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CONVITE À FILOSOFIA INTRODUÇÃO: PARA QUE FILOSOFIA? CHAUÍ, Marilene, São Paulo: Ática 2000. Produzido por: Pra. Graça Barreto para fins de ensino Universidade do Estado do Amazonas –UEA Escola Normal Superior 2013

CONVITE ├А FILOSOFIA 1

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Uma breve introdução a filosofia

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CONVITE FILOSOFIAINTRODUO: PARA QUE FILOSOFIA?CHAU, Marilene, So Paulo: tica 2000.Produzido por: Pra. Graa Barreto para fins de ensinoUniversidade do Estado do Amazonas UEAEscola Normal Superior2013

PARA QUEFILOSOFIA?

Fazemos perguntas como:Que horas so?,Que dia hoje?. Dizemos frases como ele est sonhando , ou Ela ficou maluca. Fazemos afirmaes comoOnde h fumaa, h fogo , ou no saia na chuva para no se resfriar. Avaliamos coisas e pessoas, dizendo, por exemplo,Esta casa mais bonita do que a outra e Maria est mais jovem do que GlorinhaNossas crenas silenciosas7

A vida cotidiana toda feita de crenas silenciosasCremos no espao, no tempo.Cremos na realidade na qualidade, na quantidade. Cremos na verdade. Cremos na diferena entre realidade e sonho ou loucura.Cremos na diferena entre verdade e mentira. Cremos tambm na objetividade e na diferena entre ela e a subjetividade. Cremos na existncia da vontade, da liberdade, do homem escolher entre o bem e do mal.Cremos na moral e na existncia social.

Para que filosofia?Em vez de que horas so? ou que dia hoje?, perguntasse: O que o tempo? Em vez de dizer est sonhando ou ficou maluca, quisesse saber: O que o sonho? A loucura? A razo?Em vez de se perguntar Onde h fumaa, h fogo, ou no saia na chuva para no ficar resfriado, por: O que causa? O que efeito?Em vez de seja objetivo , ou eles so muito subjetivos, por: O que a objetividade? O que a subjetividade?;Em vez de esta casa mais bonita do que a outra, por: O que mais? Oque menos? O que o belo?

E se algum que tomasse uma deciso estranha, comeasse a fazer perguntas inesperadas.2. A atitude filosficaEm vez de gritar mentiroso!, questionasse: O que a verdade? O que o falso?O que o erro? O que a mentira? Quando existe verdade e por qu? Quando existe iluso e por qu?Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que o amor? O que o desejo? O que so os sentimentos?Se, em lugar de discorrer tranquilamente sobre maior e menor ou claro e escuro, resolvesse investigar: O que a quantidade? O que a qualidade?

E se, em vez de afirmar que gosta de algum porque possui as mesmas idias, os mesmos gostos, as mesmas preferncias e os mesmos valores, preferisse analisar:

O que um valor? O que um valor moral? O que um valor artstico? O que a moral? O que a vontade? O que a liberdade?Algum que tomasse essa deciso, estaria tomando distncia da vida cotidiana e de si mesmo.Comearia a indagar o que so as crenas e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existncia.

PARA QUE FILOSOFIA?Para no darmos nossa aceitao imediata s coisas, sem maiores consideraes.Para que Filosofia?3. A atitude crtica

A primeira caracterstica da atitude filosfica negativa, isto , um dizer no aosenso comum, aos pr-conceitos, aos pr-juzos, aos fatos e s idias daexperincia cotidiana, ao que todo mundo diz e pensa, ao estabelecido.A segunda caracterstica da atitude filosfica positiva, isto , uma interrogaosobre o que so as coisas, as idias, os fatos, as situaes, os comportamentos, osvalores, ns mesmos.

????3. A atitude crtica4. Para que Filosofia? comum ouvirmos perguntar: Para que matemtica ou fsica? Para que geografia ou geologia? Para que histria ou sociologia? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou qumica? Para que pintura, literatura, msica ou dana?

4. Para que Filosofia?Se costumachamar de filsofo algum sempre distrado, com a cabea no mundo da luaou inteis

Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa s tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prtica, muito visvel e de utilidade imediata.

Por isso, ningum pergunta para que as cincias, pois todo mundo imagina ver a utilidade das cincias nos produtos da tcnica, isto , na aplicao cientfica realidade.Todo mundo tambm imagina ver a utilidade na ideia de consumo: valor de compra e venda Como a Filosofia no tem valor de compra e venda diz-se: no serve para coisa alguma.

Parece que o senso comum no enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As cincias pretendem ser conhecimentos verdadeiros.Obtidos graas a procedimentos rigorosos de pensamento.Pretendem agir sobre a realidade, atravs de instrumentos e objetos tcnicos. Pretendem fazer progressos nos conhecimentos, corrigindo-os e aumentando-os.

Todas essas pretenses das cincias pressupem que elas acreditam na existncia da verdade, de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, na tecnologia como aplicao prtica de teorias, na racionalidade dosconhecimentos, porque podem ser corrigidos e aperfeioados.Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relao entre teoria e prtica, correo e acmulo de saberes: tudo isso no cincia, soquestes filosficas. O cientista parte delas como questes j respondidas, mas a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas. 36Para que Filosofia?5. Atitude filosfica: indagar6. A reflexo filosfica6. Filosofia: um pensamento sistemticoAs indagaes filosficas se realizam de modo sistemtico.A Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lgicos entre os enunciados, opera com conceitos ou idias obtidos por procedimentos de demonstrao e prova exige a fundamentao racional do que enunciado e pensado.As indagaes filosficas se realizam de modo sistemtico.O conhecimento filosfico um trabalho intelectual. sistemtico porque no se contenta em obter respostas para as questes colocadas; Exige que as prprias questes sejam vlidas e que as respostas sejam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclaream umas s outras; Exige que os conjuntos coerentes de idias e significaes sejam provadas e demonstradas racionalmente.7. Em busca de uma definio da Filosofia1. Viso de mundo de um povo, de uma civilizao ou de uma cultura. Filosofia corresponde, de modo vago e geral, ao conjunto de idias, valores e prticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma:Procura definir para si o tempo e o espao, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o verdadeiro e o falso, o possvel e o impossvel,o contingente e o necessrio.Definio deFilosofiaDefinio deFilosofia2. Sabedoria de vida. Aqui, a Filosofia identificada com a definio e a ao de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral, dedicando-se contemplao do mundo para aprender com ele a controlar e dirigir suas vidas de modo tico e sbio.3. Esforo racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Nesse caso, comea-se distinguindo entre Filosofia e religio e at mesmo opondo uma outra, pois ambas possuem o mesmo objeto(compreender o Universo), mas a primeira o faz atravs do esforo racional,enquanto a segunda, por confiana (f) numa revelao divina.Definio deFilosofiaOu seja, a Filosofia procura discutir at o fim o sentido e o fundamento da realidade, enquanto a conscincia religiosa se baseia num dado primeiro e inquestionvel, que a revelao divina indemonstrvel.Pela f, a religio aceita princpios indemonstrveis e at mesmo aqueles que podem ser considerados irracionais pelo pensamento, enquanto a Filosofia no admite indemonstrabilidade e irracionalidade. H pelo menos duas limitaes principais a esta pretenso totalizadora: A explicao sobre a realidade tambm oferecida pelas cincias e pelas artes, cada uma das quais definindo um aspecto e um campo da realidade para estudo (no caso das cincias) e para a expresso (no caso das artes).No possvel pensar uma disciplina nica capaz de abranger sozinha a totalidade dos conhecimentos. A prpria Filosofia j no admite que seja possvel um sistema de pensamento nico que oferea uma nica explicao para o todo da realidade. Por isso, esta definio tambm no pode ser aceitaDefinio deFilosofia4. Fundamentao terica e crtica dos conhecimentos e das prticas. A Filosofia, cada vez mais, ocupa-se com as condies e os princpios do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; Busca a origem, a forma e o contedo dos valores ticos, polticos, artsticos e culturais; Busca a compreenso das causas e das formas da iluso e do preconceito no plano individual e coletivo;Busca entender as transformaes histricas dos conceitos, das idias e dos valores.Dirige a investigao sobre o mundo natural e o mundo histrico (ou humano) num momento muito preciso: quando perdemos nossas certezas cotidianas e quando as cincias e as artes ainda no ofereceram outras certezas para substituir as que perdemos.Filosofia procura entender o mundo histrico e natural Filosofia procura desvendar as razes pelas quais o mundo se torna estranho A Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural (o mundo das coisas) e a histrica (o mundo dos homens) tornam-se estranhas, espantosas, incompreensveis e enigmticas, quando o senso comum j no sabe o que pensar e dizer e as cincias e as artes ainda no sabem o que pensar e dizer.A Filosofia procura diferenciar-se das cincias e das artes, Filosofia se apresenta como anlise (das condies da cincia, da religio, da arte, da moral);Como reflexo (isto , volta da conscincia para si mesma para conhecer-se enquanto.Capacidade para o conhecimento, o sentimento e a ao).Filosofia procura diferenciar-se das cincias e das artes, Se apresenta como crtica (das iluses e dos preconceitos individuais e coletivos, das teorias e prticas cientficas, polticas e artsticas).Essas trs atividades (anlise, reflexo e crtica) estando orientadas pela elaborao filosfica de significaes gerais sobre a realidade e os seres humanos. Filosofia procura diferenciar-se das cincias e das artes, Alm de anlise, reflexo e crtica, aFilosofia a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas mltiplas formas indagando o que so, qual sua permanncia e qual a necessidade interna que as transforma em outras. O que o ser e o aparecer-desaparecer dos seres?No religio: uma reflexo crtica sobre as origens e formas das crenas religiosas. No arte: uma interpretao crtica dos contedos, das formas, das significaes das obras de arte e do trabalho artstico.No sociologia nem psicologia, mas a interpretao e avaliao crtica dos conceitos e mtodos da sociologia e da psicologia. A Filosofia no cincia: uma reflexo crtica sobre os procedimentos cientficosA Filosofia no cincia: uma reflexo crtica sobre os procedimentos cientficosNo poltica, mas interpretao, compreenso e reflexo sobre a origem, a natureza e as formas dopoder. No histria, mas interpretao do sentido dos acontecimentos enquantoinseridos no tempo e compreenso do que seja o prprio tempo. o Conhecimento do conhecimento e da ao humanos, conhecimento da transformao temporal dos princpios do saber e do agir, conhecimento da mudana das formas do real ou dos seres. A Filosofia sabe que est na Histria e que possui uma histria.A Filosofia no cincia: uma reflexo crtica sobre os procedimentos cientficos8. Intil? til?O que o til? Para que e para quem algo til? O que o intil? Por que e para quem algo intil?O senso comum de nossa sociedade considera til O que d prestgio, poder, fama e riqueza. Julga o til pelos resultados visveis das coisas e das aes,Identifica utilidade e a famosa expresso levar vantagem em tudo. Desse ponto de vista, a Filosofia inteiramente intil e defende o direito de ser intil. POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRAPlato definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado embenefcio dos seres humanos.

POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRADescartes dizia que a Filosofia o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito detodas as coisas que os humanos podem alcanar para o uso da vida, a conservao da sade e a inveno das tcnicas e das artes.

POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRAKant afirmou que a Filosofia o conhecimento que a razo adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana.

POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRAMarx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se tratava, agora, de conhec-lo para transform-lo, transformao que traria justia, abundncia e felicidade para todos.

POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRAMerleau-Ponty escreveu que a Filosofia um despertar para ver e mudar nosso mundo.

POSSVEL DEFINIR O TIL DE OUTRA MANEIRAEspinosa afirmou que a Filosofia um caminho rduo e difcil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.

Qual seria, ento, a utilidade da Filosofia?Se for til abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for til; Se for til no se se deixar guiar pela submisso s idias dominantes e aos poderes estabelecidosSe for til compreender a significao do mundo, da cultura, da histriaSe for til conhecer o sentido das criaes humanas nas artes, nas cinciasSe for til, na poltica se dar a cada um de ns e nossa sociedade os meios para sermos conscientes de si e de suas aes, numa prtica que deseja a liberdade e a felicidade para todos Ento podemos dizer que a Filosofia o mais til de todos os saberes de que os seres humanos so capazes.Qual seria, ento, a utilidade da Filosofia?