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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR: MANIPULADORES DE ALIMENTOS EM FOCO. ELLANE SABRYNA SENA RIBEIRO NATAL RN 2017

CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UMA UNIDADE DE … · 2017-12-19 · et al., 2011). Assim, faz-se necessário um processo efetivo de capacitação, treinamentos específicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UMA

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

HOSPITALAR: MANIPULADORES DE ALIMENTOS

EM FOCO.

ELLANE SABRYNA SENA RIBEIRO

NATAL – RN

2017

ELLANE SABRYNA SENA RIBEIRO

CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UMA

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

HOSPITALAR: MANIPULADORES DE ALIMENTOS

EM FOCO.

Orientadora Profª. Dr.ª Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra

Co-orientadora: Nutricionista Fernanda Montenegro Barbosa

NATAL – RN

2017

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Nutrição da

Universidade Federal do Rio Grande

do Norte como requisito final para

obtenção do título de Nutricionista.

ELLANE SABRYNA SENA RIBEIRO

CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UMA

UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

HOSPITALAR: MANIPULADORES DE ALIMENTOS

EM FOCO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Nutrição da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do título de Nutricionista.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

Profª. Dr.ª Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra

Orientadora

__________________________________________________________

Fernanda Montenegro Barbosa

Co-orientadora

____________________________________________________

Jessicley Ferreira de Freitas

Nutricionista

Natal, 6 de outubro de 2017.

Dedico aos meus pais e avós paternos

os quais sempre me apoiaram e não

mediram esforços para que eu

chegasse até aqui.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus por que até aqui me ajudou o Senhor, me deu força e perseverança pra enfrentar

os desafios da vida.

Aos meus pais por terem me dado educação, princípios, suporte, amor e meus queridos irmãos.

Não posso deixar de agradecer a todos os meus familiares, que são a base da minha existência, em

especial aos meus avós paternos e meu tio Magno pela dedicação, presteza, pelo carinho e todo

investimento.

Às minhas queridas amigas: Ully, Jammily, Rafaela,Gabriela Nobre, Gabriela Medeiros, Mariana,

Ingrid, Heloísa, Mayara e Irys que sempre me acompanharam nessa caminhada.

À minha orientadora Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra que me deu a honra de ser sua orientanda, sua

aluna de iniciação científica e admiradora pela profissional incrível que é.

À minha Co-orientadora querida Fernanda Montenegro por todo o auxilio e disponibilidade.

A todos que fizeram parte desta trajetória.

Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e

súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a

paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e

a mente de vocês em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for

verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que

for puro, tudo o que for amável tudo o que for de boa fama, se

houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.

(Filipenses 4:6-8)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 9

2. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 11

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 11

3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................. 12

3.1 UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ................................................................... 12

3.2 CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN ............................................................... 12

3.3 IMPORTÂNCIA DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS ............................................... 14

4. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 17

4.1 TIPO DE ESTUDO ..................................................................................................................... 17

4.2 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................................. 17

4.3 CONHECIMENTO DOS MANIPULADORES ......................................................................... 17

4.4 CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIAS DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO ...................................................................................................................................... 18

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................................. 19

5.1 AVALIAÇÃO GERAL DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN ......... 19

5.2 AVALIAÇÃO POR BLOCO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS ...................... 20

5.2.1 Edificações e instalações físicas .................................................................................. 21

5.2.2 Equipamentos, móveis e utensílios ............................................................................. 22

5.2.3 Manutenção e calibração ............................................................................................ 22

5.2.4 Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios ............................ 23

5.2.5 Controle de água .......................................................................................................... 24

5.2.6 Controle integrado de vetores e pragas ..................................................................... 24

5.2.7 Manejo de resíduos ...................................................................................................... 25

5.2.8 Colaboradores.............................................................................................................. 26

5.2.9 Etapas operacionais (DIETAS NORMAIS E DIETAS ESPECIAIS) .................... 27

5.2.10 Documentos e registros ............................................................................................... 28

5.3 AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS MANIPULADORES DE

ALIMENTOS .................................................................................................................................... 29

5.3.1 CARACTERISTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS ................................................ 29

5.3.2 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS MANIPULADORES ...................... 32

5.3.3 AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS AUTORREFERIDAS ......................................... 37

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 41

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 42

9

1. INTRODUÇÃO

No hospital, o Serviço de Nutrição e Dietética é o setor em que são

desenvolvidas as atividades relacionadas à alimentação e nutrição, tanto dos pacientes como

dos seus acompanhantes e colaboradores do hospital. Nesse ambiente, os alimentos

preparados devem favorecer a recuperação e/ou manutenção da saúde dos indivíduos, tendo

como propósito oferecer refeições nutricionalmente equilibradas e seguras do ponto de vista

da qualidade higiênico-sanitária (SACCOL et al., 2013).

O cuidado com a segurança dos alimentos no ambiente hospitalar é de

importância fundamental, uma vez que os alimentos ali preparados são, na maioria das

vezes, direcionados a pacientes com imunidade debilitada e susceptíveis a contrair doenças

transmitidas pelos alimentos (DTA), com consequências mais graves (SACCOL, et al.,

2013).

As DTA são doenças provocadas pelo consumo de alimentos contaminados,

tendo como sintomas mais comuns vômitos e diarreia, podendo também causar dores

abdominais, dor de cabeça, febre, alteração da visão, olhos inchados, dentre outros, e em

crianças, grávidas, idosos e pessoas doentes, as consequências podem ser mais graves,

podendo inclusive levar à morte (ANVISA, 2005).

Na maioria das vezes, os surtos de infecção alimentar ocorrem em decorrência

de falhas múltiplas observadas em serviços de alimentação, principalmente na questão da

higiene (FARIA et al., 2012). A fim de diminuir os riscos de contaminação em alimentos a

RDC 216/2004 regulamenta as boas práticas para serviços de alimentação, dispondo de

vários critérios para sua padronização, incluindo condutas a serem adotadas pelos

manipuladores de alimentos (BRASIL, 2004).

O manipulador de alimentos é toda pessoa que manipula diretamente os

alimentos, embalados ou não, os equipamentos e utensílios utilizados nos alimentos, e as

superfícies que entram em contato com os alimentos, da qual se espera que cumpra os

requisitos de higiene dos alimentos (OPAS, 2006). É a principal via de contaminação dos

alimentos produzidos em larga escala, desempenhando papel importante na segurança dos

alimentos, na preservação da higiene durante toda a cadeia produtiva. Uma manipulação

incorreta e o descuido em relação às normas higiênicas favorecem a contaminação por

microrganismos patogênicos (MELLO et al., 2010; OMS, 2002).

A manipulação de alimentos é um fator que, caso não seja controlado, pode

ser responsável por desencadear contaminações e afetar a segurança dos alimentos (SILVA

JR., 2014). Além disso, a identificação precoce da ocorrência de contaminantes em

10

manipuladores pode contribuir para a prevenção da contaminação de alimentos (SÃO JOSÉ

et al., 2011). Assim, faz-se necessário um processo efetivo de capacitação, treinamentos

específicos e/ou reciclagem desses manipuladores de alimentos, considerando que este é um

dos pré-requisitos para que não ocorra contaminação dos alimentos, já que, frequentemente,

ela está associada à falta de conhecimento ou à negligência (LANGE et al., 2008).

Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar os

conhecimentos e práticas dos manipuladores de alimentos com relação às Boas Práticas,

assim como avaliar as condições higiênico-sanitárias da UAN do Hospital Universitário

Onofre Lopes situado no município de Natal-RN.

11

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os conhecimentos e práticas de manipuladores de alimentos e avaliar as

condições higiênico-sanitárias da Unidade de Alimentação e Nutrição de um hospital

universitário.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar as características sócio demográficas dos manipuladores;

Avaliar os conhecimentos e práticas dos manipuladores de alimentos

Avaliar as condições higiênico-sanitárias da UAN.

12

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) são responsáveis pelo

fornecimento de refeições nutricionalmente balanceadas e com condições higiênico-

sanitárias adequadas (REIS et al., 2015). Essas UAN do âmbito hospitalartem como

principal finalidade restaurar a saúde dos pacientes e servindo como um importante fator

adjuvante ao tratamento médico, e ajudando a oferecer o aporte necessário de nutrientes

(MARTINELLI, 2007; SOUSA et al., 2009).

Uma das mais importantes vias de infecção hospitalar são os alimentos

contaminados, cujas principais causas de contaminação são as condições higiênico-sanitárias

inapropriadas e a falta de utilização de ferramentas de garantia e controle da qualidade

(FARIAS, PEREIRA, FIGUEIREDO 2011).

3.2 CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE UNIDADES DE

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Para garantir a implementação de um controle higiênico-sanitário eficaz, as

UAN devem cumprir as leis estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA). As especificações desta legislação tratam sobre alguns pontos como as

edificações, instalações, móveis e utensílios, abastecimento de água, abastecimento de gás,

iluminação, teto, paredes e pisos, higiene sanitária das edificações, móveis e utensílios,

higiene dos manipuladores de alimentos bem como, registros, documentos e

responsabilidade (SACCOL et al., 2006).

A produção de refeições envolve um conjunto de ferramentas para a garantia

da qualidade e segurança e possui como fim promover, manter ou mesmo recuperar a saúde

individual e coletiva dos usuários que se beneficiam da alimentação servida (PROENÇA et

al., 2006).

As UAN hospitalares podem ser definidas como estabelecimentos localizados

em hospitais dotados de infraestrutura operacional e pessoal capacitado para o preparo de

refeições. Não existem estatísticas referentes ao mercado de refeições servidas por cozinhas

hospitalares; entretanto, o conjunto de refeições servidas em escolas, hospitais e forças

armadas está estimado em 17 milhões/dia (EMRICH, 2006).

13

Um dos instrumentos para avaliação da qualidade dos alimentos é o Manual

de Boas Práticas (MBP), que é essencial para a produção de alimentos com qualidade, tanto

do ponto de vista nutricional quanto em relação à segurança alimentar (ANVISA, 2004).

Diferentemente de indústrias alimentícias, nas quais a automação, com

produção em escala e sequenciada, possibilita monitoramento e correção imediata de falhas e

inconformidades do processo; nasUAN, a lógica e as etapas de preparação dos alimentos

muda diferentemente de acordo com o cardápio, fazendo com que a preparação de refeições

fique atrelada ao elemento humano, o que potencializa a probabilidade de ocorrência de

falhas no processamento das refeições, comprometendo a qualidade final do produto

fornecido (MAISTRO et al., 2005).

As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são causadas pela ingestão de

alimentos e/ou água que contenham agentes etiológicos em quantidades tais que afetam a

saúde do consumidor em nível individual ou grupo de população (SILVA JÚNIOR,

2014).Podem ser causadas por: bactérias, vírus, parasitas, toxinas, prions, agrotóxicos,

produtos químicos e metais pesados. Sendo apontado como os principais agentes etiológicos

no Brasil entre os anos de 2000 a 2014, a Salmonella ssp., S. aureus, E. coli, C. botulinium

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

Os micro-organismos são seres unicelulares que estão presentes em todos os

ambientes, podem ser de caráter patogênico ou não à saúde humana, dependendo do tipo, da

sua dose infectante e de que estejam em contato com o ambiente ideal para seu

desenvolvimento e proliferação.

Nos seres humanos, podem ser encontrados em sua microbiota normal, onde

contribuem para o bom funcionamento do organismo.Entretanto os individuos podem servir

de hospedeiro para as espécies de micro-organismos maléficas à saúde, que ocasionam

doenças de diversos tipos, como as infecções e intoxicações do tratogastrointestinal

(GODINHO, 2010).Crianças, idosos e indivíduos imunodebilitados são considerados grupos

de risco, uma vez que apresentam o sistema imunológico incompleto ou deficiente e, nestes

casos, a ingestão de pequeno número de patógenos pode ser suficiente para causar doença

(BUZBY, 2002)

Dados do Ministério da saúde mostram que entre os anos de 2007 a 2016,

foram contabilizados 6.632 surtos alimentares; 469.482 indivíduos foram expostos a esses

surtos; 118.104 ficaram doentes em decorrência da exposição, sendo registrados 17.186

14

hospitalizações e 109 óbitos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).De acordo com estudos

estatísticos da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 60% dos casos de doenças de

origem alimentar decorrem do descuido higiênico sanitário de manipuladores, das técnicas

inadequadas de processamento dos alimentos, e da deficiência de higiene da estrutura física,

de utensílios e de equipamentos (WHO, 2009).

Os alimentos estão expostos, frequentemente, durante seu processo de

elaboração, a uma série de perigos ou oportunidades de contaminação microbiana

relacionada às práticas inadequadas de processamento e manipulação. A maioria dos perigos

ocorre no processo de manipulação, pois o manipulador entra em contato direto com o

alimento, podendo contaminá-lo por diversas vias, como: boca, pele, cabelos, ferimentos, as

mãos e unhas, Sendo estes dois últimos, o principal veículo de contaminação, uma vez que

se caracterizam como meio de contato do manipulador com o alimento (NETO; ROSA,

2014).

Fatores como temperatura de conservação inadequada, falhas na higiene

durante o preparo e uso de matérias-primas de origem duvidosa são os mais envolvidos no

fornecimento de alimentos impróprios para o consumo (AMSON et al., 2006).Nesse

contexto é muito importante a adoção das boas práticas em segurança alimentar, pois elas

buscam minimizar os perigos microbiológicos que são as principais causas de contaminação

dos alimentos (VIDAL et al., 2011)

3.3 IMPORTÂNCIA DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS

A Resolução n° 216, de 15 de setembro de 2004 que dispõe sobre

Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, define como

manipulador de alimentos qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato

direto ou indireto com o alimento. Ainda segundo a legislação, os manipuladores devem ter

controle de saúde registrado, estar em condições de saúde adequadas para realizar a

manipulação, ter asseio pessoal e, principalmente, ser supervisionados e capacitados

periodicamente em higiene pessoal, em manipulação higiênica dos alimentos e em doenças

transmitidas por alimentos. A capacitação deve ser comprovada mediante documentação.

(ANVISA, 2004).

15

Os manipuladores exercem um papel de extrema importância na determinação

da qualidade final do alimento que chega ao consumidor, já que estes profissionais são as

fontes mais frequentes de contaminação (PONATH, 2016). De acordo com o Centers for

Disease Control and Prevention, o manipulador quando em contato com os alimentos, da

origem até o momento da comercialização, pode se tornar um transmissor viável de agentes

patogênicos de doenças alimentares quando falhas e erros são cometidos (CDC, 2013).

Portanto a higiene pessoal, assim como as práticas de manipulação higiênico-sanitárias

adequadas no trabalho, são partes essenciais para qualquer programa de prevenção em

segurança dos alimentos (GREIG et al., 2007).

Estudos vêm sendo conduzidos sobre o conhecimento e as práticas dos

manipuladores em várias partes do mundo e muitos ressaltam que a manipulação incorreta e

a não adoção de normas relativas à higiene de alimentos favorecem a contaminação por

microrganismos patogênicos (FERREIRA et al., 2013). No estudo de Ansari-Lari et al.

(2010) foi evidenciado que apesar da boa classificação de conhecimentos dos manipuladores

de alimentos estudados, suas práticas em relação à higiene alimentar não são aceitáveis.

Em um estudo desenvolvido com merendeiras, constatou-se que

as colaboradoras que haviam participado de treinamentos possuíam mais

conhecimentos, isso foi verificado pelas respostas de um questionário

aplicado, pois 92,3% delas acertaram todas as questões propostas (TORRES et al., 2007).

A capacitação dos manipuladores de alimentos quanto à segurança de

alimentos é um dos mecanismos principais para a formação dos manipuladores no preparo

de alimentos seguros (ANSARI-LARI et al., 2010) Em estudo de Panza et al. (2006), foi

observado que as conformidades nas condições higiênico-sanitárias em uma Unidade de

Alimentação e Nutrição aumentaram após a capacitação/treinamento dos manipuladores.

Em outro estudo foi concluído que para a realização de treinamentos

periódicos, visando à segurança alimentar, com a aplicação das Boas Práticas de

Manipulação no âmbito dos serviços de alimentação, é indispensável à promoção,

manutenção e reciclagem de conhecimentos, atitudes e comportamentos de manipuladores

de alimentos (GHISLENI; BASSO, 2006)

Jorge el al. (2013) avaliando o nível de escolaridade, observaram que não

houve interferência significativa nos níveis de conhecimentos específicos, porém o tempo de

trabalho em manipulação de alimentos foi decisivo no conhecimento dos manipuladores

analisados

16

A lavagem das mãos é uma medida eficaz de prevenção da transmissão

cruzada de microrganismos e, apesar da relativa simplicidade deste procedimento, ainda se

observa uma forte resistência à sua utilização. A higienização adequada dos equipamentos e

utensílios bem como a do próprio manipulador é um dos fatores mais importante para o

controle de qualidade do alimento. (KOCHANSKI et al. 2009; LIMA et al., 2015).

Farias et al. (2011) constataram a importância do treinamento sobre higiene e

a aplicação das BPF na unidade estudada, pois para que o alimento se torne fonte de saúde

aos pacientes dos hospitais, é imprescindível um controle de qualidade rigoroso e

sistemático.

Tokuç et al. (2009)observaram em seu estudo que todos os entrevistados

afirmaram que a manipulação segura dos alimentos é parte importante da sua

responsabilidade profissional e que aprender mais sobre higiene alimentar era importante

para eles.

17

4. METODOLOGIA

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo de caso do tipo transversal descritivo, desenvolvido nos

meses de abril à maio de 2017 no hospital universitário Onofre Lopes – HUOL localizado no

município de Natal- RN.

4.2 ASPECTOS ÉTICOS

O presente trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do HUOL (CAAE:64035117.7.0000.5292)e os voluntários que aceitaram a

participar da pesquisa, tiveram sua participação formalizada a partir do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para autorizar a utilização dos dados e obter uma

explicação detalhada sobre os objetivos, metodologia e procedimentos de pesquisa.

4.3 CONHECIMENTO DOS MANIPULADORES

Para avaliar o conhecimento dos manipuladores foi utilizado o questionário de

SOUSA (2016) (Anexo I), o referido instrumento é composto por 49 questões, algumas

relativas às características sócio-demográficas e outras que abordam os conhecimentos de

manipuladores de alimentos, de acordo com os seguintes eixos: as doenças transmitidas por

alimentos, a manipulação higiênica e higiene pessoal e práticas relacionadas à segurança dos

alimentos. Este questionário foi respondido pelos próprios manipuladores em vários dias

diferentes para abranger todos. As questões aplicadas foram objetivas, com 3 alternativas de

“verdadeiro, “falso”, ou “não sei” no que se refere ao conhecimento e “às vezes”, “sempre”

ou “nunca” referindo-se às práticas. Foram entrevistados no total 50 manipuladores de

alimentos, entre eles, cozinheiros, auxiliares de cozinha e copeiros.

Em relação pontuação, foi atribuído 1 ponto para as questões corretas e 0

para as questões incorretas.Utilizou-se como ponto de corte o percentual de 60% de acerto

para se considerar satisfatórios/adequados o conhecimento, as práticas autorreferidas e

práticas observadas dos manipuladores, percentual também adotado em alguns estudos(LIU

S et al., 2015; TAN SL et al., 2013)

18

4.4 CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO

E NUTRIÇÃO

Para a avaliação das Boas Práticas na UAN do HUOL, foi aplicada a lista de

verificação desenvolvida para o serviço de Nutrição e Dietética hospitalar, classificando-o

quanto à adequação das boas práticas de STANGARLIN et al., 2013 (anexo 2). que tem

como base a Resolução RDC nº 216/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(BRASIL, 2004). A lista contém ao todo 191 itens de verificação agrupados em 10 blocos

relacionados à: 1) edificações e instalações físicas, 2) equipamentos, móveis e utensílios; 3)

manutenção e calibração; 4) higienização das instalações,móveis e utensílios; 5) controle da

água; 6) controle integrado de vetores e pragas urbanas; 7) manejo de resíduos; 8)

colaboradores; 9) etapas operacionais (dietas normais e dietas especiais); 10) documentos e

registros.Para a classificação das UAN quanto à adequação das boas práticas dos itens

avaliados considerou-se: “Excelente” quando possui adequação de 91 – 100%, “Bom” de 70

– 90%, “Regular” de 50 - 69%, “Ruim” de 20 – 49%, “Péssimo” de 0 – 19%.

Foram realizadas 3 visitas, em dias diferentes para a aplicação da lista de

verificação no local, gerando assim diagnóstico para a obtenção de média de classificação

final da unidade de alimentação e nutrição. Os dados foram coletados a partir da visualização

das reais condições da UAN. Os requisitos que não puderam ser avaliados através da

avaliação visual foram respondidos por meio de questionamento com o responsável pelo

local e/ou apresentação de documentação comprobatória, durante a coleta dos dados. Os dez

blocos foram analisados individualmente.

19

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 AVALIAÇÃO GERAL DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DA UAN

No que diz respeito à qualidade higiênico sanitária da UAN avaliada foi visto

que a adequação geral da unidade foi de 71,37%, atingindo assim a média de

classificação “Bom”, de acordo com a Lista de verificação(Figura 1).Apesar de a

classificação ser considerada boa, ainda percebe-se a necessidade de adequação em

alguns quesitos para melhor garantir o controle higiênico-sanitário em toda a cadeia

produtiva.

Figura 1.Adequação das condições higiênico-sanitárias de uma Unidade de Alimentação

hospitalar de Natal – RN.

No estudo de Ferreira et al. (2011) realizado com 9 UAN em Belo

Horizonte/BH, foram encontrados resultados similares aos do presente estudo, em uma das

UAN, a porcentagem de adequação foi de 72,9%. Em um estudo feito em 3 instituições

filantrópicas para idosos, Rigui e Basso (2016) encontraram os seguintes resultados, a

Instituição 1 e a Instituição 3 apresentaram percentual de adequação geral de 70% e 81%,

respectivamente, sendo classificadas como “Bom”. Já a Instituição 2 apresentou 48% de

adequação, sendo classificada como “Ruim”.

71,36

28,64

Adequeção

Inadequação

20

É importante ressaltar que desde 2014, com a publicação da RDC 52 de

29/09/2014, as UAN de serviços de saúde foram incluídas no âmbito de aplicação da RDC

216/2004, que regulamenta as boas práticas de manipulação no Brasil (BRASIL 2004;

BRASIL, 2014).

5.2 AVALIAÇÃOPOR BLOCO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS

As médias de adequação dos diferentes itens contemplados na lista de

verificação são demonstradas na Tabela 1. Observa-se que para a maioria dos itens a

UAN estudada alcança uma classificação boa, porém foram encontradas algumas

inadequações de itens considerados críticos para a garantia da qualidade das refeições.

Esses itens serão discutidos a seguir.

Tabela 1. Média da adequação por bloco das condições higiênico-sanitárias da UAN.

Blocos Média de

adequação

(%)

Edificações e

instalações

físicas

61,43±4,08

Equipamentos,

móveis e

utensílios

99,66

Manutenção e

calibração

66,66

Higienização

das instalações,

equipamentos,

móveis e

utensílios

79,69±7,40

Controle da

água

88,88

Controle

integrado de

vetores e

pragas

77,77±19,24

Manejo de

resíduos

90,47±16,50

Colaboradores 57,40±11,56

21

Etapas

operacionais

(DIETAS

NORMAIS E

DIETAS

ESPECIAIS)

79,56±0,92

Documentos e

registros

33,33±5,77

ADEQUAÇÃO

GERAL DA

UAN

71,36±0,02

5.2.1 Edificações e instalações físicas

No presente estudo, no bloco de “Edificações e instalações físicas”, foi

encontrada uma adequação de 61,43%. Isso se dá devido à presença de objetos em desuso

nos arredores da unidade; de azulejos quebrados e rachados em algumas áreas da produção; a

ausência de proteção contra vetores e pragas urbanas nas janelas e por haver luminárias com

sujidades.

A edificação e instalações, bem como sua higiene são fatores importantes a

serem considerados na produção de alimentos de qualidade. A edificação e as instalações de

uma UAN devem ser projetadas de uma forma a possibilitar um fluxo ordenado e sem

cruzamentos em todas as etapas da preparação de alimentos propiciando a facilitação das

operações (ANVISA, 1993).

A ventilação da unidade é precária, não há ventilação natural ou artificial

suficiente para garantir o conforto térmico na área de cocção, tornando o ambiente de

trabalho extremamente quente e abafado. E isso, evidencia a necessidade de reparos e

melhorias na unidade.

A ventilação adequada assegura conforto térmico e proporciona a renovação

do ar, o que é muito importante, principalmente, na área de cocção, devido à exalação

constante de vapores (REIS, FLÁVIO & GUIMARÃES, 2015).

No estudo de Reis et al. (2015), nesse mesmo bloco, foi encontrado o

percentual de conformidade de 57%.A referida pesquisa também constatou que havia pisos

em mal estado de conservação, com a presença de rachaduras, propiciando o acúmulo de

resíduos e prejudicando a higienização do local. Esse mesmo estudo demonstrou que a

22

ventilação da unidade de alimentação e nutrição hospitalar (UANH) apresentou-se não

conforme, com relatos de temperaturas acima de 32ºC e sensação térmica ainda mais

elevada.Guedes (2009), em pesquisa realizada em hospitais públicos de Brasília-DF, revelou

que 75% das unidades de alimentação apresentavam não conformidades nos pisos, nas

paredes, nos tetos, nas portas e janelas.

5.2.2 Equipamentos, móveis e utensílios

Neste item a unidade apresentou 99,66% de adequação, estando em

conformidade com a maioriados itens avaliados. A única inadequação observada, foi a

utilização de um balcão térmico quebrado na linha de distribuição de alimentos, o que

certamente representa um risco para os consumidores, já que o controle de temperatura é

essencial para garantir a qualidade dos alimentos. Diante disso, segundo o Ministério da

Saúde deve-se dar atenção ao controle da temperatura dos equipamentos e manter um

registro deste controle, a fim garantir a manutenção dos alimentos em temperatura adequada.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1993).

Segundo a RDC 216/04, as superfícies dos equipamentos, móveis e utensílios

utilizados na preparação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à

venda dos alimentos devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades,

frestas e outras imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e serem

fontes de contaminação dos alimentos (BRASIL, 2004).

No estudo de Ramos et al. (2008) os resultados encontrados nas Instituições

de alimentação de nutrição de Campo Grande apresentaram 61% de adequação para o bloco

de equipamentos, móveis e utensílios, o que evidencia a necessidade de melhorias já que o

desgaste dos utensílios utilizados nas UAN aumenta progressivamente com o uso,

multiplicando assim, a população microbiana.Vidal et al. (2011), em sua pesquisa, encontrou

nesse item um percentual de adequação de 85,71% e as inadequações encontradas estavam

relacionadas com falta de manutenção preventiva e alguns utensílios em mal estado de

conservação.

5.2.3 Manutenção e calibração

No presente item a adequação foi de 66,66%, evidenciando a falha na

manutenção e calibração dos equipamentos, principalmente a preventiva, que não era

realizada no local do estudo, que contava apenas com a modalidade de manutenção corretiva

no serviço, a qual, muitas vezes, é ineficiente e demorada por depender de empresas

23

terceirizadas. Esse tipo de manutenção é de extrema importância por aumentar a vida útil do

equipamento, bem como garantir seu bom funcionamento, segurança na operacionalização e

retardo no aparecimento de avarias (GUIMARÃES, 2006).

Silva et al. (2008) verificaram em seu estudo que a manutenção periódica dos

equipamentos exerce influência significativa sobre a temperatura de refrigeração dos

equipamentos da unidade.Abreu (2011), afirma que é importante investir em equipamentos e

na manutenção dos mesmos, pois são eles que vão manter as temperaturas dos alimentos

durante os intervalos entre a cocção e a distribuição, inclusive termômetros para aferição da

temperatura das refeições.

5.2.4 Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios

Nesse item a adequação foi de 79,69%, apresentando conformidade na maioria

dos quesitos avaliados, as principais inconformidades encontradas estão relacionadas ao mal

estado de conservação dos utensílios utilizados para higienização como: buchas e panos, bem

como o armazenamento inadequado dos mesmos. Outro fator observado foi a ausência da

identificação correta dos produtos saneantes.

Mayra et al. (2014) em seu estudo constatou 73% de adequação para este item,

relatando como principais inadequações a baixa frequência de higienização adequada,

evidenciada pela presença de pratos e panelas sujos, empilhados sobre as pias por algumas

horas após as refeições, a ausência de registros de operações de higienização, baixa frequência

de limpeza das áreas de preparação.

O processo de higienização é de extrema importância para controle de matéria

orgânica dos panos de limpeza, pois esses podem disseminar micro-organismos ao ambiente e

aos alimentos (LEHTO et al., 2011).

No estudo de Quintiliano et al. (2008) foi constatado que a higienização dos

utensílios e equipamentos era incorreta e que os restaurantes avaliados não dispunham do

registro dos procedimentos de higienização e do responsável capacitado para tal

atividade.Mello et al. (2013)em sua pesquisa com duas empresas de grande porte prestadoras

de serviços no ramo de alimentação, identificaram apenas 10% de adequação, destacando

local inadequado para o armazenamento correto de produtos saneantes.

24

5.2.5 Controle de água

No presente estudo, este item obteve 88,88% de adequação, tendo boa

classificação nos quesitos avaliados. A inadequação encontrada foi a falta de água quente

para a higienização de utensílios.

No estudo de Spinelli et al. (2014) foram encontrados resultados de

adequação similares, ao compararem as Boas Práticas entre restaurantes comerciais da região

central e região sul da cidade de São Paulo/SP, encontraram médias de adequação para os

itens relacionados ao abastecimento de água da região central e sul respectivamente de 83%

e 89%.

No estudo de Lima (2016), realizado em restaurantes populares, foi visto que

com relação ao abastecimento de água, as médias foram em sua maioria “boas”, com valores

superiores a 70% de adequação, com exceção de 3 restaurantes, tendo 1 deles apresentado

inadequação total em relação a este item. Em estudo com UAN hospitalares de Montes

Claros/MG, Reis et al. (2015) verificaram 46% de adequação em relação ao abastecimento

de água.

Segundo a legislação, RDC 216/04, deve ser utilizada somente água potável

para manipulação de alimentos. Quando utilizada solução alternativa de abastecimento de

água, a potabilidade deve ser atestada semestralmente mediante laudos laboratoriais, sem

prejuízo de outras exigências previstas em legislação específica (BRASIL, 2004).

5.2.6 Controle integrado de vetores e pragas

Neste item foi verificada adequação de 77,77%, que demonstra a necessidade

de melhorias. Foi visto que alguns ralos não são adequados, não possuem sistema de

fechamento automático, existem janelas que não possuem telas milimétricas, que contribuem

para a entrada de vetores e pragas, assim como o entulho e o material em desuso nas

redondezas da UAN.

A ANVISA determina que os serviços de alimentação devem adotar um

conjunto de ações contínuas e eficazes no controle de vetores e pragas urbanas. Somente

quando as medidas de prevenção utilizadas não forem eficazes, deverá ser empregado e

executado por uma empresa especializada o controle químico, conforme legislação

específica e com produtos regularizados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004).

Silva et al. (2013) ao analisarem duas UAN localizadas no município de

Vitória/ES constataram 100% de adequação para o item controle integrada de vetores e

pragas urbanas, mostrando assim conformidade com os quesitos previstos na legislação

25

vigente. No estudo de Reis et al. (2015) também verificou-se 100% de itens atendidos. O

controle era feito por uma empresa especializada conforme a recomendação da RDC

216/2004.

Já no estudo de Sattler et al. (2017) encontrou com relação ao controle

integrado de pragas e vetores que todos os restaurantes apresentaram inconformidades, não

sendo encontrados registros sobre o controle atualizado. Além disso, as edificações

apresentam-se vulneráveis para a entrada de vetores no estabelecimento.

5.2.7 Manejo de resíduos

A adequação nesse item foi de 90,47%, sendo classificado de maneira

satisfatória. No entanto, as inadequações encontradas estão relacionadas ao estado de

conservação dos coletores de resíduos e ao fato de que estes não são dotados de tampa sem

acionamento manual.

Os resíduos produzidos devem ser coletados e estocados em local fechado e

isolado da área de preparação e armazenamento dos alimentos de forma a evitar focos de

contaminação e atração de vetores e pragas urbanas (BRASIL, 2004).

Mayra et al. (2014) ao realizarem uma avaliação com UAN hoteleiras no

município de Caruaru/PE, verificaram percentual de adequações de 78% para este item. Já

Reis et al. (2015) encontraram 100% de adequações.

26

5.2.8 Colaboradores

Nesse item, com relação à conduta dos colaboradores, observou-se uma

adequação de 57,40%. Evidenciando assim, a necessidade de correções e melhorias. As

principais inadequações observadas foram: a falta de registros do controle de saúde dos

colaboradores e da capacitação em boas práticas dos mesmos; os uniformes não são

exclusivamente utilizados dentro das dependências da unidade de alimentação e nutrição

hospitalar; a lavagem dos uniformes dos manipuladores érealizada em suas próprias

residências, impossibilitando assim a garantia da higienização e secagem correta.

Outro ponto inadequado observado foi que os manipuladores responsáveis

pela distribuição dos alimentos nos leitos usam o mesmo uniforme nas áreas de manipulação,

além disso foi observada a deficiência na frequência e no procedimento correto da lavagem

das mãos. Foi verificada também a presença de colaboradores doentes nos dias de aplicação

da lista de verificação.

Na pesquisa de Vidal et al. (2011), realizada em uma UAN militar, foi

observado 71% de conformidade. Notou-se que os vestuários não estavam limpos e se

encontravam em mal estado de conservação e que adornos eram utilizados na rotina dos

manipuladores. Outro fator enfatizado nesse estudo foi quanto ao uso de equipamentos de

proteção individual (EPI), onde foi constatado que alguns funcionários não faziam uso de

toucas, luvas de malha de aço e luvas de PVC.

Oliveira et al. (2008), em estudorealizado em cozinhas de 5 creches públicas e

filantrópicas no município de São Paulo,constataram 37,5% de inadequações quanto ao item

higiene dos manipuladores e 6,2% de inadequação no item saúde dos manipuladores, que

manipulavam os alimentos com cortes ou lesões na mãos.

Na pesquisa de Poerner et al. (2009), no item asseio pessoal dos

manipuladores, constatou-se 86% de não conformidades. Já Cardoso et al. (2005)

constataram que, das cantinas universitárias analisadas, apenas 40% dos manipuladores

mantinham as unhas cortadas e limpas. Passos e Vilaça (2010), ao avaliarem boas práticas

em restaurantes do município de Miranorte/TO, constataram índice de não conformidades de

43% a 86%, sendo estes resultados mais similares com os do presente estudo.

Em estudo, Cardoso, Souza & Santos (2005) foi observado que entre sua

amostra, 60% asseguram ter realizado curso para manipulação de alimentos, com duração

que variou de uma semana (20%) há um mês (10%); muitos dos entrevistados, contudo não

souberam informar a carga horária de capacitação. Os 40% restantes não receberam qualquer

27

tipo de treinamento. Em uma das cantinas, a supervisão do serviço ficava a cargo de

nutricionistas.

5.2.9 Etapas operacionais (DIETAS NORMAIS E DIETAS ESPECIAIS)

Este item apresentou porcentagem de adequação de 79,56%, que diz respeito

a questões essenciais relacionadas à preparação das dietas, de subitens de extrema

importância para a segurança dos alimentos como: fornecedores, armazenamento,

temperatura, cocção, utilização de ovos, manipulação, etc.

No presente estudo foi observada falhas no controle de temperatura, visto que

haviam balcões térmicos quebrados que estavam sendo usados na linha de distribuição, bem

como a deficiência do registro das temperaturas. Em relação à manipulação, vê-se a

necessidade de melhorias na frequência e efetividade da higiene de mãos.

No estudo de Sousa & Campos (2003) foi visto que não havia controle de

temperatura em nenhuma etapa do processo, nem no momento da distribuição, o que pode

ser um fator de risco para os pacientes.

Salles & Goulart (1997)verificaram a presença de E. coli em mãos de

manipuladores de lactários hospitalares do município de Florianópolis, SC. Evidenciando

assim, que houve falha de obediência aos princípios básicos de higiene, principalmente das

mãos, ou houve contaminação cruzada, colocando em risco a vida dos pacientes internados

no hospital.

Em uma pesquisa de Bruins et al. (2003), após as investigações

microbiológicas, epidemiológicas e inspeção in loco, os autores relacionaram um surto de

infecção por Salmonellacom um alimento que continha gema de ovo mal cozida e

verificaram também que as temperaturas de cozimento e de refrigeração não eram

monitoradas e que a temperatura de estocagem dos alimentos estava alta.

28

5.2.10 Documentos e registros

Esse item foi o considerado com mais inadequações, já que sua média de

adequação atingiu apenas 33,33%, e isso se deve a ausência da documentação de

comprovação de: treinamento e saúde dos manipuladores e também dos Controles

operacionais essenciais (COE).

A legislação vigente determina que os serviços de alimentação devem dispor

de um Manual de Boas Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), e

esses documentos precisam estar disponíveis para os funcionários do serviço e as autoridades

sanitárias quando forem solicitados tais documentações. Os serviços de alimentação devem

implementar Procedimentos Operacionais Padronizados relacionados aos seguintes itens: a)

Higienização de instalações, equipamentos e móveis; b) Controle integrado de vetores e

pragas urbanas; c) Higienização do reservatório; d) Higiene e saúde dos manipuladores

(BRASIL, 2004).

Ferreira (2011), em estudo com UAN institucionais, obteve resultados

positivos quanto à documentação, 8 dos estabelecimentos estudados apresentaram

documentação adequada como preconiza a legislação vigente.

Todos os manipuladores de alimentos devem receber treinamentos constates

no que tange a higiene e as técnicas corretas de manipulação de alimentos comprovados por

documentações (REIS et al., 2015).

A Resolução CFN n°. 380/2005, que define em seu artigo 2º a alimentação

coletiva como área de atuação do nutricionista,determina que é dever deste profissional

“planejar, coordenar, supervisionar e/ou executar programas de treinamento, atualização e

aperfeiçoamento de colaboradores”.

29

5.3 AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS MANIPULADORES

DE ALIMENTOS

5.3.1 CARACTERISTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS

As características sócio-demográficas são apresentadas na tabela 2, a seguir:

Tabela 2. Média das variáveis sócio demográficas dos manipuladores dos alimentos.

Variável Quantidade (%)

SEXO

Masculino 12 24

Feminino 38 76

IDADE

<20 1 2

20-29 5 10

30-40 11 22

>40 33 66

ESCOLARIDADE

Não alfabetizado 0 -

Fundamental incompleto 2 4

Fundamental completo 3 6

Ens. Médio incompleto 10 20

Ens. médio completo 30 60

nível técnico 2 4

Ens. Superior incompleto 2 4

Ens. Superior completo 1 2

Pós Graduação 0 -

CATEGORIA

PROFISSIONAL

Cozinheiro 13 26

Auxiliar de cozinha 6 12

Magareff 0 -

Almoxarife 0 -

Auxiliar de serviços gerais 0 -

Copeiro 31 62

Outro 0 -

TEMPO DE SERVIÇO

< 1 ano 8 16

1 – 5 anos 8 16

6-10 anos 9 18

> 11 anos 25 50

TREINAMENTOS

Treinado em 6 ou menos 0 -

Entre 6 meses até 1 ano 0 -

Treinado há mais de 1 ano 47 94

Nunca treinado 3 6

30

No presente estudo, vemos que 76% dos manipuladores de alimentos da UAN

são do sexo feminino e apenas 24% são do sexo masculino. No estudo de Aguiar et al.

(2010) a população do seu estudo era por sua maioria (62,7%) do sexo masculino. Já Isosaki

(2003) encontrou em dois hospitais uma maior presença de trabalhadores do sexo feminino

86% em um hospital público e 67% em um hospital privado.

Em relação à idade, nesta pesquisa foi visto que 66% dos manipuladores têm

idade acima de 40 anos. No estudo de Mello et al. (2010) viu-se que 64% dos manipuladores

de alimentos encontravam-se inseridos na faixa entre 30 e 49 anos.

No item escolaridade, vemos que a maioria dos manipuladores (60%)

possuem ensino médio completo, 20% têm o ensino médio incompleto, 6% possuem ensino

fundamental completo e apenas 2% dos manipuladores alegaram ter ensino superior

completo.

No estudo de Aguiar et al. (2010) foram obtidos resultados diferentes, o

ensino fundamental foi concluído por 14,3% dos entrevistados, o ensino médio por 25,1% e

os de curso superior referiam-se, na sua maioria, às nutricionistas. Já no trabalho de Cavalli

& Salay (2007) encontraram nível de escolaridades, em restaurantes comerciais, de 33,2%

para o nível médio completo e incompleto e 11% com relato de curso profissionalizante. No

estudo de Mello et al. (2010) realizada em restaurantes populares do Rio de Janeiro, quanto

ao nível de escolaridade, predominou o ensino fundamental incompleto (35%).

Outras pesquisas também apontam para um baixo nível de escolaridade dos

manipuladores de alimentos como o estudo de Silva et al. (2003), em pesquisa com

indivíduos responsáveis pela merenda escolar de 24 unidades de ensino fundamental

localizadas em São Paulo/SP, revelaram que, dos manipuladores de alimentos, apenas 12,5%

haviam concluído o ensino médio.

Em relação à categoria profissional, foram avaliados todos os funcionários

que entram em contato com o alimento de forma direta ou indireta, sendo 62% atuantes na

função de copeiro, 24% de cozinheiros e 12% de auxiliares de cozinha.

A metade dos manipuladores (50%) atua com manipulação de alimentos a

mais de 11 anos, 18% trabalham entre 6-10 anos, 16% de 1- 5 anos e 16% atuam menos de 1

ano.

Na pesquisa em relação ao tempo de serviço, Casarotto & Mendes (2003)

encontraram um tempo médio de 8,18 anos, e Cavalli & Salay (2007) encontraram

31

resultados mais similares, entre os com maior tempo de serviço cinco anos e entre aqueles

com menor tempo de serviço um ano.

Comparada a pesquisa de Aguiar et al. (2010) vemos um resultado similar,

onde 64,7% dos funcionários da UAN encontraram-se concentrados nos cargos de Auxiliar

de Serviço Geral e Copeira e em relação ao tempo de trabalho obteve-se para o tempo de

trabalho em restaurantes industriais, uma média de 59,8 meses.

No presente estudo, em relação aos treinamentos, foi visto que 94% dos

manipuladores não foram treinados há mais de um ano, e ainda 6% alegam nunca terem sido

treinados.

No mesmo estudo de Aguiar et al. (2010) obteve-se resultados bem diferentes

em relação a este quesito, já que quanto ao treinamento realizado para ocupar o cargo, 60,5%

relataram ter recebido, e destes, 40% apontaram o próprio nutricionista do restaurante como

responsável pelo treinamento. Já no estudo de Cardoso, Souza e Santos (2005) que

verificaram que 40% dos manipuladores de Unidades de Alimentação na Bahia não havia

recebido qualquer tipo de treinamento.

De acordo com Silveira et al. (2003), os serviços de alimentação onde há

pessoas despreparadas para o desempenho de atividades relacionadas à manipulação,

dificultam a conservação adequada de alimentos. Uma das maneiras de se garantir a

qualidade higiênico-sanitária dos alimentos é através de programas de educação continuada

para os manipuladores de alimentos e a realização semestral de exames parasitológicos

desses indivíduos, já que os mesmos são potenciais transmissores de enteroparasitoses

(NOLLA e CANTOS, 2005).

Quanto à participação dos manipuladores em cursos de capacitação em Boas

Práticas de Produção, a RDC nº 216 de 2004 da ANVISA preconiza que estes devem ser

supervisionados e capacitados periodicamente em higiene pessoal, manipulação higiênica

dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos (BRASIL, 2004).

Os programas de treinamento, específicos para manipuladores de alimentos,

são os instrumentos mais eficazes e recomendáveis para transmissão de conhecimento e

promoção de mudanças de atitudes. Porém, as pessoas envolvidas no controle de alimentos

têm a responsabilidade de transmitir informações e construir essas mudanças, em prol de uma

manipulação mais adequada (GERMANO et al., 2000).

32

5.3.2 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS MANIPULADORES

No presente estudo foi observada uma média de 80,57% de acertos no que se

refere aos conhecimentos dos manipuladores à respeito das boas práticas de manipulação

(Figura 2).. Os principais erros detectados estão relacionados aos temas manipulação

higiênica e higiene pessoal.

Figura 2. Média geral do conhecimento dos manipuladores

Na pesquisa de Medeiros et al. (2017) foi observado que a percepção por

parte dos manipuladores sobre procedimentos e comportamentos relativos à higiene pessoal,

ambiental e manipulação dos alimentos foram coerentes com as Boas práticas de Fabricação,

com médias de 86,11%, 96,73% e 83,73%, respectivamente.

Já no estudo de Mello et al. (2010) foi avaliado o conhecimento de

manipuladores de alimentos sobre boas práticas constatando-se que 43,91% dos

manipuladores não sabiam responder corretamente aos questionamentos, principalmente

relacionados com os seguintes temas: contaminação cruzada, higiene das mãos, doenças

transmitidas por alimentos e a definição de Boas Práticas de Manipulação.

Em seu estudo Da Cunha et al. (2014) observaram que a frequência semestral

dos cursos de treinamento para manipuladores levou a um aumento da pontuação de

conhecimento dos mesmos nas escolas e hospitais.

80,57

19,43

Acertos

Erros

33

O conhecimento dos manipuladores em elação à segurança dos alimentos, está

representada na tabela 3, dividida nos eixos temáticos: DTA, manipulação higiênica e

higiene pessoal, como expresso a seguir.

Tabela 3.Conhecimento dos manipuladores de alimentos por eixo temático.

QUESTÕES % RESPOSTAS CORRETAS

TEMA: DOENÇAS TRANSMITIDAS

POR ALIMENTOS (DTA)

1.1 Ovos frescos podem ter bactéria

salmonela, por isso não devem ser

consumidos crus ou mal cozidos

90

1.2 Bactérias podem estar na pele, nariz e

boca de pessoas saudáveis, e contaminar os

alimentos

96

1.3 Alface e outras verduras cruas podem

ter microrganismos causadores de

Doenças Transmitidas por Alimentos

(DTA)

86

1.4 Microrganismos responsáveis por

Doenças Transmitidas por Alimentos

(DTA) crescem em temperatura ambiente

74

1.5 Bactérias podem se multiplicar

quando um alimento for mantido à

temperatura ambiente durante um longo

período

88

1.6 Alimentos preparados com muita

antecedência facilitam o crescimento de

microrganismos

90

1.7 Armazenar alimentos preparados

próximos a alimentos crus favorece a

contaminação cruzada, que por sua vez pode

resultar em Doenças Transmitida por

Alimentos (DTA)

84

1.8 Armazenar alimentos próximo à

materiais de limpeza pode favorecer

contaminações químicas

94

1.9 A presença de pregos, cabelos ou

parafusos no alimento não representam um

perigo à saúde

76

MÉDIA DO BLOCO 86,44± 5,05

MANIPULAÇÃO HIGIÊNICA

1.10 Quando apresentar corte/ferimentos e

queimaduras, deve-se utilizar corretamente

curativos e luvas antes de manusear

alimentos

12

1.11 Alimentos servidos crus (como as

saladas) não precisam ser higienizados

88

34

1.12 Ao manusear os alimentos de forma

inadequada aumenta-se o risco de

contaminação, já que o manipulador pode

transmitir bactérias para o alimento

98

1.13 Os alimentos podem ser contaminados

por entrar em contato com outros alimentos

que já estão contaminados

98

1.14 Superfícies de preparo como tábuas e

bancadas, podem ser responsáveis pela

contaminação de alimentos

96

1.15 Quando estiver utilizando luvas pode-

se manusear os alimentos cozidos depois de

ter manuseado carne crua

94

1.16 Durante o cozimento, os alimentos

devem atingir no mínimo 70°C para

assegurar que microrganismos sejam

eliminados.

80

1.17 Depois de preparados, os alimentos

cozidos devem ser mantidos acima de 60°C

86

1.18 Ao armazenar sobras as mesmas

devem apresentar as seguintes informações:

nome da preparação, data de preparo e

prazo de validade.

98

1.19 Os alimentos cozidos podem ser

armazenados de forma segura, quando

refrigerados abaixo de 5°C

58

1.20 Os alimentos devem ser resfriado à

temperatura ambiente antes do

armazenamento em geladeira

38

1.21 O congelamento pode reduzir mas não

destrói todas as bactérias que podem causar

doenças de origem alimentar

78

1.22 Após descongelamento, a carne pode

ficar cerca de 5 horas em temperatura

ambiente

70

1.23 A higienização dos alimentos consiste

na retirada dos resíduos sólidos indesejáveis

como poeira, terra, gordura e etc.

82

1.24 O processo de limpeza ocorre em duas

etapas: a desinfecção e a higienização

6

MÉDIA DO BLOCO 72,13± 5,06

HIGIÊNE PESSOAL

1.25 Depois de manusear carne crua deve-se

lavar as mãos apenas com sabão e água

corrente

32

1.26 Deve-se lavar sempre as mãos com

sabão, água corrente e sanitizante após usar

o banheiro

98

1.27 Depois de espirrar as mãos devem ser 100

35

lavadas corretamente

1.28 Os homens não precisam retirar o

bigode, pois a contaminação é menor

82

1.29 Esmaltes claros podem ser utilizados 84

1.30 Os uniformes devem ser lavados uma

vez por semana

92

1.31 Não utilizar adornos (brinco, anel,

corrente, etc) durante a manipulação para

evitar contaminação

94

MÉDIA DO BLOCO 83,14± 2,72

MÉDIA GERAL DE ACERTOS(%)= 80,57

Em relação ao bloco sobre Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) a

média de acertos foi de 86,44%, onde se percebe um desempenho satisfatório dos

manipuladores sobre o tema. O item que teve menos acertos (74%) foi o 1.4 que é uma

questão sobre os microrganismos responsáveis por doenças transmitidas por alimentos

(DTA) crescerem em temperatura ambiente. Sabendo disso percebe-se a necessidade de

reforçar a partir de treinamentos as questões pertinentes de doenças alimentares e dos micro-

organismos patogênicos, conhecer a temperatura adequada para o acondicionamento dos

alimentos reduz o risco de toxinfecção alimentar, uma vez que, ao atender os critérios de

tempo e temperatura para o acondicionamento dos alimentos, evita-se a multiplicação

microbiana.

Em pesquisa realizada em restaurantes populares, Mello et al. (2010)

observaram que em relação à avaliação do nível de conhecimento dos manipuladores de

alimentos quanto à contaminação dos alimentos, doenças transmitidas por alimentos

(DTA) e boas práticas de manipulação, foi de 56,09% de respostas corretas. Em relação ao

conhecimento específico sobre DTA, 69% dos 103 funcionários responderam as questões

incorretamente, e destes, 49,5% haviam sido capacitados.

Os resultados obtidos no bloco sobre manipulação higiênica a média de

acertos foi de 72,13%, mas algumas questões apresentaram baixo percentual de acerto, como

o item 1.10 “Quando apresentar corte/ferimentos e queimaduras, deve-se utilizar

corretamente curativos e luvas antes de manusear alimentos”, que obteve apenas 12% de

acerto.O item 1.20 “Os alimentos devem ser resfriado à temperatura ambiente antes do

armazenamento em geladeira” com 38% de acertos e 1.24 “O processo de limpeza ocorre em

duas etapas: a desinfecção e a higienização”, onde uma minoria de 6% dos manipuladores

respondeu corretamente.

36

De acordo com RDC 216/04, os manipuladores que apresentarem lesões e ou

sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos

alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem

essas condições de saúde (BRASIL, 2004).

Na pesquisa de Ferreira et al. (2013) 80,6% dos manipuladores responderam

corretamente a questão que avalia a manutenção dos alimentos prontos quentes na

temperatura adequada para o consumo. As questões, que abordam a importância da saúde

do trabalhador e o afastamento das atividades laborais por motivo de doença. A exigência de

realização de exames periódicos para avaliação do seu estado de saúde, tiveram 95,4% e

88,6%, respectivamente, de respostas corretas, mostrando assim melhor esclarecimento por

parte dos manipuladores de seu estudo.

No bloco sobre higiene pessoal, a média de acertos foi de 83,14%, sendo

considerada satisfatória, no entanto no item 1.25 “Depois de manusear carne crua deve-se

lavar as mãos apenas com sabão e água corrente” houve apenas 32% de respostas corretas,

enfatizando a necessidade de reforçar temas como contaminação cruzada e lavagem

higiênica das mãos.

A RDC 2016/04 preconiza que os manipuladores devem lavar

cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho, antes e após manipular alimentos, após

qualquer interrupção do serviço, após tocar materiais contaminados, após usar os sanitários e

sempre que se fizer necessário (BRASIL, 2004).

37

5.3.3 AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS AUTORREFERIDAS

Em relaçãoàs práticas relacionadas à segurança dos alimentos, obteve-se um

percentual de acertos de 75,44%, com questões importantes e com baixo índice de

acerto por parte dos manipuladores (Tabela 4).

Tabela 4. Média de acertos referente as práticas autorreferidas relacionadas à segurança dos

alimentos.

PRÁTICAS RELACIONADAS Á

SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

(%) RESPOSTAS CORRETAS

1.1 Você é afastado do trabalho quando

está doente?

22

1.2 Você usa o uniforme fora das

dependências da unidade de alimentação e

nutrição?

92

1.3 Você troca os uniformes quando estão

sujos?

84

1.4 Você lava as mãos ao chegar no

serviço?

92

1.5 Você esquece de lavar as mãos ao

manipular um alimento preparado, quando

antes estava manipulando alimentos crus?

76

1.6 Ao tocar no lixo ou em produtos de

limpeza, você lava as mãos

adequadamente?

90

1.7 Você lava as mãos apenas em água

corrente e sabão?

16

1.8 Você lava as mãos após ir ao

sanitário?

96

1.9 Você fuma nas dependências da

unidade de alimentação e nutrição?

94

1.10 Você fala, canta, assobia, espirra,

cospe, tosse, come ou manipula dinheiro

durante suas atividades?

84

1.11 Você trabalha sem touca? 94

1.12 Você mantém unhas curtas? 80

1.13 Você trabalha com adornos (brincos,

pulseiras, anéis/aliança?s), maquiagem e

perfumes?

82

1.14 Você limpa as bancadas e passa

álcool antes de começar a utilizá-la?

74

1.15 Você higieniza embalagens como as

latas antes de utilizar o produto?

86

1.16 Você realiza higienização de tábuas e

facas já utilizadas para alimentos crus,

antes de utilizá-los para outros tipos de

alimentos?

76

1.17 Você deixa as sobras em temperatura 58

38

ambiente por algumas horas e depois

congela?

1.18 Ao preparar alimentos como

vegetais, legumes e frutas, você lava

apenas com água corrente?

62

MÉDIA DE ACERTOS (%) 75,44±2,72

Alguns itens referentes ao afastamento do trabalho em caso de doença,

lavagem de mãos e sobras em temperatura ambiente, obtiveram respectivamente 22, 16 e

58% de acerto. O item sobre lavagem de vegetais alcançou 62% de acerto.

No estudo de Mesquita el al. (2006), os resultados demonstraram que os

micro-organismos da matéria-prima foram transferidos para mão do manipulador durante o

pré-preparo, porque esta, quando analisada após a higienização não apresentava

contaminação pelos micro-organismos analisados, ou seja, esses dados confirmam a

possibilidade de as mãos do manipulador serem um veículo na transferência de micro-

organismos de alimentos crus para cozidos.

A lavagem de mãos, após manipular carnes ou aves cruas, ou seus pacotes

(embalagens), é uma obrigatoriedade, pois qualquer alimento tocado em seguida, pode ser

contaminado. As bactérias existentes em sucos de carnes podem ser levadas para outros

alimentos, utensílios e superfícies ocasionando a contaminação cruzada (FIGUEIREDO,

R.M, 2001).

Na pesquisa de Bas et al. (2006) houve uma lacuna do conhecimento sobre

temperaturas criticas de alimentos quentes e frios prontos para o consumo, temperatura de

refrigeração e contaminação cruzada. Apenas 42% dos manipuladores conheciam a

temperatura correta de manutenção de alimentos quentes.

Ansari-Lari et al. (2010), observaram que aproximadamente 49,5% dos

entrevistados não sabiam a temperatura de refrigeração correta e 3% relataram nunca lavar

as mãos com frequência.

As mãos do manipulador, após a lavagem com água e sabonete líquido, com

ou sem anti-sepsia, devem estar livres de micro-organismos potencialmente patogênicos ou

indicadores de contaminação fecal, porque a mão é considerada o principal veículo de

transferência de agentes infecciosos (BRASIL, 2003).Em pesquisa, Rebouças et al. (2017)

observaram a partir de seus resultados que a maioria dos manipuladores de alimentos

entrevistados não conhecem os passos para a lavagem de mãos.

No estudo de Gonzalez et al. (2009), a questão sobre o procedimento correto

de higienização de verduras e legumes obteve apenas 19% de acertos. A maioria (49,2%)

39

relatou utilizar solução clorada para higienização; 47,4% água com vinagre e 3,4% água

corrente. Segundo estudo realizado por Carneiro (2007), dentre as técnicas consideradas

incorretas observou-se a higienização de hortifrútis utilizando somente água e vinagre.

Devido à grande quantidade de parasitas e microrganismos que esses produtos podem conter

e ao crescimento do número de surtos associados a esse grupo de alimentos, a adequada

higienização dos hortifrútis é fundamental (CARDOSO, 2005).

No estudo de Silva et al. (2015) foi observado que 68% das atividades dos

manipuladores de alimentos durante o processo estavam adequadas às Boas Práticas e o

hospital apresentou 87% de conformidades em relação à legislação vigente. Causas de não

atendimento às conformidades, (41,89%) de acordo com os relatos dos manipuladores, estão

relacionadas à deficiência de funcionários.

Em outro estudo dos autores,anteriormente mencionados foi constatado que

dentre as inadequações evidenciadas nos estabelecimentos estudados, destacou-se os itens

relacionados à: edificações, móveis e utensílios; manipuladores. Dentre esses itens, ressalta-

se que os manipuladores apresentavam comportamento inadequado na produção dos

alimentos, já que falavam e cantavam durante a manipulação e comiam dentro do local de

produção.

Em pesquisa com manipuladores de alimentos, Rossi et al. (2016)

observaramque os manipuladores de alimentos demonstram uma consciência sobre segurança

dos alimentos, mas geralmente não conseguem traduzir esse conhecimentoem práticas

seguras. O viés otimista pode explicar esse fenômeno. Em relação a isso, Rebouças et al.

(2017), observaram em seu estudo, que 96,6% dos manipuladores de alimentos acreditavam

que as refeições servidas não apresentavam risco à saúde do comensal

Barreiras diárias, como o tempo, a falta de comunicação, os recursos escassos e

a ineficiência da liderança,são consideradas importantes limitações que levam o manipulador

de alimentos à negligenciar boas práticas(ROWELL, BINKLEY, ALVARADO,

THOMPSON E BURRIS, 2013).

No estudo de Rebouças et al. (2017), em relação a satisfação no trabalho,

observou-se que 64,9% deixariam sua função de manipulador de alimento se fosse oferecido

emprego em outro setor, evidenciando assim, a insatisfação no trabalho que desempenha.

40

De acordo com Soares et al. (2013) os treinamentos são partes integrantes

para a conscientização sobre a segurança dos alimentos e tem como finalidade promover

mudanças no comportamentos das pessoas através de práticas que incentivam a produção de

um alimento seguro, reduzindo o risco de doenças transmitidas pelos alimentos.

41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do presente estudo demonstram que a unidade de alimentação e

nutrição do Hospital Universitário Onofre Lopes, encontra-se em condições higiênico-

sanitárias satisfatórias, apresentando uma média geral de 71,37% de adequação. Entretanto

alguns blocos foram avaliados como inadequados e precisam de melhorias, como:

manutenção e calibração, colaboradores e documentos e registros.

Com isso, é importante ressaltar a necessidade de adotar medidas de controle,

para garantir as boas práticas em todo o processo produtivo, bem como o responsável técnico

se respaldar com os documentos e registros necessários preconizados pela RDC 216/04. De

maneira geral, garantir a distribuição do alimento seguro aos colaboradores, acompanhantes

e, principalmente,aos pacientes do hospital, que precisam ser tratados com mais cautela por

apresentarem maior vulnerabilidade imunológica, devido a sua condição de saúde.

Em relação aos conhecimentos e atitudes dos manipuladores de alimentos, a

média geral de adequação foi considerada satisfatória. No entanto,foram observadas

dificuldades em alguns itens importantes, A falta de domínio dos manipuladores em relação

a assuntos pertinentes as sua rotina de trabalho, demonstram debilidades no conhecimento,

que se refletem em atitudes erradas, representando riscos à saúde do próprio manipulador e

dos comensais.

Nesse contexto, pode-se atribuir as deficiências no conhecimento e práticas

dos manipuladores de alimentosà baixa de periodicidade dos treinamentos, os quais não são

realizados com frequência e comprovação determinada. Diante disso, sugere-se o incentivo

ao aprendizado sobre Boas Práticas de manipulação de modo constante, por meio da

realização de frequentes capacitações,direcionadas as necessidades do serviço,sendo esta

uma metodologia bastante eficiente para a melhoria da conduta dos manipuladores e,

consequentemente, da qualidade de alimentosproduzidos.

42

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49

ANEXO 1

CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-DEMOGRÁFICA E DE TRABALHO

Código do participante:_____

Número da Unidade (Restaurante Popular):____

1. Características sócio-demográficas

1.1 Sexo: ( ) M ( ) F

1.2 Idade: ( ) < 20 anos ( ) 20 – 29 anos ( ) 30 – 40 ( ) > 40 anos

*Fonte: Liu et al, 201516

.

1.3 Escolaridade: ( ) Não alfabetizado ( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental

Completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Nível Técnico ( )

Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo ( ) Pós-graduação

*Fonte: Freitas, 200330

.

1.4 Categoria profissional:( ) Cozinheiro ( ) Auxiliar de cozinha ( ) Magareff ( )

Almoxarife ( ) Auxiliar de Serviços Gerais ( ) Outro:________________

*Adaptação: Santos et al, 200813

.

1.5 Tempo que atua como manipulador de alimentos: ( ) < 1ano ( ) 1 - 5 anos

( ) 6 a 10 anos ( ) > 11 anos

*Fonte: Liu et al, 201516

.

1.6 Treinamentos

( ) Treinado em seis meses ou menos ( ) Treinado entre seis meses até um ano ( )

Treinado há mais de um ano ( ) Nunca treinado.

*Adaptação: Cunha,Stedefeldt, Rosso, 201231.

50

CONHECIMENTO SOBRE HIGIENE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA)

Questão Verdadeiro Falso Eu não sei

1.1 Ovos frescos podem ter

bactéria salmonela, por isso não

devem ser consumidos crus ou

mau-cozidos

1.2 Bactérias podem estar na pele,

nariz e boca de pessoas saudáveis,

e contaminar os alimentos

1.3 Alface e outras verduras cruas

podem ter microrganismos

causadores de Doenças

Transmitidas por Alimentos (DTA)

1.4 Microrganismos responsáveis

por Doenças Transmitidas por

Alimentos (DTA) crescem em

temperatura ambiente

1.5 Bactérias podem se multiplicar

quando um alimento for mantido à

temperatura ambiente durante um

longo período

1.6 Alimentos preparados com

muita antecedência facilitam o

crescimento de microrganismos

1.7 Armazenar alimentos

preparados próximos a alimentos

crus favorece a contaminação

cruzada, que por sua vez pode

resultar em Doenças Transmitida

por Alimentos (DTA)

1.8 Armazenar alimentos próximo

à materiais de limpeza pode

favorecer contaminações químicas

1.9 A presença de pregos, cabelos

ou parafusos no alimento não

representam um perigo à saúde

MANIPULAÇÃO HIGIÊNICA

Questão Verdadeiro Falso Eu não sei

1.10 Quando apresentar

corte/ferimentos e queimaduras,

deve-se utilizar corretamente

curativos e luvas antes de manusear

alimentos

1.11 Alimentos servidos crus

(como as saladas) não precisam ser

higienizados

51

1.12 Ao manusear os alimentos de

forma inadequada aumenta-se o

risco de contaminação, já que o

manipulador pode transmitir

bactérias para o alimento

1.13 Os alimentos podem ser

contaminados por entrar em

contato com outros alimentos que

já estão contaminados

1.14 Superfícies de preparo como

tábuas e bancadas, podem ser

responsáveis pela contaminação de

alimentos

1.15 Quando estiver utilizando

luvas pode-se manusear os

alimentos cozidos depois de ter

manuseado carne crua

1.16 Durante o cozimento, os

alimentos devem atingir no mínimo

70°C para assegurar que

microrganismos sejam eliminados.

1.17 Depois de preparados, os

alimentos cozidos devem ser

mantidos acima de 60°C

1.18 Ao armazenar sobras as

mesmas devem apresentar as

seguintes informações: nome da

preparação, data de preparo e prazo

de validade.

1.19 Os alimentos cozidos podem

ser armazenados de forma segura,

quando refrigerados abaixo de 5°C

1.20 Os alimentos devem ser

resfriado à temperatura ambiente

antes do armazenamento em

geladeira

1.21 O congelamento pode reduzir

mas não destrói todas as bactérias

que podem causar doenças de

origem alimentar

1.22 Após descongelamento, a

carne pode ficar cerca de 5 horas

em temperatura ambiente

1.23 A higienização dos alimentos

consiste na retirada dos resíduos

sólidos indesejáveis como poeira,

terra, gordura e etc.

1.24 O processo de limpeza ocorre

em duas etapas: a desinfecção e a

higienização.

52

HIGIENE PESSOAL

Questão Verdadeiro Falso Eu não sei

1.25 Depois de manusear carne

crua deve-se lavar as mãos apenas

com sabão e água corrente

1.26 Deve-se lavar sempre as mãos

com sabão, água corrente e

sanitizante após usar o banheiro

1.27 Depois de espirrar as mãos

devem ser lavadas corretamente

1.28 Os homens não precisam

retirar o bigode, pois a

contaminação é menor

1.29 Esmaltes claros podem ser

utilizados

1.30 Os uniformes devem ser

lavados uma vez por semana

1.31 Não utilizar adornos (brinco,

anel, corrente, etc) durante a

manipulação para evitar

contaminação

*Adaptação: Santos et al, 20081

ATITUDES RELACIONADAS À SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

Práticas Às vezes Sempre Nunca

1.1 Você é afastado do trabalho

quando está doente?

1.2 Você usa o uniforme fora das

dependências da unidade de

alimentação e nutrição?

1.3 Você troca os uniformes quando

estão sujos?

1.4 Você lava as mãos ao chegar no

serviço?

1.5 Você esquece de lavar as mãos

ao manipular um alimento

preparado, quando antes estava

manipulando alimentos crus?

1.6 Ao tocar no lixo ou em produtos

de limpeza, você lava as mãos

adequadamente?

1.7 Você lava as mãos apenas em

água corrente e sabão?

1.8 Você lava as mãos após ir ao

sanitário?

1.9 Você fuma nas dependências da

53

unidade de alimentação e nutrição?

1.10 Você fala, canta, assobia,

espirra, cospe, tosse, come ou

manipula dinheiro durante suas

atividades?

1.11 Você trabalha sem touca?

1.12 Você mantém unhas curtas?

1.13 Você trabalha com adornos

(brincos, pulseiras, anéis/aliança?s),

maquiagem e perfumes?

1.14 Vocêlimpa as bancadas e passa

álcoolantes de começar a utilizá-la?

1.15 Você higieniza embalagens

como as latas antes de utilizar o

produto?

1.16 Você realiza higienização de

tábuas e facas já utilizadas para

alimentos crus, antes de utilizá-los

para outros tipos de alimentos?

1.17 Você deixa as sobras em

temperatura ambiente por algumas

horas e depois congela?

1.18 Ao preparar alimentos como

vegetais, legumes e frutas, você lava

apenas com água corrente?

*Adaptação: RDC 216 (Brasil, 2004)25

.

54

ANEXO 2

LISTA DE AVALIAÇÃO

1. EDIFICAÇÕES E INSTALAÇÕES FÍSICAS AVALIAÇÃO

1.1 Localização e acessos NA C NC

1.1.1 Estão localizadas, preferencialmente, em andar térreo, permitindo adequada operacionalização e fácil acesso de pessoal e gêneros alimentícios?

1.1.2 Os acessos ás instalações é direto, controlado e independente, não comum a outros usos?

1.1.3 As vias de acesso apresentam superfície dura ou pavimentada, adequada ao trânsito sobre rodas?

1.2 Áreas externas NA C NC

1.2.1 Estão limpas e livres de focos de insalubridade, odores indesejáveis, focos de poeira, objetos em desuso, valores e pragas urbanas, acúmulo de lixo, água estagnada, entre outros?

1.3 Áreas internas NA C NC

1.3.1 As instalações são projetadas de moda a possibilitar um fluxo ordenado, linear e sem cruzamentos?

1.3.2 O dimensionamento é suficiente para atender a todas as operações?

1.3.3 Existe separação entre as diferentes atividades por áreas, setores, ou outros meios eficazes que evitem contaminação cruzada?

1.3.4 A preparação dos alimentos para fins dietéticos é realizada em local específico e separada das outras preparações?

1.3.5 Estão livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente?

1.4 Pisos NA C NC

1.4.1 As superfícies são constituídas de material que permite fácil e apropriada higienização, liso e antiderrapante, resistente e drenado?

1.4.2 As superfícies são mantidas em adequado estado de conservação e limpeza?

1.5 Paredes e divisórias NA C NC

1.5.1Apresentam acabamento liso, resistente, impermeável, de fácil e apropriada higienização e em cores claras?

1.5.2 As superfícies são mantidas em adequado estado de conservação e limpeza?

1.5.3 Existem, preferencialmente, ângulos arredondados entre as paredes e o piso e entre as paredes e o teto?

1.6 Tetos e forros NA C NC

1.6.1 O material é liso, resistente, impermeável, de fácil e apropriada higienização e em cores claras?

1.6.2 São mantidos em adequado estado de conservação e

55

limpeza?

1.7 Portas NA C NC

1.7.1 São de material não absorvente, de superficice lisa, ajustadas aos batentes, de fácil higienização e sem falhas de revestimento?

1.7.2 As portas de acesso e externas são dotadas de sistema de fechamento automático e com mecanismos de proteção contra vetores e pragas urbanas?

1.7.3 Estão em adequado estado de conservação e limpeza?

1.8 Janelas e outras aberturas NA C NA

1.8.1 As superfícies são lisas, de fácil higienização, ajustadas aos batentes, e estão em adequado estado de conservação e limpas?

1.8.2 São projetadas de modo de impedir que os raios solares incidam diretamente sobre os alimentos ou equipamentos mais sensíveis ao calor e não apresentam cortinas?

1.8.3 Existe proteção contra vetores e pragas urbanas (telas milimétricas removíveis e de malha com até 2mm ou outro sistema de proteção)?

1.9 Iluminação e instalações elétricas NA C NA

1.9.1 A iluminação natural e/ou artificial é adequada a atividade desenvolvida e proporciona boa visualização, sem comprometer a higiene e as características dos alimentos?

1.9.2 As luminárias apresentam proteção adequada contra explosões e quedas acidentais, sendo mantidas limpas e em bom estado de conservação?

1.9.3 As instalações elétricas apresentam-se embutidas ou externamente revestidas por tubulações isolantes, integras, presas nas paredes e/ou no teto de modo a possibilitar adequada higienização?

1.10 Ventilação e climatização NA C NC

1.10.1 O conforto térmico e a renovação do ar são garantidos por meio de mecanismos naturais e/ou equipamentos adequados de modo a não comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos?

1.10.2 Os equipamentos e filtros são mantidos em bom estado de conservação e limpos?

1.10.3 São mantidos resgistros das operações de limpeza e manutenção programada e periódica dos equipamentos e filtros?

1.10.4 A captação e direção da corrente de ar não seguem da área contaminada para a área limpa?

1.10.5 O fluxo de ar não incide diretamente sobre os alimentos?

1.11 Esgotamento sanitário NA C NC

56

1.11.1 As instalações dispõem de conexões com a rede de esgoto ou com fossa séptica, de modo a evitar risco de contaminação do abastecimento de água potável ou dos alimentos?

1.11.2 As caixas de gordura e de esgoto tem dimensões compatíveis com o volume de resíduos, estão bem vedadas e em adequado estado de conservação e funcionamento?

1.11.3 As caixas de gordura e de esgoto estão localizadas fora das áreas do SNDH?

1.11.4 As caixas de gordura são higienizadas periodicamente, a uma frequência adequada para prevenir entupimentos, refluxos, transbordamento ou emissão de odores indesejáveis? É mantido registro dessa operação?

1.11.5 Se presentes, os ralos sifonados, as grelhas possuem dispositivos que permitam seu fechamento e as canaletas dispõem de meios de proteção contra pragas e vetores?

1.11.6 Os ralos e as canaletas são dimensionados adequadamente e dispostos em locais que não favoreçam a contaminação dos alimentos?

1.12 Escadas, elevadores de serviço, monta-cargas e estruturas auxiliares

NA C NC

1.12.1 São construídos, localizados e utilizados de modo a não serem fonte de contaminação?

1.12.2 Estão em adequado estado de conservação, funcionamento e limpeza?

1.13 Instalações sanitárias e vestiários NA C NC

1.13.1 Estão localizados no âmbito do SNDH, separados por sexo, identificados e exclusivos para os manipuladores de alimentos?

1.13.2 Há ausência de comunicação direta com as áreas do SNDH, inclusive com o sistema de exaustão?

1.13.3 São mantidos limpos, organizados e em adequado estado de conservação?

1.13.4 As portas de acesso são dotadas de sistema de fechamento automático (molas, sistema elétrônico ou outros)

1.13.5 Apresentam ventilação e iluminação adequadas?

1.13.6 As instalações sanitárias dispõem em vaso sanitário com tampa, lavatórios íntegros, são servidas com água corrente e dotadas preferencialmente, de torneiras com fechamento automático em proporção adequada ao número de colaboradores?

1.13.7 As instalações sanitárias são dotadas de produtos destinados a higiene pessoal (papel higiênico, sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e toalha de papel descartável não reciclável ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos) e tem instruções sobre a correta higienização das mãos afixadas em local próximo aos lavatórios?

57

1.13.8 As instalações sanitárias dispõem de coletores de resíduos, dotados de tampa sem acionamento manual e sacos plásticos apropriados e estão em adequado estado de conservação e funcionamento e contam com recolhimento e higienização diários?

1.13.9 Os vestiários possuem armários individuais para os colaboradores e que comportem todos os objetos pessoais (casaco, calçado etc)?

1.13.10 Os vestiários são dotados de chuveiros em número suficiente para a quantidade de manipuladores de alimentos?

1.14 Lavatórios para higiene das mãos nas áreas de manipulação de alimentos

NA C NC

1.14.1 Existem lavatórios exclusivos para higiene das mãos nas áreas de manipulação de alimentos, dotados de torneira com com acionamento automático, instaladas em posição estratégica em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em número suficiente, de modo a atender toda área de preparação?

1.14.2 São providos de sabonete líquido inodoro e antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e toalha de papel descartável e não reciclado ou de outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos?

1.14.3 Os coletores de resíduos são dotados de tampa sem acionamento manual e sacos plásticos apropriados, estão em adequado estado de funcionamento e contam com recolhimento e higienização diários?

2. EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS NA C NC

2.1 São compatíveis com o volume de produção e com a diversidade e complexidade das atividades desenvolvidas e apresentam formato que permita adequada higienização, inclusive equipamentos com temperatura controlada?

2.2 Estão em adequado estado de conservação e funcionamento e são feitos de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores e sabores aos alimentos?

2.3 As superfícies que ficam em contato com alimentos são lisas, impermeáveis, resistentes a corrosão, de fácil desmonte e higienização e feitas de material não contaminante?

2.4 Todos os equipamentos são posicionados de modo a permitir o acesso embaixo, em cima e ao seu redor para facilitar a limpeza e manutenção?

2.5 Os utensílios depois de higienizados, são armazenados de maneira organizada e protegidos?

2.6 Existem instrumentos ou equipamentos de medição críticos para a segurança dos alimentos, tais como termômetros, relógios, entre outros, em locais estratégicos nas áreas do SNDH?

58

2.7 Existe registro da temperatura dos equipamentos de refrigeração e congelamento?

3. MANUTENÇÃO E CALIBRAÇÃO NA C NC

3.1 É realizada a manutenção programada e periódica dos equipamentos e são mantidos registros da realização dessas operações?

3.2 É realizada a calibração dos instrumentos ou equipamentos de medição críticos para a segurança dos alimentos e mantém-se registros da realização dessas operações?

3.3 O SNDH garante que a segurança dos alimentos não é afetada durante as operações de manutenção?

4. HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS

AVALIAÇÃO

4.1 Operações de higienização NA C NC

4.1.1 São realizadas adequadamente e com frequência que garanta a manutenção das condições higiênico-sanitárias, sendo que as áreas de manipulação dos alimentos são higienizadas, no mínimo, a cada turno?

4.1.2 São realizadas por colaboradores comprovadamente capacitados?

4.1.3 Existem critérios para que os colaboradores responsáveis pelas operações de higienização das instalações sanitárias não sejam fontes de contaminação?

4.1.4 Existe uma área para higienização dos utensílios que vêm dos leitos, separada da área em que são higienizados os utensílios da área de preparação?

4.1.5 Não existe cruzamento entre os utensílios que vêm dos leitos não higienizados com os utensílios já higienizados nesse local?

4.1.6 As operações de higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios contém informações sobre: natureza da superfície a ser higienizada, método de higienização, principio ativo selecionado e sua concentração, tempo de contato dos agentes químicos e/ou físicos utilizados na operação, temperatura e outras informações que se fizerem necessárias, conforme recomendação do fabricante?

4.1.7 Existem registros das operações de limpeza e/ou desinfecção das instalações e dos equipamentos, quando não realizadas rotineiramente?

4.2 Produtos saneantes NA C NC

4.2.1 Existem produtos adequados à realização das operações de higienização, e, quantidade suficiente, regularizados pelo Ministério da Saúde e com fichas técnicas devidamente arquivadas?

4.2.2 Os produtos utilizadas nas áreas de preparação e armazenamento dos alimentos são inodoros?

4.2.3 Os colaboradores obedecem as instruções recomendadas pelos fabricantes quanto a diluição, tempo

59

de contato e modo de uso ou aplicação?

4.2.4 Os produtos são identificados e guardados em local reservado para essa finalidade, sem contato com os alimentos?

4.2.5 Quando fracionados e/ou retirados das embalagens originais, são identificados com nome do produto, marca, lote, datas de fracionamento e validade de acordo com a recomendação do fabricante?

4.3 Utensílios e equipamentos utilizados para higienização

NA C NC

4.3.1 São próprios para a atividade, em quantidade suficiente e mantidos em adequado estado de higiene e conservação?

4.3.2 São higienizados em área específica e guardados em local identificado e reservado para essa atividade?

4.3.3 Os utensílios utilizados na higienização das instalações são diferentes daqueles usados para os equipamentos e utensílios que entram em contato com os alimentos?

4.3.4 Os utensílios utilizados na higienização dos sanitários e da área externa são diferentes daqueles utilizados nas áreas de manipulação dos alimentos?

4.3.5 Os panos de limpeza descartáveis, quando utilizados em superfícies que entram em contato com alimentos, são preferencialmente descartados a cada 2h, não excedendo a 3h?

4.3.6 Os panos de limpeza não descartáveis, quando utilizados nas superfícies que entram em contato com alimentos, são trocados, preferencialmente, a cada 2h, não excedendo a 3h?

4.3.7 Os panos de limpeza não descartáveis são higienizados por esfregação com solução detergente neutro, desinfetados através de fervura em água quente durante 15min ou em solução clorada a 200ppmm durante 15min, enxaguados com água potável e corrente?

4.3.8 As esponjas de limpeza, quando utilizadas em superfícies que entram em contato com os alimentos, são desinfetadas diariamente por fervura durante 5min no mínimo ou por outro método adequado ?

4.3.9 A higienização dos panos de limpeza não descartáveis e esponjas utilizados em superfícies que entram em contato com os alimentos é realizada em local do SNDH exclusivo e próprio para esse fim, em recipientes exclusivos para essa atividade, sendo separados em outros panos utilizados para outras finalidades e colocados para secar em local adequado?

5. CONTROLE DA ÁGUA Avaliação

5.1 Abastecimento de água NA C NC

5.1.1 As instalações do SNDH são providas de água potável corrente ligada à rede pública ou de uma alternativa de

60

abastecimento (poço artesiano ou outro), protegidas e distantes de fontes de contaminação (fossa, lixo, pocilga, entre outros)?

5.1.2 O encanamento encontra-se em adequado estado de conservação, não apresentando infiltrações e interconexões, de modo a evitar cruzamento entre água potável e mão potável, com volume e pressão adequados?

5.1.3 O SNDH dispõe de água quente para higienização de utensílios?

5.2 Potabilidade da água NA C NC

5.2.1 A potabilidade da água é atestada semestralmente, e quando se utiliza solução alternativa de abastecimento a potabilidade é atestada com maior frequência (menos que 6 meses), por documento assinado por técnico responsável pela análise, comprovadamente capacitado, ou expedido por empresa terceirizada, sendo mantidos os laudos laboratoriais no SNDH?

5.2.2 O controle da potabilidade da água contempla as seguintes informações: os locais de coleta das amostras; a frequência de sua execução; as determinações analíticas; a metodologia aplicada e os responsáveis?

5.3 Reservatório (s) de água NA C NC

5.3.1 São acessíveis, devidamente tampados e feitos de material adequado que não comprometa a qualidade da água?

5.3.2 Encontra(m)-se em adequado estado de conservação (livre{s} de rachaduras, vazamentos, infiltrações e descascamentos, entre outros defeitos) e têm capacidade compatível com as atividades?

5.3.3 A higienização dos reservatórios é realizada com a frequência adequada, ou seja, no mínimo, quando instalado, a cada 6 meses, e na ocorrência de acidentes que possam contaminar a água (animais, sujeiras, entre outros)?

5.3.4 Para a higienização dos reservatórios são utilizadas metodologias oficiais, sendo realizadas por empresa especializada terceirizada e pessoal capacitado, e é mantido registro dessa operação no SNDH?

6. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS

NA C NC

6.1 As edificações, instalações, equipamentos, móveis e utensílios estão livres de vetores e pragas urbanas ou de qualquer evidência de sua presença, como fezes, pelos, ninhos e outros?

6.2 O SNDH apresenta medidas preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a proliferação de vetores e pragas urbanas?

6.3 O controle químico, quando aplicado, é realizado por empresa terceirizada, especializada e idônea, que fornece registro que comprove a execução do serviço e utilização

61

de produtos químicos regularizados no órgão competente e com fichas técnicas dos mesmos?

7. MANEJO DE RESÍDUOS AVALIAÇÃO

7.1 Coletores de resíduos NA C NC

7.1.1 São identificados, de fácil higienização e transporte e em quantidade e capacidade suficientes para conter os resíduos?

7.1.2 São dotados de tampa sem acionamento manual e com sacos plásticos apropriados?

7.1.3 Estão em adequado estado de conservação e funcionamento?

7.1.4 São higienizados diariamente?

7.2 Coleta e acondicionamento de resíduos NA C NC

7.2.1 A coleta dos resíduos das áreas internas do SNDH é realizada frequentemente, de modo a evitar acúmulo e focos de contaminação?

7.2.2 A coleta dos resíduos não é realizada pela mesma área em que entram as matérias-primas. Na impossibilidade de área distinta, são determinados horários diferenciados?

7.2.3 Após retirados. Os resíduos são estocados em local adequado, fechado, limpo e isolado das demais áreas do SNDH até seu recolhimento?

8. COLABORADORES AVALIAÇÃO

8.1 Saúde dos colaboradores NA C NC

8.1.1 É realizado controle conforme o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e são mantidos registros no SNDH?

8.1.2 Os colaboradores são afastados da área de preparação dos alimentos quando apresentam qualquer doença ou sintoma que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos?

8.2 Higiene pessoal e conduta NA C NC

8.2.1 Os colaboradores cumprem os hábitos diários de higiene, como: tomar banho; adequada higiene bucal; sem barba e bigode; unhas curtas, limpas e sem esmalte ou base; sem maquiagem e perfume ou desodorante perfurmado?

8.2.2 Os colaboradores usam adornos?

8.2.3 Durante a manipulação dos alimentos os colaboradores adotam hábitos adequados, que não comprometam a qualidade dos alimentos?

8.2.4 Os colaboradores higienizam cuidadosamente as mãos com procedimento e frequência adequados?

8.2 Higiene pessoal e conduta NA C NC

8.2.5 Existem cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta higienização das mãos e demais hábitos de

62

higiene, afixados em locais de fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e nos lavatórios de mãos?

8.3 Uniformes e Equipamento de proteção individual NA C NC

8.3.1 Os colaboradores apresentam-se vestidos de uniforme compatível com a atividade, de cores claras, conservado e limpo?

8.3.2 O uniforme é trocado e higienizado no mínimo diariamente e utilizado exclusivamente nas dependências do SNDH?

8.3.3 É utilizado um adequado procedimento que assegure corretas higienização e secagem dos uniformes?

8.3.4 Os colaboradores responsáveis pela distribuição dos alimentos nos leitos usam uniforme diferenciado daquele utilizado nas áreas de preparação dos alimentos e não é permitida a entrada nas áreas de manipulação com esse uniforme?

8.3.5 Os colaboradores não carregam objetos ou adornos no uniforme?

8.3.6 O emprego de EPI obedece às perfeitas condições de higiene do equipamento e segurança do colaborador e há EPI disponíveis em número suficiente?

8.4 Capacitação NA C NC

8.4.1 Existe um programa de capacitação dos colaboradores em Boas práticas, adequado e contínuo, com carga horária, conteúdo programático e frequência de realização?

8.4.2 Os colaboradores são capacitados após admitidos e no mínimo anualmente em higiene pessoal, manipulação higiênica dos alimentos e em doenças transmitidas pelos alimentos, e essa capacitação é comprovada mediante documentação arquivada no SNDH?

8.5 Visitantes NA C NC

8.5.1 É disponibilizado uniforme adequado para visitantes?

8.5.2 Os visitantes são orientados quanto aos requisitos de higiene e saúde estabelecidos para os manipuladores?

8.5.3 As visitas são acompanhadas por um colaborador designado pelo responsável do SNDH?

9. ETAPAS OPERACIONAIS (DIETAS NORMAIS E DIETAS ESPECIAIS)

Avaliação

9.1 Seleção dos fornecedores NA C NC

9.1.1 São especificadas critérios para seleção dos fornecedores com base na segurança do alimento?

9.2 Recebimento de matérias-primas, ingredientes e embalagens

NA C NC

9.2.1 Existe uma área específica para o recebimento de matérias-primas, ingredientes e embalagens? Essa área é protegida, limpa e isolada das áreas de manipulação?

9.2.2 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens são avaliados ao recebimento, segundo os critérios

63

previamente estabelecidos para cada produto e existe registro desse procedimento?

9.2.3 Os lotes de matérias-primas, ingredientes e embalagens que estiverem inadequados são imediatamente devolvidos ao fornecedor e, caso isto seja impossível, são identificados e armazenados em local específico?

9.3 Armazenamento à temperatura ambiente (despensa) NA C NC

9.3.1 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens são armazenados em local limpo e organizado?

9.3.2 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens apresentam-se adequadamente acondicionados e identificados conforme a rotulagem?

9.3.3 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens são armazenados separadamente dos produtos químicos e medicamentos?

9.3.4 A disposição e utilização das matérias-primas, dos ingredientes e das embalagens respeitam o prazo de validade ou a ordem de entrada dos mesmos?

9.3.5 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens estão separados por grupos e armazenados sobre paletes, estrados e/ou prateleiras, respeitando-se os espaçamentos mínimos necessários para garantir adequadas ventilação e limpeza e, quando for o caso, desinfecção do local?

9.3.6 Não há caixas de madeira e de papelão?

9.4 Armazenamento a temperatura controlada NA C NC

9.4.1 As matérias-primas e os ingredientes são armazenados em local limpo e organizado?

9.4.2 As matérias-primas e os ingredientes estão adequadamente acondicionados e identificados conforme a rotulagem?

9.4.3 A disposição e utilização das matérias-primas e dos ingredientes respeitam o prazo de validade ou a ordem de entrada dos mesmos?

9.4.4 As matérias primas e os ingredientes estão separados por grupos e armazenados sobre paletes, estrados e/ou prateleiras, respeitando-se os espaçamentos mínimos necessários para garantir adequadas ventilação e limpeza e, quando for o caso, desinfecção do local?

9.4.5 Não há caixas de madeira e de papelão ?

9.4 Armazenamento a temperatura controlada NA C NC

9.4.6 Quando houver necessidade de armazenar diferentes gêneros alimentícios em um mesmo equipamento refrigerador, tais gêneros são dispostos na seguinte ordem: alimentos para consumo nas prateleiras superiores; e os produtos crus nas prateleiras inferiores, separados entre si e dos demais produtos?

9.4.7 Os equipamentos estão regulados para os alimentos que requerem temperatura mais baixa?

64

9.4.8 Durante a higienização e/ou o descongelamento dos equipamentos os alimentos são mantidos a uma temperatura que assegura a qualidade do alimento?

9.4.9 Os alimentos são armazenados sob congelamento a – 18°C ou inferior e em refrigeração a 4°C ou inferior?

9.5 Descongelamento NA C NC

9.5.1 O descongelamento é efetuado em equipamento de refrigeração a temperatura inferior a 4°C, ou o alimento é levado ao forno de convecção ou micro-ondas, quando for submetido imediatamente a cocção, ou, no caso de ser utilizado método alternativo de descongelamento, este é conduzido de modo que a temperatura da superfície do alimento não ultrapasse 4°C?

9.5.2 Após o descongelamento os produtos ficam sob refrigeração a temperatura igual ou inferior a 4°C ou a critério descrito pelo fornecedor, se não forem imediatamente utilizados, e não são recongelados?

9.6 Higienização de frutas, legumes e verduras NA C NC

9.6.1 Esta etapa inclui o procedimento adequado de seleção, lavagem em água corrente (um a um), desinfecção (quando aplicável) e enxágue químicos?

9.6.2 Os produtos utilizados para higienização são registrados pelo Ministério da Saúde, são específicos para esta finalidade e seguem as recomendações do fabricante, sendo aplicados de modo a não constituírem fonte de contaminação?

9.6.3 Nesta etapa são estabelecidos procedimentos para o monitoramento através de instrumentos confiáveis ou de outro método que possa garantir a segurança desta etapa?

9.7 Utilização de ovos NA C NC

9.7.1 Somente são adquiridos ovos limpos, íntegros e registrados no órgão competente?

9.7.2 Os ovos são armazenados de modo a não propiciarem contaminação cruzada e segundo as recomendações do fornecedor?

9.7.3 Não são reutilizadas as embalagens de ovos para outros fins?

9.7.4 Os alimentos são preparados com ovos pasteurizados, desidratados ou tratados termicamente?

9.8 Manipulação dos alimentos NA C NC

9.8.1 As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens utilizados na preparação dos alimentos estão em condições higiênico-sanitárias adequadas?

9.8.3 São utilizados lotes pequenos, para que a exposição dos alimentos perecíveis não ultrapasse 30min à temperatura ambiente ou outras combinações de tempo e temperatura que garantam a segurança dos alimentos?

9.8.4 São adotadas medidas que objetivem minimizar o risco de contaminação cruzada?

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9.8.5 Os alimentos pré-preparados ou prontos são devidamente protegidos e identificados de maneira adequada até serem utilizados, sob refrigeração ou congelamento, quando for aplicável, segundo critérios de tempo e temperatura comprovadamente seguros?

9.8.6 Os alimentos reconstituídos são consumidos imediatamente e aquecidos ou refrigerados conforme recomendação do fabricante?

9.8.7 É realizada criteriosa seleção dos grãos, e essa etapa ocorre em local apropriado?

9.9 Cocção (tratamento térmico) NA C NC

9.9.1 O tratamento térmico garante que todas as partes do alimento atinjam a temperatura mínima de 74°C, e, se forem utilizadas temperaturas inferiores às combinações de tempo e temperatura, são suficientes para assegurar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos?

9.9.2 A temperatura dos óleos e gorduras utilizados nas frituras não ultrapassa 180°C?

9.9.3 É realizado monitoramento da qualidade dos óleos e gorduras, com registro desse controle?

9.9.4 Os óleos e gorduras são desprezados após o uso e/ou substituídos imediatamente sempre que houver alteração evidente das suas características físico-químicas ou sensoriais ?

9.9.5 São garantidos armazenamento e destinação adequados dos óleos e gorduras a serem descartados?

9.9.6 Para garantir a segurança do tratamento térmico são estabelecidos procedimentos para o monitoramento através de instrumentos confiáveis, observações sensoriais ou outro método adequado?

9.10 Resfriamento NA C NC

9.10.1 A temperatura dos alimentos é reduzida de 60°C para 10°C em até 2h e, depois disso, o alimento é conservado sob refrigeração a temperatura inferior a 4°C, ou congelado a temperatura igual ou inferior a -18°C?

9.10.2 Nessa etapa são estabelecidos procedimentos para o monitoramento através de instrumentos confiáveis ou por outro método adequado que possa garantir a segurança do resfriamento?

9.11 Manutenção e distribuição quente NA C NC

9.11.1 Os alimentos quentes são mantidos a temperatura superior a 60°C por, no máximo, 6h ou abaixo de 60°C por, no máximo, 30min ou outra combinação de tempo e temperatura comprovadamente segura?

9.11.2 Nessas etapas são estabelecidos procedimentos para o monitoramento através de instrumentos confiáveis ou por outro método que garanta a segurança do processo?

9.11.3 Os alimentos que não tiverem sido consumidos no prazo estipulado são desprezados?

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9.11.4 Nessas etapas os alimentos são mantidos protegidos?

9.12 Manutenção e distribuição frias NA C NC

9.12.1 Nessas etapas os alimentos frios são mantidos a temperatura de até 4°C e, caso a temperatura seja superior a 4°C e inferior a 10°C, o tempo máximo é de 2h, ou, quando realizadas à temperatura ambiente, ocorrem, no máximo, em 30min?

9.12.2 São estabelecidos procedimentos para o monitoramento através de instrumentos confiáveis ou de algum método que garanta a segurança na etapa de manutenção e distribuição fria?

9.12.3 Os alimentos frios que ultrapassem os critérios de tempo e temperatura estabelecidos são desprezados?

9.12.4 Nessas etapas os alimentos são mantidos protegidos?

9.13 Coleta de amostras do alimento preparado NA C NC

9.13.1 É realizada coleta de amostras dos alimentos preparados inclusive bebidas (100g/100mL), em embalagens, apropriadas de primeiro uso de alimentos e identificadas?

9.13.2 As amostras são mantidas por 72h sob refrigeração ate 4°C ou sob congelamento a -18°C, e os líquidos são armazenados por 72h sob refrigeração a temperatura de até 4°C?

9.14 Refeitórios NA C NC

9.14.1 São mantidos organizados e em adequadas condições higiênico-sanitárias?

9.14.2 Os equipamentos, móveis e utensílios disponíveis nessas áreas são compatíveis com as atividades, em número suficiente e em adequado estado de conservação?

9.14.3 Os equipamentos utilizados na distribuição dos alimentos, inclusive as lâmpadas dos equipamentos, dispõem de barreiras de proteção que previnam a contaminação dos alimentos?

9.14.4 Os ornamentos ou plantas que ficam nos refeitórios não constituem fontes de contaminação?

9.14.5 Dispõem de pia para higiene das mãos com produtos apropriados?

9.14.6 Os manipuladores adotam procedimentos que minimizam o risco de contaminação dos alimentos preparados por meio de antissepsia das mãos e pelo uso de utensílios e pelo uso de luvas descartáveis?

9.14.7 Os colaboradores responsáveis por pagamentos (que administram dinheiro, cartão etc) não manipulam alimentos?

9.14.8 Os utensílios utilizados, como pratos, copos e talheres, são descartáveis ou, quando feitos de material não descartável, são devidamente higienizados e armazenados em local protegido?

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9.15 Responsabilidade NA C NC

9.15.1 Existe um responsável técnico pelo SNDH comprovadamente capacitado?

9.15.2 O responsável técnico pelo SNDH supervisiona diariamente a implementação do programa de Boas Práticas?

10. DOCUMENTOS E REGISTROS Avaliação

10.1 Manual de boas práticas NA C NC

10.1.1 O SNDH dispõe de Manual de Boas Práticas atualizado, e esse documento está acessível aos colaboradores envolvidos e disponíveis para as autoridades sanitárias quando solicitado?

10.2 Procedimentos Operacionais Padronizados NA C NC

10.2.1 Está descrito e implementado o procedimento operacional padronizado relacionado ao controle de água?

10.2.2 Está descrito e implementado o Procedimento operacional Padronizado relacionado à higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios?

10.2.3 Está descrito e implementado o Procedimento Operacional Padronizado relacionado ao controle integrado de vetores e pragas urbanas?

10.2.4 Está descrito e implementado o Procedimento operacional padronizado relacionado aos colaboradores?

10.3 Controles Operacionais Essenciais NA C NC

10.3.1 Está descrito e implementado o controle operacional essencial de higienização de frutas, dos legumes e das verduras?

10.3.2 Está descrito e implementado o controle operacional essencial da cocção (tratamento térmico) dos alimentos?

10.3.3 Está descrito e implementado o controle operacional e essencial do resfriamento?

10.3.4 3 Está descrito e implementado o controle operacional e essencial da manutenção e distribuição quente?

10.3.5 Está descrito e implementado o controle operacional e essencial da manutenção e distribuição frias?

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ADEQUAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS

( ) Excelente: 91 – 100% de atendimento dos itens

( ) Bom: 70 – 90% de atendimento dos itens

( ) Regular: 50 – 69% de atendimento dos itens

( ) Ruim: 20- 49% de atendimento dos itens

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( ) Péssimo: 0 – 19% de atendimento dos itens

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