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PORTUGUÊS PARA ANAC E ANCINE – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, concurseiro! Finalmente foi publicado o edital do concurso da AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE), e você não pode mais ficar aí de braços cruzados. É hora de começar a estudar! A equipe do Ponto e eu preparamos este curso de teoria e exercícios comentados de Língua Portuguesa especialmente para ajudá-lo a conquistar uma das vagas oferecidas pelo órgão. Ah, você não me conhece ainda? Então, permita-me fazer uma breve apresentação. Sou o professor Albert Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Há onze anos ministro aulas de Língua Portuguesa voltadas para concursos públicos. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e redação oficial. Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Já integrei o quadro de instrutores da Esaf e de outras instituições particulares. No Ponto dos Concursos, já participei de vários trabalhos, por exemplo: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Ministério do Turismo, INSS, Inmetro, TRT-21ª Região, TRT-12ª Região, Petrobras, BNDES, PF, TJDFT, STJ, CEF, Banco do Brasil, MDIC, Anatel, Receita Federal. Meu endereço eletrônico é [email protected]. Sempre que precisar, faça contato comigo. Você agora deve querer saber como este curso está estruturado, certo? Tudo bem, eu vou explicar cada detalhe. Nossas aulas serão desenvolvidas com base no edital publicado para o concurso da Ancine. O Cespe foi contratado para elaborar as provas e estabeleceu o seguinte conteúdo programático:

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PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA

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1

Olá, concurseiro!

Finalmente foi publicado o edital do concurso da AGÊNCIA

NACIONAL DO CINEMA (ANCINE), e você não pode mais ficar aí de braços

cruzados. É hora de começar a estudar!

A equipe do Ponto e eu preparamos este curso de teoria e

exercícios comentados de Língua Portuguesa especialmente para ajudá-lo a

conquistar uma das vagas oferecidas pelo órgão.

Ah, você não me conhece ainda? Então, permita-me fazer uma

breve apresentação. Sou o professor Albert Iglésia, formado em Letras

(Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em

Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército

Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Há onze anos

ministro aulas de Língua Portuguesa voltadas para concursos públicos. Iniciei

minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde

2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e

redação oficial. Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da

Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e

ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Já integrei o

quadro de instrutores da Esaf e de outras instituições particulares. No Ponto

dos Concursos, já participei de vários trabalhos, por exemplo: CGU, Susep,

Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais

(FCC), TJSP, Abin, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Ministério do

Turismo, INSS, Inmetro, TRT-21ª Região, TRT-12ª Região, Petrobras, BNDES,

PF, TJDFT, STJ, CEF, Banco do Brasil, MDIC, Anatel, Receita Federal. Meu

endereço eletrônico é [email protected]. Sempre que precisar,

faça contato comigo.

Você agora deve querer saber como este curso está estruturado,

certo? Tudo bem, eu vou explicar cada detalhe. Nossas aulas serão

desenvolvidas com base no edital publicado para o concurso da Ancine. O

Cespe foi contratado para elaborar as provas e estabeleceu o seguinte

conteúdo programático:

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LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros

variados. 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da

ortografia oficial. 3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuação gráfica.

4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de

referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de

sequenciação textual. 4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. 5

Domínio da estrutura morfossintática do período. 5.1 Relações de coordenação

entre orações e entre termos da oração. 5.2 Relações de subordinação entre

orações e entre termos da oração. 5.3 Emprego dos sinais de pontuação. 5.4

Concordância verbal e nominal. 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.6

Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto.

6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualização de

diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial

(conforme Manual de Redação da Presidência da República). 7.1 Adequação da

linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequação do formato do texto ao

gênero.

Ficou assustado? Calma. O bicho não é tão feio quanto parece.

Minha experiência com o Cespe me permite direcionar você para aquilo que a

banca mais costuma cobrar nas provas que elabora. Digo frequentemente aos

meus alunos que ninguém precisa saber tudo o que consta no edital, mas deve

saber o que geralmente aparece em prova. É aí que eu entro em cena,

direcionando seus estudos.

Você estudará todos esses assuntos comigo em nove aulas. Eis a

distribuição do conteúdo:

Aula 0 – Ortografia oficial e acentuação gráfica – itens 3, 3.1 e 3.2

Simulado

Aula 1 – Emprego e colocação das classes de palavras – itens 4,

4.1, 4.2 e 5.6

Simulado

Aula 2 – Regência e crase – itens 5 e 5.5

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Simulado

Aula 3 – Sintaxe dos termos da oração – itens 5, 5.1 e 5.2

Simulado

Aula 4 – Sintaxe das orações do período – itens 5, 5.1 e 5.2

Simulado

Aula 5 – Pontuação – itens 5 e 5.3

Simulado

Aula 6 – Sintaxe de concordância – itens 5 e 5.4

Simulado

Aula 7 – Texto: compreensão e interpretação, tipologia, coesão e

coerência, reescritura - itens 1, 2, 4, 4.1, 6, 6.1 e 6.2

Simulado

Aula 8 – Redação de correspondências oficiais – itens 7, 7.1 e 7.2

Simulado

Visando à sua melhor preparação, comentarei questões de

provas elaboradas pelo Cespe/UnB, inclusive as que caíram

recentemente, em 2012. São cerca de 380!

Além disso, em cada aula você terá pela frente um simulado

com 10 questões de diversas bancas, para avaliar seu aprendizado sobre os

assuntos estudados comigo. O gabarito também estará disponível para você.

Reproduzirei os textos e os itens (será respeitada a grafia original

dos enunciados) que tratam do assunto abordado em cada aula. Como a

instituição tem o costume de usar um mesmo texto para, a partir dele,

apresentar várias assertivas, é possível que eu repita o mesmo texto (ou

fragmento dele) na explicação do conteúdo de outras aulas. Portanto, não

estranhe se isso acontecer. O procedimento é puramente didático. Dessa

forma, pretendo aproximar você daquilo que vem sendo exigido pelo Cespe

sobre determinado assunto da Língua Portuguesa em concursos públicos.

Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor

forma possível. Interaja comigo nos fóruns. A sua participação é fundamental

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para o bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa, pois já

existe muita gente estudando enquanto eu e você estamos aqui conversando.

Apresentação da Matéria

A partir de agora, começo a ministrar os primeiros conteúdos deste

curso de Língua Portuguesa.

Acredito que você obterá uma noção de como as explicações serão

transmitidas, do grau de complexidade das aulas e da linguagem que usarei

em nossos próximos encontros.

Espero que aproveite cada explicação da melhor forma possível.

Interaja comigo nos fóruns. A sua participação é fundamental para o bom

rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa!

Ortografia

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das palavras

é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário ortográfico da

língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a forma oficial de

escrever as palavras.

Apesar da vigência do novo Acordo Ortográfico, as regras antigas e

as atuais estarão em vigor até 31 de dezembro 2012. Por quê? Porque o então

presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de setembro de 2008,

além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – que foi

assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 –, também estabeleceu um

período de transição: “de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012,

durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova

norma estabelecida”.

Você e eu sabemos que é humanamente impossível decorar a

grafia de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da

dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada oficialmente

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pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 381 mil verbetes e

outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?!

Entretanto podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em

decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que você verá

aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no

momento de resolver uma questão de concurso. Não estou dizendo que tudo

se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que você

precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e

dicionários deve ser somada à minha explicação.

Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre que for

preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras ortográficas

• Usa-se, normalmente, a letra X:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar

2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar

encher, encharcar,

enchova, enchumaçar e

derivados dessas

palavras

3 – depois da sílaba ME,

quando “fechada” mexa (verbo), mexerico

mecha (substantivo) =

pronúncia “aberta”

• Usa-se, normalmente, a letra G:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nos sufixos AGEM,

IGEM e UGEM

viagem (substantivo),

vertigem, ferrugem

pajem, lajem,

lambujem

2 – nos sufixos AGIO,

EGIO, IGIO, OGIO e

pedágio, colégio,

prestígio, relógio,

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UGIO refúgio

3 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem G no radical

(você perceberá que

esse princípio vale

também para o emprego

de outras letras)

margem/margear,

homenagem/homenagear

monge/monja, eu dirijo

(flexão do verbo dirigir).

Imaginem se

mantivéssemos a letra

“g” nas palavras

derivadas...

• Usa-se, normalmente, a letra J:

QUANDO EXEMPLO

1 – nas palavras de origem indígena,

africana e árabe

pajé, jiboia, jeca, jenipapo, jirau, jiló,

cafajeste, jerico, jequitibá

2 – nas flexões dos verbos que

possuem J no radical

viajar (verbo) – que eles viajem;

bocejar – eu bocejei

3 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem J no radical gorja – gorjeta; lisonja – lisonjeado

4 – nas palavras de origem latina jeito, hoje, majestade, injetar, objeto,

ultraje

• Usa-se, normalmente, a letra Ç:

QUANDO EXEMPLO

1 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem T no radical

exceto – exceção, setor – seção, cantar

– canção

2 – nas palavras de origem indígena,

árabe e africana

miçanga, paçoca, muriçoca,

muçulmano, açougue, açoite

3 – nos sufixos AÇU e AÇO babaçu, Paraguaçu, Nova Iguaçu,

golaço, poetaço, atrevidaço

4 – depois de ditongo compleição, feição, beiço

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• Usa-se, normalmente, a letra S:

QUANDO EXEMPLO

1 – nos substantivos que designam

origem, título honorífico e feminino

chinês, japonês, baronesa, duquesa,

sacerdotisa, poetisa

2 – Nos sufixos ASE, ESE, ISI e OSE fase, ascese, eletrólise, apoteose

3 – nos sufixos OSO e OSA formoso, formosa, gostoso, gostosa

4 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem D, RT ou RG no seu

radical

iludir – ilusão, defender – defesa;

divertir – diversão, inverter – inversão;

imergir – imersão, submergir –

submersão

5 – no prefixo TRANS e nos seus

derivados

transatlântico, trasladar (ou

transladar)

6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa

7 – nas formas verbais derivadas dos

verbos QUERER e PÔR quis, quisera, pusera, compusera

• Usa-se, normalmente, SS:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem as expressões

CED, GRED, PRIM, MIT,

MET e CUT no radical

suceder – sucessão,

regredir – regressão,

comprimir –

compressão, demitir –

demissão, intrometer –

intromissão, discutir –

discussão

2 – prefixo terminado

em vogal + palavra

começada por S

pre + sentir = pressentir

(repare que o “s” foi

duplicado”)

• Usa-se, normalmente, a letra Z:

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QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas terminações EZ

e EZA, formando

substantivos

abstratos derivados de

adjetivos

insensato – insensatez,

nu – nudez; claro –

clareza, belo – beleza

2 – nas terminações

IZAR, formando

infinitivos verbais

sintonia – sintonizar,

real – realizar, visual –

visualizar

a) se a palavra possuir

S em sua parte final, o

infinitivo verbal também

levará S: análise –

analisar, paralisia –

paralisar;

b) Hipnose – hipnotizar;

Síntese – sintetizar;

Batismo – batizar;

Catequese – catequizar;

Ênfase – enfatizar.

(Lembre-se da sigla de

um famoso banco, só

que com E no final:

HSBCE).

3 – como consoante de

ligação

pé + udo = pezudo; guri

+ ada = gurizada

• Usa-se, normalmente, a letra H:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras ligadas

por hífen em que o

segundo elemento

começa com H

anti-higiênico, pré-

histórico, super-homem desarmonia, lobisomem

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2 – na palavra Bahia as palavras derivadas

não possuem H: baiano

• Verbos terminados em EAR e IAR:

1 – são irregulares os

verbos terminados em

EAR; eles recebem a

letra I nas formas

rizotônicas (eu, tu, ele,

eles – a sílaba tônica

integra o radical)

passear: passeio,

passeias, passeia,

passeamos, passeais,

passeiam

2 – são regulares os

verbos terminados em

IAR

premiar: premio,

premias, premia,

premiamos, premiais,

premiam

Mediar, Ansiar,

Remediar, Incendiar,

Odiar (MARIO): apesar

de terminarem em IAR,

são irregulares e

recebem a letra E nas

formas rizotônicas (eu,

tu, ele, eles): odeio,

odeias, odeia, odiamos,

odiais, odeiam

Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que,

certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou

outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e

meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

• MAL x MAU

a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,

refere-se a um verbo)

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b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa

adverbial, equivale-se a assim que, quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo,

contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma

classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é importante porque

a banca examinadora pode sugerir o contrário. O Cespe/UnB, por exemplo,

pode selecionar duas frases de um texto em que esses vocábulos aparecem,

destacá-los e formular a seguinte assertiva: “Nas linhas X e Y, os vocábulos

em destaque possuem a mesma classificação gramatical”. Muito cuidado antes

de responder. Como vimos anteriormente, isso nem sempre será verdade.

Quero que note ainda as diferentes classificações dos vocábulos que surgirão

nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo de causa, usado no início

da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase

interrogativa é indireta)

c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e

o “que” é tônico)

d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome

relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

ATENÇÃO! Note a colocação no final da frase ou no final de oração,

antes de pausa, com sentido de motivo, razão pela qual, sendo tônico.

Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê. (Sem saber por quê, o

cantor estava inquieto.

Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê.

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Ninguém lhe dava atenção. Por quê?

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,

indica circunstância de causa)

b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa

explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é

substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),

use a expressão separada.

• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica

alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim, porém,

a não ser)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é

substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção

subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas

quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de

+ os –, equivale-se a sobre, a respeito de)

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b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a

aproximadamente)

• AFIM x A FIM DE

a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em

número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,

denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS

a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,

equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso)

b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido, equivale-se a

outros, restantes, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos)

ATENÇÃO! Com relação a de menos, a professora Maria Tereza de Queiroz

Piacentini ensina que nem sempre tal expressão tem como oposto de mais.

De menos pode se referir a substantivo ("gente de menos") e verbo ("saber

de menos"), segundo a autora do livro Português para redação (edição

esgotada). Moral da história: junto a substantivo, use de mais e de menos;

junto a verbo, use demais e pode usar de menos também.

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a

preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração nonde,

indicada por em + onde; é errada sua utilização para substituir nomes que

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não indicam lugar: Na reunião onde estávamos, houve muita discussão.

Nesse caso, prefira a locução em que.)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em

razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +

onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também

por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”:

“Aonde” = a + onde)

• MAS x MAIS

a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa

adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,

refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a

substantivo)

• HÁ x A

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas.

(indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável,

concordância)

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• À TOA (o novo Acordo retirou o hífen, a diferença se dará pelo

contexto)

a) Ele era uma pessoa à toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um

substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo, sem

rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen, a diferença se dará pelo

contexto)

a) O dia a dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo, precedido

por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de

tempo, equivale-se a diariamente)

• TAMPOUCO x TÃO POUCO

a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.

(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de

intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a outro

advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram

introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos

importantes.

Prefixos Usa-se hífen Não se usa hífen

Agro, ante, anti, arqui, auto,

contra, extra, infra, intra,

macro, mega, micro, maxi,

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com vogal igual à

a) Em todos os demais

casos: autorretrato,

autossustentável,

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mini, semi, sobre, supra,

tele, ultra...

última do prefixo: auto-

-hipnose, auto-

-observação, anti-herói,

anti-imperalista, micro-

-ondas, mini-hotel

autoanálise,

autocontrole,

antirracista, antissocial,

antivírus, minidicionário,

minissaia, minirreforma,

ultrassom... (perceba

que as letras R e S

são duplicadas).

b) Quando se usam os

prefixos des- e in-,

caem o h e o hífen:

desumano, inabitável,

desonra, inábil.

c) Também com os

prefixos co- e re- caem

o h e o hífen: coordenar,

coerdeiro, coabitar,

reabilitar, reeditar,

reeleição.

Hiper, inter, super

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com r: super-homem,

inter-regional

Em todos os demais

casos: hiperinflação,

supersônico

Sub, sob, ob, ab

Quando a palavra

seguinte começa com b,

h ou r: sub-base, sub-

-reino, sub-humano (ou

subumano)

Em todos os demais

casos: subsecretário,

subeditor

Vice, ex, sem, além, aquém,

recém, pós, pré, pró

Sempre: vice-rei, vice-presidente, além-mar,

além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor,

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ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente,

pós-graduação, pré-história, pré-vestibular,

pró-europeu, recém-casado, recém-nascido,

sem-terra

Pan, circum, mal

Quando a palavra

seguinte começa com h,

m, n ou vogais: pan-

americano, circum-

hospitalar

Em todos os demais

casos: pansexual,

circuncisão

Quero enfatizar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel,

proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal

com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,

autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição,

extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto,

semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,

super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo

elemento começar por vogal.

Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,

interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,

superexigente, superinteressante, superotimismo.

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Acentuação Gráfica

A partir de agora, vamos falar sobre acentuação gráfica, que

também é mais um tópico do programa. Novamente, enfatizarei as regras

novas. Tudo da forma mais clara e objetiva possível. Comecemos assim:

REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa

língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da

vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos

vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS � o acento é empregado naqueles

terminados por A(S), E(S) ou O(S)

Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles

serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.

Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,

prosseguir.

Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por

pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas, as

vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os pronomes

oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-lo; pôs + os =

pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) � usa-se o acento

quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:

Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão

acentuados, salvo se estiverem em hiato.

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Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) � são acentuados aqueles

que terminam em I(S), US, Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS, DITONGO

ORAL.

Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,

abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, íons, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por EM

ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen ou

pólenes)

Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão

acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) � todos são

acentuados.

Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças

introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS

a) Não se acentua mais a primeira vogal dos hiatos OO, EE.

Ex.: voo, enjoos, creem, deem, leem, veem. (3ª pessoa do plural dos verbos

crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, o acento circunflexo deixa de

existir, mas até 31/12/2012 é possível usá-lo (vôo, crêem etc.).

b) Acentuam-se as vogais I(S) e U(S), quando formam a sílaba tônica e

ocupam a segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.

Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.

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Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam

a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou vierem

seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-ir, ju-iz,

ra-i-nha.

Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica, não

se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma planta).

O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-mo.

ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após ditongos

e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura. Ressalto que até

31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento: baiúca, feiúra.

Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo

Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, a palavra é

oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças ortográficas.

2 – DITONGOS

a) EI, OI: deixam de receber acento agudo quanto tônicos, abertos e como

sílabas tônicas de palavras paroxítonas; mas o recebem em outras ocasiões

(quando a palavra for oxítona ou monossílaba tônica, por exemplo).

Ex.: chapéu, assembleia, jiboia, céu, herói.

ATENÇÃO! Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo

Ortográfico. Portanto até lá ainda é possível escrever jibóia, assembléia etc.

3 – GUE, GUI e QUE, QUI

a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE, GUI e QUE, QUI

receberá trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.

Ex.: agüentar, pingüim, lingüiça, eloqüente, qüinqüênio.

b) A letra U receberá acento agudo quando for pronunciada fortemente;

sendo, pois, vogal.

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Ex.: averigúe, apazigúe, argúi, obliqúes.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá trema nem

acento agudo: quilo, quente, guerra, guincho. O que temos aqui é

simplesmente um dígrafo representado pelas letras “qu” e “gu”.

Diante de A e O, a letra U não receberá trema: água, quota (ou

cota), mesmo sendo semivogal. Mas receberá acento agudo, sendo vogal, em

flexões dos verbos aguar (agúo), apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar

(averigúo), desaguar, enxaguar, obliquar, delinqüir e afins.

ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento

agudo no U tônico dos grupos verbais mencionados acima (averiguar,

apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar e afins). Exemplos: arguo, arguis,

argui, arguem, argua, arguas, arguam, redarguo, averiguo, enxague, oblique.

Repito: até 31/12/2012 estaremos no período de transição, sendo aceitas as

duas formas.

4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi

abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo; todavia

o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a faculdade

quanto ao uso)

Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos

terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S)

recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras

explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo,

um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e

perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal

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empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique

atento para esse detalhe.

Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)

não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,

continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente

do indicativo)

ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o

motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm,

todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à

terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma

oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do

plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular.

Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)

Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Você deve

usá-lo.

Pôr (verbo)

Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.

Você deve usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)

Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

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ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as

palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais

clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Significação Contextual de Palavras

Para você compreender melhor a mensagem transmitida por meio

de um texto, às vezes não é suficiente conhecer o significado isolado das

palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível se

você considerar o contexto em que as palavras estão inseridas. Tenho

percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato em provas

de concursos públicos. Por isso é importante que você estude um pouco de

semântica na sua preparação.

Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das

palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por

exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada

isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto;

erro, engano; etc.

Ex.: O cão correu atrás do gato.

O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.

A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.

Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,

acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,

principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.

• Antônimos

São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar

um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em alguns

casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.

Ex.: velho – novo / bom – mau

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Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto

novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser

equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia entre

novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.

O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos

perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de

determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.

Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa a

ser também, obrigatoriamente, um imigrante?

• Sinônimos

São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem ser

substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em

palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.

Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.

“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos

processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos

textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)

Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro, de

pernas compridas e finas. Um típico moleque.

• Polissemia

É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.

Compare este par de enunciados:

a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.

b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.

Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio, ela apresenta

sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de metal” no

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segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas: sequência, fiada,

eixo, alinhamento, encadeamento.

• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia

Leia o enunciado abaixo:

Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma

impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar

conta do trabalho.

Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”

apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo

campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra

“equipamento” possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras.

Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”

são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, “equipamento” é um

hiperônimo das outras palavras.

• Homônimos

São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a

mesma pronúncia.

Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como (advérbio

interrogativo) / como (verbo) � homônimos perfeitos;

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caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto

(remendo) � homônimos homófonos

ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço

(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência) �

homônimos homógrafos

• Parônimos

São palavras diferentes no sentido, na escrita e na pronúncia,

apesar de se assemelharem nos dois últimos aspectos.

Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)

arrear (por arreios) / arriar (abaixar)

mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)

inflação (alta dos preços) / infração (violação)

eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)

comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

• Denotação

Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o

mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é

tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os

dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota

determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não

produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar.

É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um

manual de instruções etc.

• Conotação

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Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a

inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,

evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um

sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. A

linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras

de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim

jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

Agora, prezado aluno, você precisa colocar em prática tudo o que

aprendeu e notar como o examinador costuma cobrar esses conceitos em

prova.

Lembre-se sempre de que o novo Acordo Ortográfico está em vigor

e que a Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP.

Portanto nada impede que a banca examinadora exija de você conhecimentos

a respeito dele.

[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Na linha 26, “por que”

poderia, sem prejuízo para a correção gramatical, ser grafado porque,

em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em

“mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”

(L.31-32).

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Comentário – Questão muito fácil. Você nem precisa ter o trabalho de

analisar tudo o que a banca propôs. De acordo com o que foi explicado sobre o

assunto, jamais a expressão por que (com separação; equivale-se a pela

qual, no caso sob análise) poderá ser substituída corretamente pela expressão

porque (sem separação; conjunção causal ou explicativa, dependendo do

caso). O texto é até dispensável. Assim, você não desperdiça tempo durante

uma prova.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011)

[...]

[...]

No período “Parece que sim, porque (...) receberão efeitos.” (l.11-16), a

substituição do ponto final por ponto de interrogação manteria a coerência

do texto, mas, nesse caso, de acordo com a prescrição gramatical, o

vocábulo “porque” deveria ser grafado como por que.

Comentário – A forma porque serve para introduzir uma explicação ou causa

de um acontecimento. No texto sob análise, o enunciador apresenta uma

justificativa para se considerar importante o que foi declarado anteriormente.

Já a forma por que, associada a um ponto de interrogação e no início de

orações interrogativas diretas ou indiretas, deve ser escrita separadamente e

sem acento. No entanto, estaria prejudicada à coerência textual. No trecho não

cabe uma pergunta, mas sim a apresentação de um motivo que justifique

aquela importância.

Resposta – Item errado.

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28

[...]

22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter

dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O

discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em

25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira

tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

E mais, não são apenas os grandes líderes do setor

28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores

e jornalistas também não entenderam as oportunidades que

31 estão surgindo a partir das transformações que estamos

vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica

pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,

26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia

ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos

termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o efeito

das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é corroborada

pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção de causa (ou

motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo sintático ou

semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos reescrever a

passagem e tirar a dúvida:

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que estamos

vivendo.”

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– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo em consequência das transformações que

estamos vivendo.”

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos

vivendo.”

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do

vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —

ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que

passaria a significar também.

Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se altera

por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no texto

original, é de continuidade (noção de tempo), e não de inclusão. O período

seguinte fortalece essa ideia:

“O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados

em modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da

maneira tradicional, deixando as externalidades para a

sociedade” (l. 23-26).

Resposta – Item errado.

5. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Na opção a seguir,

é apresentado trecho adaptado de texto extraído do sítio dos Correios na

Internet. Julgue-a quanto à correção gramatical.

O progresso comercial advindo da chegada da família real no novo mundo

abriu caminhos afim de que o serviço postal se desenvolvesse. Esse fato

permitiu a elaboração do primeiro Regulamento Postal do Brasil, o

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30

funcionamento regular dos Correios Marítimos e a emissão de novos

decretos que criassem os Correios Interiores.

Comentário – Repara na expressão “afim de”, usada para exprimir finalidade,

propósito, intento. Nesse sentido, a grafia correta é separada: a fim de.

Resposta – Item errado.

[...]

O planejamento caiu em descrédito com a queda do

16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a

contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que

se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito

19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das

pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth

22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —

pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo

25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios

simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e

redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre

28 os setores público e privado e a sociedade civil.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

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31

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.

Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

6. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão

“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria prejudicado

caso se substituísse “mal” por mau.

Comentário – Em linguagem figurada, a expressão nos comunica que o “mito

dos mercados que se autorregulam” está desacreditado, já não produz o

mesmo efeito, sua sustentabilidade está abalada, enfraquecida.

O vocábulo “mal”, no contexto, é o contrário de bem

(advérbio) e não pode ser trocado por mau, antônimo de bom (adjetivo).

Resposta – Item certo.

7. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências

deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser

apagados, alterados.

Comentário – Não adianta resmungar. Às vezes o examinador abre o

dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar

uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que

prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente, indica

aquilo que corrompe, que é degradante.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

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32

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

[...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

8. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para indicar

relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência, mesmo

significado que “convivência”.

Resposta – Item certo.

9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto

mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em

significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de

posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de

palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos de

posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade

decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de estarem

empregados em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce literalmente e

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“homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a troca causa

prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a concordância entre o

verbo “decidem” e o sujeito correspondente.

Resposta – Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

[...]

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. [...]

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas não

devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.

Resposta – Item errado.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência, visto

que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se pretende

dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da localização do

imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.

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Resposta – Item errado.

[...] Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. [...]

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação

contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir

ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar algo

árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial. Mas,

no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo aconteça,

ocorra, ou exista; é o mesmo que capita; essência; fundamental.

Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

13. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no qual

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vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a coerência

nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado

com verbo estático (“vivem”) e pede a preposição em; na língua portuguesa

não existe a contração nonde, supostamente indicada por em + onde.

O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.

Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme o

caso.

Resposta – Item certo.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

[...]

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

14. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no

qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e como

o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando

tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.

Resposta – Item certo.

[...]

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A coisa é mais complicada na modernidade, em que

10 os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda

autoridade jurídica e moral. [...]

15. (Cespe/PF/Agente/2012) Suprimindo-se o emprego de termos

característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (l.9) e o

do trecho “(como você e eu)” (l.10), o primeiro período do segundo

parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte

forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na

modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à

opinião pública.

Comentário – O que pretendo demonstrar com esta questão é o uso

inadequado do vocábulo onde. Ele deve ser empregado para substituir termo

que designe lugar, não uma situação, um conceito etc. Observe que na

reescritura o termo substituído é “modernidade”, que não expressão sentido de

lugar.

Resposta – Item errado.

16. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com base

na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas e por isso devem ser

acentuadas.

Resposta – Item certo.

17. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) As palavras

“catástrofe” e “climática” recebem acento gráfico com base em

justificativas gramaticais diferentes.

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Comentário – A justificativa é uma só. Ambas são palavras proparoxítonas e

devem ser acentuadas por isso.

Resposta – Item errado.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. [...]

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

18. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está

sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,

ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.

Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

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Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

19. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas,

assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado

alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser

desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.

No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e peculiar

como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.

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O contato com vários alunos me fez perceber que muitos

ficaram com dúvida em relação ao item “b”. Esclareço que o verbo pegar

admite a ideia de um agente desencadeador da ação, sendo ele mesmo o

responsável por ela. O verbo contrair sugere um sujeito paciente, alguém que

é acometido de algo (independentemente da sua vontade). Este é o sentido no

texto.

Resposta – A

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

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Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

20. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento”

(l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe

recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio que

não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom ficar

atento e não se deixar levar pelas “aparências”.

Na linha 3, a palavra “acentos” se refere a sinais gráficos

(como acento circunflexo, agudo, til, grave etc.) usados para marcar, por

exemplo, nasalização, diferença entre plural e singular (têm/tem) entre classes

de palavras (preposição por, verbo pôr), fusão de sons iguais etc.

Na linha 7, a palavra "acento" se refere ao timbre, à

pronúncia tônica ou átona, à melodia e ao ritmo, aspectos que não são visuais,

e sim audíveis, não se identificam por meio dos sinais gráficos.

Resposta – Item certo.

21. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e

aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em “Gramático”

(l.9) e em Gramática (l.21).

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Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos

existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem com

a coerência e a coesão do texto.

Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o termo

designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina, uma

área do conhecimento.

Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua

Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é

facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1). O

autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo; Professor

Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.

Resposta – Itens errados.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

[...]

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

22. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

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A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo menos

“perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;

b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal

corrupto tinha até uma lista dos comerciantes

escorchados.);

c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso

esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem

nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. [...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

23. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção

gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.

12) por aleatoriamente.

Comentário – Não, pois aleatoriamente tem a ver com o acaso, com fatores

incertos ou acidentais; que ocorrem fortuita ou casualmente. Essa ideia

afasta-se do sentido original, que transmite a noção de uma situação

repetitiva, sistemática, mas sem sofrer qualquer tipo de controle ou gerência.

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Resposta – Item errado.

24. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,

“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por

serem proparoxítonas.

Comentário – São proparoxítonas apenas “últimas”, “trânsito” e “econômica”.

A palavra “contribuírem” é paroxítona e é acentuada porque:

a) a letra I representa a segunda vogal do hiato formado

com a vogal representada pela letra U,

b) ela (a letra I) representa a sílaba tônica da palavra e

c) está só na sílaba.

Resposta – Item errado.

25. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) Em

“contribuíram”, o emprego do acento gráfico justifica-se pela presença de

ditongo em sílaba tônica.

Comentário – Então, o que achou? A explicação da acentuação da palavra

“contribuírem” (questão acima) serve perfeitamente para a acentuação da

palavra contribuíram.

Resposta – Item errado.

26. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras

“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento gráfico

com base em justificativas gramaticais diferentes.

Comentário – Todas as palavras são proparoxítonas, sendo acentuadas por

esse motivo.

Resposta – Item errado.

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27. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras

iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução

Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente

singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei

nº 8.888/1998.

Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de

obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

convencionalmente usada na grafia de substantivos singulares para indicar

deferência e, ainda, nos casos abaixo:

• nomes, sobrenomes (José Ferreira) e cognomes (Ivan, o Terrível) das

pessoas;

• alcunhas (Sete Dedos); pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes

dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris);

• regiões (Nordeste, Sul);

• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação

Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas);

• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia

Militar);

• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);

• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de

Novembro);

• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de

unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);

• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);

• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou

político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);

• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário

Alvim);

• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício

Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da Sé);

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• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);

• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira

em torno do Sol”);

• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei

Afonso Arinos).

Resposta – Item certo.

28. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e

“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de

acentuação.

Comentário – O vocábulo “políticas” é acentuado por ser proparoxítono; mas

“desperdício” e “carcerária” recebem acento por serem palavras paroxítonas

finalizadas em ditongo oral.

Resposta – Item errado.

29. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O emprego de acento

gráfico no vocábulo “barbárie” deve-se à mesma regra que se observa no

emprego de acento em “caleidoscópio”.

Comentário – Sim, o emprego do acento em ambas as palavras justifica-se

porque elas são paroxítonas terminadas em ditongo oral.

Resposta – Item certo.

30. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/2011) A regra de acentuação gráfica que

justifica o emprego do acento gráfico em “aeroportuário” é a mesma que

justifica o emprego do acento em “meteorológica”.

Comentário – Não. A primeira palavra é paroxítona terminada em ditongo

oral: a-e-ro-por-tu-á-ria; a segunda é proparoxítona: me-te-o-ro-ló-gi-ca.

Resposta – Item errado.

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31. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos "espécies",

"difíceis" e "históricas" são acentuados de acordo com a mesma regra de

acentuação gráfica.

Comentário – As duas primeiras são paroxítonas terminadas em ditongo oral:

es-pé-cies, di-fí-ceis. A última, entretanto, é proparoxítona: his-tó-ri-cas.

Resposta – Item errado.

32. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Levando-se em consideração

o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o

vocábulo “têxtil” (L.2), que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil,

é acentuado também na forma plural; “obsolescência” (L.12) é vocábulo

que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de

sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” (L.18)

também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular.

Comentário – Vamos com calma! Os vocábulos têxtil e pênsil pluralizam-se

assim, respectivamente: têxteis e pênseis. A terminação átona

–il dá lugar à terminação –eis. Não confunda com a terminação tônica: funil

> funis, em que o –l dá lugar ao –s. No singular, o acento circunflexo em

têxtil e pênsil ocorre porque as palavras são paroxítonas terminadas em L.

No plural, o acento permanece porque as palavras são paroxítonas terminadas

em ditongo oral.

As palavras obsolescência e ciência também recebem acento

porque são paroxítonas terminadas em ditongo oral: ob-so-les-cên-cia,

ci-ên-cia.

Déspota(s) recebe acento por ser proparoxítona (todas são

acentuadas, independentemente de estarem no singular ou no plural).

Resposta – Item certo.

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33. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O episódio

colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque” poderia

ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso,

seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original.

Comentário – Também existe no léxico da nossa Língua a palavra cheque, o

seu significado nada tem a ver com xeque. Entenda:

– cheque: documento fornecido por um banco a quem nele

tem conta, que equivale a dinheiro, uma vez preenchido com determinada

quantia e assinado pelo titular da conta.

– xeque (conforme usado no trecho): situação que representa

ameaça, perigo, risco, contratempo, transtorno: A paz está em xeque.

Resposta – Item errado.

34. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

[...] e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo

recorde [...]

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com

acento – récorde.

Comentário – Existem inúmeras palavras que são proferidas erroneamente

por pessoas menos familiarizadas com a norma linguística – são casos de

silabadas. O conhecimento do que está na tabela abaixo evitará que esses

equívocos aconteçam.

Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas

Cateter austero ádvena

Cister avaro aeródromo

Condor aziago aerólito

Gibraltar batavo édito (ordem judicial)

Hangar ciclope elétrodo

Masseter edito (lei, decreto) ínterim

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Mister filantropo lêvedo

Negus fortuito arquétipo

Nobel gratuito aríete

Novel ibero crisântemo

Obus látex hieróglifo

Oximel maquinaria ímprobo

Ureter misantropo lúgubre

necromancia munícipe

rubrica notívago (ou noctívago)

nenúfar protótipo

pudico recôndito

recorde trânsfuga

vermífugo

zênite

Resposta – Item errado.

35. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

[...] Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança

monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de

idade e 80 mil gestantes [...]

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”

por acerca de.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas não

devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre e à locução prepositiva

a respeito de.

Resposta – Item errado.

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36. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,

“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica na

antepenúltima sílaba.

Comentário – Sim, a sílaba tônica delas é a antepenúltima, outra maneira de

dizer que são proparoxítonas.

Resposta – Item certo.

37. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e

“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – Não. A primeira é acentuada porque é uma proparoxítona; a

segunda se enquadra na regra do hiato: letra I o U representando a segunda

vogal do hiato, constituindo a sílaba tônica da palavra e estando só ou

acompanhada de S (país, saúde, Grajaú etc.).

Resposta – Item errado.

38. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que

estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal da

linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da expressão

“dali para a frente” por dali pra frente.

Comentário – A forma pra representa uma variação linguística conhecida

como linguagem informal ou popular, que não tem aceitação em documentos

oficiais, justamente por se distanciar da norma gramatical. Abaixo há um

quadro que assinala a diferença entre a variação padrão (formal, culta) e a não

padrão (informal ou popular) por meio de outros exemplos:

FORMAL INFORMAL

Está Tá

Falar Falá

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Queijo Quejo

Vamos Vamo

Vou Vô

Regência do verbo visar Ele visa o bem público. (deveria ser ao)

Resposta – Item errado

39. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) As palavras “ônibus” e

“invioláveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – A primeira recebe acento por ser proparoxítona (ô-ni-bus); a

segunda, por ser paroxítona terminada em ditongo oral (-eis).

Resposta – Item errado.

40. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Os vocábulos

“quilômetros”, “emblemático” e “picolé” são acentuados de acordo com a

mesma regra de acentuação gráfica.

Comentário – Os dois primeiros são acentuados por serem proparoxítonos

(qui-lô-me-tro / em-ble-má-ti-co); “picolé” é oxítona terminada em E.

Resposta – Item errado.

41. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) Os vocábulos

“analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base na mesma regra

de acentuação.

Comentário – Sim, os dois acentos são usados porque as palavras são

proparoxítonas (todas são acentuadas): a-na-lí-ti-ca / te-rí-a-mos.

Resposta – Item certo.

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[...]

19 Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm

direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora.

[...]

42. (Cespe/FUB/Cargos de Nível Médio/2011) Em razão do contexto, o acento

gráfico empregado na forma verbal “têm” (L.19) é obrigatório.

Comentário – Sim, o acento é obrigatório. Este acento serve para diferenciar

a terceira pessoa do plural (“os alunos de ótimo boletim” = eles) da terceira

pessoa do singular (ele). Nem mesmo a vigência do novo Acordo o aboliu.

Resposta – Item certo.

43. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos “países” e

“áreas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – Negativo. O acento agudo em países justifica-se pela regra dos

hiatos. A vogal I é a segunda do hiato (pa-í-ses), está sozinha na sílaba e

constitui a sílaba tônica da palavra. Em áreas, o acento ocorre porque a

palavra é paroxítona terminada em ditongo (á-reas).

Resposta – Item errado.

44. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) Os vocábulos “público” (L.9)

e “caótico” (L.12), que foram empregados no texto como adjetivos,

obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

Comentário – Sim, pois ambas são palavras proparoxítonas (pú-bli-co,

ca-ó-ti-co). Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Resposta – Item certo.

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45. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo

“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido

original e para a correção gramatical do texto.

Comentário – Leia como o dicionário eletrônico Aulete apresenta um dos

significados da palavra “joça”: “Aquilo que não se consegue definir com

precisão, por desconhecimento ou por esquecimento momentâneo do seu

nome: Nunca soube para que servia aquela joça!”. O mesmo dicionário

apresenta um dos significados da palavra “coisa”: “objetos indeterminados ou

que se não querem especificar: Contou-me coisas e loisas. O negócio tem suas

coisas, é intricado, difícil.”. Portanto a substituição proposta mencionada pelo

examinador é adequada.

Resposta – Item certo.

[...]

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53

[...]

46. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Na linha 13, a

substituição do vocábulo “senão” por se não, embora gramaticalmente

correta, prejudicaria o sentido do texto.

Comentário – O sentido realmente estaria prejudicado, passaria a indicar uma

condição em vez de uma ressalva, equivalente a mas sim, porém, a não ser.

Em relação à gramaticalidade, o segredo é você analisar a oração subordinada

“embora gramaticalmente correta” depois da principal. Assim, percebemos que

a utilização da forma se não constitui erro de ortografia no contexto.

Resposta – Item errado.

[...]

Ó soberbos titulares,

34 tão desdenhosos e altivos!

Por fictícia autoridade,

vãs razões, falsos motivos,

37 inutilmente matastes:

— vossos mortos são mais vivos;

e, sobre vós, de longe, abrem

40 grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

47. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os

termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo

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“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos

mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).

Comentário – A pluralidade de significação é uma das características de um

poema. Isso ocorre normalmente por meio de frases ou expressões ambíguas,

palavras polissêmicas, usadas com sentido conotativo, figuras de linguagem

etc.

No caso sob análise, a associação entre as palavras “mortos” e

“vivos” gera um efeito semântico que nos permite interpretar que aqueles

personagens têm também alguma capacidade contemplativa, à semelhança

dos “vivos”.

Mas também é possível relacionar o adjetivo “pensativos” ao

termo “olhos”, concedendo a estes a capacidade de representar todo o ser

pensante, como se os próprios “olhos” expressassem alguma ideia ou

pensamento.

Resposta – Item certo.

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55

48. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o

adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.

Comentário – Vejamos alguns significados pertinentes para o adjetivo

espúrio: ilegítimo (comércio espúrio) [ Antôn.: legítimo]; bastardo; fora da

lei; diz-se de hábitos e costumes maus(comportamento espúrio); falsificado,

adulterado; corrompido etc.

Vejamos agora alguns significados plausíveis para o adjetivo

castiço: boa casta ou boa raça; puro, sem mistura, sem elementos

descaracterizadores; boa qualidade; correto; genuíno etc.

Portanto, por extensão, não castiço(a) significa o mesmo

que espúrio(a).

Resposta – Item certo.

1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se

intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do

solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e

4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência

daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade

absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos

7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos

agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a

degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das

10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,

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mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras

requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,

13 invadir pelo regime francamente desértico.

[...]

Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).

São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

49. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras

“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,

respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a

coerência e a correção gramatical do texto.

Comentário – Esta questão foi para desestabilizar os candidatos. O adjetivo

“subitâneas” tem relação com súbito, que qualifica algo que ocorre sem

previsão (morte súbita); que é inesperado, repentino. Já o adjetivo “decídua”

expressa a característica de algo que cai ou se solta (dente decíduo); que é

cadivo (é mole ou quer mais!!!), caduco. Também pode indicar, como no caso

do texto analisado, um tipo de vegetação que cai em determinada época do

ano ou fase de desenvolvimento. Portanto as substituições não causam

prejuízo ao texto.

Resposta – Item certo.

[...]

atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,

mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se

16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e

empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,

exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro

19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das

quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do

empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira

22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a

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engenharia científica só teve início quando se chegou a um

consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas

25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e

matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da

Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser

28 considerados os precursores da engenharia científica.

Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no

Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

50. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição

do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o

nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,

mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na

flexão do particípio — original do texto.

Comentário – A nova redação altera significativamente o sentido original do

texto. Note que o particípio “entendida” (l. 22) refere-se apenas à

“engenharia”, ajudando a caracterizá-la nos dias atuais e atribuir-lhe a

qualidade de “verdadeira”, em contraste com os métodos usados pelos

“construtores antigos”, que têm a ver com o empirismo e a intuição. Já a

expressão de acordo com o nosso entendimento atual indica um juízo de

valor do enunciador sobre os métodos de construção antigos e atuais. O uso

do pronome nosso é um recurso literário de persuasão do leitor, que é levado

a compartilhar a mesma opinião do autor do texto. Portanto, toda a frase salta

do campo da constatação para o campo da opinião pessoal.

Resposta – Item errado.

Se ficou alguma dúvida sobre o que eu expliquei, não siga em

frente. Volte ao ponto e leia tudo outra vez. Se a dúvida persistir, escreva para

mim por meio do fórum.

Na próxima página estão as questões do simulado. Em seguida,

apresento o gabarito. Utilize tudo para avaliar seu aprendizado nesta aula.

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Simulado

1. Na imagem acima, o cartunista brinca com a reforma ortográfica. Com

relação ao emprego do hífen, todas as palavras estão de acordo com as

novas regras, exceto

a) mega-empresa.

b) autorretrato.

c) autoajuda.

d) micro-ondas.

e) anti-inflamatório.

Uma campanha alegre

Há muitos anos que a política em Portugal apresenta este singular

estado:

Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o

Poder, perdem o Poder, reconquistam o Poder, trocam o Poder... O Poder não

sai duns certos grupos, como uma pela* que quatro crianças, aos quatro

cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos.

Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no Poder, esses homens

são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os outros que lá não estão — os

corruptos, os esbanjadores da Fazenda, a ruína do País!

Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a sua própria

opinião e os seus jornais — os verdadeiros liberais, os salvadores da causa

pública, os amigos do povo, e os interesses do País.

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Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder fazem tudo o que

podem para continuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a ruína do País,

durante o maior tempo possível! E os que não estão no Poder movem-se,

conspiram, cansam-se, para deixar de ser o mais depressa que puderem — os

verdadeiros liberais, e os interesses do País!

Até que enfim caem os cinco do Poder, e os outros, os verdadeiros

liberais, entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da

Fazenda e ruína do País; em tanto que os que caíram do Poder se resignam,

cheios de fel e de tédio — a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do

País.

[...]

(Eça de Queirós. Obras. Porto: Lello & Irmão-Editores, [s.d.].)

(*) Pela: bola.

2 “... cheios de fel e de tédio...”

Nesta passagem do sexto parágrafo, o cronista se utiliza figuradamente

da palavra fel para significar

a) rancor.

b) eloquência.

c) esperança.

d) medo.

e) saudade.

O fim do marketing

A empresa vende ao consumidor — com a web não é mais assim.

Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing —

produto, praça, preço e promoção — não funcionam mais. O paradigma era

simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós criamos

produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos

anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet transforma todas essas

atividades.

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[...]

Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são

marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de

comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do

produto. Produtos estão se tornando experiências. Estão mortas as velhas

concepções industriais na definição e marketing de produtos.

[...]

Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços

fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje

questionamos até o conceito de “preço”, à medida que os consumidores

ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem

pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços por um produto,

dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores trocam mais

informações e o preço se torna fluido. Os mercados, e não as empresas,

decidem sobre os preços de produtos e serviços.

[...]

A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou

marketplace) e um mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou

marketspace). As empresas não devem preocupar-se com a criação de um web

site vistoso, mas sim de uma grande comunidade online e com o capital de

relacionamento. Corações, e não olhos, são o que conta. Dentro de uma

década, a maioria dos produtos será vendida no espaço mercadológico. Uma

nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o marketplace e

o marketspace.

[...]

Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens”

unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a

consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam

drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequência têm acesso a

informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles

que controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a

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mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de

relações públicas, eles criam a “opinião pública” online.

Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.

(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.)

3 Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.

O termo marqueteiro, presente nesta frase, foi formado em português por

influência do inglês e tem como uma de suas acepções usuais:

a) consumidor de mercado.

b) construtor de marquises de lojas.

c) investidor do mercado financeiro.

d) profissional de marketing.

e) empresário de supermercado.

Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo

Tribunal Federal, Joaquim Barbosa:

Entrevistador: – O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado

as funções do Congresso?

Entrevistado: – Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente

detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a

fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um sistema de

jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme de

agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer

questões ao Supremo. É um leque considerável de interesses, de visões, que

acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas mais

diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas

decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são

analisados cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma insanidade.

Veja, 15/06/2011.

4 Tendo em vista o contexto, a palavra do texto que sintetiza o teor da

acusação referida na entrevista é

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a) “usurpado”.

b) “detalhista”.

c) “fomentar”.

d) “litígios”.

e) “insanidade”.

Moradores de Higienópolis admitiram ao jornal Folha de S. Paulo que 6a

abertura de uma estação de metrô na avenida Angélica traria “gente

diferenciada” ao bairro. Não é difícil imaginar que alguns vizinhos do Morumbi

compartilhem esse medo e prefiram o isolamento garantido com a inexistência

de transporte público de massa por ali.

Mas 1à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por levantar muros,

erguer fortalezas e se refugiar em ambientes distantes do Brasil real, o poder

público não fez a sua parte em desmentir que a chegada do transporte de

massas não degrade a paisagem urbana.

Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, na Colômbia, e grande

especialista em transporte coletivo, diz que não basta criar corredores de

ônibus bem asfaltados e servidos por diversas linhas. Abrigos confortáveis, boa

iluminação, calçamento, limpeza e paisagismo que circundam estações de

metrô ou pontos de ônibus precisam mostrar o status que o transporte público

tem em uma determinada cidade.

Se no entorno do ponto de ônibus, a calçada está esburacada, há sujeira

e 7a escuridão afugenta pessoas à noite, é normal que moradores não queiram

a chegada do transporte de massa. 8A instalação de linhas de monotrilho ou de corredores de ônibus precisa

vitaminar uma área, não destruí-la. 9Quando as grades da Nove de Julho foram retiradas, 2a avenida ficou

menos tétrica, quase bonita. Quando o corredor da Rebouças fez pontos muito

modestos, que acumulam diversos ônibus sem dar vazão a desembarques, 3a

imagem do engarrafamento e da bagunça vira um desastre de relações

públicas.

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4Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível da rua, como os

“trams” das cidades alemãs e suíças. Mesmo em uma cidade de 16 milhões de

habitantes na Turquia, país emergente como o Brasil, houve cuidado com os

abrigos feitos de vidro, com os bancos caprichados – em formato de livro – e

com a iluminação. Restou menos espaço para os carros porque a ideia ali era

tentar convencer na marra os motoristas a deixarem mais seus carros em casa

e usarem o transporte público.

Se os monotrilhos do Morumbi, de fato, se parecerem com um

Minhocão*, o Godzilla do centro de São Paulo, os moradores deveriam

protestar, pedindo melhorias no projeto, detalhamento dos materiais,

condições e impacto dos trilhos na paisagem urbana. 5Se forem como os

antigos bondes, ótimo.

Mas se os moradores simplesmente recusarem qualquer ampliação do

transporte público, que beneficiará diretamente os milhares de prestadores de

serviço que precisam trabalhar na região do Morumbi, vai ser difícil acreditar

que o problema deles não seja a gente diferenciada que precisa circular por

São Paulo.

(Raul Justes Lores. Folha de S. Paulo, 07/10/2010. Adaptado.)

(*) Elevado Presidente Costa e Silva, ou Minhocão, é uma via expressa que

liga o Centro à Zona Oeste da cidade de São Paulo.

5 No texto, “gente diferenciada” é equivalente a

a) Brasil real.

b) poder público.

c) relações públicas.

d) motoristas.

e) moradores.

6 Levando em conta as informações do primeiro quadrinho, identifique a

alternativa que apresenta a palavra que também sofreu alterações na

acentuação gráfica devido à regra mencionada.

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a) plateia

b) heroico

c) gratuito

d) baiuca

e) caiu

7 Assinale a alternativa em que a expressão entre parênteses veicula

significação equivalente à expressão grifada do enunciado.

a) A perspicácia é uma qualidade de quem é observador, atento a tudo que

está a sua volta. (curiosidade)

b) Esta situação dissuadiu investidores de investir na empresa, tal como foi

evidenciado pelas dificuldades da empresa na obtenção de empréstimos

bancários. (convenceu)

c) Discute-se a hipervalorização das artes e humanidades em detrimento das

ciências “duras” e da engenharia, e a consequência do processo para o

desenvolvimento tecnológico, científico e cultural do país. (no lugar)

d) Existem expressões que, não obstante terem um sentido jurídico,

constituem termos da linguagem comum. (apesar de)

e) O existencialismo é, grosso modo, uma filosofia que põe em destaque a

liberdade do homem. (de forma pouco polida)

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8 O que torna a tortura atraente é o fato de ela funcionar. 1O preso não

quer falar, apanha e fala. É sobre essa simples constatação que se edifica

a complexa justificativa da tortura pela funcionalidade. O que há de

terrível nela é a sua verdade. O que há de perverso nessa verdade é o

sistema lógico que nela se apoia valendo-se da compreensão, em um juízo

aparentemente neutro, do conflito entre dois mundos: o do torturador e o

de sua vítima.

O poder absoluto que o torturador 3tem de infligir sofrimento à sua vítima

transforma-se em elemento de controle sobre o seu corpo. No meio da

selva amazônica, espancando um caboclo analfabeto que pedia ajuda

divina para sustar os padecimentos, um torturador resumiria sua

onipotência embutida: 2“Que Deus que nada, porque Deus aqui é nós

mesmo”. A mente insubmissa torna-se vítima de sua carcaça, que é, a um

só tempo, repasto do sofrimento e presa do inimigo. A dor destrói o

mundo do torturado, ao mesmo tempo que lhe mostra outro, o do

torturador, no qual não há sofrimento, mas o poder de criá-lo. Quando a

vítima se submete, conclui-se um processo em que a confissão é um

aspecto irrelevante. O preso, na sala de suplícios, troca seu mundo pelo

do torturador.

Elio Gaspari. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 37-41 (com adaptações).

A partir dessas informações, julgue os itens a seguir:

a) No período “O preso não quer falar, apanha e fala” (ref. 1), não está

estabelecida relação de causa e efeito no nível sintático, mas se

depreende tal relação no nível semântico, na ordenação temporal das

orações.

b) Na referência 2, na fala atribuída ao torturador, foi usada a linguagem

coloquial. Esse trecho poderia ser expresso corretamente em linguagem

formal: Não há de se evocar Deus, porque, aqui, Deus somos nós

mesmos.

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66

c) Na referência 3, a locução verbal “tem de infligir” corresponde a deve

transgredir.

d) O termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos

agudos, físicos ou mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa a

fim de que ela ou uma terceira pessoa forneça informações ou faça

confissões.

9 O substantivo derivado dos verbos abaixo que difere dos demais quanto à

grafia, segundo o registro culto e formal da língua, é

a) interromper – interrup ___ão.

b) render – rendi___ão.

c) absorver – absor ___ão.

d) deter – deten___ão.

e) converter – conver___ão.

Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832, durante a sua 2célebre

viagem a bordo do Beagle. Voltou impressionado com o que viu: "5Delícia é um

termo 17insuficiente para 19exprimir as emoções sentidas por 28um naturalista a 8sós com a natureza em uma floresta brasileira", escreveu. O Brasil, 11porém,

aparece de forma menos 21idílica em 27seus escritos: "Espero nunca mais

voltar a um 12país escravagista. O estado da enorme população escrava deve

preocupar todos os que chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem

ver o negro romo outra espécie, mas temos todos a mesma origem."

Em vez do gorjeio do 6sabiá, o que Darwin guardou nos ouvidos foi 30um

som 3terrível que 29o acompanhou por toda a vida: "13Até hoje, se eu ouço um

grito, 39lembro-me, com 22dolorosa e clara memória, 43de quando passei numa

casa em Pernambuco e ouvi urros 14terríveis. Logo entendi que era algum

pobre escravo que estava sendo torturado,"

Segundo o 4biólogo Adrian Desmond, “a viagem do Beagie, para Darwin,

foi 40menos 41importante pelos 15espécimes coletados do que pela 16experiência

de 25testemunhar os horrores da 23escravidão no Brasil. 47De certa forma, ele

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escolheu focar na 20descendência comum do homem justamente para mostrar

que 32todas as raças eram iguais e, 31desse modo, enfim, 44objetar 36àqueles

que 18insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma espécie diferente e

inferior à dos brancos". 1Desmond acaba de lançar um estudo que mostra a

paixão abolicionista 35do cientista, 26revelada por 33seus 7diários e cartas 42pessoais. “A extensão de 34seu interesse no combate à ciência de cunho

racista 9é surpreendente, e pudemos detectar um ímpeto moral por 10trás de

seu trabalho sobre a evolução humana - urna crença na ‘irmandade racial’ que 38tinha 37origem em 45seu ódio 46ao 24escravismo e que o levou a pensar numa

descendência comum."

Adaptado de: HAAG, C. O elo perdido tropical. Pesquisa FAPESP, n. 159, p. 80 - 85, maio 2009.

10 Assinale a alternativa em que as três palavras são acentuadas

graficamente pela mesma razão.

a) célebre (ref. 2) - terrível (ref. 3) - biólogo (ref. 4)

b) Delícia (ref. 5) - sabiá (ref. 6) - diários (ref. 7)

c) sós (ref. 8) - é (ref. 9) - trás (ref. 10)

d) porém (ref. 11) - país (ref. 12) - Até (ref. 13)

e) terríveis (ref. 14) - espécimes (ref. 15) - experiência (ref. 16)

Então, o que você achou? Posso esperá-lo na próxima aula?

Lembre-se de que o êxito deste curso também depende do diálogo

entre nós dois. Portanto participe dos fóruns, esclareça suas dúvidas e mande

suas sugestões.

Um grande abraço e que Deus o abençoe!

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Gabarito do Simulado

1

Comentário – Segundo o novo acordo ortográfico, suprime-se o hífen entre

prefixos terminados em vogal e elementos seguintes começados por “ r” ou

“s”, que se duplicam por razões fonéticas, como acontece com a palavra

“autorretrato” citado em B ou entre prefixos terminados em vogal e elementos

seguintes começados por vogal diferente, como se percebe na imagem em que

a reforma ortográfica representada pelo caminhão “atropelou” o hífen da

palavra antes grafada “autoestrada” e em C, com a palavra já atualizada

“autoajuda”. Mantém-se entre prefixos que terminam em vogal seguidos de

elemento com a mesma vogal como em D e E nas palavras “micro-ondas” e

“anti-inflamatório”. Assim, a palavra transcrita em A transgride as regras da

reforma ortográfica e deveria ser substituída por “megaempresa” para

adaptar-se à nova grafia.

Resposta – A

2

Comentário – A palavra “fel” é usada com o sentido de rancor, sensação de

ressentimento que o grupo destituído do governo alimentava contra os que

tinham ascendido ao Poder.

Resposta – A

3

Comentário – O termo “marqueteiro” é usado popularmente para designar a

pessoa que faz marketing.

Resposta – D

4

Comentário – A pergunta do entrevistador sugere que o grande número de

intervenções do Supremo Tribunal da Justiça tenha afetado atividades

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específicas da área parlamentar. Assim, a palavra do texto que sintetiza o teor

da acusação é “usurpado”: apropriado, exercido de maneira indevida.

Resposta – A

5

Comentário – A expressão “gente diferenciada” alude eufemisticamente a

grupos sociais que não frequentam habitualmente a região de Higienópolis,

antigo endereço de famílias tradicionais da aristocracia paulista e que, ainda

hoje, é considerado um bairro nobre da cidade de São Paulo. Assim, o “Brasil

real”, enunciado na opção A, traduz o grupo de pessoas humildes e

trabalhadoras, contrastante com o dos atuais moradores.

Resposta – A

6

Comentário – O fato de os termos “plateia” e “heroico” apresentarem grafia

diferente após o estabelecimento do novo acordo ortográfico deriva de serem

paroxítonos, vocábulos cuja tonicidade recai na penúltima sílaba e cujos

ditongos abertos “ei” e “oi” não precisam mais ser acentuados. Não se aplica,

neste caso, a regra enunciada no primeiro quadrinho que se refere

especificamente às palavras paroxítonas que apresentam “i” ou “u” tônicos

depois de ditongo, como fei-u-ra (expressa no balão de pensamento do último

quadro da tirinha) e bai-u-ca, referida em D. Os vocábulos “gratuito” e “caiu”

não são acentuados, nem nunca foram.

Resposta – D

7

Comentário – Apenas em D existe sinonímia dos termos “ não obstante” e “

apesar de”, locuções adverbial e prepositiva, respectivamente. “Sagacidade”,

“convenceu a desistir”, “contrário ao interesse de” e “genericamente”

substituiriam adequadamente os termos sublinhados em A, B, C e E.

Resposta – D

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8

Comentário – É incorreto o que se afirma em C, pois a locução verbal “tem de

infligir” corresponde a “deve causar”, e não a “ transgredir”, sinônimo de

“infringir”, ”desrespeitar lei ou regra”.

Resposta – A: item correto; B: item correto; C: item incorreto; D: item

correto.

9

Comentário – Apenas em E, o substantivo derivado do verbo difere dos

outros, pois “conversão” é grafada com s ao contrário de todos os outros

grafados com ç ( interrupção, rendição, absorção, detenção).

Resposta – E

10

Comentário

Célebre:

proparoxítona

Terrível: paroxítona

terminada em L

Biólogo:

proparoxítona

Delícia: paroxítona

terminada em

ditongo

Sabiá: oxítona

terminada em a

Diários: paroxítona

terminada em

ditongo

Sós: monossílabo

tônico terminado em

o (acompanhado ou

não de s)

É: monossílabo

tônico terminado em

e (acompanhado ou

não de s)

Trás: monossílabo

tônico terminado em

a (acompanhado ou

não de s)

Porém: oxítona

terminada em em

País: i sozinho na

sílaba (seguido ou

não de s)

Até: oxítona

terminada em e

Terríveis:

paroxítona terminada

Espécimes:

proparoxítona

Experiência:

paroxítona terminada

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em ditongo em ditongo

Resposta – C

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Na linha 26, “por que”

poderia, sem prejuízo para a correção gramatical, ser grafado porque,

em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em

“mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”

(L.31-32).

2. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011)

[...]

[...]

No período “Parece que sim, porque (...) receberão efeitos.” (l.11-16), a

substituição do ponto final por ponto de interrogação manteria a coerência

do texto, mas, nesse caso, de acordo com a prescrição gramatical, o

vocábulo “porque” deveria ser grafado como por que.

[...]

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73

22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter

dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O

discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em

25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira

tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

E mais, não são apenas os grandes líderes do setor

28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores

e jornalistas também não entenderam as oportunidades que

31 estão surgindo a partir das transformações que estamos

vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica

pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,

26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia

ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos

termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

4. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do

vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —

ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que

passaria a significar também.

5. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Na opção a seguir,

é apresentado trecho adaptado de texto extraído do sítio dos Correios na

Internet. Julgue-a quanto à correção gramatical.

O progresso comercial advindo da chegada da família real no novo mundo

abriu caminhos afim de que o serviço postal se desenvolvesse. Esse fato

permitiu a elaboração do primeiro Regulamento Postal do Brasil, o

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funcionamento regular dos Correios Marítimos e a emissão de novos

decretos que criassem os Correios Interiores.

[...]

O planejamento caiu em descrédito com a queda do

16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a

contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que

se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito

19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das

pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth

22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —

pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo

25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios

simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e

redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre

28 os setores público e privado e a sociedade civil.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

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[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.

Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

6. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão

“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria prejudicado

caso se substituísse “mal” por mau.

7. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências

deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser

apagados, alterados.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

[...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

8. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

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9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto

mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em

significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de

posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

[...]

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. [...]

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

[...] Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

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19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. [...]

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

13. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no qual

vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a coerência nem

para a correção gramatical do texto.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

[...]

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

14. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no

qual”.

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[...]

A coisa é mais complicada na modernidade, em que

10 os cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda

autoridade jurídica e moral. [...]

15. (Cespe/PF/Agente/2012) Suprimindo-se o emprego de termos

característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (l.9) e o

do trecho “(como você e eu)” (l.10), o primeiro período do segundo

parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte

forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na

modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à

opinião pública.

16. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com base

na mesma justificativa gramatical.

17. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) As palavras

“catástrofe” e “climática” recebem acento gráfico com base em

justificativas gramaticais diferentes.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. [...]

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

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18. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está

sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

19. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

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a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas,

assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado

alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

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entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

20. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento”

(l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

21. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e

aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em “Gramático”

(l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

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82

[...]

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

22. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. [...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

23. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção

gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.

12) por aleatoriamente.

24. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,

“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por

serem proparoxítonas.

25. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras

“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento gráfico

com base em justificativas gramaticais diferentes.

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26. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) Em

“contribuíram”, o emprego do acento gráfico justifica-se pela presença de

ditongo em sílaba tônica.

27. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras

iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução

Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente

singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei

nº 8.888/1998.

28. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e

“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de

acentuação.

29. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O emprego de acento

gráfico no vocábulo “barbárie” deve-se à mesma regra que se observa no

emprego de acento em “caleidoscópio”.

30. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/2011) A regra de acentuação gráfica que

justifica o emprego do acento gráfico em “aeroportuário” é a mesma que

justifica o emprego do acento em “meteorológica”.

31. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos "espécies",

"difíceis" e "históricas" são acentuados de acordo com a mesma regra de

acentuação gráfica.

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32. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Levando-se em consideração

o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o

vocábulo “têxtil” (L.2), que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil,

é acentuado também na forma plural; “obsolescência” (L.12) é vocábulo

que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de

sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” (L.18)

também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular.

33. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O episódio

colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque” poderia

ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso,

seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original.

34. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

[...] e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo

recorde [...]

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com

acento – récorde.

35. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

[...] Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança

monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de

idade e 80 mil gestantes [...]

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”

por acerca de.

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36. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,

“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica na

antepenúltima sílaba.

37. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e

“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

38. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que

estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal da

linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da expressão

“dali para a frente” por dali pra frente.

39. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) As palavras “ônibus” e

“invioláveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

40. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Os vocábulos

“quilômetros”, “emblemático” e “picolé” são acentuados de acordo com a

mesma regra de acentuação gráfica.

41. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) Os vocábulos

“analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base na mesma regra

de acentuação.

[...]

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19 Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm

direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora.

[...]

42. (Cespe/FUB/Cargos de Nível Médio/2011) Em razão do contexto, o acento

gráfico empregado na forma verbal “têm” (L.19) é obrigatório.

43. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos “países” e

“áreas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

44. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) Os vocábulos “público” (L.9)

e “caótico” (L.12), que foram empregados no texto como adjetivos,

obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

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45. (Cespe/EBC/Gestor de Atividade Jornalística/2011) No texto 2, o vocábulo

“joça” poderia ser substituído por coisa, sem prejuízo para o sentido

original e para a correção gramatical do texto.

[...]

[...]

46. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) Na linha 13, a

substituição do vocábulo “senão” por se não, embora gramaticalmente

correta, prejudicaria o sentido do texto.

[...]

Ó soberbos titulares,

34 tão desdenhosos e altivos!

Por fictícia autoridade,

vãs razões, falsos motivos,

37 inutilmente matastes:

— vossos mortos são mais vivos;

e, sobre vós, de longe, abrem

40 grandes olhos pensativos.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

47. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Considerando-se as relações entre os

termos da oração, verifica-se ambiguidade no emprego do adjetivo

“pensativos” (v. 40), visto que ele pode referir-se tanto ao termo “vossos

mortos” (v.38) quanto ao núcleo nominal “olhos” (v.40).

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48. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) Na expressão “voz espúria” (l.10), o

adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.

1 Realmente, entre os agentes determinantes da seca se

intercalam, de modo apreciável, a estrutura e a conformação do

solo. Qualquer que seja a intensidade das causas complexas e

4 mais remotas que anteriormente esboçamos, a influência

daquelas é manifesta desde que se considere que a capacidade

absorvente e emissiva dos terrenos expostos, a inclinação dos

7 estratos, que os retalham, e a rudeza dos relevos topográficos

agravam, do mesmo passo, a crestadura dos estios e a

degradação intensiva das torrentes. De sorte que, saindo das

10 insolações demoradas para as inundações subitâneas, a terra,

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mal protegida por uma vegetação decídua, que as primeiras

requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e pouco,

13 invadir pelo regime francamente desértico.

[...]

Euclides da Cunha. Os Sertões (Campanha de Canudos).

São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 95-6 (com adaptações).

49. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As palavras

“subitâneas” (l.10) e “decídua” (l.11) poderiam ser substituídas,

respectivamente, por repentinas e caduca, sem prejuízo para a

coerência e a correção gramatical do texto.

[...]

atribuições do engenheiro. Os construtores antigos, entretanto,

mesmo tendo realizado obras difíceis e audaciosas, se

16 baseavam, principalmente, em uma série de regras práticas e

empíricas, embora tivessem, evidentemente, em muitos casos,

exata noção de estabilidade, de equilíbrio de forças, de centro

19 de gravidade, entre outras. As obras que fizeram, muitas das

quais até hoje causam admiração, são muito mais fruto do

empirismo e da intuição do que de cálculo e de uma verdadeira

22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a

engenharia científica só teve início quando se chegou a um

consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas

25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e

matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da

Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser

28 considerados os precursores da engenharia científica.

Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no

Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

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50. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) A substituição

do trecho “como entendida atualmente” (l.22) por de acordo com o

nosso entendimento atual imprimiria um tom mais formal ao texto,

mantendo-se o sentido — codificado no valor semântico do conectivo e na

flexão do particípio — original do texto.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item errado

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item errado

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item certo

14. Item certo

15. Item errado

16. Item certo

17. Item errado

18. Item certo

19. A

20. Item certo

21. Item errado

22. Item certo

23. Item errado

24. Item errado

25. Item certo

26. Item errado

27. Item certo

28. Item errado

29. Item certo

30. Item errado

31. Item errado

32. Item certo

33. Item errado

34. Item errado

35. Item errado

36. Item certo

37. Item errado

38. Item errado

39. Item errado

40. Item errado

41. Item certo

42. Item certo

43. Item errado

44. Item certo

45. Item certo

46. Item errado

47. Item certo

48. Item certo

49. Item certo

50. Item errado