23
capa_novembro.qxd 15/12/2004 08:16 Page 2

capa novembro.qxd 15/12/2004 08:16 Page 2 - Novembro.pdf · faz, do que dá, do que realiza... - Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus ... D. Mena terminou

  • Upload
    dinhanh

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

capa_novembro.qxd 15/12/2004 08:16 Page 2

Dona Maria Pena, que era viúva doRaimundo, irmão do Chico, julgava queeste era um mão aberta...Não era muito crente do dar sem receber.E, certa manhã, em que, sobremodo,sentia a missão do Médium, que muitoestimava, disse-lhe:- Chico, não acredito muito nas suasteorias de servir, de ajudar, de dar e darsempre, sem uma recompensa. Não vejonada que você recebe em troca do quefaz, do que dá, do que realiza...- Mas, tudo quanto fazemos comsinceridade e amor no coração, Deusabençoa. E sempre que distribuímos,que damos com a direita sem a esquerdaver, fazemos uma boa ação e, mais cedoou mais tarde, receberemos a respostado Pai. Pode crer que quem faz o bem,além de viver no bem, colhe o bem.- Então, vamos experimentar. Tenho aquidois chuchus. Se alguém aqui aparecer,vou lhos dar e quero ver se, depois,recebo outros dois...Ainda bem não acabara de falar, quando avizinha do lado esquerdo do muro, chama:- Dona Maria, pode me dar ou emprestaruns dois chuchus?- Pois não, minha amiga, aqui os tem, façadeles um bom guisado.Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a vizinha dolado direito, também pelo muro, ofereceuquatro chuchus a Dona Maria.Meia hora depois, a vizinha dos fundospede a Dona Maria uns chuchus e esta apresenteia com quatro que ganhara.A vizinha da frente, quase em seguida,sem que soubesse o que acontecia,oferece à cunhada do nosso queridoMédium, oito chuchus.Por fim, já sentindo a lição seriamente,Dona Maria é visitada por uma amiga de

poucos recursos econômicos.Demora-se um pouco, o tempo bastantepara desabafar sua pobreza.À saída, recebe, com outros mantimentos,os oito chuchus...E dona Maria diz para o Chico:- Agora eu quero ver se ganho dezesseischuchus, era só o que faltava paracompletar essa brincadeira...Já era tarde.Estava na hora de regressar ao serviço eChico partiu, tendo antes enviado àprezada irmã um sorriso amigo econfiante, como a dizer-lhe: - “Espere everá”.Aí pelas dezoito horas, regressou o Chicoà casa.Nada havia sucedido com relação aoschuchus.Dona Maria olhava para o Chico com arde quem queria dizer: “Ganhei ou não?...”Às vinte horas, todos na sala, juntamentecom o Chico, conversavam e nem selembraram mais do caso dos chuchus,quando alguém bate à porta.Dona Maria atende.Era um senhor idoso, residente na roça.Trazia no seu burrinho uns pequenospresentes para Dona Maria, emretribuição às refeições que sempre lhedá, quando vem à cidade.Colocou à porta um pequeno saco.Dona Maria abre-o nervosa ecuriosamente.Estava repleto de chuchus...Contou-os: Sessenta e quatro: Oito vezesmais do que havia, ultimamente, dado...Era demais.A graça, em forma de lição, excedia àexpectativa, era mais do que esperava.E, daí por diante, Dona Mariacompreendeu que aquele que dá recebesempre mais.

As lições de Chico Xavier

Extraído de “LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER”, de Ramiro Gama, LAKE

capa_novembro.qxd 15/12/2004 08:16 Page 1

SUMÁRIO

Em “O EVANGELHO SEGUNDO OESPIRITISMO” cap. XIII

“A caridade, meus amigos, se faz demuitas maneiras; podeis fazer acaridade em pensamentos, em palavrase em ações. Em pensamentos: orandopelos pobres abandonados quemorreram sem ter podido mesmo ver aluz, uma prece do coração alivia. Empalavras: dirigindo aos vossoscompanheiros de todos os dias algunsbons conselhos; dizei aos homensirritados pelo desespero, pelasprivações, e que blasfemam do nomedo Altíssimo: “Eu era como vós; eusofria, era infeliz, mas acreditei noEspiritismo, e vede, sou feliz agora.” Aosvelhos que vos dirão: “É inútil; estou nofim do meu caminho; morrerei comovivi.” Dizei a estes: “Deus tem para nóstodos uma justiça igual; lembrai-vos dostrabalhadores da décima hora.” Àscrianças que, já viciadas por suascompanhias, vão vagar pelos caminhosprestes a sucumbirem sob as mástentações, dizei-lhes: “Deus vos vê,meus caros pequenos”, e não temeisem lhes repetir, freqüentemente, essasdoces palavras; elas acabarão porgerminar na sua jovem inteligência, e,em lugar de pequenos vagabundos,tereis feito homens. Está ainda aí umacaridade”.

COMUNICAÇÃOÀ LUZ DAS ESTRELAS

3

SERVIÇOSÉRIE ACONTECEU COM...

(8ª PARTE)

7

CIÊNCIASOLIDÁO E SAUDADE

9

PANORAMAA JUSTIÇA DAREENCARNAÇÃO

13

JUVENTUDEO JOVEM E SEUS PROBLEMAS

16

EDUCAÇÃOLIBERTAÇÃO ESPIRITUAL

19

Conversa BreveKardec AfirmaA Vida ContinuaChico e EmmanuelAs Lições de Chico XavierMensagens

ASSUNTOS

OUTROS...

REVISTA ESPÍRITA MENSALANO XXIX Nº337NOVEMBRO 2004

Kardec Afirma

Mensagem da capa

EXPE

DIE

NTE

“INFORMAÇÃO”:é registrada na D.C.D.P. Do D.P.F. sob n.1702(Portaria 209/73) - publicada pelo Grupo Espírita“Casa do Caminho” - Jornalista responsável:Zancopé Simões (Reg. 10.162) - Redação: Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 6097-5700Correspondência:Cx Postal: 45.307 - Ag. VI. Mariana/São Paulo (SP),

“INFORMAÇÃO” não se responsabiliza pelosconceitos e opiniões emitidos pelos seusentrevistados ou articulistas

Edição, Fotolito e Impressão: VAN MOORSEL,ANDRADE & CIA. LTDA.Rua Souza Caldas, 343 - São Paulo - SP

“Cresce para a Vida Superior e revela-te emsilêncio, na altura de teus propósitos,convertendo-se em auxiliar precioso dadivina iluminação do espírito, na convicçãode que a sementeira do exemplo é a maisduradoura plantação no solo da alma”.

EMMANUEL

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 1 (Black plate)

Pedes abrigo no tumulto que habitualmente aparece diante dasgrandes renovações.Entretanto, as possibilidades para o levantamento de semelhanterefúgio estão em ti mesmo.

***Rememora a proteção sob a qual vieste ao Plano Físico.De nada dispunhas, além do amor com que te acolheram, no entanto,não te faltou apoio para o crescimento nem luz bastante para que sete clareassem os pensamentos.

***Relaciona os empréstimos da vida com que ao mundo te vinculaste:

oportunidades que te honraram;afetos que obtiveste;lições que te enobreceram.

Soma as bênçãos que te enriquecem e pensa na aplicação respectivaque se te pede para a elevação do futuro.

***Constrói, por dentro do próprio Ser, o abrigo de entendimento quesolicitas, no qual possas desfrutar segurança e irradiá-las de ti.Agradece a tarefa que a vida te concedeu.Trabalha confiando no êxito do bem.Usa os patrimônios da vida sem desperdiçá-los.Não retenhas vantagens com evidente prejuizo dos outros.Se erraste, corrige-te sem precipitação nem desespero.Não admitas o fracasso por perda definitiva e sim por ensinamentonecessário ao triunfo.Aceita os outros como são sem violentar-lhes o modo de ser nempermitir que te destruam as realizações e os ideais.Segue o teu próprio caminho, compreendendo e amando sempre.Assume as responsabilidades com que deves te conduzir, semqualquer intromissão no comportamento alheio.Participa da existência, ofertando as tuas atividades ao montante dobenefício comum.Não te retardes em sobras de ressentimentos ou irritação, contraexperiências de que ainda precisas.Segue adiante, pensando no bem, falando para o bem, agindo no beme edificando para o bem, sem perder o tesouro das horas.E suceda o que suceder, estarás em segurança, porque assimreconhecerás que a segurança inviolável em nós é a presença deDeus.

(psicografia F. C. Xavier)

CONVERSA BREVE

ABRIGO ÍNTIMO

2

EMMANUEL

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 2 (Black plate)

Não vamos encontrar poesiamodernista, quer dizer, versos semobediência à métrica, ao ritmo ou àrima apenas em Carlos Drummond deAndrade ou em Fernando Pessoa, não!No texto bíblico, esta coleção de livrosreligiosos e literários dos judeus e quechegaram até ao nosso mundo cristão,encontramos também trechos depoesia modernista. Já nem me refiro aoSermão do Monte. Jesus usaria oaramaico e, hoje, segundo a opinião deautores britânicos, se a gente retraduziro Sermão do Monte para o aramaico,aquela preleção de Jesus tomaria aforma de expressivo poema modernista,na reafirmação de que Jesus tambémera poeta!Mas me refiro, dizia, ao Sermão doMonte. Não, trago ao leitor apenas umsalmo, exatamente o do Capítulo 12versículo 2, onde lemos:“Os céus manifestam a glória de Deuse o firmamento anuncia a obra dassuas mãos”.Milhões de sóis rolam na amplidão doUniverso sem limites...Bilhões de astros gravitam em milharese milhares de galáxias siderais... Sãocorpos celestes maiores e menores,opacos e brilhantes, aqui, ali, acolá...Tudo atesta a presença eterna deDeus!Vivemos na Terra, um dos noveplanetas do Sistema Solar. Emborapese mais de 6 sextilhões de toneladase apresente uma superfície de 510milhões de quilômetros quadrados,nem por isso é a Terra o maior desteplanetas que giram à volta do Sol.Júpiter, por exemplo, lhe é 1.300 vezesmaior.

O Sol com seus planetas de umconjunto de corpos celestes denominadosVia Láctea. Nesta gálaxia existe umainfinidade de astros em que semisturam estrelas e nebulosas,planetas e satélites, cometas e poeirainterestelar. Tudo indica que nossagaláxia tenha a forma lenticular comuma aglomeração maior de astros emsua parte central onde se destaca aConstelação do Sargitário. O diâmetroda Via Láctea equivale a aproximadamente130 mil anos-luz. Como se sabe, ano-luz é uma antiga medida usada emAstronomia para designar a distânciaentre os corpos siderais. Como a luztem uma velocidade de 300.000quilômetros por segundo, um ano-luzcorresponde à distância percorrida pelaluz em um ano, espaço este igual anove trilhões e meio de quilômetros.Assim, a luz leva 130 mil anos parapercorrer a Via Láctea em sua maiorextensão.Aliás, as ga láx ias, const i tu ídasfundamentalmente de estrelas, sãoelementos básicos da massa doUniverso. Há assim agrupamentosgaláticos chamados abertos contendode 100 até 10.000 estrelas. Há osagrupamentos considerados globularesou fechados, com forma esférica,encerrando de 10.000 a 1 milhão deestrelas. E há ainda galáxias maiorescom um número superior a 1 bilhão eaté de 1 trilhão de estrelas.Por outro lado, sabe-se hoje em diaexistirem pelo Universo observável pelomenos 10 bilhões de galáxias. Por aí sevê como é infinito o número de estrelasque são outros tantos sóis em torno dosquais gravitam outros planetas e outras

COMUNICAÇÃOÀ LUZ DAS ESTRELAS

3

Celso Martins

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 3 (Black plate)

luas na imensidão do espaço sideral.O Sol, sem dúvida alguma, é a estrelaque mais nos interessa. Diante de nóscerca de 150 milhões de quilômetros(distância esta que a sua luz atravessaem 8 minutos e 20 segundos), é eleresponsável por muitos fenômenos queocorrem entre nós, tais como a origeme a evolução da vida, a formação dasnuvens a partir da evaporação daságuas principalmente do mar, osmovimentos atmosféricos, ascondições de tempo, a manutenção davida orgânica através da fotossínteseetc... etc... E embora tenha um diâmetromais de 100 vezes maior do que o daTerra, nem por isso é ele um astro quese destaque no Universo. Ha´estrelasmais brilhantes cuja luz tem umaintensidade 1 milhão de vezes maior doque a luminosidade solar. Há estrelasmaiores cuja massa tem um valor 60vezes maior do que a matéria do Sol.As gigantes vermelhas são estrelascuja luminosidade pode ser superior a1000 vezes a do Sol; o raio de suacircunferência pode ser várias centenasde vezes o raio solar.Muitos astrônomos da atualidadeacreditam que o Universo esteja emmovimento constante, que teria a suaorigem em um núcleo inicial, a partir doqual está se expandindo. Esta teoria daexpansão implica o afastamentoprogressivo de cada galáxia em relaçãoa todas as demais. Ora, havendo noespaço sideral, como já se leu, cercade 10 bilhões de galáxias, estandocada uma afastando-se das restantes -por aí se imagina que dimensõesinfinitas não teria o Universo...Há estrelas cuja luz leva 200.000 anospara chegar até nós...Ora, desde Kardec na segunda metadedo século passado que o Espíritismo

defende a tese da pluralidade dosmundo habitados. No EVANGELHOSEGUNDO O ESPÍRITISMO, lemos noCapítulo III estas explicações: “A Casado Pai é o Universo. As diferentesmoradas são os mundos que circulamno espaço infinito, oferecendo aosEspíritos estações apropriadas ao seuadiantamento. (...) ...Os diversos mundospossuem condições muito diferentesuns dos outros, quanto aoadiantamento ou de inferioridade deseus habitantes. Dentre eles, há os quesão ainda inferiores à Terra, física emoralmente. Outros são do mesmograu, e outros lhe são mais ou menossuperiores, em todos os sentidos. Nosmundos inferiores a existência é todamaterial, as paixões reinam soberanas,a vida moral quase não existe. (...) Nosmundos intermediários, o bem e o malse misturam, e um predomina sobre ooutro, segundo o adiantamento em quese encontram. (...) A Terra pertence àcategoria dos mundos de expiações eprovas, e é por isso que nela o homemestá exposto a tantas misérias. (...) Oprogresso é uma das leis da Natureza.Todos os seres da Criação, animados einanimados, estão submetidos a ela,pela bondade de Deus, que deseja quetudo se engrandeça e prospere. (...)Quem pudesse seguir um mundo emsuas diversas fases, desde o instanteem que se aglomeram os primeirosátomos da sua constituição, o veriapercorrer uma escala incessantementeprogressiva, mas em degraus insensíveispara cada geração, e oferecendo aosseus habitantes uma morada maisagradável, à medida que eles tambémavançam na senda do progresso. (...) ATerra, seguindo essa lei, estevematerial e moralmente num estadoinferior ao de hoje, e atingirá, sob esses

COMUNICAÇÃO

4

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 4 (Black plate)

dois aspectos, um grau maisavançado”.Foi, no entanto, Camile Flammarion,astrônomo do Observatório de Paris,considerado “o poeta das estrelas”,quem se dedicou a este assunto deCodificações, tendo lançado livros arespeito como A PLURALIDADE DOSMUNDOS HABITADOS, NARRAÇÕESDO INFINITO, DEUS NA NATUREZA,URÂNIA, SONHOS ESTELARES eoutros. Deus não teria arquitetado oUniverso, construído milhões e milhõesde astros, apenas para recrear nossosolhos com a contemplação dasestrelas... Não é possível admitir aexistência de vida e a presença deseres inteligentes apenas num dosmenores astros do Universo. Atualmenteos astrônomos vão admitindo estaverdade tão elementar já anunciadapelo Espiritismo há mais de 100 anos.Em sua obra BIOGRAFIA DA TERRA,George Gamow teve estas palavras:“Se, como parece agora, cada estrelapossui um sistema planetário, devehaver, só em nossa galáxia, milhões deplanetas onde as condições físicassejam quase idênticas às da Terra. Eseria pelo menos estranho (palavrastextuais de Gamow) que a vida -mesmo em formas inferiores - não seestivesse desenvolvido nesses mundoshabitáveis”.Por seu turno, Louis Pawels e JacquesBergier na revista PLANETA n.º 1, Ano1, relativa a setembro de 1972,anotaram estas observações que seencaixam em nossos postuladosdoutrinários: “Desde 1938 que a teoriade Holmberg tinha localizado 60planetas em volta das estrelas, além doSol. Mac Gowan chegou à conclusãode que 67% das estrelas de nossagaláxia são dotadas de planetas; ora,

67% significam 130 bilhões, umnúmero colossal, praticamente infinito ànossa escala - mais de uma centena debilhões. Se assim é, esta nossagaláxia está repleta de vida”. O grifoé nosso.Estes dois autores franceses citados(Pawels e Bergier) em interessante livrofazem exposições de um raciocínio quegostariamos de lembrar aqui. Dizemeles que a Terra tem mais de - 4,5bilhões de anos - desde a suaformação. E que a vida teve início hámais ou menos - 2,5 bilhões de anosatrás, tendo começado com formasrudimentares, microscópicas, no seiodos mares, desenvolvendo-se de modoa alcançar as formas que conhecemosna atualidade. Tal evolução orgânica sedeu, pois, em apenas 2 bilhões deanos. Ora, pelo Universo há astros quetêm idade superior a 28 bilhões deanos. Caso a vida tenha surgido por látambém quando eles tinham uma idadede 2,5 bilhões de anos e tenhadesenvolvido e evoluído no mesmoritmo como se processou aqui - claroque a vida então estaria lá muitíssimomais adiante do que a nossa aqui naTerra.O assunto tem sido objeto de intensosestudos ultimamente pela Astronomia,auxiliada pela Astrofísica, pelaAstroquímica, pela Espectropia, pelaCosmologia e pela Biologia espacial. Eos dados que estas ciências vão aospoucos recolhendo com suaspesquisas atestam a atualidade dosensinos espiritistas.Ora, não se entende um ser vivo quenão tenha fundamentalmente em suacomposição orgânica a água e asproteínas. São de proteínas, porexemplo, o nosso sangue e os nossosmúsculos, a nossa pele e os nossos

COMUNICAÇÃO

5

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 5 (Black plate)

hormônios, as nossas vísceras e osnossos cromossomos, enfim, elastomam parte em todas as estruturasvitais do organismo animal e tambémvegetal.Na construção de uma molécula deproteína entram “tijolos” fundamentaischamados ácidos aminados. há cercade 25 ácidos aminados; eles se reúnempara formar um enorme número deproteínas. Dentro de uma célula, porexemplo, podem-se encontrar até100.000 proteínas diferentes. Notarainda que cada indivíduo tem as suaspróprias proteínas.Assim como as 23 letras do nossoalfabeto se reúnem para formar assílabas e as palavras de nossovocabulário, também os aminoácidosse associam para constituir proteínas.E dentre estes ácidos podemos citar aglicina, a alanina, a valina, o ácidoglutâmico, a serina, a leucina, o ácidoaspártico etc... Ora, estudos recentestêm observado nas estrelassubstâncias que contém carbono,como acontece com os ácidosaminados. E mais - estudando osmeteoritos (que são rochas que caemsobre a Terra, provenientes de outrosastros), a ciência tem encontradomoléculas orgânicas semelhantes àsterrestres. Assim é que, examinando ometeorito caído perto de Vitória(Austrália), a 28 de setembro de 1969,foram encontrados inclusive cinco dosmais conhecidos ácidos aminados,numa prova de que este meteoritotenha provenido de algum astro ondehaja, pelo menos, substânciasorgânicas. No meio intersestelar existe,segundo os dados dos astrônomos daatualidade, uma fração relativamente

alta de compostos que entram, aquientre nós, na estruturação dos seresorgânicos, o que nos leva a admitir aalta probabilidade científica da vida forada Terra, como ensina desde 1857 aDoutrina do LIVRO DOS ESPIRITOS.Diante da grandeza universal, temos deadmitir a existência de Deus comodefine o Espiritismo - inteligênciasuprema, causa de todas as coisas... Oacaso não poderia criar nem mantertoda esta harmonia celeste... Anatureza é uma das mais eloqüentesprovas da existência divina... Comodizia Voltaire, se Deus não existisse -seria preciso então inventá-lo paraexplicar tudo o que existe.Aliás, diversos cientistas da atualidadejá manifestaram sua convicção acercada existência de Deus. AlbertWinchester, biologista, afirmou que“uma crença mais profunda e maisfirme em Deus é às vezes o únicoresultado de uma melhor percepção daverdade”. Lise Mietner, cientistanuclear, declarou que só mesmo umpoder mais alto do que o homem podecontrolar as forças da energia atômica.O físico George Davis afirmou que seum Universo pudesse criar-se a simesmo, encarnaria os poderes de umcriador, e seríamos forçados a concluirque o Universo seria um Deus.Não basta, no entanto, entender Deuscom as luzes do intelecto ... Importaainda amá-lo com todas as forças donosso coração. E a melhor maneira defazê-lo é amar o semelhante tanto quantoJesus, nosso Irmão mais velho nosamou...

FONTE: Martins, Celso; “NA ROTA DO ANO 2000”; Ed. Lar ABCdo interior.

COMUNICAÇÃO

6

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 6 (Black plate)

SERVIÇO

7

... LYGIA DE MELLO“O primeiro contato que tive com oEspiritismo aconteceu graças aomeu péssimo comportamento.Quando eu tinha uns 8 anos deidade mais ou menos, comecei aficar insuportável: fazia malcriaçãopara todo mundo, não queria ir àescola, brigava com minhas irmãsmenores, era desobediente e, porqualquer coisa, fazia aquela birra.Vovó decidiu levar-me à casa deDona Mena, para que ela mebenzesse.Na verdade, ela bem sabia que D.Mena era espírita, que dava passes,que organizava sessões, mas lá emcasa não se podia falar emEspiritismo, não só devido àsconvenções da época, como emrespeito à minha tia que era católicaapostólica romana, filha de Maria.O padre da paróquia ia visitar afamília, intrometia-se nos negóciose assuntos particulares, e nós,crianças, tínhamos que beijar-lhe amão, fazendo uma pequenareverência.Daí, coitada da vovó, não tinhaclima para falar abertamente emEspiritismo e muito menos em levar-me ao Centro de D. Mena paratomar um passe.Mas minha avó Carolina era fogo ese ela havia resolvido que eu estavaprecisando de um passe, nãohaveria ninguém no mundo quepudesse impedí-la, muito menosminha tia, com todo o seucatolicismo.

E assim, lá fomos nós. Entrei nacasa de D. Mena meio ressabiada,mas supercuriosa. Achei a sala devisitas ampla, clara, muito limpa:num canapé, uma avenca viçosa ecomo único enfeite, um vaso commargaridas.D. Mena nos recebeu e eu levei umsusto! Todos tinham medo dela,pela sua fama de bruxa. Mas, botabruxa nisso! Fisicamente era oprotótipo da bruxa, faltando apenasa vassoura para sair voando pelajanela: magrinha, rosto comprido,nariz adunco, cabelo preto esticadoe preso num coque, na nuca.Logo que ela me viu, dirigiu-me umolhar penetrante que me fez agarrara mão da vovó. Nós nos sentamosno sofá, muito pertinho uma daoutra, e ela fechou as janelas e aporta. Ficamos numa semi-obscuridade.D. Mena começou a fazer umaoração. Vovó me mandou fechar osolhos, mas eu não obedeci.Coloquei as mãos no rosto e fiqueivendo tudo por entre os dedos.Logo um espírito incorporou e amédium deu início aos passes.Primeiro na vovó. Eu achei esquisitoe senti vontade de dar risada, masvendo a médium de olhos fechados,mãos trêmulas, inteiramente concentradana missão de dar passes, desisti epermaneci quieta. Terminado opasse na vovó, ela voltou-se paramim, ficando bem na minha frente.Começou a respirar fundo, a estalaros dedos e a passar as mãos pelos

SÉRIE ACONTECEU COM...(8ª PARTE)

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 7 (Black plate)

SERVIÇO

8

meus cabelos, meus ombros, meusbraços...Curiosa, eu olhava para o rosto deD. Mena e, em dado momento,comecei a perceber que algumacoisa estranha estava acontecendo.Apesar de estarmos na penumbra,vi muito bem que ela estavamudando de fisionomia: seu rostofoi ficando redondo, seu narizdiminuiu, ficou bem feito, os olhostornaram-se grandes, calmos, e oscabelos fartos e ondulados caíampelos ombros. Parecia mais alta emais gordinha. Sorriu para mim,com o mais lindo sorriso de alma dooutro mundo...Meu coração começou a bater fortee tão alto, que podia ser ouvido atéda rua. Quis falar, mas não pude.Engoli em seco e pensei queestivesse sonhando. Tirei as mãosdo rosto e encarei D. Mena. Elaestava linda! Estava transfigurada!Perdi o medo. Senti, naquelemomento, uma paz encantadora.Voltei-me para vovó, a fim de sabero que estava acontecendo e a vi deolhos arregalados, respiraçãopresa, assombrada! Colocou umdedo nos lábios, pedindo silêncio.

D. Mena terminou os passes e aospoucos foi voltando ao seu corponormal: magrinha, feições duras,horrivelzinha.Encerrou a sessão com um PaiNosso, abriu as janelas e a porta. OSol inundou a sala. Nós noslevantamos para sair e, antes deagradecer e nos despedir, vovóperguntou a ela se havíamossonhado ou se, de fato, houverauma transfiguração.D. Mena confirmou, com um sorrisonos cantos dos lábios:- "A moça que vocês viram duranteos passes é a minha guia, umespírito muito puro, muito lindo,que está sempre ao meu lado. Elachama-se Margarida. É este espíritoquem provoca a transfiguração".Disse ainda que havíamospresenciado um fenômenomediúnico muito raro, quedificilmente acontecia quando eladava passes.Depois de algum tempo eu ouvivovó dizer que, por incrível quepudesse parecer, depois da "bênça"de D. Mena, eu fiquei obediente,comportada e "aprendia o estudocom muito mais facilidade".

Agora você pode pesquisar números anteriores de INFORMAÇÃO no site:

http://revistainformacao.anderung.com.br

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 8 (Black plate)

CIÊNCIA

9

O nosso orbe representa a gleba onde osespíritos procuram aprimorar as suasqualidades. em cada Ser existe ummomento evolutivo apropriado, a refletirnum autêntico biótipo psicológico,mostrando campos emissores de energias,como, também, outros tantos, receptores.Isto quer dizer que todos nós, não sóemitimos energias, mas, também,captamos. Dessa maneira, convivemoscom vibrações, somente absorvendoaquelas que nos são mais afins dos serescom as quais sintonizamos; isto é, estamosem contacto mais direto com aqueles quenos são mais simpáticos.A maioria das pessoas, nas constantestrocas energéticas entre si, oscilam, semfixações, em face ao jogo emocional que atodo momento varia em suas múltiplasestruturações. O Ser encarnado, em suatotalidade, mergulhado num mundo deenergias psíquicas, pouco se fixa peloestado de infância espiritual que ainda oscaracteriza. É por isso que a maioriaprocura conquistar os bens materiais na vãimpressão que alcançarão a felicidade. Osetor material, com a técnica e a ciência, éútil e necessário, é zona de utilização paraos impulsos da vida, é zona de prestaçãode serviços, é meio, não é o fim da jornada.Temos que participar do setor material,utilizá-lo, mas, jamais transformá-lo emnossa finalidade, em nosso Deus. Écaminho a percorrer, sem abusos, mesmopossuindo muitas de suas posições, jamaisser possuúdo pelas mesmas. A finalidade éavançar. As excessivas físicas, quasesempre são entraves. Alertemo-nos...O grande motivo de atração entre os seresestá na simpatia. Esta é a regra geral; noentanto;, devemos considerar as ligaçõesobrigatórias (cármicas) necessárias aosnossos restabelecimento espiritual. Nestecasos, em sua maioria, as amalgamadasligações são indesejadas e quase semprerepudiada e imcompreendidas. Não estamos

em condições de traduzir a gama deaflições que envolvem esses seres. Nãogostamos dos sofimento; a nossa mentenão consegue, ainda alcançar os seusbenefícios. A nossa luta ainda éimediatista; nossos horizontes sãolimitados trazendo-nos, por isso, asvantagens de esquecermos os acúleosdas dores vivemos, praticamente, desejandolesar a Vida para nossas vantagenspessoais - é o que pensamos. toda vezque agredimos a natureza, um nossosemelhante, ou nos revoltamos contra aLei Retificadora estamos, realmente, nosatingindo. A psicosfera planetária éconsequência de nossas irradiaçõesmentais; seremos atingidos pela soma deenergias que criamos. A organizaçãocósmica é perfeita. Não existem privilégios.Todos respondem, diante da Vida, peloque desenvolveu e em face ao grau deresponsabilidade que atingiu. Tudo issoestá relacionado com nossas limitaçõesevolutivas; o nosso livre-arbítrio ainda éreduzido e com muito pouco espaço. Oespaço maior é o da Lei de Ação-Reação.Isolamos essa face ainda difícil da jornadaterrena e conceituamos aqueles que, jámais livres das reações maiores, comsentimentos mais atilados e burilados,mostram maior responsabilidade. Essegrupo, embora reduzido no planeta, emsua respectiva jornada reencarnatóriapode muito bem traduzir, na vidaquotidiana, a importância das vibraçõesespirituais dos encarnados com os quaisse afinizam. São aqueles que no início dedeterminada jornada na carne(personalidade), já em pleno período damocidade vão mostrando as suastendências, em equilíbrio, com os outrosencarnados do mesmo nível. Assim, vãodesenvolvendo seus respectivos afazeres,de acordo com os potenciais que consigocarregam (missões), difundindo energiasque, por sua vez, vão sendo absorvidas e

SOLIDÃO E SAUDADE

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 9 (Black plate)

CIÊNCIA

10

entendidas pelos seus afins.Quando estão na posição de encontrar ocompanheiro ou a companheira, o fazemsem tempestades e com harmônicanaturalidade. Existirá, como que, um realentrecruzamento de irradiações a seinundarem, mutuamente, refletindo numestado de felicidade entre dois seres.Nasce a simpatia, não propriamente asimpatia superficial de momentâneo bemestar, mas a simpatia mais profundainvadindo as comportas da alma. Passamos dois a se nutrirem mutuamente, acarregarem um estado de bem-estarindefinido, à ponto de agressividades deum mundo menor, negativo, nãoalcançarem a indizível felicidade queparticipam. Quase sem poderem analisar,pela limitada zona de nosso psiquismoconsciente, o que passa em suas almas,rompem os caminhos da vida comum“calor” específico e sério, com umavontade maior e, nos interregnos de seuspassos descobrem, nos íntimos de seusarquétipos, que estão convivendo com oAmor. Têm pudor de confessar e gritarpara todas as latitudes o que se passa.As maiores e mais belas emoções quedesfrutamos na vida, guardamo-las, emnosso sacrário, com receio de perdê-las.Estes seres, somente são reconhecidos eavaliados por outros tantos que têm outiveram a felicidade das mesmasexperiências.De passagem, desejamos dizer queexiste um reduzido grupo humano,igualmente responsável, arremessado,também, em importantes tarefas, porémsem ajuda direta de outra alma, de umaenergia de polaridade oposta. É o homemou a mulher que se abastece no blocototal de energias afins, sem a especificidadede outra alma - a alma gêmea que oajudaria na sua caminhada. Terá querealizar a sua respectiva missão sozinho,sem o alento de dois olhos amigos.Caminhará só, chorará sozinho, embora

nutrindo-se em energias maiores que assuas. É o momento em que serãoacolitadas pelas energias crísticas e osseus trabalhos e realizações não sãoinadiáveis obrigações, são missões quesomente os maiores podem avaliar.O grupo harmonizado e sério, constituídode seres que jornadeiam na Terraacompanhados, os que têm a ventura de,realmente, encontrar o outro lado dasemoções que lhes faltam, desfrutam demais calma caminhada na carne,porquanto, os obices são facilmentesuplantados. Os indivíduos sérios eharmonizados não se misturam comdesequilíbrios e negatividades, caminhamimpávidos desfraldando a bandeira dobem. Claro que haverá pequenosdeslizes de somenos importância; sãopequenas pedras do caminho que seesfacelam e incorporam-se nasexperiências individuais.Quando essas propostas de energias-afins se encontram quando dois seres - ohomem e a mulher - se descobrem, afelicidade será a tönica do dia-a-dia,apesar dos tropeços e dificuldades, até ocair da noite, até o dia da despedida. Umdeles irá um dia desencarnar. Na maioriadas vezes a falta do companheiro serábastante “dura”, onerosa, para que ficar.Afinal de contas num planeta decorreções, buscando, nas cores eexperiências de todos os matizes,posições que a própria evolução impõe eexige.A falta do ser amado deixa o grande-vazio, a saudade-dor que, com o sucederdos dias, poderá ser pouco-a-poucocompreendida e suplantada, ficando ascicatrizes do processo. Será tônica bemcomum nestes seres, a saudade-dor, demodo mais ou menos lento, transforma-se em cicatrizes-de-saudade. Cada vezmais integralizados no processo, os seresatingidos vão transformando a saudade,com as suas maiores ou menores

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 10 (Black plate)

CIÊNCIA

11

cicatrizes, em saudade-ternura, dondeextraem ordenadas e equilibradasenergias. Revivem o passado comcompreensão e harmonia, nutrindo-se napaz do dever cumprido.Outros tantos, devido desenvolvimento aampliação do processo da vida a dois,onde os campos de energias como quese fundiram, por toda a vida carnal, odesaparecimento do parceiro em plenaépoca da velhice, onde os processos dereações próprios da juventude não maisexistem, deixam severo impacto emdeterminadas pessoas. Sofrem, inicialmente,a saudade-dor em feridas de difícilcicatrização, apesar dos bálsamos que asaudade-ternura emite; não será osuficiente. Para eles a perda será imensa,inenarrável. Todo o bloco de saudadeentra em ebulição, cresce, expande-se edesemboca no caudaloso rio da tristeza.O Ser, queira ou não, torna-se indiferenteaos processos da vida; mesmoproduzindo, a solidão é constanteimperiosa, como um Sol Internosustentando a tristeza em suas fornalhas.O indivíduo sofre a ausência da presençaestruturada em saudade. É uma saudademuito íntima, avassaladora e envolvedora;deseja a impossível pesença de quem sefez ausente, mesmo temporariamente.As reações desses seres, a fim deretomar o ritmo de vida da carne torna-se,praticamente, impossível; não haverámais desvios de suas novas diretrizes.Eles não possuem mais a nutrição do Seramado. Num aceitável sofrimento, detristeza em tristeza, desembocam nadesencarnação - morrerem de tristeza...de saudade... apesar de terem aceleradoo processo de desencarnação, por estemodo, não devem responder porqualquer reação cármica. A abreviaçãode seus dias compensada na colheitapositiva que o manancial das dores-tristeza desencandeou.Por que o quadro de tristeza acabaaçambarcando o processo? Achamos

que o mecanismo deve estar ligado àfalta de energias que o parceiro deixou defornecer pela sua ausência do cenáriocarnal (desencarnação).Sabemos que a organização psíquicahumana, em simples análise, estaráconstituída, em sua posição mais interna,pelas estruturas espirituais e, na zonamais externa, pelo corpo físico. Entreestas duas regiões salientamos a zonaintermediária, do perispírito oupsicossoma, em cujos limites com ocorpo físico apresenta uma faixaespecífica, conhecida como sendo oduplo-etérico, de conformidade commuitas elucidações espirituais. Assim,dando posição às camadas do psiquismohumano, do centro da Vida para aperiferia material (corpo físico), teríamos:

a) zona espiritual b) zona perispiritualc) zona do duplo-estérico (zona detransição)d) zona do corpo físico (zona consciente)

As constantes emissões de energias quepartem dos núcleos vorticosos do Espírito,ao se transfunditrem através do corpofísico, serão naturalmente mescladas naspróprias energias de suas respectivascamadas; isto é, as energias espirituais aoatravessarem a zona perispiritual, o duplo-etérico e os componentes materiais dos60 trilhões de células físicas, misturam-se, oferecendo um bloco de energiasespecíficas a cada Ser. No dias atuais, jáconhecemos alguns blocos dessasenergias, as mais periféricas apóspassagem pelo corpo físico, isto é, asmais densas, pelas fotografiasespecíficas em campos de altafreqüência, conhecidas como sendo askirliangrafias ou fotgrafias da aura. Arevelação dessas energias já nos forneceum intenso e amplo campo. Imaginemoso bloco energético que não pode serregistrado e que desconhecemos,

{zona do incosciente}

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 11 (Black plate)

CIÊNCIA

12

exercendo as funções de abastecimentoe equilíbrio nos seres afins?O nosso intelecto ainda não possuicondições para uma análise profundadessas propostas; entretanto, podemostirar ilações como hipóteses deexplicação. Quando o Ser representa ogrande afeto de um outro, o típico casalharmonizado, o homem e a mulher, comas respectivas energias de suaspolarizações sexuais (energias criativasda alma), pelo processo desencarnatóriohaverá cortes nestes campos deenergias. O encarnado ficará, sem essanutrição-afeto e, consequentemente,sofrerá os efeitos. O desencarnanteentrará no natural processo demodificações para adaptações na novadimensão; passando, assim, peloprocesso de cadaverização das formasfísicas, com as suas já conhecidastransformações, como, também, seguindo-se a “queima” do duplo- etérico, emtempo oportuno. Ficará o espíritodesencarnado, com reduzidas ligaçõescom o encarnado (espírito dessa faixaevolutiva), por não possuírem mais aszonas do duplo-etérico e corpo físico,regiões que forneciam muitas energias aseus sintonizados.Até que esse processo se equilibre erestabeleça, o sofrimento do encarnado,neste caso em referência, será intenso e semaparentes modoficações. Desencandeia-seo processo de saudade com toda a gamairradiativa do seu conteúdo. O Sercaminha para a desencarnação. Nestafase, já começa a perceber uma outrasaudade, a mais agulhante, a saudade dapátria espiritual; fica achando que a Terranão precisa mais de seus serviços.Começa a sentir-se um estrangeiro,alguém que está ocupando lugar deoutrem. Mesmo que continue na Terra jáse considera longe da mesma; seussonhos já são outros; inicia a penetraçãonum amor maior, mais universal, Deus se

faz mais presente em suas entranhas.Analisa o homem com extremacondescendência e passa a dedicar-lhesum amor mais afinado e expansivo, oamor-cósmico. Sente-se um operário dasgrandes forças da Vida, em face ao novosrumos. Aguarda em silêncio o seu dia...Deseja desatar os laços carnais, retidos econtidos nas dignificantes missões...Quantas almas encarnadas terãoenfrentado esse processo? Muito difícilavaliar, porquanto, quem mergulhou nosmares da saudade-tristeza só se sentirábem, em expressivo conforto espiritual,após encontro com a sua querida “alma-gêmea”. Esta já não poderá mais lheoferecer as energias próprias de outroraquando encarnada, porém uma novaestrutura, mais transcendente, mais sutíl,de felicidade desconhecida...Os que se encontram em autênticasolidão, tristes e saudosos da pátriaespiritual, desencarnando aos poucos emface aos acúleos de tantas emoções,muitas vezes continuam a dar exemplosde felicidade e de paz, emboracorroendo-se no processo de saudadeque, por maior que seja o seu impulso,não representará infelicidade ou desdita,por ser fase terrena a ser cumprida. Asaudade, tristeza e solidão, nestascondições, devem representar aantecâmara para uma nova e produtivavida.O Ser já percebendo os “cânticos” da nãomuito distante pátria espiritual, cônscio desi investido no valor que representa aVida, de olhar perdido no infinito, lembra aquadra popular do poeta que falou commaestria e beleza:

Saudade palavra doceQue traduz tanto amargorSaudade é como se fosseEspinhos cheirando a flor.

FONTE: Andrea, Jorge; “ENFOQUES CIENTÍFICOS NADOUTRICA ESPÍRITA”; Ed. SAmos; 1° edição.

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 12 (Black plate)

PANORAMA

13

A idéia de justiça sempre esteve nacogitação do homem, mal ou bementendida e aplicada, de perto dizendorespeito ao conceito de responsabilidade,constituindo-se num atributo daracionalidade. Se a nossa razão admiteuma justiça, a justiça menor ou justiçados homens, daí nascendo as leis, osregulamentos, os regimes de vida, osprincípios, os códigos e os deveres,ligados à Moral, à Ética, naturalmentedeverá existir uma justiça maior,reconhecida por seus efeitos, regidapor forças inapeláveis de um determinismoem termos de conseqüências, determinismoesse que seria cego, para uns, oupromulgado por um poder supremo,exercido por algum deus ou deuses,em geral vingativos e facciosos, atéchegarmos ao Deus único de Akenatone de Moisés - O Deus Todo Poderosode justiça implacável que sucederiafinalmente, com a Boa Nova de Cristo,ao equilíbrio entre a Justiça e aBondade.A justiça dos homens impõe areparação moral. A História está cheiadesses lances. Teria Calabar traído apátria que ainda não existia, optandoentre duas dominações? Nossomagnânimo imperador Pedro deAlcântara, despojado, a dois passos damorte física, do trono e da majestade,versejou sua dor enquanto dizia:” -Sereno, aguardarei no meu jazigo ajustiça de Deus na voz da História.”É verdade que a justiça dos homensmanda repor honrarias, galardões,títulos, troféus, direitos de herança,ressalvando a vítima das injustiças eelevando-a muitas vezes à glória daposteridade. Tiradentes, enforcado,esquartejado, infamado até a terceirageração, é hoje o patrono cívico de

nossa nacionalidade. A Igreja Católicaergueu a fogueira que carbonizou ocorpo da jovem Joana D’Arc e hoje,para remir-se desse clamoroso crime,trocou o verbo carbonizar pelo outro,canonizar entronizou-a nos altares.Restaria, no entanto, percebamos, umsofrimento físico e moral, sem culpapelo menos aparente, que a reparaçãopóstuma não poderá sanar, mesmoque se diga que sejam gratas aoEspírito, muitas vezes, tais referências,quanto as amáveis referências dos queperegrinam na Terra. O sofrimentofísico e moral injustamente aplicado,em face da vida que transcorre, tem noentanto justificativa se consideramos asvidas sucessivas. Deixaremos de invejara felicidade dos maus, compreendendo-lhea fragilidade e a transitoriedade de quese reveste.Sim! A justiça não prescinde daeqüidade. A justiça divina não pode sermenos eloqüente e menos perfeita quea dos homens, individualmente falando,portanto, todos sentimos que, nainferioridade em que nos situamos, háuma finalidade última a cumprir-se noexistir e essa há de ser a deenvolvermos continuamente, tendo pormeta distante a perfeição.Se temos noção de mérito, de valorpessoal, se a nossa razão nos diz que“a cada um segundo suas obras, seusméritos pessoais”, a quantos teria sidofurtada a oportunidade de adquiriresses méritos, não por indolência maspor morte prematura, quiçá, porcondições ligadas ao meio, à época emque existiu, aos elementos que teve ouque não teve a seu dispor. Se cada Seré uma individualidade autônoma esomos todos filhos de Deus, que é justoe bom, quantos no passado e ainda

A JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 13 (Black plate)

PANORAMA

14

hoje, no presente, erraram ou errampor não saber, por falta de condiçõesde maior discernimento? A este negariaDeus o direito, a faculdade de agirmelhor, de aprender ainda, de reparar,em termos de novos esclarecimentos?Este o caso - nossos antepassados nãoaproveitaram o progresso científico,tecnológico, o avanço intelectual, arapidez da comunicação, a informáticade hoje. Não tiveram a visão global domundo e do Universo que temos hoje.E foram eles que abriram o caminho aoque hoje temos, ao que hoje somos.Perguntamos: Seria ou não umainjustiça se eles mesmos nãoretornassem, reencetando o própriotrabalho e usufruindo dos recursos queajudaram a desenvolver, artifíces quesomos todos do próprio progresso?Maior absurdo seria se tivéssemos,muito pelo contrário, de pagar pelosdesacertos dos outros ou beneficiar-mos agora do suor dos que vieramantes de nós, sem que desse esforço,de algum modo, houvéssemosparticipado. E por aí vige a “estória” dopecado original... Se é, de saída, crívelque seja pecado, em eras priscas,como ainda hoje alguém errar emcumprimento a leis da própria natureza.Por que uns de nós pagaríamos umataxa maior, outros um atributo menor,por determinação de um Deus que,conforme Ezequiel, “não quer a mortedo ímpio, mas que deixe de ser mau eque viva”. Assim é que “O LIVRO DOSESPÍRITOS” a questão 171 - item II docap. IV tem exatamente este título:Justiça da reencarnação.Ali se fala em dogma. Não se trataporém da fé imposta pelo crê ou morre,a fé cega ao arrepio da razão, aquelaque se não explica. Dogma, neste

caso, é a afirmação doutrinária básica,que se impõe por si mesma. E aexplicação é clara: - “A razão não nosdiz que seria injusto privar para sempreda felicidade eterna aqueles cujomelhoramento não dependeu delesmesmos? Todos os homens não sãofilhos de Deus?” “Esse pensamentoconsola, inspira, norteia, levanta oânimo do caminheiro, não obstante alongevidade da jornada.A reencarnação não é, por outro lado,uma doutrina isolada dentro doconcerto das leis universais. Noequilíbrio em que se apóia o próprioUniverso, tanto o ponto de vista físicocomo moral, há um encandeamentológico e consequênte. Já vimos que asexistências corporais são entre sisolidárias. Não há como negar adependência entre os seres vivos detodos os graus da escala evolutiva.Que seria da vida na Terra sem asalgas, sem o verde... Como somosfrágeis ante qualquer desequilíbrio daflora bacteriana em nosso próprioorganismo... Nenhum Ser humanosobreviveria inteiramente só, nomundo. Essa interdependência é lei elei sábia. Nenhum passo no progressose processa sem refletir de certo modono progresso do círculo a ele inerente,seja no campo da ciência, das artes,seja no campo afetivo e moral.Kardec nos fala de Espíritosintegrantes de outras Humanidadesque vêm à Terra em missão deprogresso. O exemplo mais evidente éo dos capelinos, desregrados queforam, mas que representaram ospródromos de nossa civilização, elesque foram os arianos, os egipcianos,israelenses e indu-europeus. Operáriosdo progresso universal, almas reencarnaram

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 14 (Black plate)

em diferentes mundos. Em “ACAMINHO DA LUZ”, Emmanuel nosfala de transmigrações dos povos; notrabalho de associações de Espíritosde acordo com tendência e afinidades,para formarem nações, identificado oque chama de personalidade coletiva.Prossegue dizendo que a atuação domundo espiritual proporciona à Históriahumana a perfeita caracterização da“alma coletiva dos povos” (arquétiposde Jung): “Como os indivíduos, ascoletividades também voltam ao mundopelo caminho da reencarnação”.Lembraentão que a alma ateniense, com suaselevadas indagações filosóficas, reluziuem Paris - a Cidade - Luz - como semanifestou depois na Itália unificada.Os espartanos, na Alemanha. A edilidade

romana, na Grã Bretanha. Bastaria, emapoio a esse pensamentos, lembrar depassagem as provações coletivas, osresgates de coletividade inteiras.A imortalidade da alma espelha agrandeza de Deus. A sobrevivência doEspírito é decorrência dela. De cadaexperiência teremos maior ou menoraproveitamento. É intuitiva e natural aidéia das vidas sucessivas. Assimconstruiu Deus o seu Universo,exigindo a colaboração mútua,permanente, incessante, inderrogávelde todos os seres entre si. Cumpre-sea grande lei do Amor, Amor que é opróprio hálito do Criador.FONTE: Rocha, Alberto Souza, PSIQUISMO E ESPIRITISMO,Ed. Correio Fraterno

PANORAMA

15

“... só o egoismo, traduzindo apêgo da alma ao bempróprio, é que patrocina os golpes da delinqüência, osenganos da posse, os erros da impulsividade”...

Mensagens

“Duas atitudes fundamentais recomenda-nos o EternoBenfeitor se nos propormos desfrutar-lhe a intimidade -tomar a cruz redentora de nossos deveres e seguir-lhes ospassos. Muitos acreditam receber nos ombros o madeirodas próprias obrigações, mas fogem ao caminho do Cristo;e muitos pretendem perlustrar o caminho do Cristo, masrecusam o madeiro das obrigações que lhes cabem”.

“.A lição é expressiva. Não basta rogar a intervenção docéu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim deque venhamos a cumprir o nosso dever cristão. Antes detudo, é necessário fazer de nossa parte, quanto nos sejapossível, para que o bem se realize, de modo a entrarmosem sintonia com os podêres do Bem Eterno”.

EMMANUEL

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 15 (Black plate)

JUVENTUDE

16

MANIFESTAÇÕES DO ESPIRITO SANTOComo o Espiritismo vê a manifestaçãodo Espírito Santo nas igrejas? Essamanifestação seria realmente doEspírito de Deus ou um outro Espíritoque se comunica? Como saber se setrata de um Espírito bom, em que sepode confiar? (MARCELO MANZANO -GARÇA - SP)A questão é delicada, Marcelo. Nãopretendemos criticar ou ferir a fé denossos irmãos evangélicos e carismáticos,que merecem o maior respeito. As igrejastodas são boas quando as pessoas quedelas participam estão bem intencionadas.Mesmo que essas pessoas não tenhamum conhecimento mais profundo daquiloque se passa durante seus cultos, oimportante e fundamental é o que elastrazem no coração - a sua crença, a sua féem Deus e as suas elevadas intenções. Omais importante, certamente, é aespiritualidade que elas buscam. Quandonos alimentamos, o importante é o teornutritivo do alimento, seja lá qual for onome que se dê a esse alimento. Domesmo modo, o fato de conhecermos ounão a composição química do alimentoque estamos ingerindo, não modifica suaspropriedades nutritivas. Assim é emrelação à nossa relação com Deus,quando estamos movidos de boasintenções. Para a Doutrina Espírita, quemse comunica através das pessoas sãoEspíritos. Muitas vezes, Espíritosprotetores e amigos, que se preocupamem alimentar espiritualmente os fiéis, deacordo com suas necessidades e o seunível de compreensão diante da vida.Dêem a eles o nome de Espírito Santo ououtros nomes, isso não importa. O mesmoacontecia nos primeiros tempos doCristianismo, quando Paulo estava àfrente do movimento. Na sua primeiracarta aos Coríntios, por exemplo, a partirdo capítulo 12, ele fala dos dons espirituais(para nós, dons mediúnicos) e diz que

esses dons são dádivas de Deus àscriaturas. Não é por outra razão que Paulose mostra tão preocupado se os Espíritossão de Deus (ou seja, se eles sãoverdadeiros ou dignos de confiança),porque, por vezes, muitos sãoenganadores, como acontece tambémcom os encarnados que, muitas vezes,usam o nome de Deus, exploram a fésimples do povo, para tirarem proveito embenefício próprio. O essencial, nessecaso, é saber se o que recebemos dascomunicações está de acordo com oprincípio do amor ao próximo, ensinadopor Jesus, para evitarmos o que oevangelho chama de “falsos cristos” e“falsos profetas”. O único meio depodermos verificar se há honestidade everdade na comunicação é pelo valormoral de que ela vem revestida.

PAULO: FÉ E OBRASNa Bíblia, Paulo ensina que somosjustificados pela fé e não pelas obras.Em Gálatas, capítulo 2, versículo, 16,ele diz: ‘ Sabendo que o homem não éjustificado pelas obras da lei, mas pelafé em Jesus Cristo, temos tambémcrido em Jesus Cristo, e não pelasobras da lei, porquanto pelas obras dalei nenhuma carne será justificada’. Seo Espiritismo diz seguir Jesus eacreditar somente no valor das obras,como explica essa afirmação? Cremos que há uma pequena confusão naforma de interpretar esse versículo. Naverdade, esse versículo pertence a umacarta que Paulo dirigiu aos Gálatas,preocupado que estava com a questão dacircuncisão. A circuncisão é a retirada doprepúcio - uma pele que envolve o pênisdos meninos e que pode, muitas vezes,causar-lhes uma série de problemas. Osjudeus, desde Moisés, consideravam aretirada do prepúcio - ou seja, acircuncisão - como um preceito da lei deDeus, como um mandamento divino, uma

O JOVEM E SEUS PROBLEMAS

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 16 (Black plate)

JUVENTUDE

17

obrigação sagrada a que os pais nãopodiam se omitir de forma alguma. Paulonão via essa questão como fundamental eachava mesmo que ela nada tinha a vercom os ensinamentos de Jesus, queestava preocupado com o Espírito e nãocom o corpo. Todavia, muitos judeusortodoxos, que pretendiam seguir Jesus,sem abrir mão das práticas tradicionais dojudaísmo, também não abriam mão dessepreceito, considerando que a circuncisãodeveria continuar sendo um mandamentodivino e, portanto, uma prática obrigatóriatambém entre os seguidores de Jesus.Jesus não se referira ao assunto. Emborahoje nos pareça uma questão de poucaimportância sob o ponto de vista religioso,naquele momento ela foi fundamental,porque se transformou numa discussãotão acalorada, que dividiu os primeiroscristãos - até mesmos seus líderes -abalando a fé de muita gente. Isso porqueos que seguiam Jesus eram quase todosjudeus e, muitos deles eram fiéis àtradição da lei de Moisés. Portanto,quando Paulo fala em “obras da lei” nesseversículo, essa expressão diz respeito àspráticas recomendadas por Moisés - e ele(Paulo) está se referindo à circuncisão,dizendo que essa prática não temimportância alguma para os que seguemJesus, que ela nada tem ver com a fé emJesus, pois esta, sim, a fé em Jesus, é queidentifica seu verdadeiro seguidor. Veja oque vem mais adiante, já no capítulo 5º damesma carta aos Gálatas, precisamenteno versículo 6, quando Paulo diz: “Porqueem Jesus Cristo nem a circuncisão nem aincircuncisão têm virtude ( ou seja, têmvalor), mas, sim, a fé que opera porcaridade”. E, no versículo 14, elecomplementa: “Porque toda a lei secumpre numa só palavra: Amarás ao teupróximo como a ti mesmo”. Paulo estámostrando, aqui, que praticar ou nãopraticar a circuncisão não tem importânciaalguma sob o ângulo da crença, se nãohouver verdadeiro amor, porque, onde

existe verdadeiro amor, existe a caridade -ou seja, a prática do bem. Tanto assim queno versículo 22, ele conclui: “ Mas o frutodo espírito é, caridade, gozo, paz,longanimidade, benignidade, bondade, fé,mansidão, temperança.” Portanto,prezado leitor, não podemos tirarconclusões apenas de versículos isolados,mas ler e saber o contexto de toda a cartapara sabermos de que assunto estátratando e o objetivo a que ele pretendechegar.

FENÔMENO DE TRANSPORTE“Quando criança, eu ouvia falar sobre otransporte espírita, isto é, o médium ianuma viagem astral para algum lugar,desmaterializava um objeto e trazia-opara a sessão, onde o objetivo eravisto, apalpado por todos os presentes.Minutos depois, o presidente da mesadizia: “agora , leve-o de volta”. Omédium entrava em transe e o objetivodesaparecia da mesa. Gostaria de ouviralgum comentário sobre o transporte. A sua descrição faz lembrar as sessõesespíritas de efeitos físicos, muito comunsaté cerca de 50 anos atrás, quando aspessoas estavam mais preocupadas como fenômeno mediúnico do que com adoutrina espírita. De fato, haviafenômenos surpreendentes e médiunsque se prestavam a esse tipo de trabalho.Havia, na verdade, vários tipos defenômenos e um deles era o de“transporte de objetos”, a que você serefere, objetos que eram trazidos para assessões e outros que apareciam edesapareciam aos olhos atônitos dospresentes. Esse tipo de fenômeno,conhecido como “transporte”, foi alvo demuitos estudos por parte depesquisadores - dezenas deles - que sededicaram à fenomenologia mediúnica. Oprimeiro desses pesquisadores foi opróprio Kardec. É claro que, quase todoseles, eram estrangeiros - ingleses,franceses, italianos, alemães. Houve um

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 17 (Black plate)

JUVENTUDE

18

caso muito interessante, que você vaiencontrar no livro “PROVAS CIENTÍFICASDA SOBREVIVÊNCIA” ( EDICEL), deautoria do físico Frederich Zöllner, em queo cientista estudou detalhadamente amediunidade do americano Henry Slade.Zöllner e sua equipe se detiveram emacompanhar, passo a passo, como sedavam esses fenômenos em que osobjetos eram transportados de um lugarpara outros - às vezes, na mesma sala; deoutras, entre lugares distantes - e queatravessavam obstáculos materiais, comoparedes e recipientes fechados. Outroestudioso notável foi Ernesto Bozzanoque, aliás, tem um livro intitulado“FENÔMENOS DE TRANSPORTE”, quetrata do assunto. Zöllner e Bozzano,embora estudando o mesmo tipo defenômeno, deram explicações diferentessobre os mecanismos naturais quecercam esses fatos. O físico alemãolevantou a Teoria da Quarta Dimensão,afirmando que o fenômeno só poderia serexplicado se concebermos que, além doespaço tridimensional que vivemos, deveexistir um outro espaço, o tetradimensional,onde os Espíritos vivem e atuam. Nestecaso, o objeto seria transportado atravésdesse espaço. O italiano Bozzano,poroutro lado, afirma que nesse fenômeno detransporte o que ocorre é adesmaterialização e rematerialização doobjeto dentro de nossa dimensão. Na suaobra, intitulada “PSI QUÂNTICO”,publicada em 1986, o pesquisadorbrasileiro, Hernani Guimarães Andrade,considera que as hipóteses de Zöllner eBozzano se completam, porque existemcasos que podem ser explicados por umae casos que podem ser explicados poroutra. De qualquer forma, ainda estamoslonge de descobrir com precisão osmecanismos que presidem essesfenômenos, uma vez que se trata de fatosque nos escapam à percepção comum.Eles podem ser constatados - como o

foram em centenas de casos observados -mas o que verificamos são seus efeitos enão suas causas. Estão, evidentemente,relacionados com a mediunidade, umavez que eles só ocorrem com a presençade médiuns especiais. Sua pergunta éoportuna. No entanto, temos que convirque o movimento espírita, hoje,principalmente no Brasil, está mais voltadoaos aspectos filosóficos e morais dadoutrina. Kardec previu isso, na conclusãode O LIVRO DOS ESPÍRITOS, dizendoque o período da curiosidade ou dafenomenologia passaria e que, no futuro,viria o período da religiosidade ou damoralidade, ou seja, a aplicação moral dosensinamentos espíritas na vida daspessoas. Não há dúvida de que aqueleperíodo de intensa preocupação com osfatos mediúnicos teve um papelimportantíssimo no desenvolvimento dadoutrina, mas a própria Espiritualidadeverificou que ele teve pouca influência namoralização das pessoas. A contribuiçãode Espíritos, como Emmanuel e AndréLuiz principalmente, através do médiumChico Xavier, fez com que o Espiritismohoje se concentrasse mais no seu aspectofilosófico e moral. O fato de as pessoasserem atraídas pelos fenômenos, por sisó, não as ajuda na sua transformaçãomoral e na solução dos problemashumanos, que é, sem dúvida, o objetivomaior da doutrina. Por isso, os médiuns deefeitos físicos se escassearam, e hoje sãoraros. Atualmente, em algum círculo muitorestrito, cuida-se desses fenômenos -assim mesmo, para fins de pesquisa. Nagrande maioria dos grupos espíritas, apreocupação maior é com o estudo daDoutrina Espírita e sua contribuição natransformação moral dos indivíduos e dasociedade. No entanto, a perguntalevantada pelo leitor é muito oportuna,dando-nos a oportunidade de tratar desseimportante campo de investigação espírita.

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 18 (Black plate)

EDUCAÇÃO

19

Às vezes me preocupava o mecanismodas leis cármicas. Pensava eu que asérie de ações e reações se estendesseem espirais infinitas pelo tempo a fora. Eisso me parecia contrário à idéia quesempre formulei da justiça divina.Se ontem,num momento infeliz dedesvario, estrangulei um irmão, alguémteria que me estrangular no futuro, paraque se cumprisse a lei. Mas, o novocrime haveria de gerar, fatalmente, umanova reação, abrindo ciclo e assim pordiante, “ad infinitum”. De mais a mais,não havia, também, a dureza do “olhopor olho, dente por dente”?Acontece, porém, que as leis divinas sãomuito mais sábias e perfeitas do quesonhamos. Ao descer até nós, vindo dasmais elevadas esferas espirituais, oDivino Mestre nos trouxe a mensagemda verdade suprema da vida - o amor ecomo ele próprio dizia, não vinha destruira lei, mas fazê-la cumprir. Não se alteravaa substância dos postulados cármicos;ficavam eles, porém, esvaziados do seuconteúdo de inexorabilidade, paraadquirirem o suave colorido da reparação.Ensinava o Amigo Sublime que só umaatitude poderia quebrar o círculo vicioso:o amor. Na verdade, colocou tão alto oconceito e a prática do amor entre ascriaturas, que fez disso a notadominante, o tema, o “leit motiv” de todaa sua insuperável pregação. A certaaltura da vida, com o poder de síntese ede acuidade de que era dotado, no maisalto grau, como se quisesse deixar,numa só idéia, toda a sabedoria da vida- disse simplesmente: “Amai-vos unsaos outros, como eu vos amei.” Jámeditou o amigo leitor, com seriedade,na beleza e na profundidade daquelasimples frase? Ela ontém, não somenteo mandamento supremo da lei - queséculos antes havia sido transmitido a

Moisés -, como, também, a afirmação deque ele, o Cristo, viera demonstrar epraticar a verdade do amor e nãosomente pregá-la. Aqueles que vivessemtal filosofia da vida estariam cumprindo alei e seguindo os ensinos reveladospelos profetas através das idades.Estava o Mestre oferecendo, a cada umde nós, os recursos necessários paraque nós mesmos nos libertássemos dasimposições do “olho por olho”.Bastava amar. Quando nos pedissempara caminhar mil passos, caminhássemosmais dois mil por nossa conta. Se nosbatessem em uma face, oferecêssemosa outra. Era lícito perdoar sete vezes?perguntaram-lhe. Não sete, mas setentavezes sete, foi a resposta.Aí está o ponto onde se quebra acorrente cármica, se o desejamos: naprática do amor e do perdão. Bemsabemos que é mais fácil falar quepraticar, enquanto estivermos contidospela nossa imperfeição, mas perdoarmosàqueles que em nós feriu a lei e oajudamos a recupear-se, estaremos, pornossas próprias mãos, partindo o círculode ferro. Se ainda não atingimos aperfeição moral de oferecer a outra face,caminharemos pelo menos a outramilha, os outros dois mil passos, paraoferecer a nossa prece em favordaqueles que nos ofendeu. Esse gestotalvez represente, nas telas infinitas dotempo, o progresso e a libertação deirmãos aos quais provavelmentedevamos tantas outras reparações.Graças a Deus, a despeito dosdesacertos da época em que vivemos,há bastante beleza moral neste mundo.Muitos espíritos se deixaram impregnarde tal forma por esse perfume de amor eperdão, que imprimiram a marca de suapassagem na História.Francisco de Assis, num transbordamento

LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 19 (Black plate)

EDUCAÇÃO

20

de amor incontido, pregava tanto aoshomems como aos humildes seres dacriação, procurando atrair todos para aluz. Tereza d’Ávila, em transportes deamor sublimado pelo Mestre vivia estemundo e o outro. Joana d’Arc, sob apressão desencandeada do poder terreno,não cessou de amar e perdoar. Ghandi,na fragilidade física, era um gigante deforça espiritual e moral no seu amorpacifista pelos irmãos deserdados. AlbertSchweitzer, mergulhado no coração daselva africana, cura, ensina, educa, ampara,sem outra paga que a satisfação deexercer o amor pelo Ser humano.Conhecemos, pois, o caminho darecuperação, aquele que leva para oAlto. É preciso rogar forças para quesaibamos segui-lo; pedir a Jesus quenos amplie a capacidade de amar ecompreender. Não que essa atitude sejade passividade inútil. Não. Amar, no maispuro sentido, é um programa de ação, éum roteiro de lutas, porque implica, emprimeiro lugar, o combate ao nossocomodismo e às tendências egoísticas,incrustadas em nosso espírito atravésdos milênios. Esse egoísmo cego talvezfosse necessário quando, na meia luz da

consciência que despontava em nossoSer, nos distantes períodos encarnatórios,ainda não sabíamos que a vida continuadepois da morte. Vivíamos, então,agarrados ferozmente ao corpo físico eàs coisas da matéria, e por elalutávamos, matávamos e roubávamos.Hoje não. Iluminados pela verdadesuperior, sabemos que o corpo é meroinstrumento - e dos mais nobres - detrabalho e de evolução e, por estranhoque pareça, quanto mais trabalhamospara os outros, mais realizamos paranós mesmos. Vemos, assim, que oegoísmo se sublimou numa formasuperior de sentimento, pois que poramor a nós mesmos e ao nossoprogresso espiritual, somos levados aamar os outros. Então, isto tudo não ébelo e maravilhosamante perfeito?E quando dizemos que o amor é umprograma de trabalho e de luta é porquetemos que exercê-lo ativamente,esclarecendo, pelejando contra o erro,ajudando aos que precisam de ajuda,tolerando, enfim, porque essa é a lei quenos oferece a chave da libertação.

FONTE: Miranda, Hermínio C.; “CANDEIAS NA NOITEESCURA”, FEB

miolo_novembro_2.qxd 24/1/2005 11:28 Page 20 (Black plate)

“Certa vez, visitando o cemitério deUberaba, notei a presença de umespírito que, rente ao seu própriotúmulo, chorava, arrependido. Foraum rico comerciante na cidade ecometera suícidio. Eu o conhecerade nome. Percebendo que podiaconversar comigo, após lamentar ogesto infeliz, que praticara porcausa dos negócios que não iambem, ele me disse: - Chico, vocês,os espíritas, são os verdadeirosmilionários da Terra!...” Fiquei commuita pena dele, porque, de fato, odinheiro, para quem apenasapreendeu a valorizá-lo, é umtranstorno muito grande.Fazia muito tempo que ele estavaali, preso aos despojos, selamentando... Conversamos poralguns minutos, e apesar daconsciência que revelara de suasituação, ele não se mostrava coma menor disposição íntima de

abandonar o local; aquilo era umaautopunição...”

***“ À medida que os BenfeitoresEspirituais nos transmitem liçõesde esperança e de aperfeiçoamento,assinalo a distância em que meencontro do médium evangelizadoque eu deveria ser. A luta seestabelece em minha vida interior,qual se eu me pusesse a rixarcomigo mesmo. Nessa lutaprossigo, sob a paciência e acompaixão dos Benfeitores da VidaMaior que nos orientamcaridosamente, mas, embora nãosendo o Chico Xavier que precisoser, continuo a trabalhar com fé emDeus, reconhecendo as minhasimperfeições e esperando o dia emque serei o Chico Xavier que possacorresponder à confiança dosnossos Amigos da Espiritualidadee de nossos companheiros da Terra.”

Aprendendo com Chico Xavier

(Extraído de “O EVANGELHO DE CHICO XAVIER” e de “CHICO E EMMANUEL” de Carlos A. Saccelli, ed. DIDIER)

capa_novembro.qxd 15/12/2004 08:16 Page 4