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CURSO ONLINE ATUALIDADES PARA O CNJ PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES Prof. Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 1 Política Olá, pessoal, estão animados nossa aula de hoje? Espero que sim pois hojee veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e que vem despencando nas provas de atualidades! Como vocês mesmo devem imaginar falar de política implica falar de muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova alguns temas são muito mais recorrentes do que outros e é justamente desses temas que vamos tratar aqui hj, ok? Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos políticos mundiais que mais tem estado na mídia nos últimos meses: os vários conflitos que se estendem pelo mundo afora. Esse é um dos assuntos mais fortes do ano de 2012 e por isso não podemos de forma alguma, deixar de estudá-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Eu entendo que temos uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade é muito distinta da nossa, não é mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto político mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na prova... e esse risco nós não podemos correr!! Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e atuais aspectos políticos nacionais, ok? Então simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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Política

Olá, pessoal, estão animados nossa aula de hoje? Espero que sim

pois hojee veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e

que vem despencando nas provas de atualidades!

Como vocês mesmo devem imaginar falar de política implica falar de

muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova alguns temas são

muito mais recorrentes do que outros e é justamente desses temas que vamos

tratar aqui hj, ok?

Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos

políticos mundiais que mais tem estado na mídia nos últimos meses: os vários

conflitos que se estendem pelo mundo afora. Esse é um dos assuntos mais

fortes do ano de 2012 e por isso não podemos de forma alguma, deixar de

estudá-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Eu entendo que temos

uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade é

muito distinta da nossa, não é mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto

político mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na

prova... e esse risco nós não podemos correr!!

Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e

atuais aspectos políticos nacionais, ok?

Então simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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Primavera Árabe

Bem, amigos, infelizmente esse é um dos assuntos mais famosos do

momento, pois, apesar de ter tido inicio em 2011 ainda hoje, o caos que se

instalou parece não ter fim e basta um filme, mal produzido, para ser o

estopim de novas revoltas nos países árabes.

Mas afinal o que é essa tão falada “Primavera Árabe”?

Bem, ela pode ser entendida como sendo um conjunto de

manifestações realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritários e

centralizadores que ocorrem em diversos países do Oriente Médio. O fenômeno

continua ativo no norte de África e no Oriente Médio e, mesmo que muitos

insistam em afirmar que a Primavera já passou, não é isso que vemos nos

noticiários, não é mesmo?

Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as

conquistas da Primavera Árabe, que colocou a democratização entre os

principais assuntos de uma região que parecia condenada a seguir como um

santuário de regimes autocráticos intocáveis. Muitas ditaduras já caíram e

outras tantas sofrem com a pressão popular exigindo seu fim.

O fato é que o fenômeno está mais vivo do que nunca,

principalmente em alguns países como a Síria. Mas acredito que grande

questão aqui é, o que afinal eu devo saber sobre todos esses inumertos

movimentos árabes que não param de acontecer?

Bem, pessoal, pra não nos determos aqui na historicidade de cada

conflito com a complexidade que cada um deles tem, acredito que a melhor

forma de otimizar nosso aprendizado sobre o que realmente é importante

para o concurso eu proponho que comecemos então a fazer questões, que tal?

A partir delas vou entrando e me aprofundando na teoria necessária para eu

compreenda um pouco melhor aquela situação, ok?

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Assim, pessoal, o que vemos é que todas as revoltas que têm

eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mídia nos últimos meses são os

elementos dessa primavera, que não tem nada de florida, não é mesmo?

2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo não vai acabar em

2012. “Que pena!”, dirão os cínicos. Mas, para aqueles que são, em

variados graus, mais otimistas, 2012 será um ano de atos de

equilibrismo. A Primavera Árabe vai tornar-se outro verão.

SUU KYI, A. Um senso de equilíbrio. The economist/ Revista Carta Capital, São Paulo:

Confiança. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev. 2012, p.86.

A expressão Primavera Árabe, empregada no texto, refere-se aos

levantes políticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

(A) norte da África

(B) sudeste da África

(C) sudeste da Ásia

(D) nordeste da Ásia

(E) centro-sul da Europa

Comentários

A assertiva correta é a letra A. Em 2010, um jovem tunisiano ateou fogo ao

próprio corpo em protesto contra as condições de vida em seu país. O protesto

se espalhou por toda a Tunísia, levando o presidente Zine el-Addine Ben Ali,

que estava no poder desde 1987, a fugir para Arábia Saudita apenas dez dias

depois. Este ato foi o início de uma série de protestos que seria mais tarde

chamado de Primavera Árabe. Apenas como lembrete: a Tunísia fica no norte

da África e sua capital é Túnis.

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4(ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de

2011, podem ser classificados como históricos, seja pelo impacto que

causaram, seja pelas repercussões que ainda podem se desdobrar por

muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera Árabe, cujo

ponto de partida foi o solitário gesto de um homem comum ao se

imolar, representou o caminho sem volta dos países árabes em direção

à democracia laica ocidentalizada.

O inicio da questão está perfeito, no entanto, ela se torna errada no momento

em que afirma que o gesto solitário do homem comum representou um

caminho sem volta em direção a democracia laica ocidentalizada. Ainda que

estejam se dirigindo a uma democracia, ainda não podemos entendê-la como

uma democracia nos moldes do ocidente, tampouco laica, como nós

conhecemos, não é mesmo? Cuidado com o etnocentrismo, pois ele pode nos

conduzir ao erro numa questão dessas, ok? Portanto, é preciso ter claro que o

elemento democracia não existe apenas nos moldes laicos e ocidentais, como

conhecemos, não!! Portanto, a resposta está errada!

5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera Árabe caracterizou-se

por uma série de manifestações e revoltas populares contra os

regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e do Oriente

Médio. Acerca desse processo político e de suas consequências, julgue

os itens seguintes:

a)Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra civil não

declarada que já causou a morte de milhares de pessoas.

A assertiva está errada. Na Tunísia, já ocorreram eleições e não há mais

guerra civil, apesar de ter sido o país que marcou o início da Primavera Árabe,

em dezembro de 2010. Em agosto de 2012, recomeçaram os protestos no

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país, contra os islamitas do partido An-Nahda. Desta vez não existe um

pretexto evidente, mas as razões profundas para o descontentamento são as

mesmas: os problemas sociais e a miséria da maioria da população. Até agora,

a Tunísia era considerada a vitrine da Primavera Árabe. Ao contrário da Líbia,

do Egito, do Iêmen e da Síria, a sua revolução decorreu quase sem

derramamento de sangue, mas não é se deve excluir que os atos de protesto

social e a grande cisão entre os órgãos de poder, coloquem a Tunísia à beira

de uma nova revolução, que já não será nada pacífica.

b)Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio de uma

nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

A assertiva está errada. Israel possui uma democracia representativa com um

sistema parlamentar, já contando, portanto, com representação proporcional e

sufrágio universal. Além disso, Israel tem uma das mais altas expectativas de

vida do mundo e é considerado um país desenvolvido, sendo membro da OCDE

e da ONU.

c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a

destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a divisão do

território do país entre os diversos grupos rebeldes.

A assertiva está errada. Nem mesmo a morte do ditador conseguiu acalmar a

revolta popular líbia, e o país continua vivendo uma intensa instabilidade

política. Em setembro de 2012, o embaixador e outros três americanos foram

mortos no local, vitimas do crescimento de grupos islamitas radicais.

d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na convocação de

eleições livres e democráticas no 1.º semestre de 2012.

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A assertiva está errada. As eleições legislativas ocorridas em maio na Síria,

foram uma tentativa do regime conseguir alguma credibilidade, apesar

violência que permeou todo o processo. Estas foram as primeiras eleições

"multipartidárias" em meio século na Síria, onde o regime do presidente

Bashar al-Assad enfrenta desde março de 2011 um movimento de contestação

reprimido com violência. Entretanto não podemos classificar essas eleições

como tendo sido livres tampouco democráticas, não é mesmo? A oposição

considerou "absurda" uma eleição que teve inúmeras críticas por ser uma

tentativa do regime para ganhar legitimidade.

e)No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo candidato da

Irmandade Muçulmana, uma organização política de inspiração

religiosa.

A assertiva esta correta! Apesar de ter sido a primeira eleição livre de toda

história do país ela foi vencida pelo candidato de uma organização política de

inspiração religiosa. É bom lembrar, pessoal, que até 2005, as eleições no

Egito eram indiretas, com o presidente escolhido pelo Parlamento e ratificado

por consulta popular, tida como claramente fraudulenta pela oposição e por

observadores internacionais.

A) Crise na Tunísia

Bom, para entendermos essa crise aqui nossa historinha terá que

retornar a 17 de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano ateou fogo no

próprio corpo ao ser repreendido por policiais que o impediam de vender

vegetais, sem permissão, em uma banca de rua.

Essa revolta é uma das mais importantes de ser compreendida, pois

ela foi o verdadeiro estopim de todas as outras, que só ocorreram após o gesto

desse jovem, o que desencadeou uma onda de protestos em todo o país,

clamando por maior liberdade política e reclamando do desemprego.

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A Tunísia é um país do Norte da África de maioria muçulmana (99%

da população), que se destacava como um importante destino turístico e

exemplo de prosperidade no mundo árabe. No campo político, todavia, o país

era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha ao país

um regime de caráter autoritário.

Dessa forma, se no campo econômico a Tunísia vinha conseguindo

desenvolver-se progressivamente, no campo político-social surgiram condições

para a revolta da população: liberdades políticas restritas, desemprego e

corrupção da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o país,

exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.

Como forma de tentar manter-se no poder, Ben Ali anunciou diversas

reformas, dentre as quais citamos:

I – criação de um comitê especial com a atribuição de investigar a corrupção;

II – promessa de criação de 300.000 empregos;

III – combate à inflação (alta dos preços);

IV – permissão à liberdade de imprensa e ao amplo acesso à Internet;

V – aprofundamento da democracia.

Mesmo com o anúncio dessas reformas os protestos continuaram e

Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.

Por fim, vale destacar que outros países árabes da região do Norte da

África, como Líbia e Egito, também possuíam regimes ditatoriais, o que gerou

a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses países movimentos parecidos

com o da Tunísia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como

veremos a seguir. Mas antes veremos questões que abordaram esse assunto!

6) (IBFC/Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /2011

/adaptada) “O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou

em 14 de janeiro de 2011 após um mês de violentos protestos contra o

governo. Ele estava há 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um

líder árabe foi deposto por força de movimentos populares.”

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Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex líder tunisiano,

julgues os itens subsequentes:

a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter

ateado fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender

frutas e legumes em uma barraca de rua.

A assertiva está correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a cabo a

autoimolação ateando fogo em seu próprio corpo. A ação foi feita em frente a

um prédio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de

mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que

poderia ter sido uma manifestação pontual tornou-se uma onda de protestos

que duraram mais de mês, levando o ex - líder da Tunísia a renunciar ao

governo e deixar o país.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga

Árabe, principal instituição política supranacional do mundo islâmico.

A assertiva está incorreta. A Tunísia é membro da Liga Árabe desde 1958,

portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a não adesão

do país à Liga incorre em erro.

c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela

fraude ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.

A assertiva está errada. As eleições presidenciais que reelegeram pelo quinto

mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e não em 2010. No

final do mês de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleições livres para

a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. Já no que se refere a

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dezembro de 2010, este foi o mês que teve início os protestos contra o

desemprego, a inflação e a corrupção naquele país.

d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político

ditatorial, o que gerou insatisfação popular e, consequentemente, os

protestos que derrubaram o presidente.

A assertiva está errada. A Tunísia não era o único país islâmico que vivia uma

ditadura e nem o único que derrubou o governo. Outro exemplo e que está na

pauta do dia dos noticiários do mundo é a Líbia, portanto, esta afirmativa está

incorreta.

7) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-

SP/2011/adaptada) Em relação aos desdobramentos e consequências

dos protestos tunisianos a outros países da África do Norte e do

Oriente Médio, julgue os itens subsequentes:

a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim

como seu colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.

A assertiva está incorreta. Embora o Marrocos e o Saara também tenham

apresentado grandes manifestações populares, o governo não caiu. O rei

marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detém há 12 anos. Ele

também é o foco das manifestações no Saara, pois seu governo comanda a

região, não aceitando a sua independência e autodeterminação. Nesse sentido,

quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regiões

tiveram o mesmo resultado da Tunísia, ela torna-se incorreta. É interessante

relembrar que no Marrocos, as eleições de novembro elegeram maioria de

islâmicos moderados, bastante abertos a negociações com a monarquia.

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b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na

Tunísia foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de

uma onda de protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi,

resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.

A assertiva está correta. Como já foi dito nos comentários da questão anterior,

o caso da Líbia também resultou no fim da ditadura de Muammar Kadhafi. Em

fevereiro de 2011 estouraram algumas manifestações na Líbia contra o

governo de Muammar Kadhafi, essas manifestações se estenderam até agosto,

havendo contínuos combates. Neste mesmo mês, os rebeldes conseguiram

cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o poder. Um de

seus filhos, Seif AL Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal Penal

Internacional, no qual responderá por crimes contra a Humanidade. Ao final de

agosto de 2011, os rebeldes conseguiram dominar Trípole, promovendo a fuga

do ex-ditador. Convém lembrar que o ex-ditador líbio foi morto no dia 20 de

outubro de 2011, e não foi apenas a população da Líbia que comemorou sua

morte. Em vários países também aconteceram manifestações comemorativas

com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais sobre esse tema!)

Por outro lado, também no Egito foram promovidos protestos contra o

presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011

manifestações populares exigindo a renúncia do presidente egípcio, depois de

18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou

entregando todo poder ao Exército. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi

aliado do governo norte-americano e coordenou a política com mãos de ferro,

combatendo grande oposição em seu país. Mas, a pressão popular fez com ele

deixasse o governo.

Em junho de 2012 foi eleito Mohamed Mursi, apoiado pela Irmandade

Mulçumana, com 51,73% dos votos. Mas nem tudo são flores. Nas últimas

semanas, tanto a oposição quanto o governo levaram multidões às ruas,

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principalmente no Cairo. Houve episódios de enfrentamento e violência,

inclusive diante do palácio presidencial, na periferia do Cairo, que deixaram

mortos. Os problemas começaram quando Mursi assinou decretos que lhe

atribuíram "superpoderes", pois eximiram as decisões dele de exame judicial, e

se agravaram quando ele acelerou a finalização da nova Constituição numa

assembleia dominada por seus aliados islâmicos.

Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Líbia quanto o caso do Egito

são análogos ao da Tunísia e, portanto, esta assertiva está correta.

c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela

Liga Árabe a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.

A assertiva está incorreta. Como podemos verificar nos comentários das

opções anteriores, as manifestações não foram abafadas em outros países.

d)As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a

Palestina, onde os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se

uniram contra o domínio israelense.

Esta assertiva era considerada errada, pois quando foi realizado o referido

concurso, a aproximação entre essas duas facções ainda não havia ocorrido,

todavia, atualmente ela já seria entendida como correta.

Portanto, vamos dar uma atenção a mais pra isso aqui, ok?).

No início do mês de fevereiro de 2012, o Hamas e o Fatah, assinaram

um compromisso formal para constituir um governo interino unificado na

Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com o objetivo de organizar eleições

parlamentares e presidenciais nas regiões ainda este ano. Essa

aproximação complicou, ainda mais, as negociações

de paz entre palestinos e israelenses, pois a união dos dois grupos dá indícios

de uma luta contra Israel, o que põe fim às negociações de paz.

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De todo modo, é bom lembrar que o Hamas é o mais importante

movimento fundamentalista islâmico na Palestina o qual controla a região da

Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistência contra Israel. Por

outro lado, o Fatah é uma organização política e militar que luta pela libertação

dos povos da Palestina, sendo a maior facção da OLP (Organização para

Libertação da Palestina). No entanto, o Fatah é menos radical que o Hamas e

atualmente prega a reconciliação e negociações com Israel.

A diferença de posicionamento dos dois grupos ainda não havia

permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro de

2011, o líder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, líder

do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliação entre ambos os

grupos e outras facções palestinas, formando assim um governo unificado cuja

composição ficou conhecida em fevereiro deste ano.

Dessa forma, depois de vários dias de negociações no Cairo, Egito, o

esforço promovido no sentido de sanar as divergências que levaram à divisão,

em 2007, entre Gaza e a Cisjordânia e ao colapso do conselho legislativo

palestino, parece ter surtido efeito. Após um contato bilateral entre

representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes facções

reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem à formação de um

governo de unidade nacional e organização das eleições gerais previstas para

maio deste ano.

Este anúncio de união entre os dois grupos foi um indicativo do

regresso do Hamas à Organização de Libertação da Palestina (OLP),

reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino.

Em novembro de 2012, as facções rivais palestinas Fatah e Hamas

afirmaram que decidiram terminar com anos de disputas em uma

demonstração de solidariedade pela crise de Gaza.

"A partir daqui, anunciamos com outros líderes (de facções) que

estamos acabando com a divisão", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do

presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multidão de cerca de mil pessoas

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que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital política da

Cisjordânia.

No início de dezembro deste ano, foi noticiado que os governos

palestinos do Hamas, em Gaza, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cuja

maioria é formada pelo Fatah, na Cisjordânia, permitirão pela primeira vez

desde 2007 os festejos do outro grupo em seus respectivos territórios, em um

novo gesto em direção à reconciliação definitiva entre ambas as formações.

B) Crise no Egito

O Egito é um país árabe situado no Norte da África, bem próximo ao

Oriente Médio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme

podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos países mais

populosos da África, cuja maior parte da população (cerca de 90%) professa a

religião islâmica sunita.

A República do Egito foi estabelecida em 1953, sendo que ,em 1956,

foi declarada a total independência do país em relação ao Reino Unido (que

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colonizou a região). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a

Península do Sinai (território egípcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o

Egito e a Síria tentaram recuperar territórios perdidos para Israel na Guerra

dos Seis Dias, respectivamente, a Península do Sinai (território egípcio) e as

Colinas de Gola (território sírio). Apesar de não terem obtido sucesso militar na

empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitória política

para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o território da Península do

Sinai como contrapartida à paz com Israel.

Em 1981, assumiu a presidência do Egito Mohamed Hosni

Mubarak, que permaneceu no poder até o início de 201. Aliás, esse foi o

grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder

durante 30 anos, sendo seu governo um regime de caráter fortemente

autoritário.

Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que há diminuição cada vez

maior do espaço para regimes antidemocráticos. Sendo assim, no início de

2011, centenas de milhares de pessoas foram às ruas para manifestar seu

desagrado ao governo de Mubarak, exigindo sua retirada do poder. Os egípcios

clamavam pela implantação de uma democracia verdadeira, na qual não haja

eleições fraudulentas. O presidente Mubarak tentou, sem sucesso, fazer

algumas concessões, como a nomeação de um vice-presidente (primeiro em

30 anos). Além disso, foram tomadas medidas de caráter repressivo, como

toque de recolher, bloqueio de telefone e Internet (todas sem sucesso para

conter o ímpeto dos egípcios). Depois de 18 dias de intensos protestos contra

seu governo,no dia 11 de fevereiro de 2011, Hosni Mubarak renunciou

entregando todo poder ao Exército. No início de dezembro de 2011, a Junta

Militar, que governou o país depois da queda do ditador, anunciou a formação

de um Conselho Consultivo para ajudá-la no processo de transição. Já em

fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que as eleições presidenciais

acontecerão até o final de maio.

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Em razão de sua posição geográfica privilegiada, o Egito é um país

fundamental à geopolítica do Oriente Médio. E é justamente por isso que a

situação do país causa preocupação na comunidade internacional. O regime de

Mubarak, embora de caráter autoritário, estava alinhado com os objetivos dos

EUA no Oriente Médio, reconhecendo o Estado de Israel. Além disso, o Canal

de Suez, importante passagem entre a Europa e Ásia, é de posse egípcia.

O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de

Mubarak, assumisse o poder no Egito, a Irmandade Muçulmana e que, como

consequência disso, ocorressem mudanças no posicionamento político do país.

A Irmandade Muçulmana tem como objetivos principais a luta contra a

intervenção ocidental e a implantação, no Egito, da Sharia (lei islâmica). Por

outro lado, os EUA também não podiam se posicionar a favor de um regime

ditatorial, já que se autointitulam defensores da democracia.

A posição oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-

voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA: "O presidente disse que

agora é o momento de incitar uma transição pacífica, ordenada e substancial,

com negociações confiáveis e inclusivas." Esse posicionamento é mantido até o

presente momento, mas a comunidade internacional (incluindo aí os EUA)

permanece atenta ao andamento e desenvolvimento da política no Egito.

As primeiras eleições parlamentares do Egito foram marcadas por

manifestações contra o governo militar e perduraram durante o período

eleitoral. Os partidos islâmicos mostraram sua força e obtiveram a maioria dos

votos.

Assim, finalmente, neste ano, aconteceu a eleição presidencial do

Egito. Vamos entender esse processo. A eleição aconteceu em duas etapas:

com primeiro e segundo turno ocorridos em maio e junho, respectivamente.

De acordo com o sistema eleitoral, se nenhum dos candidatos obtivesse a

maioria absoluta dos votos (50%+1), um segundo turno seria realizado em 16

e 17 de junho. Foi exatamente o que aconteceu, com a não confirmação de

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resultado conclusivo no primeiro turno, foi eleito no segundo turno, com 51,73

dos votos

Mohammed Mursi, apoiado pela Irmandade Muçulmana. Mursi

prometeu trazer "estabilidade, segurança, justiça e prosperidade" ao Egito,

depois de um ano de tantos tumultos. Apesar disso, essa promessa ainda não

foi cumprida, uma vez que a crise no Egito perdura até os dias de hoje.

8) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011/adaptada) A

explosão de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de

Hosni Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser

este um dos poucos países árabes que não se democratizaram

plenamente ao longo do século XX.

A assertiva está errada. O que invalida a questão é dizer que o Egito é um dos

poucos países árabes que não se democratizaram. Quando, na verdade, o

Egito é mais um entre os vários países árabes que viviam em ditaduras, as

quais, inclusive, têm atualmente passado por processos desestabilizadores.

9) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas

egípcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para

organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes

entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da

polícia egípcia no centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e

um policial – morreram.

(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo

do presidente, no poder há três décadas.

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A assertiva está correta. Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011

várias foram as notícias sobre os protestos feitos no Egito contra o governo de

Hosni Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981.

Os motivos alegados para a organização das manifestações são variados, como

vimos anteriormente, entre eles podemos citar: as queixas de altos índices de

desemprego, o autoritarismo do governo, os elevados níveis de corrupção, a

violência policial, as leis de exceção, o baixo salário mínimo, a falta de

moradia, a falta de liberdade de expressão e as más condições de vida. O

principal objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de

Mubarak.

Segundo a informação de ativistas, os protestos vinham sendo planejados e

organizados há mais de 1 ano, usando como meio de comunicação a internet.

Também foi pela internet, principalmente usando as redes sociais, que as

manifestações eram divulgadas pelo mundo.

C) Crise na Líbia

A Líbia é um país localizado no norte do continente africano fazendo

fronteira com a Tunísia e o Egito, dentre outros países. Conforme vem sendo

exaustivamente noticiado pela mídia, o norte da África está sendo palco de

uma onda de manifestações contra governos ditatoriais, como os dois que

vimos acima, Tunísia e Egito.

No dia 15 de fevereiro de 2011, a população líbia desencadeou suas

manifestações diante da prisão do advogado humanitário Fethi Tarbel, que

representava a família de mais de 1200 detentos mortos em um massacre

promovido pelo governo líbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.

“Pai da África, irmão líder, guia da revolução”. Esses foram apenas

alguns dos títulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar

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no governo líbio desde 1969 quando depôs, num golpe militar, a monarquia

que governava o país.

Todas as manifestações vistas no Oriente Médio e na África, incluindo

as ocorridas no Iraque, Irã, Sudão e Angola, foram surpreendentemente

superadas pela rapidez e violência dos eventos ocorridos na Líbia. Tal fato

causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse país

possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, superior,

inclusive, ao brasileiro. A distribuição de renda é satisfatória, o índice de

alfabetização é o terceiro melhor do continente e o de pobreza está entre os

mais baixos de todos os países periféricos. Então volta a surpresa: porque se

erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida

relativamente boa?

A população na Líbia é formada por mais de 140 tribos diferentes,

algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilégios no governo de

Kadhafi – que sempre fez questão de mantê-las o menos coesas possível. Do

mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o

ditador manteve um exercito frágil e com pouca articulação nacional, fazendo

dos soldados líbios mais leais aos seus líderes tribais do que aos seus generais.

Essa tática de desmembramento social parece ter funcionado durante

muito tempo. Porém, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da

fragilidade das instituições líbias, a população parece ter chegado ao seu limite

diante das arbitrariedades do governo Kadhafi, sempre marcado por violência e

imposição.

Dentre as inúmeras ações vinculadas à figura desse líder, estão

algumas das mais covardes das últimas décadas, como o ataque a uma

discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o

assassinato de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique (1972) e o

atentado ao avião da Pan Lam na Escócia, em 1988. A participação nesses

eventos conferiram a Muammar Kadhafi um lugar de destaque na lista dos

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“patrocinadores do terrorismo”, onde permaneceu até 2006 – quando suas

relações com o Ocidente finalmente foram normalizadas.

Essa normalização só ocorreu depois de a Líbia aceitar algumas

imposições da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades

sobre os atentados aéreos ocorridos em 1988, entregando os responsáveis à

justiça britânica. Além disso, o país teve que abandonar o programa nuclear

que desenvolvia, indenizando às famílias de vitimas e reabrindo o país às

transnacionais.

Assim, amigos, a onda de protestos e violência que assomaram a

Líbia ocorreu exatamente no que podíamos classificar como o melhor momento

vivido pelo país no cenário internacional. Essa crise envia ao mundo a

mensagem de que, independente das boas relações econômicas, a maior busca

da humanidade ainda é pela liberdade! Cabe destacar também que as

condições sociais da população líbia, marcadas pela falta de liberdade, também

motivaram a revolta popular.

As revoltas e protestos na Líbia se transformaram em uma verdadeira

guerra civil, com os rebeldes sofrendo repressões das Forças Armadas. A

sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no país. Tais

exigências não foram respeitadas e o governo líbio continuou com as violentas

repressões aos rebeldes.

No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurança da ONU aprovou

uma resolução que determinou uma zona de exclusão aérea na Líbia.

Assim, o objetivo da ONU era utilizar da força aérea para proteger os civis e

conter o exército de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resolução, a ONU se

comprometeu a adotar todas as medidas necessárias para proteger a

população civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 10

votaram a favor da Resolução e 5 se abstiveram (dentre eles o Brasil).

Embora diante da pressão estrangeira para que saísse do governo,

Kadhafi continuou os ataques às cidades dominadas pelos rebeldes até que foi

morte em outubro de 2011 – gerando comemorações tanto entre o povo líbio

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quanto nos EUA – onde as manifestações oficiais diziam que uma nova era

nascia para o povo líbio depois da morte do ditador. O mesmo pôde ser

verificado na Inglaterra e outros países europeus, notadamente, na França a

grande maioria dos meios de comunicação foi enfático ao dizer que seu país

teve participação ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava

um novo começo para a Líbia.

Muito do desenrolar dessas histórias lhes devem parecer um pouco

similar, não é mesmo? Intervenção internacional em país Árabe sempre acaba

nos remetendo ao Iraque, mas é importante percebermos a diferença dessas

situações, ok?

Vejamos o tratamento deste assunto em provas!

10) (IBFC/Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011/adaptada)

Muammar Gaddafi é considerado um dos piores ditadores do mundo.

Ele não hesitou em usar as Forças Armadas em repressão aos

protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relação ao ditador

descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após

golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

A assertiva está incorreta. O ex-presidente da Tunísia, que deixou o país no

início deste ano, era Zine Al-Abdine Ben Ali, ele governou o país por 23 anos.

Entrou no poder em 1987 depois de derrubar, “sem derramamento de

sangue”, a presidência vitalícia de Habib Burguiba e estabeleceu as bases da

liberalização econômica tunisiana. Aplicou uma política social de solidariedade,

criando fundo especial para os mais pobres. Tendo o apoio, principalmente, da

classe média – que se desenvolvia em seu governo – conseguiu controlar as

ações das oposições, principalmente de esquerda e islamitas, controlando, com

mãos de ferro, os sindicatos e a imprensa. Grandes potências ocidentais

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limitavam as críticas ao seu governo pelo fato de ele ser considerado uma

barreira capaz de frear a força dos islamitas. Foi reeleito pela 5ª vez em 2009,

despertando grandes manifestações das oposições contra seu governo,

manifestações que foram acirradas com a autoimolação do jovem Mohammed

Bouazizi, 26 anos. Os protestos eram contra o desemprego, a corrupção e a

inflação e levaram o ditador a sair da Tunísia em janeiro deste ano.

b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o

poder na Líbia.

A assertiva está correta. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas

manifestações na Líbia contra o governo de Muammar Kadhafi. Os primeiros

pontos de confronto foram em Trípole, capital do país, e Benghazi, sua

segunda maior cidade. Ainda em fevereiro os rebeldes conseguiram dominar

Benghazi e instauraram o Conselho Nacional de Transição.

Como vimos acima, o desenrolar dos acontecimentos desembocaram na morte

do ex-ditador. Hoje, o país tem como governo de transição o chanceler Ashour

Ben Khayil que afirmou que espera que as relações internacionais da Líbia

possam se regularizar e que a economia volte a ter o investimento

internacional, principalmente para ajudar na reconstrução nacional.

c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi

do poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até

as novas eleições, marcadas para novembro de 2011.

A letra C está incorreta. Na verdade, as manifestações feitas no Egito durante

os meses de janeiro e fevereiro de 2011 foram contra o governo de Hosni

Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981. O principal

objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de Mubarak.

No dia 11 de fevereiro de 2011, depois de 18 dias de protestos, o presidente

Hosni Mubarak renunciou ao governo. O poder foi transferido para o Conselho

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Supremo das Forças Armadas que dirigirá o país até o resultado das eleições

dos deputados que serão realizadas em três turnos, com previsão para o

primeiro turno em 28 de novembro de 2011. Portanto, embora traga algumas

informações corretas, a afirmativa não diz respeito ao governo de Muammar

Gaddafi, sendo assim, está incorreta.

d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi

vem, através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo

que é considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de

ditadura.

A assertiva está errada. Kadhafi entrou no poder na Líbia em 1969 depois de

liderar o Movimento dos Oficiais Livres que expulsou o rei Idriss do poder.

Desde então o ditador manteve-se no poder, sem passar por eleições.

D) Crise na Síria

Essa é uma das crises que tem atingido os mais diversos países do

mundo nos mais diversos setores: político, econômico e social. O próprio mês

de abril deste ano vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em

diferentes regiões do planeta:Turquia, Rússia, Nova York e até o Brasil.

Isso ocorre porque cada um desses países se sente atingido de algum

modo pelo desenrolar do conflito. Para termos uma ideia, nesse momento,

temos mais ou menos 24 mil sírios tentam se refugiar no país vizinho: a

Turquia, gerando um grave problema social nesse país.

Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilômetros da

região do conflito, a economia brasileira também acabou se “ferindo”. Pois é,

pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlântico, nossa balança comercial

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sentiu um baque de mais de 180 milhões de dólares que foram perdidos em

vendas devido à continuidade do conflito. :- /

Sei que muitas vezes olhamos para esses conflitos como algo bem

distante e que não interfere em nada na nossa realidade, não é mesmo? No

entanto, o que vemos na prática é uma situação muito mais complexa e que

pode afetar sim, o nosso cotidiano.

Atualmente, a Liga Árabe tem cumprido a missão de monitoramento

na Síria para conter a onda de violência que assola o país desde março de

2011 - quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar

AL-Assad, que respondeu com repressão violenta. Assim, já faz mais de um

ano que o país enfrenta forte crise política e social e que a comunidade

internacional tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo sírio e a

oposição. De todo modo, uma coisa os dois lados têm em comum, pois mesmo

as forças de oposição, não aceitam interferência militar estrangeira no país.

A Liga Árabe traçou ainda um plano para acabar com a violência na

Síria, entre as medidas estão: fim de todas as ações violentas, permissão de

entrada de jornalistas no país e libertação dos detidos durante os protestos

contra o regime do presidente Bashar AL-Assad. A Liga seria responsável,

ainda, pela entrega de relatórios internacionais informando sobre o andamento

da implantação do plano no país. Além disso, a Liga é responsável por mediar

o diálogo entre o governo sírio e a oposição, para chegar a acordos.

A ONU iniciou um processo para discutir uma resolução contra a Síria,

mas essa proposta foi rejeitada pela Rússia e pela China. Principalmente

porque a Rússia é a maior aliada da Síria no Conselho de Segurança da ONU e

porque a resolução proposta pelo organismo não previa punições contra os

grupos opositores ao regime sírio.

Para finalizar e ajudá-los a compreender um pouco mais do assunto

vou falar da Liga Árabe, ok?

A Liga Árabe é uma organização de estados árabes, fundada em

1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga é reforçar e coordenar os laços

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econômicos, sociais, políticos e culturais entre seus membros. Além disso, a

Liga Árabe também media disputas entre seus membros.

Historicamente, a Liga foi formada sob estímulo do Reino Unido, que

objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista (Segunda

Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relações econômicas

entre os países árabes acabou fortalecendo a iniciativa de formação da Liga,

além de promover o desenvolvimento de movimentos nacionalistas pan-

árabes, reforçando ainda mais os laços culturais e religiosos que ligam os

países árabes.

Em setembro de 1944 foi feita uma reunião no Cairo (Egito) e dela

saiu o Protocolo de Alexandria, que propunha a formação da Liga dos Estados

Árabes.

A Liga passou, então, a defender a independência dos estados

árabes, fornecendo apoio à Síria e ao Líbano para independência do domínio

francês, fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.

O órgão é formado por um Conselho, como órgão supremo da Liga,

sendo formado por um representante de cada Estado-membro e tendo direito

a um voto, independente do tamanho do país e do número de habitantes. Em

seguida vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsável pela adoção de

medidas que visam à manutenção da defesa dos membros da Liga. Existe

também o Conselho Econômico e Social, responsável pela prosperidade

econômica e social dos membros.

Por fim, existe o Secretariado Geral, que é o órgão administrativo e

executivo da Liga, este órgão gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.

Os sete membros fundadores foram: Líbano, Egito, Iraque, Síria,

Jordânia, Arábia Saudita e Iêmen. Atualmente, a Liga conta com 22 membros

e mais 4 países observadores. Os membros, além dos 7 acima referidos são:

Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos,

Bahrein, Catar, Omã, Mauritânia, Somália, Palestina, Djibouti, Comores. E

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como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e Índia (desde 2006) e

Venezuela (desde 2007).

Como essa é a crise do momento vamos ver algumas questões sobre

ela que foram cobradas neste ano.

11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos na Síria. a) A crise política da Síria é movida basicamente por questões

religiosas, muito em virtude de a Síria ser o único país árabe cuja

maioria da população é cristã.

A assertiva está errada. Fique atento, pessoal, e não caiam no erro de achar

que só a religião move os conflitos árabes. No caso da Síria, ditadura do atual

governo e o desemprego são causas do conflito.A população da Síria é de 90%

de mulçumanos e apenas 10% é cristã.

b) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura

militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsável pela

introdução da sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a

revolta das minorias religiosas do país.

A assertiva está errada. Antes de qualquer coisa é importante sabermos que a

Sharia é um conjunto de leis (morais e espirituais) que regem a vida do

muçulmano sendo a combinação de diversas fontes, incluindo o Alcorão (o livro

sagrado dos muçulmanos). Entretanto, a Sharia não foi introduzida pelo atual

governante sírio e não pode ser considerada causa das revoltas atuais.

c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se

politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-árabe e de

oposição a Israel.

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A assertiva está correta. Realmente, amigos, para legitimar seu poder, tanto o

atual governante como seu pai, se utilizaram, durante quatro décadas, tanto

do autoritarismo político quanto da ideologia pan-árabe, mas afinal, vocês

sabem o que é essa ideologia?

O Pan-arabismo é um movimento político que tende a reunir os países

de língua árabe e de civilização árabe numa grande comunidade de interesses.

Assim, ele busca unificar as populações e nações árabes do Oriente Médio e

possui estreita vinculação com o nacionalismo árabe.

d)Um dos aliados do governo Sírio é a Rússia, grande fornecedora de

armas para esse governo.

A assertiva está correta. A Rússia é um dos maiores apoiadores da Síria. A

Rosoboronexport, companhia de armas russa, continua a enviar armas a Síria,

mesmo sendo criticada internacionalmente.

E) Sudão do Sul

O mais novo país do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,

denomina-se Sudão do Sul e já está envolvido em conflitos com Sudão que

registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,

acusando-o de gerar distúrbios nas suas fronteiras. Como é um conflito ainda

muito recente, não há muito que ser trabalhado, mas fica a recomendação

para que estejamos sempre de olho nessa região, ok?

Todavia, pessoal, é importante a gente ter uma ligeira noção sobre a

situação desse país que comporta as maiores reservas de petróleo do país

(cerca de 75%). Todavia, toda a infraestrutura está no Norte, o que gera uma

inegável necessidade de cooperação entre os dois Estados.

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Mas foi em janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de

Naivasha, que o governo do Sudão decidiu conceder autonomia à região sul,

na tentativa de colocar um fim à Segunda Guerra civil sudanesa.

A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e

1995, opondo o Norte do Sudão e os rebeldes do Sul. A motivação desse

conflito foi eminentemente religiosa. O governo muçulmano do Norte tentou

impor a lei islâmica (Sharia) em todo o país, o que não agradou a população

do Sul, cuja maioria é cristã e animista.

Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituição Interina do Sudão

do Sul, prevendo a realização de um referendo em 2011, ocasião em que seria

decidido pela manutenção da autonomia regional ou pela independência.

No referendo realizado, o povo decidiu pela independência, por uma

expressiva votação de 98,81%. O resultado do referendo não foi contestado

pelo governo do Sudão e a divisão oficial foi declarada em 09 de julho de

2011. Com isso, surgiu um dos países mais pobres do mundo, dotado de uma

enorme falta de infraestrutura.

Para que possamos ter uma noção do que estamos dizendo, 85% da

população do Sudão do Sul vive abaixo da linha da pobreza, o que nos faz

pensar que certamente esse conflito ainda está muito longe de ter fim. Os

EUA reconheceram o Sudão do Sul como um Estado soberano e a ONU

também se manifestou, comemorando a celebração pacífica do referendo.

Apesar disso, o novo país possui inúmeros problemas internos e em

agosto de 2012 os rebeldes do Sudão do Sul mataram 24 militares e feriram

outros 12 no Estado de Jonglei. Do mesmo modo, no início de dezembro, pelo

menos 10 pessoas morreram no Sudão do Sul quando o exército disparou

contra manifestantes que protestavam contra a mudança da sede da

autoridade local para fora da capital regional.

Contudo, diante dos inumeros problemas do novo estado, gerado

principalmente, pela enorme pobreza da população e precária infraestrutura,os

conflitos nessa região tendem a perdurar por um longo tempo ainda!

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Guerra das Malvinas

Outro conflito político que esteve na mídia no ano de 2012 foi a

antiga divergência entre Inglaterra e Argentina. No mês de abril de 2012,

principalmente, ouvimos falar muito desse conflito, pois ele ocorreu há exatos

30 anos. A Guerra das Malvinas foi um conflito ocorrido entre Argentina e

Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido

possui o controle dessas ilhas, as quais foram ocupadas em 1982 pela

Argentina.

Essas ilhas se situam a apenas 480 quilômetros do litoral da

Argentina, que nunca aceitou este domínio e, em 1982, o ditador argentino,

Leopoldo Galtieri, promoveu a invasão, com tropas, à capital das Malvinas,

Stanley. Essa invasão, que tinha razões políticas evidentes, esperava unir a

nação numa espécie de surto patriótico em apoio a esta iniciativa, o que não

ocorreu!

Iniciado no inicio dos anos 80 entre Grã-Bretanha e Argentina, esse

conflito foi bem mais rápido se comparado aos outros que estudamos aqui

hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a

Grã-Bretanha reagiu imediatamente, enviando à região uma força-tarefa com

28 mil combatentes – quase três vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio

dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco mais de dois meses para

encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e

resolver os problemas internos que se amontoavam por lá!

O fato é que até hoje a Argentina não se conforma em não ter a

soberania das Ilhas Malvinas. Isso é tão evidente que já foi várias vezes usado

como discurso político pela atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Apesar disso, o governo do Reino Unido reiterou, no mês de

Setembro de 2012, que não negociará a soberania das Malvinas "a menos que

os ilhéus assim desejarem", em resposta à presidente da Argentina, Cristina

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Kirchner, que pediu na ONU um "diálogo" sobre a "usurpação ilegal" do

arquipélago.

Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina

Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o

cancelamento da classificação de segurança (confidencial) a toda

informação e documentação vinculada com as operações das Forças

Armadas durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas

ao "conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de

acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de

Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o

conhecimento da história recente.

(OESP, 7/1/2010, adaptado)

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e

documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas"

durante o período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia

apenas os crimes comuns praticados por militares.

A assertiva está errada. A decisão tomada pela presidente Cristina Kirchner de

abrir ao conhecimento público todos os arquivos do período da ditadura

abrange tanto os crimes e violações aos direitos humanos praticados pelos

militares quanto os praticados pelos civis em resistência ao regime. Com

efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a América

Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil

pessoas tenham desaparecido nas mãos de agentes da repressão.

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b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação

referente à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período

indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas

Ilhas Malvinas.

A assertiva está errada. As informações referentes à Guerra das Malvinas não

estão abrangidas, por uma questão de segurança nacional, pela medida.

c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre

violações dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na

Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na

América Latina na década de 1970.

A assertiva está correta. A medida abre os arquivos da ditadura argentina, já

que se considera que, passados mais de 25 anos do fim do regime, não há

porque mantê-los afastados do conhecimento público.

d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,

já haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a

transição para a democracia na Argentina.

A assertiva está errada. As Forças Armadas mantiveram os arquivos sob sigilo.

e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe

necessariamente a abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois

todos os acusados de crimes durante a ditadura militar já foram

julgados e os desaparecidos, encontrados.

A assertiva está errada. Nem todos os desaparecidos durante o período da

ditadura foram encontrados

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Política nacional

A inserção do Brasil na América

1 – O Brasil e a América

Bem, depois de termos estudado a globalização, ficou claro para

todos nós que atualmente vivemos num contexto bem diferente do período da

Guerra Fria, não é mesmo? Se antes tínhamos apenas dois pólos de poder no

mundo (comandados por EUA e URSS), hoje em dia, a existência de vários

desses pólos é o elemento central do cenário vivido.

Todavia, essa multipolarização não ocorre de forma tranquila, e sim

bastante conflituosa, já que os detentores do poder não desejam perdê-lo!

Ainda assim, no mundo globalizado, a desconcentração de poder não é uma

escolha. Inevitavelmente vão surgindo novos “competidores” - que possuem

meios e disposição - para contestar o papel de liderança das superpotências

na condução dos mais variados assuntos internacionais.

Em meio a tanta competição, torna-se comum a existência de

discordâncias sobre questões relevantes do cenário político e econômico

internacional. Em consequência disso, aumentam as tensões entre os

principais atores da política mundial, que se lançam em jogos de aliança

envolvendo pequenas e médias potências.

Esse contexto de busca por aliados favorece, significativamente, a

importância do Brasil no cenário internacional, uma vez que ele se destaca e se

fortalece econômica e institucionalmente ao constituir determinadas alianças.

Para analisar a inserção brasileira no contexto internacional,

precisamos levar em consideração seu “entorno estratégico” e suas

ambições no ajuste das nações.

Bem, nosso país está localizado na América do Sul, portanto, está

distante dos grandes focos de conflitos mundiais – Oriente Médio, Índia e

Paquistão, Coréias, África – e livre de armas nucleares. O conflito mais sério

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que permeia a nossa realidade é o caso dos brasiguaios. Entretanto, ele vira

“café pequeno” diante dos outros conflitos espalhados pelo mundo.

Além disso, o perfil político da América Latina mudou

significativamente nos últimos anos, colocando a região no fenômeno

conhecido pelo nome de “onda vermelha”. Caracterizado pela subida de

vários líderes de esquerda ao poder, esse fenômeno se iniciou com o

presidente venezuelano Hugo Chávez, em 1998. A partir dali, a escalada da

esquerda não parou mais e foi entendida como uma reação ao fracasso dos

governos conservadores, já que a proposta “vermelha” sempre esteve voltada

aos problemas sociais e econômicos da América Latina.

Com um discurso totalmente anti-Bush, Hugo Chávez se transformou

em inspiração para outros presidentes latinos como Evo Morales, da Bolívia,

Rafael Correa, do Equador e o reeleito agora em 2012, Daniel Ortega, da

Nicarágua! A onda vermelha “contagiou” até mesmo governantes de partidos

mais tradicionais como Néstor Kirchner, ex-presidente argentino, falecido em

2010.

Em contraposição a esta realidade, os Estados Unidos também

possuem seus aliados na América Latina, donde se destacam o México e a

Colômbia. Além disso, os americanos se mostram bastante dispostos a se

aproximar dos dirigentes esquerdistas que possuem políticas econômicas de

não-intervenção do Estado na economia, como o Brasil e o Chile.

Durante a maior parte do século XX, a política externa brasileira se

orientou pelo eixo da diplomacia desenvolvimentista, coerente com o projeto

de industrialização nacional e com o modelo de substituição de importações.

Isso lhe permitiu um bom ambiente externo para que se desenvolvesse

internamente.

Apesar disso, durante o regime militar, o projeto geopolítico brasileiro

estava voltado para garantir a sua supremacia militar sul-americana por meio

da aquisição de tecnologias de mísseis e enriquecimento de urânio, inclusive

com fins nucleares. Em nome da aquisição de toda a tecnologia nuclear, o

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33

Brasil, inclusive, rejeitou em 1968 o Tratado de Não Proliferação (TNP),

tornando-se signatário deste tratado apenas na década de 90.

O fato é que com a redemocratização na América do Sul, na década

de 80, a situação se reconfigurou e o Brasil firmou-se como liderança regional

construtiva, devido ao tamanho de sua economia e metas de sua política

externa.

Além disso, pessoal, se observarmos o mapa da América do Sul, fica

fácil visualizar a dimensão da superioridade territorial do Brasil com relação

aos seus vizinhos, não é mesmo? Essa superioridade acaba se estendendo

também ao lado econômico, mas não necessariamente ao social.

Vejam as tabelas a seguir e analisem, rapidamente, tanto os PIBs

quanto os IDHs de cada país. Se num primeiro momento tendemos a pensar

que um Produto Interno Bruto alto, garante um bom Indice de

Desenvolvimento Humano, ao observarmos as tabelas que seguem

perceberemos que o “buraco é mais embaixo” como diria vovó...rs!!

Então vamos dar uma olhadinha nos dados, sempre lembrando que

não precisa decorar nadinha deles, ok? Eles servem aqui só pra reforçar os

argumentos que virão! ;-)

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Posição País

Valor do

IDH 2011

44º Chile 0.805 45º Argentina 0.797 47º Barbados 0.793 48º Uruguai 0.783 51º Cuba 0.776 53º Bahamas 0.771 57º México 0.770 58º Panamá 0.768 60º Antígua e Barbuda 0.764 62º Trinidade e Tobago 0.760 67º Granada 0.748 69º Costa Rica 0.744 72º São Cristóvão e Névis 0.735 73º Venezuela 0.735 79º Jamaica 0.727 80º Peru 0.725 81º Dominica 0.724 82º Santa Lúcia 0.723 83º Equador 0.720 84º Brasil 0.718

85º São Vicente e Granadinas 0.717

87º Colômbia 0.710 93º Belize 0.699 98º República Dominicana 0.689

104º Suriname 0.680 105º El Salvador 0.674 107º Paraguai 0.665 108º Bolívia 0.663 117º Guiana 0.633 121º Honduras 0.625 129º Nicarágua 0.589 131º Guatemala 0.574 158º Haiti 0.454

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Posição País PIB Data da informação

8º Brasil $

2,172,000,000,000 2010 est.

11º México $ 1,567,000,000,000 2010 est.

23º Argentina $ 596,000,000,000 2010 est.

28º Colômbia $ 435,400,000,000 2010 est.

34º Venezuela $ 345,200,000,000 2010 est.

42º Peru $ 275,700,000,000 2010 est.

45º Chile $ 257,900,000,000 2010 est.

63º Equador $ 115,000,000,000 2010 est.

74º República Dominicana $ 87,250,000,000 2010 est.

81º Guatemala $ 70,150,000,000 2010 est.

90º Costa Rica $ 51,170,000,000 2010 est.

91º Uruguai $ 47,990,000,000 2010 est.

92º Bolívia $ 47,880,000,000 2010 est.

93º Panamá $ 44,360,000,000 2010 est.

95º El Salvador $ 43,570,000,000 2010 est.

103º Honduras $ 33,630,000,000 2010 est.

104º Paraguai $ 33,310,000,000 2010 est.

111º Trinidade e Tobago $ 26,100,000,000 2010 est.

129º Nicarágua $ 17,710,000,000 2010 est.

145º Haiti $ 11,480,000,000 2010 est.

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159º Guiana $ 5,379,000,000 2010 est.

164º Suriname $ 4,711,000,000 2010 est.

Pelas tabelas vemos que o PIB brasileiro é, de longe, o maior da

América do Sul, certo? Entretanto, isso não significa que tenhamos o melhor

índice de desenvolvimento humano, que ficou para o Chile. :-/

“E o que isso significa professora?? “ Significa, pessoal, nosso

crescimento econômico é excelente, pois o PIB é medido a partir da soma do

valor de todos os serviços e bens produzidos em um período determinado. No

entanto, apesar de termos muitas riquezas para comercializar, um volume

imenso dinheiro rodando pelo país e entrando nos cofres públicos isso não

resulta, necessariamente, em qualidade de vida para a população. �

Então creio que se eu perguntasse a vocês: ”Qual o país da América

latina que apresenta o menor índice de desigualdade sua resposta seria Chile,

certo???

Erraaaado!! Pois é, queridos, quando se fala em desigualdade surge

um dado recente importantíssimos de sabermos: a Venezuela é o país com

menor desigualdade da América Latina!

Muitos de vocês devem estar se perguntando por que não ouviram

falar disso, não é mesmo? O Engraçado é que eu me perguntei a mesma coisa

quando li isso num jornal muito pouco conhecido!! Mas o fato é que a

Venezuela é mesmo o país com menor desigualdade entre ricos e pobres da

América Latina e Caribe, segundo o informe apresentado pela ONU em Agosto

de 2012 e a divulgação dessa noticia não parece interessar a muita gente!

No campo econômico, existem países com economia madura, como

Brasil e Argentina, enquanto outros são mais frágeis economicamente, como

Bolívia e Paraguai. Já no campo social, a América do Sul sofre, de forma

generalizada, com o problema da desigualdade na distribuição de renda e com

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37

a concentração do poder econômico nas mãos de uma minoria. Basta

analisarmos, ainda que rapidamente as tabelas acima, para percebermos.

A Venezuela, com 0,41 no índice de Gini, é o de menor inequidade,

segundo dados de 2009 (mas continua sendo mais desigual que os Estados

Unidos ou Portugal - o mais desigual de Europa).

O governo venezuelano, presidido por Hugo Chávez, tem como uma

de suas metas principais a redução da pobreza extrema e a inclusão social,

objetivos que vem alcançando, segundo as cifras oficiais, graças aos

programas sociais e científicos que desenvolve para as populações mais

vulneráveis.

Em contrapartida, entre os mais desiguais encontra-se o Brasil que

perdeu o primeiro lugar que ostentava há décadas para a Guatemala como o

país líder da desigualdade.

Como podemos constatar, o continente sul-americano é marcado por

ampla heterogeneidade política, social e econômica. Ao mesmo tempo em que

há países com o regime democrático consolidado, como o Brasil, há outros em

que ainda persistem regimes autoritários, que limitam a liberdade de imprensa

e de opinião, como é o caso da Venezuela.

A existência de todas essas heterogeneidades é um ponto que cria

complicações ao processo de integração na América do Sul. E por que essa

integração é tão valorizada?

Bem, uma vez que o território esteja integrado, isso significa que os

interesses estão compatíveis e, portanto, se reduziria a possibilidade de

conflitos na região. Embora a iniciativa de formação da UNASUL ressalte a

intenção de congregar todos os países da América do Sul sob um único bloco

econômico, o que se vê na prática é outra coisa.

Atualmente, há dois fortes blocos no continente: o MERCOSUL

(formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e a

Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru).

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Considerando que, conforme afirma a Política de Defesa Nacional, a

segurança de um país é afetada pelo grau de instabilidade da região em que se

insere, é importante termos uma noção de como funcionam as relações

políticas entre os países sul-americanos. A seguir, comentarei situações

relevantes nas relações entre os países da região.

Bom, vamos observar o mapa para termos em mente a configuração

da região que será abordada nos próximos itens. Não se acanhem em voltar ao

mapa quantas vezes precisar para lembrar “quem é vizinho de quem”, tá?

Países-membros da Comunidade Andina

Países-membros do MERCOSUL

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Vamos ver como esses conhecimentos já foram cobrados em

concursos anteriores

(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se

consolidar, julgue os próximos itens.

a) A dependência do Brasil em relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista

que as exportações para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e

junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.

Comentários

Esta assertiva está errada. O que ocorreu, na verdade, foi justamento

o inverso. No acumulado janeiro-junho de 2012, as exportações apresentaram

um valor inferior ao igual período de 2011. As exportações registraram

retração de 1,7%, pela média diária. Fiquem atentos!As importações, sim,

tiveram um aumento de 3,7% sobre o mesmo período anterior, pela média

diária.

b) A aprovação da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de

recente crise política ocorrida no Paraguai.

Comentários

A assertiva B está correta. O Paraguai foi suspenso temporariamente

do bloco do MERCOSUL por causa da maneira pouco democrática pela qual foi

conduzido o impeachment do presidente Fernando Lugo. Como o Paraguai era

contra da participação da Venezuela, a retirada do Paraguai abriu uma brecha

para que os demais países aceitassem o ingresso da Venezuela a partir de 31

de julho desde ano.

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c) Na mesma reunião em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,

foi recusada a admissão dos países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia,

Peru e México), sob a argumentação de eles serem considerados neoliberais.

Comentários

A assertiva C está errada. Tenham cuidado com este tipo de questão.

Chile, Colômbia e México são países neoliberais, somente o Peru é de

esquerda. Corre-se, então, o risco de considerar a questão como certa, por

conter um dado verdadeiro. Os países que compõem a Aliança do Pacífico

uniram-se com o objetivo de dar plena liberdade às suas empresas e aos seus

215 milhões de habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar

capitais e fazer negócios sem precisar de licença prévia dos governos locais.

Na prática, a Aliança do Pacífico é um novo bloco político e econômico capaz de

rivalizar com o MERCOSUL, distanciando-se dele.

___X___

Bom, pessoal, ficaremos por aqui, desejo a todos vocês uma excelente semana

Lembrem-se que, qualquer dúvida ou comentário, não se acanhem em utilizar

o fórum! ;)

Um forte abraço e até a próxima ☺

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LISTA DE QUESTÕES

1-(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se

consolidar, julgue os próximos itens.

a) A dependência do Brasil em relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista

que as exportações para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e

junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.

b) A aprovação da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de

recente crise política ocorrida no Paraguai.

c) Na mesma reunião em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,

foi recusada a admissão dos países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia,

Peru e México), sob a argumentação de eles serem considerados neoliberais.

2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo não vai acabar em

2012. “Que pena!”, dirão os cínicos. Mas, para aqueles que são, em

variados graus, mais otimistas, 2012 será um ano de atos de

equilibrismo. A Primavera Árabe vai tornar-se outro verão.

SUU KYI, A. Um senso de equilíbrio. The economist/ Revista Carta

Capital, São Paulo: Confiança. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev.

2012, p.86.

A expressão Primavera Árabe, empregada no texto, refere-se aos

levantes políticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

(A) norte da África

(B) sudeste da África

(C) sudeste da Ásia

(D) nordeste da Ásia

(E) centro-sul da Europa

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42

3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina

Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o

cancelamento da classificação de segurança (confidencial) a toda

informação e documentação vinculada com as operações das Forças

Armadas durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas

ao "conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de

acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de

Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o

conhecimento da história recente.

(OESP, 7/1/2010, adaptado)

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e

documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas"

durante o período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia

apenas os crimes comuns praticados por militares.

b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação

referente à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período

indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas

Ilhas Malvinas.

c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre

violações dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na

Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na

América Latina na década de 1970.

d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,

já haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a

transição para a democracia na Argentina.

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e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe

necessariamente a abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois

todos os acusados de crimes durante a ditadura militar já foram

julgados e os desaparecidos, encontrados.

4 (ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de

2011, podem ser classificados como históricos, seja pelo impacto que

causaram, seja pelas repercussões que ainda podem se desdobrar por

muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera Árabe, cujo

ponto de partida foi o solitário gesto de um homem comum ao se

imolar, representou o caminho sem volta dos países árabes em direção

à democracia laica ocidentalizada.

5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera Árabe caracterizou-se

por uma série de manifestações e revoltas populares contra os

regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e do Oriente

Médio. Acerca desse processo político e de suas consequências, julgue

os itens seguintes:

a)Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra civil não

declarada que já causou a morte de milhares de pessoas.

b)Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio de uma

nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a

destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a divisão do

território do país entre os diversos grupos rebeldes.

d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na convocação de

eleições livres e democráticas no 1.º semestre de 2012.

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e)No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo candidato da

Irmandade Muçulmana, uma organização política de inspiração

religiosa.

6) (IBFC/Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /2011

/adaptada) “O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou

em 14 de janeiro de 2011 após um mês de violentos protestos contra o

governo. Ele estava há 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um

líder árabe foi deposto por força de movimentos populares.”

Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex líder tunisiano,

julgues os itens subsequentes:

a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter

ateado fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender

frutas e legumes em uma barraca de rua.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga

Árabe, principal instituição política supranacional do mundo islâmico.

c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela

fraude ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.

d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político

ditatorial, o que gerou insatisfação popular e, consequentemente, os

protestos que derrubaram o presidente.

7) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-

SP/2011/adaptada) Em relação aos desdobramentos e consequências

dos protestos tunisianos a outros países da África do Norte e do

Oriente Médio, julgue os itens subsequentes:

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a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim

como seu colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.

b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na

Tunísia foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de

uma onda de protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi,

resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.

c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela

Liga Árabe a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.

d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a

Palestina, onde os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se

uniram contra o domínio israelense.

8) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011/adaptada) A

explosão de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de

Hosni Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser

este um dos poucos países árabes que não se democratizaram

plenamente ao longo do século XX.

9) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas

egípcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para

organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes

entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da

polícia egípcia no centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e

um policial – morreram.

(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo

do presidente, no poder há três décadas.

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10) (IBFC/Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011/adaptada)

Muammar Gaddafi é considerado um dos piores ditadores do mundo.

Ele não hesitou em usar as Forças Armadas em repressão aos

protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relação ao ditador

descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após

golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o

poder na Líbia.

c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi

do poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até

as novas eleições, marcadas para novembro de 2011.

d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi

vem, através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo

que é considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de

ditadura.

11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos recentes conflitos ocorridos na Síria. a) A crise política da Síria é movida basicamente por questões

religiosas, muito em virtude de a Síria ser o único país árabe cuja

maioria da população é cristã.

b) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura

militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsável pela

introdução da sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a

revolta das minorias religiosas do país.

c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se

politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-árabe e de

oposição a Israel.

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d)Um dos aliados do governo Sírio é a Rússia, grande fornecedora de

armas para esse governo.

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48

GABARITO

1. A- ERRADA

B- CERTA

C- ERRADA

2. A- CERTA

3. A- ERRADA

B- ERRADA

C- CERTA

D- ERRADA

E- ERRADA

4. ERRADA

5. A- ERRADA

B- ERRADA

C- ERRADA

D – ERRADA

E- CERTA

6. A- CERTA

B- ERRADA

C- ERRADA

D- ERRADA

7. A- ERRADA

B- CERTA

C- ERRADA

D- ERRADA

8. ERRADA

9. CERTA

10. A- ERRADA

B- CERTA

C- ERRADA

D- ERRADA

11. A-ERRADA

B- ERRADA

C- CERTA

D- CERTA