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 do AGRO Roberto Rodrigues

Cordel Ilustrado

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FGV, AGRONEGOCIO, ANALISE BRASIL

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  • do AGRO

    Roberto Rodrigues

  • Qualquer editor pode de quando em vez ter a liberdade de se deixar tomar pela emoo. Melhor ainda quando a emoo se soma razo. E este o caso deste cordel. Uma ideia genial de um autor fora do comum. Roberto Rodrigues personagem sui generis.

    popular e reconhecido na rea do agronegcio mundial. Ocupou alguns cargos pblicos, inclusive o de ministro da Agricultura do governo Lula, exata-mente por causa disso... e no ao contrrio. Ou seja, j era importante antes de ser ministro. Roberto continua figura expoente do agronegcio mundial seis anos aps ter deixado o Ministrio. um grande orgulho para a Fundao Getulio Vargas t-lo em seus quadros.

    O GV Agro e a revista Agroanalysis homenageiam seu lder com a publicao do Cordel do Agro.

    Editorial

    Antnio Carlos Kfouri Aidar

  • No ltimo dia 19 de abril, Roberto Rodrigues profe-riu a aula magna da FEA/USP de Ribeiro Preto, que completava 20 anos.

    Ele viajou quase dez horas para chegar a Ribeiro Preto no horrio da aula, s 19h30, de modo que teve muito tempo para prepar-la a partir de uma srie de quadros que tinha em seu tablet. E, com tantas horas frente, acabou escrevendo a aula em versos, que leu na FEA depois de projetar os slides. Foi uma surpresa!

    Depois disso, juntou os slides com os versos, crian-do o que chamou de Cordel do Agro, vazado em ter-mos como ele diz bem rurcolas e agricoles, e nem podia ser diferente: trata de coisas do campo.

    O texto caiu na internet, dando origem a uma gran-de quantidade de manifestaes de gente ligada ao agro, inclusive e tambm sob a forma de estro-fes rimadas.

    A revista Agroanalysis somou-se a esta reao e decidiu publicar este cordel que, no fundo, uma forma diferente e mais suave que Roberto Rodrigues encontrou para tratar dos mesmos problemas que sempre afligiram o grande amor de sua vida: a agri-cultura brasileira.

    APRESENTAO

    Yoshiaki Nakano

  • Olhando ao redor do mundoJ no se vem lideranas

    Capazes de nos dar um rumoMelhor do que dariam crianas.

    No existem grandes chefesComo tantos tivemos antes

    Falta gente para tudoPrincipalmente comandantes.

    Ningum d bola pra ONUEm sua dura luta pela PazDe dar regras planetrias,

    Ningum mais capaz.

    Este vazio de caminhosAmeaa at a democraciaE abre espaos perigosos

    Pra regimes de exceo ou anarquia.

    Para sair deste impasseQue nos encaminha para o mal,

    preciso montar um projetoDe interesse global,

    Cordel do Agro

  • Que sirva para ricos e pobresQue agrade todas as gentes

    Europeus, Africanos, Americanos,Enfim, de todos os continentes.

    Segurana alimentar e energtica,Eis um programa vivel

    Ningum poder ser contraDesde que seja sustentvel.

    Populaes vo crescendoEm todo pas emergente

    Onde a renda per capita sobeQuase explosivamente.

    PIB MUNDIALVariao % anual

    Fonte: FMI | Elaborao: FIESP-DEAGRO

  • E como o povo da roaVai se mudando pra cidadeProduzir comida pra todos

    Ter maior dificuldade.

    A terra que existe a mesmaEnquanto quem come s aumenta

    Menos gente produzindoE mais gente se alimenta.

    A oferta no acompanhaO crescimento da demanda,

    Estoques caem, preos sobemE a inflao desanda.

    POPULAO MUNDIALBilhes de indivduos

    Fonte: ONU | Elaborao: FIESP-DEAGRO

  • POPULAO URBANA X REA AGRCOLA

    Fonte: ONU e USDA | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    ESTOQUES MUNDIAIS DE GROSEm dias de consumo

    Fonte: USDA | Elaborao: FIESP-DEAGRO

  • PREOS INTERNACIONAIS

    Fonte: FMI | Elaborao: FIESP-DEAGRO

  • O Brasil j fez a lioDo moderno agro, com sucesso

    E o mundo todo admira,No setor, nosso progresso.

    Nos ltimos vinte anosNossa rea plantada com gro

    Cresceu 6 vezes menosDe que aumentou a produo.

    Foi possvel preservarCom maior produtividade

    Mais de 50 milhes de hectares,Exemplo de sustentabilidade!

    PRODUO BRASILEIRA DE GROS

    Fonte: CONAB | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    *Previso: rea Preservada = rea adicional necessria para se produzir a safra atual dada a produtividade de 1990/91.Gros: algodo, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijo, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. NOTA: Gros - cevada, milho, algodo aveia, soja, arroz, centeio, sorgo e trigo.

  • Foi trabalho dos cientistasSomado ao dos produtores

    Produtividade mais altaNos mais diversos setores.

    Em carnes tambm crescemos:100 por cento nos bovinos

    480% em frangos,E mais de 200 em sunos.

    E o etanol renovvel,J mitiga o aquecimentoPorque s emite o CO2

    Da gasolina em 11 por cento.

    *Previso: rea Preservada = rea adicional necessria para se produzir a safra atual dada a produtividade de 1990/91.Gros: algodo, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijo, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.

    PRODUTIVIDADE MDIA DOS GROSBrasil em relao ao mundo

    Fonte: USDA | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Crescimento da Produtividadeentre 1990/91 e 2010/11 (%)

    Produtividade Mdia nasafra 2010/11 (t/ha)

    Brasil EUA Mundo Brasil EUA Mundo

    108%

    84%

    129%

    93%

    300%

    3,3

    3,0

    4,1

    3,1

    1,5

    25%

    28%

    29%

    14%

    28%

    5,3

    2,9

    9,6

    5,1

    0,9

    21%

    32%

    36%

    19%

    30%

    3,1

    2,5

    5,1

    2,8

    0,7

    NOTA: Gros - cevada, milho, algodo aveia, soja, arroz, centeio, sorgo e trigo.

  • PRODUO BRASILEIRA DE CARNESEm milhes de toneladas

    CICLO DE VIDA DO ETANOL DE CANABalano das emisses de CO2

    Fonte: Macedo, I. | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Fonte: USDA, ABIEC, CNPC, UBABEF, ABIPECS | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Frango (+468%)

    Bovina (+95%)

    Suna (+214%)

    Balano do etanol: 260 kg CO2 (-89% das emisses da gasolina)

    Cultivo e Colheita Emisso: 2.961 kg

    Processamento da CanaEmisso: 3.604 kg

    Transporte: Campo-UsinaEmisso: 50 kg

    Crescimento da CanaAbsoro: 7.650 kg

    Motor automveisEmisso: 1.520 kg

    BioeletricidadeEmisso evitada: 255 kg

    Emisses com usoda Gasolina: 2.280 kg

    Emisses Totais:8.135 kg CO2

    Emisses Evitadas:7.875 kg CO2

    Dados relativos emisso de CO2 para cada 1.000 litros de etanol produzido e consumido.

  • Nossa tecnologia de longeA mais preservacionista

    Pra ningum botar defeitoEstrangeiro ou nacionalista.

    Na nossa matriz energtica,Quase metade renovvelE isso, pro resto do mundo profundamente invejvel.

    Agroenergia diferenteDe produzir alimentos

    Terra, planta certa e solSo os principais elementos.

    SAFRA BRASILEIRA DE CANA, ETANOL E ACAR

    Fonte: Anurio Estatstico da Agroenergia 2010 (1970 a 1989) e IBGE (PAM 1990 a 2009 e LSPA 2010 e 2011) | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Nota: (*) rea adicional necessria para se produzir o volume de cana de 2011 com a mesma produtividade de 1975.

    Acar (milhes de t)

    Cana-de-Acar

    Etanol (bilhes de Iitros)

    *

  • E quem tem isso sobrandoSo os pases tropicais

    Onde o sol brilha ano todoE as plantas crescem mais.

    Energia vinda do campo Ser feita por estes pases

    Mudando a geopoltica do mundo,Hoje fincada em erradas razes.

    O agro gera um tero dos empregosEm todo territrio nacional

    E do PIB brasileiroUm quarto vem do rural.

    MATRIZ ENERGTICA (2010)O exemplo brasileiro

    Fonte: MME | Elaborao: FIESP-DEAGRONota: t.e.p. = toneladas em equivalente petrleo

    Mundo: 12.029 milhes t.e.p.

    OCDE: 6.115 milhes t.e.p.

    87%

    93%

    13%

    7%

    NoRenovvel

    No Renovvel

    Renovvel

    NoRenovvel

    Renovvel

    Renovvel

    Brasil: 267 milhes t.e.p.

    Cana17,7

    Petrleo37,7%

    Hidro14.1

  • UMA NOVA GEOPOLTICA MUNDIALMundo: consumo per capita de energia (2006)

    A IMPORTNCIA DO AGRONEGCIO PARA O BRASIL

    Fonte: BPStatistical Review of World Energy | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Fontes: CEPEA/USP, CNA, IPEA, MAPA e MDIC | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Trpico de Cncer

    Equador

    Trpico de Capricrnio

    22,3% (US$ 467 bi)

    PIB (2010)

    37%

    Empregos (2007)

    36,9% (US$ 94,6 bi)

    Exportaes (2011)

    Insumos

    10,8%

    Agro-pecuria26,5%

    Agro-indstria30,2%

    Distribuio

    32,1%

    Distribuio do PIB no Sistema Agroindustrialoutros setores

    outros setores outros setores

    0-1.51.5-3.03.0-4.54.5-6.0>6.0

    Nota: t.e.p. = toneladas em equivalente petrleo

  • E o resultado deste avanoEst no nosso saldo comercial

    O do agronegcio o dobroDo saldo brasileiro total.

    Em 2000 ns exportamosDe 20 bilhes um pouco maisE no ano passado, brilhando,Vender 95 bi o agro foi capaz.

    Exportamos para muitos pasesEm qualquer continente

    E quem compra nossos produtosEst sempre muito contente.

    DESEMPENHO DO COMRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

    Fontes: MAPA/AGROSTAT BRASIL E MDIC | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    Balana Cormercial do AgronegcioUS$ bilhes

    Saldo Comercial BrasileiroUS$ bilhes

  • Porque tudo o que exportamosTem excelente qualidade

    E ainda por cima conseguimosFazer com sustentabilidade.

    At 2020, afirma a OCDEO mundo precisar 20% mais alimento

    E para atender este nmeroO Brasil tem que ir a 40%.

    Trs fatores nos animamNeste desafio monumental

    Terra temos, gente maravilhosa,E a melhor tecnologia tropical.

    EXPORTAES BRASILEIRAS DO AGRONEGCIODestinos

    Fontes: MAPA/AGROSTAT BRASIL | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    2000 2011

  • PROJEO DA PRODUO DE ALIMENTOS AT 2020

    Fonte: OCDE | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    A OCDE projeta que o mundo dever aumentar em 20% a produo de alimentos para atender ao crescimento da demanda at 2020. O Brasil o pas que mais

    ampliar a produo, com previso de aumento de 40% no perodo.(OCDE, 06.15.2010)

    BRASIL: VANTAGENS COMPARATIVAS

    Terra disponvel RecursosHumanos

    Tecnologia

    10/15%

    10/15%

    40%

    4%26%

    26%

    17%

  • REA SOB PLANTIO DIRETO (POP)BRASIL E MUNDO

    Fonte: FEBRAPDP e CONAB | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    USO DA TERRABrasil

    Fonte: IBGE e CONAB | Elaborao: FIESP-DEAGRO

    BrasilPases - safra 2004/05

    (milhes de ha)

  • O sistema busca alternar pastagem com agricultura e floresta em uma mesma rea.Isso recupera o solo, incrementa a renda e

    gera empregos.

    A meta aumentar a utilizao do sistema em 4 milhes de hectares e evitar que entre 18 e 22 milhes de toneladas de CO2 sejam

    liberadas.

    O plantio de eucalipto e de pinus propor-ciona renda futura para o produtor e reduz o gs carbnico do ar, graas ao oxignio

    liberado pelas rvores.

    O objetivo do Programa ABC expandir em 3 milhes de hectares a rea de florestas plantadas, passando dos atuais 6 milhes

    para 10 milhes de hectares

    PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS

    INTEGRAO LAVOURA-PECURIA-FLORESTA

    Nota: ABC = Agricultura de Baixo Carbono

  • Temos 851 milhes de hectaresEm nosso imenso territrioMas usamos menos de 30,

    Pedao muito irrisrio.

    Com tudo o que j fazemosQue pra nosso campo abono,

    Queremos ir mais adiante:Agricultura de Baixo Carbono.

    Uma coisa em que avanamosFoi o Plantio Direto na Palha

    Tecnologia que reduz emissesE com o qual a semente no falha.

    A integrao lavoura-pecuria nosso programa mais novo

    Em termos de tecnologia de Colombo, um ovo.

    J temos 7 milhes de hectaresDe florestas plantadas

    Outra de nossas vantagensEm todo mundo invejadas.

  • Mas nem por issoA vitria j rgia.

    Precisamos trabalhar muitoMontando boa estratgia.

    Poltica de renda no campo um ponto fundamental

    Arrumando de vez o seguroE modernizando o crdito rural.

    Falta-nos uma Poltica ComercialQue apenas da OMC no dependa

    Acordos bilaterais relevantesAumentaro nossa venda.

    Ateno mais vigorosaEm tecnologia necessria

    Inclusive acabando com a aftosa,Nossa fraqueza sanitria.

    Segurana jurdica bsica Para a tranqilidade ideal

    Reformar as velhas leisE aplicar o Cdigo Florestal.

  • A Poltica Agrcola no coisaS do MAPA, da Agricultura, de todo o governo, todinhoQue cuida de infraestrutura.

    Sem estratgia bem feita,No atenderemos ao sonho do mundo

    De abastec-lo com folgas,Garantindo o sossego profundo.

    De toda gente do Planeta,Que nos reconhecer a vitria

    E com gratido nos darLugar honroso na histria.

    E se no fizermos isto,Se no trabalharmos bem,

    Envergonharemos nossos netos,Por termos perdido o trem.

  • A LIO DE CASA

    1. Uma Estratgia Nacional

    Poltica de rendaPoltica comercialPoltica tecnolgicaCusto Brasil- Infraestrutura e Logstica- Juros, Tributos, Cmbio- BurocraciaDefesa Agropecuria

    2. Segurana Jurdica

    3. Comunicao