Upload
vtsc
View
224
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Revista digital desenvolvida por alunos da turma de Informática (3ª Série) do CEFET-MG Campus XI.
Citation preview
EDIÇÃO Nº 01 | JULHO 2014 | VENDA PROIBIDA
“O Brasil conseguiu
mostrar que está
melhorando...”
As canções filhas
da Copa 2014!
A COPA DAS COPAS...
Previsões pessimistas foram vencidas!
Alunos Responsáveis
Adriane de Jesus Miranda Gomes
Maria Natália Tavares Silva
Paulo Henrique da Costa Silva
Stanismarly Fernanda Barbosa e Freitas
Victor Theles da Silva Costa Professores Responsáveis
Adriana Venuto (Sociologia)
Wellington Costa (História)
Cristina Fortunato (Redação)
Luiz Lopes (Literatura)
Turma
Informática – 3ª série
EDITORIAL 5
Seção Política 6
Seção História 8
Seção Literatura 10
Seção Saúde 11
Seção Sociologia 12
Seção Interativa 14
Seção Meio Ambiente 16
A Copa do Mundo 2014
A partir do momento que foi anunciado pela FIFA que a realização da Copa do
Mundo seria no Brasil, toda a sociedade viveu dias de expectativa – atletas,
empresários, jornalistas e tantos outros profissionais envolvidos nesse grandioso
evento que movimenta os mais variados setores da economia ao redor do mundo.
Inicialmente pregou-se que aconteceria uma Copa do Caos – na qual seria,
mundialmente, demonstrados os nossos problemas. Eram previstos possíveis
transtornos com protestos, greves e obras atrasadas... No entanto, estas previsões
pessimistas foram vencidas.
Muitas obras foram concluídas e entregues tardiamente - dentre outros incômodos.
Com isso, o que se viu foram turistas convivendo com falhas desculpáveis no
evento oferecido pela nação brasileira. A desconfiança relacionada à capacidade de
o Brasil realizar a Copa foi dignamente destruída. Com destaque para a
hospitalidade brasileira, reconhecida e elogiada pelos estrangeiros.
Foi e ainda é legítimo questionar a realização deste evento, uma vez que tamanhas
são as deficiências do país. Está na Constituição o direito de expressão e, sobretudo
de manifestação. Vimos que o Gigante acordou, em junho do ano passado, e a
realização da Copa do Mundo, em nada tem a ver com ele novamente adormecer.
A Copa gerou empregos. Atraiu visitantes do mundo todo, o que acabou por
aquecer vários setores da economia.
Dentro de campo teve mordida e joelhada nas costas, David Luiz pedindo aplausos
para o adversário, goleada contra o Brasil. As maiores ‘zebras’ da história do
futebol. Hino à capela, destaque dos goleiros, goleadas, resumindo... Foi a Copa
das Copas.
5
Dilma Rousseff é hostilizada pela
torcida brasileira
“Quero dizer para todos: não serão xingamentos
que vão me intimidar, não me abaterei por isso”,
disse a Presidente da República em resposta aos
xingamentos recebidos na quinta-feira 12 de junho –
minutos antes da partida Brasil X Croácia, no Itaquerão.
Centenas de milhões de
pessoas assistiam ao vivo
o evento da abertura da
Copa do Mundo (no Arena
Corinthians – estádio
Itaquerão, SP – na
quinta-feira 12 junho).
Após o término da
cerimônia de abertura,
cerca de 60 mil “torcedores” presentes nas arquibancadas gritavam ‘Ei, Dilma, vai
tomar no c*!’ e ‘Ei, FIFA, vai tomar no c*’. O coro maciço persistiu por 3 minutos,
até que outros torcedores iniciaram o novo grito: “Eu sou brasileiro, como muito
orgulho, com muito amor” – que abafou as ofensas.
É relativamente comum, em eventos deste porte, a ocorrência de vaias a
mandatários. No entanto, o que aconteceu no estádio foi muito mais do que uma
simples vaia, revelou a ignorância de parte da torcida. Que, ao cometer os
deselegantes xingamentos - à presidenta e aos representantes da Federação
Internacional de Futebol - praticou uma monumental grosseria perante
telespectadores de todo o mundo.
A presidenta Rousseff merecia as vaias por sua atuação no decorrer de seu
mandato? Talvez. Mas de forma alguma xingamentos agressivos. Uma vez que,
6
a imagem de Dilma possui extrema importância para a nação, como a primeira
mulher eleita ao cargo presidencial – e é importante destacar que este fato apenas
concretizou-se pela MAIORIA dos votos do povo brasileiro.
No dia seguinte ao acontecido, durante a inauguração da primeira etapa do BRT
Expresso DF - Eixo Sul no Distrito Federal, a presidenta fez declarações sobre os
xingamentos que sofreu:
“Não vou me deixar perturbar, atemorizar por xingamentos que não podem sequer
ser escutados pelas crianças e famílias. Aliás, na minha vida pessoal, enfrentei
situações do mais alto grau de dificuldade, situações que chegaram num limite
físico. Superei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do meu rumo,
dos meus compromissos, nem do caminho que tracei para mim",
disse Dilma Rousseff.
Dilma disse ainda conhecer o caráter do povo brasileiro e, por isso, sabe que esses
xingamentos não expressam o que sente o povo brasileiro. Que, segundo a
presidenta da República, é civilizado e extremamente generoso e educado.
Durante um ato político em Teresina (PI), o ex-presidente Lula também fez
declarações sobre o vergonhoso episódio no Estádio Itaquerão. “Vi uma parte da
manifestação contra a presidenta e fiquei pensando que não é nem dinheiro, nem
escola, nem títulos de doutor que dão educação para as pessoas”. As vaias, segundo
Lula, partem de uma parcela da população representada por quem tem renda mais
alta: “Não era nenhum pobre”, e completou, "Nunca faltei com respeito a um
presidente”.
Das ofensas na abertura da Copa do Mundo, podemos concluir que estas [as
ofensas] falam mais sobre a vida feudal e aristocrática de nossa elite do que da
presidenta. A falta de educação foi gigantesca e carregada de simbolismo.
O Campeonato Mundial mostra ao mundo o País como ele é, e isso inclui a
amabilidade e a simpatia do povo brasileiro. Não ocorreram registros relevantes de
agressões a torcidas estrangeiras, o que se viu foi uma reação altamente positiva
aos turistas. E isso foi comprovado na quinta-feira, horas antes da partida Brasil X
Croácia, no trem que levava os torcedores ao estádio, parte das mesmas pessoas
que dali a pouco manifestariam ódio tratavam com hospitalidade os visitantes do
país.
7
Por Adriane Gomes As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
Ditadura militar completa 50 anos
Nesse ano, além de o Brasil sediar a Copa do Mundo, o Golpe Militar completa 50 anos.
Há exatos 50 anos a América Latina presenciou um ciclo de golpes militares e
revoluções que durou até 1980. O historiador Eric Hobsbawm caracterizou esse período
como “a era mais sombria de tortura e contraterror da história do Ocidente” [1]. Em
paralelo a esses fatos, a Seleção Brasileira de Futebol disputava a Copa do Mundo de
1970, no México. A conquista do tricampeonato mundial fez com que a Seleção
Brasileira fosse utilizada como instrumento de propaganda política para o governo.
Meio século após o ocorrido, o futebol brasileiro ainda se dedica a esquecer esses
fantasmas do passado - deixados por esse momento obscuro na história do país.
O Golpe Militar teve início em 1º de abril de 1964, onde o Brasil viveu um período de
gigantesca estabilidade com forças políticas insatisfeitas com o novo regime. O decreto
do AI-5, combinado ao assassinato do estudante Edson Luís em um confronto com a
Polícia Militar, culminou na revolta de nível geral da população. O governo do
presidente Artur da Costa e Silva sofria grandes pressões e, como forma de defesa, ele
interpretou que o futebol poderia ser utilizado a fim de acalmar a população e
convocou uma reunião com o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD
– atual CBF) da época, João Havelange, e com o vice, Paulo Machado de Carvalho. Na
reunião, Costa e Silva atestou que “o Brasil não pode perder este campeonato. Temos
de dar um jeito de qualquer forma [...]. Em 1970 o Brasil estará disputando essa taça
do mundo. Como presidente, gostaria que o povo brasileiro, ainda na minha gestão,
festejasse a conquista”, registro apontado na edição de 4 de dezembro de 1968 de A
Gazeta Esportiva.
No afastamento de Costa e Silva, Médici assumiu e continuou com os planos de
relacionar a imagem da presidência da república ao futebol. Uma das primeiras
atitudes do novo presidente foi criar a Loteria Esportiva e o Campeonato Brasileiro,
cujos jogos se apostavam na Loteria. Médici passou a estar presente em eventos
esportivos e também a se aproximar de jogadores da Seleção Brasileira. Se, por um
lado às instituições criadas em prol da difusão do futebol pelo Brasil demonstraram
eficiência, os resultados obtidos dentro de campo também não foram desfavoráveis.
8
A Seleção Brasileira não perdeu jogo algum
nas Eliminatórias da Copa. Até o começo da
competição, orientado pela AERP
(Agência Especial de Relações Públicas
da Presidência da República), o presidente
Médici se demonstrava completamente
devotado e confiante no sucesso do país,
realizando várias aparições públicas e
sendo chamado pela mídia como um
“presidente-torcedor”.
A conquista do tricampeonato recompensou todo o projeto de promoção política
através do esporte. O triunfo esportivo foi associado ao milagre econômico em
propagandas oficiais. No intuito de prolongar o efeito de êxtase popular, o governo
solicitou que a CBD aumentasse o número de clubes participantes do Campeonato
Brasileiro, fazendo com que mais localidades do Brasil tivessem acesso a essa atração
futebolística patrocinada pelo Estado. Em 1972 foi promovida a Taça da
Independência, em celebração aos 150 anos da Independência do Brasil. Em 1974,
dois terços do orçamento do CBD foram utilizados na preparação para o próximo
mundial, que seria na Alemanha.
Com todas as fichas apostadas sobre si, a Seleção Brasileira alcançou um amargo
quarto lugar. Tal derrota estragou as expectativas arenistas. Após quatro anos
atrelando de forma insistente o sucesso do Brasil ao sucesso da sua seleção no futebol,
o que se tinha era o fracasso que, de forma inevitável, jogaria contra o regime, o
principal responsável pela construção do elo entre Seleção, Brasil e governo.
Com a fonte de apoio popular ao regime seca e esgotada, e a oportunidade da seleção
se restabelecer somente quatro anos depois, as eleições legislativas que aconteceriam
em novembro de 1974 forçaram os militares a recalcularem suas perspectivas de
sequência no poder.
O Golpe Militar deixou uma mancha de tristeza na história da seleção que é
considerada até hoje, de forma quase universal, a melhor seleção da história. Grande
parte dos jogadores tricampeões no México não gosta, e evita falar sobre o assunto. A
ideia de que a equipe pensava somente no futebol, e não na política, ainda é bem
frequente.
O então ditador Médici se exibe
com a seleção campeã, em 1970.
9
Por Paulo Henrique As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
Literatura e Copa do Mundo, juntos e misturados!
A Literatura é sempre atual e até pegou carona na Copa do Mundo.
Um projeto que relaciona a Literaratura e a Copa do Mundo foi criado
pelo Professor Chad W. Post (Universidade de Rochester nos Estados
Unidos), que elaborou uma competição semelhante ao Mundial, mas
que vai eleger o melhor livro entre 32 representantes de países, os
mesmos que lutam pela taça no mundial de futebol.
Na World Cup Of Literature (Copa do Mundo de Literatura), cada
partida é decidida por um dos quinze resenhistas escolhidos pela
organização. Eles devem escolher o melhor, justificando a decisão
com uma crítica literária. Entre os competidores, estão apenas livros
com certo apelo popular, e publicados a partir da década de 2000.
Entre os volumes selecionados para as partidas estão Budapeste, de
Chico Buarque, Memórias de Minhas Putas Tristes (Record), do
colombiano Gabriel García Márquez, e 1Q84 (Alfaguara), do Japonês
Haruki Murakami.
Todas as partidas são eliminatórias
e o campeão será determinado
após a análise dos quinze juízes.
“Engana-se quem pensa que a
Copa do Mundo é só sobre
Futebol”, diz site comentando
sobre a Copa do Mundo de Literatura.
10
Por Stanismarly Fernanda As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
Atendimentos médicos durante a copa
Ao contrário do que muitos esperavam, o número de torcedores que precisaram de
atendimento durante a Copa foi de apenas 0,2 %. Levando em conta o histórico das
outras Copas este é um número bom. Estes atendimentos foram feitos dentro e fora
dos estádios.
Este dado deixou muita gente surpresa. Pois como sabemos a área de saúde de
nosso país é uma das piores comparadas a países desenvolvidos como Inglaterra e
Estados Unidos. Mas o balanço positivo acabou mostrando que o Brasil está sim de
certa forma preparado pra receber eventos deste porte. Infelizmente no dia-a-dia não
é o que vemos frequentemente, mas em um evento como a Copa o país se preparou
para promover uma boa ação na área de saúde.
Foram criadas várias campanhas em torno dos
estádios, dos eventos de festa como o
FIFA FAN FEST, que conscientizavam a
população sobre os cuidados médicos que
deveriam possuir. Uma dessas campanhas foi a
"Proteja o Gol” que promoveu ações de prevenção
ao HIV e Aids nas 12 cidades-sede, além dos
municípios que abrigaram os centros de
treinamento. Conscientizações como os cuidados
com a bebida alcoólica, cuidados com doenças como dengue, sarampo e entre outras
foram essenciais para esse número positivo de atendimentos na Copa.
Do total de atendimentos ( 17.042), 7.055 ocorreram nas arenas, com apenas 192
remoções para unidades de saúde, ou seja, 97,3% dos casos foram resolvidos no
próprio local. A maioria dos atendimentos não eram graves, foram mais manifestados
mal estar, dores de cabeça e lesões de baixa gravidade.
O Brasil conseguiu mostrar que está melhorando, mas como sabemos tem muita
coisa para mudar, porém não podemos ignorar esse balanço positivo. É preciso levar
tudo o que foi feito em conta e utilizar esses e mais recursos para melhorar outras
áreas do nosso país.
FIFA FAN FEST (BH)
11
Por Maria Natália As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
A Sociologia no Futebol
Um artigo do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio de
Janeiro, foi elaborado com análises sobre o futebol no Brasil, diz “no texto ‘Futebol:
Ópio do povo x Drama de Justiça Social’ de Roberto DaMatta, foi feita uma análise
‘universalista’ do futebol, a partir dos conceitos de ‘drama social’ de Victor Turner e
‘situação social’ de Max Gluckman, DaMatta sugere que o futebol promove uma
horientalização dos relacionamentos em uma sociedade hierárquica, uma vez que a
igualdade é uma condição para a disputa, estabelecendo paridade de condições
para todas as pessoas envolvidas no campo esportivo. O exercício de acatamento de
regras universais em uma sociedade ‘vertical’, onde predominam particularismos e
casuísmos, estimularia formas modernasde concepção social, inclusive de
cidadania. Segundo DaMatta, “o futebol proporciona uma experiência exemplar de
legitimidade e o de acatamento de leis”.
A repisada explicação do futebol como ‘ópio’ do povo é rejeitada por DaMatta (e por
nós) como óbvia: por intermédio do futebol, o Estado exerce controle social via a
massificação do esporte, explorando a relação entre nacionalismo e futebol.
Falar de uma cultura do futebol brasileiro não é tão fácil e nem tão inútil quanto
possa parecer, pois constitui um imenso projeto em construção. Diluída na memória
desse esporte, seu significado encontra-se na oralidade, principalmente nas
conversas de torcedores nos bares, de ex-jogadores, de jornalistas no rádio, na
televisão, na vida cotidiana dos dramas e dilemas do brasileiro, como entendeu
DaMatta.
Nesta perspectiva, essa cultura especifica traduz-se no consenso histórico acerca da
tendência dominante que o futebol detém, por meio de sua força cultural de
representação social e difusão, que fazem dele o ‘esporte nacional’. Portanto, há
uma íntima relação entre Brasil e futebol.
Também, Da Matta (1986, 1990) em seus escritos traduz bem essa ideia quando
aproveita a experiência do futebol brasileiro para refletir a cultura da luta pela
justiça social, das dramatizações do povo, de todo um conjunto de símbolos, valores
e relações sociais, que revelam os problemas típicos da sociedade brasileira, a
exemplo de algumas expressões úteis, como ‘malandragem’, ‘jeitinho brasileiro’,
‘você sabe com quem está falando?’, e outras.
12
Por Stanismarly Fernandes As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
Os “sociólogos” da copa
A Copa do mundo trouxe à tona muitos “sociólogos”. De repente tudo virou
motivo para discussão, gente discutindo sobre os gastos da Copa, sobre a
educação dos japoneses no estádio, sobre a saúde, e discutindo sobre o próprio
futebol. Futebol que muitos acreditavam ser o melhor do mundo, afinal somos o
país do futebol certo? Errado, a Seleção Brasileira provou que o futebol mostrado
é apenas um reflexo do que vem acontecendo a muito tempo no país.
Esses “sociólogos” diriam que todos esses problemas como, atendimento em
hospitais públicos, falta de boa educação nas escolas são todos culpa da política
da Dilma. Mas eles esqueceram que os coloca no poder.
Antes da Copa o que mais víamos eram coisas contrárias a esse evento, pessoas
que discutiam fervorosamente defendo seu ponto de vista sobre o evento da
Copa, muitos que se intitulavam intelectuais apresentavam teses e argumentos
até mesmo sociológicos contrários a Copa. Mas foi só a Copa começar que a
maioria se calou. Ninguém é de ferro ,e sinceramente, é normal isso acontecer,
afinal o futebol é uma coisa que envolve a todos, sem contar com as festas que
aconteciam, encontro com amigos e família. Eram tão convictos em seus
argumentos porém até eles se renderam a Copa do Mundo.
E agora que a Copa acabou? Será que esses “sociólogos” retomam de onde
pararam suas discussões?
13
Por Maria Natália As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
/
As canções filhas da Copa 2014
Somente nesta edição da Copa do Mundo, sediada no Brasil, que
algumas pessoas tiveram noção da grandiosidade do evento – a
influência que exerce é algo inexplicável. Estas influências podem
ser exemplificadas através da música. Somente nesta Copa, foram
registradas 13 composições (considerando as mais conhecidas) com
a temática "Copa do Mundo". Algumas canções:
País do Futebol Mc Guime - Part. Emicida
We Are One Pitbull Feat Jennifer L. e Cláudia L.
No meio da torcida Anitta
La La La (Brazil 2014) Shakira
Vida Ricky Martin
Dar um jeito Avicii
Todo mundo Gaby Amarantos
Caraca, Muleke! Thiaguinho
Mostra tua força Brasil
Propaganda Itaú
14
Vale observar que as letras de todas as canções nacionais fazem
uma generalização de que todos os membros da nação desejam a
vitória do país no campeonato, e que a felicidade se dará somente
por conta deste fato. Curioso pensar que, a questão de o Brasil estar
sediando o maior evento esportivo do planeta e seus benefícios e/ou
malefícios para o país não são colocados em destaque, ou melhor,
não são abordados. Observa-se também que nessas letras aborta,
somente, temáticas relacionadas a nação brasileira...
Já nas letras das canções
internacionais, os traços
patriotas são extremamente sutis, a ponto de passarem
despercebidos. Observa-se que
frases como "É meu, é
seu, hoje é tudo nosso" e "É uma comemoração" são colocadas em
destaque, o que demonstra que na Copa do Mundo, pessoas de
várias localizadades se unem para comemorar, independente de seu
time estar ganhando ou perdendo. A mensagem que as músicas
internacionais nos trás é: "Não importa o resultado, vamos
extravasar!". Notaram a diferença do egoísmo brasileiro para o
desejo de união e confraternização dos demais países? Vale a pena
pensar sobre.
15
Por Victor Theles
A Copa e o Desenvolvimento Sustentável
O Meio Ambiente tem atualmente ganhado destaque entre os principais assuntos debatidos
em todo o planeta. Problemas ambientais têm se tornado cada vez mais frequentes e
representam um possível ameaça ao futuro do nosso planeta. Tais questões devem ser
tratadas e discutidas em várias áreas e lugares, inclusive no futebol. A Copa do Mundo tem
sido palco da preocupação com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável.
Com os olhos do mundo totalmente voltados para o Brasil, país sede da Copa do Mundo de
2014, foi necessário realizar um planejamento que se preocupasse com o meio ambiente
durante esse evento mundial. As cidades-sede da Copa tiveram o número de cooperativas de
catadores ampliado e agentes locais receberam treinamento semanas antes do evento.
O Brasil conseguiu compensar mais de nove vezes a quantidade estimada de emissões de
carbono geradas diretamente pela realização da Copa do Mundo, segundo a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira. Além de compensar as emissões diretas da Copa, o Brasil busca
amenizar 100% das emissões totais do evento. Emissões indiretas decorrem principalmente
do transporte aéreo internacional para o evento. O Brasil é o primeiro país a buscar,
voluntariamente, compensação de tudo que foi emitido por uma Copa do Mundo. O objetivo
atual é transmitir essa tecnologia para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados na
cidade do Rio de Janeiro. A ONU reconheceu e elogiou a iniciativa brasileira de compensar
emissões de gases de efeito estufa emitidos durante a Copa.
O Ministério do Meio Ambiente lançou um programa de Iniciativa de Baixo Carbono na Copa,
no intuito de estimular empresa que atuam no Brasil a doar créditos de carbono e, dessa
forma, auxiliar na compensação da emissão gerada pela realização do Mundial. Segundo a
ministra, 16 empresas aderiram de forma voluntária à chamada pública de doação de créditos
de carbono, mas destacou que o prazo para a entrada de novas empresas estará aberto até
18 de julho. A adesão não envolve nenhuma transação financeira, e as entidades que
participarem da iniciativa recebem o Selo Baixo Carbono.
16
Outra iniciativa sustentável durante a Copa é o Passaporte Verde, que incentiva a população local
e estrangeira a fazer parte de um futuro mais sustentável, com padrões de consumo e produção
mais adequados. Tendo como alvo principal a Copa do Mundo, mas com visão em longo prazo, a
ação atraiu empresários e turistas, tanto brasileiros como estrangeiros.
Com o slogan “Eu cuido do meu destino”, a campanha Passaporte Verde tem recebido cerca de
1.000 novos acessos por dia no site e nas mídias sociais. Relacionados aos governos estaduais e
municipais das 12 cidades-sede, os roteiros trazem mais de sessenta opções de passeios que
estimulam a vivência com sustentabilidade em momentos de lazer.
Na Copa de 2014 o Brasil também lançou a Campanha de Consumo Consciente, a fim de
promover produtos orgânicos e a produção da agricultura familiar. A campanha atuou e duas
frentes: os 18 mil voluntários participantes do Programa de Voluntariado do Governo Brasileiro
(Brasil Voluntário), que atuam foram dos estádios, receberam um kit de alimentos orgânicos não
perecíveis. O objetivo, além da comercialização, é que a campanha deixe como herança uma
cadeia produtiva cada vez mais organizada
e bem estruturada.
Esta também foi a primeira Copa do
Mundo em que todos os estádios seguiram
modelos de construção e gestão sustentável
capazes de obter certificação internacional.
O Estádio do Mineirão, por exemplo, possui
seis mil placas de captação de energia solar.
Em meio a tantas complicações que a
emissão de gases provoca no ecossistema
da natureza, é importante que os governos
busquem iniciativas a fim de minimizar esses efeitos, em especial em eventos onde a emissão
tende a ser maior. O planejamento realizado pelo Brasil revela o quão importante é procurar meios
que garantam o desenvolvimento sustentável do planeta. Tal planejamento se torna ainda mais
necessário quando utilizado em grandes eventos, como uma Copa do Mundo.
17
Por Paulo Henrique As referências bibliográficas se encontram ao final do documento.
Carta Maior. O impulso ao futebol nos anos de chumbo. Disponível em
<http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/O-impulso-ao-futebol-nos-anos-de-chumbo/4/30661> Acesso
em 25 de Junho de 2014.
USP. Futebol foi instrumento político durante a ditadura militar. Disponível em
<http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5933> Acesso em: 27 de Junho de 2014.
Super Esportes. Golpe militar de 1964 usa Seleção Brasileira como propaganda política. Disponível em
<http://www.df.superesportes.com.br/app/19,156/2014/03/30/noticia_copa_do_mundo,53864/golpe-militar-
de-1964-usa-selecao-brasileira-como-propaganda-politica.shtml> Acesso em: 2 de Julho de 2014.
Copa 2014. Brasil compensou nove vezes emissões diretas de carbono da Copa do Mundo.
Disponível em <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/brasil-compensou-nove-vezes-
emissoes-diretas-de-carbono-da-copa-do-mundo > Acesso em: 13 de Julho de 2014.
Copa 2014. ONU elogia iniciativa brasileira de compensar emissões de efeito estufa emitidos durante a
Copa. Disponível em <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/onu-elogia-iniciativa-brasileira-de-
compensar-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-emitidos > Acesso em: 30 de Junho de 2014.
Copa 2014. Copa 2014 e o Meio Ambiente. Disponível em
<http://www.a2gestaoambiental.com.br/site/copa-2014-e-o-meio-ambiente/> Acesso em: 25
de Junho de 2014.
Portal da copa. Número de torcedores que precisaram de cuidados médicos durante a copa
fio de apenas 2%. Disponível em <http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/numero-de-
torcedores-que-precisaram-de-cuidados-medicos-durante-a-copa-foi-de-apenas-02> Acesso
em: 3 de Julho de 2014.
EZEQUIEL, Marcio. A copa sociológica. Disponível em <www.marcioezequiel.com.br> Acesso em: 14 de Julho de
2014.