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Curso On-Line: Economia da Regulação - Teoria e Exercícios para Especialista da ANTT - Economia Professor: Fernando Graeff Aula 03  Fernando Grae ff www.pontodosconcursos.com.br  1 Introdução ........................................................................................ 01 Descentralização de atividades .............................................................. 02 Atuação do Estado no domínio econômico ............................................. 08 Programa Nacional de Desestatização .................................................. 13 Questões comentadas ........................................................................ 28 Lista de questões ................................................................................ 38 Bibliografia ........................................................................................ 43 Introdução Prezado Aluno, Conforme proposto no nosso cronograma vamos tratar na aula de hoje os seguintes temas: Aula Tópicos abordados Aula 03 Descentralização de atividades. Atuação do Estado no domínio econômico . Programa Nacional de Desestatizaç ão. As questões discutidas durante a aula estão listadas no final do arquivo para caso você queira tentar resolve-las antes de ver os comentários. Lembrando que as questões que originalmente eram de múltipla escolha foram adaptadas para o formato certo/errado. E, por último, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mãos à obra...

Aula 03

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    Introduo ........................................................................................ 01 Descentralizao de atividades .............................................................. 02 Atuao do Estado no domnio econmico ............................................. 08 Programa Nacional de Desestatizao .................................................. 13 Questes comentadas ........................................................................ 28 Lista de questes ................................................................................ 38 Bibliografia ........................................................................................ 43

    Introduo

    Prezado Aluno,

    Conforme proposto no nosso cronograma vamos tratar na aula de hoje os seguintes temas:

    Aula Tpicos abordados

    Aula 03 Descentralizao de atividades. Atuao do Estado no domnio econmico. Programa Nacional de Desestatizao.

    As questes discutidas durante a aula esto listadas no final do arquivo para caso voc queira tentar resolve-las antes de ver os comentrios. Lembrando que as questes que originalmente eram de mltipla escolha foram adaptadas para o formato certo/errado. E, por ltimo, participe do Frum de dvidas, que um dos diferenciais do Ponto. L voc poder tirar suas dvidas, auxiliar outras pessoas e ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mos obra...

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    Descentralizao de atividades.

    Vamos iniciar nossa aula tratando do tema descentralizao das atividades. Pode-se falar em descentralizao sob dois aspectos distintos: poltico ou administrativo. O aspecto poltico, que no nos interessa nesse curso, trata da forma de organizao do Estado, em que se contrapem o Estado unitrio (caracterizado pela centralizao poltica) e o Estado federal (caracterizado pela descentralizao poltica). O aspecto administrativo, que o que nos interessa nesse curso, trata da forma como o Estado organiza a Administrao Pblica para prestar os servios pblicos. Essa atuao na prestao dos servios pblicos pode ser exercida de duas formas:

    Diretamente pelo Estado: por intermdio de seus prprios rgos, nesse caso temos a centralizao administrativa (Administrao Direta); ou

    Indiretamente, por meio da transferncia de atribuies a outras pessoas, fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, nesse caso temos a chamada descentralizao administrativa (Administrao Indireta).

    Assim, a descentralizao se caracteriza pela transferncia de atribuies de uma pessoa jurdica pblica (Unio, Estados ou Municpios) para outra pessoa jurdica. Ou seja, o Estado transfere uma atividade prpria da Administrao Pblica, comumente, um servio pblico, para outra pessoa jurdica distinta, que o executar. Para efeito dessa descentralizao, Di Pietro define o servio pblico como sendo ... toda a atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exera diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente s necessidades coletivas, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico. Ateno: Importante observar que quando o Estado exerce uma atividade que no prpria do Estado, mas da iniciativa privada, no se trata de descentralizao propriamente dita, mas de interveno no domnio econmico.

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    o que ocorre quando o Estado assume uma atividade econmica com base no art. 173 da CF/88; ao criar uma empresa estatal para desempenhar essa atividade, por exemplo, um banco, o Estado no est transferindo uma atividade propriamente sua, ou seja, no est descentralizando, mas intervindo no domnio econmico (veremos isso no prximo tpico desta aula). Assim, essencial ao conceito de descentralizao a ideia de transferncia da gesto do servio pblico ou de outra atividade prpria do Estado, o que no ocorre na atividade de fomento (=incentivo) atividade privada, ainda que esta seja de interesse pblico.

    Lembre-se: Nem toda atividade de interesse pblico constitui servio pblico de titularidade do Estado. Por exemplo, o Governo, por questes polticas/estratgica, julga interessante manter o Banco do Brasil como uma empresa de economia mista, contudo a atividade desempenhada pelo banco no constitui servio pblico de titularidade do Estado. Assim, o Banco do Brasil deve concorrer no mercado financeiro em igualdade de condies com os demais bancos, pblicos ou privados.

    Bom, a descentralizao administrativa pode ocorrer de duas formas: por outorga ou por delegao. A descentralizao por outorga (=descentralizao por servios, tcnica ou funcional) a que se verifica quando o poder pblico cria uma pessoa jurdica de direito pblico ou privado e a ela atribui a titularidade e a execuo de determinado servio pblico. No Brasil, essa criao, ou a autorizao para criao, deve ser feita por meio de lei, normalmente com prazo indeterminado. Dessas leis surgem as chamadas entidades da Administrao Indireta, basicamente, autarquias, mas podem surgir tambm, fundaes governamentais, sociedades de economia mista e empresas pblicas, que exeram servios pblicos. Normalmente, a doutrina indica apenas a autarquia como forma de descentralizao por servio, mas j se criaram entes com personalidade de direito privado e a eles se transferiram a titularidade e a execuo de servios pblicos, com o mesmo processo de descentralizao.

    Exemplo: a VALEC Engenharia, Construes e Ferrovias uma empresa pblica, sob a forma de sociedade por aes, vinculada ao Ministrio dos Transportes, nos termos previstos na Lei n 11.772/2008. A Valec se sujeita ao regime jurdico prprio das empresas privada. A funo social da VALEC a construo e explorao de infraestrutura ferroviria.

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    A diferena que a autarquia tem personalidade jurdica prpria, tambm de natureza pblica e, portanto, com a mesma capacidade pblica do outorgante, com todos os privilgios e prerrogativas do prprio ente instituidor, j os privilgios e prerrogativas da entidade com personalidade de direito privado so menores, pois a entidade s usufrui daqueles expressamente conferidos pela lei instituidora e reputados necessrios para a consecuo de seus fins. No exemplo da Valec, o 3 do art. 8 da Lei instituidora determina que a empresa se sujeita ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios. Importante notar que na descentralizao feita por lei, a entidade que descentraliza o servio perde a disponibilidade sobre o mesmo, pois, para retom-lo, depende tambm de lei. A descentralizao por delegao (=descentralizao por colaborao), por sua vez, ocorre quando o Estado transfere, por contrato (concesso ou permisso de servios pblicos) ou ato unilateral (autorizao de servios pblicos), unicamente a execuo do servio, para que o terceiro o preste, em nome prprio, por sua conta e risco, sob a fiscalizao do Estado. Nesse caso, o poder concedente conserva a titularidade do servio. Caro aluno, nesse ponto, vamos fazer duas observaes quanto a divergncias terminolgicas:

    cuidado com o termo outorga, pois ele utilizado muitas vezes, inclusive em normativos, no sentido genrico de entregar ou atribuir e no no sentido de outorga legal, ou seja, aquela feita por meio de lei;

    ateno ao instituto da permisso, pois embora referido no art. 175,

    pargrafo nico, inciso I, da CF/88, como contrato, continua a ser tratado como ato unilateral em algumas leis infraconstitucionais como na Lei Geral de Telecomunicaes (LGT).

    Voltando ao nosso assunto. A delegao por contrato sempre efetivada por prazo determinado, j naquela realizada por ato administrativo, como regra, no h prazo certo, em razo da precariedade tpica da autorizao (possibilidade de revogao a qualquer tempo, em regra, sem indenizao). Mas, no se preocupe com isso por enquanto, vamos com calma, falarei com mais detalhes sobre os institutos da concesso, permisso e autorizao na aula prpria.

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    Outra coisa, importante que voc lembre que em nenhuma forma de descentralizao h hierarquia, no h subordinao entre aquele que transfere as competncias e aquele que as recebe. No caso da relao entre o poder concedente (Administrao Direta) e o ente descentralizado (Administrao Indireta) existe a chamada vinculao, que diferente de subordinao hierrquica. Assim, a Administrao Direta exerce o controle finalstico (=tutela administrativa ou superviso) sobre a Administrao Indireta, nos limites e com os instrumentos impostos pela lei. Lembra-se do nosso exemplo? A Valec vinculada ao Ministrio dos Transportes. Da mesma forma, na relao entre o delegante e o delegatrio, apesar do controle do primeiro sobre o segundo ser muito mais amplo (como veremos em nossas prximas aulas), tambm no h que se falar em hierarquia, tem-se, na realidade, um controle mais rgido, com poderes especiais atribudos ao ente concedente. Descentralizao x Desconcentrao Por fim, vamos fazer a distino entre os termos descentralizao e desconcentrao, que muitas vezes so confundidos. Para que ocorra a descentralizao tem que haver mais de uma pessoa jurdica, sendo que uma transfere uma atribuio sua para a outra. J, a desconcentrao administrativa ocorre quando uma pessoa poltica ou uma entidade da administrao indireta distribui competncias no mbito de sua prpria estrutura a fim de tornar mais gil e eficiente a prestao do servio. Em resumo, lembre-se que na desconcentrao administrativa existe uma s pessoa e na descentralizao administrativa existem duas ou mais pessoas.

    Descentralizao Desconcentrao

    Mais de uma pessoa

    Uma s pessoa

    Note que com a desconcentrao surgem os denominados rgos pblicos, entendidos como um determinado conjunto de competncias, localizado na estrutura interna de uma pessoa jurdica, seja da administrao direta, seja da administrao indireta.

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    Por exemplo, a Secretaria da Receita Federal do Brasil um rgo especfico, singular, subordinado ao Ministrio da Fazenda, exercendo funes essenciais para que o Estado possa cumprir seus objetivos. Nesse caso, existe relao de hierarquia (controle hierrquico), de subordinao, entre os rgos resultantes da desconcentrao. Vamos ver um exemplo prtico disso: O Ministrio dos Transportes o rgo do Poder Executivo encarregado, entre outras atribuies, da poltica nacional de transportes. Pois bem, o Ministrio deve se organizar para poder dar fiel cumprimento a sua misso. Tendo isso em mente vamos analisar as situaes abaixo:

    1 situao:

    2 situao:

    3 situao:

    Ento, o que voc acha? Ser que o primeiro caso uma descentralizao administrativa? E o segundo? E o terceiro?

    A lei 10.233/2001, entre outras providncias, instituiu a Agncia Nacional de Transportes Terrestres ANTT, como entidade integrante da Administrao Federal indireta, submetidas ao regime autrquico especial e vinculada ao Ministrio dos Transportes. Entre as diversas atribuies da ANTT est a edio de atos de outorga e de extino de direito de explorao de infraestrutura e de prestao de servios de transporte terrestre, celebrando e gerindo os respectivos contratos e demais instrumentos administrativos.

    O Decreto 4.721/2003 aprovou a estrutura do Ministrio dos Transportes e, entre os rgos desta estrutura, criou a Secretaria de Poltica Nacional de Transportes, a qual compete, entre outras atribuies, a anlise dos planos de outorga, submetendo-os aprovao superior.

    A ANTT promoveu o certame licitatrio para a concesso de uma rodovia federal, e assinou contrato com o licitante vencedor, que passou a explorar a rodovia.

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    Pelo que vimos at agora: O 1 caso uma descentralizao por outorga legal:

    A lei criou uma pessoa jurdica de direito pblico distinta do Ministrio dos Transportes, vinculada a ele, para atuar na rea de transportes terrestres.

    Portanto, foi criada uma nova pessoa jurdica, no caso, uma autarquia de regime especial, pertencente estrutura da Administrao Indireta.

    O 2 caso uma desconcentrao administrativa:

    O rgo foi criado dentro da prpria estrutura do Ministrio dos Transportes, portanto, subordinado ao Ministro, veja que no foi criada outra pessoa jurdica, continua existindo apenas uma pessoa, pertencente estrutura da Administrao Direta.

    O 3 caso uma descentralizao por delegao:

    A ANTT, entidade pertencente Administrao Indireta, dentro de suas competncias estabelecidas por lei, passou para um terceiro, no caso, uma pessoa jurdica de direito privado, a prestao do servio pblico em questo.

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    Atuao do Estado no domnio econmico.

    Vamos tratar agora do tema atuao do Estado no domnio econmico. A partir da crise de fins da dcada de 1970, a crescente deteriorao das contas pblicas na maioria dos pases do mundo, refletida, principalmente, em um aumento progressivo do endividamento pblico ps em xeque o Estado provedor de bens e servios (chamado de Estado de Bem-Estar Social). A crise fiscal do Estado de Bem-Estar Social conduziu a perspectiva de reduo das dimenses do Estado e de sua interveno direta no mbito econmico. Passou-se a pensar em um novo modelo de atuao estatal, que se caracteriza preponderantemente pela utilizao da competncia normativa para disciplinar a atuao dos particulares. Ou seja, o Estado, ao invs de prover bens e servios, passou gradativamente a regular a atuao da iniciativa privada na economia. Nesse contexto histrico foi promulgada a CF/88. Seu art. 173 afirma que, ressalvados os casos previstos na prpria Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. O 1 do art. 173, por sua vez, determina que cabe a lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios. Esse estatuto jurdico prprio, portanto, diferenciado das entidades que prestam servios pblicos, dever definir:

    a funo social da empresa pblica criada e as formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade;

    a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios;

    licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica;

    a constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritrios;

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    os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

    Vamos utilizar o exemplo do tpico anterior (Lei 11.772/2008) para visualizar o estatuto jurdico prprio da Valec (definido em lei e detalhado no Estatuto da empresa):

    Art. 8 A VALEC - Engenharia, Construes e Ferrovias S.A., sociedade por aes controlada pela Unio, fica transformada em empresa pblica, sob a forma de sociedade por aes, vinculada ao Ministrio dos Transportes, nos termos previstos nesta Lei. 1 A funo social da Valec a construo e explorao de infraestrutura ferroviria. (...) 3 A Valec sujeitar-se- ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios. (...) Art. 13. A Valec ser administrada por 1 (um) Conselho de Administrao, com funes deliberativas, e por 1 (uma) Diretoria-Executiva, e na sua composio contar ainda com 1 (um) Conselho Fiscal. Art. 14. O Conselho de Administrao, eleito pela assembleia geral de acionistas, ser constitudo: (...) Art. 17. As competncias do Conselho de Administrao, da Diretoria-Executiva e do Conselho Fiscal da Valec, bem como as hipteses de destituio e substituio de seus respectivos integrantes, sero estabelecidas no Estatuto. Art. 18. A contratao de obras, servios, compras e alienaes ser precedida de procedimento licitatrio, na forma da legislao em vigor, observados os princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficincia e isonomia, bem como da vinculao ao instrumento convocatrio, da economicidade, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos. (...) Art. 22. A Valec sujeitar-se- fiscalizao do Ministrio dos Transportes e entidades a ele vinculadas, da Controladoria-Geral da Unio e do Tribunal de Contas da Unio.

    Percebe-se, portanto, que a submisso dessas entidades ao regime jurdico de direito privado se dar de forma preponderante, em outras palavras, essas empresas atuaro em um ambiente competitivo, sem as prerrogativas inerentes as entidades submetidas ao regime jurdico de direito pblico. Desta forma, nossa Constituio reserva a explorao da atividade econmica iniciativa privada.

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    Mas, a prpria CF/88, no art. 173, 4, impe limites a essa explorao, ao determinar que a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise a dominao de mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Ao mesmo tempo, o art. 174 da CF/88 determina que o Estado, como agente normativo e regulador da atividade econmica, deve exercer as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Por fim, o art. 175 da CF/88 determina que o Poder Pblico poder prestar diretamente ou delegar a prestao de servios pblicos. Ou seja, o Estado pode atuar na rea econmica de duas formas bsicas:

    Diretamente, quando desempenha o papel de agente econmico, nesse caso, o Estado atua normalmente mediante pessoas jurdicas por ele constitudas e sob seu controle, produzindo bens ou prestando servios de contedo econmico. Essa atuao pode ocorrer em regime de monoplio ou em concorrncia com outras empresas do setor privado; ou

    Indiretamente, visando, de forma geral, corrigir distores que se verificam quando os agentes econmicos podem atuar de modo totalmente livre.

    Em suma, na medida em que o Estado deixa de atuar diretamente na atividade econmica, abrindo espao livre iniciativa privada, passa a intervir no domnio econmico, normatizando e regulando, em prol do interesse pblico. Para isso, o Estado pode atuar de diversas formas. Entre essas formas, podemos citar a instituio de monoplio estatal (exceo), a represso do abuso econmico, a criao de empresas estatais e de agncias reguladoras, o tabelamento de preos, o controle de abastecimento e a criao de contribuies de interveno no domnio econmico. Vamos falar brevemente sobre algumas formas de interveno no domnio econmico:

    Ateno: o planejamento determinante para o setor pblico e

    indicativo para o setor privado.

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    Apesar da atuao direta do Estado ser exceo regra, uma das principais formas de interveno do Estado no domnio econmico a instituio de monoplio estatal. Assim, uma vez que a regra a no interveno do Estado no domnio econmico, o monoplio estatal s permitido nas hipteses previstas na CF/88. Cite-se como exemplo o monoplio do petrleo (art. 177):

    Art. 177. Constituem monoplio da Unio: I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petrleo e gs natural e outros hidrocarbonetos fluidos; (Vide Emenda Constitucional n 9, de 1995) II - a refinao do petrleo nacional ou estrangeiro; III - a importao e exportao dos produtos e derivados bsicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte martimo do petrleo bruto de origem nacional ou de derivados bsicos de petrleo produzidos no Pas, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petrleo bruto, seus derivados e gs natural de qualquer origem; V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios e minerais nucleares e seus derivados, com exceo dos radioistopos cuja produo, comercializao e utilizao podero ser autorizadas sob regime de permisso, conforme as alneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituio Federal. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)

    A finalidade do monoplio estatal a proteo do interesse pblico, substituindo o monoplio privado. Este ltimo, no admitido constitucionalmente, pois tem por fim o lucro abusivo do particular em detrimento da coletividade. Outra importante forma de atuao do Estado a represso do abuso econmico. Isso se d, por exemplo, por meio da criao de rgos como o Conselho Administrativo de Defesa Econmica (Cade), autarquia vinculada ao Ministrio da Justia, que tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econmico, exercendo papel tutelador da preveno e da represso a tais abusos. O Estado tambm pode atuar na ordem econmica por meio da criao de entidades estatais, como as sociedades de economia mista e empresas pblicas, nos termos autorizados pelo art. 173 da CF/88 (imperativo de segurana nacional ou relevante interesse coletivo).

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    Outra forma de atuao do Estado na ordem econmica decorre do disposto no art. 149 da CF/88: Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo. Extrai-se do artigo transcrito acima que cabe a Unio a instituio de contribuies de interveno no domnio econmico (CIDE). Referidas contribuies so espcies de tributos, aplicando-se a elas, por conseguinte, todos os princpios tributrios. A contribuio de interveno no domnio econmico possui como caracterstica essencial vinculao a finalidade constitucionalmente determinada de promover interveno no domnio econmico. Assim, os recursos auferidos com esta espcie tributria devem ser destinados para o financiamento da interveno que fundamentou a sua instituio. A CIDE, dessa forma, um dos instrumentos utilizados pela Unio para intervir no domnio econmico a fim de corrigir distores em setores da atividade econmica. Neste sentido, conclui-se que referidas contribuies possuem funo nitidamente extrafiscal. Por fim, o Estado atua ainda no domnio econmico por meio de Agncias Reguladoras, que exercem a atividade regulatria em segmentos especficos, como por exemplo, nas reas de energia, transporte e telecomunicao.

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    Programa Nacional de Desestatizao.

    Vamos passar para o ltimo tpico da nossa aula de hoje: o Programa Nacional de Desestatizao (PND). Mas, antes de entrarmos propriamente na Lei do PND, para melhor entend-la, vamos contextualizar a situao histrica em que ela foi editada. No final da dcada de 70 o mundo vivia uma crise fiscal. Na Amrica Latina a deteriorao fiscal esteve estreitamente ligada crise da dvida externa do incio da dcada de 80 e a consequente interrupo dos fluxos de financiamento externo. Essa crise tambm se refletiu em uma deteriorao da situao econmico-financeira das empresas estatais, o que decorreu, principalmente, de sua utilizao como instrumento de poltica econmica: seja na manuteno do reajuste das tarifas abaixo da inflao com objetivos anti-inflacionrios -, seja pelo alto endividamento dessas empresas em razo da necessidade de captao de recursos externos. Como consequencia, houve, em muitos casos, a necessidade de transferncia de recursos fiscais federais para arcar com as necessidades operacionais das empresas estatais, o que aumentava os custos polticos de sua sustentao. Alm disso, a incapacidade do Estado de financiar investimentos em suas estatais comprometeu o aumento da capacidade produtiva em setores-chave de infraestrutura. A deciso de privatizar surge, assim, como resposta existncia de um desajuste nas contas pblicas. Como consequencia da crise fiscal, a venda de ativos produtivos do Estado passou a ser vista como forma de viabilizar uma melhora da situao das finanas pblicas: por um lado, os recursos gerados colaborariam para uma reduo do estoque da dvida pblica; por outro, a transferncia de propriedade das empresas estatais representaria a reduo da demanda por recursos fiscais, medida que a operao das empresas e mesmo a ampliao de sua capacidade produtiva deixariam de ser responsabilidade do Estado. No Brasil, apesar de se iniciar, efetivamente, na dcada de 80, apenas a partir de 1990 que o programa de privatizao vai se tornar uma das prioridades da poltica econmica.

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    De fato, esse processo deve ser visto em um contexto mais amplo de reformulao do papel do Estado na economia, onde o Estado produtor cede cada vez mais espao para o Estado regulador. Segundo Giambiagi, para efeitos didticos, alguns autores dividem a privatizao no Brasil em trs fases:

    A primeira fase, que ocorreu ao longo dos anos 80, correspondeu reprivatizaes, ou seja, foram privatizadas empresas que j tinham pertencido ao setor privado anteriormente. O principal objetivo dessa fase foi o saneamento financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). A importncia dessa fase foi que com a experincia adquirida, posteriormente o BNDES se transformou no principal agente de privatizao do governo.

    A segunda fase, que a que mais nos interessa, teve incio em 1990 com o lanamento do Plano Nacional de Desestatizao (PND). Essa fase caracterizou-se:

    pela venda de empresas tradicionalmente estatais;

    privatizao de setores da economia; e

    passou a existir uma marco regulatrio no processo de desestatizao, com a promulgao da lei de privatizao (Lei 8.031/1990).

    Nessa fase, que foi at 1995, o processo de privatizao privilegiou as empresas dos setores industriais: siderurgia, petroqumica e fertilizantes. Com a aprovao, em fevereiro de 1995, da Lei de Concesses, que teve como objetivo estabelecer regras gerais pelas quais o governo concede a terceiros o direito de explorar servios pblicos (estudaremos com detalhes essa lei a partir da prxima aula), foram lanadas as bases para a terceira fase do processo de privatizao.

    Essa terceira fase caracterizou-se pela desestatizao dos servios pblicos, com destaque para os setores de energia eltrica e telecomunicaes.

    Em resumo, o lanamento do PND em 1990 foi um passo importante no processo de privatizao brasileiro. A partir de ento, a privatizao passou a ser uma das prioridades da poltica econmica, fazendo parte de um amplo

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    conjunto de reformas estruturais orientadas para a modernizao do papel do Estado e da economia como um todo. Bom, feita essa contextualizao, vamos estudar mais de perto a atual Lei do PND e seu regulamento (Lei 9.491/1997 e Decreto 2.594/1998). A Lei das privatizaes (Lei 8.031/1990), posteriormente, foi revogada pela Lei 9.491/1997, que dispe atualmente sobre o Programa Nacional de Desestatizao, referida lei regulamentada pelo Decreto 2.594/1998. Objetivos fundamentais do PND

    Reordenar a posio estratgica do Estado na economia, transferindo iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor pblico. Ou seja, a atuao do Estado deve se concentrar em atividades tipicamente pblicas, tais como: justia, segurana e regulao.

    Contribuir para a reestruturao econmica do setor pblico, especialmente atravs da melhoria do perfil e da reduo da dvida pblica lquida. Isso se d com a utilizao da receita da venda das estatais e com os benefcios fiscais advindos da esperada maior eficincia do particular na administrao dessas empresas (maior arrecadao de impostos).

    Permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades que

    vierem a ser transferidas iniciativa privada. O Estado no tem recursos suficientes para promover o volume necessrio de investimentos nessas reas, principalmente nos setores de infraestrutura e servios bsicos, por isso a transferncia para a iniciativa privada.

    Contribuir para a reestruturao econmica do setor privado, especialmente para a modernizao da infraestrutura e do parque industrial do Pas, ampliando sua competitividade e reforando a capacidade empresarial nos diversos setores da economia, inclusive por meio da concesso de crdito. A parceria do Estado com a iniciativa privada tem como objetivo fomentar (=incentivar) o crescimento econmico, por meio do fortalecimento do setor privado, inclusive por meio da concesso de crdito, cujo principal agente de fomento o BNDES.

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    Permitir que a Administrao Pblica concentre seus esforos nas atividades em que a presena do Estado seja fundamental para a consecuo das prioridades nacionais. O Estado tem diversas prioridades, principalmente na rea social. Ao passar as atividades da rea econmica para a iniciativa privada, pode direcionar seus esforos, humanos e materiais, para essas prioridades.

    Contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, por meio do acrscimo da oferta de valores mobilirios e da democratizao da propriedade do capital das empresas que integrarem o Programa. Isso ocorre com a abertura de capital das empresas privatizadas.

    O que pode, e o que no pode ser desestatizado No qualquer empresa, setor ou servio pblico que pode ser desestatizado ao livre arbtrio do Governo, a Lei d as diretrizes para a desestatizao. O art. 2 da Lei do PND define o que pode ser objeto de desestatizao:

    As empresas, inclusive instituies financeiras, controladas direta ou indiretamente pela Unio, institudas por lei ou ato do Poder Executivo;

    As empresas criadas pelo setor privado e que, por qualquer motivo, passaram ao controle direto ou indireto da Unio, ou seja, nesse caso ocorre a reprivatizao;

    Os servios pblicos objeto de concesso, permisso ou autorizao; em outras palavras, os servios que a CF/88 e a legislao infraconstitucional admitem descentralizao;

    Instituies financeiras pblicas estaduais que tenham tido as aes de

    seu capital social desapropriadas; e

    Bens mveis e imveis da Unio.

    Por outro lado, de acordo com a lei, no pode ser objeto de desestatizao:

    s empresas pblicas ou sociedades de economia mista que exeram atividades de:

    o telecomunicao;

    o as instalaes nucleares;

    o promoo de desenvolvimento regional (exemplo, Codevasf); e

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    o monoplios tratados no art. 177 da Constituio;

    O Banco do Brasil S.A.; e

    A Caixa Econmica Federal.

    A vedao no se aplica s participaes acionrias detidas por essas entidades, desde que no incida restrio legal alienao das referidas participaes.

    Ento, voc pode perguntar: proibida a venda das aes da Petrobrs na bolsa de valores? Essa venda considerada privatizao? No, no proibida a negociao em bolsa. E no se trata de privatizao. Pois a negociao das aes na bolsa no proibida pela lei. E no privatizao, pois o controle da empresa continua com o Estado. Mas e as estatais de telecomunicaes que foram privatizadas no final da dcada de 90? Como se deu isso, se a Lei do PND probe a desestatizao, exceto quanto s participaes acionrias detidas por essas entidades, desde que no haja restrio legal, das empresas pblicas ou sociedades de economia mista que exeram as atividades de telecomunicaes (art. 21, XI, da CF/88). Ocorre que o setor de telecomunicaes tem diversas especificidades. Dessa forma na esteira da Emenda Constitucional de 8/1995, foi editada em 1997 a Lei 9.472, Lei Geral de Telecomunicaes (LGT), que dispe sobre a organizao dos servios de telecomunicaes, a criao e funcionamento de um rgo regulador e outros aspectos institucionais. Entre esses outros aspectos institucionais, foi conduzida a reestruturao e a desestatizao das empresas federais de telecomunicaes. Desta forma, o art. 187 da referida Lei listou uma srie de empresas estatais e autorizou o Poder Executivo a reestrutur-las e privatiz-las. A reestruturao e a desestatizao dessas empresas sujeitaram-se a uma srie de condies estabelecidas pela prpria lei, como a observncia da compatibilizao das reas de atuao das empresas com o plano geral de outorgas, o modelo de desestatizao deveria ser colocado em consulta pblica, a transferncia do controle acionrio ou da concesso, aps a desestatizao, somente poderia efetuar-se quando transcorrido o prazo de cinco anos, etc.

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    Enfim, o setor de telecomunicaes teve um regramento todo especial em sua desestatizao. J a Lei do PND de aplicao genrica. Tanto que o art. 197 da LGT determina que O processo especial de desestatizao obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, podendo adotar a forma de leilo ou concorrncia ou, ainda, de venda de aes em oferta pblica, de acordo com o estabelecido pela Comisso Especial de Superviso. Mas, o fato que o setor foi efetivamente desestatizado e as empresas estatais alienadas. Com sucesso, no ? Pois efetivamente o servio tornou-se mais acessvel (falaremos disso em outra aula). Mas, por outro lado, parece que a regulao no est funcionando muito bem, no ? Basta ver a posio das teles em relao ao nmero de reclamaes nos Procons ... Em resumo, a desestatizao das empresas pblicas e sociedades de economia mista que atuam na prestao de servios de telecomunicaes submetem-se ao regramento estabelecido na LGT. Bom, mas a LGT no foi objeto do edital passado, portanto, vamos nos preocupar com a Lei do PND que estava explicitamente elencada no contedo programtico. Conceito de desestatizao A Lei do PND define o conceito de desestatizao, que engloba a privatizao de empresas e a concesso, permisso e autorizao para a prestao de servios pblicos:

    A alienao, pela Unio, de direitos que lhe assegurem, diretamente ou atravs de outras controladas, preponderncia nas deliberaes sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade. Em outras palavras, s considerada desestatizao quando o controle da empresa, que era do Estado, passa para a iniciativa privada.

    A transferncia, para a iniciativa privada, da execuo de servios pblicos explorados pela Unio, diretamente ou atravs de entidades controladas, bem como daqueles de sua responsabilidade. o caso das concesses, permisses e autorizaes de servios pblicos.

    Modalidades de desestatizao

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    Inicialmente cabe destacar que, com exceo da autorizao para prestao de servio pblico, a desestatizao deve ser precedida de licitao, e pode ser executada mediante as seguintes modalidades operacionais:

    Abertura de capital;

    Aumento de capital, com renncia ou cesso, total ou parcial, de direitos de subscrio;

    Alienao de participao societria, inclusive de controle acionrio, preferencialmente mediante a pulverizao de aes;

    Alienao, arrendamento, locao, comodato ou cesso de bens e instalaes;

    Dissoluo de sociedades ou desativao parcial de seus empreendimentos, com a consequente alienao de seus ativos;

    Concesso, permisso ou autorizao de servios pblicos; e

    Aforamento, remio de foro, permuta, cesso, concesso de direito real de uso resolvel e alienao mediante venda de bens imveis de domnio da Unio.

    Frise-se que as duas primeiras modalidades acima descritas no podem ser licitadas por leilo, as demais modalidades podem. Portanto, ateno, a concesso de servio pblico includo no PND pode ser feita por leilo. Publicidade importante mencionar que no caso de privatizao de empresas, ser dada ampla divulgao das informaes necessrias para o conhecimento pblico das condies em que se processar a alienao do controle acionrio, mediante a publicao de edital, no Dirio Oficial da Unio e em jornais de notria circulao nacional, contendo, entre outras informaes, a justificativa da privatizao, indicando o percentual do capital social da empresa a ser alienado. Procedimentos de avaliao O Decreto que regulamenta a lei prev como ser feita a avaliao das estatais para efeito de alienao. A determinao do preo mnimo dos ativos includos no PND levar em considerao os estudos elaborados com base na anlise detalhada:

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    Das condies de mercado; Da situao econmico-financeira da sociedade; e Das perspectivas de rentabilidade da sociedade.

    Ateno Considera-se valor econmico da empresa aquele calculado a partir da projeo do seu fluxo de caixa operacional, ajustado pelos valores dos direitos e obrigaes no vinculados s suas atividades operacionais, bem como pelos valores que reflitam contingncias e outros efeitos. Na fixao do preo mnimo de alienao de participao societria em sociedade concessionria ou permissionria de servios pblicos ou de bens do seu ativo patrimonial, sero levados em conta os critrios de fixao e reviso tarifria e outras condies previstas nos atos de concesso ou permisso existentes ou que vierem a ser expedidos. No caso da privatizao de estatais, o preo mnimo ser fixado com base em estudos de avaliao, elaborados por duas empresas contratadas mediante licitao pblica. Havendo divergncia quanto ao preo mnimo recomendado nas avaliaes, superior a vinte por cento, ser facultada a contratao de terceiro avaliador, para se manifestar, em at sessenta dias, sobre as avaliaes, hiptese em que o respectivo estudo tambm servir de base para a determinao do preo mnimo. Cabe salientar que poder ser determinada a reviso dos estudos de avaliao, no caso de eventos relevantes ocorridos aps a elaborao dos mesmos. Observao: Esse limite prudencial de vinte por cento de que trata o Decreto 2.594/1998 observado tambm quando o TCU analisa os estudos de viabilidade para concesso e permisso da prestao de servios pblicos. Por exemplo, imagine o estudo de viabilidade econmico-financeiro para a concesso de uma rodovia federal, cujo critrio de licitao seja a menor tarifa bsica de pedgio. Vamos supor que o estudo de viabilidade feito pelo poder concedente, nesse caso, a ANTT, aponte o valor de R$ 1,00 para a tarifa teto de pedgio (valor a partir do qual os licitantes vo ofertar seus lances, ganha quem ofertar a menor tarifa).

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    Essa tarifa teto garante que, mesmo no havendo competio na licitao (conluio entre os licitantes, apenas um interessado, etc.), o usurio da rodovia pague uma tarifa justa (por esse motivo o estudo deve ser bem feito). Assim, um desgio de at 20% (no exemplo, tarifa ofertada pelo licitante vencedor de R$ 0,80) considerado normal. Ou seja, a princpio entende-se que o estudo de viabilidade razovel, correspondendo expectativa do mercado. Obs: o desgio nesse caso a diferena entre a tarifa teto estipulada para o leilo e a tarifa ofertada pelo licitante vencedor, no caso:

    R$ 1,00 R$ 0,80 = R$ 0,20 (desgio).

    Contudo, esse percentual apenas indicativo. Como os estudos realizados esto sujeitos a uma infinidade de variveis, e so feitos prevendo situaes que ocorrero ao longo de toda a concesso, que so de longa durao, nada impede que o desgio seja maior, caso haja concorrncia acirrada no leilo e os licitantes vislumbrem oportunidades no refletidas nesses estudos. Alis, esse o cenrio ideal, que sempre deve ser buscado e propiciado pelo Poder Concedente: a existncia de efetiva concorrncia nos leiles. Bom, chega de papo, vamos continuar com o estudo da Lei do PND. Conselho Nacional de Desestatizao - CND O Programa Nacional de Desestatizao ter como rgo superior de deciso o Conselho Nacional de Desestatizao CND, diretamente subordinado ao Presidente da Repblica. A primeira coisa que temos que saber sobre o CND que ele delibera por meio de resolues. Suas principais atribuies so:

    Recomendar, para aprovao do Presidente da Repblica, meios de pagamento e incluso ou excluso de empresas, inclusive instituies financeiras, servios pblicos e participaes minoritrias no Programa Nacional de Desestatizao;

    Aprovar, exceto quando se tratar de instituies financeiras: a) a modalidade operacional a ser aplicada a cada desestatizao;

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    b) os ajustes de natureza societria, operacional, contbil ou jurdica e o saneamento financeiro, necessrios s desestatizaes;

    c) as condies aplicveis s desestatizaes; d) a criao de ao de classe especial, a ser subscrita pela Unio; e) a fuso, incorporao ou ciso de sociedades e a criao de subsidiria integral, necessrias viabilizao das desestatizaes; f) a contratao, pelo Gestor do Fundo Nacional de Desestatizao, de pareceres ou estudos especializados necessrios desestatizao de setores ou segmentos especficos; e g) a excluso de bens mveis e imveis da Unio includos no PND.

    No caso da desestatizao de servios pblicos importante enfatizar que o CND:

    Deve recomendar, para aprovao do Presidente da Repblica, o rgo da Administrao direta ou indireta que dever ser o responsvel pela execuo e acompanhamento do correspondente processo de desestatizao;

    Poder baixar normas regulamentadoras da desestatizao de servios pblicos, objeto de concesso, permisso ou autorizao, bem como determinar sejam adotados procedimentos previstos em legislao especfica, conforme a natureza dos servios a serem desestatizados.

    Estrutura do CND

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    Com relaes s reunies do Conselho cabe destacar que:

    O Presidente do Conselho poder convidar Ministros de Estado, bem como representantes de entidades pblicas ou privadas para participar sem direito a voto.

    O Conselho reunir-se-, ordinariamente, uma vez por ms, e,

    extraordinariamente, sempre que for convocado por seu Presidente.

    Nas suas ausncias ou impedimentos, os membros do Conselho sero representados por substitutos por eles designados.

    Por fim, cabe destacar que a Lei do PND criou o Fundo Nacional de Desestatizao - FND, de natureza contbil, cujo gestor o BNDES. Referido fundo constitudo mediante vinculao, a ttulo de depsito, das aes ou cotas de propriedade direta ou indireta da Unio, emitidas pelas sociedades includas no Programa Nacional de Desestatizao.

    Ministro de Estado do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior (MDIC), na sua ausncia,

    assume o Chefe da Casa Civil da

    Presidncia da Repblica

    Ministro de Estado

    da Fazenda (MF)

    Chefe da Casa

    Civil da

    Presidncia da

    Repblica

    Presidente do

    Banco Central do

    Brasil, no caso de

    instituio

    financeira

    Titular do

    Ministrio cuja

    empresa ou servio

    pblico est

    vinculado

    Ministro de Estado

    do Planejamento,

    Oramento e

    Gesto (MPOG)

    Membros efetivos, com direito

    a voto:

    Presidente, com direito a voto de qualidade e

    deliberar no caso de urgncia e relevante

    interesse, ad referendum do colegiado.

    Membros no efetivos, com

    direito a voto:

    Representante do

    BNDES Participa de todas as reunies,

    SEM direito a voto:

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    Processo de desestatizao Bom, vamos ver como isso funciona na prtica. Para isso vamos analisar o processo de desestatizao de aeroportos:

    Inicialmente os rgos competentes do Poder Executivo, responsveis pelas polticas pblicas nessa rea - Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da Repblica, Ministrio da Defesa, etc. - decidem se conveniente ou no para o Pas que determinados aeroportos sejam desestatizados;

    Em seguida, o rgo do Poder Executivo responsvel, no caso, o Ministrio da Defesa, encaminha o pedido que justifica a desestatizao para deliberao do Conselho;

    O Conselho, por sua vez, delibera, e caso concorde com a desestatizao, emite Resoluo recomendando ao () Presidente (a):

    o a incluso dos referidos aeroportos no Programa Nacional de Desestatizao; e

    o o rgo da administrao direta ou indireta que dever ser o responsvel pela execuo e acompanhamento do correspondente processo de desestatizao;

    A Presidenta caso concorde com o CND, por Decreto, inclui os aeroportos

    no PND, indicando os rgos responsveis pela conduo do processo de desestatizao;

    Os rgos responsveis, no caso, a Agncia Nacional de Aviao Civil (Anac), sob a superviso da Secretaria de Aviao Civil da Presidncia da Repblica, conduzem o processo de desestatizao;

    O CND aprova ou no o modelo de concesso proposto, bem como as alteraes posteriores;

    O gestor do Fundo Nacional de Desestatizao prepara os documentos dos processos de desestatizao para apreciao pelo TCU;

    O Tribunal de Contas da Unio, conforme disciplinado na IN TCU 27/1998, analisa o 1 estgio de acompanhamento da desestatizao, podendo aprov-lo ou no, ou ainda, aprov-lo com ressalvas;

    Por fim, a Anac conduz e o TCU fiscaliza o processo de desestatizao at a adjudicao (entrega) dos aeroportos ao licitante vencedor e, posteriormente, no acompanhamento contratual.

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    Feito esse breve resumo, veja a Resoluo 18/2008, emitida pelo Conselho recomendando a incluso dos Aeroportos Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, e Internacional de Viracopos, em Campinas, no PND:

    RESOLUO CND n 18, de 08 de outubro de 2008 O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE DESESTATIZAO CND, no uso da atribuio que lhe confere o art. 5, 4 combinado com o art. 6, ambos da Lei n 9.491, de 9 de setembro de 1997, Resolve, ad referendum do Colegiado: Art. 1 Recomendar, para aprovao do Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica, a incluso no Programa Nacional de Desestatizao PND, do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, e do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Art. 2 Recomendar que a Agncia Nacional de Aviao Civil ANAC seja designada responsvel pela execuo e acompanhamento do processo de desestatizao da infraestrutura de que trata o art. 1 desta Resoluo, nos termos do 1 do art. 6 da Lei n 9.491/97. Art. 3 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.

    MIGUEL JORGE

    Agora, veja abaixo o Decreto referente Resoluo CND 18/2008, que vimos acima:

    Prope ao Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica a edio de decreto autorizando a incluso no Programa Nacional de Desestatizao PND do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim no Rio de Janeiro e do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, designando a Agncia Nacional de Aviao Civil ANAC como gestora, para os fins da Lei n 9.491, de 9 de setembro de 1997.

    Ateno: Perceba que cabe ao CND recomendar a incluso de certa empresa, setor, servio pblico, etc., no PND, quem efetivamente inclui no PND o Presidente da Repblica, por meio de Decreto.

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    Presidncia da Repblica

    Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurdicos

    DECRETO N 7.531 DE 21 DE JULHO DE 2011.

    Dispe sobre a incluso no Programa Nacional de Desestatizao - PND dos Aeroportos Internacionais Governador Andr Franco Montoro e Viracopos, no Estado de So Paulo, e Presidente Juscelino Kubitschek, no Distrito Federal, e d outras providncias.

    A PRESIDENTA DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe confere o art. 84,

    incisos IV e VI, alnea a, da Constituio, e tendo em vista o disposto no art. 6o, inciso I, da Lei n

    o

    9.491, de 9 de setembro de 1997, e nas Resolues no

    18, de 8 de outubro de 2008, e no 6, de 28 de

    junho de 2011, ambas do Conselho Nacional de Desestatizao,

    DECRETA:

    Art. 1o Ficam includos no Programa Nacional de Desestatizao - PND, para os fins da Lei n

    o

    9.491, de 9 de setembro de 1997, o Aeroporto Internacional Governador Andr Franco Montoro,

    localizado no Municpio de Guarulhos, o Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado no

    Municpio de Campinas, ambos no Estado de So Paulo, e o Aeroporto Internacional Presidente

    Juscelino Kubitschek, localizado em Braslia, Distrito Federal.

    Art. 2o Fica a Agncia Nacional de Aviao Civil - ANAC responsvel por executar e

    acompanhar o processo de desestatizao dos servios pblicos de que trata o art. 1o, nos termos do

    1o do art 6

    o da Lei n

    o 9.491, de 1997, observada a superviso da Secretaria de Aviao Civil da

    Presidncia da Repblica.

    Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 21 de julho de 2011; 190o da Independncia e 123

    o da Repblica.

    DILMA ROUSSEFF

    Cleverson Aroeira da Silva

    Fernando Damata Pimentel

    Veja agora, a ttulo de exemplo, a resoluo do CND que aprovou o modelo de concesso referente ao Trem de Alta Velocidade:

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    CONSELHO NACIONAL DE DESESTATIZAO RESOLUO N 5, DE 12 DE JULHO DE 2010

    O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE DESESTATIZAO - CND , no uso das atribuies que lhe confere o art. 5, 4 e 6, inciso II, alneas "a", "c", "d" e "e", da Lei n 9.491, de 09 de setembro de 1997; e tendo em vista o disposto no art. 7, inciso VI e 3 e art. 10, inciso II, alneas "a", "c", "d" e "e", ambos do Decreto n 2.594, de 15 de maio de 1998, bem como:

    Considerando a incluso no Programa Nacional de Desestatizao - PND da EF-222, destinada ao Trem de Alta Velocidade -TAV, no trecho entre os Municpios do Rio de Janeiro - RJ, So Paulo - SP e Campinas - SP, nos termos do art. 1, II, do Decreto n 6.256, de 13 de novembro de 2007, alterado pelo Decreto n 6.816, de 07 de abril de 2009, e includa no Plano Nacional de Viao, pela Lei n 11.772, de 17 de setembro de 2008;

    Considerando que o Decreto n 6.256/07 atribuiu ao Ministrio dos Transportes a execuo e acompanhamento do processo de concesso do TAV, nos termos do 1 do art. 6 da Lei n 9.491/97, e Agncia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT a promoo dos procedimentos para a celebrao dos atos de outorga para a referida concesso;

    Considerando a necessidade e importncia da implementao de sistema de transporte ferrovirio de alta velocidade para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte de passageiros, seu relevante impacto socioeconmico, seus significativos efeitos de desconcentrao nos maiores centros urbanos do pas e da introduo de uma nova e moderna alternativa de transporte; e

    Considerando as determinaes do Tribunal de Contas da Unio contidas no Acrdo n 1510/2010 - TCU/Plenrio que aprovou, com ressalvas, o 1 estgio de fiscalizao da outorga de concesso do servio pblico de transporte de passageiros por meio de TAV; resolve, ad referendum:

    Art. 1 Aprovar o modelo e processo de outorga de concesso de servio pblico para implantao e explorao da EF-222, destinada ao Trem de Alta Velocidade - TAV, no trecho entre os Municpios do Rio de Janeiro - RJ, So Paulo - SP e Campinas - SP, com paradas intermedirias, de acordo com o disposto nesta Resoluo e nos termos das minutas de Edital de Licitao e de Contrato de Concesso, de que trata a Deliberao/ANTT n 209/2010.

    PRESIDENTE DO CONSELHO

    Finalizamos aqui nossa aula. At a prxima. Fernando.

    Aprova o modelo de concesso e o procedimento de operacionalizao da concesso para implementao e operao da EF-222, destinada ao Trem de Alta Velocidade - TAV, no trecho entre os Municpios do Rio de Janeiro - RJ, So Paulo - SP e Campinas - SP, e d outras providncias.

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    Questes Comentadas

    01. (Cespe/MPOG Analista de Infraestrutura/2012) O Estado pode interferir na ordem econmica de modo direto e indireto; uma forma de atuao indireta do Estado na economia consiste na atividade econmica de empresas estatais sob o regime de monoplio. Resoluo: A interveno do Estado na economia por meio de empresas estatais direta e no indireta como afirma o enunciado. Portanto, o item est errado.

    02. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) No que se refere ordem econmica, conforme previsto na CF, e a seus princpios explcitos e implcitos, bem como s modalidades de interveno do Estado brasileiro na ordem econmica, julgue os itens subsecutivos. Conforme previsto na CF, o Estado quando atua como agente normativo e regulador exerce as funes de fiscalizao, planejamento e participao no mercado. Resoluo: O art. 174 da CF/88 determina que o Estado, como agente normativo e regulador da atividade econmica, deve exercer as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento. Portanto, o item est errado.

    03. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) No que se refere ordem econmica, conforme previsto na CF, e a seus princpios explcitos e implcitos, bem como s modalidades de interveno do Estado brasileiro na ordem econmica, julgue os itens subsecutivos. O princpio da livre concorrncia garante aos agentes econmicos a segurana de que o Estado no poder impedi-los de atuar livremente no mercado. Resoluo: Pelo contrrio, o Estado pode intervir indiretamente no corrigir distores que se verificam quando os agentes econmicos podem atuar de modo totalmente livre.

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    Portanto, o item est errado.

    04. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) Ao planejar a atividade econmica, o Estado deve, conforme previso constitucional, observar o princpio da livre iniciativa, atuando apenas de forma indicativa para o setor privado. Resoluo: A funo de planejamento do Estado determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Portanto, o item est correto.

    05. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) No que se refere atuao do Estado no domnio econmico, julgue o prximo item. de competncia exclusiva da Unio a instituio de contribuies de interveno no domnio econmico, as quais no possuem natureza jurdica tributria, apesar da denominao que recebem. Resoluo: De fato, a instituio de contribuies de interveno no domnio econmico de competncia exclusiva da Unio, contudo, elas possuem natureza jurdica tributria. Portanto, o item est errado.

    06. (Cespe/AL Cear - Analista Legislativo Direito/2011) A prestao de servios pblicos sob o regime de delegao deve ser classificada como prestao indireta, permanecendo a titularidade do servio com o poder pblico. Resoluo: A prestao de servios pblicos pode ser feita diretamente pelo Estado: por intermdio de seus prprios rgos, nesse caso temos a centralizao administrativa (Administrao Direta); ou indiretamente, por meio da transferncia de atribuies a outras pessoas, fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, nesse caso temos a chamada descentralizao administrativa (Administrao Indireta). Portanto, o item est correto.

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    07. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito dos oramentos e da ordem econmica e financeira, julgue os itens seguintes. De acordo com a CF, constituem monoplio da Unio a pesquisa, a comercializao e a lavra das jazidas de petrleo e gs natural. Resoluo: A comercializao das jazidas de petrleo e gs natural no constitui monoplio da Unio. Portanto, o item est errado.

    08. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito da descentralizao de atividades no mbito do poder pblico, julgue os itens seguintes. Na descentralizao por colaborao, configurada por intermdio de contrato ou ato unilateral, h a transferncia de titularidade e de execuo de determinado servio pblico. Resoluo: A descentralizao por colaborao ocorre quando o Estado transfere, por contrato (concesso ou permisso de servios pblicos) ou ato unilateral (autorizao de servios pblicos), unicamente a execuo do servio, o poder concedente conserva a titularidade do servio. Portanto, o item est errado.

    09. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito da descentralizao de atividades no mbito do poder pblico, julgue os itens seguintes. A denominada descentralizao por servios, funcional ou tcnica, por meio da qual o poder pblico cria uma pessoa jurdica de direito pblico ou privado, atribuindo-lhe a titularidade e a execuo de determinado servio pblico, somente pode-se configurar por meio de lei. Resoluo: O enunciado caracteriza corretamente a descentralizao por servios, funcional ou tcnica. Portanto, o item est correto.

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    10. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) Julgue os itens que se seguem, acerca do programa nacional de desestatizao e das agncias reguladoras. As instituies financeiras controladas direta ou indiretamente pela Unio podem ser objeto de desestatizao. Nesse caso, o presidente do Banco Central do Brasil dever participar das reunies do Conselho Nacional de Desestatizao para deliberao sobre a desestatizao, com direito a voto. Resoluo: De fato, no caso de desestatizao de instituies financeiras controladas direta ou indiretamente pela Unio, o presidente do Banco Central do Brasil dever participar das reunies do Conselho Nacional de Desestatizao para deliberao sobre a desestatizao, com direito a voto. Portanto, o item est correto.

    11. (Cespe/Direito/Seger-ES/2007) Quando a entidade da administrao encarregada de executar um ou mais servios distribui competncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornar-se mais gil e eficiente na prestao desses servios, ela pratica a chamada descentralizao. Resoluo: Fcil no, existem quantas pessoas? Apenas uma. Ento se trata de desconcentrao e no de descentralizao. Vimos que a desconcentrao administrativa ocorre quando uma pessoa poltica ou uma entidade da administrao indireta distribui competncias no mbito de sua prpria estrutura a fim de tornar mais gil e eficiente a prestao do servio. Portanto, o item est errado.

    12. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-GO/2009) adaptada - A desconcentrao pressupe a existncia de apenas uma pessoa jurdica. Resoluo: Perfeito, lembre-se: desconcentrao = uma s pessoa jurdica, a atividade distribuda dentro da prpria estrutura do ente; descentralizao = mais de uma pessoa jurdica, a atividade transferida de uma pessoa jurdica para outra. Portanto, o item est correto.

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    13. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-MT/2010) adaptada - A descentralizao administrativa ocorre quando se distribuem competncias materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades jurdicas distintas. Resoluo: A descentralizao administrativa se d quando uma pessoa jurdica detentora de certa atividade distribui competncia para outra pessoa jurdica distinta realiz-la. Portanto, o item est correto.

    14. (Cespe/Seger-ES/2007) O fenmeno da descentralizao efetivado por meio de delegao quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servio pblico. Resoluo: Vimos que a criao de uma entidade por lei para atribuir a ela a titularidade e a execuo de determinado servio pblico ocorre pela descentralizao por outorga, tambm conhecida como descentralizao por servios, tcnica ou funcional. O enunciado est errado, pois fala em descentralizao por delegao. Portanto, o item est errado.

    15. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A descentralizao administrativa efetiva-se por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servio pblico. Resoluo: A descentralizao administrativa por outorga ocorre quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere o servio pblico, por meio de lei. Portanto, o item est correto.

    16. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A delegao ocorre quando a entidade da administrao, encarregada de executar um ou mais servios, distribui competncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornar mais gil e eficiente a prestao dos servios. Resoluo:

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    O enunciado confunde a definio de desconcentrao com a descentralizao por meio de delegao. Portanto, o item est errado.

    17. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-ES/2010) A desconcentrao mantm os poderes e as atribuies na titularidade de um mesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralizao os transfere para outro sujeito de direito distinto e autnomo, elevando o nmero de sujeitos titulares de poderes pblicos. Resoluo: De fato a desconcentrao mantm os poderes e atribuies na titularidade de um mesmo sujeito de direito, pois existe apenas uma pessoa jurdica; e a descentralizao transfere para sujeito distinto, portanto, passam a existir dois ou mais sujeitos de direito, titulares de poderes pblicos. Portanto, o item est correto.

    18. (Cespe/Especialista em Regulao/Anac/2009) A livre concorrncia uma manifestao da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a CF dispe que a lei reprimir o poder econmico das empresas. Resoluo: O art. 173 da CF/88 determina que, ressalvados os casos previstos na prpria Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo. Assim, no domnio econmico, a livre concorrncia a regra, dado privilgio iniciativa privada. A atividade econmica reservada iniciativa privada. Contudo, o art. 173, 4, da CF/88, dispe que a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise a dominao de mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Assim, a lei reprimir o poder econmico das empresas quando este for usado com abuso. Se usado de forma legtima, no h que se falar em represso. Portanto, o item est errado.

    19. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - O Estado pode estabelecer o controle de abastecimento e o tabelamento de preos. Resoluo:

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    Vimos que o Estado intervm no domnio econmico de diversas formas, o enunciado apresenta duas atuaes possveis. Portanto, o item est correto.

    20. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - A CF probe a formao de monoplios, inclusive os estatais. Resoluo: Como vimos, a formao de monoplio privado proibido devido ao lucro abusivo. Mas a CF/88, no art. 177, permite a formao de certos monoplios estatais, em prol do interesse pblico. Portanto, o item est errado.

    21. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - As atividades monopolizadas pela Unio so impassveis de delegao. Resoluo: Segundo o art. 177, 1, a unio poder contratar com empresas estatais ou privadas a realizao de alguns tipos de monoplio. Portanto, as atividades monopolizadas so passveis de delegao. Portanto, o item est errado.

    22. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - O ordenamento jurdico nacional consagra uma economia descentralizada, de mercado, sujeita atuao excepcional do Estado apenas em carter normativo e regulador. Resoluo: A atuao do Estado no domnio econmico deve ocorrer prioritariamente em carter normativo e regulador, mas em certas situaes excepcionais, justificadas pelo imperativo de segurana nacional ou relevante interesse coletivo, o Estado pode explorar atividades econmicas. Ou seja, o Estado no atua apenas em carter normativo e regulador como afirma o enunciado. Portanto, o item est errado.

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    23. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nas hipteses exigidas pela lei. Resoluo: A regra a livre iniciativa, salvo nas hipteses em que a lei preveja a atuao do Estado. Portanto, o item est correto.

    24. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - O Estado no pode intervir no domnio econmico para exercer funo de fiscalizao e planejamento no setor privado, sob pena de afronta ao modelo capitalista de produo, fundado no princpio da livre iniciativa. Resoluo: O Estado deve intervir no domnio econmico para fiscalizar, incentivar e planejar, sendo que nesse ltimo caso, o planejamento indicativo para o setor privado. Portanto, o item est errado.

    25. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da interveno na atividade econmica compreende as funes de fiscalizao, participao e incentivo. Resoluo: Nos termos do art. 174 da CF/88, a atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da interveno na atividade econmica compreende as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento. Portanto, o item est errado.

    26. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - O monoplio estatal na refinao do petrleo nacional impede a contratao, pela Unio, de empresa privada para a realizao dessa atividade. Resoluo: O art. 177, 1, da CF/88 permite que a unio contrate com empresas estatais ou privadas a realizao do refino do petrleo nacional. Portanto, o item est errado.

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    27. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - A participao em atividades econmicas e a administrao dessas atividades so as duas possveis formas de ingerncia do Estado na economia. Resoluo: O Estado pode participar das atividades econmicas de diversas formas, explorando-as em certos casos, pode ainda, intervir na atividade econmica exercendo funes de fiscalizao, incentivo e planejamento. Portanto, a participao em atividades econmicas e a administrao dessas atividades so formas possveis de ingerncia do Estado na economia, mas no so s elas, como d a entender o enunciado. Portanto, o item est errado.

    28. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - Sempre que entender cabvel, e independentemente de previso na CF, o Estado pode intervir na economia, utilizando-se do monoplio de explorao direta da atividade econmica. Resoluo: O Estado s poder intervir na economia, utilizando-se do monoplio de explorao direta da atividade econmica nos casos estritamente previstos na CF/88. Portanto, o item est errado.

    29. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - O planejamento da atividade econmica pelo Estado, na nova ordem constitucional econmica, sempre indicativo para o setor privado, em harmonia com o princpio da livre iniciativa. Resoluo: O art. 174 da CF/88, na sua parte final, dispe que o planejamento determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Portanto, o item est correto.

    30. (Cespe/Economista/ME/2008) O estudo da economia do setor pblico inclui tpicos como anlise econmica das funes do governo e conceitos bsicos da economia do setor pblico, assim como o financiamento das atividades do Estado. Com referncia a esse assunto, julgue o item subsequente.

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    A privatizao dos setores de infraestrutura que ocorreu na maioria dos pases ampliou a funo reguladora do Estado, sobretudo, nos casos em que esses setores apresentam caractersticas de monoplio natural. Resoluo: A privatizao na medida em que reduz a atuao direta do Estado no domnio econmico, amplia a funo reguladora. o que dispe o art. 174, que atribui ao Estado como agente normativo e regulador da atividade econmica, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, em conjunto com o art. 173, 4, que impe limites a explorao econmica pela iniciativa privada, ao determinar que a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise a dominao de mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Portanto, o item est correto.

    31. (Cespe/Especialista em Regulao/Anac/2009) A CF garante a todas as pessoas fsicas e jurdicas a liberdade para exercer qualquer atividade econmica, desde que devidamente autorizadas pelos rgos pblicos, em quaisquer hipteses. Resoluo: Existem atividades econmicas que so reservadas ao Estado, como por exemplo, os monoplios de que trata o art. 177 da CF/88. Portanto, o item est errado.

    32. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O Plano Nacional de Desestatizao tinha como objetivo estratgico, entre outros, o de aumentar o deficit pblico, de maneira a equilibrar as finanas do governo federal, transferindo para a iniciativa privada, por meio da privatizao, atividades que o Estado exercia indevidamente e sem controle. Resoluo: Muito pelo contrrio, o PND tem como objetivo reduzir o dficit pblico, para equilibrar as finanas pblicas, desestatizando atividades indevidamente exploradas pelo setor pblico. Portanto, o item est errado.

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    Lista de Questes

    01. (Cespe/MPOG Analista de Infraestrutura/2012) O Estado pode interferir na ordem econmica de modo direto e indireto; uma forma de atuao indireta do Estado na economia consiste na atividade econmica de empresas estatais sob o regime de monoplio.

    02. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) No que se refere ordem econmica, conforme previsto na CF, e a seus princpios explcitos e implcitos, bem como s modalidades de interveno do Estado brasileiro na ordem econmica, julgue os itens subsecutivos. Conforme previsto na CF, o Estado quando atua como agente normativo e regulador exerce as funes de fiscalizao, planejamento e participao no mercado.

    03. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) No que se refere ordem econmica, conforme previsto na CF, e a seus princpios explcitos e implcitos, bem como s modalidades de interveno do Estado brasileiro na ordem econmica, julgue os itens subsecutivos. O princpio da livre concorrncia garante aos agentes econmicos a segurana de que o Estado no poder impedi-los de atuar livremente no mercado.

    04. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico Direito/2012) Ao planejar a atividade econmica, o Estado deve, conforme previso constitucional, observar o princpio da livre iniciativa, atuando apenas de forma indicativa para o setor privado.

    05. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) No que se refere atuao do Estado no domnio econmico, julgue o prximo item. de competncia exclusiva da Unio a instituio de contribuies de interveno no domnio econmico, as quais no possuem natureza jurdica tributria, apesar da denominao que recebem.

    06. (Cespe/AL Cear - Analista Legislativo Direito/2011) A prestao de servios pblicos sob o regime de delegao deve ser classificada como prestao indireta, permanecendo a titularidade do servio com o poder pblico.

    07. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito dos oramentos e da ordem econmica e financeira, julgue os itens seguintes.

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    De acordo com a CF, constituem monoplio da Unio a pesquisa, a comercializao e a lavra das jazidas de petrleo e gs natural.

    08. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito da descentralizao de atividades no mbito do poder pblico, julgue os itens seguintes. Na descentralizao por colaborao, configurada por intermdio de contrato ou ato unilateral, h a transferncia de titularidade e de execuo de determinado servio pblico.

    09. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) A respeito da descentralizao de atividades no mbito do poder pblico, julgue os itens seguintes. A denominada descentralizao por servios, funcional ou tcnica, por meio da qual o poder pblico cria uma pessoa jurdica de direito pblico ou privado, atribuindo-lhe a titularidade e a execuo de determinado servio pblico, somente pode-se configurar por meio de lei.

    10. (Cespe/TCU AUFCE Auditoria Governamental/2011) Julgue os itens que se seguem, acerca do programa nacional de desestatizao e das agncias reguladoras. As instituies financeiras controladas direta ou indiretamente pela Unio podem ser objeto de desestatizao. Nesse caso, o presidente do Banco Central do Brasil dever participar das reunies do Conselho Nacional de Desestatizao para deliberao sobre a desestatizao, com direito a voto.

    11. (Cespe/Direito/Seger-ES/2007) Quando a entidade da administrao encarregada de executar um ou mais servios distribui competncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornar-se mais gil e eficiente na prestao desses servios, ela pratica a chamada descentralizao.

    12. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-GO/2009) adaptada - A desconcentrao pressupe a existncia de apenas uma pessoa jurdica.

    13. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-MT/2010) adaptada - A descentralizao administrativa ocorre quando se distribuem competncias materiais entre unidades administrativas dotadas de personalidades jurdicas distintas.

    14. (Cespe/Seger-ES/2007) O fenmeno da descentralizao efetivado por meio de delegao quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servio pblico.

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    15. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A descentralizao administrativa efetiva-se por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servio pblico.

    16. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A delegao ocorre quando a entidade da administrao, encarregada de executar um ou mais servios, distribui competncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornar mais gil e eficiente a prestao dos servios.

    17. (Cespe/Analista Judicirio/TRE-ES/2010) A desconcentrao mantm os poderes e as atribuies na titularidade de um mesmo sujeito de direito, ao passo que a descentralizao os transfere para outro sujeito de direito distinto e autnomo, elevando o nmero de sujeitos titulares de poderes pblicos.

    18. (Cespe/Especialista em Regulao/Anac/2009) A livre concorrncia uma manifestao da liberdade de iniciativa e, para garanti-la, a CF dispe que a lei reprimir o poder econmico das empresas.

    19. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - O Estado pode estabelecer o controle de abastecimento e o tabelamento de preos.

    20. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - A CF probe a formao de monoplios, inclusive os estatais.

    21. (Cespe/2 Prova OAB/2008) adaptada - As atividades monopolizadas pela Unio so impassveis de delegao.

    22. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - O ordenamento jurdico nacional consagra uma economia descentralizada, de mercado, sujeita atuao excepcional do Estado apenas em carter normativo e regulador.

    23. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nas hipteses exigidas pela lei.

    24. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) adaptada - O Estado no pode intervir no domnio econmico para exercer funo de fiscalizao e planejamento no setor privado, sob pena de afronta ao modelo capitalista de produo, fundado no princpio da livre iniciativa.

    25. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - A atividade normativa e reguladora do Estado exercida por meio da interveno na atividade econmica compreende as funes de fiscalizao, participao e incentivo.

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    26. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - O monoplio estatal na refinao do petrleo nacional impede a contratao, pela Unio, de empresa privada para a realizao dessa atividade.

    27. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - A participao em atividades econmicas e a administrao dessas atividades so as duas possveis formas de ingerncia do Estado na economia.

    28. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - Sempre que entender cabvel, e independentemente de previso na CF, o Estado pode intervir na economia, utilizando-se do monoplio de explorao direta da atividade econmica.

    29. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) adaptada - O planejamento da atividade econmica pelo Estado, na nova ordem constitucional econmica, sempre indicativo para o setor privado, em harmonia com o princpio da livre iniciativa.

    30. (Cespe/Economista/ME/2008) O estudo da economia do setor pblico inclui tpicos como anlise econmica das funes do governo e conceitos bsicos da economia do setor pblico, assim como o financiamento das atividades do Estado. Com referncia a esse assunto, julgue o item subsequente. A privatizao dos setores de infraestrutura que ocorreu na maioria dos pases ampliou a funo reguladora do Estado, sobretudo, nos casos em que esses setores apresentam caractersticas de monoplio natural.

    31. (Cespe/Especialista em Regulao/Anac/2009) A CF garante a todas as pessoas fsicas e jurdicas a liberdade para exercer qualquer atividade econmica, desde que devidamente autorizadas pelos rgos pblicos, em quaisquer hipteses.

    32. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O Plano Nacional de Desestatizao tinha como objetivo estratgico, entre outros, o de aumentar o deficit pblico, de maneira a equilibrar as finanas do governo federal, transferindo para a iniciativa privada, por meio da privatizao, atividades que o Estado exercia indevidamente e sem controle.

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    GABARITOS:

    01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

    Errado Errado Errado Certo Errado Certo Errado Errado Certo Certo

    11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Errado Certo Certo Errado Certo Errado Certo Errado Certo Errado

    21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

    Errado Errado Certo Errado Errado Errado Errado Errado Certo Certo

    31 22

    Errado Errado

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    Bibliografia

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    Paulo, Vicente; Alexandrino, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. Ed. Mtodo: So Paulo, 2009. Paulo, Vicente; Alexandrino, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. Ed. Mtodo: So Paulo, 2009. Tribunal de Contas da Unio. Regulao de Servios Pblicos e Controle Externo. TCU: Braslia, 2008. Tribunal de Contas da Unio. Instruo Normativa N 27, de 2 de dezembro de 1998.