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CURSO DE EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Boa tarde. Hoje vamos estudar o seguinte: AULA 12: 11 Responsabilidade civil do Estado. 11.1 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da administração pública: evolução histórica e fundamentos jurídicos. 11.2 Teorias subjetivas e objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado. 11.3 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da administração pública no direito brasileiro. Vamos que vamos. QUESTÕES COMENTADAS 1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO DPU CESPE/2010) O Brasil adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, segundo a qual a administração pública somente poderá reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente comprovada a culpa do agente público. Comentário: A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37, §6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros. É verdade, no entanto, que também se adota a responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que o Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da responsabilidade objetiva. Observe:

Aula 12

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Olá,

Boa tarde. Hoje vamos estudar o seguinte:

AULA 12: 11 Responsabilidade civil do Estado. 11.1

Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da

administração pública: evolução histórica e

fundamentos jurídicos. 11.2 Teorias subjetivas e

objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado.

11.3 Responsabilidade patrimonial do Estado por atos

da administração pública no direito brasileiro.

Vamos que vamos.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil

adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado,

segundo a qual a administração pública somente poderá

reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente

comprovada a culpa do agente público.

Comentário:

A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37,

§6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual

as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,

prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de

culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a

terceiros.

É verdade, no entanto, que também se adota a

responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que

o Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de

garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do

risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da

responsabilidade objetiva. Observe:

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“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da

Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido.

Nexo de causalidade configurado. Precedente. A

negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia

das autoridades policiais diante da terceira fuga e o

curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime

são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade.

Ato omissivo do Estado que enseja a

responsabilidade objetiva nos termos do disposto

no art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil.” (RE

573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-

6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.)

A responsabilidade subjetiva, em regra, quando

aplicada diz respeito à modalidade culpa administrativa, decorre de

fato de terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos

serviços, hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa,

pois o ônus se inverte, cabendo ao administrado provar apenas que o

serviço não funcionou, funcionou mal ou não existiu.

Assim, a Administração Pública poderá reparar o

prejuízo causado a terceiro ainda que não demonstrada culpa do

agente público, mas a culpa (falha) no serviço.

Gabarito: Errado.

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O

ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da

irresponsabilidade do Estado.

Comentário:

O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da

responsabilidade e, em regra, a responsabilidade objetiva (art. 37,

§6º, CF/88).

Gabarito: Errado.

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3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A

teoria da irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito

brasileiro.

Comentário:

A teoria da irresponsabilidade dispõe que o Estado não

responde pelos danos que eventualmente cause aos administrados.

Essa teoria baseia-se no fato de que o Estado não erra.

Por isso, não se aplica no âmbito da Administração

Pública brasileira na medida em que o Estado responde por ação ou

omissão, dolosa ou culposa, por ato lícito ou ilícito, que cause dano a

terceiros. É que na atualidade incide a teoria da responsabilidade

estatal.

Gabarito: Errado.

4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas

jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras

de serviços públicos respondem objetivamente pelos

eventuais danos que seus agentes causarem a terceiros ao

prestarem tais serviços.

Comentário:

De fato, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição

Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito

privado, prestadoras de serviços públicos, respondem,

independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta

qualidade, causarem a terceiros.

Gabarito: Certo.

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5. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As

empresas prestadoras de serviços públicos não respondem

pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem

a terceiros. Em tal hipótese, o ressarcimento do terceiro

prejudicado deve ser feito diretamente pelo agente causador

do dano.

Comentário:

Tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as

pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras

de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes

causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88.

Gabarito: Errado.

6. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de

direito privado prestadoras de serviço público respondem

objetivamente pelos prejuízos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros.

Comentário:

De fato, tanto as pessoas jurídicas de direito público,

quanto às pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando

prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus

agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º,

da CF/88.

Gabarito: Certo.

7. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As

empresas públicas e as sociedades de economia mista que

exploram atividade econômica respondem pelos danos que

seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas

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regras aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito

privado.

Comentário:

Somente responderão de forma objetiva as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,

§6º, da CF/88).

Portanto, as empresas estatais que explorem atividade

econômica responderão sob o regime aplicável as demais pessoas

jurídicas de direito privado.

Gabarito: Certo.

8. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra

da responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às

entidades de direito privado que prestam serviço público como

às entidades da administração indireta que executem

atividade econômica de natureza privada.

Comentário:

Somente respondem de forma objetiva as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,

§6º, da CF/88).

Gabarito: Errado.

9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo

a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas

jurídicas de direito público, as de direito privado prestadoras

de serviços públicos e as executoras de atividade econômica.

Comentário:

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A responsabilidade civil do Estado, de fato, aplica-se às

pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado

prestadoras de serviços públicos, não alcançando, no entanto, as

executoras de atividade econômica.

Gabarito: Errado.

10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma

sociedade de economia mista que explore atividade econômica

responde objetivamente pelos danos que causar a terceiros.

Comentário:

Somente respondem de forma objetiva as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37,

§6º, da CF/88).

Gabarito: Errado.

11. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das

entidades estatais de direito privado que desempenham

serviços públicos, as empresas privadas que prestam serviços

públicos por delegação não se submetem ao regime da

responsabilidade civil objetiva prevista no texto

constitucional.

Comentário:

Nos termos do art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade

civil do Estado aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às

de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Gabarito: Errado.

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12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A

marca característica da responsabilidade objetiva é a

desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a

existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator

culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade

objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva

requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato

administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal.

Comentário:

A responsabilidade objetiva, conforme se extrai do art.

37, §6º, CF/88, não depende de culpa, ou seja, a sua configuração

depende da ocorrência de três pressupostos: a conduta (ação)

estatal, a ocorrência de dano e o nexo causal.

Gabarito: Certo.

13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a

configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de

apenas três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o

nexo causal, sendo desnecessário que o lesado pela conduta

estatal prove a existência de culpa do agente ou do serviço.

Comentário:

De fato, a configuração da responsabilidade objetiva

depende de três elementos: (a) ato comissivo (ação atribuível ao

Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade

(entre a ação e o dano).

Gabarito: Certo.

14. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A

responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a

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sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a

terceiros e nexo de causalidade.

Comentário:

De fato, a responsabilidade objetiva do Estado exige a

configuração de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação

atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de

causalidade (entre a ação e o dano).

Gabarito: Certo.

15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ –

CESPE/2013) Se do atributo da executoriedade do ato

administrativo resultar dano ao particular em razão de

ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o

lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o

nexo causal.

Comentário:

A responsabilidade civil do Estado, na modalidade

objetiva, decorre de ato lícito ou ilícito, exigindo-se a demonstração

de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao

Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade

(entre a ação e o dano).

Gabarito: Certo.

16. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O

nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na

apuração de eventual responsabilidade do Estado.

Comentário:

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No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já

observado, é necessária a verificação do nexo de causalidade entre a

conduta comissiva ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se

configura a responsabilidade pela interrupção do nexo causal.

"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por

força do disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e,

atualmente, no § 6º do art. 37 da Carta Magna), não

dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do

nexo de causalidade entre a ação ou a omissão

atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros.

Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no

art. 1.060 do Código Civil, a teoria adotada quanto

ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e

imediato, também denominada teoria da

interrupção do nexo causal. Não obstante aquele

dispositivo da codificação civil diga respeito a

impropriamente denominada responsabilidade

contratual, aplica-se ele também à responsabilidade

extracontratual, inclusive a objetiva, até por ser aquela

que, sem quaisquer considerações de ordem subjetiva,

afasta os inconvenientes das outras duas teorias

existentes: a da equivalência das condições e a da

causalidade adequada." (RE 130.764, Rel. Min. Moreira

Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ

de 7-8-1992.)

Gabarito: Errado.

17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa

determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por

danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha

ocorrido de modo regular e conforme com o direito.

Comentário:

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De acordo com o art. 37, §6º, CF/88, o Estado

responderá por ação, seja lícita ou ilícita, que seja causadora de dano

a terceiros, sob a modalidade objetiva, quer dizer independentemente

de culpa.

Gabarito: Certo.

18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória

configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.

Comentário:

Na responsabilidade objetiva não é necessário

demonstrar culpa.

Gabarito: Errado.

19. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A

responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de

a pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da

culpa do agente ou do serviço.

Comentário:

No âmbito da responsabilidade objetiva não é

necessário demonstrar culpa do agente ou do serviço.

Gabarito: Errado.

20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os

agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a

responsabilidade civil do Estado são os servidores

estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho

que os vincula diretamente à administração.

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Comentário:

A responsabilidade civil do Estado decorre de dano

causado por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o

agente público está atuando no exercício de suas funções ou em

decorrência dela.

A expressão agente, é importante destacar, deve ser

concebida em sentido amplo, ou seja, de modo a compreender os

agentes políticos, administrativos, honoríficos, credenciados e os

delegados, não se restringindo apenas aos servidores públicos

(estatutários).

Gabarito: Errado.

21. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para

efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente

o servidor que, em sua atuação, causar dano a terceiros.

Exclui-se, assim, dessa noção as pessoas que não têm vínculo

típico de trabalho com a administração e os agentes

colaboradores e sem remuneração.

Comentário:

Na responsabilidade civil do Estado devemos entender

a expressão agente sob alcance mais amplo, não se referindo

somente aos servidores públicos, na medida em que engloba,

inclusive, os funcionários das pessoas jurídicas de direito privado que

exercem atividade interna na Administração, assim como os

colaboradores (honoríficos, credenciados) que recebam ou não

remuneração.

Gabarito: Errado.

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22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para

configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público

causador do dano deve ser servidor público estatutário e

possuir vínculo direto com a administração.

Comentário:

Na responsabilidade civil a expressão agente pública

não diz respeito apenas ao servidor público típico, engloba qualquer

agente que esteja no exercício de função administrativa ou prestando

atividade para a Administração.

Gabarito: Errado.

23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para

configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público

causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade

de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar

dentro, fora ou além de sua competência legal.

Comentário:

De fato, o agente público causador do prejuízo a

terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo

irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua

competência legal, mas em decorrência dela.

Gabarito: Certo.

24. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a

jurisprudência têm reconhecido a obrigatoriedade de o Estado

indenizar tanto os danos materiais quanto os danos morais,

mas não os danos emergentes e os lucros cessantes.

Comentário:

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Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhecem

que o dever do Estado de reparar dano atinge tanto os danos

materiais quanto os danos morais, além dos danos emergentes e os

lucros cessantes.

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANISTIA (LEI

9.140/95). ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II,

DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.

INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DO DECRETO

20.910/32. ACUMULAÇÃO DE REPARAÇÃO ECONÔMICA

COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI

10.559/2002. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO.

1. Não viola o art. 535, I e II, do CPC, nem importa

negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que

decide, motivadamente, todas as questões argüidas

pela parte, julgando integralmente a lide.

2. A pretensão indenizatória decorrente de violação de

direitos humanos fundamentais durante o Regime

Militar de exceção é imprescritível. Inaplicabilidade da

prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto

20.910/32.

3. A Lei 10.559/2002 proíbe a acumulação de: (I)

reparação econômica em parcela única com reparação

econômica em prestação continuada (art. 3º, § 1º);

(II) pagamentos, benefícios ou indenizações com o

mesmo fundamento, facultando-se ao anistiado político,

nesta hipótese, a escolha da opção mais favorável (art.

16).

4. Não há vedação para a acumulação da

reparação econômica com indenização por danos

morais, porquanto se tratam de verbas

indenizatórias com fundamentos e finalidades

diversas: aquela visa à recomposição patrimonial

(danos emergentes e lucros cessantes), ao passo

que esta tem por escopo a tutela da integridade

moral, expressão dos direitos da personalidade.

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Aplicação da orientação consolidada na Súmula

37/STJ.

5. Os direitos dos anistiados políticos, expressos na Lei

10.559/2002 (art. 1º, I a V), não excluem outros

conferidos por outras normas legais ou constitucionais.

Insere-se, aqui, o direito fundamental à reparação por

danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CC/1916, art.

159; CC/2002, art. 186), que não pode ser suprimido

nem cerceado por ato normativo infraconstitucional,

tampouco pela interpretação da regra jurídica, sob

pena de inconstitucionalidade.

6. Recurso especial desprovido.

(REsp 890.930/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,

PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ

14/06/2007, p. 267)

Gabarito: Errado.

25. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de

responsabilidade civil do Estado, é possível a cumulação de

indenizações por dano material e dano moral que decorram de

um só fato.

Comentário:

Não há vedação para acumulação de dano material e

moral acerca da responsabilidade civil. É que o dano pode tanto dizer

respeito a danos patrimoniais, quanto atingir a esfera da moral do

terceiro.

Agravo regimental no recurso extraordinário com

agravo. 2. Direito Administrativo. 3.

Responsabilidade civil do estado. Indenização por

danos morais e materiais. Prisão ilegal praticada por

agente público. 4. Reexame de conteúdo fático-

probatório. Incidência do Enunciado 279 da Súmula do

STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes

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de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a

que se nega provimento. (ARE 698782 AgR,

Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma,

julgado em 21/08/2012)

Gabarito: Certo.

26. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade

do poder público só se configura em face de atos lícitos, os

atos contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a

responsabilidade penal e civil do agente público, mas não a

responsabilidade civil do Estado.

Comentário:

A responsabilidade civil do Estado pode decorrer de ato

lícito ou ilícito.

Gabarito: Errado.

27. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a

teoria do risco administrativo, consagrada no ordenamento

jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por

danos causados aos administrados baseia-se na equânime

repartição dos prejuízos que o desempenho do serviço público

impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais.

Comentário:

A responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco

administrativo, funda-se na distribuição dos prejuízos, ou seja, no

princípio da igualdade dos ônus ou encargos sociais, de modo que

eventual prejuízo sofrido por um em razão de atuação do Estado,

deve ser suportado por toda a coletividade.

Esse é o entendimento do STF. Vejamos:

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"A responsabilidade civil do Estado,

responsabilidade objetiva, com base no risco

administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa

do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir

a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante

dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação

administrativa; c) e desde que haja nexo causal

entre o dano e a ação administrativa. A

consideração no sentido da licitude da ação

administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é

isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da

atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da

coletividade, é devida a indenização, que se assenta

no princípio da igualdade dos ônus e encargos

sociais." (RE 113.587, Rel. Min. Carlos Velloso,

julgamento em 18-2-1992, Segunda Turma, DJ de 3-3-

1992.)

Gabarito: Certo.

28. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada

a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a

conjugação concomitante de três elementos - dano,

negligência administrativa e nexo de causalidade entre o

evento danoso e o comportamento ilícito do poder público -, é

inafastável o direito à indenização ou reparação civil de quem

suportou os prejuízos.

Comentário:

O Estado pode responder sob a modalidade objetiva ou

subjetiva. A responsabilidade subjetiva divide-se em culpa comum ou

culpa administrativa.

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Na responsabilidade estatal por culpa comum é

necessário demonstrar que o dano decorre de conduta estatal culposo

ou dolosa, ou seja, é preciso demonstrar o elemento subjetivo.

Já na responsabilidade por culpa administrativa, a culpa

é anônima, isto é decorre da prestação do serviço que foi falha, que

não existiu, ou que foi tardia. Nesse caso, demonstra-se a falha (ou

falta) do serviço.

De todo modo, na responsabilidade subjetiva deve

estar presente: a conduta culposa, o dano e o nexo entre tal conduta

e o dano.

Gabarito: Certo.

29. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina

dominante é no sentido de que se aplica a teoria da

responsabilidade subjetiva nos casos de ato comissivo estatal.

Comentário:

A responsabilidade do Estado será objetiva ou

subjetiva. Ocorre a responsabilidade objetiva diante de atos estatais,

ou seja, diante de ato comissivo estatal.

De outro lado, em regra, a responsabilidade subjetiva

decorre da omissão estatal, ou seja, de atos omissivos.

Gabarito: Errado.

30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta

omissiva do Estado, incide a responsabilidade objetiva,

bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o

prejuízo causado ao particular.

Comentário:

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Diante da omissão estatal incide, em regra, a

responsabilidade subjetiva.

Gabarito: Errado.

31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES –

CESPE/2011) Para se caracterizar a responsabilidade civil do

Estado no caso de conduta omissiva, não basta a simples

relação entre a omissão estatal e o dano sofrido, pois a

responsabilidade só estará configurada quando estiverem

presentes os elementos que caracterizem a culpa.

Comentário:

A responsabilidade subjetiva para ser configurada é

necessária a demonstração da conduta (culposo ou dolosa), o nexo

de causalidade, o dano.

Assim, não basta provar que houve a omissão estatal,

faz mister provar a configuração dos demais elementos, sobretudo

que a omissão foi dolosa ou culposa (negligência, por exemplo).

Gabarito: Certo.

32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011)

Em se tratando de conduta omissiva, para configuração da

responsabilidade estatal, é necessária a comprovação dos

elementos que caracterizam a culpa, de forma que não deve

ser aplicada absolutamente a teoria da responsabilidade

objetiva.

Comentário:

A regra da responsabilidade objetiva não é absoluta. O

Estado poderá responder sob a forma subjetiva. Nesta hipótese, em

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regra, por omissão, e desde que demonstrado os demais elementos

ensejadores da responsabilidade, tal como dano, nexo, culpa ou dolo.

Gabarito: Certo.

33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A

responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é

subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na

atuação estatal, ou seja, a prova da omissão do Estado, em

que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e

do nexo causal entre ambos.

Comentário:

Mais uma vez, reforça-se. O Estado por omissão

responderá sob a forma da responsabilidade subjetiva, na qual se

deve demonstrar a conduta omissiva, o dano, o nexo causal, bem

como a culpa (negligência).

Gabarito: Certo.

34. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No

caso de conduta omissiva do Estado, só haverá

responsabilidade civil quando estiverem presentes os

elementos que caracterizam a culpa.

Comentário:

De fato, a responsabilidade civil no tocante à omissão

estatal é subjetiva, em regra. Portanto, exige que se demonstre a

culpa.

Gabarito: Certo.

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35. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado

responda por danos causados por agente seu a particular, é

necessário que a pessoa lesada faça prova da culpabilidade

direta ou indireta da administração, tanto no caso de ação

quanto no de omissão.

Comentário:

No caso de omissão, por se tratar de responsabilidade

subjetiva, exige-se a demonstração de culpa.

Gabarito: Errado.

36. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente

público que produza dano ao particular obriga o Estado a

indenizar o particular, desde que a vítima comprove que a

omissão é a causa do prejuízo.

Comentário:

Observe que o dano poderá vir de conduta omissiva

(omissão) como comissiva (ação). Na omissão a responsabilidade é

subjetiva e depende de se comprovar a culpa, mas na comissiva é

objetiva e, neste caso, o dano não depende da comprovação de

omissão estatal, mas de ação causadora do dano.

Gabarito: Errado.

37. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de

reparar os danos causados por seus agentes a terceiros em

decorrência de suas atuações, mas não por suas omissões.

Comentário:

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A responsabilidade civil decorre de conduta comissiva

(objetiva) ou omissiva (subjetiva).

Gabarito: Errado.

38. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –

TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação

chuvosa, a região metropolitana de determinado município é

acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a

seus moradores. Estudos no local demonstraram que os

fatores preponderantes causadores das enchentes são o

sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo

de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação

hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a

jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta,

caso haja danos a algum cidadão e reste provada conduta

omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será

subjetiva.

Comentário:

A responsabilidade civil por condutas omissivas, em

regra, é subjetiva.

Gabarito: Certo.

39. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O

Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente

responsável pelo dano praticado, independentemente de este

ter agido com culpa ou dolo.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o

Estado for obrigado a reparar o dano, deverá promover ação

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regressiva contra o agente que deu causa ao dano, isso quando ficar

demonstrado que este agiu com dolo ou culpa.

Gabarito: Errado.

40. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010)

Direito de regresso é o assegurado ao Estado no sentido de

dirigir sua pretensão indenizatória contra o agente

responsável pelo dano, independentemente de este ter agido

com culpa ou dolo.

Comentário:

Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para

promover ação com a finalidade de se ver ressarcido do que

eventualmente arcou no caso de danos causados a terceiros, em

razão de conduta, dolosa ou culposa, de seus agentes.

Gabarito: Errado.

41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Em caso

de responsabilidade decorrente de ato praticado por servidor

público, a obrigação de reparar o dano limita-se ao próprio

servidor público.

Comentário:

Em caso de dano causado por servidor público a

responsabilidade civil é do Estado que poderá promover ação de

regresso contra o servidor.

Gabarito: Errado.

42. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS –

TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação

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chuvosa, a região metropolitana de determinado município é

acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a

seus moradores. Estudos no local demonstraram que os

fatores preponderantes causadores das enchentes são o

sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo

de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação

hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso algum cidadão

pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor

ação contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o

agente público responsável, visto que a responsabilidade civil

na situação hipotética em apreço é solidária.

Comentário:

A responsabilidade não é solidária. Contudo, pode o

particular propor ação direta contra o agente (responsabilidade

subjetiva) ou contra o Estado (objetiva).

Gabarito: Errado.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O

Estado será responsável pelos danos que seus agentes

causarem, sendo incabível a ação regressiva mesmo no caso

de dolo e culpa do agente.

Comentário:

Na responsabilidade civil do Estado é cabível ação

regressiva contra o agente, no caso de ter atuado com dolo ou culpa.

Gabarito: Errado.

44. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A

reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a

terceiros pela administração, pode ser feita tanto no âmbito

administrativo quanto no judicial.

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Comentário:

É assente na doutrina que a reparação do dano pode

ocorrer no âmbito da própria Administração, por meio de processo

administrativo, uma vez demonstrado o dano, promovendo a própria

Administração Pública a reparação do dano.

De outro lado, como é cediço, acaso não ocorra a

reparação no âmbito administrativo, poderá o prejudicado provocar o

poder judiciário a fim de buscar a reparação.

Gabarito: Certo.

45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS –

STM – CESPE/2011) A reparação do dano causado a terceiros

pode ser feita tanto no âmbito judicial quanto no

administrativo, mas, neste último caso, a administração é

obrigada a pagar o montante indenizatório de uma só vez, em

dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem ou o

interesse lesado.

Comentário:

De fato, a reparação do dano pode ocorrer de forma

amigável, no âmbito da Administração, ou Judicialmente. Todavia,

não há determinação alguma no sentido de que a Administração deva

pagar o montante indenizatório de uma só vez.

Gabarito: Errado.

46. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A

reparação de danos causados a terceiros somente pode ser

feita no âmbito judicial, pois a administração não está

legitimada a, por si só, reconhecer a sua responsabilidade e

definir o valor de uma possível indenização.

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Comentário:

Pois é? É exatamente igual às anteriores. Sabido que a

reparação, indenização, pode ocorrer no âmbito Administrativo ou

perante o Judiciário.

Lembre-se do fatídico caso ocorrido no Rio de Janeiro,

em que um ex-aluno, ceifou a vida de diversas criancinhas. A

prefeitura reconhecendo sua responsabilidade convocou os familiares

para, além de assumir as despesas com funeral, também indenizá-las

pelo ocorrido.

Gabarito: Errado.

47. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A

responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa

custodiada é subjetiva.

Comentário:

Quando o Estado assume a posição de garante, tal

como no caso de crianças em escolas, pessoas encarceradas, pessoas

em nosocômios etc., o Estado assume para si o ônus de garantir a

integridade física e moral de alguém, a responsabilidade por dano,

quando a pessoa estiver nessa situação, será objetiva.

Nessa situação o Estado tem o dever de garantir a

integridade física e moral, de modo que se algo acontecer a essas

pessoas, responderá o Estado de forma objetiva, pois não cumpriu

bem sua função.

INFORMATIVO Nº 567

TÍTULO: Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil

Objetiva - Dever de Indenizar (Transcrições)

PROCESSO: AI - 299125

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ARTIGO

Rebelião - Carandiru - Responsabilidade Civil Objetiva -

Dever de Indenizar (Transcrições) AI 299125/SP* RELATOR:

MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL

OBJETIVA DO ESTADO (CF, ART. 37, § 6º). CONFIGURAÇÃO.

REBELIÃO NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DO CARANDIRU.

RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL, DE

QUE SE ACHAM PRESENTES TODOS OS ELEMENTOS

IDENTIFICADORES DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O

DANO. NÃO-COMPROVAÇÃO, PELO ESTADO DE SÃO PAULO,

DA ALEGADA RUPTURA DO NEXO CAUSAL. CARÁTER

SOBERANO DA DECISÃO LOCAL, QUE, PROFERIDA EM SEDE

RECURSAL ORDINÁRIA, RECONHECEU, COM APOIO NO

EXAME DOS FATOS E PROVAS, A INEXISTÊNCIA DE CAUSA

EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER

PÚBLICO. INADMISSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E

FATOS EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (SÚMULA

279/STF). DOUTRINA E PRECEDENTES EM TEMA

DERESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO.

ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE AJUSTA À JURISPRUDÊNCIA

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.

DECISÃO: O recurso extraordinário a que se refere o

presente agravo de instrumento foi interposto contra

acórdão, que, confirmado, em sede de embargos de

declaração (fls. 101/103), pelo E. Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo, está assim ementado (fls. 96):

“RESPONSABILIDADE CIVIL – DETENTO FALECIDO EM

REBELIÃO OCORRIDA NA CASA DE DETENÇÃO –

INDENIZAÇÃO DEVIDA – EMBARGOS INFRINGENTES COM

VOTO VENCIDO QUE ENTENDE IMPROCEDENTE A AÇÃO –

EMBARGOS REJEITADOS.” (grifei) O Estado de São Paulo, no

apelo extremo em questão, alega que, “Ao apontar a

responsabilidade estatal pelo episódio, desconsiderou o E.

Tribunal o fato de que os agentes policiais agiram no estrito

cumprimento do dever legal, em contraposição à injusta

agressão dos amotinados, durante rebelião nas dependências

da Casa de Detenção” (fls. 109 – grifei). O exame destes

autos convence-me de que não assiste razão ao Estado ora

agravante, quando sustenta que o estrito cumprimento de

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dever legal e a prática de legítima defesa - que,

alegadamente, teriam pautado a conduta de seus agentes -

bastariam para descaracterizar a responsabilidade civil

objetiva do Poder Público a respeito do evento danoso em

causa. Com efeito, a situação de fato que gerou o trágico

evento narrado neste processo põe em evidência a

configuração, no caso, de todos os pressupostos primários

que determinam o reconhecimento da responsabilidade civil

objetivada entidade estatal ora agravante. Como se sabe, a

teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos

documentos constitucionais brasileiros, desde a Carta Política

de 1946, revela-se fundamento de ordem doutrinária

subjacente à norma de direito positivo que instituiu, em

nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil objetiva do

Poder Público, pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros, por ação ou por omissão

(CF, art. 37, § 6º). Essa concepção teórica - que informa o

princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do

Poder Público, tanto no que se refere à ação quanto no que

concerne à omissão do agente público - faz emergir, da mera

ocorrência de lesão causada à vítima pelo Estado, o dever de

indenizá-la pelo dano moral e/ou patrimonial sofrido,

independentemente de caracterização de culpa dos agentes

estatais, não importando que se trate de comportamento

positivo (ação) ou que se cuide de conduta negativa

(omissão) daqueles investidos da representação do Estado,

consoante enfatiza o magistério da doutrina (HELY LOPES

MEIRELLES, “Direito Administrativo Brasileiro”, p. 650, 31ª

ed., 2005, Malheiros; SERGIO CAVALIERI FILHO, “Programa

de Responsabilidade Civil”, p. 248, 5ª ed., 2003, Malheiros;

JOSÉ CRETELLA JÚNIOR, “Curso de Direito Administrativo”,

p. 90, 17ª ed., 2000, Forense; YUSSEF SAID CAHALI,

“Responsabilidade Civil do Estado”, p. 40, 2ª ed., 1996,

Malheiros; TOSHIO MUKAI, “Direito Administrativo

Sistematizado”, p. 528, 1999, Saraiva; CELSO RIBEIRO

BASTOS, “Curso de Direito Administrativo”, p. 213, 5ª ed.,

2001, Saraiva; GUILHERME COUTO DE CASTRO,

“A Responsabilidade Civil Objetiva no Direito Brasileiro”, p.

61/62, 3ª ed., 2000, Forense; MÔNICA NICIDA GARCIA,

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“Responsabilidade do Agente Público”, p. 199/200, 2004,

Fórum, v.g.), cabendo ressaltar, no ponto, a lição expendida

por ODETE MEDAUAR (“Direito Administrativo Moderno”, p.

430, item n. 17.3, 9ª ed., 2005, RT): “Informada pela ‘teoria

do risco’, a responsabilidade do Estado apresenta-se hoje, na

maioria dos ordenamentos, como ‘responsabilidade objetiva’.

Nessa linha, não mais se invoca o dolo ou culpa do agente, o

mau funcionamento ou falha da Administração. Necessário se

torna existir relação de causa e efeito entre ação ou omissão

administrativa e dano sofrido pela vítima. É o chamado nexo

causal ou nexo de causalidade. Deixa-se de lado, para fins de

ressarcimento do dano, o questionamento do dolo ou culpa

do agente, o questionamento da licitude ou ilicitude da

conduta, o questionamento do bom ou mau funcionamento

da Administração. Demonstrado o nexo de causalidade, o

Estado deve ressarcir.” (grifei) É certo, no entanto, que o

princípio da responsabilidade objetiva não se reveste

de caráter absoluto, eis que admite abrandamento e,

até mesmo, exclusão da própria responsabilidade civil

do Estado nas hipóteses excepcionais (de todo

inocorrentes na espécie em exame) configuradoras de

situações liberatórias - como o caso fortuito e a força

maior - ou evidenciadoras de culpa atribuível à própria

vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50 - RTJ 163/1107-1109,

v.g.). Impõe-se destacar, neste ponto, na linha da

jurisprudência prevalecente no Supremo Tribunal Federal

(RTJ 163/1107-1109, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que

os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil

da responsabilidade civil objetiva do Poder Público

compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade

material entre o “eventus damni” e o comportamento

positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c)

a oficialidade da atividade causal e lesiva imputável a agente

do Poder Público, que, nessa condição funcional, tenha

incidido em conduta comissiva ou omissiva,

independentemente da licitude, ou não, do seu

comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de

causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 -

RTJ 71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). A

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compreensão desse tema e o entendimento que resulta da

exegese dada ao art. 37, § 6º, da Constituição foram bem

definidos e expostos pelo Supremo Tribunal Federal em

julgamentos cujos acórdãos estão assim ementados:

“RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO PODER PÚBLICO -

PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. - A teoria do risco

administrativo, consagrada em sucessivos documentos

constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946,

confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil

objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes

públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão.

Essa concepção teórica, que informa o princípio

constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder

Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo

causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo

dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente

de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de

demonstração de falta do serviço público. - Os elementos

que compõem a estrutura e delineiam o perfil da

responsabilidade civil objetiva do Poder Público

compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade

material entre o ‘eventus damni’ e o comportamento positivo

(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a

oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente

do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional,

incidido em conduta comissiva ou omissiva,

independentemente da licitude, ou não, do comportamento

funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa

excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 - RTJ

71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). - O

princípio da responsabilidade objetiva não se reveste de

caráter absoluto, eis que admite o abrandamento e, até

mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil do

Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de

situações liberatórias - como o caso fortuito e a força maior -

ou evidenciadoras de ocorrência de culpa atribuível à própria

vítima (RDA 137/233 - RTJ 55/50). (...).” (RTJ 163/1107-

1108, Rel. Min. CELSO DE MELLO) “- Recurso extraordinário.

Responsabilidade civil do Estado. Morte depreso no interior

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do estabelecimento prisional. 2. Acórdão que proveu

parcialmente a apelação e condenou o Estado do Rio de

Janeiro ao pagamento de indenização correspondente às

despesas de funeral comprovadas. 3. Pretensão de

procedência da demanda indenizatória. 4. O consagrado

princípio da responsabilidade objetivado Estado resulta da

causalidade do ato comissivo ou omissivo e não só da culpa

do agente. Omissão por parte dos agentes públicos na

tomada de medidas que seriam exigíveis a fim de ser evitado

o homicídio. 5. Recurso conhecido e provido para condenar o

Estado do Rio de Janeiro a pagar pensão mensal à mãe da

vítima, a ser fixada em execução de sentença.” (RTJ

182/1107, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA - grifei) É por isso

que a ausência de qualquer dos pressupostos legitimadores

da incidência da regra inscrita no art. 37, § 6º, da Carta

Política basta para descaracterizar a responsabilidade civil

objetiva do Estado, especialmente quando ocorre

circunstância que rompe o nexo de causalidade material

entre o comportamento do agente público e a consumação

do dano pessoal ou patrimonial infligido ao ofendido.

Estabelecidas tais premissas, passo ao exame destes autos.

E, ao fazê-lo, observo que as circunstâncias do presente caso

- apoiadas em pressupostos fáticos soberanamente

reconhecidos pelo Tribunal “a quo” - evidenciam que todos os

elementos identificadores da responsabilidade civil

objetiva do Estado acham-se demonstrados no caso ora em

análise, especialmente o nexo de causalidade material (que

restou plenamente configurado) e cuja ruptura a parte ora

agravante, que alegara a ocorrência de causa excludente de

sua responsabilidade civil, não conseguiu demonstrar. Daí a

correta observação feita pelo E. Tribunal de Justiça do Estado

de São Paulo, quando do julgamento da apelação cível

interposta pela parte ora agravante (fls. 81/82): “Com a

prisão do indivíduo, assume o Estado o dever de cuidar

de sua incolumidade física, quer por ato do

próprio preso (suicídio), quer por ato de terceiro

(agressão perpetrada por outro preso). Assim, ante a

rebelião que eclodiu no Pavilhão 9, da Casa de

Detenção, tinha o Estado o dever de proteger a

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incolumidade física dos presos e dos próprios

revoltosos, uns dos atos dos outros. Sua intervenção

no episódio era, portanto, de rigor. E ocorrendo ofensa

à integridade física e morte do detento, é seu dever

arcar com a indenização correspondente. A propósito,

ressalta RUY BARBOSA: - ‘a legalidade do ato, ainda que

irrepreensível, não obsta à responsabilidade civil da

administração desde que haja dano a um direito’ (‘A Culpa

Civil das Administrações Públicas’ – 1898, Rio, pág. 67). Tal

dever somente restaria afastado se a ação causadora do

evento danoso tivesse ocorrido em legítima defesa própria

(entenda-se: - do agente policial) ou de terceiro (de outro

preso) que, no momento, estaria sendo agredido ou na

iminência de o ser, frise-se, pelo detento morto. Mas mesmo

encontrando-se nessa situação lícita (legítima defesa), se

tivesse produzido, com sua ação, a morte de outrem não

envolvido no fato (‘aberratio ictus’), sua seria também a

obrigação de indenizar, pois a ação, apesar de necessária, foi

agressiva, atingindo quem não estava em posição de ataque

(art. 1519 do Código Civil). Assim, para afastar sua

obrigação de reparar o dano, deveria a Fazenda do Estado

demonstrar que o detento falecido, Francisco Ferreira dos

Santos, estava, no momento de sua morte, agredindo os

policiais ou outro preso. Mas esta prova não foi produzida (o

‘onus probandi’ é seu). Como não a produziu, certa é sua

obrigação de indenizar.” (grifei) Inquestionável, desse modo,

que o Tribunal de Justiça local – ao reconhecer não

comprovada, pelo Estado de São Paulo, a ocorrência da

alegada causa de exclusão da responsabilidade estatal –

assim decidiu com apoio no conjunto probatório subjacente

ao pronunciamento jurisdicional em referência. Esse dado

assume relevo processual, pois a discussão ora suscitada

pelo Estado de São Paulo - em torno da pretendida

existência, na espécie, de causa excludente de

responsabilidade - revela-se incabível em sede de recurso

extraordinário, por depender do exame de matéria de fato,

de todo inadmissível na via do apelo extremo. Como se sabe,

o recurso extraordinário não permite que se reexaminem,

nele, em face de seu estrito âmbito temático, questões de

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fato ou aspectos de índole probatória (RTJ 161/992 – RTJ

186/703). É que o pronunciamento do Tribunal “a quo” sobre

matéria de fato reveste-se de inteira soberania (RTJ 152/612

– RTJ 153/1019 – RTJ 158/693, v.g.). Impende destacar,

neste ponto, que esse entendimento (inadmissibilidade do

exame, em sede recursal extraordinária, da existência, ou

não, de causa excludente de responsabilidade), tratando-se

do tema suscitado pela parte ora agravante, tem pleno

suporte no magistério jurisprudencial desta Suprema Corte

(AI 411.502/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – AI

586.270/RJ, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – RE 508.315/CE,

Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 595.267/SC, Rel. Min. CÁRMEN

LÚCIA, v.g.): “ACÓRDÃO QUE DECIDIU CONTROVÉRSIA

ACERCA DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO COM BASE NA

PROVA DOS AUTOS. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 37, § 6.º,

E 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Impossibilidade da

abertura da via extraordinária em razão da incidência, na

hipótese, do óbice das Súmulas 279, 282 e 356 desta Corte.

Agravo desprovido.” (AI 391.371-AgR/RJ, Rel. Min. ILMAR

GALVÃO - grifei) Cumpre ressaltar, por tal razão, em face do

caráter soberano do acórdão recorrido (que reconheceu, com

apoio no exame de fatos e provas, a ausência de

demonstração da ruptura do nexo causal sustentada pelo

Estado de São Paulo), que o Tribunal de Justiça interpretou,

com absoluta fidelidade, a norma constitucional que

consagra, em nosso sistema jurídico, a responsabilidade civil

objetiva do Poder Público. Com efeito, o acórdão impugnado

em sede recursal extraordinária, ao fazer aplicação do

preceito constitucional em referência (CF, art. 37, § 6º),

reconheceu, com inteiro acerto, no caso em exame, a

cumulativa ocorrência dos requisitos concernentes (1) à

consumação do dano, (2) à conduta dos agentes estatais, (3)

ao vínculo causal entre o evento danoso e o comportamento

dos agentes públicos e (4) à ausência de qualquer causa

excludente de que pudesse eventualmente decorrer a

exoneração da responsabilidade civil do Estado de São Paulo.

Cabe acentuar, por relevante, que a colenda Segunda Turma

do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar controvérsia

virtualmente idêntica à versada nesta causa, proferiu decisão

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que se reflete, por igual, no presente julgamento (RTJ

140/636, Rel. Min. CARLOS VELLOSO). Essa orientação

jurisprudencial - cabe enfatizar - reflete-se no magistério da

doutrina (RUI STOCO, “Tratado de Responsabilidade Civil –

Doutrina e Jurisprudência”, p. 1.204, 7ª ed., 2007, RT;

ARNALDO RIZZARDO, “Responsabilidade Civil”, p. 362 e

369/371, 1ª ed., 2005, Forense; JOSIVALDO FÉLIX DE

OLIVEIRA, “A Responsabilidade do Estado por ato lícito”, p.

74/82, Editora Habeas; GUILHERME COUTO DE CASTRO,

“A responsabilidade civil objetiva no direito brasileiro”, p.

52/55, 3ª ed., 2000, Forense; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA

DE MELLO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 995/997,

1002 e 1026/1027, 26ª ed., 2009, Malheiros; GIANNA CARLA

RUBINO LOSS, “Responsabilidade Civil do Estado por Atos

Lícitos”, “in” Cadernos do Ministério Público do Paraná, vol. 8,

nº 01, janeiro/março de 2005, p. 08/12, e JOSÉ ANTONIO

LOMONACO e FLÁVIA VANINI MARTINS MARTORI, “A

Responsabilidade Patrimonial do Estado por Ato Lícito”, “in”

Revista Nacional de Direito e Jurisprudência nº 06, Ano 1,

Junho de 2000, p. 23/24), valendo referir, ante a pertinência

de suas observações, o preciso (e sempre valioso)

entendimento de YUSSEF SAID CAHALI (“Responsabilidade

Civil do Estado”, p. 44, item n. 3.5, 3ª ed., 2007, RT): “A

responsabilidade civil do Estado, com base no risco

administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do

particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a

responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos

seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa;

e c) desde que haja nexo causal entre o dano e a ação

administrativa. A consideração no sentido da licitude da ação

administrativa é irrelevante, pois o que interessa é isto:

sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação

estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é

devida a indenização, que se assenta no princípio da

igualdade dos ônus e encargos sociais.” (grifei) Sendo assim,

e pelas razões expostas, nego provimento ao presente

agravo de instrumento, eis que se revela inviável o recurso

extraordinário a que ele se refere. Publique-se. Brasília, 05

de outubro de 2009. (21º Aniversário da promulgação da

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Constituição democrática de 1988) Ministro CELSO DE MELLO

Relator * decisão publicada no DJE de 20.10.2009

Gabarito: Errado.

48. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) O fato de um

detento morrer em estabelecimento prisional devido a

negligência de agentes penitenciários configurará hipótese de

responsabilização objetiva do Estado.

Comentário:

De fato, conforme a jurisprudência do STF, no caso de

morte de detento, ainda que tenha ocorrido por negligência de agente

público, aplica-se a responsabilidade objetiva.

Gabarito: Certo.

49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM –

CESPE/2011) Com referência à responsabilidade civil do

Estado e supondo que um aluno de escola pública tenha

gerado lesões corporais em um colega de sala, com uma arma

de fogo, no decorrer de uma aula, julgue o item abaixo. No

caso considerado, existe a obrigação do Estado em indenizar o

dano causado ao aluno ferido.

Comentário:

Como sabido, o Estado assumiu a posição de garantidor

da integridade física do aluno. Assim, qualquer dano que venha a

sofrer quando estiver nessa condição o Estado será chamado a

responder.

Veja que esses absurdos ocorrem todos os dias.

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35

Certa vez, uma amiga foi chamada às pressas para

buscar sua filha, pois tinha quebrado o braço na escola, porque um

coleguinha havia empurrado.

A direção da escola, absurdamente, não tomara as

providencias de levar a criança até o hospital mais próximo,

acreditou-se que era obrigação dos pais, tão-somente. Pois é, ainda

hoje assistimos dessas coisas, isto é, pessoas despreparadas

prestando serviços públicos.

Gabarito: Certo.

50. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRE/MS –

CESPE/2013) Determinada professora da rede pública de

ensino recebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e,

mais de uma vez, alertou à direção da escola, que se manteve

omissa. Nessa situação hipotética, caso se consumem as

agressões, a indenização será devida pelo Estado, desde que

presentes os elementos que caracterizem a culpa.

Comentário:

Na hipótese, de o aluno ameaçar a professora em sala

de aula e ter ocorrido o alerta à Administração, diante da omissão

pode-se dizer que a situação e responsabilidade subjetiva do Estado

(pela omissão), caso a agressão tenha se concretizado.

Contudo, em tais hipóteses, deve-se lembrar de que há

uma relação especial de sujeição em que o aluno, cuja integridade é

assegurada pelo Estado, também deve respeitar a integridade física

do mestre.

Com efeito, nessas hipóteses, quando o profissional da

educação já alertara a Administração para possíveis consequências,

temos a incidência também da responsabilidade objetiva do Estado

visto que também deve ser assegurada a integridade física do

professor perante o alunado.

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Nesse sentido, já decidiu o Supremo Tribunal Federal.

Vejamos:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.ADMINISTRATIVO. DANOS MORAIS.

PROFESSOR. SALA DE AULA. ALUNOS.

ADVERTÊNCIA. AMEAÇAS VERBAIS.

AGRESSÃO MORAL E FÍSICA.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO

ESTADO. ARTIGO 37, § 6º, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. REEXAME DEFATOS E PROVAS. SÚMULA N. 279 DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.INVIABILIDADE DO RECURSOEXTRAORDINÁRIO. 1. O reexame dos fatos eprovas que fundamentaram a decisão recorridainviabiliza o processamento do recursoextraordinário, ante a vedação contida no enunciadoda Súmula n. 279 desta Corte, verbis: “para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 2. In casu, a recorrida moveu ação de conhecimentocom o fim de promover a responsabilização civil doDistrito Federal e dos Diretores do Colégio nº 06em Taguatinga, por terem agido com culpa, pornegligência, em agressão sofrida pela professora,provocada por parte de um aluno daquela escola. 3.O Tribunal a quo, ao proferir o acórdãooriginariamente recorrido, consignou, verbis:“CÍVEL E PROCESSO CIVIL. DANOS MORAIS. DISTRITO FEDERAL. PROFESSOR. SALA DEAULA. ALUNOS. ADVERTÊNCIA. AMEAÇASVERBAIS. AGRESSÃO MORAL E FÍSICA.OMISSÃO E NEGLIGÊNCIA DOS AGENTESPÚBLICOS. SENTENÇA. PROCEDÊNCIA DOPEDIDO. RECURSOS DE APELAÇÃO.PRELIMINAR. REJEIÇÃO. MÉRITO.DESPROVIMENTO. MAIORIA. Os réus não

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apresentaram elementos suficientes quejustificassem a declaração de não-conhecimento daapelação da autora. Tratando-se de ato omissivo doPoder Público, a responsabilidade civil por esse atoé subjetiva. Imprescindível, portanto, ademonstração de dolo ou culpa, esta numa de suastrês modalidades – negligência, imperícia ouimprudência. O dano sofrido pela autora ficoudemonstrado pelos relatórios médicos, laudo deexame de corpo de delito, relatório psicológico erelatório do procedimento sindicante, bem como pormeio dos depoimentos acostados. Se a autora foiagredida dentro do estabelecimento educacional,houve inequívoco descumprimento do dever legaldo Estado na prestação efetiva do serviço desegurança, uma vez que a atuação diligenteimpediria a ocorrência da agressão física perpetradapelo aluno. A falta do serviço decorre do não-funcionamento, ou então, do funcionamentoinsuficiente, inadequado ou tardio do serviçopúblico que o Estado deve prestar. O fato de haverno estabelecimento um policial militar não tem ocondão de afastar a responsabilidade do Estado,pois evidenciou-se a má-atuação, consubstanciadana prestação insuficiente e tardia, o que resultou naagressão à professora. Agressão a professores emsala de aula é caso de polícia, e não de diretor deestabelecimento e seu assistente. A

responsabilidade é objetiva do Distrito Federal, a

quem incumbe garantir a segurança da direção e

do corpo docente, por inteiro, de qualquer

estabelecimento. A valoração da compensação

moral deve ser apurada mediante prudente

arbítrio do Juiz, motivado pelo princípio da

razoabilidade, e observadas a gravidade e a

repercussão do dano, bem como a intensidade, os

efeitos do sofrimento e o grau de culpa ou dolo.A finalidade compensatória, por sua vez, deve tercaráter didático-pedagógico, evitado o valor

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excessivo ou ínfimo, objetivando, sempre, odesestímulo à conduta lesiva. Não se aplica odisposto no art. 1º-F, da Lei 9.494/97, uma vez quese trata de juros de mora incidentes sobre verbaindenizatória, devendo incidir os juros de moralegais, nos termos do art. 406, com observância aopercentual de 1% ao mês, fixado pelo art. 161, § 1º,do Código Tributário Nacional (e-STJ fls. 363).” 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.(RE633138 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX,Primeira Turma, julgado em 04/09/2012)

Observe que embora a responsabilidade fosse objetiva,

a professora moveu a ação pleiteando a reparação sob a modalidade

subjetiva. Por isso, o CESPE copiando muito mal o julgado do STF

entendeu que a Corte havia estabelecido que a responsabilidade era

subjetiva, quando na verdade é objetiva.

O que a Corte decidiu é que neste caso o STF não

poderia reexaminar, pois dependeria de reapreciar provas, o que é

vedado nos Instâncias Extraordinárias.

Entendo que a questão deveria ter sido anulada, mas

não o foi, tendo o CESPE considerado correta.

Gabarito: Certo. (*)

51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Em uma

escola pública localizada no interior de determinado estado da

Federação, um aluno efetuou disparo de arma de fogo, dentro

da sala de aula, contra a professora, ferindo-a em um dos

ombros. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção

correta no que se refere aos danos causados à professora. Há

responsabilidade civil objetiva do Estado.

Comentário:

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Veja aí, é situação bem parecida com a anterior.

Nesses casos temos a responsabilidade objetiva do Estado, por ser

garantidor da integridade física e moral dos alunos e dos professores.

Gabarito: Certo.

52. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi

preso preventivamente, por meio de decisão judicial

devidamente fundamentada, mas depois absolvido por se

entender que ele não tivera nem poderia ter nenhuma

participação no evento. No entanto, por causa da prisão

cautelar, Pedro sofreu prejuízo econômico e moral. Nessa

situação, conforme entendimento recente do STF, poderão ser

indenizáveis os danos moral e material sofridos.

Comentário:

O STF tem entendimento no sentido de ser indenizável

a prisão indevida ou aquela que se excedeu além do tempo

determinado, configurando a culpa da administração judiciária,

conforme veiculado no seguinte informativo:

INFORMATIVO Nº 473

TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado: Revisão

Criminal e Prisão Preventiva - 2

PROCESSO: RE - 505393

ARTIGO

Entendeu-se que se trataria de responsabilidade

civil objetiva do Estado. Aduziu-se que a

constitucionalização do direito à indenização da

vítima de erro judiciário e daquela presa além do

tempo devido (art. 5º, LXXV), reforçaria o que já

disciplinado pelo art. 630 do CPP (“O tribunal, se

o interessado o requerer, poderá reconhecer o

direito a uma justa indenização pelos prejuízos

sofridos.”), elevado à garantia individual. No

ponto, embora se salientando a orientação consolidada

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de que a regra é a irresponsabilidade civil do

Estado por atos de jurisdição, considerou-se que,

naqueles casos, a indenização constituiria garantia

individual, sem nenhuma menção à exigência de dolo

ou de culpa do magistrado, bem como sem o

estabelecimento de pressupostos subjetivos à

responsabilidade fundada no risco administrativo do

art. 37, § 6º, da CF. Salientou-se, ainda, que muito se

discute hoje sobre o problema da prisão preventiva

indevida e de outras hipóteses de indenização por

decisões errôneas ou por faute de service da

administração da Justiça, as quais não se encontram

expressamente previstas na legislação penal. Vencido o

Min. Ricardo Lewandowski que fazia ressalvas à plena

adoção da tese da responsabilidade objetiva do Estado

no tocante a revisões criminais, em especial, nas

ajuizadas com base no inciso III do art. 621 do CPP

(“Art. 621. A revisão dos processos findos será

admitida:... III - quando, após a sentença, se

descobrirem novas provas de inocência do condenado

ou de circunstância que determine ou autorize

diminuição especial da pena.”). RE 505393/PE, rel. Min.

Sepúlveda Pertence, 26.6.2007. (RE-505393)

Gabarito: Certo.

53. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Segundo o STF, os atos

jurisdicionais típicos no âmbito cível ensejam a

responsabilidade objetiva do Estado.

Comentário:

Segundo o entendimento do STF, o Estado não

responde de forma objetiva pelos atos dos juízes. É que tais atos

estariam imunes do campo da responsabilidade estatal.

Gabarito: Errado.

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54. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Em face da prolação de

sentença penal com equívoco do juiz, o ordenamento jurídico

não permite a reparação dos eventuais prejuízos em ação

contra o Estado, mas tão somente contra o próprio

magistrado.

Comentário:

De acordo com o art. 133 do CPC o juiz responderá

pessoalmente, por perdas e danos, quando proceder com dolo ou

fraude, ou ainda no caso de recusar, omitir ou retardar, sem motivo

justo, providencia que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da

parte.

Observe, no entanto, que no caso de sentença penal,

aplica-se a regra do art. 5º, LXXV, CF/88 que estabelece que o

Estado indenizará o condenado por erro judiciário ou o que ficar preso

além do tempo fixado na sentença.

Porém, em tais casos a responsabilidade direta é do

Estado e não do magistrado.

Gabarito: Errado.

55. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF –

CESPE/2012) Incidirá a responsabilidade civil objetiva do

Estado quando, em processo judicial, o juiz, dolosamente,

retardar providência requerida pela parte.

Comentário:

O entendimento jurisprudencial é no sentido de que o

Estado não responderá pelos atos praticados pelo Juiz na condução

de processo judicial.

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Assim, nos termos do art. 133 do CPC, o juiz

responderá pessoalmente, por perdas e danos, quando proceder com

dolo ou fraude, ou ainda no caso de recusar, omitir ou retardar, sem

motivo justo, providencia que deva ordenar de ofício, ou a

requerimento da parte.

Gabarito: Errado.

56. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) O erro

judiciário, por consistir em ato consequente da prestação da

tutela jurisdicional, isenta o Estado de responsabilidade.

Comentário:

Nos termos do art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, o Estado

indenizará o condenado por erro judiciário ou o que ficar preso além

do tempo fixado na sentença.

Gabarito: Errado.

57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Não há

possibilidade de reparação civil do Estado em razão de ato

jurisdicional.

Comentário:

Há a responsabilidade civil do Estado, de acordo com o

art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, no caso de condenado por erro judiciário

ou o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.

Gabarito: Errado.

58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS –

CESPE/2013) Considerando que os atos judiciais são

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invioláveis, não se admite a responsabilização ao Estado pelos

danos que deles emergirem.

Comentário:

De fato, a regra é a irresponsabilidade pelos atos

jurisdicionais, no entanto haverá a responsabilidade civil do Estado,

de acordo com o art. 5º, inc. LXXV, da CF/88, no caso de condenado

por erro judiciário ou o que ficar preso além do tempo fixado na

sentença.

Gabarito: Errado.

59. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Poderá

o Estado ser responsabilizado, desde que se comprove que ele

agiu culposamente, caso uma lei de efeitos concretos cause

dano ao indivíduo.

Comentário:

A responsabilidade por ato legislativo somente ocorre

no caso de leis de efeitos concretos ou por norma declarada

inconstitucional pelo STF. Contudo, em ambos os casos, trata-se de

responsabilidade objetiva não sendo necessário demonstrar culpa.

Gabarito: Errado.

60. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Erro

legislativo caracterizado pela declaração de

inconstitucionalidade de determinada lei não gera

responsabilidade do Estado.

Comentário:

Em regra, não há responsabilidade por atos legislativos

típicos. Contudo, é firme o entendimento jurisprudencial no sentido

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44

de que poderá haver a responsabilidade por ato legislativo no caso de

leis de efeitos concretos ou por norma declarada inconstitucional pelo

STF.

Gabarito: Errado.

61. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Não

pode o Estado ser responsabilizado por dano resultante de

atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Em regra, o Estado não responde por dano resultado de

atos praticados pelo Poder Legislativo ou Judiciário no exercício de

suas funções típicas.

No entanto, essa regra é excepcionada no sentido de

que poderá haver a responsabilidade por ato legislativo no caso de

leis de efeitos concretos ou por norma declarada inconstitucional pelo

STF e por atos jurisdicionais no caso de condenado por erro judiciário

e aquele que ficar preso além do tempo fixado na sentença.

Gabarito: Errado.

62. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio

ajuizou ação de rito ordinário contra uma empresa de

transporte coletivo urbano, tendo em vista danos material e

moral sofridos em acidente de trânsito causado por motorista

dessa empresa. Nessa situação, adotando-se o princípio da

especialidade, conforme a legislação em vigor, o prazo

prescricional da ação de indenização será de 5 anos.

Comentário:

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45

É preciso destacar que o STF tinha entendimento de

que a responsabilidade de dano causado por prestador de serviço

público a não usuário era na modalidade subjetiva.

No entanto, essa orientação fora modificada

recentemente. Entende agora o STF que incide a

responsabilidade objetiva para usuário e não usuário de

serviço público, conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 557

TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro

Não-Usuário do Serviço - 2

PROCESSO: RE - 591874

ARTIGO

No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas

instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara

o ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em

razão de força maior, reputou-se comprovado o nexo

de causalidade entre o ato administrativo e o

dano causado ao terceiro não-usuário do serviço

público, e julgou-se tal condição suficiente para

estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa

jurídica de direito privado, nos termos do art. 37,

§ 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito público e

as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito

de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

culpa.”). Asseverou-se que não se poderia

interpretar restritivamente o alcance do art. 37, §

6º, da CF, sobretudo porque a Constituição,

interpretada à luz do princípio da isonomia, não

permite que se faça qualquer distinção entre os

chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e

não-usuários do serviço público, haja vista que

todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão

da ação administrativa do Estado, seja ela realizada

diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito

privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de

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46

que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam

de proteção constitucional decorrente da

responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito

subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-

se-ia à própria natureza do serviço público, que, por

definição, tem caráter geral, estendendo-se,

indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários

diretos ou indiretos da ação estatal. Vencido o Min.

Marco Aurélio que dava provimento ao recurso por não

vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade

administrativa e o dano em questão. Precedentes

citados: RE 262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE

459749/PE (julgamento não concluído em virtude da

superveniência de acordo entre as partes). RE

591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.

(RE-591874)

Assim, no tocante aos prestadores de serviços públicos,

em especial a pessoas jurídicas de direito privado, a responsabilidade

é objetiva em relação a usuários e não-usuários desses serviços,

basta que o dano tenha decorrido da atuação do prestador dos

serviços.

Quanto ao prazo prescricional, é importante destacar

que o Decreto nº 20.910/32 estabelece que a prescrição contra a

Fazenda Pública é quinquenal, ou seja, é de cinco anos a partir do

conhecimento do fato lesivo.

Contudo, há relevante divergência no âmbito do

Superior Tribunal de Justiça, de modo que há turma que entende ser

o prazo prescricional de cinco anos, conforme o citado decreto, e que

entende, a partir da vigência do novo Código Civil, ser o prazo de três

anos, vejamos a divergência:

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.

RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. ATO

ILÍCITO. DANO MORAL. VIOLAÇÃO ART. 535.

INOCORRÊNCIA. SÚMULA 05/STJ. PRESCRIÇÃO.

VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL”.

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47

1. Os embargos de declaração, por sua natureza

integrativa, não se prestam a materializar nítido

questionário dirigido ao julgador, pois o processo,

enquanto instrumento de distribuição da justiça, não

tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos

entre os litigantes e as magistraturas do Estado. No

caso concreto, o recorrente está a pretender nova

análise, das questões já apreciadas pelos acórdãos

anteriores.

2. É pacífico o entendimento desta Corte que ”- À

luz do novo Código Civil os prazos prescricionais

foram reduzidos, estabelecendo o art. 206, § 3º,

IV, que prescreve em três anos a pretensão de

ressarcimento de enriquecimento sem causa. Já o

art. 2.028 assenta que 'serão os da lei anterior os

prazos, quando reduzidos por este Código, e se,

na data de sua entrada em vigor, já houver

transcorrido mais da metade do tempo

estabelecido na lei revogada'.

Infere-se, portanto, que tão-somente os prazos em

curso que ainda não tenham atingido a metade do

prazo da lei anterior (menos de dez anos) estão

submetidos ao regime do Código vigente, ou seja, 3

(três) anos. Entretanto, consoante nossa melhor

doutrina, atenta aos princípios da segurança jurídica,

do direito adquirido e da irretroatividade legal, esses

três anos devem ser contados a partir da vigência do

novo Código, ou seja, 11 de janeiro de 2003, e não da

data da constituição da dívida”.

3. Recurso Especial não conhecido.

(REsp 761.634/PB, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE

MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO

TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe

16/11/2009)

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO

ESTADO. PRESCRIÇÃO. DECRETO Nº 20.910/32.

ADVENTO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. REDUÇÃO DO

PRAZO PRESCRICIONAL PARA TRÊS ANOS.

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48

1. O legislador estatuiu a prescrição de cinco anos em

benefício do Fisco e, com o manifesto objetivo de

favorecer ainda mais os entes públicos, estipulou que,

no caso da eventual existência de prazo prescricional

menor a incidir em situações específicas, o prazo

quinquenal seria afastado nesse particular. Inteligência

do art. 10 do Decreto nº 20.910/32.

2. O prazo prescricional de três anos relativo à

pretensão de reparação civil – art. 206, § 3º, V,

do Código Civil de 2002 – prevalece sobre o

quinquênio previsto no art. 1º do Decreto nº

20.910/32.

3. Recurso especial provido.

(REsp 1137354/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,

SEGUNDA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe

18/09/2009)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO

REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANO MORAL

E MATERIAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 1º DO

DECRETO N. 20.910/32. NORMA ESPECIAL QUE

PREVALECE SOBRE LEI GERAL. PRECEDENTES.

ACÓRDÃO A QUO EM DISSONÂNCIA COM A

JURISPRUDÊNCIA DO STJ.

1. As ações por responsabilidade civil contra o

Estado prescrevem em cinco anos, nos termos do

art. 1º do Decreto n. 20.910/32, porquanto é

norma especial, que prevalece sobre lei geral.

2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1149621/PR, Rel. Ministro BENEDITO

GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em

12/05/2010, DJe 18/05/2010)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE

INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. MORTE DE PRESIDIÁRIO

EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL. LEGITIMIDADE

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49

ATIVA. IRMÃOS DA VÍTIMA. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO

DO DECRETO Nº 20.910/32.

1. O art. 1º do Decreto nº 20.910/32 dispõe

acerca da prescrição qüinqüenal de qualquer

direito ou ação contra a Fazenda Pública, seja

qual for a sua natureza, a partir do ato ou fato do

qual se originou.

2. In casu, a pretensão deduzida na inicial não resultou

atingida pelo decurso do prazo prescricional, uma vez

que o fato ensejador do dano, qual seja, morte do

irmão dos autores no interior de instituição prisional, na

qual cumpria pena, ocorreu em 17.01.2002, e a ação

foi ajuizada em 07.12.2006, consoante se infere do

voto condutor do acórdão recorrido à fl. 203.

3. Os irmãos da vítima ostentam legitimidade ativa ad

causam para pleitear indenização por danos morais e

em razão do falecimento de outro irmão. Precedentes

do STJ: Resp 1054443/MT, Rel. Ministro CASTRO

MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe 31/08/2009; AgRg no

Ag 833.554/RJ, QUARTA TURMA, DJe 02/02/2009;

REsp 254.318/RJ, QUARTA TURMA, DJ 07/05/2001.

3. Ad argumentandum tantum, a hodierna

jurisprudência desta Corte está sedimenta no

sentido de que a prescrição, nas ações de

responsabilidade civil do Estado, subsume-se ao

prazo quinquenal encartado no art. 1º do Decreto

20.910/32. Precedentes do STJ: REsp

1160403/ES, SEGUNDA TURMA, DJe 22/03/2010;

e AgRg no REsp 1073796/RJ, SEGUNDA TURMA,

DJe 01/07/2009.

4. Agravo Regimental desprovido.

(AgRg no REsp 1184880/RR, Rel. Ministro LUIZ FUX,

PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe

01/07/2010)

A propósito, essa orientação restou pacificado

recentemente, no sentido de que o prazo é realmente quinquenal,

conforme estabelece o Decreto 20.910/32:

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ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL

REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ARTIGO 543-C

DO CPC). RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. PRAZO

QUINQUENAL (ART. 1º DO DECRETO 20.910/32) X

PRAZO TRIENAL (ART. 206, § 3º, V, DO CC).

PREVALÊNCIA DA LEI ESPECIAL. ORIENTAÇÃO

PACIFICADA NO ÂMBITO DO STJ. RECURSO ESPECIAL

NÃO PROVIDO.

1. A controvérsia do presente recurso especial,

submetido à sistemática do art. 543-C do CPC e da Res.

STJ n 8/2008, está limitada ao prazo prescricional em

ação indenizatória ajuizada contra a Fazenda Pública,

em face da aparente antinomia do prazo trienal (art.

206, § 3º, V, do Código Civil) e o prazo quinquenal (art.

1º do Decreto 20.910/32).

2. O tema analisado no presente caso não estava

pacificado, visto que o prazo prescricional nas ações

indenizatórias contra a Fazenda Pública era defendido

de maneira antagônica nos âmbitos doutrinário e

jurisprudencial. Efetivamente, as Turmas de Direito

Público desta Corte Superior divergiam sobre o tema,

pois existem julgados de ambos os órgãos julgadores

no sentido da aplicação do prazo prescricional trienal

previsto no Código Civil de 2002 nas ações

indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública.

Nesse sentido, o seguintes precedentes: REsp

1.238.260/PB, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell

Marques, DJe de 5.5.2011; REsp 1.217.933/RS, 2ª

Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 25.4.2011;

REsp 1.182.973/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira,

DJe de 10.2.2011;

REsp 1.066.063/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco

Falcão, DJe de 17.11.2008; EREspsim 1.066.063/RS,

1ª Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de

22/10/2009). A tese do prazo prescricional trienal

também é defendida no âmbito doutrinário, dentre

outros renomados doutrinadores: José dos Santos

Carvalho Filho ("Manual de Direito Administrativo", 24ª

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Ed., Rio de Janeiro: Editora Lumen Júris, 2011, págs.

529/530) e Leonardo José Carneiro da Cunha ("A

Fazenda Pública em Juízo", 8ª ed, São Paulo: Dialética,

2010, págs. 88/90).

3. Entretanto, não obstante os judiciosos

entendimentos apontados, o atual e consolidado

entendimento deste Tribunal Superior sobre o

tema é no sentido da aplicação do prazo

prescricional quinquenal - previsto do Decreto

20.910/32 - nas ações indenizatórias ajuizadas

contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo

trienal contido do Código Civil de 2002.

4. O principal fundamento que autoriza tal afirmação

decorre da natureza especial do Decreto 20.910/32,

que regula a prescrição, seja qual for a sua natureza,

das pretensões formuladas contra a Fazenda Pública,

ao contrário da disposição prevista no Código Civil,

norma geral que regula o tema de maneira genérica, a

qual não altera o caráter especial da legislação, muito

menos é capaz de determinar a sua revogação. Sobre o

tema: Rui Stoco ("Tratado de Responsabilidade Civil".

Editora Revista dos Tribunais, 7ª Ed. - São Paulo, 2007;

págs. 207/208) e Lucas Rocha Furtado ("Curso de

Direito Administrativo". Editora Fórum, 2ª Ed. - Belo

Horizonte, 2010; pág.

1042).

5. A previsão contida no art. 10 do Decreto 20.910/32,

por si só, não autoriza a afirmação de que o prazo

prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda

Pública foi reduzido pelo Código Civil de 2002, a qual

deve ser interpretada pelos critérios histórico e

hermenêutico. Nesse sentido: Marçal Justen Filho

("Curso de Direito Administrativo". Editora Saraiva, 5ª

Ed. - São Paulo, 2010; págs. 1.296/1.299).

6. Sobre o tema, os recentes julgados desta Corte

Superior: AgRg no AREsp 69.696/SE, 1ª Turma, Rel.

Min. Benedito Gonçalves, DJe de 21.8.2012; AgRg nos

EREsp 1.200.764/AC, 1ª Seção, Rel. Min. Arnaldo

Esteves Lima, DJe de 6.6.2012; AgRg no REsp

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1.195.013/AP, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino

Zavascki, DJe de 23.5.2012; REsp 1.236.599/RR, 2ª

Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 21.5.2012;

AgRg no AREsp 131.894/GO, 2ª Turma, Rel. Min.

Humberto Martins, DJe de 26.4.2012; AgRg no AREsp

34.053/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia

Filho, DJe de 21.5.2012; AgRg no AREsp 36.517/RJ, 2ª

Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 23.2.2012;

EREsp 1.081.885/RR, 1ª Seção, Rel. Min. Hamilton

Carvalhido, DJe de 1º.2.2011.

7. No caso concreto, a Corte a quo, ao julgar recurso

contra sentença que reconheceu prazo trienal em ação

indenizatória ajuizada por particular em face do

Município, corretamente reformou a sentença para

aplicar a prescrição quinquenal prevista no Decreto

20.910/32, em manifesta sintonia com o entendimento

desta Corte Superior sobre o tema.

8. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao

regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ

08/2008.

(REsp 1251993/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL

MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2012,

DJe 19/12/2012)

Portanto, o STJ entendeu que o prazo é quinquenal.

Gabarito: Certo.

63. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De

acordo com a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional da

pretensão de reparação civil contra a fazenda pública é de três

anos, conforme previsto no Código Civil.

Comentário:

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De acordo com o atual entendimento do STJ, o prazo

prescricional para propor ações de indenização contra a Fazenda

Pública é de cinco anos, nos termos do Decreto 20.910/32.

(*) O CESPE anulou essa questão por tê-la

considerada correta.

Gabarito: Errado.

64. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A

responsabilidade civil objetiva da concessionária de serviço

público alcança também não usuários do serviço por ela

prestado.

Comentário:

O STF firmou novo entendimento no sentido de se

aplicar a responsabilidade objetiva aos prestadores de serviços

públicos tanto no que se refere ao usuário, quanto ao não-usuário

dos serviços públicos, que tenha sofrido dano em razão da atuação do

prestador.

INFORMATIVO Nº 557

TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro

Não-Usuário do Serviço - 2

PROCESSO: RE - 591874

ARTIGO

No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas

instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara

o ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em

razão de força maior, reputou-se comprovado o nexo

de causalidade entre o ato administrativo e o

dano causado ao terceiro não-usuário do serviço

público, e julgou-se tal condição suficiente para

estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa

jurídica de direito privado, nos termos do art. 37,

§ 6º, da CF (“As pessoas jurídicas de direito público e

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as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito

de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

culpa.”). Asseverou-se que não se poderia

interpretar restritivamente o alcance do art. 37, §

6º, da CF, sobretudo porque a Constituição,

interpretada à luz do princípio da isonomia, não

permite que se faça qualquer distinção entre os

chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e

não-usuários do serviço público, haja vista que

todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão

da ação administrativa do Estado, seja ela realizada

diretamente, seja por meio de pessoa jurídica de direito

privado. Observou-se, ainda, que o entendimento de

que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam

de proteção constitucional decorrente da

responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito

subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-

se-ia à própria natureza do serviço público, que, por

definição, tem caráter geral, estendendo-se,

indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários

diretos ou indiretos da ação estatal. Vencido o Min.

Marco Aurélio que dava provimento ao recurso por não

vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade

administrativa e o dano em questão. Precedentes

citados: RE 262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE

459749/PE (julgamento não concluído em virtude da

superveniência de acordo entre as partes). RE

591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.

(RE-591874)

Gabarito: Certo.

65. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/ES – CESPE/2011)

Suponha-se que Maria estivesse conduzindo o seu veículo

quando sofreu um acidente de trânsito causado por um ônibus

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da concessionária do serviço público municipal de transporte

público, o qual lhe causou danos materiais. Nessa situação

hipotética, eventual direito à indenização pelos danos

suportados por Maria somente ocorrerá se ficar provado que o

condutor do referido coletivo atuou com culpa ou dolo, já que

não haverá responsabilidade objetiva na espécie, pois, na

oportunidade, Maria não era usuária do serviço público de

transporte público coletivo.

Comentário:

Conforme entendimento do STF a responsabilidade

objetiva aplica-se aos prestadores de serviços públicos tanto no que

se refere aos usuários, quanto aos não-usuários dos serviços

públicos.

Gabarito: Errado.

66. (ACE – TCE/ES – CESPE/2012) Conforme entendimento

do STF, com base na teoria do risco administrativo, a

responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado

prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a

terceiros usuários e não usuários do serviço.

Comentário:

De fato, o STF firmou o entendimento de que a

responsabilidade objetiva aplica-se aos prestadores de serviços

públicos tanto no que se refere aos usuários, quanto aos não-

usuários dos serviços públicos.

Gabarito: Certo.

67. (ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010)

Quando ocorre enchente em determinado local devido a

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excesso de chuva, o Estado pode ser responsabilizado

civilmente pelos danos causados à população.

Comentário:

De acordo com o que discutimos, temos observado que

também se adota no Brasil a teoria da responsabilidade subjetiva, na

modalidade culpa administrativa, diante dos casos de omissão,

inércia estatal, por força de eventos da natureza ou fato de terceiros,

quando o Estado poderia evitá-los, conforme aplicação da teoria da

falta do serviço (serviço não funcionou, funcionou mal ou não

existiu).

INFORMATIVO Nº 391

TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo

(Transcrições)

PROCESSO: 409203 - RE

ARTIGO

Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo

(Transcrições) RE 409203/RS* RELATOR: MIN. CARLOS

VELLOSO EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.

CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS.

ATO OMISSIVO DO PODER PÚBLICO: ESTUPRO PRATICADO

POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA:

CULPA PUBLICIZADA: FALHA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, §

6º. I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a

responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que

exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes,

a negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,

entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode

ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a

falta do serviço. II. - A falha do serviço - faute du

service dos franceses - não dispensa o requisito da

causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a

ação omissiva atribuída ao poder público e o dano

causado a terceiro. III. - Crime de estupro praticado por

apenado fugitivo do sistema penitenciário do Estado: nesse

caso, não há falar em nexo de causalidade entre a fuga do

apenado e o crime de estupro, observada a teoria, quanto ao

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nexo de causalidade, do dano direto e imediato. Precedentes

do STF: RE 369.820/RS, Ministro Carlos Velloso, "DJ" de

27.02.2004; RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar Galvão, "DJ" de

19.12.1996; RE 130.764/PR, Ministro Moreira Alves, RTJ

143/270. IV. - RE conhecido e provido. Relatório: O acórdão

recorrido, em ação sob o rito ordinário, proferido pela Décima

Câmara Cível do Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio

Grande do Sul, está assim ementado: "RESPONSABILIDADE

CIVIL DO ESTADO. 1. Apenado em regime aberto que,

durante fuga, invade residência e pratica violência contra as

moradoras, uma delas sendo vítima de estupro. Falha

evidente do Estado na fiscalização do cumprimento da pena

pelo autor do fato, que, apesar de ter fugido em sete

oportunidades, não foi sujeito à regressão de regime.

Confirmação da sentença de procedência, por seus próprios

fundamentos, inclusive quanto ao valor arbitrado como

reparação dos danos morais. Homologação da desistência do

apelo das autoras, restando prejudicado o recurso adesivo.

Sentença confirmada em reexame necessário." (Fl. 260) Daí o

RE, interposto pelo ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,

fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, com

alegação de ofensa ao art. 37, § 6º, da mesma Carta,

sustentando, em síntese que o dano suportado pela recorrida

decorreu exclusivamente de ato de terceiro, não havendo

falar em responsabilidade civil do Estado do Rio Grande do

Sul. Ademais, inexiste nexo causal entre a suposta falha do

serviço estatal e o dano sofrido pela recorrida. Admitido o

recurso, subiram os autos. A Procuradoria Geral da República,

em parecer lavrado pelo ilustre Subprocurador-Geral da

República, Dr. Wagner de Castro Mathias Netto, opinou pelo

não-conhecimento do recurso e, se conhecido, pelo não-

provimento. Autos conclusos em 10.3.2005. É o relatório.

Voto: Trata-se de ação de indenização por danos morais

contra o Estado do Rio Grande do Sul. Um apenado, fugitivo

da prisão, invadiu a casa das autoras e, portando arma,

exigiu-lhes dinheiro. Não atendida a exigência do meliante, as

autoras foram submetidas a ameaças, sendo que uma delas,

de 12 anos de idade, foi estuprada. Pediram, então,

indenização por danos morais ao Estado, por isso que "o

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indivíduo era foragido do sistema penitenciário estadual" (fl.

261). A ação foi julgada procedente em 1ª instância,

confirmada a sentença pelo Tribunal de Justiça, mediante a

aplicação do princípio da responsabilidade objetiva do Estado.

O acórdão admitiu ter havido "falha evidente do Estado na

fiscalização do cumprimento da pena pelo autor do fato, que,

apesar de ter fugido em sete oportunidades, não foi sujeito à

regressão de regime" (fl. 260, ementa do acórdão).

Preliminarmente, o recurso é de ser conhecido, por isso que

não se torna necessário, no caso, o exame da prova. O

acórdão esclarece os fatos e realiza a sua tipificação legal. O

que nos cabe, agora, é verificar se essa tipificação está

correta. Passo ao exame do mérito. Em caso semelhante,

oriundo, aliás, do Rio Grande do Sul, RE 369.820/RS, por

mim relatado, decidiu o Supremo Tribunal Federal: "EMENTA:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL.

RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS. ATO

OMISSIVO DO PODER PÚBLICO: LATROCÍNIO PRATICADO

POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA:

CULPA PUBLICIZADA: FALTA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, § 6º.

I. - Tratando-se de ato omissivo do poder público, a

responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige

dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a

negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo,

entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser

atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do

serviço. II. - A falta do serviço - faute du service dos

franceses - não dispensa o requisito da causalidade, vale

dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída

ao poder público e o dano causado a terceiro. III. - Latrocínio

praticado por quadrilha da qual participava um apenado que

fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há falar em

nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o latrocínio.

Precedentes do STF: RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar Galvão,

"D.J." de 19.12.96; RE 130.764/PR, Relator Ministro Moreira

Alves, RTJ 143/270. IV. - RE conhecido e provido." ("DJ" de

27.02.2004) Assim o voto que proferi por ocasião do citado

julgamento: "(...) A autora-recorrida e seu marido estavam

num veículo estacionado às margens da BR 386, no Km 328,

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quando foram assaltados por 'um apenado fugitivo, em co-

autoria com outros delinqüentes', culminando o fato com a

morte do marido da autora. (fls. 310/313). Anote-se, por

primeiro, portanto: o marido da autora foi morto por 'um

apenado fugitivo, em co-autoria com outros delinqüentes', em

número de quatro. O Estado do Rio Grande do Sul, em razão

disso, foi condenado, já que o homicídio fora praticado por

um apenado foragido, a indenizar a autora-recorrida por

danos materiais e dano moral. Está no voto em que se

embasa o acórdão: '(...) O autor do dano tinha

movimentadíssima folha de antecedentes, com prévias

condenações. E o documento de fl. 249 faz certo que havia

fugido em 20 de fevereiro de 1992, sendo recapturado em 27

de junho do mesmo ano. Ora, o lastimável evento se deu em

22 de junho. Portanto, durante lapso temporal em que o

assassino esteve foragido. E a fuga de presídio, lançando-se à

rua perigoso delinqüente corresponde à inequívoca falta do

serviço. O acórdão recorrido concluiu, assim, estar

evidenciada a responsabilidade do Poder Público, em face da

existência de nexo causal entre o evento lesivo e o

desempenho das tarefas estatais, considerada,

especialmente, a circunstância de o mesmo haver sido

praticado por criminoso de alta periculosidade, em co-autoria

com outros delinqüentes, ainda que foragido há quatro meses

e que a sua pena, à época, somasse quatro anos e três meses

de reclusão, e não cinqüenta e quatro anos, como depois

fixada pelo Tribunal. Ainda, os fatos evitam o argumento

genérico de um mero dever de dar segurança, como se o

Estado fosse responsável por algum tipo de seguro de vida ou

de patrimônio. Não é o caso. Na hipótese, é evidente a falta

de serviço, em que perigosíssimo delinqüente conseguiu fugir.

Fica claro, portanto, que o Estado deve responder pelo mal

funcionamento de seus serviços, sempre que seu funcionário

for demorado, lento e vagaroso no desempenho dos mesmos

e desse estado de letargia surgir o dano, como referiu

Ulderico Pires dos Santos, na obra A responsabilidade civil na

doutrina e jurisprudência, Forense, 1984, p. 597. (...)' (fl.

399). II No caso, o dano não resultou de ato praticado por

agente público, mas foi causado mediante ato comissivo de

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terceiro. Ter-se-ia, portanto, ato omissivo do poder público.

No voto que proferi no RE 204.037/RJ, cuidei do tema: a

responsabilidade do poder público por ato omissivo. Destaco

do voto que proferi: '(...) O § 6º do art. 37 da CF dispõe:

'Art.37. (...) (...) § 6º - As pessoas jurídicas de direito público

e as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,

causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra

o responsável nos casos de dolo ou culpa.' Em princípio, pois,

a responsabilidade objetiva do poder público, assentada na

teoria do risco administrativo, ocorre por ato de seus agentes.

Dir-se-á que o ato do agente público poderá ser omissivo.

Neste caso, entretanto, exige-se a prova da culpa. É que a

omissão é, em essência, culpa, numa de suas três vertentes:

negligência, que, de regra, traduz desídia, imprudência, que é

temeridade, e imperícia, que resulta de falta de habilidade

(Álvaro Lazarini, 'Responsabilidade Civil do Estado por Atos

Omissivos dos seus Agentes', em 'Rev. Jurídica', 162/125).

Celso Antônio Bandeira de Mello, dissertando a respeito do

tema, deixa expresso que 'o Estado só responde por

omissões quando deveria atuar e não atuou - vale

dizer: quando descumpre o dever legal de agir. Em uma

palavra: quando se comporta ilicitamente ao abster-se.'

E continua: 'A responsabilidade por omissão é

responsabilidade por comportamento ilícito. E é

responsabilidade subjetiva, porquanto supõe dolo ou

culpa em suas modalidades de negligência, imperícia

ou imprudência, embora possa tratar-se de uma culpa

não individualizável na pessoa de tal ou qual

funcionário, mas atribuída ao serviço estatal

genericamente. É a culpa anônima ou faute de service

dos franceses, entre nós traduzida por 'falta de

serviço'. É que, em caso de ato omissivo do poder

público, o dano não foi causado pelo agente público. E o

dispositivo constitucional instituidor da

responsabilidade objetiva do poder público, art. 107 da

CF anterior, art. 37, § 6º, da CF vigente, refere-se aos

danos causados pelos agentes públicos, e não aos

danos não causados por estes, 'como os provenientes

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de incêndio, de enchentes, de danos multitudinários, de

assaltos ou agressões que alguém sofra em vias e

logradouros públicos, etc.' Nesses casos, certo é que o

poder público, se tivesse agido, poderia ter evitado a

ação causadora do dano. A sua não ação, vale dizer, a

omissão estatal, todavia, se pode ser considerada

condição da ocorrência do dano, causa, entretanto, não

foi. A responsabilidade em tal caso, portanto, do

Estado, será subjetiva. (Celso Antônio Bandeira de Mello,

'Responsabilidade Extracontratual do Estado por

Comportamentos Administrativos', em 'Rev. dos Tribs.',

552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito Administrativo', em 'Rev.

dos Tribs.', 552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito

Administrativo', Malheiros Ed. 5º ed., pp. 489 e segs.). Não é

outro o magistério de Hely Lopes Meirelles: 'o que a

Constituição distingue é o dano causado pelos agentes da

Administração (servidores) dos danos ocasionados por atos

de terceiros ou por fenômenos da natureza. Observe-se que o

art. 37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à

Administração pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causem a terceiros. Portanto o legislador

constituinte só cobriu o risco administrativo da atuação ou

inação dos servidores públicos; não responsabilizou

objetivamente a Administração por atos predatórios de

terceiros, nem por fenômenos naturais que causem danos aos

particulares'. A responsabilidade civil por tais atos e fatos é

subjetiva. (Hely Lopes Meirelles, 'Direito Administrativo

Brasileiro', Malheiros Ed., 21ª ed., 1996, p. 566). Esta é,

também, a posição de Lúcia Valle Figueiredo, que, apoiando-

se nas lições de Oswaldo Aranha Bandeira de Mello e Celso

Antônio Bandeira de Mello, leciona que 'ainda que consagre o

texto constitucional a responsabilidade objetiva, não há como

se verificar a adequabilidade da imputação ao Estado na

hipótese de omissão, a não ser pela teoria subjetiva'. E

justifica: é que, 'se o Estado omitiu-se, há de se perquirir se

havia o dever de agir. Ou, então, se a ação estatal teria sido

defeituosa a ponto de se caracterizar insuficiência da

prestação de serviço.'(Lúcia Valle Figueiredo, 'Curso de

Direito Administrativo', Malheiros Ed., 1994, p. 172). Desse

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entendimento não destoa a professora Maria Sylvia Zanella Di

Pietro ('Direito Administrativo', Ed. Atlas, 5ª ed., 1995,

p.415). Posta a questão em tais termos, força é concluir, no

caso, pelo não-conhecimento do recurso, dado que, conforme

vimos, a versão fática do acórdão é que não houve culpa do

servidor da empresa ao não impedir a ocorrência do fato,

nem é possível presumir, no caso, a faute de service, ou a

culpa anônima, vale dizer, a culpa que poderia ser atribuída

ao serviço estatal de forma genérica. (...)' (RTJ 179/797-

798). Maria Helena Diniz também sustenta que a

responsabilidade do Estado por ato omissivo é subjetiva

('Cód. Civil Anotado', Saraiva, 4ª ed., pág. 31). De outro lado,

há juristas que entendem que a responsabilidade estatal por

ato omissivo é objetiva. Assim, por exemplo, Yussef Said

Cahali ('Responsabilidade Civil do Estado', Malheiros Ed., 2ª

ed., 1995, pág. 40), Odete Medauar ('Direito Administrativo

Moderno', Ed. R.T., 4ª ed., 2000, pág. 430) e Celso Ribeiro

Bastos ('Curso de Direito Administrativo', Saraiva, 3ª ed.,

1999, p. 190), dentre outros. No voto que proferi no RE

204.037/RJ, retrotranscrito, mencionei que Hely Lopes

Meirelles adotara a responsabilidade subjetiva na hipótese de

ações omissivas do poder público. Agora, melhor examinando

a obra do saudoso e notável mestre, reconheço o meu

engano. Hely Lopes Meirelles, na verdade, sustentava a teoria

da responsabilidade objetiva do Estado pelos atos comissivos

e omissivos dos seus agentes. 'O essencial é que o agente da

Administração haja praticado o ato ou a omissão

administrativa no exercício de suas atribuições ou a pretexto

de exercê-las.' ('Direito Administrativo Brasileiro', Malheiros

Ed., 24ª ed., 1999, pág. 589). Continua: 'O que a

Constituição distingue é o dano causado pelos agentes da

Administração (servidores) dos danos ocasionados por atos

de terceiros ou por fenômenos da natureza. Observe-se que o

art. 37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à

Administração pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causem a terceiros.' (grifei). E acrescenta,

esclarecendo: 'Portanto, o legislador constituinte só cobriu o

risco administrativo da atuação ou inação dos servidores

públicos; não responsabilizou objetivamente a Administração

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por atos predatórios de terceiros, (...)' ('Direito Administrativo

Brasileiro', Malheiros Ed., 24ª ed., 1999, págs. 589/590).

Ora, no citado RE 204.037/RJ, cuidávamos de ato praticado

por terceiro, no interior de veículo de transporte coletivo,

assim de concessionária do serviço público. O Supremo

Tribunal Federal, pela sua 1ª Turma, no RE 109.615/RJ,

Relator o Ministro Celso de Mello, decidiu no sentido de que é

objetiva a responsabilidade do Estado 'pelos danos a que os

agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por

omissão.' (RTJ 163/1.107). III No caso, o acórdão decidiu

pela ocorrência da falta do serviço. A falta do serviço decorre

do não-funcionamento ou do funcionamento insuficiente,

inadequado, tardio ou lento do serviço que o poder público

deve prestar. No RE 179.147/ SP, por mim relatado, decidiu

esta 2ª Turma que 'tratando-se de ato omissivo do poder

público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo

que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes,

negligência, imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto,

necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao

serviço público, de forma genérica, a faute du service dos

franceses.' (RTJ 179/791). IV Todavia, a faute du service não

dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de

causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público

e o dano causado a terceiro. O Ministro Moreira Alves, no voto

que proferiu no RE 130.764/PR, lecionou que 'a teoria

adotada quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano

direto e imediato, também denominada teoria da interrupção

do nexo causal', que 'sem quaisquer considerações de ordem

subjetiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias

existentes: a da equivalência das condições e a da

causalidade adequada' (cf. Wilson Mello da Silva,

'Responsabilidade sem culpa', nºs. 78 e 79, págs. 128 e

seguintes, Ed. Saraiva, São Paulo, 1974). Essa teoria, como

bem demonstra Agostinho Alvim ('Da Inexecução das

Obrigações', 5ª ed., nº 226, pág. 370, Ed. Saraiva, São

Paulo, 1980), só admite o nexo de causalidade quando o dano

é efeito necessário de uma causa, o que abarca o dano direto

e imediato sempre, e, por vezes, o dano indireto e remoto,

quando, para a produção deste, não haja concausa sucessiva.

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Daí, dizer Agostinho Alvim (1. c): 'os danos indiretos ou

remotos não se excluem, só por isso; em regra, não são

indenizáveis, porque deixam de ser efeito necessário, pelo

aparecimento de concausas. Suposto não existam estas,

aqueles danos são indenizáveis.' (RE 130.764/PR, RTJ

143/270, 283). V A questão a ser posta, agora, é esta: a fuga

de um apenado da prisão, vindo este, tempos depois,

integrando quadrilha de malfeitores, assassinar alguém,

implica obrigação de indenizar por parte do poder público, sob

color de falta do serviço? No citado RE 130.764/PR, da

relatoria do Ministro Moreira Alves, cuidou-se de tema

semelhante ao aqui tratado. Ali, a espécie versada foi a

seguinte: bando de marginais, integrado por dois evadidos de

prisões estaduais, invadiu residência e, dominando a família,

apossou-se de bens desta, levando o terror às pessoas,

agredindo o dono da casa e causando elevado prejuízo à

família. Proposta a ação de indenização, reconheceram as

instâncias ordinárias a responsabilidade civil do Estado,

condenando-o a compor os danos materiais, mediante a

aplicação da responsabilidade objetiva e invocando a falta do

serviço. Decidiu, então, o Supremo Tribunal Federal, no

mencionado RE 130.764/PR: 'EMENTA: Responsabilidade Civil

do Estado. Dano decorrente de assalto por quadrilha de que

fazia parte preso foragido vários meses antes. - A

responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do

disposto no artigo 107 da Emenda Constitucional nº 1/69 (e,

atualmente, no § 6º do artigo 37 da Carta Magna), não

dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do nexo

de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída a seus

agentes e o dano causado a terceiros. - Em nosso sistema

jurídico, como resulta do dispositivo no artigo 1.060 do

Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de causalidade

é a teoria do dano direto e imediato, também denominada

teoria da interrupção do nexo causal. Não obstante aquele

dispositivo da codificação civil diga respeito à impropriamente

denominada responsabilidade contratual, aplica-se ele

também à responsabilidade extracontratual, inclusive a

objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer

considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes

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das outras duas teorias existentes: a da equivalência das

condições e a da causalidade adequada. - No caso, em face

dos fatos tidos como certos pelo acórdão recorrido, e com

base nos quais reconheceu ele o nexo de causalidade

indispensável para o reconhecimento da responsabilidade

objetiva constitucional, é inequívoco que o nexo de

causalidade inexiste, e, portanto, não pode haver a incidência

da responsabilidade prevista no artigo 107 da Emenda

Constitucional nº 1/69, a que corresponde o § 6º do artigo 37

da atual Constituição. Com efeito, o dano decorrente do

assalto por uma quadrilha de que participava um dos

evadidos da prisão não foi o efeito necessário da omissão da

autoridade pública que o acórdão recorrido teve como causa

da fuga dele, mas resultou de concausas, como a formação

da quadrilha, e o assalto ocorrido cerca de vinte e um meses

após a evasão. - Recurso extraordinário conhecido e provido.'

('D.J.' de 07.8.92). No RE 172.025/RJ, Relator o Ministro

Ilmar Galvão, decidiu o Supremo Tribunal Federal: 'EMENTA:

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LATROCÍNIO PRATICADO POR

PRESO FORAGIDO, MESES DEPOIS DA FUGA. Fora dos

parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder

Público uma responsabilidade ressarcitória sob o argumento

de falha no sistema de segurança dos presos. Precedente da

Primeira turma: RE 130.764, Relator Ministro Moreira Alves.

Recurso extraordinário não conhecido.' ('D.J.' de 19.12.96).

Nesse RE 172.025/RJ, cuidou-se de ação de reparação de

dano proposta contra o Estado do Rio de Janeiro, com base

no art. 107 da CF/67, por ter sido o marido da autora vítima

de latrocínio praticado por presidiário foragido. Caso igual,

portanto, ao que examinamos aqui. (...)." O caso aqui tratado

é igual ao que foi examinado e decidido no RE 369.820/RS,

acima transcrito. Não há dúvida que, no caso, houve falha do

serviço, a faute du service dos franceses. Esta, todavia, não

prescinde da demonstração do nexo de causalidade. É dizer,

no caso, deveria estar demonstrado o nexo de causalidade

entre a fuga do apenado e o lamentável fato ocorrido, certo

que há de ser observada a teoria, quanto ao nexo de

causalidade, do dano direto e imediato. Não há possibilidade,

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portanto, da adoção, no caso sob julgamento, da falha do

serviço. Do exposto, conheço do recurso e dou-lhe

provimento. * julgamento pendente de conclusão em virtude

do pedido de vista do Min. Joaquim Barbosa

Gabarito: Certo.

68. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF –

CESPE/2012) A responsabilidade do Estado por danos

causados por fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.

Comentário:

Essa questão deveria ter sido anulada. É que, em regra,

o Estado não responde por danos causados por fenômenos da

natureza (excludente de responsabilidade).

Contudo, nos casos em que é necessária a ação estatal

diante de eventos da natureza e ele se mantém omisso, aplica-se a

modalidade de responsabilidade subjetiva (teoria da faute du

service).

Todavia, a banca considerou a questão correta.

Gabarito: Certo. (*)

69. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) A teoria da

responsabilidade civil objetiva do Estado deve ser aplicada de

modo absoluto, não sendo admitida hipótese de exclusão nem

de abrandamento.

Comentário:

A teoria da responsabilidade objetiva não é absoluta,

eis que se admite excludente de responsabilidade, tal como no caso

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de culpa exclusiva da vítima, força maior, caso fortuito ou fato de

terceiros, bem como abrandamento no caso de culpa concorrente.

Gabarito: Errado.

70. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Se a

pessoa que sofrer dano contribuir, de alguma forma, para o

resultado danoso, a responsabilidade do Estado estará, então,

afastada, pois este só responde pelos danos cuja

responsabilidade lhe seja integralmente atribuída.

Comentário:

A responsabilidade objetiva é dividida em duas

modalidades: risco administrativo e risco integral.

A grande diferença é que na modalidade risco

administrativo admite-se excludente de responsabilidade, enquanto

no risco integral não há tal hipótese.

Com efeito, são excludentes de responsabilidade a

culpa exclusiva da vítima, a ocorrência de caso fortuito ou força

maior, ou quando há interrupção do nexo causal.

Pode, ademais, ocorrer a chamada culpa concorrente

(concorrência de culpa), quando o dano decorre de conduta estatal e

do administrado, em concomitância, ficando a responsabilidade

estatal mitigada ou atenuada, respondendo na proporção de sua

conduta.

Assim, se a pessoa que sofrer dano contribuir, de

alguma forma, para o resultado danoso, a responsabilidade do Estado

não será afastada, somente será proporcional à sua participação no

dano.

Gabarito: Errado.

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71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A força

maior, como acontecimento imprevisível e inevitável, estranho

à vontade das partes, não gera a responsabilidade civil do

Estado.

Comentário:

De fato, a excludente de responsabilidade denominada

força maior é evento estranho à Administração e ao particular,

imprevisível, inevitável e irresistível, tal como uma guerra civil,

tsunami, furacão, terremoto etc.

Fato de terceiros é acontecimento imputado a terceiros

que não decorrem de conduta da Administração.

No âmbito da responsabilidade objetiva devemos

perceber que tais excludentes devem ser associadas ao rompimento

do nexo causal.

Gabarito: Certo.

72. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De

acordo com a teoria subjetiva, o Estado tem o dever de

indenizar pelos danos que causar a terceiros, sem a

possibilidade de qualquer exclusão de sua responsabilidade.

Comentário:

Tanto na responsabilidade objetiva (risco

administrativo) quanto nas formas subjetivas há a possibilidade de

excludente de responsabilidade, tal com a culpa exclusiva da vítima,

o caso fortuito e força maior, bem com por fato de terceiros.

Gabarito: Errado.

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73. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Um

paciente internado em hospital público de determinado estado

da Federação cometeu suicídio, atirando-se de uma janela

próxima a seu leito, localizado no quinto andar do

hospital. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção

correta acerca da responsabilidade civil do Estado. Exclui-se a

responsabilidade do Estado, por ter sido a culpa exclusiva da

vítima, sem possibilidade de interferência do referido ente

público.

Comentário:

Vê-se em tal hipótese que o suicídio se deu por ato

único e exclusivo do paciente, acontecimento que não tem origem ou

é propiciado por conduta estatal, de modo que se aplica a excludente

por culpa exclusiva da vítima.

Gabarito: Certo.

74. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2012) O

caso fortuito, como causa excludente da responsabilidade civil

do Estado, consiste em acontecimento imprevisível, inevitável

e completamente alheio à vontade das partes, razão por que

não pode o dano daí decorrente ser imputado à administração.

Comentário:

De fato, caso fortuito é uma causa de excludente de

responsabilidade estatal, que consiste em acontecimento

imprevisível, inevitável e completamente alheio à vontade das partes.

Todavia, há hipóteses em que mesmo o dano

decorrente de caso fortuito pode ser imputado à Administração ante a

sua inércia ou omissão em criar mecanismos para minimizar ou

enfrentar o evento.

Gabarito: Errado.

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75. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A

responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em

face de particular que tenha sofrido algum dano pode ser

reduzida, ou mesmo excluída, havendo culpa concorrente da

vítima ou tendo sido ela a única culpada pelo dano.

Comentário:

De fato, no caso de culpa concorrente a

responsabilidade é reduzida e no caso de culpa exclusiva é afastada,

ou seja, excluída.

Gabarito: Certo.

76. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) À

semelhança do que ocorre no direto civil, o direito

administrativo admite a culpa concorrente da vítima,

considerando-a causa atenuante da responsabilidade civil do

Estado.

Comentário:

A culpa concorrente ocorre no caso em que o dano

decorre tanto de conduta estatal quanto do particular. Nesta hipótese

a responsabilidade do estatal é atenuada.

Gabarito: Certo.

77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012)

De acordo com a teoria do risco administrativo, o ônus da

prova de culpa do particular por eventual dano que tenha

sofrido, caso exista, cabe sempre à administração pública.

Comentário:

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A teoria do risco administrativo é aplicada na

responsabilidade objetiva, por isso não cabe ao particular o ônus de

demonstrar culpa. Assim, caso a Administração pretenda excluir ou

atenuar sua responsabilidade terá o ônus de provar a culpa do

particular.

Gabarito: Certo.

É isso aí. Por hoje é só.

Mas, entramos no quilômetro final e agora é o momento de

reunirmos todas as forças e concentrarmos no objetivo que

está bem próximo.

Vamos que vamos, agora é a hora.

Grande abraço e bons estudos.

Prof. Edson Marques

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil

adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, segundo a

qual a administração pública somente poderá reparar o prejuízo

causado a terceiro se restar devidamente comprovada a culpa do

agente público.

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O ordenamento

jurídico brasileiro adota a teoria da irresponsabilidade do Estado.

3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria da

irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro.

4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas

jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de

serviços públicos respondem objetivamente pelos eventuais danos

que seus agentes causarem a terceiros ao prestarem tais serviços.

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5. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As empresas

prestadoras de serviços públicos não respondem pelos prejuízos que

seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Em tal

hipótese, o ressarcimento do terceiro prejudicado deve ser feito

diretamente pelo agente causador do dano.

6. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de direito

privado prestadoras de serviço público respondem objetivamente

pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a

terceiros.

7. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As empresas

públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade

econômica respondem pelos danos que seus agentes causarem a

terceiros conforme as mesmas regras aplicadas às demais pessoas

jurídicas de direito privado.

8. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra da

responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às entidades

de direito privado que prestam serviço público como às entidades da

administração indireta que executem atividade econômica de

natureza privada.

9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo a CF, a

responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas jurídicas de

direito público, as de direito privado prestadoras de serviços públicos

e as executoras de atividade econômica.

10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma sociedade

de economia mista que explore atividade econômica responde

objetivamente pelos danos que causar a terceiros.

11. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das entidades

estatais de direito privado que desempenham serviços públicos, as

empresas privadas que prestam serviços públicos por delegação não

se submetem ao regime da responsabilidade civil objetiva prevista no

texto constitucional.

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12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A marca

característica da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o

lesado pela conduta estatal provar a existência da culpa do agente ou

do serviço, ficando o fator culpa desconsiderado como pressuposto da

responsabilidade objetiva; a caracterização da responsabilidade

objetiva requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato

administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal.

13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a

configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de apenas

três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o nexo causal,

sendo desnecessário que o lesado pela conduta estatal prove a

existência de culpa do agente ou do serviço.

14. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A

responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a sua

configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e

nexo de causalidade.

15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – CESPE/2013) Se

do atributo da executoriedade do ato administrativo resultar dano ao

particular em razão de ilegitimidade ou abuso, o Estado estará

obrigado a indenizar o lesado, uma vez configurados a conduta

danosa, o dano e o nexo causal.

16. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O nexo de

causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de

eventual responsabilidade do Estado.

17. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa determinação

legal, o Estado poderá responder civilmente por danos causados a

terceiros, ainda que sua atuação tenha ocorrido de modo regular e

conforme com o direito.

18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória

configuração da culpa para a eclosão do evento danoso.

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19. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A

responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de a

pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da culpa do

agente ou do serviço.

20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os agentes

que, por ação ou omissão, podem gerar a responsabilidade civil do

Estado são os servidores estatutários, uma vez que apenas eles têm

relação de trabalho que os vincula diretamente à administração.

21. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para efeito

de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente o servidor

que, em sua atuação, causar dano a terceiros. Exclui-se, assim,

dessa noção as pessoas que não têm vínculo típico de trabalho com a

administração e os agentes colaboradores e sem remuneração.

22. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para

configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público

causador do dano deve ser servidor público estatutário e possuir

vínculo direto com a administração.

23. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para

configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público

causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de

agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou

além de sua competência legal.

24. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a jurisprudência têm

reconhecido a obrigatoriedade de o Estado indenizar tanto os danos

materiais quanto os danos morais, mas não os danos emergentes e

os lucros cessantes.

25. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de responsabilidade

civil do Estado, é possível a cumulação de indenizações por dano

material e dano moral que decorram de um só fato.

26. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade do

poder público só se configura em face de atos lícitos, os atos

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contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a responsabilidade

penal e civil do agente público, mas não a responsabilidade civil do

Estado.

27. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a teoria

do risco administrativo, consagrada no ordenamento jurídico

brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por danos causados

aos administrados baseia-se na equânime repartição dos prejuízos

que o desempenho do serviço público impõe a certos indivíduos, não

suportados pelos demais.

28. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a

responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação

concomitante de três elementos - dano, negligência administrativa e

nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito

do poder público -, é inafastável o direito à indenização ou reparação

civil de quem suportou os prejuízos.

29. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina

dominante é no sentido de que se aplica a teoria da responsabilidade

subjetiva nos casos de ato comissivo estatal.

30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta omissiva

do Estado, incide a responsabilidade objetiva, bastando a

comprovação do nexo causal entre a omissão e o prejuízo causado ao

particular.

31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011)

Para se caracterizar a responsabilidade civil do Estado no caso de

conduta omissiva, não basta a simples relação entre a omissão

estatal e o dano sofrido, pois a responsabilidade só estará

configurada quando estiverem presentes os elementos que

caracterizem a culpa.

32. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Em se

tratando de conduta omissiva, para configuração da responsabilidade

estatal, é necessária a comprovação dos elementos que caracterizam

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a culpa, de forma que não deve ser aplicada absolutamente a teoria

da responsabilidade objetiva.

33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A

responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva,

sendo necessária a comprovação da negligência na atuação estatal,

ou seja, a prova da omissão do Estado, em que pese o dever

legalmente imposto de agir, além do dano e do nexo causal entre

ambos.

34. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No caso de

conduta omissiva do Estado, só haverá responsabilidade civil quando

estiverem presentes os elementos que caracterizam a culpa.

35. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado responda por

danos causados por agente seu a particular, é necessário que a

pessoa lesada faça prova da culpabilidade direta ou indireta da

administração, tanto no caso de ação quanto no de omissão.

36. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente

público que produza dano ao particular obriga o Estado a indenizar o

particular, desde que a vítima comprove que a omissão é a causa do

prejuízo.

37. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A

responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de reparar os

danos causados por seus agentes a terceiros em decorrência de suas

atuações, mas não por suas omissões.

38. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 10ª

REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região

metropolitana de determinado município é acometida por inundações,

o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local

demonstraram que os fatores preponderantes causadores das

enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o

acúmulo de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação

hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a

jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta, caso

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haja danos a algum cidadão e reste provada conduta omissiva por

parte do Estado, a responsabilidade deste será subjetiva.

39. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O Estado pode

exercer o direito de regresso contra o agente responsável pelo dano

praticado, independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.

40. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito de

regresso é o assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua

pretensão indenizatória contra o agente responsável pelo dano,

independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.

41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Em caso de

responsabilidade decorrente de ato praticado por servidor público, a

obrigação de reparar o dano limita-se ao próprio servidor público.

42. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 10ª

REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região

metropolitana de determinado município é acometida por inundações,

o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local

demonstraram que os fatores preponderantes causadores das

enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o

acúmulo de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação

hipotética, julgue os itens subsequentes. Caso algum cidadão

pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor ação

contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público

responsável, visto que a responsabilidade civil na situação hipotética

em apreço é solidária.

43. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O Estado será

responsável pelos danos que seus agentes causarem, sendo incabível

a ação regressiva mesmo no caso de dolo e culpa do agente.

44. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A

reparação do dano, na hipótese de prejuízo causado a terceiros pela

administração, pode ser feita tanto no âmbito administrativo quanto

no judicial.

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45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM –

CESPE/2011) A reparação do dano causado a terceiros pode ser feita

tanto no âmbito judicial quanto no administrativo, mas, neste último

caso, a administração é obrigada a pagar o montante indenizatório de

uma só vez, em dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem

ou o interesse lesado.

46. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A reparação

de danos causados a terceiros somente pode ser feita no âmbito

judicial, pois a administração não está legitimada a, por si só,

reconhecer a sua responsabilidade e definir o valor de uma possível

indenização.

47. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A

responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa

custodiada é subjetiva.

48. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) O fato de um detento

morrer em estabelecimento prisional devido a negligência de agentes

penitenciários configurará hipótese de responsabilização objetiva do

Estado.

49. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STM – CESPE/2011)

Com referência à responsabilidade civil do Estado e supondo que um

aluno de escola pública tenha gerado lesões corporais em um colega

de sala, com uma arma de fogo, no decorrer de uma aula, julgue o

item abaixo. No caso considerado, existe a obrigação do Estado em

indenizar o dano causado ao aluno ferido.

50. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRE/MS –

CESPE/2013) Determinada professora da rede pública de ensino

recebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e, mais de uma

vez, alertou à direção da escola, que se manteve omissa. Nessa

situação hipotética, caso se consumem as agressões, a indenização

será devida pelo Estado, desde que presentes os elementos que

caracterizem a culpa.

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51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Em uma escola

pública localizada no interior de determinado estado da Federação,

um aluno efetuou disparo de arma de fogo, dentro da sala de aula,

contra a professora, ferindo-a em um dos ombros. A partir dessa

situação hipotética, assinale a opção correta no que se refere aos

danos causados à professora. Há responsabilidade civil objetiva do

Estado.

52. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi preso

preventivamente, por meio de decisão judicial devidamente

fundamentada, mas depois absolvido por se entender que ele não

tivera nem poderia ter nenhuma participação no evento. No entanto,

por causa da prisão cautelar, Pedro sofreu prejuízo econômico e

moral. Nessa situação, conforme entendimento recente do STF,

poderão ser indenizáveis os danos moral e material sofridos.

53. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Segundo o STF, os atos

jurisdicionais típicos no âmbito cível ensejam a responsabilidade

objetiva do Estado.

54. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Em face da prolação de sentença

penal com equívoco do juiz, o ordenamento jurídico não permite a

reparação dos eventuais prejuízos em ação contra o Estado, mas tão

somente contra o próprio magistrado.

55. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF – CESPE/2012)

Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado quando, em

processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida

pela parte.

56. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) O erro

judiciário, por consistir em ato consequente da prestação da tutela

jurisdicional, isenta o Estado de responsabilidade.

57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Não há

possibilidade de reparação civil do Estado em razão de ato

jurisdicional.

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58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Considerando

que os atos judiciais são invioláveis, não se admite a

responsabilização ao Estado pelos danos que deles emergirem.

59. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Poderá o

Estado ser responsabilizado, desde que se comprove que ele agiu

culposamente, caso uma lei de efeitos concretos cause dano ao

indivíduo.

60. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) Erro

legislativo caracterizado pela declaração de inconstitucionalidade de

determinada lei não gera responsabilidade do Estado.

61. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) Não pode o

Estado ser responsabilizado por dano resultante de atos praticados

pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário.

62. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio

ajuizou ação de rito ordinário contra uma empresa de transporte

coletivo urbano, tendo em vista danos material e moral sofridos em

acidente de trânsito causado por motorista dessa empresa. Nessa

situação, adotando-se o princípio da especialidade, conforme a

legislação em vigor, o prazo prescricional da ação de indenização será

de 5 anos.

63. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De acordo com

a jurisprudência do STJ, o prazo prescricional da pretensão de

reparação civil contra a fazenda pública é de três anos, conforme

previsto no Código Civil.

64. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A

responsabilidade civil objetiva da concessionária de serviço público

alcança também não usuários do serviço por ela prestado.

65. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TJ/ES – CESPE/2011) Suponha-se

que Maria estivesse conduzindo o seu veículo quando sofreu um

acidente de trânsito causado por um ônibus da concessionária do

serviço público municipal de transporte público, o qual lhe causou

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danos materiais. Nessa situação hipotética, eventual direito à

indenização pelos danos suportados por Maria somente ocorrerá se

ficar provado que o condutor do referido coletivo atuou com culpa ou

dolo, já que não haverá responsabilidade objetiva na espécie, pois,

na oportunidade, Maria não era usuária do serviço público de

transporte público coletivo.

66. (ACE – TCE/ES – CESPE/2012) Conforme entendimento do STF,

com base na teoria do risco administrativo, a responsabilidade civil

das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço

público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não usuários

do serviço.

67. (ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010)

Quando ocorre enchente em determinado local devido a excesso de

chuva, o Estado pode ser responsabilizado civilmente pelos danos

causados à população.

68. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF – CESPE/2012) A

responsabilidade do Estado por danos causados por fenômenos da

natureza é do tipo subjetiva.

69. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) A teoria da responsabilidade civil

objetiva do Estado deve ser aplicada de modo absoluto, não sendo

admitida hipótese de exclusão nem de abrandamento.

70. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Se a pessoa

que sofrer dano contribuir, de alguma forma, para o resultado

danoso, a responsabilidade do Estado estará, então, afastada, pois

este só responde pelos danos cuja responsabilidade lhe seja

integralmente atribuída.

71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) A força maior,

como acontecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade

das partes, não gera a responsabilidade civil do Estado.

72. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) De acordo com

a teoria subjetiva, o Estado tem o dever de indenizar pelos danos que

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causar a terceiros, sem a possibilidade de qualquer exclusão de sua

responsabilidade.

73. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Um paciente

internado em hospital público de determinado estado da Federação

cometeu suicídio, atirando-se de uma janela próxima a seu leito,

localizado no quinto andar do hospital. Com base nessa situação

hipotética, assinale a opção correta acerca da responsabilidade civil

do Estado. Exclui-se a responsabilidade do Estado, por ter sido a

culpa exclusiva da vítima, sem possibilidade de interferência do

referido ente público.

74. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2012) O caso

fortuito, como causa excludente da responsabilidade civil do Estado,

consiste em acontecimento imprevisível, inevitável e completamente

alheio à vontade das partes, razão por que não pode o dano daí

decorrente ser imputado à administração.

75. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) A

responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em face de

particular que tenha sofrido algum dano pode ser reduzida, ou

mesmo excluída, havendo culpa concorrente da vítima ou tendo sido

ela a única culpada pelo dano.

76. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) À semelhança

do que ocorre no direto civil, o direito administrativo admite a culpa

concorrente da vítima, considerando-a causa atenuante da

responsabilidade civil do Estado.

77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012) De

acordo com a teoria do risco administrativo, o ônus da prova de culpa

do particular por eventual dano que tenha sofrido, caso exista, cabe

sempre à administração pública.

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GABARITO

01 E 16 E 31 C 46 E 61 E 76 C

02 E 17 C 32 C 47 E 62 C 77 C

03 E 18 E 33 C 48 C 63 E 78 --

04 C 19 E 34 C 49 C 64 C 79 --

05 E 20 E 35 E 50 C 65 E 80 --

06 C 21 E 36 E 51 C 66 C 81 --

07 C 22 E 37 E 52 C 67 C 82 --

08 E 23 C 38 C 53 E 68 C 83 --

09 E 24 E 39 E 54 E 69 E 84 --

10 E 25 C 40 E 55 E 70 E 85 --

11 E 26 E 41 E 56 E 71 C 86 --

12 C 27 C 42 E 57 E 72 E 87 --

13 C 28 C 43 E 58 E 73 C 88 --

14 C 29 E 44 C 59 E 74 E 89 --

15 C 30 E 45 E 60 E 75 C 90 --