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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA COMO ADVOGAR NA ÁREA DA REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA

COMO ADVOGAR NA ÁREA DA REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA · PROF. JOSEVALMARTINS VIANA Art. 10, inciso III, da Lei n. 9.656/98 É instituído o plano-referência de assistência à

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O DIREITO É UMA CIÊNCIA QUE TEM UM

CAMPO DE ATUAÇÃO MUITO AMPLO,

PRINCIPALMENTE NA ÁREA DA SAÚDE.

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O biodireito é um novo ramo jurídico que nasceu

da união entre a bioética e o direito. É o ramo do Direito

Público que se associa à bioética, estudando as

relações jurídicas entre os direitos das pessoas e os

avanços tecnológicos da medicina, a fim de proteger a

dignidade da pessoa humana.

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Seguem alguns temas estudados pelo Biodireito:

Direitos do paciente (tratamento/planos de saúde)

Eutanásia, distanásia, ortotanásia e mistanásia

Aborto

Aconselhamento genético

Escolha de sexo (transexualidade)

Transplantes de órgãos

Homossexualidade

Pesquisas com seres humanos

Reprodução humana assistida

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O(a) advogado(a) que deseja atuar na área da

reprodução humana assistida precisa conhecer a

Resolução do Conselho Federal de Medicina n. 2.121/15

que normatiza as técnicas de reprodução humana

assistida no Brasil. (Publicada no D.O.U. de 9 de maio de

2013)

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É importante salientar que a infertilidade humana

é considerada um problema de saúde pública, com

implicações médicas e psicológicas.

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1- Atuação do advogado na redação do TCI

O Termo de Consentimento Informado é obrigatório para

todos os pacientes submetidos às técnicas de

reprodução assistida, indicando os aspectos médicos

envolvidos, resultados obtidos naquele tipo de

tratamento, além das informações biológicas, jurídicas e

éticas.

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2- Atuação do advogado no reconhecimento biológico

da pessoa originária da reprodução humana assistida

Será mantido, obrigatoriamente, o sigilo sobre a

identidade dos doadores de gametas e embriões, bem

como dos receptores.

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3- Questões éticas e jurídicas que envolvem a consulta

ao advogado

As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar

espermatozoides, óvulos, embriões e tecidos

gonádicos (fragmentos de ovários e testículos).

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4- Outro motivo para consultar o advogado especializado

na área de RA

No momento da criopreservação, os pacientes

devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao

destino a ser dado aos embriões criopreservados em

caso de divórcio, doenças graves ou falecimento, de um

deles ou de ambos, e quando desejam doá-los.

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5 – Outro motivo para consultar um advogado

Os embriões criopreservados com mais de cinco anos

poderão ser descartados se esta for a vontade dos

pacientes.

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6- Outra questão ética e jurídica que exige a presença

de um advogado

As técnicas de RA podem ser utilizadas aplicadas à

seleção de embriões submetidos a diagnóstico de

alterações genéticas causadoras de doenças – podendo

nesses casos serem doados para pesquisa ou

descartados.

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7 – Gestação de substituição (Doação Temporária de

Útero)

As doadoras temporárias do útero devem pertencer à

família de um dos parceiros em parentesco

consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau – mãe;

segundo grau – irmã/avó; terceiro grau – tia; quarto

grau – prima). Demais casos estão sujeitos à

autorização do Conselho Regional de Medicina.

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8 – Consulta com advogado sobre reprodução assistida

post-mortem

É permitida a reprodução assistida post-mortem desde

que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a)

para o uso do material biológico criopreservado, de

acordo com a legislação vigente.

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Como atuar na área da reprodução humana assistida?

1. Ser especialista na área.

2. Indico a construção de uma página no “facebook” só para

tratar desse tema.

3. A experiência ensina que é importante fazer uma

divulgação focada em um tipo de atuação na área. Ir

ampliando aos poucos.

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Advogados (as) podem e devem investir em

ferramentas de prospecção e relacionamento.

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Vamos realizar um planejamento básico:

• Foco de atuação

• Público-alvo

• Estratégias e ações de marketing

• Avaliação dos resultados esperados

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Como fazer marketing?

• Artigos

• Apresentações

• Mídia

• Facebook (cuidado com o que você publica no seu face)

• Página na internet

• Blog

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Vamos para um caso prático

Uma cliente o procura e lhe explica que possui um plano de

saúde. Em consulta médica, foi diagnosticada com uma patologia

denominada endometriose profunda – grau III. Diz ainda que já realizou

uma série de tratamentos para a doença, mas a enfermidade continua

progredindo. Alega ainda que a indicação médica é de realização de

fertilização in vitro e que esse tratamento seria capaz de cumprir dupla

tarefa, quais sejam, atender as necessidades dela e servir como

tratamento. Por fim, disse que o plano de saúde negou (glosou) o

tratamento, afirmando que não tem previsão contratual e que o artigo 10,

inciso III, da Lei n. 9.656/98.

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Art. 10, inciso III, da Lei n. 9.656/98

É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura

assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e

tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de

enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária

a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação

Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a

Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências

mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:

III - inseminação artificial;

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1. Você pegaria o caso?

2. Se sim, qual é o valor dos honorários?

3. Quais são os documentos necessários?

3.1 – Cópia do prontuário médico

3.2 – Cópia do TCI

3.3 – Declaração do Médico indicando o tratamento

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1. Competência

Art. 46 do CPC = ação proposta, em regra, no

domicílio do réu.

Art. 101 do CDC = responsabilidade civil do

fornecedor de produtos a ação pode ser proposta

no domicílio do autor.

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2. Partes

Requerente: Beneficiário

Requerido: Operadora do Plano de Saúde

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3. Tese Jurídica

A reprodução humana assistida considera o

“local” onde é realizada a fecundação.

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A “inseminação artificial”, mencionada expressamente

pela lei, consiste na introdução de gameta masculino,

por meio artificial, no corpo da mulher, aguardando-se

a fecundação natural, a “fertilização in vitro”,

pretendida pela agravante, é realizada fora do corpo da

mulher, de modo que óvulo e espermatozoide são

unidos numa proveta.

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4. Fundamentação Legal

• Artigo 35-C, inciso III, da Lei 9.656/98 (obrigatória a

cobertura do atendimento nos casos de planejamento

familiar.

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• Nos termos da Lei 9.263/96, que regula o §7º do artigo

226 da Constituição Federal, o planejamento familiar é

direito de todo cidadão, compreendido este

planejamento “como o conjunto de ações de regulação

da fecundidade que garanta direitos iguais de

constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher,

pelo homem ou pelo casal” (artigos 1º e 2º).

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Art. 51 do CDC

Art. 51, § 1º, incs. II e II do CDC

Art. 1º, inciso III, da CF

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Súmula do Tribunal de Justiça de São Paulo n. 102

Havendo expressa indicação médica, é abusiva a

negativa de cobertura de custeio de tratamentos sob

argumento de sua natureza experimental ou por não

estar previsto no rol de procedimento da ANS.

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Súmula 96: do TJ de São Paulo

Havendo expressa indicação médica de exames

associados a enfermidade coberta pelo contrato, não

prevalece a negativa de cobertura do procedimento.

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Súmula 100 do TJ

O contrato de plano/seguro saúde submete-se aos

ditames do Código de Defesa do Consumidor e da Lei

n. 9.656/98 ainda que a avença tenha sido celebrada

antes da vigência desses diplomas legais.

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Dos Pedidos

• Procedência da demanda para realização da

reprodução humana com pedido de tutela provisória de

urgência (inaudita altera pars), além do dano moral “in

re ispa” no valor mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

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•Tutela de urgência – art. 300 do CPC

• Prioridade no feito – art. 1.048, inciso I, do CPC

• Sigilo - art. 189, inciso III, do CPC

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•Tribunal de justiça do Rio de Janeiro (Processo: 1448881-8 )

•EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. PRETENSÃO DE OBTER

TRATAMENTO PARA REPRODUÇÃO HUMANA. MATÉRIA

REFERENTE AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. OBRIGAÇÃO DO

ESTADO DE TUTELAR O DIREITO À SAÚDE E NÃO DE AUXILIAR

NA GERAÇÃO DE FILHOS. AUSÊNCIA DE DIREITO.

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a) O direito à saúde, de aplicação imediata e eficácia plena,

deve ser implementado pelo Estado (União, Estados,

Municípios e Autarquias), desde que comprovada a doença

e a necessidade de tratamento.

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b) Todavia, no caso, a pretensão é de obter tratamento

para reprodução humana (fertilização "in vitro" e

transferência de embriões), ou seja, o objetivo da demanda

não é tutelar o direito à saúde, mas auxiliar na prole.

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c) E, não é razoável obrigar o Estado a custear

tratamento de fertilização, auxiliando na ampliação

das famílias, pois essa pretensão não se confunde

com o direito fundamental à saúde.

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d) O casal, no caso, possui o sonho de ter filhos,

mas não está conseguindo realizá-lo, não sendo

obrigação do Poder Público arcar com o alto custo

de tratamento visando a reprodução humana, mas

sim assegurar o direito à saúde.

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e) Portanto, o procedimento almejado pelo casal visa

unicamente à reprodução humana, e não ao tratamento

de patologia, motivo pelo qual não se refere ao direito à

saúde, mas apenas ao planejamento familiar (geração de

filhos), inexistindo, assim, direito. APELO A QUE SE DÁ

PROVIMENTO. REEXAME NECESSÁRIO, CONHECIDO

DE OFÍCIO, PREJUDICADO.

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Ementa: PLANO DE SAÚDE. PROCEDIMENTO DE INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL. PREVISÃO CONTRATUAL. IMPLEMENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES

PARA AUTORIZAÇÃO. 1. Faz jus a autora à autorização necessária à realização

do procedimento de inseminação artificial, uma vez que o procedimento está

devidamente previsto no contrato e o prazo de carência foi cumprido, não

havendo justificativa para a negativa de autorização. 2. Aplicação do Código de

Defesa do Consumidor, que impõe o dever de informação e a interpretação das

cláusulas contratuais em favor do consumidor, parte vulnerável da relação. 3.

Sentença mantida. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71002328094,

Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Eduardo Kraemer,

Julgado em 13/05/2010) – TJRS - Número: 71002328094