Atopia Felina

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  • 8/19/2019 Atopia Felina

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     Márcia Moller Nogueira

    ATOPIA FELINA

    BELO HORIZONTE

    2011

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    Márcia Moller Nogueira

    Atopia Felina

    Revisão  de Literatura para o

    cumprimento de atividades

    referentes ao Curso de

    Especialização Lato Sensu em

    Clínica Médica e Cirúrgica de

    Felinos 2009. Belo Horizonte - MG 

    BELO HORIZONTE

    2011

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    SUMÁRIO

    1  Introdução ................................................................................................... 7 

    Objetivos ..................................................................................................... 8 

    3  Patogenia .................................................................................................... 9 

    4  SINTOMAS CLÍNICOS .............................................................................. 11 

    4.1  Dermatite miliar ................................................................................... 12 

    4.2  Placas Eosinofílicas ............................................................................ 12 

    4.3  Granuloma eosinofilico ........................................................................ 12 

    4.4  Úlcera indolente .................................................................................. 13 

    4.5  Alopecia auto induzida ........................................................................ 13 

    4.6  Prurido cervicofacial ............................................................................ 14 

    4.7  Asma ................................................................................................... 14 

    5  Diagnóstico ............................................................................................... 15 

    5.1  Exame parasitológico do raspado cutâneo(EPRC): ............................ 15 

    5.2  Citologia .............................................................................................. 15 

    5.3  Cultura fúngica .................................................................................... 16 

    5.4  Lâmpada de Wood .............................................................................. 16 

    5.5  Tricogramas ........................................................................................ 16 

    5.6  Histopatologia ..................................................................................... 16 

    5.7  Controle de pulgas .............................................................................. 17 

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    5.8  Alergia alimentar ................................................................................. 17 

    5.9  Testes alérgicos .................................................................................. 17 

    5.10  Diagnostico diferencial ..................................................................... 19 

    6  TRATAMENTO ......................................................................................... 20 

    6.1  Tratamento sintomático do prurido: ..................................................... 20 

    6.2  Terapia sistêmica : .............................................................................. 20 

    6.2.1  Glicocorticóides ............................................................................ 20 

    6.2.2  Anti-histamínicos .......................................................................... 22 

    6.2.3  Ciclosporina A (CsA) .................................................................... 23 

    6.2.4  EFA (Ácidos graxos insaturados) ................................................. 24 

    6.3  Terapia Tópica .................................................................................... 25 

    6.3.1  Tipos de Terapia Tópica ............................................................... 25 

    6.4  Oxatomida ........................................................................................... 26 

    6.5  Luz ultravioleta .................................................................................... 26 

    6.6  Terapias em estudo............................................................................. 27 

    6.7  Imunoterapia ....................................................................................... 27 

    6.8  Fatores psicogênicos .......................................................................... 28 

    6.9  Alergias ............................................................................................... 29 

    6.9.1  Dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP) ............................ 29 

    6.9.2 

    Hipersensibilidade alimentar (HA) ................................................ 29 

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    6.9.3  Dermatite atópica (DA) ................................................................. 29 

    7  CONCLUSÃO ........................................................................................... 31 

    8  ANEXOS ................................................................................................... 32 

    9  BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 36 

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    RESUMO

    A atopia felina é uma dermatopatia pruriginosa, de caráter hereditário, em que

    os animais desenvolvem reações de hipersensibilidade a alérgenos ambientais,

    parasitas e trofoalérgenos. Sua patogenia não é totalmente esclarecida,

    havendo necessidade de novas pesquisas para uma melhor compreensão e

    desenvolvimento de novas terapias, as quais visam formas de controle do

    prurido para melhorar a qualidade de vida.

    Palavras – chave : Atopia . Hipersensibilidade . Alérgenos .

    ABSTRACT

    Feline Atopy is an itchy skin disease, hereditary, in which animals develop

    hypersensitivity reactions to environmental allergens, parasites andtrofoalérgenos. Its pathogenesis is not fully understood, requiring further

    research to better understanding and development of new therapies, which aim

    to control the itching ways to improve the quality of life. 

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    1 INTRODUÇÃO

    A atopia felina é uma doença inflamatória crônica envolvendo uma

    predisposição hereditária a desenvolver reações de hipersensibilidade à

    antígenos. Podem ocorrer sinais respiratórios, digestivos, oculares edermatológicos, sendo a dermatite atópica uma das mais comuns

    manifestações clinicas.

    Considerada a segunda doença alérgica mais comum em gatos, a atopia foi

    descrita pela primeira vez em 1982 (REEDY,1982). Sua imunopatogenia ainda

    não está totalmente compreendida. Há poucos trabalhos publicados e com um

    pequeno número de animais. Estima-se que a incidência da dermatite atópica

    varia amplamente. A predileção genética não foi comprovada e a única

    evidência que suporta a existência de hereditariedade na espécie felina foi a

    ocorrência de uma dermatopatia muito semelhante a atopia, desenvolvida por

    três ninhadas de gatos da mesma família (MORIELLO, 2001). Há indicação de

    predisposição em algumas raças, como por exemplo, no abissínio

    (BETTENAY,1998).

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    2 OBJETIVOS

    A atopia felina se constitui em uma patologia de ocorrência frequente na clínica

    veterinária, sendo uma das principais causas de prurido no felino. Seu

    diagnóstico é um desafio para os clínicos veterinários, e por ser uma doença defundo alérgico, o objetivo do tratamento é minimizar os sintomas e obter um

    controle do prurido com doses mínimas de medicação, visando melhorar a

    qualidade de vida dos animais.

    O aumento do numero dos casos clínicos e os poucos trabalhos realizados

    requer a revisão desta dermatopatia, objetivando um maior entendimento da

    patogenia e um tratamento mais eficaz.

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    3 PATOGENIA

    A atopia felina é multifatorial e sua fisiopatologia está relacionada a mutações

    genéticas que levam a alterações da barreira tegumentar, e na resposta imune

    antimicrobiana e a hiper reatividade cutânea a aeroalérgenos,antígenosmicrobianos, irritantes e trofoalérgenos. Os alérgenos não sazonais são mais

    comuns (reações positivas em torno de 90 % dos gatos testados) (CARLOTTI ,

    PROST , 1988 ;PROST, 1993; SCOTT, 1986). Em um estudo de 28 gatos

    atópicos ,50% foram reativos tanto para alérgenos não sazonais quanto

    sazonais (DPROST, 1988 ). Este estudo também demonstrou reatividade a

    alérgenos da pulga em 40 % dos gatos. Reações ao ácaro da poeira doméstica

    (principalmente Dermatophagoides farinae ) são os mais prevalentes dasreações não sazonais, e geralmente 80 % ou mais positivos em gatos atópicos.

    Outros alérgenos como tabaco, podem causar reações em alguns gatos

    (GILBERT,1999 ; PROST,1993 ) .

    A sensibilização ocorre quando o alérgeno é inalado, ingerido ou absorvido

    percutaneamente. Isso resulta na formação de IgE específico para aquele

    alérgeno, o qual se fixa nos mastócitos e basófilos por uma alta afinidade para

    o receptor IgE.(Fc E RI) (GILBERT S ,1999).As moléculas de IgE são

    transportadas para a superfície dos mastócitos. Isto é um sinal para os

    mastócitos degranularem e liberarem mediadores inflamatórios, sendo uma

    reação de hipersensibilidade tipo 1. A histamina é o mediador mais importante

    mas outras enzimas (KIMMINS e ECF )também podem estar envolvidas.

    Estudos recentes feitos comprovam a existência do IgE felino in vitro e ensaio

    para uso em gatos (REINERO,2009).Há aumento do número de células deLangerhans, células dendríticas da derme de classe 2 MHC,e predominância

    de células T CD4+(ROOSJE PJ,1997).As células Th2 e expressão IL-4 também

    devem ter um papel na atopia felina (ROOSJE PJ,1995).Estudos mostram que

    o grande número de células dérmicas mastócitos são encontradas na pele das

    orelhas,o que pode explicar as lesões da região cefálica e cervical que podem

    ser vistas quando o gato coça as orelhas(FOSTER AP,1994; KOEMAN

    JP,1998).Em gatos com dermatite miliar recorrente foi reportado um aumentosignificativo do número de células T na derme. Células IL-4+ foram

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    encontradas em quantidade maior em pele com lesão e sem lesão de gatos

    alérgicos do que de gatos controle saudáveis (ROOSJE PJ,2004).Em outro

    estudo gatos atópicos não apresentaram altas concentrações significativas de

    IgE especifico comparados a gatos normais(TAGLINGER K,2005).

    O endoparasitismo (ex: Toxocara cati ) em menor grau e a vacinação

    (envolvendo vírus vivo atenuado) tem sido mostrado favorecer a produção de

    IgE experimentalmente com administração de antígenos orais mas nesses

    estudos não ocorreu sinais clínicos de atopia (GILBERT,1998).

    Foi descrito um aumento do numero de células CD4+T e interleucina(IL-4)

    expressão nas células da pele de gatos com dermatite atópica,sustentando opapel de dependência do TH2 na patogênese da doença(ROOSJE,1995).

    O IgE putativo felino foi descrito em gatos e reportam que existe um

    envolvimento familiar na dermatite atópica felina(DEBOER,1993;SCOTT,1993).

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    4 SINTOMAS CLÍNICOS

    O sintoma principal é o prurido, que 100% dos gatos demonstram (MULLER e

    KIRK). O prurido pode ser sazonal ou não, dependendo dos alérgenos. O

    prurido pode não ser percebido pelo proprietário, e nesses casos, umaevidencia do prurido pode ser o vômito dos tricobezoares, pelos nas fezes,

    tufos de pêlos nas áreas em que o gato se esconde e tricogramas em que se

    vê pelos tonsurados. O prurido se manifesta por coceira, mordidas e

    lambeduras. Ele é constante e muitas vezes intenso. As áreas

    autotraumatizadas podem ser localizadas ou generalizadas. O sinal mais

    comum associado à atopia é a alopecia auto induzida, que pode ser bilateral e

    simétrica (REEDY, 1997 ; SCOTT, 1995).

    A idade varia de 6 meses a 8 anos, sendo que a maioria dos casos envolve

    gatos jovens com idade entre 6 meses e 3 anos (PROST,1998; SCOTT,1995).

    Não há predileção racial ou sexual. Os sinais podem ocorrer na pele ou no trato

    respiratório. Os mais comuns são a alopecia auto induzida, dermatite miliar,

    complexo granuloma eosinofílico (principalmente placas eosinofílicas), prurido,

    eritema, erosões e crostas na face, pescoço e orelhas (POWER,1995;

    SCOTT,1984). Alguns gatos podem apresentar diversas combinações desses

    padrões. Podem ocorrer também, com menos frequência, otite eritematosa

    bilateral, eritema de face, pododermatite, lambedura de patas, lesões nas

    regiões inguinal e axilar e anormalidades de queratinização (CARLOTT, 1989 ;

    HALLIWELL,1997). O prurido pode envolver outras áreas como porção caudal

    dos membros pélvicos, membros anteriores e/ou região lateral do tórax.

    Os sinais respiratórios podem variar de 0 a 50%, sendo: rinite (em um estudofoi relatado espirros em 50% dos casos) (MULLER e KIRK, 5ª edição), tosse

    crônica (bronquite/dispnéia associada asma). A doença respiratória,

    principalmente a asma, pode ocorrer sozinha ou em conjunto com a

    dermatopatia (CHRISTINE PROST). Algumas vezes pode ocorrer blefaro

    conjuntivite eritematosa. Dos gatos atópicos, 25% podem apresentar

    hipersensibilidade alimentar ou hipersensilibade a picada de pulgas ou ambas

    (MILLER e KIRKS, 6ª edição).

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    Pode ocorrer linfadenopatia em casos crônicos de dermatite miliar e placas

    eosinofílicas (POWER, 1995; SCOTT, 1995). A liquenificação é raramente

    descrita em gatos atópicos, e pode ocorrer secundariamente a piodermites de

    dermatite por Malassezia  (PRELAND,1991; SCOTT,1995). Em um outro estudo

    de 66 gatos atópicos, verificou-se que 8% tinham alergia alimentar e 50%

    tinham alergia a picada de pulgas (MILLER e KIRKS, 6ª edição).

    4.1 Dermatite miliar

    É um padrão de resposta causada mais frequentemente por reações alérgicas

    principalmente com hipersensibilidade a picada de pulgas, mas também com

    alérgenos ambientais, dermatose eosinofílica específica nos gatos. É

    caracterizada por pequenas pápulas crostosas, erosões e úlceras. Podem ser

    localizadas na região cefálica , cervical, dorsal ,ou generalizadas.

    4.2 Placas Eosinofílicas

    São acompanhadas de um prurido severo, e localizadas no abdômen ventral,

    na face medial dos membros pélvicos e região perianal. Elas são firmes,

    aumentadas, sempre ulceradas e inflamadas. As reações alérgicas

    (ectoparasitas, alergia alimentar ou alérgenos do ar) são a principal causa

    desse tipo de lesão.

    4.3 Granuloma eosinofilico

    Pode ser nodular ou linear. Ocorre frequentemente no gato, e o tipo da lesão é

    patognomônica. No gato as lesões possuem uma localização cutânea,

    mucocutânea ou oral.

    Placas ou pápulas, eritematosa ou amarelada, bem circunscrita e com

    distribuição linear, localizada na parte caudal dos membros pélvicos, pescoço,

    tórax e frente das pernas; placas ou nódulos nas orelhas; pododermatite com

    ulcerações nos coxins, eritema interdigital ou edema dos coxins; tumefação no

    lábio inferior ou região mentoniana.

    Nódulos firmes na região da língua e/ou palato, podendo ser ulcerados.

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    As lesões orais podem estar acompanhadas de anorexia, disfagia,

    hipersalivação e odor fétido da respiração. A diversidade de apresentação do

    granuloma eosinofílico dificulta o diagnóstico e muitas vezes é necessário uma

    biópsia seguida de exame histopatológico para o diagnóstico diferencial com

    neoplasia, micose ou abscesso. A principal causa do granuloma eosinofílico é

    alérgica ou parasitária.

    4.4 Úlcera indolente

    É comum, e sua patogênese é desconhecida. São úlceras bem definidas, com

    bordas aumentadas e firmes. O local mais comum é a junção da pele e

    membrana mucosa do lábio superior. Podem ser uni ou bilateral, e algumas

    vezes acompanhadas por linfadenopatia. A coexistência de uma úlcera

    indolente com placas ou um granuloma eosinofílico sugere que uma alergia

    preexistente desempenhe um papel na sua patogênese, especialmente porque

    a lesão muitas vezes resolve com terapia com antiparasitários, dieta de

    eliminação ou imunoterapia. Em um estudo, a dermatite por picada de pulgas

    foi induzida em 10 gatos, ambos com exposição intermitente e continua a

    pulgas. Cinco dos dez gatos desenvolveram úlceras labiais durante o período

    de estudo, e todos foram expostos a pulgas no inicio (COLOMBINI, 2001). O

    estudo identificou a transmissão hereditária da síndrome em uma família de

    gatos que desenvolveram lesões espontaneamente sem patologia associada. É

    provável uma predisposição genética (POWER, 1995). Como diagnóstico

    diferencial, devemos incluir úlceras de origem infecciosa (bactérias, fungos ou

    secundaria a Felv), úlceras traumáticas e neoplasias (carcinoma, tumor de

    células mastócitos e linfoma). As quatro formas de dermatose eosionofílicas

    podem ocorrer simultaneamente ou em tempos diferentes no mesmo gato.

    4.5 Alopecia auto induzida

    São lesões não inflamatórias com perda de pelame devido a lambedura. É

    comum no abdômen ventral, membros, flancos e região lombo-sacra. Deve-se

    fazer diagnóstico diferencial com alopecia psicogênica. Um estudo recente

    sugere que a alopecia psicogênica é diagnosticada errôneamente em gatos

    que apresentam como causa do prurido uma patologia medica (reação

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    alimentos ou atopia), em 76% dos pacientes que tinham diagnóstico de

    problema de comportamento (WAISGLASS, 2006).

    4.6 Prurido cervicofacial

    Severas lesões inflamatórias auto-induzidas com erosões, úlceras e crostas. A

    localização na cabeça é devido ao comportamento bisbilhoteiro e ao gosto do

    gato pela caça, que expõe a cabeça a organismos transmissores ou alérgenos,

    aos pelos ralos da região periauricular, focinho, e glândulas sebáceas

    volumosas no queixo. A atopia pode ser a causa do prurido na face e pescoço.

    As infecções bacterianas secundárias podem ocorrer.

    4.7 Asma

    Acredita que envolve hipersensibilidade tipo 1 a alérgenos inalados. Em um

    estudo recente, com 2 gatos com sinais respiratórios (tosse, respiração

    ruidosa,dispneia), mostraram teste alérgico intradérmico positivo com imagens

    de raio x e citologia bronquial. Houve remissão de sintomas em três gatos

    positivos para ácaros de estocagem ou batata quando se evitou o alimento

    seco. A imunoterapia foi efetiva no controle dos sinais em 12 gatos (PROST,

    2008). É provável que os alérgenos do ar atuem como fatores desencadeantes

    da asma. A asma é uma das apresentações da atopia em gatos.

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    5 DIAGNÓSTICO

    O diagnóstico se baseia na historia clínica (idade, raça, sazonalidade, resposta

    a esteróides, e presença do prurido e lambedura excessiva ), sinais clínicos e

    na exclusão de outras doenças pruriginosas .Os achados físicos e locais demanifestação do prurido podem nos ajudar no diagnóstico. A dermatite alérgica

    a picada pulgas, a hipersensibilidade alimentar e a atopia apresentam as

    mesmas reações cutâneas, sendo importante fazer um diagnóstico diferencial.

    O histórico completo e detalhado deve ser feito junto ao proprietário ,

    pesquisando inclusive fatores familiares . Uma inspeção direta da pele deve ser

    feita para identificar ectoparasitas como pulgas, piolhos ou carrapatos.Fazer

    também exame parasitológico do cerúmen para a pesquisa do Otodectescynnotis  .

    5.1 Exame parasitológico do raspado cutâneo(EPRC):

    Deve ser feito em todos os animais com prurido. Deve–se pesquisar os

    seguintes ectoparasitas:

    •  Cheyletiella blacket

    •  Otodectes cynnotis

    •  Notoedris cati

    •  Demodex cati

    •  Demodex gatoi

    •  Lynxacarus radovskyi

    5.2 Citologia

    Deve ser executada em todo gato com prurido com exceção dos que

    apresentam alopecia não inflamatória. Podemos colher material pelo raspado

    cutâneo ou pela fita adesiva. Em casos de piodermite podemos encontrar

    bactérias intracelulares ( neutrófilos e eosinófilos ). Os eosinófilos são células

    inflamatórias, sendo encontrados no complexo granuloma eosinofílico e nas

    alergias por ectoparasitas. A citologia auxilia também na identificação de

    neoplasias cutâneas .Podemos ter células acantolíticas sugerindo pênfigo

    foliáceo .

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    5.3 Cultura fúngica

    Deve-se realizar a coleta de pelame e crostas, quando há suspeita de

    dermatófitos Microsporum, Tricophytom ), para a realização do cultivo

    micológico.

    5.4 Lâmpada de Wood

    Deve-se examinar os pelos com a lâmpada de Wood nos casos suspeitos de

    dermatofitose. Os pelos que fluorescem devem ser retirados para o cultivo

    micológico. O exame direto do pelo ao microscópio pode identificar

    dermatofitose.

    5.5 Tricogramas

    Auxiliam ao determinar se a alopecia é causada por auto-traumatismo e,

    nesses casos, observa-se o pelo tonsurado (¨fraturado¨).

    5.6 Histopatologia

    O exame histopatológico auxilia bastante no diagnóstico diferencial. As lesões

    podem variar de acordo com a lesão clinica tomada como amostra. A dermatiteatópica não apresenta alterações muito características. São lesões

    semelhantes às vistas na dermatite miliar alérgica. Podemos ter acantose,

    crostas serocelulares e espongiose leve, erosões, úlceras e ou crostas

    serosas. Nos infiltrados inflamatórios superficiais e perifoliculares há

    predominância dos eosinófilos acompanhados por linfócitos e plasmócitos.

    Esse padrão inflamatório já foi reportado em casos confirmados de atopia felina

    (MORIELLO, 2001). Encontra-se poucos neutrófilos e histiócitos. Nota-sehiperplasia sebácea leve e dilatação apócrina rara. A fibrose laminar superficial

    da derme se mostra de forma leve a proeminente, se manifestando em alguns

    gatos com prurido induzido por autotraumatismo. Mastócitos intraepidérmicos

    também foram vistos em amostras de pele de gatos atópicos (principalmente

    aqueles com placas eosinofílicas). O tipo celular predominante são os

    eosinófilos. Os achados histopatológicos não são etiologicamente distintos de

    outras afecções de pele.

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    5.7 Controle de pulgas

    A alergia a picada de pulgas é a mais comum alergia em gatos. No teste de

    controle o gato deve ser mantido sem pulgas por 4 a 6 semanas, e assim,

    deve-se avaliar se houve remissão do prurido. O proprietário deve tratar todosos outros animais da casa, quando houver, e o ambiente. O nitenpiran possui

    eficácia de 100% em 3 horas contra pulgas adultas (Ctenocephalides felis ). Em

    animais que tem acesso a área externa de casa, usar o produto dia sim dia não

    durante 4 a 6 semanas. Pode-se usar produtos em formulação tópica a cada

    duas  semanas, durante 4 a 6 semanas. Na hipersensibilidade a picada de

    pulgas, vemos lesões de dermatite miliar no pescoço e ancas (EMILY

    WALTER; PETER IHRKE; THELMA GROSS). 

    5.8 Alergia alimentar

    Os sinais clínicos são os mesmos da atopia, mas eles se apresentam

    normalmente com prurido severo nas regiões cefálica e cervical. Para o

    diagnóstico, entra-se com uma dieta de eliminação por 8 a 12 semanas. Pode-

    se usar uma dieta comercial com proteína hidrolisada ou dieta caseira. Após

    esse período, reintroduzir a dieta original e observar a recorrência dossintomas. A alergia alimentar é não sazonal, e responde menos aos

    corticóides, e sempre envolve a cabeça e o pescoço (EMILY WALTER; PETER

    IHRKE; THELMA GROSS).

    5.9 Testes alérgicos

    Uma vez diagnosticada a dermatite atópica, os testes alérgicos são usados

    para determinar os alérgenos específicos aos quais o paciente é sensível,visando a manipulação de vacinas para a dessensibilização. Antes da

    realização do teste, é necessária a retirada de fármacos, que afetam os

    resultados dos testes:

    •  esteróides tópicos: 1 a duas semanas

    •  esteróides orais: 1 mês

    •  esteróides injetáveis: 3 a 6 meses

    •  antihistaminicos orais: 1 a 2 semanas

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    •  ácidos graxos orais: 1 a 2 semanas

    •  tranqüilizantes (acepromazina) oral ou injetável: 1 a 2 semanas

    Os alérgenos podem ser mantidos refrigerados a uma temperatura entre 2 e 8

    graus centígrados por um período de 1 mês. Os testes alérgicos disponíveis no

    mercado (RSAT, ELISA) detectam a IgE alérgeno-específica mas as empresas

    ainda não comprovaram se seus testes são específicos ou sensíveis. As

    concentrações de IgE no soro em cães são elevadas por infestação de

    Toxocara cat i e por vacinas com vírus vivo modificado (GILBERT,1998 ;

    PRÈLAUD,1997). Os testes comerciais não devem ser usados para

    diagnosticar atopia, apenas para seleção de alérgenos para

    hipossensibilização. A eficácia da hipossensibilização baseada no SAT aindaesta sob debate. Os estudos mais recentes não demonstraram diferenças

    significativas nos níveis de IgE alérgeno-específica do soro dos gatos atópicos

    e gatos normais, assim, foi concluído que este teste não deve ser usado para

    diagnóstico de atopia. Uma das desvantagens dos testes alérgicos é que

    podem ocorrer resultados falso positivo e falso negativo.

    As causas de reações falso positivas podem ser: o alérgeno pode ser irritante

    (lã, poeira doméstica, penas, bolor, produtos com glicerina), quantidade muito

    grande de alérgeno injetada, trauma pela agulha, injeção de ar junto com o

    alérgeno. As causas de reações falso negativas podem ser o uso de alérgenos

    que perderam a potencia ou diluído, pouca quantidade de alérgeno, estresse,

    interferência medicamentosa (esteróide, anti-histamínico, fármacos

    hipotensores) e injeções subcutâneas. Outra desvantagem: sedação e

    tricotomia. Os testes alérgicos intradérmicos (IDAT) são ideais para alergia,

    mas difíceis de realizar e interpretar em gatos. A pele do gato é fina e “dura”,

    dificultando a injeção intradérmica. O estresse induz a um aumento do cortisol

    no soro, da corticotropina e alfa MSH, os quais interferem no teste.

    Recomenda-se que o animal não deve ser hospitalizado antes do teste, e que o

    teste deve ser realizado assim que o animal chegar à clinica.

    Método para realização do teste: sedação com ketamina e diazepan,

    tiletamina-zolazepan ou um gás anestésico para contenção (CHALMERS,1994;MILLER, 1989; MILLER, 1991; SCOTT,1986) ,depilação de uma área lateral do

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    tórax, marcação dos locais de injeção, assegurar que as injeções sejam

    intradérmicas. O volume de 0,1 CC de cada alérgeno é injetado via

    intradérmica. A leitura é feita dentro de 5 a 15 minutos após a injeção. O

    controle negativo é a água estéril e o positivo a histamina. Cada gato é um

    individuo, assim, não há um padrão de como interpretar esse teste em gatos. A

    interpretação requer experiência, que deve ser rápida e os seguintes sinais

    devem ser observados: presença de eritema, pápula no local na injeção,

    diâmetro, consistência. A interpretação é feita com os olhos e as mãos, o

    exame deve ser feito com luz fraca, com fonte de luz oblíqua para examinar as

    margens dos locais de reação, seu tamanho e volume. Muitos veterinários tem

    dificuldade em visualizar as reações e com isso tem usado um corante para

    melhor visualizar e interpretar. Um estudo sugere o uso de fluoresceína em

    salina 10%, IV (5 a 10mg/kg) após a aplicação da ultima injeção. A lâmpada de

    Wood também pode ser usada após 15 a 30 minutos para comparar o diâmetro

    de cada reação com o controle positivo e negativo. Em um resultado positivo, o

    diâmetro é igual ou mais largo que o controle positivo e o negativo. A

    intensidade da fluorescência não é critério necessário para a interpretação

    (SCHLEIFER, 2003). Um estudo demonstrou que o IDAT nos gatos com e sem

    sedação anterior, produziu aumentos nas concentrações de cortisol plasmático,

    corticotropina e hormônio estimulante do alfa melanócito (WILLEMSE, 1993).

    Isto poderia explicar as respostas fracas ao teste cutâneo vista nos gatos.

    Necessita-se ainda de mais pesquisas.

    5.10 Diagnóstico diferencial

    Deve-se investigar e/ou eliminar outras dermatopatias pruriginosas, como

    hipersensibilidade alimentar, alergia a picada de pulgas (DAPP), dermatofitose,ectoparasitose (Cheiletielose), sarna otodecica (Otodectes cynnotis), escabiose

    felina (Notoedris cati), demodicose felina, alopecia psicogênica, piodermites,

    neoplasias, paraneoplasias, dermatite alérgica por contato e malasseziose,

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    6 TRATAMENTO

    O tratamento deverá ter os seguintes objetivos:

      reforçar a barreira epidérmica;•  reduzir o ressecamento da pele;

    •  reduzir a exposição antigênica;

    •  controlar os ectoparasitas;

    •  controlar as infecções secundárias;

    •  modificar a resposta imunitária.

    A terapia escolhida deve ser feita de acordo com o paciente e proprietário do

    animal e geralmente o tratamento perdura por toda a vida do animal. Antes de

    iniciar o tratamento, é preciso identificar e tratar outras doenças associadas,

    pois as doenças concomitantes interferem muito na resposta terapêutica

    favorável.

    6.1 Tratamento sintomático do prurido:

    Na terapia sintomática do prurido incluem os glicocorticóides, anti-histamínicos,

    ácidos graxos essenciais e a cliclosporina.

    6.2 Terapia sistêmica:6.2.1 Glicocorticóides

    Os glicocorticóides representam o principal tratamento para os gatos atópicos,

    podendo ser administrados de forma injetável (subcutânea ou intramuscular),

    pela via oral e/ou tópica. A maioria dos gatos atópicos é tratada com algum tipo

    de glicocorticóides, sendo relativamente resistentes aos efeitos colaterais, eapresentam boa resposta aos corticóides. Em casos refratários do complexo

    granuloma eosinofílico (úlcera indolente e granuloma eosinofílico) há relatos do

    uso de injeções de corticosteróides intralesionais. É um medicamento de baixo

    custo.

    6.2.1.1 Tipos de glicocorticóides

    6.2.1.1.1 Acetato de metilprednisolona

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    Dose recomendada: 20mg/gato (4mg/kg) a cada duas ou três semanas,

    totalizando três aplicações por via SC ou IM (FOSTER,2002).

    A manutenção deve ocorrer a cada 6 a 12 semanas. Pode-se alcançar uma

    resposta satisfatória inicialmente, mas, ela pode ser seguida por uma

    diminuição da resposta, havendo necessidade de redução entre o intervalo das

    aplicações. A prednisonola ou metilprednisolona, pode ser administrada pela

    via oral na dosagem de 1 a 2mg/kg/Sid na primeira semana, após a segunda

    semana, pode-se reduzir em 50% a dose, e depois em dias alternados.

    6.2.1.1.2 Triancinolona oral

    Dose recomendada: 0,1 a 0,2mg/kg/Sid.

    6.2.1.1.3 Dexametasona

    Dose recomendada: 0,1 a 0,2mg/kg/Sid. Se usados a longo prazo, administrar

    a cada três dias.

    6.2.1.1.4 Deflazacort

    Dose recomendada: 0,3mg/kg.

    6.2.1.2 Efeitos adversos dos corticóides:

    Polidipsia, poliúria, polifagia, ganho de peso, diabetes mellitus,

    hiperadrenocorticismo iatrogênico, infecções do trato urinário, dermatofitose,

    demodiciose, úlcera gástrica, alteração comportamental (coprofagia).

    6.2.1.3 Contra-indicações dos corticóides:

    Infecções virais, bacterianas, fúngicas, diabetes mellitus, pancreatite,

    insuficiência renal, gestação , demodiciose felina, cardiomiopatia.

    Nos animais em uso constante do corticóide, deve-se realizar a cada 4 meses

    um hemograma completo, dosagem de plaquetas, glicemia, função renal e

    função hepática.

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    6.2.2 Anti-histamínicos

    Sua eficácia é baixa e muito variada, com sucesso em torno de 20 a 73%.

    Devem ser usados junto aos glicocorticóides, com o objetivo de redução da

    dose dos corticoide ou ácidos graxos essenciais. Recomenda-se administrar osanti-histamínicos separadamente e avaliar a sua eficácia individual.

    6.2.2.1 Tipos de anti-histamínico

    6.2.2.1.1 Clorofeniramina

    Dose recomendada: 2 a 4mg/gato, PO Sid a Tid.

    6.2.2.1.2 Cicloheptadine

    Dose recomendada 2mg/gato PO Bid (1mg/gato a cada 24 horas, a 8mg/gato a

    cada 8 horas.

    6.2.2.1.3 Clemastina

    Dose recomendada: 0,34 a 0,68mg/gato PO Bid

    6.2.2.1.4 Hidroxizina

    Dose recomendada: 1 a 10mg/kg PO Bid ou Tid

    6.2.2.1.5 Amitriptilina

    Dose recomendada: 5 a 10mg/gato de 12 em 12 horas

    6.2.2.1.6 Difenidramina

    Dose recomendada: 2,2mg/kg Bid ou Tid

    6.2.2.1.7 Celirizina

    Dose recomendada: 5mg/gato Sid

    6.2.2.1.8 Loratidina

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    Dose recomendada: 5 a 15mg/kg SID

    6.2.2.2 Efeitos colaterais dos anti-histamínico

    São raros. Pode ocorrer aumento do apetite e sedação, raramentehiperexcitabilidade. Os sinais gastrointestinais são incomuns. Os anti-

    histamínico devem ser usados com cuidado em animais com glaucoma,

    hipertensão, obstrução urinaria ou gastrointestinal, hipertireoidismo e doença

    cardiovascular.

    6.2.3 Ciclosporina A (CsA)

    É um metabólito polipeptídeo cíclico extraído de um fungo do solo(Tolipocladium infantum ). Sua eficácia geralmente é alta, sendo bem tolerada

    pela maioria dos gatos.Em um estudo sua tolerabilidade foi avaliada

    (LATIMER, 1986) , e os parâmetros hematológicos e bioquímicos

    permaneceram dentro dos valores normais (LATIMES, 1986). O uso de CsA no

    tratamento de gato Fiv positivo é ainda controverso (MORTOLA, 1998). Possui

    uma variedade de efeitos anti-inflamatórios sobre os leucócitos. A CsA inibe a

    função das células que iniciam as reações imunes, e o efeito das células da

    resposta alérgica em cães e gatos. Ela produz alterações na resposta dos

    eosinófilos, queratinócitos, células de Langerhans, linfócitos, mastócitos e

    macrófagos. A Csa inibe a liberação de grânulos tóxicos dos eosinófilos, a

    secreção de citoquina e o recrutamento dos sítios de locais de inflamação,

    além da sobrevivência dos mastócitos, sua resposta secretória, liberação de

    histamina, produção de prostaglandina, e secreção de citoquina (HOS,1996;

    MATSUDA, 2000).

    A CsA não é aprovada para o uso em gatos, a maioria dos autores

    recomenda administrar a ciclosporina 2 horas antes ou após a refeição, pois

    não se sabe se o alimento afeta sua absorção (ROBSON,2003).

    - Dose recomendada: 5mg/kg ou 25mg/gato Sid. Administrar a cada 24 horas,

    até a remissão dos sintomas ou durante 50 dias consecutivos, após em dias

    alternados por dois meses e então duas vezes por semana por um período

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    indeterminado. O objetivo é aumentar o intervalo entre as administrações e

    procurar pela dose mínima efetiva.

    - Desvantagem da CsA: custo elevado .

    - Reações adversas: Sinais gastrointestinais (vômito, diarréia, anorexia, fezes

    moles intermitentes), salivação,tremores de cabeça, hiperplasia gengival,

    hiperatividade, aumento do apetite, polidipsia.

    -A CsA é potencializada por: imidazois, metoclopramida, corticóides.

    - A CsA pode ser inibida por: sulfas, fenobarbital, omeprazol, terbinafina.

    -Recentemente uma preocupação a respeito do uso da CsA é o aumento do

    risco de desenvolvimento da toxoplasmose sistêmica e de doenças virais. Não

    existem ainda publicações a respeito da associação de doenças virais (Fiv e

    Felv) com o tratamento com CsA. Gatos podem vir a desenvolver

    toxoplasmose sistêmica tanto por reativação de uma infecção latente, ou por

    uma infecção primária. Deve-se tomar alguns cuidados durante a terapia como

    o uso de alimentos comerciais, alimentos cozidos, evitar carne crua, aves e

    ossos. Evitar que o animal cace e que tenha acesso a lixo. Fazer sorologia

    para Toxoplasma gondii  (IgG e IgM) antes de iniciar a terapia e durante, para

    detectar a soroconversão. Se ela ocorrer, iniciar o tratamento para prevenir a

    toxoplasmose sistêmica aguda.

    6.2.4 EFA (Ácidos graxos insaturados)

    Os ácidos graxos essenciais contribuem para a restauração da função da

    barreira da pele, exercem ação antiinflamatória, e possuem efeito benéfico na

    qualidade e brilho do pelame. Alguns autores relataram sua eficácia sobre o

    prurido, em torno de 20 a 50% dos gatos. Observa-se melhora dentro de 8 a 12

    semanas do início da terapia. Um efeito sinérgico pode ser visto quando são

    administrados em combinação com o corticóide ou anti-histamínico. Em testes

    feitos com óleo de prímula ou óleo de oliva, os gatos tiveram uma resposta

    favorável, com eficácia variada (HARVEY,1991; MILLER,1993). Em outro

    estudo não houve diferença nos dois grupos de gatos recebendo prímula e óleo

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    de oliva. Sua eficácia não está totalmente comprovada( KUNKLE GA,1993 ;

    LOGAS DB) . Os efeitos colaterais são raros, podendo os animais

    apresentarem vômitos e baixa palatabilidade. Os EFA devem ser usados

    durante pelo menos três meses e com dose de ômega 6 e 3 superior a

    recomendada no rótulo.

    6.3 Terapia Tópica

    Nos gatos com dermatite atópica, a pele encontra-se seca. O uso de

    hidratantes e emolientes são úteis. Produtos contendo propilenoglicol, glicerina,

    uréia, calêndula e macadâmia podem ser usados nos gatos. Recomenda-se

    banhos com xampus terapêuticos aumentando o processo de “cura”, ou seja o

    desaparecimento das lesões.Normalmente a forma de uso tópico não é

    empregada devido ao hábito de lambedura dos gatos.

    6.3.1 Tipos de Terapia Tópica6.3.1.1 Hidratantes

    Substâncias capazes de aumentar a quantidade de água na pele. Exemplo:

    calêndula e macadâmia.

    6.3.1.2 Emoliente

    Confere suavidade e maciez a pele. Exemplo: silicone.

    6.3.1.3 Umectante ou higroscópico

    Absorve água da atmosfera, mantendo a pele úmida. Exemplo: glicerina 10%,

    lactato de sódio a 10%.

    6.3.1.4 Antissépticos

    Clorexidine de 0,5 a 4% (bactericida).

    Triclosan a 0,5% (bactericida)

    Lactato de etilo a 10% (manipulado bacteriostático)

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    6.3.1.5 Spot ons

    Exemplo: mousses hidratantes.

    6.3.1.6 Banhos

    Exemplos: xampus hidratantes, hipoalergênicos, antibacterianos.

    6.3.1.7 Phytosphingrosine

    De 0,1 a 0,5% (queratolítico, antibacteriano e antipruriginoso). Manipular sob a

    forma de loção, uso diário.

    6.3.1.8 Drieline

    De 0,5 a 1%. Manipular em forma de loção. Pode substituir o corticóide oral.

    6.3.1.9 Efaderma

    De 0,5 a 1%.

    6.4 Oxatomida

    Em um estudo a oxatomida (estabilizante dos mastócitos) foi eficaz em muitos

    gatos atópicos.

    Dose: 15 a 30mg/gato a cada 12 horas, com sucesso em torno de 50% dos

    gatos.

    Esta medicação tem como efeito colateral a polifagia( PROST,1993).

    6.5 Luz ultravioleta

    A fototerapia com luz UV-A ou UV-B, combinados ou separados, são

    aconselhadas para animais em que os produtos sistêmicos estão

    contraindicados, como os animais gestantes, idosos, com doenças

    concomitantes, ou ainda aqueles que fazem uso de muitas medicações. Pode

    ser usada também em animais em que outras terapias pruriginosas falharam.

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    São também contraindicadas para os pacientes que usam inibidores de

    calcineurina tópica.

    6.6 Terapias em estudo

    •  Antagonistas receptores da histamina H4 (DUNFORD, 2007).

    •  Agonistas K-opióide (KUMAGAI, 2010).

    •  Próximas décadas: drogas cujo alvo serão os receptores ou peptídeos

    do prurido.

    •  Amoxicilina-clavulanato (GRIFFIN ,ROSENKRANTZ ,WILDERMUTH

    ,2009).

      Análogo do palmitolethanolamide chamado PLR-120. (ABRAMO, NOLI,SCARAMPELLA , 2001).

    •  Interferon

    6.7 Imunoterapia

    Imunoterapia ou dessensibilização consiste na administração de quantidades

    gradualmente maiores de extrato alérgeno para melhorar os sintomas por meio

    de subseqüente exposição ao alérgeno causador. É a única terapia que leva auma tolerância a longo prazo contra alérgenos causadores da dermatite

    atópica, devido a restauração da imunidade normal contra alérgenos. A

    principal teoria dos últimos anos é de que injeções de pequenas quantidades

    de alérgeno específico causam no sistema imune do paciente o

    desenvolvimento de anticorpos IgG bloqueador. Esses anticorpos se ligam a

    alérgenos específicos da circulação antes que eles sejam capazes de se

    combinar com IgE na superfície dos mastócitos. Esses anticorpos

    bloqueadores previnem a degranulação de mastócitos a liberação de histamina

    e de outros mediadores do prurido. Outras teorias relativas ao mecanismo de

    hiposensibilização incluem a indução de celular T supressoras, a alteração do

    equilíbrio de celular Th1/Th2, a redução na circulação do nível de IgE ou

    alguma combinação de todos. A imunoterapia é considerada a terapia de

    escolha para tratamentos por longos períodos. Quando a dermatite atópica é

    diagnosticada os testes alérgicos são usados para determinar os alérgenos

    específicos aos quais o paciente é sensível. O esquema da vacinação consiste

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    em injetar quantidades gradualmente maiores de alérgenos em um período de

    duas a quatro semanas (fase de indução). A seguir, deve-se reduzir

    gradualmente a frequência das injeções mas deixando a quantidade do

    alérgeno constante (fase de manutenção). A fase de manutenção dura 10

    meses, o intervalo ideal tanto de indução quanto de manutenção não esta

    estabelecido e depende do paciente. A melhora do prurido é vista dentro de 1

    mês do inicio da vacina, mas pode levar até 12 meses. Após 12 meses de

    terapia, os animais devem ser reavaliados. Monitorar doses e frequência de

    medicações adicionais requeridas e escores de prurido. Se em 12 meses

    houver melhora significativa, a terapia é por toda a vida. Se o proprietário não

    observar redução do prurido, então a terapia não esta surtindo efeito, e o

    veterinário e o proprietário deverão decidir se o tratamento deve ou não

    continuar. Normalmente a imunoterapia é feita durante toda a vida, mas em

    alguns animais poderá ser descontinuada depois de alguns anos sem

    recorrência. A via de administração da vacina é subcutânea. O máximo de

    alérgenos que podem ser incluídos em uma vacina são 15. Se o gato for

    alérgico a mais de 15 alérgenos ele necessitará de 2 vacinas. A imunoterapia é

    efetiva em 60 a 78% dos casos clínicos (CHRISTINE REES). Um autor (CEG)

    observou que muitos animais que responderam a dessensibilização

    permaneceram bem mesmo com um volume baixo (0,5 mL) de injeções de

    manutenção. A dessensibilização usando alérgenos aquosos ou precipitados

    pelo alumen obteve resposta favorável em 70% dos casos (BETTENAY, 1991;

    CARLOTTI, 1998; HALLIWELL, 1997; MCDOUGAL, 1986).

    Muitas vezes é necessário tratamento auxiliar para controlar o prurido no inicio

    da imunoterapia. Antes de iniciar a imunoterapia é importante tratar outrasdoenças associadas que possam exacerbar o prurido cutâneo.

    6.8 Fatores psicogênicos

    É possível uma correlação entre ansiedade e atopia em gatos. O estresse leva

    a piora dos sinais clínicos. Se houver suspeita de ansiedade e problemas de

    comportamento, é necessário terapia comportamental ou drogas psicotrópicas.

    Muitos anti-histamínicos possuem efeitos sedativos e propriedades ansiolíticas

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    e talvez essa seja a razão dos efeitos benéficos desse grupo de drogas na

    atopia (E. VIDEMONT, 2009).

    6.9 Alergias

    As Alergias são divididas em três grupos:

    6.9.1 Dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP)

    Instituir controle de pulgas durante 4 a 8 semanas, realizar dedetização no

    ambiente e tratar todos os contactantes (cães e gatos). O ideal é usar um

    adulticida com efeito na produção de ovos e/ou emergência de larvas. Ou um

    adulticida associado com um regulador de crescimento dos insetos. Fazer

    tratamento duas vezes por mês, no período em que as pulgas forem mais

    abundantes, e depois mensalmente. Podem ser usados produtos contendo

    fipronil, imidacloprida ou selamectina.

    6.9.2 Hipersensibilidade alimentar (HA)

    As dietas teste incluem uma nova proteína hidrolisada que pode ser uma dieta

    comercial com proteína hidrolisada (cavalo, coelho, cordeiro, porco), ou dieta

    caseira. Usar por 8 a 12 semanas. Após esse período, reintroduzir a dieta

    original e observar se haverá exacerbação dos sintomas.

    6.9.3 Dermatite atópica (DA)

    Os antígenos ambientais podem ser inalados, ingeridos ou via percutânea.

    Reduzir a exposição aos alérgenos usando filtros de ar e de carvão para

    reduzir pólens, mofo e poeira domiciliar. Uso de aspirador de pó com filtros

    especiais, ventilação adequada, aeração de edredom, cobertor, colchão, tratar

    áreas com inseticidas e hormônios reguladores do crescimento de insetos,

    limpeza das áreas de descanso. Evitar tinta de jornal, fumaça de cigarro, penas

    de aves. Manter o animal mais tempo fora de casa, ou, se possível, fora dos

    quartos e fora dos moveis de tecidos. Evitar brinquedos de tecido e grande

    número de plantas dentro de casa. Manter o gato afastado de pisos úmidos.

    Aeroalérgenos mais comuns:

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    •  Dermatofagoides farinae  (D.f)

    •  Dermatofagoides pteronyssinus (D.p)

    •  Ácaros de estocagem : Tyrophagus putrescentiae   (T.p) e Acarus siro  

    (A.s)

    Se o animal apresentar piodermite e/ou otite, instituir terapia antibacteriana por

    no mínimo 3 a 4 semanas.

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    7 CONCLUSÃO 

    A dermatite alérgica felina ainda é um desafio para os veterinários, pois sua

    patogenia ainda não está totalmente esclarecida assim como o tratamento.

    Podemos ter diversas apresentações clínicas, assim, seu diagnóstico requerconhecimento e habilidade em reconhecer as lesões e a exclusão de outras

    dermatopatias. Seu tratamento visa melhorar a qualidade de vida diminuindo o

    prurido. Ele deve ser individual para cada paciente dependendo da

    apresentação clínica do animal. Estudos adicionais são necessários para

    compreensão de sua patogenia e a descoberta de novas terapias.

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    8 ANEXOS

    Figura 2 Théo, submetido à terapia com antibiótico e corticóide. Lesão eritematosa ulcerativa epruriginosa em pavilhão auricular. Hiperssenbilidade alimentar.

    Figura 1 Leticia ,1 ano 8 meses ,PCB – Granuloma eosinofílico em região membro pélvico.

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    Figura 4 Felino, SRD, 5 anos, macho - Úlcera em comissura labial.

    Figura 3 Joaquim – lesão alopécica eritematosa em região abdominal ventral. Submetido àterapia com Sandimmum® ( ciclosporina 5mg/kg – Sid). Foto cedida por Ericka HomannDela te.

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    Figura 6 Milu ,femea ,2 anos. Lesão pruriginosa, ulcerativa na face, pescoço e orelha por alergiaalimentar

    Figura 5 Felino, SRD, 4 anos de idade – Lesão eritematosa e alopécica em região lombo-sacra.DAPP. Foto cedida por Ericka Homann Delayte

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    Figura 8 Tigrinha ,fêmea ,PCB ,1 ano – Úlcera indolente na comissura labial. Foto cedida por

    Ericka Homann Delayte

    Figura 7 Cris, felina Siamês ,fêmea ,15 anos – Lesão alopécica, eritematosa em região lombo-sacra e abdominal ventral. Atopia felina. Fotos cedidas por Ericka Homann Delayte

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    9 BIBLIOGRAFIA

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