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Jurisprudência do TST atualizada - 2012 a 2014 Direito do Trabalho p/ TRT-MG (Analista - Área Jud e Of Just Avaliador) - com videoaulas Professores: Mário Pinheiro, Antonio Daud Jr

Cópia de Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014

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Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014Jurisprudência Atualizada TST 2012 a 2014

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  • Jurisprudncia do TST atualizada - 2012 a 2014

    Direito do Trabalho p/ TRT-MG (Analista - rea Jud e Of Just Avaliador) - comvideoaulas

    Professores: Mrio Pinheiro, Antonio Daud Jr

  • Atualizao em Direito do Trabalho Alteraes Jurisprudenciais do TST de 2012 a

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    1. Introduo Oi amigos(s), Esta aula uma coletnea da jurisprudncia (Smulas e Orientaes Jurisprudenciais) do TST que foi alterada no decorrer de 2012 e em 2013 e no primeiro semestre de 2014. Como todos sabem, as Bancas Examinadoras costumam exigir que os candidatos se mantenham atualizados, ento o contedo desta aula certamente aparecer nas provas a serem aplicadas durante os prximos anos. Dividimos o contedo em 3 subitens, a saber: alteraes realizadas em no primeiro semestre de 2012; alteraes realizadas em 14/09/2012 (resultado da 2 Semana do TST); e, por fim, as poucas alteraes de 2013 e do primeiro semestre de 2014. Em relao ao primeiro bloco faremos os comentrios pertinentes sobre a redao atual das Smulas e Orientaes Jurisprudenciais. J acerca das alteraes promovidas em setembro de 2012, trouxemos nesta aula as redaes anteriores e, claro, a redao atual dos verbetes, de modo a podermos comparar o que foi alterado e quais so as consequncias disto. Apesar de j ter se passado mais de um ano que a maioria das alteraes foi promovida e de j estarem includas em cada um dos contedos estudados neste nosso curso, ainda assim achamos pertinente traz-las, em funo da necessidade especfica de algum concurseiro, da relevncia das alteraes e de novas cobranas por parte das Bancas.

    Vamos ao trabalho!

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    2. Alteraes jurisprudenciais divulgadas no primeiro semestre de 2012 Seguem abaixo os comentrios que esclarecem as disposies dos verbetes do TST. ------------------------------------------------ SUM-430 ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA. CONTRATAO. AUSNCIA DE CONCURSO PBLICO. NULIDADE. ULTERIOR PRIVATIZAO. CONVALIDAO. INSUBSISTNCIA DO VCIO Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausncia de concurso pblico, quando celebrado originalmente com ente da Administrao Pblica Indireta, continua a existir aps a sua privatizao. basicamente o seguinte: a Constituio Federal exige aprovao prvia em concurso pblico para a investidura em cargo ou emprego pblico (inclusive na Administrao Indireta autarquias, fundaes, empresas pblicas, etc.): CF/88, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao. O que a Smula dispe que, quando o empregado admitido sem concurso e a entidade privatizada, convalidam-se os efeitos da admisso irregular. A convalidao significa regularizar o ato (a admisso, no caso), de modo que ele continue vlido e produza seus efeitos regulares (seria a continuidade da existncia do vnculo empregatcio, nesta situao ftica). Segue abaixo a ementa de um dos precedentes da referida alterao jurisprudencial:

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    RECURSO DE EMBARGOS. CONTRATO NULO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PRIVATIZAO. CONVALIDAO. A admisso de servidor pblico sem a prvia aprovao em concurso pblico nula, gerando direito apenas contraprestao pactuada e aos depsitos do FGTS (Smula 3631). Entretanto, havendo a admisso sem a observncia desse requisito, e sobrevindo a privatizao da instituio pblica, no h mais que se falar em nulidade do ato, uma vez que a exigncia constitucional da admisso somente mediante aprovao prvia em concurso pblico no se aplica s empresas privadas. Nesse caso, com a privatizao da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD, consolidou-se o contrato de trabalho anteriormente celebrado, gerando todos os efeitos desde a data da admisso. (...) (E-RR-64400-24.2000.5.17.0002, Rel. Min. Joo Batista Brito Pereira, Data de Julgamento 09/06/2011, Data de Publicao DEJT 17/06/2011) ------------------------------------------------ OJ-SDI1-235 HORAS EXTRAS. SALRIO POR PRODUO O empregado que recebe salrio por produo e trabalha em sobrejornada tem direito percepo apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem devido o pagamento das horas extras e do adicional respectivo. Este verbete est relacionado aos empregados que recebem por produo. De uma forma geral, o empregado que recebe por produo, sem que haja controle de horrio, receber o valor pactuado em relao ao que foi produzido. Alm disto, a jurisprudncia entende que, quando o empregado remunerado por produo sujeito a controle de horrio, tem direito a receber o adicional de horas extraordinrias, mas no o valor das horas extraordinrias: que, por ser remunerado por produo, ele j recebeu o valor das horas de sobrejornada.

    1 SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS A contratao de servidor pblico, aps a CF/1988, sem prvia aprovao em concurso pblico, encontra bice no respectivo art. 37, II e 21, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestao pactuada, em relao ao nmero de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salrio mnimo, e dos valores referentes aos depsitos do FGTS.

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    Sendo assim, s caberia pagar, em relao s horas que extrapolaram a jornada padro, o respectivo adicional. Este o sentido da Smula 340: SUM-340 COMISSIONISTA. HORAS O empregado, sujeito a controle de horrio, remunerado base de comisses, tem direito ao adicional de, no mnimo, 50% (cinqenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comisses recebidas no ms, considerando-se como divisor o nmero de horas efetivamente trabalhadas. Voltando OJ 235, podemos ver claramente a distino entre o pagamento do adicional de horas extraordinrias (aplicvel no caso) e o das horas extraordinrias (inaplicvel no caso). A exceo no verbete feita sobre os cortadores de cana, cuja realidade a exigncia, pelo empregador, do cumprimento de metas de produo. Como as metas no so baixas, o empregado forado a realizar sobrejornada para atingi-las, e com isso o TST entende cabvel o pagamento, ao cortador de cana, do adicional de horas extras e tambm do valor das horas. Segue abaixo a ementa de um dos precedentes da alterao da Orientao Jurisprudencial em estudo: RECURSO DE EMBARGOS. HORAS EXTRAORDINRIAS. TRABALHADOR RURAL BRAAL. CORTE DE CANA. SALRIO POR PRODUO. INAPLICABILIDADE DA ORIENTAO JURISPRUDENCIAL 235 DA C. SDI E DA SMULA 340 DO C. TST. No h como se reconhecer contrariedade aos termos da Orientao Jurisprudencial n 235 da SDI-1 e da Smula 340 deste C. TST, uma vez que essa orientao trata genericamente de empregado que recebe salrio por produo e trabalha em sobrejornada. O caso do empregado cortador de cana de acar denota situao especialssima de trabalhador rural braal, em que h imposio de tarifa pelo empregador, a determinar o trabalho em sobrejornada como forma de alcanar a meta, que tambm determinada pelo empregado. No h como transferir exclusivamente para o empregado o nus relacionado ao acrscimo da produo, incumbindo levar em considerao que no meio rural o mecanismo tem servido para explorao injusta da mo-de-obra. Assim sendo, no h como se reconhecer que o trabalho por produo, no corte de cana de acar, impede o pagamento de horas extraordinrias mais o adicional, sob pena de se afastar do fundamento que norteou a limitao contida na jurisprudncia do c. TST. (...).

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    (E-RR-90100-13.2004.5.09.0025, Rel. Min. Aloysio Corra da Veiga, SBDI-1, DEJT 17/06/2011 - deciso unnime) O seguinte excerto do voto do Ministro Jos Roberto Freire Pimenta, de julgado mais recente, explica o motivo do tratamento diferenciado conferido aos cortadores de cana:

    (...) a iterativa jurisprudncia desta Corte entende que a Smula n 340 e a Orientao Jurisprudencial n 235 da SBDI-1 fica restrita aos demais trabalhadores remunerados por produo, para os quais devido apenas o adicional de horas extraordinrias. A mesma ratio essendi no se estende, entretanto, ao trabalhador rural que se ativa no corte da cana-de-acar, cuja atividade extremamente rdua e penosa, possui meta diria, de forma que existe sempre a necessidade de labor em sobrejornada para que a meta seja alcanada, fato esse que, por representar desgaste fsico prejudicial sade do trabalhador, deve ser remunerado integralmente. (...) O fundamento adotado pela SBDI-12 busca resguardar a dignidade do trabalhador e do ser humano, objeto de proteo na ordem constitucional brasileira (artigos 5 e 7), alm de privilegiar a isonomia (artigo 5, caput, da Constituio Federal), estabelecendo tratamento desigual a trabalhadores rurais que se diferenciam pelo grande esforo fsico demandado no trabalho executado. Pelo esclarecido, em funo da peculiaridade da atividade do trabalho por produo no campo, as horas extraordinrias do trabalhador rural na lavoura de cana-de-acar, se pagas somente com o adicional respectivo, desvirtuariam os princpios norteadores do Direito Material do Trabalho.

    (AIRR - 471-86.2010.5.15.0110, Relator Ministro: Jos Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 27/06/2012, 2 Turma, Data de Publicao: 03/08/2012) ------------------------------------------------ 2 Aqui o Ministro faz referncia ao processo da SBD-1 cuja ementa foi transcrita na pina anterior, E-RR-90100-13.2004.5.09.0025, que foi um dos precedentes da alterao da OJ 235.

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    OJ-SDI1-413 AUXLIO-ALIMENTAO. ALTERAO DA NATUREZA JURDICA. NORMA COLETIVA OU ADESO AO PAT. A pactuao em norma coletiva conferindo carter indenizatrio verba auxlio-alimentao ou a adeso posterior do empregador ao Programa de Alimentao do Trabalhador PAT no altera a natureza salarial da parcela, instituda anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, j percebiam o benefcio, a teor das Smulas nos 51, I3, e 2414 do TST. Alm de dever ser benfico ao empregador, outro fator relevante para o enquadramento de bem ou servio como salrio in natura a natureza jurdica conferida utilidade. que a prpria Lei instituidora pode conferir natureza no salarial ao item fornecido. A Lei 6.321/76, que dispe sobre deduo fiscal de despesas incorridas pela empresa no mbito do Programa de Alimentao do Trabalhador (PAT) retirou tais parcelas do cmputo do salrio de contribuio5, e nesta esteira o TST conferiu natureza no salarial a tal utilidade (ajuda alimentao): OJ-SDI1-133 AJUDA ALIMENTAO. PAT. LEI N 6.321/76. NO INTEGRAO AO SALRIO A ajuda alimentao fornecida por empresa participante do programa de alimentao ao trabalhador, institudo pela Lei n 6.321/76, no tem carter salarial. Portanto, no integra o salrio para nenhum efeito legal. No caso da OJ 413, a situao a seguinte: por meio de negociao coletiva ou atravs da inscrio da empresa no Programa de Alimentao do Trabalhador, a alimentao pode deixar de possuir natureza salarial. O que a OJ assegura que tais alteraes no iro retirar a natureza salarial em relao aos empregados que j recebiam a prestao in natura antes desta alterao que conferiu verba natureza no salarial. 3 SUM-51 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT I - As clusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, s atingiro os trabalhadores admitidos aps a revogao ou alterao do regulamento. 4 SUM-241 SALRIO-UTILIDADE. ALIMENTAO O vale para refeio, fornecido por fora do contrato de trabalho, tem carter salarial, integrando a remunerao do empregado, para todos os efeitos legais. 5 Lei 6.321/76, art 3 No se inclui como salrio de contribuio a parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentao [PAT] aprovados pelo Ministrio do Trabalho.

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    Abaixo dois julgados que serviram de precedente para a alterao da referida OJ: RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. AUXLIO-ALIMENTAO. SUPRESSO. PARTICIPAO NO PAT. NATUREZA JURDICA. Tendo o Tribunal Regional consignado que o pagamento do auxlio-alimentao ao reclamante era efetuado habitualmente anteriormente adeso do reclamado ao PAT, no h como afastar a natureza salarial da referida parcela. (...) (E-ED-RR - 55100-47.2007.5.22.0004 Data de Julgamento: 27/10/2011, Relator Ministro: Joo Batista Brito Pereira, SBDI-1, DEJT 04/11/2011) EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. ACRDO PUBLICADO NA VIGNCIA DA LEI N 11.496/2007. AUXLIO-ALIMENTAO. NORMA COLETIVA POSTERIOR PREVENDO A NATUREZA INDENIZATRIA DA VERBA. EFEITOS. A jurisprudncia desta e. Subseo tem entendido que tanto no caso de adeso (...) ao PAT- Programa de Atendimento ao Trabalhador, como na hiptese de edio de norma coletiva conferindo carter indenizatrio verba, o auxlio-alimentao percebido anteriormente pelos empregados, por fora de contrato de trabalho, continua a ostentar o reconhecimento de sua natureza salarial. Precedentes. Recurso de embargos no conhecido. (E-ED-RR-117841-11.2007.5.10.0020, Rel. Min. Horcio Raymundo de Senna Pires, SBDI-1, DEJT 17/6/2011) ------------------------------------------------

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    OJ-SDI1-417 PRESCRIO. RURCOLA. EMENDA CONSTITUCIONAL N 28, DE 26.05.2000. CONTRATO DE TRABALHO EM CURSO. No h prescrio total ou parcial da pretenso do trabalhador rural que reclama direitos relativos a contrato de trabalho que se encontrava em curso poca da promulgao da Emenda Constitucional n 28, de 26.05.2000, desde que ajuizada a demanda no prazo de cinco anos de sua publicao, observada a prescrio bienal. A CLT previa critrio distinto de prescrio entre urbanos e rurais: CLT, art. 11 - O direito de ao quanto a crditos resultantes das relaes de trabalho prescreve: I - em cinco anos para o trabalhador urbano, at o limite de dois anos aps a extino do contrato; II - em dois anos, aps a extino do contrato de trabalho, para o trabalhador rural. Assim, ao urbano se aplicavam as prescries quinquenal e bienal, e ao rural apenas a prescrio bienal. Com a citada Emenda Constitucional 28/2000 alterou-se a redao do art. 7, XXIX, estabelecendo para ambos (urbanos e rurais) as prescries quinquenal e bienal: CF/88, art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: (...) XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho; Para os contratos de rurcolas que j haviam sido extintos quando da vigncia da citada Emenda Constitucional, caberia apenas a aplicao da prescrio bienal, como podemos concluir da leitura do verbete abaixo:

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    OJ-SDI1-271 RURCOLA. PRESCRIO. CONTRATO DE EMPREGO EXTINTO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 28/2000. INAPLICABILIDADE O prazo prescricional da pretenso do rurcola, cujo contrato de emprego j se extinguira ao sobrevir a Emenda Constitucional n 28, de 26/05/2000, tenha sido ou no ajuizada a ao trabalhista, prossegue regido pela lei vigente ao tempo da extino do contrato de emprego. Retomando a OJ 417, ela esclarece que no haver prescrio parcial ou total, desde que respeitada a prescrio bienal e ajuizada a ao at 26.05.2005, ou seja, prazo de cinco anos da publicao da citada Emenda Constitucional ( que, antes da Emenda, no havia a prescrio quinquenal para o rural). Se a ao do rurcola foi ajuizada aps 26.05.2005, os direitos anteriores sero atingidos pela prescrio quinquenal (sempre se observando, tambm, a possibilidade do direito j ter sido atingido pela prescrio bienal). Cite-se, por oportuno, um dos precedentes da edio do verbete: PRESCRIO. RURCOLA. EXTINO DO CONTRATO POSTERIORMENTE PUBLICAO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 28/2000. Mesmo em relao aos contratos extintos aps a edio da Emenda Constitucional n. 28/2000, no se deve aplicar a prescrio quinquenal, no perodo anterior a 26/5/2005, quanto aos direitos vindicados que se incorporaram ao patrimnio jurdico do empregado antes do advento da referida emenda, que tem aplicao imediata, mas no efeito retroativo, o que exigiria previso expressa da norma. A aplicao retroativa da citada emenda feriria o comando inserto no artigo 5, XXXVI6, da Constituio da Repblica. H de prevalecer, assim, entendimento segundo o qual as parcelas que no se encontravam cobertas pelo manto prescricional por ocasio do advento da Emenda Constitucional n. 28, de 26/5/2000, no podem ser por ela regidas. (...). (E-ED-RR - 73600-86.2004.5.15.0029, Relator Ministro: Llio Bentes Corra, Data de Julgamento: 10/11/2011, SBDI-1, Data de Publicao: 25/11/2011) Neste mesmo processo interessante a passagem do voto do Relator, que contextualiza a alterao constitucional com a aplicabilidade da nova regra prescricional aos empregados rurais:

    6 CF/88, art. 5, XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada;

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    A alterao do artigo 7, XXIX, da Lei Magna, introduzida pela multicitada Emenda, de que resultou a unificao do prazo prescricional para empregados urbanos e rurais, no pode surtir efeito no presente caso, porquanto referida norma tem aplicao imediata e no retroativa, no alcanando o contrato de trabalho do reclamante, que adquirira o direito de deduzir sua pretenso em juzo antes da consagrao do novo regramento constitucional. A norma de direito material que dispe sobre prescrio tem aplicao imediata, alcanando as situaes em curso na data de sua promulgao, ressalvadas apenas aquelas que j se haviam aperfeioado sob a gide da legislao anterior. Assim, as parcelas que se tornaram exigveis antes do advento da Emenda Constitucional n. 28/2000 no podem ser por ela regidas. (...) Frise-se que a aplicao retroativa da EC n. 28/2000 na ausncia de previso expressa nesse sentido acabaria por ferir o comando inserto no artigo 5, XXXVI, da Constituio da Repblica. Com efeito, a situao criada com o advento da Emenda em comento importou na incidncia do prazo prescricional sobre pretenses de empregados rurais que, at ento, no eram atingidas pela prescrio quinquenal, mas to somente pela prescrio de dois anos contados da extino do contrato. Consagrar a aplicao imediata do novo regramento equivaleria a dar-lhe eficcia retroativa, visto que, no momento da entrada em vigor da emenda constitucional, restariam fulminados pela prescrio direitos at ento imprescritveis no curso do contrato de trabalho. Admitir-se tal possibilidade no s violaria o direito adquirido da parte regncia da prescrio pela lei vigente poca do nascimento da pretenso, como tambm a conduziria perplexidade, surpreendendo-a com a extino imediata de pretenso que jamais estivera submetida a limitao temporal. O instituto da prescrio milita em prol da estabilidade das relaes jurdicas e tem por pressuposto o transcurso in albis do prazo respectivo, traduzindo a aquiescncia tcita do titular do direito situao de que resultou a sua violao em tese. Ora, se no incidia o lapso prescricional na pretenso do obreiro sob a gide do regime constitucional anterior publicao da Emenda Constitucional n. 28/2000, no se pode extrair de sua inrcia o consentimento tcito. Do mesmo modo, no se pode reconhecer ao novo mandamento constitucional efeito tal que inviabilize, de forma instantnea, a insurgncia da parte contra ato que violou seu direito. Assim, da edio da EC n. 28/2000 que se deve contar o prazo prescricional quinquenal a incidir sobre os direitos do trabalhador rural cujo contrato encontrava-se em vigor poca da introduo no mundo jurdico do novo regramento constitucional.

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    Caso haja quadro de carreira que no respeite esta diretriz legal de critrios de antiguidade e merecimento para a promoo, ele no inviabilizar a pretenso equiparatria.

    A OJ ressalta, inclusive, que o fato de este quadro estar referendado por norma coletiva no influenciar nesta questo, pois a necessidade de existncia de critrios de antiguidade e merecimento est prevista em lei. Na sequncia transcrevo duas ementas cujos julgados foram precedentes da publicao do verbete em estudo: (...) EQUIPARAO SALARIAL. QUADRO DE CARREIRA. NORMA COLETIVA. PREVISO DE PROMOO APENAS PELO CRITRIO DO MERECIMENTO. Adoo do entendimento firmado nesta SBDI-1 no sentido de que se o plano de cargos e salrios, ainda que convalidado por instrumento coletivo, no contempla o critrio de promoes por antiguidade, na forma art. 461, 2. e 3., da CLT7, faz jus o trabalhador equiparao salarial. (...). (E-ED-RR-88200-49.2003.5.15.0126, Rel. Min. Delade Miranda Arantes, DEJT 24/2/2012) (...) EQUIPARAO SALARIAL- PETROBRAS - PLANO DE CARGOS E SALRIOS FIRMADO EM NORMA COLETIVA- QUADRO DE CARREIRA - VALIDADE - AUSNCIA DO CRITRIO DE PROMOES POR ANTIGUIDADE. Nos termos do artigo 461, 2 e 3, da CLT, a existncia de quadro organizado de carreira fato obstativo ao direito equiparao salarial, desde que as promoes obedeam aos critrios de antiguidade e merecimento, de forma alternada, ante a exigncia expressa de tais critrios em lei. In casu, no h como conferir validade ao plano de cargos e salrios da Petrobras, uma vez que no contemplou plenamente o critrio de promoes por antiguidade, requisito imposto pelo dispositivo legal supracitado. Recurso de embargos conhecido e desprovido.

    7 CLT, art. 461 - Sendo idntica a funo, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponder igual salrio, sem distino de sexo, nacionalidade ou idade. (...) 2 - Os dispositivos deste artigo no prevalecero quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hiptese em que as promoes devero obedecer aos critrios de antigidade e merecimento. 3 - No caso do pargrafo anterior, as promoes devero ser feitas alternadamente por merecimento e por antigidade, dentro de cada categoria profissional.

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    (E-ED-RR-137800-58.2001.5.15.0013, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, DEJT 16/9/2011) ------------------------------------------------ OJ-SDI1-419 ENQUADRAMENTO. EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE EM EMPRESA AGROINDUSTRIAL. DEFINIO PELA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA. Considera-se rurcola empregado que, a despeito da atividade exercida, presta servios a empregador agroindustrial (art. 3, 1, da Lei n 5.889, de 08.06.1973), visto que, neste caso, a atividade preponderante da empresa que determina o enquadramento. De acordo com a Lei 5.889/73 (que estatui normas reguladoras do trabalho rural), Lei 5.889/73, art. 2 Empregado rural toda pessoa fsica que, em propriedade rural ou prdio rstico, presta servios de natureza no eventual a empregador rural, sob a dependncia deste e mediante salrio. Deste dispositivo podemos verificar os elementos ftico-jurdicos da relao de emprego (pessoa fsica, pessoalidade, onerosidade, no eventualidade e subordinao), alm da indicao de outros 2 elementos que se relacionam ao empregado rural: a prestao de servios a empregador rural e o labor prestado em propriedade rural ou prdio rstico. Na mesma lei consta a definio do empregador rural, que

    Lei 5.889/73, art. 3 - Considera-se empregador rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa fsica ou jurdica, proprietrio ou no, que explore atividade agro-econmica, em carter permanente ou temporrio, diretamente ou atravs de prepostos e com auxlio de empregados. 1 Inclui-se na atividade econmica, referida no "caput" deste artigo, a explorao industrial em estabelecimento agrrio no compreendido na Consolidao das Leis do Trabalho.

    Assim, o enquadramento do emprego como rurcola depende de haver:

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    OJ-SDI1-38 EMPREGADO QUE EXERCE ATIVIDADE RURAL. EMPRESA DE REFLORESTAMENTO. PRESCRIO PRPRIA DO RURCOLA. O empregado que trabalha em empresa de reflorestamento, cuja atividade est diretamente ligada ao manuseio da terra e de matria-prima, rurcola e no industririo, (...) pouco importando que o fruto de seu trabalho seja destinado indstria (...) OJ-SDI1-315 MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE PREDOMINANTEMENTE RURAL. ENQUADRAMENTO COMO TRABALHADOR RURAL considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no mbito de empresa cuja atividade preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, no enfrenta o trnsito das estradas e cidades. ------------------------------------------------ OJ-SDI1-420 TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DA JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA COM EFICCIA RETROATIVA. INVALIDADE. invlido o instrumento normativo que, regularizando situaes pretritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. Para situar o(a) leitor(a), lembremos que, no regime de turnos ininterruptos de revezamento, a regra que a jornada seja de seis horas: CF/88, art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: (...) XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva; Caso haja negociao coletiva em sentido contrrio (estabelecendo jornada superior a seis horas), no cabe o pagamento do adicional: SUM-423 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAO COLETIVA. VALIDADE. Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociao coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de

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    revezamento no tem direito ao pagamento da 7 e 8 horas como extras. No caso da OJ-SDI1-420, aps os empregados terem laborado alm das seis horas em turnos ininterruptos (caso em que fariam jus ao adicional de horas extraordinrias das stima e oitava horas), o sindicato quis negociar retroativamente de modo a retirar dos empregados o direito ao adicional. Nesta linha um dos precedentes para a publicao da OJ: (...) TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. EXCLUSO DAS HORAS EXTRAS. IMPOSSIBILIDADE DE EMPRESTAR EFEITO RETROATIVO A NORMA COLETIVA. (...) 1. Consoante o disposto nos artigos 611 e 614, 1 e 3, da Consolidao das Leis do Trabalho, os acordos coletivos estipulam condies de trabalho aplicveis s relaes individuais de trabalho, cuja vigncia se d para o futuro, at o prazo mximo de dois anos. 2. No se coaduna com o escopo dos referidos dispositivos legais o estabelecimento de eficcia retroativa a norma coletiva. 3. Constatada, no presente caso, a existncia de acordo coletivo estipulando a jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, com determinao de sua aplicao a perodos pretritos, no intuito de vedar o pagamento de horas extras decorrentes do trabalho realizado aps a sexta hora diria, resulta imperiosa a declarao da nulidade do instrumento normativo no que tange previso de efeito retroativo. Hiptese em que se evidencia manifesta a afronta ao artigo 5, XXXVI, da Constituio da Repblica, em razo do desrespeito aos princpios constitucionais assecuratrios da proteo ao ato jurdico perfeito e ao direito adquirido dos empregados, cuja jornada deve ser regida pelas regras vigentes poca da efetiva prestao dos servios. (...). (E-RR - 682083-43.2000.5.17.0008, Relator Ministro: Lelio Bentes Corra, Data de Julgamento: 26/09/2011, SBDI-1, DEJT: 30/09/2011)

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    3. Alteraes jurisprudenciais divulgadas em setembro de 2012 Aqui faremos a enumerao (e comentrios pertinentes) s Smulas e Orientaes Jurisprudenciais criadas, canceladas e alteradas pelo TST em 14/09/2012. Novas Smulas do TST SUM-438 INTERVALO PARA RECUPERAO TRMICA DO EMPREGADO. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAO ANALGICA. O empregado submetido a trabalho contnuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do pargrafo nico do art. 253 da CLT, ainda que no labore em cmara frigorfica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT. O intervalo intrajornada especfico para os exercentes de atividades em ambientes refrigerados o seguinte: CLT, art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das cmaras frigorficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contnuo, ser assegurado um perodo de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. O pargrafo nico deste artigo dispe que CLT, art. 253, pargrafo nico - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climticas do mapa oficial do Ministrio do Trabalho, Industria e Comercio, a 15 (quinze graus), na quarta zona a 12 (doze graus), e nas quinta, sexta e stima zonas a 10 (dez graus)8. O importante a ser destacado neste verbete que ele garante o direito pausa de 20 minutos a cada 1h40min ao empregado que esteja submetido a trabalho contnuo em ambiente artificialmente frio, mesmo que no labore em cmara frigorfica.

    8 Esta diviso geogrfica em zonas climticas utiliza o mapa Brasil Climas, elaborado pelo IBGE.

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    Segue abaixo trecho da ementa de um julgado recente do TST, que foi um dos precedentes para a edio da Smula 438: RECURSO DE REVISTA. 1. INTERVALO INTRAJORNADA PARA RECUPERAO TRMICA. INTERPRETAO DO ART. 253 DA CLT. O desempenho das atividades em ambiente dotado de circunstncia diferenciada (frio artificial) que gera o direito ao perodo de descanso, sendo irrelevante que o nome dado ao local de trabalho no seja cmara frigorfica, porquanto o dispositivo, concernente segurana do trabalhador, no deve ser interpretado restritivamente. Observe-se que a Consolidao, diante dessas circunstncias diferenciadas - trabalho em ambiente com temperatura inferior do corpo humano e composto de umidade e gases prejudiciais sade do obreiro -, prescreveu o intervalo de 20 minutos a cada 1 hora e 40 minutos trabalhados, norma que, obviamente, tem carter imperativo (...). (RR - 2068-64.2010.5.08.0117, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 09/05/2012, 3 Turma, Data de Publicao: 11/05/2012) --------------------------------------- SUM-440 AUXLIO-DOENA ACIDENTRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO MANUTENO DE PLANO DE SADE OU DE ASSISTNCIA MDICA. Assegura-se o direito manuteno de plano de sade, ou de assistncia mdica, oferecido pela empresa ao empregado, no obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxlio-doena acidentrio ou de aposentadoria por invalidez. Conforme previsto na CLT, a aposentadoria por invalidez suspende o contrato de trabalho, pois no h prestao de servios e nem o pagamento de salrios: CLT, art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez ter suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdncia social para a efetivao do benefcio. Ao contrrio da interrupo contratual, onde o obreiro no presta servios mas recebe salrio, aqui teremos a sustao ampla e bilateral do contrato de

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    trabalho, de modo que no h nem prestao de servios nem pagamento de salrio. Como o contrato de trabalho, nestes casos, suspenso (e no extinto), a Smula 440 veio a consolidar a interpretao de que durante tal suspenso mantido o direito do empregado ao plano de sade oferecido pelo empregador.

    Os julgados abaixo facilitam o entendimento deste posicionamento do TST: APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO. MANUTENO DO PLANO DE SADE. Esta Corte superior tem se posicionado no sentido de que a aposentadoria por invalidez, apenas suspende o contrato de trabalho. O reclamante continua a ser empregado dos reclamados, tendo jus manuteno do plano de sade nas mesmas condies de quando estava em atividade. Precedentes desta Corte uniformizadora. Recurso de revista no conhecido. (...)" (TST-RR - 35700-21.2003.5.17.0006, 1 Turma, Rel. Min. Lelio Bentes Corra, DEJT de 09/09/2011). PLANO DE SADE PELO BANCO. O empregado no tem, pelo advento da aposentadoria por invalidez, seu contrato de trabalho extinto, mas suspenso. Nesse perodo, somente no so devidas obrigaes incompatveis com a ausncia de prestao de trabalho, o que no ocorre, contudo, em relao permanncia do empregado no plano de sade (...). (TST-RR -122500-96.2005.5.05.0012, 6 Turma, Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, DEJT de 02/09/2011)

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    SUM-444 JORNADA DE TRABALHO. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. valida, em carter excepcional, a jornada de 12 horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou conveno coletiva de trabalho, assegurada a remunerao em dobro dos feriados trabalhados. O empregado no tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na dcima primeira e dcima segunda horas. No se admite compensao de horas ajustada tacitamente. Deste modo, a validade da escala de 12 por 36 demanda formalizao. Como ultrapassa o mdulo semanal, a validade deste regime demanda previso em negociao coletiva de trabalho. A CF/88 estabelece como direito dos trabalhadores durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho. J a CLT determina que a durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Desta maneira, surgiu controvrsia sobre a possibilidade de jornada de 12 horas, que, segundo vimos, admitida pelo TST (havendo previso em norma coletiva). Neste caso, no ser cabvel pagamento de horas extraordinrias. Segue abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a Smula 444: HORAS EXTRAS - JORNADA 12X36. A jurisprudncia desta Corte pacfica em reconhecer a validade do regime de compensao de 12 por 36 horas, quando autorizado por norma coletiva, considerando indevido o pagamento como horas extras da 11 e da 12 horas dirias. Agravo de Instrumento no provido. (...) (ARR - 101800-54.2008.5.04.0002, 8 Turma, Rel. Juza Conv. Maria Laura Franco Lima de Faria, DEJT 27.4.2012). ---------------------------------------

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    SUM-443 DISPENSA DISCRIMINATRIA. PRESUNO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO REINTEGRAO. Presume-se discriminatria a despedida de empregado portador do vrus HIV ou de outra doena grave que suscite estigma ou preconceito. Invlido o ato o empregado tem direito reintegrao no emprego. Esta Smula vem a consolidar entendimento do TST sobre o vis discriminatrio da demisso que se fundamenta no fato de o empregado ter AIDS. Assim, salvo havendo motivo que justifique a demisso, esta ser considerada arbitrria. Abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a edio desta Smula: RECURSO DE REVISTA. REINTEGRAO. EMPREGADO PORTADOR DO VRUS HIV. PRESUNO DE DISPENSA DISCRIMINATRIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Presume-se discriminatria a ruptura arbitrria, quando no comprovado um motivo justificvel, em face de circunstancial debilidade fsica causada pela grave doena em comento (Sndrome da Imunodeficincia Adquirida - AIDS) e da realidade que, ainda nos tempos atuais, se observa no seio da sociedade, no que toca discriminao e preconceito do portador do vrus HIV. A AIDS ainda uma doena que apresenta repercusses estigmatizantes na sociedade e, em particular, no mundo do trabalho. Nesse contexto, a matria deve ser analisada luz dos princpios constitucionais relativos dignidade da pessoa humana, no-discriminao e funo social do trabalho e da propriedade (art. 1, III, IV, 3 IV, e 170 da CF/88). No se olvide, outrossim, que faz parte do compromisso do Brasil, tambm na ordem internacional (Conveno 111 da OIT), o rechaamento a toda forma de discriminao no mbito laboral. (...) (TST-RR-317800-64.2008.5.12.0054, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, 6 Turma, DEJT de 10/6/2011)

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    Smulas e OJ canceladas SUM 343 BANCRIO. HORA DE SALRIO. DIVISOR O bancrio sujeito jornada de 8 (oito) horas (art. 224, 2, da CLT), aps a CF/1988, tem salrio hora calculado com base no divisor 220 (duzentos e vinte), no mais 240 (duzentos e quarenta). Esta Smula foi cancelada porque o salrio-hora do bancrio foi delineado com a nova redao da Smula 124, que veremos abaixo. Smulas e OJ alteradas Como as alteraes foram recentes e o material didtico dos alunos contempla as redaes antigas, faremos um paralelo entre a redao anterior e as modificaes realizadas pelo TST em setembro de 2012. --------------------------------------- SUM-244 GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISRIA I - O desconhecimento do estado gravdico pelo empregador no afasta o direito ao pagamento da indenizao decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT9). II - A garantia de emprego gestante s autoriza a reintegrao se esta se der durante o perodo de estabilidade. Do contrrio, a garantia restringe-se aos salrios e demais direitos correspondentes ao perodo de estabilidade. III No h direito da empregada gestante estabilidade provisria na hiptese de admisso mediante contrato de experincia, visto que a extino da relao de emprego, em face do trmino do prazo, no constitui dispensa arbitrria ou sem justa causa.

    9 ADCT, art. 10. At que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7, I, da Constituio: (...) II - fica vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa: (...) b) da empregada gestante, desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto.

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    indeterminados. Por outro ngulo, contudo, certo dizer que a lgica dos contratos a termo perversa e contra ela se contrape todo o Direito do Trabalho, j que esse ramo jurdico especializado busca aperfeioar as condies de pactuao da fora de trabalho no mercado. Por essas razes, a legislao busca restringir ao mximo suas hipteses de pactuao e de reiterao no contexto da dinmica justrabalhista. (...) De par com isso, qualquer situao que envolva efetivas consideraes e medidas de sade pblica (e o perodo de gestao e recente parto assim se caracterizam) permite tratamento normativo diferenciado, luz de critrio jurdico valorizado pela prpria Constituio da Repblica. Note-se, ilustrativamente, a esse respeito, o art. 196 que firma ser a sade "direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos..."; ou o art. 197, que qualifica como de "relevncia pblica as aes e servios de sade...", alm de outros dispositivos, como artigos 194, 200, I, e 7, XXII, CF/88. A estabilidade provisria advinda da licena maternidade decorre da proteo constitucional s trabalhadoras em geral e, em particular, s gestantes e aos nascituros. A proteo maternidade e criana advm do respeito, fixado na ordem constitucional, dignidade da pessoa humana e prpria vida (art. 1, III, e 5, caput, da CF). E, por se tratar de direito constitucional fundamental, deve ser interpretado de forma a conferir-se, na prtica, sua efetividade. (...) Nessa linha, est realmente superada a interpretao exposta no item III da Smula 244 do TST. Inclusive o Supremo Tribunal Federal possui diversas decises - que envolvem servidoras pblicas admitidas por contrato temporrio de trabalho -, em que expe de forma clara o posicionamento de garantir gestante o direito licena-maternidade e estabilidade, independentemente do regime jurdico de trabalho. Sob esse enfoque, o STF prioriza as normas constitucionais de proteo maternidade, lanando uma diretriz para interpretao das situaes congneres. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 69-70.2011.5.12.0007, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 19/09/2012, 3 Turma, Data de Publicao: 21/09/2012)

    No tocante relao entre a garantia provisria de emprego da gestante e o aviso prvio, importante lembrar que o perodo de aviso prvio10 se integra ao tempo de servio.

    10 CTL, art. 487 - No havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato dever avisar a outra da sua resoluo com a antecedncia mnima de: (...) 1 - A falta do aviso prvio por parte do empregador d ao empregado o direito aos salrios correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integrao desse perodo no seu tempo de servio.

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    Nesta linha, a concepo ocorrida durante o perodo do aviso prvio tambm gera o direito garantia provisria de emprego, como podemos observar nos seguintes julgados recentes do TST: RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE GESTANTE. CONCEPO NO CURSO DO AVISO-PRVIO INDENIZADO. Nos termos do art. 10, II, 'b', do ADCT, para a garantia de estabilidade provisria da empregada exigido somente que ela esteja grvida e que a dispensa no tenha ocorrido por justo motivo. O atual posicionamento desta Corte no sentido de se conferir a garantia de estabilidade provisria trabalhadora a partir do momento da concepo, ocorrida no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o aviso-prvio trabalhado ou indenizado. Essa garantia no visa apenas proteo objetiva da gestante, mas, sobretudo, tutela do nascituro. Ademais, consoante preconiza a Orientao Jurisprudencial 8211 da SBDI-1 do TST, no h dvida de que o perodo relativo ao aviso-prvio integra o contrato de trabalho. (...) (RR - 205800-71.2009.5.02.0311, Relator Ministro: Augusto Csar Leite de Carvalho, 6 Turma, DEJT de 23.11.2012). AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE GESTANTE. CONCEPO NO CURSO DO AVISO PRVIO TRABALHADO. De acordo com o entendimento atual da SDI-1/TST, a concepo durante o curso do aviso prvio d direito estabilidade provisria da gestante, porquanto, alm de o contrato de trabalho ainda no ter-se expirado, h de ser observada a dico do artigo 10, II, 'b', do ADCT, o qual enftico ao determinar que fica vedada a dispensa arbitrria ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmao da gravidez at cinco meses aps o parto. (...) (AIRR-555-91.2011.5.10.0013, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8 Turma, DEJT de 5.10.2012).

    Alinha-se a estes julgados a alterao da CLT ocorrida em maio de 2013, quando foi acrescentado o art. 391-A, a saber: CLT, art. 391-A. A confirmao do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prvio trabalhado ou

    11 OJ-SDI1-82 AVISO PRVIO. BAIXA NA CTPS A data de sada a ser anotada na CTPS deve corresponder do trmino do prazo do aviso prvio, ainda que indenizado.

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    indenizado, garante empregada gestante a estabilidade provisria prevista na alnea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. --------------------------------------- SUM-228 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CLCULO A partir de 9 de maio de 2008, data da publicao da Smula Vinculante n 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade ser calculado sobre o salrio bsico, salvo critrio mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. Smula cuja eficcia est suspensa por deciso liminar do Supremo Tribunal Federal. Aqui no houve propriamente alterao textual, e sim ressalva registrando a suspenso provisria de sua eficcia pelo Supremo Tribunal Federal, para orientao dos jurisdicionados: Adendo: Smula cuja eficcia est suspensa por deciso liminar do Supremo Tribunal Federal. A citada Smula Vinculante do STF a que impede a utilizao do salrio mnimo como base de clculo de outras rubricas: SMULA VINCULANTE N 4 Salvo nos casos previstos na constituio, o salrio mnimo no pode ser usado como indexador de base de clculo de vantagem de servidor pblico ou de empregado, nem ser substitudo por deciso judicial. Ainda no houve consolidao de que base de clculo deve ser utilizada para o adicional de insalubridade, o que provavelmente ser resolvido com alterao do artigo 192 da CLT: CLT, art. 192 - O exerccio de trabalho em condies insalubres, acima dos limites de tolerncia estabelecidos pelo Ministrio do Trabalho, assegura a percepo de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salrio-mnimo da regio, segundo se classifiquem nos graus mximo, mdio e mnimo. ---------------------------------------

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    Com esta alterao da Smula 369, o TST reconhece o direito garantia provisria de emprego desde que haja cincia do empregador na vigncia do contrato de trabalho, no importando se a comunicao do registro da candidatura ou da eleio e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, 5, da CLT. Segue abaixo uma deciso que transparece este entendimento do TST:

    DIRIGENTE SINDICAL. COMUNICAO EXTEMPORNEA AO EMPREGADOR. EFEITOS. O e. TRT expressamente registrou que -(...) embora inobservado o prazo de 24 horas estabelecido no pargrafo 5 do art. 543 da CLT, no que respeita comunicao da candidatura do empregado, a reclamada tomou conhecimento de que o empregado foi eleito em 18/01/02 e tomou posse em 19/02/02 (...), tendo sido cumprido o objetivo da norma legal, essencialmente dirigida proteo do direito do empregado-. Nesse contexto, tendo a empresa tomado conhecimento da eleio, ocorrida em 18/01/2002 e da posse do reclamante, ocorrida em 19/02/2002 e dispensado-o em 11/03/2002, no se cogita de contrariedade ao item I da Smula 369/TST, porquanto inaplicvel ao caso, uma vez que ciente a empregadora da condio de dirigente sindical do autor poca da dispensa. (...) Recursos de embargos no conhecidos. (E-ED-ED-RR - 89800-51.2002.5.03.0037, Relator Ministro: Horcio Raymundo de Senna Pires, SBDI-1, Data de Publicao: DEJT 17/12/2010)

    --------------------------------------- OJ SDI1 84 AVISO PRVIO. PROPORCIONALIDADE A proporcionalidade do aviso prvio, com base no tempo de servio, depende da legislao regulamentadora, visto que o art. 7, inc. XXI, da CF/1988 no autoaplicvel. SMULA N. 441. AVISO PRVIO. PROPORCIONALIDADE. O direito ao aviso prvio proporcional ao tempo de servio somente assegurado nas rescises de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicao da Lei n 12.506, em 13 de outubro de 2011. Este verbete, que originalmente foi publicado como OJ, teve sua redao alterada e foi convertido em Smula:

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    Com a vigncia da Lei 12.506, aps mais de 20 (vinte) anos da promulgao da CF/88, finalmente pode-se aplicar a proporcionalidade deste instituto, sendo cabvel nas rescises de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicao da Lei n 12.506, em 13 de outubro de 2011, ou seja, no se admite a retroatividade desta previso legal. A forma de clculo e critrios da proporcionalidade normatizada pela Lei 12.506/11 ainda traz dificuldades. Vejamos uma questo recente: (FCC_TRT6_ANALISTA JUDICIRIO_REA ADMINISTRATIVA_2012) Em Fevereiro de 2012, Artmis e Hera, empregadas da empresa "XX", receberam aviso prvio de resciso injustificada de contrato individual de trabalho por prazo indeterminado. Considerando que Artmis possua trs anos de servio na empresa "XX" e Hera dez anos, elas tero direito ao Aviso Prvio de (A) 30 dias. (B) 45 dias. (C) 33 dias e 51 dias, respectivamente. (D) 36 dias e 57 dias, respectivamente. (E) 39 dias e 60 dias, respectivamente. O gabarito foi (D). Se Artmis possui 3 anos, o seu aviso prvio seria de 30 dias + 9 dias (pelos 3 anos) = 39 Pelo mesmo raciocnio, Hera teria aviso de 30 + 30 (pelos 10 anos) = 60 Entretanto, existe interpretao de que se contariam os 3 anos a partir do 2 ano completo de servio, e nesse caso os avisos de Artmis e Hera seriam, respectivamente, de 36 e 57.

    muito complicado a Banca ter usado uma das interpretaes da nova lei como sendo a mais certa (o gabarito foi D, e a questo no foi anulada).

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    A tendncia que a primeira das interpretaes seja predominante, e neste caso o gabarito seria (E). Nesta linha a Nota Tcnica 184/2012/CGRT/SRT/MTE12, que conclui o seguinte sobre a proporcionalidade regulamentada pela lei: 1) A Lei no poder retroagir para alcanar aviso prvio j iniciado; 2) A proporcionalidade da lei somente se aplica em benefcio do empregado (ou seja, no se aplicaria no pedido de demisso); 3) O acrscimo de 3 (trs) dias por ano de servio se computam a partir do momento em que seja superado 1 (um) ano de servio na empresa13; (...) Em maro de 2013 (ou seja, j estava em vigor a atual Nota Tcnica do MTE supracitada) a Banca CESPE aplicou a prova de Advogado da Telebrs, na qual tivemos a questo abaixo - cujo gabarito foi correta: (CESPE_TELEBRAS_ADVOGADO_2013) Considere a situao hipottica na qual um obreiro com vnculo laboral de dez meses percebeu o piso remuneratrio legal. Referido obreiro tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo legal para tal jornada, e folga aos finais de semana. Caso o contrato de trabalho durasse treze meses, o trabalhador faria jus ao aviso prvio de trinta e trs dias. --------------------------------------- OJ SDI1 173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO Em face da ausncia de previso legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a cu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7). OJ-SDI1-173 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CU ABERTO. EXPOSIO AO SOL E AO CALOR. I Ausente previso legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a cu aberto por sujeio radiao solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria N 3.214/78 do MTE). II Tem direito percepo ao adicional de insalubridade o empregado que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerncia,

    12 http://portal mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A2800001375095B4C91529/Nota%20T%C3%A9cnica%20n%C2%BA%20184 2012 CGRT.pdf 13 Com isso, o gabarito da questo seria (E). O edital do concurso foi publicado antes da alterao interpretativa veiculada pelo MTE.

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    Sobre o assunto, Srgio Pinto Martins14 explica que

    No h dvida de que o Sol pode queimar a pele de uma pessoa, dependendo da exposio aos raios solares. Depois das 10 horas e antes das 16 horas h maior concentrao de raios ultravioletas nos raios solares, implicando maiores possibilidades de danos pele da pessoa. Em razo disso, foram feitas reivindicaes de pagamento de adicional de insalubridade, principalmente por empregados que trabalhavam em canaviais no nordeste do pas.

    Neste contexto, como no h previso normativa de insalubridade causada por exposio a radiao solar, incabvel o pedido de adicional de insalubridade por este motivo. J o Anexo 3 da NR 15 trata dos limites de tolerncia para exposio ao calor. Neste anexo h maneiras de se calcular a exposio ao calor com ou sem carga solar, e por este motivo, no item I, o TST incluiu ao final a expresso por sujeio radiao solar (pois no verbete no se fala de calor, e sim radiao). Do exposto, verifica-se que as pessoas que laboram em ambiente externo com carga solar no tm sua atividade caracterizada como insalubre pela exposio radiao solar (Anexo 7 da NR 15), mas tal atividade pode ser caracterizada como insalubre pela exposio, acima dos limites de tolerncia, ao calor (Anexo 3 da NR 15). --------------------------------------- OJ SDI1 342 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAO. NO CONCESSO OU REDUO. PREVISO EM NORMA COLETIVA. INVALIDADE. EXCEO AOS CONDUTORES DE VECULOS RODOVIRIOS, EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO. I invlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando a supresso ou reduo do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, sade e segurana do trabalho, garantido por norma de ordem pblica (art. 71 da CLT e art. 7, XXII, da CF/1988), infenso negociao coletiva.

    14 MARTINS, Srgio Pinto. Comentrios s Orientaes Jurisprudenciais da SBDI 1 e 2 do TST. 3 ed. So Paulo: Atlas, 2012, p. 46.

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    II Ante a natureza do servio e em virtude das condies especiais de trabalho a que so submetidos estritamente os condutores e cobradores de veculos rodovirios, empregados em empresas de transporte pblico coletivo urbano, vlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando a reduo do intervalo intrajornada, desde que garantida a reduo da jornada para, no mnimo, sete horas dirias ou quarenta e duas semanais, no prorrogada, mantida a mesma remunerao e concedidos intervalos para descanso menores e fracionados ao final de cada viagem, no descontados da jornada. SUM-437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAO. APLICAO DO ART. 71 DA CLT. I Aps a edio da Lei n 8.923/94, a no-concesso total ou a concesso parcial do intervalo intrajornada mnimo, para repouso e alimentao a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do perodo correspondente, e no apenas daquele suprimido, com acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o valor da remunerao da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuzo do cmputo da efetiva jornada de labor para efeito de remunerao. II - invlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando a supresso ou reduo do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, sade e segurana do trabalho, garantido por norma de ordem pblica (art. 71 da CLT e art. 7, XXII, da CF/1988), infenso negociao coletiva. III Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4, da CLT, com redao introduzida pela Lei n 8.923, de 27 de julho de 1994, quando no concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mnimo intrajornada para repouso e alimentao, repercutindo, assim, no clculo de outras parcelas salariais. IV Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, devido o gozo do intervalo intrajornada mnimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o perodo para descanso e alimentao no usufrudo como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 4, da CLT. O que era OJ foi convertido em Smula intitulada como INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAO. APLICAO DO ART. 71 DA

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    do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e 4, da CLT.

    O item I da Smula 437, inicialmente, faz meno Lei 8.923/94. Esta lei acrescentou o 4 ao art. 71 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, prescrevendo sano a ser aplicada em caso de descumprimento do disposto no caput do referido artigo. Vejamos sua redao: CLT, art. 71, 4 Quando o intervalo para repouso e alimentao, previsto neste artigo15, no for concedido pelo empregador, este ficar obrigado a remunerar o perodo correspondente com um acrscimo de no mnimo cinqenta por cento sobre o valor da remunerao da hora normal de trabalho. Interpretando o dispositivo, o item I da Smula 437 estabeleceu que a no concesso total ou a concesso parcial do intervalo intrajornada mnimo, para repouso e alimentao a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do perodo correspondente, e no apenas daquele suprimido, com acrscimo de, no mnimo, 50% sobre o valor da remunerao da hora normal de trabalho. Assim, por exemplo, caso o empregado trabalhe 8 horas seguidas sem intervalo, haver a obrigatoriedade de remuner-lo com hora extra o intervalo de 1 hora no concedido (o que no afasta a conduta irregular do empregador, que mesmo pagando o adicional poder ser autuado). Nos casos em que o intervalo parcialmente concedido (por exemplo, deveria conceder 1 hora e concedeu apenas 30 minutos) o entendimento dominante de que deve ser pago como extra a totalidade do intervalo. Seguindo adiante, reproduzo novamente o item II da Smula 437 para facilitar o acompanhamento dos comentrios devidos: 15 CLT, art. 71 - Em qualquer trabalho contnuo, cuja durao exceda de 6 (seis) horas, obrigatria a concesso de um intervalo para repouso ou alimentao, o qual ser, no mnimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrrio, no poder exceder de 2 (duas) horas. 1 - No excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, ser, entretanto, obrigatrio um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a durao ultrapassar 4 (quatro) horas.

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    II - invlida clusula de acordo ou conveno coletiva de trabalho contemplando a supresso ou reduo do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, sade e segurana do trabalho, garantido por norma de ordem pblica (art. 71 da CLT e art. 7, XXII, da CF/1988), infenso negociao coletiva. Sobre este item II importante destacar que as normas que regulamentam limitao de jornada e descansos so imperativas. Neste contexto, trago o seguinte trecho da lio de Mauricio Godinho Delgado16:

    As normas jurdicas estatais que regem a estrutura e dinmica da jornada e durao do trabalho so, de maneira geral, no Direito brasileiro, normas imperativas. O carter de obrigatoriedade que tanto qualifica e distingue o Direito do Trabalho afirma-se, portanto, enfaticamente, neste campo juslaboral. Em consequncia dessa afirmao, todos os princpios e regras associados ou decorrentes de tal imperatividade incidem, soberanamente, nesta seara. Por essa razo, a renncia, pelo trabalhador, no mbito da relao de emprego, a alguma vantagem ou situao resultante de normas respeitantes jornada absolutamente invlida.

    Deste modo, no se admite que o sindicato negocie reduo de intervalos. III Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, 4, da CLT, com redao introduzida pela Lei n 8.923, de 27 de julho de 1994, quando no concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mnimo intrajornada para repouso e alimentao, repercutindo, assim, no clculo de outras parcelas salariais. Nos casos em que seja desrespeitado o intervalo mnimo exigido por lei caber o pagamento da totalidade do perodo, como vimos acima. Este item trata da natureza desta parcela, que, segundo a redao da Smula, salarial. Neste aspecto, percebam que a prpria CLT no fala de indenizar, e sim de remunerar: CLT, art. 71, 4 Quando o intervalo para repouso e alimentao, previsto neste artigo, no for concedido pelo empregador, este ficar obrigado a remunerar o

    16 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11 Ed. So Paulo: LTr, 2012, p. 879.

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    O sobreaviso se caracteriza pelo fato do empregado ficar em sua casa (e no em outro local), aguardando ser chamado para o servio. Permanece em estado de expectativa durante o seu descanso, aguardando ser chamado a qualquer momento. No tem o empregado condies de assumir outros compromissos, pois pode ser chamado de imediato, comprometendo at os seus afazeres familiares, pessoais e at o seu lazer. (...) Em razo da evoluo dos meios de comunicao, o empregado tanto pode ser chamado pelo telefone ou pelo telgrafo (como ocorria nas estradas de ferro), como tambm por BIP, pagers, lap top ligado empresa, telefone celular, etc. O artigo 244 da CLT18 foi editado exclusivamente para os ferrovirios, pois os ltimos meios de comunicao na poca ainda no existiam. O Direito do Trabalho passa, assim, a ter de enfrentar essas novas situaes para considerar se o empregado est ou no disposio do empregador, principalmente quanto liberdade de locomoo do obreiro.

    Sobre o uso, no verbete, da expresso instrumentos telemticos ou informatizados cite-se a alterao feita na CLT em 2011, a partir da qual o seu art. 6 passou a contar com o nico cuja redao segue abaixo: CLT, art. 6, pargrafo nico. Os meios telemticos e informatizados de comando, controle e superviso se equiparam, para fins de subordinao jurdica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e superviso do trabalho alheio. Voltando Smula 428, vejamos seu item II: II Considera-se em sobreaviso o empregado que, distancia e submetido a controle patronal por instrumentos telemticos ou informatizados, permanecer em regime de planto ou equivalente,

    18 CLT, art. 244. As estradas de ferro podero ter empregados extranumerrios, de sobre-aviso e de prontido, para executarem servios imprevistos ou para substituies de outros empregados que faltem escala organizada. (...) 2 Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua prpria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o servio. Cada escala de "sobre-aviso" ser, no mximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobre-aviso", para todos os efeitos, sero contadas razo de 1/3 (um tero) do salrio normal.

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    aguardando a qualquer momento o chamado para o servio durante o perodo de descanso. Assim como frisamos ao comentar o item I, no basta que o empregado utilize meio de comunicao da empresa para configurar o sobreaviso: deve haver algum tipo de restrio de locomoo, como o regime de planto. Seguem abaixo dois julgados cuja leitura ajuda a fixar este entendimento: HORAS DE SOBREAVISO. REGIME DE PLANTO. USO DE APARELHO CELULAR. Nos termos da novel Smula 428, item I, do TST- o uso de instrumentos telemticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si s, no caracteriza regime de sobreaviso-. Ocorre que, na hiptese dos autos, a condenao para pagamento das horas de sobreaviso foi fixada em razo de haver prova de que o empregado ficava de planto desde a sexta-feira de uma semana at a sexta-feira subsequente. (...) ( RR - 45400-34.2006.5.09.0072 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 26/09/2012, 3 Turma, Data de Publicao: 28/09/2012) HORAS DE SOBREAVISO. USO DE CELULAR. De acordo com o entendimento desta Corte, o simples uso de instrumentos telemticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado no caracteriza o regime de sobreaviso. Entretanto, considera-se em sobreaviso o empregado que submetido a controle patronal pelos referidos instrumentos, desde que permanea em regime de planto ou equivalente. Essa a dico da Smula n 428 do TST, alterada pelo Tribunal Pleno desta Corte em sesso do dia 14/09/2012. Na presente hiptese, h registro de que o reclamante tenha permanecido em casa, aguardando eventual chamado do empregador. De fato, consta no acrdo regional que - o autor ficava disposio da r noite e em finais de semana, em sua residncia, espera de chamados por telefone celular, para realizar a manuteno em transmissores e antenas da RBS TV (...) que, evidentemente, redundava em tolhimento de sua liberdade de locomoo. (...) (RR - 7200-44.2009.5.04.0701, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, Data de Julgamento: 26/09/2012, 7 Turma, Data de Publicao: 28/09/2012) ---------------------------------------

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    O salrio-hora o resultado da diviso entre o salrio mensal e as horas trabalhadas pelo empregado durante o ms. Para os empregados que possuem a durao do trabalho definida na CF/88 (carga semanal de 44 horas), o divisor, considerando o ms com 30 dias, ser 220 horas.

    Divisor = (mdulo semanal/dias teis na semana) x 30

    Divisor = (44/6) x 30 = 7,33h x 30 = 7h20min x 30 = 220 Se, por exemplo, o empregado ganha R$ 1.100,00, seu salrio-hora ser de R$ 5,00 (1.100/220). Voltando Smula, vemos que ela estabeleceu o divisor de 200 horas para os que trabalham 40 (quarenta) horas semanais. Seria o caso, por exemplo, dos empregados que trabalham 8 horas por dia de segunda-feira a sexta-feira e no trabalham no sbado.

    Divisor = (40/6) x 30 = 6h40min x 30 = 200 Neste caso, considerando o mesmo salrio de R$ R$ 1.100,00, o valor do salrio-hora ser R$ 5,50. Este critrio mais benfico ao empregado, porque, neste exemplo, a base de clculo da hora extraordinria ser R$ 5,50, ao invs de R$ 5,00. Para quem sente muita dificuldade com nmeros, no h motivo para desespero: no encontrei nenhuma questo anterior exigindo clculos trabalhistas. O mais importante lembrar-se da literalidade da Smula. ------------------------------------------------

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    SUM 124 BANCRIO. HORA DE SALRIO. DIVISOR Para o clculo do valor do salrio hora do bancrio mensalista, o divisor a ser adotado 180 (cento e oitenta). SUM-124 BANCRIO. SALRIO-HORA. DIVISOR. I - O divisor aplicvel para o clculo das horas extras do bancrio, se houver ajuste individual expresso ou coletivo no sentido de considerar o sbado como dia de descanso remunerado, ser: a) 150, para os empregados submetidos jornada de seis horas, prevista no caput do art. 224 da CLT; b) 200, para os empregados submetidos jornada de oito horas, nos termos do 2 do art. 224 da CLT. II Nas demais hipteses, aplicar-se- o divisor: a) 180, para os empregados submetidos jornada de seis horas prevista no caput do art. 224 da CLT; b) 220, para os empregados submetidos jornada de oito horas, nos termos do 2 do art. 224 da CLT. A redao original foi alterada e a Smula, agora, conta com 2 itens e 2 alneas em cada, contemplando diferentes jornadas de trabalho. Antes de iniciar os comentrios sobre a Smula importante ler o art. 224 e seu 2: CLT, art. 224 - A durao normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancrias e Caixa Econmica Federal ser de 6 (seis) horas contnuas nos dias teis, com exceo dos sbados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. 2 - As disposies deste artigo no se aplicam aos que exercem funes de direo, gerncia, fiscalizao, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiana, desde que o valor da gratificao no seja inferior a 1/3 (um tero) do salrio do cargo efetivo. Assim, bancrios em geral laboram 6 (seis) horas, enquanto os ocupantes de funes de confiana no ficam limitados a estas seis horas dirias. Comparando as redaes antiga e atual da Smula:

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    Segue abaixo trecho da obra de Mauricio Godinho Delgado20, que sintetiza esta diferenciao:

    No caminho aberto pelas novas indues trazidas pela Conveno 151 da Organizao Internacional do Trabalho, a Seo de Dissdios Coletivos do TST, a partir do segundo semestre de 2010, passou a conferir relevo distino entre clusulas econmicas e clusulas meramente sociais, estas sem contedo econmico, para fins de celebrao de negociao coletiva trabalhista e instaurao de processo de dissdio coletivo. Embora o texto original da OJ 05 da SDC/TST no faa semelhante diferenciao, - vedando, genericamente, tanto a negociao coletiva (ACT ou CCT) como o dissdio coletivo quanto a pessoas jurdicas de direito pblico, mesmo que contratando servidores pela CLT -, a maioria da Seo, em face do novo diploma internacional ratificado, preferiu abrir senda inovadora na jurisprudncia consolidada, relativamente s clusulas meramente sociais, sem contedo econmico.

    Para fixar o entendimento desta diferenciao entre clusulas de natureza social e clusulas econmicas trago abaixo um precedente do TST que se alinha atual redao da OJ-SDC-5: RECURSO ORDINRIO. DISSDIO COLETIVO. FUNDAO. ANLISE DAS CLUSULAS SOCIAIS. VEDAO CONSTITUCIONAL ANLISE DAS CLUSULAS DE NATUREZA ECONMICA. A jurisprudncia desta Corte no sentido de restringir a legitimidade das entidades de carter pblico para figurar no plo passivo de dissdio coletivo de natureza econmica. Isso porque as pessoas jurdicas de direito pblico integrantes da administrao indireta sujeitam-se s regras constitucionais referentes aos servidores pblicos, notadamente a exigncia de lei especfica para alterao da remunerao (art. 37, X21, CF/88), devendo ser observados, ainda, os limites dos arts. 39 e 169 da Carta Magna. Ressalte-se que tal entendimento independe de o regime adotado pela entidade para seus servidores ser celetista ou estatutrio. Entretanto, essa restrio vlida apenas para as clusulas de contedo econmico, em razo da expressa vedao constitucional, sendo possvel a anlise das clusulas sociais. Recurso ordinrio parcialmente provido.

    20 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit. p. 1401. 21 CF/88, art. 37, X - a remunerao dos servidores pblicos e o subsdio de que trata o 4 do art. 39 somente podero ser fixados ou alterados por lei especfica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices;

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    (TST-RXOF e RODC - 2008000-03.2005.5.02.0000 - Pub. DEJT - 20/08/2010 - SDC - Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado) No tocante celebrao de dissdio coletivo com clusulas econmicas, pela Administrao Pblica, o julgado abaixo corrobora a inviabilidade: RECURSO DE REVISTA. ENTIDADE DE DIREITO PBLICO. INAPLICABILIDADE DE NORMAS CONVENCIONAIS SOBRE AUMENTO DE DESPESAS COM PESSOAL. Emerge do disposto no 3 do art. 39 c/c com o art. 7, XXVI, da CF que no se reconhece, regra geral, Administrao Pblica a possibilidade de firmar conveno ou acordo coletivo de trabalho, ressalvado o debate sobre clusulas meramente sociais (no econmicas) e o novo perodo aberto pela ratificao, em 2.010, da Conveno 151 da OIT. Por imposio da Constituio Federal, compete lei, em sentido estrito, a fixao de limites do gasto com pessoal, sendo imprescindvel a sua previso em lei oramentria (art. 169) e sua iniciativa pelo Poder Executivo (art. 61, 1, II, -a-, CF). Desse modo, o ente pblico encontra-se proibido de firmar conveno coletiva sobre vantagens remuneratrias, j que no possui autonomia para dispor sobre despesas, salvo se expressamente autorizado por lei e respeitados os limites nela previstos. Recurso de revista conhecido e provido.

    (RR - 5740-76.2008.5.02.0001, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 10/11/2010, 6 Turma, Data de Publicao: 19/11/2010) --------------------------------------- SUM 277 SENTENA NORMATIVA. CONVENO OU ACORDO COLETIVOS. VIGNCIA. REPERCUSSO NOS CONTRATOS DE TRABALHO I As condies de trabalho alcanadas por fora de sentena normativa, conveno ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, no integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho. II Ressalva se da regra enunciada no item I o perodo compreendido entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei n 8.542, revogada pela Medida Provisria n 1.709, convertida na Lei n 10.192, de 14.02.2001.

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    Para esta posio intermediria, os dispositivos dos diplomas negociados vigorariam at que novo diploma negocial os revogasse. bvio que a revogao consumar-se-ia no apenas de modo expresso, podendo tambm se passar tacitamente (como acontece com qualquer norma jurdica). A revogao tcita ocorreria, por exemplo, em virtude de o novo diploma regular o conjunto da matria omitindo preceitos da velha conveno ou acordo coletivo, independentemente de haver efetiva incompatibilidade entre dispositivos novos e antigos; ocorreria tambm se despontasse incompatibilidade entre os preceitos confrontados. Tal posio tecnicamente mais correta, por se estar tratando de norma jurdica e norma provisria , regra geral, uma excepcionalidade. Doutrinariamente tambm mais sbia, por ser mais harmnica aos objetivos do Direito Coletivo do Trabalho, que so buscar a paz social, aperfeioar as condies laborativas e promover a adequao setorial justrabalhista. Ora, a provisoriedade conspira contra esses objetivos, ao passo que o critrio da aderncia por revogao instaura natural incentivo negociao coletiva.

    A ultratividade, como mencionado no verbete, conceituada por Carvalho, Magalhes e Delgado24 como

    A norma coletiva de trabalho ultra-ativa, ou reveste-se de ultra-atividade, quando continua eficaz aps o seu termo final de vigncia. Se uma categoria profissional e a representao patronal definem quais os direitos que devem ser assegurados a certos trabalhadores a partir da data inicial de vigncia de uma conveno ou acordo coletivo, o advento da data derradeira de vigncia dessa norma no lhe retirar a eficcia.

    Assim, podemos visualizar a ultratividade tanto na teoria da aderncia irrestrita quanto na teoria da aderncia limitada por revogao. Sobre isto os Ministros25 observam que

    24 CARVALHO, Augusto Csar Leite de; ARRUDA, Ktia Magalhes; DELGADO, Mauricio Godinho. A Smula N 277 e a Defesa da Constituio. Disponvel em < http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/ bitstream/handle/1939/28036/2012 sumula 277 aclc kma mgd.pdf?sequence=1> 25 Idem.

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    Mas a ultra-atividade segue ao menos dois modelos, que se distinguem pelo seu carter condicionado ou incondicionado: a ultra-atividade incondicionada d-se em alguns pases nos quais uma conquista obreira obtida mediante negociao coletiva no pode ser jamais suprimida, incorporando-se definitivamente ao patrimnio dos trabalhadores; noutros pases, a ultra-atividade da clusula resultante de negociao coletiva est condicionada inexistncia de norma coletiva posterior que a revogue, ou seja, a clusula normativa pode ser suprimida ou qui ter o seu alcance reduzido mediante norma coletiva superveniente, imunizando-se o seu contedo somente quanto incidncia das alteraes individuais do contrato de trabalho.

    No Brasil, portanto, prevalece a teoria da aderncia limitada por revogao (ultratividade condicionada). A recente alterao da Smula 277, em verdade, no se constituiu em completa inovao no modo de se considerar a vigncia de diplomas coletivos: o prprio Tribunal j sinalizava este entendimento em alguns de seus julgados, como arrematam os Ministros na concluso do artigo26:

    A jurisprudncia que emana da Seo de Dissdios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho j sinalizava um claro dissenso com a orientao predominante nos rgos fracionrios que, inspirados na antiga redao da Smula n 277, afastavam a eficcia da norma coletiva aps seu prazo de vigncia, ainda que outra norma coletiva no houvesse surgido a reger as relaes coletivas de trabalho correspondentes. A nova redao da Smula n 277 do TST no cria direitos e benefcios. Permite, ao invs, que as regras coletivas se desenvolvam sobre os pontos relevantes, ou seja, a propsito dos direitos no regidos pela norma coletiva de trabalho precedente, salvo se h a inteno de modific-los ou suprimi-los. Alm disso, atende lgica prevista no art. 7 da CF quando trata da preservao dos direitos que visem melhoria das condies sociais dos trabalhadores. Leva, enfim, ao equilbrio de foras, absolutamente essencial negociao coletiva no contexto de um estado democrtico (princpio da equivalncia entre os contratantes coletivos). A ultra-

    26 Idem.

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    --------------------------------------- SUM-378 ESTABILIDADE PROVISRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI N 8.213/1991. CONSTITUCIONALIDADE. PRESSUPOSTOS I - constitucional o artigo 118 da Lei n 8.213/1991 que assegura o direito estabilidade provisria por perodo de 12 meses aps a cessao do auxlio-doena ao empregado acidentado. II - So pressupostos para a concesso da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqente percepo do auxlio-doena acidentrio, salvo se constatada, aps a despedida, doena profissional que guarde relao de causalidade com a execuo do contrato de emprego. III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisria de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei n 8.213/1991. A redao original da Smula no foi alterada. Neste caso o que houve foi a incluso do item III no verbete. Verifica-se que houve uma interpretao mais favorvel ao empregado do art. 118 da 8.213/91 (Plano de Benefcios da Previdncia Social): Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mnimo de doze meses, a manuteno do seu contrato de trabalho na empresa, aps a cessao do auxlio-doena acidentrio, independentemente de percepo de auxlio-acidente. Com esta alterao, o TST estende a garantia provisria de emprego (estabilidade provisria) ao empregado que sofre acidente de trabalho durante o contrato de experincia. Seguem abaixo dois julgados recentes que consolidam este posicionamento do TST:

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    EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. CONTRATO DE EXPERINCIA. O artigo 118 da Lei 8.213/91 no faz distino entre contrato por prazo determinado e indeterminado, pelo que invivel a pretenso recursal de restringir o direito estabilidade provisria decorrente do acidente de trabalho apenas aos trabalhadores contratados por tempo indeterminado. Nesse contexto, reconhecido o acidente de trabalho, com percepo do benefcio previdencirio, faz jus o empregado estabilidade provisria. Precedente da excelsa Suprema Corte no sentido de extenso dos direitos sociais previstos no artigo 7 da Constituio Federal aos servidores contratados temporariamente. Recurso de embargos conhecido e no provido. (E-RR-398200-65.2008.5.09.0663, Rel. Min. Horcio Raymundo de Senna Pires, Subseo I Especializada em Dissdios Individuais, DEJT 3/8/2012) RECURSO DE EMBARGOS. (...) CONTRATO DE EXPERINCIA. ACIDENTE DE TRABALHO. ESTABILIDADE PROVISRIA. RECURSO DE REVISTA CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. Por se tratar de acidente de trabalho ocorrido na vigncia de contrato de experincia, existe garantia de estabilidade no emprego, conforme previsto no artigo 118 da Lei n 8.213/91, pois, por fora do disposto no artigo 7, XXII, da CF, que transfere ao empregador a obrigao de adotar medidas que visem sade, higie