Upload
start
View
217
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
St.art's online art fanzine. https://www.facebook.com/startfaro
Citation preview
ana duarte | ana sofia cross keaneandré cravinho | catarina canelas | helder ferreira joana rita silva | josé gonçalves | miguel mestremilita doré | nuno sequeira | patricia lopespatricia puga | pedro noel da luz petra martins | phermad | raquel mouroroberto leandro | sílvia granja | stephanie oliveira
miguel mestre | o amor... de novo
«Só resta chorar. Mas chorar demora muito tempo.
Eu preferia arrepender-me.
Leio de mais. Oiço de mais. Vejo de mais. Estou parado de mais, recebendo mais
do que consigo receber.
O céu parece-me demasiado azul. A música é mais triste do que mesmo, os mais
tristes, precisaríamos.
Deixem-me sair daqui. A única coisa que sei fazer é sentir. Preciso que me ensinem
a enganar-me. Preciso que me ensinem a interromper.
Vivo de mais. Durmo de menos. Acordo para acordar os outros. É como se a luz
me acompanhasse. É como se o sol, quando nascesse, viesse propositadamente
acordar-me.Estou sozinho de mais. Nas minhas estrelas não há noite nem amor.
Tenho as mãos vazias, viradas para o céu, como se tivessem recebido a lua,
como se tivessem fi cado encharcadas da tinta da escuridão.»
O Amor é Fodido – Miguel Esteves Cardoso
10/11
O amor. De novo. O amor. Porque é ele assim? Porque nos faz perder tanto tempo?
Porque nos faz mergulhar na escuridão? Tão fria escuridão. Faz-nos cair em
esquecimento sem deixar esquecer. A dor que nasce. A dor que percorre a alma
e o corpo. Faz viver e deixa morrer. Infindável cura. Interminavel loucura. Torna-
nos demasiado simpaticos com quem, por vezes, não o merece. Demasiado
compreensivos. Demasiado atenciosos. Demasiado.
Aprende-se a falar com o silencio.Não responde, nunca responde. Nunca.
O mapa desenhado é um engano para a alma, mas principalmente para o
coração. Caminhos a seguir, que não deveria. Caminhos a seguir, para os quais
não há saida. Caminhos sem fim.
Porquê? De novo.
O espelho que só reflecte solidão e tristeza. Sem que nele se veja, ou reveja,
alguma beleza. A alegria que desvanece, o sonho que permanece. Sentimento de
alegria e de tristeza, de saudade e de cansaço, de amor e de ódio. Demasiados
sentimentos num só corpo, num só coração. O amor é demasiado. Todo o amor
é demasiado.
O amor… O amor é igual ao ódio. Como irmãos. O amor é igual ao ódio. Do
amor ao ódio vai um passo, uma palavra, um simples olhar. É igual.
O amor… Faz-nos divagar nas palavras, escrevendo textos sem sentido algum,
sobre tão nobres sentimentos que nos levam a lugar nenhum. Sentimentos sem
nexo. Talvez. Complexos. Sim, demasiado. De novo.
A noite. A sua escuridão, a sua frieza, a sua solidão, a sua tristeza. Divagando
em pensamentos loucos. Voando entre sentimentos platónicos. Sonhando
momentos. Pensando, sentindo, sonhando. Noite escura. Noite de solidão. Noite
de loucura. Noite fria. Noite de amor. Amor. De novo.
De novo. Rastos de um coração que em tempos sorria…
Passando de mundo
em mundo
Entre sonho
e realidade,
Descubro um lado risonho
no teu mundo mais profundo
que não conta a tua idade.
Uma face
de esperança
que te acusa na teimosia
E por muito que passe
nunca ela se cansa
nunca ela te alivia
Foge ao senso e à razão
só faz vida da vontade
Atraiçoa o coração
com uma simples verdade.
Não complica.
Não desiste.
Não explica
porque insiste
em tornar inextricáveis
esses mundos (não) tão distantes
do querer e poder ter,
do sonhar e vir a ser,
que não crês concretizáveis
por ignorares amiúde
que ainda tens, como antes,
dentro de ti essa virtude:
Olhar o mundo p’los
olhos de uma criança…
16/17
38/39
A inocência da coerência da adolescência
Faz com que a ascendência lhes transmita a sapiência
Para que na ausência da assistência deste espírito e competência
Todos revelem a apetência que vai fugindo à aparência.
Por coincidência ou até mesmo por inteligência
A ciência vai criando um novo método de resistência
E é nesta vivência que fica retida a violência
Beneficiência da adolescência, eu chamo-lhe coexistência.
Há quem lhe chame consciência por não trazer consequências
Mas a experiência ensinou-me a conviver com a concorrência
Devido à exigência deste avião com turbulência
É a minha paciência que me leva à sobrevivência.
Não tento ser referência, não é a minha essência
A eficiência com que trabalho vai-me afastando da falência
Longe da displicência, o motivo da minha existência
É a frequência com que o sorriso se instala na minha audiência.
46/47
... Jardins
secretos ...
- Como te sentes como mulher? Não como os outros pensam que tu es....
Como “tu” te sentes como mulher... em 3 palavras.
- forte, sensual, inteligente.
- serena, tranquila, feliz.
- bela, sensual, amante.
- Descreve numa frase ou duas, o que sentiste nesta experiência:
- uma experiência de relaxamento total e conhecimento da imagem corporal.
Libertação
- Há uma sensação de prazer no ligeiro e súbtil contacto.
- Senti-me muito bem, desinibida e sensual, orgulhosa de ser mulher!
48/49
Finalmente chegaste, estava ansiosa, agora só quero que me sigas.
E por favor, não faças barulho!
Reparei no teu olhar atento a cada movimento meu…
Podes sentar-te… Queres tomar algo?
Sabes, enquanto me despia, sentia o bater do teu coração, acelerado!
Não tenhas medo…
Ah… e não quero beijos nem carícias!
Nem me venhas com tretas!
Sabes que o que eu sentia por ti… Oh meu querido!
Não me perguntes porquê, já sabes que detesto perguntas!
Bem, é hoje ou nunca, estou á espera…
Cada gesto teu vai ficar registado nesta noite,
Já sabes o que te espera…
Vamos fazer desta noite a melhor de sempre?
Então vamos fazer por isso!
Sem pressa, temos tempo… vamos fazer uma viagem até ao infinito, que dizes?
Temos um longo percurso pela frente, tracei um caminho na minha mente...
Caminho esse que só tu podes percorrer.
Agora só os lábios respiram… Oh Amigo, vamos sentir o que é para ser sentido!
Eu sabia que não me irias desiludir…
Abre a janela, vamos debruçar-nos…
Sentes o leve peso das estrelas?
Deixa-me descansar, só 5 minutos…
À medida que o corpo seca, recupera-se o fôlego!
Abre os olhos, já é de dia…
Nua noite
Tão nuaSua é minha noite,Olhando de um lar essa ruaEscura por onde anda vive lhe afoite,Em tremenda onda de poder circunstancialQuerendo de toda a sua vida, mais como poema musicalQue lhe fale ao coração, e lhe desperte de novo sua cultura de amor…Enrugando-lhe a pele num desejo ardente místico empolando fervorNo incessante processo que também causa sua natureza,Sem censura revelando-me em pura belezaQue também é insegura no entregar,Querendo tudo em seu parSua é minha noite…Nua noite…
Tão nua
Sua é minha noite,
Olhando de um lar essa rua
Escura por onde anda vive lhe afoite,
Em tremenda onda de poder circunstancial
Querendo de toda a sua vida, mais como poema musical
Que lhe fale ao coração, e lhe desperte de novo sua cultura de amor…
Enrugando-lhe a pele num desejo ardente místico empolando fervor
No incessante processo que também causa sua natureza,
Sem censura revelando-me em pura beleza
Que também é insegura no entregar,
Querendo tudo em seu par
Sua é minha noite…
Nua noite…
52/53
Patricia LopesPágs. 4 e 5
Nuno SequeiraPágs. 34/35 e 53
Roberto LeandroPágs. 17
Milita DoréPágs. 44/47
Joana Rita SilvaPágs. 6/9
Ana Sofia Cross KeanePágs. 36/37
Raquel MouroPágs. 19/21
Petra MartinsPágs. 49
Miguel MestrePágs. 10 e 11
Helder FerreiraPágs. 39
Catarina canelasPágs. 22/25
Patricia PugaPágs. 50 e 51
Stephanie OliveiraPágs. 31
Pedro Noel da LuzPágs. 54/57
Sílvia GranjaPágs. 12/15
André CravinhoPágs. 40/43
Ana DuartePágs. 1, 26/29
José GonçalvesPágs. 53
PhermadPágs. 32/33
Art.sy_Online Art Fanzine
Edição #04
EditorJorge Mestre Simão
PaginaçãoJorge Mestre Simão
Sitecargocollective.com/st-art
Facebookfacebook.com/startfaro
Behancebehance.net/startfaro