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DAMAS DA NOITE UMA FARSA DE ELMANO SANCHO

AS - Teatro Nacional D.Maria II 2/damas... · Antes de pertencer a um determinado sexo, o ser humano era híbrido. No livro do Génesis (1:27), Adão teria sexo de homem e de mulher

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DAMAS

DA NOITEUMA FARSA DE ELMANO SANCHO

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comDennis Correia aka Lexa BlacK, Elmano Sancho, Pedro Simões aka Filha da Mãe, Marie Carré (em vídeo)espaço cénico Samantha Silvadesenho de luz Alexandre Coelhofotografia Sofia Berberan assistência de encenação Paulo Lagefigurino de Elmano Sancho Olga Amorimfigurino de Filha da Mãe Guilherme Gamitofigurino de Lexa BlacK Dennis Correia,João Maria Oomprodução executiva Nuno Pratascoprodução Teatro Nacional D. Maria II, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Culturproject, Loup Solitaire, Teatro Nacional São João parceriasAbraço, Acegis, Associação Plano I

agradecimentosAna Paula Rocha, Cheila Lima, Carlos Nunes, Ella The Drag, ESTC, Eugénia Vasques, Guilherme Gamito, Inês Lago, Isabel Silva, João Garcia Miguel, João Maria Oom, Joana Raposo, Luh Maza, Hugo Franco, Marco Santos, Maria Repas, Marta Correia, Paulo Santos, Rebecca Bunny, Rui Raposo, Sofia Loureiro, Sylvia Koonz, Trumps, Vanda R. Rodrigues, 112studios

Projeto financiado pela República Portuguesa – Cultura / DGArtes

Espetáculo estreado a 9 de maio de 2019, no Teatro Carlos Alberto – TNSJ (Porto)

equipa TNDM IIdireção de cena Isabel Inácio operação de luz Daniel Varelaoperação de som e vídeoTiago Alvesprodução executiva Manuela Sá Pereira

17 - 27 set 2020qua e sáb, 19h30 qui e sex, 21h30 dom, 16h30

Sala EstúdioM/16

Sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa20 set

DAMAS DA NOITE, UMA FARSA DE ELMANO SANCHOTEXTO E ENCENAÇÃO ELMANO SANCHO

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D A M A S D A N O I T E

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Elmano Sancho evoca a conflituosa reviravolta de expectativas em torno do seu nascimento para levantar o véu de Damas da noite: os pais esperavam uma menina, de nome já destinado, Cléopâtre, mas nasceu um menino. O encenador pretende assim dar vida a esse outro desejado de si mesmo, como se este fosse uma espécie de duplo e existisse numa realidade paralela que Damas da noite encena.

Para erguer essa figura ficcionada chamada Cléopâtre, Elmano Sancho imergiu no mundo fascinante e provocador do transformismo. Os artistas transformistas “vestem a pele de um outro, tentam ser um outro”. São “flores que abrem de noite”, intérpretes de uma transformação “pautada pela transgressão, o desconforto, a ambiguidade, a brutalidade dos corpos e a violência das emoções”.

Através dessa interpretação paradoxal da diferença, Damas da noite explora a presença ou ausência de fronteiras entre realidade e ficção, ator e personagem, homem e mulher, teatro e performance, tragédia e comédia, original e cópia, interior e exterior, dia e noite. Nesse jogo de relações, aposta-se a identidade como matéria fluida, “rimbaudiana”, revelando o outro que somos, o estrangeiro que albergamos.

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Antes de pertencer a um determinado sexo, o ser humano era híbrido. No livro do Génesis (1:27), Adão teria sexo de homem e de mulher. No plano físico, o primeiro ser humano seria duplo: Deus terá criado Eva a partir da natureza feminina de Adão.

No Banquete de Platão, Aristófanes evoca o mito do andrógino primitivo: não existiam dois géneros diferenciados mas uma espécie de ser unificado. Os seres andróginos, orgulhosos da sua dupla natureza, da sua força e do seu poder, desafiaram os deuses e escalaram o Olimpo, a montanha onde viviam os imortais. Como castigo, Zeus separou o género masculino do feminino. O umbigo seria a marca física dessa separação.

Separado do Outro, o ser humano contemporâneo é incapaz de especificar o objeto da sua falta e de encontrar a razão de se sentir incompleto. Vê o mundo através do Outro sem nunca conseguir ser o Outro: a separação é um ato primitivo inerente à existência.

Para dar vida ao seu alter ego feminino, Elmano Sancho foi ao encontro das drag queens, as damas da noite, flores que abrem ao anoitecer e exalam um perfume inebriante. Esta imersão no mundo do transformismo pretende dar corpo, voz e vida a esta menina desejada pelos pais mas que não chegou a nascer e explorar as fronteiras entre realidade e ficção, ator e personagem, homem e mulher, teatro e performance, tragédia e comédia, original e cópia, interior e exterior, dia e noite.

O confronto de todos os intérpretes com o seu “disfarce feminino” — máscara que revela uma verdade e colmata uma ausência — e a sua consequente exposição ao público recorda-nos, antes de mais, que estamos na presença de atores que praticam a sua arte através de um duplo discurso: o transformismo revela os artifícios e mecanismos da Arte Teatral e reafirma a posição do espetador. Este sabe que está a assistir a um espetáculo onde o tema principal é o próprio teatro e a representação em todas as suas camadas complexas. Tudo é artifício: não há corpo natural, não há desejo natural, não há aparência natural, não há jogo natural.

O que resta desta transformação inacabada é o corpo em busca de uma alteridade. Só então o teatro adquire autenticidade: o mundo da ficção desaparece, a personagem cede lugar à realidade complexa do ator/ser humano e o palco torna-se o lugar onde a troca entre os intérpretes e o público é feita sem designações nem máscaras.

Elmano SanchoEncenador

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A P R E S E N TA Ç Ã O CATARINA FURTADO E MASSIMO FURLAN

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mais informações em www.tndm.pt

A SEGUIR NA SALA GARRETT

C O N C E I T O E D I R E Ç ÃO A R T Í S T I C A MASSIMO FURLAN E CLAIRE DE RIBAUPIERRE (SUÍÇA)

EUROVISÃO DA CANÇÃO FILOSÓFICA

25 – 27 SET

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Direção ArtísticaTiago Rodrigues

Conselho de AdministraçãoCláudia Belchior, Pedro Gonçalves de Proença, Rui Catarino

Fiscal ÚnicoAmável Calhau & Associados, SROC, Lda.

Assessoria ArtísticaMagda Bizarro,Paula Diogo (estagiária) Assessoria Contratação Pública Rute PresadoSecretariado Marina Almeida Ricardo Motorista David Fernandes

Atores João Grosso, José Neves, Lúcia Maria, Manuel Coelho, Paula Mora e Catarina Couto Sousa, Cláudio Castro, Ema Marli, Inês Cóias, Nadiya Bocharova (estagiários ESTC 2020-21)

Direção de Produção Carla Ruiz, Joana Costa Santos,Manuela Sá Pereira, Pedro Pires, Rita Forjaz

QUEM SOMOS

Direção de Cena André Pato, Andreia Mayer,Carlos Freitas, Catarina Mendes, Diana Almeida,Isabel Inácio, Pedro Leite, Sara Ciprianoe Diana Especial (estagiária)Auxiliares de Camarim Carla Torres, Paula Miranda Pontos Cristina Vidal, João Coelho Guarda-roupa Aldina Jesus, Ana Teixeira, João Pinto, Sílvia GalinhaAssistente Direção de Cena e Técnica Filipa Coelho

Direção Técnica Rui Simão, Miguel Abelho Maquinaria e Mecânica de Cena Frederico Godinho, Jorge Aguiar,Lindomar Costa,Marco Ribeiro, Miguel Carreto, Paulo Brito, Nuno CostaIluminação João de Almeida, Daniel Varela, Feliciano Branco, Luís Lopes, Pedro AlvesSom/Audiovisual Pedro Costa, Arthur Costa, João Neves, João Pratas, Margarida Pinto, Tiago AlvesMotorista Carlos Luís

Direção de Comunicação e MarketingJoão Pedro Amaral, Élia Teixeira, Joana Bonifácio, Paula Martins, Tiago Mansilha

Direção Administrativa e Financeira Sónia Teixeira, Carolina Lemos,Eulália Ribeiro, Susana Cerqueira Controlo de Gestão Diogo PintoTesouraria Ivone Paiva e Pona Recursos Humanos Lélia Calado,Madalena Domingues

Direção de Manutenção Susana Dias, Albertina Patrício Manutenção Geral Raul Rebelo, Carlos Henriques, Eduardo Chumbinho,Tiago Trindade Informática Nuno VianaTécnicas de Limpeza Ana Paula Costa, Luzia Mesquita

Direção de Relações Externas e Frente de Casa Ana Ascensão, Ana Pinto Gonçalves, Carolina VillaverdeRosado,Deolinda Mendes,Mariana Gomes Bilheteira Rui Jorge, Carla Cerejo, Sandra MadeiraReceçãoIsabel Campos, Paula Leal

Direção de Documentação e PatrimónioCristina FariaAcervoRita CarpinhaBiblioteca | Arquivo Catarina Pereira, Paula Fernandes, Ricardo Cabaçae Anabela Mourato, Cláudia Graça, Filomena Chiaradia, Rafael Oliveira (Projeto Rossio)Livraria Maria Sousa

PA R C E I R O P R I N C I PA L PATR O C I N A D O R AC E S S I B I LI DA D E

PA R C E I R O S TN D M I IM EC E N AS