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ATA DA 2.557ª SESSÃO (ORDINÁRIA) Aos onze dias do mês de maio de 2011, às 15h10min, no Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, realizou-se a 2.557ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, sob a presidência do Conselheiro Edson Simões, presentes os Conselheiros Antonio Carlos Caruso, Vice-Presidente, Roberto Braguim, Corregedor, Eurípedes Sales e Maurício Faria, o Secretário Geral Renato Tuma, a Subsecretária Geral Roseli de Morais Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso e os Procuradores Maria Hermínia Penteado Pacheco e Silva Moccia e Fábio Costa Couto Filho. A Presidência: "Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos." Dispensada a leitura e entregues cópias, previamente, aos Conselheiros, foi posta em discussão a ata da Sessão Ordinária 2.556ª, a qual foi aprovada, assinada e encaminhada à publicação. Preliminarmente, a Corte registrou as seguintes presenças em Plenário: Senhora Gabriela Bazaca, Estagiária do Escritório Duarte, Garcia, Caselli, Guimarães e Terra Advogados e do Senhor Mario Marcelino de Souza, Estagiário do Curso de Direito do Centro Universitário Assunção – Unifai. A seguir, o Conselheiro Presidente Edson Simões deu conhecimento ao Egrégio Plenário do Relatório Oficial de Atividades da Presidência, no período de 02 a 06 de maio de 2011: Dia 02, às 8 horas – O Presidente reuniu-se com Assessores do seu Gabinete para fazer avaliação sobre o planejamento dos trabalhos técnicos e administrativos da semana. Realizou despachos administrativos e assinou documentos até às 14 horas. No período da tarde, realizou reuniões com Assessores de várias áreas do Tribunal para discutir planejamento dos trabalhos técnicos da semana. Dia 03, às 7h30min – Reunião de pauta com os Assessores do seu Gabinete. Às 8 horas – Reuniu-se com o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto, para tratar de assuntos administrativos pertinentes às duas Casas. No período da tarde, analisou processos e assinou documentos. Dia 04, às 8 horas – Presidiu reunião com o "staff" responsável pelo acompanhamento das reformas, readequação e modernização que estão sendo executadas no Tribunal. Participaram o Subsecretário Administrativo, Wagner Dal Medico; a Assessora Subchefe da Assessoria Jurídica de Controle Externo, Dra. Izabel Camargo Lopes Monteiro; o Coordenador Administrativo Flávio Buassaly Berto; o Presidente da Comissão de Licitação, Maurício Bula Trevisani; o Arquiteto José Berti; o Engenheiro Manuel Vitor dos Santos; o Chefe de Gabinete da Presidência, Miguel Kirsten, e José Camilo dos Santos. Assinou documentos até as 14 horas. Às 15 horas – Presidiu a 2.556ª Sessão Ordinária. Dia 05, às 9 horas – O Presidente Edson Simões, juntamente com o Conselheiro Maurício Faria, representou o Colegiado na abertura da palestra em homenagem ao Dia das Mães. Sobre o assunto foi publicada, na internet e intranet, a seguinte matéria: Mães são homenageadas no TCM. Em comemoração ao Dia das Mães, no dia 05 de maio, a Presidência do TCM e a Astcom ofereceram um café da manhã para as mães-servidoras do Tribunal e uma palestra com o tema "A Saúde dos Cabelos", proferida pela Terapeuta Capilar Elma Martins. Durante o evento, foram sorteados diversos brindes. A abertura do evento foi realizada pelo Presidente Edson Simões, que, juntamente com o Conselheiro Maurício Faria, representou o Colegiado; pelo Secretário Geral, Renato Tuma, e pela Presidente da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Vera Regina Cândido Carrion. Para o Presidente Edson Simões, a importância das mães já foi desenvolvida na poesia, na literatura, nas artes plásticas, na filosofia e no teatro. "Isso confere uma análise profunda do papel das mães em todos os aspectos. Elas são fundamentais", afirmou. Ele alertou ainda para a questão de que hoje as mulheres já são maioria, de 54 a 56% da população mundial. O Presidente cumprimentou as mães presentes dizendo que elas representam todas as mães do mundo. Ele também parabenizou a Presidente da Associação, Vera Regina Cândido Carrion, e a Diretora Cultural, Patrícia Franzotti, e cumprimentou a Conferencista Elma Martins. Em

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ATA DA 2.557ª SESSÃO (ORDINÁRIA) Aos onze dias do mês de maio de 2011, às 15h10min, no Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, realizou-se a 2.557ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, sob a presidência do Conselheiro Edson Simões, presentes os Conselheiros Antonio Carlos Caruso, Vice-Presidente, Roberto Braguim, Corregedor, Eurípedes Sales e Maurício Faria, o Secretário Geral Renato Tuma, a Subsecretária Geral Roseli de Morais Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso e os Procuradores Maria Hermínia Penteado Pacheco e Silva Moccia e Fábio Costa Couto Filho. A Presidência: "Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos." Dispensada a leitura e entregues cópias, previamente, aos Conselheiros, foi posta em discussão a ata da Sessão Ordinária 2.556ª, a qual foi aprovada, assinada e encaminhada à publicação. Preliminarmente, a Corte registrou as seguintes presenças em Plenário: Senhora Gabriela Bazaca, Estagiária do Escritório Duarte, Garcia, Caselli, Guimarães e Terra Advogados e do Senhor Mario Marcelino de Souza, Estagiário do Curso de Direito do Centro Universitário Assunção – Unifai. A seguir, o Conselheiro Presidente Edson Simões deu conhecimento ao Egrégio Plenário do Relatório Oficial de Atividades da Presidência, no período de 02 a 06 de maio de 2011: Dia 02, às 8 horas – O Presidente reuniu-se com Assessores do seu Gabinete para fazer avaliação sobre o planejamento dos trabalhos técnicos e administrativos da semana. Realizou despachos administrativos e assinou documentos até às 14 horas. No período da tarde, realizou reuniões com Assessores de várias áreas do Tribunal para discutir planejamento dos trabalhos técnicos da semana. Dia 03, às 7h30min – Reunião de pauta com os Assessores do seu Gabinete. Às 8 horas – Reuniu-se com o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto, para tratar de assuntos administrativos pertinentes às duas Casas. No período da tarde, analisou processos e assinou documentos. Dia 04, às 8 horas – Presidiu reunião com o "staff" responsável pelo acompanhamento das reformas, readequação e modernização que estão sendo executadas no Tribunal. Participaram o Subsecretário Administrativo, Wagner Dal Medico; a Assessora Subchefe da Assessoria Jurídica de Controle Externo, Dra. Izabel Camargo Lopes Monteiro; o Coordenador Administrativo Flávio Buassaly Berto; o Presidente da Comissão de Licitação, Maurício Bula Trevisani; o Arquiteto José Berti; o Engenheiro Manuel Vitor dos Santos; o Chefe de Gabinete da Presidência, Miguel Kirsten, e José Camilo dos Santos. Assinou documentos até as 14 horas. Às 15 horas – Presidiu a 2.556ª Sessão Ordinária. Dia 05, às 9 horas – O Presidente Edson Simões, juntamente com o Conselheiro Maurício Faria, representou o Colegiado na abertura da palestra em homenagem ao Dia das Mães. Sobre o assunto foi publicada, na internet e intranet, a seguinte matéria: Mães são homenageadas no TCM. Em comemoração ao Dia das Mães, no dia 05 de maio, a Presidência do TCM e a Astcom ofereceram um café da manhã para as mães-servidoras do Tribunal e uma palestra com o tema "A Saúde dos Cabelos", proferida pela Terapeuta Capilar Elma Martins. Durante o evento, foram sorteados diversos brindes. A abertura do evento foi realizada pelo Presidente Edson Simões, que, juntamente com o Conselheiro Maurício Faria, representou o Colegiado; pelo Secretário Geral, Renato Tuma, e pela Presidente da Associação dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Vera Regina Cândido Carrion. Para o Presidente Edson Simões, a importância das mães já foi desenvolvida na poesia, na literatura, nas artes plásticas, na filosofia e no teatro. "Isso confere uma análise profunda do papel das mães em todos os aspectos. Elas são fundamentais", afirmou. Ele alertou ainda para a questão de que hoje as mulheres já são maioria, de 54 a 56% da população mundial. O Presidente cumprimentou as mães presentes dizendo que elas representam todas as mães do mundo. Ele também parabenizou a Presidente da Associação, Vera Regina Cândido Carrion, e a Diretora Cultural, Patrícia Franzotti, e cumprimentou a Conferencista Elma Martins. Em

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seguida, foi passada a palavra ao Conselheiro Mauricio Faria que elogiou a iniciativa e a organização da comemoração e enalteceu o tema da palestra, "o tema é muito importante, porque a posição da mulher, de valorizar sua aparência estética, acompanha a própria afirmação da mulher na sociedade moderna". A Presidente da Astcom, Vera Regina Cândido Carrion, em seu discurso, agradeceu a presença das mães na comemoração e também as palavras do Presidente Edson Simões e do Conselheiro Mauricio Faria, assim como o carinho que todos eles sempre dispensaram às servidoras do órgão. Em sua palestra, a Terapeuta Capilar, Elma Martins, discorreu sobre queda de cabelos, problemas no couro cabeludo e saúde dos fios. Segundo ela, é preciso desmistificar a ideia de que se algo está na moda é melhor. "O mais importante é ter um cabelo saudável e isso vai melhorar a qualidade de vida das mulheres, diminuindo o tempo que elas passam no salão de beleza, o que proporcionará mais tempo com sua família", afirmou. Às 10 horas – Recebeu a visita do Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará, Luiz Sérgio Gadelha Vieira, Coordenador da Atricon e Instituto Rui Barbosa e o mais antigo Conselheiro em atividade no Brasil. No período da tarde, realizou reuniões internas de praxe. Dia 06, às 9 horas – O Presidente Edson Simões reuniu-se com o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto, e com o Vereador Floriano Pesaro. Às 10h30min – Recebeu a visita de cortesia do Jornalista Pedro Del Picchia, Secretário de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal. No período da tarde, realizou despachos administrativos. Prosseguindo, o Conselheiro Presidente Edson Simões assim se pronunciou: "Este Presidente registra a movimentação de processos do Gabinete do Conselheiro Mauricio Faria, no mês de abril de 2011, indicando a entrada de 293 e a saída de 269 processos, entre os quais estão incluídos 68 julgamentos. A Secretaria Geral providenciará sua publicação na íntegra, em apartado. Com pesar, participo o falecimento do Conselheiro Aposentado José Altino Machado, ocorrido no último dia 09 de maio. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1947. No governo Jânio Quadros foi Governador do antigo território do Acre, até a renúncia daquele Presidente em 24 de agosto de 1961. Foi Deputado Federal na legislatura de 1963 a 1967. Nomeado Conselheiro em 1975, aposentou-se em 21 de fevereiro de 1994. Exerceu o cargo de Secretário dos Negócios Jurídicos da Prefeitura do Município de São Paulo até 1995. Foi agraciado com diversas medalhas. Como escritor, ocupava a Cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras. A Presidência, em nome do Colegiado e de todos os servidores desta Corte, esteve no velório e enviou ofício de condolências à família enlutada. Neste momento, proponho um minuto de silêncio, como homenagem, a este Ilustre Conselheiro. (Pausa). Com a palavra, os Senhores Conselheiros para qualquer comunicação à Corte." Solicitando a palavra, o Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso assim se manifestou: "Senhor Presidente, referente ao passamento do nosso querido amigo e Conselheiro Altino Machado, eu, ontem, conversava durante o velório com o nosso também Conselheiro aposentado Teófilo Ribeiro de Andrade Filho e, agora mesmo, conversando com o Secretário Geral Renato Tuma a respeito, ele lembrou muito bem que o Altino foi o primeiro Procurador junto ao Tribunal. E um detalhe muito curioso nós lembrávamos ontem é que o Altino foi Governador do Acre. Ele tinha uma folha de serviços prestados à Municipalidade que era algo extraordinário. No que diz respeito à cultura, a própria posição dele na Academia Paulista de Letras já diz tudo. Quero deixar registrado que eu substituí o Altino nesta Corte de Contas. Ele deixou um trabalho muito bem realizado. Não sei se eu tive competência e capacidade suficiente para sucedê-lo. Eu tenho até hoje funcionários da época do Altino e que continuam participando do dia a dia no meu Gabinete. Comentávamos que o Altino substituiu o Teófilo. Eu vim e substituí o Altino. O Teófilo, também, quando saiu daqui, foi ser Secretário de Negócios Jurídicos do Faria Lima e depois, na sequência, ficou um período com o Olavo Setúbal. O Altino saiu daqui e também

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foi ser Secretário de Negócios Jurídicos. Eu rogo ao Grande Arquiteto do Universo que ele esteja em um lugar extraordinário, e que nós possamos alcançá-lo lá." Continuando, o Conselheiro Eurípedes Sales acrescentou: "Eu quero, com uma palavra só, definir o que foi o Altino. E "definição", no conceito de Goffredo da Silva Telles, significa "revelar a essência do objeto definido". Isso é "definição". O Altino foi um cavalheiro." Na sequência, o Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso solicitou: "Conselheiro Presidente Edson Simões, se Vossa Excelência me permite, "data venia", com anuência dos demais Conselheiros, nós temos aqui presente o grande batônnier desta Casa, que foi o Paulo Planet Buarque. Que permitissem ao Paulo Planet Buarque falar algumas palavras. Eu o convidaria para tomar assento no meu lugar. Por favor. Seria muito importante." De posse da palavra, o Conselheiro Aposentado Paulo Planet Buarque manifestou-se como segue: "Senhor Presidente, Senhores Conselheiros, Doutos Procuradores da Fazenda, senhores funcionários. Caruso, obrigado pela sua gentileza, pela sua generosidade em me permitir voltar a este Plenário, de onde eu tenho saudades. Realmente, vocês definiram o Altino. Não há nada mais a acrescentar, senão dizer apenas o seguinte: se há Céu, ele está lá. Obrigado." Concedida a palavra ao Conselheiro Maurício Faria, Sua Excelência expressou-se nos seguintes termos: "Senhor Presidente, eu estive ontem, também, no velório do Conselheiro Altino, e até estava pensando no que dizer. Eu queria parabenizar, em especial, o Conselheiro Eurípedes Sales, porque ele fez uma síntese que é exatamente a impressão que eu tive do Conselheiro Altino. Eu não tive o privilégio de conviver com ele aqui no Tribunal. Conheci-o e tive vários contatos porque ele demonstrava, ainda, um sentimento de pertencimento à Instituição: ele estava sempre nas nossas cerimônias, nos nossos finais-de-ano, e vinha sempre transmitindo a ideia de que ele ainda se considerava parte desta Casa. Eu, não tendo podido conviver com ele, tive exatamente essa imagem que o Conselheiro Eurípedes sintetizou: um cavalheiro. Uma pessoa extremamente elegante, doce e agradável no trato. Enfim, um cavalheiro. Eu não vou me estender muito porque acho que o Eurípedes conseguiu. Quando ele se manifestou, eu falei: "É isso mesmo." É com essa imagem que eu fiquei do Altino, apesar da convivência esporádica. Um "gentleman", um cavalheiro." Prosseguindo, o Conselheiro Maurício Faria assim se pronunciou: "Ainda nesta primeira fase da nossa sessão, apenas por um dever de ofício. Na Sessão anterior, eu trouxe o que entendia como um pedido de reconsideração a respeito da suspensão de licitação na área da Saúde, TC 1.121.11-78. Distribuí, inclusive, os termos da argumentação acrescida pelos responsáveis da Secretaria Municipal da Saúde e, evidentemente, a apreciação disso que pode ser entendido como um pedido de reconsideração é matéria do Pleno, especialmente envolvendo uma posição do Conselheiro Antonio Carlos Caruso, que foi aquele que prolatou o anterior voto condutor, no sentido da construção daquela jurisprudência, matéria em que eu fui voto vencido, sendo que, tendo presente o precedente jurisprudencial recente, segui a jurisprudência e suspendi a licitação. Agora existe essa situação. Eu entendo que, quando a responsável da Secretaria Municipal da Saúde se dirige ao Tribunal pedindo reconsideração e argumenta, é um gesto de valorização institucional desta Corte e do Pleno. Se não temos condições de apreciar hoje, eu pediria que, na semana que vem, se possível, nós apreciássemos esse pedido de reconsideração. Se for mantida a suspensão da licitação, informamos a Secretaria: está mantida, o Pleno reafirmou a suspensão da licitação, e eles verão o que fazer a respeito. Eles insistiram na argumentação. Houve, inclusive, esforço de elaborar argumentos adicionais. Como eu sou o Relator e é uma responsabilidade, estou transmitindo isso ao Pleno." Na sequência, o Conselheiro Antonio Carlos Caruso proferiu seu voto: "Senhor Presidente, Senhores Conselheiros. Trata-se do TC 1.121.11-78. Tendo em vista a determinação de Vossa Excelência, examinei o contido no Ofício nº 235 da Autarquia Hospitalar Municipal. Tenho ponderações a respeito da matéria conforme exposto

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a seguir. Em dois TCs julgados por este Tribunal, quais sejam, os de nºs 3.609.05-28 e 2.895.07-85, houve decisões do Pleno no sentido de que o indigitado Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle não pode ser exigido como prova de qualificação técnica, visto que contraria os ditames do diploma federal que impõe as normas gerais de licitação, por força de disposições constitucionais que outorgam à União competência para legislar sobre a matéria. A Lei Federal 8.666/93, no que tange à qualificação técnica impõe a exigência da documentação inserida no artigo 30, sendo certo que no inciso IV admite prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial. Ou seja, nos casos como ora discutidos, os requisitos previstos na Lei Federal 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre o controle sanitário, com exigência de prévio registro no Ministério da Saúde e ao Licenciamento dos estabelecimentos pelas unidades federadas. Esta a razão pela qual se admite nos editais a comprovação da regularidade do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a licença de funcionamento (alvará sanitário) emitido por órgão da Vigilância Sanitária local. É para a obtenção da licença de funcionamento que as interessadas devem ter o Certificado, ora questionado. Diga-se, desde logo, que a Anvisa, ao contrário do afirmado pela Autarquia Municipal, não dispõe sobre a obrigatoriedade do Certificado para a qualificação técnica das licitantes, mas apenas sugere a exigência do mesmo, exatamente pelo fato de que não é imposição legal, mas um meio para obtenção da licença de fabricação do produto ou de funcionamento, estas, sim, exigências legais. Anote-se que cópia da Cartilha da Anvisa, mencionada pela Autarquia está encartada no TC 2.895.07-85. Portanto, a exigência de apresentação do Certificado para fins de qualificação da licitante contraria as normas legais aplicáveis à licitação. Permito-me trazer excertos de decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo, em julgamentos relacionados com a matéria. Apelação Cível nº 515.926-5/4-00, da 6ª Câmara de Direito Público, por votação unânime. Voto do Relator: 'A ação mandamental insurge-se contra cláusula do edital que não determinou aos participantes a apresentação de documentos referente à qualidade técnica dos produtos, ou seja, o Certificado de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, afrontando a Lei Federal 8.666/93, artigo 30 e as normas da Anvisa. (...) No entanto, o Certificado de Boas Práticas de Fabricação previsto na Resolução nº 460/99 da Anvisa trata-se de documento facultativo, consoante se extrai do artigo 2º da Resolução. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa emitirá o Certificado de Boas Práticas de Fabricação, quando solicitado pela empresa. Portanto, não há lei que determine a obrigatoriedade de fornecimento do Certificado pela empresa fabricante do medicamento. E como bem anotado pela douta Procuradoria de Justiça (fl. 343): 'Assim, a não exigência do Certificado no edital do certame situa-se na esfera da discricionariedade da autoridade coatora, que a exerceu de forma legítima, devido à ausência de lei especial que a tornasse obrigatória e, portanto, vinculante.' Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.' Apelação 449.419.5/5-00, da 3ª Câmara de Direito Público, também votação unânime. Voto do relator: 'É relevante o fundamento da r. sentença, em consonância ao ato administrativo que indeferiu o recurso administrativo da Roche, de que a exigência pretendida do referido certificado desbordaria dos limites da razoabilidade e direcionaria a licitação para a impetrante. Outrossim, se a empresa licitante vencedora, embora não se lhe fosse exigido o certificado referido, possui autorização da Anvisa e o medicamento que produz e objeto da licitação tem registro, a boa prática e a qualidade já foram adrede aferidas, sendo o certificado inócuo. Nesse passo, permite-se transcrever trecho do brilhante acórdão proferido a fls. 511/515, nos autos da medida cautelar em apenso, ajuizada pela Roche e julgada improcedente, sendo Relator Des. Magalhães Coelho (MC 423.603-5/5-00, São Paulo): 'Na hipótese dos autos, melhor esclarecida a questão, verifica-se que a empresa autora, embora possua certificação de boas práticas emitida pela Anvisa, importa medicamento fabricado em Porto Rico pela INC Dutch Holdings, que não possui o

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certificado referido, sua certificação, portanto, é para distribuir e comercializar a medicação e não para a sua fabricação. Embora a medicação possa ser fabricada na Itália, certo que a empresa italiana obteve a certificação de boas práticas para fabricação e exportação. Mantida esta exigência, a única empresa concorrente será a autora, restringindo-se, portanto, de modo dramático o número de concorrentes. A rigor, somente à autora seria lícito promover o fornecimento do medicamento, hipótese, inclusive, de inexigibilidade de licitação. Como consequência, o preço passaria a ser ditado exclusivamente por ela e com critérios bastante discutíveis, como demonstrou a Fazenda do Estado com a variação extrema de preços em diversos Estados. Não sendo em suma, a certificação referida, documento essencial para a autorização e comercialização de medicamentos, não se vislumbra a necessária relevância da ação cautelar. Daí, porque, julga-se improcedente ação.' Não há afronta ao art. 30, inciso IV, da Lei de Licitações (Lei Federal 8.666/93) a não exigência do certificado de boas práticas de fabricação de medicamentos no edital, porque a norma autoriza exigir como documentação atinente à qualificação técnica a prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso. O referido certificado, previsto, em Resolução da Anvisa, é documento facultativo, não existindo lei que imponha a obrigação do fornecimento do certificado à empresa fabricante do medicamento. E a não exigência do certificado no edital situa-se na esfera da discricionariedade da autoridade coatora, que a exerceu de forma legítima, devido à ausência de lei especial que a tornasse obrigatória e, portanto, vinculante.' Finalmente, Agravo de Instrumento nº 1.002404.492030-4/001, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais: 'Como sabido, nos procedimentos licitatórios, além do princípio da legalidade, a Administração permanece adstrita aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade para adoção dos critérios a serem estabelecidos no edital, necessários ao atendimento do interesse público. Embora o Certificado de Boas Práticas de Fabricação da Anvisa realmente seja um selo de qualidade para as empresas que o possuem, como observado pela Procuradoria-Geral de Justiça, não há lei que imponha a sua comprovação como requisito para os procedimentos licitatórios de compra de equipamentos hospitalares pela Administração. Ao contrário do que pretende fazer entender a agravante, além de, não ter força de lei, a Resolução de Diretoria Colegiada nº 59/00 da Anvisa não impõe, mas apenas sugere, a exigência do referido Certificado. A qualidade dos produtos a serem adquiridos pela Administração realmente merece ser considerada nos procedimentos licitatórios. Entretanto, se sua verificação pode se dar por várias formas, mostram-se injustificáveis determinadas exigências, diante da finalidade pretendida pelo interesse público. Assim, por não vislumbrar a plausibilidade do direito invocado pela agravante, tenho que a decisão agravada merece prosperar.' São as razões que, uma vez mais, levam ao entendimento da ilegalidade da exigência do Certificado, uma vez que não inserido no mandamento do artigo 30 da Lei Federal 8.666/93. Esse é o meu ponto de vista, Nobre Conselheiro Mauricio Faria. Com todo o respeito, eu continuo na minha posição." Na oportunidade, o Conselheiro Maurício Faria acrescentou: "Senhor Presidente, em primeiro lugar, eu queria saudar a manifestação do Conselheiro Antonio Carlos Caruso como um esforço importante, um trabalho de elaboração, de argumentação, que é sempre enriquecedor da atividade do Pleno. Tive contato agora com os argumentos apresentados e, salvo limitação minha de percepção, o que me pareceu é que a discussão presente nas ações judiciais objeto das Decisões mencionadas pelo Conselheiro Antonio Carlos Caruso tratavam da pretensão de determinadas empresas de que seja obrigatória a inclusão desse certificado em licitações na área da Saúde. Então, tratar-se-ia da pretensão de que haveria uma obrigação legal de inclusão dessa exigência do Certificado de Boas Práticas de Fabricação da Anvisa. Pelo que entendi, as Decisões judiciais vão no sentido, e é aí que chamo a atenção, inclusive em relação ao que foi lido pelo Conselheiro Antonio Carlos Caruso, de que não é obrigatória

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por lei a inclusão da exigência do Certificado de Boas Práticas de Fabricação, mas que estaria no campo da discricionariedade da Administração. Em vários dos Acórdãos lidos, das Decisões lidas, o Judiciário se manifesta como algo no campo da discricionariedade, ou seja, poderia a Administração, em tese, colocar a exigência, exercendo a sua competência em um campo de discricionariedade, que pode ser considerado no caso concreto. Eu gostaria, inclusive, de ponderar uma passagem desse arrazoado, que vem a título de pedido de reconsideração, quando fala: "Nesse sentido, vale transcrever os ensinamentos do Professor Marçal Justen Filho, que, em seu livro Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos", obra, aliás, eu destaco, muito considerada no debate de licitações, de contratos, "o seguinte: 'O exercício de determinadas atividades ou o fornecimento de certos bens se encontram disciplinados em legislação específica. Assim, há regras acerca de fabricação e comercialização de alimentos, bebidas, remédios, explosivos, etc.'" E aí destaco: "'Essas regras tanto podem constar de lei como estar explicitadas em regulamentos executivos'", o que me parece ser o caso da normatização da Anvisa. "'Quando o objeto do contrato envolver bens ou atividades disciplinados por legislação específica, o instrumento convocatório deverá reportar-se expressamente às regras correspondentes.'" Essa abordagem do Professor Marçal Justen Filho, no meu entendimento, reforça a ideia de que, primeiro, existe regulamento executivo específico por parte da Anvisa; segundo, tendo presentes os argumentos oferecidos pelo Conselheiro Antonio Carlos Caruso, o que se trata é que não há uma obrigação legal de fazer constar. Nesse sentido, pode-se entender como possível de ser exigido, no campo da discricionariedade, e mais, isso seria buscar o máximo de garantias, por se tratar da esfera específica da Saúde, que exige o máximo de segurança, de garantias, etc. Esse pedido de reconsideração argumenta: "O Certificado de Boas Práticas de Fabricação é um documento legal emitido pela Anvisa, sendo a única maneira de atestar que uma empresa cumpra os requisitos estabelecidos pela Resolução RBC-59 e outras leis, e que o não cumprimento sujeitará os fornecedores desses produtos a sanções e penalidades previstas na legislação vigente. O que pleiteamos aqui", segundo a Secretaria, "é apenas uma medida justa para que seja cumprido o que a Anvisa determina, que tem como missão 'proteger e promover a saúde da população, garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso.' Se, infelizmente, não for incluída esta exigência, representará ofensa àqueles fabricantes que cumprem com todos os requisitos estabelecidos pelas boas práticas de fabricação, pois, neste caso, os fabricantes investem um valor representativo para adequar-se às regras estabelecidas, e ainda são inspecionados periodicamente pela própria Anvisa." Em resumo, de fato tem razão o Conselheiro Antonio Carlos Caruso, quanto aquilo contido nas Decisões judiciais. Primeiro ponto, não há uma obrigação legal de fazer constar a exigência. Por outro lado, me parece que ela pode estar situada no terreno da discricionariedade do administrador, e é nesse campo que a Secretaria da Saúde estaria atuando. E terceiro, eu sou favorável, eu sou sensível a essa pretensão da Secretaria da Saúde porque me parece que, no campo da Saúde, as atitudes, as posturas que exigem o máximo de segurança me parecem atender ao interesse público, me parece uma motivação relacionada à busca melhor do interesse público. São as razões pelas quais eu tenho essa outra convicção, com todo o respeito, e insistindo que o Conselheiro Antonio Carlos Caruso, realmente, traz uma argumentação estruturada, e se empenhou. Isso é muito meritório à sua atuação como Conselheiro, e é, também, uma forma de respeito, de valorização do Pleno." A seguir, o Conselheiro Corregedor Roberto Braguim pronunciou-se como segue: "Eu também acompanho o relator, Senhor Presidente. Tenho aqui uma linha de entendimento que reforça, inclusive, e vai um pouco além e gostaria de lê-la. Eu já tive ocasião de me pronunciar no TC 2.895.07-85, e entendi que a exigência da apresentação do Certificado não fere o artigo 30, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93, porque a lei à qual se refere tal inciso seria a Lei Federal

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6.360/76, que cuida do controle sanitário de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos, e exige o registro desses produtos no Ministério da Saúde, dispondo, ainda, que a norma regulamentadora desse diploma prescreverá as condições e exigências e procedimentos concernentes ao registro. Ressalta, ademais, que o artigo 1º da Lei Federal 6.370/76 dispõe que ficam sujeitos às normas de vigilância sanitária instituídas por esta lei os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, definidos na Lei Federal 5.991, de 17 de dezembro de 1973, bem como os produtos de higiene, cosméticos, perfumes, saneantes domissanitários, produtos destinados à correção estética e outros adiante definidos. É que a Lei Federal 5.991/73, no seu artigo 4º, traz os conceitos para o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, dentre os quais se inserem os materiais hospitalares, campo cirúrgico descartável (aventais descartáveis e outros), objeto do Pregão que se analisa. Além disso, os decretos que regulamentam a Lei Federal 6.370/76 são os de nº 79.094/77 e 3.961/01, cujo artigo 17 estabelece como condição para a obtenção do registro a comprovação do cumprimento de boas práticas de fabricação e controle, mediante a apresentação do respectivo certificado. E mais, os decretos proferidos são complementados pelas Resoluções de Diretoria Colegiada da Anvisa de nos 59/00 e 185/01, e ainda pela Instrução Normativa IN/13, de 22 de outubro de 2009. Esta última reforça a obrigatoriedade do certificado como requisito para a obtenção do registro do produto. Vê-se, pois, que o certificado e o registro do produto na Anvisa não se confundem, e obedecem a requisitos próprios estabelecidos nas resoluções, que estão de acordo com os decretos federais e com as Leis Federais 5.991/73 e 6.360/76, dentre eles, o do prazo de validade dos instrumentos. É que a renovação do certificado se faz anualmente, enquanto a do registro renova-se de cinco em cinco anos, então é possível que um produto tenha o registro, mas não o certificado. Pressupõe-se que a autorização da continuidade do certame, com a obrigação da apresentação do certificado, em nada fere os dispositivos legais do inciso IV do artigo 30 da Lei Federal nº 8.666/93, que exigem lei especial para fins de comprovação da qualificação técnica dos licitantes. Isto porque são as Lei Federais atrás citadas, regulamentada esta última pelos Decretos Federais também citados e pelas Resoluções também citadas, e ainda a Instrução Normativa nº 13, que legitimam as pretensões da Secretaria Municipal da Saúde quanto a exigir tal certificado. Reforça a exigência do certificado o próprio objeto do certame, que pretende utilizar os aventais em procedimentos cirúrgicos, com áreas cruentas, abertas, que possibilitam a contaminação aos médicos e demais profissionais que atuam na Saúde. Vê-se, pois, que tal exigência pode significar a proteção à saúde dos profissionais envolvidos na cirurgia. Destaco, por fim, que reforça o meu entendimento pela possibilidade da exigência da apresentação do certificado o fato de que ele é requisito obrigatório para a concessão do registro dos produtos e para a sua revalidação. Este é o meu ponto de vista, Senhor Presidente, acompanhando o Digno Relator." Na sequência, o Conselheiro Presidente Edson Simões concluiu: "Portanto, por maioria, é acolhido o pedido de reconsideração, com revisão da suspensão do Pregão Presencial 78/2011 da Autarquia Hospitalar Municipal." Dando prosseguimento da matéria constante do processo TC 1.121.11-78 "na Sessão Ordinária 2.553ª, de 27 de abril de 2011, o Egrégio Plenário referendou a decisão do Conselheiro Maurício Faria – Relator, em sede de apreciação liminar, de suspensão do certame licitatório Pregão Presencial 78/2011 da Autarquia Hospitalar Municipal – AHM, objetivando a aquisição de material hospitalar (campo cirúrgico descartável, aventais descartáveis e outros) para uso das unidades da AHM. Ainda, na Sessão Ordinária 2.556ª, de 04 de maio de 2011, o Conselheiro Maurício Faria – Relator submeteu ao Colegiado a documentação enviada pela AHM, a qual requesta a manutenção do item do edital que impõe aos licitantes necessidade de apresentação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação emitido pela Agência Nacional de Vigilância

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Sanitária – Anvisa. Ademais, o Egrégio Plenário, na presente sessão, por maioria, pelos votos dos Conselheiros Maurício Faria – Relator, Eurípedes Sales e Roberto Braguim, decidiu validar a exigência de apresentação do certificado supracitado, acolhendo, desta feita, o pedido de reconsideração formulado pela Autarquia Hospitalar Municipal – AHM de revisão da decisão de suspensão do certame. Por fim, ainda na presente sessão, foi vencido o Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Revisor que considerou ilegal a exigência do indigitado certificado, uma vez que não inserido no mandamento do artigo 30 da Lei Federal 8.666/93." (Certidão) Por derradeiro, solicitando mais uma vez a palavra, o Conselheiro Maurício Faria manifestou-se nos seguintes termos: "Senhor Presidente, quero registrar a minha homenagem ao Pleno nesta matéria, porque o Pleno, em julgamento anterior, estabeleceu por maioria algo em outro sentido e eu fui vencido. Depois, quando me deparei com este edital, entendi que deveria respeitar a jurisprudência recente do Pleno, e não a minha convicção individual de emitente de um voto vencido, e por isso suspendi a licitação. A Origem, no caso, agiu, como já assinalei, manifestando respeito e a valorização institucional do Tribunal de Contas do Município, porque insistiu e ampliou sua argumentação, entendendo que havia interesse público presente na matéria. Hoje vimos um voto do Conselheiro Antonio Carlos Caruso, reafirmando a sua convicção, um voto estruturado, amplamente argumentado, e também queria parabenizar o Conselheiro Roberto Braguim, que teve a responsabilidade e o senso de trazer uma manifestação estruturada, redigida, com ampla argumentação. Acho que houve um processo evolutivo de tratamento da matéria pelo Pleno, de repensar e de elaboração coletiva. Embora hoje seja ele o emitente do voto vencido, como fui eu em momento anterior, é um debate que certamente poderá prosseguir, novas situações poderão surgir quanto às convicções do Pleno. Eu acho que é um momento interessante da nossa atuação como Conselheiros e quanto ao papel do Pleno. Obrigado." Nada mais havendo, passou-se à Ordem do Dia. Continuando, o Conselheiro Presidente Edson Simões, a fim de que pudesse relatar os processos de sua pauta, solicitou ao Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso que assumisse a direção dos trabalhos. Prosseguindo, o Presidente em exercício concedeu a palavra ao Conselheiro Edson Simões, que passou a relatar os processos de sua pauta. – JULGAMENTOS REALIZADOS – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO EDSON SIMÕES (na qualidade de Relator) – a) Contratos: 1) TC 2.229.02-79 – Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb e DPJ Engenharia e Empreendimentos Ltda. – Contrato 080/SIURB/2002 R$ 1.284.962,93 – Execução, em regime de emergência, das obras de recuperação da galeria de águas pluviais do Córrego Traição, ao longo da Avenida dos Bandeirantes no trecho entre as Alamedas Uapixana e Guaicanãs ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Edson Simões. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar regular o Contrato 080/SIURB/2002, uma vez reconhecida a situação emergencial sobre a qual se fundou a contratação dos serviços, confirmada a capacitação técnica da contratada para sua execução e verificada a adequação dos preços pactuados. Relatório: Cuidam os autos da análise do Contrato nº 080/SIURB/2002, celebrado entre a Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb e a empresa DPJ Engenharia e Empreendimentos Limitada, tendo como objeto a execução, em regime de emergência, de obras de recuperação da galeria de águas pluviais do córrego Traição, ao longo da Avenida Bandeirantes, no valor de R$ 1.284.962,93 (um milhão, duzentos e oitenta e quatro mil, novecentos e sessenta e dois reais e noventa e três centavos). Em preliminar manifestação a Assessoria Jurídica de Controle Externo reconheceu a ocorrência da hipótese de emergência, nos termos do artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93, entendendo justificada a contratação direta, bem como a escolha da contratada, por estar demonstrada sua experiência

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em serviços anteriores e semelhantes, sugerindo consulta à Subsecretaria de Fiscalização e Controle sobre a adequação dos preços pagos. Concluiu expressando-se que, apesar de estar evidenciado o caráter emergencial das obras e justificada a dispensa de licitação, o procedimento adotado pela Secretaria interessada não tinha sido adequado, pela ausência da conferência prévia da disponibilidade de recursos necessários ao custeio da obra. A Especializada solicitou documentos à Origem. Depois de comparar os preços constantes do contrato não apenas com os de outras contratações emergenciais firmadas em mesma época mas, também, com os das tabelas daquela Secretaria, a Auditoria opinou pela razoabilidade dos preços do ajuste e por sua regularidade sob o prisma contábil-orçamentário. A Procuradoria da Fazenda Municipal, na esteira da manifestação dos Órgãos Técnicos, propugnou pela regularidade do contrato examinado. A Secretaria Geral, com base nos pareceres que lhe antecederam, concordou com a caracterização da urgência para a execução dos serviços, bem como com a adequação da escolha da contratada e dos preços por ela praticados, acreditando estarem cumpridos, dessa forma, os requisitos do artigo 24, inciso IV, e do artigo 26, ambos da Lei Federal 8.666/93 e do artigo 12 do Decreto Municipal 41.772/02. Voto: Com base nos pareceres da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, da Assessoria Jurídica de Controle Externo, da Procuradoria da Fazenda Municipal e da Secretaria Geral, cujos fundamentos adoto como razões de decidir, uma vez reconhecida a situação emergencial sobre a qual se fundou a contratação dos serviços, confirmada a capacitação técnica da contratada para sua execução e verificada a adequação dos preços pactuados, JULGO regular o Contrato n° 080/SIURB/2002. Participaram do julgamento os Conselheiros Eurípedes Sales – Revisor, Roberto Braguim e Maurício Faria. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Antonio Carlos Caruso – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Edson Simões – Relator." 2) TC 2.794.02-63 (emergência) – Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb e Socrel Construtora de Redes Elétricas e Telecomunicações Ltda. – Contrato 053/SIURB/2002 R$ 447.290,95 – Serviços técnicos de manutenção corretiva do Sistema de Iluminação Pública do Município de São Paulo – Área 2 ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Edson Simões. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar regular o Contrato 053/SIURB/2002 e em determinar, após o cumprimento das formalidades legais, o arquivamento dos autos. Relatório: Cuidam os autos da análise do Contrato nº 53/SIURB/2002, celebrado entre a Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb e a empresa Socrel Construtora de Redes Elétricas e Telecomunicações Ltda., firmado com dispensa de licitação, por emergência, com fundamento no artigo 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93, tendo como objeto a prestação de serviços técnicos de manutenção corretiva do sistema de iluminação pública do Município de São Paulo, no valor de R$ 447.290,95 (quatrocentos e quarenta sete mil, duzentos e noventa reais e noventa e cinco centavos), pelo período de 80 dias, contados a partir de 01/04/2002. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle opinou, sob o aspecto técnico, pela regularidade do contrato em questão, ressalvando a infringência ao artigo 26, "caput", da Lei Federal nº 8.666/93, em razão do despacho de ratificação ter sido exarado em prazo superior a 3 dias. Contudo, restou pendente sua conclusão definitiva tendo em vista a necessidade de manifestação da área jurídica, quanto à adequação da contratação direta. A Assessoria Jurídica entendeu caracterizada a situação de emergência e justificada a escolha da contratada, eis que a mesma já atuava nas respectivas áreas e tinha conhecimento das condições já existentes. Quanto aos preços contratados, acompanhou o parecer da área de Engenharia, no sentido de sua regularidade, na medida em que permaneceram os valores dos contratos anteriores. A pedido

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do Conselheiro Revisor (folhas 144/145), foi realizada análise da licitação e do contrato que precedeu a contratação sob exame. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle informou que em decorrência da Concorrência nº 1/2002, foi celebrado, em 16/04/2002, o Contrato nº 51/2002, tendo sofrido alterações e prorrogação de prazo, por meio da formalização de 5 termos aditivos que o sucederam. Ainda de acordo com a Auditoria, a partir de 12/06/2002 (data da celebração do referido Contrato 51/2002) foram firmados 5 contratos emergenciais para manutenção corretiva, todos com vigência anterior à mencionada data, sendo o ora em julgamento um deles. Com base nessas informações, a Assessoria Jurídica ressaltou que 'não obstante o ajuste tenha sido lavrado posteriormente, sua vigência ocorreu em período anterior, dado pela Ordem de Início, sendo que os dois contratos não vigeram ao mesmo tempo', motivo pelo qual reiterou seu posicionamento anterior pelo acolhimento do contrato em questão. O Órgão Fazendário e a Secretaria Geral, calcados nas manifestações dos Órgãos Técnicos, opinaram pelo acolhimento do contrato, destacando que 'embora tenha sido lavrado posteriormente, sua vigência deu-se em período anterior, sem que houvesse vigência concomitante dos contratos'. Voto: Considerando as manifestações da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, da Assessoria Jurídica de Controle Externo, da Procuradoria da Fazenda Municipal e da Secretaria Geral, cujos fundamentos adoto como razões de decidir, JULGO REGULAR o Contrato nº 053/SIURB/02. Cumpridas as formalidades legais, arquivem-se os autos. Participaram do julgamento os Conselheiros Eurípedes Sales – Revisor, Roberto Braguim e Maurício Faria. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Antonio Carlos Caruso – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Edson Simões – Relator." 3) TC 3.934.03-47 – Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras – SMSP e Demax – Serviços e Comércio Ltda. – Contrato 16/SMSP-COGEL/2003 R$ 1.127.596,95 – Prestação de serviços de conservação de áreas urbanizadas, ajardinadas, praguejadas e em seu entorno, em vias expressas ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Edson Simões. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar regular o Contrato 16/SMSP/COGEL/2003. Relatório: Cuida o presente da análise do Contrato número 16/SMSP/COGEL/2003, formalizado entre a então denominada Secretaria Municipal das Subprefeituras e a empresa Demax Serviços e Comércio Ltda., tendo por objeto a prestação de serviços de conservação de áreas urbanizadas, ajardinadas, praguejadas e em seu entorno, em vias expressas, através de 15 (quinze) equipes, no valor de R$ 1.127.596,95 (um milhão, cento e vinte e sete mil, quinhentos e noventa e seis reais e noventa e cinco centavos), pelo prazo de três meses. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle, no exame do ajuste, observou, inicialmente, que a contratação é resultante da Ata de Registro de Preços nº 010/SIS/COGEL/2002, decorrente da Concorrência nº 16/SIS/COGEL/2001, analisada no TC nº 4.995.02-96 e julgada regular por este Tribunal. Quanto ao aspecto legal, considerou o contrato irregular, em razão da falta de pesquisa de preço na contratação dos serviços, conclusão essa alterada para regular, após a Origem e o Ordenador da Despesa apresentarem a documentação pertinente, sanando a suposta irregularidade. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, acompanhando a análise realizada pela Auditoria, opinou pelo acolhimento do ajuste ora apreciado. A Procuradoria da Fazenda Municipal, entendendo devidamente sanada a falha inicialmente apontada, manifestou-se pela regularidade do instrumento sob exame. Em seu parecer, a Secretaria Geral, ressaltando que os aspectos da presente contratação encontram-se de acordo com as regras que regem a matéria, igualmente opinou pelo acolhimento do ajuste. É o relatório. Voto: Considerando o teor das manifestações dos Órgãos Técnicos e da Secretaria Geral, que adoto como razões de decidir, JULGO

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REGULAR o Termo de Contrato número 16/SMSP/COGEL/2003. Participaram do julgamento os Conselheiros Eurípedes Sales – Revisor, Roberto Braguim e Maurício Faria. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Antonio Carlos Caruso – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Edson Simões – Relator." Prosseguindo, o Presidente em exercício, Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso, devolveu a direção dos trabalhos ao Conselheiro Edson Simões. Reassumindo a direção dos trabalhos, o Conselheiro Presidente Edson Simões concedeu a palavra ao Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso para relatar os processos de sua pauta. – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE ANTONIO CARLOS CARUSO – a) Recursos: 1) TC 546.08-46 – Recursos "ex officio" e da Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM interpostos contra a R. Decisão de Juízo Singular de 31/07/2008 – Julgador Conselheiro Eurípedes Sales – Subprefeitura Ipiranga e Maria de Lourdes Maringolo – Prestação de contas de adiantamento bancário – julho/2005. Após o relato da matéria, "o Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Relator conheceu dos recursos "ex officio", por regimental, e do voluntário interposto pela Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM, por preenchidos os pressupostos de admissibilidade, e, no mérito, negou provimento ao recurso da PFM, o qual intenta a reforma da R. Decisão de Juízo Singular de 31/07/2008, para que as contas sejam consideradas totalmente regulares. Sua Excelência, ainda quanto ao mérito, deu provimento ao recurso "ex officio", para o fim de reformar, em parte, a R. Decisão com o fito de desobrigar a Servidora Maria de Lourdes Maringolo do recolhimento aos cofres municipais da importância glosada, pela ausência de prejuízo à Fazenda Municipal, tampouco apuração de dolo ou culpa da servidora. Ademais, o Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Relator determinou que a Servidora Maria de Lourdes Maringolo fosse cientificada para, querendo, tomar as providências no sentido de restituição do valor recolhido em razão da glosa imposta na R. Decisão recorrida. Afinal, na fase de votação, o Conselheiro Maurício Faria – Revisor solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) b) Contratos: 2) TC 1.531.07-23 – Autarquia Hospitalar Municipal – AHM e Atmosfera Gestão e Higienização de Têxteis Ltda. – Pregão Presencial 029/2005 – Contrato 20/2005 R$ 3.631.488,00 – TAs 001/2006 R$ 884.352,00 (prorrogação de prazo e alteração da cláusula terceira – itens 1, 2 e 3) e 002/2006 R$ 2.653.056,00 (prorrogação contratual) – Contratação de prestação de serviços de lavanderia externa, com fornecimento de enxoval, para o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, Hospital Municipal Doutor José Soares Hungria, Pronto Socorro Municipal Professor João Catarin Mezomo, Pronto Socorro Municipal Doutor Caetano Virgílio Netto, Pronto Socorro Municipal Álvaro Dino de Almeida e Pronto Socorro Municipal de Perus, Unidades de Saúde subordinadas à Autarquia. Após o relato da matéria, "o Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Relator relevou a lavratura do instrumento contratual após o início de sua vigência, visto que a nota de empenho que deu suporte ao ajuste foi emitida e recebida pela contratada antes da assinatura do ajuste; a publicação extemporânea do extrato do contrato no Diário Oficial da Cidade de São Paulo e o desatendimento às Instruções 01/2002 (Sistema Eletrônico de Remessa de Informações – Seri) desta Corte, em face das razões apresentadas pela Secretaria Geral, às fls. 348/352 dos presentes autos. Sua Excelência, ademais, acolheu o Contrato 020/2005 e os Termos de Aditamento 001/2006 e 002/2006, bem como conheceu do procedimento licitatório Pregão Presencial 029/2005. Ainda, o Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Relator deixou de expedir determinação à Autarquia Hospitalar Municipal Centro-Oeste – AHMCO (atual Autarquia Hospitalar Municipal – AHM), tendo em vista sua extinção ocorrida com a entrada em vigor da Lei Municipal 14.669, de 14 de janeiro de 2008. Ademais, os Conselheiros Maurício Faria – Revisor e Eurípedes Sales acompanharam, na íntegra, o voto proferido pelo Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Relator. Afinal, na fase

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de votação, o Conselheiro Roberto Braguim solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) – PROCESSO DO CONSELHEIRO EURÍPEDES SALES – a) Contratos: 1) TC 3.597.07-02 – Secretaria Municipal de Transportes – SMT e Telvent Brasil Ltda. – Contrato 018/2007-SMT.GAB R$ 14.168.730,00 – Execução de serviços de Revitalização e Manutenção dos Equipamentos de Campo do Sistema de Controle de Tráfego em Área 4 – CTA-4, com fornecimento de equipamentos e materiais. "Após o relato da matéria, o Conselheiro Eurípedes Sales – Relator, consoante notas taquigráficas insertas nos autos, julgou irregular o Contrato 018/2007-SMT.GAB, em virtude do descabimento, numa inexigibilidade, de cláusula que permite subcontratar, uma vez que se trata de permissão expressa à prática de ato simulado, o que é defeso em direito. Afinal, na fase de votação, o Conselheiro Roberto Braguim – Revisor solicitou vista dos autos, o que foi deferido." (Certidão) – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO CORREGEDOR ROBERTO BRAGUIM – 1) TC 3.047.10-07 – Subprefeitura Pinheiros – Acompanhamento – Verificar a regularidade do edital do Pregão Presencial 13/SP-PI/2010, cujo objeto é a prestação de serviços de manutenção do sistema de drenagem através de: limpeza mecanizada de galerias de águas pluviais, bocas de lobo e poços de visita; desidratação e transporte dos resíduos para o aterro sanitário; inspeção com fornecimento de imagem por meio digitalizado, através de circuito interno de televisão, nos pontos críticos de obstrução, quanto aos aspectos da legalidade, formalidade e mérito (Tramita em conjunto com o TC 3.016.10-83) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados englobadamente com o TC 3.016.10-83 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer dos trabalhos realizados e considerar prejudicado o procedimento fiscalizatório, uma vez que a Subprefeitura Pinheiros, reconhecendo as irregularidades apontadas por este Tribunal, anulou o certame licitatório, consoante publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo de 08/02/2011. Relatório e voto englobados: v. TC 3.016.10-83. Participaram do julgamento os Conselheiros Eurípedes Sales – Revisor, Antonio Carlos Caruso e Maurício Faria. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Roberto Braguim – Relator." 2) TC 3.016.10-83 – Vereador Adilson Amadeu (Câmara Municipal de São Paulo – CMSP) – Subprefeitura Pinheiros – Representação em face do Pregão Presencial 13/SP-PI/2010, cujo objeto é a prestação de serviços de manutenção do sistema de drenagem através de: limpeza mecanizada de galerias de águas pluviais, bocas de lobo e poços de visita; desidratação e transporte dos resíduos para o aterro sanitário; inspeção com fornecimento de imagem por meio digitalizado, através de circuito interno de televisão, nos pontos críticos de obstrução (Tramita em conjunto com o TC 3.047.10-07) ACÓRDÃO: "Vistos, relatados englobadamente com o TC 3.047.10-07 e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da representação formulada pelo Vereador Adilson Amadeu, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade, e, quanto ao mérito, em considerá-la prejudicada, em razão da perda do objeto, uma vez que a Subprefeitura Pinheiros, reconhecendo as irregularidades apontadas por este Tribunal, anulou o certame licitatório, consoante publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo de 08/02/2011. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar o envio de cópia do presente Acórdão ao representante e à representada, nos termos do artigo 58 do Regimento Interno desta Corte. Relatório englobado: Os itens I e II da minha pauta versam, respectivamente, sobre o acompanhamento do Edital de Pregão nº 13/SP-PI/2010, da Subprefeitura de Pinheiros e

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sobre Representação interposta pelo Vereador Adilson Amadeu, em face do Edital mencionado, cujo objeto é a prestação de serviços de manutenção do sistema de drenagem através de limpeza mecanizada de galerias de águas pluviais, bocas de lobo e poços de visita; desidratação e transporte dos resíduos para o aterro sanitário; inspeção com fornecimento de imagem por meio digitalizado, através de circuito interno de televisão, nos pontos críticos de obstrução, conforme Anexo II. Inicio por relatar o TC por primeiro referido, procedimento instaurado por minha determinação, proferida no despacho que suspendeu temporariamente o Certame, decorrente das alegações contidas na Representação do nobre Edil. A Coordenadoria III constatou a existência de inúmeras irregularidades na peça editalícia, a serem sanadas pela Subprefeitura, além de fazer várias ressalvas às disposições nela contidas. Farei referência apenas a algumas delas, em razão do seu grande número e da posterior anulação do Certame pela Administração, o que torna despiciendo o seu apontamento individual. Assim, consigno que as irregularidades referem-se, dentre outras, à ausência de evidência de elaboração de projeto básico, à ausência de demonstração de que os quantitativos foram adequadamente avaliados, à ausência de planilha orçamentária com composição dos custos unitários e à exigência restritiva em relação à qualificação técnica para habilitação. Entre as ressalvas apontadas menciono, a título exemplificativo, a necessidade de fixação de prazo no edital para o exercício do contraditório e da ampla defesa, em caso de aplicação de sanções à contratada, a necessidade de correção do item que prevê a possibilidade de classificação de licitantes para cada item/agrupamento e a necessidade de correção de falhas em remissões e na legislação desatualizada. A Assessoria Jurídica de Controle Externo ratificou as conclusões alcançadas pela Coordenadoria III, concluindo que a Licitação não detinha condições de prosseguimento, tendo em vista as irregularidades constantes do Edital. A Subprefeitura de Pinheiros, provocada a apresentar esclarecimentos sobre a matéria, informou que foram acatadas todas as recomendações deste Tribunal, visando à realização do Procedimento Licitatório. Em sequência, a Coordenadoria III noticiou a anulação do Pregão, consoante publicação no Diário Oficial da Cidade de 08/02/2011. A Procuradoria da Fazenda Municipal entendeu prejudicada a análise de que trata este TC, em razão da perda de seu objeto, posição que foi endossada pela Secretaria Geral. Volto-me, a seguir, à matéria contida no TC que constitui o item II da minha pauta, versando sobre Representação do Vereador Adilson Amadeu, que considerou o Edital restritivo à competitividade do Certame e, em decorrência, caracterizando afronta ao princípio da isonomia. As alegações desenvolvidas levaram-me a suspender temporariamente a Licitação e a solicitar esclarecimentos à Subprefeitura, que optou por anular o Pregão. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, de sua vez, entendeu que a análise dos requisitos de admissibilidade restou prejudicado pelo teor do despacho que suspendeu o Certame e, quanto ao mérito, divergindo da Coordenadoria III, que a considerou parcialmente procedente com base no relatório constante do TC que constitui o item I, opinou pela improcedência total da Representação. De seu turno, a Secretaria Geral pugnou pelo não conhecimento da Representação, em razão da perda de objeto, propondo a declaração de extinção do processo. É o relatório. Voto englobado: Relativamente ao Acompanhamento do Edital de Pregão nº 13/SP-PI/2010, efetuado no bojo do TC nº 3.047.10-07, conheço dos trabalhos realizados e considero prejudicado o procedimento fiscalizatório, vez que a Subprefeitura de Pinheiros, reconhecendo as irregularidades apontadas por este Tribunal, anulou o Certame, consoante publicação no Diário Oficial da Cidade de 08/02/2011. No que pertine à Representação, conheço-a, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade. Em relação ao mérito, coerente com votos por mim proferidos em TCs que versam sobre matéria análoga à ora examinada, em especial na decisão exarada nos TCs nºs 914.10-52 e 920.10-55, cujas razões ficam fazendo parte integrante deste, entendo que a Representação restou prejudicada, em

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razão da perda de objeto, vez que a Administração anulou o Pregão, tornando impossível, dessa forma, a análise do pedido formulado na inicial. Nos autos do TC nº 3.016.10-83 proceda-se na forma do artigo 58 do Regimento Interno desta Casa. Participaram do julgamento os Conselheiros Eurípedes Sales – Revisor, Antonio Carlos Caruso e Maurício Faria. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Roberto Braguim – Relator." 3) TC 2.733.04-30 – Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM, da empresa Consladel Construtora e Laços Detetores Ltda. e de Roberto Luiz Bortolotto interpostos contra o V. Acórdão de 16/04/2008 – Relator Conselheiro Edson Simões – Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb e Consórcio Alusa – Consladel – Start – Serviços técnicos e fornecimento de materiais para ampliação do Sistema de Iluminação Pública, estimado em 40 mil novos pontos, incluindo atividades acessórias de remodelação nas Unidades adjacentes (Tramita em conjunto com os TCs 3.416.03-32 e 3.510.03-09). Após relatar a matéria englobadamente com o TC 3.510.03-09, "o Conselheiro Roberto Braguim – Relator conheceu dos recursos interpostos pela Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM e pelo Senhor Roberto Luiz Bortolotto, por tempestivos e adequados; entretanto, não conheceu do recurso interposto pela empresa Consladel Construtora e Laços Detetores Ltda., por carecer a empresa de legitimidade processual como terceira interessada – considerando que ocorrera a preclusão temporal ante a ausência de impugnação, no prazo regulamentar, da r. decisão indeferitória do seu pedido de ingresso – e pelo subscritor da peça, de fls. 803/812 dos presentes autos, não comprovar sua representação legal da citada empresa. Sua Excelência, ademais, quanto ao mérito, negou provimento aos recursos, uma vez que os recorrentes nada acrescentaram às defesas oferecidas na fase instrutória dos procedimentos julgados, mantendo o V. Acórdão recorrido por seus próprios e jurídicos fundamentos. Sua Excelência, ainda, determinou o envio de cópia do V. Acórdão a ser alcançado pelo Egrégio Plenário ao Ministério Público do Estado de São Paulo, para conhecimento. Ademais, o Conselheiro Eurípedes Sales – Revisor acompanhou, "in totum", o voto proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim – Relator. Ainda, o Conselheiro Antonio Carlos Caruso, consoante voto apresentado em separado, conheceu dos recursos interpostos pela PFM e pelo Senhor Roberto Luiz Bortolotto, bem como do recurso interposto pela empresa Consladel Construtora e Laços Detetores Ltda., ao consignar que consta, à fl. 312 dos presentes autos, cópia do instrumento particular de compromisso de constituição de consórcio, no qual está comprovado que o signatário do recurso tem poderes para representar essa empresa. Sua Excelência, ademais, acolheu a preliminar de cerceamento de defesa levantada pela empresa, considerando que lhe foram negados, no tempo oportuno, o contraditório e a ampla defesa, em afronta aos cânones constitucionais, e decidiu, consequentemente, pela sua admissão aos autos como interessada para que possa defender-se, com reabertura da instrução processual e anulação do V. Acórdão recorrido. Também, o Conselheiro Maurício Faria acompanhou, na íntegra, o voto do Conselheiro Antonio Carlos Caruso. Afinal, o Conselheiro Presidente Edson Simões, nos termos do artigo 172, inciso II, do Regimento Interno desta Corte, determinou que os autos lhe fossem conclusos, para proferir voto de desempate." (Certidão) 4) TC 3.510.03-09 – Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM, de Michael Maurice Warren, Tania de Carvalho Pizzi, José Roberto Reis, Aurélio Pavão de Farias e de Marcos de Oliveira Rossi, interpostos contra o V. Acórdão de 16/04/2008 – Relator Conselheiro Edson Simões – Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras – Siurb – Acompanhamento da Concorrência 1.002/03/SIURB, cujo objeto é a prestação de serviços técnicos e fornecimento de materiais para ampliação do Sistema de Iluminação Pública, estimado em 40 mil novos pontos, incluindo atividades acessórias de remodelação nas Unidades adjacentes (Tramita em

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conjunto com os TCs 2.733.04-30 e 3.416.03-32). Após relatar a matéria englobadamente com o TC 2.733.04-30, "o Conselheiro Roberto Braguim – Relator conheceu dos recursos interpostos pela Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM e pelos Senhores Michael Maurice Warren, Tania de Carvalho Pizzi, José Roberto Reis, Aurélio Pavão de Farias e Marcos de Oliveira Rossi, por tempestivos e adequados, e, quanto ao mérito, negou-lhes provimento, uma vez que os recorrentes nada acrescentaram às defesas oferecidas na fase instrutória dos procedimentos julgados, mantendo o V. Acórdão recorrido por seus próprios e jurídicos fundamentos. Sua Excelência, ainda, determinou o envio de cópia do V. Acórdão a ser alcançado pelo Egrégio Plenário ao Ministério Público do Estado de São Paulo, para conhecimento. Ademais, o Conselheiro Eurípedes Sales – Revisor acompanhou, "in totum", o voto proferido pelo Conselheiro Roberto Braguim – Relator. Afinal, o Conselheiro Presidente Edson Simões, nos termos do artigo 172, inciso II, do Regimento Interno desta Corte, determinou que os autos lhe fossem conclusos." (Certidão) Neste momento, o Conselheiro Eurípedes Sales – Revisor ausentou-se do Plenário, por motivo previamente justificado, tendo sido designado Revisor "ad hoc" o Conselheiro Vice-Presidente Antonio Carlos Caruso. 5) TC 2.898.10-79 – Fiscal Tecnologia e Automação Ltda. – Companhia de Engenharia de Tráfego – CET – Representação em face do edital da Concorrência Pública 06/10, cujo objeto é a locação de seis conjuntos de radares portáteis/estáticos, com prestação de serviço de manutenção ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da representação formulada pela Fiscal Tecnologia e Automação Ltda., pois estão presentes os requisitos de admissibilidade previstos no Regimento Interno deste Tribunal e, quanto ao mérito, em julgá-la improcedente. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar o envio de cópia do presente Acórdão à representante e à representada, em cumprimento ao disposto no artigo 58 do Regimento Interno desta Corte, arquivando-se, na sequência, os autos. Relatório: O presente TC alberga Representação interposta por Fiscal Tecnologia e Automação Ltda., em face do Edital de Concorrência nº 06/10, da Companhia de Engenharia de Tráfego, cujo objeto é a locação de 6 (seis) conjuntos radares portáteis/estáticos, com prestação de serviços de manutenção. Insurge-se a representante contra a exigência de comprovação de homologação de equipamento na fase de propostas, contida nos itens 9.2.6, 9.2.7 e 9.2.7.1 do Edital, considerada restritiva à competitividade do Certame, afrontando a Súmula 14 do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. A outra impugnação deduzida diz respeito à ausência de indicação de dotação orçamentária para suportar as despesas oriundas do contrato, infringindo, assim, o artigo 7º, § 2º, incisos III e IV, da Lei Federal nº 8.666/931

1 Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: (...) § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: (...) III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

. Questionou, ademais, exigência do Termo de Referência, no sentido de que os equipamentos e estações de trabalho fossem novos, que considerou desarrazoada. Culminou por solicitar a suspensão do Procedimento Licitatório e a instauração de processo para controle da Licitação. Tendo em vista a publicação, no Diário Oficial da Cidade de 02/11/2010, do adiamento da Concorrência, considerei prejudicado o pedido de sobrestamento e solicitei as justificativas pertinentes à Companhia de Engenharia de Tráfego – CET, que esclareceu que a exigência relativa aos equipamentos é imposta pela legislação pertinente da Anatel e do Inmetro; que a despesa prevista para o contrato se encontrava

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reservada, comprovando a alegação com os documentos encaminhados; e que a exigência de equipamentos novos revelava-se vantajosa para a Administração, pois evitaria constantes manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos. A Coordenadoria V, analisando as razões da CET, propôs o seu acolhimento, por entendê-las pertinentes, mas considerou adequado que a Empresa esclarecesse o modo de transmissão dos dados colhidos em campo. A Companhia apresentou suas explicações, aceitas pela Coordenadoria I. A Assessoria Jurídica de Controle Externo opinou pelo conhecimento da Representação e, no mérito, pela sua improcedência, em perfeita consonância com as ponderações da Coordenadoria V. Comuniquei, então, que o Certame poderia ter prosseguimento, vez que a CET informara que o mesmo permanecia suspenso. A Procuradoria da Fazenda Municipal e a Secretaria Geral pugnaram pelo conhecimento da Representação e, quanto ao mérito, pela sua improcedência. É o relatório. Voto: Conheço da Representação, pois estão presentes os requisitos de admissibilidade previstos no Regimento Interno deste Tribunal. No que tange ao mérito, com fundamento nos pareceres dos órgãos técnicos, da Procuradoria da Fazenda Municipal e da Secretaria Geral, que passam a integrar o presente, julgo-a improcedente. Proceda-se na forma do artigo 58 do Regimento Interno desta Casa, arquivando-se na sequência. Participaram do julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Caruso – Revisor "ad hoc" e Maurício Faria. Ausente o Conselheiro Eurípedes Sales – Revisor, por motivo previamente justificado. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Roberto Braguim – Relator." 6) TC 3.803.01-07 – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho – Semdet e Banco do Brasil S.A. – TA "A" de 10/7/2002 R$ 3.312.152,00 (prorrogação de prazo, inclusão do Programa Ação Coletiva de Trabalho (Operação Trabalho) e retirratificação das cláusulas terceira, quarta, sexta, sétima e décima quarta), relativo ao Contrato SDTS 001/2001, no valor de R$ 1.420.000,00, julgado em 13/11/2002 – Prestação de serviços de pagamento dos benefícios sociais dos Programas: Garantia de Renda Familiar Mínima Municipal – PGRFMM, Começar de Novo – PCN e Bolsa Trabalho – PBT, e emissão, aos beneficiários, de cartão magnético ACÓRDÃO: "Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em relevar o atraso na remessa da documentação a este Tribunal, prescrito pelas Instruções 01/92, por tratar-se de impropriedade formal, e em julgar regular o Termo Aditivo "A". Relatório: Cuida-se da análise do Termo de Aditamento "A", oriundo do Contrato nº 001/2001, celebrado entre a antiga Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade – SDTS, atual Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho e o Banco do Brasil S.A., no valor de R$ 1.420.000,00 (um milhão, quatrocentos e vinte mil reais), que teve por objeto a prestação de serviços para pagamento dos benefícios sociais dos Programas de Garantia de Renda Familiar Mínima Municipal, Começar de Novo e Bolsa Trabalho, com a emissão de cartão magnético aos beneficiários, acolhido pelo Egrégio Plenário em 13/11/02, com recomendação à Secretaria para que passasse, de futuro, a demonstrar a razoabilidade dos preços praticados. O Termo de Aditamento em análise, celebrado em 10/07/02, objetivou a prorrogação de prazo, a inclusão no Contrato do Programa Ação Coletiva de Trabalho e a retificação das Cláusulas Terceira, Quarta, Sexta e Sétima do Instrumento Contratual, com o valor total estimado de R$ 3.312.152,00 (três milhões, trezentos e doze mil, cento e cinquenta e dois reais). Após o encaminhamento, a este Tribunal, das informações solicitadas à então Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, a Divisão Técnica III apontou a ocorrência de impropriedades relativas à emissão extemporânea de Notas de Empenho e ao atraso na remessa de documentação a esta Corte. A Assessoria Jurídica de Controle Externo,

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manifestando-se quanto à data correta do início da vigência do Termo, posicionou-se, a teor do prescrito no artigo 31 da Lei Municipal nº 13.278/022, no sentido de que os prazos contratuais fixados em meses têm como termo final o mesmo dia em que se iniciaram, levando a Auditoria a concluir que o Termo Aditivo deveria viger a partir de 14/07/02 – e não de 13/07/02 – tratando-se, porém, de desconformidade irrelevante. Intimada, a responsável – Senhora Rosana de Freitas – informou que as Notas de Empenho apontadas não se referem ao Termo Aditivo em exame; que a autorização para sua lavratura ocorreu em 10/07/02, com publicação em 11 do mesmo mês; e que o atraso na comunicação ao Tribunal deveu-se a falhas no equipamento eletrônico e ao excesso de atividades desenvolvidas pelo Órgão. A Coordenadoria III posicionou-se, então, pelo acolhimento do ajuste, com a ressalva já mencionada. A Assessoria Jurídica de Controle Externo considerou elidida a irregularidade, todavia ponderou que deveriam ter sido apresentadas justificativas do aumento das tarifas praticadas e do valor acrescido ao ajuste em razão do alegado aumento do número de beneficiários, cujo percentual não pôde ser aferido pela Coordenadoria III, por falta de elementos capazes de comprovar as quantidades de cartões magnéticos emitidos e de lançamentos previstos no Contrato. De sua parte, a Secretaria apresentou justificativas, esclarecendo que os números de famílias e bolsistas atendidos pelos Programas objeto do Contrato foram definidos por distrito, porém, informou não constarem dos processos administrativos respectivos documentos que efetivamente demonstrassem as quantidades estimadas para os ajustes, concluindo que o consumo médio mensal do primeiro semestre de 2002 supostamente serviu de base para a celebração do Termo Aditivo, cujo valor mensal encontrava-se em consonância com os valores executados no período mencionado. A Coordenadoria III observou que a quantidade de lançamentos cresceu mês a mês, aproximando-se, assim, do valor estimado, ratificando, então, a conclusão pela regularidade da avença, com a ressalva atinente à remessa extemporânea da documentação ao Tribunal, infringindo o disposto nas Instruções 01/923

2 Art. 31. Os prazos fixados em meses terão como termo final, no mês de vencimento, o mesmo dia em que se iniciaram, e aqueles fixados em anos, o mesmo dia do mês em que passaram a fluir.

. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, reiterando manifestação anterior, opinou pelo acolhimento do ajuste, posição também adotada pela Procuradoria da Fazenda Municipal. A Secretaria Geral, de seu turno, entendeu que a inclusão de um novo programa no ajuste – Ação Coletiva de Trabalho – inovou indevidamente o Contrato, gerando o aumento do valor ajustado, a par de não ter sido justificado o aumento de preços e nem comprovado o gasto efetivo com os Programas. É o relatório. Voto: Embasado nos pareceres da Coordenadoria III, da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Procuradoria da Fazenda Municipal, julgo regular o Termo Aditivo "A", relativo ao Contrato nº 001/2001, da antiga Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, celebrado com o Banco do Brasil. Entendo, com relação à inclusão do Programa Ação Coletiva de Trabalho, que não houve alteração do objeto contratual – serviços de pagamento dos benefícios sociais aos beneficiários – vez que o novo programa também se insere entre os instituídos pela Administração com o objetivo de promover a inserção sócio-econômica de integrantes de famílias de baixa renda, mediante a concessão de auxílio pecuniário ou complementação de renda familiar e realização de ações voltadas à referida inserção. Dessa forma, concluo que a alteração formalizada é meramente quantitativa, vez que foi mantido o objeto contratual. De outro lado, apesar de não constarem do TC os números exatos de cartões emitidos e dos lançamentos efetuados pela instituição bancária, restou afirmado, em manifestação da Coordenadoria III, que a quantidade de lançamentos cresceu mês a mês, aproximando-se, assim, do valor estimado, o que permite a

3 Dispõe sobre a remessa de documentos ao TCM para verificação da regularidade da despesa, da Administração Direta, CMSP, TCM e Autarquias Municipais.

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aceitação das justificativas e demonstrativos oferecidos pela Contratante. No que tange à remessa de documentação a este Tribunal, nos moldes prescritos pelas Instruções 01/92, tratando-se de impropriedade formal, pode ser relevada. Isto posto, julgo regular o Termo Aditivo "A". Participaram do julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Caruso – Revisor "ad hoc" e Maurício Faria. Ausente o Conselheiro Eurípedes Sales – Revisor, por motivo previamente justificado. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Roberto Braguim – Relator." – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO MAURÍCIO FARIA – a) Diversos: 1) TC 1.804.09-56 – Secretaria Municipal da Saúde – SMS (Fundo Municipal de Saúde) – Embramac – Empresa Brasileira de Materiais Cirúrgicos, Indústria, Comércio, Importação e Exportação Ltda. – Acompanhamento – Verificar a regularidade do edital do Pregão Presencial 403/2008-SMS.G, cujo objeto é a aquisição de agulhas hipodérmicas descartáveis, quanto aos aspectos da legalidade, formalidade e mérito. "O Conselheiro Maurício Faria – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso IV, do Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta do citado processo, para melhores estudos, o que foi deferido." (Certidão) b) Contratos: 2) TC 3.853.06-90 – Hospital do Servidor Público Municipal – HSPM e Limpadora Califórnia Ltda. – Pregão Presencial 085/2006 – Contrato 141/2006 R$ 3.270.000,00 – TA 149/2007 R$ 3.270.000,00 (prorrogação de prazo), Termo de Retirratificação 325/2007 R$ 191.622,00 (reajuste do valor) e TA 136/2008 R$ 3.461.622,00 (prorrogação de prazo) – Prestação de serviços de limpeza técnica hospitalar, desinsetização, descupinização, desratização e conservação predial nas dependências do Hospital, visando à obtenção de adequadas condições de salubridade e higiene em dependências médico/hospitalares, com disponibilização de mão de obra qualificada, produtos saneantes domissanitários, materiais e equipamentos. "O Conselheiro Maurício Faria – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso IV, do Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta do citado processo, para melhores estudos, o que foi deferido." (Certidão) 3) TC 1.202.09-53 – Secretaria Municipal da Saúde – SMS e Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM – Contrato de Gestão 006/2008-NTCSS-SMS.G R$ 10.012.148,74 – TA 001/2008 R$ 72.716.933,45 (incorporação do Plano Orçamentário 2009) – Operacionalização da gestão, apoio à gestão e execução das atividades e serviços de saúde na Microrregião de Vila Maria/Vila Guilherme ACÓRDÃO: "Vistos, relatados englobadamente com o TC 72.001.811.09-11, e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar irregulares o Contrato de Gestão 006/2008-NTCSS-SMS.G e o Termo Aditivo 001/2008, tendo em vista que não houve planejamento, fixação e controle de metas, a fiscalização foi omissa, a capacidade operacional da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM insuficiente frente ao objeto contratual, e os resultados obtidos ficaram aquém daqueles precariamente previstos, bem como não restaram verificadas as vantagens quanto à demonstração de seu custo/benefício, tal como previsto no modelo legal que disciplina e sustenta as atividades desenvolvidas pelas organizações sociais. Acordam, ademais, à unanimidade, em atenção à recomendação proposta pelo Conselheiro Antonio Carlos Caruso – Revisor, em determinar o envio de cópia do presente Acórdão ao Secretário Municipal da Saúde, ao Prefeito Municipal, Excelentíssimo Senhor Gilberto Kassab, à Câmara Municipal de São Paulo – Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, ao Ministério Público do Estado de São Paulo, ao Ministério Público Federal e ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS – Denasus, vinculado ao Ministério da Saúde. Acordam, afinal, à unanimidade, diante do quanto foi evidenciado, em aplicar ao Senhor

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Secretário Municipal da Saúde, a multa no valor máximo previsto de R$ 481,02 (quatrocentos e oitenta e um reais e dois centavos), com fundamento no artigo 52, inciso II, da Lei Municipal 9.167/80. Relatório e voto englobados: v. TC 1.811.09-11. Participaram do julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Caruso – Revisor e Roberto Braguim. Ausente o Conselheiro Eurípedes Sales, por motivo previamente justificado. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Maurício Faria – Relator." 4) TC 1.811.09-11 – Secretaria Municipal da Saúde – SMS e Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM – Acompanhamento – Verificar se o Contrato de Gestão 006/2008-NTCSS-SMS.G, cujo objeto é a operacionalização da gestão, apoio à gestão e execução das atividades e serviços de saúde na Microrregião de Vila Maria/Vila Guilherme, está em conformidade com os Anexos Técnicos que integram este instrumento ACÓRDÃO: "Vistos, relatados englobadamente com o TC 72.001.202.09-53, e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar irregular a execução do Contrato de Gestão 006/2008-NTCSS-SMS.G, tendo em vista que não houve planejamento, fixação e controle de metas, a fiscalização foi omissa, a capacidade operacional da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM insuficiente frente ao objeto contratual, e os resultados obtidos ficaram aquém daqueles precariamente previstos, bem como não restaram verificadas as vantagens quanto à demonstração de seu custo/benefício, tal como previsto no modelo legal que disciplina e sustenta as atividades desenvolvidas pelas organizações sociais. Relatório englobado: Tratam os TCs da análise do Contrato de Gestão nº 06/2008 firmado entre a Secretaria Municipal da Saúde e a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, cujo objeto contempla a operacionalização e o apoio à gestão e execução dos serviços de saúde na Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme, bem como do exame do Termo Aditivo nº 01/2008 e da execução contratual, no período de fevereiro/2008 a junho/2009. A análise dos instrumentos de contrato e do aditamento foi processada nos autos do TC nº 1.202.09-53, e a execução contratual, nos autos do TC nº 1.811.09-11. O ajuste em análise insere-se no conjunto de pelo menos 28 contratos de gestão firmados pela referida Pasta, cujo cenário mostra nitidamente a diretriz da Prefeitura de priorizar parcerias público-privadas na realização do seu dever constitucional de promover a saúde dos munícipes. O prazo inicialmente estabelecido para o ajuste, firmado em 1º/02/2008, foi de três anos, período dentro do qual a contratada assumiu de imediato a gestão das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Parque Novo Mundo I e Parque Novo Mundo II e a UBS/AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Vila Guilherme. Nos termos das cláusulas fixadas no contrato, as demais Unidades Básicas de Saúde, situadas na referida microrregião, poderiam ser progressivamente assumidas pela OS (Organização Social) SPDM, o que de fato ocorreu por meio da celebração do Termo Aditivo nº 01/2008, em 31/12/2008, quando foram introduzidas as UBSs Carandiru, Jardim Japão, Vila Ede, Vila Izolina Mazzei, Vila Leonor, Vila Maria – Dr. Luiz Paulo Gnecco, Vila Sabrina e as UBSs/AMAs Jardim Brasil e Vila Medeiros. O valor inicialmente definido para o contrato, para três anos, montou a cifra de R$ 31.674.083,49 (trinta e um milhões, seiscentos e setenta e quatro mil, oitenta e três reais e quarenta e nove centavos). Todavia, após o aditamento contratual, esse valor foi alterado para R$ 73.578.835,93 (setenta e três milhões, quinhentos e setenta e oito mil, oitocentos e trinta e cinco reais e noventa e três centavos), mas agora para o período de, apenas, doze meses. O contrato foi firmado com dispensa de licitação, invocando-se, para tanto, o disposto no art. 24, XXIV, da Lei Federal nº 8.666/93. Fundamentam ainda o ajuste, bem como os procedimentos para a qualificação da SPDM como Organização Social, os dispositivos da Lei Municipal nº 14.132/06, com alterações, e

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os Decretos Municipais nºs 49.523/08 e 49.462/08, também com as devidas alterações. À luz da legislação ora referida e, sobretudo, sob o influxo dos princípios constitucionais pertinentes ao tema, desenvolve-se a presente análise. Neste sentido, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle elaborou relatório, no qual restou identificada uma série de irregularidades, de índole formal e material. A Assessoria Jurídica de Controle Externo, inicialmente, teceu considerações acerca da polêmica que gravita em torno do tema Contratos de Gestão, reproduzindo manifestações doutrinárias contrárias e favoráveis ao instituto. Chamou a atenção para a Ação Declaratória de Inconstitucionalidade da Lei Federal nº 9.637/98, cuja liminar não foi deferida sob o argumento de ausência de "periculum in mora", e também para a tese dos Tribunais de Contas declararem a inconstitucionalidade de lei ou de ato do Poder Público no controle concreto e difuso de constitucionalidade, no enfrentamento de dispositivos da Lei Municipal nº 14.132/06 e suas alterações, no que diz respeito à possibilidade de contratação com repasse de recursos orçamentários, cessão de pessoal e permissão de uso de bens públicos sem o devido procedimento licitatório. Ao lado destas considerações preliminares, analisou o mérito da contratação, acompanhando as conclusões da Subsecretaria de Fiscalização e Controle e apontando, ainda, questões referentes aos riscos de aplicações financeiras dos recursos públicos na forma concebida contratualmente, à assunção pela Municipalidade do ônus decorrente da dispensa do pessoal contratado pela OS, à inexistência de limites e critérios para despesa com a remuneração percebida pelos dirigentes e empregados da OS e, por fim, apontou a fragilidade dos instrumentos de controle, sugerindo a intimação da Origem para o exercício do contraditório e da ampla defesa. Após regular intimação da Origem, do Ordenador de Despesa e do representante legal da contratada, sobrevieram as respectivas defesas. Em face dos esclarecimentos apresentados, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle elaborou nova manifestação pela irregularidade dos instrumentos e da execução contratual, ainda que retificadas algumas das conclusões precedentes, bem como relevadas algumas impropriedades. Neste sentido, remanesceram, para a Subsecretaria de Fiscalização e Controle, as seguintes irregularidades: Contrato de Gestão: a) não apresentação pela SPDM das certidões negativas de negativas de falência, concordata ou recuperação judicial, concurso de credores, dissolução e liquidação, bem como da declaração de idoneidade da organização social, declaração da organização social de que não cumpre as sanções previstas nos incisos III e IV do art. 87 da Lei Federal nº 8.666/93 e a comprovação de inscrição do ato constitutivo ou estatuto, no caso de sociedades civis, acompanhado de prova da composição da diretoria em exercício, na forma exigida pela legislação pertinente; b) inadequação do estatuto da SPDM às exigências da Lei Municipal nº 14.132/06, relativas à estrutura e às atividades privativas do Conselho de Administração e à incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe forem destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação. Quanto a este apontamento, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle consignou que a Organização Social estaria dentro do prazo para adequar seu estatuto social ao disposto no art. 3º, incisos I e IV, do diploma supra referido; c) declaração apresentada pela SPDM referente à aprovação da minuta do contrato de gestão pela Organização Social não foi subscrita pelos sete membros que compõem o Conselho Administrativo da entidade, na forma determinada pelo § 1º do art. 6º da legislação aludida; d) assinatura do Contrato de Gestão nº 06/2008 pelo Diretor Financeiro da entidade, em desacordo com o previsto no art. 25 do Estatuto Social da SPDM, e ausência de rubrica nas folhas dos Anexos que integram o contrato; e) as regras atinentes à fiscalização estipuladas no contrato destoam do quanto determinado pelo § 3º do art. 11 do Decreto Municipal nº 47.453/06, o qual prevê que a análise dos resultados atingidos se dê pela Comissão de Avaliação e não pelo Núcleo Técnico de Contratação dos Serviços de Saúde (NTCSS); f) ausência de previsão no contrato de

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critérios claros para a despesa com a remuneração e as vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados da Organização Social; g) ausência de divulgação na página eletrônica da PMSP do nome e qualificação dos integrantes da Diretoria, do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal da Organização Social, conforme previsto "in fine" no § 2º do art. 6º da Lei Municipal nº 14.132/06; h) atraso na publicação do ajuste no DOC. Termo Aditivo nº 01/2008. O Termo Aditivo nº 01/2008 também foi considerado irregular, em razão de suceder o Contrato de Gestão nº 06/2008, bem como em face da ausência de inventário prévio dos bens públicos objeto da permissão de uso relativa às novas unidades assumidas pela OS e, ainda, em razão da infringência ao art. 60 da Lei Federal nº 4.320/64, pela insuficiência de recursos empenhados para cobrir a despesa do exercício financeiro. Execução contratual – Período de fevereiro/2008 a junho/2009 No que diz respeito à execução contratual, no período considerado, as irregularidades apontadas pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle surgem a partir da análise do quanto e como executado no período auditado, em face das regras contratuais e legais, o que gera, por si só, um debate muito mais esclarecedor quando instaurado o contraditório e a ampla defesa, motivo pelo qual passo a relatar as irregularidades detectadas e as defesas apresentadas simultaneamente, de forma a propiciar uma maior e melhor compreensão daquilo que de fato ocorreu durante a execução do ajuste, naquele intervalo de tempo. a) Não constituição da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização (CAF), prevista no art. 40 do Decreto Municipal nº 49.523/08. Aponta a Subsecretaria de Fiscalização e Controle que a inexistência da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização acaba por tornar letra morta a prescrição do § 2º do art. 8º da Lei Municipal nº 14.132/06, que determina a apresentação pela OS à Comissão de Acompanhamento e Fiscalização, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, de relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro. Confirma a Origem a não constituição da aludida Comissão. Destaca, porém, que a sua formação estava sendo providenciada. Neste ínterim, afirma que o monitoramento do contrato vinha sendo realizado por meio do Sistema de Avaliação e Acompanhamento dos Serviços de Saúde (SAASS), do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) e da Comissão Técnica de Acompanhamento (CTA), o que viabilizará 'o trabalho de compilação dos dados que nortearão a análise de metas e resultados previamente estabelecidos pelas parceiras no Contrato de Gestão nº 06/2008' (fl. 161). Considerados os argumentos da Origem, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle reiterou sua posição pela irregularidade da execução contratual. b) Execução Contábil, Financeira e Orçamentária. b1) Atrasos nos repasses. Restou constatado que, com exceção dos meses de julho e setembro de 2008, os repasses previstos nos Programas de Trabalho (Contrato e Aditamento) relativos às despesas com custeio foram efetuados fora do prazo previsto, sendo que o maior atraso ocorreu em fevereiro de 2009, cujo pagamento só foi realizado em 14/04/2009. No que diz respeito aos repasses relativos às despesas com investimentos, estes foram realizados em sua integralidade, porém com atrasos de, pelo menos, cinco meses. Os atrasos noticiados tiveram o condão, segundo informado pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, de comprometer o cronograma de reformas e aquisição de equipamentos para as unidades de saúde, além de diminuir sensivelmente a execução do gasto com custeio, uma vez que a falta de estrutura adequada em termos de instalações e equipamentos acabou por inviabilizar a contratação de pessoal prevista. A Origem justificou os atrasos alegando a crise mundial, o que teria provocado uma queda na arrecadação de impostos e nos repasses federais. Diante deste cenário, segundo alegado, a PMSP realizou um contingenciamento de recursos orçamentários. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle reconsiderou sua posição, em face dos esclarecimentos da Origem,

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destacando que os atrasos seriam oriundos de fator externo ao planejamento realizado. b2) Execução/Controle Financeiro. A auditoria de execução contratual foi realizada de 02/07/2009 a 07/08/2009, tendo abrangido o período de fevereiro/2008 a junho/2009. Do montante previsto nos Programas de Trabalho a ser repassado à Organização Social, até o momento da análise, somando R$ 52.175.023,36 (cinquenta e dois milhões, cento e setenta e cinco mil, vinte e três reais e trinta e seis centavos), foi objeto de efetivo repasse o total de R$ 46.142.696,99 (quarenta e seis milhões, cento e quarenta e dois mil, seiscentos e noventa e seis reais e noventa e nove centavos), ou seja, 88,43% do previsto para o período. A principal despesa do ajuste refere-se a 'Pessoal e Reflexo', representando 94,64% do total despendido no interregno analisado. A previsão de repasse no período para despesas de custeio era de R$ 39.966.160,56 (trinta e nove milhões, novecentos e sessenta e seis mil, cento e sessenta reais e cinquenta e seis centavos). Foi efetivamente repassado para a OS o montante de R$ 33.933.834,19 (trinta e três milhões, novecentos e trinta e três mil, oitocentos e trinta e quatro reais e dezenove centavos). Deste valor, houve a execução de apenas R$ 10.200.630,42 (dez milhões, duzentos mil, seiscentos e trinta reais e quarenta e dois centavos), ou seja, 29,76% do total repassado. Em relação ao repasse e à execução para investimentos, os recursos transferidos, embora com atrasos, correspondem à totalidade do previsto nos Programas de Trabalho, somando R$12.208.862,80 (doze milhões, duzentos e oito mil, oitocentos e sessenta e dois reais e oitenta centavos), porém o executado corresponde a apenas 0,58% do repassado. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle concluiu que tal situação decorrera do atraso nos repasses. Como consequência do quanto relatado, em 30/06/2009, a OS contava com um saldo financeiro de R$ 36.272.123,60 (trinta e seis milhões, duzentos e setenta e dois mil, cento e vinte e três reais e sessenta centavos). Deste total, R$ 12.080.061,14 (doze milhões, oitenta mil, sessenta e um reais e quatorze centavos) correspondem a valores para investimentos repassados com atraso, no próprio mês de junho de 2009. Em virtude do atraso, a OS elaborou um novo cronograma para a utilização desses recursos, sendo que se previu para o início de 2010 – vários meses adiante – a sua integral utilização. O restante do saldo financeiro, R$ 24.175.125,62 (vinte e quatro milhões, cento e setenta e cinco mil, cento e vinte e cinco reais e sessenta e dois centavos), corresponde a despesas de custeio previstas, porém não executadas. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle concluiu que a maior parte desse valor advinha do não cumprimento do cronograma de contratação de pessoal, em consequência do atraso nos repasses. Apontou, ainda, como outro fator concorrente para o saldo excedente, o fornecimento pela Secretaria Municipal da Saúde de insumos administrativos, mesmo havendo previsão financeira no contrato para que a OS assumisse esse tipo de despesa. O mesmo se deu com os serviços terceirizados, que ainda eram custeados pela Secretaria. A Origem confirmou os apontamentos da Subsecretaria de Fiscalização e Controle e esclareceu que o fato tinha se devido às dificuldades que a OS encontrou em dar início à execução do contrato, 'mormente, no que toca à contratação de profissionais, serviços e compra de materiais', isto a despeito da sua alegada grande experiência e de ter sido qualificada previamente como Organização Social. Finalizou os esclarecimentos sobre a questão da seguinte forma: 'Vale informar, no entanto, que em virtude do ocorrido e da existência de saldo resultante, a SMS suspendeu os repasses até que o fluxo financeiro seja reajustado, com a previsão de que isso ocorra a partir de março de 2010'. A OS também confirmou a situação, alegando dificuldades na contratação de profissionais e na aquisição de materiais e serviços, o que, em significativa parte, segundo ela, já estaria superado. No que toca aos gastos, ainda por parte da Secretaria Municipal da Saúde, de custeio de insumos administrativos e de pagamento de empresas terceirizadas, argumentou-se que 'a SPDM passou por um processo inicial de ambientação e adaptações, o que exigiu uma ajuda da SMS no início da execução do contrato de gestão nas contratações

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mencionadas. Neste sentido, enquanto a OS contratava diretamente e treinava os funcionários, a SMS foi auxiliando no pagamento. Aos poucos esse procedimento está sendo concluído e os contratos da SMS com as empresas sendo encerrados, de forma que, a partir de março (ano de 2010), a OS assumirá essas obrigações completamente' (fl. 163). No mesmo sentido, foram as justificativas da SPDM. No que diz respeito ao descumprimento do cronograma de execução por parte da OS, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle constatou a suspensão dos repasses, o que motivou a sua conclusão no sentido de restar regularizada a situação. Aceitou, igualmente, as justificativas relativas ao custeio de insumos e pagamento de terceirizados pela Secretaria Municipal da Saúde. b3) Prestação de Contas. A análise das despesas constantes no relatório da OS de prestação de contas de junho de 2009, realizada pela Coordenadoria IV, não apontou, em termos estritamente formais, divergências entre os lançamentos constantes no referido relatório enviado a Secretaria Municipal da Saúde e os respectivos documentos de suporte. Constatou, também, que, formalmente, as despesas seriam pertinentes ao objeto do contrato, com todas as ressalvas quanto à definição deste, exceto em relação aos pagamentos relativos aos serviços prestados por colaboradores da área de radiologia no Pronto-Socorro Vila Maria Baixa, visto que a unidade não integra o rol daquelas abrangidas pelo contrato de gestão. Argumentou a Origem que, apesar de a referida unidade não integrar o rol de unidades objeto do contrato de gestão, faz parte das unidades que compõem a Microrregião, devendo ser observada a relação dessa unidade de saúde com as demais, conforme anexo técnico 'Apoio à Integração'. Afirmou, ainda, que, em breve, será assinado documento hábil com a SPDM para o gerenciamento do Pronto-Socorro em questão. No mesmo sentido, foram os argumentos da SPDM. Em nova manifestação, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle reiterou a irregularidade apontada. b4) Avaliação do Controle Interno. Sobre este relevante tema, sobretudo em se tratando de um contrato de gestão em que o controle se faz pelos resultados apresentados, a Coordenadoria IV constatou que 'nenhuma das despesas realizadas até o momento passou pelo crivo do controle interno' da Secretaria Municipal da Saúde, referindo-se ao período de execução contratual, de fevereiro/2008 a junho/2009. Neste sentido, concluiu que 'a falta de controle acaba por não permitir que o NTCSS (Núcleo Técnico de Contratação de Serviços de Saúde) tenha condições de se manifestar quanto à qualidade e veracidade das informações contidas no relatório de prestação de contas enviado, acarretando uma total falta de meios para concluir se os recursos repassados estão sendo aplicados de acordo com o plano (sic) de trabalho, ou mesmo, se estes foram aplicados em atividades correlatas ao Contrato de Gestão' (fl. 139). Em resposta a este apontamento, o NTCSS afirmou, genericamente, que: 'tem constantemente trabalhado no desenvolvimento de uma metodologia adequada para exercício do controle interno atinente à fiscalização da gestão financeira do Contrato de Gestão nº 06/2008. Em última análise, busca-se otimizar a utilização dos recursos a partir da execução eficiente e eficaz do Contrato de Gestão, evitando-se, destarte, o dispêndio errôneo de recursos públicos' (fl. 164). A OS endossou os esclarecimentos da Origem e informou que tem efetuado o envio mensal dos indicadores parciais, metas e prestação de contas, além de realizar reuniões trimestrais com a Coordenadoria Municipal. Em nova manifestação, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle reiterou a irregularidade apontada. b5) Balanço Patrimonial. O Balanço Patrimonial publicado pela OS não apresenta os recursos utilizados exclusivamente para o implemento do Contrato de Gestão nº 006/2008, uma vez que constam das demonstrações contábeis apresentadas os recursos movimentados por conta da totalidade dos vários contratos de gestão e dos convênios mantidos pela SPDM. Sobre este apontamento, a Origem afirmou que havia solicitado a alteração da forma de apresentação do Balanço à Organização Social. Afirmou, outrossim, que esta situação não impede que a Secretaria Municipal da Saúde fiscalize e exerça o seu regular controle sobre a execução do contrato. A

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OS, por sua vez, esclareceu que já havia tomado as devidas providências para regularizar a questão. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle, após nova verificação do Balanço publicado pela SPDM, constatou que a sua individualização para o contrato não fora realizada, motivo pelo qual manteve a infringência apontada. c) Análise dos Resultados c1) Produtividade. A análise da produtividade do Programa Saúde da Família nas Unidades Parque Novo Mundo I e Parque Novo Mundo II, realizada pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle em relação ao 1º semestre de 2009, revelou que apenas as consultas dos enfermeiros atingiram, respectivamente, 96,4% e 88,6% das metas de produção, sendo que o número de consultas médicas se distanciou da produtividade prevista, apresentando resultados da ordem de 79,9% e 76,5% do estabelecido. Sobre esse apontamento, a Secretaria Municipal da Saúde silenciou. A OS informou que a 'situação decorre da falta de médicos generalistas e da alta rotatividade destes profissionais, que dificultam a lotação das vagas existentes, apesar da insistente procura da OS SPDM para cumprir as metas de produção propostas' (fl. 185). Diante de tal informação, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle entendeu ser possível relevar a infringência apontada, uma vez que, segundo ela, a causa de sua existência é fator externo à ação da OS. c2) Indicadores de Qualidade Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU). Referido serviço tem como objetivo acompanhar e avaliar o nível de satisfação dos usuários. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle apurou que, em junho de 2009, o serviço estava ativo em apenas quatro das doze unidades de saúde gerenciadas pela SPDM. Constatou, ainda, que nessas quatro unidades a maioria dos usuários aprovou, de modo geral, o serviço prestado, a despeito de terem sido apontadas dificuldades para agendar retornos e do elevado tempo de espera para o atendimento, em especial na AMA Jardim Brasil, onde 80% dos usuários pesquisados não estavam satisfeitos com essas duas deficiências. Em resposta a esse apontamento, a Secretaria Municipal da Saúde informou que as AMAs marcam retornos para as UBSs de origem dos usuários, pois são unidades que atendem à demanda espontânea de casos agudos e de baixa a média complexidade. A OS esclareceu que a demanda das AMAs é espontânea, o que pode gerar momentos em que o fluxo de pacientes é maior do que a capacidade de atendimento, ocasionando espera. Além disso, afirma textualmente que 'tal situação é agravada pela falta de médicos, apesar dos insistentes esforços do setor de recrutamento e seleção da OS SPDM. As vagas existentes nas regiões mais afastadas do centro de São Paulo são de pior provimento, além da escassez de determinadas especialidades médicas no mercado' (fl. 187). A Subsecretaria de Fiscalização e Controle, após análise dos esclarecimentos prestados, entendeu que a infringência poderia ser relevada. c3) Novas Ações A Subsecretaria de Fiscalização e Controle constatou que os serviços denominados como Novas Ações no Programa de Trabalho 2009 encontravam-se em diferentes estágios de implantação. A incorporação de unidades, a implementação da Unidade de Referência à Saúde do Idoso e a implantação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família foram concluídas. A reposição de recursos humanos, a reorganização da atenção à Saúde Mental, a atenção de Saúde Bucal e a criação da Unidade de Reabilitação na UBS Jardim Carandiru ainda estavam em fase de implantação. A reforma de unidades, a aquisição de equipamentos, a implantação de serviço de ultrassonografia na UBS Jardim Brasil e a implementação do CAPS Infantil não tinham sido iniciadas no momento em que a auditoria foi realizada. Diante deste quadro, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle concluiu que 72,8% das Novas Ações ainda não tinham sido concluídas, sendo que algumas sequer tinham sido iniciadas. Os esclarecimentos da Origem merecem transcrição: 'sobre isso, a SMS reconhece que não obstante os repasses terem sido efetuados em sua totalidade, o atraso de fato ocorreu. Em virtude disso, os preços e serviços inicialmente previstos sofreram algumas majorações e alterações, ensejando a necessidade de adequação. Por isso, verificou-se que o atingimento das metas se restringiu a

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30%, pois isso se deveu a uma dificuldade da OS em gerenciar os recursos'. A SPDM atribuiu o resultado ao atraso no repasse de recursos. Avaliados os esclarecimentos prestados pela Origem e pela OS, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle concluiu que a infringência poderia ser relevada, invocando, ainda, o inicialmente mencionado contingenciamento do repasse de recursos. c4) Visitas Realizadas. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle realizou visitas nas UBS/AMA Vila Guilherme, UBS Carandiru e UBS/PSF (Programa Saúde da Família) Parque Novo Mundo II e concluiu que os cinco plantões diários previstos no Programa de Trabalho para as três AMAs gerenciadas pela OS, referentes às especialidades de ginecologia ou cirurgia, não estavam sendo realizados (estando incluídas na previsão, apesar de não terem sido formalmente visitadas, as AMAs Jardim Brasil e Vila Medeiros). Conclusões da Assessoria Jurídica de Controle Externo, da Procuradoria da Fazenda Municipal e da Secretaria Geral. A Assessoria Jurídica de Controle Externo endossou as conclusões da Coordenadoria IV, reiterando sua posição pela irregularidade do ajuste, do termo aditivo e da respectiva execução contratual. A Procuradoria da Fazenda Municipal ponderou que o contrato de gestão é instrumento relativamente novo e, na época em que foi firmado o contrato em análise, a legislação que o regulamentava era bastante recente, de modo que algumas impropriedades levantadas seriam plenamente escusáveis, em razão da novidade que tais instrumentos representavam. Argumentou que a invalidação do ato administrativo deve se orientar pelo 'princípio do prejuízo' e que não haveria nos autos de análise do contrato, nem de sua execução contratual, notícia de desvio, superfaturamento ou aplicação indevida dos recursos públicos. Assim, considerando os valores envolvidos, bem como a dimensão da questão relativa à saúde na Cidade de São Paulo, os atos deveriam ser preservados, razão pela qual propugnou pelo acolhimento dos instrumentos examinados e, subsidiariamente, pelo reconhecimento dos efeitos financeiros e patrimoniais. A Secretaria Geral entendeu, das análises do instrumento contratual e do respectivo termo aditivo, diversas irregularidades, quais sejam: a) a contratação não poderia ter sido firmada, à época, diante das inadequações no estatuto social da entidade, bem como pela ausência de poderes do signatário do contrato para representar a OS, o que poderia gerar inúmeras complicações e questionamentos; b) pela evidência do inadequado planejamento por parte da Origem, notadamente em se tratando de serviços relacionados à área da saúde, considerando a infringência apontada quanto ao não cumprimento do art. 60 da Lei Federal nº 4.320/64; c) pela não publicação do contrato nos moldes do que preceitua a Lei Municipal nº 13.278/02; d) porque foram feitos pagamentos a pessoal/serviços prestados em unidade diversa das abrangidas pelo contrato; e) inúmeras outras falhas por conta de uma gestão inadequada da Origem, as quais, inseridas no conjunto de apontamentos, impediriam o acolhimento do Contrato de Gestão nº 06/2008, do Termo Aditivo nº 01/2008 e da sua execução contratual. É o relatório. Voto englobado: As questões de ordem formal apontadas pela Coordenadoria IV quando da análise do instrumento de contrato e do termo aditivo já seriam suficientes para determinar o não acolhimento dos ajustes. Todavia, conforme se pode inferir do teor do Relatório, questões de maior relevância surgem no andamento da execução contratual, quando se pode perceber com evidência, no caso, que os objetivos pretendidos, a partir da decisão da PMSP em realizar os serviços de saúde do Município por meio da parceria com as Organizações Sociais, estão muito aquém do que seriam as metas previstas. Neste passo, cumpre enfatizar, tal como foi feito no voto proferido nos autos dos TCs nºs 1.808.09-07 e 1.870.09-80, quando foi levado a julgamento o Contrato de Gestão firmado entre a PMSP e o Seconci – Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo, que o presente voto também não se presta a analisar o núcleo discricionário da opção política adotada pela Administração Pública para organizar a prestação dos serviços na área da saúde no Município de São Paulo, abordagem que, aliás, é vedada ao Controle Externo. Tampouco se cuidará da

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constitucionalidade da Lei Federal nº 9.637/984

4 "Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá outras providências."

, visto que submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal, ou da Lei Municipal nº 14.132/06, ora sujeita ao julgamento do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O que se questionará, portanto, é a conformidade da contratação em relação à disciplina por ora em vigor que rege a matéria, sobretudo do ponto de vista das previsões legais acerca das finalidades para as quais foi concebido o contrato de gestão. Conforme já consignado quando do julgamento dos TCs nºs 1.808.09-07 e 1.870.09-80, o modelo dos contratos de gestão firmados com as Organizações Sociais foi justificado pela necessidade de superar aspectos de ineficiência dos serviços prestados diretamente pelo Estado, na busca de melhores resultados e com economia de recursos. A partir daí, implementou-se a redefinição do papel do Estado, com funções mais concentradas no fomento e na regulação e menos concentradas na função prestacional direta dos serviços públicos, surgindo, então, o que se denominou de Administração Gerencial. Se por um lado o legislador preservou esse papel de direção e controle estratégico ao Estado, priorizando, inclusive, a melhoria na prestação do serviço como um dos motivos principais, por outro, entendeu que os contratos de gestão não estariam submetidos, de forma plena, ao influxo do regime jurídico administrativo. Nesse cenário, um dos aspectos que suscita grande debate é justamente se o processo de seleção da contratada deve ser submetido à regra da licitação, apesar de a previsão legal específica definir textualmente um viés discricionário. Muito embora tal controvérsia venha gerando manifestações contundentes por parte de renomados juristas, fato é que as normas regentes dos contratos de gestão, nos âmbitos federal e municipal, encontram-se em plena vigência, de forma que os instrumentos vêm sendo utilizados amplamente pelo Poder Público. Isso ocorre porque, como dito, a Lei Municipal nº 14.132/06 foi submetida à apreciação do Poder Judiciário, em Ação Civil Pública promovida pelo Ministério Público Federal perante a 3ª Vara Cível Federal de São Paulo, Processo nº 2006.61.00.009087-9, que julgou parcialmente procedente a ação, reconhecendo vícios de inconstitucionalidade e ilegalidade na lei, condenando o Município de São Paulo a: 1) abster-se de qualificar entidades privadas como Organizações Sociais para fins de atuação do SUS, bem como abster-se de firmar contratos de gestão com essas entidades que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saúde atualmente desenvolvidos diretamente pelo Município; 2) reassumir a prestação do serviço público de saúde à população em todos os estabelecimentos próprios que tenham sido objeto de repasse a Organizações Sociais; 3) abster-se de ceder servidores públicos, com ou sem ônus para o erário, e bens públicos para Organizações Sociais. No entanto, foi atribuído efeito suspensivo ao recurso interposto pela Municipalidade em face dessa decisão. Já a Lei Federal nº 9.637/98, cujos termos surgem praticamente reproduzidos na referida lei municipal, também foi objeto de questionamento quanto à sua constitucionalidade, encontrando-se pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI-MC nº 1923-5. Neste caso, a liminar pleiteada não foi concedida, em face do argumento de que o transcurso de tempo entre a publicação da lei e a apreciação do pedido havia descaracterizado o "periculum in mora". Diante dessa realidade estabelecida provisoriamente pelo Poder Judiciário, tem-se que a legislação vigente ainda define a possibilidade de celebração do contrato de gestão sem a necessidade de se submeter ao certame licitatório, como opção da Administração. Oportuno trazer à colação, destacando que ainda não houve a configuração e proclamação do resultado,

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os argumentos lançados pelo Ministro Relator, Carlos Ayres Britto, em seu voto proferido na ADI 1923/DF, em 31/03/2011: 'É preciso, porém, fazer a seguinte ressalva: a desnecessidade do procedimento licitatório: a) não afasta o dever da abertura de processo administrativo que demonstre, objetivamente, em que o regime da parceria com a iniciativa privada se revele como de superior qualidade frente à atuação isolada ou solitária do próprio Estado enquanto titular da atividade em questão; b) não libera a Administração da rigorosa observância dos princípios constitucionais da publicidade, da moralidade, da impessoalidade, da eficiência e, por conseguinte, da garantia de um processo objetivo e público para a qualificação das entidades como organizações sociais e sua específica habilitação para determinado 'contrato de gestão'; c) não afasta a motivação administrativa quanto à seleção de uma determinada pessoa privada, e não outra, se outra houver com idêntica pretensão de emparceiramento com o Poder Público; d) não dispensa a desembaraçada incidência dos mecanismos de controle interno e externo sobre o serviço ou atividade em concreto regime de parceria com a iniciativa privada. (...) A opção por se adotar o regime jurídico-privado para prestar o serviço, ao se classificar uma entidade como 'organização social', não indica que o momento lógico anterior a essa prestação deve também representar a expressão de um lado autônomo do Poder Público. A Administração não passa, a partir da edição da Lei 9.637/98, a deter autonomia – na melhor acepção de direito privado – para escolher a condução de suas ações. Caberá ao gestor percorrer todo o caminho jurídico e administrativo para que, ao fim, obtenha decisão construída num ambiente propício ao controle de suas razões' (grifos nossos). Tecidas essas considerações, os demais apontamentos levantados serão abordados tendo em vista os objetivos para os quais foram criados os institutos do Contrato de Gestão e das Organizações Sociais. Com efeito, aludidos institutos foram concebidos como instrumentos de implementação do Programa Nacional de Publicização – PNP, inserido no âmbito do Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, nos quais as OSs assumem um modelo de parceria com o Estado para a consecução de interesses públicos, em tese, comuns. Neste passo, é importante reproduzir os argumentos lançados pelo Ilustre Ministro Gilmar Mendes, no voto exarado quando do julgamento da Medida Cautelar incidente na já mencionada Ação Declaratória de Inconstitucionalidade da Lei Federal nº 9.637/985

5 ADI – MC 1.923-5 – grifamos.

, pois será com base nestes argumentos que o contrato em apreço será analisado: 'O programa de publicização, portanto, permite ao Estado compartilhar com a comunidade, as empresas e o Terceiro Setor a responsabilidade pela prestação de serviços públicos como os de saúde e educação. Trata-se, em outros termos, de uma parceria entre o Estado e a sociedade na consecução de objetivos de interesse público, com maior agilidade, eficiência. (...) As Organizações Sociais, portanto, traduzem um modelo de parceria entre o Estado e a sociedade para a consecução de interesses públicos comuns, com ampla participação da sociedade. De produtor direto de bens e serviços públicos o Estado passa a constituir o fomentador das atividades publicizadas, exercendo, ainda, um controle estratégico de resultados dessas atividades. O contrato de gestão constitui o instrumento de fixação e controle de metas de desempenho que assegurem a qualidade e efetividade dos serviços de prestação à sociedade. Ademais, as Organizações Sociais podem assimilar características de gestão cada vez mais próximas das praticadas no setor privado, o que deverá representar, entre outras vantagens: a contratação de pessoal nas condições de mercado; a adoção de normas próprias para compras e contratos; e ampla flexibilidade na execução do seu orçamento. (...) Esse novo modelo de administração gerencial realizado por entidades públicas, ainda que não estatais, está voltado mais para o alcance de metas do que para a estrita observância de procedimento. A busca da eficiência dos

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resultados, por meio da flexibilização de procedimentos, justifica a implementação de um regime todo especial, regido por regras que respondem a racionalidades próprias do direito público e do direito privado' (grifos nossos). Pois bem, dos argumentos apresentados por este Ilustre Ministro do STF, pode-se retirar quatro aspectos essenciais à figura do contrato de gestão: o planejamento, a capacidade operacional da OS, a fiscalização e os resultados obtidos. Isto porque o contrato de gestão foi concebido como um instrumento de fixação de metas para realização destas, o que pressupõe, necessariamente, o planejamento da ação administrativa a partir do diagnóstico da situação existente, de forma a viabilizar o estabelecimento das metas almejadas; algo que dispensa a estrita observância de certos procedimentos formais, mas determina o controle de metas e resultados, o que pressupõe a existência de fiscalização efetiva e eficaz; que pretende assegurar a qualidade e efetividade dos serviços, o que pressupõe a competência ou capacidade operacional da OS adequada à dimensão dos serviços a serem prestados e o alcance dos resultados pretendidos. E que a relação custo/benefício seja razoável em termos de economicidade. Os contratos de gestão, enquanto forma da parceria público-privada, produziriam mais e melhores serviços com um custo menor. Essa premissa essencial – mais e melhores serviços com menor custo – é algo que deve estar em permanente demonstração no andamento do contrato de gestão, porque é isso que fundamenta a substituição da prestação direta pelo poder público e a escolha, então, pela parceria público-privada. Destarte, é com base nesses quatro aspectos que serão julgados o contrato e a execução contratual. PLANEJAMENTO. Diversas situações apuradas durante a instrução me fazem crer que o planejamento prévio do contrato de gestão em apreço não ocorreu, ou ocorreu de forma absolutamente insuficiente, a ponto de comprometer sua lisura. A primeira questão diz respeito ao levantamento do diagnóstico da situação existente na Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme, que deveria ser feito preliminarmente pela Secretaria Municipal da Saúde. A análise do conteúdo do Anexo Técnico II – Apoio à Integração demonstra que referido diagnóstico não foi realizado pela Secretaria, uma vez que a atribuição quanto ao referido Anexo consta, paradoxalmente, como obrigação da OS, o que me faz concluir que o presente contrato foi celebrado sem que a Secretaria conhecesse a realidade concreta e específica existente na microrregião para, a partir desta apreensão da realidade local, fixar as metas a serem alcançadas pela OS, bem como os meios adequados para tanto. Oportuno, neste passo, trazer a colação as ditas 'tarefas' a serem desenvolvidas pela OS, durante o primeiro trimestre do contrato: 'III.A – CONHECIMENTO DO PERFIL POPULACIONAL DA MICRORREGIÃO VILA MARIA/VILA GUILHERME E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE. A Organização Social, a partir dos dados existentes na Secretaria Municipal da Saúde, referentes aos principais problemas de saúde da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme, desenvolverá atividades de consenso entre gestores, profissionais e representantes da comunidade local, para identificar os problemas de saúde que devem ser priorizados nas intervenções a serem realizadas nas diferentes unidades de saúde. Resultado esperado: Documento técnico consensuado com os problemas de saúde priorizados passíveis de serem enfrentados pelas unidades da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. III.B – CONHECIMENTO DOS FLUXOS DA DEMANDA NA MICRORREGIÃO VILA MARIA/VILA GUILHERME A Organização Social estabelecerá um mecanismo para conhecer a origem e fluxos de pacientes entre as diferentes unidades de saúde que compõem a Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. O mecanismo permitirá conhecer: - Origem da demanda das diferentes unidades. - Fluxos existentes entre unidades de saúde da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. - Fluxos provenientes de outras regiões. - Fluxos de pacientes atendidos fora da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. Resultado esperado: identificação das respectivas áreas de influência das diferentes unidades da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. III.C – CONHECIMENTO DA OFERTA DE

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SERVIÇOS DAS DIFERENTES UNIDADES DE SAÚDE A Organização Social implantará um mecanismo para conhecer as diferentes especialidades e tipologia de serviços ofertados nas diferentes unidades da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme, em parceria com a Coordenadoria Regional de Saúde Norte. Resultado esperado: relatório de serviços e especialidades ofertados pelas unidades. III.D – CONHECIMENTO DA CAPACIDADE INSTALADA NAS UNIDADES DE SAÚDE A partir dos padrões existentes sobre produção de serviços de saúde, na rede básica e na rede hospitalar, assim como os recursos e instalações das unidades, a Organização Social estabelecerá um mecanismo para identificar a produção potencial das diferentes unidades da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme. Este trabalho será realizado em colaboração estreita com a Coordenadoria Regional de Saúde Norte. Resultado esperado: relatório contendo a produção potencial das diferentes unidades de saúde da Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme'. Assim, do teor das atividades a serem desenvolvidas pela OS no início da execução contratual, pode-se concluir que cabia à contratada identificar: a) os problemas de saúde que devem ser priorizados nas intervenções a serem realizadas nas diferentes unidades de saúde; b) a origem e os fluxos de pacientes entre as diferentes unidades de saúde que compõem a Microrregião Vila Maria/Vila Guilherme; c) as diferentes especialidades e tipologia de serviços ofertados; d) a produção potencial das diferentes unidades da Microrregião. Ou seja, cabia à contratada realizar o diagnóstico. Portanto, competia à Organização Social a elaboração da própria base da política de saúde para a Microrregião, o que configura uma abdicação inadmissível de competência intransferível do Poder Público. Outra situação que confirma a ausência de uma ação planejada previamente pela Administração é o atraso nos repasses de recursos e, mais ainda, a própria ausência de empenho assegurando a disponibilidade financeira do exercício, o que atingiu direta e negativamente o alcance do que seriam as metas. Conforme relatado, restou comprovado que, com exceção dos meses de julho e setembro de 2008, os repasses previstos nos Programas de Trabalho (Contrato e Aditamento), relativos às despesas com custeio e investimento, foram efetuados depois do prazo previsto. Os atrasos nessas transferências comprometeram substancialmente o cronograma de reformas e aquisição de equipamentos para as unidades de saúde, além de diminuir sensivelmente a execução do gasto com custeio. É o que se verifica dos números apurados pela Coordenadoria IV, quando da análise da execução financeira do ajuste. Conforme levantado, a previsão de repasse para despesas de custeio foi de R$ 39.966.160,56 (trinta e nove milhões, novecentos e sessenta e seis mil, cento e sessenta reais e cinquenta e seis centavos). O valor efetivamente repassado para a OS somou R$ 33.933.834,19 (trinta e três milhões, novecentos e trinta e três mil, oitocentos e trinta e quatro reais e dezenove centavos). Deste montante, houve a execução, sempre pela OS, de apenas R$ 10.200.630,42 (dez milhões, duzentos mil, seiscentos e trinta reais e quarenta e dois centavos), ou seja, 29,76% do total repassado. Em relação aos repasses e à execução destinados a investimentos, os recursos repassados correspondem à totalidade do previsto nos Programas de Trabalho, porém o executado corresponde a somente 0,58% do transferido. A justificativa da Origem, alegando genericamente a crise mundial e uma suposta e consequente queda de arrecadação, com contingenciamento de recursos orçamentários, não se sustenta, uma vez que, simplesmente, não houve a alegada queda de arrecadação, tampouco qualquer ato formal de contingenciamento orçamentário. Com efeito, o Relatório das Contas do Executivo de 2009, já elaborado por esta Corte de Contas, revela, no item 'Despesa Empenhada por Função', acréscimos significativos na função Saúde, a exemplo do aumento de gastos com operação e manutenção de unidades hospitalares, prontos-socorros e pronto- atendimento, inclusive gastos relacionados à operação e manutenção das AMAs e AMAs Especialidades. Acréscimos da despesa empenhada para a Saúde em 2009:

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Descrição 2008 2009 Dif 09 - 08 % Oper./Manut. Unid. Hospitalares, Prontos-Socorros e Pronto-Atendimento 822.209 1.235.742 413.533 50,3 Implementação e Manutenção da Estratégia Saúde da Família 382.310 460.545 78.235 20,5 Sistema Municipal de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria do SUS 480.208 536.368 56.160 11,7 Operação e Manutenção do Serv. de Atendimento Médico de Urgência – SAMU 17.981 47.466 29.484 164,0 Construção e Instalação do Hospital Municipal de M'Boi Mirim 24.441 - (24.441) (100,0) Implementação e Manutenção da Assistência Farmacêutica e Remédio em Casa 122.032 97.801 (24.232) (19,9)

Outros 1.627.688 1.583.118 (44.570) (2,7)

Subtotal 3.476.869 3.961.039 484.170 13,9

Transferência Financeira AHM 586.602 522.772 (63.830) (10,9)

Transferência Financeira HSPM 142.292 123.571 (18.721) (13,2)

Total 4.205.763 4.607.382 401.619 9,5 Ou seja, os empenhos nos gastos totais com Saúde cresceram 9,5% em 2009. No que diz respeito à gestão financeira global da PMSP, sempre em 2009, os números indicam que a crise mundial não gerou maiores dificuldades, uma vez que, em 31/12/2009, havia disponível em caixa R$ 2.081.944.744,78 (dois bilhões, oitenta e um milhões, novecentos e quarenta e quatro mil, setecentos e quarenta e quatro reais e setenta e oito centavos). Importa, ainda, destacar que o alegado contingenciamento não afetou outros contratos de gestão, a exemplo do contrato celebrado com o SECONCI, já julgado por esta Corte, no qual todos os repasses foram realizados ao tempo previsto, a despeito da extrema limitação de desempenho por parte da OS, também naquele caso, na execução das despesas contratuais. Com base no quanto articulado, concluo que o atraso nos repasses não foi fruto da crise econômica mundial, mas da ausência de planejamento da Secretaria Municipal da Saúde. CAPACIDADE OPERACIONAL DA OS. A despeito de não haver questionamentos acerca da preliminar qualificação formal da OS para firmar o presente Contrato de Gestão, é fato que a SPDM demonstrou ao longo da execução contratual capacidade operacional específica incompatível com a condição do objeto, embora este se apresentasse mal definido de início. Neste ponto, cumpre esclarecer que o contrato previu, inicialmente, a assunção imediata pela SPDM de apenas três unidades de saúde: Parque Novo Mundo I, Parque Novo Mundo II e UBS/AMA Vila Guilherme. As demais unidades de saúde, num total de nove, seriam assumidas desde que 'atendidos o interesse público, as metas pactuadas e os resultados obtidos na gestão das unidades acima' (cláusula primeira do Contrato nº 06/2008). Todavia, a despeito das condições contratualmente impostas para a assunção das demais unidades de saúde, passados longos dez meses da assinatura do contrato, foi celebrado o Termo Aditivo nº 01/2008, por meio do qual só então as unidades restantes foram assumidas pela SPDM. A questão da capacidade operacional específica vem à tona, pois, durante a execução contratual, restou comprovado que inúmeras insuficiências foram apresentadas pela OS quando da assunção das unidades. Com efeito, a própria Origem confirma as dificuldades da OS em dar início à execução do contrato, 'mormente, no que toca à contratação de profissionais, serviços e compra de materiais', a despeito da sua alegada grande experiência (fl. 163). Tal situação levou a Secretaria Municipal da Saúde a promover, ela própria, o custeio de insumos administrativos e o pagamento de empresas terceirizadas, sob o argumento de que: 'a SPDM

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passou por um processo inicial de ambientação e adaptações, o que exigiu uma ajuda da SMS no início da execução do contrato de gestão nas contratações mencionadas. Neste sentido, enquanto a OS contratava diretamente e treinava os funcionários, a SMS foi auxiliando no pagamento. Aos poucos esse procedimento está sendo concluído e os contratos da SMS com as empresas sendo encerrados, de forma que, a partir de março (ano de 2010), a OS assumirá essas obrigações completamente' (fl. 163). Frise-se que o contrato de gestão foi firmado em fevereiro/2008. Diante das informações prestadas pela Origem, em especial a de que a situação somente seria normalizada em março de 2010, ou seja, dois anos após a celebração do ajuste (cujo prazo previsto era de três anos), é forçoso concluir que a SPDM não reunia condições suficientes para assumir as unidades de saúde. Todavia, as condições impostas pela cláusula primeira do contrato foram desprezadas integralmente pela Secretaria Municipal da Saúde, pois, diante das dificuldades relatadas pela própria Origem e dos índices de execução realizados pela OS, de apenas 29,76% do montante repassado para custeio e de somente 0,58% para investimentos, as nove unidades de saúde restantes foram repassadas para a SPDM, por meio do Termo Aditivo nº 01/2008, que promoveu uma majoração do valor inicialmente previsto para R$ 73.578.835,93 (setenta e três milhões, quinhentos e setenta e oito mil, oitocentos e trinta e cinco reais e noventa e três centavos), agora para o período de somente 12 meses. Isto quando o contrato previa, inicialmente, R$ 31.674.083,49 (trinta e um milhões, seiscentos e setenta e quatro mil, oitenta e três reais e quarenta e nove centavos) para 36 meses. Outra questão que demonstra a insuficiência de capacidade operacional da SPDM refere-se às equipes médicas. A análise da produtividade do Programa Saúde da Família nas Unidades Parque Novo Mundo I e Parque Novo Mundo II, realizada pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle no 1º semestre de 2009, revelou que o número de consultas médicas se distanciou da produtividade estipulada, apresentando resultados da ordem de 79,9% e 76,5% do previsto. Ao justificar tal questionamento, a SPDM informou, conforme já mencionado, que a 'situação decorre da falta de médicos generalistas e da alta rotatividade destes profissionais, que dificultam a lotação das vagas existentes, apesar da insistente procura da OS SPDM para cumprir as metas de produção propostas' (fl. 185). Diante desta informação, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle entendeu ser possível relevar a infringência apontada, uma vez que a causa de sua existência seria fator externo à ação da OS. No entanto, a meu ver, a falha apresentada pela OS na disponibilização de médicos não decorre, em hipótese alguma, de fator externo às obrigações por ela assumidas quando da celebração do ajuste. Afinal, a agilidade na contratação de profissionais pelas Organizações Sociais, que prescinde da necessidade de realização de concurso público e segue procedimentos do mercado de trabalho privado, é um dado fundamental a justificar a realização dos próprios contratos de gestão, pois estes, com tais procedimentos ágeis, trariam mais rapidez e eficiência na prestação dos serviços, conforme, inclusive, apontado pelo Ilustre Ministro do STF, Gilmar Mendes. Não é o que acontece "in casu". Passando ao largo da questão da terceirização na contratação dos médicos por parte das Organizações Sociais, o fato concreto aponta para a ineficiência da SPDM em disponibilizar equipes médicas qualificadas, o que, comprovadamente, afetou a produtividade do contrato e, consequentemente, a prestação dos serviços à população. FISCALIZAÇÃO. A Procuradoria da Fazenda Municipal informou, como argumento pretensamente favorável, que a Comissão de Acompanhamento e Fiscalização fora designada pela Portaria nº 1176/2010-PREF, de 10/12/2010, ou seja, passados dois anos e nove meses da celebração do contrato de gestão, o que é absolutamente inadmissível diante da atribuição legalmente fixada à Comissão, pelo art. 41 do Decreto Municipal nº 49.543/08, que regulamenta a Lei Municipal nº 14.132/06, de analisar o relatório pertinente à execução de tal contrato de gestão, contendo comparativo específico entre as metas propostas e os resultados alcançados, acompanhados da prestação

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de contas apresentada pela Organização Social, ao término de cada exercício financeiro. Sobre as alegações da Origem, no sentido de que o monitoramento do contrato vem sendo realizado por meio do Sistema de Avaliação e Acompanhamento dos Serviços de Saúde (SAASS), do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) e da Comissão Técnica de Acompanhamento (CTA), o que viabilizará 'o trabalho de compilação dos dados que nortearão a análise de metas e resultados previamente estabelecidos pelas parceiras no Contrato de Gestão nº 06/2008' (fl. 161), o fato é que tais meios não suprem as atribuições legalmente definidas de um órgão próprio de fiscalização/acompanhamento. E não se trata de meramente compilar dados que nortearão essas atividades, mas de realizá-las concretamente. Cabe destacar, também, que a CTA não substitui a CAF, cuja composição deve contar com dois representantes da sociedade civil, significando o controle social sobre a atividade. E mais, as informações coletadas pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, ao momento da análise da presente execução contratual, indicam que a última reunião ordinária da CTA, na qual foram avaliados indicadores de desempenho, havia sido realizada em 28/10/2008. Encontravam-se, então, ainda pendentes de avaliação os relatórios do quarto trimestre de 2008 e do primeiro trimestre de 2009. Quanto ao controle interno, a Coordenadoria IV constatou que 'nenhuma das despesas realizadas até o momento passou pelo crivo do controle interno' da Secretaria Municipal da Saúde, o que impediu que o NTCSS (Núcleo Técnico de Contratação de Serviços de Saúde) se manifestasse quanto à qualidade e veracidade das informações contidas no relatório de prestação de contas apresentado pela OS, inviabilizando uma conclusão acerca da aplicação dos recursos de acordo com o Programa de Trabalho, ou, mesmo, se estes foram aplicados efetivamente em atividades correlatas ao contrato de gestão. O que nossa auditoria verificou é que os relatórios de prestação de contas da OS ficavam em pastas sem verificação. Cada relatório não era objeto da respectiva manifestação do controle interno, como seria imprescindível. A dinâmica teria que ser outra, ou seja, a OS faz o relatório de prestação de contas, referente a um determinado período, e, num prazo breve, existe a resposta correspondente do controle interno quanto àquele relatório. E tudo isso com publicidade. Esses dados deveriam ser disponibilizados também na internet, para que exista controle social, controle público, para que, inclusive, a sociedade possa verificar se aqueles pressupostos essenciais, que são de mais e melhores serviços por um menor custo, estão se realizando. Como nada disso vem acontecendo no período considerado, o que se constata é que se trata de uma situação de descontrole em que um volume grande de recursos públicos é repassado à Organização Social com base em uma confiança genérica, estabelecida apenas a partir da qualificação formal inicial, o que é inaceitável, porque recurso público exige o devido acompanhamento sistemático quanto à sua utilização. As informações assim articuladas me levam à conclusão no sentido de que a fiscalização de controle interno foi absolutamente precária. RESULTADOS OBTIDOS. Conforme já referido, números apurados pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, quando da análise amostral da execução financeira do contrato, demonstram que os resultados obtidos estão bem aquém do previsto nos Programas de Trabalho. No item custeio, foram executados apenas 29,76% do montante repassado. Em relação aos investimentos, o valor executado corresponde a somente 0,58% do transferido. No que toca às Novas Ações previstas no Programa de Trabalho 2009, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle constatou que estas estavam em diferentes estágios de implantação, conforme já relatado, sendo que 72,8% ainda não tinham sido concluídas, e algumas sequer tinham sido iniciadas. Os esclarecimentos da Origem merecem nova e repetida transcrição: 'sobre isso, a SMS reconhece que não obstante os repasses terem sido efetuados em sua totalidade, o atraso de fato ocorreu. Em virtude disso, os preços e serviços inicialmente previstos sofreram algumas majorações e alterações, ensejando a necessidade de adequação. Por isso, verificou-se que o atingimento das metas se restringiu a 30%, pois isso

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se deveu a uma dificuldade da OS em gerenciar os recursos'. Com efeito, as próprias palavras da Origem admitem, textualmente, que os resultados ou metas fixadas não foram alcançados, em virtude da sua falta de planejamento, caracterizada no atraso dos repasses, e, também, em virtude da incapacidade operacional da OS. O que aconteceu foi que, durante esse período, pelo que constou do relatório, serviços de saúde não foram prestados, implantação de infraestruturas e de equipamentos não foi realizada, pessoal não foi contratado, ou seja, aquilo que deveria ser produzido no âmbito do contrato de gestão, em grande medida, não foi efetivamente feito. E isso é um prejuízo à população, porque são serviços de saúde não prestados, e mais, sem aquela suposta qualidade adicional que o contrato de gestão deveria trazer. Não basta, frente a isso, a alegação genérica de que se está tomando providências, de que se está procurando melhorar futuramente. Existe um prejuízo irrecuperável. E, quanto a isso, eu dialogo com o parecer da Procuradoria da Fazenda Municipal: a irregularidade não é só quando há má utilização comprovada de recursos públicos, no sentido de corrupção, de desvio. Se o recurso público é repassado para pagar serviços de saúde e fica em aplicações financeiras da OS, se nesse processo de repasses o serviço de saúde não é bem prestado, isso significa que o dinheiro público foi disponibilizado e a sua finalidade não se realizou. Isso diz respeito à qualidade e ao resultado do gasto público, que é questão essencial, hoje, nas políticas públicas. A não prestação dos serviços de saúde com a quantidade e a qualidade melhoradas, e por um custo menor, e isto durante muitos meses, representa um prejuízo à saúde das pessoas, que não será anulado por uma suposta melhora futura. Não basta, no caso, a verificação da mera legalidade formal. É preciso indagar os resultados, e a questão do contrato de gestão é que a sua grande premissa é o resultado, seu fundamento conceitual é o resultado. Então, indagar os resultados é da essência da atividade do controle externo em relação a eles. Em face do quanto exposto, concluo que a Origem falhou nos quesitos essenciais à figura do contrato de gestão, que, conforme aduzido, fundamentam conceitualmente a existência mesma do modelo. Relembrando as palavras do Ministro Gilmar Mendes: 'o contrato de gestão constitui o instrumento de fixação e controle de metas de desempenho que assegurem a qualidade e efetividade dos serviços de prestação à sociedade'. No caso concreto, não houve planejamento, fixação e controle de metas, a fiscalização foi omissa, a capacidade operacional da SPDM insuficiente frente ao objeto contratual em concreto, e os resultados obtidos ficaram bem aquém daqueles precariamente previstos. A qualidade e a efetividade dos serviços não restaram garantidas à sociedade, nem tampouco as vantagens quanto a seu custo/benefício. Isso posto, julgo irregulares o Contrato de Gestão nº 06/2008, o Termo Aditivo nº 01/2008 e a respectiva execução contratual e aplico multa no valor máximo previsto, de R$ 481,02, ao Senhor Secretário Municipal da Saúde, diante do quanto foi evidenciado. Em atenção à recomendação proposta pelo Nobre Conselheiro Antonio Carlos Caruso, determino o encaminhamento de cópia do Acórdão ao Excelentíssimo Senhor Prefeito do Município de São Paulo, ao Excelentíssimo Senhor Secretário Municipal da Saúde, à Câmara Municipal de São Paulo, ao Ministério Público do Estado de São Paulo, ao Ministério Público Federal e ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS-DENASUS, vinculado ao Ministério da Saúde. Participaram do julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Caruso – Revisor e Roberto Braguim. Ausente o Conselheiro Eurípedes Sales, por motivo previamente justificado. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Gianfrancesco Genoso. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 11 de maio de 2011. a) Edson Simões – Presidente; a) Maurício Faria – Relator." Retomando a palavra, o Conselheiro Presidente Edson Simões assim se expressou: "Com a palavra, os Senhores Conselheiros, bem como a Procuradoria da Fazenda Municipal, para as considerações finais. Concedida a palavra ao Doutor Gianfrancesco Genoso, Procurador Chefe da Fazenda Municipal, Sua Senhoria manifestou-se nos seguintes termos: "A Procuradoria da

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Fazenda Municipal gostaria de se associar aos Senhores Conselheiros pelo passamento do Conselheiro Altino Machado, que foi Procurador Geral da Fazenda, de 1969 a 1975. Frequentava muito a Procuradoria e era um homem excepcional, um poeta." De posse da palavra, o Conselheiro Presidente Edson Simões concluiu: "Poeta e humanista." Prosseguindo, o Conselheiro Presidente Edson Simões comunicou ao Egrégio Plenário a transferência da pauta de reinclusão, tendo em vista a ausência do Conselheiro Eurípedes Sales. Por derradeiro, o Presidente convocou os Senhores Conselheiros para a Sessão Ordinária 2.558ª, a se realizar no próximo dia 18 de maio, quarta-feira, às 15 horas. Nada mais havendo a tratar, às 18 horas, o Presidente encerrou a sessão, da qual foi lavrada a presente ata, que vai subscrita por mim, RENATO TUMA, __________________________, Secretário Geral, e assinada pelo Presidente, pelos Conselheiros, pelo Procurador Chefe da Fazenda e pelos Procuradores. São Paulo, 11 de maio de 2011.

_______________________________ EDSON SIMÕES

Presidente

__________________________ __________________________ ANTONIO CARLOS CARUSO ROBERTO BRAGUIM Vice-Presidente Corregedor

_________________________ __________________________ EURÍPEDES SALES MAURÍCIO FARIA Conselheiro Conselheiro

__________________________________ GIANFRANCESCO GENOSO Procurador Chefe da Fazenda

______________________________ __________________________ MARIA HERMÍNIA P. P. S. MOCCIA FÁBIO COSTA COUTO FILHO Procuradora da Fazenda Procurador da Fazenda

LSR/amc/mfc/mcam/smvo/mo ATA DA 2.557ª SESSÃO (ORDINÁRIA)