Fábio TrindadeDA AGÊNCIA ANHANGUERA

fabio.silveira@rac.com.br

Animações cinematográficasdeixaram de ser coisa decriança há um bom tempo. Nãoé à toa que Frozen - UmaAventura Congelante chegou aser a quinta maior bilheteria dahistória e, atualmente, figuraem 8º lugar. Mas nem precisade dados assim para presenciaro poder de um desenho. Quemfoi ao cinema recentemente,por exemplo, para ver asnovíssimas produções Minionse Divertida Mente, certamentenotou que o público ao redor éformado majoritariamente poradultos. E há motivo para isso.As animações de hoje,principalmente aquelas docircuito comercial, claramentebuscam atingir os doispúblicos, mesclando atrativosinfantis com históriasfilosóficas, de humor negro,cheias de enigmas e por aí vai.

Os resultados extremamentepositivos dos últimos anos têmaquecido ainda mais omercado, como prova a 23ªedição do Anima Mundi -Festival Internacional deAnimação do Brasil, que chegahoje a São Paulo com umaampla programação gratuita.São 450 filmes, de 40 países aoredor do planeta, colocando amostra como a segunda maiorde animação do mundo e aprimeira das Américas. Algoque colocou definitivamente oPaís em uma posição dedestaque na produção destegênero.

“A gente vê crise em tudo,mas não há crise no setoraudiovisual, isso é fato. E oBrasil está num momentomuito positivo, tanto quetemos, novamente, apré-estreia de um longanacional no festival”, afirmaMarcos Magalhães, um doscriadores/diretores do AnimaMundi, referindo-se a Nautilus- A Primeira Aventura deColombo, do animador RodrigoGava, de 36 anos.

O único longa-metragembrasileiro do Anima Mundi temuma história muito peculiar,que mistura, em uma mesma

aventura, Cristóvão Colombo,Leonardo Da Vinci e Monalisa.O filme será exibidogratuitamente no domingo, às20h, na Cinemateca Brasileira.As senhas serão distribuídas 30minutos antes da sessão, maschegue cedo se quiser garantirum lugar.

“Posso afirmar que, no anoque vem, também teremosoutro longa nacional na mostra.Assim como todo festival decinema, o Anima Mundi tem asexibições que atraem público,consequentemente, osdistribuidores se interessamcada vez mais e usam o festivalcomo uma vitrine, descobrindonovos mercados e novosinteresses das pessoas. Temmuita gente se conversando etemos muitos produtores quequerem firmar parcerias com oBrasil, principalmente daFrança”, revela Margalhães. Asproduções brasileiras lideram aprogramação de 2015, com 108filmes, mas o país europeu éhomenageado com diversasatividades no festival. “E possoafirmar que há parceriasprontas para serem fechadas

ainda durante o evento”,completa.

As conversas vêmacontecendo pelo menos desdeo dia 10, já que o Anima Mundi,como de costume, aportouprimeiro no Rio de Janeiro,entre os dias 10 e 15, e seguepara São Paulo para mais seisdias de exibições, além deoficinas gratuitas, debates eforum. A Cinemateca Brasileiraconcentrará o maior número desessões e oficinas, mas háprogramação também no CaixaBelas Artes, como o AnimaForum, que celebra, em 2015,dez anos.

Sessão aguardadaEntre as homenagens à Françaestá um dos momentos maisesperados do Anima Mundi2015: a première (um mês antesda estreia no Brasil) da primeiraadaptação animada de uma dashistórias mais marcantes daliteratura mundial, O PequenoPríncipe. O longa sobre o livrode Antoine de Saint-Exupéry dodiretor Mark Osborne foibastante elogiado em suapassagem pela edição deste ano

do Festival de Cannes, e opróprio Osborne estará nasessão especial que serárealizada hoje, às 20h, na áreaexterna da Cinemateca. “NoRio, o filme foi aplaudido de pépor vários minutos. Espero queem São Paulo seja igual”, dizMagalhães.

Para ele, os públicos cariocae paulista têm gostosparecidos, mas afirma que oenvolvimento das pessoas emSão Paulo com as animações émais intenso. “As pessoas seconcentram mais, são maisintrovertidas, e têm conversasmais densas com osanimadores. No Rio, o públicofaz festa, mas são maissuperficiais nos bate-papos.”

Número1,6 mil trabalhos foraminscritos no Anima Mundi 2015.Entre os selecionados, além dasproduções brasileiras (108filmes), há produções daFrança, Estados Unidos,Alemanha, Reino Unido,Bélgica, Canadá, Dinamarca,Austrália, China, Colômbia,Coreia do Sul, Croácia, Índia,Irã, Israel, dentre outros países.A programação completa podeser conferida no sitewww.animamundi.com.br.

OficinasEntre as novidades deste ano,está a realização de oficinas emSão Paulo. “Há alguns anos quenão conseguimos realizar, porpura falta de patrocínio, masagora viemos com tudo, comconvidados que foram ao Rio evão pra São Paulo, e comprofissionais que vão apenaspara a capital paulista... Vai serum Anima Mundi animado”,acredita o diretor MarcosMagalhães. Para ele, asoficinas são essenciais para avida do festival, visto que, umdos maiores objetivos da

mostra, é formar profissionaise público.

“Além do público gostarmuito, participar mesmo, comuma adesão fantástica, a gentepercebeu, nesses 23 anos, quehá profissionais de hoje quetiveram o primeiro contatoassim, no Anima Mundi. E oque torna o nosso festivaldiferente dos outros são asoficinas. Os estrangeiros queconhecem o Estúdio Aberto(local das atividades), ficamencantados”, diz Magalhães.

No Estúdio Aberto, opúblico desenha, modela eatua em frente às câmeras emsete oficinas diferentes — egratuitas. Cada uma foca emuma técnica de animação e oresultado é mostrado na horaem telões instalados nopróprio Estúdio. Não é precisoexperiência ou inscrição prévia— o atendimento é por ordemde chegada. As oficinasacontecem todos os dias defestival, das 13h às 19h, naCinemateca Brasileira. Masatenção: a fila de espera podeser encerrada antes do horário,de acordo com a demanda.

Algumas animações que compõem a programação do 23º AnimaMundi: no alto da página, Antes que Seja Tarde, e, a partir de cima,em sentido horário, o nacional Nautilus - A Primeira Aventura deColombo, que será exibido no domingo, O Pequeno Príncipe,grande atração de hoje, e Shaun The Sheep Movie

Pé naestrada

Programaçãoanimada paratodas as idades

A cidade de São Paulo recebe a 23ª edição do ANIMAMUNDI - Festival de Animação do Brasil, que reúnesessões gratuitas de 450 filmes de 40 nacionalidades epromove uma série inédita de OFICINAS voltadas ao gênero

� Importante polo dediscussões sobre o mercado deanimação, com animadores,executivos e representantesgovernamentais para debater ofuturo do setor, apresentarnovidades e fechar parceriasnacionais e internacionais, oFórum, que já aconteceu no Riona semana passada, pelaprimeira vez acontecerá nasduas cidades do festival, commesas-redondas, master classes(para o público profissional) eencontros, de hoje asegunda-feira. Programação,inscrições e ingressosantecipados (disponibilidadesujeita à lotação na sala ) no linkwww.animamundi.com.br/anima-forum/

� O quê: Anima Mundi 2015� Quando: 17 a 22 de Julho� Onde: Cinemateca Brasileirae Caixa Belas ArtesPara programação completa evalores de ingressos, consultewww.animamundi2015.com.br

� AreiaCom dedos, pincéis e outrosinstrumentos, o públicodesenha sobre areia espalhadanuma mesa iluminada porbaixo. Transformando osdesenhos e os fotografando,faz-se o movimento.Idade mínima: 8 anos.

� Desenho AnimadoOs desenhos são feitos emmesas de luz, uns sobre osoutros, usando papéis furadossobre pinos de registro, e depoisfotografados na sequênciadesejada.Idade mínima: 10 anos.

� MassinhaPequenos grupos criam roteirose personagens que sãomodelados e animados na horasobre um cenário de fundoinfinito.Idade mínima: 8 anos.

� PixilationCom esta técnica, osparticipantes criam umahistória, se fantasiam e fazemposes sucessivas, fotografadasuma a uma.Idade mínima: 6 anos.

� Animação na PelículaDesenhos são feitos comcanetas especiais sobre umapelícula transparente de 35mm,que é projetada através de umamoviola, equipamento de ediçãoe visualização de filmes.Idade mínima: 8 anos.

� ZootrópioBrinquedos do século 19 quecriam a ilusão de movimento apartir de 16 desenhos criadospelo público. É só colocar asimagens no aparelho e girar oseu tambor.Idade mínima: 10 anos

Fotos: Divulgação

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