CorredoresEcologicos

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    OsOsOsOsOsCorredoresCorredoresCorredoresCorredoresCorredoresEcolgicosEcolgicosEcolgicosEcolgicosEcolgicosdasdasdasdasdasFlorestasFlorestasFlorestasFlorestasFlorestasTropicaisTropicaisTropicaisTropicaisTropicaisdododododo BrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

    JOSJOSJOSJOSJOS MRCIOMRCIOMRCIOMRCIOMRCIO AYRESAYRESAYRESAYRESAYRES

    GUSTAVOGUSTAVOGUSTAVOGUSTAVOGUSTAVO A .A .A .A .A . B.B.B.B.B. DADADADADA FONSECAFONSECAFONSECAFONSECAFONSECA

    ANTHONYANTHONYANTHONYANTHONYANTHONY B.B.B.B.B. RYLANDSRYLANDSRYLANDSRYLANDSRYLANDSHELDERHELDERHELDERHELDERHELDER L.L.L.L.L. QUEIROZQUEIROZQUEIROZQUEIROZQUEIROZ

    LUIZLUIZLUIZLUIZLUIZ PAULOPAULOPAULOPAULOPAULO PINTOPINTOPINTOPINTOPINTO

    DONALDDONALDDONALDDONALDDONALD MASTERSONMASTERSONMASTERSONMASTERSONMASTERSON

    ROBERTOROBERTOROBERTOROBERTOROBERTO B.B.B.B.B. CAVALCANTICAVALCANTICAVALCANTICAVALCANTICAVALCANTI

    SC MSC MSC MSC MSC M

    OsOsOsOsOsCorredoresCorredoresCorredoresCorredoresCorredoresEcolgicosEcolgicosEcolgicosEcolgicosEcolgicosdasdasdasdasdasFlorestasFlorestasFlorestasFlorestasFlorestasTropicaisTropicaisTropicaisTropicaisTropicaisdododododo BrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

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    Os Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores Ecolgicosdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicais

    do Brasildo Brasildo Brasildo Brasildo Brasil

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    Capa: floresta de igap na Estao Ecolgica de Anavilhanas - AM.

    Apoio:

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    SOCIEDADE CIVIL MAMIRAU SCM

    Os Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores EcolgicosOs Corredores Ecolgicosdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicaisdas Florestas Tropicais

    do Brasildo Brasildo Brasildo Brasildo Brasil

    JOS MRCIO AYRES

    GUSTAVO A. B. DA FONSECA

    ANTHONY B. RYLANDS

    HELDER L. QUEIROZ

    LUIZ PAULO PINTODONALD MASTERSON

    ROBERTO B. CAVALCANTI

    fotografias

    LUIZ CLAUDIO MARIGO

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    Copyright 2005, by Sociedade Civil Mamirau

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzidaou utilizada por qualquer meio, sem prvia autorizao por escrito dos autores.

    Impresso no Brasil /Printed in Brazil

    Produo:Marigo Comunicao Visual Ltda.

    Diagramao:Ceclia Banhara Marigo

    Capa:Ceclia Banhara Marigo

    Fotografias:Luiz Claudio Marigo

    Reviso:

    Damio Nascimento

    Colaborao ou ajuda na elaboraodeste Projeto (1996/1997):

    Aline Da Rin Paranhos de AzevedoAna Rita Pereira AlvesAndr HirschCarolina DinizE. Charlotte LandauHeloisa Helena de OliveiraJos Renato da Costa Corra

    IbamaEquipe das unidades de conservao dos corredoresOrganizaes Governamentais Estaduais de Meio Ambiente

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    C846Os corredores ecolgicos das florestas tropicais do Brasil / Jos Mrcio Ayres... [etal] ; fotografias Luiz Claudio Marigo. Belm, PA : Sociedade Civil Mamirau, 2005256p. : il., mapas ;

    Anexos

    Inclui bibliografiaISBN 85-85924-12-8

    1. Florestas tropicais. 2. Florestas tropicais - Conservao. 3. Diversidade biol-gica. 4. Mata Atlntica. 5. Floresta Amaznica. 6. Poltica florestal.I. Ayres, Jos Mrcio, 1954-2003. II. Marigo, Luiz Claudio, 1950-. III. SociedadeCivil Mamirau.

    05-1994. CDD 634.9CDU 630*6

    23.06.05 29.06.05 010700

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    SUMRIO

    Apresentao 7Mrcio Ayres, in memoriam 9Folha de rosto da verso original 11Sumrio Executivo 13Executive Summary 15

    CAPTULOS

    1 O contexto 172 Problema 203 Estratgia proposta para seu solucionamento 224 Descrio do projeto 49

    4.1 Objetivos globais 625 Objetivos do projeto para a Amaznia 64

    5.1 Descrio qualitativa 645.2 Indicadores 695.3 Riscos 71

    6 Componentes, ou resultados almejados para a Amaznia 856.1 Descrio qualitativa 856.2 Indicadores 986.3 Riscos 1016.4 Atividades de cada componente 103

    7 Responsabilidades na Amaznia 108

    7.1 Organizaes 1087.2 Funes 110

    8 Objetivos do projeto para a Mata Atlntica 1118.1 Descrio qualitativa 1118.2 Indicadores 1168.3 Riscos 117

    9 Componentes, ou resultados almejados para a Mata Atlntica 1189.1 Descrio qualitativa 118

    9.2 Indicadores 1309.3 Riscos 1319.4 Atividades de cada componente 135

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    10 Responsabilidades na Mata Atlntica 14510.1 Organizaes 14510.2 Funes 146

    11 Sumrio geral de custos 149

    12 Financiamento 151

    ANEXOS

    A.1 Marco lgico do projeto 152A.2 Descrio dos estudos estratgicos nos corredores (Amaznia

    e Mata Atlntica) 165A.3 Descrio das atividades prioritrias e que devero ser executadas no

    primeiro ano do projeto (Amaznia e Mata Atlntica) com cronograma 193

    A.4 A seleo dos corredores e seus critrios biolgicos 194A.5 Anlise de representatividade do Corredor da Amaznia Central 196A.6 Anlise de representatividade do Corredor Central da Mata Atlntica 209A.7 Unidades de conservao e terras indgenas que se encontram

    nos corredores ecolgicos 217A.8 Lista dos documentos produzidos na elaborao deste projeto

    e correspondncias relevantes recebidas 229A.9 Primeiros produtos do banco de dados das unidades

    de conservao do Brasil 231

    CAPTULOS ADICIONAIS

    1 A criao da Reserva Aman: um importante estgio para a consolidaodo embrio do Corredor da Amaznia Central 246

    2 Planejando paisagens sustentveis o Corredor Central da Mata Atlntica 2503 O Corredor dos Ectonos Sul-Amaznicos 254

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    Este trabalho representa a verso original do projeto Corredores Ecolgicos dasFlorestas Tropicais do Brasil, apresentado no primeiro semestre de 1997 por solicitaodo Ministrio do Meio Ambiente (MMA) e do Programa Piloto para a Conservao dasFlorestas Tropicais do Brasil, tambm conhecido como PP-G7. O resultado aqui apresen-tado foi fruto de oito meses de trabalho de um grupo de consultores, alm de um grande

    nmero de colaboradores de vrias instituies do Pase do exterior. Dois grandes even-tos de consulta a especialistas, gestores ambientais e tcnicos foram realizados, envol-vendo centenas de pessoas. Especificamente, o projeto buscou elaborar as diretrizesbsicas do componente Parques e Reservas do Programa PP-G7/MMA.

    Aps a entrega deste primeiro produto, o mesmo foi objeto de pelo menos duasdezenas de verses subseqentes elaboradas por outros grupos. Apesar disto, a partetcnica da verso original sobreviveu s inmeras modificaes.

    A principal motivao para publicar este material em forma de livro tornar disponvelao pblico, inclusive aos diversos atores institucionais que atualmente participam da

    implementao do Projeto dos Corredores Ecolgicos, um documento-base que pode, decerta maneira, ser usado como um testemunho dos objetivos originais propostos peloselaboradores do projeto, particularmente no que tange s metas de conservao, a longoprazo, da biodiversidade das florestas tropicais do Pas. Acreditamos que este livro sejatambm um instrumento til para todos aqueles engajados na construo desta estratgianos vrios setores do governo e da sociedade civil.

    Aps a elaborao deste primeiro projeto de implantao de corredores ecolgicos noBrasil, surgiram pelo menos 29 outras propostas para a criao de corredores biolgicosno nosso pas, alguns nas fronteiras com pases vizinhos. Algumas delas encontram-se

    no momento em andamento com participao de organizaes no governamentais, r-gos estaduais de meio ambiente e o governo federal, em alguns casos incluindo o setorprivado.

    Anterior a esta proposta dos corredores ecolgicos do Brasil que apresentamos nestelivro, j havia, desde o incio dos anos 90, a proposta da criao do Paseo Pantera,liderada pelo bilogo norte-americano Archie Carr III, da Wildlife Conservation Society.Esta proposta foi inicialmente apoiada pela USAID. A proposta tinha como objetivo acriao de um corredor biolgico na Amrica Central, atravs de um esforo poltico entreos pases da regio para restabelecer a conectividade das florestas centro-americanas

    localizadas em reas protegidas. Transformou-se depois no projeto do Corredor Meso-Americano, com diversos apoiadores, e cuja implantao continua em andamento at osdias de hoje.

    APRESENTAO

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    Embora o projeto brasileiro use tambm o nome corredores, trata-se de uma estrat-gia bastante diferente da iniciativa centro-americana, e que no possui similar em qual-quer outro lugar do planeta. Aqui tratamos de um conjunto de corredores, estrategica-mente desenhados com base na distribuio conhecida de alguns importantes grupos deorganismos. Por esse motivo, o seu conjunto tem um valor diferente, pois consegue

    compor uma estratgia clara para a conservao da biodiversidade das florestas tropicaisdo Brasil (Amaznia e Mata Atlntica).

    Alm da estratgia da conservao da biodiversidade contida no projeto, importantenotar a introduo da idia de necessidade de grandes espaos de conservao no mbi-to das polticas pblicas em meio ambiente. O projeto tambm inovou por propor a manu-teno ou formao de conectividade entre reas protegidas por meio de um grandenmero de estratgias (muitas delas hoje contidas no Sistema Nacional de reas Protegi-das SNUC). Esta conectividade fundamental para que possamos assegurar o mnimode perdas de espcies, a manuteno dos processos ecolgicos e evolutivos. Inicialmen-

    te, o projeto contemplaria apenas a Floresta Amaznica, mas durante o processo deelaborao foi possvel incorporar um componente Mata Atlntica, funcionando assimcomo uma estratgia integral de conservao da totalidade das florestas tropicais doBrasil.

    Neste documento apresentamos alguns acrscimos proposta original, que so deresponsabilidade dos autores e elaboradores da proposta inicial. H um captulo adicio-nal mostrando os avanos obtidos no Corredor da Amaznia Central aps a criao daReserva de Desenvolvimento Sustentvel Aman, assim como um pequeno captulo des-crevendo os avanos obtidos na construo do Corredor Central da Mata Atlntica,

    tambm conhecido como Corredor do Descobrimento. Apresenta-se ainda uma pequenamodificao do desenho do Corredor dos Ectonos da Amaznia, que conta com a con-cordncia destes autores.

    JOS MRCIO AYRES, GUSTAVO A. B. DA FONSECA,ANTHONY B. RYLANDS, HELDER L. QUEIROZ,

    LUIZ PAULO PINTO, DONALD MASTERSONROBERTO B. CAVALCANTI

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    Quando o conheci nos anos 70, Mrcio Ayres contou que estava estudando oshbitos de um macaco muito peculiar, chamado UACARI (Cacajao calvus). um primatade porte mdio e de cara rosada, semi-pelada, contrastando com a aparncia mais peluda,digamos assim, de outros primatas existentes na Amrica Neotropical. Mrcio sugeriu SEMA (Secretaria Especial do Meio Ambiente) a conservao da rea, para proteo do

    uacari e do seu ambiente natural. Propunha a criao, em MAMIRAU, de uma EstaoEcolgica. A sua sugesto foi imediatamente aceita, pois se enquadrava muito bem nosprojetos da SEMA. Era sempre uma satisfao conversar com ele. Amaznico, suasconversas sobre a Natureza da sua regio natal prendiam a ateno e eram fontesprofundas de saber ecolgico.

    Ao receber a triste notcia da morte de Mrcio Ayres, o meu pensamento voltou a 30anos atrs, quando tivemos aquelas primeiras conversas, acima referidas. Naquela ocasio,eu era o Secretrio Estadual do Meio Ambiente. Procurava, com os magros recursos aomeu dispor, criar uma rede de Estaes Ecolgicas atravs da Federao Brasileira.

    Tratava-se de implantar um novo tipo de unidade do conservao, que pudesse seengajar na luta pela conservao da flora e da fauna. Chegamos a ter, diga-se de passagem,cerca de 120 bolsas (federais) de mestrado e doutorado, atravs da CAPES e do CNPq,com colaborao tambm da FINEP. A rede de Estaes Ecolgicas comeou a se espalhardesde perto da fronteira da Venezuela, ao norte, at a proximidade da fronteira sul, com oUruguai. Chegamos a implantar 23 dessas Estaes e havia algumas mais em projeto,num total efetivo de aproximadamente 3.200.000 hectares. Isso significa proteger trsLbanos. Um Lbano tem a dimenso de 1.000.000 de hectares. Uso o Lbano como unidadede tamanho.

    Por motivos diversos, a idia caminhou aos poucos, pois havia algumas providnciasa tomar, geralmente demoradas. Procurei pessoalmente o Iteram Instituto de Terras doEstado do Amazonas. Fui recebido ali com muita boa vontade. Tambm ali esteve o meucompetente colaborador Joo Baptista Mons, que soube obter muitas terras para asnossa unidades de conservao, resolvendo problemas fundirios difceis.

    As coisas estavam caminhando nesse sentido, quando deixei a chefia da SecretariaEspecial do Meio Ambiente, aps 12 anos e meio de permanncia no cargo. Como todossabem, a continuidade administrativa no o ponto forte da administrao pblicabrasileira. Infelizmente. Os meus sucessores na SEMA, embora amigos e cordiais, pouco

    se interessaram pelas Estaes Ecolgicas. Apesar disso, essas unidades existem athoje, agora no Ibama. Contudo, de um modo geral, com honrosas excees, falta oentusiasmo com que eram operadas nos anos 70 e 80.

    MARCIO AYRES,IN MEMORIAM

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    Talvez diante desse quadro, ou porque Mamirau constitui mesmo um caso diferente,pelas suas caractersticas muito especiais, Mrcio Ayres, com a cooperao do Governodo Estado do Amazonas e do Ministrio da Cincia e Tecnologia, seguiu por um caminhonovo. Em Mamirau, vivem dezenas de populaes humanas, que sobrevivem graas utilizao de vrios produtos naturais. o caso da pesca e da extrao de algumas

    madeiras, quando as guas submergem o solo da regio. A subida das guas permite anavegao dentro da floresta e a retirada das toras. Tudo isso pode ser feito de maneirasustentada, permitindo a sobrevivncia de milhares de pessoas. A criao da Reserva deDesenvolvimento Sustentvel Mamirau foi possvel graas a uma notvel engenhariaecolgica e organizacional dirigida por Mrcio Ayres, com apoio de um dedicado grupode colaboradores. Isso permitiu garantir melhores perspectivas de vida para os habitantesda regio e assegurar, ao mesmo tempo, a conservao da Natureza em Mamirau e navizinha Aman. Ambas constituem um conjunto de destaque no mundo, pelas suasdimenses materiais e tambm pelo que representam no campo dos direitos humanos e

    no setor de proteo biodiversidade. Trata-se de um notvel trip: moral, ambientalistae cvico.

    O modelo de corredores ecolgicos entre parques nacionais e ou as demais unidadesde conservao no Brasil, foi uma inspirao de Mrcio Ayres desde o final da dcadados setenta. Com a nominao de cintures verdes no pensar de Mrcio, estes dariamcontinuidade entre unidades menores de provncias biogeogrficas delimitadas porgrandes rios, de forma a proteger a diversidade gentica e ecolgica da biota nativa.

    Quando eu pertencia ao International Advisory Group (IAG) do PP-G7, programa deajuda com recursos dos pases do G7 (hoje G8), me propuz a fazer um projeto para criar

    um colar de novas unidades de conservao, ao longo e ao sul do rio Amazonas, antesque a fronteira agrcola chegasse ali com todo seu impacto. Durante o desenvolvimentodessa idia, por sugesto de Mrcio Ayres e Gustavo Fonseca, com o apoio do Ibama edo Banco Mundial, foi elaborado um megaprojeto objetivando a criao, no apenas deum corredor, mas de toda uma srie de grandes corredores ecolgicos. Seriam implantados,no somente na Amaznia, mas tambm na Mata Atlntica (Bahia/Esprito Santo e naSerra do Mar) e no Brasil Centro-Oeste. Essa idia recebeu amplo apoio. Tive ocasio decolaborar tambm nessa iniciativa, em vrios seminrios que debateram o assunto.Contudo, o nico corredor que tomou forma mais concreta foi o que parte de uma rea ao

    norte de Manaus e chega a oeste, fronteira do Brasil com a Colmbia e com o Peru.Mamirau e Aman, bem como outras unidades de conservao j existentes, faro partedesse corredor. Na Mata Atlntica, o Corredor Central j objeto de investimentosconsiderveis por parte do PP-G7. Mrcio Ayres e Gustavo Fonseca fizeram um grandeesforo para concretizar essa iniciativa, que agora faz parte deste livro.

    Foi, a meu ver, o derradeiro e grande sonho de Mrcio Ayres, projeto que aindaespera recursos para ser concretizado. A meu ver, a sade abalada de Mrcio o impediude dar ao Brasil uma ltima contribuio decisiva, para tornar esse sonho uma realidade.A idia, porm, est bem viva e dever ser implantada.

    PAULO NOGUEIRA NETO

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    Folha de rosto da verso original

    PP/G7 - PROGRAMA PILOTO PARA A PROTEO

    DAS FLORESTAS TROPICAIS BRASILEIRAS

    PROJETO PARQUES E RESERVAS

    OS CORREDORES ECOLGICOS DASFLORESTAS TROPICAIS DO BRASIL

    ABORDAGENS INOVADORAS PARA CONSERVAODA BIODIVERSIDADE DO BRASIL

    Elaborado por

    Jos Mrcio Ayres1, Gustavo A. B. da Fonseca2, Anthony B. Rylands2,

    Helder L. Queiroz3

    , Luiz Paulo Pinto2

    , Donald Masterson3

    e Roberto B. Cavalcanti4

    Representantes tcnicos do MMA e do IBAMA

    Joo Baptista Mons e Tarcisio P. Pereira

    Coordenao da proposta

    SOCIEDADE CIVIL MAMIRAU

    1 CNPq (MCT)/Sociedade Civil Mamirau & Wildilife Conservation Society2

    Universidade Federal de Minas Gerais & Conservation International - BR3 CNPq (MCT)/Sociedade Civil Mamirau4 Universidade de Braslia & Conservation International - BR

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    VERSO 3.0

    MMA/IBAMABANCO MUNDIAL

    Ministro do Meio Ambiente, Recursos Hdricos e da Amaznia Legal

    Gustavo Krause Gonalves Sobrinho

    Secretrio da Amaznia Legal Coordenador Geral do PP/G7

    Jos Seixas Loureno Lus Carlos Joels

    Presidente do IBAMA

    Eduardo de Souza Martins

    Diretor de Ecossistemas do IBAMARicardo Jos Soavinski

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    O Brasil, com quase 1/3 das florestas tropicais remanescentes no mundo (Mata Atln-tica e Amaznia), reconhecidamente um dos mais importantes repositrios da diversida-de biolgica mundial. Infelizmente, estas reas tm sido rapidamente convertidas paraoutros usos. Nmeros oficiais indicam que o desmatamento j afetou cerca de 11% daAmaznia e 92% da Mata Atlntica. O impacto total sobre estes ecossistemas , prova-velmente, ainda maior do que estes nmeros indicam, dado o efeito cumulativo do desma-deiramento seletivo, da poluio, da pesca e da caa, todos largamente distribudos em

    ambas as regies.As estratgias tradicionais para conservao da biodiversidade tm-se enfatizado na

    criao de reas protegidas intactas, livres das intervenes humanas. Enquanto estasreas possuem um enorme potencial de conservao, a conservao de biodiversidade alongo prazo requer o desenvolvimento de uma abordagem que inclua o manejo de zonas-tampo e de corredores biolgicos. Este projeto prope a adio ao paradigma das ilhasbiolgicas, o paradigma dos corredores biolgicos, conectando reas protegidas den-tro dos biomas regionais. Isto ser realizado desenvolvendo-se modelos inovadores demanejo que incorporem as comunidades tradicionais e outros atores relevantes. Durante

    a primeira fase do projeto, as atividades estaro mais direcionadas ao Corredor da Amaz-nia Central e ao Corredor Central da Mata Atlntica. Atividades iniciais de planejamentoe implementao sero realizadas em um corredor adicional na Mata Atlntica e em quatrooutros corredores na Amaznia. O manejo efetivo destes sete corredores poder conser-var pelo menos 75% da biodiversidade presente nas florestas tropicais brasileiras.

    Inicialmente, parceiros institucionais (pblicos e privados) nos nveis estadual e fede-ral foram envolvidos no desenho do Projeto dos Corredores de Florestas Tropicais atra-vs de uma srie de entrevistas de campo e de workshops realizados em ambas as regies.As comunidades locais sero envolvidas na identificao e no desenho de projetos de

    manejo de zonas-tampo piloto, e na participao no processo de manejo de reas prote-gidas. Tpicos que sero abordados incluem a participao dos atores relevantes, asnecessidades de monitorao e fiscalizao, desenho e implementao de programa depesquisa aplicada, zoneamento e planejamento do uso sustentado dos recursos, capaci-tao institucional, desenvolvimento progressivo de estruturas colaborativas de gestoe sustentabilidade a longo prazo.

    Ser adotada na implementao do projeto uma abordagem descentralizada e de basesamplas, promovendo a participao ativa dos atores e o recrutamento de uma variedadede agncias governamentais, unidades de pesquisa e ONGs como parceiros. A seleo

    de ONGs ser baseada na capacidade tcnica comprovada e na experincia na rea Odesenho das atividades do projeto ir incluir agncias a nvel estadual e municipal, bus-cando aumentar sua efetividade na conservao da biodiversidade. O gerenciamento do

    SUMRIO EXECUTIVO

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    projeto, sugere-se, ser de responsabilidade dos coordenadores dos corredores e seurespectivo conselho deliberativo. Em cada corredor, coordenadores do projeto iro apoiaras organizaes executoras e supervisionar a implementao de projetos piloto. A coor-denao dos esforos das diversas organizaes envolvidas ser atingida atravs dosComits de Deliberativos dos Corredores, que apreciaro os progressos do projeto e

    formularo sugestes de novas opes para aumentar a viabilidade do projeto. A coorde-nao dos corredores ser apoiada por equipe tcnica.

    medida que os projetos-piloto forem sendo desenvolvidos, Conselhos Locais seroformados para promover um amplo entendimento e apoio s atividades do projeto, parafornecer idias adicionais sobre a conservao local e as prioridades no manejo de recur-sos, e para sugerir opes adicionais para os objetivos de desenvolvimento integrado econservao. De acordo com a natureza inovadora das propostas para o manejo da biodi-versidade regional e para a participao de amplas bases sociais, o projeto promoveroportunidades para o intercmbio de tcnicos e atores entre os parceiros institucionais,

    grupos comunitrios locais, e outros grupos interessados. As lies obtidas durante estaprimeira fase sero integradas numa segunda fase a ser proposta para o desenvolvimentocontinuado e implementao dos corredores adicionais em ambos os biomas.

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    Brazil, with nearly 1/3 of the worlds remaining tropical rainforests (Atlantic Forest

    and Amazon) is now recognized as one of the most important repositories of biological

    diversity in the world. Unfortunately, these areas are being rapidly converted to other

    uses. Official figures indicate that deforestation has affected about 12% of the Amazon

    and 92% of the Atlantic Forest. The total impact on these ecosystems is probably even

    greater than these figures indicate, given the cumulative effect of selective logging,

    pollution, fishing, and hunting, all widespread throughout both regions.

    Traditional strategies for biodiversity conservation have focused on the creation of

    pristine protected areas, devoid human interventions. While these areas have an enor-

    mous conservation potential, long-term biodiversity conservation requires the devel-

    opment of buffer zone and biological corridor management approaches.

    The project proposes adding to biological islands paradigm the building of bio-

    logical corridors connecting protected areas within regional biomes. This will be

    done developing innovative management models that incorporate traditional commu-

    nities and other important stakeholders. During the first phase of the project, activities

    will focus the Central Amazon Corridor and the Central Atlantic Forest Corridor.

    Initial planning activities will be carried out for an additional corridor in the AtlanticForest and four more corridors in the Amazon. Effective management of all seven corri-

    dors should conserve at least 75% of the biodiversity present in Brazils rainforests.

    Initially, institutional partners (public and private) at the state and federal levels

    were involved in the design of the Rainforest Corridor Project through a series of field

    interviews and workshops held in both regions. Local communities will become in-

    volved in the identification and design of pilot buffer zone management projects and

    participation in protected areas management. Issues which will be addressed include

    stakeholder participation, enforcement and monitoring requirements, design and im-

    plementation of applied research programs, zoning and resource management plans,institutional capacity building, progressive development of collaborative management

    structures, and long-term sustainability.

    A broadbased, decentralized approach to project implementation will be adopted,

    promoting active stakeholder participation and recruitment of a variety of government

    agencies, research units and NGOs as project partners. Selection of NGOs will be

    based on proven technical capacity and experience in the area. Design of project ac-

    tivities will include state and municipal level agencies, seeking to increase their effec-

    tiveness in biodiversity conservation. It is suggested that project management and co-

    ordination will be the responsibility of the corridors coordinators and the respectivecorridor management committee. In each corridor, project coordinators will support

    executing organizations and oversee implementation of pilot projects. Coordination of

    EXECUTIVE SUMMARY

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    efforts by diverse organizations will be achieved through Corridor Management Com-

    mittees to appraise project progress and to suggest new options for improving project

    viability. Project coordinators will be supported by technical staff.

    As pilot projects are developed, Local Councils will be formed to promote broader

    understanding and support for project activities, provide additional inputs concerning

    local conservation and resource management priorities, and to suggest additional

    options for integrating development and conservation objectives. In line with the inno-

    vative nature of the proposals for regional biodiversity management and broadbased

    participation, the project will promote opportunities for technical and popular ex-

    changes between institutional partners, local community groups and other interested

    groups. The lessons obtained during this star-up phase will be integrated into a phase

    II proposal for continued development and implementation of additional corridors in

    both biomes.

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    As florestas tropicais so agora reconhecidas como o mais importante repositrio dediversidade biolgica no mundo. Enquanto as regies neotropicais ocupam apenas 16%da superfcie do planeta, 57% de todas as florestas tropicais so nelas encontradas.Estima-se que 37% dos rpteis, 47% dos anfbios, 27% dos mamferos, 43% dos pssarose 34% das plantas existentes ocorrem no Neotrpico. O Brasil detm cerca de 1/3 de todoo remanescente de florestas tropicais no mundo, distribudo primariamente na Amaznia

    e, secundariamente, na regio costeira atlntica. Sessenta e dois por cento da Amazniaencontram-se em territrio brasileiro.As florestas tropicais brasileiras tm sido rapidamente convertidas para outros usos

    em taxas alarmantes, na maior parte dos casos com danos ambientais irreversveis e perdade uma diversidade biolgica nica. Estimativas oficiais indicam que, nas ltimas dca-das, a Amaznia brasileira perdeu cerca de 12% de sua cobertura florestal, devido aprojetos de desenvolvimento no-planejados e associados expanso da fronteira agr-cola. Informaes atualizadas revelam um aumento significativo da taxa de desmatamen-to, que, durante o perodo entre 1992-1994, alcanaram 0,4% ao ano. Existe uma razo para

    acreditar, contudo, que o impacto sobre os ecossistemas nativos na Amaznia tem sidomuito maior que o estimado por tcnicas de sensoriamento remoto (que detectam apenasdesmatamentos), pois so ineficazes no monitoramento de atividades relacionadas aocorte seletivo de madeira, caa comercial e de subsistncia, pesca e poluio (principal-mente aquela causada pelo mercrio), espalhadas por toda a regio.

    A Mata Atlntica tambm abriga altssimos nveis de diversidade de espcies e ende-mismos. Existem 73 mamferos, 160 pssaros e 128 anfbios* restritos a este bioma. Adiversidade botnica pode atingir cerca de 20 mil espcies. A dinmica que leva destrui-o da Mata Atlntica muito mais antiga que a da Amaznia, comeando com a coloni-

    zao do Brasil, e tem crescido dramaticamente com a industrializao do sudeste do Pas.Hoje, restam menos de 8% da cobertura florestal original, na forma de um arquiplago deremanescentes florestais composto, na maioria das vezes, por fragmentos isolados.

    O uso humano no-planejado de recursos naturais dos ecossistemas de floresta tropi-cal um desafio maior que deve ser considerado na formulao da poltica ambiental noBrasil. A tradio de expanso da fronteira agrcola, atravs de grandes e abruptas ocupa-es de terra, tem encorajado usos ineficientes e a explorao no-sustentvel dos recur-sos florestais, resultando em grandes reas de sistemas secundrios no-produtivos naAmaznia e na Mata Atlntica. Em contraposio a este processo, uma extensa rede de

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    O CONTEXTO

    *N.A.: Hoje estes nmeros atualizados so de 90 mamferos, 188 aves e 340 anfbios.

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    reas protegidas tem sido estabelecida no Brasil, em ambos os biomas, esforo essedirecionado minimizao da perda da diversidade biolgica.

    No obstante, a dependncia humana sobre os ecossistemas nativos ou convertidos,bem como sobre seus recursos, tende a continuar o seu crescimento. O contexto socio-econmico brasileiro requer agora a aceitao da presena continuada de comunidadesamaznicas tradicionais (ribeirinhos, seringueiros, grupos indgenas) em reas florestais,e a aceitao de seu papel potencial em proteger ecossistemas naturais. Alm do mais, atem estratgias voltadas ao estabelecimento e manuteno de reas protegidas, tais comoparques e reservas, a experincia tem mostrado que a participao de atores locais vitalpara o sucesso de iniciativas de conservao. Qualquer medida de conservao, paraser efetiva, deve ser socialmente aceita. Alm disto, praticamente impossvel prevenirmovimentos da populao humana e a colonizao da Amaznia, devido vasta rede derios existentes e abertura de novas estradas, o que ocorre a todo momento na regio.

    Na Mata Atlntica, florestas extremamente fragmentadas esto distribudas em umapaisagem dominada por centros urbanos, reas agrcolas e industriais, todas com altadensidade populacional humana. A remoo forada de residentes das reas protegidastorna-se cada vez mais difcil, devido aos dilemas ticos envolvidos e escassez defundos governamentais disponveis para prover a adequada compensao e realocaopopulacional.

    Tradicionalmente, estratgias orientadas em direo conservao da biodiversidadetm enfatizado a necessidade de se criar reas protegidas, desprovidas de interfernciashumanas, em um esforo para preservar amostras de ambientes virgens. Este modelo foi

    adotado pelo Brasil, comeando com a criao do primeiro parque nacional na dcada de1930, e com o estabelecimento de vrias unidades de conservao desde ento, com umpico notvel durante a dcada de 1980. At alguns anos atrs, muitas destas unidades deconservao encontravam-se somente decretadas. Contudo, com a recente intervenodo PNMA em 30 unidades de conservao federais do Brasil, muitas daquelas unidadesforam contempladas com alguma infra-estrutura, planos de ao (ou algum outro tipo dedocumento gestor) e treinamento do pessoal local do Ibama.

    De igual importncia o fato de que as estratgias de preservao at ento aplicadas,sob o esforo combinado de tcnicos nacionais, agncias de financiamento internacio-

    nais e cooperao tcnica do PNMA, apresentaram um passo frente em direo sabordagens integradas de conservao e uma boa experincia em rotinas administrativasno manejo de reas protegidas.

    O atual Sistema Nacional de Unidades de Conservao, descrito em inmeros outrosdocumentos, j do amplo conhecimento de todos os que, de alguma forma, esto envol-vidos na questo da conservao da biodiversidade das florestas tropicais brasileiras.Atualmente, novo projeto-de-lei encontra-se em tramitao no Congresso Nacional*. Aolongo de um grande perodo de discusses, o projeto j sofreu inmeras transformaes.Como principal caracterstica, a atual verso do SNUC em discusso traz um grande

    * O SNUC foi finalmente sancionado em julho de 2000, e a sua regulamentao ocorreu em agostode 2002.

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    nmero de novas categorias para as unidades de conservao brasileiras. Se, por umlado, esta situao introduz novos componentes a um sistema j no muito claro, com-posto exatamente por inmeras categorias (com diferentes caractersticas, s vezes con-flitantes ou ambguas), por outro lado estas novas categorias tentam abranger a imensadiversidade de biomas e ecossistemas, contextos poltico-sociais e situaes conjuntu-rais observadas no extenso territrio brasileiro. Mais relevante o fato de que a presenahumana em unidades de conservao tem sido considerada e recorrentemente debatidanas verses mais recentes do SNUC.

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    Embora a maioria dos parques e reservas brasileiros esteja contribuindo para a preser-vao de uma parte significativa da diversidade biolgica, e exercendo um papel vital parao futuro dos recursos naturais na Amaznia e na Mata Atlntica, o conhecimento cient-fico acumulado atravs dos anos no campo da biologia da conservao tem indicado queso necessrias reas protegidas bastante extensas, de forma a se manter os processosecolgicos e evolutivos viveis a longo prazo. Como se apresentam hoje, os parques ereservas existentes no so suficientes para o objetivo de preservar a diversidade biol-gica brasileira. Outras reas, sob graus variveis de utilizao humana, incluindo zonas-tampo e reas sob esquemas de manejo de baixo impacto, devem tambm tornar-se umaparte integrante desta equao. Por conseguinte, o sistema das unidades de conservaotem que ser gerenciado e monitorado sistematicamente, de modo a atingir efetivamente osobjetivos de preservao da diversidade biolgica a longo prazo.

    Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos parques e reservas do Brasil o seucrescente isolamento de outras reas naturais, protegidas ou no. Por este motivo, ecomo a conservao da biodiversidade requer no somente a preservao em nvel de

    espcies mas tambm a diversidade gentica contida em diferentes populaes, essen-cial proteger mltiplas populaes de uma mesma espcie (metapopulaes). Alm disso, importante lembrar que populaes isoladas so mais vulnerveis a eventos demogr-ficos e ambientais aleatrios, tornando-as mais susceptveis extino local, regional oumesmo extino completa.

    Alm da representatividade ecolgica, o planejamento em conservao deve deixar deconsiderar reas nicas e passar a avaliar a possibilidade de construo de estruturas derede, levando em conta a dinmica da paisagem e o inter-relacionamento necessrioentre as reas protegidas existentes e a serem criadas. A aplicao de modelos biogeogr-

    ficos desenvolvidos ao longo das ltimas trs dcadas deixa clara a necessidade dapreservao de extensas reas, de modo a tornar todo o sistema ecologicamente vivel,ou a incrementar a sua viabilidade atual.

    A rede de reas protegidas no Brasil evoluiu, nos ltimos 60 anos, atravs de umasucesso de polticas com distintos objetivos em pocas variadas, mas primariamenteligadas conservao de hbitats nicos ou paisagens cnicas naturais. Estas polticasforam crescentemente contrapostas pela presso humana em certas regies e em certostipos de ambiente, resultando, como tentativa de resposta, no estabelecimento de nume-rosas reas protegidas de modo oportunstico.

    At na Amaznia, onde existe o potencial para um bem planejado sistema de reservas,devido extenso de suas reas selvagens remanescentes, a criao de novas reservastem sido largamente ditada pela oportunidade, e feita preferencialmente em locais ina-

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    O PROBLEMA

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    cessveis e pouco conhecidos. Esta estratgia, embora bem-intencionada, em muito cola-bora para a manuteno do isolamento das unidades de conservao do bioma.

    A necessidade de proteger a biodiversidade de uma maneira sistemtica e representa-tiva no encontra respaldo na atual rede de unidades de conservao, em parte devido sua histria e em parte por conseqncia da falta de informaes fundamentais sobre asnecessidades de espcies, populaes e comunidades biolgicas. Estes dados so muitonecessrios para a avaliao da adequao da rede atual e para a recomendao de reasprotegidas adicionais.

    So necessrias mais informaes bsicas para desenvolver esquemas de uso susten-tvel de recursos. Identificao de recursos-chave, conhecimento de escalas e esquemasde produo, e de parmetros populacionais que determinam reproduo, recrutamento emortalidade (natural ou no) das espcies economicamente importantes, so informaesvitais para o processo de planejamento e implementao das reas protegidas. Alm domais, a definio de nveis mximos tolerveis de produo, e a avaliao de seu impactoambiental devem ser estabelecidos como prtica comum disseminada em todos os mbi-tos, j que, atualmente, na prtica, constituem exceo, e no regra.

    O atual sistema pblico de unidades de conservao, que inclui aquelas unidades sobjurisdio federal e estadual, totaliza 362 reas na Amaznia brasileira e na Mata Atlnti-ca, abrangendo cerca de 50 milhes de hectares. Apesar da significncia do sistemaexistente, a maior parte das reas carece de proteo apropriada, uma situao fundiriasegura e planos de manejo adequados, alm de pessoal local treinado e infra-estruturaoperacional apropriada. Atualmente, no mbito deste projeto, um significativo esforo

    tem sido desenvolvido no sentido de cadastrar o maior nmero possvel de unidades deconservao existentes (veja entre os Anexos), incluindo-se tambm aquelas de domnioprivado e as sob responsabilidade dos municpios. Este esforo estende-se agora paraoutros biomas alm dos dois objetos deste projeto.

    Na Amaznia, a maior parte das unidades de conservao no foi adequadamenteimplantada, demandando estrutura fsica e pessoal capacitado. Os parques e reservasamaznicos enfrentam desafios como desmatamentos para variados fins, desmadeira-mento seletivo, pesca, caa, agricultura em pequena escala, minerao de ouro e de ou-tros minerais, invaso de terras e, mais importante, problemas de titulao de terras.

    Aquelas que no enfrentam tais ameaas, esto localizadas em reas remotas, inacess-veis at para a agncia governamental responsvel pela manuteno da rea. A quantida-de de guardas pertencentes s agncias governamentais de apenas 1 (um) para cada15.000 km2 de matas a serem protegidas.

    Modelos at o momento utilizados tm-se revelado inadequados para a preservaoda maior parte da floresta tropical amaznica. Poder-se-ia aumentar a quantidade de guar-das em muitas ordens de magnitude, mas ainda permaneceria a real incapacidade deoferecer proteo adequada s unidades de conservao j existentes. As reas margean-do os parques e reservas so impactadas por atividades tais como caa comercial e de

    subsistncia, desmatamento e agricultura. Disputas de terra so tambm comuns, e namaior parte dos casos, difceis de resolver com as abordagens tradicionais. Vrios so oscasos de sobreposio entre unidades de conservao e terras indgenas, gerando um

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    bvio conflito entre as polticas de gesto dos respectivos rgos governamentais en-volvidos.

    Na Mata Atlntica, a fragmentao e o manejo inadequado das unidades existentesconstituem os problemas mais prementes que necessitam ser enfrentados com determina-o, e a curto prazo. Para tornar as aes propostas numa estratgia vivel para a Mata

    Atlntica, deve-se primeiro identificar as ameaas que os parques e reservas existentesenfrentam. Estas so diversificadas, dependendo da regio, e incluem titulao de terra,caa, incndios florestais, turismo sem controle, invaso de grileiros, extrao de palmitoe outros produtos de valor comercial, e vrias outras aes ameaadoras. As populaesque vivem na vizinhana das unidades de conservao existentes so invariavelmenteopostas ao seu status de rea protegida, e geralmente no compreendem a importncia dese conservar os hbitats naturais prximos. Esta , talvez, a questo mais urgente a serequacionada neste bioma. Em segundo lugar, h a necessidade de aumentar o grau deconectividade entre as unidades de conservao j existentes.

    Muitos destes problemas tm sido enfrentados por iniciativas anteriores direcionadas preservao de unidades de conservao, com variados graus de sucesso em nvelpontual. Contudo, praticamente nenhuma providncia foi tomada para assegurar a sus-tentabilidade das intervenes, e os projetos individuais invariavelmente entraram emcolapso ao fim do perodo de investimento financeiro.

    Uma estratgia a ser seguida o incentivo criao de reas protegidas privadas(Reservas Particulares do Patrimnio Natural RPPNs) ou as novas categorias no novoSNUC capazes de conservar os fragmentos florestais remanescentes. Complementar-mente, h a necessidade de integrar este projeto com outras iniciativas em andamento que

    visam, por conseguinte, o incremento do grau de conectividade entre parques e reservashoje isolados. Estes e outros exemplos de estratgias para soluo dos problemas expos-tos so tratados nos tpicos que se seguem.

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    Este projeto pretende a mudana do paradigma das ilhas biolgicas para aquele quereconhece os corredores ecolgicos, abrangendo grandes extenses de reas ecologi-camente relevantes na Amaznia e na Mata Atlntica, onde aes conservacionistassero integradas, especialmente no contexto de suas unidades de conservao. Serfortalecido assim, ao mesmo tempo, todo o sistema de reas protegidas do pas. Esteprojeto pretende que tal mudana paradigmtica se d atravs de modelos de gerencia-mento inovadores. Estes novos modelos levam em considerao as necessidades e aspi-

    raes da populao humana local e dos mltiplos atores envolvidos local, regional ounacionalmente, reconhecendo-os como elementos-chave para os objetivos de conserva-o da biodiversidade, obtendo desse modo apoio para a sustentabilidade a longo prazodestes parques e reservas brasileiros.

    Uma rota mais adequada para proteo ambiental, dadas as limitaes descritas ante-riormente, considerar a coexistncia de assentamentos humanos na rea de influnciade unidades de conservao submetidas a vrios regimes de proteo e de uso sustent-vel de recursos naturais. Sob este ponto de vista, reas protegidas so encaradas tambmcomo elementos essenciais de uma estratgia mais ampla de desenvolvimento humanoregional. Este procedimento considera e incorpora, dentro dos custos de proteo, as

    necessidades das comunidades locais, facilitando os investimentos nesta atividade, erelacionando-os aos benefcios sociais e econmicos resultantes do uso sustentvel dosrecursos naturais do local.

    Os corredores ecolgicos considerados neste projeto foram conceituados comoas grandes extenses de ecossistemas florestais biologicamente prioritrios naAmaznia e na Mata Atlntica, delimitados em grande parte por conjuntos de

    unidades de conservao (existentes ou propostas) e pelas comunidades ecolgi-cas que contm. O manejo integrado dos corredores ecolgicos visa facilitar ofluxo de indivduos e genes entre populaes e subpopulaes, aumentando aprobabilidade de sua sobrevivncia a longo prazo e assegurando a manuteno deprocessos ecolgicos e evolutivos em larga escala. O conceito de corredoresecolgicos permite ainda o incremento do grau de conectividade entre as reasnaturais remanescentes, sob diferentes categorias de proteo e manejo, atravsde estratgias de fortalecimento e expanso do nmero de unidades de conserva-o, incluindo-se aqui as RPPNs, alm da recuperao de ambientes degradados,

    quando considerado compatvel.

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    A ESTRATGIA PROPOSTA PARA SEU SOLUCIONAMENTO

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    Neste projeto, proposto um novo conceito para a consolidao de um sistema deunidades de conservao vivel, representado por extensos corredores ecolgicos pro-tegendo a biodiversidade em florestas neotropicais da Amaznia e da Mata Atlntica doBrasil. Esta abordagem considera, de uma forma integrada, critrios fundamentais queesto ausentes (ou pouco representados) nos projetos que levaram ao estabelecimento

    da atual rede de reas protegidas brasileiras:

    a) Importncia biolgica, representando o montante de diversidade biolgica a serconservada no sistema de unidades de conservao.

    b) Uso sustentvel de recursos e participao de atores, atendendo s necessidadesda gerao atual, sem comprometer as necessidades das geraes futuras, e criando umamentalidade pblica neste sentido.

    c) Representatividade, relacionado ao montante das diferentes regies biolgicasatualmente representadas no sistema brasileiro de reas protegidas.

    d) Grau de conectividade, indicativo das reais possibilidades de manuteno dosprocessos ecolgicos e evolutivos, permitindo fluxos gnicos em diferentes graus.

    Este projeto procura integrar no conceito de corredores ecolgicos, o sistema degerenciamento independente de reservas a nvel federal, estadual, municipal e privado,estruturando um procedimento de gerenciamento comum para investimentos no aperfei-oamento e melhoria da rede de reas protegidas na Amaznia e na Mata Atlntica.Complementarmente estratgia de conservao da biodiversidade, este projeto serimportante no aprimoramento dos esforos para se construir uma mentalidade local favo-rvel e positiva, e desenvolver a rede de parceiros privados em conservao da biodiver-

    sidade, tanto na Amaznia quanto na Mata Atlntica.Quando estas idias estavam sendo amadurecidas pela equipe de autores deste pro-

    jeto, por volta do incio do segundo semestre de 1996, chegou a nosso conhecimento queas conhecidas experincias de Paseo Pantera estavam sendo aproveitadas para a criaode um Corredor Biolgico Meso-Americano, envolvendo sete pases da Amrica Central.No momento, trs deles j elaboraram seus respectivos projetos nacionais, e outros doisesto em vias de conclui-los. Baseado em conceitos derivados tambm das Reservas daBiosfera, o corredor da Amrica Central pretende resultar da integrao de sete distintosprojetos nacionais.

    Recentemente, esforos esto sendo dirigidos ao planejamento de um corredor bina-cional (Corredor Ecolgico de Guapor) entre o Brasil e a Bolvia (nos estados de Rond-nia e Mato Grosso, e nas provncias de Beni e Santa Cruz), nas bacias dos rios Guapor eMamor. Aparentemente, num mesmo momento, os conceitos de proteo numa escalaeco-regional objetivando o (re) estabelecimento de contato entre metapopulaes dereas protegidas est se substanciando sob o nome de corredores em diferentes con-textos e pases.

    Atravs de um elaborado processo de identificao de corredores de floresta tropicalpotencialmente viveis em ambas as regies-alvo, pautado em critrios biolgicos, ecol-

    gicos, evolutivos e de ameaa, este projeto localizou sete destes corredores, sendo cincona Amaznia e dois na Mata Atlntica. Estima-se que, se gerenciados de maneira eficaz,estes corredores possam, coletivamente, proteger um mnimo de 75% das espcies de

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    animais e plantas das florestas tropicais no Brasil, oferecendo uma contribuio sin-gular para a conservao da diversidade biolgica. Nesta proposta, os corredores biol-gicos so parte de uma estratgia para a conservao da biodiversidade das florestasbrasileiras.

    PRINCPIOS GERAIS PARA A SELEO DOS CORREDORES

    Os corredores ecolgicos foram selecionados usando-se uma combinao de crit-rios, levando-se em conta o objetivo prioritrio de consolidar o sistema de unidades deconservao e torn-lo eficaz na proteo de uma parcela preponderante da biodiversida-de da Amaznia e da Mata Atlntica. Desta forma, a anlise compreendeu duas etapasdistintas.

    Numa primeira etapa foram utilizados os mapas disponveis sobre a distribuio doselementos que se pretende conservar por meio da presente iniciativa. Assim, esta primeira

    abordagem espacial foi baseada em critrios eminentemente biolgicos. Foram utilizadoscomo fonte especialmente os materiais produzidos a partir do Workshop Manaus 90, oWorkshop Miami 94, e workshops regionais na Mata Atlntica. Todas estas reuniesdedicaram-se a identificar locais de relevncia biolgica e prioridade para conservao(veja detalhes mais adiante). Os critrios utilizados estiveram, portanto, de acordo com osconhecimentos cientficos compilados e disponveis at o momento. Tais critrios foram:

    a)Riqueza de espcies, incluindo nmero absoluto, bem como percentagem totaldesta dentro da riqueza da biota regional conservada no corredor.

    b)Diversidade de comunidades e ecossistemas, incluindo nmero de comunidades

    distintas e percentagem das comunidades tpicas da regio.c)Grau de conectividade, ou integralidade das ligaes existentes entre comunidades

    terrestres e aquticas ao longo do corredor em potencial.d) Integridade, ou tamanho mnimo dos blocos de paisagem natural, para definir a

    capacidade de suporte de populaes de espcies raras e ameaadas.

    Adicionalmente, para a Mata Atlntica, foi acrescentado o critrio riqueza de espciesendmicas, tendo em vista a altssima proporo de endemismos deste bioma com relao sua extenso remanescente, decorrente do seu, atualmente, alto grau de fragmentao.

    Numa segunda etapa foram mapeadas as unidades de conservao na Amaznia eMata Atlntica, este mapa foi sobreposto s informaes geradas pela primeira etapa, eforam identificados os possveis corredores, que atenderiam primeiramente funo deinterligar e consolidar as unidades de conservao. Ainda nesta segunda etapa, foramselecionados os corredores que apresentavam maior viabilidade institucional para con-solidao, por intermdio da criao de novas unidades pblicas, por associao comreas preservadas de grupos indgenas (vistas primordialmente como pores que apre-sentam bom estado de conservao, embora sob outra forma de destinao e gesto dosolo), ou por potencial para criao de unidades privadas, como as Reservas Particularesdo Patrimnio Natural (RPPNs).

    Como resultado deste processo, chegou-se a cinco corredores da Amaznia e a doisda Mata Atlntica.

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    PRINCPIOS PARA A SELEO DE CORREDORES AMAZNICOS

    importante reconhecer a extrema complexidade da biogeografia da Amaznia. Acomposio das espcies das comunidades biolgicas varia amplamente ao longo daregio. A histria dos perodos Tercirio e Quaternrio da bacia fluvial, as variaes

    regionais nos tipos de solo, sistemas aquticos, clima, e o singular papel dos rios comobarreiras disperso de espcies animais e vegetais resultou em numerosos tipos devegetao, num alto grau de endemismo localizado, e na formao de comunidades distin-tas que variam entre as bacias e as margens de cada grande rio da regio.

    Esta complexidade biogeogrfica tem desafiado o planejamento em conservao naregio amaznica, e na ltima dcada estimulou vrios workshops planejados especifica-mente para determinar critrios para seleo de reas prioritrias para investimentos emconservao. Alguns abrangentes estudos serviram como base para a seleo de reasdeste projeto na Amaznia. O primeiro desses foi o Workshop 90 reas Prioritrias para

    Conservao na Amaznia, organizado pelo INPA e outras organizaes, realizado emManaus, em janeiro de 1990. Esse workshop, com 10 dias de durao, reuniu mais de 100cientistas e conservacionistas que mapearam 94 reas prioritrias na regio, com base nadistribuio de tipologias vegetacionais, endemismos, abundncia de espcies e grausde ameaa daqueles grupos de organismos mais conhecidos.

    Um outro workshop foi organizado em Miami, com a participao de pesquisadores eplanejadores de vrios pases latino-americanos, em 1994. Os objetivos especficos desteworkshop foram o desenvolvimento de critrios para priorizao de investimentos, naqual amplas reas continentais foram mapeadas e posicionadas de acordo com o seuvalor biolgico, seu grau de ameaa, e o cenrio social e institucional respectivo, queindicaria o grau de sucesso e de retorno das aes conservacionistas.

    Os cinco corredores amaznicos, bem como os dois da Mata Atlntica, esto descri-tos no mapa ao lado. Neste, os corredores esto identificados sobrepostos s reas deprioridade para conservao definidas no workshop de Miami, em 1994.

    Descrio das reas prioritrias definidas para o Brasil peloworkshop de Miami

    Nvel I - Altssima prioridade em escala regional. Extraordinria diversidade biolgica emescala continental, ou regio repositria de altos nveis de endemismo de espcies, em

    qualquer caso sob alto grau de ameaa potencial ou real, ou ainda reas de extraordinriadiversidade biolgica e nveis de endemismo que se encontrem relativamente estveis aolongo de vastas extenses de paisagem.Nvel II - Alta prioridade em escala regional. Alta diversidade biolgica em escala conti-nental, ou regio repositria de nveis considerveis de endemismos, sob alto grau de ameaapotencial ou real, ou ainda reas de alta diversidade e endemismo que se encontrem intactasou relativamente estveis ao longo de vastas extenses de paisagem.Nvel III - Prioridade moderada em escala regional. reas biologicamente representa-tivas em escala continental, independentemente de seu grau de ameaa potencial ou real.Nvel IV - Importante em escala nacional. reas biologicamente relevantes em escala

    nacional, que no se encontrem sob alto grau de ameaa e representadas ao longo de vastasextenses de paisagem.

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    Baseados nos documentos desses dois workshops citados, cinco corredores amaz-nicos foram identificados:

    1)Corredor da Amaznia Central. Inclui seis reas prioritrias em duas eco-regiesprincipais. Identificado como intacto, globalmente relevante em importncia biolgica e

    de alta prioridade na escala regional usada no workshop de Miami.2) Corredor Norte da Amaznia. Compreende o norte da Amaznia, fronteira com aColmbia e a Venezuela, inclui seis reas de prioridade em trs eco-regies amaznicasprincipais. Foi identificado como relativamente intacto, globalmente relevante por suadistino biolgica e como sendo de alta prioridade em uma escala regional.

    3) Corredor Oeste da Amaznia. Com seis reas prioritrias em quatro eco-regiesamaznicas principais, este corredor foi identificado como relativamente estvel, global-mente relevante e da mais alta prioridade numa escala regional.

    4) Corredor Sul da Amaznia. Inclui oito reas prioritrias em trs eco-regies amaz-

    nicas principais e foi identificado como vulnervel, importante localmente, e de moderadaprioridade na escala regional no workshop de Miami em 1994.5) Corredor dos Ectonos Sul-Amaznicos. Localizado na regio da Amaznia mais

    ameaada atualmente, devido ao avano de empreendimentos agrcolas e pecurios aonorte do Mato Grosso e ao sul do Par, e a interligao entre o sul do Amazonas e ocerrado do Brasil Central, este corredor identificado como vulnervel a relativamenteestvel, regionalmente relevante em importncia biolgica e de prioridade alta a moderadaem uma escala regional, e inclui seis reas prioritrias em trs eco-regies amaznicasprincipais.

    Veja mapas a seguir.Devido ao seu nvel de ameaa, devido ao sistema de unidades de conservao neles

    existentes, e sua significncia biolgica, o Corredor da AmazniaCentral e o CorredorOeste da Amaznia foram selecionados como de maior prioridade para ao imediatadentro do escopo deste projeto, mas recursos devem tambm ser utilizados nos corredo-res restantes em um futuro prximo. O Corredor dos Ectonos Sul-Amaznicos e o Cor-redor Sul da Amaznia so significativos em termos de estabelecimento de reas prote-gidas adicionais. O Corredor Norte da Amaznia altamente significativo em termosbiolgicos e geomorfolgicos.

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    CorredorNorte

    UnidadesdeConservao

    TerrasIndgenas

    F.N.I

    ana-Aiari

    F.N.

    Cuiari

    F.N.Uruu

    F.N.

    Cubat

    F.N.P

    ari-

    CachoeiraII

    T.I.

    Alto

    RioN

    egro

    T.I.

    MdioRioNe

    groI

    F.N.

    Taraua

    cI

    T.I.

    AltoRioNegro

    F.N.

    Piraiauara

    F.N.d

    eRoraima

    F.N.

    TaracuII

    T.I.

    MdioRioNegroII

    P.N.

    doPico

    daNeblina

    T.I.

    Yanomami

    T.I.

    Yanomami

    F.N.

    Ama

    zonas

    T.I.

    SoMarcos

    T.I.

    RaposaSerradoSol

    E.E.

    deMarac

    T.I.

    Ara

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    PRINCPIOS PARA A SELEO DOS CORREDORES DA MATA ATLNTICA

    O conceito de Corredores Ecolgicos da Mata Atlntica baseia-se tambm na experi-ncia da Reserva da Biosfera da regio, estabelecida como um esforo coletivo de Secre-tarias Estaduais de Meio Ambiente, organizaes no-governamentais e da comunidade

    acadmica, com o intento de fornecer um certo nvel de continuidade entre as unidades deconservao e estimular mtodos mais sustentveis de uso da terra no entorno das reasprotegidas.

    Os critrios utilizados para selecionar os Corredores da Mata Atlntica foram primari-amente baseados nos resultados de dois workshops (1993 e 1996), cujo objetivo foi aidentificao de reas prioritrias para conservao da biodiversidade. Os critrios para aseleo das reas prioritrias nesses dois workshops incluram parmetros como ende-mismo, abundncia de espcies e grau de ameaa, mas o aspecto mais importante foi aidentificao das grandes extenses de terras com cobertura florestal remanescente, e

    possuidoras de populaes naturais suficientemente grandes para garantir sua viabilida-de ecolgica.

    Baseados principalmente nestes estudos, e em outros dados atualmente disponveis,dois corredores prioritrios foram selecionados na Mata Atlntica. Estima-se que estesdois corredores possuem pelo menos 2/3 da biodiversidade original deste bioma:

    1) Corredor Central da Mata Atlntica, que inclui 11 das reas de mais alta prioridadee geograficamente mais extensas na regio. Possui o ndice mais alto de diversidade deplantas vasculares no mundo e abriga um grande nmero de animais endmicos. tam-bm a rea onde existe a maior quantidade de remanescentes da Mata Atlntica no nor-deste, ainda com potencial para o estabelecimento de unidades de conservao adicio-nais. Estas podero fornecer elementos de ligao entre vrios dos fragmentos isolados.Nesse corredor existem aes complementares planejadas pelo Probio na rea de influn-cia da Reserva Biolgica de Sooretama e Reserva Natural da Vale do Rio Doce (ES), assimcomo outras aes desenvolvidas por diversas organizaes na regio da Reserva Biol-gica de Una, BA.

    2)Corredor Sul da Mata Atlntica, ou Corredor da Serra do Mar, o qual possui nosomente reas protegidas importantes e de considervel tamanho, mas representa tam-bm a maior extenso contnua de Mata Atlntica nos estados do Rio de Janeiro, SoPaulo e norte do Paran. As matas nesse corredor constituem, ecologicamente, a regiomais vivel ao sul da Mata Atlntica, ajudando a conservar a maioria das espcies end-micas e ameaadas da regio.

    Veja mapas a seguir.

    Devido ao nvel extremamente alto de ameaa que enfrenta o Corredor Central daMata Atlntica, associado ao fato singular de hospedar imensos recursos biolgicos, proposta uma primeira atuao nessa rea, fornecendo tambm algum nvel de planeja-mento para o estabelecimento do Corredor da Serra do Marem uma segunda fase de

    interveno do Programa Piloto.

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    Limites dos Corredores da Mata Atlntica

    Unidades de Conservao de Proteo Integral

    Unidades de Conservao de Uso Sustentado

    Limites estaduaisExtenso original do bioma da Mata Atlntica

    1. P.E. Paulo Csar Vinha2. P.E. Mata das Flores3. P.E. Cachoeira da Fumaa4. P.E. Forno Grande5. R.E.E. Jacarenema6. P.E. Ilha das Flores7. P.E. Pedra Azul8. P.E. Fonte Grande9. R.B.E. Duas Bocas10. P.N. Capara11. REBIO Augusto Ruschi12. REBIO Comboios13. P.N. Pontes Capixabas14. REBIO Sooretama15. P.E. Itanas16. REBIO Crrego do Veado17. REBIO Crrego Grande18. P.N. Descobrimento19. P.N. Monte Pascoal20. P.N. Pau Brasil21. REBIO Una22. P.E. Serra do Conduru23. E.E.E. Nova Esperana24. A.P.A.E. Lagoa do Guanandy25. FLONA Pacotuba26. A.P.A.E. Setiba27. A.P.A.E. Praia Mole

    28. A.P.A.E. Mestre lvaro29. A.P.A.E. Pico do Goiapaba Au30. FLONA Goytacazes31. A.P.A.E. Conceio da Barra32. FLONA Rio Preto33. A.P.A.E. Ponta da Baleia34. RESEX Marinha de Corumbau35. A.P.A.E. Carava/Trancoso36. A.P.A.E. Coroa Vermelha37. A.P.A.E. Santo Antnio38. A.P.A.E. Lagoa Encantada39. A.P.A.E. Costa de Itacar/

    Serra Grande40. A.P.A.E. Ilhas de Tinhar e Biopeba41. A.P.A.E. Guaibim42. E.E. Guaraqueaba43. E.E.E. Guaraguau44. E.E.E. Ilha do Mel45. P.N. Saint Hilaire Langue46. P.N. Superagi

    47. P.E. Ilha do Cardoso48. E.E.E. Chaas49. P.E. Pariquera Abaixo50. P.E. Jacupiranga51. E.E. Tupiniquins52. P.E. Intervales53. E.E.E. Juria/Itatins54. P.E. Serra do Mar55. P.E. Turstico do Alto Ribeira56. E.E.E. Xitu57. E.E. Tupinambs58. P.E. Xixov/Japu/Itaipu

    59. P.E. Carlos Botelho60. P.E. Ilhabela61. R.B.E. Serra de Paranapiacaba62. P.E. Jurupar63. P.E. Ilha Anchieta64. R.F.E. Morro Grande65. E.E.E. Itapeti66. P.E. Albert Lofgren67. P.E. Jaragu

    68. R.E.E. Joatinga69 P.E. Marinho do Aventureiro70. P.E. Cantareira71. R.B.E. Praia do Sul72. E.E. Tamoios73. P.E. Juquery74. R.E.E. Massambaba75. P.N. Tijuca76. R.E.E. Jacarepi77. R.B.E. Guaratiba78. P.E. Chacrinha79. P.E. Serra da Tiririca80. R.F.E. Graja81. P.E. Pedra Branca82. E.E.E. Bananal83. REBIO Poo das Antas84. P.N. Serra da Bocaina85. REBIO Unio86. R.E.E. Paraso87. REBIO Tingu88. P.N. Serra dos rgos89. P.E. Campos do Jordo90. R.B.E.Araras91. P.E. Trs Picos92. P.N. Restinga de Jurubatiba93. P.N. Itatiaia94. P.E. Desengano95. F.E. Palmito96. A.P.A.E. Guaratuba97. A.P.A. Canania/Iguape/Perube98. A.P.A. Guaraqueaba99. A.P.A.E. Ilha Comprida100. A.P.A.E. Serra do Mar101. A.R.I.E. Ilha do Ameixal102. A.R.I.E. Ilha Queimada Grande

    e Queimada Pequena103. A.P.A.E. Haras de So Bernardo104. A.P.A. Cairuu105. A.P.A.E. Vrzea do Rio Tiet

    106. A.P.A.E. Massambaba

    107. RESEX Arraial do Cabo108. A.R.I.E. Ilhas Cagarras109. A.P.A.E. Cabreva110. A.P.A.E. Maric111. A.P.A.E. Cajamar112. A.P.A.E. Mangaratiba113. A.P.A.E. Jundia114. A.P.A.E. Gericin Mendanha115. FLONA Mrio Xavier116. A.P.A. Guapi Mirim117. A.P.A.E. S apuca Mirim118. A.P.A.E. Ferno Dias119. FLONA Lorena120. A.P.A. Bacia do

    Rio So Joo/Mico Leo Dourado121. A.P.A.E. Floresta do Jacaranda122. A.P.A.E. Campos do Jordo123. A.R.I.E. Floresta da Cicuta124. A.P.A.E. Silveiras125. A.P.A. Serra da Mantiqueira126. A.P.A.E. Frade127. A.P.A. Petrpolis128. FLONA Passa Quatro

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    EspritoSanto

    Bahia

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    Unidades de Conservao de Uso Sustentado

    Terras IndgenasLimites estaduais

    Extenso original do bioma da Mata Atlntica

    Limites do Corredor Central da Mata Atlntica

    Unidades de Conservao de Proteo Integral

    1. P.E. Paulo Csar Vinha2. P.E. Mata das Flores3. P.E. Cachoeira da Fumaa4. P.E. Forno Grande5. R.E.E. Jacarenema6. P.E. Ilha das Flores7. P.E. Pedra Azul8. P.E. Fonte Grande9. R.B.E. Duas Bocas10. P.N. Capara11. REBIO Augusto Ruschi12. REBIO Comboios13. P.N. Pontes Capixabas14. REBIO Sooretama15. P.E. Itanas

    16. REBIO Crrego do Veado17. REBIO Crrego Grande18. P.N. Descobrimento19. P.N. Monte Pascoal20. P.N. Pau Brasil21. REBIO Una22. P.E. Serra do Conduru23. E.E.E. Nova Esperana24. A.P.A.E. Lagoa do Guanandy25. FLONA Pacotuba26. A.P.A.E. Setiba

    27. A.P.A.E. Praia Mole28. A.P.A.E. Mestre lvaro29. A.P.A.E. Pico do Goiapaba Au

    30. FLONA Goytacazes31. A.P.A.E. Conceio da Barra32. FLONA Rio Preto33. A.P.A.E. Ponta da Baleia34. RESEX Marinha de Corumbau35. A.P.A.E. Carava/Trancoso36. A.P.A.E. Coroa Vermelha37. A.P.A.E. Santo Antnio38. A.P.A.E. Lagoa Encantada39. A.P.A.E. Costa de Itacar/Serra Grande40. A.P.A.E. Ilhas de Tinhar e Biopeba41. A.P.A.E. Guaibim42. T.I. Caieiras Velha43. T.I. Comboios44. T.I. Pau Brasil45. T.I. Comboios46. T.I. guas Belas47. T.I. Corumbauzinho48. T.I. Barra Velha49. T.I. Imbiriba50. T.I. Aldeia Velha51. T.I. Coroa Vermelha52. T.I. Mata Medonha53. T.I. Caramuru/Paraguassu54. T.I. Fazenda Bahiana

    10

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    LimitesdoCorredordaSerradoMar

    UnidadesdeConservaodeP

    roteoIntegral

    UnidadesdeConservaodeU

    soSustentado

    Limitesestaduais

    ExtensooriginaldobiomadaMataAtlntica

    1.

    E.E.

    Guaraque

    aba

    2.

    E.E.E.

    Guarag

    uau

    3.

    E.E.E.

    Ilhado

    Mel

    4.

    P.N.

    SaintHila

    ireLangue

    5.

    P.N.

    Superag

    i

    6.

    P.E.

    IlhadoCa

    rdoso

    7.

    E.E.E.

    Chaas

    8.

    P.E.

    Pariquera

    Abaixo

    9.

    P.E.

    Jacupiran

    ga

    10.

    E.E.

    Tupiniqu

    ins

    11.

    P.E.

    Intervale

    s

    12.

    E.E.E.

    Juria

    /Itatins

    13.

    P.E.

    Serrado

    Mar

    14.

    P.E.

    Turstico

    doAltoRibeira

    15.

    E.E.E.

    Xitu

    16.

    E.E.

    Tupinam

    bs

    17.

    P.E.

    Xixov/J

    apu/Itaipu

    18.

    P.E.

    CarlosB

    otelho

    19.

    P.E.

    Ilhabela

    20.

    R.B.E.

    Serra

    deParanapiacaba

    21.

    P.E.

    Jurupar

    22.

    P.E.

    IlhaAnchieta

    23.

    R.F.E.

    Morro

    Grande

    24.

    E.E.E.

    Itapeti

    25.

    P.E.

    AlbertLo

    fgren

    26.

    P.E.

    Jaragu

    27.

    R.E.E.

    Joating

    a

    28.

    P.E.

    MarinhodoAventureiro

    29.

    P.E.

    Cantareir

    a

    30.

    R.B.E.

    Praiad

    oSul

    31.

    E.E.

    Tamoios

    32.

    P.E.

    Juquery

    33.

    R.E.E.

    Massambaba

    34.

    P.N.

    Tijuca

    35.

    R.E.E.

    Jacare

    pi

    36.

    R.B.E.

    Guaratiba

    37.

    P.E.

    Chacrinha

    38.

    P.E.

    Serrada

    Tiririca

    39.

    R.F.E.

    Graja

    40.

    P.E.

    PedraBranca

    41.

    E.E.E.

    Bananal

    42.

    REBIO

    PoodasAntas

    43.

    P.N.

    Serrada

    Bocaina

    44.

    REBIO

    Unio

    45.

    R.E.E.

    Paraso

    46.

    REBIO

    Tingu

    47.

    P.N.

    Serradosrgos

    48.

    P.E.

    CamposdoJordo

    49.

    R.B.E.

    Araras

    50.

    P.E.

    TrsPico

    s

    51.

    P.N.

    Restinga

    deJurubatiba

    52.

    P.N.

    Itatiaia

    53.

    P.E.

    Desengano

    54.

    F.E.

    Palmito

    55.

    A.P.A.E.

    Guaratuba

    56.

    A.P.A.

    Canan

    ia/Iguape/Perube

    57.

    A.P.A.

    Guaraq

    ueaba

    58.

    A.P.A.E.

    IlhaC

    omprida

    59.

    A.P.A.E.

    Serra

    doMar

    60.

    A.R.I.E.

    IlhadoAmeixal

    61.

    A.R.I.E.

    IlhaQ

    ueimadaGrande

    eQueimadaP

    equena

    62.

    A.P.A.E.

    HarasdeSoBernardo

    63.

    A.P.A.

    Cairuu

    64.

    A.P.A.E.

    Vrze

    adoRioTiet

    65.

    A.P.A.E.

    Mass

    ambaba

    66.

    RESEXArraia

    ldoCabo

    67.

    A.R.I.E.

    IlhasCagarras

    68.

    A.P.A.E.

    Cabreva

    69.

    A.P.A.E.

    Maric

    70.

    A.P.A.E.

    Cajam

    ar

    71.

    A.P.A.E.

    Mang

    aratiba

    72.

    A.P.A.E.

    Jundia

    73.

    A.P.A.E.

    Geric

    inMendanha

    74.

    FLONAMrio

    Xavier

    75.

    A.P.A.

    GuapiM

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    76.

    A.P.A.E.

    Sapu

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    77.

    A.P.A.E.

    Fern

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    78.

    FLONALorena

    79.

    A.P.A.

    Baciad

    o

    RioSoJoo/MicoLeoDourado

    80.

    A.P.A.E.

    FlorestadoJacaranda

    81.

    A.P.A.E.

    CamposdoJordo

    82.

    A.R.I.E.

    Flores

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    83.

    A.P.A.E.

    Silveiras

    84.

    A.P.A.

    Serrad

    aMantiqueira

    85.

    A.P.A.E.

    Frade

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    A.P.A.

    Petrpo

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    FLONAPassa

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    Outros workshops para a definio de reas prioritrias esto sendo planejados peloPronabio*. Estes workshops sero muito teis para a identificao de outros corredoresimportantes nesses ecossistemas (Mata Atlntica e Amaznia), bem como em outrosbiomas brasileiros, e podero contribuir futuramente em possveis alteraes do desenhoaqui apresentado para os corredores ecolgicos brasileiros.

    A seleo de um corredor na Mata Atlntica e um corredor na Amaznia tambmseguiu outros critrios alm daqueles de alto valor biolgico. Considera-se que neces-sria a existncia de algumas unidades de conservao dentro do corredor que j seencontrem em estgio avanado de implantao e que j funcionem como modelo (ouquase isto), de forma a servir como base de construo e fortalecimento das outrasunidades presentes. tambm importante a existncia no local de grupos, governamen-tais ou no, atuando fortemente nas unidades do corredor. Este o caso do Corredor daAmaznia Central, junto ao fato de que ele engloba trs das quatro macroprovnciaszoolgicas da Amaznia.

    JUSTIFICAO PARA A PROPOSIO INOVADORA DO PROJETO

    O projeto representa uma abordagem inovadora para a conservao da biodiversida-de das florestas tropicais brasileiras, porque:

    a) considera como crtica a necessidade de participao das comunidades tradicionaislocais, bem como de outros atores, no processo de conservao da biodiversidade, de

    forma a nele envolver a sociedade brasileira desde suas bases;b) pretende fornecer meios de aprimorar (ou, em algumas situaes, promover) aconservao de cerca de 75% da biodiversidade encontrada na Amaznia e Mata Atln-tica, inclusive em reas consideradas de alto risco (de acordo com os critrios de ameaa,viabilidade e oportunidade);

    c) prope uma estratgia, sob uma nova viso integrada e de alto ndice de efetividadepor custo, para a conservao da biodiversidade, visando proteger as maiores quantida-des de biodiversidade por unidade de rea;

    d) envolve a participao do setor privado e, atravs da reduo de custos de imple-mentao e manuteno, dever buscar e garantir a sustentabilidade financeira a longoprazo;

    e) estabelece uma estrutura aberta de gesto, permitindo ativa participao de diver-sos atores (governos federal e estadual, ONGs, universidades e institutos de pesquisa,organizaes comunitrias e sociedade civil em geral) em todas as fases do gerenciamen-to do projeto, onde tais iniciativas visam construir um slido comprometimento social.

    * Estes outros workshops voltados definio de reas prioritrias para conservao foram realizadosentre 1998 e 1999 em diversas partes do pas.

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    Este projeto pretende dividir-se em duas fases. Numa primeira seriam implementadosos corredores 1 (Corredor da Amaznia Central ) e 6 (Corredor Central da Mata Atlntica).Numa segunda fase, e aproveitando-se da experincia de implementao dos dois primei-ros, seriam implantados os outros cinco corredores aqui propostos. Esta mesma experin-cia pode vir a ser tambm utilizada para replicar a iniciativa para outros biomas brasileiros

    no futuro.

    Num terceiro momento, aps a consolidao destes sete corredores agora propos-tos, sugere-se a implementao de faixas de ligao entre eles. O sentido oeste-leste dos corredores amaznicos respondem necessidade de maximizar a biodi-versidade conservada pelo projeto, atravessando grande nmero de bacias einterflvios transversalmente. Mas as futuras faixas de ligao entre eles, por suavez, devero preferencialmente seguir o sentido norte-sul, tambm como uma ten-

    tativa de preveno contra os possveis efeitos futuros de uma eventual alteraoclimtica global. Tais faixas de ligao devem ser dispostas longitudinalmente, aolongo das principais bacias fluviais (que na Amaznia apresentam um sentidogeral norte-sul), tambm como forma de otimizar a sua implementao e facilitar assuas operaes. Tais faixas devero ser alvo de iniciativas de manejo similaresquelas aqui propostas para os prprios corredores.

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    CORREDOR DAAMAZNIA CENTRAL

    Na Reserva de Desenvolvi-mento Sustentvel

    Mamirau: floresta devrzea inundada, a pesca dopirarucu, o uacari-branco endemismo da floresta devrzea e o jacar-au.Foto area da cabeceira dolago Aman, na RDS Aman.

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    CORREDOR NORTEDA AMAZNIA

    Galo-da-rocha,Serra do Pirapucu comfloresta de terra-firmeno Parque Nacional doPico da Neblina,a harpia ea ona-pintada.

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    CORREDOR OESTEDA AMAZNIA

    Seringueiro tirandoltex nas florestas deterra-firme do Acre,a ariranha, musteldeoameaado de extino,o jacamim-de-costas-brancas (Psophialeucoptera)e o sagi-imperador,endemismos daAmaznia ocidental.

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    CORREDOR SUL DA AMAZNIA

    O coat-de-testa-branca (Ateles marginatus)

    e a ararajuba, endemismos da Amazniameridional, o queixada e mata-de-terra firmeda Serra dos Carajs, no sul do Par.

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    CORREDOR DOS ECTONOSSUL-AMAZNICOS

    Gato-maracaj (Leopardus tigrina),o lobo guar, a anta, maiormamfero terrestre brasileiro,

    o cuxi-de-nariz-brancoe um casal de araranas na portado ninho.

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    CORREDOR CENTRALDA MATA ATLNTICA

    Ecossistemas ricos emendemismos abrigam

    o sagi-de-cara-branca(Callithrix geoffroyi),o jacarandDalbergia nigra,o papiliondeo ameaado deextinoHeraclides himeroshimeros das matasde Linhares,o mutum-de-bico-vermelho,o muriqui, maior primatadas Amricas,

    o mico-leo-de-cara-douradae o papagaio-chauAmazonarhodocorytha.

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    Coletando sementes na Reserva Naturalda Vale do Rio Doce, em Linhares-ES.

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    CORREDOR SUL DA MATA ATLNTICA,OU CORREDOR DA SERRA DO MAR

    Contrafortes do Parque Nacional do Itatiaia, com mataatlntica de encosta na APA da Serra da Mantiqueira,o formigueiro-de-cabea-negra (Formicivoraerythronotos), endemismo ameaado de extino dasbaixadas da regio de Angra dos Reis e Parati,a jacutinga, das matas primevas de So Paulo e Parane o mico-leo-caiara, ou mico-leo-de-cara-preta, noParque Nacional Superagi, no litoral paranaense.

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    COMPONENTES E BASES CONCEITUAIS DO PROJETO

    O projeto proposto com quatro componentes bsicos ou principais: 1) o estabeleci-mento, em uma primeira fase, de pelo menos um extenso corredor de floresta tropical naAmaznia e um outro na Mata Atlntica (lanando as bases de planificao e usandomecanismos inovadores de manejo, que possam levar criao de corredores adicionaisem um futuro prximo); 2) parte deste projeto foi desenhado para incentivar a criao de

    reservas privadas (Reservas Particulares do Patrimnio Natural RPPNs) como um ins-trumento para o fortalecimento do sistema existente (proporcionando um maior grau deconectividade assim como o incremento da representao de reas prioritrias atualmenteno includas na rede de reas protegidas); 3) criao de novas unidades de conservaode domnio pblico; e 4) busca-se ainda com o projeto a conscientizao e atrao dasociedade para participar do processo de conservao.

    Os componentes do projeto foram selecionados com base em dados fornecidos pornumerosos estudos comissionados pelo Ministrio do Meio Ambiente, Recursos Hdri-cos e da Amaznia Legal (MMA), e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recur-

    sos Naturais Renovveis (Ibama), atravs de vrios workshops tcnicos, bem como poroutras anlises conduzidas por agncias de pesquisa e organizaes no-governamen-tais que objetivaram a identificao de reas prioritrias e estratgias para a conservaoda biodiversidade no Brasil.

    DESCRIO GERAL DO PROJETO

    O modelo inovador defendido por este projeto foi concebido para enfrentar os proble-mas mencionados nos tpicos anteriores, muitos dos quais tem-se provado de difcil

    soluo somente atravs de mecanismos de fiscalizao e de investimentos financeirosde curto prazo. Vrios outros elementos necessitam ser incorporados em uma estratgiaintegrada projetada para lidar adequadamente com a diversidade de atores vis vis sunidades de conservao existentes, assegurando sua sustentabilidade mesmo aps asintervenes do projeto proposto terem cessado. Portanto, prope-se que cada interven-o busque contemplar as seguintes necessidades: a)desenvolvimento de unidades deconservao modelo; b) incentivo criao de novas RPPNs em reas entre as unida-des de conservao; c) identificao e avaliao de reas de alta prioridade paraa criao e implantao de novas unidades de conservao; e, subsidiariamente,

    d) o efetivo envolvimento de todos os setores sociais de alguma forma interessados naconservao da biodiversidade brasileira. Todos os componentes devero conter umasrie de aes integradas de acordo com as necessidades locais.

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    DESCRIO DO PROJETO

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    DESENVOLVENDO E FORTALECENDO UNIDADES DE CONSERVAO MODELO

    Este o maior componente do projeto, e deve prever investimentos significativos nosentido de implementar unidades de conservao de diferentes categorias (federais, esta-duais ou municipais). Os princpios norteadores descritos abaixo formam a base conceitu-

    al para a ao do projeto, e devero ser aplicados dentro das unidades e/ou em suas reasde influncia (ou entorno) de acordo com as necessidades locais.

    A) Participao de atores sociais. J que a maior parte dos problemas relacionados aosistema de Unidades de Conservao provm do seu exterior ou arredores, este deveriaser considerado como um dos mais importantes objetivos do projeto. Este tambm oitem mais complexo. Inclui a participao de todos os atores sociais no processo, dandonfase s comunidades locais que so os usurios diretos e imediatos dos recursosnaturais.

    B)Provimento de fiscalizao e monitoramento adequados. Como foi dito previamen-te, o atual sistema para vigilncia das unidades de conservao e dos recursos ameaa-dos em reas fora dos parques e reservas, no suficientemente efetivo. Est claro que,por causa da situao econmica do pas, no deve ser esperado um aumento substancialna quantidade de guardas, fiscais e outros agentes oficiais em um futuro prximo. Asoluo para este importante problema aumentar a participao dos atores envolvidosno processo. Os mais importantes agentes para esse trabalho originam-se das comunida-des locais que lidam diretamente com o uso dos recursos. Treinar o pessoal local temprovado em muitas reas (especialmente na Amaznia) ser muito positivo na proteodos recursos. Em complementao a isso, infra-estrutura logstica de apoio, com rdios deondas-curtas, lanchas, veculos e postos de vigilncia, sero necessrios para a imple-mentao das prticas de zoneamento e manejo, e possibilitando a integrao das diferen-tes agncias gestoras das distintas unidades de conservao existentes em cada corredoragindo articuladamente no controle e fiscalizao da rea.

    C)Estmulo pesquisa aplicada. A maioria das unidades de conservao carece deestudos bsicos necessrios ao seu manejo. Sempre que um projeto de conservaoconsidera as interaes com a populao local que subsiste dos recursos naturais dasunidades de conservao, o manejo uma tarefa complexa. Este o caso da maior parte

    das populaes amaznicas que vivem diretamente da explorao dos recursos naturais.Muito pouco se sabe at hoje sobre os ciclos biolgicos e reprodutivos da maioria dessesrecursos naturais e do prprio bioma como um todo. Por exemplo, pelo que se sabe,pouqussimas espcies amaznicas foram objeto de estudo por um perodo superior a umano. Por isso, vital para o sucesso de qualquer projeto de manejo que a pesquisaaplicada seja estimulada nos corredores, comparando-se reas de uso humano com aque-les ambientes ainda intocados. A pesquisa pura, por outro lado, deve ser permitida eestimulada nas unidades de conservao, mas no necessariamente financiadas por esteprojeto.

    D) Provimento de zoneamento e manejo adequados. O planejamento estratgico doscorredores representar uma estratgia geral para facilitar o fluxo de genes entre reasprotegidas e reas de uso sustentvel. Isto ir envolver uma anlise cuidadosa das aes

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    que j esto sendo tomadas em cada regio e as que podem ser aplicadas para melhorar osistema. Esta ao dever obrigatoriamente atingir os municpios, OEMAs, governos dosestados, a iniciativa privada, planejadores etc. A reunio destes atores em cmaras ouinstncias consultivas e deliberativas poder propiciar a integrao necessria para arealizao de gesto do uso do solo e dos recursos, inclusive em reas fora das unidades

    de conservao (dentro da sua zona-tampo e da sua zona de influncia).E) Investimento em capacitao de pessoal. O componente de treinamento deste pro-

    jeto visa melhor capacitar no somente o pessoal de instituies como o IBAMA, mastambm o das comunidades locais envolvidas no processo de manejo dos recursos natu-rais. Esta capacitao envolve vrios nveis profissionais em vrias atividades diferentes,e conta com a possibilidade de intercmbio de experincias entre pessoas e/ou institui-es atuando dentro ou fora das unidades de conservao do corredor, e mesmo experi-ncias de outros pases em implementao de corredores ou outras medidas eco-regio-nais de conservao da biodiversidade.

    F) Estmulo a acordos institucionais e parcerias apropriadas.A atrao e o envolvi-mento de muitos atores sociais (no somente as populaes tradicionais) para o estabe-lecimento e manejo dos corredores de vital importncia para o sucesso deste projeto.Existem vrios nveis de acordos institucionais possveis, de onde podem decorrer aesde cooperao e mesmo de financiamento de algumas atividades. A maior parte das ativi-dades sugeridas mais a frente no podem ser realizadas por nenhuma organizao sozi-nha, seja ela governamental ou no-governamental. Por outro lado, a criao de uma novaagncia executora de grande porte e de mltiplas capacidades, especfica para a execuodeste projeto, parece ser inapropriada e muito onerosa. Por outro lado, uma estruturagerencial independente pode articular e coordenar uma srie de outras instituies execu-toras e co-executoras para a implementao daquelas atividades aproveitando o que cadaator envolvido pode oferecer, num custo muito inferior.

    G)Construo de uma estrutura de gerenciamento participativo e colaborativo (veradiante para mais detalhes).

    H)Desenvolvimento de um plano de sustentabilidade a longo prazo. Muitas aes deconservao financiadas por agncias internacionais so abruptamente paralisadas quan-do o auxlio financeiro ao projeto cessa. Deveriam ser buscados mecanismos que pudes-

    sem proporcionar a manuteno do corredor ao fim da cooperao internacional. Existemvrios mecanismos que deveriam ser encorajados em cada corredor para superar esteproblema, tais como: a) procurar parceiros em outras instituies governamentais (como,por exemplo, o envolvimento do Ministrio de Cincia e Tecnologia, universidades e seuscursos de graduao e ps-graduao etc.), setor privado, ONGs, municpios e agnciasregionais; b) encorajar o ecoturismo nestas reas; c) criao de um fundo fiducirio paraas unidades de conservao e para a manuteno das suas operaes ao longo do tempo;e mais importante, d) tornar o desenvolvimento sustentvel mais rentvel que as formasdestrutivas de uso do meio ambiente; alm de e) investir de maneira profissional emmarketing e divulgao.

    I) Realizao de marketing e disseminao. Este um tpico extremamente importan-te que deve ser levado em considerao, porque ir estimular o comprometimento pblico

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    para com estas reas, como uma forma importante de garantir sua sustentabilidade alongo prazo. Programas de televiso exibidos em rede nacional so surpreendentementeimportantes para obter apoio local para as unidades. Tanto o pblico nacional como ointernacional devem ser visados. Jornais e matrias em revistas, programas de rdio eteleviso, livros e panfletos, exposies e outros eventos podem ser importantes na

    formao da opinio pblica sobre a importncia de muitas unidades de conservaodesconhecidas, sua biodiversidade, e sobre o programa dos corredores ecolgicos. Amdia normalmente atrada por histrias incomuns e imagens de boa qualidade. A pes-quisa ser um auxlio considervel neste particular. Em complementao, essencial queum banco de imagens de boa qualidade (paisagens das unidades de conservao,