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REVISÃO DA MATÉRIA DA LUCIANA BRASIL 20.08.2014 – AULA 1: INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Paradigma e a teoria linguística “Paradigmas linguísticos como reestruturadores do pensamento e da critica cultural pós moderna.” A Arquitetura vai buscar respostas em outros campos, essas formulações começam na década de 50 mas só entram na prática a partir da década de 80. A linguística e produção de texto referem-se a uma produção cultural de ideias e defesas de argumentos A reestruturação do pensamento em paradigmas linguísticos provocou também uma mudança nas preocupações da crítica cultural pós-moderna. A semiótica, o estruturalismo e especialmente o pós- estruturalismo (que tem como uma de suas manifestações o desconstrutivismo) remodelaram muitas disciplinas, entre as quais a literatura, a filosofia, a antropologia e a sociologia, bom como a atividade critica em geral. Este é o momento de colocar em dúvida os dogmas e as verdades absolutas, a arquitetura vai passar por um processo de auto reflexão. 1966: Colóquio Internacional sobre linguagens crítica As ideias europeias encontram um acolhimento nos EUA, que na época já estava revendo os conceitos da arquitetura moderna. Robert Venturi, tenta entender as dinâmicas do consumo e propaganda e como isso reflete na arquitetura. Era dos grandes incentivos as construções em aço. O Colóquio propõe a compreensão dessas mudanças nas disciplinas. Jacques Derrida sugere a desconstrução da linguagem arquitetônica, derivação das teorias filosóficas, descontruir para remodelar de outras maneiras. Propõe que tudo era pensado como uma estrutura única fosse agora pensada de outra maneira: possíveis conclusões e não mais modelos a se seguir. As propostas são que a maneira de pensar seja democrática e que possa formular outras linhas de pensamentos e discussões, busca por novas possibilidades. Semiótica A teoria linguística é um importante paradigma para a análise de uma questão que preocupa a maioria dos pós-modernos: a da criação e apreensão de significado. Aquilo que eu crio e como será compreendido, a arquitetura se comunica como as pessoas através do entendimento delas do espaço, apreensão de significado de um objeto qualquer e como ele vai ser lido. A principal contribuição de Saussure foi o estudo sincrônico da linguagem e a análise de suas partes construtivas e inter-relações. Foi criador dos conceitos de significado, cujas relações estruturais consistem no signo. Nos anos de 1960 multiplicam-se as aplicações da teoria da semiótica a outras disciplinas, Umberto Eco sustenta que os signos arquiteturais comunicam funções possíveis por intermédio de um sistema de convenções ou códigos, o uso literal a função programática é o significado primário da arquitetura. Portanto, os signos denotam (que permite interpretação diferente) funções primárias e conotam (impessoal, sentido original) funções secundárias.

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REVISÃO DA MATÉRIA DA LUCIANA BRASIL

20.08.2014 – AULA 1: INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Paradigma e a teoria linguística

“Paradigmas linguísticos como reestruturadores do pensamento e da critica cultural pós moderna.”

A Arquitetura vai buscar respostas em outros campos, essas formulações começam na década de 50 mas

só entram na prática a partir da década de 80. A linguística e produção de texto referem-se a uma

produção cultural de ideias e defesas de argumentos

A reestruturação do pensamento em paradigmas linguísticos provocou também uma mudança nas

preocupações da crítica cultural pós-moderna. A semiótica, o estruturalismo e especialmente o pós-

estruturalismo (que tem como uma de suas manifestações o desconstrutivismo) remodelaram muitas

disciplinas, entre as quais a literatura, a filosofia, a antropologia e a sociologia, bom como a atividade

critica em geral. Este é o momento de colocar em dúvida os dogmas e as verdades absolutas, a

arquitetura vai passar por um processo de auto reflexão.

1966: Colóquio Internacional sobre linguagens crítica

As ideias europeias encontram um acolhimento nos EUA, que na época já estava revendo os conceitos da

arquitetura moderna. Robert Venturi, tenta entender as dinâmicas do consumo e propaganda e como isso

reflete na arquitetura. Era dos grandes incentivos as construções em aço. O Colóquio propõe a

compreensão dessas mudanças nas disciplinas. Jacques Derrida sugere a desconstrução da linguagem

arquitetônica, derivação das teorias filosóficas, descontruir para remodelar de outras maneiras. Propõe

que tudo era pensado como uma estrutura única fosse agora pensada de outra maneira: possíveis

conclusões e não mais modelos a se seguir. As propostas são que a maneira de pensar seja democrática

e que possa formular outras linhas de pensamentos e discussões, busca por novas possibilidades.

Semiótica

A teoria linguística é um importante paradigma para a análise de uma questão que preocupa a maioria dos

pós-modernos: a da criação e apreensão de significado. Aquilo que eu crio e como será compreendido, a

arquitetura se comunica como as pessoas através do entendimento delas do espaço, apreensão de

significado de um objeto qualquer e como ele vai ser lido.

A principal contribuição de Saussure foi o estudo sincrônico da linguagem e a análise de suas partes

construtivas e inter-relações. Foi criador dos conceitos de significado, cujas relações estruturais consistem

no signo.

Nos anos de 1960 multiplicam-se as aplicações da teoria da semiótica a outras disciplinas, Umberto Eco

sustenta que os signos arquiteturais comunicam funções possíveis por intermédio de um sistema de

convenções ou códigos, o uso literal a função programática é o significado primário da arquitetura.

Portanto, os signos denotam (que permite interpretação diferente) funções primárias e conotam

(impessoal, sentido original) funções secundárias.

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Ferdinand de Saussure

Discussões sobre as combinações diferentes levam a resultados diferentes, a semiótica trabalha com

imagens mentais e associações.

Ideia base que influenciara o estruturalismo:

SIGNO (A), SIGNIFICADO (B) E SIGNIFICANTE (C)

A: Imagem e conexão

B: Linguagem

C: Importância pessoal

Estruturalismo

O estruturalismo é uma metodologia segundo a qual pode-se dizer que a verdadeira natureza das coisas

não está nas coisas em si, mas nas relações que construímos e depois percebermos entre elas. O mundo

construído pela linguagem que é uma estrutura de relações significativas entre signos arbitrários. Por

exemplo, uma palavra só não quer dizer nada, ela precisa de significado. De conexões ou relações

mentais para se tornar algo. Leitura das coisas onde (A) + (B) = (C)

O estruturalismo focaliza os códigos, as convenções e os processos responsáveis pela inteligibilidade de

uma obra, isto é, sua maneira de produzir um significado socialmente inteligível. O estruturalismo não se

ocupa do conteúdo temático, mas das condições de significação. Apesar de ter raízes na linguística e na

antropologia, o estruturalismo é uma investigação transdisciplinar.

Alguns nomes importantes para o estruturalismo, Ferdinand de Saussure, Jacques Lacan, Michel Foucault

e Jacques Derrida.

Pós-estruturalismo

A passagem do estruturalismo para o pós-estruturalismo se deu por volta de 1970, foi a substituição de

uma visão objetiva da linguagem para a concepção que a linguagem é o discurso de um sujeito ou

indivíduo. Antes do estruturalismo, o significado se tomava como definitivo, o estruturalismo não pretende

atribuir um significado verdadeiro, já o pós-estruturalismo afirma que o significado é indeterminado, fugidio

e inesgotável. Roland Barthes quer que o crítico ou leitor em geral assuma um papel como um produtor

de significado ou seja, passa-se a pensar o espaço e quem são os coautores do espaço. Neste momento

estão pensando em espaços multidimensionais, oposto ao movimento moderno onde existem padrões e

conceitos pré-concebidos e problemas pré-resolvidos para resolver as coisas como se todos fossemos

iguais, no pós-modernismo isso não acontece, busca-se outras formas de fazer a mesma coisa.

Pós-estruturalismo refere-se a uma tendência à radicalização e à superação da perspectiva estruturalista.

De fato, esses pensadores levaram às últimas consequências os conceitos desenvolvimentos no

estruturalismo, até dissolvê-los no desconstrutivismo, construtivismo ou no relativismo e no pós-

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modernismo. O movimento pós-estruturalista está intimamente ligado ao pós-modernismo, embora os dois

conceitos não sejam sinônimos.

O pós-estruturalismo instaura uma teoria da desconstrução na análise literária, liberando o texto para uma

pluralidade de sentidos. A realidade é considerada como uma construção social e subjetiva. A abordagem

é mais aberta no que diz respeito à diversidade de métodos. Em contraste com o estruturalismo, que não

afirma a independência e superioridade do significante em relação ao significado, para eles os dois são

inseparáveis, os pós-estruturalistas não veem o significante e o significado como inseparáveis e sim como

separáveis.

Desconstrução

A desconstrução propõe desmontar as brechas e vulnerabilidades, as ideias e os paradigmas.

Uma das mais importantes manifestações do Pós-estruturalismo é a desconstrução: prática, filosófica, e

linguística, a desconstrução analisa e questiona pares conceituais comumente aceitos como naturais e

evidentes por si mesmo, como se não tivessem sido institucionalizados em algum momento preciso. A

desconstrução age nas margens para revelar e desmontar as oposições e pressuposições vulneráveis.

Para Derrida, a arquitetura visa controlar os setores de comunicação e transporte da sociedade, assim

como a economia. A desconstrução faz parte da crítica ao moderno, seu objetivo é acabar com o projeto

de dominação da arquitetura moderna. A definição de Tschumi do objetivo da arquitetura é muito próxima

de Derrida: O que o arquiteto deve fazer é realizar a construção de condições que deslocarão os aspectos

mais tradicionais e regressivos de nossa sociedade e simultaneamente reorganizarão esses elementos da

forma mais libertadora possível.

Ao testar os limites da disciplina, descobrir as suas margens, confronta-las com outras disciplinas e

submeter suas premissas a uma crítica radical, Tschumi é a contrapartida de Barthes e Derrida na

arquitetura. Ele se interessa pelo texto arquitetônico como algo potencialmente ilimitado, não

compreendido no interior das disciplinas e gêneros tradicionais, mas atravessando as fronteiras.

A cidade: lugar tem um significado, a arquitetura está ali para reforçar esses atributos.

1901/1981: Jacques Lacan (psicanalista)

“A morte do autor é o nascimento do leitor.” A obra aberta, incompleta, que abre possibilidades novas

autorias. O autor escreve sem se impor para que o leitor possa acrescentar e tirar suas conclusões.

Paradigmas que tiveram grande influência no pensamento da década de 1960, reprovação do interesse

pelo significado e pelo simbolismo na Arquitetura. Questionamento sobre o funcionalismo moderno como

determinante de forma. Perspectiva linguística argumenta que os objetivos arquitetônicos não têm um

significado inerente, mas podem ser desenvolvidos por intermédio de convenções culturais.

O programa de arquitetura é estabelecido por alguém, toda resolução arquitetônica é a compreensão do

programa e de outras resoluções de espaços sensitivos. Tschumi fala sobre o corpo na arquitetura, a

arquitetura é algo incompleto ativado pelos usuários. A Arquitetura constrói mas as pessoas dão vida aos

locais. Como o vão do MASP, Marquise do Ibirapuera, FAU no Salão Caramelo

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Nomes importantes:

1930-2007: Jacques Derrida, filosofo, desconstrutivismo na filosofia (Foucault, Heidegger, Delével).

1915-1980: Roland Barthes, escritor da semiótica

1901-1980: Jacques Lacan, psicanalista.

27.08.2014 – AULA 2: BERNARD TSCHUMI

Bernard Tschumi (1944 – 70 anos)

- Reitor da Universidade de Columbia;

- Vencedor do Concurso para o Parque La Villete;

- Oportunidades de se reconectar a produção através das teorias que vinham sendo elaboradas.

A condição pós moderna (David Harvey -1989) de compreender o estado da arte. Mudança nas práticas

culturais e políticos econômicas (1972) novas maneiras dominantes pelas quais experimentamos tempo e

espaço.

Privilegia a heterogeneidade e a diferença como formas libertadoras. Fragmentação, indeterminação,

descontinuidade, rejeição das metanarrativas (uma metanarrativa é todo o discurso que se vira para si

mesmo, questionando a forma da produção da narrativa). Levar em consideração a história contando outros

discursos. Levar em consideração o outro e as diferenças; totalmente diferente do modernismo, muda-se a

maneira de ver o mundo, rejeita-se o discurso do si para si (metanarrativas) mais interdisciplinaridade.

Aceitação do efêmero, fragmentário, desconstruído e até o caótico.

Foucault (1983) nos instrui a desenvolver a ação através da proliferação, justaposição, disjunção. A

preferir o que é positivo, os fluxos às unidades, os arranjos moveis ao sistema. Acreditar que o produtivo

não é sedentário e nem nômade.

Descontrucionismo é menos uma posição filosófica do que um modo de pensar sobre textos e de ler

textos. Movimento de uma coisa com outra produzindo uma terceira.

Arquitetura e disjunção (livro do Taschumi), ele se lança como um arquiteto que constrói depois de 1980,

antes dessa sua produção é totalmente teórica.

No campo da arquitetura atual não há separação entre teoria e prática. “Arquitetura devia também exportar

seus conhecimentos para a produção de cultura. A arquitetura deveria ser considerada como uma forma

de conhecimento comparada a matemática, a filosofia, podendo explicar e expandir seus limites.”

Disjunção: é a rejeição da noção de síntese, em favor da ideia de dissociação. Rejeição da tradicional

posição entre usos e formas em favor de uma superposição ou justaposição os dois termos.

Ênfase na dissociação, superposição e combinação que despertam as forças dinâmicas em expansão

dentro do sistema arquitetônico, explodindo seus limites enquanto sugere uma nova definição. O conceito

de disjunção é incompatível com uma visão estática, autônoma e estrutural da arquitetura, mas não é anti-

autonomia ou anti-estrutura: simplesmente implica em operações constantes que produzem dissociação

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no espaço e tempo, onde o elemento arquitetônico somente funciona através da colisão com outro

elemento programático, como o movimento dos corpos.

A disjunção se torna uma ferramenta sistemática e teórica para o exercício da arquitetura.

Foucault momento extremo que leva a arquitetura aos seus limites – reformulação de mundo e

reformulação da arquitetura. Não responde mais a condição contemporânea.

LIMITE:

Linha ou ponto divisório

Ponto ou linha terminal

Alcance máximo (Esforço máximo)

Restrição

Borda

Aquilo que é periférico

Divisa

Fim e o Começo

Extremidade

Margem

À margem (abandonado)

Território marginal

Ponto Terminal

Os limites são áreas estratégicas da arquitetura, ideia fundamental: pós-estruturalista e desconstrutivista.

10.09.2014 – AULA 3: BERNARD TSCHUMI

Texto: Conceito, Contexto e Conteúdo

Não há arquitetura sem conceito, conceito não é simplesmente a forma, arquitetura não é mera

construção-lugar dos pensamentos, questionamentos, construções conceituais.

Conceito e contexto são inseparáveis: Conceito (partido), contexto (lugar) conteúdo (programa).

Partido e lugar, Conceito e Contexto se relacionam de três formas:

1. Indiferença, uma ideia e situação se ignoram, coexistem mas não interagem uma arquitetura que

convive com o lugar.

2. Reciprocidade, onde eles interagem complementando-se e parecem até se mesclar. Parece que

um não existe sem o outro.

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3. Conflito, atrito onde se faz chocar estrategicamente o conceito com o contexto. Eles negociam

interminavelmente sua existência.

Projeto nada mais é do que uma estratégia, pode ser qualquer uma dessas três opções desde que se

consiga sustenta-la. Selecionar a estratégia exata para o projeto é parte do conceito. Programa pode ser

manejado e por isso ele tem a ver com o partido e o lugar.

Conceito pode se contextualizar? Contexto pode se conceitualizar? Depende da força de cada um.

Conceito x Conteúdo: O conceito do edifício pode ser neutro, onde se alojam inúmeras atividades da

mesma forma que um elemento pode ser tão importante que vira tema e programa vira conceito.

Conteúdo x Contexto: debates sobre uso apropria se dá muito fora da arquitetura (p.e. aeroporto em uma

reserva ambiental, centro comercial em um centro histórico) exemplos de polemicas entre contexto e

conteúdo.

Genealogia dos conceitos: começar com perguntas e problemas. As perguntas normalmente se apoiam

em questões já existentes (conceitos anteriores) não pressupõe a existência de uma única resposta.

Arquitetos ao longo da história buscaram a ‘cartilha’, uma única solução que poderia ser aplicada em

qualquer situação, daí vem a obsessão por módulos ideais e geometrias perfeitas.

Textos de limites: temática da experiência e relação dos corpos e espaços, movimento de resignificar o

lugar. Tschumi analisa os três princípios vitruvianos da arquitetura: estrutura, programa/uso e beleza e os

desmonta.

A estrutura é conceito na Arquitetura Paulista, a forma não segue a função, a beleza é relativa, diversidade

de culturas não há um único conceito de beleza. Todo programa pode e deve ser desmontado, quando há

experiência do espaço. Eventos, desenhos e textos expandem a arquitetura.

17.09.2014 – AULA 4: REM KOOLHAAS

Rem Koolhaas (1944 – 70 anos)

- Formação ligada a cinema e jornalismo, que permite o olhar crítico das 3 profissões;

- Publicação do livro: SMLXL que trata dos conceitos de escala na arquitetura;

- Além da arquitetura como objeto, dos 3 arquitetos estudados ele tenta estudar a cidade, as dinâmicas

diferentes. Visita diversos lugares como SP, cidade do México e etc.

Koolhaas estuda em Cornell em New York, ele está conectado a leitura jornalística da cidade e está

fortemente ligado a imagem e a fotografia.

Na década de 60 – 70, período do pós guerra, mundo se divide em capitalista e comunista, o arquiteto vai

tentar entender as ovas dinâmicas desse novo sistema.

Koolhaas estuda os fenômenos da cidade, as migrações e as “Edges Cities”, o esvaziamento dos Centros

para as periferias e os processos espontâneos na década de 1979.

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“Edge City é uma solução urbanística dos tempos modernos. As Edge Cities ocupam áreas gigantescas,

do tamanho de cidades de médio porte e têm, inclusive, a mesma função de uma cidade, com residências,

comércio, prédios de escritório e serviços.

O que elas têm em comum é que ficam no entorno das grandes metrópoles. São terrenos de 500.000

metros quadrados ocupados por prédios de escritórios para profissionais liberais, mais 60.000 metros

quadrados tomados por shopping centers e lojas de conveniência onde 20 ou 30 anos atrás havia apenas

pastos ou pequenas residências suburbanas.”

Lança o livro Delirious New York em 1968, baseado nos anos que Koolhaas viveu na cidade que faz um

analise da dinâmica de grandes cidades, especificamente de Manhattan, e dos arranha céus, modelo

possibilitado pela chegado do elevador na arquitetura. A partir do conceito de ‘planta livre’ do modernismo

Koolhaas cria o ‘corte livre’ (P.e. Biblioteca Pública de Seattle) chama atenção pela sobreposição dos usos

e delira sobre a cidade vertical.

Além desses aspectos curiosos, vem a posição de Koolhaas com relação aos vazios de Berlim. Com o fim

da guerra a cidade estava toda destruída, então começam iniciativas de preencher esses ‘vazios’ que

foram deixamos pela guerra os quais Koolhaas posiciona-se contra pois acredita que os vazios defendem

a história por traz deles.

CRIA TERMOS COMO LOBOTOMIA E CULTURA DA CONGESTÃO...

“Em paralelo a esse conceito, a segunda metáfora que Koolhaas observa é a lobotomia, que na arquitetura

do arranha-céu, está relacionada ao rompimento entre a fachada e o interior do edifício por conta da sua

grande escala. Lobotomia na arquitetura é a separação entre o interior e exterior.”

... E CULTURA DA CONGESTÃO.

“O apogeu do arranha-céu, que se deu após a invenção e aperfeiçoamento do elevador, levou as cidades

a se verticalizarem cada vez mais. A cultura da congestão se refere ao tamanho dos edifícios e sua

ocupação intensa nas cidades, fenômeno que ocorre em todo mundo. Koolhaas interessa-se por essa

cultura de massa presente na cidade de Nova York, ele acredita ser necessário explorá-la e indagá-la afim

de encontrar as bases para se produzir a arquitetura contemporânea. Estuda ativamente em sua juventude

tanto as Vanguardas Russas quanto a cultura Norte Americana, e apesar de ser um arquiteto que segue a

questão do movimento descontrutivista, na sua obra ele enxerga a questão das cidades norte americana

com mais afinco, entendendo que a cidade aceita a cultura de massa e consciente dos seus problemas

conseguem se transformar.”

24.09.2014 – AULA 5: REM KOOLHAAS

Koolhaas frequenta o IAUS, que se torna um local de reflexão e produção muito importante para o

aprofundamento teórico dele. “A cidade se faz a partir do caos e da multiplicidade”. Realiza estudos sobre

a cidade Contemporânea.

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Ao olhar para cidade Koolhaas se aproxima para conhecer os novos fenômenos, inclusive nas periferias:

“A beleza não reconhecida da paisagem urbana.” Ele afirma que já passou o tempo de ver a beleza nos

conjuntos históricos, agora temos que reconhecer a periferia.

Surge na década de 1980 as ideias dos vazios urbanos que aparecem com muita força, onde Koolhaas diz

que deve-se parar a ocupação desenfreada da cidade, os vazios vão contrastar com a densidade da

cidade contemporânea, quanto mais denso, mais espaços vazios serão necessários.

Para além do delírio, texto de Kate Nesbitt vai discutir os projetos de grande escala na cidade. Projeto de

conexão urbana, projeto de um trem, de uma linha férrea em Lille na França que a ligasse a Londres,

elaborado pelo OMA (Office for Metropolitan Arquitecture) liderado por Rem Koolhaas. O projeto foi

resultado de um concurso para o subúrbio de Paris, e propõe não adensar mas o esvaziamento do

espaço.

Lille é como Brasília, o OMA seria Lucio Costa e entra com o projeto urbano e Rem Koolhaas seria Oscar

Niemeyer que entraria com os projetos arquitetônicos junto com outros arquitetos convidados. Ele diz que

interessantes são as grandes conexões urbanas.

Ao fazer o projeto ele procura pensar o caminho inverso, Koolhaas não se preocupa em construir os

cheios e sim trabalhar com os espaços que não devem ser construídos, pois ele diz “onde há nada tudo é

possível, onde há arquitetura nada mais é possível.”

Escalas de projetos - SMLXL

Small: Villa Dall’Ava, França, 1991

Medium: Casa da Música, Portugal, 2005

Large: Parc La Villete, França, 1982

Extra Large: EuroLille, França, 1994

22.10.2014 – AULA 6: PETER EISENMAN

Peter Eisenman (1932 – 82 anos)

- Um dos fundadores do IAUS

- Arquiteto principalmente teórico de geometrias e formas;

- Exposição desconstrutivista no MOMA;

- Questões filosóficas

- Mais complexo

Nascido na década de 30, formado dentro da estrutura moderna, nascido no período do entre guerras.

Eisenman x Koolhaas:

Koolhaas é europeu, e vai para os EUA, que é muito importante para sua formação.

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Eisenman é americano, e vai completar sua formação na Europa.

A.A. (Archiitecture Association Londres) postura de vanguarda

Eisenman funda o IAUS (The Institute for Architecture and Urban Studies) em New York, ele é

personagem importante pois promove um lugar para esses jovens arquitetos que querem discutir a

arquitetura. Este arquiteto é o que mais se envolveu com o processo de ensino da arquitetura, construção

teórica e reflexão crítica.

Opticalidade: faz uma investigação e reivindicação de uma nova maneira de olhar a arquitetura sob uma

nova perspectiva. O pensamento do mundo está atrelado a um paradigma mecânico, o mundo pós

máquina. Esse paradigma é, anos depois, questionado por Eisenman, ele diz que o mundo mudou e a

relação com a máquina é muito positiva, mas o novo paradigma é a tecnologia o paradigma eletrônico,

hoje já vivemos num paradigma virtual ocasionado pela globalização a partir de 1980.

1980: diz que a arquitetura não acompanhou essa mudança de paradigmas, critica a arquitetura por não

acompanhar essas mudanças de mundo enquanto outras disciplinas o faziam. Ai que ele vê que uma

maneira de acompanhar essa mudança é através de uma nova maneira de olhar (opticalidade) o que

mudaria as técnicas, e tudo conhecido desde a antiguidade.

Fazer o deslocamento de alguns elementos de inscrição que desmonte a arquitetura que já são muito

conhecidos por nós, como porta, janela, viga, pilar, faz essa investigação para sua tese de doutorado, faz

também 10 casas que são projetadas por ele e posteriormente construídas algumas delas.

Teorias linguísticas vinculada ao pós estruturalismo, olha para as coisas como se fosse a primeira vez.

A partir da década de 60 perde-se a unidade de arquitetura, cada arquiteto segue sua linha de estudo, até

a década de 60 é apenas um estilo, dissolução das metanarrativas e verdade única de Harvey. Essa

perda de controle gera muitas das ditaduras que vem para tentar conter essa vasta liberdade. Eisenman

chegou ao Brasil na década de 90, até então o Brasil não estava questionando a arquitetura nem nada

parecido, estávamos totalmente atrasados em questões teóricas. Ninguém compreendia o que ele dizia, e

a arquitetura só volta a ter seu lugar de disciplina e discussão de arquitetura hoje.

29.10.2014 – AULA 7: PETER EISENMAN

Após a 2ª Guerra acontecem muitas transformações na sociedade, a arquitetura e os profissionais também

precisaram acompanhar essas mudanças.

Paradigma da mecânica (produção industrial)

Põe-se em discussão a projeção do corpo pela visão, opticalidade, relação da visão que de fato acontece

do olho em relação a maneira de como se vê as coisas. Desmontada da perspectiva no seu doutorado

começa a investigação com a desconstrução dos planos. Artista plástico Gordon Mata-Clark se apropria

de obras abandonadas e faz intervenções pontuais, faz parte desse conjunto de discussão da década de

60. A Arte estava percebendo que havia um mundo fragmentado, plural que não se refere a si mesma.

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Eisenman está trazendo essa história para o campo da arquitetura com a opticalidade e o paradigma

eletrônico. Sua análise projeta que esse discurso formal da arquitetura não deixam acontecer uma análise

espacial mais ampla. Não se entende Eisenman apenas pelas obras.

Alguns elementos básicos e comuns da obra e desloca elementos até que eles percam sua função

original, esta sé remetendo ao conceito pós estruturalismo de mudar a função ou de não dar função. O

espaço abre possibilidades de um ambiente aberto, o leitor é coautor do texto, significa ou re-significa a

arquitetura através do espaço vivido.

Eisenman olha alguma coisa como se fosse a primeira vez, inscrição de objetos, não tem um olhar

acostumado e acomodado para o mundo.

Super critico (livro): debate entre Eisenman e Koolhaas, 5 pontos comuns aos dois arquitetos.

1. Ideia do que constituiu uma prática critica na arquitetura

2. A relação entre disciplina da arquitetura e o mundo onde ela acontece

3. A questão da forma ou da figura.

4. Sujeito arquitetônico ou subjetividade arquitetônica, depende muito do público que a experimenta.

Qual a sociedade pra quem se faz arquitetura.

5. Tipos específicos de métodos de trabalho, espaços gráficos e textuais

Linha do tempo:

1932: Nasce

1951-56: Universidade de Cornell

1956: Funda o Team X que junto ao Archigram reivindica a discussão da arquitetura moderna

1960: Estruturalismo como corrente, filosofia, auge do modernismo no Brasil

1961: Construção do muro de Berlim, afirmação de um mundo que está dividido em dois blocos distintos.

Encontro com teorias distintas e a descontrução proposta por Derrida.

1963: Começa seu doutorado, estuda métodos de descontrução com a investigação e os projetos de suas

10 casas.

1967-82: Funda e dirige o IAUS

1967: Exposição no MOMA – New York five, vinculados a uma espécie de referencia a fase branca de Le

Corbusier

1967: Inicio das casas experimentais

1973-84: Editor chefe do Oppositions

1980: Cria seu escritório

1984: Escreve “O fim do Clássico”

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1981: Lançado o PC da IBM

1984: Lançado o MAC da Apple

1987: Participa do concurso para o Parc La Villete em parceria com Jacques Derrida.

1988: Exposição no MOMA – Arquitetura Desconstrutivista

1989: Queda do Muro de Berlim

Paradigma eletrônico substitui o mecânico: desvalorização mutua do original e da cópia.

A arquitetura não incorporou essa mudança de paradigma porque ainda não interpretou o valor atribuído

pela sociedade a essa visão.

Paradigma eletrônico: definia realidade, comunicação e simulação, privilegia a aparência à existência.

Xeque ao conceito tradicional da visão, característica peculiar do visto que liga o ato dever a de pensar.

Visão na arquitetura, visão monocular perspectivado. Todos os espaços se resolvem em uma única visão

planimétrica.

Perspectiva (com ponto de fuga) época de mudança de paradigma.

Paradigma eletrônico é a tentativa em superar a visão.

O homem olha para o espaço, mas Eisenman imagina o “se houvesse um olhar de volta”. Visão do espaço

por uma nova perspectiva não problematizada.

∞ Tira de Moebius: continuidade ininterrupta entre exterior e interior. Dobro: estratégia para deslocamento

da visão. Nova relação entre horizontal e vertical.

Deleuze articula a nova relação entre horizontal e vertical, malha/grelha aparece em muitas obras de

Eisenman vem acompanhado no discurso da obra, meio para frente da obra do arquiteto. As parede não

mais presas ao paradigma mecânico. Marca o fim do paradigma Eletrônico.

1998: Memorial dos judeus, Matos. Berlim. Blocos de concreto de alturas diferentes que acompanham o

desnível do terreno.

House VI (1972-1975) Enfatiza que a arquitetura é um trabalho intelectual livre.