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CURSO DE EXERCÍCIOS - TJDFT
ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA
DIREITO ADMINISTRATIVO
Prof. Edson Marqueswww.pontodosconcursos.com.br
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Olá,
Boa tarde. Hoje vamos estudar o seguinte:
AULA 12: 11 Responsabilidade civil do Estado. 11.1
Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da
administração pública: evolução histórica e
fundamentos jurídicos. 11.2 Teorias subjetivas e
objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado.
11.3 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos
da administração pública no direito brasileiro.
Vamos que vamos.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil
adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado,
segundo a qual a administração pública somente poderá
reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente
comprovada a culpa do agente público.
Comentário:
A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37,
§6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual
as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,
prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de
culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a
terceiros.
É verdade, no entanto, que também se adota a
responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que
o Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de
garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do
risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da
responsabilidade objetiva. Observe:
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“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da
Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido.
Nexo de causalidade configurado. Precedente. A
negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia
das autoridades policiais diante da terceira fuga e o
curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime
são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade.
Ato omissivo do Estado que enseja a
responsabilidade objetiva nos termos do disposto
no art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil.” (RE
573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-
6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.)
A responsabilidade subjetiva, em regra, quando
aplicada diz respeito à modalidade culpa administrativa, decorre de
fato de terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos
serviços, hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa,
pois o ônus se inverte, cabendo ao administrado provar apenas que o
serviço não funcionou, funcionou mal ou não existiu.
Assim, a Administração Pública poderá reparar o
prejuízo causado a terceiro ainda que não demonstrada culpa do
agente público, mas a culpa (falha) no serviço.
Gabarito: Errado.
2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O
ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da
irresponsabilidade do Estado.
Comentário:
O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da
responsabilidade e, em regra, a responsabilidade objetiva (art. 37,
§6º, CF/88).
Gabarito: Errado.
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3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A
teoria da irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito
brasileiro.
Comentário:
A teoria da irresponsabilidade dispõe que o Estado não
responde pelos danos que eventualmente cause aos administrados.
Essa teoria baseia-se no fato de que o Estado não erra.
Por isso, não se aplica no âmbito da Administração
Pública brasileira na medida em que o Estado responde por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, por ato lícito ou ilícito, que cause dano a
terceiros. É que na atualidade incide a teoria da responsabilidade
estatal.
Gabarito: Errado.
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos respondem objetivamente pelos
eventuais danos que seus agentes causarem a terceiros ao
prestarem tais serviços.
Comentário:
De fato, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição
Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado, prestadoras de serviços públicos, respondem,
independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta
qualidade, causarem a terceiros.
Gabarito: Certo.
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5. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As
empresas prestadoras de serviços públicos não respondem
pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros. Em tal hipótese, o ressarcimento do terceiro
prejudicado deve ser feito diretamente pelo agente causador
do dano.
Comentário:
Tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as
pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes
causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88.
Gabarito: Errado.
6. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de
direito privado prestadoras de serviço público respondem
objetivamente pelos prejuízos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros.
Comentário:
De fato, tanto as pessoas jurídicas de direito público,
quanto às pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º,
da CF/88.
Gabarito: Certo.
7. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As
empresas públicas e as sociedades de economia mista que
exploram atividade econômica respondem pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas
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regras aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito
privado.
Comentário:
Somente responderão de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88).
Portanto, as empresas estatais que explorem atividade
econômica responderão sob o regime aplicável as demais pessoas
jurídicas de direito privado.
Gabarito: Certo.
8. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra
da responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às
entidades de direito privado que prestam serviço público como
às entidades da administração indireta que executem
atividade econômica de natureza privada.
Comentário:
Somente respondem de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88).
Gabarito: Errado.
9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo
a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas
jurídicas de direito público, as de direito privado prestadoras
de serviços públicos e as executoras de atividade econômica.
Comentário:
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A responsabilidade civil do Estado, de fato, aplica-se às
pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado
prestadoras de serviços públicos, não alcançando, no entanto, as
executoras de atividade econômica.
Gabarito: Errado.
10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma
sociedade de economia mista que explore atividade econômica
responde objetivamente pelos danos que causar a terceiros.
Comentário:
Somente respondem de forma objetiva as pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,
§6º, da CF/88).
Gabarito: Errado.
11. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das
entidades estatais de direito privado que desempenham
serviços públicos, as empresas privadas que prestam serviços
públicos por delegação não se submetem ao regime da
responsabilidade civil objetiva prevista no texto
constitucional.
Comentário:
Nos termos do art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade
civil do Estado aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às
de direito privado prestadoras de serviços públicos.
Gabarito: Errado.
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12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
marca característica da responsabilidade objetiva é a
desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a
existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator
culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade
objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva
requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato
administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal.
Comentário:
A responsabilidade objetiva, conforme se extrai do art.
37, §6º, CF/88, não depende de culpa, ou seja, a sua configuração
depende da ocorrência de três pressupostos: a conduta (ação)
estatal, a ocorrência de dano e o nexo causal.
Gabarito: Certo.
13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a
configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de
apenas três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o
nexo causal, sendo desnecessário que o lesado pela conduta
estatal prove a existência de culpa do agente ou do serviço.
Comentário:
De fato, a configuração da responsabilidade objetiva
depende de três elementos: (a) ato comissivo (ação atribuível ao
Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade
(entre a ação e o dano).
Gabarito: Certo.
14. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A
responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a
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sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a
terceiros e nexo de causalidade.
Comentário:
De fato, a responsabilidade objetiva do Estado exige a
configuração de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação
atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de
causalidade (entre a ação e o dano).
Gabarito: Certo.
15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ –
CESPE/2013) Se do atributo da executoriedade do ato
administrativo resultar dano ao particular em razão de
ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o
lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o
nexo causal.
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado, na modalidade
objetiva, decorre de ato lícito ou ilícito, exigindo-se a demonstração
de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao
Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade
(entre a ação e o dano).
Gabarito: Certo.
16. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O
nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na
apuração de eventual responsabilidade do Estado.
Comentário:
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No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já
observado, é necessária a verificação do nexo de causalidade entre a
conduta comissiva ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se
configura a responsabilidade pela interrupção do nexo causal.
"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por
força do disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e,
atualmente, no § 6º do art. 37 da Carta Magna), não
dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do
nexo de causalidade entre a ação ou a omissão
atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros.
Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no
art. 1.060 do Código Civil, a teoria adotada quanto
ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e
imediato, também denominada teoria da
interrupção do nexo causal. Não obstante aquele
dispositivo da codificação civil diga respeito a
impropriamente denominada responsabilidade
contratual, aplica-se ele também à responsabilidade
extracontratual, inclusive a objetiva, até por ser aquela
que, sem quaisquer considerações de ordem subjetiva,
afasta os inconvenientes das outras duas teorias
existentes: a da equivalência das condições e a da
causalidade adequada." (RE 130.764, Rel. Min. Moreira
Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ
de 7-8-1992.)
Gabarito: Errado.
17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa
determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por
danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha
ocorrido de modo regular e conforme com o direito.
Comentário:
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De acordo com o art. 37, §6º, CF/88, o Estado
responderá por ação, seja lícita ou ilícita, que seja causadora de dano
a terceiros, sob a modalidade objetiva, quer dizer independentemente
de culpa.
Gabarito: Certo.
18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória
configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.
Comentário:
Na responsabilidade objetiva não é necessário
demonstrar culpa.
Gabarito: Errado.
19. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A
responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de
a pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da
culpa do agente ou do serviço.
Comentário:
No âmbito da responsabilidade objetiva não é
necessário demonstrar culpa do agente ou do serviço.
Gabarito: Errado.
20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os
agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a
responsabilidade civil do Estado são os servidores
estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho
que os vincula diretamente à administração.
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Comentário:
A responsabilidade civil do Estado decorre de dano
causado por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o
agente público está atuando no exercício de suas funções ou em
decorrência dela.
A expressão agente, é importante destacar, deve ser
concebida em sentido amplo, ou seja, de modo a compreender os
agentes políticos, administrativos, honoríficos, credenciados e os
delegados, não se restringindo apenas aos servidores públicos
(estatutários).
Gabarito: Errado.
21. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para
efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente
o servidor que, em sua atuação, causar dano a terceiros.
Exclui-se, assim, dessa noção as pessoas que não têm vínculo
típico de trabalho com a administração e os agentes
colaboradores e sem remuneração.
Comentário:
Na responsabilidade civil do Estado devemos entender
a expressão agente sob alcance mais amplo, não se referindo
somente aos servidores públicos, na medida em que engloba,
inclusive, os funcionários das pessoas jurídicas de direito privado que
exercem atividade interna na Administração, assim como os
colaboradores (honoríficos, credenciados) que recebam ou não
remuneração.
Gabarito: Errado.
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22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do dano deve ser servidor público estatutário e
possuir vínculo direto com a administração.
Comentário:
Na responsabilidade civil a expressão agente pública
não diz respeito apenas ao servidor público típico, engloba qualquer
agente que esteja no exercício de função administrativa ou prestando
atividade para a Administração.
Gabarito: Errado.
23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade
de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar
dentro, fora ou além de sua competência legal.
Comentário:
De fato, o agente público causador do prejuízo a
terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo
irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua
competência legal, mas em decorrência dela.
Gabarito: Certo.
24. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a
jurisprudência têm reconhecido a obrigatoriedade de o Estado
indenizar tanto os danos materiais quanto os danos morais,
mas não os danos emergentes e os lucros cessantes.
Comentário:
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Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhecem
que o dever do Estado de reparar dano atinge tanto os danos
materiais quanto os danos morais, além dos danos emergentes e os
lucros cessantes.
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANISTIA (LEI
9.140/95). ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II,
DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.
INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DO DECRETO
20.910/32. ACUMULAÇÃO DE REPARAÇÃO ECONÔMICA
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI
10.559/2002. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO.
1. Não viola o art. 535, I e II, do CPC, nem importa
negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que
decide, motivadamente, todas as questões argüidas
pela parte, julgando integralmente a lide.
2. A pretensão indenizatória decorrente de violação de
direitos humanos fundamentais durante o Regime
Militar de exceção é imprescritível. Inaplicabilidade da
prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto
20.910/32.
3. A Lei 10.559/2002 proíbe a acumulação de: (I)
reparação econômica em parcela única com reparação
econômica em prestação continuada (art. 3º, § 1º);
(II) pagamentos, benefícios ou indenizações com o
mesmo fundamento, facultando-se ao anistiado político,
nesta hipótese, a escolha da opção mais favorável (art.
16).
4. Não há vedação para a acumulação da
reparação econômica com indenização por danos
morais, porquanto se tratam de verbas
indenizatórias com fundamentos e finalidades
diversas: aquela visa à recomposição patrimonial
(danos emergentes e lucros cessantes), ao passo
que esta tem por escopo a tutela da integridade
moral, expressão dos direitos da personalidade.
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Aplicação da orientação consolidada na Súmula
37/STJ.
5. Os direitos dos anistiados políticos, expressos na Lei
10.559/2002 (art. 1º, I a V), não excluem outros
conferidos por outras normas legais ou constitucionais.
Insere-se, aqui, o direito fundamental à reparação por
danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CC/1916, art.
159; CC/2002, art. 186), que não pode ser suprimido
nem cerceado por ato normativo infraconstitucional,
tampouco pela interpretação da regra jurídica, sob
pena de inconstitucionalidade.
6. Recurso especial desprovido.
(REsp 890.930/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ
14/06/2007, p. 267)
Gabarito: Errado.
25. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de
responsabilidade civil do Estado, é possível a cumulação de
indenizações por dano material e dano moral que decorram de
um só fato.
Comentário:
Não há vedação para acumulação de dano material e
moral acerca da responsabilidade civil. É que o dano pode tanto dizer
respeito a danos patrimoniais, quanto atingir a esfera da moral do
terceiro.
Agravo regimental no recurso extraordinário com
agravo. 2. Direito Administrativo. 3.
Responsabilidade civil do estado. Indenização por
danos morais e materiais. Prisão ilegal praticada por
agente público. 4. Reexame de conteúdo fático-
probatório. Incidência do Enunciado 279 da Súmula do
STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes
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de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a
que se nega provimento. (ARE 698782 AgR,
Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma,
julgado em 21/08/2012)
Gabarito: Certo.
26. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade
do poder público só se configura em face de atos lícitos, os
atos contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a
responsabilidade penal e civil do agente público, mas não a
responsabilidade civil do Estado.
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado pode decorrer de ato
lícito ou ilícito.
Gabarito: Errado.
27. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a
teoria do risco administrativo, consagrada no ordenamento
jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por
danos causados aos administrados baseia-se na equânime
repartição dos prejuízos que o desempenho do serviço público
impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais.
Comentário:
A responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco
administrativo, funda-se na distribuição dos prejuízos, ou seja, no
princípio da igualdade dos ônus ou encargos sociais, de modo que
eventual prejuízo sofrido por um em razão de atuação do Estado,
deve ser suportado por toda a coletividade.
Esse é o entendimento do STF. Vejamos:
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"A responsabilidade civil do Estado,
responsabilidade objetiva, com base no risco
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa
do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir
a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante
dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal
entre o dano e a ação administrativa. A
consideração no sentido da licitude da ação
administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é
isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da
atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da
coletividade, é devida a indenização, que se assenta
no princípio da igualdade dos ônus e encargos
sociais." (RE 113.587, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 18-2-1992, Segunda Turma, DJ de 3-3-
1992.)
Gabarito: Certo.
28. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada
a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a
conjugação concomitante de três elementos - dano,
negligência administrativa e nexo de causalidade entre o
evento danoso e o comportamento ilícito do poder público -, é
inafastável o direito à indenização ou reparação civil de quem
suportou os prejuízos.
Comentário:
O Estado pode responder sob a modalidade objetiva ou
subjetiva. A responsabilidade subjetiva divide-se em culpa comum ou
culpa administrativa.
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Na responsabilidade estatal por culpa comum é
necessário demonstrar que o dano decorre de conduta estatal culposo
ou dolosa, ou seja, é preciso demonstrar o elemento subjetivo.
Já na responsabilidade por culpa administrativa, a culpa
é anônima, isto é decorre da prestação do serviço que foi falha, que
não existiu, ou que foi tardia. Nesse caso, demonstra-se a falha (ou
falta) do serviço.
De todo modo, na responsabilidade subjetiva deve
estar presente: a conduta culposa, o dano e o nexo entre tal conduta
e o dano.
Gabarito: Certo.
29. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina
dominante é no sentido de que se aplica a teoria da
responsabilidade subjetiva nos casos de ato comissivo estatal.
Comentário:
A responsabilidade do Estado será objetiva ou
subjetiva. Ocorre a responsabilidade objetiva diante de atos estatais,
ou seja, diante de ato comissivo estatal.
De outro lado, em regra, a responsabilidade subjetiva
decorre da omissão estatal, ou seja, de atos omissivos.
Gabarito: Errado.
30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta
omissiva do Estado, incide a responsabilidade objetiva,
bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o
prejuízo causado ao particular.
Comentário:
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Diante da omissão estatal incide, em regra, a
responsabilidade subjetiva.
Gabarito: Errado.
31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES –
CESPE/2011) Para se caracterizar a responsabilidade civil do
Estado no caso de conduta omissiva, não basta a simples
relação entre a omissão estatal e o dano sofrido, pois a
responsabilidade só estará configurada quando estiverem
presentes os elementos que caracterizem a culpa.
Comentário:
A responsabilidade subjetiva para ser configurada é
necessária a demonstração da conduta (culposo ou dolosa), o nexo
de causalidade, o dano.
Assim, não basta provar que houve a omissão estatal,
faz mister provar a configuração dos demais elementos, sobretudo
que a omissão foi dolosa ou culposa (negligência, por exemplo).
Gabarito: Certo.
32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011)
Em se tratando de conduta omissiva, para configuração da
responsabilidade estatal, é necessária a comprovação dos
elementos que caracterizam a culpa, de forma que não deve
ser aplicada absolutamente a teoria da responsabilidade
objetiva.
Comentário:
A regra da responsabilidade objetiva não é absoluta. O
Estado poderá responder sob a forma subjetiva. Nesta hipótese, em
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regra, por omissão, e desde que demonstrado os demais elementos
ensejadores da responsabilidade, tal como dano, nexo, culpa ou dolo.
Gabarito: Certo.
33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é
subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na
atuação estatal, ou seja, a prova da omissão do Estado, em
que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e
do nexo causal entre ambos.
Comentário:
Mais uma vez, reforça-se. O Estado por omissão
responderá sob a forma da responsabilidade subjetiva, na qual se
deve demonstrar a conduta omissiva, o dano, o nexo causal, bem
como a culpa (negligência).
Gabarito: Certo.
34. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No
caso de conduta omissiva do Estado, só haverá
responsabilidade civil quando estiverem presentes os
elementos que caracterizam a culpa.
Comentário:
De fato, a responsabilidade civil no tocante à omissão
estatal é subjetiva, em regra. Portanto, exige que se demonstre a
culpa.
Gabarito: Certo.
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35. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado
responda por danos causados por agente seu a particular, é
necessário que a pessoa lesada faça prova da culpabilidade
direta ou indireta da administração, tanto no caso de ação
quanto no de omissão.
Comentário:
No caso de omissão, por se tratar de responsabilidade
subjetiva, exige-se a demonstração de culpa.
Gabarito: Errado.
36. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente
público que produza dano ao particular obriga o Estado a
indenizar o particular, desde que a vítima comprove que a
omissão é a causa do prejuízo.
Comentário:
Observe que o dano poderá vir de conduta omissiva
(omissão) como comissiva (ação). Na omissão a responsabilidade é
subjetiva e depende de se comprovar a culpa, mas na comissiva é
objetiva e, neste caso, o dano não depende da comprovação de
omissão estatal, mas de ação causadora do dano.
Gabarito: Errado.
37. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de
reparar os danos causados por seus agentes a terceiros em
decorrência de suas atuações, mas não por suas omissões.
Comentário:
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A responsabilidade civil decorre de conduta comissiva
(objetiva) ou omissiva (subjetiva).
Gabarito: Errado.
38. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação
chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a
seus moradores. Estudos no local demonstraram que os
fatores preponderantes causadores das enchentes são o
sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo
de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a
jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta,
caso haja danos a algum cidadão e reste provada conduta
omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será
subjetiva.
Comentário:
A responsabilidade civil por condutas omissivas, em
regra, é subjetiva.
Gabarito: Certo.
39. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O
Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente
responsável pelo dano praticado, independentemente de este
ter agido com culpa ou dolo.
Comentário:
Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o
Estado for obrigado a reparar o dano, deverá promover ação
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regressiva contra o agente que deu causa ao dano, isso quando ficar
demonstrado que este agiu com dolo ou culpa.
Gabarito: Errado.
40. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010)
Direito de regresso é o assegurado ao Estado no sentido de
dirigir sua pretensão indenizatória contra o agente
responsável pelo dano, independentemente de este ter agido
com culpa ou dolo.
Comentário:
Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para
promover ação com a finalidade de se ver ressarcido do que
eventualmente arcou no caso de danos causados a terceiros, em
razão de conduta, dolosa ou culposa, de seus agentes.
Gabarito: Errado.
41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Em caso
de responsabilidade decorrente de ato praticado por servidor
público, a obrigação de reparar o dano limita-se ao próprio
servidor público.
Comentário:
Em caso de dano causado por servidor público a
responsabilidade civil é do Estado que poderá promover ação de
regresso contra o servidor.
Gabarito: Errado.
42. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação
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chuvosa, a região metropolitana de determinado município é
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a
seus moradores. Estudos no local demonstraram que os
fatores preponderantes causadores das enchentes são o
sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo
de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso algum cidadão
pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor
ação contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o
agente público responsável, visto que a responsabilidade civil
na situação hipotética em apreço é solidária.
Comentário:
A responsabilidade não é solidária. Contudo, pode o
particular propor ação direta contra o agente (responsabilidade
subjetiva) ou contra o Estado (objetiva).
Gabarito: Errado.
43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O
Estado será responsável pelos danos que seus agentes
causarem, sendo incabível a ação regressiva mesmo no caso
de dolo e culpa do agente.
Comentário:
Na responsabilidade civil do Estado é cabível ação
regressiva contra o agente, no caso de ter atuado com dolo ou culpa.
Gabarito: Errado.
44. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A
reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a
terceiros pela administração, pode ser feita tanto no âmbito
administrativo quanto no judicial.
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Comentário:
É assente na doutrina que a reparação do dano pode
ocorrer no âmbito da própria Administração, por meio de processo
administrativo, uma vez demonstrado o dano, promovendo a própria
Administração Pública a reparação do dano.
De outro lado, como é cediço, acaso não ocorra a
reparação no âmbito administrativo, poderá o prejudicado provocar o
poder judiciário a fim de buscar a reparação.
Gabarito: Certo.
45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS –
STM – CESPE/2011) A reparação do dano causado a terceiros
pode ser feita tanto no âmbito judicial quanto no
administrativo, mas, neste último caso, a administração é
obrigada a pagar o montante indenizatório de uma só vez, em
dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem ou o
interesse lesado.
Comentário:
De fato, a reparação do dano pode ocorrer de forma
amigável, no âmbito da Administração, ou Judicialmente. Todavia,
não há determinação alguma no sentido de que a Administração deva
pagar o montante indenizatório de uma só vez.
Gabarito: Errado.
46. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A
reparação de danos causados a terceiros somente pode ser
feita no âmbito judicial, pois a administração não está
legitimada a, por si só, reconhecer a sua responsabilidade e
definir o valor de uma possível indenização.
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Comentário:
Pois é? É exatamente igual às anteriores. Sabido que a
reparação, indenização, pode ocorrer no âmbito Administrativo ou
perante o Judiciário.
Lembre-se do fatídico caso ocorrido no Rio de Janeiro,
em que um ex-aluno, ceifou a vida de diversas criancinhas. A
prefeitura reconhecendo sua responsabilidade convocou os familiares
para, além de assumir as despesas com funeral, também indenizá-las
pelo ocorrido.
Gabarito: Errado.
47. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa
custodiada é subjetiva.
Comentário:
Quando o Estado assume a posição de garante, tal
como no caso de crianças em escolas, pessoas encarceradas, pessoas
em nosocômios etc., o Estado assume para si o ônus de garantir a
integridade física e moral de alguém, a responsabilidade por dano,
quando a pessoa estiver nessa situação, será objetiva.
Nessa situação o Estado tem o dever de garantir a
integridade física e moral, de modo que se algo acontecer a essas
pessoas, responderá o Estado de forma objetiva, pois não cumpriu
bem sua função.
INFORMATIVO Nº 567
TÍTULO: Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil
Objetiva - Dever de Indenizar (Transcrições)
PROCESSO: AI - 299125
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ARTIGO
Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil Objetiva -
Dever de Indenizar (Transcrições) AI 299125/SP* RELATOR:
MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART. 37, § 6º). CONFIGURAÇÃO.
REBELIÃO NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DO CARANDIRU.
RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL, DE
QUE SE ACHAM PRESENTES TODOS OS ELEMENTOS
IDENTIFICADORES DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O
DANO. NÃO-COMPROVAÇÃO, PELO ESTADO DE SÃO PAULO,
DA ALEGADA RUPTURA DO NEXO CAUSAL. CARÁTER
SOBERANO DA DECISÃO LOCAL, QUE, PROFERIDA EM SEDE
RECURSAL ORDINÁRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO
EXAME DOS FATOS E PROVAS, A INEXISTÊNCIA DE CAUSA
EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER
PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E
FATOS EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (SÚMULA
279/STF). DOUTRINA E PRECEDENTES EM TEMA
DERESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AJUSTA À JURISPRUDÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
DECISÃO: O recurso extraordinário a que se refere o
presente agravo de instrumento foi interposto contra
acórdão, que, confirmado, em sede de embargos de
declaração (fls. 101/103), pelo E. Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, está assim ementado (fls. 96):
“RESPONSABILIDADE CIVIL – DETENTO FALECIDO EM
REBELIÃO OCORRIDA NA CASA DE DETENÇÃO –
INDENIZAÇÃO DEVIDA – EMBARGOS INFRINGENTES COM
VOTO VENCIDO QUE ENTENDE IMPROCEDENTE A AÇÃO –
EMBARGOS REJEITADOS.” (grifei) O Estado de São Paulo, no
apelo extremo em questão, alega que, “Ao apontar a
responsabilidade estatal pelo episódio, desconsiderou o E.
Tribunal o fato de que os agentes policiais agiram no estrito
cumprimento do dever legal, em contraposição à injusta
agressão dos amotinados, durante rebelião nas dependências
da Casa de Detenção” (fls. 109 – grifei). O exame destes
autos convence-me de que não assiste razão ao Estado ora
agravante, quando sustenta que o estrito cumprimento de
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dever legal e a prática de legítima defesa - que,
alegadamente, teriam pautado a conduta de seus agentes -
bastariam para descaracterizar a responsabilidade civil
objetiva do Poder Público a respeito do evento danoso em
causa. Com efeito, a situação de fato que gerou o trágico
evento narrado neste processo põe em evidência a
configuração, no caso, de todos os pressupostos primários
que determinam o reconhecimento da responsabilidade civil
objetivada entidade estatal ora agravante. Como se sabe, a
teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos
documentos constitucionais brasileiros, desde a Carta Política
de 1946, revela-se fundamento de ordem doutrinária
subjacente à norma de direito positivo que instituiu, em
nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil objetiva do
Poder Público, pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, por ação ou por omissão
(CF, art. 37, § 6º). Essa concepção teórica - que informa o
princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do
Poder Público, tanto no que se refere à ação quanto no que
concerne à omissão do agente público - faz emergir, da mera
ocorrência de lesão causada à vítima pelo Estado, o dever de
indenizá-la pelo dano moral e/ou patrimonial sofrido,
independentemente de caracterização de culpa dos agentes
estatais, não importando que se trate de comportamento
positivo (ação) ou que se cuide de conduta negativa
(omissão) daqueles investidos da representação do Estado,
consoante enfatiza o magistério da doutrina (HELY LOPES
MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 650, 31ª
ed., 2005, Malheiros; SERGIO CAVALIERI FILHO, “Programa
de Responsabilidade Civil”, p. 248, 5ª ed., 2003, Malheiros;
JOSÉ CRETELLA JÚNIOR, “Curso de Direito Administrativo”,
p. 90, 17ª ed., 2000, Forense; YUSSEF SAID CAHALI,
“Responsabilidade Civil do Estado”, p. 40, 2ª ed., 1996,
Malheiros; TOSHIO MUKAI, “Direito Administrativo
Sistematizado”, p. 528, 1999, Saraiva; CELSO RIBEIRO
BASTOS, “Curso de Direito Administrativo”, p. 213, 5ª ed.,
2001, Saraiva; GUILHERME COUTO DE CASTRO,
“A Responsabilidade Civil Objetiva no Direito Brasileiro”, p.
61/62, 3ª ed., 2000, Forense; MÔNICA NICIDA GARCIA,
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“Responsabilidade do Agente Público”, p. 199/200, 2004,
Fórum, v.g.), cabendo ressaltar, no ponto, a lição expendida
por ODETE MEDAUAR (“Direito Administrativo Moderno”, p.
430, item n. 17.3, 9ª ed., 2005, RT): “Informada pela ‘teoria
do risco’, a responsabilidade do Estado apresenta-se hoje, na
maioria dos ordenamentos, como ‘responsabilidade objetiva’.
Nessa linha, não mais se invoca o dolo ou culpa do agente, o
mau funcionamento ou falha da Administração. Necessário se
torna existir relação de causa e efeito entre ação ou omissão
administrativa e dano sofrido pela vítima. É o chamado nexo
causal ou nexo de causalidade. Deixa-se de lado, para fins de
ressarcimento do dano, o questionamento do dolo ou culpa
do agente, o questionamento da licitude ou ilicitude da
conduta, o questionamento do bom ou mau funcionamento
da Administração. Demonstrado o nexo de causalidade, o
Estado deve ressarcir.” (grifei) É certo, no entanto, que o
princípio da responsabilidade objetiva não se reveste
de caráter absoluto, eis que admite abrandamento e,
até mesmo, exclusão da própria responsabilidade civil
do Estado nas hipóteses excepcionais (de todo
inocorrentes na espécie em exame) configuradoras de
situações liberatórias - como o caso fortuito e a força
maior - ou evidenciadoras de culpa atribuível à própria
vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50 - RTJ 163/1107-1109,
v.g.). Impõe-se destacar, neste ponto, na linha da
jurisprudência prevalecente no Supremo Tribunal Federal
(RTJ 163/1107-1109, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que
os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil
da responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o “eventus damni” e o comportamento
positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c)
a oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a agente
do Poder Público, que, nessa condição funcional, tenha
incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do seu
comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de
causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 -
RTJ 71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). A
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compreensão desse tema e o entendimento que resulta da
exegese dada ao art. 37, § 6º, da Constituição foram bem
definidos e expostos pelo Supremo Tribunal Federal em
julgamentos cujos acórdãos estão assim ementados:
“RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO -
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. - A teoria do risco
administrativo, consagrada em sucessivos documentos
constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946,
confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil
objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes
públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão.
Essa concepção teórica, que informa o princípio
constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder
Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo
causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo
dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente
de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de
demonstração de falta do serviço público. - Os elementos
que compõem a estrutura e delineiam o perfil da
responsabilidade civil objetiva do Poder Público
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade
material entre o ‘eventus damni’ e o comportamento positivo
(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a
oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente
do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional,
incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do comportamento
funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa
excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 - RTJ
71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). - O
princípio da responsabilidade objetiva não se reveste de
caráter absoluto, eis que admite o abrandamento e, até
mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil do
Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de
situações liberatórias - como o caso fortuito e a força maior -
ou evidenciadoras de ocorrência de culpa atribuível à própria
vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50). (...).” (RTJ 163/1107-
1108, Rel. Min. CELSO DE MELLO) “- Recurso extraordinário.
Responsabilidade civil do Estado. Morte depreso no interior
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do estabelecimento prisional. 2. Acórdão que proveu
parcialmente a apelação e condenou o Estado do Rio de
Janeiro ao pagamento de indenização correspondente às
despesas de funeral comprovadas. 3. Pretensão de
procedência da demanda indenizatória. 4. O consagrado
princípio da responsabilidade objetivado Estado resulta da
causalidade do ato comissivo ou omissivo e não só da culpa
do agente. Omissão por parte dos agentes públicos na
tomada de medidas que seriam exigíveis a fim de ser evitado
o homicídio. 5. Recurso conhecido e provido para condenar o
Estado do Rio de Janeiro a pagar pensão mensal à mãe da
vítima, a ser fixada em execução de sentença.” (RTJ
182/1107, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA - grifei) É por isso
que a ausência de qualquer dos pressupostos legitimadores
da incidência da regra inscrita no art. 37, § 6º, da Carta
Política basta para descaracterizar a responsabilidade civil
objetiva do Estado, especialmente quando ocorre
circunstância que rompe o nexo de causalidade material
entre o comportamento do agente público e a consumação
do dano pessoal ou patrimonial infligido ao ofendido.
Estabelecidas tais premissas, passo ao exame destes autos.
E, ao fazê-lo, observo que as circunstâncias do presente caso
- apoiadas em pressupostos fáticos soberanamente
reconhecidos pelo Tribunal “a quo” - evidenciam que todos os
elementos identificadores da responsabilidade civil
objetiva do Estado acham-se demonstrados no caso ora em
análise, especialmente o nexo de causalidade material (que
restou plenamente configurado) e cuja ruptura a parte ora
agravante, que alegara a ocorrência de causa excludente de
sua responsabilidade civil, não conseguiu demonstrar. Daí a
correta observação feita pelo E. Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo, quando do julgamento da apelação cível
interposta pela parte ora agravante (fls. 81/82): “Com a
prisão do indivíduo, assume o Estado o dever de cuidar
de sua incolumidade física, quer por ato do
próprio preso (suicídio), quer por ato de terceiro
(agressão perpetrada por outro preso). Assim, ante a
rebelião que eclodiu no Pavilhão 9, da Casa de
Detenção, tinha o Estado o dever de proteger a
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incolumidade física dos presos e dos próprios
revoltosos, uns dos atos dos outros. Sua intervenção
no episódio era, portanto, de rigor. E ocorrendo ofensa
à integridade física e morte do detento, é seu dever
arcar com a indenização correspondente. A propósito,
ressalta RUY BARBOSA: - ‘a legalidade do ato, ainda que
irrepreensível, não obsta à responsabilidade civil da
administração desde que haja dano a um direito’ (‘A Culpa
Civil das Administrações Públicas’ – 1898, Rio, pág. 67). Tal
dever somente restaria afastado se a ação causadora do
evento danoso tivesse ocorrido em legítima defesa própria
(entenda-se: - do agente policial) ou de terceiro (de outro
preso) que, no momento, estaria sendo agredido ou na
iminência de o ser, frise-se, pelo detento morto. Mas mesmo
encontrando-se nessa situação lícita (legítima defesa), se
tivesse produzido, com sua ação, a morte de outrem não
envolvido no fato (‘aberratio ictus’), sua seria também a
obrigação de indenizar, pois a ação, apesar de necessária, foi
agressiva, atingindo quem não estava em posição de ataque
(art. 1519 do Código Civil). Assim, para afastar sua
obrigação de reparar o dano, deveria a Fazenda do Estado
demonstrar que o detento falecido, Francisco Ferreira dos
Santos, estava, no momento de sua morte, agredindo os
policiais ou outro preso. Mas esta prova não foi produzida (o
‘onus probandi’ é seu). Como não a produziu, certa é sua
obrigação de indenizar.” (grifei) Inquestionável, desse modo,
que o Tribunal de Justiça local – ao reconhecer não
comprovada, pelo Estado de São Paulo, a ocorrência da
alegada causa de exclusão da responsabilidade estatal –
assim decidiu com apoio no conjunto probatório subjacente
ao pronunciamento jurisdicional em referência. Esse dado
assume relevo processual, pois a discussão ora suscitada
pelo Estado de São Paulo - em torno da pretendida
existência, na espécie, de causa excludente de
responsabilidade - revela-se incabível em sede de recurso
extraordinário, por depender do exame de matéria de fato,
de todo inadmissível na via do apelo extremo. Como se sabe,
o recurso extraordinário não permite que se reexaminem,
nele, em face de seu estrito âmbito temático, questões de
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fato ou aspectos de índole probatória (RTJ 161/992 – RTJ
186/703). É que o pronunciamento do Tribunal “a quo” sobre
matéria de fato reveste-se de inteira soberania (RTJ 152/612
– RTJ 153/1019 – RTJ 158/693, v.g.). Impende destacar,
neste ponto, que esse entendimento (inadmissibilidade do
exame, em sede recursal extraordinária, da existência, ou
não, de causa excludente de responsabilidade), tratando-se
do tema suscitado pela parte ora agravante, tem pleno
suporte no magistério jurisprudencial desta Suprema Corte
(AI 411.502/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – AI
586.270/RJ, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – RE 508.315/CE,
Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 595.267/SC, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA, v.g.): “ACÓRDÃO QUE DECIDIU CONTROVÉRSIA
ACERCA DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO COM BASE NA
PROVA DOS AUTOS. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 37, § 6.º,
E 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Impossibilidade da
abertura da via extraordinária em razão da incidência, na
hipótese, do óbice das Súmulas 279, 282 e 356 desta Corte.
Agravo desprovido.” (AI 391.371-AgR/RJ, Rel. Min. ILMAR
GALVÃO - grifei) Cumpre ressaltar, por tal razão, em face do
caráter soberano do acórdão recorrido (que reconheceu, com
apoio no exame de fatos e provas, a ausência de
demonstração da ruptura do nexo causal sustentada pelo
Estado de São Paulo), que o Tribunal de Justiça interpretou,
com absoluta fidelidade, a norma constitucional que
consagra, em nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil
objetiva do Poder Público. Com efeito, o acórdão impugnado
em sede recursal extraordinária, ao fazer aplicação do
preceito constitucional em referência (CF, art. 37, § 6º),
reconheceu, com inteiro acerto, no caso em exame, a
cumulativa ocorrência dos requisitos concernentes (1) à
consumação do dano, (2) à conduta dos agentes estatais, (3)
ao vínculo causal entre o evento danoso e o comportamento
dos agentes públicos e (4) à ausência de qualquer causa
excludente de que pudesse eventualmente decorrer a
exoneração da responsabilidade civil do Estado de São Paulo.
Cabe acentuar, por relevante, que a colenda Segunda Turma
do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar controvérsia
virtualmente idêntica à versada nesta causa, proferiu decisão
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que se reflete, por igual, no presente julgamento (RTJ
140/636, Rel. Min. CARLOS VELLOSO). Essa orientação
jurisprudencial - cabe enfatizar - reflete-se no magistério da
doutrina (RUI STOCO, “Tratado de Responsabilidade Civil –
Doutrina e Jurisprudência”, p. 1.204, 7ª ed., 2007, RT;
ARNALDO RIZZARDO, “Responsabilidade Civil”, p. 362 e
369/371, 1ª ed., 2005, Forense; JOSIVALDO FÉLIX DE
OLIVEIRA, “A Responsabilidade do Estado por ato lícito”, p.
74/82, Editora Habeas; GUILHERME COUTO DE CASTRO,
“A responsabilidade civil objetiva no direito brasileiro”, p.
52/55, 3ª ed., 2000, Forense; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA
DE MELLO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 995/997,
1002 e 1026/1027, 26ª ed., 2009, Malheiros; GIANNA CARLA
RUBINO LOSS, “Responsabilidade Civil do Estado por Atos
Lícitos”, “in” Cadernos do Ministério Público do Paraná, vol. 8,
nº 01, janeiro/março de 2005, p. 08/12, e JOSÉ ANTONIO
LOMONACO e FLÁVIA VANINI MARTINS MARTORI, “A
Responsabilidade Patrimonial do Estado por Ato Lícito”, “in”
Revista Nacional de Direito e Jurisprudência nº 06, Ano 1,
Junho de 2000, p. 23/24), valendo referir, ante a pertinência
de suas observações, o preciso (e sempre valioso)
entendimento de YUSSEF SAID CAHALI (“Responsabilidade
Civil do Estado”, p. 44, item n. 3.5, 3ª ed., 2007, RT): “A
responsabilidade civil do Estado, com base no risco
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do
particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a
responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos
seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa;
e c) desde que haja nexo causal entre o dano e a ação
administrativa. A consideração no sentido da licitude da ação
administrativa é irrelevante, pois o que interessa é isto:
sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação
estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é
devida a indenização, que se assenta no princípio da
igualdade dos ônus e encargos sociais.” (grifei) Sendo assim,
e pelas razões expostas, nego provimento ao presente
agravo de instrumento, eis que se revela inviável o recurso
extraordinário a que ele se refere. Publique-se. Brasília, 05
de outubro de 2009. (21º Aniversário da promulgação da
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Constituição democrática de 1988) Ministro CELSO DE MELLO
Relator * decisão publicada no DJE de 20.10.2009
Gabarito: Errado.
48. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) O fato de um
detento morrer em estabelecimento prisional devido a
negligência de agentes penitenciários configurará hipótese de
responsabilização objetiva do Estado.
Comentário:
De fato, conforme a jurisprudência do STF, no caso de
morte de detento, ainda que tenha ocorrido por negligência de agente
público, aplica-se a responsabilidade objetiva.
Gabarito: Certo.
49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM –
CESPE/2011) Com referência à responsabilidade civil do
Estado e supondo que um aluno de escola pública tenha
gerado lesões corporais em um colega de sala, com uma arma
de fogo, no decorrer de uma aula, julgue o item abaixo. No
caso considerado, existe a obrigação do Estado em indenizar o
dano causado ao aluno ferido.
Comentário:
Como sabido, o Estado assumiu a posição de garantidor
da integridade física do aluno. Assim, qualquer dano que venha a
sofrer quando estiver nessa condição o Estado será chamado a
responder.
Veja que esses absurdos ocorrem todos os dias.
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Certa vez, uma amiga foi chamada às pressas para
buscar sua filha, pois tinha quebrado o braço na escola, porque um
coleguinha havia empurrado.
A direção da escola, absurdamente, não tomara as
providencias de levar a criança até o hospital mais próximo,
acreditou-se que era obrigação dos pais, tão-somente. Pois é, ainda
hoje assistimos dessas coisas, isto é, pessoas despreparadas
prestando serviços públicos.
Gabarito: Certo.
50. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRE/MS –
CESPE/2013) Determinada professora da rede pública de
ensino recebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e,
mais de uma vez, alertou à direção da escola, que se manteve
omissa. Nessa situação hipotética, caso se consumem as
agressões, a indenização será devida pelo Estado, desde que
presentes os elementos que caracterizem a culpa.
Comentário:
Na hipótese, de o aluno ameaçar a professora em sala
de aula e ter ocorrido o alerta à Administração, diante da omissão
pode-se dizer que a situação e responsabilidade subjetiva do Estado
(pela omissão), caso a agressão tenha se concretizado.
Contudo, em tais hipóteses, deve-se lembrar de que há
uma relação especial de sujeição em que o aluno, cuja integridade é
assegurada pelo Estado, também deve respeitar a integridade física
do mestre.
Com efeito, nessas hipóteses, quando o profissional da
educação já alertara a Administração para possíveis consequências,
temos a incidência também da responsabilidade objetiva do Estado
visto que também deve ser assegurada a integridade física do
professor perante o alunado.
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Nesse sentido, já decidiu o Supremo Tribunal Federal.
Vejamos:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.ADMINISTRATIVO. DANOS MORAIS.
PROFESSOR. SALA DE AULA. ALUNOS.
ADVERTÊNCIA. AMEAÇAS VERBAIS.
AGRESSÃO MORAL E FÍSICA.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO
ESTADO. ARTIGO 37, § 6º, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. REEXAME DEFATOS E PROVAS. SÚMULA N. 279 DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.INVIABILIDADE DO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. 1. O reexame dos fatos eprovas que fundamentaram a decisão recorridainviabiliza o processamento do recursoextraordinário, ante a vedação contida no enunciadoda Súmula n. 279 desta Corte, verbis: “para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 2. In casu, a recorrida moveu ação de conhecimentocom o fim de promover a responsabilização civil doDistrito Federal e dos Diretores do Colégio nº 06em Taguatinga, por terem agido com culpa, pornegligência, em agressão sofrida pela professora,provocada por parte de um aluno daquela escola. 3.O Tribunal a quo, ao proferir o acórdãooriginariamente recorrido, consignou, verbis:“CÍVEL E PROCESSO CIVIL. DANOS MORAIS. DISTRITO FEDERAL. PROFESSOR. SALA DEAULA. ALUNOS. ADVERTÊNCIA. AMEAÇASVERBAIS. AGRESSÃO MORAL E FÍSICA.OMISSÃO E NEGLIGÊNCIA DOS AGENTESPÚBLICOS. SENTENÇA. PROCEDÊNCIA DOPEDIDO. RECURSOS DE APELAÇÃO.PRELIMINAR. REJEIÇÃO. MÉRITO.DESPROVIMENTO. MAIORIA. Os réus não
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apresentaram elementos suficientes quejustificassem a declaração de não-conhecimento daapelação da autora. Tratando-se de ato omissivo doPoder Público, a responsabilidade civil por esse atoé subjetiva. Imprescindível, portanto, ademonstração de dolo ou culpa, esta numa de suastrês modalidades – negligência, imperícia ouimprudência. O dano sofrido pela autora ficoudemonstrado pelos relatórios médicos, laudo deexame de corpo de delito, relatório psicológico erelatório do procedimento sindicante, bem como pormeio dos depoimentos acostados. Se a autora foiagredida dentro do estabelecimento educacional,houve inequívoco descumprimento do dever legaldo Estado na prestação efetiva do serviço desegurança, uma vez que a atuação diligenteimpediria a ocorrência da agressão física perpetradapelo aluno. A falta do serviço decorre do não-funcionamento, ou então, do funcionamentoinsuficiente, inadequado ou tardio do serviçopúblico que o Estado deve prestar. O fato de haverno estabelecimento um policial militar não tem ocondão de afastar a responsabilidade do Estado,pois evidenciou-se a má-atuação, consubstanciadana prestação insuficiente e tardia, o que resultou naagressão à professora. Agressão a professores emsala de aula é caso de polícia, e não de diretor deestabelecimento e seu assistente. A
responsabilidade é objetiva do Distrito Federal, a
quem incumbe garantir a segurança da direção e
do corpo docente, por inteiro, de qualquer
estabelecimento. A valoração da compensação
moral deve ser apurada mediante prudente
arbítrio do Juiz, motivado pelo princípio da
razoabilidade, e observadas a gravidade e a
repercussão do dano, bem como a intensidade, os
efeitos do sofrimento e o grau de culpa ou dolo.A finalidade compensatória, por sua vez, deve tercaráter didático-pedagógico, evitado o valor
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excessivo ou ínfimo, objetivando, sempre, odesestímulo à conduta lesiva. Não se aplica odisposto no art. 1º-F, da Lei 9.494/97, uma vez quese trata de juros de mora incidentes sobre verbaindenizatória, devendo incidir os juros de moralegais, nos termos do art. 406, com observância aopercentual de 1% ao mês, fixado pelo art. 161, § 1º,do Código Tributário Nacional (e-STJ fls. 363).” 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.(RE633138 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX,Primeira Turma, julgado em 04/09/2012)
Observe que embora a responsabilidade fosse objetiva,
a professora moveu a ação pleiteando a reparação sob a modalidade
subjetiva. Por isso, o CESPE copiando muito mal o julgado do STF
entendeu que a Corte havia estabelecido que a responsabilidade era
subjetiva, quando na verdade é objetiva.
O que a Corte decidiu é que neste caso o STF não
poderia reexaminar, pois dependeria de reapreciar provas, o que é
vedado nos Instâncias Extraordinárias.
Entendo que a questão deveria ter sido anulada, mas
não o foi, tendo o CESPE considerado correta.
Gabarito: Certo. (*)
51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Em uma
escola pública localizada no interior de determinado estado da
Federação, um aluno efetuou disparo de arma de fogo, dentro
da sala de aula, contra a professora, ferindo-a em um dos
ombros. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção
correta no que se refere aos danos causados à professora. Há
responsabilidade civil objetiva do Estado.
Comentário:
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Veja aí, é situação bem parecida com a anterior.
Nesses casos temos a responsabilidade objetiva do Estado, por ser
garantidor da integridade física e moral dos alunos e dos professores.
Gabarito: Certo.
52. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi
preso preventivamente, por meio de decisão judicial
devidamente fundamentada, mas depois absolvido por se
entender que ele não tivera nem poderia ter nenhuma
participação no evento. No entanto, por causa da prisão
cautelar, Pedro sofreu prejuízo econômico e moral. Nessa
situação, conforme entendimento recente do STF, poderão ser
indenizáveis os danos moral e material sofridos.
Comentário:
O STF tem entendimento no sentido de ser indenizável
a prisão indevida ou aquela que se excedeu além do tempo
determinado, configurando a culpa da administração judiciária,
conforme veiculado no seguinte informativo:
INFORMATIVO Nº 473
TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado: Revisão
Criminal e Prisão Preventiva - 2
PROCESSO: RE - 505393
ARTIGO
Entendeu-se que se trataria de responsabilidade
civil objetiva do Estado. Aduziu-se que a
constitucionalização do direito à indenização da
vítima de erro judiciário e daquela presa além do
tempo devido (art. 5º, LXXV), reforçaria o que já
disciplinado pelo art. 630 do CPP (“O tribunal, se
o interessado o requerer, poderá reconhecer o
direito a uma justa indenização pelos prejuízos
sofridos.”), elevado à garantia individual. No
ponto, embora se salientando a orientação consolidada
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de que a regra é a irresponsabilidade civil do
Estado por atos de jurisdição, considerou-se que,
naqueles casos, a indenização constituiria garantia
individual, sem nenhuma menção à exigência de dolo
ou de culpa do magistrado, bem como sem o
estabelecimento de pressupostos subjetivos à
responsabilidade fundada no risco administrativo do
art. 37, § 6º, da CF. Salientou-se, ainda, que muito se
discute hoje sobre o problema da prisão preventiva
indevida e de outras hipóteses de indenização por
decisões errôneas ou por faute de service da
administração da Justiça, as quais não se encontram
expressamente previstas na legislação penal. Vencido o
Min. Ricardo Lewandowski que fazia ressalvas à plena
adoção da tese da responsabilidade objetiva do Estado
no tocante a revisões criminais, em especial, nas
ajuizadas com base no inciso III do art. 621 do CPP
(“Art. 621. A revisão dos processos findos será
admitida:... III - quando, após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência do condenado
ou de circunstância que determine ou autorize
diminuição especial da pena.”). RE 505393/PE, rel. Min.
Sepúlveda Pertence, 26.6.2007. (RE-505393)
Gabarito: Certo.
53. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Segundo o STF, os atos
jurisdicionais típicos no âmbito cível ensejam a
responsabilidade objetiva do Estado.
Comentário:
Segundo o entendimento do STF, o Estado não
responde de forma objetiva pelos atos dos juízes. É que tais atos
estariam imunes do campo da responsabilidade estatal.
Gabarito: Errado.
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54. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Em face da prolação de
sentença penal com equívoco do juiz, o ordenamento jurídico
não permite a reparação dos eventuais prejuízos em ação
contra o Estado, mas tão somente contra o próprio
magistrado.
Comentário:
De acordo com o art. 133 do CPC o juiz responderá
pessoalmente, por perdas e danos, quando proceder com dolo ou
fraude, ou ainda no caso de recusar, omitir ou retardar, sem motivo
justo, providencia que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da
parte.
Observe, no entanto, que no caso de sentença penal,
aplica-se a regra do art. 5º, LXXV, CF/88 que estabelece que o
Estado indenizará o condenado por erro judiciário ou o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença.
Porém, em tais casos a responsabilidade direta é do
Estado e não do magistrado.
Gabarito: Errado.
55. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF –
CESPE/2012) Incidirá a responsabilidade civil objetiva do
Estado quando, em processo judicial, o juiz, dolosamente,
retardar providência requerida pela parte.
Comentário:
O entendimento jurisprudencial é no sentido de que o
Estado não responderá pelos atos praticados pelo Juiz na condução
de processo judicial.
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Assim, nos termos do art. 133 do CPC, o juiz
responderá pessoalmente, por perdas e danos, quando proceder com
dolo ou fraude, ou ainda no caso de recusar, omitir ou retardar, sem
motivo justo, providencia que deva ordenar de ofício, ou a
requerimento da parte.
Gabarito: Errado.
56. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) O erro
judiciário, por consistir em ato consequente da prestação da
tutela jurisdicional, isenta o Estado de responsabilidade.
Comentário:
Nos termos do art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, o Estado
indenizará o condenado por erro judiciário ou o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença.
Gabarito: Errado.
57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Não há
possibilidade de reparação civil do Estado em razão de ato
jurisdicional.
Comentário:
Há a responsabilidade civil do Estado, de acordo com o
art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, no caso de condenado por erro judiciário
ou o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Gabarito: Errado.
58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS –
CESPE/2013) Considerando que os atos judiciais são
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invioláveis, não se admite a responsabilização ao Estado pelos
danos que deles emergirem.
Comentário:
De fato, a regra é a irresponsabilidade pelos atos
jurisdicionais, no entanto haverá a responsabilidade civil do Estado,
de acordo com o art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, no caso de condenado
por erro judiciário ou o que ficar preso além do tempo fixado na
sentença.
Gabarito: Errado.
59. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Poderá
o Estado ser responsabilizado, desde que se comprove que ele
agiu culposamente, caso uma lei de efeitos concretos cause
dano ao indivíduo.
Comentário:
A responsabilidade por ato legislativo somente ocorre
no caso de leis de efeitos concretos ou por norma declarada
inconstitucional pelo STF. Contudo, em ambos os casos, trata-se de
responsabilidade objetiva não sendo necessário demonstrar culpa.
Gabarito: Errado.
60. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Erro
legislativo caracterizado pela declaração de
inconstitucionalidade de determinada lei não gera
responsabilidade do Estado.
Comentário:
Em regra, não há responsabilidade por atos legislativos
típicos. Contudo, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido
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de que poderá haver a responsabilidade por ato legislativo no caso de
leis de efeitos concretos ou por norma declarada inconstitucional pelo
STF.
Gabarito: Errado.
61. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Não
pode o Estado ser responsabilizado por dano resultante de
atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário.
Comentário:
Em regra, o Estado não responde por dano resultado de
atos praticados pelo Poder Legislativo ou Judiciário no exercício de
suas funções típicas.
No entanto, essa regra é excepcionada no sentido de
que poderá haver a responsabilidade por ato legislativo no caso de
leis de efeitos concretos ou por norma declarada inconstitucional pelo
STF e por atos jurisdicionais no caso de condenado por erro judiciário
e aquele que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Gabarito: Errado.
62. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio
ajuizou ação de rito ordinário contra uma empresa de
transporte coletivo urbano, tendo em vista danos material e
moral sofridos em acidente de trânsito causado por motorista
dessa empresa. Nessa situação, adotando-se o princípio da
especialidade, conforme a legislação em vigor, o prazo
prescricional da ação de indenização será de 5 anos.
Comentário:
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É preciso destacar que o STF tinha entendimento de
que a responsabilidade de dano causado por prestador de serviço
público a não usuário era na modalidade subjetiva.
No entanto, essa orientação fora modificada
recentemente. Entende agora o STF que incide a
responsabilidade objetiva para usuário e não usuário de
serviço público, conforme o seguinte:
INFORMATIVO Nº 557
TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro
Não-Usuário do Serviço - 2
PROCESSO: RE - 591874
ARTIGO
No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas
instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara
o ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em
razão de força maior, reputou-se comprovado o nexo
de causalidade entre o ato administrativo e o
dano causado ao terceiro não-usuário do serviço
público, e julgou-se tal condição suficiente para
estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa
jurídica de direito privado, nos termos do art. 37,
§ 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.”). Asseverou-se que não se poderia
interpretar restritivamente o alcance do art. 37, §
6º, da CF, sobretudo porque a Constituição,
interpretada à luz do princípio da isonomia, não
permite que se faça qualquer distinção entre os
chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e
não-usuários do serviço público, haja vista que
todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão
da ação administrativa do Estado, seja ela realizada
diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito
privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de
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que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam
de proteção constitucional decorrente da
responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito
subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-
se-ia à própria natureza do serviço público, que, por
definição, tem caráter geral, estendendo-se,
indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários
diretos ou indiretos da ação estatal. Vencido o Min.
Marco Aurélio que dava provimento ao recurso por não
vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade
administrativa e o dano em questão. Precedentes
citados: RE 262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE
459749/PE (julgamento não concluído em virtude da
superveniência de acordo entre as partes). RE
591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.
(RE-591874)
Assim, no tocante aos prestadores de serviços públicos,
em especial a pessoas jurídicas de direito privado, a responsabilidade
é objetiva em relação a usuários e não-usuários desses serviços,
basta que o dano tenha decorrido da atuação do prestador dos
serviços.
Quanto ao prazo prescricional, é importante destacar
que o Decreto nº 20.910/32 estabelece que a prescrição contra a
Fazenda Pública é quinquenal, ou seja, é de cinco anos a partir do
conhecimento do fato lesivo.
Contudo, há relevante divergência no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça, de modo que há turma que entende ser
o prazo prescricional de cinco anos, conforme o citado decreto, e que
entende, a partir da vigência do novo Código Civil, ser o prazo de três
anos, vejamos a divergência:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. ATO
ILÍCITO. DANO MORAL. VIOLAÇÃO ART. 535.
INOCORRÊNCIA. SÚMULA 05/STJ. PRESCRIÇÃO.
VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL”.
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1. Os embargos de declaração, por sua natureza
integrativa, não se prestam a materializar nítido
questionário dirigido ao julgador, pois o processo,
enquanto instrumento de distribuição da justiça, não
tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos
entre os litigantes e as magistraturas do Estado. No
caso concreto, o recorrente está a pretender nova
análise, das questões já apreciadas pelos acórdãos
anteriores.
2. É pacífico o entendimento desta Corte que ”- À
luz do novo Código Civil os prazos prescricionais
foram reduzidos, estabelecendo o art. 206, § 3º,
IV, que prescreve em três anos a pretensão de
ressarcimento de enriquecimento sem causa. Já o
art. 2.028 assenta que 'serão os da lei anterior os
prazos, quando reduzidos por este Código, e se,
na data de sua entrada em vigor, já houver
transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada'.
Infere-se, portanto, que tão-somente os prazos em
curso que ainda não tenham atingido a metade do
prazo da lei anterior (menos de dez anos) estão
submetidos ao regime do Código vigente, ou seja, 3
(três) anos. Entretanto, consoante nossa melhor
doutrina, atenta aos princípios da segurança jurídica,
do direito adquirido e da irretroatividade legal, esses
três anos devem ser contados a partir da vigência do
novo Código, ou seja, 11 de janeiro de 2003, e não da
data da constituição da dívida”.
3. Recurso Especial não conhecido.
(REsp 761.634/PB, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE
MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe
16/11/2009)
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO. PRESCRIÇÃO. DECRETO Nº 20.910/32.
ADVENTO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. REDUÇÃO DO
PRAZO PRESCRICIONAL PARA TRÊS ANOS.
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1. O legislador estatuiu a prescrição de cinco anos em
benefício do Fisco e, com o manifesto objetivo de
favorecer ainda mais os entes públicos, estipulou que,
no caso da eventual existência de prazo prescricional
menor a incidir em situações específicas, o prazo
quinquenal seria afastado nesse particular. Inteligência
do art. 10 do Decreto nº 20.910/32.
2. O prazo prescricional de três anos relativo à
pretensão de reparação civil – art. 206, § 3º, V,
do Código Civil de 2002 – prevalece sobre o
quinquênio previsto no art. 1º do Decreto nº
20.910/32.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1137354/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe
18/09/2009)
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANO MORAL
E MATERIAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 1º DO
DECRETO N. 20.910/32. NORMA ESPECIAL QUE
PREVALECE SOBRE LEI GERAL. PRECEDENTES.
ACÓRDÃO A QUO EM DISSONÂNCIA COM A
JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
1. As ações por responsabilidade civil contra o
Estado prescrevem em cinco anos, nos termos do
art. 1º do Decreto n. 20.910/32, porquanto é
norma especial, que prevalece sobre lei geral.
2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1149621/PR, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em
12/05/2010, DJe 18/05/2010)
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. MORTE DE PRESIDIÁRIO
EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL. LEGITIMIDADE
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ATIVA. IRMÃOS DA VÍTIMA. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO
DO DECRETO Nº 20.910/32.
1. O art. 1º do Decreto nº 20.910/32 dispõe
acerca da prescrição qüinqüenal de qualquer
direito ou ação contra a Fazenda Pública, seja
qual for a sua natureza, a partir do ato ou fato do
qual se originou.
2. In casu, a pretensão deduzida na inicial não resultou
atingida pelo decurso do prazo prescricional, uma vez
que o fato ensejador do dano, qual seja, morte do
irmão dos autores no interior de instituição prisional, na
qual cumpria pena, ocorreu em 17.01.2002, e a ação
foi ajuizada em 07.12.2006, consoante se infere do
voto condutor do acórdão recorrido à fl. 203.
3. Os irmãos da vítima ostentam legitimidade ativa ad
causam para pleitear indenização por danos morais e
em razão do falecimento de outro irmão. Precedentes
do STJ: Resp 1054443/MT, Rel. Ministro CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe 31/08/2009; AgRg no
Ag 833.554/RJ, QUARTA TURMA, DJe 02/02/2009;
REsp 254.318/RJ, QUARTA TURMA, DJ 07/05/2001.
3. Ad argumentandum tantum, a hodierna
jurisprudência desta Corte está sedimenta no
sentido de que a prescrição, nas ações de
responsabilidade civil do Estado, subsume-se ao
prazo quinquenal encartado no art. 1º do Decreto
20.910/32. Precedentes do STJ: REsp
1160403/ES, SEGUNDA TURMA, DJe 22/03/2010;
e AgRg no REsp 1073796/RJ, SEGUNDA TURMA,
DJe 01/07/2009.
4. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1184880/RR, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe
01/07/2010)
A propósito, essa orientação restou pacificado
recentemente, no sentido de que o prazo é realmente quinquenal,
conforme estabelece o Decreto 20.910/32:
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ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ARTIGO 543-C
DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO
QUINQUENAL (ART. 1º DO DECRETO 20.910/32) X
PRAZO TRIENAL (ART. 206, § 3º, V, DO CC).
PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO
PACIFICADA NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO ESPECIAL
NÃO PROVIDO.
1. A controvérsia do presente recurso especial,
submetido à sistemática do art. 543-C do CPC e da Res.
STJ n 8/2008, está limitada ao prazo prescricional em
ação indenizatória ajuizada contra a Fazenda Pública,
em face da aparente antinomia do prazo trienal (art.
206, § 3º, V, do Código Civil) e o prazo quinquenal (art.
1º do Decreto 20.910/32).
2. O tema analisado no presente caso não estava
pacificado, visto que o prazo prescricional nas ações
indenizatórias contra a Fazenda Pública era defendido
de maneira antagônica nos âmbitos doutrinário e
jurisprudencial. Efetivamente, as Turmas de Direito
Público desta Corte Superior divergiam sobre o tema,
pois existem julgados de ambos os órgãos julgadores
no sentido da aplicação do prazo prescricional trienal
previsto no Código Civil de 2002 nas ações
indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública.
Nesse sentido, o seguintes precedentes: REsp
1.238.260/PB, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, DJe de 5.5.2011; REsp 1.217.933/RS, 2ª
Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 25.4.2011;
REsp 1.182.973/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira,
DJe de 10.2.2011;
REsp 1.066.063/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco
Falcão, DJe de 17.11.2008; EREspsim 1.066.063/RS,
1ª Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de
22/10/2009). A tese do prazo prescricional trienal
também é defendida no âmbito doutrinário, dentre
outros renomados doutrinadores: José dos Santos
Carvalho Filho ("Manual de Direito Administrativo", 24ª
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Ed., Rio de Janeiro: Editora Lumen Júris, 2011, págs.
529/530) e Leonardo José Carneiro da Cunha ("A
Fazenda Pública em Juízo", 8ª ed, São Paulo: Dialética,
2010, págs. 88/90).
3. Entretanto, não obstante os judiciosos
entendimentos apontados, o atual e consolidado
entendimento deste Tribunal Superior sobre o
tema é no sentido da aplicação do prazo
prescricional quinquenal - previsto do Decreto
20.910/32 - nas ações indenizatórias ajuizadas
contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo
trienal contido do Código Civil de 2002.
4. O principal fundamento que autoriza tal afirmação
decorre da natureza especial do Decreto 20.910/32,
que regula a prescrição, seja qual for a sua natureza,
das pretensões formuladas contra a Fazenda Pública,
ao contrário da disposição prevista no Código Civil,
norma geral que regula o tema de maneira genérica, a
qual não altera o caráter especial da legislação, muito
menos é capaz de determinar a sua revogação. Sobre o
tema: Rui Stoco ("Tratado de Responsabilidade Civil".
Editora Revista dos Tribunais, 7ª Ed. - São Paulo, 2007;
págs. 207/208) e Lucas Rocha Furtado ("Curso de
Direito Administrativo". Editora Fórum, 2ª Ed. - Belo
Horizonte, 2010; pág.
1042).
5. A previsão contida no art. 10 do Decreto 20.910/32,
por si só, não autoriza a afirmação de que o prazo
prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda
Pública foi reduzido pelo Código Civil de 2002, a qual
deve ser interpretada pelos critérios histórico e
hermenêutico. Nesse sentido: Marçal Justen Filho
("Curso de Direito Administrativo". Editora Saraiva, 5ª
Ed. - São Paulo, 2010; págs. 1.296/1.299).
6. Sobre o tema, os recentes julgados desta Corte
Superior: AgRg no AREsp 69.696/SE, 1ª Turma, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, DJe de 21.8.2012; AgRg nos
EREsp 1.200.764/AC, 1ª Seção, Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, DJe de 6.6.2012; AgRg no REsp
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1.195.013/AP, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, DJe de 23.5.2012; REsp 1.236.599/RR, 2ª
Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 21.5.2012;
AgRg no AREsp 131.894/GO, 2ª Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, DJe de 26.4.2012; AgRg no AREsp
34.053/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, DJe de 21.5.2012; AgRg no AREsp 36.517/RJ, 2ª
Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 23.2.2012;
EREsp 1.081.885/RR, 1ª Seção, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, DJe de 1º.2.2011.
7. No caso concreto, a Corte a quo, ao julgar recurso
contra sentença que reconheceu prazo trienal em ação
indenizatória ajuizada por particular em face do
Município, corretamente reformou a sentença para
aplicar a prescrição quinquenal prevista no Decreto
20.910/32, em manifesta sintonia com o entendimento
desta Corte Superior sobre o tema.
8. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao
regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ
08/2008.
(REsp 1251993/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2012,
DJe 19/12/2012)
Portanto, o STJ entendeu que o prazo é quinquenal.
Gabarito: Certo.
63. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De
acordo com a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional da
pretensão de reparação civil contra a fazenda pública é de três
anos, conforme previsto no Código Civil.
Comentário:
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De acordo com o atual entendimento do STJ, o prazo
prescricional para propor ações de indenização contra a Fazenda
Pública é de cinco anos, nos termos do Decreto 20.910/32.
(*) O CESPE anulou essa questão por tê-la
considerada correta.
Gabarito: Errado.
64. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A
responsabilidade civil objetiva da concessionária de serviço
público alcança também não usuários do serviço por ela
prestado.
Comentário:
O STF firmou novo entendimento no sentido de se
aplicar a responsabilidade objetiva aos prestadores de serviços
públicos tanto no que se refere ao usuário, quanto ao não-usuário
dos serviços públicos, que tenha sofrido dano em razão da atuação do
prestador.
INFORMATIVO Nº 557
TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro
Não-Usuário do Serviço - 2
PROCESSO: RE - 591874
ARTIGO
No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas
instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara
o ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em
razão de força maior, reputou-se comprovado o nexo
de causalidade entre o ato administrativo e o
dano causado ao terceiro não-usuário do serviço
público, e julgou-se tal condição suficiente para
estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa
jurídica de direito privado, nos termos do art. 37,
§ 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito público e
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as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.”). Asseverou-se que não se poderia
interpretar restritivamente o alcance do art. 37, §
6º, da CF, sobretudo porque a Constituição,
interpretada à luz do princípio da isonomia, não
permite que se faça qualquer distinção entre os
chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e
não-usuários do serviço público, haja vista que
todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão
da ação administrativa do Estado, seja ela realizada
diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito
privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de
que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam
de proteção constitucional decorrente da
responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito
subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-
se-ia à própria natureza do serviço público, que, por
definição, tem caráter geral, estendendo-se,
indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários
diretos ou indiretos da ação estatal. Vencido o Min.
Marco Aurélio que dava provimento ao recurso por não
vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade
administrativa e o dano em questão. Precedentes
citados: RE 262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE
459749/PE (julgamento não concluído em virtude da
superveniência de acordo entre as partes). RE
591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.
(RE-591874)
Gabarito: Certo.
65. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/ES – CESPE/2011)
Suponha-se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo
quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus
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da concessionária do serviço público municipal de transporte
público, o qual lhe causou danos materiais. Nessa situação
hipotética, eventual direito à indenização pelos danos
suportados por Maria somente ocorrerá se ficar provado que o
condutor do referido coletivo atuou com culpa ou dolo, já que
não haverá responsabilidade objetiva na espécie, pois, na
oportunidade, Maria não era usuária do serviço público de
transporte público coletivo.
Comentário:
Conforme entendimento do STF a responsabilidade
objetiva aplica-se aos prestadores de serviços públicos tanto no que
se refere aos usuários, quanto aos não-usuários dos serviços
públicos.
Gabarito: Errado.
66. (ACE – TCE/ES – CESPE/2012) Conforme entendimento
do STF, com base na teoria do risco administrativo, a
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
terceiros usuários e não usuários do serviço.
Comentário:
De fato, o STF firmou o entendimento de que a
responsabilidade objetiva aplica-se aos prestadores de serviços
públicos tanto no que se refere aos usuários, quanto aos não-
usuários dos serviços públicos.
Gabarito: Certo.
67. (ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010)
Quando ocorre enchente em determinado local devido a
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excesso de chuva, o Estado pode ser responsabilizado
civilmente pelos danos causados à população.
Comentário:
De acordo com o que discutimos, temos observado que
também se adota no Brasil a teoria da responsabilidade subjetiva, na
modalidade culpa administrativa, diante dos casos de omissão,
inércia estatal, por força de eventos da natureza ou fato de terceiros,
quando o Estado poderia evitá-los, conforme aplicação da teoria da
falta do serviço (serviço não funcionou, funcionou mal ou não
existiu).
INFORMATIVO Nº 391
TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo
(Transcrições)
PROCESSO: 409203 - RE
ARTIGO
Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo
(Transcrições) RE 409203/RS* RELATOR: MIN. CARLOS
VELLOSO EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS.
ATO OMISSIVO DO PODER PÚBLICO: ESTUPRO PRATICADO
POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA:
CULPA PUBLICIZADA: FALHA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, §
6º. I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a
responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que
exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes,
a negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,
entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode
ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a
falta do serviço. II. - A falha do serviço - faute du
service dos franceses - não dispensa o requisito da
causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a
ação omissiva atribuída ao poder público e o dano
causado a terceiro. III. - Crime de estupro praticado por
apenado fugitivo do sistema penitenciário do Estado: nesse
caso, não há falar em nexo de causalidade entre a fuga do
apenado e o crime de estupro, observada a teoria, quanto ao
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nexo de causalidade, do dano direto e imediato. Precedentes
do STF: RE 369.820/RS, Ministro Carlos Velloso, "DJ" de
27.02.2004; RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar Galvão, "DJ" de
19.12.1996; RE 130.764/PR, Ministro Moreira Alves, RTJ
143/270. IV. - RE conhecido e provido. Relatório: O acórdão
recorrido, em ação sob o rito ordinário, proferido pela Décima
Câmara Cível do Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul, está assim ementado: "RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO. 1. Apenado em regime aberto que,
durante fuga, invade residência e pratica violência contra as
moradoras, uma delas sendo vítima de estupro. Falha
evidente do Estado na fiscalização do cumprimento da pena
pelo autor do fato, que, apesar de ter fugido em sete
oportunidades, não foi sujeito à regressão de regime.
Confirmação da sentença de procedência, por seus próprios
fundamentos, inclusive quanto ao valor arbitrado como
reparação dos danos morais. Homologação da desistência do
apelo das autoras, restando prejudicado o recurso adesivo.
Sentença confirmada em reexame necessário." (Fl. 260) Daí o
RE, interposto pelo ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,
fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, com
alegação de ofensa ao art. 37, § 6º, da mesma Carta,
sustentando, em síntese que o dano suportado pela recorrida
decorreu exclusivamente de ato de terceiro, não havendo
falar em responsabilidade civil do Estado do Rio Grande do
Sul. Ademais, inexiste nexo causal entre a suposta falha do
serviço estatal e o dano sofrido pela recorrida. Admitido o
recurso, subiram os autos. A Procuradoria Geral da República,
em parecer lavrado pelo ilustre Subprocurador-Geral da
República, Dr. Wagner de Castro Mathias Netto, opinou pelo
não-conhecimento do recurso e, se conhecido, pelo não-
provimento. Autos conclusos em 10.3.2005. É o relatório.
Voto: Trata-se de ação de indenização por danos morais
contra o Estado do Rio Grande do Sul. Um apenado, fugitivo
da prisão, invadiu a casa das autoras e, portando arma,
exigiu-lhes dinheiro. Não atendida a exigência do meliante, as
autoras foram submetidas a ameaças, sendo que uma delas,
de 12 anos de idade, foi estuprada. Pediram, então,
indenização por danos morais ao Estado, por isso que "o
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indivíduo era foragido do sistema penitenciário estadual" (fl.
261). A ação foi julgada procedente em 1ª instância,
confirmada a sentença pelo Tribunal de Justiça, mediante a
aplicação do princípio da responsabilidade objetiva do Estado.
O acórdão admitiu ter havido "falha evidente do Estado na
fiscalização do cumprimento da pena pelo autor do fato, que,
apesar de ter fugido em sete oportunidades, não foi sujeito à
regressão de regime" (fl. 260, ementa do acórdão).
Preliminarmente, o recurso é de ser conhecido, por isso que
não se torna necessário, no caso, o exame da prova. O
acórdão esclarece os fatos e realiza a sua tipificação legal. O
que nos cabe, agora, é verificar se essa tipificação está
correta. Passo ao exame do mérito. Em caso semelhante,
oriundo, aliás, do Rio Grande do Sul, RE 369.820/RS, por
mim relatado, decidiu o Supremo Tribunal Federal: "EMENTA:
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL.
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS. ATO
OMISSIVO DO PODER PÚBLICO: LATROCÍNIO PRATICADO
POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA:
CULPA PUBLICIZADA: FALTA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, § 6º.
I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a
responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige
dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a
negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,
entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser
atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do
serviço. II. - A falta do serviço - faute du service dos
franceses - não dispensa o requisito da causalidade, vale
dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída
ao poder público e o dano causado a terceiro. III. - Latrocínio
praticado por quadrilha da qual participava um apenado que
fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há falar em
nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o latrocínio.
Precedentes do STF: RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar Galvão,
"D.J." de 19.12.96; RE 130.764/PR, Relator Ministro Moreira
Alves, RTJ 143/270. IV. - RE conhecido e provido." ("DJ" de
27.02.2004) Assim o voto que proferi por ocasião do citado
julgamento: "(...) A autora-recorrida e seu marido estavam
num veículo estacionado às margens da BR 386, no Km 328,
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quando foram assaltados por 'um apenado fugitivo, em co-
autoria com outros delinqüentes', culminando o fato com a
morte do marido da autora. (fls. 310/313). Anote-se, por
primeiro, portanto: o marido da autora foi morto por 'um
apenado fugitivo, em co-autoria com outros delinqüentes', em
número de quatro. O Estado do Rio Grande do Sul, em razão
disso, foi condenado, já que o homicídio fora praticado por
um apenado foragido, a indenizar a autora-recorrida por
danos materiais e dano moral. Está no voto em que se
embasa o acórdão: '(...) O autor do dano tinha
movimentadíssima folha de antecedentes, com prévias
condenações. E o documento de fl. 249 faz certo que havia
fugido em 20 de fevereiro de 1992, sendo recapturado em 27
de junho do mesmo ano. Ora, o lastimável evento se deu em
22 de junho. Portanto, durante lapso temporal em que o
assassino esteve foragido. E a fuga de presídio, lançando-se à
rua perigoso delinqüente corresponde à inequívoca falta do
serviço. O acórdão recorrido concluiu, assim, estar
evidenciada a responsabilidade do Poder Público, em face da
existência de nexo causal entre o evento lesivo e o
desempenho das tarefas estatais, considerada,
especialmente, a circunstância de o mesmo haver sido
praticado por criminoso de alta periculosidade, em co-autoria
com outros delinqüentes, ainda que foragido há quatro meses
e que a sua pena, à época, somasse quatro anos e três meses
de reclusão, e não cinqüenta e quatro anos, como depois
fixada pelo Tribunal. Ainda, os fatos evitam o argumento
genérico de um mero dever de dar segurança, como se o
Estado fosse responsável por algum tipo de seguro de vida ou
de patrimônio. Não é o caso. Na hipótese, é evidente a falta
de serviço, em que perigosíssimo delinqüente conseguiu fugir.
Fica claro, portanto, que o Estado deve responder pelo mal
funcionamento de seus serviços, sempre que seu funcionário
for demorado, lento e vagaroso no desempenho dos mesmos
e desse estado de letargia surgir o dano, como referiu
Ulderico Pires dos Santos, na obra A responsabilidade civil na
doutrina e jurisprudência, Forense, 1984, p. 597. (...)' (fl.
399). II No caso, o dano não resultou de ato praticado por
agente público, mas foi causado mediante ato comissivo de
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terceiro. Ter-se-ia, portanto, ato omissivo do poder público.
No voto que proferi no RE 204.037/RJ, cuidei do tema: a
responsabilidade do poder público por ato omissivo. Destaco
do voto que proferi: '(...) O § 6º do art. 37 da CF dispõe:
'Art.37. (...) (...) § 6º - As pessoas jurídicas de direito público
e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa.' Em princípio, pois,
a responsabilidade objetiva do poder público, assentada na
teoria do risco administrativo, ocorre por ato de seus agentes.
Dir-se-á que o ato do agente público poderá ser omissivo.
Neste caso, entretanto, exige-se a prova da culpa. É que a
omissão é, em essência, culpa, numa de suas três vertentes:
negligência, que, de regra, traduz desídia, imprudência, que é
temeridade, e imperícia, que resulta de falta de habilidade
(Álvaro Lazarini, 'Responsabilidade Civil do Estado por Atos
Omissivos dos seus Agentes', em 'Rev. Jurídica', 162/125).
Celso Antônio Bandeira de Mello, dissertando a respeito do
tema, deixa expresso que 'o Estado só responde por
omissões quando deveria atuar e não atuou - vale
dizer: quando descumpre o dever legal de agir. Em uma
palavra: quando se comporta ilicitamente ao abster-se.'
E continua: 'A responsabilidade por omissão é
responsabilidade por comportamento ilícito. E é
responsabilidade subjetiva, porquanto supõe dolo ou
culpa em suas modalidades de negligência, imperícia
ou imprudência, embora possa tratar-se de uma culpa
não individualizável na pessoa de tal ou qual
funcionário, mas atribuída ao serviço estatal
genericamente. É a culpa anônima ou faute de service
dos franceses, entre nós traduzida por 'falta de
serviço'. É que, em caso de ato omissivo do poder
público, o dano não foi causado pelo agente público. E o
dispositivo constitucional instituidor da
responsabilidade objetiva do poder público, art. 107 da
CF anterior, art. 37, § 6º, da CF vigente, refere-se aos
danos causados pelos agentes públicos, e não aos
danos não causados por estes, 'como os provenientes
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de incêndio, de enchentes, de danos multitudinários, de
assaltos ou agressões que alguém sofra em vias e
logradouros públicos, etc.' Nesses casos, certo é que o
poder público, se tivesse agido, poderia ter evitado a
ação causadora do dano. A sua não ação, vale dizer, a
omissão estatal, todavia, se pode ser considerada
condição da ocorrência do dano, causa, entretanto, não
foi. A responsabilidade em tal caso, portanto, do
Estado, será subjetiva. (Celso Antônio Bandeira de Mello,
'Responsabilidade Extracontratual do Estado por
Comportamentos Administrativos', em 'Rev. dos Tribs.',
552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito Administrativo', em 'Rev.
dos Tribs.', 552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito
Administrativo', Malheiros Ed. 5º ed., pp. 489 e segs.). Não é
outro o magistério de Hely Lopes Meirelles: 'o que a
Constituição distingue é o dano causado pelos agentes da
Administração (servidores) dos danos ocasionados por atos
de terceiros ou por fenômenos da natureza. Observe-se que o
art. 37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à
Administração pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causem a terceiros. Portanto o legislador
constituinte só cobriu o risco administrativo da atuação ou
inação dos servidores públicos; não responsabilizou
objetivamente a Administração por atos predatórios de
terceiros, nem por fenômenos naturais que causem danos aos
particulares'. A responsabilidade civil por tais atos e fatos é
subjetiva. (Hely Lopes Meirelles, 'Direito Administrativo
Brasileiro', Malheiros Ed., 21ª ed., 1996, p. 566). Esta é,
também, a posição de Lúcia Valle Figueiredo, que, apoiando-
se nas lições de Oswaldo Aranha Bandeira de Mello e Celso
Antônio Bandeira de Mello, leciona que 'ainda que consagre o
texto constitucional a responsabilidade objetiva, não há como
se verificar a adequabilidade da imputação ao Estado na
hipótese de omissão, a não ser pela teoria subjetiva'. E
justifica: é que, 'se o Estado omitiu-se, há de se perquirir se
havia o dever de agir. Ou, então, se a ação estatal teria sido
defeituosa a ponto de se caracterizar insuficiência da
prestação de serviço.'(Lúcia Valle Figueiredo, 'Curso de
Direito Administrativo', Malheiros Ed., 1994, p. 172). Desse
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entendimento não destoa a professora Maria Sylvia Zanella Di
Pietro ('Direito Administrativo', Ed. Atlas, 5ª ed., 1995,
p.415). Posta a questão em tais termos, força é concluir, no
caso, pelo não-conhecimento do recurso, dado que, conforme
vimos, a versão fática do acórdão é que não houve culpa do
servidor da empresa ao não impedir a ocorrência do fato,
nem é possível presumir, no caso, a faute de service, ou a
culpa anônima, vale dizer, a culpa que poderia ser atribuída
ao serviço estatal de forma genérica. (...)' (RTJ 179/797-
798). Maria Helena Diniz também sustenta que a
responsabilidade do Estado por ato omissivo é subjetiva
('Cód. Civil Anotado', Saraiva, 4ª ed., pág. 31). De outro lado,
há juristas que entendem que a responsabilidade estatal por
ato omissivo é objetiva. Assim, por exemplo, Yussef Said
Cahali ('Responsabilidade Civil do Estado', Malheiros Ed., 2ª
ed., 1995, pág. 40), Odete Medauar ('Direito Administrativo
Moderno', Ed. R.T., 4ª ed., 2000, pág. 430) e Celso Ribeiro
Bastos ('Curso de Direito Administrativo', Saraiva, 3ª ed.,
1999, p. 190), dentre outros. No voto que proferi no RE
204.037/RJ, retrotranscrito, mencionei que Hely Lopes
Meirelles adotara a responsabilidade subjetiva na hipótese de
ações omissivas do poder público. Agora, melhor examinando
a obra do saudoso e notável mestre, reconheço o meu
engano. Hely Lopes Meirelles, na verdade, sustentava a teoria
da responsabilidade objetiva do Estado pelos atos comissivos
e omissivos dos seus agentes. 'O essencial é que o agente da
Administração haja praticado o ato ou a omissão
administrativa no exercício de suas atribuições ou a pretexto
de exercê-las.' ('Direito Administrativo Brasileiro', Malheiros
Ed., 24ª ed., 1999, pág. 589). Continua: 'O que a
Constituição distingue é o dano causado pelos agentes da
Administração (servidores) dos danos ocasionados por atos
de terceiros ou por fenômenos da natureza. Observe-se que o
art. 37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à
Administração pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causem a terceiros.' (grifei). E acrescenta,
esclarecendo: 'Portanto, o legislador constituinte só cobriu o
risco administrativo da atuação ou inação dos servidores
públicos; não responsabilizou objetivamente a Administração
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por atos predatórios de terceiros, (...)' ('Direito Administrativo
Brasileiro', Malheiros Ed., 24ª ed., 1999, págs. 589/590).
Ora, no citado RE 204.037/RJ, cuidávamos de ato praticado
por terceiro, no interior de veículo de transporte coletivo,
assim de concessionária do serviço público. O Supremo
Tribunal Federal, pela sua 1ª Turma, no RE 109.615/RJ,
Relator o Ministro Celso de Mello, decidiu no sentido de que é
objetiva a responsabilidade do Estado 'pelos danos a que os
agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por
omissão.' (RTJ 163/1.107). III No caso, o acórdão decidiu
pela ocorrência da falta do serviço. A falta do serviço decorre
do não-funcionamento ou do funcionamento insuficiente,
inadequado, tardio ou lento do serviço que o poder público
deve prestar. No RE 179.147/ SP, por mim relatado, decidiu
esta 2ª Turma que 'tratando-se de ato omissivo do poder
público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo
que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes,
negligência, imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto,
necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao
serviço público, de forma genérica, a faute du service dos
franceses.' (RTJ 179/791). IV Todavia, a faute du service não
dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de
causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público
e o dano causado a terceiro. O Ministro Moreira Alves, no voto
que proferiu no RE 130.764/PR, lecionou que 'a teoria
adotada quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano
direto e imediato, também denominada teoria da interrupção
do nexo causal', que 'sem quaisquer considerações de ordem
subjetiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias
existentes: a da equivalência das condições e a da
causalidade adequada' (cf. Wilson Mello da Silva,
'Responsabilidade sem culpa', nºs. 78 e 79, págs. 128 e
seguintes, Ed. Saraiva, São Paulo, 1974). Essa teoria, como
bem demonstra Agostinho Alvim ('Da Inexecução das
Obrigações', 5ª ed., nº 226, pág. 370, Ed. Saraiva, São
Paulo, 1980), só admite o nexo de causalidade quando o dano
é efeito necessário de uma causa, o que abarca o dano direto
e imediato sempre, e, por vezes, o dano indireto e remoto,
quando, para a produção deste, não haja concausa sucessiva.
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Daí, dizer Agostinho Alvim (1. c): 'os danos indiretos ou
remotos não se excluem, só por isso; em regra, não são
indenizáveis, porque deixam de ser efeito necessário, pelo
aparecimento de concausas. Suposto não existam estas,
aqueles danos são indenizáveis.' (RE 130.764/PR, RTJ
143/270, 283). V A questão a ser posta, agora, é esta: a fuga
de um apenado da prisão, vindo este, tempos depois,
integrando quadrilha de malfeitores, assassinar alguém,
implica obrigação de indenizar por parte do poder público, sob
color de falta do serviço? No citado RE 130.764/PR, da
relatoria do Ministro Moreira Alves, cuidou-se de tema
semelhante ao aqui tratado. Ali, a espécie versada foi a
seguinte: bando de marginais, integrado por dois evadidos de
prisões estaduais, invadiu residência e, dominando a família,
apossou-se de bens desta, levando o terror às pessoas,
agredindo o dono da casa e causando elevado prejuízo à
família. Proposta a ação de indenização, reconheceram as
instâncias ordinárias a responsabilidade civil do Estado,
condenando-o a compor os danos materiais, mediante a
aplicação da responsabilidade objetiva e invocando a falta do
serviço. Decidiu, então, o Supremo Tribunal Federal, no
mencionado RE 130.764/PR: 'EMENTA: Responsabilidade Civil
do Estado. Dano decorrente de assalto por quadrilha de que
fazia parte preso foragido vários meses antes. - A
responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do
disposto no artigo 107 da Emenda Constitucional nº 1/69 (e,
atualmente, no § 6º do artigo 37 da Carta Magna), não
dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do nexo
de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída a seus
agentes e o dano causado a terceiros. - Em nosso sistema
jurídico, como resulta do dispositivo no artigo 1.060 do
Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de causalidade
é a teoria do dano direto e imediato, também denominada
teoria da interrupção do nexo causal. Não obstante aquele
dispositivo da codificação civil diga respeito à impropriamente
denominada responsabilidade contratual, aplica-se ele
também à responsabilidade extracontratual, inclusive a
objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer
considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes
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das outras duas teorias existentes: a da equivalência das
condições e a da causalidade adequada. - No caso, em face
dos fatos tidos como certos pelo acórdão recorrido, e com
base nos quais reconheceu ele o nexo de causalidade
indispensável para o reconhecimento da responsabilidade
objetiva constitucional, é inequívoco que o nexo de
causalidade inexiste, e, portanto, não pode haver a incidência
da responsabilidade prevista no artigo 107 da Emenda
Constitucional nº 1/69, a que corresponde o § 6º do artigo 37
da atual Constituição. Com efeito, o dano decorrente do
assalto por uma quadrilha de que participava um dos
evadidos da prisão não foi o efeito necessário da omissão da
autoridade pública que o acórdão recorrido teve como causa
da fuga dele, mas resultou de concausas, como a formação
da quadrilha, e o assalto ocorrido cerca de vinte e um meses
após a evasão. - Recurso extraordinário conhecido e provido.'
('D.J.' de 07.8.92). No RE 172.025/RJ, Relator o Ministro
Ilmar Galvão, decidiu o Supremo Tribunal Federal: 'EMENTA:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LATROCÍNIO PRATICADO POR
PRESO FORAGIDO, MESES DEPOIS DA FUGA. Fora dos
parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder
Público uma responsabilidade ressarcitória sob o argumento
de falha no sistema de segurança dos presos. Precedente da
Primeira turma: RE 130.764, Relator Ministro Moreira Alves.
Recurso extraordinário não conhecido.' ('D.J.' de 19.12.96).
Nesse RE 172.025/RJ, cuidou-se de ação de reparação de
dano proposta contra o Estado do Rio de Janeiro, com base
no art. 107 da CF/67, por ter sido o marido da autora vítima
de latrocínio praticado por presidiário foragido. Caso igual,
portanto, ao que examinamos aqui. (...)." O caso aqui tratado
é igual ao que foi examinado e decidido no RE 369.820/RS,
acima transcrito. Não há dúvida que, no caso, houve falha do
serviço, a faute du service dos franceses. Esta, todavia, não
prescinde da demonstração do nexo de causalidade. É dizer,
no caso, deveria estar demonstrado o nexo de causalidade
entre a fuga do apenado e o lamentável fato ocorrido, certo
que há de ser observada a teoria, quanto ao nexo de
causalidade, do dano direto e imediato. Não há possibilidade,
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portanto, da adoção, no caso sob julgamento, da falha do
serviço. Do exposto, conheço do recurso e dou-lhe
provimento. * julgamento pendente de conclusão em virtude
do pedido de vista do Min. Joaquim Barbosa
Gabarito: Certo.
68. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF –
CESPE/2012) A responsabilidade do Estado por danos
causados por fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.
Comentário:
Essa questão deveria ter sido anulada. É que, em regra,
o Estado não responde por danos causados por fenômenos da
natureza (excludente de responsabilidade).
Contudo, nos casos em que é necessária a ação estatal
diante de eventos da natureza e ele se mantém omisso, aplica-se a
modalidade de responsabilidade subjetiva (teoria da faute du
service).
Todavia, a banca considerou a questão correta.
Gabarito: Certo. (*)
69. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) A teoria da
responsabilidade civil objetiva do Estado deve ser aplicada de
modo absoluto, não sendo admitida hipótese de exclusão nem
de abrandamento.
Comentário:
A teoria da responsabilidade objetiva não é absoluta,
eis que se admite excludente de responsabilidade, tal como no caso
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de culpa exclusiva da vítima, força maior, caso fortuito ou fato de
terceiros, bem como abrandamento no caso de culpa concorrente.
Gabarito: Errado.
70. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Se a
pessoa que sofrer dano contribuir, de alguma forma, para o
resultado danoso, a responsabilidade do Estado estará, então,
afastada, pois este só responde pelos danos cuja
responsabilidade lhe seja integralmente atribuída.
Comentário:
A responsabilidade objetiva é dividida em duas
modalidades: risco administrativo e risco integral.
A grande diferença é que na modalidade risco
administrativo admite-se excludente de responsabilidade, enquanto
no risco integral não há tal hipótese.
Com efeito, são excludentes de responsabilidade a
culpa exclusiva da vítima, a ocorrência de caso fortuito ou força
maior, ou quando há interrupção do nexo causal.
Pode, ademais, ocorrer a chamada culpa concorrente
(concorrência de culpa), quando o dano decorre de conduta estatal e
do administrado, em concomitância, ficando a responsabilidade
estatal mitigada ou atenuada, respondendo na proporção de sua
conduta.
Assim, se a pessoa que sofrer dano contribuir, de
alguma forma, para o resultado danoso, a responsabilidade do Estado
não será afastada, somente será proporcional à sua participação no
dano.
Gabarito: Errado.
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71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A força
maior, como acontecimento imprevisível e inevitável, estranho
à vontade das partes, não gera a responsabilidade civil do
Estado.
Comentário:
De fato, a excludente de responsabilidade denominada
força maior é evento estranho à Administração e ao particular,
imprevisível, inevitável e irresistível, tal como uma guerra civil,
tsunami, furacão, terremoto etc.
Fato de terceiros é acontecimento imputado a terceiros
que não decorrem de conduta da Administração.
No âmbito da responsabilidade objetiva devemos
perceber que tais excludentes devem ser associadas ao rompimento
do nexo causal.
Gabarito: Certo.
72. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De
acordo com a teoria subjetiva, o Estado tem o dever de
indenizar pelos danos que causar a terceiros, sem a
possibilidade de qualquer exclusão de sua responsabilidade.
Comentário:
Tanto na responsabilidade objetiva (risco
administrativo) quanto nas formas subjetivas há a possibilidade de
excludente de responsabilidade, tal com a culpa exclusiva da vítima,
o caso fortuito e força maior, bem com por fato de terceiros.
Gabarito: Errado.
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73. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Um
paciente internado em hospital público de determinado estado
da Federação cometeu suicídio, atirando-se de uma janela
próxima a seu leito, localizado no quinto andar do
hospital. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção
correta acerca da responsabilidade civil do Estado. Exclui-se a
responsabilidade do Estado, por ter sido a culpa exclusiva da
vítima, sem possibilidade de interferência do referido ente
público.
Comentário:
Vê-se em tal hipótese que o suicídio se deu por ato
único e exclusivo do paciente, acontecimento que não tem origem ou
é propiciado por conduta estatal, de modo que se aplica a excludente
por culpa exclusiva da vítima.
Gabarito: Certo.
74. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2012) O
caso fortuito, como causa excludente da responsabilidade civil
do Estado, consiste em acontecimento imprevisível, inevitável
e completamente alheio à vontade das partes, razão por que
não pode o dano daí decorrente ser imputado à administração.
Comentário:
De fato, caso fortuito é uma causa de excludente de
responsabilidade estatal, que consiste em acontecimento
imprevisível, inevitável e completamente alheio à vontade das partes.
Todavia, há hipóteses em que mesmo o dano
decorrente de caso fortuito pode ser imputado à Administração ante a
sua inércia ou omissão em criar mecanismos para minimizar ou
enfrentar o evento.
Gabarito: Errado.
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75. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A
responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em
face de particular que tenha sofrido algum dano pode ser
reduzida, ou mesmo excluída, havendo culpa concorrente da
vítima ou tendo sido ela a única culpada pelo dano.
Comentário:
De fato, no caso de culpa concorrente a
responsabilidade é reduzida e no caso de culpa exclusiva é afastada,
ou seja, excluída.
Gabarito: Certo.
76. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) À
semelhança do que ocorre no direto civil, o direito
administrativo admite a culpa concorrente da vítima,
considerando-a causa atenuante da responsabilidade civil do
Estado.
Comentário:
A culpa concorrente ocorre no caso em que o dano
decorre tanto de conduta estatal quanto do particular. Nesta hipótese
a responsabilidade do estatal é atenuada.
Gabarito: Certo.
77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012)
De acordo com a teoria do risco administrativo, o ônus da
prova de culpa do particular por eventual dano que tenha
sofrido, caso exista, cabe sempre à administração pública.
Comentário:
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A teoria do risco administrativo é aplicada na
responsabilidade objetiva, por isso não cabe ao particular o ônus de
demonstrar culpa. Assim, caso a Administração pretenda excluir ou
atenuar sua responsabilidade terá o ônus de provar a culpa do
particular.
Gabarito: Certo.
É isso aí. Por hoje é só.
Mas, entramos no quilômetro final e agora é o momento de
reunirmos todas as forças e concentrarmos no objetivo que
está bem próximo.
Vamos que vamos, agora é a hora.
Grande abraço e bons estudos.
Prof. Edson Marques
QUESTÕES SELECIONADAS
1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil
adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, segundo a
qual a administração pública somente poderá reparar o prejuízo
causado a terceiro se restar devidamente comprovada a culpa do
agente público.
2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O ordenamento
jurídico brasileiro adota a teoria da irresponsabilidade do Estado.
3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria da
irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro.
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos respondem objetivamente pelos eventuais danos
que seus agentes causarem a terceiros ao prestarem tais serviços.
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5. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As empresas
prestadoras de serviços públicos não respondem pelos prejuízos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Em tal
hipótese, o ressarcimento do terceiro prejudicado deve ser feito
diretamente pelo agente causador do dano.
6. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de direito
privado prestadoras de serviço público respondem objetivamente
pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros.
7. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As empresas
públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade
econômica respondem pelos danos que seus agentes causarem a
terceiros conforme as mesmas regras aplicadas às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
8. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra da
responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às entidades
de direito privado que prestam serviço público como às entidades da
administração indireta que executem atividade econômica de
natureza privada.
9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo a CF, a
responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas jurídicas de
direito público, as de direito privado prestadoras de serviços públicos
e as executoras de atividade econômica.
10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma sociedade
de economia mista que explore atividade econômica responde
objetivamente pelos danos que causar a terceiros.
11. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das entidades
estatais de direito privado que desempenham serviços públicos, as
empresas privadas que prestam serviços públicos por delegação não
se submetem ao regime da responsabilidade civil objetiva prevista no
texto constitucional.
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12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A marca
característica da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o
lesado pela conduta estatal provar a existência da culpa do agente ou
do serviço, ficando o fator culpa desconsiderado como pressuposto da
responsabilidade objetiva; a caracterização da responsabilidade
objetiva requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato
administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal.
13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a
configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de apenas
três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o nexo causal,
sendo desnecessário que o lesado pela conduta estatal prove a
existência de culpa do agente ou do serviço.
14. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A
responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a sua
configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e
nexo de causalidade.
15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – CESPE/2013) Se
do atributo da executoriedade do ato administrativo resultar dano ao
particular em razão de ilegitimidade ou abuso, o Estado estará
obrigado a indenizar o lesado, uma vez configurados a conduta
danosa, o dano e o nexo causal.
16. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O nexo de
causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de
eventual responsabilidade do Estado.
17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa determinação
legal, o Estado poderá responder civilmente por danos causados a
terceiros, ainda que sua atuação tenha ocorrido de modo regular e
conforme com o direito.
18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória
configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.
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19. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A
responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de a
pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da culpa do
agente ou do serviço.
20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os agentes
que, por ação ou omissão, podem gerar a responsabilidade civil do
Estado são os servidores estatutários, uma vez que apenas eles têm
relação de trabalho que os vincula diretamente à administração.
21. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para efeito
de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente o servidor
que, em sua atuação, causar dano a terceiros. Exclui-se, assim,
dessa noção as pessoas que não têm vínculo típico de trabalho com a
administração e os agentes colaboradores e sem remuneração.
22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do dano deve ser servidor público estatutário e possuir
vínculo direto com a administração.
23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de
agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou
além de sua competência legal.
24. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a jurisprudência têm
reconhecido a obrigatoriedade de o Estado indenizar tanto os danos
materiais quanto os danos morais, mas não os danos emergentes e
os lucros cessantes.
25. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de responsabilidade
civil do Estado, é possível a cumulação de indenizações por dano
material e dano moral que decorram de um só fato.
26. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade do
poder público só se configura em face de atos lícitos, os atos
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contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a responsabilidade
penal e civil do agente público, mas não a responsabilidade civil do
Estado.
27. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a teoria
do risco administrativo, consagrada no ordenamento jurídico
brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por danos causados
aos administrados baseia-se na equânime repartição dos prejuízos
que o desempenho do serviço público impõe a certos indivíduos, não
suportados pelos demais.
28. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a
responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação
concomitante de três elementos - dano, negligência administrativa e
nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito
do poder público -, é inafastável o direito à indenização ou reparação
civil de quem suportou os prejuízos.
29. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina
dominante é no sentido de que se aplica a teoria da responsabilidade
subjetiva nos casos de ato comissivo estatal.
30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta omissiva
do Estado, incide a responsabilidade objetiva, bastando a
comprovação do nexo causal entre a omissão e o prejuízo causado ao
particular.
31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011)
Para se caracterizar a responsabilidade civil do Estado no caso de
conduta omissiva, não basta a simples relação entre a omissão
estatal e o dano sofrido, pois a responsabilidade só estará
configurada quando estiverem presentes os elementos que
caracterizem a culpa.
32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Em se
tratando de conduta omissiva, para configuração da responsabilidade
estatal, é necessária a comprovação dos elementos que caracterizam
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a culpa, de forma que não deve ser aplicada absolutamente a teoria
da responsabilidade objetiva.
33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva,
sendo necessária a comprovação da negligência na atuação estatal,
ou seja, a prova da omissão do Estado, em que pese o dever
legalmente imposto de agir, além do dano e do nexo causal entre
ambos.
34. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No caso de
conduta omissiva do Estado, só haverá responsabilidade civil quando
estiverem presentes os elementos que caracterizam a culpa.
35. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado responda por
danos causados por agente seu a particular, é necessário que a
pessoa lesada faça prova da culpabilidade direta ou indireta da
administração, tanto no caso de ação quanto no de omissão.
36. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente
público que produza dano ao particular obriga o Estado a indenizar o
particular, desde que a vítima comprove que a omissão é a causa do
prejuízo.
37. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A
responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de reparar os
danos causados por seus agentes a terceiros em decorrência de suas
atuações, mas não por suas omissões.
38. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 10ª
REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região
metropolitana de determinado município é acometida por inundações,
o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local
demonstraram que os fatores preponderantes causadores das
enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o
acúmulo de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a
jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta, caso
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haja danos a algum cidadão e reste provada conduta omissiva por
parte do Estado, a responsabilidade deste será subjetiva.
39. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O Estado pode
exercer o direito de regresso contra o agente responsável pelo dano
praticado, independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.
40. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito de
regresso é o assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua
pretensão indenizatória contra o agente responsável pelo dano,
independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.
41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Em caso de
responsabilidade decorrente de ato praticado por servidor público, a
obrigação de reparar o dano limita-se ao próprio servidor público.
42. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 10ª
REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região
metropolitana de determinado município é acometida por inundações,
o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local
demonstraram que os fatores preponderantes causadores das
enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o
acúmulo de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso algum cidadão
pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor ação
contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público
responsável, visto que a responsabilidade civil na situação hipotética
em apreço é solidária.
43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O Estado será
responsável pelos danos que seus agentes causarem, sendo incabível
a ação regressiva mesmo no caso de dolo e culpa do agente.
44. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A
reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a terceiros pela
administração, pode ser feita tanto no âmbito administrativo quanto
no judicial.
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45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM –
CESPE/2011) A reparação do dano causado a terceiros pode ser feita
tanto no âmbito judicial quanto no administrativo, mas, neste último
caso, a administração é obrigada a pagar o montante indenizatório de
uma só vez, em dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem
ou o interesse lesado.
46. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A reparação
de danos causados a terceiros somente pode ser feita no âmbito
judicial, pois a administração não está legitimada a, por si só,
reconhecer a sua responsabilidade e definir o valor de uma possível
indenização.
47. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A
responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa
custodiada é subjetiva.
48. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) O fato de um detento
morrer em estabelecimento prisional devido a negligência de agentes
penitenciários configurará hipótese de responsabilização objetiva do
Estado.
49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM – CESPE/2011)
Com referência à responsabilidade civil do Estado e supondo que um
aluno de escola pública tenha gerado lesões corporais em um colega
de sala, com uma arma de fogo, no decorrer de uma aula, julgue o
item abaixo. No caso considerado, existe a obrigação do Estado em
indenizar o dano causado ao aluno ferido.
50. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRE/MS –
CESPE/2013) Determinada professora da rede pública de ensino
recebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e, mais de uma
vez, alertou à direção da escola, que se manteve omissa. Nessa
situação hipotética, caso se consumem as agressões, a indenização
será devida pelo Estado, desde que presentes os elementos que
caracterizem a culpa.
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51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Em uma escola
pública localizada no interior de determinado estado da Federação,
um aluno efetuou disparo de arma de fogo, dentro da sala de aula,
contra a professora, ferindo-a em um dos ombros. A partir dessa
situação hipotética, assinale a opção correta no que se refere aos
danos causados à professora. Há responsabilidade civil objetiva do
Estado.
52. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi preso
preventivamente, por meio de decisão judicial devidamente
fundamentada, mas depois absolvido por se entender que ele não
tivera nem poderia ter nenhuma participação no evento. No entanto,
por causa da prisão cautelar, Pedro sofreu prejuízo econômico e
moral. Nessa situação, conforme entendimento recente do STF,
poderão ser indenizáveis os danos moral e material sofridos.
53. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Segundo o STF, os atos
jurisdicionais típicos no âmbito cível ensejam a responsabilidade
objetiva do Estado.
54. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Em face da prolação de sentença
penal com equívoco do juiz, o ordenamento jurídico não permite a
reparação dos eventuais prejuízos em ação contra o Estado, mas tão
somente contra o próprio magistrado.
55. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF – CESPE/2012)
Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado quando, em
processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida
pela parte.
56. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) O erro
judiciário, por consistir em ato consequente da prestação da tutela
jurisdicional, isenta o Estado de responsabilidade.
57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Não há
possibilidade de reparação civil do Estado em razão de ato
jurisdicional.
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58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Considerando
que os atos judiciais são invioláveis, não se admite a
responsabilização ao Estado pelos danos que deles emergirem.
59. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Poderá o
Estado ser responsabilizado, desde que se comprove que ele agiu
culposamente, caso uma lei de efeitos concretos cause dano ao
indivíduo.
60. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Erro
legislativo caracterizado pela declaração de inconstitucionalidade de
determinada lei não gera responsabilidade do Estado.
61. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Não pode o
Estado ser responsabilizado por dano resultante de atos praticados
pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário.
62. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio
ajuizou ação de rito ordinário contra uma empresa de transporte
coletivo urbano, tendo em vista danos material e moral sofridos em
acidente de trânsito causado por motorista dessa empresa. Nessa
situação, adotando-se o princípio da especialidade, conforme a
legislação em vigor, o prazo prescricional da ação de indenização será
de 5 anos.
63. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De acordo com
a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional da pretensão de
reparação civil contra a fazenda pública é de três anos, conforme
previsto no Código Civil.
64. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A
responsabilidade civil objetiva da concessionária de serviço público
alcança também não usuários do serviço por ela prestado.
65. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/ES – CESPE/2011) Suponha-se
que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um
acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do
serviço público municipal de transporte público, o qual lhe causou
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danos materiais. Nessa situação hipotética, eventual direito à
indenização pelos danos suportados por Maria somente ocorrerá se
ficar provado que o condutor do referido coletivo atuou com culpa ou
dolo, já que não haverá responsabilidade objetiva na espécie, pois,
na oportunidade, Maria não era usuária do serviço público de
transporte público coletivo.
66. (ACE – TCE/ES – CESPE/2012) Conforme entendimento do STF,
com base na teoria do risco administrativo, a responsabilidade civil
das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço
público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários
do serviço.
67. (ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010)
Quando ocorre enchente em determinado local devido a excesso de
chuva, o Estado pode ser responsabilizado civilmente pelos danos
causados à população.
68. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF – CESPE/2012) A
responsabilidade do Estado por danos causados por fenômenos da
natureza é do tipo subjetiva.
69. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) A teoria da responsabilidade civil
objetiva do Estado deve ser aplicada de modo absoluto, não sendo
admitida hipótese de exclusão nem de abrandamento.
70. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Se a pessoa
que sofrer dano contribuir, de alguma forma, para o resultado
danoso, a responsabilidade do Estado estará, então, afastada, pois
este só responde pelos danos cuja responsabilidade lhe seja
integralmente atribuída.
71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A força maior,
como acontecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade
das partes, não gera a responsabilidade civil do Estado.
72. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De acordo com
a teoria subjetiva, o Estado tem o dever de indenizar pelos danos que
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causar a terceiros, sem a possibilidade de qualquer exclusão de sua
responsabilidade.
73. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Um paciente
internado em hospital público de determinado estado da Federação
cometeu suicídio, atirando-se de uma janela próxima a seu leito,
localizado no quinto andar do hospital. Com base nessa situação
hipotética, assinale a opção correta acerca da responsabilidade civil
do Estado. Exclui-se a responsabilidade do Estado, por ter sido a
culpa exclusiva da vítima, sem possibilidade de interferência do
referido ente público.
74. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2012) O caso
fortuito, como causa excludente da responsabilidade civil do Estado,
consiste em acontecimento imprevisível, inevitável e completamente
alheio à vontade das partes, razão por que não pode o dano daí
decorrente ser imputado à administração.
75. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A
responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em face de
particular que tenha sofrido algum dano pode ser reduzida, ou
mesmo excluída, havendo culpa concorrente da vítima ou tendo sido
ela a única culpada pelo dano.
76. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) À semelhança
do que ocorre no direto civil, o direito administrativo admite a culpa
concorrente da vítima, considerando-a causa atenuante da
responsabilidade civil do Estado.
77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012) De
acordo com a teoria do risco administrativo, o ônus da prova de culpa
do particular por eventual dano que tenha sofrido, caso exista, cabe
sempre à administração pública.
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GABARITO
01 E 16 E 31 C 46 E 61 E 76 C
02 E 17 C 32 C 47 E 62 C 77 C
03 E 18 E 33 C 48 C 63 E 78 --
04 C 19 E 34 C 49 C 64 C 79 --
05 E 20 E 35 E 50 C 65 E 80 --
06 C 21 E 36 E 51 C 66 C 81 --
07 C 22 E 37 E 52 C 67 C 82 --
08 E 23 C 38 C 53 E 68 C 83 --
09 E 24 E 39 E 54 E 69 E 84 --
10 E 25 C 40 E 55 E 70 E 85 --
11 E 26 E 41 E 56 E 71 C 86 --
12 C 27 C 42 E 57 E 72 E 87 --
13 C 28 C 43 E 58 E 73 C 88 --
14 C 29 E 44 C 59 E 74 E 89 --
15 C 30 E 45 E 60 E 75 C 90 --