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Comunicação celular
Nathalia Fuga – CHE Página 1
Comunicação celular
1 Comunicação celular através de sinais químicos
2 Comunicação endócrina - hormonal
3 Comunicação parácrina
4 Comunicação autócrina
1 – Comunicação celular através de sinais químicos
Nos organismos pluricelulares a troca de informações por meio de substâncias
químicas ocorre desde a vida embrionária e constitui durante toda a vida o principal
meio de comunicação entre as células. Esses sinais são essenciais para a formação
ordenada de órgãos e tecidos e são importantes para coordenar o crescimento e o
funcionamento de diferentes partes do corpo.
Esse sistema é formado por moléculas sinalizadoras ou ligantes que se prendem
em lugares específicos de moléculas receptoras ou receptores. Para ser caracterizada
como receptora uma molécula deve reconhecer especificamente o ligante e deve
desencadear reações no interior da célula, quando unida ao ligante específico.
Sinal Receptor Receptor-sinal Proteínas sinalizadoras Órgão–alvo
Há três tipos de comunicação química:
1) Comunicação endócrina: ocorre através da liberação de substâncias denominadas
hormônios pelas glândulas endócrinas. Nesse tipo de comunicação, a substância
química vai para a corrente sanguínea e age em células-alvo distantes.
2) Comunicação parácrina: as
substâncias químicas vão
atuar em células vizinhas,
os sinais químicos atuam
apenas alguns centímetros do local onde foram produzidos.
3) Comunicação autócrina: as substâncias químicas atuam sobre as próprias células
ou em regiões muito próximas (alguns nanômetros). Esse tipo de comunicação ocorre
através de neurotransmissores que agem sobre uma região especializada das células
nervosas (neurônios), chamada sinapse. Nessa região ocorre contato de uma célula com
as outras.
Comunicação celular
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Mais recentemente foram descobertos tipos de comunicação que não apresentam
receptores, por exemplo transmissões químicas feitas através de um gás, o óxido nítrico.
A resposta a um sinal químico depende do tipo de substância química e do receptor,
ou seja, a diferença entre a estrutura do receptor pode fazer com que a resposta à mesma
molécula sinalizadora seja diferente. Dessa forma, é importante a interação entre esses
dois componentes, substância-receptor. Por exemplo: os receptores para acetilcolina são
diferentes no músculo cardíaco e no músculo
esquelético, fazendo com que a acetilcolina
estimule a contração no músculo esquelético,
mas diminua a força e o ritmo das contrações
cardíacas. Em geral, os receptores são iguais,
mas a maquinaria que eles estimulam no
interior da célula é diferente, gerando respostas
celulares diferentes.
2 – Comunicação endócrina - hormonal
Os hormônios são substâncias químicas que são liberadas na corrente sanguínea e
controlam o funcionamento de outras células. As células que produzem hormônio
constituem um órgão especializado chamado de glândulas endócrinas. Essa
comunicação é relativamente lenta já que os hormônios caem na circulação sanguínea e
por difusão os hormônios são captados pelas células que possuem os receptores
específicos. A velocidade da resposta aos hormônios pode variar, já que em alguns
casos o hormônio pode estar pronto e sua liberação é mais rápida do que no caso de ter
de sintetizar o hormônio.
A maioria dos hormônios é hidrossolúvel e age sobre receptores que estão presentes
na membrana, entretanto há alguns hormônios que são lipossolúveis, que penetram na
célula e se fixam a receptores presentes no citoplasma. Os hormônios esteróides e os da
tireóide são um bom exemplo de hormônios lipossolúveis. Para serem transportados
pelo sangue eles necessitam de proteínas transportadoras. Outra diferença entre os
hormônios hidrossolúveis e os lipossolúveis é o tempo de ação. Os hidrossolúveis são
rapidamente retirados, portanto têm sua ação mais curta. Já os hormônios lipossolúveis
podem ficar no plasma sanguíneo durante horas ou dias, mediando respostas mais
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prolongadas. São exemplos de hormônios esteróides o hormônio sexual masculino
(testosterona) e os femininos (progesterona e estrógeno).
a) Modo de ação dos hormônios
hidrossolúveis:
Todos os hormônios hidrossolúveis
são captados por receptores
presentes na membrana das células-
alvo. Esses receptores atuam por
intermédio de uma cadeia capaz de
modificar os níveis intracelulares de
algumas substâncias chamadas de mensageiros intracelulares. Quando as células são
expostas a um determinado hormônio há uma alteração nos níveis de AMPcíclico
intracelular, levando a modificações nas funções celulares. Além do AMPcíclico, o
Cálcio também atua como mensageiro intracelular. A concentração intraceluar de
cálcio é baixa, sendo alta no meio extracelular e em algumas organelas
citoplasmáticas. Quando os
receptores estão ativados ocorre
entrada de cálcio na célula e um
aumento do cálcio intracelular
levando a ativação de processos
intracelulares dependentes do
cálcio.
As células-alvo podem sofrer
modificações adaptativas. Uma
célula alvo exposta ao mesmo
estímulo por um período prolongado passa a responder ao estímulo com intensidade
menor. É o que chamamos de adaptação ou dessensibilização. Isso ocorre através da
diminuição de receptores na célula, alteração de suas estruturas, mudanças na
afinidade, e possibilita que as células, dentro de um limite, se adaptem para
alterações de concentração de moléculas sinalizadoras.
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b) Modo de ação dos hormônios lipossolúveis:
Os hormônios lipossolúveis atuam sobre receptores intracelulares, já que por serem
lipossolúveis eles têm facilidade para atravessar a membrana celular (bicamada
lipídica). Os mamíferos são regulados por vários hormônios esteróides. Esses
hormônios são sintetizados a partir do colesterol e são moléculas pequenas, capazes de
atravessar a membrana por difusão simples. Uma vez penetrando na célula esses
hormônios se ligam aos receptores modificando suas estruturas, o que causa uma série
de modificações intracelular.
3 – Comunicação parácrina
Existem células especializadas em secreção parácrina, ou seja, na produção de
mediadores químicos de ação local. Outras células, mesmo não sendo especializadas
nesse tipo de secreção, podem produzir mediadores de ação local como, por exemplo,
durante a inflamação, na proliferação celular, contração e no tubo digestivo. Um dos
exemplos mais significativos são as prostaglandinas (PG), produzidas em praticamente
todas as células. Há pelo menos 10 famílias de prostaglandinas, cada uma com vários
subtipos. Elas são derivadas do ácido graxo araquidônico, que se forma a partir dos
fosfolipídios da membrana plasmática pela ação das enzimas fosfolipases. Não foi
possível encontrar uma ação molecular comum para todas as ações das prostaglandinas.
4 – Comunicação autócrina - sinapse
As células nervosas (neurônios) possuem um corpo
celular do qual partem dois tipos de prolongamentos, o
axônio e o dendrito. Funcionalmente os neurônios possuem
partes receptoras, condutoras e transmissoras. Os dendritos
podem ser numerosos, entretanto a célula possui apenas um
axônio que se subdivide formando os terminais axônicos, que
possuem as vesículas de neurotransmissores. Os
neurotransmissores são substâncias químicas liberadas no que
chamamos fenda sináptica e irão atuar sobre os receptores da membrana da próxima
célula, que pode ser outro neurônio, uma glândula, ou tecido muscular. A resposta
sináptica é extremamente rápida, e é necessário que o neurotransmissor seja desativado
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“A vida de todos os organismos pluricelulares baseia-se na comunicação e
nas interações entre as células que os compõem”
para que sua ação não seja contínua, o que diminuiria a precisão da transmissão
sináptica. O neurotransmissor pode ser inativado enzimaticamente ou através da
difusão.
É importante salientar que muitas vezes a molécula pode agir como
neurotransmissor e também por outro modo de comunicação, como por exemplo, a
adrenalina (sintetizada no neurônio e liberada na fenda sináptica e também sintetizada
pela glândula adrenal e distribuída pelo organismo). Dessa forma a adrenalina pode ser
considerada tanto um neurotransmissor (ação local), quanto um hormônio (cai na
corrente sanguínea e age em órgãos distantes).