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Viés Comunicacional
Situação ética que envolve o papel do jornalista e da mídia na divulgação da saúde,
A mídia em sua relação com o conceito ampliado de saúde,
A importância da comunicação no controle social, O papel da comunicação estratégica, A comunicação como ferramenta para a mobilização
social, As possibilidades de difundir conteúdos educativos no
campo da saúde usando o ambiente web,
Comunicação social ( Mídias) como ferramentas de:
• Comunicação para educação sobre saúde,• Comunicação do setor de saúde,• Comunicação entre Sociedade Civil e Estado (sobre
questões de saúde) – Mobilização Social
Mídia:
• Autônoma do setor político;• Pouco Regulamentada;• Mercado Concentrado;• Vozes para poucos atores.
Mídia autônoma do setor político:
• Pouco regulamentada (Código de 1962)• Incentivada pelo estado para apoiar o governo
(Acordo Time Life),• Devido sua dimensão ideológica – governo se torna
refém da mídia;• Precisa da mídia para falar com a sociedade,
Vozes para poucos atores
* Publicização da Informação (informação como um elemento fundamental na construção ativa da
cidadania).
Comunicação para saúde:
* Compartilhar conhecimentos e práticas que podem contribuir para a conquista de melhores condições de
vida.
Mobilização Social
Planejamento, a execução e a avaliação de projetos e programas governamentais, buscando soluções mais próximas da realidade e dos meios que as
comunidades e organizações dispõem consolidando e expandindo parcerias, promovendo e aumentando a capacidade comunitária de resolver seu próprios
problemas.
Discutir monopólio, propriedade, regulação
Desserviço da mídia quando partidariza emergências
sanitárias ou propagandeia o álcool e a comida não-
saudável.
Regulamentação
• Constituição Federal• Estatuto da criança e do Adolescente• Código de Defesa do Consumidor (art. 37, proíbe
propaganda enganosa e abusiva.)
O papel da comunicação estratégica da saúde coletiva.
Necessário romper os espaços hegemônicos na comunicação social.
A comunicação – saberes, práticas e processos – é um dos mais importantes instrumentos de realização do ideal da autonomia cidadã em relação à saúde.
Responsabilidade :• De políticas de Estado,• Ministério da Saúde,• Governos Estaduais e Municipais• Conselhos de Saúde• Universidades (na ramificação do conhecimento)• E não de Organizações Não Governamentais
Como a mídia fala da saúde
Saúde na mídia (como o conceito de saúde é apropriado pelas diferentes mídias).
esforços das áreas e atores da comunicação em saúde não têm abrangência nem grande repercussão social,
as diversas mídias apropriam-se de muitos modos (a maioria deles em franca contradição com os conceitos da OMS e proposições do SUS) do termo “saúde”.
Saúde como mercadoria:
Saúde é tecnologia:
Discursos que afastam do conceito de saúde da OMS e que legitimam no imaginário da população que tudo
está bem.
Cobertura do assunto na mídia impressa:50 jornais brasileiros:
1) a abordagem das questões de saúde sob uma perspectiva da doença;
2) os enquadramentos das matérias, especialmente as políticas públicas;
3) e questões jornalísticas propriamente ditas.
Mostram que a temática saúde é o terceiro tema mais abordado pela imprensa e pode mudar de
posição se a ela somarmos irmãos naturais como drogas e mortalidade infantil.
presença da temática saúde no bojo da cobertura sobre infância e adolescência (foram 13.344 textos jornalísticos) não implica, necessariamente, uma
cobertura de qualidade.
Uma das mais contundentes constatações naquelas diferentes pesquisas é a de que a mídia cobre preferencialmente as doenças que afetam a
população infanto-juvenil e as formas de superá-las. Não há, na mesma proporção, uma cobertura que privilegie a qualidade de vida, a prevenção a esses males, isto é, uma cobertura mais pró-ativa, mais
contextualizada e, logo, mais completa.
Exploração e abuso sexual:
Há uma perspectiva total de relatar a violência sofrida pelas vítimas, entretanto, não se aproveita o ensejo
para trabalhar questões como a saúde mental de vítimas e agressores (1,4% e 0% das matérias,
respectivamente, o fazem).
Deficiência Física:
Em muitas matérias as deficiências são encaradas como doença, um mal que precisa ser resolvido.
Existem porcentagens...
Cobertura da Imprensa sobre Políticas Públicas
A mídia não trata das questões de saúde em um viés de Políticas Públicas.
Pesquisa Individual
Política Pública
Setor Privado
Sociedade Civil
Temático
Saúde da criança
8,8 47 2,1 11,4 30,7
Saúde adolesc.
19,4 30 1,6 6,6 38,5
Tabaco e álcool
6,7 28,9 0,8 13,4 50,2
Mídia e deficiência
12,2 26,3 8,8 21 31,7
Exploração e abuso sexual
- 9,9 - - -
Tomemos o caso da exploração e do abuso sexual: 9,9% das matérias apresentam uma perspectiva de política pública. O restante, fundamentalmente, está centrado no relato dos crimes cometidos e sofridos,
ou seja, nas histórias individuais. A pergunta que fica, e ela pode ser estendida às outras temáticas, é:
Em que medida esse tipo de cobertura colabora efetivamente para pautar o Estado no sentido de que
adote uma política efetiva de enfrentamento da questão?
Nesse sentido, questões importantes como orçamento, alterações legislativas, programas
governamentais existentes e que deveriam existir, acompanhamento das metas que deveriam estar sendo cumpridas e muitas outras são deixadas de
lado.
São poucos os materiais que dão voz à população (crianças, adolescentes, familiares e pessoas em geral), interessada última nas discussões sobre
saúde. Não são poucos os textos jornalísticos que apresentam mais de uma fonte de informação,
contudo, é muito pequeno o número daqueles que apresentam opiniões divergentes.
Afrofundamento jornalístico da cobertura
Saúde da criança:
Cobertura Factual: 57%
Cobertura contextual simples: 29,2%
Cobertura contextual explicativa: 7,3%
Cobertura avaliativa: 2,5%
Cobertura propositiva: 3,2%
Menciona estatísticas: 39,4%
Menciona Legislação: 5,1%
O campo da saúde não ficou à margem dessa revolução; pelo contrário, tem sido impactado drasticamente pelas novas tecnologias, como
evidenciam os avanços incríveis da telemedicina, a explosão de periódicos científicos e de bases de
dados on-line e mesmo a publicação na internet dos resultados de exames laboratoriais para os
pacientes.
Inclusão Digital através de Serviços de Saúde na TV Digital Interativa (ITSTV), desenvolvido no âmbito do projeto Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). O
SBTVD foi criado pelo Decreto Presidencial 4.901, de 26 de novembro de 2003.
10 instituições, propôs o projeto IDSTV, que pretendia unir a linguagem atual da televisão com a
nova tecnologia da TV digital para gerar uma ferramenta de alfabetização digital e de inclusão
social.
Políticas Públicas e Interatividade:
• tecnologias de indexação e busca da informação armazenadas na rede,
• interatividade em suas diversas variantes, embora permitissem,
Sistemas baseados em bancos de dados centralizados ou distribuídos,
Pouco acesso da população as novas tecnologias, Perspectivas de processos democratizantes com a
Digitalização, Lento avanço da TV Digital no Brasil, Aplicabilidade da interatividade na TV digital
Brasileira.
A TV digital interativa permitirá a implementação de um grande número de serviços inovadores na área
da saúde, e que aumentarão o grau de inclusão social,democratização da informação, melhoria de
serviços de saúde.
Comunicação em Saúde
Problemáticas do campo da saúde no estudo e aplicabilidade da comunicação:
• Análise e processamento da informação;• Necessidade de uma análise transdisciplinar;• metodologias de avaliação de impacto na área da
comunicação;• Alargar o contato com as mídias;• Educação comunicativa: comunicação pedagógica e
responsabilidade social.
Comunicação em Saúde
1) Relativismo Cultural e Lingüístico.
2) Comunicação Primária e Secundária da Ciência.
3) Etos da Ciência e do Jornalismo.
4) Tempos da Ciência, do Jornalismo e das decisões políticas.
5) Produção da Comunicação Pública em Saúde.
Comunicação em Saúde
Comunicação em Saúde em Linguagem:
“ o mundo é apresentado num fluxo caleidoscópio de impressões que precisam
ser organizados pelas nossas mentes e isso significa principalmente pelo sistema
lingüístico que internalizamos.”
Comunicação em Saúde
Teoria da relatividade lingüística; O discurso do cientista e pesquisador (revistas
científicas); - O discurso do divulgador (meios de comunicação).
Comunicação em saúde
Existe idiossincrasias recíprocas entre jornalistas e cientistas da área da saúde.
Muito dos obstáculos a divulgação podem ser derivados desse fato.
Comunicação em saúde
Comunicação Primário e secundária da ciência
Primária: Ocorre com os cientistas dentro da sua própria especialidade.
Secundária: Aquela que é oferecido ao público leigo.
Comunicação em saúde
Analise da comunicação primária e secundária a partir de matrizes multidisciplinares agrupadas nas
seguintes dimensões:
1. Ontológica 2. Lingüistica 3. Epistemológica 4. Sociológica 5. Midiológica
Comunicação em Saúde
Dimenões Comunicação Primária
Comunicação Secundária
Ontológica Objetos são construídos
como conceitos científicos
Objetos do senso comum
Lingüística Empirismo lógico
Componentes retóricos
Sociológica Imperativos institucionais
Julgamento dos editoriais e do
público
Midiológica Especializado (Cultura científica sujeita a
verificação)
Massivo (Cultura
jornalística
Comunicação em Saúde
Dimensão ontológica
Primária:
Basicamente conceitos (hipóteses, teorias e leis) - as teorias, hipóteses e resultado de experimentos são mais bem representados por gráficos, esquemas ou fórmulas.
Secundária:
Para o mundo leigo é caracterizada a partir de fotografias, o que para os cientistas não abarca todo o conhecimento específico.
Comunicação em Saúde
Dimensão Linguística:
- Da linguagem científica para os cientistas, para a aplicabilidade de uma linguagem coloquial, ambígua e polissêmica, emotiva e estética.
- Assim a muitas técnicas desse tipo de divulgação científica abrigam elementos persuasivos e retóricos, o que pode trazer uma certa ideologia,
Comunicação em Saúde
Dimensão midiológica:
-O “valor notícia” é diferente na cultura científica e na cultura jornalística.
- A ciência publicada na mídia massiva.
Comunicação em Saúde
O jornalismo ou a DC possuem critérios de relevância da notícia científica que muitas vezes entram em conflito com os critérios do cientista. Afinal, o que constitui uma informação para os
jornalistas pode ser considerado sensacionalismo para os cientistas.
Comunicação em Saúde
Etos da Ciência e do Jornalismo
O etos da ciência é definido por uma certa corrente de pensadores como “ o complexo de valores, e normas que se consideram obrigatórias para o
homem, as ciência.
Comunicação em Saúde
Universalismo
Expor a verdade, independente das fontes, deve ser um ato submetido a critérios impessoais e
preestabelecido. A ciência deveria ser articulada em uma só linguagem e vocabulário, implicando uma
inter-comunicação entre as teorias e a idéia de uma só ciência, a partir de uma metodologia rigorosa.
Verificação de dois métodos e cientistas diferentes.
Comunicação em Saúde
Comunismo e desinteresse
Comunismo: Os produtos da atividade científica seja propriedade comum e consequentemente, os direitos do produtor individual sejam seriamente limitados.
Desinteresse: O cientista não deveria tirar proveito (aquém de sua remuneração e reconhecimento) por suas realizações.
Comunicação em Saúde
Contexto da divulgação científica (DC)
A ideologia da ampla publicidade - Revolução científica dos Séculos XVII e XVIII - reação contra a teoria do
esoterismo- Detenção da informação pelos cientistas.
Comunicação em Saúde
Posteriormente percebeu-se que a ciência teria utilidades práticas e sociais, fatos que necessitam
que o conhecimento científico seja levado a público, assim se define o direito de patente.
Comunicação em Saúde
Etos do Jornalismo
Sua origem é totalmente diferente do etos da ciência na medida em que segundo o código de ética do
jornalismo “o acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em sociedade, que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse. Isso pode gerar problemas na relação
entre cientista e jornalista.
Comunicação em saúde
Conflitos de interesses
Conflitos de interesses podem ocorrer entre a prática da ciência e do jornalismo.
Comunicação em Saúde
Interesse genérico do progresso da ciência
Objetiva a maior publicidade possível da comunicação primária, gerando opiniões divididas:
- Aqueles que defendem ampla e irrestrita publicidade dos resultados da pesquisa científica, tornada possível pela internet.
- Aqueles que defendem a publicidade ampla apenas das pesquisas referendadas pelo procedimento de avaliação “pelos pares”.
Comunicação em saúde
Interesse dos Produtores do conhecimento científico:
Procura um equilíbrio entre a ampla publicidade e a garantia do reconhecimento da prioridade dos
resultados da pesquisa. Cooperação e competição entre os próprios cientistas: valor variável, de acordo
com o setor disciplinar, interesses econômicos envolvidos e importância da pesquisa.
Comunicação em Saúde
Interesse dos periódicos científicos impressos
Evitar que a publicação seja dada ao público antes do dia do aparecimento da edição impressa(evitar
informações mal entendidas).
Comunicação em Saúde
Interesses dos Jornalistas
Falar dos resultados da pesquisa o quanto antes (o furo jornalístico), no entanto foi criado aqui um acordo
entre cavalheiros, onde o uso público da informação é proibido até a data da publicação do periódico científico que detém tal informação. (Sistema de
embargos).
Comunicação em Saúde
Tempo de pesquisa científica (anos), dissertações, teses e projetos de pesquisa, pois necessita rigorosas comprovações empíricas.
-Tempo da notícia jornalística (é contado em dias ou mesmo horas), pois necessita de fato novo e inesperado, rapidez e ineditismo.
Comunicação em Saúde
Tempo da tomada de decisão política
- Depende de fatores como: Imprensa, Opinião pública e distribuição dos vetores políticos partidários.
- Estes diferentes tempos tem gerado indagações?
Comunicação em Saúde
1) Se as decisões de interesse público devem ou podem ser tomadas de acordo com um cronograma estabelecido pela esfera política e não pela esfera científica ou técnica?
2) Se as decisões políticas podem ser tomadas antes de um assunto entrar em consenso entre os próprios cientistas.
Comunicação em Saúde
1) A decisão política sobre assuntos técnicos deve ser tomada em amplo debate democrático? Ou
deveria ser baseada no melhor parecer especializado?
a- A primeira opção possibilita uma paralisia tecnológica
b- a segunda convida ao incremento da oposição do público mais esclarecido
Comunicação em Saúde
Então, como tomar decisões baseadas no conhecimento científico antes da formação do
consenso científico?
Comunicação em Saúde
Muitas vezes, antes que as decisões legais possam ser sugeridas ao governo por um consenso entre os cientistas, as pressões de grupos econômicos por
um lado, ambientalistas e políticos por outro, geram inquietações e controvérsias que refletem na agenda setting da mídia massiva e, consequentemente uma
parcela da opinião pública informada e que se preocupa com o exercício da cidadania.
Comunicação em Saúde
Exemplo: Lei de Biossegurança apresentada ao legislativo em 2004. (Transgênicos)
Comunicação em Saúde
Cobertura midiática da folha de São Paulo: Criou uma grande polêmica!
Artigo científico da Science: O artigo científico demonstra que ainda a pesquisa está em estado de analise. “a complexidade dos sistemas ecológicos apresenta importantes desafios aos experimentos
para ter acesso aos riscos e benefícios destes organismos e isso gera inevitáveis incertezas sobre
estes produtos”.
Comunicação em Saúde
Problemáticas da questão:
Em conjunto, o tempo da política discute as questões com mais pressa que a ciência, impondo assim
normativas legais imaturas diante das especificidades necessárias de serem pesquisadas pela ciência para que se chegue a um arcabouço
seguro de análise. (Mas a política é apressada pela opinião pública, que é apressada pelos meios de
comunicação, sem contar os interesses de mercado dos quais o Estado precisa atender em um sistema
neoliberal).
Comunicação em Saúde
Produção da comunicação pública da Saúde
Divulgação New York Times sobre assunto científico – infundados segundo o público científico –
repercussão financeira.
Comunicação em Saúde
Sensacionalismo
Em 1998, um artigo científico publicou que foi identificada uma bactéria nas placas de esclerose
arterial. Folha de São Paulo “Doença cardíaca pode pegar como um resfriado”.