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  • Verso Revisada e AtualizadaTerceira Impresso

    2008

    FAZENDALEGAL

    Fundirio

  • IDEALIZAO e COORDENAOFederao da Agricultura, Pecuria e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj)

    ELABORAOOscar Hugo Navia Alvarez - Engenheiro Agrnomo

    ATUALIZAOLeopoldo Eugnio Erthal

    DIAGRAMAO E PROGRAMAO VISUALRaquel Sacramento

    IMPRESSOGrfica RIOFLORENSE

    Federao da Agricultura, Pecuria e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj)Av. Rio Branco 135 grupo 910 20040-006 Centro Rio de Janeiro RJTel. (21) 3380-9500www.faerj.com.br

    Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ)Rua Santa Luzia 685 / 6, 7 e 9 andares 20030-040 Centro Rio de Janeiro RJTel. (21) 2215-9200www.sebraerj.com.br

    Servio Nacional de Aprendizagem Rural do Rio de Janeiro (Senar-Rio)Av. Rio Branco 135 grupos 901 a 90720040-006 Centro Rio de Janeiro RJTel. (21) 3380-9500www.senar-rio.com.br

  • APRESENTAO 5

    1 QUESTES AGRRIAS 7

    2 FUNO SOCIAL DA PROPRIEDADE 9

    3 DESAPROPRIAO PARA FINS DE REFORMA AGRRIA 19

    4 COMO EVITAR A DESAPROPRIAO 21

    5 CERTIFICADO DE CADASTRO DE IMVEL RURAL (CCIR) 27

    6 ANExO I - INSTRUO NORMATIVA 11 31

    7 ANExO II - TABELAS DE NDICE DE RENDIMENTO 37

    8 ANExO III - SISTEMA NACIONAL DE CADASTRO RURAL 43

    9 ANExO IV - LEI 8.629 47

    SUMRIO

  • APRESENTAO

    Esta a verso atualizada do conjunto de cartilhas do Programa Fazenda Legal, para o ano-safra 2008/2009.

    Os temas abordados foram escolhidos para facilitar o entendimento e convencimento do produtor rural, quanto a dois importantes objetivos do agrongocio:

    - Cumprimento da Funo Social: trabalhista, previdencirio, ambiental e fundirio- Produtividade: defesa agropecuria, crdito rural e tributrio

    O conhecimento destes temas a base para a mais nobre misso do homem: produzir alimentos e matrias-primas que permitem a vida na terra.

    Nossa responsabilidade no se resume mais ao conceito de segurana alimentar. Temos que nos preparar e organizar, para garantir aos novos 20 milhes de brasileiros, que nascero nos prximos 10 anos, o alimento e as riquezas que permitiro a continuidade da construo de um Brasil justo e fraterno para seus filhos.

    Aos nossos parceiros, e especialmente ao Sebrae-RJ, agradecemos a realizao do Programa Fazenda Legal.

    Rodolfo Tavares Presidente da Faerj

  • 6

  • 7FAZENDA LEGAL | Fundirio

    QUESTES AGRRIAS1

    A legislao brasileira tem sofrido alteraes importantes nos ltimos anos, que relativizam e condicionam o direito de propriedade ao cumprimento da funo social, tanto nas reas urbanas quanto, especialmente, nas reas rurais.

    O produtor rural precisa estar prevenido e se antecipar s aes fiscalizatrias do poder pblico.

    As grandes propriedades, acima de 15 mdulos fiscais, classificadas como no produtivas, so passveis de desapropriao para fins de reforma agrria.

    Todo produtor rural, que tem mais do que esta rea, precisa estar atento

    Embora as pequenas e mdias propriedades estejam protegidas pela Constituio, se o proprietrio tiver mais de um imvel com estas dimenses tambm estar sujeito vistoria do Incra.

    Nosso objetivo alertar para prevenir problemas que possam ameaar sua atividade e seu

    patrimnio.

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  • 9FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Muito antes da promulgao da Constituio de 1988, a funo social da propriedade estava claramente definida na Lei Agrria de 1963.

    Para entender o significado da funo social da propriedade, necessrio conhecer as causas que a fundamentaram.

    A estrutura fundiria permitia a existncia de imveis rurais com dimenses excessivamente grandes, que impossibilitavam sua administrao, conseqentemente, sua produo econmica, fato que facultava ao seu proprietrio a prtica do absentesmo, sistema de explorao agropecuria, no qual um intermedirio (administrador, gerente, capataz) se interpunha entre o proprietrio ausente e os que cultivavam ou exploravam a terra.

    A explorao desses imensos latifndios era extremamente precria, a produo no correspondia ao tamanho das propriedades e muito menos potencialidade dos seus solos.

    A populao crescia vertiginosamente, os ndices eram desproporcionais aos da produo de alimentos. Diante dessa situao, o poder pblico formula o seguinte aforisma: ningum pode conservar um imvel improdutivo ou escassamente produtivo, quando a produtividade constitui uma exigncia indeclinvel do bem comum.

    DEFINIO DE FUNO SOCIAL

    Diz o art. 184 da Constituio Federal de 1988: Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de Reforma Agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social...

    O art. 186 define:

    a funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

    2 FUNO SOCIAL DA PROPRIEDADE

  • 10

    I. Aproveitamento racional e adequado;

    II. A utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;

    III. A observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;

    IV. A explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios.

    INTERPRETAO

    A Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, que dispe sobre a regulamentao dos dispositivos constitucionais relativos Reforma Agrria previstos no Captulo III, Ttulo VII da Constituio Federal, proporciona os subsdios e conceitos necessrios cabal compreenso da funo social, prevista, tambm, no art. 9 desta lei, da qual extramos os art.s pertinentes:

    Oart.4,incisoI,conceituaimvelruralo prdio rstico de rea contnua, qualquer que seja sua localizao, que se destine ou possa se destinar explorao agrcola, pecuria, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial;

    Oart.6considerapropriedadeprodutiva,aquelaque,exploradaeconmicaeracionalmente, atinge, simultaneamente, Grau de Utilizao da Terra e de Eficincia na Explorao, segundo ndices fixados pelo rgo federal competente.

    GRAU DE UTILIZAO DA TERRA (GUT)

    O Grau de Utilizao da Terra (GUT), dever ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relao percentual entre a rea efetivamente utilizada e a rea aproveitvel total do imvel.

    CALCULANDO O GUT

    GUT = rea utilizada x 100 80% rea aproveitvel

  • 11FAZENDA LEGAL | Fundirio

    GEE GRAU DE EFICINCIA NA EXPLORAO

    O Grau de Eficincia na Explorao da Terra (GEE), dever ser igual ou superior a 100% (cem por cento), e ser obtido com a seguinte sistemtica:

    I. Para produtos vegetais:

    * rea equivalente (Produto vegetal) = Quantidade colhida ndice de rendimento

    II. Para a explorao pecuria:

    * rea equivalente (Pecuria) = n Total de unidades animais ndice de lotao

    III. A Soma dos Resultados Obtidos na forma dos incisos I e II deste art., dividida pela rea efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), determina o Grau de Eficincia na Explorao:

    * GEE = Soma das reas equivalentes x 100 100% rea utilizada

    GGE = rea equivalente x 100 rea utilizada

    400,0 Pastagem

    100,0 Produtos vegetais Aproveitvel

    100,0 Aproveitvel no utilizada

    200,0 Reserva Legal

    200,0 PP Inaproveitvel

    1.000,0

    } }

  • 12

    UTILIZADO = 500ha

    Produto Quantidade colhida ou UA

    Ind./ha rea equivalente

    rea utilizada

    Milho 1.300 1,3 1.000 ha 500 ha

    Soja 1.200 1,2 1.000 ha 2.000 ha

    UA 230 0,23 1.000 ha 500 ha

    Total 3.000 ha 3.000 ha

    APROVEITVEL = 600ha

  • 13FAZENDA LEGAL | Fundirio

    CUMPRIMENTO DA FUNO SOCIAL

    *Art. 9 A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critrios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos:

    I. Aproveitamento racional e adequado:

    1 Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os Graus de Utilizao da Terra (GUT 80%) e de Eficincia na Explorao (GEE 100%) especificados nos 1 a 7 do art. 6 desta lei.

    II. Utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;

    2 Considera-se adequada a Utilizao dos Recursos Naturais Disponveis quando a explorao se faz respeitando a vocao natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.

    3 Considera-se preservao do meio ambiente a manuteno das caractersticas prprias do meio natural e da qualidade dos Recursos Ambientais, na medida adequada manuteno do equilbrio ecolgico da propriedade e da sade e qualidade de vida das comunidades vizinhas.

    GUT = 500 x 100 600

    GUT = 83,33%

    APROVEITVEL NO UTILIZADO = 100ha

  • 14

    III. Explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores;

    4 A observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho, implica tanto no respeito s leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, quanto s disposies que disciplinam os contratos de arrendamento e parcerias rurais.

    IV. Explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores;

    5 A explorao que favorece o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores rurais a que objetiva o atendimento das necessidades bsicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurana do trabalho e no provoca conflitos e tenses sociais no imvel.

    INTERPRETAO DOS 1, 2 e 3

    O imvel rural deve ser explorado de modo a extrair dele a produo mnima estabelecida pela lei. Esse requisito confere propriedade o status de bem produtivo, til comunidade a que pertence, que se beneficia com os alimentos e os bens econmicos nela produzidos.

    Os processos produtivos, e as prticas agrcolas neles utilizadas, devero estar em consonncia com as caractersticas e vocao dos solos, de forma a evitar, a qualquer custo, sua deteriorao. O solo patrimnio das geraes futuras.

    SO PRTICAS INADEQUADAS, IRRACIONAIS, CONDENVEIS E PROIBIDAS

    Orientar o preparo do solo, plantio, tratos culturais, no sentido do declive das terras, e quaisquer operaes que ocasionem eroso;

    Produzir intensivamente, de forma predatria, sem respeitar as limitaes dosolo, abusando de sua fertilidade, provocando desequilbrio fsico-qumico e esgotamento da terra;

    Destruio contnuadamatria orgnicadas camadas superiores pela queimasistemtica de palhadas, pastos, e culturas como a cana-de-acar;

    Pastoreioexcessivoemfunodoesgotamentodacapacidadedaspastagensoupela falta de diviso destas;

    Plantiodeculturasquenooferecemcoberturaorgnicaaosoloemterrenosdegrande declive (mais de 20%);

  • 15FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Praticarirrigaosemaadequadatecnologiaeorientaotcnicaque,fatalmente,redundar na salinizao do solo, quando este no tiver aptido;

    Promover a drenagem das terras agrcolas sem os estudos necessrios detopografia, condutividade hidrulica, altura e qualidade do lenol fretico, salinidade da camada superficial, camadas barreiras, textura e estrutura dos solos, que propiciaro a drenagem racional das terras;

    Privar o solo da rotao de cultura, do necessrio descanso, da reposio dosnutrientes e da matria orgnica consumidos na formao de super-safras;

    Aquisioeusodeagrotxicossemadevidareceitaagronmica.Transporte,armazenamento e aplicao sem observar as medidas de segurana e proteo obrigatrias, a destinao das embalagens contaminadas sem o devido preparo;

    Desmatamentodaflorestaconsiderada ReservaLegalparaexpansodareaprodutiva;

    Nomanternapropriedade,reservaflorestalequivalentea20%dareatotaldoimvel, segundo parmetros fixados pela legislao em vigor;

    Intervenonasreasdepreservaopermanente,definidasnoCdigoFlorestalBrasileiro em razo de sua natureza e as declaradas pelo poder pblico.

    REAS DE PRESERVAO PERMANENTE (APP)

    As principais APP, cobertas ou no por vegetao nativa encontram-se localizadas:

    ao longo dos rios ou de qualquer curso de gua;

    aoredordaslagoasoureservatriosdeguanaturaisouartificiais;

    nasnascentes,aindaqueintermitentesenosolhosdgua;

    notopodosmorros,montesoumontanhas;

    nasencostasoupartedestas;

    nasveredas.

    As APP declaradas pelo poder pblico, so as florestas e demais formas de vegetaodestinadas a:

    atenuaraerosoefixardunas;

    formarfaixasdeproteoaolongodasrodoviaseferrovias;

    protegerstiodeexcepcionalbeleza,devalorcientficoouhistrico;

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    asilarexemplaresoupopulaesdefaunaeflora,ameaadosdeextino;

    manteroambientenecessriovidadaspopulaesindgenas;

    assegurarcondiesdebem-estarpblico.

    Asupressoparcialoutotaldeflorestasdepreservaopermanentesseradmitidacomprvia autorizao do Poder Executivo Federal. Sua explorao constitui crime ambiental. Aquele que o praticar estar sujeito punio civil, administrativa e criminal. tambm considerado crime ambiental, causar qualquer dano direto ou indireto em unidades de conservao, ou mesmo em seu entorno, num raio de 10km.

    OBSERVAO: Fundamental a manuteno dos trabalhadores assalariados com a carteira de trabalho assinada, para comprovar o vnculo empregatcio destes, perante o Ministrio do Trabalho e o pagamento das contribuies devidas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS).

    O proprietrio deve repelir o trabalho infantil, o trabalho degradante e escravo. A explorao do homem deve ser banida e extirpada do meio rural.

    Deve-se promover a estabilidade do trabalhador, dando-lhe um tratamento fundamentado nos postulados dos direitos humanos. Garantir educao, moradia digna, condies de manuteno de sade, dele e de sua famlia, requisitos mnimos para a elevao social, tcnica, econmica e, essencialmente, humana, do homem do campo.

    PENALIDADES DO NO CUMPRIMENTO DA FUNO SOCIAL

    O no cumprimento da funo social torna a propriedade passvel das penalidades estabelecidas na legislao e em ltima instncia, desapropriao por interesse social, para fins de Reforma Agrria.

    LEGISLAO

    ConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilde1988arts.184e186;

    Lei Federal n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 regulamenta a ReformaAgrria;

  • 17FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Lei Federal n 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Cdigo Florestal);

    MedidaProvisrian216667de24deagostode2001quealteraosarts.1,4,14, 16 e 44 e acresce dispositivos Lei n 4771/65, bem como altera o art. 10 da Lei n9.393,de19dedezembrode1996dispesobreimpostosobreapropriedadeterritorial rural;

    Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, que regulamenta o art. 225, 1, incisos I, II, III e VII da Constituio Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da natureza e d outras providncias;

    LeiFederaln9.605/98eDecretoFederaln3.179/99crimesambientais;

    LeiFederaln7.802/89LeiFederaln9.974/00eLeiFederaln4.074/02dispeme regulamentam sobre agrotxicos;

    LeiFederaln9.433/97LeiNacionaldeRecursosHdricos;

    Instruo Normativa n 11, de 4 de abril de 2003 Incra estabelece diretrizespara fixao do Mdulo Fiscal de cada municpio de que trata o Decreto n 84.685/80, bem como os procedimentos para clculo de GUT e GEE, observadas as disposies da Lei n 8.629/93.

  • 18

  • 19FAZENDA LEGAL | Fundirio

    3 DESAPROPRIAO PARA FINS DE REFORMA AGRRIA

    ConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilCaptuloIIIDaPolticaAgrcolaeFundiriaedaReformaAgrriaart.184:

    Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de Reforma Agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social, mediante prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de preservao do valor real, resgatveis no prazo de at vinte anos, a partir do segundo ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida em lei.

    Os imveis passveis de desapropriao so aqueles que se classificarem como grande propriedade improdutiva.

    A lei estabelece como grande propriedade aquela que tenha mais de 15 mdulos fiscais. Em tabela do Incra se encontra o mdulo fiscal de todo municpio brasileiro, constante tambm do CCIR de toda propriedade.

    Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993Dispesobrearegulamentaodosdispositivosconstitucionais relativos Reforma Agrria, previstos no Captulo III, Ttulo VII, da Constituio Federal.

    Art. 6 Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econmica e racionalmente, atinge, simultaneamente, Graus de Utilizao da Terra e de Eficincia na Explorao, segundo ndices fixados pelo rgo Federal competente.

    A legislao que sustenta a desapropriao para fins de Reforma Agrria bastante clara:

    Apropriedadedevecumprirafunosocialeserprodutiva.

  • 20

    O Captulo Funo social analisa as causas que inspiraram o teor da lei, interpreta a lei em si, traduz o significado da relao intrnseca do produtor rural com a propriedade e aconselha a evitar procedimentos que predispem o imvel rural desapropriao.

    Da compreenso do seu contedo, formar-se- a convico de que necessrio rduo e contnuo trabalho na tentativa de satisfazer os ditames da lei, e que necessria a mudana de atitude e a adoo de procedimentos inovadores, abandonando prticas inadequadas e errneas cristalizadas no decorrer dos anos.

    Consideramos que o momento adequado para implementar as mudanas necessrias e reverter o quadro de incertezas seja agora.

  • 21FAZENDA LEGAL | Fundirio

    DE ACORDO COM A LEI N 8.629/93

    Art. 6 7 No perder a qualificao de propriedade produtiva o imvel, que por razes de fora maior, caso fortuito ou de renovao de pastagens tecnicamente conduzida, devidamente comprovados pelo rgo competente, deixar de apresentar, no ano respectivo, os Graus de Eficincia na Explorao exigidos para a espcie.

    necessrio documentar com Laudo Tcnico, fotografias, declaraes de rgos oficiais, decretos municipais, das razes de fora maior, relativas ao perodo de anlise a ser feita pelo Incra.

    A renovao de pastagens ser fundamentada em Projeto Tcnico, anotado no CREA por profissional habilitado 6 (seis) meses antes da vistoria.

    Art. 7 No ser passvel de desapropriao, para fins de Reforma Agrria, o imvel que comprove estar sendo objeto de implantao de Projeto Tcnico que atenda aos seguintes requisitos:

    I. Seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;

    II. Esteja cumprindo o cronograma fsico-financeiro originalmente previsto, no admitidas prorrogaes dos prazos;

    III. Preveja que no mnimo, 80% (oitenta por cento) da rea total aproveitvel do imvel seja efetivamente utilizada em, no mximo, 3 (trs) anos para as culturas anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;

    IV. Haja registrado no rgo competente no mnimo 6 (seis) meses antes do decreto de interesse social.

    4 COMO EVITAR A DESAPROPRIAO

  • 22

    Art. 8 Ter-se- como racional e adequado o aproveitamento do imvel rural, quando esteja oficialmente destinado execuo de atividades de pesquisa e experimentao que objetivem o avano tecnolgico da agricultura.

    OUTROS RECURSOS LEGAIS

    Dividir o imvel em reas menores que 15 mdulos fiscais, transferindo-as para quem no possua outra propriedade rural;

    O proprietrio deve providenciar levantamento topogrfico Plani-altimtrico detalhado com o respectivo memorial descritivo. Para propriedades com rea superior a 500,0 hectares o levantamento deve ser georreferenciado ao Sistema Geodsico Brasileiro, com preciso posicional estabelecida em Manual Tcnico, expedido pelo Incra;

    A equipe que far o levantamento, dever ser orientada por engenheiro agrnomo (conhecedor dos procedimentos do Incra) para gerar uma planta do imvel, completa, inclusive com as reas de domnio e posse.

    O levantamento dever, obrigatoriamente, fornecer e delimitar, no mapeamento as seguintes informaes:

    rea Total do Imvel:

    reas utilizadas com culturas temporrias e permanentes;

    reasreflorestadascomespciesnativaseexticas;

    reas utilizadas com extrao vegetal;

    reasutilizadascompastagens:plantadasenativasdemarcaodascercasnosistema voisinououtros;

    reas utilizadas com explorao granjeira e aqcola;

    reas inundveis.

    reas com outros usos:

    reasocupadascombenfeitoriasconstrues,instalaes,valasecanais,obrasde arte, audes, barragens, estradas, diques;

    reas ocupadas com minerao.

  • 23FAZENDA LEGAL | Fundirio

    reas com uso restrito:

    Diz respeito ao uso de reas proibidas por lei como: reas de preservao permanente, reas dereservalegalLein4.771/65ealteraesposterioresdevemserdiscriminadasnocasode estarem sendo usadas.

    reas inaproveitveis:

    O art. 10 da Lei n 8.629/93, incisos I, II, III e IV, as discrimina da seguinte maneira:

    I. reas ocupadas com construes e instalaes que no sejam destinadas a fins produtivos. (As reas com construes e instalaes destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiras, tanques de reproduo e criao de peixes e outros semelhantes, devem ser quantificadas com suas reas respectivas e qualificadas como reas aproveitveis.);

    II. reas comprovadamente imprestveis para qualquer tipo de explorao agrcola, pecuria, florestal ou extrativa vegetal devem ser mapeadas: afloramentos rochosos, reas subcncavas permanentemente inundadas, reas extremamente pedregosas e outras;

    III. reas sob efetiva explorao mineral (devem ser mapeadas);

    IV. As reas de efetiva preservao permanente e demais reas protegidas por legislao relativa conservao dos Recursos Naturais e preservao do meio ambiente, relacionadas abaixo:

    rea de Reserva Legal: Quando averbada e comprovada por certido imobiliria. Caso contrrio deve ser denominada Reserva Florestal e servir como comprovao no ato da averbao em cartrio;

    reas de Preservao Permanente (APP): As j relacionadas no Captulo Funo Social, definidas nos arts. 2 e 3 da Lei n 4.771/65 Cdigo Florestal Brasileiro e alteraes;

    reas com Mata Atlntica: reas componentes do Sistema Nacional de Conservao da Natureza (SNUC) Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000;

    rea de Proteo Ambiental APA;

    rea de relevante interesse ecolgico;

    Outras unidades de conservao de uso sustentvel (Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de

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    Desenvolvimento Sustentvel, Reserva Particular do Patrimnio Natural RPPN);

    Unidade de Conservao de Proteo Integral (Estao Ecolgica, Reserva Biolgica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refgio da Vida Silvestre).

    Se o imvel estiver parcial ou totalmente inserido em alguma das reas mencionadas, necessrio que conste a rea na planta do imvel.

    A soma de todas as reas deve ser igual rea total do imvel.

    OBSERVAO: Os quatro incisos transcritos que dizem respeito s reas inaproveitveis devem ser quantificadas e demarcadas na planta.

    MAPA DO SOLO

    O levantamento sugerido constitui o Mapa de Uso do Solo e tem as seguintes utilidades:

    Serve como documento comprobatrio da real utilizao da terra;

    Serve como elemento fundamental para o planejamento agrcola;

    Serve para detectar os elementos que o tornam passvel de desapropriao;

    Serve para clculo do GUT e do GEE;

    Serve como ferramenta para melhorar os ndices de produtividade;

    Serve para definir o valor real da propriedade;

    Serve como guia e referncia para o proprietrio, administrador, gerente e mesmo para o trabalhador rural;

    Serve como pea fundamental para transaes comerciais, bancrias etc.;

    Serve como base para elaborao de Projetos de Recuperao de Pastagens, Renovao de reas pouco produtivas, de irrigao e drenagem, de recuperao desolosdegradados,dereflorestamento,deRecuperaodereasdePreservaoPermanente, de aproveitamento dos Recursos Hdricos;

    Serve como fonte de informaes para preenchimento de formulrios de cadastro junto ao Incra DP e Receita Federal ITR;

  • 25FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Serve para averbao da Reserva Legal, junto ao cartrio do municpio, em que estiver localizado e registrado o imvel;

    Serve para efetuar o Ato Declaratrio Ambiental junto ao Instituto Brasileiro do MeioAmbienteIbama;

    Serve para requerimento de outorga do uso da gua quando h exigncia de estudo de Impacto Ambiental por parte da Serla;

    Serve para efeitos de partilha e transmisso de titularidade;

    Finalmente, serve como elemento fundamental e imprescindvel ao engenheiro agrnomo, na elaborao do Laudo Tcnico, essencialmente, do imvel sujeito vistoria pelo Incra.

    De posse dos elementos que formam a convico acerca da potencialidade produtiva do imvel, e dos dados de uso da terra, poder ser formulada uma estratgia tcnica e jurdica como medida preventiva, face ameaa de uma eventual desapropriao.

    preciso diagnosticar a propriedade do ponto de vista agronmico e ambiental com muita antecedncia, para poder implementar os projetos acima listados, que a lei faculta.

    Os levantamentos, coleta de dados e elaborao de laudos, devem ser realizados por profissionais idneos, experientes e qualificados, com registro no respectivo conselho profissional, onde sero feitas as anotaes de responsabilidade tcnica dos trabalhos por eles assinados. Esses trabalhos devero obedecer s normas brasileiras ou aos procedimentos e instrues oficiais aprovadas mediante portarias, publicadas no Dirio Oficial da Unio.

    Na concepo tcnica, a forma de prevenir a desapropriao o cumprimento da lei e o uso de todos os recursos tcnicos para tornar o imvel produtivo dentro dos parmetros fixados pela legislao.

    Medidas legais, como recuperao de reas de Preservao Permanente nas margens dos rios, nos topos de montanhas e morros declivosos, podem ser implementadas atravs de projetos especficos, que conferiro uma certa imunidade ao imvel rural.

    Finalmente, alm da assessoria tcnica, mister o suporte jurdico especializado. No basta tero profissionaldeconfiana. necessrioqueosprofissionaisenvolvidosnoprocessoconheam obteno de terras, os instrumentos e os mtodos usados nos procedimentos administrativos na obteno de terras para Reforma Agrria, e detenham tambm, em equilbrio de foras, todo o arsenal de conhecimento e experincia profissional, para estabelecer um equilbrio de foras e deslocar a luta para o campo das idias, da unio e da civilidade.

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    LEGISLAO

    ConstituioFederalCap.IIIDaPolticaAgrcolaeFundiria;

    LeiFederaln8.629/93regulamentaosdispositivosdaReformaAgrria;

    LeiFederaln4.771/65eAlteraesposterioresCdigoFlorestalBrasileiro;

    Lei n 9.985/2000 reas de Proteo Ambiental APA e outras unidades deconservao;

    MedidaProvisrian2.166-6724deagostode2001quealteraosarts.1,4,14, 16, 44 e acresce dispositivos Lei n 4.771/65;

    Portaria/Incra/SDn09,10/12/2002queinstruielaboraodeLaudoTcnicoeComprovao de Dados;

    Leisn6.496/77queinstituiaAnotaodeResponsabilidadeTcnica(ART);

    Resoluon205/71ConfeaAdotaCdigodeticaProfissionalLeiFederaln4.504/64EstatutodaTerra;

    Percia Agronmica Elementos Bsicos Eliezer Furtado de Carvalho 2001GEV.

  • 27FAZENDA LEGAL | Fundirio

    5 CERTIFICADO DE CADASTRO DE IMVEL RURAL - CCIR

    O seu Sindicato Rural pode ajud-lo na regularizao do CCIR do seu imvel

    O QUE ?

    O Certificado de Cadastro de Imvel Rural (CCIR) um documento emitido aps o cadastramento do imvel rural no Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (INCRA).

    PARA QUE SERVE?

    O CCIR exigido pelo Cartrio de Registro de Imvel, por ocasio de qualquer alterao ou regularizao no registro do imvel, tais como:

    Registro de Escritura Pblica de Compra e Venda;

    Desmembramento (Venda de parte do imvel, partilha decorrente de inventrio etc.);

    Remembramento (Aquisio de reas anexas ao imvel);

    Retificao ou ratificao de rea;

    Averbao de Reserva Legal;

    Hipoteca (tomada de Crdito Rural).

    COMO E ONDE CONSEGUIR O CCIR?

    O Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (INCRA) o rgo responsvel pela emisso do CCIR. As Unidades Municipais de Cadastro tambm podem emiti-lo.

    O Sistema Nacional de Cadastro Rural o responsvel para atualizar as informaes rurais que serviro como instrumentos de pesquisas do INCRA. Essa atualizao foi aprovada pela Instruo Normativa n 8, de 13 de novembro de 2002.

  • 28

    Para obter o CCIR necessrio fazer o cadastro ou o recadastramento do imvel rural atravs dos seguintes formulrios:

    Dados pessoais e de relacionamentos : utilizado para informaes sobre a pessoa fsica ou jurdica que consta como proprietria na escritura do imvel;

    Dados sobre a escritura: deve ser preenchido de acordo com as informaes obtidas atravs da escritura ou certido do imvel. Valores e informaes sobre empregados tambm entram;

    Dados sobre uso: S deve ser preenchido se o imvel tiver mais que 4 mdulos fiscais ou seja, quem tiver uma nica pequena propriedade no precisa preencher.

    Antes de preencher a Declarao para Cadastro de Imveis Rurais importante:

    1. Verificar o municpio de localizao do imvel e sua classificao (IN n11)

    Como saber a classificao do imvel rural:

    rea total do imvel = n de mdulos fiscais da propriedade

    modulo fiscal do municpio do imovel rural(disponvel na pag 42)

    = ou > (maior) 4 e < (menor) 15 mdulos fiscais - Mdia propriedade

    = ou > (maior) 15 - grande propriedade

    2. Conferir se a escritura do imvel est registrada em cartrio ou se uma situao de posse. O preenchimento do formulrio Dados Sobre Estrutura deve ser feito com base na escritura ou no caso de posse com base no documento que comprove a posse do imvel.

  • 29FAZENDA LEGAL | Fundirio

    QUANDO E POR QUE CADASTRAR

    Sempre que ocorrer uma das seguintes situaes:

    incluso de um novo imvel rural;

    Incluso de imvel rural originrio de desmembramento;

    Recadastramento de imvel rural no cadastrado a partir de 1992;

    Alterao por aquisio de rea total;

    Alterao por mudana de condomnio;

    Alterao de explorao;

    Alterao por desmembramento;

    Alterao por remembramento;

    Alterao por anexao de rea no cadastrada;

    Alterao por retificao de rea;

    Alterao de dados pessoais;

    Outras alteraes.

    QUEM E O QUE DEVE SER CADASTRADO?

    Proprietrio, Enfiteuta ou Foreiro, Usufruturio, Nu-proprietrio, Posseiro a Justo Ttulo e Posseiro por Simples Ocupao. Nos casos de arrendamento, parceria ou comodato, cabe ao proprietrio do imvel apresentar ao INCRA a Declarao para Cadastro de Imvel Rural (formulrio) para cada caso.

    De acordo com o manual de preenchimento da declarao, deve ser cadastrado o imvel rural entendido como: prdio rstico de rea contnua, qualquer que seja sua localizao, que se destine ou possa se destinar explorao agrcola, pecuria, extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial, nos termos da Lei n 8.629 de 25 de fevereiro de 1993.

    Um nico imvel considerado como uma ou mais reas confinantes, registradas ou no, pertencentes ao mesmo proprietrio ou posseiro, de forma individual ou em comum (condomnio ou composse), mesmo na ocorrncia das seguintes hipteses:

  • 30

    Estar situado total ou parcialmente em um ou mais municpios, em zona rural ou urbana;

    Ter interrupes fsicas tais como: cursos dgua e estradas, desde que sejamantida a unidade econmica, ativa ou potencial.

    QUANTO CUSTA?

    Somente deve ser cobrado a Taxa de Servios Cadastrais. O valor est impresso no certificado e baseado na Lei 8.383 de 30 de dezembro de 1991, publicada no Dirio Oficial da Unio.

    DOCUMENTAO PARA COMPROVAO DAS INFORMAES

    O INCRA sempre solicitar documentos que comprovem as informaes declaradas. So eles:

    Identidade, CPF, Comprovante de Residncia, Escritura registrada do imvel, certido de nus reais, se a escritura tiver mais de 6 meses ou se for o caso , escritura de posse.

    Formulrios Dados Pessoais e de Relacionamento e Dados Sobre Estrutura

    Laudo Tcnico emitido por profissional habilita-do, devidamente registrado no CREA, acompa-nhado da Anotao de responsabilidade Tcnica ART

    Formulrio Dados Sobre Uso

    De acordo com a classificao do imvel (pequeno, mdio, ou grande) e as informaes sobre o uso, outros documentos podero ser solicitados.

    Mais informaes, consultar o Manual de orientao para preenchimento da Declarao para Cadastro de Imveis Rurais, disponvel no endereo eletrnico www.incra.gov.br e no Sindicato Rural do seu municpio.

  • Anexo I InSTRUo noRMATIVA n 11

  • 32

    INSTRUO NORMATIVA N 11, DE 4 DE ABRIL DE 2003

    Aprovada pela Resoluo/CD n 7, de 4/4/2003 DOU 16/4/2003 seo 1, p. 101

    Estabelece diretrizes para fixao do Mdulo Fiscal de cada Municpio de que trata o Decreto n 84.685, de 6 de maio de 1980, bem como os procedimentos para clculo dos Graus de Utilizao da Terra (GUT) e de Eficincia na Explorao GEE, observadas as disposies constantes da Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.

    O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAO E REFORMA AGRRIA, no uso das atribuies que lhe confere o art. 18 do Decreto n 3.509, de 14 de junho de 2000, e art. 22 do Regimento Interno, aprovado pela Portaria/MDA/N 164, de 14 de julho de 2000, resolve:

    Do Mdulo Fiscal

    Art. 1. O Mdulo Fiscal expresso em hectares ser fixado para cada municpio de conformidade com os fatores constantes do art. 4. do Decreto n 84.685, de 06 de maio de 1980.

    1. Ser considerado predominante o tipo de explorao especificado na alnea a do art. 4 do

    Decreto n 84.685 de 6 de maio de 1980, que ocorrer no maior nmero de imveis.

    2.Paraatenderaodispostonasalneasb,ceddoart.4doreferidoDecreto,serutilizadoo

    mdulomdioportipodeexploraoconstantedaTabelaIIIDimensodoMduloporCategoriae

    Tipo de Explorao, da Instruo Especial INCRA n 5-A, de 6 de junho de 1973, calculado para cada imvel.

    3. A fixao do Mdulo Fiscal de cada municpio levar em conta, ainda, a existncia de condies geogrficas especficas que limitem o uso permanente e racional da terra, em regies com:

    a) terras periodicamente alagveis;b) fortes limitaes fsicas ambientais; ec) cobertura de vegetao natural de interesse para a preservao, conservao e proteo

    ambiental.

    Art. 2 O nmero de Mdulos Fiscais do imvel rural de que trata o art. 4 da Lei n 8.629/93 ser calculado com preciso de centsimos.

    Do Imvel Rural

    Art. 3. Para efeito do disposto no art. 4 da Lei n 8.629/93, considera-se:

    I. ImvelRuraloprdiorsticodereacontnuaqualquerquesejaasualocalizao,quesedestine

    oupossadestinarexploraoagrcola,pecuria,extrativavegetal,florestalouagro-industrial;

  • 33FAZENDA LEGAL | Fundirio

    II. Pequena Propriedade o imvel rural de rea compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro)Mdulos

    Fiscais;III. MdiaPropriedadeoimvelruraldereasuperiora4(quatro)eat15(quinze)MdulosFiscais;

    IV.GrandePropriedadeoimvelruraldereasuperiora15(quinze)MdulosFiscais.

    Da Produtividade

    Art. 4. Considera-se propriedade produtiva para fins do disposto no art. 6. da Lei n 8.629/93, aquela que explorada econmica e racionalmente, atinge, simultaneamente, Grau de Utilizao da Terra -GUT igualousuperiora80%(oitentaporcento)eGraudeEficincianaExploraoGEEigualousuperiora

    100% (cem por cento).

    Do Grau de Utilizao da Terra

    Art.5.OGraudeUtilizaodaTerraGUT,dequetrataoart.6.dareferidaleiserfixadomediante

    diviso da rea efetivamente utilizada pela rea aproveitvel do imvel, multiplicando-se o resultado por cem para obteno do valor em percentuais.

    1. Considera-se rea efetivamente utilizada para fins do disposto no 3. do art. 6. da Lei n 8.629/93:

    I. as reas plantadas com produtos vegetais;II. as reas de pastagens nativas e plantadas, observado o ndice de lotao por zona de pecuria,

    constante da Tabela n 5 em anexo;III. asreasdeexploraoextrativavegetalouflorestal,observadososndicesderendimentoconstantes

    da Tabela n 3 em anexo, respeitada a legislao ambiental;IV. as reas de explorao florestal nativa, observadas as condies estabelecidas no plano de

    explorao devidamente aprovado pelo rgo federal competente; eV. as reas sob processo tcnico de formao e ou recuperao de pastagens e de culturas permanentes,

    tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas mediante apresentao da documentao pertinente e do respectivo termo de Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART), desde que satisfeitas as seguintes condies:

    a) no caso de processo tcnico de formao de pastagens ou de culturas permanentes, entendidas a aquelas com ciclo vegetativo superior doze meses, que as reas tenham sido submetidas a tratos culturais adequados;

    b) no caso de processo tcnico de recuperao de pastagens que as reas tenham sido submetidas a tratos culturais adequados, visando restaurar a capacidade de suporte do pasto ou a produo de massa verde;

    c) no caso de processo tcnico de recuperao de culturas permanentes que as reas tenham sido submetidas a tratos culturais adequados, que possibilitem restabelecer os nveis de rendimentos econmicos aceitveis.

  • 34

    2. No caso de consrcio ou intercalao de culturas, considera-se efetivamente utilizada a rea total do consrcio ou de intercalao.

    3. A rea efetivamente utilizada com pecuria ser a menor entre a rea declarada e a obtida pelo quocienteentreonmerototaldeUnidadesAnimaisUAdorebanhoeo ndicede lotaomnimo

    constantedaTabelan5,observadaaZonadePecuriaZPdomunicpiodelocalizaodoimvel.

    4 O nmero total de Unidades Animais (UA) do rebanho, ser obtido multiplicando-se o nmero de cabeas de cada categoria existentes no imvel pelo correspondente fator de converso constante da Tabela n 6 em anexo, encontrando-se o nmero de Unidades Animais de cada categoria. A soma dos resultados ento obtidos corresponder ao nmero total de Unidades Animais (UA).

    5Areaefetivamenteutilizadacomexploraoextrativavegetalouflorestal,seramenorentrea

    rea declarada e a obtida pelo quociente entre a quantidade colhida e o ndice de rendimento mnimo por hectare para cada produto, constante da Tabela n 3 em anexo.

    6. Ser considerada efetivamente utilizada independentemente do ndice de rendimento mnimo porhectare,areacobertacomflorestanativadesdequeexploradadeconformidadecomascondies

    estabelecidas no Plano de Manejo Florestal Sustentado de Uso Mltiplo, devidamente aprovado pelo rgo federal competente, ou por rgos afins, que estejam credenciados por fora de convnio ou de qualquer outro instrumento similar.

    Art. 6. Consideram-se reas no aproveitveis para fins do disposto na Lei n 8.629/93:

    I. ocupadas com construes e instalaes, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, tais como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reproduo e criao de peixes e outros similares.

    II. comprovadamente imprestveisparaqualquer tipodeexploraoagrcola,pecuria, florestalou

    extrativa vegetal;III. sob efetiva explorao mineral;IV. protegidas por legislao ambiental e as de efetiva preservao permanente nos termos da lei.

    Art. 7. A rea aproveitvel do imvel ser aquela correspondente diferena entre sua rea total e sua rea no aproveitvel. Art. 8. Para os efeitos desta Instruo Normativa no podero ser consideradas como reas efetivamente utilizadas e nem como reas no aproveitveis as reas com projeto de lavra mineral no exploradas efetivamente com atividades minerais e que no estejam sendo utilizadas para fins agropecurios, desde que no haja impedimento de natureza legal ou tcnica.

    Pargrafo nico. As reas caracterizadas de conformidade com as disposies constantes deste art., no podero ser utilizadas para fins de clculo do Grau de Utilizao da Terra (GUT) previsto no art. 5., tampouco como subtraendo do clculo da rea aproveitvel total do imvel, definido no art. 7.

    Do Grau de Eficincia na Explorao

    Art.9.OGraudeEficincianaExploraoGEEdequetrataoart.6.daLein8.629/93,serobtidode

    acordo com a seguinte sistemtica:

  • 35FAZENDA LEGAL | Fundirio

    I. para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos respectivos ndices de rendimento, constantes da Tabela n 1 em anexo; e

    II. paraosprodutosextrativosvegetaiseflorestais,divide-seaquantidadecolhidadecadaproduto

    pelos respectivos ndices de rendimento, constantes da Tabela n 2 em anexo;III. para apurao do rebanho, divide-se o nmero total de Unidades Animais (UA) do imvel, pelo ndice

    de lotao constante da Tabela n 4 em anexo, observada a Zona de Pecuria (ZP) do municpio de localizao do imvel;

    IV. para as reas sob processo tcnico de formao, recuperao ou de renovao de pastagens tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas mediante apresentao da documentao pertinente e do respectivo termo de Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART), adotar-se-o essas reas como resultado do clculo previsto no inciso III deste art.;

    V. para as reas sob processos tcnicos de formao ou recuperao de culturas permanentes tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas mediante apresentao da documentao pertinente e do respectivo termo de Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART), adotar-se-o essas reas como resultado do clculo previsto no inciso I deste art.;

    VI. para os produtos que no tenham ndices de rendimento prefixados, adotar-se- a rea plantada com tais produtos como resultado do clculo previsto no inciso I deste art.;

    VII. o somatrio das reas calculadas na forma dos incisos I, II, III, IV, V e VI deste art., dividido pela rea efetivamente utilizada de cada imvel e multiplicada por 100 (cem), determina o Grau de Eficincia na Explorao (GEE).

    1. A quantidade colhida dos produtos vegetais e dos produtos extrativos vegetais ou florestais,

    proveniente da utilizao indevida de reas protegidas pela legislao ambiental ser desconsiderada proporcionalmente em relao produo total das culturas exploradas no imvel para efeito de clculo do GEE previsto nos incisos I e II deste art..

    2. Para o clculo do GEE, a rea de pastagem plantada ou nativa, inserida em rea protegida por legislao ambiental e indevidamente utilizada pelo efetivo pecurio do imvel, no ser computada como rea efetivamente utilizada e o nmero total de Unidades Animais (UA) ser reduzido em igual proporo entre a rea ambiental indevidamente utilizada e a rea total utilizada com pecuria.

    Art. 10. No perder a qualificao de propriedade produtiva o imvel rural que por razes de fora maior, caso fortuito, ou de renovao de pastagens tecnicamente conduzida e desde que devidamente comprovado pelo rgo competente, deixar de apresentar no ano respectivo os Graus de Eficincia na Explorao, exigidos para a espcie.

    1 O caso fortuito ou de fora maior verifica-se no fato necessrio, cujo efeito no era possvel evitar ou impedir, sendo imprescindvel a comprovao dos fatos pelo Incra.

    2 Considera-se renovao de pastagens o conjunto de aes tecnicamente conduzidas que visem a ampliao de sua capacidade de suporte.

  • 36

    Das Disposies Gerais

    Art. 11. No ser passvel de desapropriao para fins de reforma agrria, o imvel que comprovadamente esteja sendo objeto de implementao de projeto tcnico de explorao, que atenda aos seguintes requisitos:

    I. seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;II. esteja cumprindo o cronograma fsico-financeiro originalmente previsto, no admitido prorrogaes

    dos prazos;III. preveja que, no mnimo, 80% (oitenta por cento) da rea total aproveitvel do imvel esteja

    efetivamente utilizada em, no mximo, 3 (trs) anos para as culturas anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;

    IV. Os prazos de que trata o inciso III deste art. podero ser prorrogados em at 50% (cinqenta por cento) desde que o projeto seja anualmente reexaminado e aprovado pelo rgo competente para fiscalizao e, ainda, que tenha sua implantao iniciada no prazo de 6 (seis) meses contados de sua aprovao; e

    V. tenha sido aprovado pelo rgo federal competente na forma estabelecida em regulamento, no mnimo seis meses antes da comunicao de que tratam os 2 e 3 do art. 2 da Lei n 8.629/93.

    1 Nos casos em que pela natureza do projeto no haja obrigatoriedade de sua aprovao pelo rgo federal competente, considerar-se- para efeito de data de aprovao aquela em que o projeto de explorao tenha sido registrado junto ao Conselho Regional da categoria a que o profissional estiver vinculado, juntando-se o respectivo termo de Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART), para fins de prova.

    2 O Incra poder realizar, a qualquer tempo, desde que j tenha sido garantido o contraditrio e a ampla defesa, vistoria nos imveis rurais submetidos a projeto tcnico de explorao, para fins de verificao do regular cumprimento das condies estabelecidas nos incisos II e III deste art..

    Art. 12. Esta Instruo entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 13. Revogam-se as disposies em contrrio, especialmente a Instruo Normativa Incra n 10, de 18 de novembro de 2002.

    (a.) MARCELO REZENDE DE SOUZA

  • ANEXO IITABELAS DE NDICES DE RENDIMENTO

  • 38

    TABELA N 1 NDICES DE RENDIMENTO PARA PRODUTOS AGRCOLAS

    PRODUTOS Regio Unidade Rendimentos por hectare

    Abacate (frutos) Todo Pas Cento frutos 300

    Abacaxi (frutos) Todo Pas Cento frutos 120

    Agave ou Sisal (fibras) Todo Pas Ton. 0,70

    Alfafa Todo Pas Ton. 6,00

    Algodo Arbreo (em caroo)

    Norte/Nordeste Ton. 0,20

    Restante do Pas Ton. 0,60

    Algodo Herbceo (em caroo)

    Norte/Nordeste Ton. 0,30

    Sudeste (exceto SP) Ton. 0,60

    Restante do Pas Ton. 1,20

    Alho Todo Pas Ton. 3,00

    Amendoim (em casca)

    Norte/Nordeste Ton. 1,00

    Restante do Pas Ton. 1,50

    Arroz de Sequeiro (em casca)

    Sul Ton. 1,30

    Restante do Pas Ton. 0,90

    Arroz de Vrzea (em casca)Rio Grande do Sul Ton. 3,40

    Santa Catarina Ton. 2,50

    Restante do Pas Ton. 1,40

    Banana Todo Pas Cachos 700

    Batata-doce Todo Pas Ton. 6,00

    Batata-inglesaSo Paulo Ton. 12,00

    Minas Gerais/Paran Ton. 9,00

    Restante do Pas Ton. 5,00

    Cacau (em caroo) Todo Pas Ton. 0,70

    Caf (em coco)

    Sul/Sudeste Ton. 1,50

    Restante do Pas Ton. 1,00

    Caju (frutos) Todo Pas Cento frutos 500

    Cana-de-acar So Paulo/Paran Ton. 70,00

    Restante do Pas Ton. 50,00

  • 39FAZENDA LEGAL | Fundirio

    PRODUTOS Regio Unidade Rendimentos por hectare

    Cebola Todo Pas Ton. 7,00

    Ch (em folha verde) Todo Pas Ton. 5,00

    Coco da Bahia Todo Pas Cento frutos 20

    Fava Todo Pas Ton. 0,30

    FeijoSul Ton. 0,60

    Restante do Pas Ton. 0,30

    Fumo (em folha seca)Sul Ton. 1,40

    Restante do Pas Ton. 0,80

    Juta (fibras) Todo Pas Ton. 1,30

    Laranja Todo Pas Cento frutos 800

    Limo Todo Pas Cento frutos 1000

    Linho (fibras) Todo Pas Ton. 0,60

    Mamona (sementes)Nordeste Ton. 0,60

    Restante do Pas Ton. 1,20

    Mandioca Norte/NordesteRestante do Pas

    Ton.Ton.

    7,0012,00

    Manga Todo Pas Cento frutos 500

    Milho (em gro)

    Sul/So Paulo Ton. 1,90

    Norte/Nordeste Ton. 0,60

    Restante do Pas Ton. 1,30

    Pssego Todo Pas Cento frutos 600

    Pimenta-do-reinoNorte Ton. 3,20

    Restante do Pas Ton. 1,20

    Soja (sementes)Paran/So Paulo Ton. 1,90

    Sul (exceto PR) Ton. 1,40

    Restante do Pas Ton. 1,20

    Tangerina Todo Pas Cento frutos 700

    Tomate Sul/Sudeste Ton. 30,00

    Restante do Pas Ton. 20,00

    Trigo (em gro)Rio Grande do Sul Ton. 0,80

    Restante do Pas Ton. 1,00

    UvaSul/So Paulo Ton. 12,00

    Restante do Pas Ton. 8,00

  • 40

    TABELA N 2NDICES DE RENDIMENTOS PARA PRODUTOS EXTRATIVOS VEGETAIS E FLORESTAIS

    PRODUTO Regio Unidade Rendimento por hectare

    Accia-negra Todo Pas Ton. 8,00

    Babau Todo Pas Ton. 0,10

    Borracha Natural Todo Pas Quilo 2,00

    Carnaba (cera) Todo Pas Ton. 0,05

    Castanha-do-Par Todo Pas Quilo 20,00

    Guaran (sementes) Todo Pas Ton. 0,10

    Madeira Todo Pas M3 50,00

    TABELA N 3NDICES DE RENDIMENTOS MNIMOS PARA PRODUTOS EXTRATIVOS VEGETAIS E FLORESTAIS

    PRODUTO Regio Unidade Rendimentos mnimos por hectare

    Accia-negra Todo Pas Ton. 3,00

    Babau Todo Pas Ton. 0,03

    Borracha Natural Todo Pas Quilo 1,00

    Carnaba (cera) Todo Pas Ton. 0,01

    Castanha-do-Par Todo Pas Quilo 5,00

    Guaran (sementes) Todo Pas Ton. 0,03

    Madeira Todo Pas M3 10,00

    TABELA N 4NDICES DE RENDIMENTO PARA PECURIA

    ZONA DE PECURIA NDICE DE LOTAO (Unidades Animais / Ha)

    1 1,20

    2 0,80

    3 0,46

    4 0,23

    5 0,13

  • 41FAZENDA LEGAL | Fundirio

    TABELA N 5NDICES DE RENDIMENTOS MNIMOS PARA PECURIA

    ZONA DE PECURIA NDICE DE LOTAO Unidades Animais / Ha1 0,602 0,463 0,334 0,165 0,10

    TABELA N 6FATORES DE CONVERSO DE CABEAS DO REBANHO PARA UNIDADES ANIMAIS (UA), SEGUNDO A CATEGORIA ANIMAL

    CATEGORIA ANIMAL

    Nmero de

    Cabeas

    Fator de Converso(Sul, Sudeste e Centro-Oeste)*

    Fator de Converso

    (Norte)

    Fator de Converso

    (Nordeste)**

    Nmero deUnidadesAnimais

    Bovinos Touros (reprodutor) 1,39 1,32 1,24 Vacas 3 anos e mais 1,00 0,92 0,83 Bois 3 anos e mais 1,00 0,92 0,83 Bois de 2 a menos de 3 anos 0,75 0,69 0,63 Novilhas de 2 a menos de 3 anos 0,75 0,69 0,63 Bovinos de 1 a menos de 2 anos 0,50 0,47 0,42 Bovinos menores de 1 ano 0,31 0,28 0,26 Novilhos precoces Novilhos precoces de 2 anos e mais

    1,00 0,92 0,83

    Novilhas precoces de 2 anos e mais

    1,00 0,92 0,83

    Novilhos precoces de 1 a menos de 2 anos

    0,87 0,80 0,72

    Novilhas precoces de 1 a menos de 2 anos

    0,87 0,80 0,72

    Bubalinos Bubalinos 1,25 1,15 1,05 Outros Eqinos 1,00 0,92 0,83 Asininos 1,00 0,92 0,83 Muares 1,00 0,92 0,83 Ovinos 0,25 0,22 0,19 Caprinos 0,25 0,22 0,19

    * Exceto regies do Vale do Jequitinhonha e Pantanal do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, cujos fatores de converso devem ser iguais aos do Nordeste. ** Exceto para a regio da Zona da Mata, cujos fatores devem ser iguais aos do Norte.

  • ANEXO IIISISTEMA NACIONAL DE CADASTRO RURAL

  • NDICES BSICOS DE 2001RELAO ALFABTICA

    UFRIODEJANEIRO

    Unidade Geogrfica ZP Mod. ZTM FMP Lim. Super. reasCdigo Fisc. IE 50/97 (ha) Est. Territ. EspeciaisMunicpio Nome do Municpio MRG (ha) (ha) (km)

    3300100 Angra dos Reis 013 3 16 A2-2 2 30 800,4 L3300159 Aperib 002 2 35 A3-3 3 45 88,83300209 Araruama 010 2 14 A2-2 2 30 633,8 L3300225 Areal 005 3 28 A2-2 2 30 111,53300233 Armao de Bzios 010 2 14 A2-2 2 30 69,3 L3300258 Arraial do Cabo 010 2 14 A2-2 2 30 152,3 L3300308 Barra do Pira 012 3 20 A2-2 2 30 578,53300407 Barra Mansa 011 3 26 A2-2 2 30 547,4 PA3300456 Belford Roxo 018 2 10 A1-1 2 15 79,8 M3300506 Bom Jardim 007 3 25 A2-2 2 30 385,03300605 Bom Jesus de Itabapoana 001 2 30 A2-2 2 30 598,43300704 Cabo Frio 010 2 14 A2-2 2 30 400,7 L, PA3300803 Cachoeiras de Macacu 016 3 14 A3-3 3 45 955,8 PA3300902 Cambuci 002 2 35 A3-3 3 45 561,73301009 Campos dos Goytacazes 003 2 12 A2-2 2 30 4.031,9 L, PA3301108 Cantagalo 006 2 35 A3-3 3 45 748,83300936 Carapebus 004 2 12 A2-2 2 30 305,5 L3301157 Cardoso Moreira 003 2 12 A2-2 2 30 514,93301207 Carmo 006 2 35 A3-3 3 45 321,23301306 Casimiro de Abreu 009 3 18 A3-3 3 45 460,8 L3300951 Comendador Levy Gasparian 005 3 28 A2-2 2 30 107,33301405 Conceio de Macabu 004 2 12 A2-2 2 30 348,3 PA3301504 Cordeiro 006 3 35 A3-3 3 45 116,03301603 Duas Barras 007 2 26 A2-2 2 30 375,23301702 Duque de Caxias 018 2 10 A1-1 2 15 464,6 L, M, PA3301801 Engenheiro Paulo de Frontin 014 3 14 A3-3 3 45 139,0

  • 45FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Unidade Geogrfica ZP Mod. ZTM FMP Lim. Super. reasCdigo Fisc. IE 50/97 (ha) Est. Territ. EspeciaisMunicpio Nome do Municpio MRG (ha) (ha) (km)

    3301850 Guapimirim 018 2 10 A1-1 2 15 360,8 L, M3301876 Iguaba Grande 010 2 14 A2-2 2 30 53,63301900 Itabora 018 2 10 A1-1 2 15 424,2 M3302007 Itagua 017 2 10 A2-2 2 30 271,6 L, M, PA3302056 Italva 001 2 12 A2-2 2 30 296,23302106 Itaocara 002 2 22 A3-3 3 45 428,43302205 Itaperuna 001 2 30 A2-2 2 30 1.105,63302254 Itatiaia 011 3 26 A2-2 2 30 225,03302270 Japeri 018 2 10 A1-1 2 15 82,8 M, PA3302304 Laje do Muria 001 2 28 A2-2 2 30 250,53302403 Maca 004 2 12 A2-2 2 30 1.215,9 L, PA3302452 Macuco 006 3 35 A3-3 3 45 77,13302502 Mag 018 2 10 A1-1 2 15 385,7 L, M, PA3302601 Mangaratiba 017 2 16 A2-2 2 30 351,7 L, M, PA3302700 Maric 018 2 14 A1-1 2 15 362,5 L, M3302809 Mendes 014 3 18 A3-3 3 45 77,33302858 Mesquita 018 2 10 A1-1 2 15 34,8 M, PA3302908 Miguel Pereira 014 3 16 A3-3 3 45 287,43303005 Miracema 002 2 35 A3-3 3 45 303,43303104 Natividade 001 2 30 A2-2 2 30 387,03303203 Nilpolis 018 2 10 A1-1 2 15 19,2 M3303302 Niteri 018 2 5 A1-1 2 15 129,4 L, M3303401 Nova Friburgo 007 3 10 A2-2 2 30 932,63303500 Nova Iguau 018 2 10 A1-1 2 15 523,9 M, PA3303609 Paracambi 014 2 10 A3-3 3 45 179,4 M, PA3303708 Paraba do Sul 005 3 28 A2-2 2 30 580,83303807 Parati 013 3 16 A2-2 2 30 928,5 L, PA3303856 Paty do Alferes 014 3 16 A3-3 3 45 319,13303906 Petrpolis 015 3 10 A2-2 2 30 774,63303955 Pinheiral 011 3 16 A2-2 2 30 76,83304003 Pira 011 3 16 A2-2 2 30 505,53304102 Porcincula 001 2 30 A2-2 2 30 302,23304110 Porto Real 011 3 26 A2-2 2 30 50,63304128 Quatis 011 3 26 A2-2 2 30 286,23304144 Queimados 018 2 10 A1-1 2 15 76,9 M3304151 Quissam 004 2 12 A2-2 2 30 715,9 L3304201 Resende 011 3 26 A2-2 2 30 1.113,53304300 Rio Bonito 016 3 14 A3-3 3 45 462,23304409 Rio Claro 011 3 20 A2-2 2 30 841,43304508 Rio das Flores 012 3 22 A2-2 2 30 477,7

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  • ANEXO IVLEI N 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993

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    LEI N 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993

    Dispe sobre a regulamentao dos dispositivos constitucionais relativos reforma agrria, previstos no Captulo III, Ttulo VII, da Constituio Federal

    O PRESIDENTE DA REPBLICA fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

    Art. 1 Esta lei regulamenta e disciplina disposies relativas reforma agrria, previstas no Captulo III, Ttulo VII, da Constituio Federal.

    Art. 2 A propriedade rural que no cumprir a funo social prevista no art. 9 passvel de desapropriao, nos termos desta lei, respeitados os dispositivos constitucionais.

    1 Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social.

    2 Para fins deste art., fica a Unio, atravs do rgo federal competente, autorizada a ingressar no imvel de propriedade particular, para levantamento de dados e informaes, com prvia notificao. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    3 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    4 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    5 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    6 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    7 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    8 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    9 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Art. 2-A (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Art. 3 (Vetado)

    1 (Vetado)

    2 (Vetado)

    Art. 4 Para os efeitos desta lei, conceituam-se:

    I. ImvelRuraloprdiorsticodereacontnua,qualquerquesejaasualocalizao,quesedestine

    oupossasedestinarexploraoagrcola,pecuria,extrativavegetal,florestalouagro-industrial;

    II. PequenaPropriedadeoimvelrural:

    a) de rea compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) mdulos fiscais;b) (Vetado)

  • 49FAZENDA LEGAL | Fundirio

    c) (Vetado)

    III. MdiaPropriedadeoimvelrural:

    a) de rea superior a 4 (quatro) e at 15 (quinze) mdulos fiscais;b) (Vetado)

    Pargrafo nico. So insuscetveis de desapropriao para fins de reforma agrria a pequena e a mdia propriedade rural, desde que o seu proprietrio no possua outra propriedade rural.

    Art. 5 A desapropriao por interesse social, aplicvel ao imvel rural que no cumpra sua funo social, importa prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria.

    1 As benfeitorias teis e necessrias sero indenizadas em dinheiro.

    2 O decreto que declarar o imvel como de interesse social, para fins de reforma agrria, autoriza a Unio a propor ao de desapropriao.

    3 Os ttulos da dvida agrria, que contero clusula assecuratria de preservao de seu valor real, sero resgatveis a partir do segundo ano de sua emisso, em percentual proporcional ao prazo, observados os seguintes critrios: (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    I. do segundo ao quinto ano, quando emitidos para indenizao de imveis com rea inferior a 40 (quarenta) mdulos fiscais;

    II. do segundo ao dcimo ano, quando emitidos para indenizao de imvel com rea acima de 40 (quarenta) at 70 (setenta) mdulos fiscais;

    III. do segundo ao dcimo quinto ano, quando emitidos para indenizao de imvel com rea acima de 70 (setenta) at 150 (cento e cinqenta) mdulos fiscais;

    IV. do segundo ao vigsimo ano, quando emitidos para indenizao de imvel com rea superior a 150 (cento e cinqenta) mdulos fiscais.

    4 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    I. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)II. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    a) (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)b) (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)c) (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 224/8/2001)d) (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    5 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    6 (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Art. 6 Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econmica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilizao da terra e de eficincia na explorao, segundo ndices fixados pelo rgo federal competente.

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    1 O grau de utilizao da terra, para efeito do caput deste art., dever ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relao percentual entre a rea efetivamente utilizada e a rea aproveitvel total do imvel.

    2 O grau de eficincia na explorao da terra dever ser igual ou superior a 100% (cem por cento), e ser obtido de acordo com a seguinte sistemtica:

    I. para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos respectivos ndices de rendimento estabelecidos pelo rgo competente do Poder Executivo, para cada Microrregio Homognea;

    II. para a explorao pecuria, divide-se o nmero total de Unidades Animais (UA) do rebanho, pelo ndice de lotao estabelecido pelo rgo competente do Poder Executivo, para cada Microrregio Homognea;

    III. a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste art., dividida pela rea efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), determina o grau de eficincia na explorao.

    3 Considera-se efetivamente utilizadas:

    I. as reas plantadas com produtos vegetais;II. as reas de pastagens nativas e plantadas, observado o ndice de lotao por zona de pecuria, fixado

    pelo Poder Executivo;III. as reas de explorao extrativa vegetal ou florestal, observados os ndices de rendimento

    estabelecidos pelo rgo competente do Poder Executivo, para cada Microrregio Homognea, e a legislao ambiental;

    IV. as reas de explorao de florestas nativas, de acordo complano de explorao e nas condies

    estabelecidas pelo rgo federal competente;V. as reas sob processos tcnicos de formao ou recuperao de pastagens ou de culturas permanentes

    (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001).

    4 No caso de consrcio ou intercalao de culturas, considera-se efetivamente utilizada a rea total do consrcio ou intercalao.

    5 No caso de mais de um cultivo no ano, com um ou mais produtos, no mesmo espao, considera-se efetivamente utilizada a maior rea usada no ano considerado.

    6 Para os produtos que no tenham ndices de rendimentos fixados, adotar-se- a rea utilizada com esses produtos, com resultado do clculo previsto no inciso I do 2 deste artigo.

    7 No perder a qualificao de propriedade produtiva o imvel que, por razes de fora maior, caso fortuito ou de renovao de pastagens tecnicamente conduzida, devidamente comprovados pelo rgo competente, deixar de apresentar, no ano respectivo, os graus de eficincia na explorao, exigidos para a espcie.

    8 So garantidos os incentivos fiscais referentes ao Imposto Territorial Rural relacionados com os graus de utilizao e de eficincia na explorao, conforme o disposto no art. 49 da Lei n 4.504, de 30 de novembro de 1964.

  • 51FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Art. 7 No ser passvel de desapropriao, para fins de reforma agrria, o imvel que comprove estar sendo objeto de implantao de projeto tcnico que atenda aos seguintes requisitos:

    I. seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;II. esteja cumprindo o cronograma fsico-financeiro originalmente previsto, no admitidas prorrogaes

    dos prazos;III. preveja que, no mnimo, 80% (oitenta por cento) da rea total aproveitvel do imvel seja

    efetivamente utilizada em, no mximo, 3 (trs) anos para as culturas anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;

    IV. haja sido registrado no rgo competente no mnimo 6 (seis) meses antes do decreto declaratrio de interesse social (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001).

    Pargrafo nico. Os prazos previstos no inciso III deste art. podero ser prorrogados em at 50% (cinqenta por cento), desde que o projeto receba, anualmente, a aprovao do rgo competente para fiscalizao e tenha sua implantao iniciada no prazo de 6 (seis) meses, contados de sua aprovao.

    Art. 8 Ter-se- como racional e adequado o aproveitamento de imvel rural, quando esteja oficialmente destinado execuo de atividades de pesquisa e experimentao que objetivem o avano tecnolgico da agricultura.

    Pargrafo nico. Para os fins deste art. s sero consideradas as propriedades que tenham destinados s atividades de pesquisa, no mnimo, 80% (oitenta por cento) da rea total aproveitvel do imvel, sendo consubstanciadas tais atividades em projeto:

    I. adotado pelo Poder Pblico, se pertencente a entidade de administrao direta ou indireta, ou a empresa sob seu controle;

    II. aprovado pelo Poder Pblico, se particular, o imvel.

    Art. 9 A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critrios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos:

    I. aproveitamento racional e adequado;II. utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;III. observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;IV. explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.

    1 Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilizao da terra e de eficincia na explorao especificados nos 1 a 7 do art. 6 desta lei.

    2 Considera-se adequada a utilizao dos recursos naturais disponveis quando a explorao se faz respeitando a vocao natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.

    3 Considera-se preservao do meio ambiente a manuteno das caractersticas prprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada manuteno do equilbrio ecolgico da propriedade e da sade e qualidade de vida das comunidades vizinhas.

  • 52

    4 A observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho implica tanto o respeito s leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como s disposies que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais.

    5 A explorao que favorece o bem-estar dos proprietrios e trabalhadores rurais a que objetiva o atendimento das necessidades bsicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurana do trabalhoenoprovocaconflitosetensessociaisnoimvel.

    6 (Vetado.)

    Art. 10 Para efeito do que dispe esta lei, consideram-se no aproveitveis:

    I. as reas ocupadas por construes e instalaes, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reproduo e criao de peixes e outros semelhantes;

    II. as reas comprovadamente imprestveis para qualquer tipo de explorao agrcola, pecuria, florestalouextrativavegetal;

    III. as reas sob efetiva explorao mineral;IV. as reas de efetiva preservao permanente e demais reas protegidas por legislao relativa

    conservao dos recursos naturais e preservao do meio ambiente.

    Art. 11 Os parmetros, ndices e indicadores que informam o conceito de produtividade sero ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o progresso cientfico e tecnolgico da agricultura e o desenvolvimento regional, pelo Ministrio da Agricultura e Reforma Agrria, ouvido o Conselho Nacional de Poltica Agrcola (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Art. 12 Considera-se justa a indenizao que permita ao desapropriado a reposio, em seu patrimnio, do valor do bem que perdeu por interesse social. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    1 A identificao do valor do bem a ser indenizado ser feita, preferencialmente, com base nos seguintes referenciais tcnicos e mercadolgicos, entre outros usualmente empregados:

    I. valor das benfeitorias teis e necessrias, descontada a depreciao conforme o estado de conservao;

    II. valor da terra nua, observados os seguintes aspectos:

    a) localizao do imvel; b) capacidade potencial da terra; c) dimenso do imvel.

    2 Os dados referentes ao preo das benfeitorias e do hectare da terra nua a serem indenizados sero levantados junto s Prefeituras Municipais, rgos estaduais encarregados de avaliao imobiliria, quando houver, Tabelionatos e Cartrios de Registro de Imveis, e atravs de pesquisa de mercado.

    Art. 13 As terras rurais de domnio da Unio, dos Estados e dos Municpios ficam destinadas, preferencialmente, execuo de planos de reforma agrria.

  • 53FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Pargrafo nico. Excetuando-se as reservas indgenas e os parques, somente se admitir a existncia de imveis rurais de propriedade pblica, com objetivos diversos dos previstos neste art., se o poder pblico os explorar direta ou indiretamente para pesquisa, experimentao, demonstrao e fomento de atividades relativas ao desenvolvimento da agricultura, pecuria, preservao ecolgica, reas de segurana, treinamento militar, educao de todo tipo, readequao social e defesa nacional.

    Art. 14 (Vetado.)

    Art. 15 (Vetado.)

    Art. 16. Efetuada a desapropriao, o rgo expropriante, dentro do prazo de 3 (trs) anos, contados da data de registro do ttulo translativo de domnio, destinar a respectiva rea aos beneficirios da reforma agrria, admitindo-se, para tanto, formas de explorao individual, condominial, cooperativa, associativa ou mista.

    Art. 17 O assentamento de trabalhadores rurais dever ser efetuado em terras economicamente teis, de preferncia na regio por eles habitada. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Pargrafo nico. (Vetado.)

    Art. 18 A distribuio de imveis rurais pela reforma agrria far-se- atravs de ttulos de domnio ou de concesso de uso, inegociveis pelo prazo de 10 (dez) anos. (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Pargrafo nico. O rgo federal competente manter atualizado cadastro de reas desapropriadas e de beneficirios da reforma agrria.

    Art. 19 O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil, observada a seguinte ordem preferencial:

    I. ao desapropriado, ficando-lhe assegurada a preferncia para a parcela na qual se situe a sede do imvel;

    II. aos que trabalham no imvel desapropriado como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatrios;

    III. aos ex-proprietrios de terra cuja propriedade de rea total compreendida entre um e quatro mdulos fiscais tenha sido alienada para pagamento de dbitos originados de operaes de crdito rural ou perdida na condio de garantia de dbitos da mesma origem; (Inciso includo pela Lei n 10.279, de 12/9/2001);

    IV. aos que trabalham como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatrios, em outros imveis; (Inciso renumerado pela Lei n 10.279, de 12/9/2001);

    V. aos agricultores cujas propriedades no alcancem a dimenso da propriedade familiar; (Inciso renumerado pela Lei n 10.279, de 12/9/2001);

    VI. aos agricultores cujas propriedades sejam, comprovadamente, insuficientes para o sustento prprio e o de sua famlia. Inciso renumerado pela Lei n 10.279, de 12/9/2001.

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    Pargrafo nico. Na ordem de preferncia de que trata este art., tero prioridade os chefes de famlia numerosa, cujos membros se proponham a exercer a atividade agrcola na rea a ser distribuda.

    Art. 20 No poder ser beneficirio da distribuio de terras, a que se refere esta lei, o proprietrio rural, salvo nos casos dos incisos I, IV e V do art. anterior, nem o que exercer funo pblica, autrquica ou em rgo paraestatal, ou o que se ache investido de atribuio parafiscal, ou quem j tenha sido contemplado anteriormente com parcelas em programa de reforma agrria.

    Art. 21 Nos instrumentos que conferem o ttulo de domnio ou concesso de uso, os beneficirios da reforma agrria assumiro, obrigatoriamente, o compromisso de cultivar o imvel direta e pessoalmente, ou atravs de seu ncleo familiar, mesmo que atravs de cooperativas, e o de no ceder o seu uso a terceiros, a qualquer ttulo, pelo prazo de 10 (dez) anos.

    Art. 22 Constar, obrigatoriamente, dos instrumentos translativos de domnio ou de concesso de uso clusula resolutria que preveja a resciso do contrato e o retorno do imvel ao rgo alienante ou concedente, no caso de descumprimento de quaisquer das obrigaes assumidas pelo adquirente ou concessionrio.

    Art. 23 O estrangeiro residente no Pas e a pessoa jurdica autorizada a funcionar no Brasil s podero arrendar imvel rural na forma da Lei n 5.709, de 7 de outubro de 1971.

    1 Aplicam-se ao arrendamento todos os limites, restries e condies aplicveis aquisio de imveis rurais por estrangeiro, constantes da lei referida no caput deste art..

    2 Compete ao Congresso Nacional autorizar tanto a aquisio ou o arrendamento alm dos limites de rea e percentual fixados na Lei n 5.709, de 7 de outubro de 1971, como a aquisio ou arrendamento, por pessoa jurdica estrangeira, de rea superior a 100 (cem) mdulos de explorao indefinida.

    Art. 24 As aes de reforma agrria devem ser compatveis com as aes de poltica agrcola, e constantes no Plano Plurianual.

    Art. 25 O oramento da Unio fixar, anualmente, o volume de ttulos da dvida agrria e dos recursos destinados, no exerccio, ao atendimento do Programa de Reforma Agrria.

    1 Os recursos destinados execuo do Plano Nacional de Reforma Agrria devero constar do oramento do ministrio responsvel por sua implementao e do rgo executor da poltica de colonizao e reforma agrria, salvo aqueles que, por sua natureza, exijam instituies especializadas para a sua aplicao.

    2 Objetivando a compatibilizao dos programas de trabalho e propostas oramentrias, o rgo executor da reforma agrria encaminhar, anualmente e em tempo hbil, aos rgos da administrao pblica responsveis por aes complementares, o programa a ser implantado no ano subseqente.

    Art. 26 So isentas de impostos federais, estaduais e municipais, inclusive do Distrito Federal, as operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria, bem como a transferncia ao beneficirio do programa.

  • 55FAZENDA LEGAL | Fundirio

    Art. 26-A (Vide Medida Provisria n 2.183-56, de 24/8/2001)

    Art. 27 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 28 Revogam-se as disposies em contrrio.

    Braslia, 25 de fevereiro de 1993, 172 da Independncia e 105 da Repblica.

    ITAMAR FRANCO Lzaro Ferreira Barbosa

    Este texto no substitui o Publicado no D.O.U de 26.2.1993

  • 56