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Mediunidade e Disciplina
Mediunidade Mediunidade é a capacidade que todos nós temos, em maior ou menor grau e tipos diferentes, de servirmos de veículo de comunicação entre o plano físico e o plano espiritual. Em todo ser humano existem rudimentos de mediunidade.
É valioso aprendizado, por permitir auxiliar sofredores, reajustar
desequilibrados, enxugar lágrimas e propagar conhecimentos
redentores.
A mediunidade é compromisso grave, assumido pelas criaturas, antes da encarnação, como meio de resgate e regeneração.
O exercício dá mediunidade exige desprendimento e sentimento social, ou seja, o médium deve compreender que ele é um instrumento do Alto, para o bem dos outros e não para seu benefício pessoal.
Enquanto serve aos semelhantes, eleva-se perante a Lei Divina.
“A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.” Paulo (1 Coríntios, 12: 7).
Objetivos da Mediunidade
Segundo Paulo de Tarso, a mediunidade não pode ser praticada à toa, de forma desordenada; há um objetivo, há de haver uma planificação e uma meta maior a ser alcançada.
Para os encarnados:Cooperação com encarnados e
desencarnados de serviço de reconforto e esclarecimento;
Autoeducação, pela renovação dos sentimentos;
Aprendizado com as mensagens de elevado teor e com o exemplo dos Espíritos em sofrimento;
Construção de afeições muito valiosas no plano espiritual, consolidadas em base de cooperação e amizade superior; Prática da caridade desinteressada quando do auxilio aos desencarnados.
Para os Desencarnados:
Possibilidade de serem esclarecidos, reconfortados, estimulados a vencerem suas próprias imperfeições;
Auxílio no esforço de vencerem as telas da ignorância e do sofrimento;
Possibilidade de auxiliarem os encarnados pelo exemplo (negativo);
Amparo e esclarecimentos (superiores).
“a boa mediunidade se forma lentamente, no estudo calmo, silencioso, recolhido, longe dos prazeres mundanos, e do tumulto das paixões.” (Leon Denis - No Invisível – 1ª parte - cap.V).
Educação e função dos médiuns
Nada verdadeiramente importante se adquire sem trabalho. Uma lenta e laboriosa iniciação se impõe aos que buscam os bens superiores.
A mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de acuradas precauções
e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspirações, os sentimentos
nobres, e, sobretudo, a terna solicitude do bom espírito que a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes. Quase sempre, porém,
querem fazê-la produzir frutos prematuros, e desde logo se estiola a fana ao contato dos
espíritos atrasados.
Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la.Para que sejamos bem sucedidos, cultivemos as seguintes virtudes:
a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, e a sinceridade.
No prefácio do livro “Nos domínios da mediunidade”, o guia espiritual Emmanuel fala sobre a necessidade de asilarmos o Cristo no coração e na consciência, sob pena de ficarmos desorientados ao toque dos fenômenos.
“Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida”. Emmanuel
Se nossa real intenção é a de sermos bons médiuns, importa entendermos com clareza as noções de responsabilidade e disciplina.
O que é Disciplina?
No Dicionário de Português Michaelis encontramos a seguinte definição da palavra disciplina como sendo:
“ensino, instrução
e educação.”
A disciplina, conforme definiu William Bennett em “O Livro das
Virtudes”, pressupõe:
RESPONSABILIDADE;
CONSCIÊNCIA; eAUTOCONTROLE
Disciplinar-se é tornar-se discípulo
de si mesmo
Disciplina é a capacidade de
educar a própria vontade a fim de
resistir a uma tentação
imediata, em prol de um objetivo mais distante, porém muito mais valioso.(Hamilton Bueno)
DISCIPLINA é uma palavra de larga aplicação na vida. Podemos considerá-la uma virtude pessoal e intransferível, que adorna o espírito quando conquistada por aquisição, mas que pode violentá-lo quando por imposição.
A disciplina é firme e dócil, enérgica e suave para quem a compreende. Não é sinônimo de castigo, mas de
ordem e respeito aos objetivos propostos como meta por quem lhe
adotou a companhia.
Para alguns principiantes nas hostes da disciplina ela poderá parecer, uma acompanhante rigorosa, que tolhe iniciativas, castra desejos, dá ordens.
No entanto, na verdade, a disciplina induz o indivíduo à auto-regulação, amoldando-se aos objetivos à serem colimados como meta de sua fé.
Quando se resolve ser espírita, tem-se invariavelmente um encontro marcado com a disciplina, pois cada um de nós deverá sair da rotina do comodismo, para a conscientização de suas necessidades evolutivas. Aos poucos ele vai descobrindo que na casa espírita os minutos revestem-se de maior significação, aproveitados no trabalho, no estudo doutrinário, no esclarecimento dos problemas existenciais, no fortalecimento da amizade, na gentileza ou nos afagos da caridade.
A disciplina é moradora, e não visitante dos centros espíritas, pois aquele que a despede manda igualmente embora as rédeas da instituição. Juntamente com a caridade formam o dueto maior de um templo espírita, atuando conjuntamente sob a orientação do bom senso.Por esse motivo a disciplina não deve ser tão rígida que atropele a caridade, e esta deve ser suficientemente racional para não descaracterizar a disciplina.
A disciplina é uma virtude divina, usada em todo o universo em seus
aspectos macro e micro.
A disciplina também é companheira assídua da afetividade.
Por esse motivo, qualquer pessoa que tente impor disciplina através de
gritos e ameaças (cumpridas ou não) revela desconhecimento do tema.
A atitude de firmeza e serenidade, a força vigorosa da delicadeza é que levam a uma disciplina por aquisição. Ao iniciar a colaboração no processo disciplinar, o indivíduo, de livre vontade, assume o engajamento nas mudanças, despertando o espírito para as reformas interiores que se refletem nos comportamentos exteriores.
O homem religioso sente necessidade de disciplinar seu Espírito dentro do "espírito" da verdade.
E como ele pode fazer isso???
Quando Jesus mencionou a "porta estreita", o "negar
a si mesmo", o "tomar a sua cruz", estava falando de quê? Não seria de renúncia, uma das
velhas companheiras da
disciplina?
Para entrar pela porta estreita é necessário rigorosa dieta espiritual, forçando a obesidade inútil das nossas imperfeições a diluir-se pela ginástica do amor. E para isso o cardápio não traz como prato principal a disciplina? Para tomar a cruz aos ombros é urgente negar a si mesmo, reafirmando não o eu mundano, mas o eu divino, essência final da evolução.
Do espírita exige-se algo mais, que o
retire da extensa lista dos acomodados: a
disciplina. E ela se afirma no
esforço de renovação, que deve ser feito a
cada dia. É esse esforço que nos
pacifica e rejuvenesce.
Disciplinemos nossas emoções para que
elas não nos disciplinem.
Não esqueçamos
nunca:
Saber dizer NÃO também
consta da gramática do
amor, no extenso
capítulo da DISCIPLINA.
Para ter boa saúde é preciso disciplina.
Na mesa, na cama, na sala, na fala.
Disciplina ao respirar, disciplina ao pensar.
Disciplina no olhar, disciplina no tocar.
Pra poder evoluir é preciso disciplina.
Emmanuel, pela psicografia de Francisco Candido Xavier, deixou-
nos preciosa lição: “A vida de cada criatura
consciente é um conjunto de deveres para consigo
mesma, para com a família de corações que
se agrupam em torno dos seus sentimentos e para
com a Humanidade inteira.
E não é tão fácil desempenhar todas essas
obrigações com aprovação plena das
diretrizes evangélicas.”
Fonte Viva Capítulo 58
“Discípulos”
Como nos lembra BEZERRA DE MENEZES:
“Doutrina Espírita é conhecimento com responsabilidade; compromisso indeclinável que nos impomos, a fim de ressarcirmos o passado de sombras, de dúvidas, de mancomunações com o mal que ainda vive dentro de nós.”
Divaldo P. Franco “Compromissos Iluminativos”
Cap. “Cristo Espera por Nós
• http://www.pingosdeluz.com.br/estudos/disciplina.asp
• TEIXEIRA, J. Raul. “Correnteza de luz”. Pelo espírito Camilo. Editora FRÁTER.
• DENIS, Léon. “No Invisível”. 1ª parte, cap. V, Editora FEB.
• PERALVA, Martins: “Estudando a Mediunidade”, Editora FEB.
• O Livro dos Médiuns - cap. III, item 66• A historia do Espiritismo - cap. V
Bibliografia consultada: