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SILENE PEREIRA SANTANA AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA AO PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE SEPSE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde SÃO PAULO 2018

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SILENE PEREIRA SANTANA

AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA AO PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE SEPSE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde

SÃO PAULO

2018

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SILENE PEREIRA SANTANA

AVALIAÇÃO DA ADERÊNCIA AO PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE SEPSE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Prof. Dr. Eitan Naaman Berezin Coorientador: Prof. Dr. Irineu Francisco Delfino Silva Massaia

SÃO PAULO

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Santana, Silene Pereira Avaliação da aderência ao protocolo de tratamento de sepse em um hospital universitário brasileiro./ Silene Pereira Santana. São Paulo, 2018.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Eitan Naaman Berezin Coorientador: Irineu Francisco Delfino Silva Massaia

1. Sepse 2. Protocolos 3. Mortalidade BC-FCMSCSP/25-18

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Dedicatória

DEDICATÓRIA

Agradeço aos meus Pais, Isabel e Daniel,

que, mesmo sem perceber e com seus conselhos e exemplos,

me incentivaram contribuindo para meu crescimento profissional.

Ao meu filho, João Pedro,

pela preocupação e compreensão nesses meses de pesquisa.

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Agradecimentos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por ter me dado à capacidade de realizar

essa pesquisa.

Tive o privilégio de contar com o apoio de meu Orientador, Prof. Dr. Eitan

Naaman Berezin, que além de professor contribuiu de forma inestimável para meu

aprendizado.

Agradeço à Prof. Dra. Mariana Volpe Arnoni, que me mostrou o caminho a

seguir com suas orientações fazendo parte importante dessa trajetória

Agradeço ao Prof. Dr. Irineu Francisco Delfino Silva Massaia, Coorientador,

pelo apoio e incentivo e contribuindo sempre para realização de um sonho.

Agradeço à Prof. Dra. Sandra Regina Sprovieri, pela constante participação,

colaboração e disponibilidade de informações, para a realização deste estudo.

Agradecimento especial aos meus queridos amigos do Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar, Simone Altobello, Cassia Petrizzo, André Barbosa, Eliane

Cedano, Derick Oliveira, Dra. Fernanda Maffei, Dra. Adriana Weinfeld, pelo apoio,

sinergia, parceria e por estarem comigo em momentos que meus passos se

encontravam lentos, fazendo parte dessa etapa decisiva em minha vida.

À Deleide Cristina, por toda ajuda, paciência, carinho, disposição e colaboração

na construção deste estudo.

À Cely Barreto da Silva, pelo apoio e orientações, transmitindo conhecimentos

me acolhendo e sanando dúvidas pertinentes.

Às amigas, Viviane Portik, Marlene Arcanjo, Josineide de Jesus, pela amizade,

estimulo e incentivo para que fosse iniciado e realizado esse estudo.

Agradeço ainda aos amigos do Laboratório de Microbiologia, Dr. Stanley Nigro,

Dr. Álvaro Rodrigues, pela constante atenção dada ao meu trabalho.

Aos Professores Dr. Marcelo Jenne Mimica, Dra. Alessandra Navarini e Dra.

Regina Guzzo, por colaborarem com orientações e sugestões na Banca de

Qualificação.

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Agradecimentos

À equipe da Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa

de São Paulo, Mirtez Dias de Souza, Daniel Gomes, profissionais brilhantes e que

contribuíram para a realização dessa Tese.

À Erika Fukunaga, pelos conhecimentos e participação ativa para o

desenvolvimento, formatação e resultados estatísticos deste trabalho.

Às Bibliotecárias, Sônia Regina Fernandes Arevalo, Sadia Hussein Mustafa e

a equipe da Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São

Paulo, pela disponibilidade e atendimento e elaboração da ficha catalográfica.

Ao casal, Celina e Marco Antonio Federico, pela ajuda e participação final deste

trabalho.

Agradeço também à instituição por ter me dado à oportunidade em

disponibilizar de ferramentas necessárias permitindo que eu chegasse ao final desse

ciclo. Agradeço ainda a todos os colaboradores que fazem parte desse Serviço pela

paciência e contribuição para o aprimoramento, desenvolvimento desse estudo.

Agradeço à Fundação CAPES, pela bolsa oferecida e pelo apoio à esta

pesquisa.

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Abreviaturas e Símbolos

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVE – Acidente Vascular Encefálico

Bpm – Batimentos por minutos

DM – Diabetes Mellitus

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

ED – Departamento de Emergência

EGDT – Terapêutica Precoce Dirigida (Early Goal Directed Therapy)

ESBL – Enterobactérias produtoras de beta-lactamase

FIO2 – Fração Inspirada de Oxigênio

GSA – Global Sepses Alliance

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva

ILAS – Instituto Latino Americano de Sepse

Ipm – Inspiração por minuto

IRC – Insuficiência Renal Crônica

ISCMSP – Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

mg – Miligramas

mmHg – Milímetros de mercúrio

mm3 - Milímetros cúbicos

mMol - Concentração molar

OMS – Organização Mundial de Saúde

PaCO2 – Pressão parcial arterial de CO2

PAM – Pressão Arterial Média

PCR – Proteína C Reativa

PVC – Pressão Venosa Central

RNI – Razão Normalizada Internacional

SAME – Serviço de Arquivo Médico e Estatística

SAPS3 – Simplified Acute Physiology Score 3

SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

ScvO2 – Saturação Venosa Central de Oxigênio

SIRS – Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica

SOFA – Sequential Organ Failure Assessment

SPSS – Statistical Package for Social Sciences

SSC – Campanha Sobrevivendo a Sepse

SUS – Sistema Único de Saúde

TTPA -Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

VR – Valor de Referência

WHA – World Health Assembly

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Sumário

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………............. 1

2. OBJETIVOS ……………………………………………………………............... 10

3. MATERIAL E MÉTODO ……………………………………………………......... 12

3.1. Protocolo de Sepse institucional ............................................................. 13

3.2. Desenho do estudo ................................................................................. 18

3.3. Campo do estudo .................................................................................... 18

3.4. Critérios de inclusão e exclusão .............................................................. 18

3.5. Variáveis do estudo ................................................................................. 19

3.6 Análise estatística ................................................................................... 19

3.7. Questões éticas ...................................................................................... 20

4. RESULTADOS …………………………………………………………………..... 21

5. DISCUSSÃO ……………………………………………………………………..... 31

6. CONCLUSÕES …………………………………………………………............... 37

7. ANEXOS ………………………………………………………………………….... 39

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………........ 43

RESUMO ………………………………………………………………………….... 50

ABSTRACT ………………………………………………………………………... 52

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1. INTRODUÇÃO

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Introdução

A sepse é classificada como uma infecção associada à disfunção orgânica

devido a uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção(1).Considerada como

um problema de saúde pública e um desafio para as organizações de saúde por ser

uma das maiores causas de morte de pacientes hospitalizados(2).

O diagnóstico de sepse até 2016 era baseado na presença de sinais e sintomas

da síndrome da resposta inflamatória sistêmica associado a um quadro infeccioso, e

com sinais de disfunção orgânica denominada se sepse grave. Contundo, estudos

clínicos demonstraram que os critérios de SIRS eram relativamente inespecíficos e

mantinham uma sensibilidade inadequada para diagnosticar sepse, deixando de

identificar um em cada oito pacientes com infecção mais disfunção orgânica como

tendo positividade nos critérios de SIRS. Assim em 2016, uma força tarefa para mudar

as definições foi estabelecida pelas sociedades Americanas e Europeias de medicina

intensiva, incluindo uma ampla revisão da fisiopatologia, assim como incorporação de

novos conceitos. As definições foram atualizadas e a validação dos novos critérios foi

feita com base na acurácia dessas definições em bases de dados de países

desenvolvidos, sem dúvida um avanço em relação às definições anteriores, que

utilizaram critérios apenas baseados na opinião de especialistas(1,3).

O termo sepse grave foi abandonado e os critérios de SIRS não mais utilizados

para definir sepse, apenas com a finalidade de identificar infecção não complicada

(infecção sem disfunção). Para diagnosticar sepse, o critério atual preconiza que seja

feita a avaliação do escore de disfunção orgânica SOFA, é um incremento classificado

como maior ou igual a 2 para diagnostico de sepse(1,3).

Já o choque séptico foi definido como a presença de alterações circulatórias e

metabólicas celulares capazes de elevar substancialmente a mortalidade no contexto

da sepse. O critério clínico sugerido pelos autores para identificar esses pacientes à

beira do leito seria hipotensão não responsiva a fluidos e hiperlactatemia persistente,

que tinham uma mortalidade mais elevada que o subgrupo de pacientes com qualquer

um dos dois isoladamente(4).

O diagnóstico se faz na presença de pelo menos dois sistemas acometidos

temperatura >38ºC ou <36ºC, frequência cardíaca >90bpm; frequência respiratória

>20 ipm ou PaCO2<32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica e alteração na

contagem de células brancas do sangue, leucócitos totais >12.000/mm3 ou

leucocitose <4.000/mm3 ou a presença de >10% de neutrófilos imaturos(5).

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Introdução

No Consenso, publicado em 1992, quando criado a definição ampla de choque

séptico que representou avanço Choque foi melhor estabelecido como uma forma

generalizada de falência circulatória aguda ameaçadora à vida, associado à utilização

inadequada de oxigênio pelas células(6).

Os critérios diagnósticos de choque séptico consistem na “necessidade de

vasopressor para manter uma pressão arterial média acima de 65mmHg após a

infusão adequada de fluidos, associada a nível sérico de lactato acima de 2mmol/L”.

Esses pacientes podem receber tanto ringer lactato como soro fisiológico ou soluções

balanceadas(4,7).

Estudo com dados nacionais recente mostrou o aumento significativo da

mortalidade por sepse em hospitais públicos vinculado ao Sistema Único de Saúde

(SUS)(8).

Essa repercussão sistêmica da infecção (sepse) também tem um significante

impacto na morbimortalidade nas unidades de terapia intensiva, outro fator de suma

importância é a prevalência das infecções graves nesses pacientes(9).

Cerca de 20% ou mais dos pacientes internados em Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) podem desenvolvê-la. A mortalidade por sepse no Brasil é uma das

maiores do mundo (acima de 50%), ficando à frente das taxas de mortalidade de

países semelhantes, como a Índia e Argentina. Além da morbimortalidade, os custos

associados à prevenção e tratamento desses pacientes são consideravelmente

elevados(10).

Segundo dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), em estudo

realizado entre 2005 e 2013, foram analisados 14.643 pacientes no Brasil com sepse;

destes, 55,2% com sepse e 44,8% com choque séptico, cuja mortalidade foi de 34,8%

e 64,5% respectivamente(11). Com elevação significante anualmente nos Estados

Unidos chegando a 750.000 novos casos de septicemia tendo como justificativa o

envelhecimento e o aumento da população infectada com bactérias resistentes ao

tratamento(8).

A sepse é um inimigo silencioso fatal e quase desconhecido mesmo com a

relevância de sua gravidade implicando diretamente na demanda de recursos, seu

reconhecimento e otimização em alguns casos não é realizada em tempo hábil,

contribuindo para o estadiamento da doença com disfunção de múltiplos órgãos e

sistemas(12).

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Introdução

Sepse ou choque séptico estão presentes quando a sepse apresenta um

estadiamento disfunção orgânica aguda e hipoperfusão tecidual(13). Embora a

identificação precoce e o tratamento agressivo possam melhorar a hemodinâmica do

paciente, prevenindo a deterioração, a sepse frequentemente não é reconhecida ou

subtraída em departamentos de emergências(14).

Recentemente, foi observado que o tratamento precoce com metas específicas

era capaz de reduzir de forma importante a morbidade e mortalidade, além de

recursos e a redução de custos para as organizações hospitalares(15,16).

O reconhecimento precoce refere-se à pronta identificação de pacientes que

através de mediadores químicos apresentam uma resposta inflamatória sistêmica

aguda à infecção. Dependendo do início da sepse, isso pode ocorrer no departamento

de emergência (ED), UTI, sala geral ou mesmo durante a fase pré-hospitalar(17).

A deficiência no reconhecimento dos quadros infecciosos com errônea

interpretação da criticidade resulta no tratamento inadequado da sepse elevando a

taxa de mortalidade nos hospitais públicos em comparação aos hospitais privados do

Brasil(18,19).

Considerando o Brasil como um dos mais elevados índices de morte por essa

doença, foi implantado em 2007 em 43 hospitais a Campanha Sobrevivendo a Sepse

com o objetivo de redução da mortalidade por sepse em 25% no período de 2,5 anos

do início da campanha(20).

As diretrizes da Campanha Sobrevivendo a Sepse (SSC) proclamaram alguns

componentes da terapia inicialmente dirigida com a finalidade de alcançar objetivos

Early Goal-Directed Therapy (EGDT) como tratamento padrão para pacientes com

sepse e choque séptico(21,22).

A evolução da síndrome séptica na sepse e choque séptico representa o

grande e real desafio. A identificação na fase inicial da sepse, a melhora no

reconhecimento e a implementação diagnóstica terapêutica são os passos mais

importantes para melhorar a evolução e indicar o melhor tratamento disponível. Além

disso, o planejamento estratégico de triagem dos casos é necessário, pois auxiliam

na identificação e monitoramento prévio dos pacientes hospitalizados com sepse na

fase inicial da doença. Como em outras linhas prioritárias de tratamento, o

retardamento do diagnóstico e terapêutico pode comprometer gravemente o

prognóstico da doença(23).

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Introdução

Considerando o ponto de vista econômico, o tratamento da sepse comparada

a outras doenças tem custo bastante elevado para o Sistema Único de Saúde (SUS),

levando em consideração as longas permanências hospitalares e elevadas taxas de

letalidade(24,25).

O tempo de permanência do paciente hospitalizado sugere um risco eminente

de colonização por patógenos multirresistentes(26).

Em relação ao tratamento, as intervenções precoces mediante os distúrbios

hemodinâmicos e o uso do antibiótico inicial correto, é fundamental para o manuseio

da sepse sendo primordial para o desfecho com sucesso em benefício desses

pacientes(27).

Publicado em 2001, o estudo Rivers observou uma redução absoluta de

mortalidade de 16% em pacientes com sepse e choque séptico ressuscitado utilizando

terapia direcionada(28).

A identificação de pacientes com sepse e choque séptico nos estágios iniciais

de sua disfunção tornou-se cada vez mais enfatizada(29,30). Esta consternação

desnecessária levou a Alemanha, com um apoio unanime do conselho executivo da

Organização Mundial de Saúde (OMS) e a instância Global Sepsis Alliance (GSA),

adotar a resolução proposta pela World Health Assembly (WHA). A mesma exigia que

os estados membros e o Diretor-Geral da OMS adotassem ações específicas com a

finalidade de redução da sepse mediante uma melhor prevenção, diagnóstico e

gerenciamento(31).

Grande parte do trabalho para aprimorar a pontualidade dos cuidados se

concentra em pontos, gerenciamento para pacientes com sepse ou choque séptico.

São pacotes, com base na Campanha Sobrevivendo a Sepse (SSC)(29).

A publicação das diretrizes serviu de base para o lançamento do programa

internacional desenhado para conscientizar, planejar e difundir as ações de práticas

clínicas no tratamento da sepse. Em 2005, após uma revisão desse projeto, surgiram

os chamados Sepsis Bundles, uma sequência de atividades e tratamentos

esquematizados voltados para que as equipes atenderem os pacientes seguindo os

tempos, as sequências e os objetivos dos componentes individuais, com a meta final

de redução da mortalidade por sepse em 25%(29).

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Introdução

Um dos pontos–chave no manejo do paciente com sepse é a identificação

precoce e administração da terapia antimicrobiana na primeira hora posterior ao

diagnóstico. O tratamento do paciente com choque séptico deve ser iniciado logo que

diagnosticado, independente da unidade de internação, seja Pronto Socorro,

enfermaria ou UTI. Sabe-se que as primeiras horas de atendimento são cruciais, uma

vez que o atraso influência no princípio ou piora das disfunções orgânicas

aumentando a mortalidade. Além da monitorização, o manejo do choque séptico

baseia-se na ressuscitação volêmica, suporte hemodinâmico, tratamento/controle

precoce do foco infeccioso dando suporte para as disfunções orgânicas(32,33).

Com base na recomendação da Campanha Sobrevivendo a Sepse indica a

administração de solução cristaloide no volume de 30ml/Kg para pacientes com sepse

ou sinais de hipoperfusão, identificados por hipotensão ou hiperlactatemia é indicado

a utilização de noradrenalina(32).

Entretanto, a identificação de pacientes com choque séptico em alguns

momentos são difíceis devido a diferentes processos de doença ocasionando

resposta inflamatória, resultando em apresentações clínicas sobrepostas. Por

exemplo, a febre pode ocorrer em pacientes sem infecção, e muitos pacientes com

choque séptico não exibem hipertermia ou hipotermia(34,35).

As infecções respiratórias, como a pneumonia, são focos muito comuns de

infecção na sepse, subsequente de bacteremia (de fonte não especificada) e as

infecções do trato urinário. Outras causas de infecções por lesões severas incluem

infecção abdominal, dispositivo, pele/tecido mole, Sistema Nervoso Central e

intracardíaca (endocardite)(36).

Os organismos Gram-negativos foram microbiologicamente comprovados na

maioria das infecções. Além de sua carga econômica, sepse e choque séptico são

circunstâncias imensamente letais, que atualmente são estimadas para matar 258.000

pessoas nos Estados Unidos anualmente, ou 1 pessoa a cada 2 minutos(37).

Os fatores de risco para a evolução do choque séptico incluem idade, raça ou

grupo étnico, estado de saúde prévio (incluindo doenças crônicas como Síndrome de

Imunodeficiência Adquirida, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes e muitos

tipos de câncer) uso de agentes imunossupressores, podendo ter correlação com

fatores genéticos envolvidos, em particular, mecanismos de polimorfismos para

citações de drogas e outros complicadores intermediários na patogênese(38,39).

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Introdução

O número de pacientes idosos (≥65 anos), de acordo com a OMS, com sepse

e choque séptico tem aumentado exponencialmente(40).

Essa população idosa é caracterizada pelo crescimento da prevalência de

doenças crônicas, comorbidades, debilidade e comprometimentos funcionais(41,42).

Devido esse acontecimento nas últimas duas décadas, houve uma tendência,

provavelmente impulsionada pelo envelhecimento populacional, e pelo aumento do

uso de drogas imunossupressoras que levaram ao surgimento de agentes

patogênicos resistentes aos fármacos(43,44).

Embora a nossa compreensão da fisiologia da sepse tenha avançado

significativamente desde a década de 1970, as atuais diretrizes de tratamento

continuam a se concentrar principalmente na administração do antibiótico e cuidados

de suporte(45).

Estudo realizado nos Estados Unidos e no Canadá, de coorte retrospectivo em

2.731 pacientes com choque séptico, identificou que a administração antimicrobiana

adequada na primeira hora do início da hipotensão foi associada com 79% de

sobrevivência à alta hospitalar. Os protocolos de tratamento têm como objetivo a

administração precoce de antibióticos apropriados e agora são reconhecidos como

uma medida fundamental no atendimento inicial de pacientes com sepse e choque

séptico(46).

Durante a escolha da antibioticoterapia, deve ser considerado o foco suspeito,

confirmadas comorbidades do paciente, história de uso de antibióticos e infecção

vigentes. De modo geral, inicia-se com uma abrangente cobertura no intuito de

descalonar em um segundo momento, mediante o resultado das culturas. O período

de tratamento, em média, será de sete dias, podendo ser estendido de acordo com o

foco em questão, estado imunológico e evolução clínica do paciente. A dose inicial é

plena e, posteriormente, reajustada conforme a presença de disfunções renal ou

hepática(32).

A terapia antibiótica deverá ser reavaliada diariamente, visando otimizar a

atividade, prevenindo o desenvolvimento da carga bacteriana e redução da toxicidade

e dos custos. Com base nessas premissas, a terapia só deverá ser mantida por mais

de sete a dez dias em pacientes que apresentem resposta clínica lenta, sítio de

infecção não drenável ou deficiências imunológicas(27).

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Introdução

Diante da grande diversidade no grau de seguimento dessas recomendações,

as habilidades e competências do profissional de enfermagem influenciam na

importante responsabilidade de classificar criteriosamente o paciente e participar do

processo de tomada de decisões com a equipe multiprofissional, no intuito do

desenvolvimento do trabalho em equipe, seguindo as recomendações do protocolo

efetivo diante dos quadros de sepse(47).

Apesar da informação acessível e das recomendações de especialistas, existe

a preocupação de que a utilização das diretrizes atuais seja realizada de modo instável

e inconstante, o que afeta o potencial impacto na morbidade e mortalidade. Sendo

assim, é priorizada a aplicação de estratégias de avaliação e pratica médica nesses

aspectos, com a finalidade em melhorar a execução das recomendações

internacionais. Além disso, demonstrou-se que a aplicação criteriosa desses

processos de cuidados melhora consideravelmente mortalidade intra-hospitalar(48).

Desde a primeira introdução do EGDT pela Rivers, sua implementação na

prática clínica melhorou consideravelmente o manejo da sepse e provavelmente

explicou a redução significativa na mortalidade nos últimos dez anos(31,49).

Em comparação com os cuidados padrão, EGDT diminuiu a taxa de

mortalidade em 16%. A mesma visava obter objetivos de ressuscitação distintos, isto

é, pressão venosa central (PVC) = 8-12 mmHg; pressão arterial média (PAM) > 65

mmHg; produção urinária> 0,5 mL/kg/hora; saturação venosa central de oxigênio

(ScvO2) > 70% nas primeiras seis horas. O protocolo EGDT incluiu infusão de coloides

e fluídos cristaloides para aumentar o volume circulatório efetivo, administração

vasopressora para aumentar a PAM e, conforme necessário, transfusão de células

sanguíneas, inotrópicos(21,22).

A mortalidade por sepses e choque séptico é marcadamente reduzida quando

os médicos estão envolvidos em programas educacionais e de melhoria de qualidade

que incorporam todos os componentes sistêmicos recomendados pela diretriz do

SSC(50,51,52).

A triagem de sepse em pacientes com suspeita de infecção, tanto no Pronto

Socorro quanto nas enfermarias, deve ser baseada em ferramentas sensíveis. Com

base nos critérios de Sepse ou em qualquer disfunção orgânica clínica (hipotensão,

redução do nível de consciência, dispneia, oligúria) ou laboratorial que demonstraram

seu valor fundamental em diversos estudos(48,53)..

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Introdução

A septicemia representa o agravamento clínico-patológico de disseminação de

um agente agressor, constantemente bacteriano no sangue, aumentando os riscos de

morbidade e mortalidade para o paciente o que pode ser delimitado por vários fatores

intrínsecos e extrínsecos como resistência bacteriana, o estado nutricional do

paciente, o grau e a natureza da resposta inflamatória do hospedeiro. O diagnóstico

da septicemia pode ser através da hemocultura, onde as bactérias mais isoladas

encontradas são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase - negativos,

Streptococcus Grupo Viridans, Streptococcus pneumoniae, Enterococcus spp,

Escherichia coli, Klebsiella spp, Pseudomonas spp, Enterobacter spp, Proteus spp,

Salmonella spp e Haemophilus spp, sendo muitas delas encontradas no ambiente

hospitalar, microbiota ou em colonização no paciente(54).

A sepse e o choque séptico acometem milhões de pessoas no mundo, sendo

observado um aumento considerável nos índices de incidência, assemelhando-se aos

politraumas, infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular encefálico (AVE)(29).

Um problema de saúde pública, a sepse vem adquirindo crescente número de

casos, altos custos com tratamento e mortalidade, embora tenham ocorrido nestes

últimos anos avanços significativos no entendimento de sua patogênese, com a

melhor compreensão dos mecanismos de ativação das vias de inflamação e da

coagulação, e no tratamento, com o desenvolvimento e aprimoramento de novos

fármacos e recomendação para uso de protocolos baseados em evidências,

resultando ainda com tudo isso em problemas no seu manuseio clínico(55).

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2. OBJETIVOS

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Objetivos

Os objetivos do presente estudo foram:

➢ Avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com sepse e choque séptico

incluídos no protocolo institucional com relação às variáveis: idade, sexo, fatores

de risco.

➢ Avaliar a adesão ao protocolo institucional considerando a coleta dos exames

laboratoriais, coleta de culturas e administração de antimicrobianos dentro da

primeira hora de atendimento.

➢ Avaliar o impacto da implantação do protocolo nas taxas de letalidade dos casos

de sepse e choque séptico na instituição.

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3. MATERIAL E MÉTODO

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13

Material e Método

3.1. Protocolo de Sepse institucional

Lançamento da Campanha na Instituição

No dia 2 de setembro de 2013 foi lançada oficialmente a campanha para a

implementação do Protocolo da Sepse nesta Instituição, envolvendo todos os

profissionais.

As diferentes fases do projeto

Fase 1: Adequação de infraestrutura e processos

Na primeira fase, foram verificadas as condições para implementação do

protocolo e as não conformidades corrigidas.

Criação da comissão de sepse

Foi definida a comissão do projeto: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar,

Unidade de Terapia Intensiva, Pronto Socorro Central, Unidade de Medicina, Unidade

de Patologia Clínica, Banco de Sangue, Serviço de Diagnóstico por Imagem e Centro

Cirúrgico.

Elaboração do Protocolo de Atendimento

Foi elaborado protocolo para o atendimento dos pacientes com base nas

diretrizes da Campanha de Sobrevivência a Sepse com ênfase nas primeiras seis

horas, visando sua importância para melhora da sobrevida dos pacientes. O protocolo

de tratamento foi disponibilizado no ícone ferramentas, no site da intranet e nas

unidades do Pronto Socorro Central e Unidades de Terapia Intensiva e o fluxo

descritivo no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).

Definição Institucional da abrangência do Projeto

O protocolo institucional foi disponibilizado para unidades de Terapia Intensiva,

Pronto Socorro Central e Unidade de Medicina. Em cada unidade foi necessário

estabelecer a maneira que seria identificada e atendida os pacientes sépticos, com

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Material e Método

elaboração do instrumento de triagem e abordagem, adequando o mesmo a realidade

de cada unidade gerenciada pelo protocolo.

Elaboração do Guia de Antibioticoterapia empírica

Um dos itens prioritários dentro do pacote de seis horas é a administração

precoce de antibioticoterapia adequada. Para tal, foram definidos pela Comissão de

Infecção Hospitalar os esquemas do antimicrobiano empírico para os principais focos

de infecção. Para tanto, foi fundamental o conhecimento da epidemiologia da

instituição, que é de suma importância para administração do antibiótico correto.

Adequação da Rotina de Dispensação da primeira dose do Antibiótico

Além da Antibioticoterapia adequada de início imediato, é importante que a

primeira dose desse antibiótico seja administrada dentro da primeira hora da

instalação da disfunção orgânica. Para que isso fosse possível, foi imprescindível a

dispensação da primeira dose com prioridade, sem a necessidade de formulário para

liberação (antimicrobiano) com o preenchimento posterior do mesmo; definimos que

cada setor teria um estoque mínimo de cada antibiótico preconizado.

Adequação da Rotina Laboratorial para coleta de exames

O lactato é o primeiro item a ser coletado do pacote de tratamento. Para a

orientação terapêutica é fundamental que esse resultado tenha um tempo de resposta

rápida; o ideal até 30 minutos. Então foi necessário criar junto ao laboratório uma

rotina para agilização no processamento prioritário das amostras e a mudança na

rotina de coleta e encaminhamento das unidades, e foram definidos os responsáveis

por cada um desses passos em cada uma das áreas geográficas de abrangência do

protocolo. Além do lactato, o laboratório está envolvido na coleta de exames para

pesquisa microbiológica e de exames para detecção de outras disfunções orgânicas

relacionadas à sepse. É obrigatória a coleta de duas amostras de hemoculturas e

culturas de outros sítios quando pertinente, lembrando que a recomendação e a coleta

antes da administração da primeira dose do antibiótico dentro da primeira hora da

instalação da disfunção. Foi criada a caixa de “kit de sepse”. Neste kit foram incluídos

minimamente tubos para hemogramas, gasometria arterial, lactato, creatinina,

bilirrubina, hemoculturas, materiais e antibióticos necessários para cada atendimento.

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15

Material e Método

Adequação do suprimento em cada setor para fornecimento do material

necessário

O protocolo implica em alguns procedimentos como passagem de cateter

central, de pressão arterial média (PAM), pressão venosa central (PVC), coleta de

exames e administração de antibiótico. Para isso a rotina de reposição desses

materiais, através do setor de suprimentos, foi adequada, pois passou a contemplar o

fornecimento dos materiais com a prontidão necessária.

Adequação do Banco de sangue

Para os pacientes em ressuscitação hemodinâmica baseia-se na reposição de

hemácias, o banco de sangue deve atender esses pacientes com prioridade devido o

tempo de otimização, para isso a equipe foi capacitada.

Rotina para priorização de atendimento no centro cirúrgico

O controle do foco faz parte das medidas iniciais a serem realizadas com os

pacientes sépticos nas primeiras horas de atendimento, como pode ser necessário

intervenções em centro cirúrgico, desta forma torna o fluxo diferenciado, priorizando

esses pacientes.

Produção de material gráfico e de suporte necessário para divulgação e

condução da campanha

Para a realização da campanha foi necessário material gráfico como cartazes

explicativos e de motivação, fluxograma de atendimento e diretrizes além de carimbos

de sepse para atendimento laboratorial, caixa para os kits. Esses materiais ficaram

prontos e expostos ao final da segunda fase do projeto para dar início à campanha.

Os materiais gráficos podem ser encontrados nos setores inseridos no protocolo.

Definição e treinamento dos profissionais

Na segunda fase do projeto foi realizado coleta de dados basais, otimização de

fluxo de tratamento, avaliação da estrutura física das unidades.

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Material e Método

Fase 2: Intervenções

Coleta de dados basais

Durante o período de três meses foram monitorados os casos de sepse nas

unidades contempladas. Pacientes com sepse/choque séptico que foram admitidos

no Pronto Socorro Central e Unidades de Terapia Intensiva com a finalidade de

avaliação do reconhecimento e tratamento dos casos, evidenciando os pontos

pertinentes a serem estruturados. Para iniciar os treinamentos foi utilizado

precocemente o indicador, que posteriormente foi instituído.

Fluxogramas explicativos do Processo do Protocolo

Com a finalidade de aferição da aderência que após a anamnese das unidades

foram definidos os locais estratégicos de fácil visualização para equipes, o fluxograma

explicativo da forma de aferição de aderência fora disponibilizado no servidor da

Instituição. Foi realizada a coleta de dados do protocolo determinado na Fase 1,

utilizando o Software de coleta de dados do Instituto Latino Americano de Sepse

(ILAS) que, após fechamento total dos casos, são enviados. O objetivo dessa coleta

inicial de dados foi determinar qual era o desempenho institucional tanto em termos

de aderência como de mortalidade, antes do início do protocolo pontuando os ajustes

necessários e significativos.

Coleta de dados e divulgação dos resultados coletivos

Nossas atividades consistem diariamente em coleta de dados, que são

compilados, gerando taxas de aderência aos itens do pacote, dados que serão

enviados ao Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS). O Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar é responsável pela divulgação interna dos resultados.

Fase 3: Intervenção

Programa de Educação Continuada

Fase de intervenção: Iniciou a capacitação desses profissionais, através de um

programa de educação continuada voltado para o atendimento das diversas

categorias de profissionais da saúde envolvidos com o protocolo.

Para o corpo de enfermagem o treinamento ocorreu coletivamente por turnos,

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Material e Método

temática focada nos aspectos de detecção de sinais da resposta inflamatória e

disfunção orgânica. Atualmente, os profissionais estão habilitados para o

reconhecimento dos sinais; as mesmas estratégias foram feitas para os médicos e

residentes a cada início do mês.

Todos os pacientes diagnosticados com sepse ou choque séptico foram

acompanhados desde a apresentação clínica até a alta hospitalar.

Sinais da sepse: Através do gerenciamento dos dados utilizando a presença

(pelo menos um) desses sinais e sintomas clínicos no momento do diagnóstico do

quadro séptico: Hipertermia ou Hipotermia, Taquicardia, Taquipneia: Laboratorial com

Leucocitose, Leucopenia ou aumento de neutrófilos imaturos.

Disfunção orgânica: presente no momento da suspeita do diagnostico, que não

seja relacionado ao local da infecção e que não seja secundário a doença crônica

como: a) cardiovascular: pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg ou pressão

arterial média ≤ 65 mmHg ou redução súbita da pressão arterial ≥ 40 mmHg; b)

Parâmetros respiratórios: relação PaO2 /FiO2 inferior a 300; c) Alteração renal: diurese

inferior a 0,5 ml/kg/h durante pelo menos duas horas, ou creatinina> 2,0 mg/dl após a

reposição de fluidos; d) Alterações neurológica: podem ser desde ansiedade e

desorientação até confusão mental e perda de consciência.

Exames laboratoriais/positividade das culturas: os exames necessários para a

confirmação do quadro já fazem parte da rotina do protocolo de sepse nas unidades

em que foi implantado. Sempre realizados pelas equipes médicas enfermeiros, para

a inclusão dos pacientes, essa mesma equipe também é responsável pela avaliação

dos demais exames rotineiros. Para exames laboratoriais foram utilizados valores de

referência que estão descritos nas diretrizes da SSC.

a) Bacteriologia: Hemocultura 2 amostras sítios diferentes;

- Outras culturas

b) Hematologia: Hemograma;

- Coagulação: contagem de plaquetas inferior a 100.000/mm3 ou RNI>1,5 ou

TTPA>60 segs.;

c) gases: Gasometria arterial e - Gasometria venosa: 2 coletas, 06 horas de intervalo;

d) hepático: bilirrubina total > 2,0 mg/dl;

e) metabólico: lactato arterial > 2 mMol/dl (ou acima do VR);

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Material e Método

f) Bioquímica: PCR, ureia, creatinina, glicemia, íons (sódio, potássio, cálcio e

magnésio).

Foram observados e descritos tempo de disfunção orgânica, diagnóstico e

início do antibiótico, tempo de intubação e ventilação mecânica, avaliação do escore

SAPS3 (considerando as primeiras 24 horas após a instalação da disfunção orgânica),

avaliação do escore SOFA avaliando estado neurológico através da escala de

Glasgow, início do vasopressor, e reavaliação do status volêmico e perfusão,

positividade das culturas e o desfecho hospitalar dos doentes, alta ou óbito intra-

hospitalar.

3.2. Desenho do estudo

Foi conduzido estudo retrospectivo dos casos de pacientes com sepse e

choque séptico atendidos no Pronto Socorro Central da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) e incluídos no Protocolo de Sepse institucional,

no período de Agosto de 2013 à Junho de 2016.

3.3. Campo do estudo

O Hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é uma instituição pública

localizado na região central de São Paulo e se caracteriza por ser hospital-escola de

referência, com (765) leitos, e recebe em média 10 mil pacientes por mês, de

diferentes gravidades e especialidades.

3.4. Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos os pacientes do Pronto Socorro Central, de ambos os sexos,

maiores de 18 anos, com diagnóstico de sepse ou choque séptico incluídos no

Protocolo de Sepse institucional no período do estudo.

Foram excluídos os casos de pacientes cujos prontuários não disponibilizavam

todos os dados necessários, ou seja, apresentavam informações insuficientes para

pesquisa.

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Material e Método

3.5. Variáveis do estudo

Dos casos incluídos, analisamos as seguintes variáveis:

➢ Faixa etária

➢ Sexo

➢ Procedência (domicílio ou transferência inter-hospitalar)

➢ Fatores de risco (comorbidades, tabagismo, etilismo)

➢ Apresentação clínica (sepse ou choque séptico)

➢ Foco infeccioso

➢ Achados microbiológicos

➢ Tempo de internação

➢ Tipo de infecção (comunitário ou hospitalar)

➢ Desfecho (alta ou óbito)

➢ Adesão ao protocolo institucional (coleta de exames laboratoriais e culturas e

administração de antimicrobianos na primeira hora).

Os dados utilizados foram obtidos a partir dos prontuários médicos, por meio

de registros do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), do banco de dados

do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e da Unidade de Patologia

Clínica da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

3.6 Análise estatística

Os dados foram digitados em Excel e foram analisados no software SPSS

(Statistical Package for Social Sciences) para Windows versão 13.0.

Para a análise descritiva foram utilizadas as medidas resumo (média, mediana,

desvio-padrão, mínimo e máximo) para as variáveis quantitativas e foram calculadas

as frequências absolutas e relativas (n, %) para as variáveis qualitativas. Algumas

variáveis serão descritas através de gráficos: boxplot, setor, barras.

Para a análise inferencial foram utilizados os testes de Qui-quadrado e o teste

não paramétrico de Kruskal-Wallis. Em todos os testes foi adotado o nível de

significância de 5% (p<0,05).

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Material e Método

3.7. Questões éticas

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, sob número do CAAE

57484016.1.0000.5479 (Anexo 1). Foi solicitada a dispensa do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido por se tratar de análise de dados a partir de revisão

de prontuários.

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4. RESULTADOS

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Resultados

Durante o período estudado foram revisados 442 prontuários com episódios de

sepse/choque séptico e, deste total, foram excluídos oito casos, devido o prontuário

estar indisponível ou com informações insuficientes.

TABELA 1. Estatística descritiva das características iniciais do estudo.

Variáveis Categorias n (%) ou Média (DP)

Sexo Feminino 184 (42,4)

Masculino 250 (57,6)

Procedência Residência 364 (83,9)

Transferido 70 (16,1)

Tipo de infecção Comunitária 398(91,6)

Hospitalar 36 (8,4)

Tipo de disfunção Sepse 321 (73,2)

Choque Séptico 113 (26,8)

Idade 57,0 (21,1)

Tempo de permanência hospitalar 15 (19)

Tempo de alta 17 (21)

Tempo para óbito 13 (15)

Os dados dos pacientes sépticos admitidos no Pronto Socorro Central da Santa

Casa de São Paulo estão demonstrados e estratificados, quando aplicável, nas

Figuras de 1 a 10.

Na classificação da sepse e ao desfecho clínico por disfunção observou-se que

entre os pacientes com critérios de sepse (321) pouco mais da metade receberam

alta; o choque séptico esteve associado a maior frequência de óbito (Fig. 1).

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Resultados

Teste Qui-quadrado (p<0,001).

FIGURA 1. Frequência Percentual de mortalidade, dos pacientes com sepse e choque séptico provenientes do pronto atendimento do Hospital Santa Casa de São Paulo.

Em 43,5% dos casos os pacientes tinham doenças de base, 47,2% não havia

relatos e 9,2% não tinham nenhuma comorbidades. As neoplasias foram às doenças

de base mais prevalente no período estudado (Fig. 2).

FIGURA 2. Frequência numérica de doenças de base dos pacientes que foram incluídos no protocolo de sepse, no período de 2013 a 2016, no Hospital da Santa Casa de São Paulo.

238

23

83

90

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Sepse Choque Séptico

Óbito

Alta

0 10 20 30 40 50 60 70 80

NEOPLASIA

DM

I. RENAL

HAS

HIV

ETILISMO

I. CARDIACA

AVC

DPOC

OUTRAS *

Quantidade de pacientes

Comorbidades

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Resultados

Quanto ao foco infeccioso relacionado à sepse, o foco pulmonar foi o

predominante (N=262; 60,4%) (Fig. 3).

Outros: Meningite; Ósseo

FIGURA 3. Distribuição percentual da topografia do foco infeccioso registrados nos prontuários dos pacientes.

Foram coletadas 409 hemoculturas dos 434 pacientes, das quais 134

apresentaram crescimento bacteriano. As bactérias consideradas como

contaminantes foram descartadas (Tab. 2, Fig. 4).

TABELA 2. Analise da frequência do crescimento bacteriano.

Variável Categorias Frequência

n %

Resultado da Hemocultura

Sem coleta 25 5,8

Sem crescimento 228 52,5

Crescimento bacteriano 134 30,9

Provável Contaminante 47 10,8

Classificação do Agente

Gram Positivo 46 34,3

Gram Negativo 85 63,4

Leveduras 2 1,5

Polimicrobianos 1 0,7

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Pulmonar Urinário Abdominal Foco Indefinido Cutâneo Outros

Foco Infeccioso

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Resultados

Outros: Acinetobacter spp; Enterobacter spp; Proteus spp; Candida spp; Citrobacter spp; Serratia spp; Haemophillus spp; Morganella morganii; Polimicrobiana.

FIGURA 4. Percentual dos agentes bacterianos mais frequentemente isolados nas hemoculturas.

No Hospital Santa Casa de São Paulo, ao longo dos anos que se seguiram à

implantação do protocolo, pudemos observar uma melhora progressiva no início da

antibioticoterapia até 1 hora após o reconhecimento do quadro de sepse.

Dos 434 casos que receberam antibióticos a ceftriaxona foi o antimicrobiano

mais utilizado empiricamente (Fig. 5).

No total, 434 pacientes consecutivos analisados foram aderentes aos itens do

pacote de 6 horas 380 (87,6%), enquanto que 54 (12,4%) foram não aderentes ao

protocolo (Fig. 6).

0

5

10

15

20

25

30

35

Po

rce

nta

gem

(%

)

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Resultados

*Outros: Cefuroxima; Azitromicina; Metronidazol; Caspofungina; Ceftazidime; Gatifloxacina; Claritromicina; Gentamicina; Cefotaxima; Imipenem/Cilastin; Polimixina B; Teicoplanina; Anfotericina B.

FIGURA 5. Dados de adesão ao início precoce de antibioticoterapia no Hospital Santa Casa de São Paulo, após a implantação do “Protocolo Sepse” Frequência percentual dos casos de sepse em que o antimicrobiano foi administrado em um período ≤ 1 hora.

FIGURA 6. Variáveis do processo de tratamento, indicadores de qualidade e taxas de adesão na intervenção. Frequência do Motivo da não adesão.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Utilização de Antibiótico

0

5

10

15

20

25

30

35

Sem coleta ouatraso do lactato

Sem coleta ouatraso da hemocultura

Atraso no antibiótico

Qu

anti

ade

de

pac

ien

tes

Motivos da não adesão

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Resultados

Os cruzamentos de dados estão descritos nas Tabelas a seguir. TABELA 3. Comparação dos tempos de internação em dias de acordo com a faixa etária e desfecho.

Tempo Faixa etária Média DP Mediana Mínimo Máximo p *

Internação

18 a 40 18 21 10 0 133

0,255 40 a 60 15 17 9 0 113

Acima de 60 14 18 9 0 171

Desfecho Alta 18 a 40 19 22 9 0 133

0,802 40 a 60 16 18 10 0 113

Acima de 60 16 21 9 0 171

Desfecho Óbito

18 a 40 17 16 10 1 49

0,469 40 a 60 14 15 9 1 56

Acima de 60 12 14 8 0 94

* Teste de Kruskal-Wallis.

TABELA 4. Frequência da disfunção por faixa etária.

Faixa Etária Sepse Choque Séptico Total

p * N (%) N (%) N (%)

18 a 40 93 (86,9) 14 (13,1) 107 (100,0)

0,001 41 a 60 89 (72,4) 34 (27,6) 123 (100,0)

Acima de 60 139 (68,1) 65 (31,9) 204 (100,0) * Teste Qui-quadrado.

Comparando o foco infeccioso nos casos, não houve alteração na frequência

relacionada à faixa etária (Fig. 7).

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Resultados

Outros: Meningite; Ósseo. FIGURA 7. Distribuição percentual do foco infeccioso por faixa etária.

Outros: Acinetobacter spp; Enterobacter spp; Proteus spp; Candida spp; Citrobacter spp; Serratia spp; Haemophillus spp; Morganella morganii; Polimicrobiana.

FIGURA 8. Frequência dos isolados relacionados à faixa etária.

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Resultados

Os dados de letalidade dos pacientes sépticos admitidos no Pronto Socorro

Central da Santa Casa de São Paulo foram obtidos a partir de 2013 (Tab. 5).

TABELA 5. Distribuição percentual da letalidade dos pacientes com sepse/choque séptico provenientes do pronto atendimento do Hospital Santa Casa de São Paulo.

Faixa Etária Alta Óbito Total

p * N (%) N (%) N(%)

18 a 40 84 (78,5) 23 (21,5) 107 (100,0)

< 0,001 41 a 60 72 (58,5) 51(41,5) 123 (100,0)

Acima de 60 105 (51,5) 99 (48,5) 204 (100,0)

* Teste Qui-quadrado.

A análise do período em que foi implantado o protocolo mostrou que houve o

aumento das notificações dos casos que anteriormente eram subnotificados por não

ser gerenciado (Fig. 9).

* Em 2013, 2 períodos em vermelho sem protocolo; em verde após o início do protocolo (3 meses).

FIGURA 9. Número de notificações dos casos de sepse de 2005 a 2012 períodos anteriores a introdução do protocolo, 2013 * ano de transição, e 2014 a 2016 após a introdução do

protocolo sepse.

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Resultados

Na análise dos períodos 2013-2016 observamos a diminuição da letalidade

comparada aos períodos desde a implantação (Fig. 10 ).

*2013 somente 3 meses (outubro, novembro e dezembro).

FIGURA 10. Impacto da introdução do protocolo sepse nos números de notificações e taxa de óbitos (%) após a introdução do protocolo.

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5. DISCUSSÃO

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Discussão

Esse estudo nos mostrou a importância da criação dos processos de

intervenções por meio de protocolos gerenciados com a finalidade do tratamento

otimizado. Com os resultados demostrados em nossa pesquisa avaliamos à aderência

do instrumento em questão o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com sepse

atendidos no Pronto Socorro Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de

São Paulo, no período 2013 a 2016.

O estudo demonstrou que as taxas de mortalidade hospitalar apresentaram

diferença significante entre pacientes submetidos à terapia precoce guiada por metas

para sepse aguda e choque séptico. No entanto, o envelhecimento foi um preditor da

mortalidade hospitalar; os idosos geralmente apresentam importantes implicações

clínicas devido à existência de outras comorbidades e maior número de disfunções

orgânicas, quando comparados aos jovens e consequentemente à demanda de

internações. Outros estudos realizados com análises retrospectivas demonstraram

que a idade foi associada ao aumento significativo do risco de óbito em pacientes

idosos com sepse e choque séptico(56,57).

Em todo o mundo, os idosos adoecem mais, têm maior risco de apresentar

doenças graves e uma maior vulnerabilidade do sistema imunológico perante

processos infecciosos(58,59).

Os dados sobre o estudo mostraram que dos casos incluídos a média de idade

foi de 57 anos, predominância do sexo masculino de 57,6%, média de permanência

hospitalar foi de 15 dias de internação, e tempo médio para alta de 17 dias. O tempo

médio de 13 dias para óbito indica que, mesmo um curto período de hospitalização,

se associa a alta letalidade da sepse. A gravidade do quadro resulta em maiores

custos do tratamento. Este aumento de custo possivelmente se relaciona com as

disfunções orgânicas decorrentes desse quadro. Este fato nos leva a refletir sobre a

importância em conduzir o tratamento em tempo hábil evitando posteriormente a

progressão da sepse, procedimentos invasivos e otimização hemodinâmica.

Um estudo realizado sobre o período de hospitalização na Arábia Saudita com

pacientes adultos internados entre abril de 2007 e março de 2010 em UTI médico-

cirúrgica de um hospital terciário demonstrou que os doentes com sepse comumente

registram permanência prolongada na UTI e no hospital, devido à falência múltipla de

órgãos e demais incapacidades relacionadas à sepse(60).

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Discussão

O estudo mostrou a semelhança da prevalência do sexo masculino nos quadros

de sepse quando comparados com estudos brasileiros similares em que se

observaram essas características(59,61).

Apesar do protocolo da sepse, a incidência de óbito no Pronto Socorro Central

em nosso estudo observou uma correlação entre o óbito e tipo de disfunção na entrada

(hospitalização) que foram bastante elevadas nos casos de choque séptico. As altas

taxas de mortalidade do choque séptico e sepse, bem como os altos custos

associados ao seu tratamento mostram a evidente necessidade de uma profilaxia e

diagnóstico precoce(62).

Grande parte dos pacientes estudados tinham doenças previas e a prevalência

das Neoplasias, registrada em 37% dos pacientes, seguidas pelas doenças do

sistema urinário que inclui a Insuficiência Renal, que apareceu registrada em 13% dos

pacientes, seguidas pelas doenças do sistema endócrino que incluiu a Diabetes

Mellitus registrada em 13% dos prontuários, seguidas das doenças cardiovasculares,

como Hipertensão Arterial Sistêmica, registradas em 12% dos prontuários. A presença

de comorbidades certamente refletem a idade elevada, ou talvez, a maior

suscetibilidade(61).

Nossos dados mostraram que as topografias mais comuns das infecções foram

pneumonia, infecção do trato urinário e abdominal, sendo que a sepse de foco

pulmonar mostrou maior impacto em todas as faixas etárias dos pacientes estudados.

O número elevado de pacientes com sepse por pneumonia, demonstrado neste

estudo, está de acordo com as publicações prévias(61).

Tanto a pneumonia quanto a infecção do trato urinário são comumente focos

infecciosos relacionados à evolução para sepse. Estudo de coorte prospectivo,

envolvendo 14.364 pacientes internados em UTI internacionais mostrou que dentre os

pacientes sépticos admitidos os focos infecciosos predominantes foram relacionados

ao trato respiratório, digestivo e urinário. Do total das infecções, cerca de 28% foram

associadas à sepse, 24% com sepse e 30% com choque séptico(63,64,65).

Em pacientes com idade avançada, a presença de comorbidades, a diminuição

da resposta imune e do mecanismo de proteção das vias aéreas, que pode resultar

na alteração do nível de consciência e/ou reflexo de deglutição, aumenta o risco de

pneumonia bacteriana(58,61).

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Discussão

Quanto aos dados referentes aos agentes bacterianos descritos na Tabela 1

houve predominância dos Gram-negativos responsável por 63,4% dos casos. Esses

resultados mostram semelhança com a literatura que apontam os agentes Gram-

negativos como responsáveis em grandes partes dos casos de sepse. A prevalência

de bactérias Gram-negativas produtoras de ESBL varia na literatura, sendo maior nos

estudos nos quais são relatados o uso indiscriminado de antibióticos beta-lactâmicos,

principalmente cefalosporinas de terceira geração, e a falta de medidas preventivas

comuns contra agentes infecciosos bacterianos, como a lavagem de mãos(66,67). A

lavagem de mãos pode ser deficiente também nos domicílios.

Com relação aos casos de sepse que tiveram hemoculturas positivas para

algum agente etiológico, a Escherichia coli foi o agente mais prevalente nos quadros

infecciosos seguido por Klebsiella spp, Staphylococcus aureus e Pseudomonas spp.

Apesar do foco urinário ter sido o segundo mais prevalente, os resultados

apresentados evidenciaram a Escherichia coli como o agente isolado de maior

prevalência, pois baixas taxas de positividades de hemoculturas associados aos

quadros de infecção pulmonar são relatados na literatura.

Quanto à positividade de culturas, encontramos, em nossa amostra, taxas

comparáveis a outras séries, mas inferiores a ensaios clínicos(68). A coleta adequada

de culturas das hemoculturas impacta diretamente na positividade do exame, que

além de possibilitar o isolamento do agente e seu perfil de suscetibilidade, aperfeiçoa

as taxas de descalonamento dos antibióticos.

Com relação aos antibióticos observamos o maior consumo de ceftriaxona e o

uso deste pode ser atribuído ao foco de maior prevalência, e por ser uma das drogas

mais disponíveis em serviços públicos. Destacamos, neste estudo, a alta prevalência

de adequação antimicrobiana. Acreditamos que esses resultados se relacionem de

forma direta com as ações implantadas com o protocolo de sepse, o envolvimento das

equipes médicas e a comissão de controle de infecção hospitalar que em nosso

hospital monitoriza permanentemente perfil microbiológico institucional. Uma

antibioticoterapia inicial adequada é de extrema importância na prática clínica, porque

está associada com um melhor prognóstico(69).

Por meio de auditoria de dados individual de inclusão foi possível observar o

cenário relacionado à aderência (blundles) de intervenções da sepse e choque

séptico, que inicialmente não foram conduzidos de maneira uniforme.

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Discussão

Aspectos tratados posteriormente enfatizando a importância do tratamento no

tempo adequado considerando a primeira hora do atendimento e identificando os

fatores limitadores como: coleta do lactato sérico, coleta das hemoculturas, culturas

de sitio pertinentes, início do antibiótico de amplo espectro e reposição volêmica em

pacientes hipotensos ou lactato acima duas vezes o valor de referência.

Enfocando a adesão ao pacote de intervenções na sepse, estudos

demonstraram uma mortalidade reduzida em todos os locais em que os itens do

pacote de intervenção para as seis horas da SSC foram cumpridos(70).

O estudo demonstrou na Tabela 2 comparando os pacientes por faixa etária o

tempo de desfecho, não apresentou diferença entre as taxas de alta e óbito.

Em relação ao cruzamento das disfunções por faixa etária, referente à Tabela

3, o teste foi significativo, os resultados indicaram que pacientes a partir dos 40 anos

foram associadas ao aumento do percentual de choque séptico. Pouco estudo

observacional tem analisado o prognóstico de longo prazo de pacientes idosos com

sepse aguda e choque séptico naqueles submetidos a terapia precoce guiada por

metas. Lemay et al relataram taxa de mortalidade de 1 ano de 31% em idosos com

sepse(71).

Nas variáveis de tratamento, foco infeccioso e positividade das hemoculturas,

o teste não mostrou predomínio significante por faixa etária.

Enquanto que, na Tabela 4, as faixas etárias em relação à classificação do

desfecho clínico dos pacientes com critérios de sepse tiveram maior percentual de

óbitos entre os idosos.

O aumento nos números de notificações está relacionado a melhora do nosso

cenário onde observou em nosso indicador a aderência com a inclusão dos pacientes

no protocolo de sepse.

Após a implantação do protocolo de Sepse o nosso estudo avaliou a fase tardia

(após o protocolo SSC estarem em ação) e observamos que a redução na letalidade

por sepse nos últimos três anos foi de 37,4%. Essas comparações foram

apresentadas nos gráficos de letalidade. Nesta análise, demonstramos que a

detecção e tratamento precoce otimizando pacientes com sepse por meio do uso de

protocolos claramente definidos possibilitou essa redução. Como consequência

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Discussão

direta, ocorreu uma queda no número de mortes prematuras e no número de anos de

vida produtiva perdidos.

Algumas análises demonstraram uma redução significante nos custos diretos

relacionados com o tratamento de pacientes com sepse, imediatamente após a

implantação de protocolos de tratamento recomendados na Surviving Sepsis

Campaign(25).

As principais limitações do presente estudo foram:

• A identificação, acesso e consulta de prontuários arquivados, devido os

mesmos serem armazenados em serviço terceirizado.

• Estudo retrospectivo com limitações das informações relacionadas aos

cuidados descritos no prontuário.

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6. CONCLUSÕES

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Conclusões

Os resultados documentados neste estudo demonstraram que dos pacientes

assistidos no Pronto Socorro Central incluídos no protocolo (43,6%) eram portadores

de doenças previas, sendo predominantes os idosos do sexo masculino (57,6%).

Podemos concluir que desde a implementação do protocolo institucional,

evidenciamos os casos de sepse com mais frequência. Os avanços dos últimos anos

podem ser atribuídos à melhora na percepção e adesão dos profissionais ao protocolo

com aumento progressivo de notificações comparando os períodos antes e após a

introdução do protocolo, em que não havia o gerenciamento desses atendimentos.

Após a implantação da sistematização baseada em pacotes de intervenções

da sepse, conseguimos avaliar a fase tardia do protocolo que demonstrou a redução

da mortalidade, durante o período estudado conforme evidenciado pelos indicadores.

Com a melhora e bom resultado das medidas precoce de atendimento,

planejamento e execução de forma efetiva na condução dos casos de sepse,

podemos afirmar que esse protocolo mostrou se eficiente; e, quando bem conduzido,

além de identificar precocemente sinais de deterioração clínica, diminui a mortalidade

e tempo de hospitalização e consequentemente os custos relacionados ao tratamento

da sepse.

Esses dados serão relevantes para o planejamento de futuras ações, visando

garantir a assistência qualificada aos pacientes, com o aprimoramento continuo da

ferramenta utilizada.

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7. ANEXOS

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Anexos

ANEXO 1

Aprovação do Comitê de Ética

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Anexos

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Anexos

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RESUMO

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Resumo

Pereira, SS. Avaliação da aderência ao protocolo de tratamento de sepse em um Hospital Universitário Brasileiro. Dissertação; 2018. A Sepse foi identificada como um problema de saúde pública e um desafio para as

organizações de saúde e é uma das principais causa de morte nos hospitais. O

objetivo deste estudo foi classificar e descrever o perfil dos pacientes e adesão ao

protocolo correlacionando o impacto na taxa de letalidade por sepse. Uma análise

retrospectiva dos casos de sepse e choque séptico no Pronto Socorro Central da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo foi realizada no período de agosto de 2013

a junho de 2016 com base em dados dos prontuários. Foram analisadas as variáveis:

idade, sexo origem, fatores de risco, apresentação clínica, foco infeccioso, achados

microbiológicos, tempo de internação, tipo de infecção, adesão ao protocolo

institucional, exames laboratoriais, culturas, administração de antimicrobianos na

primeira hora e desfecho. A média de idade dos pacientes foi de 57 anos o gênero

masculino predominou, com origem comunitária, o tempo médio de internação foi de

15 dias e o tempo médio de óbitos de 13 dias. As patologias associadas mais

frequentes foram as neoplasias (37%), Insuficiência renal e Diabetes Mellitus (13%),

sepse (73,2%) e choque séptico (26,8%). O foco predominante foi o pulmonar

(60,4%). A Escherichia colii foi o agente mais prevalente (24,3%) nos casos

infecciosos, seguido do Staphylococcus aureus (18,7%), Klebsiella spp (13,9%) e

Pseudomonas spp (13,1%). O protocolo foi eficaz, otimizando ações práticas como a

detecção precoce e tratamento de pacientes com sepse e impacto nas intervenções.

O processo de desenvolvimento do protocolo de implantação foi associado ao

aumento dos relatos de casos de sepse e ao declínio da taxa de letalidade por sepse.

Palavras Chave: Sepse, Protocolo, Mortalidade.

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ABSTRACT

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Abstract

Pereira, SS. Evaluation of adherence to the sepsis treatment protocol in a Brazilian University Hospital. Master's Dissertation; 2018. Sepsis has been identified as a public health problem and a challenge for health

organizations and is a leading cause of death in hospitals. The objective of this study

was to classify and describe the profile of patients and adherence to the protocol,

correlating the impact on the lethality rate due to sepsis. A retrospective analysis of the

cases of sepsis and septic shock in the Central Emergency Room of Santa Casa

Medical School in São Paulo was carried out from August 2013 to June 2016 based

on data from the medical records. The following variables were analyzed: age, sex,

risk factors, clinical presentation, infectious outbreak, microbiological findings,

hospitalization time, type of infection, adherence to the institutional protocol, laboratory

tests, cultures, antimicrobial administration in the first hour and outcome. The mean

age of the patients was 57 years and the male gender predominated and, with

community origin, the average time of hospitalization was 15 days and the average

time of deaths of 13 days. The most frequent associated pathologies were neoplasias

(37%), renal insufficiency and diabetes mellitus (13%), sepsis (73.2%) and septic

shock (26.8%). The predominant focus was the pulmonary (60.4%). Escherichia colii

was the most prevalent agent (24.3%) in infectious cases, followed by Staphylococcus

aureus (18.7%), Klebsiella spp (13.9%) and Pseudomonas spp (13.1%). The protocol

was effective, optimizing practical actions such as the early detection and treatment of

patients with sepsis and impact on the interventions. The development process of the

implantation protocol was associated with an increase in reports of sepsis and a

decline in the rate of sepsis lethality.

Key words: Sepsis, Protocol, Mortality.