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23/10/2017 1 Priscila Dias Out. 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA Bactérias transmitidas por vetores e Zoonoses A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a zoonoses como “Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos” (OMS, 2016). Zoonoses A transmissão pode ocorrer de forma direta. Contato físico Sem contato físico (secreções, aerossóis) Ou de forma indireta Veículos animados ou inanimados* * ser animado ou inanimado = que transporta um agente etiológico. ** Veículos ≠ secreções e excreções da fonte de infecção, que são, na realidade, um substrato no qual os microrganismos são eliminados.

Bactérias transmitidas por vetores e Zoonoses - ufjf.br©rias-transmitidas-por-vetores-e-zoonoses-1.pdf · 23/10/2017 3 Principais zoonoses bacterianas Principais zoonoses : bacterianas

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23/10/2017

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Priscila Dias

Out. 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E

IMUNOLOGIA

Bactérias transmitidas por vetores e

Zoonoses

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a zoonoses como

“Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais

vertebrados e seres humanos” (OMS, 2016). Zoonoses

A transmissão pode ocorrer de forma direta.

Contato físico Sem contato físico

(secreções, aerossóis)

Ou de forma indireta

Veículos animados ou inanimados*

* ser animado ou inanimado = que transporta um agente etiológico.

** Veículos ≠ secreções e excreções da fonte de infecção, que são, na realidade, um substrato no qual os microrganismos

são eliminados.

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Transmissão indireta

Veículo animado – VETOR - se dá por meio de um artrópode que transfere um agente

infeccioso do reservatório ou fonte de infecção para um hospedeiro suscetível.

Vetor biológico:

Onde o agente etiológico, obrigatoriamente, passa uma de suas fase de

desenvolvimento.

A erradicação desse tipo de vetor implica no desparecimento da doença.

Vetor mecânico:

Acidental que constitui somente uma das modalidades da transmissão de um

agente etiológico.

Sua erradicação retira apenas um dos componentes da transmissão da

doença.

Ex: moscas ao transmitir agentes eliminados pelas fezes, à medida que os transportam

em suas patas ou asas após pousarem em matéria fecal.

Veículo inanimado –

Ex: água, ar, alimentos, solo, fômites.

60% dos patógenos humanos são zoonóticos;

75% das doenças humanas emergentes são de origem animal.

Fatores de risco

Aumento de demanda por alimentos (origem animal);

Urbanização – animais de estimação;

Globalização (transportes) – vetores e reservatórios;

Condições socioeconômicas (educação, sanitarismo, comportamento cultural);

Atividades econômicas de maior exposição a riscos;

Muito comum em países tropicais.

Grupos demográficos vulneráveis (crianças, idosos e trabalhadores ligados às

áreas da saúde pública e veterinária e trabalhadores do campo).

Zoonoses

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Principais zoonoses bacterianas: Principais zoonoses bacterianas

Brucelose – Brucella canis e B. abortus

Leptospirose – Leptospira interrogans

Psitacose – Chlamydophila psittaci

Peste bulbônica ou peste negra - Yersinia pestis.

Febre por mordedura de rato - Streptobacillus moniliformis e Spirillum minus

Febre por arranhadura de Gato

Listeriose – Listeria monocytogenes

Salmonelose – Salmonella enterica

Gastroenterite por Yersinia – Y. enterocolitica e Y. pseudotuberculosis

Campilocabteriose - Campylobacter spp

Zoonoses de contaminação primariamente fecal – oral

Listeriose – Listeria monocytogenes

Salmonelose – Salmonella enterica

Gastroenterite por Yersinia – Y. enterocolitica e Y. pseudotuberculosis

Campilocabteriose - Campylobacter spp

Enterobactérias

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Peste

Bubônica

Roedores (ratos, coelhos, esquilos) e outros animais

(gatos e cães) .

Yersinia pestis

Pulgas ou contato direto

Essas bactérias tem acesso

a circulação linfática por feridas

ou abrasões, como a da picada da

pulga, ou por inalação de gotas

de líquido de espirros ou tosse de

indivíduo doente (humano-

humano).

Bastonete Gram-negativo

– enterobactéria

Vetores contaminados podem

contaminar humanos pela liberação

de bactérias na pele.

Febre por

Mordedura de Rato

Streptobacillus moniliformis/Spirillum

minus

Contato secreções,

mordida ou arranhadura de

um roedor infectado.

Streptobacillus moniliformis

Bastonete Gram-negativo, microbiota de roedores

Spirillum minus Gram negativo espiralado, flagelos amfitriquios Mundial - Ásia

(Sodoku), Europa e América do Norte.

Também conhecida por Estreptobacilose. No local da mordida, uma reação inflamatória (celulite

recoberta de vesículas), após 1 a 4 semanas.

A lesão cicatriza e posteriormente linfadenopatia

regional, linfangite, cefaléia, náuseas, vômitos e febre

alta. Artralgia e, mais raramente, erupção cutânea do

tipo máculopapular, especialmente em extremidades

(região palmar e plantar).

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Doença da

Arranhadura do Gato

Bartonella henselae

Gatos

Pulgas

Humanos

Febre da arranhadura do gato ou doença de Teeny.

Bartonella henselae - bastonetes Gram-negativo,

pleomórficos, intracelulares facultativos.

Confere imunidade após 1ª infecção.

Uma ou duas semanas após o arranhão ou mordida

do gato podem aparecer pápulas ou pústulas

vermelhas no local da lesão, podendo ser seguido de

fadiga e mal estar, febre, perda de apetite e peso, dor

de cabeça, dor de garganta.

Maioria dos casos

- antes dos 18

anos.

Pode ocorrer ainda linfadenopatia próximo ao

local de inoculação do patógeno. A maioria dos

sintomas desaparece mesmo sem tratamento já

na primeira semana, exceto o inchaço, que leva

meses para melhor.

Complicações - 2 a 10% dos pacientes,

especialmente os crianças e imunodeprimidos:

confusão mental e convulções, neuroretinite

(problemas de visão), osteomielite,

angiomatose bacilar, eritema

nodoso, pneumonia atípica ou artrite.

Doença da

Arranhadura do Gato

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Brucelose

Caráter ocupacional (manejo de animais

contaminados).

Brucella canis/B. abortus

Alimentos de origem animal

Células curtas e ovais, aos pares ou em cadeias

curtas.

Nos animais: a entrada é via oral ou venéria; em

fêmeas a Brucella tem tropismo pelo hormônio

produzido pela placenta no terço final da gestação

para sinalizar que o feto está pronto - na placenta e

causa lesões em glândulas uterinas e carúnculas.

Essas lesões provocam endometrite ulcerativa e

aborto.

Os principais sintomas em humanos são similares

aos da gripe: febre, cansaço corporal, dor e

enfraquecimento das articulações, calafrios,

sudorese, fraqueza, dor de cabeça e no corpo em

geral. Pode progredir para encefalite, meningite,

endocardite, artrites.

Bastonetes Gram-negativos

Parasitas intracelulares obrigatórios.

Anteriormente Chlamydia;

- Chlamydophila psittaci - causa psitacose ZOONOSE

-Chlamydia trachomatis - causa infecções oculares, respiratórias e genitais;

- Chlamydophila pneumoniae - causa pneumonia atípica.

CLAMÍDIAS (Chlamydiaceae)*

Chlamydophila psittaci

Presente no sangue, das fezes e nas penas das aves

infectadas;

Estas bactérias perderam a capacidade de produzir

energia suficiente para crescerem independentemente,

portanto só podem crescer dentro das células

hospedeiras.

Possuem parede celular rígida mas não possuem uma camada típica de

peptidioglicano. A parede se assemelha à de bactérias Gram negativas, mas não

possuem ácido murâmico.

As clamídias possuem um antígeno lipopolissacarídeo grupo-específico, que é

detectado por testes de fixação de complemento.

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Ciclo replicativo: o corpo elementar, extracelular, inerte, semelhante a um esporo,

entra na célula e se reorganiza em um corpo reticulado, maior e metabolicamente

ativo.

Essa estrutura passa por divisões

binárias repetidas para formar

corpos elementares filhos, que

são liberados da célula.

Período de incubação - 5 a 14 dias;

Sintomas brandos e inespecíficos, semelhantes

aos de infecções de vias aéreas superiores;

Os sinais clínicos típicos - febre, calafrios, dor

de cabeça, mialgia, mal estar, tosse não

produtiva acompanhada de dificuldade

respiratória, além de casos graves e

multissistêmicos (pneumonia).

As clamídias infectam células epiteliais das

membranas mucosas ou dos pulmões.

Raramente causam infecções invasivas

disseminadas.

C. psittaci infecta pulmões, podendo produzir

febre alta e pneumonia.

A psitacose humana não é transmissível. *Ornitose

Febre do papagaio

Chlamydophila psittaci

Aves* e Mamíferos

Psitacose

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Uma das principais zoonoses aviárias.

Ocorre de maneira esporádica em humanos;

A transmissão pela inalação do microrganismo presente em penas e fezes

secas.

Acomete principalmente pessoas que mantêm contato direto com esses

animais (trabalhadores de abatedouros de aves, trabalhadores de lojas de

animais e criadores de aves).

Espiroquetas

Bastonetes espiralados flexíveis, com parede celular fina.

São móveis, através da ondulação de filamentos axiais presentes na camada

externa.

Membrana citoplasmática

Parede celular - peptideoglicano

Bainha externa ou revestimento de glicosaminoglicano

Membrana citoplasmática

Parede celular - peptideoglicano

Bainha externa ou revestimento de glicosaminoglicano

Três gêneros de espiroquetas causam infecções em seres humanos:

Treponema => doença periodontal, sífilis e treponematoses não venéreas

Leptospira => leptospirose ZOONOSE

Borrelia => febre reincidente e doença de Lyme VETOR

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Leptospirose

Doença das enchentes

Leptospira interrogans

Ratos*

Patógenos não se coram com corantes, mas podem ser

observados por microscopia de campo escuro.

De notificação compulsória;

A maioria das infecções é assintomática;

Os animais excretam as leptospiras na urina, que

contamina a água e o solo, e o nado em águas

contaminadas ou ingestão de alimentos contaminados

podem resultar em infecção em seres humanos.

Período de incubação: 1 a 2 semanas;

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Transmissão

Aparece relacionada às baixas condições de

infraestrutura sanitária e alta infestação de

roedores infectados.

As inundações propiciam a disseminação e a

persistência da L. interrogans no ambiente,

facilitando a ocorrência de surtos.

Antigamente DOENÇA DAS ENCHENTES, doença ocupacional X atualmente doença

associada com prática de esportes e recreação

Infecção por MO Disseminação pela corrente sanguínea

Multipicam e danificam o endotélio (principais

manifestações da doença)

Multiplicação em vários órgãos (febre, disfunções hepática

e renal, SNC)

Evolução

Icterícia

Sufusão Conjutival

Doença bifásica:

estágio inicial (febre, calafrios, dor de cabeça), seguido de curto período

de resolução;

segunda fase: imune – aparecimento de meningite asséptica, danos

hepáticos e renais.

Gravidade depende:

do número de microrganismos infectantes;

resposta imunológica;

virulência.

sinais clínicos, aumento de anticorpos e isolamento

bacteriano.

Diagnóstico

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Controle de roedores

para evitar a

disseminação do

patógeno;

Vacinação de

rebanhos e animais

domésticos.

Tratamento

Prevenção

Penicilina intravenosa ou doxiciclina

Família Spirochaetaceae;

Maiores que as Leptospiras

e Treponemas: - por serem

maiores (8 a 30 μm x 0,2 a

0,5);

Maior número de flagelos

periplasmáticos (7 a 20);

Menor quantidade de

espiras.

São microaerófilos e

nutricionalmente exigentes;

Borrelia

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Doença de

Lyme

Descoberta em 1975 na comunidade de Old

Lyme, EUA, ao reportar casos de artrite juvenil,

antecedidos por picada de carrapatos e formação

de lesão de pele denominada eritema migratório

(EM);

O agente etiológico identificado em 1982 por

Willy Burgdorfer.

Complexo: B. burgdorferi, B. garinii, B. afzelli,

Borrelia sp.

Comum na América do Norte

e na Europa

Borrelia burgdorferi

Carrapato do cervo Ixodes

Associada à disseminação do organismo do local da picada do carrapato através da pele

adjacente, seguida pela disseminação via corrente sanguínea e aos vários órgãos (coração,

articulações e SNC).

Nenhuma exotoxina, enzimas ou outros fatores de virulência foram identificados.

3 estágios clínicos:

Estágio 1: formação de um eritema crônico migrans =>

erupção espalhada, vermelha, circular, com uma zona

central clara, no local da picada. Sintomas não-específicos

semelhantes ao de gripe.

Estágio 2: envolvimento cardíaco e neurológico (semanas

ou meses mais tarde) => miocardites, pericardites,

meningite asséptica, neuropatias cranianas.

Estágio 3: artrite das grandes articulações, doença crônica

progressiva do SNC.

Lesão clássica - eritema migrans - (8 a 9 dias

após a picada, no sítio de inoculação).

-sorológico por ELISA, imunofluorescência indireta, detecção de anticorpos IgM ou aumento no

título de anticorpos IgG.

- Testes positivos devem ser confirmados por Western Blot ou PCR, pois existe reação cruzada

com espiroquetas da microbiota residente.

Diagnóstico

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Casos isolados de Doença de Lyme (DL) com presença de eritema

migratório (EM) foram reportados no final da década de 80 por

dermatologistas brasileiros.

Os prováveis carrapatos responsáveis pelo ciclo silvestre pertencem aos

gêneros Ixodes enquanto o gênero Amblyomma estaria implicado na

transmissão a animais domésticos e seres humanos.

Borreliose de Lyme símile, Borreliose humana

brasileira ou Síndrome Baggio-Yoshinari

Causam febre reincidente.

Transmissão de B. recurrentis: piolhos. Os homens são os únicos hospedeiros.

Transmissão de B. hermsii: carrapatos. Os roedores e outros animais pequenos

são os principais reservatórios.

Durante a infecção, a picada do artrópodo introduz os espiroquetas que se

multiplicam em muitos tecidos, produzindo febre, calafrios, dores de cabeça e

múltiplas disfunções.

Borrelia recurrentis e Borrelia hermsii

Diagnóstico

Observação dos espiroquetas

em esfregaços de sangue

corados.

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Rickettsia

Bactérias intracelulares obrigatórias, pequenas (0,3

μm);

Gram-negativas - se coram fracamente pelo Gram

(devido a sua mínima camada de peptideoglicano);

De forma variada - cocóide ou elipsóide;

Hospedeiros: roedores e outros animais e seus vetores

atrópodos (carrapatos, ácaros, piolhos e pulgas);

Os seres humanos são hospedeiros acidentais. Com

exceção da R. prowazekii, seres humanos são

hospedeiros e o vetor piolho;

LPS;

Não apresentam flagelos;

Circundada por uma camada limosa frouxamente

aderente.

Utilizam energia da célula hospedeira para a replicação extracelular, mas contém

DNA, RNA, enzimas para o ciclo de Krebs e ribossomos;

Não sobrevivem muito tempo fora dos seus hospedeiros, isso justifica o fato de ser

transmitida de animal a animal por vetores;

Responsáveis por diversas doenças.

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A bactéria se adere a células

endoteliais;

Penetram na célula pela indução da

fagocitose;

Lise do fagossoma - fosfolipase;

Se multiplicam tanto no citoplasma

como no núcleo;

Translocam de uma célula pra outra

adjacente

As infecções danificam os capilares sanguíneos, o que resulta em uma erupção

cutânea característica.

Tratamento/Prevenção e Controle

Evitar áreas infestadas de carrapatos e quando isto não for

possível, utilizar roupas para proteção e carrapaticidas;

Carrapatos removidos imediatamente.

Controle de carrapatos em animais, assim como o uso de

inseticidas/carrapaticidas

Febre

Maculosa

Ocorrência em todo o continente

americano.

Rickettsia rickettsii

Carrapato-estrela

Transmissão - carrapato aderido a pele por um

período de 4 a 10 horas.

Larvas e ninfas são menores e possuem uma picada

menos dolorosa, costumam ser a principal forma de

transmissão de Rickettsia rickettsii.

Também pode ocorrer se o carrapato for esmagado,

as bactérias entram em contato com a pele lesionada

devido ao extravasamento de conteúdo gástrico do

carrapato, que é rico em Rickettsia rickettsii.

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Período de incubação varia de 2 a 14 dias;

Sintomas iniciais - inespecíficos (febre alta, dor de

cabeça, fadiga, náuseas e vômitos);

90% dos pacientes (após 3 dias) desenvolvem

erupções cutâneas macular;

As lesões costumam surgir nos punhos e tornozelos

e vão se espalhando em direção ao tronco. Palmas

das mãos e plantas dos pés também são

frequentemente acometidos.

Febre

Maculosa

Máculas

Febre Q

Acomete o trato respiratório

Coxiella burnetii

Carrapatos

Manuseio/ingestão/inalação de

matérias contaminados

Estudos soroepidemiológicos recentes em Minas

Gerais indicam prevalência de cerca de 14% em

comunidades rurais, indicando a presença

frequente da bactéria no meio rural.

Contato intenso ou situações de manuseio de

vísceras de aves podem ser causa de

contaminação. Cabras e ovelhas também podem

apresentar elevado índice de contaminação.

O período de incubação é de cerca de 20 dias e a

maioria dos infectados não apresenta sintomas ou

tem sintomas leves que lembram a gripe

(influenza). Alguns indivíduos desenvolvem

hepatite e outros, pneumonia.

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Tifo epidêmico e tifo endêmico (R. prowazekii e R. typhi)

A miséria humana constitui o ambiente ideal para a proliferação do tifo - ligação da

doença com países de terceiro mundo, campos de refugiados, de concentração ou

episódios trágicos da história, como as guerras.

Tifo epidêmico - Mais comum, causado pela R. prowasekii e transmitido pelo piolho. A

doença se estabelece quando se coça o local picado pelo parasita, e suas fezes, que

contém a bactéria, misturam-se com a ferida – entrada da bactéria na circulação.

Principais sintomas: dores nas articulações, dor de cabeça muito forte, febre alta que

pode evoluir para um quadro de delírio e erupções cutâneas hemorrágicas.

Tifo murino ou endêmico – Transmitido por pulgas de ratos (R. mooseri), os sintomas

são praticamente os mesmos do tifo epidêmico, só que mais brandos.

Outras doenças

Ehrlichiose Humana

Causada por bactérias da Ordem Rickettsiales, e gêneros

Ehrlichia e Anaplasma;

Parasitam granulócitos, monócitos, eritrócitos e

plaquetas.

Transmitidas para através da picada do carrapato.

Ehrlichia chaffensis –

Erliquiose humana monocítica

Anaplasma phagocytophilum

Erliquiose humana granulocítica;

Primeiros casos humanos foram reconhecidos somente

em 1987.

No Brasil, esta doença ainda é pouco diagnosticada em

humanos, mas já se têm registros em estados como Rio de

Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A doença é sistêmica com sintomatologia semelhante à

febre exantemica por Ricketsia, mas sem as manchas

vermelhas na pele;

Sintomas principais: febre, cefaleias, mialginas. Pode

evoluir tingindo rim, coração, cérebro por disseminação

hematológica e linfática.

A Erliquiose pode acometer também o sistema

imunológico podendo levar a infecções oportunistas como

a candidíase. A mortalidade é baixa: < 3%