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Autores: Tiago Umberto Pazolini; Everton da Silva; Giovanni Colossi Scotton; Arthur Wippel de Carvalho;
Bruno Franklin Gaspar Lopes; George Froes.
EIXO TEMÁTICO: 3 – AVANCES DE LAS TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN GEOGRÁFICA
Título do Resumo: Representação de Fenômenos Geográficos com apoio de Sistemas de
Informação Geográfica
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - BRASIL
Curso de Geografia
Departamento de Geociências
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
RESUMO
O recente avanço em hardware e software levou ao surgimento de tecnologias computacionais ligadas ao
processamento informatizado de dados e imagens, denominadas de geoprocessamento, tendo como
componente os Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Tem-se o SIG como um recurso técnico para
manipulação, análise, interpretação e apresentação de dados espaciais referenciados à superfície
terrestre, ou seja, integra dados especializados e numéricos de um banco de dados para formar um mapa,
gerando informação de rápida visualização, reduzindo tempo e custos nas atividades de apoio às tomadas
de decisão. Atualmente os SIG são utilizados tanto pelo meio acadêmico quanto pelo poder público e
empresas, oferecendo suporte para o entendimento das relações espaciais presentes no território
(homem;meio) para tomada de decisão com intuito de gestão territorial. O embasamento científico,
discussão e o aprimoramento das técnicas de utilização dos SIG são de fundamental importância para o
desenvolvimento e evolução da tecnologia. Levando-se em conta a defasagem do uso desta ferramenta
pela comunidade acadêmica e a necessidade de recursos humanos capacitados para o seu manuseio,
este estudo pretende auxiliar no processo de aprendizagem da ferramenta. O uso deste do
geoprocessamento e sua difusão no mercado de trabalho abrem importante campo de atuação, pesquisa
e interesse social para os geógrafos, como por exemplo, ordenamento e gestão do território, otimização de
arrecadação, serviços e políticas públicas, gestão ambiental, ensino e pesquisa, entre outros. Inicialmente
buscou-se o referencial teórico para entendimento do funcionamento dos Sistemas de Informação
Geográfica, e em seguida produziu-se um roteiro para construção de um mapa temático utilizando os
software livres propostos, que foram: Quantum GIS e Kosmo. Estes softwares de domínio público
proporcionam uma disseminação mais facilitada no meio acadêmico e profissional. Identifica-se a
aplicação do SIG em diversas disciplinas da Geografia, podendo auxiliar no mapeamento temático de
dados políticos, econômicos, geológicos, geomorfológicos, climatológicos, transformando-os em
visualizações espaciais que comunicam a informação. Visando facilitar o entendimento da elaboração do
mapeamento temático, elaborou-se um guia básico da confecção através dos programas Quantum GIS e
Kosmo, estabelecendo os principais passos para a produção de mapas dos mesmos. Como área de
estudo utilizou-se o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde foi retirado dados
de diferentes setores e implementado as variáveis nos eixos temáticos dos referidos mapas. Este trabalho
tem como objetivo o aproveitamento e aplicabilidade destes software em Sistemas de Informação
Geográfica, para a didática em cartografia e outras disciplinas da Geografia, adequando os mesmos à
docência do curso. Percebe-se a necessidade da utilização de recursos em geoprocessamento no
decorrer do processo de formação profissional do futuro geógrafo, por meio da utilização dos Sistemas de
Informação Geográfica de domínio público, é possível alcançar maior eficácia em diferentes unidades de
ensino, propagando um melhor e maior uso das ferramentas para executar o geoprocessamento na tríade
ensino, pesquisa e extensão.
Palavras-chave: Geoprocessamento, Sistema de Informação Geográfica, Mapeamento Temático
1. Introdução
O surgimento de tecnologias como sensoriamento remoto e geoprocessamento conduziu ao
processamento informatizado de dados e imagens possibilitando ao Geógrafo e demais profissionais
ferramentas de apoio para a compreensão do espaço geográfico.
O Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um programa computacional que permite integrar
dados e relacionar os fenômenos. Com estas novas técnicas é possível obter informação espacial de
forma mais rápida, fácil e ágil.
Para Piumeto e Erba (2007) os sistemas de informação geográfica (SIG) são sistemas que
permitem visualizar dados geográficos e alfanuméricos de forma conjunta e integrada, administrar a
informação geográfica por camadas de distintos tipos e formatos e desenvolver análises espaciais com o
fim de obter informação. Em geral, são identificados como aplicativos que contêm ferramentas que
permitem elaborar mapas e interatuar com os mesmos através de consultas sobre um determinado lugar.
Esta afirmação reforça o propósito do trabalho, alicerçado na preocupação com a formação de
profissionais que possam fazer um adequado uso deste ferramenta, que é transversal a diversas áreas do
conhecimento, e em especial das disciplinas relacionadas ao curso de geografia. Neste sentido, o trabalho
propõe maior embasamento teórico e metodológico do uso do programa. A abordagem envolve o
desenvolvimento de pesquisas e possui caráter didático mostrando a aplicabilidade da ferramenta.
Os software Kosmo e QuantumGIS são instrumentos utilizados para a produção de mapas
temáticos e encontram-se na internet para download. Verificando a importância do uso do SIG junto as
disciplinas acadêmicas, especialmente do curso de Geografia, este trabalho busca mostrar os principais
passos para a representação de fenômenos espaciais, por meio de dados sobre o Campus Universitário
da UFSC.
2. Sistema de Informação Geográfica
O Sistema de Informação Geográfica compõe a definição de Geoprocessamento, que, segundo
Rosa e Brito (1996), pode ser entendido como um conjunto de tecnologias com finalidade à coleta e
tratamento de informações espaciais e o desenvolvimento de novos sistemas e aplicações, com diferentes
níveis de sofisticação.
Enquanto o processamento digital consiste na correção de distorções de imagens digitais
mediante manipulação numérica, e a cartografia digital na tecnologia destinada à captação, organização e
desenho de mapas, os sistemas de informação geográfica são sistemas de processamento de informação
espacial (Rosa e Brito, 1996, p.9).
Conforme Câmara (2005) o termo Sistema de Informação Geográfica (SIG) é aplicado para
sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos. A principal diferença de um SIG
para um sistema de informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os atributos
descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos. Lisboa Filho e Iochpe (1996)
complementam, afirmando que uma das vantagens dos SIG é que eles podem manipular dados gráficos e
não-gráficos de forma integrada, provendo uma forma consistente para análise e consulta envolvendo
dados geográficos
A Manipulação dos dados devidamente georreferenciados e de forma integrada confere aos
Sistemas de Informação Geográfica uma verdadeira ferramenta para a representação cartográgica dos
fenômenos geográficos. Os fenômenos relacionados às diversas linhas de pesquisa existentes
principalmente na Geografia se tornam melhor compreendidos e fornecem melhor entendimento de uma
pesquisa ou informação quando ela possui uma representação cartográfica, visto que possibilita ao dado
uma interpretação (?).
3. A Geografia e os Sistemas de Informação Geográfica
A relação da Ciência Geográfica com a Cartografia promoveu e ainda promove resultados
fascinantes, uma vez que uma é parte ou complemento da outra. Por mais que a Cartografia seja uma
área independente, desmembrada da Astronomia e Geodésia ela tem íntima relação com a Geografia,
ciência do homem e do meio ao mesmo tempo. É possível fazer a relação de que a cartografia é uma
ferramenta indispensável para o geógrafo, assim como o martelo o é para o marceneiro, graças ao poder
de representar um dado, em um determinado espaço de forma mais fiel possível à realidade.
“A Geografia levanta, pesquisa, analisa, conclui; a Cartografia representa
em forma adequada os resultados dessas investigações. Uma prepara; a
outra apresenta. A Geografia e a Cartografia mantém entre si tão íntima
relação que se poderia enunciar que um estudo só é legitimamente
geográfico, quando os seus resultados puderem ser expressos
cartograficamente. A carta é, assim, por excelência, o documento do
geógrafo” (Castro, 1940, p.463).
A geografia ciência que busca a compreensão da realidade posta, tendo em vista seu objeto de
estudo o complexo sistema homem/meio por vezes acaba por subutilizar de ferramentas de apoio. Deste
modo, os mapas foram tornando-se uma ferramenta indispensável para os geógrafos de todas as linhas
do pensamento, e hoje em dia, o uso de novas tecnologias como o geoprocessamento, por exemplo, vem
auxiliando sobremaneira às análises geográficas quer sejam de âmbito físico, humano, social, econômico,
político entre outros. (Fitz, 2012, p02). O surgimento de uma cartografia automatizada data da década de
1960 com o desenvolvimento dos sistemas computacionais que revolucionaram as técnicas de
mapeamento aumentando consideravelmente a rapidez no processamento e análise de dados e
documentos sobre o espaço. Neste mesmo período nos Estados Unidos uma nova escola geográfica é
apresentada para o mundo, a escola quantitativa que se baseava na utilização das tecnologias
computacionais para analisar os fenômenos e identificar determinados processos sobre o ambiente natural
e social por meio de processamentos matemáticos e fórmulas de previsões. Este surgimento de uma nova
escola na geografia se deu devido a necessidade da ciência geográfica buscar cada vez mais
compreender a dinâmica dos aspectos físicos, químicos, biológicos e humanos bem como suas
combinações e mutações. Portanto houve algumas tendências na ciência geográfica com características e
autores distintos como: Landscape Ecology (Ecologia da Paisagem), Paradigma regional, racional e
humanista (revitalização da Geografia Tradicional). Como autores Naveh e Lieberman (1984); Postmodern
Geography (Geografia Pós-Moderna), Paradigma crítico (crise do Marxismo x praticidade), Soja (1989) e o
mais importante para a relação da cartografia com a geografia a Automated Geography (Geografia
Automatizada), como paradigma quantitativo (Geotecnologias uma visão de mundo a partir da evolução e
revolução tecnológica.) (Buzai, 2000 apud Fritz 2012 p.08).
“A Nova Geografia não constituía um movimento unitário, apresentando diferentes
tensões. Segundo Taylor e Johnston (1995), os SIGs seriam assim resultantes de duas
dessas tensões. Entre "ciência" indutiva e dedutiva, onde os SIGs incluir-se-iam no
primeiro caso como técnicas para pesquisa empírica; e entre Geografia "pura" e
"aplicada": inicialmente houve maior ênfase na ciência pura, a preocupação era em
desenvolver teorias em linguagem científica, o que daria maior status à Geografia na
Academia. Na década de 70 passou a haver ênfase na Geografia Aplicada em
detrimento de uma Geografia Teórica, esta ênfase permanecendo durante a década de
80, constituindo a chave do sucesso dos SIGs. Os SIGs resultariam, assim, da aliança
entre a técnica e a aplicação. ”(Branco, 1997 p.79).
Ao passo que a geografia quantitativa ou nova geografia surgia, a cartografia também caminhava
para um desenvolvimento calcado principalmente nos computadores e no aperfeiçoamento de novas
tecnologias, possibilitando uma maior precisão nas representações espaciais dadas cartograficamente
através do uso dos sistemas de informações, inicialmente sobre a terra e posteriormente geográfico. A
utilização das geotecnologias, como os sistemas de informações geográficas, ou sistema de
posicionamento global - GPS, entre outros o sensoriamento remoto, vem contribuindo na gestão e
planejamento do espaço. Com o advento da atualização destas tecnologias novos campos do
conhecimento puderam ser melhor explorados, contribuindo desta forma para o desenvolvimento de nossa
sociedade. Os sistemas de informações geográficas são utilizados como ferramenta indispensável
para os planejadores e gestores territoriais. Um sistema, computacional capaz de manipular os dados
sobre o espaço pode ser empregado nas mais variadas tarefas, desde a geração de mapas base até a
concepção de cartas temáticas específicas, representando cada elemento presente na superfície terrestre.
Estes produtos são gerados através do levantamento de dados e informações acerca de um objetivo
proposto. Com a difusão dos sistemas de informações geográficas nas mais variadas áreas do
conhecimento humano houve também grande repercussão na geografia, onde alguns autores da corrente
de pensamento marxista ou crítica questionavam suas reais aplicações.
“A quantificação tem como méritos o enriquecimento da geografia com o uso de
modelos matemáticos-estatisticos, inserção dos computadores na análise e a busca de
aprimoramento metodológico. No entanto, o uso e abuso de técnicas e modelos típicos
das ciências naturais não davam respostas a todas as questões e inquietações
impostas as ciências sociais.”(Costa e Rocha , 2010 p.36).
Basicamente questionam-se as bases teóricos conceituais dos sistemas de informações
geográficas que constituem seus fundamentos com relativas limitações conforme esta escola do
pensamento geográfico. Porém, devemos ter em mente que a Geografia deve-se utilizar dos SIGs de
forma a auxiliar no desenvolvimento das análises e na elaboração de estudos mais complexos que
necessitam de representação espacial dos fenômenos pertinentes a um dado espaço. Portanto, não é o
objetivo dos SIGs representar as interações do homem com o meio, pois as relações espaciais ainda são
demasiadamente complexas e de intensa dinâmica, sendo para os padrões atuais praticamente
impossível representar toda essa complexidade a partir de uma visão computacional sobre o espaço.1 A
aproximação dos sistemas de informações geográficas da ciência geográfica fez surgir na comunidade
científica inúmeros debates e estudos para averiguar os fundamentos filosóficos e metodológicos acerca
dos SIGs e seus possíveis limites na representação espacial das relações sociais e da natureza. Ainda há
muito a ser discutido e comentado sobre o assunto. Porém, na atualidade não se pode admitir que a
geografia fique a margem de outras ciências quando o assunto é sistemas de informações geográficas.
Amplamente utilizado por outras áreas do conhecimento humano, os SIGs vem ganhando cada dia mais
espaço inclusive dentro da própria geografia, seja como ensino de graduação e pós-graduação em
disciplinas nas universidades, promovendo o primeiro contato com os acadêmicos, buscando diminuir a
lacuna entre Universidade e mercado de trabalho, ou no ramo profissional, onde milhares de empresas
desenvolvem suas atividades baseadas em algum sistema de informações geográficas. Ou bem os
geógrafos partem para o entendimento, aprendizagem e assumem a importância de se utilizar os SIGs
para estudos de Geografia ou a própria Geografia ficará á sombra de outras ciências que a utilizam.
4. Características das ferramentas de apoio
As ferramentas de apoio ao desenvolvimento do trabalho, como já citadas anteriormente, são o
QuantumGis e o Kosmo. A opção por estes programas se deu em razão de serem utilizados por
professores do Departamento de Geiociências da Universidade Federal de Santa Catarina.
1 “Os críticos deste paradigma argumentam que a quantificação deixou de ser uma ferramenta auxiliar do geógrafo
em sua análise e passou a ser o referencial básico das pesquisas. Os estudos passaram a se preocupar mais com os
modelos matemáticos e com a estatística do que em compreender as relações sociais e espaciais presentes no
espaço”. (Costa e Rocha , 2010 p.36).
O Quantum Gis2 (QGIS) é um software de geoprocessamento livre que foi desenvolvido
inicialmente em 2002. Pode ser executado em diversos sistemas operacionais, tais como o Microsoft
Windows, Linux, UNIX, Mac OS X. O Quantum Gis é considerado um software de menor tamanho em
comparação com outros comerciais, além de requisitar de um menor número de memória RAM para poder
ser executado em um computador. O desenvolvimento atual do QGIS é realizado por voluntários que
disponibilizam atualizações do programa e correções de “bugs”. A partir do ano de 2012 o software passou
a ser traduzido para 48 diferentes idiomas. Dentre suas aplicações, destacam-se as de visualizar,
gerenciar, editar e compor mapas a serem impressos.
O Kosmo3 é um SIG de desktop que utiliza da linguagem de programação Java e conta com
funções avançadas. Hoje o programa está sendo desenvolvido a partir da plataforma JUMP GIS. O Kosmo
é utilizado para visualizar e processar dados espaciais. Sua interface é de fácil entendimento e conta com
uma série de códigos livres. Os dados que podem ser utilizados nesse SIG são do tipo vetorial, raster ou
um banco de dados. É um software que permite trabalhar com imagens georreferenciadas, e também
conta com diversas extensões que permitem melhor usufruir das funcionalidades desse SIG.
5. Aplicação prática de um SIG
A aplicação prática das ferramentas selecionadas se deu com dados do Campus da Universidade
Federal de Santa Catarina, tendo como objetivo apresentar breves roteiros para elaboração de mapas
temáticos. A seguir é caracterizada a área de estudo e apresentados procedimentos que conduzem a
visualizações temáticas dos dados organizados nas respectivas ferramentas.
5.1. Área de estudo
A área de estudo compreende o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
localizado na porção centro oeste do município de Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina, Brasil, nas
coordenadas 27º36’06’’ latitude sul e 48º31’17’’ de longitude oeste.
O Campus Universitário foi construído em 1960 e atualmente possui uma área superior de 20
milhões de metros quadrados. Está localizado a aproximadamente 6 km do centro da cidade, estando
localizado entre os bairros da Carvoeira, Pantanal e Trindade (Figura 1).
Dentre as atividades locais destaca-se o comércio, a presença do sistema financeiro, a alta ação
do setor imobiliário.
2 http://qgisbrasil.wordpress.com/
3 www.saig.es
Figura 1: área de estudo.
5.2. Dados utilizados
Os dados vetoriais do campus foram disponibilizados pelo laboratório de geoprocessamento do
departamento de geociências, e estão referenciados ao Datum SAD-69 com o sistema de projeção UTM.
Uma pequena complementação na camada de edificações foi realizada, de modo a atualizar o arquivo,
que foi gerado a partir de fotografias aéreas obtidas em 2000.
Os dados alfanuméricos foram organizados em uma tabela e dizem respeito ao número de cursos
por centro de ensino. Esta tabela foi relacionada aos objetos espaciais para possibilitar a elaboração da
representação temática que será apresentada posteriormente.
Conforme afirmação de Fitz (2008), a utilização de um SIG pressupõe a existência de dados
georreferenciados a um sistema de coordenadas conhecido. Os dados devem ser estruturados de tal
forma que possam relacionar-se entre si. Assim, os dados ditos alfanuméricos, devem ser vinculados a
dados espaciais de arquivos digitais.
A Tabela 1 apresenta dos dados alfanuméricos utilizados no trabalho.
Tabela 1: número de cursos por centro de ensino.
Centro Descrição Número de Cursos
CDS Centro de Desportos 2
CCB Centro de Ciências Biológicas 2
CCJ Centro de Ciências Jurídicas 2
CED Centro de Ciências da Educação 4
CCA Centro de Ciências Agrárias 4
CSE Centro Sócio-Econômico 5
CCS Centro de Ciências da Saúde 6
CFM Centro de Ciências Físicas e Matemáticas 7
CFH Centro de Filosofia e Ciências Humanas 10
CCE Centro de Comunicação e Expressão 13
CTC Centro Tecnológico 15
5.3. Elaboração de mapas temáticos
A representação temática elegida para compor o trabalho é simples, e tem por objetivo evidenciar
os procedimentos oferecidos pelos programas para elaborá-la. A variável “número de cursos” por centro é
quantitativa, portanto o nível de medida utilizado foi o proporcional com esquema de cor sequencial. Ou
seja, elaborou-se uma representação coroplética, onde os polígonos das edificações dos respectivos
centros foram classificados em razão do número de cursos.
Os intervalos de classes foram assim definidos: 1 a 3; 4 a 6; 7 a 10; 11 ou mais.
A seguir são apresentados os procedimentos para elaboração da visualização temática referida
anteriormente, empregando-se os programas QuantumGIS e Kosmo. Parte-se do princípio que o projeto já
esteja preparado, ou seja, os dados vetoriais e alfanuméricos carregados e relacionados.
5.3.1. Kosmo
As camadas de dados vetoriais utilizadas no projeto foram as dos lotes (parcelas) que compõe o
campus universitário, os logradouros e as edificações dos centros de ensino. Destaca-se que as
edificações relacionadas a outros fins não estão representadas, como por exemplo: prédio da reitoria,
restaurante universitário, entre outros.
A Tela apresentada na Figura 2 corresponde à visualização das camadas de dados vetoriais
envolvidas no trabalho. É a base para elaboração de representações temáticas, considerando dados não
espaciais relacionados aos objetos espaciais.
Figura 2: camadas de referência para representações temáticas.
Como definido anteriormente, passa-se a demonstrar os procedimentos para definição de uma
visualização temática do número de cursos por centro. A tela da Figura 3 indica os primeiros passos. Com
o foco na camada Edificações, que possui relacionamento com a tabela de dados não espaciais, no caso
o número de cursos por centro, após pulsar com o botão direito do mouse seleciona-se a opção
“Simbologia” e em seguida na sub-opção “Modificar Estilo”.
Figura 3: primeiros passos para representação coroplética do número de cursos.
Esta sequencia de operações levará a abertura de uma janela que possui os parâmetros para
definição de representações temáticas, como pode ser visto na tela da Figura 4. Duas abas foram
utilizadas para conduzir a visualização desejada: 1) Classificação por cor e 2) Etiquetas.
Figura 4: definição dos elementos da visualização coroplética.
Na aba classificação por cor deve-se habilitar a classificação por cor para possibilitar a
representação de determinada variável não espacial sobre o mapa. Como a variável de interesse é
quantitativa e o nível de medida escolhido para representação foi o proporcional, deve-se igualmente
habilitar a opção “Escala”. A não seleção dessa última opção faz com que somente as variáveis
qualitativas possam ser representadas.
O Atributo considerado deve ser selecionado, para em seguida definir o número de intervalos de
classes. Destaca-se que no Kosmo deve-se sempre acrescentar um intervalo ao número definido para
representação da variável, pois, por definição, o programa define esta classe para valores que porventura
não estejam previstos nos intervalos.
A indicação do valor máximo de classes por definição é 30. Neste csao até 30 intervalos de
classes podem ser representados. Na visualização pretendida somente 5 foram utilizadas.
O Kosmo apresenta diversos esquemas de cores para serem utilizados, alguns deles baseados no
trabalho de Cynthia brewer, publicado no site www.colorbrewer2.org. Na representação do número de
cursos optou-se pelo esquema sequencial OrRd.
Em seguida habilitaram-se as etiquetas dos centros, como pode ser visto na tela da Figura 5.
Nessa aba, após a seleção da opção habilitar etiquetas deve-se indicar a variável que apresenta os
valores a serem visualizados sobre os objetos espaciais correspondentes. Há três maneiras de apresentar
as etiquetas: simples, repetidas e sobrepostas. Para evitar poluição visual, fez-se opção pelo modo
simples. O tamanho e o tipo de fonte podem ser também definidos nesta aba.
Figura 5: parametrização das etiquetas.
Realizada estas operações, o resultado da visualização pretendida é apresentado na tela da
Figura 6.
Figura 6: representação coroplética do número de cursos por centro de ensino - Kosmo.
5.3.2. QuantumGis
De modo similar ao descrito no item 5.3.2, parte-se do projeto já definido, com as camadas de
referência devidamente carregadas e relacionadas com os dados não espaciais. Assim sendo, para definir
a representação coroplética do número de cursos por centro na camada edificações, o primeiro passo é
selecionar a opção “Propriedades” após pulsar com o botão direito do mouse sobre a camada de
interesse. A Figura 7 apresenta esta operação.
Esta opção abrirá uma janela onde é possível alterar as propriedades da camada, como: cor,
tamanho, rótulos, entre outros. Para a variável selecionada (número de cursos) fez-se a opção pelo modo
de representação graduado, que corresponde ao nível de medida proporcional, empregado para variáveis
quantitativas. Em seguida foi definido o número de intervalos de classes e o esquema de cor.
Modificações na cor e na transparência da mesma foram realizadas para produzir um resultado mais
adequado.
Figura 7: propriedades da camada.
Na janela das propriedades da camada são disponibilizadas várias abas para configuração da
representação. A Figura 8 apresenta um exemplo de procedimento para elaborar uma representação
coroplética.
Figura 8: definição das propriedades para representação coroplética.
A realização da rotulagem dos centros de ensino deu-se por intermédio da criação de uma nova
camada vetorial do tipo pontual, onde seguida foi inserido pontos sobre o mapa para representar a
localização dos centros. A esta camada de pontos foi definida uma coluna na tabela de dados não
espaciais para descrição dos centros. Em seguida esta descrição foi definida como rótulo, tomando-se o
cuidado de diminuir-se o tamanho do ponto (zero) e a definição de uma área de influência (buffer) do
rótulo (1) para evitar etiquetas repetidas e assim evitar a poluição visual.
A tela da Figura 9 apresenta o resultado obtido.
Figura 9: representação coroplética do número de cursos por centro de ensino - QuantumGIS
6. Considerações Finais
No âmbito institucional/acadêmico, em especial no curso de geografia, percebe-se a demanda por
análises geográficas apoiadas por um SIG aumentar, e isso motivou a criação de um grupo de estudos,
composto por alunos e professores, para iniciar práticas com esta ferramenta que pode trazer benefícios à
diversas disciplinas da Geografia.
A utilização do SIG na Geografia vem se tornando cada vez mais importante no apoio a
representação e análise de fenômenos geográficos. Neste sentido, é fundamental que o geógrafo conheça
as possibilidades oferecidas por essa ferramenta, de modo a poder extrair os benefícios que oferecem ao
seu cotidiano.
Como pôde ser percebido ao longo do texto, o propósito perseguido foi o de dispor aos geógrafos
um conjunto de procedimentos que possibilita rapidamente produzir a representação de fenômenos
geográficos. Duas ferramentas livres e de fácil manuseio foram apresentadas, e podem com eficiência
suprir demandas por análises espaciais.
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