e 90 dias para acusado solto.

O inquérito Policial é encerrado por meio de Relatório. Os autos, então, são encaminhados ao Ministério Público que poderá:

a) oferecer denúncia;

Page 4: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

4

b) requisitar diligências;

c) opinar pelo arquivamento; nesta hipótese, se o juiz discordar do arquivamento, os autos são remetidos ao Procurador-Geral de Justiça que decidirá se concorda ou discorda do juiz. Caso o Procurador Geral entenda ser caso de arquivamento, o juiz estará obrigado a arquivar. Do arquivamento dos autos do inquérito policial, não cabe recurso.

No procedimento da Lei 9.099/95, ou seja nos juizados especiais, não há inquérito policial, mas termo circunstanciado.

Do indeferimento de instauração de Inquérito Policial, cabe recurso ao Secretário de Segurança Pública.

Ação Penal

Está prevista nos artigos de 24 ao 62 do Código de Processo Penal.

O início da ação penal ocorre com o simples oferecimento da denúncia.

A ação penal pode ser PÚBLICA, PRIVADA ou PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA.

1 – Ação Penal Pública

A peça inicial da ação penal pública é a denúncia.

O prazo para oferecimento da denúncia, de acordo com o artigo 46 do Código de Processo Penal será de:

a) 05 dias para indiciado preso

b) 15 dias para indiciado solto.

Page 5: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

5

Na Lei de Entorpecentes, o prazo é de 10 (dez) dias .

Já na Lei de imprensa o prazo para oferecimento da denúncia é de 10 dias.

É importante ressaltar que tais prazos são “impróprios”, ou seja,não se sujeitam a preclusão temporal.

ATENÇÃO: A ação penal é, via de regra, pública incondicionada. Excepcionalmente, a ação pública estará condicionada À representação do ofendido.

Sobre o prazo para representação:

Em regra é de 6 meses. Na Lei de imprensa será de 3 meses.

A representação exige poderes especiais, de acordo com o artigo 44 do Código de Processo Penal e pode ser dirigida ao juiz, ao Ministério Público ou ao delegado.

A Ação Pública condicionada à requisição ministerial está prevista no artigo 24 do Código de Processo Penal e no artigo 100 § 1º do Código Penal. A requisição não tem prazo, é ato político.

2 – Ação Penal PRIVADA ou de Iniciativa Privada

A peça inicial da ação penal de iniciativa privada é a queixa-crime que deverá ser intentada no prazo de 06 (seis) meses, a partir da data do conhecimento da autoria do crime ou dentro de 3 meses para os crimes da Lei de Imprensa.

3 – Ação Penal Privada Subsidiária da Pública

Poderá ser intentada queixa-crime subsidiária no caso de inércia do Ministério Público.

Quanto aos prazos decadenciais, serão em regra de 6 meses. Para os crimes da Lei de Imprensa o prazo é de 3 meses.

Page 6: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

6

Prisões Cautelares

As prisões cautelares são também conhecidas como processuais ou provisórias.

Prisão em Flagrante

Qualquer do povo poderá , e os agentes policiais deverão prender qualquer pessoa em flagrante delito.

Flagrante Prorrogado. Está previsto na Lei das organizações criminosas e na Lei de Entorpecentes. A prisão em flagrante pode ser prorrogada, sem que isto configure o crime de prevaricação, ou seja, os policiais infiltrados (autorizados judicialmente) podem retardar a prisão em flagrante para o momento mais oportuno para as investigações.

Flagrante Perfeito : ocorre quando o agente está em pleno desenvolvimento dos atos executórios ou, quando acabou de concluir a prática delituosa.

Flagrante Imperfeito : aqui o agente consegue fugir, não é preso no local do crime, porém, existe perseguição. Para a doutrina trata-se de “quase flagrante”.

ATENÇÃO: A perseguição pode demorar horas ou dias, desde que tenha iniciado logo após a prática do crime.

Flagrante Presumido (ou ficto) : embora não tenha sido perseguido, O agente é encontrado portando instrumentos ou objetos que façam presumir ser ele o autor do crime.

Page 7: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

7

Flagrante Preparado ou Provocado: caracteriza-se pela ausência da vontade livre e espontânea do autor da infração. Trata-se de modalidade de crime impossível, em que um indivíduo provocador (policial ou terceiro) induz o agente à prática do crime.

CUIDADO: Não podem ser presos em flagrante :

1) diplomatas estrangeiros;

2) Presidente da República;

3) Agente que socorre vítima de acidente de trânsito.

4) O agente que adquire, guarda, traz consigo drogas para consumo pessoal.

Ao contrário, Podem ser presos em flagrante mas somente por crimes inafiançáveis :

1) membros do Congresso Nacional;

2) deputados estaduais;

3) magistrados, membros do Ministério Público e advogados.

Prisão Preventiva

Está prevista nos artigos 311 a 316 do Código de Processo Penal. Tem cabimento durante o inquérito ou no processo. Pode ser requerida pelo Ministério Público, pela autoridade policial ou ainda, decretada de ofício pelo juiz. Os requisitos da PRISÃO PREVENTIVA SÃO:

a) prova de existência do crime;

b) indícios de autoria.

Hipóteses de cabimento da Prisão Preventiva

Page 8: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

8

a) garantia da ordem pública : ex: impedir que o agente, solto, continue a delinqüir;

b) conveniência da instrução criminal : Ex.: impedir que o agente ameace as testemunhas

c) aplicação da lei penal : para garantir a futura execução de eventual sanção penal, por exemplo, para evitar fuga do agente;

d) garantia da ordem econômica : hipótese inserida pela Lei 8.884/94.

A prisão preventiva somente se admite nos crimes dolosos punidos com reclusão . Para os crimes punidos com detenção, só caberá prisão preventiva se o réu for vadio ou de identidade duvidosa.

Prisão Temporária

A base legal da prisão temporária é a Lei 7.960 de dezembro de 1989. Só pode ser decretada em fase de inquérito policial e nas hipóteses do artigo 1º da mencionada lei, que são casos de crimes graves). Não pode ser decretada de ofício pelo juiz.

O Prazo é de 05 dias, prorrogáveis por igual período. Na lei de crimes hediondos, Lei 8.072/90, o prazo da prisão temporária será de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Requisitos para decretação da prisão temporária

São 3:

a) Caráter imprescindível da medida

b) indiciado sem residência fixa

c) suspeito ou indiciado por um dos crimes previstos nas mencionadas leis.

Prisão em decorrência de sentença condenatória reco rrível

Page 9: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

9

Essa prisão constitui efeito da sentença condenatória, previsto no artigo 594 do Código de Processo Penal, Porém não será imposta se o réu for primário e de bons antecedentes.

Prisão Especial

A prisão especial representa verdadeira garantia antes do trânsito em julgado da sentença, favorecendo algumas as pessoas COMO DIPLOMATAS, JURADOS E MAGISTRADOS, que ficarão em local distinto da prisão comum enquanto não houver condenação definitiva.

Princípios do Processo Penal

a) Princípio da Verdade Real: o juiz deve investigar a realidade dos fatos e, para isso, poderá valer-se de diligências, oitiva de testemunhas do juízo etc, conforme artigos 156 a 209 do Código de Processo Penal;

b) Contraditório: . a cada ato produzido por uma das partes, a outra poderá manifestar-se a respeito. Não se aplica à polícia, pois ela não processa nem julga.

c) Iniciativa das partes : o juiz não pode dar início ao processo. Caberá ao Ministério Público e à parte ofendida;

d) Publicidade :

e) Devido Processo Legal: consagrado no artigo 5º, LIV da Constituição Federal.

f) inadmissibilidade de Provas Obtidas por Meios Il ícitos : tais como interceptações telefônicas, confissão mediante tortura etc...

g) Estado ou presunção de inocência .

Fontes do Processo Penal

A fonte formal imediata do Direito Processual Penal é a Lei Federal, oriunda do Congresso Nacional, conforme dispõe o artigo 22, I, da Constituição Federal.

Page 10: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

10

Jurisdição

Jurisdição é a função exercida pelo Poder Judiciário, aplicando normas e solucionando litígios.

Competência

Competência é a medida da jurisdição. A competência na Constituição Federal será:

I ) Jurisdições Especiais: nos casos da

1 – Justiça do Trabalho;

2 – Justiça Eleitoral;

3 – Justiça Militar;

4 – Jurisdição Política manifestada em julgamentos pelo Poder Legislativo.

II – Jurisdição Comum.... composta pela

1 – Justiça dos Estados ;

2 – Justiça Federal;

3 – e pelos Juizados Especiais.

Nos crimes de competência federal, o processo tramitará no local onde o juiz federal exercer a jurisdição.

Page 11: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

11

Por exemplo se alguém comete um crime de alçada federal na comarca de Sertãozinho SP, o processo tramitará pela comarca de Ribeirão Preto, pois ali é que se encontra o Juiz Federal que exerce jurisdição em Sertãozinho.

Nas infrações de menor potencial ofensivo, o processo tramitará no Juizado Especial Criminal Federal.

Quanto às demais hipóteses, de jurisdição comum, a competência será da Justiça Comum Estadual.

ATENÇÃO: Via de regra, o juiz competente para processar e julgar é o do local onde se consumou a infração.

Quando for incerta a jurisdição, a competência será fixada por prevenção, nos moldes do § 3º do artigo 70 do Código de Processo Penal. Nos crimes permanentes, a regra é a mesma, ou seja, o juiz que se antecipar ao outro na prática de qualquer ato relativo ao processo torna-se competen te.

Se o local da consumação não for conhecido, o processo tramitará pelo local do domicílio, ou residência do réu,.

Provas

São o conjunto de atos praticados com a finalidade de demonstrar certa alegação.

Prova vedada: de acordo com o artigo 5º , LVI da Constituição Federal, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.

Já se disse antes, a título de exemplo, que são provas ilícitas a interceptação telefônica clandestina e a confissão obtida por meio de tortura.

Nesse sentido, afirma o Art.157 do CPP. “São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Page 12: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

12

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

Fatos que Independem de Prova

Segundo a legislação, independem de prova:

1) os fatos notórios : são aqueles de conhecimento universal.... por exemplo que o Fernando Henrique foi presidente do Brasil

2) os fatos intuitivos ou máximas da experiência: Ex.: não é preciso provar que a chuva torrencial na cidade agrava os congestionamentos, provoca alagamentos etc...

Todos os demais fatos devem ser provados.

A prova pode ser:

a) pessoal : é aquela realizada por meio de afirmação, declaração. Exemplos, o interrogatório e a declaração das testemunhas;

b) real : é a prova que decorre do próprio fato, por exemplo, a arma, a lesão, o local.

No tocante à forma , a prova pode ser:

a) pessoal :é a realizada por meio de afirmação;

b) documental : por meio de documentos;

c) material :exames periciais,coisas apreendidas.

Prova Emprestada

Page 13: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

13

Prova emprestada é a prova colhida em um processo e juntada em outro. É admitida, desde que respeitado o principio do contraditório.

Ônus da Prova : de acordo com o artigo 156 do Código de Processo Penal, o encargo de provar incumbe a quem alega. Portanto, caberá ao Ministério Público provar o fato criminoso, a autoria etc...

Perícias

O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.

Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.

Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e a indicação de assistente técnico.

As partes não interferem na nomeação dos peritos, de acordo com o artigo 276 do Código de Processo Penal. Somente a autoridade (policial ou judiciária) poderá nomeá-los .

Necropsia (também conhecida como autópsia) : é o exame realizado no cadáver para determinação da “causa mortis”. A necropsia é dispensada nos dois casos previstos no parágrafo único do artigo do 162 do Código de Processo Penal: morte violenta ou quando lesões externas permitem precisar a causa da morte.

Exumação : consiste no desenterramento do cadáver para realização do exame.

Page 14: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

14

Exame de corpo de delito direto : é o exame realizado diretamente no corpo de delito, ou seja, o cadáver, a cama, o piso etc

Exame de corpo de delito indireto : na impossibilidade do exame direto, o artigo 167 do Código de Processo Penal permite o corpo de delito indireto por meio de testemunhas

Exames grafotécnicos : são exames comuns nos crimes que envolvem falsidades documentais, para que se comprove, por exemplo, a autoria de uma assinatura ou de qualquer outro escrito.

Prova Testemunhal

A testemunha, quando chamada, deverá prestar depoimento oralmente, exceto é claro quando se tratar de mudo ou surdo –mudo.

Depoimento Facultativo

Nos termos do artigo 206 do Código de Processo Penal, é facultativo o depoimento das seguites pessoas:

1) ascendente ou descendente;

2) afim em linha reta;

3) cônjuge(casado ou separado);

4) Irmão.

Page 15: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

15

Busca e Apreensão

Trata-se de diligência que tem por finalidade a apreensão de bens ou pessoas. Pode ser realizada a qualquer momento, a requerimento das partes ou de ofício, pela autoridade judicial ou policial.

Busca domiciliar

Quando fundadas razões autorizarem, será realizada a busca domiciliar para:

1) Prender criminosos;

2) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

3) Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;

4) Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de delito ou com a finalidade delituosa;

5) Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

6) Apreender PESSOAS vítimas de delito;

7) Colher qualquer elemento de convicção.

ATENÇÃO: A busca domiciliar será realizada A QUALQUER HORA , em 3 casos:

a) por flagrante delito;

b) para prestação de socorro á vítima;

c) Com consentimento do morador.

CUIDADO: A BUSCA DURANTE O DIA E POR ORDEM JUDICIAL será realizada das 6 às 18 horas, devendo ser feitas pessoalmente pela autoridade judiciária ou por sua ordem.

Caso haja recusa do morador no cumprimento da ordem, ou seja, desobediência, a porta será arrombada.

Page 16: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

16

Ausente o morador, qualquer vizinho será intimado para assistir à diligencia, de acordo com o artigo 245, § 4º, do CPP.

Confissão

A confissão, prevista no artigo 200 do Código de Processo Penal, pode ser de 2 espécies:

a)Judicial: quando ocorre em juízo;

b) Extrajudicial: é a que ocorre durante o inquérito ou fora do processo judicial.

Valor da confissão: a confissão não é mais a chamada “rainha das provas” como já foi um dia. Seu valor probatório não é absoluto.

Uma importante característica da confissão é que o acusado pode retratar-se,voltar atrás.

OBS: CONFISSAO FICTA OU PRESUMIDA NÃO EXISTE EM PROCESSO PENAL.

Acareação

Consiste em confrontar depoimentos conflitantes. A acareação pode ser feita entre testemunhas, vitimas ou réus.

Pode também ser realizada em fase de inquérito ou na ação penal.

Documentos

Conceito Legal: Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.

- Instrumento é o documento feito com o propósito de servir, no futuro, de prova do ato nele mencionado.

Page 17: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

17

- Instrumento Público : é o lavrado por quem esteja investido na função pública, exemplo: a escritura de um imóvel.

- Instrumento Privado : é o formado por particular, exemplo: Nota promissória.

- Papéis : de acordo com o Código de Processo Penal, papel é o documento produzido sem a finalidade de servir de prova, podendo até, eventualmente exercer tal propósito.

- Papéis Públicos : são os lavrados por oficial público, exemplo: guias de recolhimento.

- Papéis Particulares : os lavrados por particulares, exemplo: uma carta.

Quanto à forma , os documentos se dividem em:

1) originais;

2) Cópia: é a reprodução do documento original. Tem duas espécies: traslado e certidão.

2A) Traslado: é a cópia textual daquilo que está escrito no livro de notas, feita por oficial público.

2B) Certidão: trata-se de cópia de determinado instrumento público.

A certidão inicia-se sempre da seguinte forma:

“CERTIFICO E DOU FÉ”

Procedimentos

Procedimento é a seqüência dos atos processuais.

Conforme o art. 394 do Código de Processo Penal, o procedimento será comum ou especial.

Page 18: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

18

§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:

O procedimento será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

O sumário é cabível quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

Já o procedimento sumaríssimo aplica-se para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

IMPORTANTE: o procedimento sumaríssimo é aquele previsto na Lei 9.099/95, para seguintes infrações:

a) contravenções penais;

b) crimes apenados somente com multa;

c) todos os crimes, cuja pena máxima em abstrato (pena prevista em lei) não ultrapasse 02 (dois) anos, ou seja, até 02 anos.

Cumpre ressaltar que pouco importa se o crime é de competência da justiça federal ou estadual, bem como se existe procedimento especial previsto em lei. Ainda assim o procedimento a ser adotado será o sumaríssimo.

Procedimentos Especiais: o legislador conferiu a algumas infrações penais uma seqüência diferenciada de atos processuais, com características próprias, tais como nos crimes de entorpecentes, nos dolosos contra a vida, nos crimes de responsabilidade de funcionários públicos .... são os chamados PROCEDIMENTOS ESPECIAIS.

Recursos

1 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (artigos 581 – 592 d o Código de Processo Penal)

Page 19: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

19

O RESE é recurso cabível contra as decisões taxativamente elencadas no art. 581 do CPP. Em regra, cabe RESE contra decisões interlocutórias.

Em 1984, com o advento da Lei de Execução Penal, determinadas decisões sujeitas a RESE, passaram a ensejar o Agravo em Execução.

De acordo com o Código de Processo Penal, o prazo para interposição é de 5 dias. As razões devem ser apresentadas em 2 dias e as contra-razões também em 2 dias.

No RESE admite-se retratação por parte do juiz “a quo”, ou seja, o Juiz que proferir a decisão impugnada, poderá “voltar atrás”.

MAS CUIDADO: Se o réu for Impronunciado ou absolvido sumariamente, caberá APELAÇÃO.

2 - AGRAVO EM EXECUÇÃO

Previsto no artigo 197 da Lei 7.210/84, será admitido nas hipóteses que ocorram em fase de execução penal.

É importante lembrar que os casos previstos nos incisos VIII, IX e XI do art. 197 podem ensejar RESE ou Agravo.

Os prazos são os mesmos, ou seja, 5 dias para interposição, 2 para razões e 2 para contra-razões.

O Procedimento a ser adotado é o do RESE.

3 - APELAÇÃO

Trata-se de recurso cabível nas hipóteses do artigo 593 do Código de Processo Penal e no procedimento da Lei 9.099/95. Também cabe apelação contra decisão de impronúncia ou absolvição sumária, conforme a nova redação do art. 416 CPP.

De acordo com o artigo 593, I, caberá apelação no prazo de 5 dias das sentenças condenatórias ou absolutórias de 1ª instância.

Page 20: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

20

3.A – APELAÇÃO DA SENTENÇA DO TRIBUNAL DO JÚRI

De acordo com o inciso III do artigo 593, caberá apelação da sentença do júri desde que a hipótese se amolde a um dos 4 (quatro) incisos previstos,

Porém, ao se apelar de uma sentença do júri, não se pode pleitear absolvição ou condenação, mas um novo julgamento ou a retificação da pena imposta.

O prazo para o oferecimento das razões é de 8 dias, de acordo com o artigo 600 do Código de Processo Penal.

3.B – APELAÇÃO NA LEI 9.099/95

Caberá apelação no Jecrim, no prazo único de 10 dias contra:

1-) decisão rejeitar a denúncia ou queixa-crime;

2-) contra sentença;

3-) contra transação penal.

A parte contrária terá o mesmo prazo de 10 dias para apresentar as contra-razões.

4 – EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADE

Os embargos são oponíveis contra acórdãos não unânimes, de 2ª instância, desde que desfavoráveis ao réu.

Trata-se de recurso privativo da defesa, nos moldes do artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal.

O recurso deve ser interposto no prazo único de 10 (dez) dias ao relator do acórdão embargado.

Conforme entendimento doutrinário, os embargos serão oponíveis contra acórdãos de Apelação, RESE e Agravo em execução.

Page 21: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

21

5 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os embargos declaratórios poderão ser opostos no prazo de dois dias contados da publicação do acórdão embargado, desde que haja omissão, contrariedade, obscuridade ou ambigüidade.

5A – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA LEI 9.099/95

Os embargos declaratórios no procedimento sumaríssimo são oponíveis no prazo de 5 dias, de acordo com o artigo 83 da Lei 9099..

6 – CARTA TESTEMUNHÁVEL

A carta testemunhável está prevista nos artigos de 639 a 646 do Código de Processo Penal e será admitida quando o juiz de 1º instância denegar o RESE, Agravo em Execução ou Protesto por Novo Júri, bem como se obstar o segmento ao Tribunal competente.

Deverá ser requerida ao escrivão do cartório, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao despacho denegatório.

Posteriormente, o recorrente terá o prazo de 2 (dois) dias para apresentar suas razões e a parte contrária também terá 2 dias para contra-razões.

7 - RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

O ROC é recurso cabível nas hipóteses dos artigos 102 e 105 da Constituição Federal.

Page 22: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

22

Caberá ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em Recurso Ordinário, a denegação de Habeas Corpus nos Tribunais de 2ª Instância. O Recurso Ordinário Constitucional nesta hipótese, tem seu procedimento tratado nos artigos de 30 a 32 da Lei 8.038/90.

8 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO

É o recurso cabível contra acórdão cujo teor afrontar à Constituição Federal.

Porém, é imprescindível que a parte tenha esgotado os demais recursos – conforme Súmula 281 do STF.

Será interposto no prazo de 15 dias (quinze), de acordo com o artigo 26 da Lei 8.038/90.

Será cabível ainda que a decisão atacada tiver sido proferida por Turma recursal, nos moldes da Súmula 640 do Supremo Tribunal Federal.

O recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões discutidas no caso.

9 – RECURSO ESPECIAL

Está previsto no artigo 105, III da Constituição Federal e aprecia matéria infraconstitucional.

Seu procedimento também esta previsto no artigo 26 da Lei 8.038/90.

Porém, ao contrário do Recurso Extraordinário, o Recurso Especial não será cabível contra decisão de Turma Recursal.

10 - CORREIÇÃO PARCIAL

Caso não haja recurso previsto em lei, os despachos do juiz que acarretarem inversão tumultuária dos atos processuais poderão ser atacados por meio da correição parcial, no prazo de 10 dias da ciência do ato impugnado.

Page 23: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

23

AÇÕES ESPECIAIS

1 – REVISÃO CRIMINAL

Trata-se de ação privativa da defesa. Pode ser requerida a qualquer tempo, desde que presentes os seguintes requisitos legais:

a) existência de uma sentença condenatória transitada em julgado e

b) tenha ocorrido erro de procedimento ou julgamento.

O Tribunal poderá reconhecer o direito a uma justa indenização, desde que requerida pelo interessado.

A revisão está prevista nos artigos 621 a 631 do Código de Processo Penal e poderá ser requerida ainda que o réu tenha morrido, pois sua finalidade é a reparação de eventuais erros judiciários.

2 – HABEAS CORPUS

Está previsto nos artigos de 647 a 667 do Código de Processo Penal e a 5º, LXVII da Constituição Federal.

A finalidade do Habeas Corpus é tutelar o direito de locomoção (ou seja, as liberdades de ir, vir e permanecer).

Será cabível quando a coação for ilegal, vale dizer, quando a hipótese se enquadrar no artigo 648 do Código de Processo Penal.

A decisão de habeas Corpus em 2ª Instância ou em Tribunal Superior poderá ser atacada por Recurso Ordinário Constitucional.

CONCESSÃO DE OFICIO

De acordo com o § 2º do artigo 654, os juízes e os Tribunais podem conceder Habeas Corpus de ofício, ou seja, sem a provocação da parte.

Page 24: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

24

3 – MANDADO DE SEGURANÇA

Previsto no artigo 5º LXIX da Constituição Federal, trata-se de verdadeira ação constitucional, de natureza civil, que tutela direito líquido e certo, não amparado por Hábeas Corpus.

O prazo para impetração de MS repressivo é de 120 (cento e vinte) dias a partir da ciência oficial do ato coator.

O Mandado de Segurança será dirigido a autoridade imediatamente superior à autoridade coatora.

ALTERAÇÕES RECENTES DO CPP

Quero comentar agora algumas novidades no CPP. Vou mencionar só o assunto e nova redação da respectiva norma legal.

1) Sobre a Citação por hora certa: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil.

2) Sobre Rejeição da denúncia ou queixa : Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

I - for manifestamente inepta;

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

3) Sobre Defesa Preliminar : “Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Page 25: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

25

4) Sobre Alegações Orais : Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

5) Sobre Pronúncia: Art. 413 CPP: ‘Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.

6) Sobre Impronúncia: Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.

7) Sobre Absolvição Sumária : ‘Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:

I – provada a inexistência do fato;

II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;

III – o fato não constituir infração penal;

IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

8) Sobre Desclassificação : ‘Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.

9) Sobre Recursos: ‘Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.’ (NR)

e 10) Sobre Desaforamento: ‘Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.

Page 26: arquivos_processopenal1

www.audiolivro.com.br

26

E agora, vamos ouvir somente as musiquinhas Então é isso qualquer dúvida ou sugestão..... ou se precisar entrar em contato comigo acesse o meu site www.sitedomazza.com.br . Obrigado, MUITO SUCESSO e um grande abraço do mazza, tchau