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Base Curricular de Maracanaú BCM — Introdução 1

BCM — Introdução

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Firmo CamurçaPrefeito Municipal

José Marcelo Farias LimaSecretário de Educação

Antonio Nilson Gomes MoreiraSecretário Executivo da Secretaria de Educação

Maria Eliana Almeida Diretora Geral da Secretaria de Educação

Ivaneide Antunes da SilvaDiretora da Diretoria de Educação

Maria Apolinário dos Santos ChagasDiretora da Diretoria de Avaliação e Monitoramento

André Batista de AlbuquerqueDiretor da Diretoria de Suporte Operacional

Antonete Gomes de OliveiraPresidente do Conselho Municipal de Educação

Marigel de Sousa BragaIlustração da capa

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Prefeitura Municipal de MaracanaúSecretaria de Educação

Maracanaú | Ceará | 2019

Base Curricular de Maracanaú

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[...] A escola é lugar onde se educa e nos educamos; lugar de transmissão, mas, so-bretudo, lugar de construção de valores e saberes. É lugar cultural, isto é, lugar onde se elabora cultura pessoal e cole-tiva, que influencia o contexto de valor social e político e é influenciado por ele, em uma relação de profunda e autêntica reciprocidade (RINALDI, 2014, p. 42).

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SumárioAPRESENTAÇÃO | 9

1 INTRODUÇÃO | 11

2 ELEMENTOS CONCEITUAIS | 21

2.1 O direito à educação | 21

2.2 Direito de aprendizagem | 26

2.3 Papel da escola | 29

2.4 Ensino por competências | 32

2.5 Estrutura do currículo | 36

2.6 Parte diversificada | 55

2.7 Temas transversais | 59

2.8 Currículo e tecnologias digitais da

informação e comunicação | 65

2.9 A educação de jovens e adultos | 68

2.10 Educação especial/inclusiva | 72

2.11 Educação escolar indígena | 74

3 AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM

NA PERSPECTIVA DO

DESENVOLVIMENTO DE

COMPETÊNCIAS | 78

REFERÊNCIAS | 93

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APRESENTAÇÃO

A Base Curricular de Maracanaú (BCM) con-siste em um conjunto de normas e diretri-zes aprovadas pelo Conselho Municipal de

Educação, voltadas para garantir o direito à aprendizagem de todos os alunos.

A sua versão impressa é composta por um total de dezes-seis volumes, organizados visando da apropriação pelo público alvo a que se destinam, em especial os professores, consideran-do a etapa, o ano ou componente curricular em que atuam.

O primeiro volume, destinado a todos os profissionais da educação, independentemente da função que exercem e do ano escolar em que atuam, apresenta os elementos con-ceituais utilizados, merecendo atenção especial ali a nova estrutura do currículo e a avaliação das aprendizagens na perspectiva do ensino por competências.

O segundo volume é voltado aos professores da educa-ção infantil. Contextualiza essa etapa da educação básica ao tempo em que apresenta sua estrutura curricular e objetivos de aprendizagem a serem atingidos, tecendo considerações especiais sobre os processos de transição vivenciados pela criança pequena.

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Do terceiro ao sexto volumes, contempla-se os anos iniciais do Ensino Fundamental e do sétimo ao décimo sex-to, os componentes curriculares dos anos finais. Em cada um desses documentos, há considerações sobre a etapa de ensino, as características psicossociais do público-alvo, as competências a serem desenvolvidas em cada área do ensi-no, além de competências e habilidades a serem alcançadas pelo estudante, em cada componente curricular.

Este volume foi elaborado especialmente para você, professora ou professor de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental! Esperamos que faça uso do mesmo na perspectiva de garantir o direito da aprendizagem dos estu-dantes maracanauenses, a principal missão deste sistema educacional.

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1INTRODUÇÃO

A definição de Diretrizes Curriculares para a Educação Básica revela um movimento para a consolidação das políticas educacionais

em nível local que, encadeado com as políticas nacionais, visa o atendimento às especificidades do contexto, por meio da sistematização de princípios que possam fortalecer a qua-lidade do ensino.

A Educação Básica, conceito instituído na Lei de Diretri-zes e Bases da Educação Nacional, LDB, (BRASIL, 1996) se con-figura como um direito a ser efetivado para todos, contemplan-do duas dimensões inerentes a esse processo, quais sejam, a de educação comum e acessível a todos, e o respeito à diferença.

Em seu Artigo 9º, a LDB (BRASIL, 1996) determina a res-ponsabilidade da União, com a colaboração dos Estados, Distri-to Federal e Municípios, pelo estabelecimento de “competên-cias e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum”.

Outro aspecto importante estabelecido pela referida Lei, em seu Artigo 12, Inciso I, refere-se à incumbência pela

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elaboração e execução da proposta pedagógica dos estabe-lecimentos de ensino, respeitadas as normas gerais e as dos respectivos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).

Nesse movimento de efetivação e consolidação de um Sistema Nacional de Educação, o documento Diretrizes Cur-riculares Nacionais para a Educação Básica – DCNEB (BRA-SIL, 2013) foi elaborado no sentido de orientar os sistemas de ensino sobre a organização das propostas e políticas para as diferentes etapas, nas três esferas (municipal, estadual e federal).

A elaboração de Diretrizes Curriculares para a Educa-ção Básica traduz um compromisso de efetivação das políti-cas públicas municipais, que visam garantir o direito à oferta de uma educação pública, gratuita e de qualidade social para os cidadãos e cidadãs.

As referidas Diretrizes, de caráter mandatório, orien-tam às instituições educacionais na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. Com isso, buscam promover a equidade de aprendizagem para todos os estudantes, sem deixar de levar em conside-ração os diversos contextos nos quais eles estão inseridos (BRASIL, 2013).

Outros documentos de âmbito nacional, como os Parâ-metros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), foram organizados no sentido de subsidiar e orientar a elaboração e/ou revisão curricular; a formação inicial e continuada dos

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professores; a produção de livros e outros materiais didáti-cos, bem como o processo de avaliação da aprendizagem pe-los sistemas de ensino.

Recentemente, a elaboração do documento que cons-titui a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017), de caráter normativo, define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os edu-candos devem desenvolver ao longo das diferentes etapas e modalidades da Educação Básica.

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos  dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as Propostas Pedagógicas de to-das as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensi-no Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.

Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educa-ção Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusi-va. Ainda estabelece conhecimentos, competências e habili-dades os quais se espera que todos os estudantes desenvol-vam ao longo da escolaridade básica.

De acordo com a BNCC, cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às instituições educacionais, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar

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aos currículos e às Propostas Pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma trans-versal e integradora.

A BNCC tem como fundamentos os princípios éticos, políticos e estéticos preconizados nas DCNEB/2013. Conso-ante aos termos da LDB/1996 o referido documento adota dez competências gerais, que se inter-relacionam e perpassam todos os componentes curriculares ao longo da Educação Bá-sica, que se interligam na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores (BRASIL, 2017).

Diante do referido movimento de articulação e de atenção às regulações e orientações nacionais, cabe aos mu-nicípios (menor ente político da federação) identificar os caminhos mais adequados e possíveis diante de suas reali-dades locais, no sentido de se construir uma proposta curri-cular que atenda as especificidades dos diferentes sujeitos, bem como a constante melhoria da qualidade da educação básica.

No contexto de Maracanaú, o Plano Municipal de Edu-cação (2012-2021), documento norteador das ações e políti-cas educacionais do município, é pautado em três princípios básicos: a educação como direito de todos; a educação como fator de promoção social; e a educação como estratégia para o desenvolvimento local e regional (MARACANAÚ, 2013).

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A partir dos referidos fundamentos, articulados com os princípios defendidos nos documentos e bases legais da educação nacional, a Base Curricular de Maracanaú – BCM é composta por diretrizes que têm como objetivo principal contribuir para a efetivação das políticas públicas educacio-nais da rede municipal, por meio de um currículo e seus con-teúdos mínimos, considerando as especificidades de cada etapa, bem como o contexto específico de cada instituição.

O presente documento tem ainda como propósitos: orientar princípios e concepções norteadoras das práticas pedagógicas cotidianas a serem vivenciadas nas diferentes etapas e modalidades de educação da rede municipal; forta-lecer a identidade regional e local respeitando-se as diversi-dades culturais, étnicas, religiosas e políticas; possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades imprescin-díveis às aprendizagens dos educandos e a construção de sua autonomia.

Desdobrando-se das referidas intencionalidades da elaboração de um documento orientador dos conteúdos e das práticas pedagógicas a serem vivenciados na rede muni-cipal, considera-se o currículo como instrumento capaz de potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento integral dos sujeitos envolvidos no processo, em suas diferentes e di-versificadas fases de vida, que se constituem principalmente no chão da instituição escolar, respeitando tanto as determi-nações legais, quanto as especificidades locais.

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Considerado como “documento de identidade” (SIL-VA, 2003 p.150), o currículo deve ser compreendido diante de uma determinada realidade e das relações nela estabe-lecidas, por meio de um processo contínuo de reflexões e de indagações. Assim, se configura como um cruzamento de práticas e de saberes diversos, vinculados à experiência humana.

Conforme Sacristán “o currículo modela-se dentro de um sistema escolar concreto, dirige-se a determinados professores e alunos, serve-se de determinados meios, cris-taliza, enfim, num contexto, que é o que acaba por lhe dar o significado real” (2008. p. 21). Assim, não pode ser compre-endido longe de suas condições reais de construção, deven-do ser considerado em sua dimensão prática, numa perma-nente efetivação onde os educadores e os educandos atuam como sujeitos protagonistas do processo educativo.

Desse modo, a pertinência de se pensar na intencio-nalidade do currículo ultrapassa a compreensão de simples prescrição de conteúdos e se configura como ação produzida entre os que dele participam, com base nos princípios que fundamentam as práticas pedagógicas de um determinado contexto.

Considerando as determinações já estipuladas na BNCC (BRASIL, 2017), a sistematização da Base Curricular de Maracanaú (BCM) foi o passo inicial para dar sequência aos procedimentos para sua publicação. Reconhecendo que

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a construção do currículo acontece no cotidiano das escolas, no sentido de subsidiar a elaboração das Propostas Pedagó-gicas de cada instituição de educação desta rede, o conteúdo deste documento foi objeto de apreciação pela comunidade escolar e recebeu contribuições que foram imprescindíveis contemplando as especificidades do contexto local.

A elaboração e organização do texto que compõe a Base Curricular de Maracanaú – BCM contou inicialmen-te com a participação e colaboração das equipes técnicas da Secretaria de Educação deste município. Em seguida, o re-ferido documento foi encaminhado ao Conselho Municipal de Educação (CME) para a o seu trâmite regular, que, em geral, percorreu uma série de audiências públicas e debates junto aos diversos segmentos da comunidade educativa (pro-fessores, servidores, gestores, pais, escolas da rede privada e entidades da sociedade civil), com finalidade de receber contribuições para, por fim, ser objeto de deliberação pelo Colegiado daquele órgão normativo.

Desse modo, a Base Curricular do Município de Mara-canaú (BCM) se constitui no conjunto de princípios e diretri-zes que balizam as políticas educacionais implementadas no âmbito da referida rede, como referência para a orientação do currículo a ser vivenciado na nas instituições escolares, por meio de suas Propostas Pedagógicas, a serem elabora-das e/ou reformuladas contemplando as especificidades dos estudantes em seus diferentes percursos formativos, quais

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sejam: as crianças, os jovens, os adultos, considerando os programas e projetos educativos voltados à formação e o exercício pleno da cidadania, bem como a diversidade de organizações curriculares, de espaços/tempos e dinâmicas escolares.

Diante do exposto, entende-se a relevância da elabora-ção desta BCM visa atender aos seguintes objetivos:

Objetivo geral

Assegurar um conjunto de conhecimentos básicos a serem contemplados no currículo para a educação básica na rede, considerando as especificidades de cada etapa educa-cional, bem como a autonomia das instituições escolares na elaboração/reformulação das suas Propostas Pedagógicas.

Objetivos específicos

• Orientar às instituições escolares acerca de princí-pios e concepções para a elaboração de suas Propos-tas Pedagógicas;

• Subsidiar e orientar a elaboração e/ou reformulação das Propostas Pedagógicas das instituições de ensino;

• Selecionar os conteúdos básicos a serem ensinados para todos os estudantes, considerando os diversos contextos nos quais estão inseridos;

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• Contribuir no fortalecimento da identidade regional e local respeitando as diversidades culturais, étni-cas, religiosas e políticas;

• Valorizar as especificidades que perpassam por cada modalidade de ensino, especialmente as ofertadas em Maracanaú, quais sejam: Educação Especial/In-clusiva, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Educa-ção indígena e Educação no/do Campo;

• Orientar e fortalecer a competência pedagógica das equipes técnicas para a formação continuada dos professores e dos coordenadores pedagógicos;

• Subsidiar e dirigir a elaboração dos procedimentos avaliativos na rede;

• Contribuir com os processos de formação docente, bem como no planejamento das práticas pedagógi-cas nas instituições escolares;

• Incorporar os temas contemporâneos que afetam a vida humana de forma transversal e integradora aos currículos das etapas de educação e às propostas pe-dagógicas;

• Selecionar e aplicar recursos didáticos e tecnológi-cos para apoiar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes da rede;

• Cooperar com o desenvolvimento de conhecimen-tos, competências, habilidades e atitudes imprescin-díveis às aprendizagens dos estudantes, bem como a construção de sua autonomia.

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O referido documento está estruturado em quatro se-ções, quais sejam: esta introdução; a segunda referente aos fundamentos teóricos e conceituais adotados, além de espe-cificidades próprias da implementação do currículo e estru-tura desta Base Curricular; a terceira, que aborda a Educa-ção Infantil; e a quarta que apresenta o Ensino Fundamental, anos iniciais e finais respectivamente, cada uma trazendo escritos preliminares que anunciam seu conteúdo.

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2ELEMENTOS CONCEITUAIS

Esta seção tem como objetivo apresentar a Base Curricular de Maracanaú (BCM) em seus prin-cípios norteadores, seus elementos conceitu-

ais que fundamentam o ensino e a aprendizagem por compe-tências, contemplando ainda, elementos para a elaboração do currículo a ser realizado pelas escolas sob a jurisdição deste sistema de ensino.

2.1 O direito à educação

A educação proporciona o desenvolvimento do indi-víduo, principalmente sob o ponto de vista social, levando a ética ao centro de reflexão, contribuindo para a formação de uma atitude crítica, propiciando o exercício da cidadania. Nesse sentido, Noberto Bobbio (2005) defende que a igualda-de entre os homens só seria alcançada por meio da educação.

Nas primeiras décadas do Século XX, marcado por co-lapsos institucionais, o movimento pela afirmação de direitos humanos e sociais ganhou relevo. O Estado não poderia mais atuar como um ente passivo, consoante a concepção liberal, surgindo a necessidade de uma postura intervencionista de

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prestações materiais. Enfatizou-se o conceito de que existi-riam direitos indissociáveis ao indivíduo, necessários para a dignidade, devendo o Estado oferecer, obrigatoriamente, um conjunto de bens e serviços. Tais direitos são classificados como sociais, dentre os quais destaca-se a educação.

No contexto brasileiro, a Constituição de 1946 foi a pri-meira a trazer a educação como direito universal, tornando o ensino público como obrigação do Estado. A Carta Magna de 1988, em seu Art. 205, no capítulo da ordem social, estatuiu que

A educação é direito de todos e dever do Esta-do e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu prepa-ro para o exercício da cidadania e sua qualifi-cação para o trabalho.

Cumpre destacar o artigo 206 da Constituição Federal que assim aduz:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I –  igualdade de condições para o acesso e per-manência na escola; II –  liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;III –  pluralismo de ideias e de concepções pe-dagógicas, e coexistência de instituições pú-blicas e privadas de ensino;

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IV –  gratuidade do ensino público em estabe-lecimentos oficiais; V –  valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; VI –  gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII –  garantia de padrão de qualidade; VIII –  piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.

Percebe-se, a partir da leitura dos artigos supramen-cionados, a importância que o direito à educação assumiu no ordenamento jurídico pátrio. No plano infraconstitucional destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Vale ressaltar que, na perspectiva de garantia desse direito, o artigo 27 da referida lei estatuiu diretrizes a serem seguidas no currículo da educação básica:

Art. 27. Os conteúdos curriculares da edu-cação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I – a difusão de valores fundamen-tais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III – orientação para o traba-lho; IV – promoção do desporto educacional

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e apoio às práticas desportivas não-formais (BRASIL, 1996).

Outro aspecto relacionado à legislação educacional que merece ser analisado consiste no Plano Nacional da Educação – PNE, podendo ser definido como uma exigência constitucional, de periodicidade decenal, que deve trazer metas para o ensino além de aspectos que envolvem gestão e financiamento.

Considerando as peculiaridades sociais, políticas e econômicas de cada localidade, os dirigentes municipais devem elaborar o Plano Municipal de Educação que, por sua vez, tem que se adequar à Constituição Federal, à Lei de Di-retrizes e Bases e ao Plano Estadual e Nacional de Educação.

O município de Maracanaú através da Lei 1.865, de 15 de junho de 2012 aprova o Plano Municipal de Educação PME, para o decênio 2012 a 2021. Cujo escopo consiste em oferecer educação de qualidade para todos.

De acordo com o Art. 2º, são diretrizes do PME 2012-2021:

I – erradicação do analfabetismo;II – universalização do atendimento escolar;III – superação das desigualdades educacio-nais;IV – melhoria da qualidade do ensino;V – formação para o trabalho;VI – promoção da sustentabilidade socioam-biental;

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VII – promoção humanística, científica e tec-nológica do País;VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como propor-ção do produto interno bruto;IX – valorização dos profissionais da educação;X – difusão dos princípios da equidade, do res-peito à diversidade e a gestão democrática da educação.

Ademais, é através de políticas públicas que o Poder Público Municipal se empenhará na divulgação do PME 2012-2021 e na progressiva realização de suas 19 metas, des-critas através de 118 estratégias. Colocando a disposição da sociedade para que o conheça amplamente e acompanhe sua implementação.

Considerando o direito à educação como Direito Hu-mano, é importante ressaltar a sua abrangência. Não se li-mita somente à educação escolar. O processo educativo ini-cia-se com o nascimento e conclui-se no momento da morte. O aprendizado ocorre em variados âmbitos, inicialmente na família, na comunidade, no trabalho e também na escola.

Por outro lado, considera-se o conhecimento escolar uma condição para sobrevivência e o bem estar da sociedade, sem o qual não se pode acessar ao saber que a humanidade acumulou até o momento.

Além de sua importância como Direito Humano que permite o desenvolvimento pleno da pessoa e oportuniza

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continuar aprendendo ao longo da existência, a educação é um bem público da sociedade.

Compreende-se que através da educação, é possível ter acesso aos demais direitos. E para que haja uma efetivação deste, é imprescindível uma ação comprometida dos gesto-res públicos, uma atuação supervisionada pelo Poder Legis-lativo e uma atuação interventiva do Judiciário.

Nessa perspectiva, é premente a supervisão do contro-le social, dos órgãos de controle externo e do Poder Judici-ário sobre as políticas públicas, como uma das maneiras de efetivação dos direitos garantidos pela Constituição.

Garantir o acesso à educação de qualidade social, como direito público subjetivo, transcorre de atitudes e me-didas das esferas política e administrativa, que defendam o processo educativo e favoreçam a cada indivíduo a garantia e a efetivação da cidadania.

2.2 Direito de aprendizagem

O cenário da educação brasileira tem apresentado baixa eficiência do fluxo escolar, baixo rendimento dos es-tudantes, alto índice de reprovação, alta taxa de abandono e uma considerável taxa de distorção idade ano. No intuito de amenizar essa problemática, a Base Curricular de Maraca-naú (BCM), tendo por fundamento todo o exposto na BNCC, apresenta a proposta de direitos de desenvolvimento e de

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aprendizagem como elementos estratégicos para garantir o cumprimento da função social da escola.

As orientações constantes na BNCC e nesta BCM estão diretamente relacionadas a esses direitos e objetivos, e de-vem subsidiar a elaboração dos currículos das escolas desta rede de ensino.

É importante observar que as Diretrizes Curriculares diversas, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a BNCC, esta BCM e os Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) estabelecem um vínculo com o dis-posto na Meta 07 do Plano Nacional de Educação:

7. Fomentar a qualidade de educação básica em todas as etapas e modalidades, com me-lhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB.7.1 estabelecer e implantar, mediante pactu-ação interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional co-mum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do ensino fundamen-tal e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local; (BRASIL, 2014).

Assim, a BNCC, esta BCM e as diretrizes curriculares diversas ficam interligadas, sendo elementos indispensáveis para melhorar a aprendizagem, que é mensurada de forma

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quantitativa através do IDEB. Nessa perspectiva, todos os currículos precisam ser elaborados a partir dessas normas, consideradas como um conjunto de direitos e objetivos de aprendizagem, conforme estabelece a estratégia 2.2 do Plano Nacional de Educação (PNE):

2.2. Pactuar entre União, estados, Distrito Federal e municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta lei, a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que confi-gurarão a base nacional comum curricular do Ensino Fundamental; (BRASIL, 2014).

Cabe ressaltar que a estratégia 7.1 do PNE estabelece

que onde se os direitos e objetivos de aprendizagem da BNCC devem ser postos em vigor para cada ano do Ensino Funda-mental e Médio, constituindo uma estrutura seriada para esses dois níveis:

7.1. Estabelecer e implantar, mediante pac-tuação interfederativa, diretrizes pedagógi-cas para a Educação Básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e obje-tivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino Fundamental e Médio, respeitada a diver-sidade regional, estadual e local; (BRASIL, 2014).

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Entende-se que é importante acrescentar para enten-dimentos posteriores que, através da mudança introduzida na LDB pela Lei 13.415/2017, oferece no texto legal para a po-lítica educacional a equivalência das expressões “direitos e objetivos de aprendizagem” e “competência e habilidades”. Dessa forma, por força da referida Lei, a legislação se utiliza de duas nomenclaturas para fazer referência aos objetivos da educação.

Assim, cada sistema tem a incumbência de garantir aos estudantes da Educação Básica tanto o que concerne aos saberes propriamente ditos quanto à capacidade de mobili-zá-los e aplicá-los, ou seja, “saber fazer” (utilizando o saber) para resolver as demandas complexas da vida cotidiana.

Em conformidade com os fundamentos leais e teóricos apresentados, a BNCC (e esta BCM) está estruturada de for-ma a explicitar, através de dez competências (apresentadas em quadro adiante), o que os estudantes deverão desenvolver em todas as etapas e níveis de ensino. A partir delas, se orga-nizam os Campos de Experiências para Educação Infantil, e as Áreas do Conhecimento com os seus respectivos Compo-nentes Curriculares para toda Educação Básica.

2.3 Papel da escola

Ao observar os direitos de aprendizagem no que con-cerne ao desenvolvimento de competências e habilidades,

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estabelecidas nesta BCM e na BNCC, torna-se explícito o pa-pel da escola na sociedade atual. Reconhece-se, nesses docu-mentos, um passo definitivo para a renovação da escola, dei-xando de ser apenas uma transmissora de conhecimentos, para ser um espaço onde se deve garantir o desenvolvimento integral dos estudantes.

O papel da escola é realizar a socialização dos conhe-cimentos, havendo aí uma intervenção no desenvolvimento ético dos estudantes. Somando esses esforços viabiliza-se a formação integral do indivíduo. Nesse espaço a criança pode-rá e deverá ter contato com os meios de preparação para seus projetos de vida, de modo que a qualidade do ensino ofertado se torna determinante nesse processo de formação intelec-tual e moral. Portanto, sem essa condição, os estudantes po-derão ter os seus projetos de vida m alogrados.

O planejamento do ensino e a avaliação escolar de-vem transmitir normas e valores que orientam e preparam o estudante para viver em coletividade. Dessa forma, é fun-damental que as questões relacionadas à vida em sociedade transitem na organização curricular, fazendo parte da cons-trução ética, trazendo os referidos valores para o centro de reflexão, de modo a educar com e para a cidadania.

Outro aspecto a se considerar é a convivência no es-paço escolar. Esta deverá ser organizada de maneira que os conceitos de solidariedade, respeito pelo outro e justiça se-jam compreendidos e vivenciados. Nessa perspectiva, a es-

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cola deve instalar em sua rotina atitudes críticas. E ainda, to-dos os profissionais que nela atuam deverão reunir esforços para levar os seus educandos a reconhecerem seus direitos e deveres a partir dos valores orientados e aprendidos.

Cabe à escola educar os estudantes dentro dos princí-pios democráticos. É seu compromisso fazer com que esses percebam a coerência entre os valores, as normas e o que se espera da vida. Para se efetivar esse objetivo, convém adotar um conjunto de relações e ações em que os estudantes com-preendam o significado desses princípios, se esforcem para torná-los visíveis e os assimilem em seu comportamento. Essas são atitudes que contribuirão na compreensão de li-mites para o exercício da liberdade e para uma convivência democrática.

Considerando esse processo democrático, torna-se premente que a escola inclua a comunidade que a abriga em seus planejamentos e ações. Os problemas locais ganham im-portância em seu interior, de modo que o espaço escolar pas-sa a ser um produtor de saberes. Nesse contexto, ao estudar e compreender as dificuldades que interferem em sua realida-de, o estudante exerce sua capacidade crítica, desenvolvendo suas potencialidades para “saber fazer”. Nessa perspectiva, a escola não é somente transmissora de conhecimento, uma vez que assume uma função sistêmica de preparar cidadãos ativos para desenvolver-se intelectualmente e participar das decisões.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

32

2.4 Ensino por competências

Os conhecimentos essenciais a serem aprendidos pe-los estudantes, ano após ano ao longo da Educação Básica, fo-ram definidos pela BNCC e incorporados por esta BCM. Nes-sa perspectiva esses documentos objetivam, dentre outros, oferecer subsídios para os sistemas educacionais, através dos marcos de aprendizagem, indicando como as competên-cias ganham complexidade à medida que os estudantes pro-gridem. Dessa forma, compreende-se que a BCM apresenta um rol de orientações que norteia a construção do currículo local e dos Projetos Políticos Pedagógicos, devendo ser refe-rência para escolas das redes pública e privada. Deve-se ga-rantir a formação dos estudantes com conhecimentos con-siderados essenciais, através de novas práticas pedagógicas.

Por meio do conhecimento mais aprofundado da BNCC e desta BCM, os professores terão clareza acerca das competências e habilidades a serem desenvolvidas junto ao estudante, criando condições para inseri-las nos currículos e nas diretrizes pedagógicas, bem como adequar os materiais didáticos e os processos de avaliação da aprendizagem.

A BNCC e a BCM asseguram os direitos de aprendiza-gem por competências, definindo essa categoria como sen-do a possibilidade de mobilizar os conhecimentos, atitudes, habilidades e valores para resolver questões do cotidiano, do mundo do trabalho e para o exercício da cidadania. Cabe a

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

33

cada sistema educacional implementar o currículo, estabe-lecendo espaços para as práticas culturais considerando co-nhecimentos e saberes locais.

Na materialização curricular, a escola tem o seu papel socialmente estabelecido: formar o cidadão crítico e cons-ciente de seus direitos e deveres para o exercício pleno de sua cidadania. Destaca-se, nessa perspectiva, o papel da ges-tão escolar, que tem a função de liderar o grupo social que esse ambiente abriga, com vistas a priorizar ações indispen-sáveis para realizar o processo educacional. Em especial, os processos de ensino e aprendizagem, reconhecidamente di-nâmicos. Isto pelo fato de exigirem constantes adaptações e reformulações, em um espaço que deixou de ser destinado apenas à transmissão de conhecimentos sem a compreensão de seus significados.

Nesse contexto, o ambiente escolar necessita formar o cidadão consciente do seu papel na sociedade e, para isto, deverá promover uma aprendizagem significativa de objetos relevantes, através de atividades que busquem desenvolver competências, proporcionando conhecimentos e habilida-des, além de fomentar a construção e solidificação de valores.

Conhecimentos nessa perspectiva referem-se à apren-dizagem de caráter mais conteudista, de natureza conceitu-al, livresca, iluminista, ou ilustracionista, que proporcionam ao educando o desenvolvimento cognitivo, saberes necessá-rios para a tomada de posição.

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

34

O desenvolvimento de habilidades é a preocupação com a aplicação, na prática, dos conhecimentos adquiri-dos. Relaciona-se com a capacidade de usar esses saberes para a superação dos problemas a serem enfrentados no cotidiano.

Há ainda o comprometimento em desenvolver atitu-des. Aqui há a preocupação com a participação ativa do es-tudante e tomada de posição frente às questões e problemas sociais, em especial os que envolvem escolhas que envolvem valores direcionados para o campo da ética.

Com esses propósitos, a escola estará desenvolvendo competências nas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais na aprendizagem do educando, possibilitando--lhe compreender, de forma mais abrangente, o o que fazer, o como fazer e o por que fazer. Do mesmo modo, com esses co-nhecimentos, habilidades e valores desenvolvidos, o produto final será o cidadão com sua formação integral, onde se cons-tata, também a consolidação dos quatros pilares da educação (DELORS, 1999), quais sejam: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver.

Para cumprir essa função, faz-se necessário propor-cionar melhores condições de ensino para que estes apren-dam de forma significativa. Nesse contexto, é fundamental que os profissionais de educação realizem, de forma eficaz, planejamentos e atividades coerentes com essa perspecti-va e os estudantes sejam ativos. Estes deverão dominar os processos de interpretar, formular e empregar. Segundo

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

35

o PISA 2012, Interpretar envolve refletir sobre as situações e soluções de problemas, decodificá-los em um determina-do contexto, incluindo avaliar as soluções e os raciocínios empregados. Formular envolve a capacidade de identificar oportunidades de utilização dos conhecimentos, perceben-do a aplicação e compreensão, fazendo suposições sobre como resolver os desafios. Empregar envolve aplicar a razão e utilizar conceitos, analisar e organizar informações em modelos, por meio do desenvolvimento de cálculos, mobili-zando conhecimentos em todas as áreas.

A prática pedagógica do professor, nesse contexto, pre-cisa estar comprometida com a formação integral do aluno. O ensino por competências não elimina as disciplinas. Estas devem ser observadas em cada um dos componentes curri-culares de forma diferente, observando suas especificidades.

A BNCC apresenta dez competências gerais, repro-duzidas por esta BCM. Os planos de aula e a organização de atividades deverão ser pensados de forma que essas fina-lidades se cruzem com as especificidades de cada área e de cada componente curricular. Cabe aos professores elaborar estratégias para estimular nos estudantes a persistência, inteligência social, o otimismo e a curiosidade, de modo que todas sejam desenvolvidas no conjunto dos objetos de conhe-cimento (conteúdos).

De forma esquemática, apresenta-se a estrutura orga-nizacional do documento que normatiza e orienta a constru-

Page 36: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

36

ção dos currículos. Esse esquema reúne as competências que deverão ser desenvolvidas no decorrer da Educação Básica, em cada etapa da escolaridade e por nível de ensino.

2.5 Estrutura do currículo

Considerando o que já consta estipulado na BNCC (2017), os quadros 1 e 2 a seguir, respectivamente demons-tram a forma de organização do currículo da Educação In-fantil e do Ensino Fundamental nesta BCM.

Quadro 1 – Estrutura da Educação InfantilEIXOS ESTRUTURANTES: Interações e Brincadeira

DIREITOS DE APREN-DIZAGEM E DESENVOL-VIMENTO

CAMPOSDE

EXPERIÊNCIAS FAIXA ETÁ-RIA

OBJETIVOS DE APREN-DIZAGEM E DESENVOL-

VIMENTO•Conviver;•Brincar;•Participar;•Explorar;•Expressar;•Conhecer-

-se.

• O eu, o outro e o nós;

• Corpo, gestos e movimentos;

• Traços, sons, cores e formas;

• Escuta, fala, pen-samento e imagi-nação;

• Espaços, tempos, quantidades, relações e trans-formações.

• Bebês (0 a 1 ano e 6 meses)

• Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)

• Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

• Objetivos a serem alcança-dos

Fonte: Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017, p. 25)

Page 37: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

37

Quadro 2 – Estrutura do Ensino Fundamental

ÁREAS DO CONHECIMENTO

COMPONENTES CURRI-CULARES OBJETIVOS

Desenvolvimento das habilidades dos estudantes, de acordo com os ob-jetivos de cada área de conhecimento.

Anos Ini-ciais

Anos Finais

Linguagens

• Língua Portu-guesa

• Arte• Educação Física

• Língua InglesaMatemática • Matemática

Ciências da Natureza • Ciências Ciências Humanas • Geografia

• HistóriaEnsino Religioso • Ensino Religioso

Fonte: Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017, p. 27)

Diante das estruturas apresentadas nos quadros 1 e 2 com os elementos que compõem a estrutura curricular para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental serão me-lhor explicados nos capítulos 3 e 4 respectivamente, conside-rando as referidas especificidades e objetivos para cada eta-pa. Os objetivos de aprendizagem na Educação Infantil, bem como as habilidades no Ensino Fundamental correspondem às finalidades da educação escolar.

Na Educação Infantil,

o quadro de cada campo de experiências se or-ganiza em três colunas – relativas aos grupos por faixa etária –, nas quais estão detalhados os

Desenvolvimento das habilidades dos estudantes, de acor-do com os objetivos

de cada área de conhecimento.

Page 38: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

38

objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Em cada linha da coluna, os objetivos definidos para os diferentes grupos referem-se a um mes-mo aspecto do campo de experiências, confor-me ilustrado a seguir (BRASIL, 2017, p. 26).

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTOBebês (zero a 1 ano e 6 meses)

Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)

Crianças pequenas (4 anos a

5 anos e 11 meses)

(EI01TS01)

Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.

(EI02TS01)

Criar sons com mate-riais, objetos e instru-mentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música.

(EI03TS01)

Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instru-mentos musicais durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musi-cais, festas.

Fonte: Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017, p. 26)

Objetivo de aprendizagem: EI02TS01 O primeiro par de letras (EI) indica a etapa de Educa-

ção Infantil

O primeiro par de números (02) indica o grupo por faixa etária:

• 01= Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)• 02= Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos

e 11 meses)• 03= Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).

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B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

39

O segundo par de letras (TS) indica o campo de experiências:

• EO = O eu, o outro e o nós• CG = Corpo, gestos e movimentos• TS = Traços, sons, cores e formas• EF = Escuta, fala, pensamento e imaginação• ET = Espaços, tempos, quantidades, relações e trans-

formações

O último par de números (01) indica a posição do obje-tivo de aprendizagem na numeração sequencial do campo de experiências para cada grupo/faixa etária.

No Ensino Fundamental,

As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alu-nos nos diferentes contextos escolares. Para tanto, elas são descritas de acordo com uma determinada estrutura, conforme ilustrado no exemplo a seguir, de História (EF06HI14) (BRASIL, 2017, p. 29).

Page 40: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

40

(EF06HI14) Diferenciar escravidão, servidão e trabalho livre no mundo antigo.

Os modificadores devem ser entendidos como a explicitação da situação ou condição em que a habilidade deve ser desenvolvida, conside-rando a faixa etária dos alunos. Ainda assim, as habilidades não descrevem ações ou con-dutas esperadas do professor, nem induzem à opção por abordagens ou metodologias. Essas escolhas estão no âmbito dos currículos e dos projetos pedagógicos, que, como já menciona-do, devem ser adequados à realidade de cada sistema ou rede de ensino e a cada instituição escolar, considerando o contexto e as caracte-rísticas dos seus alunos (BRASIL, 2017, p. 30).

Nos quadros adiante, onde estão apresentados os anos, os componentes curriculares, as unidades temáticas e os ob-jetos de conhecimento, as habilidades estão definidas para cada ano (ou bloco de anos). Cada habilidade é identificada por um código alfanumérico cuja composição é a seguinte:

Verbo(s) que explici-ta(m) o(s) processo(s) cognitivo(s) envolvi-do(s) na habilidade.

Complemento do(s) verbo(s), que explicita

o(s) objeto(s) de conhe-cimento mobilizado(s)

na habilidade.

Modificadores do(s) ver-bo(s) ou do complemen-

to do(s) verbo(s), que explicitam o contexto e/ou uma maior especifi-cação da aprendizagem

esperada.

Page 41: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

41

Habilidade EF67EF01

O primeiro par de letras (EF) indica a etapa de Ensino Fundamental;

O primeiro par de números (67) indica o ano (01 a 09) a que se refere a habilidade, ou, no caso de Língua Portuguesa, Arte e Educação Física, o bloco de anos, como segue:

• Língua Portuguesa/Arte - 15 = 1º ao 5º ano - 69 = 6º ao 9º ano• Língua Portuguesa/Educação Física

- 12 = 1º e 2º anos - 35 = 3º ao 5º ano - 67 = 6º e 7º anos - 89 = 8º e 9º anos

O segundo par (EF) de letras indica o componente curricular:

• AR = Arte• CI = Ciências• EF = Educação Física• ER = Ensino Religioso• GE = Geografia

Page 42: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

42

• HI = História• LI = Língua Inglesa• LP = Língua Portuguesa• MA = Matemática

O último par de números (01) indica a posição da habi-lidade na numeração sequencial do componente curricular e ano ou do bloco de anos.

Em quadros apresentados nas páginas a seguir estão apresentadas as s competências gerais para a educação básica bem como as competências específicas por cada componente curricular, por área. Ou demais elementos das estrutura curri-cular (unidades temáticas, objetos de conhecimento, habilida-des, etc.) estão apresentados adiante, em cada ano, para os anos iniciais, e por componente curricular, nos anos finais.

Page 43: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

43DE

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2.

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4.

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8.

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Page 44: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

44

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2.

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4.

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5.

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6.

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ituiç

ão es

cola

r e em

seu

cont

exto

fam

iliar

e co

mun

itário

.

Page 45: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

45

DIRE

ITOS

DE

APRE

NDIZ

AGEM

E D

ESEN

VOLV

IMEN

TO/C

OMPE

TÊNC

IAS E

SPEC

ÍFIC

AS D

A ÁR

EA D

E LI

NGUA

GENS

PA

RA O

ENS

INO

FUN

DAM

ENTA

L1.

Co

mpr

eend

er as

ling

uage

ns co

mo

cons

truç

ão h

uman

a, h

istór

ica,

soci

al e

cultu

ral,

de n

atur

eza d

inâm

ica,

reco

nhe-

cend

o-as

e va

loriz

ando

-as c

omo

form

as d

e sig

nific

ação

da r

ealid

ade e

expr

essã

o de

subj

etiv

idad

es e

iden

tidad

es so

-ci

ais e

cultu

rais.

2.

Conh

ecer

e e

xplo

rar d

iver

sas p

rátic

as d

e lin

guag

em (a

rtíst

icas

, cor

pora

is e

lingu

ístic

as) e

m d

ifere

ntes

cam

pos d

a at

ivid

ade h

uman

a par

a con

tinua

r apr

ende

ndo,

ampl

iar s

uas p

ossib

ilida

des d

e par

ticip

ação

na v

ida s

ocia

l e co

labo

rar

para

a co

nstr

ução

de u

ma s

ocie

dade

mai

s jus

ta, d

emoc

rátic

a e in

clus

iva.

3.

Utili

zar d

ifere

ntes

ling

uage

ns –

verb

al (o

ral o

u vi

sual

-mot

ora,

com

o Lib

ras,

e esc

rita)

, cor

pora

l, visu

al, s

onor

a e d

igi-

tal –

, par

a se e

xpre

ssar

e pa

rtilh

ar in

form

açõe

s, ex

periê

ncia

s, id

eias

e se

ntim

ento

s em

dife

rent

es co

ntex

tos e

pro

du-

zir s

entid

os qu

e lev

em ao

diá

logo

, à re

solu

ção d

e con

flito

s e à

coop

eraç

ão.

4.

Utili

zar d

ifere

ntes

ling

uage

ns pa

ra de

fend

er po

ntos

de vi

sta q

ue re

spei

tem

o ou

tro e

prom

ovam

os di

reito

s hum

anos

, a c

onsc

iênc

ia so

cioa

mbi

enta

l e o

cons

umo r

espo

nsáv

el em

âmbi

to lo

cal, r

egio

nal e

glob

al, a

tuan

do cr

itica

men

te fr

en-

te a

ques

tões

do m

undo

cont

empo

râne

o.5.

De

senv

olve

r o se

nso

esté

tico

para

reco

nhec

er, f

ruir

e res

peita

r as d

iver

sas m

anife

staç

ões a

rtíst

icas

e cu

ltura

is, d

as

loca

is às

mun

diai

s, in

clus

ive a

quel

as p

erte

ncen

tes a

o pa

trim

ônio

cultu

ral d

a hum

anid

ade,

bem

com

o pa

rtic

ipar

de

prát

icas

dive

rsifi

cada

s, in

divi

duai

s e co

letiv

as, d

a pro

duçã

o art

ístic

o-cu

ltura

l, com

resp

eito

à di

vers

idad

e de s

aber

es,

iden

tidad

es e

cultu

ras.

6.

Com

pree

nder

e ut

iliza

r tec

nolo

gias

dig

itais

de in

form

ação

e co

mun

icaç

ão d

e for

ma c

rític

a, si

gnifi

cativ

a, re

flexi

va e

étic

a nas

div

ersa

s prá

ticas

soci

ais (

incl

uind

o as

esco

lare

s), p

ara s

e com

unic

ar p

or m

eio

das d

ifere

ntes

ling

uage

ns e

míd

ias,

prod

uzir

conh

ecim

ento

s, re

solv

er p

robl

emas

e de

senv

olve

r pro

jeto

s aut

orai

s e co

letiv

os.

Page 46: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

46

COM

PETÊ

NCIA

S ESP

ECÍF

ICAS

– CO

MPO

NENT

ES C

URRI

CULA

RES –

DE

LING

UAGE

NSLÍ

NGUA

POR

TUGU

ESA

INGL

ÊSED

UCAÇ

ÃO F

ÍSIC

AAR

TECo

mpr

eend

er a

lín

gua

com

o fe

nôm

eno

cultu

ral,

hist

óric

o,

soci

al, v

ariá

vel,

hete

rogê

neo

e se

nsíve

l aos

con

text

os d

e us

o,

reco

nhec

endo

-a co

mo m

eio d

e co

nstr

ução

de

iden

tidad

es d

e se

us u

suár

ios e

da

com

unid

a-de

a qu

e per

tenc

em.

Iden

tifica

r o

luga

r de

si

e o

do o

utro

em

um

mun

do

plur

ilíng

ue e

mul

ticul

tura

l, re

fletin

do,

criti

cam

ente

, so

bre

com

o a

apre

ndiz

agem

da

lín

gua

ingl

esa

cont

ribui

pa

ra a

inse

rção

dos

suj

eito

s no

mun

do g

loba

lizad

o, i

n-cl

usiv

e no

que

con

cern

e ao

m

undo

do t

raba

lho.

Com

pree

nder

a o

rigem

da

cultu

ra c

orpo

ral d

e m

ovi-

men

to e

seus

vínc

ulos

com

a o

rgan

izaç

ão d

a vid

a col

e-tiv

a e in

divi

dual

.

Expl

orar

, con

hece

r, fru

ir e a

na-

lisar

criti

cam

ente

prát

icas e

pro-

duçõ

es a

rtíst

icas e

cul

tura

is do

se

u ent

orno

socia

l, dos

povo

s in-

díge

nas,

das c

omun

idad

es tr

adi-

ciona

is br

asile

iras e

de d

ivers

as

socie

dade

s, em

dist

into

s tem

pos

e es

paço

s, pa

ra r

econ

hece

r a

arte

com

o um

fenô

men

o cu

ltu-

ral,

histó

rico,

socia

l e se

nsíve

l a

dife

rent

es c

onte

xtos

e d

ialog

ar

com

as di

vers

idad

es.

Apro

pria

r-se

da

lin

guag

em

escr

ita, r

econ

hece

ndo-

a com

o fo

rma

de in

tera

ção

nos

dife

-re

ntes

cam

pos

de a

tuaç

ão d

a vi

da so

cial

e u

tiliz

ando

-a p

ara

ampl

iar s

uas p

ossib

ilida

des d

e pa

rtic

ipar

da

cultu

ra le

trad

a,

de c

onst

ruir

conh

ecim

ento

s (in

clus

ive e

scol

ares

) e de

se en

-vo

lver

com

mai

or au

tono

mia

e pr

otag

onism

o na v

ida s

ocia

l.

Com

unica

r-se n

a lín

gua i

ngle-

sa, p

or m

eio d

o uso

varia

do d

e lin

guag

ens e

m M

ídias

impr

es-

sas o

u di

gitais

, rec

onhe

cend

o--a

com

o fer

ram

enta

de a

cess

o ao

con

hecim

ento

, de

ampl

ia-çã

o das

pers

pect

ivas e

de po

ssi-

bilid

ades

par

a a

com

pree

nsão

do

s valo

res e

inte

ress

es d

e ou-

tras c

ultu

ras e

para

o ex

ercíc

io

do pr

otag

onism

o soc

ial.

Plan

ejar

e e

mpr

egar

es-

trat

égia

s pa

ra

reso

lver

de

safio

s e

aum

enta

r as

po

ssib

ilida

des d

e ap

rend

i-za

gem

das

prá

ticas

cor

po-

rais,

alé

m d

e se

env

olve

r no

pro

cess

o de

am

plia

ção

do a

cerv

o cu

ltura

l ne

sse

cam

po.

Com

pree

nder

as

rela

ções

en-

tre

as l

ingu

agen

s da

Art

e e

suas

prá

ticas

int

egra

das,

in-

clus

ive

aque

las

poss

ibili

tada

s pe

lo u

so d

as n

ovas

tecn

olog

ias

de in

form

ação

e co

mun

icaç

ão,

pelo

cin

ema

e pe

lo a

udio

visu

-al

, nas

con

diçõ

es p

artic

ular

es

de p

rodu

ção,

na

prát

ica

de

cada

ling

uage

m e

nas

suas

ar-

ticul

açõe

s.

Page 47: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

47

Ler,

escu

tar

e pr

oduz

ir te

x-to

s or

ais,

escr

itos

e m

ultis

-se

mió

ticos

que

circ

ulam

em

di

fere

ntes

cam

pos d

e at

uaçã

o e

míd

ias,

com

com

pree

nsão

, au

tono

mia

, fluê

ncia

e c

ritic

i-da

de, d

e mod

o a se

expr

essa

r e

part

ilhar

info

rmaç

ões,

expe

ri-ên

cias

, ide

ias e

sent

imen

tos,

e co

ntin

uar a

pren

dend

o.

Iden

tifica

r sim

ilarid

ades

e

dife

renç

as e

ntre

a lí

ngua

in-

gles

a e

a lín

gua

mat

erna

/ou-

tras

líng

uas,

artic

ulan

do-a

s a

aspe

ctos

soc

iais,

cul

tura

is e

iden

titár

ios,

em u

ma

rela

-çã

o in

trín

seca

ent

re lí

ngua

, cu

ltura

e id

entid

ade.

Refle

tir,

criti

cam

ente

, so

bre

as

rela

ções

en

tre

a re

aliz

ação

das

prá

ticas

co

rpor

ais

e os

pro

cess

os

de sa

úde/

doen

ça, i

nclu

sive

no co

ntex

to d

as at

ivid

ades

la

bora

is.

Pesq

uisa

r e co

nhec

er di

stin

tas

mat

rizes

est

étic

as e

cul

tura

is –

espe

cial

men

te a

quel

as m

a-ni

fest

as n

a art

e e n

as cu

ltura

s qu

e co

nstit

uem

a i

dent

idad

e br

asile

ira –,

sua t

radi

ção e

ma-

nife

staç

ões

cont

empo

râne

as,

reel

abor

ando

--as n

as c

riaçõ

es

em A

rte.

Com

pree

nder

o fe

nôm

eno

da

varia

ção

lingu

ístic

a, d

emon

s-tr

ando

at

itude

re

spei

tosa

di

ante

de v

arie

dade

s lin

guíst

i-ca

s e

reje

itand

o pr

econ

ceito

s lin

guíst

icos

.

Elab

orar

repe

rtór

ios l

ingu

ís-tic

o-di

scur

sivos

da l

íngu

a in-

gles

a, us

ados

em

dife

rent

es

paíse

s e

por

grup

os s

ocia

is di

stin

tos d

entr

o de

um

mes

-m

o pa

ís, d

e mod

o a r

econ

he-

cer

a di

vers

idad

e lin

guíst

ica

com

o di

reito

e v

alor

izar

os

usos

het

erog

êneo

s, hí

brid

os

e lti

mod

ais

emer

gent

es n

as

soci

edad

es co

ntem

porâ

neas

.

Iden

tifica

r a

mul

tiplic

ida-

de d

e pad

rões

de d

esem

pe-

nho,

saú

de, b

elez

a e

esté

-tic

a co

rpor

al,

anal

isand

o,

criti

cam

ente

, os

mod

elos

di

ssem

inad

os n

a m

ídia

e

disc

utir

post

uras

con

su-

mist

as e

prec

once

ituos

as.

Expe

rienc

iar

a lu

dici

dade

, a

perc

epçã

o, a

exp

ress

ivid

ade

e a

imag

inaç

ão, r

essig

nific

an-

do e

spaç

os d

a es

cola

e d

e fo

ra

dela

no â

mbi

to d

a Art

e.

Anal

isar

info

rmaç

ões,

argu

-m

ento

s e

opin

iões

man

ifes-

tado

s em

int

eraç

ões

soci

ais

e no

s m

eios

de

com

unic

ação

, po

sicio

nand

o-se

étic

a e

cri-

ticam

ente

em

rel

ação

a c

on-

teúd

os d

iscrim

inat

ório

s qu

e fe

rem

dire

itos h

uman

os e

am-

bien

tais.

Utili

zar

nova

s te

cnol

ogia

s, co

m

nova

s lin

guag

ens

e m

odos

de

inte

raçã

o, p

ara

pesq

uisa

r, se

leci

onar

, co

m-

part

ilhar

, po

sicio

nar-

se

e pr

oduz

ir se

ntid

os e

m p

ráti-

cas

de le

tram

ento

na

língu

a in

gles

a, d

e for

ma é

tica,

críti

-ca

e re

spon

sáve

l.

Iden

tifica

r as

for

mas

de

prod

ução

dos

pre

conc

ei-

tos,

com

pree

nder

se

us

efei

tos e

com

bate

r pos

icio

-na

men

tos

disc

rimin

ató-

rios e

m re

laçã

o às

prá

ticas

co

rpor

ais e

aos

seus

par

ti-ci

pant

es.

Mob

iliza

r re

curs

os t

ecno

lógi

-co

s co

mo

form

as d

e re

gist

ro,

pesq

uisa

e cr

iaçã

o art

ístic

a.

Page 48: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

48

Reco

nhec

er o

tex

to c

omo

lu-

gar

de m

anife

staç

ão e

neg

o-ci

ação

de

sent

idos

, val

ores

e

ideo

logi

as.

Conh

ecer

dife

rent

es p

atri-

môn

ios

cultu

rais,

mat

eria

is e

imat

eria

is, d

ifund

idos

na

língu

a in

gles

a, co

m v

istas

ao

exe

rcíc

io d

a fr

uiçã

o e

da

ampl

iaçã

o de

pe

rspe

ctiva

s no

con

tato

com

dife

rent

es

man

ifest

açõe

s ar

tístic

o-cu

l-tu

rais.

Inte

rpre

tar

e re

cria

r os

va

lore

s, os

sen

tidos

e o

s sig

nific

ados

atr

ibuí

dos

às

dife

rent

es p

rátic

as c

orpo

-ra

is, b

em c

omo

aos

suje

i-to

s que

del

as p

artic

ipam

.

Esta

bele

cer

rela

ções

en

tre

arte

, míd

ia, m

erca

do e

con

su-

mo,

com

pree

nden

do, d

e for

ma

críti

ca

e pr

oble

mat

izad

ora,

m

odos

de p

rodu

ção e

de c

ircu-

laçã

o da a

rte n

a soc

ieda

de.

Sele

cion

ar te

xtos

e liv

ros p

ara

leitu

ra in

tegr

al, d

e aco

rdo c

om

obje

tivos

, inte

ress

es e

proj

etos

pe

ssoa

is (e

stud

o,

form

ação

pe

ssoa

l, en

tret

enim

ento

, pes

-qu

isa, t

raba

lho e

tc.).

Reco

nhec

er

as

prát

icas

co

rpor

ais c

omo

elem

ento

s co

nstit

utiv

os

da

iden

ti-da

de c

ultu

ral d

os p

ovos

e

grup

os.

Prob

lem

atiz

ar

ques

tões

po

-lít

icas

, so

ciai

s, ec

onôm

icas

, ci

entífi

cas,

tecn

ológ

icas

e c

ul-

tura

is, p

or m

eio

de ex

ercí

cios

, pr

oduç

ões,

inte

rven

ções

e

apre

sent

açõe

s art

ístic

as.

Envo

lver-

se em

prá

ticas

de l

eitu

-ra

liter

ária

que p

ossib

ilite

m o

de-

senv

olvi

men

to d

o se

nso

esté

tico

para

frui

ção,

valo

rizan

do a

lite

-ra

tura

e o

utra

s m

anife

staç

ões

artís

tico-

cultu

rais

com

o fo

rmas

de

ace

sso

às d

imen

sões

lúdi

cas,

de im

agin

ário

e e

ncan

tam

ento

, re

conh

ecen

do o

pote

ncia

l tra

ns-

form

ador

e h

uman

izad

or d

a ex

-pe

riênc

ia co

m a

liter

atur

a.

Usuf

ruir

das

prát

icas

cor

-po

rais

de f

orm

a au

tôno

ma

para

pot

enci

aliz

ar o

env

ol-

vim

ento

em

con

text

os d

e la

zer,

ampl

iar

as r

edes

de

soci

abili

dade

e a

pro

moç

ão

da sa

úde.

Dese

nvol

ver a

auto

nom

ia, a

crí-

tica,

a au

toria

e o

trab

alho

cole

-tiv

o e co

labo

rativ

o nas

arte

s.

Page 49: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

49

Mob

iliza

r prá

ticas

da c

ultu

ra d

i-gi

tal,

dife

rent

es li

ngua

gens

, mí-

dias

e fe

rram

enta

s dig

itais

para

ex

pand

ir as

form

as d

e pr

oduz

ir se

ntid

os (n

os p

roce

ssos

de

com

-pr

eens

ão e

pro

duçã

o), a

pren

der

e re

fletir

sobr

e o

mun

do e

real

i-za

r dife

rent

es pr

ojet

os au

tora

is.

Reco

nhec

er o

aces

so às

prá

-tic

as co

rpor

ais c

omo d

ireito

do

cida

dão,

pro

pond

o e p

ro-

duzi

ndo

alte

rnat

ivas

pa

ra

sua

real

izaç

ão n

o co

ntex

to

com

unitá

rio.

Anal

isar

e va

loriz

ar o

pat

rimô-

nio

artís

tico

naci

onal

e i

nter

-na

cion

al, m

ater

ial

e im

ater

ial,

com

suas

hist

ória

s e

dife

rent

es

visõ

es d

e mun

do.

Expe

rimen

tar,

desf

ruta

r, ap

reci

ar e

cria

r di

fere

ntes

br

inca

deira

s, jo

gos,

danç

as,

giná

stic

as, e

spor

tes,

luta

s e

prát

icas

cor

pora

is de

ave

n-tu

ra, v

alor

izan

do o

trab

alho

co

letiv

o e o

prot

agon

ismo.

Page 50: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

50

DIRE

ITOS

DE

APRE

NDIZ

AGEM

E D

ESEN

VOLV

IMEN

TO/C

OMPE

TÊNC

IAS E

SPEC

ÍFIC

AS D

E M

ATEM

ÁTIC

A PA

RA O

EN

SINO

FUN

DAM

ENTA

LRe

conh

ecer

que

a M

atem

átic

a é u

ma c

iênc

ia h

uman

a, fr

uto

das n

eces

sidad

es e

preo

cupa

ções

de d

ifere

ntes

cultu

ras,

em

dife

rent

es m

omen

tos h

istór

icos

, e é

uma c

iênc

ia vi

va, q

ue co

ntrib

ui pa

ra so

luci

onar

prob

lem

as ci

entífi

cos e

tecn

ológ

icos

e pa

ra al

icer

çar d

esco

bert

as e

cons

truç

ões,

incl

usiv

e com

impa

ctos

no m

undo

do t

raba

lho.

Dese

nvol

ver o

raci

ocín

io ló

gico

, o es

pírit

o de i

nves

tigaç

ão e

a cap

acid

ade d

e pro

duzi

r arg

umen

tos c

onvi

ncen

tes,

reco

rren

-do

aos c

onhe

cim

ento

s mat

emát

icos

par

a com

pree

nder

e at

uar n

o mun

do.

Com

pree

nder

as re

laçõ

es en

tre c

once

itos e

proc

edim

ento

s dos

dife

rent

es ca

mpo

s da M

atem

átic

a (Ar

itmét

ica,

Álg

ebra

, Ge-

omet

ria, E

stat

ístic

a e P

roba

bilid

ade)

e de

outr

as ár

eas d

o con

heci

men

to, s

entin

do se

gura

nça q

uant

o à p

rópr

ia ca

paci

dade

de

cons

trui

r e ap

licar

conh

ecim

ento

s mat

emát

icos

, des

envo

lven

do a

auto

estim

a e a

pers

ever

ança

na b

usca

de s

oluç

ões.

Faze

r obs

erva

ções

sist

emát

icas

de as

pect

os qu

antit

ativ

os e

qual

itativ

os pr

esen

tes n

as pr

átic

as so

ciai

s e cu

ltura

is, de

mod

o a

inve

stig

ar, o

rgan

izar

, rep

rese

ntar

e c

omun

icar

info

rmaç

ões r

elev

ante

s, pa

ra in

terp

retá

-las e

ava

liá-la

s crít

ica

e et

ica-

men

te, p

rodu

zind

o arg

umen

tos c

onvi

ncen

tes.

Utili

zar p

roce

ssos

e fe

rram

enta

s mat

emát

icas

, inc

lusiv

e tec

nolo

gias

dig

itais

disp

oníve

is, p

ara m

odel

ar e

reso

lver

pro

ble-

mas

cotid

iano

s, so

ciai

s e d

e out

ras á

reas

de c

onhe

cim

ento

, val

idan

do es

trat

égia

s e re

sulta

dos.

Enfr

enta

r situ

açõe

s-pr

oble

ma e

m m

últip

los c

onte

xtos

, inc

luin

do-s

e situ

açõe

s im

agin

adas

, não

dire

tam

ente

rela

cion

adas

co

m o

aspe

cto p

rátic

o-ut

ilitá

rio, e

xpre

ssar

suas

resp

osta

s e si

ntet

izar

conc

lusõ

es, u

tiliz

ando

dife

rent

es re

gist

ros e

ling

ua-

gens

(grá

ficos

, tab

elas

, esq

uem

as, a

lém

de t

exto

escr

ito n

a lín

gua m

ater

na e

outr

as li

ngua

gens

par

a des

crev

er al

gorit

mos

, co

mo fl

uxog

ram

as, e

dad

os).

Dese

nvol

ver e

/ou

disc

utir

proj

etos

que

abor

dem

, sob

retu

do, q

uest

ões d

e urg

ênci

a soc

ial,

com

bas

e em

prin

cípi

os ét

icos

, de

moc

rátic

os, s

uste

ntáv

eis e

solid

ário

s, va

loriz

ando

a di

vers

idad

e de o

pini

ões d

e ind

ivíd

uos e

de g

rupo

s soc

iais,

sem

pre

-co

ncei

tos d

e qua

lque

r nat

urez

a.In

tera

gir c

om se

us pa

res d

e for

ma c

oope

rativ

a, tr

abal

hand

o col

etiv

amen

te n

o pla

neja

men

to e

dese

nvol

vim

ento

de pe

squi

-sa

s par

a res

pond

er a

ques

tiona

men

tos e

na b

usca

de so

luçõ

es pa

ra pr

oble

mas

, de m

odo a

iden

tifica

r asp

ecto

s con

sens

uais

ou n

ão n

a disc

ussã

o de u

ma d

eter

min

ada q

uest

ão, r

espe

itand

o o m

odo d

e pen

sar d

os co

lega

s e ap

rend

endo

com

eles

.

Page 51: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

51

DIRE

ITOS

DE

APRE

NDIZ

AGEM

E D

ESEN

VOLV

IMEN

TO C

OMPE

TÊNC

IAS E

SPEC

ÍFIC

AS D

A ÁR

EA D

E CI

ÊNCI

AS D

A NA

TURE

ZA PA

RA O

ENS

INO

FUND

AMEN

TAL

Com

pree

nder

as C

iênc

ias d

a Nat

urez

a com

o em

pree

ndim

ento

hum

ano,

e o c

onhe

cim

ento

cien

tífico

com

o pro

visó

rio, c

ul-

tura

l e h

istór

ico.

Com

pree

nder

conc

eito

s fun

dam

enta

is e e

stru

tura

s exp

licat

ivas

das

Ciê

ncia

s da N

atur

eza,

bem

com

o dom

inar

pro

cess

os,

prát

icas

e pr

oced

imen

tos d

a inv

estig

ação

cien

tífica

, de m

odo a

sent

ir se

gura

nça n

o deb

ate d

e que

stõe

s cie

ntífi

cas,

tecn

o-ló

gica

s, so

cioa

mbi

enta

is e d

o mun

do do

trab

alho

, con

tinua

r apr

ende

ndo e

cola

bora

r par

a a co

nstr

ução

de u

ma s

ocie

dade

ju

sta,

dem

ocrá

tica e

incl

usiv

a.An

alisa

r, co

mpr

eend

er e

expl

icar

cara

cter

ístic

as, f

enôm

enos

e pr

oces

sos r

elat

ivos

ao m

undo

nat

ural

, soc

ial e

tecn

ológ

ico

(incl

uind

o o

digi

tal),

com

o ta

mbé

m as

rela

ções

que

se es

tabe

lece

m en

tre e

les,

exer

cita

ndo

a cur

iosid

ade p

ara f

azer

per

-gu

ntas

, bus

car r

espo

stas

e cr

iar s

oluç

ões (

incl

usiv

e tec

noló

gica

s) co

m ba

se n

os co

nhec

imen

tos d

as C

iênc

ias d

a Nat

urez

a.Av

alia

r apl

icaç

ões e

impl

icaç

ões p

olíti

cas,

soci

oam

bien

tais

e cul

tura

is da

ciên

cia e

de s

uas t

ecno

logi

as p

ara p

ropo

r alte

r-na

tivas

aos d

esafi

os d

o mun

do co

ntem

porâ

neo,

incl

uind

o aqu

eles

rela

tivos

ao m

undo

do t

raba

lho.

Cons

trui

r arg

umen

tos c

om b

ase e

m d

ados

, evi

dênc

ias e

info

rmaç

ões c

onfiá

veis

e neg

ocia

r e d

efen

der i

deia

s e p

onto

s de

vist

a que

resp

eite

m e

prom

ovam

a co

nsci

ênci

a soc

ioam

bien

tal e

o re

spei

to a

si pr

óprio

e ao

outr

o, ac

olhe

ndo e

valo

rizan

do

a div

ersid

ade d

e ind

ivíd

uos e

de g

rupo

s soc

iais,

sem

pre

conc

eito

s de q

ualq

uer n

atur

eza.

Utili

zar d

ifere

ntes

ling

uage

ns e

tecn

olog

ias d

igita

is de

info

rmaç

ão e

com

unic

ação

par

a se c

omun

icar

, ace

ssar

e di

ssem

i-na

r inf

orm

açõe

s, pr

oduz

ir co

nhec

imen

tos e

reso

lver

pro

blem

as d

as C

iênc

ias d

a Nat

urez

a de f

orm

a crít

ica,

sign

ifica

tiva,

re

flexi

va e

étic

a.Co

nhec

er, a

prec

iar e

cuid

ar d

e si,

do se

u co

rpo e

bem

-est

ar, c

ompr

eend

endo

-se n

a div

ersid

ade h

uman

a, fa

zend

o-se

res-

peita

r e re

spei

tand

o o ou

tro,

reco

rren

do ao

s con

heci

men

tos d

as C

iênc

ias d

a Nat

urez

a e às

suas

tecn

olog

ias.

Agir

pess

oal e

col

etiv

amen

te c

om re

spei

to, a

uton

omia

, res

pons

abili

dade

, flex

ibili

dade

, res

iliên

cia

e de

term

inaç

ão, r

e-co

rren

do a

os c

onhe

cim

ento

s das

Ciê

ncia

s da

Natu

reza

par

a to

mar

dec

isões

fren

te a

que

stõe

s cie

ntífi

co-te

cnol

ógic

as e

so

cioa

mbi

enta

is e a

resp

eito

da s

aúde

indi

vidu

al e

cole

tiva,

com

bas

e em

prin

cípi

os ét

icos

, dem

ocrá

ticos

, sus

tent

ávei

s e

solid

ário

s.

Page 52: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

52

DIRE

ITOS

DE

APRE

NDIZ

AGEM

E D

ESEN

VOLV

IMEN

TO/C

OMPE

TÊNC

IAS E

SPEC

ÍFIC

AS D

E CI

ÊNCI

AS H

UMAN

AS

PARA

O E

NSIN

O FU

NDAM

ENTA

LCo

mpr

eend

er a

si e a

o out

ro co

mo i

dent

idad

es d

ifere

ntes

, de f

orm

a a ex

erci

tar o

resp

eito

à di

fere

nça e

m u

ma s

ocie

dade

pl

ural

e pr

omov

er os

dire

itos h

uman

os.

Anal

isar o

mun

do so

cial

, cul

tura

l e d

igita

l e o

mei

o té

cnic

o-ci

entífi

co--i

nfor

mac

iona

l com

bas

e nos

conh

ecim

ento

s das

Ci

ênci

as H

uman

as, c

onsid

eran

do su

as va

riaçõ

es d

e sig

nific

ado n

o tem

po e

no es

paço

, par

a int

ervi

r em

situ

açõe

s do c

oti-

dian

o e se

pos

icio

nar d

iant

e de p

robl

emas

do m

undo

cont

empo

râne

o.Id

entifi

car,

com

para

r e ex

plic

ar a

inte

rven

ção d

o ser

hum

ano n

a nat

urez

a e na

soci

edad

e, ex

erci

tand

o a cu

riosid

ade e

pro-

pond

o ide

ias e

açõe

s que

cont

ribua

m p

ara a

tran

sfor

maç

ão es

paci

al, s

ocia

l e cu

ltura

l, de

mod

o a p

artic

ipar

efet

ivam

ente

da

s din

âmic

as d

a vid

a soc

ial.

Inte

rpre

tar e

expr

essa

r sen

timen

tos,

cren

ças e

dúv

idas

com

rela

ção a

si m

esm

o, ao

s out

ros e

às d

ifere

ntes

cultu

ras,

com

ba

se n

os in

stru

men

tos d

e inv

estig

ação

das

Ciê

ncia

s Hum

anas

, pro

mov

endo

o ac

olhi

men

to e

a val

oriz

ação

da d

iver

sidad

e de

indi

vídu

os e

de

grup

os so

ciai

s, se

us sa

bere

s, id

entid

ades

, cul

tura

s e p

oten

cial

idad

es, s

em p

reco

ncei

tos d

e qu

alqu

er

natu

reza

.Co

mpa

rar e

vent

os oc

orrid

os si

mul

tane

amen

te, n

o mes

mo e

spaç

o e em

espa

ços v

aria

dos e

even

tos o

corr

idos

em te

mpo

s di

fere

ntes

no m

esm

o esp

aço e

em es

paço

s var

iado

s.Co

nstr

uir a

rgum

ento

s, co

m b

ase n

os co

nhec

imen

tos d

as C

iênc

ias H

uman

as, p

ara n

egoc

iar e

def

ende

r ide

ias e

opi

niõe

s qu

e res

peite

m e

prom

ovam

os d

ireito

s hum

anos

e a c

onsc

iênc

ia so

cioa

mbi

enta

l, ex

erci

tand

o a re

spon

sabi

lidad

e e o

pro-

tago

nism

o vol

tado

s par

a o b

em co

mum

e a c

onst

ruçã

o de u

ma s

ocie

dade

just

a, d

emoc

rátic

a e in

clus

iva.

Utili

zar a

s lin

guag

ens c

arto

gráfi

ca, g

ráfic

a e ic

onog

ráfic

a e d

ifere

ntes

gêne

ros t

extu

ais e

tecn

olog

ias d

igita

is de

info

rma-

ção e

com

unic

ação

no d

esen

volv

imen

to do

raci

ocín

io es

paço

-tem

pora

l rel

acio

nado

a lo

caliz

ação

, dist

ânci

a, di

reçã

o, du

ra-

ção,

sim

ulta

neid

ade,

suce

ssão

, ritm

o e co

nexã

o.

Page 53: BCM — Introdução

B A S E C U R R I C U L A R D E M A R A C A N A Ú

53

COM

PETÊ

NCIA

S ESP

ECÍF

ICAS

– CO

MPO

NENT

ES C

URRI

CULA

RES –

DE

CIÊN

CIAS

HUM

ANAS

GEOG

RAFI

AHI

STÓR

IAEN

SINO

REL

IGIO

SOUt

iliza

r os

con

heci

men

tos

geog

ráfic

os

para

ent

ende

r a

inte

raçã

o so

cied

ade/

na

ture

za e

exe

rcita

r o

inte

ress

e e

o es

-pí

rito

de in

vest

igaç

ão e

de re

solu

ção

de

prob

lem

as.

Com

pree

nder

acon

tecim

ento

s hist

órico

s, re

laçõe

s de p

oder

e pr

oces

sos e

mec

anis-

mos

de t

rans

form

ação

e m

anut

ençã

o das

es

trut

uras

socia

is, po

lítica

s, ec

onôm

icas e

cu

ltura

is ao

long

o do t

empo

e em

dife

ren-

tes e

spaç

os p

ara a

nalis

ar, p

osici

onar

-se e

inte

rvir

no m

undo

cont

empo

râne

o.

Conh

ecer

os

aspe

ctos

est

rutu

rant

es

das

dife

rent

es t

radi

ções

/mov

imen

-to

s re

ligio

sos

e fil

osofi

as d

e vi

da, a

pa

rtir

de p

ress

upos

tos

cien

tífico

s, fil

osófi

cos,

esté

ticos

e ét

icos

.

Esta

bele

cer

cone

xões

ent

re d

ifere

ntes

te

mas

do

conh

ecim

ento

geo

gráfi

co, r

e-co

nhec

endo

a im

port

ânci

a do

s ob

jeto

s té

cnic

os p

ara

a co

mpr

eens

ão d

as f

or-

mas

com

o os

sere

s hum

anos

faze

m u

so

dos

recu

rsos

da

natu

reza

ao

long

o da

hi

stór

ia.

Com

pree

nder

a h

istor

icida

de n

o te

mpo

e

no es

paço

, rela

ciona

ndo a

cont

ecim

ento

s e

proc

esso

s de t

rans

form

ação

e m

anut

ençã

o da

s estr

utur

as so

ciais,

polí

ticas

, eco

nôm

i-ca

s e c

ultu

rais,

bem

com

o pr

oblem

atiza

r os

sign

ifica

dos d

as ló

gicas

de o

rgan

izaçã

o cr

onoló

gica.

Com

pree

nder

, val

oriz

ar e

res

peita

r as

man

ifest

açõe

s re

ligio

sas

e fil

oso-

fias d

e vid

a, su

as ex

periê

ncia

s e sa

be-

res,

em d

ifere

ntes

tem

pos,

espa

ços e

te

rritó

rios.

Dese

nvol

ver

auto

nom

ia e

sen

so c

rític

o pa

ra co

mpr

eens

ão e

aplic

ação

do

raci

o-cí

nio

geog

ráfic

o na

anál

ise d

a ocu

paçã

o hu

man

a e

prod

ução

do

espa

ço, e

nvol

-ve

ndo

os p

rincí

pios

de

anal

ogia

, con

e-xã

o, d

ifere

ncia

ção,

dist

ribui

ção,

ext

en-

são,

loca

lizaç

ão e

orde

m.

Elab

orar

que

stio

nam

ento

s, hi

póte

ses,

argu

men

tos e

pro

posiç

ões e

m re

laçã

o a

docu

men

tos,

inte

rpre

taçõ

es e

cont

exto

s hi

stór

icos

espe

cífic

os, r

ecor

rend

o a di

fe-

rent

es li

ngua

gens

e m

ídia

s, ex

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2.6 Parte diversificada A LDB estabelece, em ser Art. 26, que

Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensi-no e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigidas pelas características regionais e locais da sociedade da cultura, da economia e da clientela (BRASIL, 1996).

Uma análise superficial deste dispositivo sugere a ado-ção de dois conjuntos de componentes curriculares (ou dis-ciplinas), sendo o primeiro dedicado à base nacional comum, e o segundo voltado para a parte diversificada.

Todavia, cabe considerar aqui o disposto resolução CNE/CP nº02/2017, em seu Art.7º, parágrafo único, que esta-beleceu a respeito dessas partes, que as mesmas não podem ser consideradas como blocos distintos, justapostos, deven-do ser planejadas, executadas e avaliadas como um todo inte-grado (BRASIL, 2017).

Nessa perspectiva, a secretaria de Educação de Maraca-naú recomenda, a respeito da parte diversificada considerar o disposto no parecer CNE/CEB nº 06/2001, conforme segue:

A expressão parte diversificada não deve ser entendida no sentido de uma adição a uma ou-

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tra parte: a de um núcleo comum. Ela deve ser compreendida como um respeito a estrutura federativa do país, a diversidade situacional dos estabelecimentos escolares, aos modos autônomos e contextuados de se compor os componentes curriculares (BRASIL, 2001).

Defende ainda o relator que a parte diversificada re-presenta, também, um momento de

múltiplas possibilidades de organização cur-ricular, em vista de objetivos (...) materializa-dos num ordenamento coerente e flexível (...) por meio de projetos pedagógicos, conduzam a processos de formação da cidadania e de qualificação para o trabalho (BRASIL, 2001).

Uma das reflexões pertinentes para o aprimoramento do que se entende por Parte Diversificada do Currículo é compreender que o Brasil é um país de uma expressiva di-versidade, com dimensões continentais. Dessa forma, esta-belecer um currículo único sem possibilitar aos profissio-nais de educação a oportunidade de adequá-lo à realidade de sua instituição de ensino e o local onde se insere o ambiente escolar, seria desconsiderar a relevância social e cultural na promoção da aprendizagem.

Entende-se que a parte diversificada assume o compro-misso com a cultura local e permite a compreensão do con-texto social para que todos os estudantes sejam protagonis-

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tas de suas realidades. Cabe aos professores considerar, em suas práticas, metodologias que desenvolvam habilidades através de temas relacionados às questões situacionais, no que compreende o ser em suas dimensões, individual, fami-liar, social, culturais e religiosas.

Sendo assim, o currículo deverá ser acrescido de as-suntos sólidos e específicos de cada nível e etapas da Educa-ção Básica, considerando aspectos regionais e culturais, com vistas a garantir a ampliação de conhecimentos, resultando na formação de uma sociedade que tenha como princípio o respeito às diferenças.

Nessa perspectiva, se diversifica também a formação quando faz uso de metodologias, atitudes e expressões (ver-betes) que somente são compreendidas naquele local.

Para a efetivação da parte diversificada, nem sempre é possível trazer situações do cotidiano para o currículo. Mas trazer os conhecimentos essenciais para o cotidiano é dever da escola. Para isso, faz-se necessário conhecer a realida-de da comunidade escolar e o ambiente onde a mesma está inserida.

Propõe-se para que essa realidade possa ser apropria-da, sistematizada e analisada, que sejam feitos levantamen-tos e que cada unidade escolar construa, em parceria com todos os segmentos, a sua Linha de Base. Esta consiste na elaboração de um instrumento de pesquisa (questionários, entrevistas, relatórios) que serão desenvolvidos, avaliados

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e sistematizados pelos(as) estudantes, professores(as) e gestores(as).

A construção do perfil da comunidade constitui uma experiência de trabalho cooperativo e de corresponsabilida-de social com o grupo, e é essencial para formar estudantes comprometidos em participar nas transformações da socie-dade. A partir da compreensão do contexto existe a possibi-lidade de formar uma ideia sobre o que é possível fazer para modificar se preciso for.

Com a participação e o empenho de todos (as), e assu-mindo o compromisso com a justiça, a solidariedade, com respeito às diversidades, à promoção humana e com a garan-tia ao direito de aprender do educando, objetiva-se tornar a escola um espaço propício para as aprendizagens e para o desenvolvimento social.

Conhecendo o contexto escolar, através de dados quan-titativos e qualitativos, a escola poderá organizar um Espaço Situacional. Com esses dados à disposição de todos, os pro-fessores poderão, a partir deles, organizar os planejamentos, os planos de aulas e atividades, envolvendo a construção de projetos e incluindo, em seus estudos e pesquisas, questões relacionadas àquela realidade única.

Apropriar-se da Linha de Base para a construção do Espaço Situacional configura-se como uma estratégia para se conhecer, de forma sistematizada, os dados da comunida-de, possibilitando que o currículo para reflita sobre essa re-

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alidade, passando a integrá-la, de modo a facilitar o trabalho pedagógico.

Nesse sentido, a Secretaria de Educação de Maracanaú recomenda na perspectiva do desenvolvimento de cada habi-lidade, em cada área e componente curricular, em suas res-pectivas unidades temáticas, e objetos do conhecimento que o professor adote como ponto de partida as especificidades e características próprias do contexto local: a sala de aula; a escola; a rua; o bairro; o município; o estado; a região, todos obtidos a partir de sua Linha de Base.

As reflexões daí decorrentes, nas mais diversas ativi-dades, projetos, nos vários componentes curriculares, per-mitirão aprendizados que partirão do local ao regional, ao nacional, até o universal, quando for o caso, possibilitando uma formação que deve ser comum a todo cidadão brasilei-ro, mas recheada de uma parte diversificada que contribui-rá para a cidadania, para a democracia e para a atuação no mundo do trabalho.

2.7 Temas transversais

A LDB estabelece, em seu art. 26, que os currículos da educação básica terão uma base nacional comum comple-mentada por uma parte diversificada. Ao longo dos parágra-fos deste artigo discorre sobre os componentes curriculares, merecendo atenção, para efeito deste tópico, o disposto no

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§ 7º: “A integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais (...)” (grifo nosso).

Esses temas correspondem a problemáticas ou ques-tões sociais atuais, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana, que devem ser colocadas ou vividas em todos os momentos, tanto na família quanto na escola e nos demais ambientes da vida social.

Estão relacionados diretamente com valores, reque-rendo, portanto, uma reflexão ética pelo fato de envolverem posicionamentos e concepções a respeito de suas causas e feitos de sua dimensão histórica e política.

A reflexão ética traz à luz a discussão sobre a liberdade de escolha. A ética interroga sobre a liberdade a legitimidade de práticas e valo-res consagrados pela tradição e pelo costume. Abrange tanto a crítica das relações entre os grupos, nas instituições e perante elas, quan-to a dimensão das ações pessoais. Trata-se, portanto, de discutir o sentindo ético da con-vivência humana nas suas relações com várias dimensões com várias dimensões da vida so-cial: O ambiente, a cultura, a sexualidade e a saúde (BRASIL, 1997, p.25).

Nessa perspectiva, os temas transversais proporcio-nam flexibilidade e abertura ao currículo, podendo ser abor-dados com especificidades das diferentes regiões e locais,

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além da possibilidade de inclusão de outros temas. Esses conteúdos não pertencem a nenhuma disciplina específica, mas perpassam por todas elas como se a todas fossem perti-nentes. Destaca-se a tentativa de articulação entre o conhe-cimento tratado nos diferentes componentes curriculares, onde se introduz novos objetivos, novos métodos, em uma prática pedagógica voltada para a supressão do monólogo e a instauração de uma prática dialógica.

Esses temas devem ser trabalhados de forma transver-sal, nas áreas disciplinas e/ou componentes curriculares já existentes devendo recebem a mesma importância dada a essas. Não se trata de trabalhar as temáticas paralelamente, mas de trazer para os conteúdos e para a metodologia da área a perspectiva dos temas. Não devem ser entendidos com uma imposição de conteúdos a serem ministrados, mas como propostas que as escolas poderão utilizar para elaborar seus planos de ensino.

Para a eleição de temas transversais, quatro critérios são observados (BRASIL, 1997): a urgência social; a abrangên-cia nacional; a Possibilidade de ensino e aprendizagem na educação básica; e a possibilidade de favorecer a compressão da realidade e a participação social. A esse respeito,

Urgência Social: (...) questões graves que se apresentam como obstáculos para a concreti-zação da plenitude da cidadania afrontando a dignidade das pessoas e sua qualidade de vida.

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Abrangência Nacional: (...) questões que, em maior ou menor medida e mesmo de formas diversas, fossem pertinentes a todos do país (...).

Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental: Esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa da escolaridade (...).

Favorecer a compressão da realidade e a participação social: “que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante de questões que interferem na vida co-letiva, superar a indiferença, intervir de for-ma responsável. Assim, os temas eleitos, em seu conjunto, devem possibilitar uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, além de desenvolver um trabalho educativo que possibilite uma participação social dos alunos (BRASIL, 1997, p.25-26).

No que diz respeito ao aspecto metodológico, busca-se um tratamento didático que contemple sua complexidade e dinâmica. Determinados temas têm mais afinidade com certas áreas e por isso, devem ser por elas mais explorados. Nessa perspectiva, caberá aos professores mobilizar seus respectivos conteúdos em torno dessas temáticas, de forma que cada área não represente pontos isolados, mas digam respeito aos diversos aspectos que compõem o exercício da

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cidadania. Assim, para a sua execução, sugere-se a elabora-ção de projetos, que são uma das formas de organizar o tra-balho didático e que podem integrar diferentes modos de organização curricular. Tudo desenvolvido na perspectiva da aprendizagem dos alunos, materializada no exercício da cidadania e da democracia.

A Resolução CNE/CP nº 02/2017 estabelece, em que

Artigo 8º Os currículos, coerentes com a pro-posta pedagógica da instituição ou rede de en-sino, devem adequar as proposições da BNCC à sua realidade, considerando, para tanto, o contexto e as características dos estudantes, devendo:§1º Os currículos devem incluir a abordagem, de forma transversal e integradora, de temas exigidos por legislação e normas específicas, e temas contemporâneos relevantes para o de-senvolvimento da cidadania, que afetam a vida humana em escala local, regional e global, ob-servando-se a obrigatoriedade de temas tais como o processo de envelhecimento e o res-peito e valorização do idoso; os direitos das crianças e adolescentes; a educação para o trânsito; a educação ambiental; a educação alimentar e nutricional; a educação em di-reitos humanos; e a educação digital, bem como o tratamento adequado da temática da diversidade cultural, étnica, linguística e epistêmica, na perspectiva do desenvolvi-mento de práticas educativas ancoradas no

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interculturalíssimo e no respeito ao caráter pluriétnico e plurilíngue da sociedade brasi-leira (BRASIL, 2017. Grifo nosso).

Compreendendo a necessidade de incluir todas essas temáticas no currículo e, consequentemente, nas práticas pedagógicas, cabe refletir atenção especial ao planejamento de atividades que incluem esses saberes.

O trabalho docente envolvendo esses temas abrange temáticas sociais que extrapolam os limites das áreas de co-nhecimento. Nessa perspectiva, são aumentadas as possibi-lidades de que os professores se envolvam com metodologia de projetos, alfabetização científica, ou outras estratégias, promovendo a interdisciplinaridade e relacionando o ensino com as situações reais da vida.

A BNCC aponta várias estratégias para a formação in-tegral dos estudantes. A ênfase dada à obrigatoriedade de práticas que incluam os temas transversais em todas as áre-as do conhecimento é uma dessas. Não se intenciona negar a importância das áreas convencionais. Compreende-se que todas são necessárias, porém não são suficientes para tratar de temas como a violência, a desigualdade, e o preconceito, dentre outros. Esses devem ser tratados no espaço escolar, ocupando o mesmo patamar de importância dos conteúdos apresentados pelas áreas específicas do conhecimento.

Nessa perspectiva, esta BCM defende que o trabalho docente com a transversalidade esteja comprometido com

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a transformação da comunidade escolar como um segmen-to social, e da escola como local de trabalho, na perspectiva de contribuir para o alcance de objetivos da vida republica-na, em especial a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, promovendo o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme disposto no art. 2º da Constituição Federal de 1988.

Considerando todos os aspectos analisados, é possí-vel compreender que a viabilização dos Temas sugere uma construção coletiva, requerendo o envolvimento e o compro-misso de todos os segmentos da comunidade escolar.

2.8 Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação

No início de sua utilização em favor da educação, a tec-nologia centrou seu foco em demandas relacionadas à inclu-são digital. No entanto, nos dias atuais esta perspectiva vem sendo modificada e ampliada em virtude das novas relações de comunicação, do acesso às informações mediado pelo uso da internet e das inovações tecnológicas.

Esta nova perspectiva está possibilitada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que proporciona um expressivo espaço para o uso das tecnologias na educação, oportunizando uma infinidade de possibilidades educativas e práticas pedagógicas aliadas ao uso dessas ferramentas.

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As dez competências gerais da educação básica se arti-culam na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores dos alunos. Em muitas habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos, ressalta-se o uso das tecnologias digitais, reflexo da realidade dos dias de hoje, caminho que o sistema educacional precisa percorrer, adequando-se aos novos contextos espaço-tempo-rais, na perspectiva de proporcionar aos estudantes aprendi-zagens condizentes com a sociedade de seu tempo.

Na Educação Infantil, o uso das tecnologias é um ele-mento assegurado dentro das competências gerais da BNCC, como forma de possibilitar o acesso e utilização dos recursos midiáticos pelas crianças e professores em diversas situa-ções que envolvem as práticas educativas e sociais, de modo lúdico, estimulando a construção de conhecimentos, resolu-ção de problemas, exercitando o protagonismo e a autoria da vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2017, p. 09).

O uso das tecnologias digitais está contemplado tam-bém no Ensino Fundamental, nas diferentes áreas de conhe-cimento. Quanto às competências específicas e habilidades, pode-se destacar a sua presença marcante nas áreas de lin-guagens, matemática e ciências da natureza.

Na área de Linguagens a sexta competência específica estabelece a compreensão e o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação, de forma crítica, reflexiva e ética, nos mais diversos contextos, “para se comunicar por

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meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conheci-mento, resolver problemas, e desenvolver projetos, autorais e coletivos” (BRASIL, 2017, p. 63). Os componentes curricu-lares de Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa, cada um com suas especificidades, evidenciam o uso pedagógico das tecnologias.

Na área de Matemática a inclusão das tecnologias di-gitais é perceptível, sendo acentuada na competência cinco, onde se estabelece o uso dessas ferramentas “para modelar e resolver problemas do cotidiano, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados” (BRASIL, 2017, p. 265). Em Ciências da Natureza, as competências três e seis estabelecem a utilização das linguagens tecnológicas para analisar, compreender o mundo, usar explicar, e a fim de produzir conhecimento e resolver problemas de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.

Visando garantir uma educação inovadora e de quali-dade, o município desenvolve políticas que promovem o uso educativo e reflexivo das ferramentas digitais da informação e comunicação, reforçando sua pertinência quanto à forma-ção de professores. Aí se incluem possibilidades metodoló-gicas guiadas por propósitos de aprendizagem e adequadas ao novo contexto contemporâneo, contemplando infinitas possibilidades de construção de conhecimento, com com-promisso ético e social, contribuindo para a autonomia e o protagonismo estudantil e a integração com a cultura digital.

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2.9 A educação de jovens e adultos

Com a homologação da Base Nacional Comum Curri-cular (BNCC), documento contemporâneo que estabelece objetivamente o conjunto de aprendizagens necessárias e indispensáveis a todos, o Brasil inicia uma nova etapa em sua história educacional buscando alinhar o seu sistema de edu-cação aos melhores do mundo.

A BNCC ratifica o compromisso do Estado Brasileiro em promover a elevação da qualidade do ensino ofertado, ga-rantindo o acesso a conhecimentos, competências e habili-dades essenciais a todos. Assim, este documento vem validar as funções da Educação de Jovens e Adultos (EJA) firmadas no Parecer CNE/CEB nº 11/2000 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para esta modalidade:

Função Reparadora: vista como uma chance sólida da presença de jovens e adultos na es-cola e uma alternativa viável em função das especificidades socioculturais deste segmen-to para os quais se espera uma efetiva atuação das políticas sociais.

Função Equalizadora: dá a cobertura a traba-lhadores e a tantos outros segmentos sociais a reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada, seja repe-tência ou evasão, seja pelas desiguais oportu-nidades de permanência ou outras condições adversas.

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Função Qualificadora ou Permanente: propi-cia a todos a atualização do conhecimento por toda a vida. Ela é o próprio sentido da EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial do desenvolvimento e de adequação pode se atualizar quadros es-colares e não escolares. Ela é um apelo para a educação permanente a criação de uma socie-dade educada para o universalismo, a solida-riedade, a igualdade e a diversidade (CONSE-LHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2000).

Diante dessas funções podemos concluir que a EJA visa minimizar o abismo cultural e social entre os estudantes brasileiros jovens ou adultos, contribuindo para a constru-ção de uma sociedade mais justa, democrática, equitativa, solidária e com menos desigualdade social.

Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperan-ça de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria (FREIRE, 1996, p.72).

Nesse sentido, a BNCC em suas competências gerais evidência termos que as funções da EJA buscam superar através de suas ações. E por isso destaca-se, no ensino da EJA, a importância da valorização dos conhecimentos historica-mente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e

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digital. O exercício da curiosidade intelectual, a valorização e o fluir das manifestações artísticas e culturais, a utiliza-ção das diferentes linguagens, a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais, a argumentação com base em fatos, dados e informações. É fundamental conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, exerci-tar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coopera-ção, e por fim o agir pessoal e coletivamente, com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação.

A Base não aponta Unidades Temáticas, Objetos de Co-nhecimentos ou Habilidades específicas para a modalidade EJA. Entende-se dessa forma que, os direitos de aprendiza-gem deverão estar garantidos para a Educação Básica, para toda e qualquer modalidade de ensino. Torna-se responsa-bilidade dos sistemas educacionais, construir os seus cur-rículos com orientações pedagógicas destinadas, também, ao ensino da EJA. Com vistas a cumprir com tal propósito, torna-se importante compreender e levar em conta o que afirma a Base:

As mudanças próprias dessa fase da vida im-plicam a compreensão do adolescente como sujeito em desenvolvimento, com singula-ridades e formações identitária e culturais próprias, que demandam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas ne-cessidades e diferentes modos de inserção so-cial (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016, p.56).

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O texto enfatiza que a idade do estudante deve ser con-siderada e as diferentes faixas etárias requerem e deman-dam práticas escolares diferenciadas. A oferta de ensino para essa modalidade deverá estar detalhada na proposta pedagógica da escola, observando as especificidades desse público alvo.

Considerando que os estudantes matriculados nessa modalidade já almejam e precisam ingressar no mundo do trabalho, faz-se necessário orientar o ensino nessa direção, ajudando-os a estabelecer metas empreendedoras para as suas vidas no mundo profissional e social.

Ademais, compreende-se que a Base não é currículo, apenas garante os direitos de aprendizagem. Porém, como estabelecer metodologias, como organizar os objetos de co-nhecimento orientando-os para um objetivo específico, de-pende exclusivamente dos sistemas que ofertam o ensino para as mais variadas faixas etárias. Cabe assumir o compro-misso de respeitar os interesses e as especificidades de cada grupo que terá, em cada unidade escolar, a possibilidade de ter atendido, em suas necessidades mais básicas, o seu direi-to de aprender.

Nesse sentido, cabe aos docentes dessa modalidade, com o suporte dos coordenadores pedagógicos de suas es-colas, uma apropriação das competências gerais da educa-ção básica, bem como das competências específicas de cada componente curricular, com fins de favorecer a transposi-

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ção didática de cada objeto de aprendizagem, estratégia im-prescindível para o desenvolvimento de atitudes, de valores e de habilidades necessárias para o exercício da cidadania.

2.10 Educação especial/inclusiva

Inclusão e equidade na e por meio da educação são o alicerce de uma agenda de educação transformadora. A Lei nº 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De-ficiência, estabelece, em seu Art. 28, a responsabilidade do poder público de assegurar, criar, desenvolver, implemen-tar, incentivar, acompanhar e avaliar o sistema educacional inclusivo, com vista a atender adequadamente a todas as pes-soas, com e sem deficiência, permitindo a convivência cons-trutiva e pedagógica entre os estudantes de todos os níveis e modalidades.

As Competências Gerais da Educação Básica estabe-lecidas na BNCC e nesta BCM são obrigações a serem garan-tidas a todos. Vale ressaltar que as pessoas com deficiência são sujeitos de direitos e não indivíduos cuja condição impõe restrições de acesso à cidadania plena.

Na perspectiva desta BCM, cabe à escola inclusiva enriquecer as possibilidades de desenvolvimento de todos, fortalecer a cultura de paz, de inclusão, de solidariedade e valorização da diversidade. Para tanto, deverá ter clareza do princípio de flexibilização que rege o currículo, alinhando-

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-o com a BNCC, dialogando com as particularidades sociais, culturais, regionais e com os diferentes modos de apreender de cada estudante. Não poderá adaptá-lo ou reduzi-lo, mas fazer com que todos se reconheçam nele e passem a ser sujei-tos do próprio processo educacional. Trata-se de um desafio colaborativo e criativo.

Outro aspecto de extrema relevância é a avaliação da aprendizagem. Esta não pode ser vista como um momento estanque e classificatório, mas como um instrumento que auxilia o professor a refletir sobre os processos desenvolvi-dos e os resultados obtidos, potencializando e evidenciando as habilidades do estudante, podendo inclusive contribuir para modificar a sua prática pedagógica, conforme as neces-sidades apresentadas pelo discente.

A avaliação para estudantes com deficiência se cons-titui em grande desafio para a política de educação especial na perspectiva inclusiva pelo fato de exigir, da parte de todos que compõem a escola, compreensão, competência e conhe-cimento das particularidades dos estudantes no processo de aprendizagem.

Uma escola inclusiva é aquela que inclui a todos, sem discriminação, e a cada um, com suas diferenças, perseguin-do a aprendizagem de forma ampla e colaborativa. Nessa perspectiva, oferece oportunidades e estratégias diferentes, de modo que os sujeitos possam desenvolver seu potencial. Para tanto, faz-se importante considerar os segmentos so-

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ciais que podem ser o apoio à efetivação dessa inclusão, sen-do a família um importante aliado neste processo.

2.11 Educação escolar indígena

Desde os primórdios da colonização brasileira, mas precisamente no século XVI, o processo de contenção dos in-dígenas foi marcado pela violência física e, também, a simbó-lica. Essa última se traduz em um dos mais eficazes meios de aniquilamento cultural, caracterizando-se como um grande etnocídio.

A disciplinarização do indígena brasileiro veio através da política do aldeamento, implantado pelos padres jesuítas no Brasil Colonial. Nesse contexto, instituiu-se a total sub-missão do índio ao modus operandi do colonizador, marcado pela catequização e integração forçada dos índios à socie-dade nacional. Ali, a escola para indígenas serviu apenas de instrumento de imposição de valores contrários às suas identidades e culturas. Tomando o Ceará como exemplo, identificamos que o Decreto de 1863 declarava extinto os povos indígenas deste Estado e, ao mesmo tempo, proibia o índio de falar sua própria língua.

Nessa perspectiva podemos afirmar que a implanta-ção das primeiras escolas nas comunidades indígenas no Brasil é contemporânea à consolidação do empreendimento colonial. A LDB vem reafirmar a diversidade sociocultural e

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linguística dos povos indígenas, garantindo uma educação pautada no respeito a seus valores, no direito de acesso ao conhecimento e à preservação de suas identidades e na ga-rantia e garante incorporação de “currículos e programas específicos” e a publicação sistemática de “material didático específico e diferenciado”. O Decreto nº 26, de 1991, transfere da FUNAI para o Ministério de Educação a responsabilidade de coordenação das ações de educação escolar indígena, e aos estados e municípios a sua execução.

Os povos indígenas já não mais expressam rejeição à escolarização. Percebem que, diante de um mundo cada vez mais globalizado, a educação escolar indígena, diferenciada, é instrumento para fortalecimento de suas culturas e identi-dades, e pode contribuir para a promoção da equidade e con-quista, aqui compreendidas como direito ao acesso aos bens e valores materiais e imateriais da vida moderna.

Os desafios atuais da educação indígena vão desde a formação de professores em metodologias específicas de aprendizagem até a garantia da autonomia de projetos edu-cacionais, consubstanciados pela implementação da Lei 11.645, de 2008, que estabelece o ensino da Cultura e da His-tória Africana e Indígena no currículo escolar de todas as es-colas da Educação Básica.

Em 2009, o decreto nº 6.861 determina que a Educação Escolar Indígena estará organizada em territórios etnoedu-cacionais, e tem por objetivo a estruturação de um plano de

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ação com vistas a respeitar a territorialidade dos povos indí-genas. O Ceará e o Piauí fazem parte do 23º Território Etnoe-ducacional do Brasil, com a denominação de Território Etno-educacional Potyrõ, que quer dizer “todos de mãos juntas”.

A partir dessa iniciativa, as instituições públicas, as or-ganizações da sociedade civil, universidades, dentre outras entidades representativas, pactuaram o Território Etnoedu-cacional Potyrõ. O município de Maracanaú, através da Se-cretaria de Educação, busca ofertar educação de qualidade, garantindo o acesso e a permanência dos estudantes, assegu-rando à comunidade indígena processos próprios de aprendi-zagem que sejam instrumentos de transformação social.

De acordo com o Plano Municipal de Educação – 2012-2021 – as metas e diretrizes aprovadas para a Educação Es-colar Indígena estão conectadas com os processos de pre-servação de sua cultura, atendendo ao mesmo tempo para os interesses e demandas da sociedade contemporânea.

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC – não aborda a modalidade da Educação Escolar Indígena por en-tender que os objetivos de aprendizagem e as competências gerais da educação básica são direitos para todos. Esta Base Curricular de Maracanaú –BCM – orienta que, embora não transmitida na língua materna de seu povo, a educação esco-lar indígena deve basear-se nos princípios educativos e nos métodos próprios de aprendizagem de sua cultura. Assim, as competências gerais, os objetos de conhecimento, as unida-

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des temáticas, os campos experienciais, no caso da Educação Infantil, e as habilidades previstas na BCM são trabalhadas na escola indígena, respeitando o contexto social, a história local e o repertório cultural daquele povo.

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3AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA

PERSPECTIVA DO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

Introdução

O processo avaliativo configura-se no ambiente escolar como um momento de grande apre-ensão para estudantes e professores. Com

isso, faz-se necessária uma reflexão, primeiramente, se o ato de avaliar é realmente empregado para aprimorar o ensino e, em seguida, se as avaliações estão sendo realizadas em favor da aprendizagem.

Houve uma estagnação na concepção do processo ava-liativo, quando se associa a esta prática termos como classifi-cações, seleções, controles e retenções, embutindo na avalia-ção um legado marcado por cobranças, sem colocar em seu escopo a qualidade da aprendizagem que oferece o sistema educacional.

Embora isto ainda seja uma realidade, observa-se uma evolução no que tange às metodologias de ensino, bem

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como, nos grandes avanços no campo da neurociência para auxiliar na compreensão da aprendizagem na dimensão biológica.

Para acompanhar essa evolução, a avaliação precisa ser compreendida como parte de um processo educacional, fazendo-se necessário entender o estudante em seu contexto social, histórico e cultural e seu desenvolvimento cognitivo. Assim, passa a ser mais do que um método classificatório, que avalia apenas o conhecimento técnico, baseado no acer-to e no erro e, dessa forma, tornando-se um instrumento in-completo de observação tanto da aprendizagem do estudan-te quanto da metodologia adotada pelo professor.

A abordagem à avaliação neste documento objetiva subsidiar aos professores na construção desses instrumen-tos, a fim de que desenvolvam processos avaliativos mais qualificados, de forma consciente e refletida, e que ve-nham a contribuir para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Para cumprir com este propósito, buscou-se apresen-tar pressupostos teóricos, através de autores e instituições (PISA) que tratam do referido assunto, avaliação por com-petência, além do disposto na Base Nacional Curricular Co-mum (BNCC).

Estruturou-se o texto da seguinte maneira: o primei-ro tópico trata da concepção de avaliar por competência e seus pressupostos teóricos, com vistas a uma reflexão sobre

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o tema; o segundo discorre sobre o processo avaliativo para o estudante com deficiência, respeitando as suas singula-ridades; o terceiro aborda aspectos avaliativos na primeira etapa da educação básica, a educação infantil. Em seu con-junto, estes tópicos são apresentados como possibilidades de observação do desenvolvimento da criança, tendo como pressuposto o que a BNCC destaca em cada fase, apoiando-se nos Campos de Experiências, uma vez que estes incluem di-versos aspectos da vida escolar, rompendo com a abordagem fragmentada e classificatória de avaliação.

No quarto tópico estão apresentados os critérios de avaliação para o ensino fundamental por área do conheci-mento. Inicialmente apresenta-se a área de linguagens, cujos componentes curriculares são: Língua Portuguesa; Arte; Educação Física e Inglês, este último sendo ofertado a partir do sexto ano do ensino fundamental.

Dando sequência, faz-se referência à matemática, que possui como componente curricular a mesma denominação. Serão apresentados aspectos que têm como finalidade orien-tar os professores nas dimensões que competem avaliar a aprendizagem numa perspectiva de letramento matemáti-co, direcionando a atenção para o desenvolvimento das oito competências, que referenciam a área e o componente curri-cular, citadas na BNCC.

Ainda neste tópico, apresenta-se um conjunto de as-pectos os quais deverão orientar às avaliações na área de ci-

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ências da natureza, cujo componente curricular é Ciências. Dentre esses, o conhecimento científico e o interesse do es-tudante por questões relacionadas à ciências.

Para finalizar, no quarto tópico apresentam-se orien-tações para avaliar na área de ciências humanas, distribuída em três componentes curriculares: História, Geografia e En-sino Religioso.

Espera-se que este texto cumpra o seu papel principal, apoiar os professores em seus momentos de estudo e forma-ção individuais e coletivos, bem como nos processos avalia-tivos, buscando aprimoramento, discutindo suas vivências e suas práticas em busca de verdadeiras aprendizagens calca-das em metodologias nas quais os estudantes tornem-se su-jeitos ativos e protagonistas do seu processo de construção de conhecimentos e consolidação de aprendizagens.

Avaliar por competência

Avaliar é um processo que toma como base valores, princípios, crenças, desejos e concepções. Torna-se mais complexo quando se trata de avaliar por competência, pois traz desafios tanto para a sua verificação quanto para o seu registro. Nessa perspectiva, as avaliações deverão ser utiliza-das para subsidiar reflexões que possibilitem o desenvolvi-mento de habilidades e auxiliem os estudantes a posicionar--se frente aos desafios, e que estas se tornem para eles um

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referencial de conquista. Estas afirmações encontram apoio em Bertagna (2006) quando afirma que

Se pretendermos uma outra compreensão do processo de avaliação, ou melhor, se o objeti-vo é que ela exerça o seu papel no processo de aprendizagem, como um meio e não um fim em si mesma, primeiramente teremos que romper com o caráter classificatório e seleti-vo do sistema escolar da sociedade capitalis-ta, redimensionando a avaliação no sentido de torná-la um auxiliar no desenvolvimento dos alunos, possibilitando-lhes a superação de dificuldades, não enfatizando resultado de aprendizagens (produto) em detrimento do processo de aprendizagem (BERTAGNA, 2006, p. 77).

Para que se cumpra este propósito, o professor deverá buscar novas estratégias para a sua prática avaliativa, consi-derando não apenas os “acertos” mas também dando espa-ços para os erros, as hipóteses e tentativas, que deverão ser vistos como um encontro de possibilidades para o desenvol-vimento das aprendizagens.

Todos os pressupostos direcionam para uma metodo-logia de avaliar por competências, que se define como um processo que se cumpre inicialmente pela definição dos ob-jetivos do ensino, os quais em seguida são comparados aos resultados alcançados, conforme as evidências. Este mode-

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lo de avaliação se centra no processo de aprendizagem de cada discente, mas sem fazer comparação com os demais. Pode ser feita em um tempo não previamente determinado e, quando realizada, averigua-se a capacidade dos estudantes de mobilizar com autossuficiência uma postura ética e críti-ca articulada aos seus recursos subjetivos.

Nessa perspectiva, são reunidas indicações de conhe-cimentos e desempenhos dos estudantes em relação às com-petências educativas requeridas. É uma avaliação regida pelo propósito, com vistas à regulação das aprendizagens. Poderá ser desenvolvida de maneira processual, permitindo inferir sobre o alcance dos objetivos de ensino.

Desse modo, os docentes são desafiados a avaliar pro-cessos, compreender como poderão facilitar a mobilização de recursos para o desenvolvimento de competências e re-pensar o teor das avaliações. Em seus planejamentos deve-rão estabelecer os objetivos, com base nessa compreensão, projetando atividades e elaborando estratégias avaliativas que envolvam a observação, além de estabelecer critérios que possibilitem acompanhar as aprendizagens e o desen-volvimento dos estudantes.

Essa avaliação se configura em um caráter investigati-vo que requer dos docentes reflexões sobre os processos de ensino e aprendizagem. Os instrumentos avaliativos devem considerar uma perspectiva individual, coletiva e contextua-lizada da ação educativa. Nesse sentido, torna-se importante

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observar os espaços e tempos pedagógicos, as metodologias e as responsabilidades de cada sujeito envolvido para o de-senvolvimento das competências e habilidades junto aos estudantes.

A partir dos aspectos apresentados, compreende-se que não se trata de um processo simples de ser colocado em prática. Desse modo, a Base Curricular de Maracanaú (BCM) apresenta, através deste documento, orientações aos profes-sores da rede municipal de ensino objetivando auxiliá-los na elaboração de instrumentos avaliativos que cumpram com todos os propósitos de averiguação do desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes.

Processo avaliativo para o estudante com deficiência

Um dos principais componentes do currículo escolar é a avaliação da aprendizagem. Trata-se de atividade com-plexa, caracterizando-se por um dos momentos mais desa-fiadores do trabalho docente, por envolver procedimentos que requerem uma ação conjunta de todos que, direta ou indiretamente, a ela estão ligados. Nesse sentido as Diretri-zes Nacionais para a Educação Especial na educação Básica, garantem em seu texto:

A política de inclusão de alunos que apresen-tam necessidades especiais na rede regular de ensino não consiste apenas na permanência

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física desses alunos juntos aos demais educan-dos, mas representa a ousadia de rever con-cepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades (p.20).

A avaliação na escola regular em contexto de inclusão deverá ocorrer de forma individual, haja vista a singularida-de do estudante, pelo fato de cada um desenvolver seu pró-prio ritmo, necessitando de objetivos específicos que pos-sam ser alcançados por um processo avaliativo sistemático, qualitativo, formativo e mediador.

Dessa forma, para que a avaliação alcance suas finali-dades, faz-se necessário o conhecimento do potencial exis-tente e dos avanços adquiridos durante a aprendizagem, de acordo com a sua capacidade para aprender.

O ato avaliativo deve ser concebido de forma que o su-jeito não seja reduzido aos aspectos funcionais decorrentes da deficiência, e ressalte a avaliação como uma ação peda-gógica que deve valorizar os diferentes contextos em que o sujeito atua, bem como dimensionar devidamente suas pos-sibilidades de aprendizagem, refletindo sobre o cotidiano escolar, a afetividade, o diálogo e a aceitação do outro em sua diversidade.

A avaliação permite refletir sobre as aprendizagens, ou seja, compreendê-las, retroalimentá-las e melhorar os

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processos nela envolvidos. Nessa perspectiva, o método mais produtivo consiste na observação direta com o registro das habilidades desenvolvidas, em relação a situações naturais de interação com o objeto de conhecimento.

É importante ainda ver a avaliação como processo multidimensional, a ser considerado em diversos planos, o que implica a utilização de várias estratégias e a valorização de múltiplas inteligências e estilos cognitivos.

Avaliação na educação infantilNa primeira etapa da Educação Básica, a avaliação é

composta por dois processos distintos: avaliação na e da Educação Infantil. O primeiro é realizado internamente pelos professores e tem um olhar direcionado para a apren-dizagem e desenvolvimento da criança, servindo como ins-trumento para registro dos processos vivenciados cotidiana-mente pelas crianças, sem intuito de classificação, conforme o disposto no Art.31 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96):

Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I – avaliação mediante acompanhamento e re-gistro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; V – expedição de documentação que permi-ta atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

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No que se refere ao segundo, é realizado pela equipe educativa e comunidade escolar, tendo como finalidade a auto avaliação da instituição no que diz respeito à qualidade da educação ofertada, com base no documento Indicadores de Qualidade da Educação Infantil.

Neste documento, optou-se por apresentar os pro-cessos avaliativos na Educação Infantil, tomando por base os três princípios norteadores que os fundamentam (HOF-FMANN, 2012), os quais deverão subsidiar todo o ato de ava-liar nessa etapa da educação, tendo em vista que em todos os momentos eles deverão ser considerados. São estes os Princípios: da investigação docente, da provisoriedade e da complementariedade.

O Princípio de Investigação Docente recomenda fo-mentar uma postura de curiosidade sobre os processos usa-dos por cada criança na construção do conhecimento, pro-blematizando o espaço pedagógico, analisando suas reações, elaborando novos questionamentos, variando e ampliando os modos de observá-la.

O Princípio da Provisoriedade aconselha realizar ano-tações e registros frequentes sobre cada criança, no sentido de estar permanentemente atento e de não deixar para agir “depois” sobre o que observa, valorizando sempre as desco-bertas individuais e do grupo como um todo.

No que tange ao Princípio da Complementariedade, dúvidas e incertezas são naturais e fazem parte do pro-

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cesso. O ideal é complementar as observações, ficando por mais tempo com a criança sobre a qual se tem mais preocupação, repetindo os desafios, auxiliando-a por um tempo maior para nos aproximarmos de hipóteses mais verdadeiras.

Processo avaliativo na educação infantil: pontos de partida

Nesta seção estão relacionados alguns pressupostos a serem considerados pelos professores da educação infantil em sua prática pedagógica, contemplando os momentos de planejamento e de realização das aulas, incluindo processos avaliativos.

Pressupostos curriculares: Organização de situação de aprendizagem e/ou projetos pedagógicos adequados às pos-sibilidades e aos interesses das crianças que oportunizem:

a) O conhecimento físico e lógico- matemático;b) Conhecimento espaço-temporal;c) O conhecimento social;d) O desenvolvimento da oralidade, do faz de conta e

da representação;e) O desenvolvimento motor;

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f) A aprendizagem de áreas temáticas (linguagem, li-teratura, ciências sociais e da natureza, matemáti-ca, artes, etc.).

Concepção de criança: criança como ser político e so-cial, sujeito do seu próprio desenvolvimento.

a) Autônoma (com capacidade e liberdade para resol-ver seus próprios conflitos e tomar decisões);

b) Crítica e criativa (observadora, questionadora, curiosa e inventiva);

c) Participativa (orientada no sentido da cooperação e reciprocidade).

Princípios metodológicos:

a) Observações frequentes e contínuas sobre as mani-festações de cada criança;

b) Ação mediadora, acompanhando a dinâmica do processo de construção do conhecimento;

c) Diálogo permanente e sistemático entre os pro-fessores que lidam com a criança, seus pais e/ ou responsáveis;

d) Análise reflexiva do processo de desenvolvimento individual da criança com anotações diárias;

e) Sínteses organizadoras e reflexivas por meio da elaboração de relatórios individuais;

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f) Análise desses relatórios por todo o corpo docente, tendo em vista reflexões sobre o projeto político--pedagógico das instituições.

Nessa perspectiva, a avaliação na educação infantil somente tem sentido se for para possibilitar que a criança atinja todas as suas potencialidades para o seu desenvol-vimento. Assim, ao avaliar sugere-se que o professor tenha um olhar atento para o coletivo, observando como o grupo se comportou diante das ações didáticas propostas, bem como cada criança individualmente se percebeu ao longo do pro-cesso. Além disso, deve-se considerar o uso dos espaços, dos materiais, como também os interesses pelos mesmos, procu-rando ter uma escuta sensível para contemplar seus anseios e desejos. Hoffmann (2012, p. 14-15) corrobora com este pen-samento ao afirmar que

não basta estar ao lado da criança, observan-do-a. Planejar atividades e práticas pedagó-gicas, redefinir posturas, reorganizar o am-biente de aprendizagem e outras ações, com base no que se observa, são procedimentos inerentes ao processo avaliativo. Sem a ação pedagógica, não se completa o ciclo da avalia-ção na sua concepção de continuidade de ação – reflexão – ação.

Essa concepção também está expressa na BNCC ao compreender a avaliação na Educação Infantil valendo-se

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dos Campos de Experiências, uma vez que estes incluem di-versos aspectos da vida escolar da criança, rompendo com a abordagem fragmentada e classificatória. Portanto, ao regis-trar o relatório de uma criança, é necessário ao professor en-fatizar as experiências vivenciadas e não os conhecimentos, por meio de questões como: quais foram os meus principais desafios e quais os desafios encarados pelas crianças? Quais narrativas importantes tornam visíveis as aprendizagens? Como traduzir as experiências em palavras? Dá para tradu-zir as emoções?

Ainda nessa perspectiva, Moro (2011, p. 37-38) ressalta várias possibilidades de oportunizar às crianças o conheci-mento e o entendimento de suas conquistas. Entretanto, o diálogo acerca de suas participações e produções, no senti-do de lhes dar “escuta”, permitir que elas tenham “voz” no cotidiano da educação infantil, é de extrema relevância. Propostas como relatórios, pareceres descritivos e portfó-lios têm sido boas alternativas para a documentação e o re-gistro do acompanhamento das aprendizagens, bem como do desenvolvimento das crianças. Permitem documentar as observações que fazemos e legitimam nossa tomada de de-cisão acerca das mudanças, quando necessárias. Ao mesmo tempo, constituem uma forma de escrever histórias, de criar memórias.

Nesses termos, o registro constitui parte do fazer edu-cativo. Não se restringe exclusivamente à avaliação, mas traz

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a esta subsídios fundamentais. Ao observar a criança, obser-va-se também o ambiente criado. Ao avaliá-la, o professor também avalia o processo e o contexto educativo.

Com tais reflexões, espera-se que a ação pedagógica de avaliar seja de fato um momento para o professor cap-tar a singularidade de cada criança e contribuir para o seu desenvolvimento.

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