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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS
OS IMPACTOS DO USO DA MACONHA NA SOCIEDADE: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
ANDRÉA CRISTINA DAMACENO CAROLINE CRISTINA SILVA
PATRÍCIA GUIMARÃES FERREIRA DE LIMA
PALMITAL - SP 2014
ANDRÉA CRISTINA DAMACENO CAROLINE CRISTINA SILVA
PATRÍCIA GUIMARÃES FERREIRA DE LIMA
OS IMPACTOS DO USO DA MACONHA NA SOCIEDADE: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários no Componente Curricular de Planejamento do Trabalho de Conclusão do Técnico em Serviços Jurídicos.
Orientador: Professor Anderson Guimarães Montechesi
PALMITAL - SP 2014
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
ANDRÉA CRISTINA DAMACENO CAROLINE CRISTINA SILVA
PATRÍCIA GUIMARÃES FERREIRA DE LIMA
OS IMPACTOS DO USO DA MACONHA NA SOCIEDADE: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________ ANDERSON GUIMARÃES MONTECHESI – ORIENTADOR
__________________________________________________________ VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – EXAMINADORA
__________________________________________________________ RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR
DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho à Deus pelo esplendor da vida, presente em todas as atividades; Aos amigos pelo incentivo; Às nossas famílias, filhos, maridos pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os
colegas da ETEC Prof. Mário Antônio Verza, os quais foram nossa maior fonte de
luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho.
Nosso muito obrigado também ao nosso orientador, o Professor Anderson
Guimarães Montechesi, e a nossa docente Valdiza Maria do Nascimento Fadel pelo
auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de orientação deste trabalho, pois
aliados à suas experiências profissionais e intelectuais, todas as dicas e instruções
foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e
entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o
processo de desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!
RESUMO A maconha bem como outras drogas teve seu surgimento há anos atrás, com a finalidade de curar doenças, aliviar dores, estimular o apetite, entre outros fatores. Um pouco mais tarde a Cannabis Sativa, nome científico dado à maconha, foi se tornando uma droga capaz de alterar a consciência e trazer sentimentos e sensações na busca de prazer e relaxamento. A mesma foi legalmente proibida no Brasil a partir de 1930, ocorrendo as primeiras prisões por conta de seu uso. A criminalidade acerca de seu consumo foi crescendo gradativamente, sendo necessária uma maior intervenção das autoridades, tanto para a fiscalização nos campos de produção bem como no processo de circulação da maconha. Com isso vieram despesas alarmantes para o Governo. Seu prejuízo é incalculável, sendo que a circulação dessa droga acaba que gerando milhões de reais de forma ilegal. A maconha traz efeitos distintos de um uso para o outro. Em relação à falta do seu consumo, ela proporciona uma dependência psíquica, gerando a necessidade de procura constante da mesma. De certo modo é válido ressaltar que a maconha está presente em todas as idades. É preocupante a forma como se alastrou se tornando um negócio vantajoso para os traficantes e a alta influência na criminalidade. Conclui-se que a sociedade sempre dependeu de substâncias sintéticas e naturais, tanto para uso medicinal quanto para uso recreativo, na forma de favorecer as necessidades do organismo. Palavras-chave: Maconha; Efeitos; Criminalidade.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Juízo Comum …………………………………………………………. 24
TABELA 2 – Infância e Juventude - Representações ………………………….. 25
TABELA 3 – Maiores Indiciados …………………………………………………... 25
TABELA 4 – Indiciados Adolescentes – Atos Infracionais ……………………… 25
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Pessoas que usaram ou não drogas ilícitas …………………… 26
GRÁFICO 2 – Dentre os alunos que já fizeram o uso de drogas …………….. 26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CNJ – Conselho Nacional de Justiça
THC – Delta-9-tetraidrocanabinol
PCC – Primeiro Comando da Capital
UFMS – Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................
1.1 OBJETIVOS..................................................................................................
11
11
1.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS........................................................ 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................ 13
2.1 TIPOS DE DROGAS E SEUS EFEITOS....................................................... 13
2.1.1 A maconha.................................................................................................. 15
2.2 A CRIMINALIDADE ENVOLVIDA NO USO DA MACONHA NO BRASIL .... 17
2.3 PRINCIPAIS LOCAIS DE OCORRÊNCIA DO USO DA MACONHA............ 19
2.4 CONSEQUÊNCIAS DO USO DA MACONHA NA SOCIEDADE.................. 21
3 UMA ABORDAGEM DO USO DAS DROGAS EM PALMITAL.... 24
3.1 DESAFIOS DO COMBATE AO USO DA MACONHA EM PALMITAL.......... 27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 28
REFERÊNCIAS ................................................................................ 30
APÊNDICES ..................................................................................... 32
11
1 INTRODUÇÃO
Atualmente as drogas são uns dos fatores sociais que mais interferem na
desorganização da sociedade, pois atingem as famílias e as desestruturam. Mesmo
as pessoas que não têm contato direto com as drogas acabam sendo envolvidas na
criminalidade gerada pelo uso das mesmas.
Tendo em vista a grande complexidade e importância do assunto, o presente
trabalho traz um levantamento sobre o aumento do índice do uso de drogas no
Município de Palmital, Estado de São Paulo, e também uma explanação sobre as
drogas e os seus efeitos, bem como os transtornos físicos e psíquicos que são
causados aos usuários.
Levando em consideração a complexidade do tema, o conhecimento com
relação ao assunto certamente é a melhor maneira de prevenção. Nesse sentido, o
presente trabalho traz uma abordagem teórica e prática, com vistas desenvolver a
consciência do leitor acerca dos perigos e consequências negativas do uso das
drogas, e consequentemente contribuir para a redução do problema no Município.
1.1 OBJETIVOS
Este trabalho tem a finalidade principal de oferecer informações que possam
orientar a população do Município de Palmital, Estado de São Paulo sobre os
diversos tipos de drogas e seus efeitos em relação à sociedade, tendo como foco a
Maconha, dando ênfase aos efeitos que o seu uso pode provocar na sociedade.
Os objetivos específicos consistem em analisar e colher dados que
representem de forma clara a incidência da Maconha no Município de Palmital,
sugerindo formas eficazes de melhoria para a situação, tendo como foco:
Compreender os fatores que levam o uso das drogas;
Analisar a incidência de drogas em Palmital;
Levantar dados referentes às idades, e o sexo que mais consomem drogas;
Citar as dificuldades dos agentes e das autoridades em lidar com essa
situação;
Informar ao leitor sobre os malefícios das drogas para a conscientização;
12
Caso possível, indicar uma melhoria para o problema.
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste trabalho serão usados diversos métodos para o levantamento de
dados e informações necessárias. Primeiramente, será realizada uma pesquisa
bibliográfica em obras específicas que tratam dos assuntos envolvidos para o
levantamento dos conceitos afins. Também será realizada uma pesquisa
documental (relatório). Além disso, serão levantadas informações pertinentes na
internet para complementação das informações. Finalmente, será realizada uma
pesquisa de campo na ETEC Professor Mário Antônio Verza, com a aplicação de um
questionário misto composto por 13 questões, junto a 137 estudantes acima de 15
anos da Etec Professor Mário Antônio Verza, por meio da qual é pretendido obter
dados estatísticos que relacionem o aumento do consumo das drogas de acordo
com a faixa etária e com o sexo do público pesquisado. Também consta na pesquisa
de campo junto ao Promotor de Justiça do Fórum da Comarca de Palmital Dr. André
Mariani e o Delegado de Polícia de Palmital Dr. Marcelo Armstrong Nunes.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
As drogas vêm atingindo cada vez mais diversos grupos sociais para uso
pessoal, afetando mesmo aqueles que não têm o contato direto com ela. Sendo
motivo de grande preocupação, visto que pode ocasionar prejuízos irreparáveis para
a sociedade.
Neste capítulo serão apresentados os conceitos relativos ao tema, buscando
abordagens sistêmicas sob a ótica dos principais autores, tais como: Laranjeira,
Jungerman, Dunn, Charbonneau, Marques, Marcos Lomba e André Lomba,
Gikovate, Aratangy e entre outros.
2.1 TIPOS DE DROGAS E SEUS EFEITOS
Sabe-se que as drogas surgiram há muito tempo. É possível dizer que elas
existem desde o começo do mundo, pois naquela época o ser humano já tinha
contato com plantas e fungos tóxicos, muitas destas plantas quando usadas
provocavam alterações do humor e distorção da realidade. Contudo, na maioria das
vezes eram usadas para fins medicinais, e até para fins terapêuticos, não eram
usadas como uma simples diversão, como ocorre nos dias atuais.
As primeiras referências que se tem sobre as drogas, segundo, Gikovate
(2010), provém de muitos séculos atrás na Ásia, onde havia o consumo do haxixe,
havendo indícios também de que em alguns países da América do Sul, os índios
faziam uso das folhas de coca. Eles mastigavam as folhas para aliviar as dores que
sentiam, usavam simplesmente como remédio, por ser está a única forma de se
curarem, de aliviarem os seus sofrimentos.
Na história do arbusto da coca e da folha da coca, cuja produção tem sido um quase monopólio dos países andinos, especialmente da Bolívia e do Peru, os gérmens conhecidos do seu consumo tradicional remontam a cerca de 5000 mil anos atrás. O hábito da mastigação da folha de coca tem acompanhado a vida das populações daquela região nas suas funções laborais, sociais e de manifestação ritual. Mas aparece ligado particularmente ao alívio do esforço físico e mental provocado pelo trabalho em altitude (no planalto). (LOURENÇO MARTINS, 2007, p.02).
Uma das drogas que talvez seja também a mais antiga, e a que
provavelmente é a mais conhecida pelo ser humano é a planta da cannabis
14
(maconha), ela é uma das drogas que tem a sua origem natural, Segundo,
LOURENÇO MARTINS (2007, p. 01): “A planta cannabis, teria surgido na Ásia
Central, e que mesmo assim com toda a evolução do passar do tempo, em certas
regiões ela ainda continua a crescer de forma natural, cresce de forma mais
selvagem, da mesma forma desde a sua existência”.
Seu efeito é para a maioria das pessoas relaxante. A pessoa ri à toa, o cérebro não fica muito esperto - às vezes ocorre o contrário: surgem ideias variadas, rápidas e muito inteligentes -, e ela se sente totalmente liberta das responsabilidades, Talvez por isso a maconha tenha sido tão bem-sucedida nos anos 1960, quando a juventude superconservadora tentava se adaptar aos novos padrões, à liberdade sexual. (GIKOVATE, 2004, p. 58)
Já depois com o passar do tempo o consumo de drogas, e o perfil das
pessoas que consumiam foi mudando:
Com o passar do tempo, a tradição do consumo das drogas foi mudando, pois cada povo em sua época tem uma cultura, as opiniões, o modo de ver as coisas mudam, antigamente o ser humano buscava nas drogas a sua nutrição física, usavam as como remédio para poderem curar suas doenças, para alimentarem os seus sonhos, e buscavam também a paz ou a excitação.(KOUTOUZIS apud LOURENÇO MARTINS, 2007, p.01).
Assim, pode se dizer que em pleno século XXI, é possível observar com muito
mais clareza como as drogas fazem parte do dia a dia das pessoas e que cada vez
mais elas estão se tornando uma preocupação coletiva da sociedade, pois a cada
ano que se passa cresce o número de pessoas no país que entram para esse
mundo das drogas, sejam jovens, adultos ou crianças, que muitas vezes acabam
sendo influenciados, e acabam se prejudicando, e prejudicando também aqueles a
sua volta.
As drogas podem ser definidas como substâncias que alteram o humor,
percepções e as sensações de quem as usa, podendo causar mudanças na forma
de agir conforme o tipo e a quantidade de droga usada, modificando as
características específicas dos usuários, e provocando reações diferentes, pois cada
droga é dividida pelo efeito que causa. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
As drogas são divididas em três grupos. O primeiro são as Depressoras da
Atividade do Sistema Nervoso Central, que deprimem o funcionamento do cérebro,
fazendo as pessoas ficarem mais desligadas, lentas e acabam perdendo o interesse
15
pelas coisas. São drogas consideradas Depressoras: os calmantes, ansiolíticos, que
diminuem a ansiedade, também o álcool, inalantes e narcóticos (morfina e heroína).
O segundo grupo são aquelas drogas que causam o aumento da atividade do
cérebro, que seriam estas as que estimulam o funcionamento do cérebro, fazendo
com que a pessoa que faz uso dessas drogas fique mais imperativa, mais ligada,
elétrica e também ocasionando a perca do sono, e por conta dessas sensações que
são causadas, que elas são consideradas drogas Estimulantes da Atividade do
Sistema Nervoso Central. Algumas drogas que são denominadas Estimulantes:
Cafeína, cocaína, crack, anfetamina e tabaco, podem causar esse efeito. E por
último o terceiro grupo, que é formado pelas drogas que vão modificando com o
tempo a atividade do cérebro. O uso destas drogas acaba fazendo com que o
cérebro passe a funcionar fora do seu normal, e uma destas mudanças é que a
pessoa acaba ficando com a mente perturbada, tem alucinações (fusão dos
sentidos, o som das coisas parece adquirir formas) e distorções da realidade, e por
estas razões as drogas que pertencem a este terceiro grupo são denominadas como
drogas Perturbadoras da Atividade do Sistema Nervoso Central. Algumas drogas
que são consideradas Perturbadoras: LSD, Êxtase, e a Maconha, e também outras
drogas derivadas de plantas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
Neste sentido, independente do grupo em que se enquadra, o uso de drogas
pode causar danos irreversíveis aos usuários.
2.1.1 A maconha
Dentre os vários tipos de drogas, a mais conhecida e popular é a maconha,
sendo produto de uma planta chamada Cannabis sativa. Segundo Laranjeira,
Jungerman e Dunn (1998) ela é composta por mais de sessenta substâncias, sendo
o THC (delta-9-tetraidrocanabinol) a substância que produz os efeitos desejados no
cérebro. No entanto, de acordo com Aratangy (1991, p. 67), “A resina dourada
secretada pela floração da Canabis satyva contém mais de quatrocentas
substâncias químicas diferentes, nem todas identificadas, poucas isoladas”.
A maconha tem seu surgimento desde muito tempo e conta com a sua
presença em vários lugares do mundo, com a finalidade de uso medicinal, bem
16
como também para outros usos. Conforme o decorrer dos anos, a maconha foi
abrangendo o seu uso, pois contava com propriedades que de certa forma eram
úteis para curar, tratar e também prevenir doenças, assim como diz Laranjeira,
Jungerman e Dunn (1998, p. 9):
O uso da maconha é conhecido há cerca de 12.000 anos. Com a planta, os gregos e os chineses faziam cordas que eram utilizadas em navios. Como medicamento, começou a ser usada na China há 3.000 anos no tratamento de constipação intestinal, malária, dores reumáticas e doenças femininas. Por suas propriedades psicoativas, a planta era recomendada para melhorar o sono e estimular o apetite. Um pouco mais tarde, na Índia, sua capacidade de produzir euforia foi descoberta e então a Cannabis passou a ser prescrita para reduzir a febre, estimular o apetite, curar doenças venéreas e como analgésico. Por volta de 1850, suas propriedades anticonvulsivantes, analgésicas, antiansiedade e antivômito foram pesquisadas por vários médicos europeus.
Considerada uma substância proibida por Lei no Brasil, o uso da maconha
vem crescendo a cada ano. Mas no que diz respeito ao seu uso nos dias de hoje,
percebe-se que seu consumo não é destinado para os mesmos fins como
antigamente, seu foco está sendo desviado para outra finalidade, o de uso pessoal.
“Desde os anos 60, a maconha ficou mais conhecida pelo seu uso recreativo, com o
propósito de alterar consciência.” (CARTILHA SOBRE MACONHA, COCAÍNA E
INALANTES, 2004, p. 12). Tal informação torna um tanto quanto preocupante o seu
consumo para uso pessoal, já que ela traz diversos resultados na sociedade e
prejudica a saúde de quem a ingere. Segundo a revista Galileu (2010, p. 44):
Com tantos potenciais, é pouco comum encontrar especialistas que sejam contra o seu uso medicinal. Ainda que alguns façam ressalvas e acreditem que é necessário realizar mais testes. Nem de longe, porém, o tema gera tanta polêmica quanto o chamado uso recreativo, ou seja, consumir apenas para se divertir. Nesse caso, a questão não é somente médica, mas política e social.
Em relação à dependência química:
A dependência é medida pela dificuldade do usuário em diminuir ou cessar o consumo da droga e pelo modo como sua falta é sentida no corpo (chamada de sintomas de abstinência). No caso da maconha apesar de estar provado que o seu uso crônico não resulta em severos sintomas de abstinência, existem pessoas que os acusam. (LARANJEIRA, JUNGERMAN E DUNN, 1998, p. 23)
Para Aratangy (1991), a dependência da maconha é questionável, já que a
falta de ingeri-la não provoca de certa forma o síndrome de abstinência. A falta dela
17
interfere mais no sistema psicológico provocando efeitos como insônia, ansiedade,
náusea, inquietação, falta de apetite dentre outros efeitos.
A Cannabis sativa (maconha), assim como algumas outras drogas, age no
organismo provocando efeitos distintos. Tem-se que levar em consideração, que os
diferentes efeitos que elas causam se justifica por diversos fatores, como por
exemplo, a quantidade de maconha ingerida, a frequência do seu uso, a forma como
vai ser ingerida e etc.
De acordo com a Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes (2004, p. 13),
“Algumas pessoas, ao usarem maconha, sentem-se relaxadas, falam bastante, riem
à toa. Outras sentem-se ansiosas, amedrontadas e confusas.”. Ou seja, o indivíduo
pode apresentar efeitos e resultados diferentes no seu organismo de um uso para o
outro.
Além das causas mentais provocadas com o consumo da maconha, a mesma
pode desenvolver sintomas físicos.
Alguns desses usuários vão também apresentar sintomas físicos. Ao parar de usar maconha, abruptamente, podem apresentar distúrbios de sono, irritabilidade, perda de apetite, enjôo e sudorese. Esses sintomas duram, em geral, uma semana, à exceção do distúrbio de sono, que pode durar mais tempo. (IDEM 2004, p. 15)
Esta mais que provado que a maconha em si, traz efeitos que prejudicam o
organismo de quem a ingere, seja elas efeitos psíquicos, neurológicos, respiratórios,
sociais e físicos. E também é válido dizer que diante dos sintomas apresentados
acima e outros que afetam o organismo, há também a relação do uso da droga com
fatores diversos na sociedade, bem como na política e na economia do país.
2.2 A CRIMINALIDADE ENVOLVIDA NO USO DA MACONHA NO BRASIL
Hoje vive-se em uma sociedade cada dia mais violenta, onde a criminalidade
ganha forças, apesar de todo combate da segurança pública, o crime organizado
avança seu domínio. Como exemplo é possível citar o PCC (Primeiro Comando da
Capital) é uma organização voltada ao planejamento e execução do crime no Brasil.
“O esquema PCC, que rende 120 milhões por ano, é altamente organizado e
articulado”. (GONÇALVES, 2014, p.1).
De acordo com Gonçalves (2014, p.1):
18
Infelizmente, a constatação das investigações é que os tentáculos do PCC continuam crescendo dentro e fora dos presídios, Que o combate sem descanso à facção criminosa seja imperativo para as forças de segurança pública.
Contudo, existem muitas outras organizações voltadas ao crime, e
infelizmente a maioria delas é também responsável pela logística das drogas no
país, inclusive da maconha.
Há uma grande dificuldade no combate ao tráfico internacional, a entrada de
drogas no país se deve também a sua posição geográfica, conforme pesquisa
realizada na UFMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), por Reis, Silva
e Santana (2013, p.4), a respeito do Estado do Mato Grosso do Sul:
No referido estado, percebe-se um grande problema quanto ao tráfico internacional devido a sua situação fronteiriça, é a porta de entrada de todo o tipo de drogas no país, vindas especialmente da Bolívia e da Venezuela. Também ficou evidente que o Mato Grosso do Sul está entre as rotas preferenciais dos traficantes. Quase todos os dias pessoas são presas em Campo Grande (capital do estado) tentando transportar entorpecentes para o restante do Brasil e para cidades que fazem as rotas internacionais. Em Mato Grosso 54% (cinquenta e quatro por cento) dos crimes são ligados ao tráfico e no Mato Grosso do Sul, este número sobe para 57% (cinquenta e sete por cento).
Desta forma, fica clara a influência do tráfico de drogas no alto índice de
criminalidade e a rede altamente intrincada e de corrupção do crime organizado,
voltando-se para um negócio lucrativo, onde traficantes cumprem o papel atual de
novos capitalistas, assumindo o poder e colaborando para o consumo de drogas.
De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), 75% dos jovens infratores no
Brasil são usuários de drogas, e o roubo foi à causa de 36% das internações pelo
país, segundo relatório conclusivo dos estudos sobre medidas socioeducativas.
Conforme este estudo, a maconha é a droga mais consumida (89%), logo após a
cocaína (43%), e apenas na região Nordeste o Crack (33%), foi à segunda
substância mais consumida. Também há os usuários de inalantes, medicamentos e
LSD. Com base nesse relatório, os atos infracionais podem estar ligados ao uso de
psicoativos. Além dos furtos e roubos, a pesquisa apontou o aumento dos crimes de
homicídios em todas as regiões do país, apenas no Sudeste o delito corresponde a
7% do total. O homicídio, como motivo de internação dos jovens nas regiões Norte,
Centro- Oeste, Nordeste e Sul, corresponde respectivamente a 28%, 21%, 20% e
19
20%. (G1, 2012).
Essa foi uma pesquisa realizada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça),
que comprova o aumento e a relação das drogas com a criminalidade no Brasil e a
rede do tráfico, que detém uma quantia significativa de mortes e também entre
outros crimes, como: estupro, lesão corporal, roubo seguido de morte, etc.
Dentro do contexto proposto é possível concluir que a droga é fato gerador
ligado ao aumento da criminalidade, que leva os consumidores e fornecedores a
entrar para o mundo do crime, tanto para sustentar o próprio vício, ou como meio de
ganhar a própria vida fornecendo esse tipo de produto, seja devido à baixa renda ou
falta de oportunidades. Além disso, deve-se levar em consideração que a droga
atinge todas as classes, causando transtorno físico e psicológico que desencadeia
várias consequências levando ao crime, afetando a sociedade como um todo.
Assim, o processo sistêmico do tráfico de drogas, desde a geração do
produto até o consumo contribui direta e indiretamente para o aumento da
criminalidade.
2.3 PRINCIPAIS LOCAIS DE OCORRÊNCIA DO USO DA MACONHA
O uso da maconha bem como outras drogas vem crescendo gradativamente
nos últimos anos, como bem citado neste trabalho. Essa incidência se da por conta
de diversos fatores, porém Charbonneau (1987, p.35) contesta que:
Há uma dimensão da droga que é ligada à juventude e que é da mais alta importância. Para entendê-la é necessário corrigir a visão que a gente tem do que é o problema. Até recentes anos, considerava-se o problema ligado à marginalização; usavam drogas os marginalizados ou caíam na marginalização aqueles que as usavam. Hoje em dia isso é completamente superado. E o que há de grave, justamente, é que deixou de ser um fenômeno de marginalização para passar a ser um fenômeno de cultura. É a nossa cultura que integrou a droga dentro do seu esquema existencial.
A adolescência é o período onde o uso das drogas é muito elevado, visto que
esse período é uma fase da vida em que o jovem quer experimentar coisas novas,
onde ele está em busca da sua própria autonomia para decidir o que quer em sua
vida, assim como Murad (1987, p. 98) defende, “Às vezes o adolescente
experimenta por curiosidade, modismo, espírito de aventura.”.
20
Essa tendência cultural voltada ao uso de drogas adquirida ao longo dos anos
atingiu de certo modo todos os âmbitos sociais inclusive as escolas:
E, por ser um fenômeno de cultura, a juventude é a primeira a ser atingida. O seu primeiro contato com a comunidade humana fora da família é a escola. É lá que adquire a sua cultura, adquire através dos educadores, mas também através dos colegas, através da comunidade escolar no seu sentido mais amplo. (CHARBONNEAU, 1987, p. 35).
Com base nisso, é de extrema importância que o jovem tome precauções em
relação à sua integridade, pois eles são os mais vulneráveis a adquirir a droga para
uso recreativo.
Vale ressaltar que há dados que comprovam esta realidade que se encontra
os adolescentes em relação ao consumo das drogas, em especial, a maconha. De
acordo com uma pesquisa feita pela G1 (2012), as substâncias que mais foram
utilizadas pelos adolescentes foi à maconha, sendo ela a mais citada, e em seguida
a cocaína com exceção da Região Nordeste, que no caso o crack foi considerado a
segunda substância mais utilizada.
Além dos jovens estudantes de escola de nível médio e até mesmo
fundamental, com alto índice de uso de drogas entre eles, se encontra também um
índice elevado nas instituições de nível superior, segundo o levantamento Nacional
sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre Universitários das 27 capitais
brasileiras (2010), o uso da maconha vem sendo a substância mais consumida entre
os estudantes de instituições públicas bem como nas privadas. Entre os grupos sociais nos quais foram citados, encontram-se os moradores
de rua, pessoas de classe baixa sem boas condições de vida, onde não tenham
contato com a educação ou até mesmo não tenham contato com pais ou
responsáveis no qual possam dar melhores condições de vida e conforto. “Em se
falando de classe baixa o que nos chama a atenção, em primeiro lugar, é a
prostituição infantil e sua ligação com a droga, especialmente a questão dos
meninos de rua que consomem cola.” (CRUZ, 1987, p. 63). Sem informações
pertinentes que possam orientar os moradores de rua sejam eles crianças, jovens e
adultos, sobre os efeitos e prejuízos decorrentes com o uso das drogas, os mesmos
vão à procura daquilo que se adquiri facilmente, pois o tráfico de drogas se ocorre
gradativamente entre moradores de rua, inclusive entre crianças indefesas, que se
21
vendem para consumir drogas, bem como também os traficantes nos quais os usam
para distribuir drogas e revender, fazendo com que o integre no mundo da
criminalidade.
Contudo, as drogas se fazem presentes em todo lugar, fazendo com que o
risco de crianças, jovens e adultos se depararem com elas seja ainda mais alto.
Como exemplo disso são as festas e eventos, que são lugares onde as drogas se
propiciam facilmente. Segundo Gikovate (2004, p. 55):
O mesmo acontece com o uso do ecstasy, outra anfetamina que se tornou famosa e muito usada por jovens que costumam se divertir em festas que duram todo um fim de semana.
Certamente os lugares podem favorecer o consumo das drogas, fazendo com
que elas se tornem mais populares entre a sociedade, levando assim ao seu
experimento ou uso frequente.
2.4 CONSEQUÊNCIAS DO USO DA MACONHA NA SOCIEDADE
O uso da maconha e de qualquer outra droga pode causar grandes prejuízos
para a sociedade, e também para o Governo, pois por se tratar de uma droga ilegal,
o seu processo produtivo e comercial não gera nenhum imposto para o Poder
Público.
Assim, o poder público enfrenta um enorme desafio no combate à produção,
venda e circulação desses produtos ilegais. Segundo Tuma (1987, p. 27):
Desde que assumi a direção geral do Departamento de Policia Federal, passei a ter uma visão bem mais ampla do fenômeno do tráfico e de sua avassaladora influência no campo social, econômico, político, e sanitário. Em todas essas áreas, ele interfere, ora adotando posturas sutis, quando conveniente, ora impondo soluções por via da violência, de modo a romper os obstáculos que surjam à sua frente. Os prejuízos decorrentes dessa atividade são incalculáveis.
Segundo Laranjeira, Jungerman e Dunn (1998, p. 7) “[...] à sua maneira, as
autoridades se interessam pelo problema, pois sabem que esse comércio ilegal
movimenta a soma astronômica de 600 bilhões de dólares por ano no mundo [...]”.
Ou seja, são valores expressivos para o mundo que certamente não vão trazer um
retorno para a sociedade.
22
É necessária a diminuição desse índice e que todo o ordenamento jurídico no
que diz respeito à não legalização seja eficaz. Por meio de drásticas fiscalizações
não somente na compra e venda da maconha, mas também à sua origem, ou seja, a
partir da sua produção.
De acordo com Wrobleski (1987, p. 16), “Estamos convencidos de que a
maneira mais eficaz, eficiente e menos perigosa de se atacar o suprimento de
drogas é eliminar as drogas nos campos de produção.” Ou seja, a fiscalização deve
ser de certa forma drástica e rigorosa em relação à produção das drogas, evitando
assim que mais pessoas tenham o contato com qualquer outro tipo de droga.
A criminalidade do uso ilegal da maconha traz consequências para o meio
social. Além dos prejuízos com que esse tráfico provoca para o Poder Judiciário,
para autoridades e para o Governo, ela colabora também com a insegurança da
população. Mas, deve-se levar em consideração que a criminalidade e a maconha
não estão relacionadas pelo fato de que a própria maconha, constituída por
substâncias alucinógenas induz o usuário a cometer a criminalidade. Para melhor
entender:
Para conseguir a maconha, é preciso entrar em contato com algum ponto da teia da marginalidade. Provavelmente vem daí a associação entre maconha e criminalidade, pois não há nada no efeito da droga em si que leve o sujeito a cometer crimes. (ARATANGY, 1991, p. 69).
Certamente o usuário está associado com o aumento da criminalidade, pois
ele se encontra na necessidade de adquirir a droga para si, induzindo-o a cometer
crimes para arrecadar dinheiro e enfim comprar a maconha.
Diante das diversas consequências que a maconha provoca na saúde do
indivíduo que a ingere, seu uso ilegal abrange não somente o próprio usuário, mas
também as pessoas que estão a sua volta como os pais e amigos. Estes acabam
sentindo as consequências dessa frequente incidência. É fato dizer que a sua
amplitude acaba que gerando receio da população, insegurança dos familiares, pois
a droga em geral acaba que desestruturando as famílias de qualquer classe social.
“Há usuários de drogas em famílias estáveis e em famílias desorganizadas, em
famílias da classe média alta e em outras mais carentes.”. (LARANJEIRA,
JUNGERMAN E DUNN, 1998, p. 50).
23
Nas escolas isso não é diferente, pois dentre a sociedade os jovens são os
mais aptos a querer experimentar as drogas, por conta de vários fatores. Para os
jovens, Charbonneau (1987, p. 35) contesta que:
O seu primeiro contato com a comunidade humana fora da família é a escola. É lá que adquire a sua cultura, adquire através dos educadores, mas também através dos colegas, através da comunidade escolar no seu sentido mais amplo.
Contudo, é de extrema importância que o individuo se posicione de forma
matura de que as drogas trazem malefícios não somente à sua saúde, quando
ingeridas, mas também às pessoas que as rodeiam, bem como também àquelas em
que vive em seu meio social, por conta da sua amplitude.
24
3 UMA ABORDAGEM DO USO DAS DROGAS EM PALMITAL
Neste capitulo será abordado dados em relação ao uso de drogas, tanto para
consumo próprio como também por tráfico, além dos resultados obtidos através de
uma pesquisa de campo feita na escola Etec Professor Mário Antônio Verza, da
cidade de Palmital.
Como parte dos resultados desta pesquisa, cabe destacar inicialmente as
parcerias realizadas com o Promotor de Justiça André Mariani, da 2ª Vara Criminal
da Comarca de Palmital-SP, que disponibilizou um relatório sobre as denúncias
oferecidas no ano de 2014, bem como da Delegacia de Polícia com o delegado
Marcelo Armstrong Nunes, os quais forneceram parte dos dados expostos neste
trabalho.
Em pesquisa junto a referida Vara Criminal da Comarca (Juízo Comum),
analisou-se 19 (dezenove) processos, entre Janeiro a Setembro de 2014, dentre
estes, 12 (doze) denúncias de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343) e 7 (sete)
denúncias de porte de drogas para consumo próprio (art. 28 da Lei nº 11.343),
conforme a tabela 1.
Tabela 1 - Juízo comum
Fonte: Elaborada pelos autores (2014).
Desses processos, 5 (cinco) são representações oferecidas para menores, por
tráfico de drogas, na Vara da Infância e Juventude desta Comarca, onde se constata
que a maioria é composta pelo sexo masculino, conforme a tabela 2:
ANO 2014
MÊS
DENÚNCIAS OFERECIDAS
TOTAL
ART.33 (TRÁFICO DE
DROGAS)
ART. 28 (CONSUMO PRÓPRIO)
PESSOAS DENUNCIADAS
TOTAL
Janeiro 7 5 2 8
Março 3 2 1 5
Abril 2 1 1 3
Maio 3 1 2 3
Junho 1 1 __ 1
Julho 2 1 1 2
Setembro 1 1 __ 1
25
Tabela 2 - Infância e Juventude - Representações
Fonte: elaborada pelos autores (2014).
Nas tabelas 3 e 4, os dados fornecidos pela Delegacia de Polícia de Palmital
podem ser analisados, os quais são referentes aos atos infracionais de 2014, entre o
mês de Maio e Outubro, somando-se ao todo o total de 15 (quinze) adolescentes (2
meninas) e 35 (trinta e cinco) adultos (3 mulheres).
Tabela 3- Maiores Indiciados
Fonte: elaborada pelos autores (2014)
Tabela 4 - Indiciados Adolescentes – Atos Infracionais
MÊS
INDICIADOS
ADOLESCENTES
TRÁFICO DE
DROGAS ART. 33
PORTE DE DROGAS ART. 28
TOTAL
Maio 5 3 2 5
ANO 2014 Junho 1 1 __ 1
Julho 2 1 1 2
Setembro 1 __ 1 1
Fonte: elaborada pelos autores (2014)
ANO 2014
MÊS
REPRESENTAÇÕES
OFERECIDAS
ART. 33
(TRÁFICO DE DROGAS)
ADOLESCENTES
REPRESENTADOS TOTAL
Fevereiro
1 1 2
(2 Meninas)
Março
1 1 2
(2 Meninos)
Junho
2
2
3 (1 Menina/2
Meninos)
Agosto
1 1 1
(1 Menino)
MÊS
INDICIADOS (MAIORES)
ART .33 TRÁFICO DE
DROGAS
ART. 28 PORTE DE DROGAS
TOTAL
Maio 1 1 __ 1
ANO 2014
Junho 6 5 1 6
Julho --- --- --- ---
Agosto 2 1 1 2
Setembro 2 1 1 2
Outubro 1 __ 1 1
26
Segundo a pesquisa realizada com os alunos da ETEC Professor Mário
Antônio Verza, somando num total de 137 (cento e trinta e sete) alunos, desses 124
(cento e vinte e quatro) que corresponde a 91%, responderam que nunca fizeram
uso de drogas ilícitas. Já 13 (treze) alunos (9%) afirmaram que já fizeram o uso de
algum tipo de droga, sendo eles a maioria do sexo masculino. Para melhor ilustrar
os dados obtidos, segue a figura 1:
Figura 1: Pessoas que usaram ou não drogas ilícitas
Fonte: Elaborado pelos autores (2014).
Conforme análise da figura 2 a seguir, constata-se que a maconha é a droga
mais consumida entre os alunos entrevistados, seguida da cocaína e crack:
Figura 2: Dentre os alunos que já fizeram o uso de drogas
Fonte: Elaborado pelos autores (2014).
Conclui-se que, mesmo a maioria que já obteve informações ao longo do período
escolar, com participação em Palestras e Projetos em geral, fez o uso de algum tipo de
27
drogas, sendo a Maconha a droga que mais é consumida pelos jovens na cidade de
Palmital.
3.1 DESAFIOS DO COMBATE AO USO DA MACONHA EM PALMITAL
É notória, diante dos dados colhidos através de diferentes meios de
pesquisas, a grande dificuldade das autoridades policias ao combate das drogas na
cidade de Palmital.
Segundo abordagem feita neste trabalho, há um aumento de ocorrências
devido ao número de furtos e roubos relacionados ao consumo de drogas, e com
isso a dificuldade das autoridades em atender a todas as demandas devido à falta
de funcionários e policiamento efetivo, afetando assim toda a população.
Um dos maiores desafios é o uso de menores, pelos traficantes na circulação
das drogas, já que a pena para os menores é menor, pois os menores são
recolhidos à Fundação Casa.
Contudo, a desagregação familiar também é um fator consequente do uso
das drogas, entre os jovens.
A fiscalização é uma das formas de prevenção, juntamente com leis mais
severas e rígidas.
A conscientização nas escolas juntamente com os responsáveis é uma
ferramenta importante para a prevenção e reeducação dos usuários para a sua
reintegração na sociedade.
A comunidade tem grande importância nesse contexto, com a criação de
projetos e palestras que visam à conscientização e atividades que aumentem a
autoestima dos jovens, colaborando para a sua formação física e psicológica, e
entre outros benefícios.
Em relação à reabilitação, há hoje clínicas especializadas para o combate do
uso das drogas para os dependentes químicos, porém não basta que haja as
clínicas de reabilitação, tende haver a vontade do usuário químico para a sua
recuperação.
28
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do cenário em que se encontra a sociedade, em relação às drogas, a
maconha ainda é a droga mais consumida na cidade de Palmital, estado de São
Paulo. Essa realidade se encontra também em outras regiões do Brasil.
Embora seus efeitos em curto prazo não sejam tão prejudiciais à saúde, mas
com o passar do tempo se podem constatar sérios danos ao organismo, como por
exemplo, a perca de memória, a falta de concentração, comprometendo as vias
respiratórias e até a esterilidade, para ambos os sexos.
Contudo a morte não seja uma consequência imediata, comprovou-se através
das pesquisas o alto índice de morte relacionado ao tráfico de drogas.
Hoje nos deparamos com diversos meios de prevenção da mesma, e também
de reabilitação dos usuários químicos.
Das mais diversas formas de prevenção, o indivíduo desde a sua
adolescência deve estar atento à questão das causas e consequências que a droga
em si provoca no organismo.
Para que surte uma melhor eficiência e eficácia para a prevenção do uso ou
experimento da droga, o individuo tende a desenvolver em si, opiniões concretas em
relação a esse assunto. Isso se dá por meio de informações provenientes da própria
família.
Logicamente, a escola tem grande importância na vida de um individuo, pois
nela, será o ambiente de primeiro contato com a sociedade, com diferentes opiniões,
e grandes descobertas.
Pode-se dizer que as informações de prevenção que encontramos em jornais,
revistas, mídia, cartazes, rádios e até projetos específicos para a conscientização
das drogas, ainda não basta. É preciso uma maior colaboração em relação à
legislação para que não haja a circulação e muito menos a produção de drogas
ilícitas na sociedade.
29
A fiscalização deve ser de certa forma drástica e rigorosa em relação à
produção das drogas, evitando assim que mais pessoas tenham o contato com
qualquer outro tipo de droga.
Vale lembrar que quando se fala da prevenção das drogas, ainda é mais fácil
de evitar que o indivíduo a ingere. Porém, a situação é mais complexa no que diz
respeito à reabilitação daqueles que já fazem o uso contínuo da droga, os
dependentes químicos. Há uma grande barreira que impede que essa situação se
reverta.
30
REFERÊNCIAS
ARATANGY, Lidia Rosenberg. A contestação enquadrada. In: Doces venenos: Conversas e desconversas sobre drogas. 7° Edição. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1991.
CAPEZ, Fernando. Drogas: internação compulsória e educação. Folha de São Paulo. São Paulo, 19 de julho de 2011. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1907201108.htm. Acesso em: 02 set. 2014.
CHARBONNEAU, Paul-Eugène. A escola e o combate às drogas. In: Drogas ameaça ao futuro. São Paulo: Lis Gráfica e Editora LTDA, 1987. CARTILHA SOBRE MACONHA, COCAÍNA E INALANTES. Brasília, SENAD, 2004. CRUZ, Amadeu. Programa comunitário para a prevenção. In: Drogas ameaça ao futuro. São Paulo: Lis Gráfica e Editora LTDA, 1987.
GONÇALVES, Eduardo. Saiba quem são os criminosos que comandam o PCC. Disponível em: http://vejaabril.com.br/tema/segurança-pública- Acesso em: 27/08/2014
GALILEU, A ciência da legalização da maconha. São Paulo: Editora Globo, n° 231, 2010. GIKOVATE, Flávio. Efeitos físicos e psicológicos das drogas. In: Drogas opção de perdedor. 2ª Edição. São Paulo: Editora Moderna LTDA, 2004. G1 Globo. 75% dos jovens infratores no Brasil são usuários de drogas, aponta CNJ. Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/75-dos-jovens-infratores-no-brasil-sao-usuarios-de-drogas-aponta-cnj.html. Acesso em: 28 set. 2014. G1.Globo.75% dos jovens infratores no Brasil são usuários de drogas, aponta CNJ. Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/75-dos-jovens-infratores-no-brasil-sao-usuarios-de-drogas-aponta-cnj.html Acesso em: 08/10/2014 LEVANTAMENTO NACIONAL SOBRE O USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS ENTRE UNIVERSITÁRIOS DAS 27 CAPITAIS BRASILEIRAS. Brasília, SENAD, 2010.
31
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LOURENÇO MARTINS, A.G. História Internacional da Droga, História do Consumo de Drogas. Disponível em: http://www.encod.org/info/HISTORIA-INTERNACIONAL-DA-DROGA.html. Acesso em: 21 out. 2014.
MARQUES, Luis Guilherme. O uso de drogas, bebidas alcoólicas e fumo. Associação dos Magistrados Brasileiros. Disponível em: http://www.amb.com.br/mod/1/index.asp?secao=artigo_detalhe&art_id=125. Acesso em: 13 set. 2014.
MURAD, Paul-Eugène. Como melhorar e ampliar o combate às drogas. In: Drogas ameaça ao futuro. São Paulo: Lis Gráfica e Editora LTDA, 1987. REIS, Pablo, SILVA Tiago e SANTANA, José Israel. As Drogas e sua influencia no índice de Criminalidade. Disponível em: http://www.unoeste.br/site/enepe/2013/suplementos/area/Humanarum/Direito/AS%20DROGAS%20E%20SUA%20INFLU%C3%8ANCIA%20NO%20%C3%8DNDICE%20DE%20CRIMINALIDADE%20relatos%20de%20pesquisa.pdf Acesso em: 27/08/2014.
TUMA, Romeu. A conexão das drogas. In: Drogas ameaça o futuro. São Paulo: Lis Gráfica e Editora LTDA, 1987.
WROBLESKI, Ann. Drogas Segurança Nacional. In: Drogas ameaça ao futuro. São Paulo: Lis Gráfica e Editora LTDA, 1987.
32
APÊNDICES
APÊNDICE A – Modelo de questionário de pesquisa de campo...............................33
33
IDADE: ______
SEXO: ( ) FEMININO ( )MASCULINO
CURSO:( ) ENSINO MÉDIO ( )CURSO TÉCNICO
1.Você conhece algum tipo de droga?
a. ( )SIM b.( )NÃO
2.Na sua opinião qual é a droga mais usada em Palmital?
a.( ) MACONHA
b.( ) CRACK
c.( ) ÁLCOOL
d.( ) COCAINA
e.( ) CIGARRO
f. ( ) NÃO SEI
g.( ) OUTRAS. Especifique: ______________________
3. Você conhece algum usuário de droga em Palmital?
a.( )SIM b.( )NÃO
3.1 Em caso positivo, qual idade o usuário tem?
a.( )Até 18 anos b.( )de 19 até 30 anos c.( )Acima de 31 anos
4.Você conhece os efeitos colaterais causados pelo uso da maconha?
a.( ) SIM b.( ) NÃO
5. Já participou de alguma palestra, projetos, organizações sobre drogas?
a.( ) SIM b.( ) NÃO
5.1 Em caso positivo, quando e onde você participou?
R: __________________________________________________________.
6. Em sua família tem algum usuário de drogas?
a.( ) SIM b.( ) NÃO
7. Você já usou com algum tipo de drogas (ilícitas)?
a.( )SIM b.( )NÃO
7.1 Em caso positivo, qual?
R: ___________________________________________________________.
8. O que você sugere para a melhoria do combate ao uso de drogas em Palmital?
R:____________________________________________________________.
9. O que você gostaria de saber sobre as drogas?
R: ___________________________________________________________.
10. Tem vontade de participar de qual atividade sobre o combate as drogas?
a. ( ) Seminário
b. ( ) Palestra
c. ( ) Projeto
d. ( ) Outro. Especifique:________________________________________