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Conteúdo complementar
da Brigada Básica – 16 hrs
Conteúdo Complementar
da Brigada Básica – 16 hrs Macaé, RJ
Nome do Curso
Conteúdo Complementar da Brigada Básica - 16hrs
Nome do
Arquivo
20150806 Apostila Conteúdo Complementar da Brigada
Básica – 16hrs - PT - REV01
ÍNDICE
MÓDULO PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA............................................................. 10 1.
INTRODUÇÃO .............................................................................. 10 1.1.
OXIGÊNIO ................................................................................... 10 1.2.
MONÓXIDO DE CARBONO ............................................................. 11 1.3.
Exposição x Tempo Efeito .................................................... 11 1.3.1.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................. 11 1.4.
Equipamento de Respiração por Ar de Linha ........................ 13 1.4.1.
Equipamento de Respiração Autônomo ................................ 13 1.4.2.
Respirador de Fuga .............................................................. 15 1.4.3.
Procedimento de Preparação e Utilização do EPR ................ 15 1.4.4.
Utilizando o EPR para o combate a incêndio ........................ 16 1.4.5.
Controle da Brigada de Incêndio pelo Coordenador da Brigada1.4.6.
17
CÁLCULO DO USO DE AR .............................................................. 17 1.5.
Pressão no retorno .............................................................. 18 1.5.1.
COMUNICAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA EQUIPE ............................. 18 1.6.
MÓDULO COMBATE A INCÊNDIO
COMBATE A INCÊNDIO ................................................................... 20 2.
Sarilho ou Carretel de Mangueira ......................................... 20 2.1.1.
Equipamento de Proteção Individual Básico ........................ 20 2.1.2.
Sistemas Fixos de Combate a Incêndios .............................. 22 2.1.3.
Bombas Portáteis ................................................................. 27 2.1.4.
TÁTICAS & TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO ............................. 27 2.2.
Procedimentos de Combate a Incêndio ................................ 27 2.2.1.
Ataque Direto ....................................................................... 27 2.2.2.
Ataque Indireto ................................................................... 28 2.2.3.
Técnicas Gerais Recomendadas ........................................... 28 2.2.4.
Entrada nos Compartimentos ............................................... 30 2.2.5.
Flashover ............................................................................. 31 2.2.6.
Backdraft ............................................................................. 32 2.2.7.
Bleve .................................................................................... 35 2.2.8.
Incêndios envolvendo GLP ................................................... 38 2.2.9.
Incêndios envolvendo Petróleo ......................................... 39 2.2.10.
OPERAÇÕES EM LOCAIS ESCUROS E COM FUMAÇA .......................... 40 2.3.
Entrada em Locais Escuros e com Fumaça ........................... 40 2.3.1.
Perigos na Entrada em Locais Fechados ............................... 41 2.3.2.
Portas .................................................................................. 42 2.3.3.
Degraus ............................................................................... 42 2.3.4.
Pisos .................................................................................... 43 2.3.5.
Perdidos em meio à Fumaça ................................................ 43 2.3.6.
Cabo de Segurança .............................................................. 44 2.3.7.
Localizando o Fogo .............................................................. 44 2.3.8.
O curso da Fumaça ............................................................... 44 2.3.9.
AULA PRÁTICA (BASE MAR DO NORTE) ........................................... 46 2.4.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 49 3.
REGRAS
REGRAS FALCK
Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;
Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os
exercícios práticos;
Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,
sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;
Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;
Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI
nas áreas recomendadas;
Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e
chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK
Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;
O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente
demarcadas;
Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas
serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;
Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;
Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;
Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e
discriminação de qualquer natureza;
Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante
todo o tempo;
É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do
treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos
inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;
Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,
somente poderá ser obtida com prévia autorização;
Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios
práticos;
Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o
período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.
Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o
limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;
A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos
durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo
ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;
Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A
entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa
contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,
quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;
Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que
intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão
responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.
DIRETRIZES GERAIS DO CURSO
Quanto à Estruturação do Curso
O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai
ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos
seguintes comprovantes:
Atestado de boas condições de saúde física e mental;
RG e CPF originais.
Quanto à Frequência às Aulas
A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.
O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas
ministradas no curso.
Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não
comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de
qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu
desenvolvimento.
Quanto à Aprovação no Curso
Será considerado aprovado o aluno que:
Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a
10 (zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito
satisfatório nas atividades práticas.
Tiver a frequência mínima exigida (90%).
Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será
considerado reprovado.
Resultados Pretendidos
Ao final do treinamento os alunos estarão preparados para:
Participar da organização de emergência;
Demonstrar habilidades básicas no controle de ocorrência de incêndio
nos diferentes compartimentos e instalações existentes na planta;
Reconhecer e aplicar as medidas e prevenções de incêndio existentes
na planta;
Avaliar procedimentos corretos no que tange a tática e técnicas de
combate a incêndios;
Selecionar o EPI adequado para o combate ao incêndio.
Selecionar e preparar os materiais e equipamentos necessários para
uma operação de combate a incêndio;
Selecionar e utilizar corretamente os agentes e seus meios de
aplicação;
Os participantes serão avaliados durante os exercícios práticos com relação
a:
Habilidade;
Disciplina;
Equilíbrio emocional;
Condicionamento físico;
Flexibilidade;
Voluntarismo;
Confiança;
Módulo Proteção Respiratória
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
P á g i n a | 10
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 1.
INTRODUÇÃO 1.1.
Em todo incêndio é normal a formação de gases irritantes e agressivos ao
nosso aparelho respiratório. Dependendo do material em combustão, é possível
também a formação de gases tóxicos. Determinados tipos de máscaras dotadas
de filtros (normalmente de carvão) permitem a respiração em atmosferas assim
contaminadas, desde que essa atmosfera disponha ainda de um percentual
adequado de oxigênio. As máscaras que dispõem apenas de filtros são impróprias
para os trabalhos de combate a incêndio a bordo. Quando o incêndio ocorre em
ambientes confinados, é praticamente certo o acumulo de gases, enquanto que
paralelamente, se verifica a redução do percentual de oxigênio. Nesses casos,
são necessárias que sejam utilizadas máscaras de circuito fechado que possam
prover uma quantidade ideal de ar respirável para seu usuário.
Chamamos de circuito fechado por não ser dependente do ar exterior,
comunicando-se com o ambiente externo apenas para fazer a exalação.
OXIGÊNIO 1.2.
O oxigênio é chamado de a fonte da vida. A sua presença na composição de
nossa atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana no que
se relaciona às reações desenvolvidas pelo nosso organismo na produção da
energia necessária para a manutenção de nossas funções vitais proporcionando
nossa força física e o calor corpóreo.
O ar respirável deve se caracterizar por:
Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de oxigênio;
Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da
respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu
envenenamento;
Ter pressão e temperatura normal, que sob hipótese alguma, venha
provocar queimaduras ou congelamentos; e
Não conte qualquer substância que o torne desagradável, por
exemplo, odores.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Durante uma operação de combate a incêndio a nossa respiração é
prejudicada pela falta de oxigênio, devido o seu consumo pelo processo da
combustão, e devido a intensa produção do monóxido de carbono, um gás, antes
de qualquer coisa tóxico, mas também inflamável. A tabela abaixo serve para
demonstrar que o esforço físico empregado durante a faina do combate a
incêndio também pode representar uma outra forma de consumo de oxigênio.
MONÓXIDO DE CARBONO 1.3.
O monóxido de carbono não possui cor nem odor, correndo o risco de ainda
não perceber a sua presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a
ventilação do local. Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de
absorver o CO até 300 vezes mais rápido do que a “fonte da vida” o O2.
Exposição x Tempo Efeito 1.3.1.
Concentração ppm
50 Exposição permitida até 8 horas.
400-500 Concentração que pode ser inalada por 1 hora sem causar grande efeito.
600-700 Concentração que causa efeito após 1 hora de exposição.
1000-2000 Concentração que causa mal estar, mas não causa nenhum efeito perigoso após 1 hora.
1500-2000 Perigoso para a exposição de 1 hora.
4000 e acima Exposição fatal em menos de 1 hora.
A Proteção Respiratória de suma importância, visto que a inalação é um
dos maiores meios de exposição a agentes químicos tóxicos. O equipamento de
proteção respiratória consiste em uma máscara facial conectada a uma fonte de
ar ou a um aparelho purificador de ar.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 1.4.
Segundo a NBR12.543:1999 é o “equipamento que visa a proteção do
usuário contra a inalação de ar contaminado ou de ar com deficiência de
oxigênio”. Nas operações de combate a incêndio de busca e resgate. Os
brigadistas utilizam equipamentos de ar autônomos.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Em todos os locais onde seja conhecida a deficiência de oxigênio, o risco de
inalação de substâncias tóxicas prejudiciais à saúde bem como o estado
impróprio do ar respirável deverá ser providenciado o fornecimento de proteção
respiratória para o resgatista, para evitar qualquer possibilidade de interferência
na função respiratória, lesão ou morte. O ideal seria um programa de proteção
respiratória que contenha as seguintes exigências mínimas:
Devem ser elaborados procedimentos escritos para o uso da proteção
respiratória;
Devem ser relacionados mediante a realização de testes para se
determinar:
Quais agentes contaminantes estão presentes;
Qual é o percentual de concentração dos agentes
contaminantes;
Qual é o percentual de concentração do oxigênio;
Os resgatistas devem receber treinamento para uso correto do
equipamento;
Cada resgatista deverá ter seu próprio equipamento já
disponibilizado no local;
A limpeza e higienização periódica dos equipamentos e seu registro
após a utilização;
A guarda adequada dos equipamentos deve ser registrada quanto as
suas condições;
Inspeção e manutenção periódica dos equipamentos devem ser
registradas;
A vigência do programa é obrigatória;
Avaliação médica periódica dos trabalhadores que utilizam esses
equipamentos; e
Registros da liberação de uso dos equipamentos devem ser
arquivados.
Existem três tipos de equipamentos para operações de resgate em espaço
confinado:
Equipamento de respiração por ar de linha (sistema de cascata,
compressor, etc.);
Equipamento autônomo de respiração (circuito aberto); e
Respirador de fuga.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Equipamento de Respiração por Ar de Linha 1.4.1.
Possui as seguintes características:
Independe da concentração do contaminante;
Indicado também para ausência de oxigênio;
Grande autonomia;
Dotado de cilindro reserva para escape;
Pressão positiva;
Suprido por um sistema de cascata ou compressor com filtro de ar;
Pouco peso;
Limitações pelos tamanhos das mangueiras de ar;
Reduz a mobilidade do usuário;
Impossibilidade de adaptação do carona.
Equipamento de Respiração Autônomo 1.4.2.
Também é comum se chamado simplesmente de máscara autônoma.
É o equipamento na qual o usuário transporta o próprio suprimento de ar
respirável através de um suporte anatômico, o qual é independente de atmosfera
ambiente. O conjunto autônomo normalmente consiste de uma máscara facial
conectada a uma mangueira, a uma válvula reguladora de pressão e a um
cilindro de ar comprimido carregado pelo brigadista. Esses cilindros fornecem 30
(trinta) ou 45 (quarenta e cinco) minutos de ar, dependendo do seu tamanho.
Os conjuntos autônomos têm um fornecimento de ar limitado, são
volumosos, pesados (mesmo com cilindros de compósito) e aumentam a chance
de estresse físico.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Possui as seguintes características:
Independe da concentração de contaminante;
Indicado também para ausência de oxigênio;
Proporciona maior mobilidade ao usuário;
Suprimento independente de compressores (falta de energia);
Pressão positiva;
Alarme sonoro;
Tempo limitado (cerca de 30 minutos, no mínimo);
Peso/incômodo;
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Respirador de Fuga 1.4.3.
Te sido uma solução alternativa para as situações de emergências onde foi
ordenado o abandono de uma área sinistrada pelo incêndio ou pelo vazamento de
substância tóxica.
A NBR 12.543:1999 define o respirador de fuga, como o equipamento que
protege o usuário durante o escape contra a inalação de ar contaminado ou com
deficiência de oxigênio, em situação de emergência, com risco de vida ou saúde.
Pode ser de pressão positiva (o ar somente é admitido para o interior da peça
facial quando a pressão positiva dentro dela é reduzida pela inalação) ou de fluxo
constante (o ar é admitido para o interior da peça facial de um fluxo contínuo de
ar respirável).
O respirador de fuga também poderá ser do tipo com filtro para remoção
dos contaminantes.
Procedimento de Preparação e Utilização do EPR 1.4.4.
O brigadista, usuário de um EPR, carrega consigo
situações potencialmente perigosas. Fumaças e
calor podem tornar as tarefas difíceis, mais,
também situações estressantes tais como busca a
feridos geralmente aumenta ainda mais os
problemas.
O brigadista deve agir decisivamente, mas
ser capaz ainda de recorrer às situações
perigosas e de agir de acordo com elas. A sua própria segurança e a segurança
de seu companheiro são mais importantes. Para aumentar a segurança é
importante agir de acordo com procedimentos pré-definidos e bem treinados. Os
procedimentos são desenvolvidos para:
Usar a máscara facial;
Uso e controle de máscara facial; e
Substituir o cilindro.
Procedimento de acondicionamento de EPR:
Preparar o EPR na estação de incêndio é o
primeiro passo para uma rápida intervenção. Com a
prévia preparação do EPR evitaremos a perda de
tempo em montá-lo.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Quando se está preparando o EPR, é importante que algumas ações sejam
tomadas:
Primeiro o cilindro, a mochila e a máscara devem ser checados para
ver se não há falhas visíveis;
Depois da inspeção visual, o cilindro é montado na mochila;
Abrindo a válvula do cilindro, a pressão no cilindro pode ser checada
(manômetro) bem como todo o sistema pneumático quando há
vazamentos. Antes de abrir a válvula do cilindro o botão regulador da
válvula de demanda deverá ser pressionado para evitar que o ar
escape desnecessariamente. Se não houver problema, a válvula
poderá ser fechada;
O sistema ainda estará sob pressão. O próximo teste a ser executado
será o do sinal de alarme (apito). Para fazer isso, o ar retido no
sistema deve ser liberado bem devagar;
O brigadista deverá fechar a sua válvula de demanda com a palma da
mão e liberar o ar aos poucos. Assim que a pressão no sistema for
inferior a 55bar, o sinal do alarme será ativado; e
O próximo procedimento é ajustar, o máximo possível, os tirantes de
transporte nas costas. A máscara facial deve ser colocada em uma
bolsa plástica e quando manusear as tiras da máscara, estas devem
ser afrouxadas até o máximo. O EPR estará agora pronto para uso.
Utilizando o EPR para o combate a incêndio 1.4.5.
Em caso de incêndio a brigada deverá lançar uso do EPR, e assim que for
possível deve estar pronto para agir. A preparação do brigadista sempre deverá
ser feita em ambiente seguro. O teste do equipamento deverá ser novamente
realizado antes de cada uso para o atendimento a uma situação real de
emergência.
Um detalhe também importante é de que, ao vestir o EPR, é possível que a
roupa do brigadista fique desarrumada. Logo de modo a proteger o brigadista, é
importante que as roupas sejam checadas e ajustadas quando necessário.
Agora a máscara pode ser retirada da bolsa protetora e as tiras da máscara
devem ser ajustadas ao seu máximo. A máscara fica pendurada em volta do
pescoço pela alça de transporte até que o usuário entre em ação.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Antes de uma ação, a máscara é colocada na face e a válvula de demanda
é colocada na máscara. Nesse momento é importante verificar se a máscara está
atrapalhando o ajuste da jugular do capacete do brigadista.
A conexão da válvula de demanda na máscara precisa ser checada. Esta se
não ficar bem fixada poderá se soltar durante a faina de combate a incêndio.
Devido ser essencial que a equipe de incêndio seja rápida no seu preparo, e
esteja vestida apropriadamente, é recomendado que os brigadistas se
preparem conjuntamente, um ajudando ao outro na verificação correta do EPR.
Controle da Brigada de Incêndio pelo Coordenador 1.4.6.
da Brigada
Depois de o Coordenador informar a Equipe de Brigada
quanto ao sinistro, e de orientá-los quanto suas
responsabilidades e tática a ser adotada, ele finalmente
checará os membros da equipe. Ele também disponibilizará
lanternas, detectores de gás e equipamentos de comunicação
para a brigada, aplicáveis ao tipo de EPR.
CÁLCULO DO USO DE AR 1.5.
O uso de ar do EPR depende de um número de fatores:
A intensidade do trabalho;
O nível do treinamento;
O nível da saúde física da pessoa;
A quantidade de estresse aparente;
Para calcular a quantidade de ar que está sendo usado, nós usaremos um
consumo de ar máximo de 60 litros por minuto. Como medida de segurança,
55bar de ar será considerado reserva de ar para abandono do local. A quantidade
restante é considerada “pressão de trabalho”.
A quantidade para uso é calculada da seguinte fórmula:
Pressão início cilindro - pressão sobressalente = pressão de trabalho
Pressão início 300bar - pressão sobressalente 55bar = pressão de
trabalho 245bar
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Pressão no retorno 1.5.1.
Durante a entrada a quantidade de ar que é usada é a mesma do retorno.
Razão é que o usuário do equipamento precisa de mais tempo para entrar
durante a verificação e busca do local. O retorno pode parecer mais rápido por
que ele já está familiarizado com o ambiente e por que as mangueiras de
incêndio agem como um guia, mas por causa do possível cansaço, da intensidade
da ação e do possível contato com altas temperaturas o fazem ficar cansados e
irá diminuir o ritmo deles. De acordo com nossa experiência, nós sabemos que o
consumo de ar na entrada é quase igual ao consumo da saída. Para calcular o
quanto de ar uma pessoa precisa para retornar, a fórmula abaixo pode ser
usada:
Pressão de Trabalho: 2 + pressão sobressalente = pressão da retirada
Exemplo: 245bar : 2 = 122,5bar + 55bar = 178bar
COMUNICAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA EQUIPE 1.6.
Por causa da máscara facial, capacete e os sons em volta, os membros da
equipe podem não conseguir receber bem as mensagens de rádio. O emissor das
mensagens deverá falar devagar e de forma clara. A mensagem deve ser breve e
ir direto ao ponto. O receptor deve segurar a respiração para evitar barulhos do
aparelho respiratório que perturbem a recepção. Sinais manuais também poderão
ser utilizados alternativamente.
Módulo Combate a Incêndio
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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COMBATE A INCÊNDIO 2.
Sarilho ou Carretel de Mangueira 2.1.1.
Equipamento instalado no piso ou em
paredes conectados a rede de incêndio e indicados
para princípios de incêndio. Geralmente utilizam
um mangote feito de borracha resistente ao calor
com longo comprimento e um esguicho de 1
polegada. Onde houver instalado esse
equipamento, poderá substituir o uso dos
extintores portáteis de água.
Equipamento de Proteção Individual Básico 2.1.2.
Todo o material que tem como propósito proteger contra quaisquer fatores
que ponham em risco a integridade física e a vida do homem envolvido em
operações de combate a um incêndio é conhecido como Equipamento de Proteção
Individual. Assim, dentro desse conceito, incluem-se desde o simples capacete de
fibra, até complexas máscaras e roupas de proteção.
Roupas de Proteção Especial
Quem engaja em trabalhos de combate a
incêndio necessita de proteção contra o calor. Certas
formas de aplicação de água (neblina de alta e baixa
velocidade) e mesmo espuma (neblina de espuma)
oferecem boa proteção contra o calor radiante
diminuindo a temperatura no local sinistrado, porém
a proteção básica está diretamente ligada à
vestimenta. Na maioria dos modelos são adotadas as
capas de bombeiro 7/8 antichamas ou o conjunto
calça e jaquetão anti-chamas. As proteções mais indicadas para a proteção
contra altas temperaturas são NOMEX e a aramida ignífuga.
Os brigadistas devem estar vestidos com uniforme de combate completo,
inclusive capacetes com lanterna intrinsecamente seguras, capuz e luvas
antiexposição ou luvas para trabalhos pesados e roupas anti-chamas e, se
possível, anti-estáticas. As altas temperaturas existentes nos incêndios e a
grande quantidade de vapor produzida quando a água entra em contato com o
material em combustão, ou estruturas ou pisos quentes, são ameaças aos
homens no trabalho de combate a incêndio. O vapor penetra nas luvas e capuz,
provocando outras queimaduras.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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O uso da roupa de penetração completa protege os homens, permitindo um
ataque eficaz, por um tempo maior. As botas de borracha com proteção de aço e
cano alto são de elevada necessidade.
A seguir, algumas recomendações sobre a colocação das roupas de
proteção e sobre o uso dos equipamentos de proteção:
As roupas devem ser sempre usadas sobre o macacão, provendo
assim maior proteção ao homem;
As roupas devem ter sua parte superior fechada, apenas na hora em
que o homem for empregado no trabalho, de forma a mantê-lo o
maior tempo possível “refrescado”;
As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros passados
e zíperes fechados;
As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas;
As luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se
possível, e serem do tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir
ao homem movimentar os dedos dentro da luva, evitando
queimaduras por vapor;
O capuz anti-flash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara,
cobrindo todas as partes expostas da pele do homem e a parte
superior da máscara, e por dentro da roupa de penetração;
As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas
passadas e corretamente ajustadas ao corpo do homem;
A utilização de capacetes é obrigatória (deve ser colocado bem preso
a cabeça do homem através da jugular).
Luvas e Balaclavas
Na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas a base de algodão
antichamas oferecem proteção significativa contra o calor radiante de um
incêndio. Por este motivo, adotou-se o macacão como vestimenta padrão a bordo
dos navios em viagem. O uso de roupas de baixo (cuecas, meias e camisetas) em
algodão também é recomendável, na medida em que tecidos sintéticos poderão
queimar e grudar na pele quando submetidos ao calor. Como complementos para
proteção das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e capuzes antiexposição
(antiflash), resistentes ao calor, com um considerável grau de impermeabilidade
e confeccionados em algodão cru.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Capacetes
Devem ser utilizados os capacetes de bombeiro com viseiras e proteção
contra impactos e antichamas. O material mais indicado para a composição
desses capacetes é o KEVLAR.
Botas
As botas especiais de combate a incêndio são
compostas, em sua maioria por uma borracha especial
resistente não só ao calor como também contra produtos
químicos. Deve ter cano alto, biqueira de aço, dielétrica,
solado antichamas e antiderrapante e, se possível, com
forração interior com isolante térmico.
Sistemas Fixos de Combate a Incêndios 2.1.3.
Vantagens do Sistema Fixo de Extinção de Incêndio
As duas maiores vantagens apresentadas pelos sistemas fixos de combate
a incêndio são a rapidez da resposta a um indício de incêndio e a possibilidade de
um ataque inicial ao incêndio sem a presença da brigada. A quantidade e a
localização dos equipamentos de combate a incêndio estão definidas no Plano de
Emergência. Cada planta deve ser analisada individualmente sobre o tipo, a
localização, a quantidade e o emprego de tal equipamento.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
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Sistema Fixo de Gases Inertes
Recebem o titulo de gases inertes todos aqueles que não sejam
combustíveis ou comburentes, ou seja, não participam, sob a qualquer forma, do
fenômeno da combustão. Entre eles destacam-se o Dióxido de Carbono (CO2), o
Nitrogênio (N2), Argônio (Ar) e a nova geração de agentes limpos, o FE-227 (FM
200) e o FE-25 (já comentados anteriormente). Os sistemas fixos são instalados
com a finalidade de saturar com esses gases a atmosfera no interior dos
compartimentos que, normalmente, apresentam maiores riscos de incêndio.
Podem ser projetado para uma descarga direta ou para uma descarga controlada
por tempo.
Sistema Fixo de Espuma
A espuma é um agente indicado para extinção
de incêndios da classe “B”, em especial os de grande
vulto envolvendo hidrocarbonetos. Como já visto a
espuma extingue incêndios por abafamento. A
principal finalidade do uso da espuma é a extinção
de incêndios em combustíveis ou na maioria dos
líquidos inflamáveis, tendo excelentes características
de penetração além de ser superior a água na extinção de incêndios da classe
“A”, por sua característica de abafamento e resfriamento.
O jato de espuma deve ser dirigido para
escorrer sob a superfície do líquido inflamado.
Nunca dirigir o jato diretamente sobre as chamas.
Quando o incêndio ocorrer com líquidos
derramados, torna-se mais eficiente represar o
líquido com a própria espuma, empurrando-a aos
poucos sobre o líquido inflamado. Existe também a
possibilidade de empregar neblina de espuma,
altamente eficiente nesses tipos de incêndio.
Conteúdo Complementar da Brigada Básica – 16 hrs
P á g i n a | 24
A espuma pode ser encontrada em reservatórios especiais ou em sistemas
geradores e lançada através de esguichos especiais ou por canhões monitores,
sempre o mesmo objetivo de isolar os vapores combustíveis prevenindo o
ressurgimento do incêndio.
Nas operações de combate a incêndio com uso de mangueiras, pelo menos
uma das linhas de mangueira para combater incêndio da classe “B” deve ser com
espuma.
Se não estiver mais disponível, pode ser utilizada água em neblina de alta
velocidade, tomando o devido cuidado para não romper a película de espuma
produzida anteriormente.
Sistema Fixo de Pó Químico Seco
O PQS é um grande agente extintor. Quando
submetido a altas temperaturas libera o CO2,
extinguindo o incêndio também por abafamento,
além do seu efeito principal, a quebra da reação em
cadeia. Normalmente encontramos o sistema
composto de um reservatório de pó químico,
normalmente o Bicarbonato de Sódio ou Potássio,
sendo o último o mais eficaz. O propelente é o nitrogênio acondicionado em
garrafas que são acionadas no momento em que o sistema for posto em
funcionamento.
Sistema de Borrifo
Também conhecidos como chuveiros automáticos ou sprinklers. O sistema
de borrifo é um dos mais antigos sistemas fixos. Nada mais eram do que diversas
ranhuras ao longo de tubulações abastecidas com água. Hoje com os sprinklers
existentes, encontramos uma infinidade de modelos para diversas aplicações.
Destinam-se, genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando
operando automaticamente, possuem a vantagem de atuar logo no início do
incêndio, impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções.
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Alguns sistemas modernos podem ser operados automaticamente, sendo a
válvula de controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao
aumento de temperatura. Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados
de controle local e comando a distância, são instalados em locais onde o
manuseio de gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencialmente
perigosa. Podem ser dotados de pulverizadores destinados a formação de neblina
de baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água.
Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é
mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro entra em
ação, independentemente de acionamento manual. Logo, entendemos que
somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados. No mesmo
instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme de incêndio. A ação
do alarme, na maioria das vezes, é informar a necessidade de ser fechada a
água, visto que o incêndio propriamente dito já deve ter sido debelado. Ao ser
acionado o suprimento de água, é lançado sob a forma de neblina de alta
velocidade. O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os
sistemas fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem
produzem uma queda de pressão na rede.
Sistema de Dilúvio
Montados em tubulações permanentemente
secas com o seu fluxo controlado manual e
automaticamente, dotada de bicos para aspergir ou
nebulizar água sob forma de neblina de média e
alta velocidade. Para
uma eficácia melhor
com relação aos
incêndios Classe B,
pode ser adicionado com o LGE. É encontrado
instalado em unidades de gás combustível,
manifolds de óleo e gás, compressores de gás,
recipientes pressurizados, etc.
Rede de Incêndio
A rede de incêndio consiste de um sistema de tubulações que alimentam os
hidrantes e os demais sistemas fixos que utilizem água, devendo se estender até
as extremidades da empresa e possuir hidrantes acessíveis e espaçados entre si
por não mais do que o equivalente a duas ou três vezes o comprimento de uma
mangueira de combate a incêndio padrão.
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As características hidráulicas das redes dos sistemas de água e de espuma
estabelecem as características das bombas fixas necessárias. Por precaução é
indicado que as bombas possuam duas fontes de energia independentes.
Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis para o caso de
falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas móveis
também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de incêndio.
A pressão na rede de incêndio poderá variar de acordo com a aplicação que
está sendo considerada, somente água para resfriamento, aumentar o alcance do
jato d’água ou para produzir espuma.
Canhões Fixos
Também conhecidos como monitores podem ser
usados com água ou espuma e instalados em bases
fixas ou unidades móveis, destinado a formar e
orientar jatos de longo alcance para combate a
incêndio. A regulagem de altura do jato de líquido de
um canhão é ditada pelo uso a que se destina. Exige-
se que, no mínimo, sejam operados com um jato de
30 metros de alcance e 15 metros de altura, sem vento.
Atenta-se para o uso de canhões sob bases fixas. Dependendo da direção
do vento poderá ser uma posição desfavorável para dar o combate, ficando a
brigada exposta aos efeitos da fumaça e do calor.
Hidrantes
São as tomadas de incêndio instaladas nas
tubulações da rede de incêndio ou nas
extremidades das derivações verticais.
Geralmente essas tomadas são de 2.1/2
polegadas de diâmetro, reduzidas, quando
necessário para 1.1/2 polegadas.
Bombas de Incêndio
As características hidráulicas das redes do
sistema de água e de espuma estabelecem as
características das bombas fixas necessárias.
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Por precaução é indicado que as bombas possuam duas fontes de energia
independentes.
Qualquer bomba instalada para funcionar como bomba de incêndio, deve
ter capacidade e pressão suficiente para alimentar todas as instalações de
incêndio, mesmo em pavimentos elevados.
Bombas Portáteis 2.1.4.
Considere ainda a possibilidade de se
utilizar bombas móveis para o caso de falhas na
unidade fixa de bombeamento. Como opção, as
bombas móveis também podem ser utilizadas
para elevar a pressão na rede de incêndio ou
para efetuar o esgotamento de um local
alagado.
NOTA: As bombas portáteis quando operando em compartimentos
interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por um
mangote de descarga apropriado.
TÁTICAS & TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO 2.2.
Procedimentos de Combate a Incêndio 2.2.1.
A providência inicial é identificar o que está queimando e, assim, definir a
classe do incêndio, o que permite selecionar o agente extintor mais adequado.
Selecionado o agente, os equipamentos a empregar devem ser guarnecidos e é
iniciada a investida contra o fogo.
Talvez, mais importante do que combater o incêndio propriamente dito,
seja evitar sua propagação. Um incêndio perfeitamente confinado e, portanto,
incapaz de se alastrar, é um incêndio dominado, pois, em último caso, terminará
quando acabar o combustível que o alimenta.
Ataque Direto 2.2.2.
Ocorre quando a brigada consegue se aproximar do foco do incêndio ou
adentrar no compartimento sinistrado e atacar o incêndio. Alguns procedimentos
para um ataque direto são:
Ao entrar no compartimento aplicar a água diretamente no foco do
incêndio;
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Manter-se sempre abaixado e, se possível, seco;
Resfriar os gases quentes da combustão atingindo a base do fogo;
Estabelecer as contenções e o resfriamento;
Não aplicar água nas estruturas e teto desnecessariamente.
Ataque Indireto 2.2.3.
Quando a equipe se aproxima do local ou do compartimento sinistrado,
mas não possuem condições seguras de acessarem a base do fogo devido às
condições perigosas do incêndio, fica impossibilitado o ataque direto. A água em
forma de neblina é lançada para o interior do compartimento através de qualquer
abertura, afim de que sejam melhoradas as condições para uma entrada.
No caso de um incêndio em campo aberto, poderá ser adotado o uso de
jato sólido, numa distância segura, para tentar um resfriamento daquilo que
está incendiado ou tentar conter a propagação do incêndio.
Alguns procedimentos para um ataque indireto são:
Forçar o ataque através de uma abertura (improvisar ou fazer);
Aplicar água de forma indireta para a redução da temperatura;
Utilizar o esguicho na posição de neblina em locais fechados;
Utilizar o esguicho na posição de jato sólido em locais abertos
(resfriamento);
Estabelecer as contenções;
Após a melhora das condições, passar para um ataque direto.
Técnicas Gerais Recomendadas 2.2.4.
O ataque deve ser feito, preferencialmente, em uma única direção, e
sempre de forma coordenada;
Qualquer demora que permita ao fogo ganhar vulto e, em
consequência a fumaça se espalhar nas proximidades do sinistro, a
transmissão do calor através de convecção aumentará os números de
locais afetados pelo fogo, deixando de ser um incêndio local e
passando a ser um incêndio em larga escala.
O ataque conjunto (duas mangueiras ou dois extintores) é sempre
mais eficaz;
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Na impossibilidade de se efetuar um ataque com duas linhas de
mangueira, pode ser utilizada apenas uma, deixando a segunda já de
prontidão, guarnecida e pressurizada para entrar em ação;
O ataque conjunto não deve ser efetuado a partir de direções
opostas, sob risco de afetar a segurança das equipes, podendo uma
atingir gravemente a outra;
Durante o ataque ao foco do incêndio com água ou espuma, o jato
deverá ser dirigido sobre o fogo de baixo pra cima, fazendo
movimentos de modo a afastar dos combatentes, e dirigindo para
cima os gases quentes e o vapor reduzido;
Quando se ataca com água ou espuma é esperada uma violenta
reação da combustão, deslocando os gases quentes e produzindo
uma “bola de fogo” (rollover) que poderá se deslocar em direção dos
combatentes. Por isso devem sempre permanecer abaixados;
Os combatentes durante a ação deverão sempre se proteger do calor
irradiado atrás de obstáculos;
A água não deve ser aplicada incessantemente, salvo exceções como,
por exemplo, a necessidade de resfriamento de tanques. Sua
utilização intermitente reduz a formação de vapor, ou reação com
algum produto incompatível e permite uma reavaliação constante
sobre o comportamento do incêndio;
A água deve ser dirigida para a área que ocorre a combustão e não
cegamente em meio à fumaça. A prática de se aplicar água
continuamente e sem um padrão estabelecido com todos os
esguichos deve ser evitada. Esse procedimento provoca um distúrbio
térmico do compartimento, fazendo com que seja produzida grande
quantidade de vapor antes que os combatentes tenham a
possibilidade de avançar em direção ao foco do incêndio, reduzindo
ainda mais sua visibilidade;
A fumaça e os gases quentes se concentram na parte superior de
compartimentos e dos corredores;
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O tempo de permanência geralmente será limitado pela resistência da
equipe em permanecer na área, devendo ser previsto o revezamento
entre as equipes;
As estruturas metálicas são ótimos condutores de calor e propagam
facilmente um incêndio, pelo que devem ser resfriadas. Deve ser
afastado de suas proximidades qualquer material combustível
porventura existente.
A elevação da temperatura em um incêndio provoca o aumento de
pressão em locais confinados. A água ao se transformar em vapor irá
se expandir 1700 vezes, elevando ainda mais essa pressão e
forçando violentamente os gases quentes e a fumaça a se deslocarem
pelos dutos de ventilação, portas, janelas, etc.
Entrada nos Compartimentos 2.2.5.
Em determinadas situações, poderá ser necessário descomprimir um
compartimento para permitir que as elevadas temperaturas baixem para níveis
menores e que se reduza a quantidade de fumaça, permitindo que a equipe
consiga avançar para atingir a base do fogo. Um incêndio ocorrendo no interior
de um compartimento deverá ser combatido, quase sempre, dentro do próprio
compartimento. Para isso, o grupo entrará protegido pela neblina de alta
velocidade.
É necessário que todos os circuitos elétricos nas áreas incendiadas e
adjacentes sejam desalimentados, não só para proteger a brigada contra
choques, como para evitar que curtos-circuitos venham a dar origem a novos
incêndios.
A porta deverá ser resfriada com neblina e em seguida aberta uma fresta,
para escape dos gases sob pressão. Concluída a abertura da porta, o vão deverá
ser coberto com um movimento circular do esguicho na posição de neblina de
alta velocidade. O grupo avançará cautelosamente até poder penetrar no
compartimento e iniciar a extinção.
Nunca investir simultaneamente num compartimento por lados opostos. A
pressão gerada no meio do compartimento tenderá a escapar por uma das portas
abertas, com grandes probabilidades de cercar com um anel de chamas um dos
grupos, deixando-o em situação delicada. O compartimento deve ser investido
apenas por um lado. Se possível aliviar a pressão no lado oposto pela abertura
controlada de outra porta ou qualquer outro meio.
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Flashover 2.2.6.
“Flashover” é o termo usado para definir a ignição de gases inflamáveis em
um espaço fechado. Durante um incêndio, não só os produtos combustíveis são
lançados, como também outros gases e partículas são liberados por causa da
quebra do material. A fumaça em uma área onde ocorre um incêndio é uma
mistura do ar com gases combustíveis. Os gases e partículas na fumaça podem,
sob certas circunstâncias, se incendiar e criar um “flashlover”.
Suas características dependem de vários fatores:
Concentração de gás combustível no ar;
A mistura de quantidade de energia do gás combustível; e
Suprimento de ar para dentro da área.
A ignição do gás somente será possível quando a concentração desse gás
na atmosfera estiver dentro da mistura ideal, portanto, dentro dos percentuais do
limite de explosividade, o “flashlover” irá se desenvolver gradualmente. A
composição e a quantidade de energia do gás combustível dependem do tipo de
materiais disponíveis na área. Se o gás combustível contiver muitas partículas de
energia, por exemplo, partículas de carbono, a intensidade do “flashover” poderá
ser igual à de uma poderosa explosão de poeira.
Sem o suprimento de oxigênio a duração do “flashover” será curta (ou não
ocorrerá de modo algum). Se a concentração de gases combustíveis exceder o
limite superior de explosividade será evitado que os gases se incendeiem.
Quando o ar é fornecido continuamente, uma mistura combustível estará
sempre formada, e sendo assim, o fenômeno poderá ocorrer repetidas vezes.
Com grandes quantidades de suprimento de ar, o “flashover” pode ser incessante
(somente se gases combustíveis estiverem suficientemente presentes), criando,
em consequência, uma área de incêndio completamente desenvolvida. A
característica típica desse incêndio é o fornecimento contínuo de ar na base das
janelas e portas, enquanto gases produzidos durante o “flashover” escaparem
pelo topo.
Indicadores de “Flashover”
Aumento rápido na temperatura do compartimento e na
temperatura sentida dos gases quentes ao nível do teto;
Línguas de fogo visíveis na camada de fumaça; e
Outras superfícies produzindo fumaças;
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Segurança
Certifique-se de que você está protegido de modo apropriado;
Assegure-se de que a entrada esteja coberta por uma
mangueira de incêndio abastecida;
Certifique-se de que as rotas de fuga estão protegidas;
Verifique se o lado externo da porta possui sinais de calor;
Permaneça agachado;
Utilize esguichos curtos nos gases quentes ao nível do teto;
Ventile somente quando for seguro fazê-lo; e
Esteja ciente do potencial para um “flasover”.
Backdraft 2.2.7.
Em geral os gases quentes gerados irão subir rapidamente arrastando o ar
para direção do fogo. Se houver suprimento de ar adequado, o fogo continuará a
queimar e crescer enquanto tiver combustível disponível. Se o suprimento de ar
no compartimento for restringido, o oxigênio será usado mais rapidamente do
que ser substituído, produzindo uma redução progressiva da concentração de
oxigênio nos gases do compartimento, possivelmente combinado com um
aumento na temperatura do mesmo. À medida que a concentração de oxigênio
no compartimento reduz, as chamas começarão a diminuir, porém isso não
resultará numa imediata redução na produção de gases inflamáveis.
Embora o calor radiado do fogo seja reduzido, o compartimento, que ainda
não sofreu nenhuma intervenção da brigada, ainda estará muito quente com
chamas presentes ou não. Dependendo do tamanho relativo do fogo e do
compartimento nesse estágio, gases inflamáveis suficientes podem ter sido
gerados e se espalhado por todo o compartimento.
Apenas um novo suprimento de oxigênio causado, por exemplo, pela
abertura de uma porta, será necessário para que se forme uma mistura explosiva
como consequências potencialmente mortais. Um fornecimento de ar deficiente
pode levar um incêndio em um compartimento a produzir gases contendo
proporções significativas de produtos de combustão parcial e produtos não
queimados resultados de pirólise. Se estes se acumularem, e em seguida uma
abertura de porta no compartimento é feita, a admissão do ar poderá levar a
uma ignição inesperada. Esta ignição se movendo pelo compartimento e para
fora da abertura é chamada de “backdraft”.
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Indicadores de “Backdraft”:
Se o fogo ainda estiver queimando no compartimento, quando a
equipe abrir a porta e principalmente, se os gases de combustão não
estiverem escapando, o ar que entra através da porta poderá se
misturar com gases inflamáveis, formando uma mistura explosiva.
Se os gases no compartimento estiverem quentes o suficiente, eles
irão se incendiar por conta própria próximos ao vão da porta, e a
chama irá se espalhar para dentro de compartimento junto com o
suprimento de ar fresco. Isso irá resultar em um rápido aumento do
fogo, mas não necessariamente em um “backdraft”.
Se os gases do compartimento não estiverem muito quentes, eles
serão incendiados quando oxigênio suficiente tiver atingido os gases
em volta do fogo. As chamas irão então percorrer pelo
compartimento em direção da porta, resultando em chamas saindo
pela porta levadas pela expansão de gases por trás delas. Não é fácil
prever se isso irá realmente ocorrer ou quanto tempo vai levar, uma
vez que a porta tenha sido aberta. Isso irá depender do local onde o
fogo encontra-se no compartimento, a vazão na qual o ar flui através
da porta e se os gases quentes podem escapar sem se misturarem
com ar que penetra.
Uma outra situação também bastante perigosa pode ocorrer onde o
fogo no compartimento estiver quase extinto. Quando a porta for
aberta, o ar entra e uma mistura explosiva pode ser gerada, mas
nada acontece porque não há uma imediata fonte de ignição. Agora
se a equipe estiver dentro do compartimento e suas atividades
gerarem uma fonte de ignição (energia estática ou alguma
centelha), inicia-se um “backdraft”, mas agora com eles lá dentro e
chamas em volta.
A situação pode se complicar ainda mais se quantidades significativas
de gases inflamáveis tiverem sido conduzidas para as áreas
adjacentes. Outras áreas, além do compartimento fechado, podem
conter atmosfera explosiva, esperando somente por uma fonte de
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ignição. O local de maior risco é a área imediatamente externa do
compartimento, exatamente onde a equipe está posicionada
aguardando a oportunidade de Entrada. Quando se abre a porta, os
gases inflamáveis do lado de fora do compartimento podem ser
incendiados por um “backdraft” dentro do compartimento.
Segurança
A brigada deverá estar totalmente consciente e preparada para o
ataque que decidir proceder. Uma vez que a porta de um
compartimento incendiado não alimentado de oxigênio tenha sido
admitido para seu interior, haverá muito pouco que se possa ser feito
para evitar que um “backdraft” aconteça.
Portanto, é muito melhor tomar as decisões apropriadas antes que a
porta seja aberta definitivamente.
A prioridade é tornar o compartimento seguro para entrada da
equipe. Conforme já descrito, um “backdraft” somente poderá ocorrer
quando ar fresco entrar no compartimento.
A solução mais segura é remover os gases inflamáveis do
compartimento com uma ventilação/exaustão. É importante
reconhecer que a ventilação/exaustão requer que ar fresco entre no
compartimento. Consequentemente, existe a possibilidade de um
“backdraft” ocorrer durante a ventilação. Logo outras medidas de
segurança deverão ser tomadas.
Se for decidido que o compartimento precisa ser ventilado a Brigada deverá
se preparar da seguinte maneira:
I. As mangueiras de incêndio devem estar abastecida e em posição
antes de qualquer ventilação ser realizada.
II. Os membros da brigada devem se abaixar e ficar longe do caminho
da chama através de aberturas de ventilação se um backdraft
ocorrer;
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III. A brigada deve lembrar que um backdraft ainda pode acontecer
vários minutos depois.
Nenhum compartimento pode ser considerado seguro de um “backdraft”
até que ele tenha sido aberto para ar fresco por algum tempo e sua atmosfera
avaliada com instrumentos de detecção de gases inflamáveis (detector multigás).
No entanto, uma vez que o compartimento tenha sido ventilado, a equipe
poderá atacar o fogo sabendo que não existe mais a possibilidade de ocorrer um
“backdraft”.
Bleve 2.2.8.
Incêndios que envolvem tanques podem ser extremamente perigosos
quando as válvulas de pressão são danificadas. As grandes tubulações também
pertencem a esta categoria de incêndio. BLEVE –Boiling Liquid Expanding Vapor
Explosion, ou seja, Explosão de Vapor por Expansão de Líquido em Ebulição é
uma explosão de gás ou vapor em expansão proveniente de um líquido em
ebulição armazenado em um tanque sob pressão. Na verdade o que ocorre é um
colapso na estrutura do recipiente resultante da sua exposição a um incêndio.
Quando ocorre essa falha estrutural do recipiente todo, ou a maior parte de
seu conteúdo, é expelida sob forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido,
que se expande rapidamente, dispersando-se no ar sob forma de nuvem. Se essa
nuvem se incendiar produzirá uma bola de fogo que poderá causar lesões físicas
(queimaduras) e danos materiais a centenas de metros de distância, dependendo
da quantidade de gás liquefeito envolvida.
O calor irradiado também poderá incendiar outros locais nas proximidades.
Esse e, portanto, um perigo de radiação térmica. O tamanho da massa de
chamas dependerá de quanto líquido estiver no recipiente.
Alguns estudos dimensionaram o raio de exposição a um sério risco de
queimadura relacionando com o tamanho do recipiente:
Latas ou cilindros aerosóis: 7,5m;
Tambores de líquidos inflamáveis e cilindro de gases liquefeitos: 30
m;
Grandes caminhões tanques: 150 m;
Vagões tanque: 240 m.
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A explosão pode jogar homens a 75 metros de distância, quebras vidros a
uma distância de quilômetros e arremessar fragmentos a 330 metros de distância
em qualquer direção do ponto onde ocorreu o BLEVE.
Nos trabalhos consultados, BLEVE é o único mencionado com referência a
líquidos e gases inflamáveis, mas todos os tanques fechados podem explodir
devido ao aumento da pressão interna.
Embora seja difícil prever um BLEVE algumas condições são necessárias
para que ocorra:
Existência de uma substância líquida. A maioria ocorre envolvendo
líquidos inflamáveis ou gases liquefeitos inflamáveis.
O líquido deve estar confinado num recipiente. Mesmo assim,
lembramos que um BLEVE pode ocorrer ainda que o recipiente
possua válvula de alívio. Ela própria pode ser uma indicação. Quanto
maior o barulho de vazamento da válvula de segurança, maior a
pressão interna do tanque.
O líquido do recipiente deve estar numa temperatura acima do ponto
de ebulição normal à pressão atmosférica. Devido ao fato do
recipiente ser fechado a pressão interna aumenta acima da pressão
atmosférica.
Ocorrência de falha no recipiente. O colapso do recipiente pode ter
sido resultado de várias causas: incêndio que devido o
superaquecimento do recipiente na região da fase gasosa resultando
na perda de sua resistência à pressão interna; fraqueza estrutural
inerente do recipiente; uso impróprio das válvulas de segurança que
permitem um aumento da pressão interna do tanque, impactos
físicos, etc. É difícil prever como e aonde o tanque irá se quebrar.
Provavelmente será no ponto mais fraco do metal (surgimento de
bolhas nas paredes). O tempo para a sua ocorrência também poderá
variar. O menor tempo relatado foi de 10 minutos, porém já houve
casos de até 20 horas para sua ocorrência. A grande dificuldade da
brigada é o desconhecimento do tempo durante o qual o tanque já
havia sido exposto ao fogo até o início do combate.
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Algumas medidas preventivas podem ser tomadas como:
Limitação da pressão. Deve ser reduzida à pressão atmosférica ou
aproximadamente dela antes que o recipiente sofra um colapso total.
Tanques possuem as válvulas de segurança para alívio da pressão;
Limitação da temperatura do recipiente. Efetuado por intermédio do
resfriamento do tanque ou por intermédio do isolamento dos tanques
enterrando-os. Com o isolamento térmico o tempo do início da
exposição ao fogo varia consideravelmente. Chamamos a atenção
para o uso da água no resfriamento. A água poderá ser eficaz no
combate a BLEVE causados por fogo. Em outros casos, colocar os
cilindros debaixo da água não será suficiente, pois eles poderão
aquecer a água.
Limitação contra impacto. É aplicável para recipientes de gases
liquefeitos, já que recipientes com líquidos não possuem uma
tendência a BLEVE causados por impactos. Podem ser aplicados
reforços nas paredes do recipiente e emprego de ligas dúcteis e
elásticas.
Diante de um combate a incêndio envolvendo o risco de um BLEVE algumas
ações poderão ser adotadas pelos combatentes:
Possuir informação sobre os produtos envolvidos. Consultar a FISPQ;
Aplicar água no ponto de contato da chama, região do equipamento
acima da fase líquida. É a mais importante e crítica, por isso tem a
prioridade em ser resfriada, apesar de nem sempre ser possível saber
onde está exatamente esse ponto;
Permanecer a uma distância segura da fonte de incêndio. Devem ser
utilizados equipamentos fixos tipo canhão e utilizar roupas de
proteção;
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Resfriar todos os recipientes considerados como expostos num raio
de 15 metros. O resfriamento de recipientes com isolamento térmico
também é necessário ainda que o tempo para sua fragilização seja
maior. Recipientes localizados fora da área de risco não precisam ser
resfriados.
Providenciar o abastecimento de água em quantidades suficientes
para as ações de combate a incêndio e proteção dos combatentes,
pois a operação poderá durar várias horas.
Efetuar o fechamento de válvulas ou operações de fechamento de
buracos no recipiente somente após o efetivo resfriamento. É uma
operação muito perigosa e só deve ser realizada em último caso.
Estabelece um perímetro de segurança determinando as áreas
seguras e distantes do acidente para garantir a proteção das pessoas
retiradas das instalações.
Lembre-se: O risco de um BLEVE existe até que todo o produto
inflamável tenha sido consumido e um resfriamento eficiente tenha
sido estabelecido.
Incêndios envolvendo GLP 2.2.9.
Os métodos de combate a incêndio envolvendo GLP são os mesmo
utilizados diante da ocorrência de um BLEVE conforme já expostos no item
anterior.
De uma forma resumida, os incêndios com esse combustível devem ser
extintos, quando possível, através do resfriamento de seu recipiente para
reduzirmos o potencial para um BLEVE e oferecer a segurança da Brigada nas
suas ações para tentar interromper o fluxo do gás através do controle do fluxo de
gás.
Se o fluxo de gás não puder ser interrompido com ações livres de riscos
para a Brigada, poderá ser mais seguro permitir que o combustível continue
queimando e, ao mesmo tempo utilizar água na forma de neblina para resfriar e
controlar os efeitos da radiação do calor.
A água sob a forma de jato sólido nunca deverá ser usada diretamente
sobre um incêndio de GLP. Nem a espuma terá sucesso na extinção de incêndios
envolvendo esse combustível. A melhor maneira para seu controle continua
sendo a interrupção de seu vazamento.
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A Brigada ao tentar alcançar o recipiente para fechamento da válvula que
controla o fluxo de gás, poderá ter que extinguir a chama de pequenos
vazamentos nas proximidades. Neste caso, além da mangueira abastecida com
água aplicada na forma de neblina para resfriamento do recipiente e proteção da
Brigada durante a sua aproximação, também poderá ser necessária a utilização
de extintores de pó químico para o combate a esses pequenos focos
A Brigada também deve ficar atenta para o momento que se conseguir
extinguir o incêndio, pois ainda poderá estar presente uma grande quantidade de
gás não queimado dispersado nos arredores do local sinistrado. No caso de uma
subsequente reignição o resultado poderá ser um maior alastramento do fogo.
Incêndios envolvendo Petróleo 2.2.10.
O melhor agente extintor disponível para se combater esse combustível
sempre será a espuma. Ela deve ser aplicada de maneira que flua uniforme
progressivamente na superfície do hidrocarboneto, evitando-se ao máximo, o
agito desse combustível.
Para quebrar um pouco a velocidade do jato aplicado ou para oferecer uma
produção mais segura da espuma, é recomendado que o jato de espuma seja
dirigido de encontro a uma antepara vertical próximo das chamas criando, assim,
uma cobertura de abafamento contínua. Se não existir uma antepara vertical, o
jato deve ser aplicado a favor do vento e movimentando sob forma de uma
varredura oscilante, evitando que ele venha a espalhar ainda mais o líquido.
Guardadas as devidas proporções, um incêndio com petróleos não voláteis
de pequenas quantidades ou com petróleos voláteis que não estejam queimando
por muito tempo pode ser extintos com o uso da água na forma de neblina de
alta ou de baixa velocidade, se toda a superfície daquilo que está queimando
estiver acessível para combate. A superfície do líquido transfere rapidamente seu
calor as gotículas da neblina (gotículas que formam uma extensa superfície
resfriadora) e as chamas podem ser extintas por uma varredura de neblina que
avance cobrindo o incêndio em toda sua extensão.
Já um incêndio de petróleo que esteja queimando há algum tempo é
praticamente impossível ser extinto somente com o uso da água, porque o líquido
foi se aquecendo durante o desenvolvimento do incêndio a uma profundidade
progressivamente maior não podendo mais ser resfriado rapidamente a
temperatura em que cessas a emanação de vapores. Devido as altas
temperaturas desse tipo de incêndio, ao aplicar a água é esperada uma violenta
reação agitando ainda mais o combustível.
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A água deve ser exclusivamente aplicada sob forma de neblina de alta ou
baixa velocidade, ou na posição de jato sólido somente para procedimentos de
resfriamento da anteparas e das paredes dos recipientes.
Quando se tratar de tanques contendo petróleo a melhor tática é usar a
espuma como agente abafador, isolar o tanque e manter o seu resfriamento e o
resfriamento das áreas e demais obstáculos adjacentes. O uso do CO2 deve ser
considerado somente para locais fechados, pois em locais abertos a sua rápida
dispersão poderá não surtir o efeito desejado.
Esse tipo de incêndio chama a atenção pela enorme produção de fumaça
negra e de altíssimas temperaturas. Muito similar a incêndios com
hidrocarbonetos, quando se tratar de incêndios envolvendo tinta, ocorre o perigo
de produção de gases altamente tóxicos.
O risco de uma reignicão de um incêndio com petróleo nunca deve ser
esquecido. Após ter sido extinto, deve ser mantida uma vigilância da brigada e os
equipamentos de combate a incêndio permanecerem preparados para pronto uso.
No caso de um vazamento de óleo sem incêndio, adotar as seguintes
medidas:
Localizar o vazamento;
Informar o vazamento;
Isolar o vazamento;
Estabelecer limites do incêndio e da fumaça;
Aplicar a espuma;
Assegurar o resfriamento da área;
Isolar o maquinário que estiver em operação nas proximidades do
vazamento para mantê-lo em funcionamento;
Remover o óleo.
Monitorar a atmosfera.
OPERAÇÕES EM LOCAIS ESCUROS E COM FUMAÇA 2.3.
Entrada em Locais Escuros e com Fumaça 2.3.1.
Os brigadistas que não estiverem devidamente protegidos poderão tentar
adentrar em locais saturados por fumaça na ocasião de um salvamento rápido.
Os líderes das brigadas deverão desencorajar essa atitude, pois sem a proteção
de um conjunto autônomo o brigadista executará os procedimentos adequados
de busca e salvamento numa premissa de tempo muito menor.
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Utilizando o conjunto autônomo, o brigadista terá tempo e segurança para
executar seus procedimentos.Todavia, uma das maiores dificuldades ao utilizar o
conjunto autônomo nas operações de combate ao incêndio, busca e salvamento é
a perda de visibilidade devido a fumaça. Em condições normais nós usamos
nossos 5 sentidos nas seguintes porcentagens:
Visão = 75%
Audição = 13%
Tato = 6%
Olfato =3 %
Paladar = 3%
Diante de uma operação de combate a incêndio com o uso do conjunto
autônomo, o tato e audição passam a ter papéis importantes quando a visão é
muito reduzida.
Quando estiver incapaz de ver com clareza, o brigadista deverá:
Arrastar os pés ao invés de caminhar;
Manter umas das mãos livre a frente e na altura de sua cabeça para
perceber obstruções;
A mão deverá estar com suas costas viradas para frente para
prevenir o brigadista de agarrar algum cabo energizado;
Em degraus, manter o peso para trás nos pés e para o lado de
parede.
Perigos na Entrada em Locais Fechados 2.3.2.
Quando estiver entrando em locais fechados (edificações, containeres,
locais confinados, etc.), o brigadista sempre deverá levar em consideração a
existência de armadilhas em seu caminho.
Antes de entrar a brigada deverá juntar todas as informações disponíveis:
Plano (tática);
Plantas;
Um ocupante do local sinistrado;
Um ocupante das premissas; e
Manter contato sempre por toque e fala.
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Portas 2.3.3.
Já falamos bastante sobre a possibilidade de ser encontrar perigos diversos
ao se abrir uma porta. Ao abrir uma porta sempre deverá haver a suspeita de
fogo no interior, a possibilidade de backdraft ou uma explosão devido ao acúmulo
de gases perigosos.
Alguns sinais de perigo poderão ser reconhecidos:
Espessa ondulação de nuvens de fumaça;
Presença de calor - tocar a maçaneta com a parte de trás da mão
cuidadosamente;
Devastação da pintura como possível efeito do calor no interior do
local;
Som de madeira crepitando em chamas
Procedimento de abertura de portas:
Antes de abrir uma porta, primeiro estabeleça a direção que a porta
abre sentindo as dobradiças da porta;
Se a porta abre no sentido do brigadista, colocar um pé contra a
parte inferior e uma mão na porta para, então, girar a manivela
suavemente.
Assegurar a coberta do brigadista com uma mangueira de incêndio;
Manter-se sempre agachado para se evitar qualquer estresse físico
pelo calor;
Portas de locais que já sofreram a intervenção da brigada, quando
possível, deverão ficar fechadas de forma a restringir a propagação
do fogo e de fumaça.
Degraus 2.3.4.
Os degraus apresentam uma fonte óbvia de perigo e deve sempre ser
tratado com precaução até que se conheçam as condições daquele local.
Degraus de madeira raramente desmoronarão sem aviso prévio, mas
poderão ficar debilitados.
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Procedimentos ao subir ou descer escadas:
Mantenha-se sempre do lado da parede;
Se não estiver seguro quanto à resistência, passar um brigadista de
cada vez;
Descer sempre de costas;
Manter os pés separados por uma base firme e larga.
Pisos 2.3.5.
Os pisos que estiverem particularmente acima do fogo, podem ter sidos
debilitados suficiente para se tornarem mais perigosos.
Procedimentos ao transitar por pisos sob incêndios:
Manter-se junto das paredes no caso de se desconfiar que as
estruturas dos pisos foram seriamente afetadas pelo fogo;
Pisos acima que foram expostos ao fogo possuem a tendência de
estarem enfraquecidos no seu centro;
Sempre lembrar de verificar buracos nos pisos e estar ciente para
cargas excessivas sobre os pisos de modo a acelerar o ponto que ele
desmoronará.
Perdidos em meio à Fumaça 2.3.6.
A possibilidade de se perder em meio à fumaça sempre deve ser levada em
consideração quando se decide fazer uma entrada em um compartimento
fechado.
Quando se faz uma entrada como EPR uma linha (cabo) de segurança
deverá ser utilizada.
Na sua ausência o brigadista deverá desenvolver procedimentos próprios
para sua segurança.
Procedimentos para se evitar desaparecimentos em operações:
Siga atrás de uma linha de mangueira que foi utilizada no ataque ao
compartimento;
Encontre uma parede, então continue percorrendo por ela até
encontrar uma janela ou porta;
Procure identificar sons externos;
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Memorize sua entrada, ou sempre se mantenha a esquerda de uma
antepara quando estiver entrando e a direita quando estiver saindo;
Marque o local (mentalmente) quanto a quaisquer objetos
significantes;
Cabo de Segurança 2.3.7.
Se uma mangueira de incêndio ainda não foi utilizada na entrada, a brigada
deverá providenciar um cabo de segurança como guia que a oriente por ocasião
de uma retirada do local sinistrado.
Alguns pontos que a brigada deverá considerar:
Quando estiverem operando no interior de um compartimento os
brigadistas deverá estar atentos para que o fogo não os surpreenda
por trás de seu cabo de segurança;
Ter em mente que se o fogo os surpreendeu por trás isso poderá
estar relacionado a alguma porta deixada aberta;
A toda hora o cabo de segurança deve ser verificado quanto a sua
proteção;
Localizando o Fogo 2.3.8.
Ao adentrar em locais fechados a brigada deverá ter sempre em mente que
seus três únicos objetivos serão: localizar o fogo para extingui-lo, localizar as
vítimas e garantir a sua própria segurança.
O curso da Fumaça 2.3.9.
Embora a chama seja uma indicação definitiva do incêndio, quando o
assunto é fumaça não poderemos dizer o mesmo, pois o lançamento de fumaça
vindo de qualquer parte da edificação não significa que necessariamente aquele
local da edificação está em chamas.
A fumaça pode viajar distâncias consideráveis de sua fonte, devido as
correntes de ar.
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Com relação ao comportamento da fumaça, estar sempre atento a:
Os principais movimentos do ar em um incêndio são causados por
convecção;
Efeitos chaminé;
Tubos de ventilação / sistemas de ventilação; e
Correntes de ar entrando no local sinistrado.
Outros fatores que ajudam na “viagem” de fumaça são:
Escadarias;
Aberturas nos pisos;
Aberturas comuns;
Poços de elevadores;
Cavidades por trás das estruturas;
Portas deixadas abertas;
Construções defeituosas.
Outros sinais:
Se a fumaça não puder ser utilizada para localizar o fogo, existem vários
outros sinais que podem ser usados:
O som da queima deve ser aparente. Melhores resultados são
alcançados perto do chão;
O aumento da temperatura devido a aproximação do foco do
incêndio, porém a mesma poderá ser anulada se o local for
refrescado por uma corrente de ar que passa pelo local;
Verifique o madeiramento, as paredes, as estruturas, portas e outros
locais sempre com a parte das costas da mão para descobrir calor; e
Deterioração ou descoloração da pintura.
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AULA PRÁTICA (BASE MAR DO NORTE) 2.4.
Acessórios (esguichos, chaves, derivantes) Hidrante de coluna
Linhas de mangueiras (lançamento)
Linha de mangueira (aduchamento)
Exercício na casa de fumaça
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Exercícios com extintores
Cenários (maracanã, árvore de natal, defletora)
Combate ao maracanã
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Exercícios em área aberta
Exercício com EPR
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 3.
Manual de combate a Incêndio- Centro de Adestramento Almirante
Marque de Leão – Marinhá do Brasil/2003.
Manual Combate a Incêndio- Henkel do Brasil Ind.Química.
Novembro/1978.
Proteção Contra Incêndios. Engenharia Industrial. Roberto Jose
Kassab Falcão.1976.
Norma Regulamentadora de Protecão Contra Incêndios-NR 23.
ABNT/NBR 15.219:2006-Brigada de Incêndio- Requisitos.
ABNT/NBR 14.277:2005-Instalações e equipamentos para
treinamento de combate a incêndio.
ABNT/NBR 15.219:2005-Plano de emergência contra incêndio.
ABNT/NBR 13.860:1997-Glossário de termos relacionados com a
segurança contra a incêndio.
ABNT/NBR 12.543;1999-Equipamentos de proteção respiratória-
Terminologia.