COLECCIÓN ARIEL Nº 25

El rapto del Sol

H u b o una vez un reí t an poderoso que se ense-ñoreó de toda la t i e r r a . F u é el señor del mundo. A un jes to suyo mi l lones de Lombres se a l zaban d i spues tos a de r r i ba r las m o n t a ñ a s , á torcer el curso de los r ios o a e s t e r m i n a r u n a nac ión . Desde lo al to de su t rono de marfi l i oro, la h u m a n i d a d le pareció tan mezqu ina que se hizo ado ra r como un dios i e s t a tuyó su capr i cho como ú n i c a i su-p r e m a lei. En su i n c o n m e n s u r a b l e soberb ia cre ia que todo en el un ive r so es tába le subord inado , i el f é r reo yugo con que s u j e t ó á los pueb los i nacio-nes, superó á todas las t i r an í a s de que se gua rda -ba recuerdo en los f a s t o s de la h i s tor ia .

Una noche q u e d e s c a n s a b a en su c á m a r a tuvo un en igmá t i co sueño. Soñó que se e n c o n t r a b a al borde de un e s t a n q u e p ro fund í s imo en c u y a s aguas , de u n a d i a f a n i d a d imponderab le , vió un es t r ao rd ina r io pez que parec ía de oro. E n derredor de él i bañados por el m á j i c o f u l g o r que i r rad ia -ban sus a u r e a s escamas , p u l u l a b a n u n a inf in idad de seres : peces rojos que pa rec ían teñidos de púr-pura , c rus t áceos de todas f o r m a s i colores , r a r í -s imas a lgas e impercep t ib les á tomos v iv ien tes . De pronto, oyó u n a g r a n voz que dec ía : Apode-raos del r a d i a n t e pez, i todo en torno suyo pere-cerá!

El reí se desper tó sob resa l t ado e hizo l l a m a r a los as t ró logos i n i g r o m a n t e s p a r a q u e espl icasen el e s t r año sueño . Muchos espresa ron su opinión, m a s n i n g u n a s a t i s f a c í a al m o n a r c a h a s t a que , l l egado el t u rno al m a s joven de ellos, se ade lan tó i d i jo :

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—Oh, d iv ino i poderoso pr íncipe! la solucion de tu sueño es és ta : El pez de oro es el sol que de spa r r ama sus dones ind i s t in tamente en t re todos los seres. Los peces rojos son los r eyes i los g r an -des de la t ie r ra . Los otros son la mul t i tud de los hombres , los esclavos i los siervos. L a voz que hir ió vues t ros oídos es la voz de la soberbia. Guardaos de seguir su s consejos, porque su influ-jo os será f a t a l .

Calló el mago, i de l a s pup i las del rei brotó un resp landor sombrío. Aquello que a c a b a b a de oir, hizo nacer en su espír i tu una idea que, vaga al principio, f u é redondeándose i tomando cuerpo como la bola de nieve de la mon taña . Con ademan ter r ib le se echó sobre los hombros el manto de púrpura , i l levando p in tada en el ros t ro la demen-cia de la i ra , subió á u n a de las tor res de su ma-ravil loso a lcázar . E r a una tibia m a ñ a n a de pri-mavera . E l cielo azul, la verde c a m p i ñ a con sus bosques i su s hondonadas , los val les cubier tos de flores i los arroyos se rpen teando en los c laros y espesuras , hacían de aquel pa i sa j e un con jun to de una bel leza incomparable . Mas, el monarca na-da vió: n ingún matiz, n i n g u n a l ínea, n ingún de-tal le a t r a j o la a tenc ión de sus ojos de milano clavados como dos a rd ien tes l lamas en el glorioso disco del sol. De súbi to un águi la surgió del val le i flotó en los aires, bañándose en la luz. El rei miró el ave i, en seguida , su mirada descendió á la campiña , donde un grupo de esclavos rec ib ían inmóvi les como ídolos, el beso del fú l j ido lumi-na r . Apar tó los ojos, i por todas par tes vió espar-cirse en tor rentes inagotab les aquel resp landor . E n el espacio, en la t i e r ra i en las a g u a s mi r íadas de seres v ivientes s a ludaban la esplendorosa an-torcha en su marcha por el azul.

D u r a n t e un momento el rei permaneció inmóvil con templando el astro i, v i s lumbrando por la pri-mera vez, an t e tal magnif icencia , la mezqu indad de su gloria i lo e f ímero de su poder. Mas, aque l la sensación f u é ahogada bien pronto por una ola de infinito orgullo. El , el rei de los reyes , el conquis tador de cien naciones puesto en pa r angón

i en el mismo nivel q u e el pá ja ro , el s iervo y el g u s a n o !

U n a sonr i sa s a r c á s t i c a se d i b u j ó en su boca de es f in je , i s u s e jé rc i tos i flotas cubr i endo la t i e r ra , s u s i n c o n t a b l e s tesoros , las c i u d a d e s m a g n í f i c a s desaf iando las n u b e s con sus a l m e n a d o s m u r o s i soberb ias tor res , s u s pa lac ios i a l cáza res , donde desde s u s c imien tos h a s t a la flecha de s u s cúpu-las no ha i otros m a t e r i a l e s que oro, marf i l y pie-d r a s p rec iosas , acuden en t rope l á su m e m o r i a con un bri l lo t a l de poder ío i g r a n d e z a q u e c ie r ra los o jos des lumhrado . L a visión de lo q u e le ro-dea se empequeñece , el sol le p a r e c e u n a an tor -cha vil, d i g n a a p e n a s de o c u p a r un s i t io en un r incón de su r e j i a a lcoba. E l de l i r io de l orgul lo lo posee. E l vér t igo se apode ra de él, su pecho se h i n c h a , s u s s i enes la ten , i de s u s o jos b ro tan ra -yos t a n i n t ensos como los del a s t r o h á c i a el que a l a r g a la d i e s t r a , q u e r i e n d o as i r l e i de t ene r l e en su c a r r e r a t r i u n f a l . P o r un m o m e n t o p e r m a n e c e así, t r a s f igurado , en un pa rox i smo de inf in i ta soberbia , oyendo r e s o n a r aquel la voz q u e le ha-b l a r a en sueños :

—Apoderaos de esa a n t o r c h a i todo lo q u e exis-te perecerá .

Qué son a n t e t a l e m p r e s a sus hechos i los de sus a n t e c e s o r e s en la noche p a v o r o s a de los t iem-pos? Ménos que el olvido i q u e la n a d a . I sin a p a r t a r sus m i r a d a s del disco cen t e l l ean t e , invo-có a R a a , el j en io dominador de los espac ios i de los a s t ros .

Obed ien te al con ju ro , acudió el j en io envue l to en u n a t empes tuosa n u b e p r e ñ a d a de r a y o s i de r e l ámpagos , i d i jo al r e í con u n a voz s e m e j a n t e al r edob le del t r u e n o :

—Qué me qu ie re s , oh, tú, a quien h e a lzado i pues to sobre todos los t ronos de l a t ier ra?

I el m o n a r c a con te s tó : —Quiero se r d u e ñ o de l sol i q u e él sea mi es-

clavo. Calló Raa , i el re i d i jo : —Pido, ta lvez , a lgo q u e es tá f u e r a de l a l c an -

ce de tu poder?

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—Nó; p e r o p a r a complace r t e neces i to el corazón del hombre mas egoís ta , el del m a s faná t i co , el del m a s i g n o r a n t e i vil i el q u e g u a r d e en s u s fi-b r a s m a s odio i m a s hiél.

—Hoi mi smo los t endrás , d i jo el rei, i el denso n u b a r r ó n q u e cub r i a el a l cáza r , se desvanec ió como u n a nubec i l l a de verano .

D e s p u e s de una breve e n t r e v i s t a con el capi tán d e su g u a r d i a , el rei se d i r ig ió á la s a l a del trono, donde ya lo a g u a r d a b a n de rodi l las i con las f r en -t e s i n c l i n a d a s todos los m a g n a t e s i g r a n d e s de su imper io . Colocado el m o n a r c a ba jo la p ú r p u r a de l dosel , p roc lamó un hera ldo que , b a j o p e n a de la v ida , los al l í p r e s e n t e s d e b í a n d e s i g n a r al rei a l hombre m a s i gno ran t e , al m a s f aná t i co , a l m a s egoís ta i vil i al q u e a lbe rgase m a s odio en su corazon .

Los favor i tos , los d i g n a t a r i o s i los m a s nobles señores se mi r a ron los unos á los o t ros con rece-losa desconf i anza . Qué magn í f i ca opor tun idad p a r a d e s h a c e r s e de un r ival! Mas, a pe sa r de q u e el he ra ldo repi t ió por t r e s veces su in t imac ión , todos g u a r d a r o n un t emeroso si lencio.

El e n a n o del rei , u n a horr ible y m o n s t r u o s a c r i a tu ra , echado como un pe r ro a los pies de su amo, l anzó al ver la cons te rnac ión p in t ada en los s e m b l a n t e s una e s t r i den t e c a r c a j a d a , lo que le valió un p u n t a p i é del m o n a r c a q u e lo echó a ro-da r por las g r a d a s del t rono h a s t a el sitio donde e s t a b a el p r ínc ipe heredero , qu ien lo rechazó, a su vez de l mi smo modo en t r e las r i s a s de los cor tesanos .

Po r un i n s t a n t e se oyeron los rab iosos aul l idos del i n f e r n a l abor to ha s t a que , de pronto , endere-zando su d e s m e d r a d a personi l la , gr i tó con un acen to q u e hizo cor re r un esca lof r ío de miedo por los c i r c u n s t a n t e s :

—Si a s e g u r a s a mi cabeza su p e r m a n e n c i a so-b re los hombros , yo, oh divino p r ínc ipe! te seña-l a ré a esos que t u s r ea les o jos desean conocer.

E l rei h izo un s igno de a s e n t i m i e n t o i el r epug-n a n t e e n j e n d r o cont inuó:

— N a d a m a s f ác i l que complacer te , oh rei! De-

— o -

seas s a b e r c u á l de t u s vasa l los posee el corazón m a s vil? P u e s no sólo te p r e s e n t a r é uno s ino toda u n a le j ión . I m o s t r a n d o con la d ies t ra a los favo-r i tos q u e le e s c u c h a b a n e span tados , pros iguió: Ved ahí a esos q u e sacó de la n a d a tu omnipo ten -cia! E n sus corazones de cieno an idan todas l a s v i lezas . L a i n g r a t i t u d i la env id ia e s t án t r a s la m á s c a r a h ipócr i t a de sus b a j a s adulaciones . E n el f o n d o te od ian . Son como las v íboras ; se a r ras -t r a n , pero s a l t an i m u e r d e n al m e n o r desl iz .

E n segu ida , volviéndose hác i a el Sumo Sacer -dote, i s eña lándo lo j u n t o con los m a g o s i los ni-g r o m a n t e s , d i jo :

—Ved ahí al m a s f a n á t i c o i a los m a s ignoran-tes de t u s subdi tos . Sus d o g m a s son absurdos , f a l s a su c iencia i su s ab idu r í a n e c e d a d !

Hizo u n a p e q u e ñ a p a u s a i con voz e n v e n e n a d a de odio prosiguió:

—El corazón mas egoís ta a l i en t a den t ro de tu pecho, oh! rei . No conozco otro que le i gua l e en d u r e z a i en crueldad, sa lvo el del p r ínc ipe , tu pri-mogénito. E l pede rna l es a n t e s u s l ibras u n a b lan-d a i de l eznab le cera!

Calló un i n s t a n t e i luego con voz ronca profirió: —Sólo me f a l t a m o s t r a r t e donde se h a l l a el

ú l t imo. Ese , es el mío, i, go lpeándose el pecho con f u e r z a , esc lamó: Aquí es tá , oh p r ínc ipe! Con odio i hiél f u e f a b r i c a d o . Si pud ie ra desborda r se , os a h o g a r í a a todos con el ac íbar i ponzoña de sus rencores . A n í d a n s e en él m a s cóleras q u e las que de sa t a ron , d e s a t a n i f u l m i n a r á n los cielos i los ab i smos del mar . Una sola go ta del veneno que enc i e r r a , b a s t a r í a para e s t e r m i n a r todo lo que se mueve i a l i en t a deba jo del sol.

L a voz s ib i l an te del enano v ib raba a u n en el vas to recinto , cuando el rei h izo una impercep t i -ble seña l . Al i n s t an t e se apa r t a ron los ampl ios t a p i c e s i d ieron paso a una f a l a n j e de gue r r e ro s que se p rec ip i ta ron sobre los a t e r r a d o s favor i tos , d i g n a t a r i o s y m a g n a t e s i los pasa ron á cuchi l lo en un ab r i r i c e r r a r de ojos. I n m e d i a t a m e n t e , d e s p u é s de decap i t ados , a b r í a n l e s el pecho i les a r r a n c a b a n el corazón pa lp i t an te .

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El jóven p r ínc ipe , al ver aque l l a ca rn i ce r í a , de u n sa l to se puso j u n t o a su padre , m a s el m o n a r -ca, a l zando el pesado ce t ro de oro, lo d e s c a r g ó sobre la d e s n u d a i j uven i l cabeza con la celeri-dad del r e l á m p a g o . A p é n a s el cuerpo se desp lomó sobre las g r a d a s , un esclavo le sacó el corazon.

E l e n a n o a l ver q u e u n so ldado a v a n z a b a hác ia él con el a l f a n j e en al to, gr i tó :

—Oh, rei , h a s promet ido . . . ! I u n a voz, en la q u e v ib r aba u n acen to de f e roc idad implacab le , reso-nó en lo a l to del soberbio t rono:

—Arrancad le , vivo, el corazón!

H a n p a s a d o dos d ías ; el rei se e n c u e n t r a en su c á m a r a m a s hosco i torvo q u e n u n c a , c u a n d o d e improviso ve en f o r m a de u n a se rp ien te de f u e g o la t emerosa apa r i c ión de R a a . E l j en io desenvue l -ve sus an i l los de l l a m a s i d ice :

—Aquí t i e n e s lo convenido . E s t a ma l la , t e j i d a con las fibras de los co razones c u y a esencia e r a el ego ísmo i el odio, el f a n a t i s m o i la i gno ranc i a , es i m p e n e t r a b l e á la luz. E o s r a y o s del sol se r o m p e r á n con t r a ella, sin q u e logren a t r a v e s a r l a j a m a s . A u n q u e su vo lúmen es t an pequeño q u e puede o c u l t a r s e en el hueco de la mano , sus plie-gues , d is tendidos , c u b r i r í a n toda la t i e r ra . Oye i g r a b a en tu m e m o r i a lo q u e h a s de hace r : Subi-r á s a l a m o n t a ñ a q u e se a lza sobre el ab i smo i e s p e r a r á s q u e el sol, al sa l i r de su m o r a d a noc-t u r n a , roce la c res ta m a s a l ta p a r a l anza r l e la red mág ica , cuyos p l i egues lo envo lve rán apr i -s ionándolo como den t ro de una coraza de d i a m a n -te . Desde ese m o m e n t o se rá t u esc lavo i pod rás h a c e r de él lo que quieras .

Sal ió o c u l t a m e n t e de su pa lac io por u n pos t igo , q u e daba al campo, s in m a s c o m p a ñ í a que un ca-y a d o de pas to r i la m a l l a m a r a v i l l o s a . T r e s d í a s con s u s noches , el re i m a r c h ó hác ia el o r i en te .

L a s e n d a por donde c a m i n a b a , sub ia bo rdeando des f i l ade ros i b a r r a n c a s i n sondab le s . E l flanco de la n e g r a m o n t a ñ a e r a cada vez m a s e m p i n a d o i m a s áspero . P e r o n i el c a n s a n c i o ni el f r ío , n i la sed ni el h a m b r e le m o l e s t a b a n en lo m a s mínimo. E l o rgu l lo i la sobe rb i a a v i v a b a n en él s u s hogue-r a s i d e v o r a b a n toda sensac ión de m a l e s t a r f í s i -co. Ni una sola vez volvió la cabeza p a r a contem-pla r el c a m i n o recor r ido .

T r e s veces vió p a s a r el sol po r e n c i m a de su cabeza . Cruzó sin de tenerse , i r r e v e r e n t e con la exce lsa m a j e s t a d de un dios. L e a sae t eó con sus r a y o s i f u n d i e n d o l a s n ieves desa tó , p a r a que le s a l i e r a n al paso, con m a s í m p e t u s los t o r r en t e s . A q u e l re to del a s t ro exace rbó su f u r o r i a m e n a -zando con la d ies t ra a l flamíjero v i a j e r o profirió:

—Oh, tú, a s c u a e r r a n t e , f u e g o f a t u o , que un soplo de R a a e n c i e n d e i a p a g a c a d a día, en b reve te a r r a n c a r é l a s in so len te s a las ! A h e r r o j a d o como un esc lavo y a c e r á s e t e r n a m e n t e t r a s los muros de oro de mis a l cáza r e s !

I con fo r t ado con e s t a idea venc ió los úl t imos obs tácu los i se encon t ró por fin en la c ima m a s e n c u m b r a d a de la inacces ib le m o n t a ñ a , m a s ar r i -ba d e l a s n u b e s i de los n idos de las á g u i l a s .

E n la cúpu la sombr í a cen te l l ean c a l l a d a m e n t e los as t ros . L a noche toca a su t é rmino i un vago r e s p l a n d o r bro ta del abismo. Poco a poco pal ide-cen las es t re l las , i un t e n u í s i m o mat iz de rosa se esparce en el oscuro azul del cielo. De pronto un haz de r ayos d e s l u m b r a d o r e s c iega los ojos de l m o n a r c a . De la n e g r u r a sin l ími tes , a b i e r t a b a j o s u s piés, u n a e s f e r a de oro en f u s i ó n s u r j e r a u d a hác i a el espacio. A t r a v é s de s u s ce r rados pá rpa -dos en t r evé la f u l g u r a n t e au reo la i l anza por en-c ima de ella la m a l l a marav i l l o sa . Como u n a an-to r cha que se h u n d e en el a g u a , de súbi to se a p a g ó el r e sp l andor . L a s e s t r e l l a s se encend ie ron de nuevo, i las sombras f u j i t i v a s i d i spe r sas vol-

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vieron sobre sus pasos i ocu l ta ron o t ra vez la t i e r ra .

Despues de a t r avesa r l a s sa las sumidas en las t in ieb las , el re i se de tuvo en la m a s a l ta torre de su palacio. E l a lcázar e s t aba des ier to i debia de habe r sido t e a t r o de a l g u n a t r e m e n d a lucha , por-q u e todo él e s t aba sembrado de cadáveres . Los hab ía en t odas pa r tes , en los j a rd ines , en las ha -bi taciones, en las e sca le ra s i en los sótanos. L a desapar ic ión del rei h a b i a encendido la g u e r r a civil , i g r a n número de p r e t end i en t e s se hab ían d isputado la a b a n d o n a d a d iadema. Mas, la pavo-rosa ausenc ia del sol hab ia b r u s c a m e n t e in te -r rumpido la ma tanza .

Dent ro de la a l t a torre el t iempo t r a scu r r e pa ra el m o n a r c a in sens ib l emen te . U n a del iciosa lan-guidez lo invade . En el in ter ior de la re j ia cáma-ra suspendido, como una maravi l losa l ámpara , es tá el celeste pr is ionero. P o r una r e n d i j a imper-cept ible de su cárcel brota un in t ens í s imo r a y o de luz. A f u e r a una oscuridad p r o f u n d a envue lve los val les , las l l anuras , las col inas i las monta -ñas . El cielo está negro como la t in ta , i cual en-lu tado t úmulo lucen en él como l á g r i m a s los as-tros. Apoyado en la v e n t a n a ha as i s t ido mudo e impas ib le a la len ta agonía de todos los seres. Poco á poco han ido es t ingu iéndose los c lamores i los incendios , ha s t a que ni el mas leve des te l lo rasgó ya la lobreguez de la noche e t e rna .

De pronto el rei se e s t remece . H a sentido un ma le s t a r es t raño , como si le hub iesen a t r a v e s a d o el corazon con una a g u j a de hielo. I desde ese i n s t a n t e su p lác ida t r a n q u i l i d a d desapa rece i la molesta sensación va a u m e n t a n d o por g rados has-t a hacérse le in to le rab le . S i en t e den t ro del pecho un f r ió in tens í s imo que con je l a su ca rne i su san-g re i, l leno de angus t i a , evoca de nuevo a Raa , el j en io dominador de los espac ios i de los as t ros , qu ien con t e s t a á s u s súp l i cas con i ron ía desa len-tadora .

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—De qué te que j a s? Al supr imi r la v ida no h a s de jado al sen t imiento que te posee i es el móvil único de t u s acc iones otro r e f u j i o que tu corazon. P a r a e spu l sa r l e se r ia menes t e r que v ib rase en las m u e r t a s fibras un á tomo de p iedad o amor .

A p é n a s el jenio lo hubo de jado , la desespera -ción se apoderó del mona rca . Mas, de súbi to, rasgó s u s v e s t i d u r a s i espuso el pecho de snudo al r u t i l a n t e r ayo de luz. P e r o ni el mas l i jero alivio v iene a conf i rmar su esperanza . E n t o n c e s clava sus u ñ a s en las ca rnes i se ab r e el pecho, de j ando al d e s c u b i e r t o su f r í j i d o corazon al con-tacto del cual el haz luminoso se debi l i ta i decre-ce con asombrosa rap idez . D i j é r a se un caño de oro l íquido cayendo en un tonel sin fondo, i q u e desmaya i se a d e l g a z a has t a conver t i r se en un hilo, en u n a h e b r a finísima. De pronto , como u n a an to rcha , como un f u e g o f a t u o que se e s t ingue , la ú l t ima chispa br i l la , pa rpadea , desvanec ién-dose en la oscur idad .

A p e s a r de que el sol ha cambiado de cárcel i lo l leva ahora en su corazon, paréce le q u e toda la n i eve de las m o n t a ñ a s se hubiese t r a s l a d a d o allí. Sube, en tonces , a la v e n t a n a i se p rec ip i t a al vacío, en el cual , como si a las invis ib les le sos tuv iesen , de sc i ende b l a n d a m e n t e h a s t a que toca con sus pies la t i e r ra . La c a m p i ñ a es tá he-lada como un ven t i sque ro i envue l to en t i n i eb l a s impene t rab les , c a m i n a a la v e n t u r a con los bra-zos es tendidos , h u y e n d o como medroso f a n t a s m a de la a g o n í a del Universo.

Cuando las c iudades no f u e r o n sino e scombros h u m e a n t e s i l as se lvas mon tones de ceniza , cuan -do todo combus t ib le se hubo agotado, los hom-bres cesaron de d i s p u t a r s e un s i t io en to rno de las h o g u e r a s m o r i b u n d a s i se r e s igna ron a morir . E n t ó n c e s , a la e scasa luz de l a s es t re l las , en la n e g r a oscur idad que los rodeaba , buscá ronse los unos á los otros, m a r c h a n d o a t i en tas con los bra-zos es tendidos , h u y e n d o del s i lencio i de la solé-

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dad del p l a n e t a muer to . I, cuando sus m a n o s t r opezábanse en las t in i eb las , a s í a n s e para no so l t a r se mas . Aquel con tac to p roduc ía en sus ye r -tos o r g a n i s m o s u n a reacción inespe rada . El débil ca lor q u e c a d a u n o conse rvaba , pa rec ía mul t i -p l i ca r su potencia: d e s h e l á b a s e la sangre , el co-razon volv ia a la t i r . I esa c a d e n a v iv ien te a u m e n -t a d a sin cesa r por es labones i nnumerab l e s , se e s t end i a a t ravés de los campos , por sobre las m o n t a ñ a s , los r ios i los m a r e s helados . Mas, cuando esos cordones se so ldaron , f a l t ó un es la-bón p a r a q u e u n a cadena sin fin en lazase t odas las v idas , f u n d i é n d o l a s en una sola i única , in-v u l n e r a b l e a la muer te . * * -*-

De pron to , el mona rca , s int ió q u e el piso f a l t a -ba a sus piés. Aj i tó los b razos buscando un pun-to de apoyo, i dos m a n o s e s t r echa ron las s u y a s sos ten iéndolo amorosamen te . Aque l l a s m a n o s e r a n d u r a s i á spe ras , t a lvez pe r t enec í an a un s iervo o a un esclavo, i su p r imer impulso f u é r e c h a z a r l a s con horror ; mas , e s t a b a n tan ye r t a s , t an he l adas , hab ia t a n t a t e r n u r a en su sencil lo a d e m a n , q u e un s e n t i m i e n t o desconocido hizo q u e devolviera aque l l a pres ión . Sint ió, en tónces . q u e p e n e t r a b a en él un fluido mister ioso, an te el cua l el hielo de s u s e n t r a ñ a s empezó a f u n d i r s e como la e sca rcha al beso del sol, desbordándose s ú b i t a m e n t e de su corazon, cual si se volcase el r ec ip i en t e de un mar , el r a u d a l flamíjero cuyo c u r s o m a r c a n en el inf in i to los or tos i los ocasos. I por la c a d e n a i n m e n s a , a t r a v é s de las m a n o s e n t r e l a z a d a s , pasó un e s t r emec imien to , una cá-l ida vibración que abrazó todos los pechos ane-g a n d o las a lmas en un océano de luz. Dis ipáronse en los e sp í r i t u s las sombras , i el m a s al lá , el ar-cano i n d e s c i f r a b l e sa l ió del cáos de su negra no-che. I c a d a cual se pene t ró de que el incendio q u e a rd í a en sus co razones i r r a d i a b a s u s l e n g u a s f u l g u r a d o r a s hác ia lo al to, donde se condensa-ban en u n núcleo q u e f u é c rec iendo i a j i g a n t á n -

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dose h a s t a e s t a l l a r al lá arr iba , enc ima de sus ca-bezas, en un torbe l l ino des lumbrador . I aquel foco a rd ien te e ra el sol, pero, un sol nuevo, sin manchas , de incomparab le magni f i cenc ia que , f o r j a d o i encendido por la comunión de las a lmas , sa ludaba con la áu rea pompa de sus resp landores a una n u e v a human idad .

Baldomero Lillo (*) (Del l ibro r e c i e n t e Sub Solé.)

La pos ib i l idad de vivir sob re u n a t i e r r a p rop ia , de n u t r i r s e de su t r a b a j o h a s ido y segu i rá s i e n d o s i e m p r e u n a de las p r i nc ipa l e s cond ic iones de la vida i n d e p e n d i e n t e y fe l iz .—León Tolstoi.

Formas de cinismo

E l c in ismo es el egoísmo que se re-conoce , q u e no se doblega , que se va-n a g l o r i a ; la p e r v e r s i d a d q u e m e d i t a su o b r a y q u e se ap l aude . S i m p l e pro-duc to del p e n s a m i e n t o , el c in i smo es el e m p e ñ o de d e n i g r a r n u e s t r a na tu-r a l e z a y de d e s p r e c i a r l a ; la aproba-c ión q u e se d a á nues t ro s inst intos i n m o r a l e s

E l c in ismo t i ene sus o r í g e n e s en la i n m o r a l i d a d t r a s c e n d e n t a l de la na tu-r a l eza y de la v i d a ; es u n a f o r m a del i n s t in to de conse rvac ión , la m á s pro-f u n d a ref lexión del Ego í smo.

El cinismo de los padres para con los hijos.—El niño es para los padres como u n a fuerza que sube y que es preciso s u j e t a r , una x, una incógnita q u e les insp i ra un vago t emor y que es preciso nuli-ficar.

Todo camina muy bien cuando el niño es chico, porque se t r anqu i l i za con dar le j ugue te s : se le re-ga lan en a b u n d a n c i a . En tonces qué gracioso,

(*) Vigoroso escr i tor ch i l eno . Sus b r i l l an t e s p r o d u c c i o n e s e s t á n c o l e c c i o n a d a s en dos t o m o s : Sub Terra y Sub Solé.

s iendo así impersonal , anónimo, amasable , dócil ha s t a dar gus to . P e r o el temible chiquillo crece: adquiere fo rma , color, acento . Su personal idad se amplía , se d ibu j a y se va á oponer á la nues-t r a . Como hacerse el amo de él?

Usando todas las a r m a s y de todo nues t ro pres-t igio.

El padre se manif ies ta como un ser superior, in fa l ib le , único, poseedor de una autor idad de de-recho divino.

Su bien conocido maquiave l i smo consiste en l l amar á Dios en su ayuda. Lo más común es que el padre no crea en la religión, pero impaciente por es t ropear á su hijo, de ella se sirve. Sin dis-gus t a r l e la comedia que t rama, ni su habil idad r epugnan te , enseña á este hi jo oraciones, seña les de la cruz, ritos, comuniones, as is tencia á misa , etc,. de las cuales él es el pr imero en bur la r se ; á veces apa rece en la iglesia unos segundos, con el fin de robus tece r con su presenc ia la conspira-ción de las ment i ras y de contr ibui r con su perso-na á domes t ica r p e r f e c t a m e n t e á la e n g a ñ a d a v íc t ima.

Ot ras veces sucede que los pad re s odian al hi jo; es to no es raro. No s iempre lo han deseado, y ha sido tan caro el cuido. E s t a r á n celosos de él, de su dichosa sonrisa, su vigor nac ien te .

Y además , él va gozar de la vida, cuando ellos decl inan; él conocerá la dicha, cuando ellos no creen m á s en ella. S e r á n los enemigos de su in-te l igenc ia , de su l iber tad, de su vocación, de sus amores . Lo t endrán sin dinero, y lo h a r á n su f r i r m u c h a s pe r secuc iones para recordar le el derecho de quien paga . Y lo colocan en un convento para qu i tá r se lo de encima; lo casan , á la ventura , sin consul társelo, v e n t a j o s a m e n t e pa ra el interés de su mercanc í a ; lo colocan, en la s i tuación de ga -n a r el pan lo más pronto, de p a g a r sus gas tos ; t a n t o peor pa ra él si su cuerpo es enfermizo, si su c rec imiento se hal la cont ra r iado; t an to peor p a r a su in te l igencia si una labor p rema tu ra y ser-vil e n t r a ñ a un tropiezo pa ra el desarrol lo .

El cinismo en el ejercicio de una profesión.—Hay

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que seña l a r el odio al oficio como una de las pri-meras razones que impulsan hac ia el c inismo en el cumpl imien to de los deberes profes ionales . Me refiero á las personas que acc iden ta lmen te t i enen un oficio, y peor si lo t ienen con t ra su gusto, sin vocación. Oh! no se p reocupan por d is t ingui rse , por ho n ra r lo que con ellos se r e lac iona . Aban-donan á todo gus to sus obligaciones, y pobre del públ ico que los busca , de la cl ientela que se diri-ge á ellos. Aun bur lándose de su puesto, sin em-bargo, pueden sacar su provecho personal , hipó-cr i tas y perversos á sus anchas . Po r qué los han met ido con t r a su gusto? por qué son engañados? E l hombre no se s iente comprometido sino en pro-porción al gobierno que de sí mismo tenga ; quien no cree en su oficio se mani f ies ta sin conciencia , é i r r i tado por el papel que to rc idamente juega , se compor ta f r e n t e á los otros y consigo mismo, co-mo un cínico.

Hab lemos de los que prac t ican un oficio con s incer idad .

E n el ejercicio de una profesión, la f o r m a ordi-n a r i a de cinismo es la explotación del públ ico con nues t r a especial idad. Acaso nues t ro oficio no es la olla que nos nu t re y que debe herv i r s iempre? No debemos pedir p la ta y m á s pla ta? El oficio t i ene sus «secretos», su técnica , en la cual somos maes t ros , sus «provechos ilícitos», de los cua les se a b u s a con fac i l idad . He aquí e j emplos comu-nes: E l médico ap remia á su enfe rmo, mul t ip l ica las v is i tas , impone, p a r a su beneficio, t r a t amien-tos supérf luos, pel igrosos, caros ; el no tar io provo-ca ac tos inút i les ; el abogado es tá por los procesos costosos; el comerc ian te e n g a ñ a en lo q u e vende ; el banque ro infla la ca r te ra de bi l le tes de valor sospechoso; la cor tesana s imula el amor; el polí-tico la buena fe ; el f r a i l e p re s t a su concurso en mi lagros dudosos, t rafica con las cosas sag radas , pone en c i rculación bi l le tes f a l s o s sobre la v ida f u t u r a , compromete á Dios á f u e r z a de r epa r t i r ab-soluciones y de c a n t a r los T e Deum; los hoteleros y sus compinches nos e n v e n e n a n sin escrúpulo, t r a n q u i l a m e n t e . Qué gentes! es preciso que vi-

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van. Y lo q u e hay de peor en es ta f a r sa , en es ta des leal tad g e n e r a l y mons t ruosa es que el desho-nor de la profesión se tolera, casi se escusa, es que á ella se va con una inmunidad que d i sgus ta , con tando cada uno con que á su vez tomará la represa l ia ; y cada uno en su te r reno se mant iene en emboscada , como el bandido que á la vue l ta del camino espera al que pasa para despojar lo . Quaerens quem devoret. (Buscando á quien devo-rar) .

Emilio Tardieu

(De la Revue Philosophique.—Trad. d e Ariel.)

Evanjelio

E s t á n los ojos fijos en las nubes , que van como unas aves agoreras con sus a las enormes . Como un lago que ref le ja los cielos, las pupi las son azu les o gr ises ; ya sonr ientes , ya to rvamente b runas . Como un lago p ro fundo i misterioso, copia el a lma luces de aurora , c lar idad de estre l las , sombras c repuscu la res , i la augus ta , la soberana sombra de la noche. —Chispa que bri l la apénas , que se a p a g a con un f u l g o r tan rápido, suspiro de luz muer to en un átomo del t iempo, vive la e te rn idad i el infinito de la na tu ra l eza g u a r d a el alma.—

I el Gran Todo es tá en todo. L a hoja q u e vuela i el rept i l ; la g rac ia de las e spumas i la negra no ta del f a n g o ; las m o n t a ñ a s que desga r ran el dombo azul i el á tomo que el ojo s ien te apénas , se j u n t a n i se besan, i en la sombra se e s t r echan i son uno; i el mismo soplo que rozó la cumbre p a s a rozando el l lano i acar ic ia las e spumas i el f ango , los fo l l a jes i el polvo; i u n a s mismas v ibrac iones

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de vida un iversa l todo lo envuelven . L a luna , veis? T a n pálida, t an t r is te ,

t a n remota , perd ida en lo p r o f u n d o del abismo le jano. I el mar la ama, i un es t remecimiento voluptuoso pasa por las e n t r a ñ a s del j i gan te ; i en un herv i r apas ionado se alza, como una aspiración á lo infinito; i florece de espumas como azahares , como el rosal sus rosas o sus versos u n cerebro poeta.

I se adormece b a j o la Cándida car icia , como si f u e r a el roce de una mano b lanca sobre una f r e n t e indómita .

L a s nubes! L a s grac iosas mensa j e r a s , como velas l a t inas , en bandadas , p a s a n flotando en el azul. L e j a n a s , t a n l e j a n a s como un sueño que apénas se recuerda , su paso por la a l tu ra , como un beso, como un beso f ecundo que j e rmina en el v ien t re de la t ier ra . P u p i l a inmóvil i honda , las ve el lago con la mi rada car iñosa , i n t ensa , del padre que en si lencio con t empla ra los juegos de sus hi jos . Porque él sabe que son d i s t in t a s f o rmas de la misma marav i l losa esencia, que la nube nació de sus en t r añas , i su v ida de éstas is la te en el h inchado seno de la nube le jana .

I van pasando, b lancas , g r i ses o ro j a s por tadoras de un m e n s a j e de amor, a deshace r se como l ág r imas d i á f a n a s , como albo p l u m a j e de pa lonas en la cumbre . L a cumbre sol i tar ia , la a t rev ida , como f r e n t e que n iega , que se yergue , re to in te r rogador del infinito, se envue lve en la car ic ia de la nube, i se hace b l anca i suave como el a lma de un niño. I como un alma, aquel m e n s a j e , l leno de amor del mar i de los lagos,

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devuelve en el candor del vent isquero i en la canción del rio.

I se encadenan en un abrazo eterno, la montaña , la p radera i el mar!

Almas de sombra que vais, c iegas o sordas, por la vida, j i rones e r rabundos de una noche sin alba, abrid los ojos i que tengan su aurora al fin. Abridlos, i que copien la inf inidad de la na tura leza!

Yo he escuchado temblando el formidable Verbo que habla de amor, Verbo que canta , como un salmo a la vida, en el a fab le rumor de la corr iente o en la loca l engua de la cascada. Yo he mirado con a lma temblorosa los milagros del a lma de las cosas, i la san ta Unidad que del átomo i del monte, de la e spuma i del f ango , de los cielos, la pupila i el alma; que de todo hace una sola nota en el concier to de la a rmonía universal .

Mi alma sabe también el Evan je l io e terno que las nubes anunc ian desde lo alto, la suprema verdad: Sed como el agua . Sed como el agua : que se vea el fondo de vues t ro pensamiento ; que se pierda fecundo en las en t r añas de la t ie r ra ; como vapor de incienso, que flamee sobre cumbres que n u n c a holló la p lan ta ; que pase acar ic iando la pradera , como jirón de cielo; i vaya s iempre, mordido por las rocas o besado por las flores; cantándole a la Vida, i al fin, amplio i grandioso como un rio, se h u n d a en la Inmens idad . . .

Carlos R. Mondaca (*) (Ve ladas del Ateneo. San t iago de Chi le . 1906.)

(*) B u e n poe ta joven de Chi le .

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CRÍTICA Y BIBLIOGRAFÍA El agua de mar, Medio Orgánico, de Renato Quinton

Si por el m u n d o a c t u a l se hub ie sen ex tend ido las op in iones de m u y viejos sab ios acerca de la v ida , la Ciencia se hub i e r a a h o r r a d o u n a e s tupen-d a labor d e m o s t r a n d o la pos ib i l idad ó la imposi-bi l idad de la generac ión e spon tánea .

Si n a d a en el Universo carece de la v ibrac ión o m n i p o t e n t e de la v ida , cómo puede u n o p r e g u n -t a r s e por el i n s t a n t e en q u e el p r imer sér vivo apa rec ió sobre la t i e r ra? T a l i n t e r rogac ión supo-ne la h ipó tes i s de que la v ida exis te sobre el pla-n e t a como sobre los m u r o s d e un j a rd ín l a s som-b r a s de los á rboles .

L a vida v iene de m á s a l lá de n u e s t r o mundo y de más a l lá de nues t ro s i s t ema p lane ta r io ; procede de la m a t e r i a s idera l con q u e se cons t ruyó nues -t r a m a d r e Nebu losa . Y aquel la ma te r i a , á su vez, e ra un res to de la des in teg rac ión de m u n d o s an-te r io res q u e ya h a b í a n servido pa ra la evolución de m u c h o s ot ros se res dotados de v ida y pensa -mien to .

Po r eso n u e s t r o s i s t ema p l a n e t a r i o posee u n a i n t e n s a vida. L a s f u e r z a s colosales q u e m a n t i e n e n en s u s p e n s i ó n estos globos, e m a n a n de la v ida todopoderosa que c o n s t i t u y e es ta i lusión g i g a n -t e sca q u e l l a m a m o s la Mater ia . No ex is te la Ma-t e r i a sin v ida . L a m u e r t e como la ca sua l i dad nac i e ron en el l echo de la i g n o r a n c i a de los hom-bres . N a d a está muer to en el Universo .

A c a s o no a f i rmamos con todo el v igor del pen-s a m i e n t o q u e de la n a d a n a d a se ex t rae? Cómo e n t ó n c e s en el océano de m i n e r a l e s sin vida po-d r í a n beber ía los se res que la poseen? L a v ida es coe te rna y coex is ten te con el Universo . De o t ro modo t e n d r í a m o s a n t e nosot ros el m á s i naud i to de los m i l a g r o s : la apar ic ión de u n a vida c o n s t r u i d a con ma te r i a l e s que c a r e c e n de ella, el a b s u r d o de la creación de la n a d a .

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L a vida no p r i n c i p i a en la cé lu la , porque de q u é modo exp l i ca r í amos en e l la esa v ida no sus-t e n t a d a por los e l ementos qu ímicos que la compo-nen? Ni t ampoco t i ene su pr incipio en l a s mice las hipotét icas , q u e se r ían en los cuerpos o rgán icos lo que l a s moléculas en los anorgánicos ; porque sub-s i s t i r í a s i empre la p r e g u n t a an te r io r : Cómo de lo m u e r t o puede e n g e n d r a r s e la vida?

P r o p o n e r q u e la v ida h a l l egado á nues t ro pla-n e t a a d h e r i d a á los meteor i tos e r r a n t e s despren-d idos de cue rpos ce les tes habi tados , no sólo es a l e j a r y no reso lver el p roblema del or igen de la v ida , s ino c o n t i n u a r suponiendo que h a y en el Un ive r so moles i n m e n s a s sin v ida .

A u n q u e a p a r e n t e m e n t e m á s ex t raño , es tá menos l e jos de la ve rdad el otro p lan teo de la cues t ión: Cómo el m u n d o de la v ida ha cons t ru ido el mundo del mine ra l ? E l á m b a r y la per la , la concha , el coral y el marf i l , no son acaso producidos en el marav i l lo so l abora to r io de la v ida?

Pe ro es ta solución t ambién supone l a exis tencia de a lgo sin v ida , y la an ter ior idad de la v ida á lo mue r to , s iendo así q u e la coexis tencia debe r í a ser impresc ind ib le .

Desde los soles h a s t a los e lec t rones , que son t a m b i é n soles g i r a n d o en los espac ios del átomo, todo es una m a n i f e s t a c i ó n de la v ida i n m a n e n t e de l a s cosas.

E l p rob lema de los or ígenes de la v ida no existe. Cuando apareció n u e s t r o Un ive r so su rg ió la vida q u e se ha l l a en su esenc ia .

P e r o sí se p r e s e n t a un prob lema subord inado . E n dónde la v ida a n i m a l que a l i en t a en nues t ro p l a n e t a a l canzó su p r imer g r a d o de evolución su-per ior? E n l a s a g u a s del mar—es la r e spues t a de R e n a t o Quin ton , As i s t en t e del Labo ra to r i o Fisio-lógico del Colegio de F r a n c i a .

E n e fec to , e s ta obra es u n a l l ama encendida q u e h a q u e m a d o el velo que e n v u e l v e los o r ígenes de esa vida a n i m a l .

E s obra de u n g r a n va lo r cient íf ico. Cont iene la desc r ipc ión d e t a l l a d a de los numerosos exper i -m e n t o s que h a sido preciso l l evar á cabo pa ra

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fo rmula r se una r e spues t a y las conclus iones de va lor genera l que se der ivan de aquellos, sin des-cuidar la aplicación práct ica del agua de m a r co-mo medio terapéut ico.

Contiene, pues, t r e s par tes : la pr imera demues-t ra la Ley de constancia marina original , la segun-da de te rmina la Ley general de constancia original, la tercera se concre ta á exponer las consecuencias t e rapéu t i cas de los exper imentos y los modos ac-tua les de empleo del agua de mar .

L a pr imera par te pone en evidencia que el orí-gen de todos los organismos an imales es acuático. E n pr imer término «el e lemento ances t ra l de todo organismo es una célula» cuyo pro tap lasma cesa de m a n i f e s t a r sus propiedades v i ta les cuando la proporción de a g u a es infer ior á 75 por ciento.

En segundo l u g a r la embr iogenia "pe rmi t e re-cons t i tu i r los pr imit ivos es tadios que han debido suceder al estadio celular». La división celular permi te la const rucción es fér ica de la mórula, la cual una vez ahuecada , de j ando sus células en la per i fe r ia se l l ama la b lás tu la . Cuando es ta toma la forma de una c a m p a n a es la gás t ru la . Y es tas t res f o rmas son esencia lmente acuát icas .

Po r último, se demues t ra el or igen acuático de los organismos an imales fundándose en el examen del modo respirator io . Casi todo el p r imer cap í tu-lo se hal la des t inado al anál is is de los cua t ro modos de respiración exis tentes y se concluye ha-ciendo ver que a u n los an imales de respiración esenc ia lmente aérea proceden de an tecesores ori-g ina r i amen te acuát icos .

El segundo capí tu lo de la obra es tablece las p r u e b a s de la procedencia mar ina de los organis-mos animales . En la época cambr i ana , cuando los con t inen tes ac tua les aun no hab ían emergido de las aguas , ya exis t ía una f a u n a bas tan te r ica y por lo demás, sólo los mares poseen los represen-tan tes t ípicos de cada g rupo animal .

Un tercer capí tu lo de la p r imera pa r te compren-de la demostración del or igen mar ino de las pri-meras células an imales .

E l modo de reproducción de la casi to ta l idad de

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los g r u p o s de a n i m a l e s m a r i n o s consis te en el s i m p l e a b a n d o n o hecho por los p a d r e s en el a g u a m a r i n a de los e l emen tos r ep roduc to re s que se en-c u e n t r a n y se c o n y u g a n en ella. P e r o el hecho de q u e tal cosa pueda sucede r d e m u e s t r a q u e las dos cé lu las p a d r e s de que procede el ind iv iduo son cé-lu l a s p e r f e c t a m e n t e m a r i n a s . Y este modo de re-p roducc ión es el pr imi t ivo , porque el otro, que r e q u i e r e ó r g a n o s especia les , es mucho más com-p le jo .

E l embrión de casi todos los g r u p o s de a n i m a l e s mar inos t i ene u n a vida i n d e p e n d i e n t e en el a g u a de mar . L a s cé lu las componen te s del embrión se ha l l an en con t ac to d i rec to con el a g u a de mar , son por lo t a n t o cé lu las m a r i n a s . L u e g o el or igen ce lu l a r de la vida a n i m a l es mar ino .

A cont inuac ión el au to r p a s a á e x a m i n a r el me-dio vi ta l de los o rgan i smos . En los in fe r iores , co-mo los Espong ia r ios , Hidrozoar ios y otros, ese med io vi ta l es el a g u a m a r i n a misma y las pare-des e x t e r n a s de los i nve r t eb rados super io res son p e r m e a b l e s p a r a el a g u a y las sa les mar inas . E l aná l i s i s q u í m i c o de la h e m o l i n f a de esos o rgan i s -mos d e m u e s t r a la vec indad de composición de a m b o s med ios vi ta les . E n cambio en los a n i m a l e s de a g u a du lce , el medio i n t e r n o se ha l l a s epa rado del a g u a por p a r e d e s impermeab les , con lo cua l c o n s e r v a su medio v i ta l mar ino , como también lo d e m u e s t r a el aná l i s i s qu ímico de ta l medio. E s t o m i s m o se ver i f ica en los i nve r t eb rados aéreos .

P o r lo q u e hace á los ve r t eb rados super io res M. Q u i n t o n e s t a b l e c e la iden t idad del medio vital y el medio m a r i n o con t res c lases de exper i enc ias :

—Inyecta a g u a de m a r en t res pe r ros en la can-t i dad de 66, 88 y 104 cen tés imos del peso de los an ima le s . L o s r íñones e l i m i n a n á med ida de la inyecc ión . A las 24 ho ras después los an ima les e s t án r e s t ab lec idos y más a l eg re s que an tes . 2a— Dos per ros son s a n g r a d o s por la a r t e r i a femora l é i n m e d i a t a m e n t e después se les i nyec t a a g u a de m a r en c a n t i d a d igua l á la s a n g r e que h a n perdi-do y al d ía s igu ien te de la operación t ro t an . — E l glóbulo b l a n c o q u e no p u e d e vivir en n i n g ú n

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medio vi ta l art if icial , vive pe r f ec t amen te en el agua de mar , cuyo anál is is químico es cual i ta t i -vamen te idént ico al medio vital de los organismos . P o r lo t an to puede decirse con el autor de es ta obra que «todo organismo animal es un ve rdadero aqua r i u m marino» en donde viven las células que los fo rman .

L a ley que de todo lo anter ior se desprende es que «La vida an imal aparec ida en el estado de célula en los mares , ha propendido á man tener , á t r avés de la serie zoológica, para su e levado fun -c ionamiento celular , las células que componen cada organismo en un medio marino. No ha man-tenido ese medio en todos los organismos; pero aquel los en donde ese mantenimiento no se ha e f ec tuado han su f r ido una decadencia vital.»

E n el segundo l ibro de es ta hermosa obra se d e m u e s t r a que la ley de constancia mar ina no es a i s lada . Se ha desarrol lado s i m u l t á n e a m e n t e con la ley de cons tanc ia térmica y la de cons tanc ia osmotica ó sa l ina y p robab lemente también con la de cons tanc ia luminosa . Es todo esto lo que el au-tor denomina Ley general de constancia original.

El te rcer l ibro contiene un breve es tud io del a g u a de mar como medio te rapéut ico .

La prueba cient í f ica está hecha . Su ley de cons-tanc ia or iginal es una nueva demostración muy in te resan te y muy p r o f u n d a de la ley de evolu-ción en la v ida an imal . Pero no pondré fin á es tas l íneas sin recordar que esta es una enseñanza de la an t i gua sab idur ía .

En efecto, leo en las Leyes de Manú, Sloka 8 Cap. I que «habiendo resuel to (el poder que existe por sí) en su pensamien to h a c e r surg i r de su sus-tanc ia las d iversas cr ia turas , engendró pr imero las aguas y en ellas depositó un germen.»

Y en el poema épico de la F in l and i a el Kalevala se lee que la h i j a del aire, la más hermosa cr ia tu-ra de la Creación, vivió largo t iempo en la virgi-n idad y que cuando comenzó á sent i r la vida como una carga, resolvió descender , «sobre las a g i t a d a s olas se aba lanzó , sobre la ampl ia superficie del océano, sobre la d i la tada expansión del agua .»

«Así la t empes tad meció la v i rgen y las olas im-pe l ían á la joven, sobre la superf icie azul del mar , sobre la c res ta de las olas espumosas , has ta que el v ien to sopló en torno de el la y el ma r desper tó la v ida dent ro de ella.» Siete cen tu r i a s a n d u v o e r r a n t e sin ha l l a r donde es tab lecer su nido h a s t a que compadecida la Madre de las a g u a s sacó del m a r su rodil la y la h i j a he rmosa del aire deposi tó sobre ella seis huevos de oro y el sét imo de h ier ro . S in t i endo la Madre de las a g u a s que los siete hue-vos le q u e m a b a n la rodilla, la sumergió repent i -n a m e n t e y los huevos estal laron en f r a g m e n t o s y de ellos se formó c u a n t o mi ramos en el mundo . L a bel l í s ima descripción que yo he debido resu-mir se ha l la en el R u n o I del poema.

E n el Rigveda 10, 82 se lee «Quien era aque l la semil la o r ig inar ia que las a g u a s escondían—y en la cual hab r í an de verse todos los dioses?»

E n el final del segundo vers ículo del Génes is se lee:

«Y el Esp í r i t u de Dios cobi jaba la haz de las aguas .»

T a m b i é n pa ra los an t iguos sabios la vida co-menzó en l a s aguas .

Roberto Brenes Mesen

El ar te h a c e s iempre obra moral, h a c e - s i se funda por comple-to en las leyes de la s impat ía humana—una obra cont inua de so-ciabi l idad y es, para todos los hombres capaces , un surt idor ina-gotable de energía , de e spe ranza y de s incer idad. — UGO Ojetti.

Trabajo

H a y pe renne nobleza y a u n c ier ta san t idad en el t r a b a j o . Po r densas que sean las t in ieblas en que el hombre esté sumido, por olvidado que esté de su e levada misión, si en la ac tua l idad t ra -b a j a con ardor , h a y que t ener esperanza en él; sólo an te la pereza hay que desespera r pe rpe tua -mente . E l t r a b a j o por vil que sea se comunica

con la n a t u r a l e z a ; el de seo s ince ro en u n h o m b r e de e j e c u t a r a l g ú n t r a b a j o , le l l e v a r á c a d a vez m á s c e r c a de la ve rdad , de los dec re tos y r e g l a m e n t o s de l a N a t u r a l e z a , que son la v e r d a d .

L a ú l t i m a f ó r m u l a del E v a n g e l i o del m u n d o es: «Conoce tu t r a b a j o y e jecú ta lo» .

E l «Conócete á t í mismo», te h a p r e o c u p a d o bas -t a n t e d u r a n t e l a r g o t i empo; c reo que n u n c a lle-g a r á s á conocer lo . No p i ense s q u e es t u ocupac ión la de conocerte á t í mismo; t u i nd iv idua l idad es impos ib l e de conocer ; conoce lo q u e p u e d e s rea-l iza r y rea l íza lo como un H é r c u l e s ! E s t o es lo m e j o r q u e puedes hace r .

E s t á escr i to : «Un sen t ido inf in i to r e s ide en el t r aba jo» ; el h o m b r e se pe r fecc iona t r a b a j a n d o . E s p e s o s m a t o r r a l e s son a r r a n c a d o s y d e j a n l u g a r á he rmosos c a m p o s de t r igo ó á c iudades sober-bias ; y el hombre mismo, c u a n d o se ha c o n s a g r a -do á es ta t a r e a , ha d e j a d o de ser á r i da e s t epa . Cons iderad cómo, aún en los t r a b a j o s m á s h u m i l -des, el a lma e n t e r a del h o m b r e reposa y a l c a n z a u n a espec ie de rea l a r m o n í a en el i n s t a n t e en que se c o n s a g r a a l t r a b a j o . D u d a s , deseos, t r i s t ezas , r emord imien tos , i n d i g n a c i ó n , desesperac ión , to-das , como f u r i a s i n f e r n a l e s , a s a l t a n el a l m a del po-bre obrero como la de todo h o m b r e ; pero se inc l ina con va lor s e reno sobre la t a r e a y todas l a s f u r i a s se a p l a c a n y se r e t i r a n , rug iendo , á s u s an t ro s . El hombre , en t a l momen to , es un hombre . E l r e s p l a n d o r bend i to del t r a b a j o es f u e g o pur i f ica-dor q u e d e s t r u y e todo veneno , y de s u s acres va -pores s u r g e e sp l énd ida y b e n d i t a l l ama!

E l Dest ino, en s u m a , no t i e n e otro medio d e r e f o r m a r n o s . Un cáos i n f o r m e á qu ien se h a im-p r e s o m o v i m i e n t o de rotación, r u e d a y r u e d a c a d a vez con mov imien to m á s ace le rado , a d q u i r i e n d o por v i r tud de la m i s m a f u e r z a de la g r a v e d a d f o r m a e s fé r i ca ; d e j a de ser cáos pa ra c o n v e r t i r s e en m u n d o r edondo y compac to . Que s u c e d e r í a si la t i e r r a se de tuv ie se en es te m o v i m i e n t o de ro-t ac ión? E n es ta t i e r r a v ie ja y mise rab le—en t a n t o q u e con t i núa g i r ando—todas l a s d e s i g u a l d a d e s é i r r e g u l a r i d a d e s se d i s p e r s a n ; l a s i r r e g u l a r i d a d e s

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t i enden s in ce sa r á la r e g u l a r i d a d . No has obser-v a d o n u n c a el t o rno del a l f a re ro , u n o de los obje-to s m á s v e n e r a b l e s q u e exis ten , v i e jo como el p r o f e t a Ezequ ie l y qu izá m á s vie jo aún? Has vis-t o esos i n f o r m e s pedazos de arci l la cómo se mo-de lan por s í mismos , merced al ráp ido movimiento d e ro tac ión y se convier ten en bellos pla tos re-dondos? I m a g í n a t e al m á s a s iduo a l fa re ro , pr iva-do del to rno , r educ ido á f a b r i c a r p la tos ó m á s b ien ob je tos i n f o r m e s , que sólo p u e d e a m a s a r y cocer. E n s i tuac ión aná loga á la es te a l f a r e ro se e n c o n t r a r á el Des t ino con el a lma h u m a n a q u e n a d a q u i e r a hacer , que no quis ie ra hace r g i r a r el t o rno ni t r a b a j a r . Del hombre ocioso que perma-n e c e en la qu ie tud , el des t ino m á s favorable— como el m á s as iduo a l f a r e r o en el torno—no ob-t e n d r á , d e s p u é s d e habe r lo a m a s a d o y cocido, m á s que un ob je to in fo rme , en v a n o ex t ende rá sobre él los colores m á s costosos, todos los esmal-t e s y todos los dorados que qu ie ra ; n u n c a el obje-to d e j a r á d e ser i n fo rme , n u n c a se rá plato; no, s ino o b j e t o curvado , cocido, tosco, pesado, con á n g u l o s m a l modelados, amor fo , s imple obje to e sma l t ado q u e p r o c l a m a el desonor . Que el ocioso m e d i t e sobre esto.

Fe l i z aque l que ha encon t r ado su t r a b a j o : q u e no p ida n i n g u n a o t ra fe l ic idad! T i e n e un t r aba jo , u n ob je to de la v ida ; lo ha e n c o n t r a d o y lo segui-r á . E s como cana l que corre l i b r emen te á t r avés de las m a r i s m a s de la exis tencia h u m a n a ; es co-mo r ío c a d a vez m á s p r o f u n d o que a r r a s t r a , poco á poco, el a g u a cor rompida lejos de las r a í c e s de l a s m e n o r e s b r i z n a s de t i e r ra , t r a n s f o r m a n d o la p e s t i l e n t e c i é n a g a en fér t i l p r a d e r a cub ie r t a de v e r d u r a , con su l ímpida corr iente . Qué fe l ic idad p a r a la p r a d e r a ! ; d e j a d que la corr iente , g r a n d e ó p e q u e ñ a , s e des l ice . E l t r a b a j o es v ida; en lo m á s p r o f u n d o del corazón, el t r a b a j a d o r posee la f u e r -za , don de Dios, ce les te y s a g r a d a esenc ia de v ida q u e le h a sido i n f u n d i d a por el Todopoderoso; d e s d e lo m á s p r o f u n d o del corazón alza su voz, d e s p e r t a n d o al hombre , hac iéndo le accesible á t oda nob leza , á todo conocimiento , al «conoci-

miento propio» luego que el t r a b a j o comienza . Conocimiento? E l conocimiento que adqu ie ras por el t r a b a j o , se adher i r á á tí; la Na tu ra l eza mis-ma lo ac red i t a y dice, sí. P rop i amen te hab lando , no t i enes o t ra c iencia que la que has adqui r ido con el t r a b a j o ; todo lo demás es has t a aquí , cien-cia hipotét ica , a lgo que se d i scu te en la escuela, a lgo que flota en las nubes , en t re torbel l inos in-mensos de lógica, h a s t a que la ensayamos y la fijamos. «La d u d a sobre cualquier objeto, no se resue lve sino por la acción».

Tomás Carlyle (*) (De Pasado y Presente. —Envío de la señor i t a m a e s t r a T e r e s a

M a s f e r r e r C.—San Sa lvador ) .

Yo avanzo h a c i a qu i en me con t rad ice , hac i a quien m e ins t ruye . . . Fe s t e jo y acar ic io la v e r d a d , s ea c u a l q u i e r a la m a n o en d o n d e la hallo, y m e r i n d o con a l eg r í a y le t i endo mis a r m a s vencidas , de lejos, c u a n d o la veo a c e r c a r s e . — M o n t a i g n e .

Miserere (1)

Piedad , piedad, Dios mió! Que tu miser icordia me socorra!

Según la m u c h e d u m b r e De t u s c l emenc ias mis del i tos borra .

De mis in iqu idades L á v a m e m a s i mas; mi depravado

Corazon quede limpio De la hor rorosa m a n c h a del pecado.

Porque , Señor , conozco Toda la f ea ldad de mi delito,

I mi conciencia propia Me acusa i con t ra mí l evan ta el gr i to .

P e q u é con t r a ti solo;

(*) R e f e r e n c i a s y o t r a pág ina de es te magníf ico p e n s a d o r inglés p u e d e n ha l l a r s e en el Nº 12 d e ARIEL..

(I) El Miserere es u n o de los S a l m o s de David , el L. com-pues to por el re i p o e t a c u a n d o f u é r e p r e n d i d o por el p ro f e t a Na-tan por el adu l t e r i o c o m e t i d o con Be t zabe t . Es uno de los cánt i -cos m a s g rand iosos de la r e l i j i o n c r i s t i ana , i por es to m i s m o h a s ido t r a d u c i d o e i m i t a d o en todas las l enguas de l a E u r o p a mo-d e r n a . L a t r a d u c c i ó n h e c h a por el i lus t re l a t i no -amer i cano don A n d r é s Bel lo es con m u c h o la m e j o r q u e existe en cas te l lano.

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A tu v i s t a obré el m a l ; p a r a q u e bri l le T u jus t io ia , i vencido

E l q u e t e j u z g u e t i emble i se arrodi l le . Ob je to de t u s i r a s

Nací , de i n i q u i d a d e s manci l l l ado , I en el ma te rno seno

Cubr ió mi sér la sombra del pecado. E n la verdad te gozas ,

I p a r a m a s r u b o r i a f r e n t a mía, T e s o r o s me m o s t r a s t e

De o c u l t a ce les t ia l s a b i d u r í a . P e r o con el h i sopo

Me roc iarás , i ni u n a m a n c h a leve T e n d r é ya : l ava rá sme ,

I q u e d a r é mas b lanco que la nieve. S o n a r á n tus a c e n t o s

De consue lo i de paz en mis oidos, I ce les t e a l eg r í a

Conmoverá mis huesos aba t idos . A p a r t a , pues, a p a r t a

T u f a z , oh Dios! de mi m a l d a d h o r r e n d a , I en mi pecho no de j e s

R a s t r o de culpa que tu enojo enc i enda . E n mis e n t r a ñ a s cr ia

Un corazon que con a r d i e n t e a f e c t o T e busque; un a lma p u r a

E n a m o r a d a de lo j u s to i recto. De tu du lce p resenc ia ,

E n q u e al l loroso pecador rec ibes , No me a r ro j e s a i rado,

Ni de tu s a n t a in sp i r ac ión me pr ives . R e s t á u r a m e e n t u g r a c i a

Que e s del a lma sa lud , v ida i con ten to ; I a l débi l pecho i n f u n d e

De un án imo r e a l el noble a l iento . H a r é que el h o m b r e i n j u s t o

De su razón conozca el es t rav ío : L e mos t r a ré tu s e n d a ,

I á tu leí s a n t a vo lve rá el impío. M a s l í b r ame de s a n g r e ,

Mi Dios! mi sa lvador ! i n m e n s a f u e n t e De p iedad! I mi l e n g u a

L o a r á t u j u s t i c i a e t e r n a m e n t e .

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D e s a t a r á s m i s labios , Si t a n t o u n pecador que l lora a l c a n z a ;

I gozosa a l a s j en tes A n u n c i a r á mi l e n g u a tu a l a b a n z a .

Que si v í c t i m a s f u e r a n G r a t a s a t i , l as i n m o l a r a luego;

P e r o no es sacr i f ic io Que de le i t a el que c o n s u m e el f u e g o .

U n corazon dol ien te E s la espiacion que a tu j u s t i c i a a g r a d a ,

L a v íc t ima q u e a c e p t a s E s u n a a l m a cont r i ta i h u m i l l a d a .

V u e l v e a Sion tu b e n i g n o Ros t ro p r imero i tu p iedad a m a n t e ,

I s u s m uros l a h u m i l d e J e r u s a l e n , Señor , al fin l evan te .

I de p u r a s o f r e n d a s Se c o l m a r á n tus a ras , i propicio

Rec ib i r á s un dia E l g r a n d e i n m a c u l a d o sacr if ic io.

Es mejor vivir en un país s a lva j e que en un país c iv i l i zado en donde la jus t i c ia s u f r e la in f luenc ia de la pol í t ica .—Proal .

Los elegidos del pueblo

D u r a n t e mucho t i empo el pueb lo ha l levado so-bre sus h o m b r o s á i nd iv iduos a is lados . L e s h a e n t r e g a d o v e r g o n z o s a m e n t e el f r u t o de su t r a b a j o y h a s t a su m i s m a l iber tad , e s p e r a n d o pac ien te -m e n t e q u e d e s c u b r i e r a n desde s u s a l t u r a s el ca-mino de la j u s t i c i a . P e r o los e leg idos del pueb lo se h a n e m b r i a g a d o de júb i lo y se h a n corrompido, o lv idándose de aque l los q u e los h a b í a n e n c a r a -mado en las c u m b r e s , se convi r t i e ron , no en un be-neficio, s ino en u n a p e s a d a c a r g a p a r a el pueblo . Con lo cua l el pueblo perd ió t oda clase de con-fianza y de jó solos á s u s dominadores . L o s domi-nadores cayeron en tonces y el poder y la g r a n d e z a de s u s imper ios e s t án desvanec idos . E l pueblo h a comprend ido q u e la ley de la v ida , no cons is te en e levar á un solo hombre , s ino en l l amar á todos los h o m b r e s h a c i a las c u m b r e s del conocimiento ,

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de suer te que cada cual pueda ver con sus propios ojos el camino de la vida. Hoy en día posee c la-r a m e n t e la conciencia de la igua ldad de todos.

Máximo Gorki

Destruir el pudor es destruir la familia

Quien dice pudor, dice respeto de si mismo, del propio cuerpo así como de la propia a lma, pure-za de costumbres, fidelidad en los compromisos y cuidado por la b u e n a f a m a ; si se des t ruye el pudor de la mujer , si se le predica y ella lo cree que los amores sucesivos no a r r a s t r an consigo el desengaño , sino que por el cont rar io enr iquecen su personal idad y aumen tan su alegría , se des-t ruye la fami l ia , porque ella descansa en princi-pios del todo opuestos -por serlo así p rec i samente la fami l ia d u r a - y porque el valor social y moral de ésta dependen inmed ia tamen te de la d ignidad mas ó menos g rande de aquel la que la ha creado.

Paul Acker

Una carta es para mi...

U n a ca r t a es pa ra mí u n a pa labra amistosa ú hostil , un apretón de manos ó un puñetazo, dest i-nado á una sola y de t e rminada persona. En la correspondencia , la discusión es penosa y cas i imposible; como camino de corazón á corazón, como medio de conservar la amis tad , de enviar -nos unos á otros pa lab ras de consuelo y de sim-pa t ía , una ca r ta va le mucho más que una v i s i t a . Es to para el que comprende como yo el carác ter e s t r i c t amen te personal de una car ta . P o r eso me gus t a escr ib i r las y recibir las ; hay en el las el mur-mullo de u n a amistad l e j ana y esper ímentamos leyéndolas la sensación de pasea rnos por el pen-samien to amigo. No es eso mucho? No vale aca-so la t in ta que se gas ta en ello?...

Alejandro L. Kielland